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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE INDISCIPLINA ESCOLAR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA O CONVÍVIO SOCIAL E APRENDIZAGEM. ROSIMEIRE ALVIM PEREIRA PROFESSOR (a) ORIENTADOR (a): MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE RIO DE JANEIRO MAIO – 2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

INDISCIPLINA ESCOLAR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA O

CONVÍVIO SOCIAL E APRENDIZAGEM.

ROSIMEIRE ALVIM PEREIRA

PROFESSOR (a) ORIENTADOR (a):

MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE

RIO DE JANEIRO

MAIO – 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

INDISCIPLINA ESCOLAR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA O

CONVÍVIO SOCIAL E APRENDIZAGEM.

ROSIMEIRE ALVIM PEREIRA

Trabalho monográfico apresentado como requisito

parcial para obtenção do Grau de Especialista em

Psicopedagogia Institucional.

RIO DE JANEIRO

MAIO – 2008

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DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho aos meus mestres e aos meus pais. Foram eles cada

um há seu tempo e do seu jeito, que me inspiraram a querer sempre mais para poder

transmitir o melhor e ser capaz de ajudar quem de mim precisasse. Desejo que saibam o

quanto foram importantes para mim durante essa trajetória.

A minha melhor gratidão é trazer um pouco de cada um deles dentro de mim e

levar os frutos de suas sementes para mim vida e meu trabalho.

Deixo aqui, através desta atividade um profundo, enorme e agradecido abraço a

todos eles, que me foram tão queridos importantes.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela dádiva do conhecimento; a meus pais que tanto me auxiliaram

nessa jornada; a todos os professores da Universidade Cândido Mendes – UCAM que

direta ou indiretamente ajudaram-me a fim de que eu realizasse um trabalho qualitativo

em especial a professora Maria da Conceição Maggioni Poppe que com muito empenho

e dedicação me direcionou na busca de fontes e pesquisas inovadas, fazendo com que eu

percebesse com é agradável persistir em aprender sempre para transmitir com maior

clareza e segurança em “ensinar” qualitativo.

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“O futuro não é uma coisa escondida

na esquina. O futuro a gente constrói

no presente.” (Paulo Freire).

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MENSAGEM

Dizes que sou o futuro: não me desampares no presente.

Dizes que eu sou a esperança da paz: não me induzas à guerra.

Dizes que eu sou a promessa do bem: não me confies ao mal.

Dizes que eu sou a luz dos teus olhos: não me abandone às trevas.

Não espero somente o teu pão: dá-me luz e entendimento.

Não desejo tão somente a festa do teu carinho: suplico-te que com amor me eduques.

Não te rogo apenas brinquedos: peço-te bons exemplos e boas palavras.

Não sou simples ornamento do teu carinho: sou alguém que bate a tua porta em nome

de Deus.

Ensina-me o trabalho e humildade, a devoção e o perdão.

Compadece-te de mim, orienta-me. Para que eu seja bom e justo.

Corrigi-me enquanto é tempo: ainda que eu sofra.

Ajuda-me hoje, para que amanha. Eu não te faça chorar.

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METODOLOGIA

A pesquisa delimita-se a uma escola da rede pública municipal com

funcionamento matutino, vespertino e noturno. Nela estudam 1.4200 alunos do ensino

fundamental.

A mesma fica localizada na rua Juvêncio Martins Ferreira, 562, no distrito de

Palmital de Minas – Município de Cabeceira Grande – MG.

Os questionários foram devidamente distribuídos por cinco questões objetivas,

tanto para os pais, alunos, professores como também, assistente social e psicóloga.

O trabalho foi concretizado no dia 08 de agosto de 2007, cujos questionários

foram elaborados e aplicados por mim, autora desta monografia no período de 9:00 às

10:30, havendo enorme participação e disposição pelos integrantes. Antes que

terminassem a atividade, realizamos uma dinâmica sobre o tema em pauta, vimos filme

e ouvimos música. Todos se sensibilizaram e prometeram maior empenho tanto dentro

como fora do âmbito escolar para melhor desempenho dos profissionais e também dos

discentes.

Dentre os teóricos que ofereceram-me informações importantíssimas sobre o

assunto cito: Celso Vasconcelos, Cíntia Freller, Içami Tiba, Pedro Demo, Arlete

D’Antola e outros.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO--------------------------------------------------------------------------------9

INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------10

CAPÍTULO I - Respeito às Diferenças Individuais ----------------------------------------14

CAPÍTULO II - O Abandono Escolar--------------------------------------------------------19

CAPÍTULO III - Limite na Dose Certa-------------------------------------------------------25

CAPÍTULO IV - Contribuição da Psicopedagogia Institucional no problema de

Indisciplina Escolar-------------------------------------------------------------------------------30

CAPÍTULO V – Entrevista com pais, professores, alunos e especialistas (psicóloga,

assistente social)-----------------------------------------------------------------------------------40

CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------------45

ANEXOS------------------------------------------------------------------------------------------47

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APRESENTAÇÃO

A proposta de trabalho com ênfase aos portadores de alteração na conduta ora

apresentada prevê uma transformação básica entre os mesmo, a escola, família e

sociedade, tendo como principio resgatar a utopia pioneira e mestiça que esteve presente

na origem de cada ser humano e, ainda hoje, coloca-se como signo para a construção de

que, após a emancipação, uma cidade vizinha como também a construção de uma usina

hidrelétrica, é preciso construir coletivamente o sistema nervoso e modo de proceder de

determinados indivíduos, cuja expressão cultural será múltipla e inventiva. E por saber

que compete a escola uma parcela significativa de contribuição par o exercício da

cidadania solidária, assume seu papel nesse processo e denomina-se educadores e

psicopedagogos: uma lição de cidadania.

Os educadores e profissionais em psicopedagogia serão cada vez mais

comprometidos com a indisciplina, também desempenharão seu papel com relação às

deficiências na leitura, como buscarão em outras instituições de ensino uma referencia

ao sonho e tenacidade de quantos anseiam por um comportamento invejável, não só em

nossa comunidade, mas, universal. Ao mesmo tempo, resgatarão de nossas origens a

força transformadora das utopias compartilhadas por inúmeros. Sabemos que, como os

profissionais na área da educação, os pais sonharam e sonham juntos, na esperança de

que seus filhos mudem o proceder frente a escola, família e toda sociedade. Compete-

nos dar nossa contribuição diante dessa problemática e, num futuro bem próximo, nos

orgulharmos do trabalho realizado como o orgulho de um artista diante de sua criação.

Afinal, ensinar também é uma arte desafiadora.

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia é: Indisciplina Escolar e suas conseqüências para o

Convívio Social e Aprendizagem.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: indisciplina é o procedimento,

ato ou dito contrário à disciplina.

A questão principal deste trabalho é buscar junto à instituição de ensino meio

para amenizar tal problemática que afeta o âmbito escolar, levando em consideração a

importância da educação para a vida do ser humano em todos os níveis educativos e em

todas as idades.

O tema proposto é desafiador e polêmico, porém de fundamental importância,

pois a convivência social é primordial ao ser humano. Pensando a escola como ambiente

de relações diversas, surge uma preocupação com a qualidade do relacionamento entre

ambas, uma vez que a indisciplina dos educando interfere no bom desempenho para

realizar trabalhos em grupos e/ou individuais, no relacionamento entre os educandos e

entre professor x aluno, ou seja, no relacionamento entre educandos e comunidade

escolar em geral. Transcende ainda o ambiente escolar e familiar, tornando-se um

problema social, pois acaba por se refletir em desrespeito aos demais, ao patrimônio

publico e até mesmo à natureza.

Surge então a necessidade de repensar a educação numa perspectiva relacional

entre disciplina e aprendizagem.

São, portanto, objetivos deste trabalho:

• Conscientizar os pais em relação às dificuldades enfrentadas pelos educadores

sobre o comportamento de seus filhos e ao trabalho a ser desenvolvido e a partir disto,

conscientizar sobre o funcionamento da escola, dos serviços disponíveis, etapas e

objetivos almejados.

• Analisar sobre a queixa dos professores de maneira geral, visando perceber os

casos que podem ser trabalhados em grupos e os que necessitam de um atendimento

individual com a colaboração de especialistas que possam intervir nesta área.

• Promover o vínculo com a instituição escolar e os próprios pais no sentido de

diminuir o número de desistências e/ou evasão escolar, e também de poder identificar

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sem perda de tempo para o aluno e para o educador, aqueles desmotivados ou que por

alguma razão, se vêem impedidos de prosseguir o estudo.

• Selecionar os casos que demandam outros atendimentos prioritários (psicólogo

e/ou neurológico, pediátrico, oftalmológico, etc).

• Diagnosticar problemas de indisciplina, avaliando se as formas de vinculo que o

educador estabelece, significa, antes de mais nada, abandonar a noção de aluno

“doente”, à medida que se considera o modelo vincular enquanto origem primordial e

condição necessária para uma boa conduta. Além disso, abre-se a possibilidade de

intervir no sentido de se encontrarem formas alternativas e mais adequadas para um

bom procedimento, tanto na escola, como em família e sociedade geral.

• Identificar as contribuições teóricas como alternativas para amenizar o problema da

indisciplina escolar e aprendizagem;

• Analisar as concepções dos educadores da escola investigada a respeito dos

problemas pertinentes ao tema proposto e formas de intervenções adotadas, visando

ajudar os especialistas em psicopedagogia;

• Identificar os meios utilizados pelos educadores para contribuir com a disciplina

escolar;

• Propor alternativas de intervenções aos especialistas a partir da contribuição dos

teóricos.

Diante disto, a comunidade escolar promoverá uma intervenção positiva,

estimulando potenciais e organizações com participação da comunidade local a fim de

estudarem juntas as inversões de limites, responsabilidades e objetivos a partir de suas

raízes, suas modalidades e seus efeitos. Este estudo enfocará não só os sintomas, mas as

causas da indisciplina, do desrespeito consigo e com o próximo, pois a educação de

qualidade aponta o caminho para sair da crise, que apavora as instituições de ensino,

família e sociedade, e os educadores têm um compromisso muito forte com essa

questão, afinal são os pilares do sistema educacional e educação de qualidade se faz

com especialistas bem preparados, assumidos, conscientes de seu papel na sociedade.

Apesar da desvalorização, dos baixos salários da categoria em todo o país, é preciso crer

que o papel desempenhado por cada educador e demais envolvidos no processo

educativo é de importância vital para o desenvolvimento de um povo. É necessário que

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todos os envolvidos no processo, façam sua parte, ou melhor, invista na clientela alvo,

(os alunos mal comportados), e os frutos desse esforço um dia serão colhidos.

Visando especialização em psicopedagogia, venha amenizar as mazelas que

atualmente afeta diretamente as instituições de ensino, prejudicando o ensino-

aprendizagem.

O presente trabalho será distribuído em quatro capítulos. Assim sendo:

I - Respeito às Diferenças Individuais; Os alunos, desde cedo, precisam ser

orientados na direção de que há necessidade de darmos um sentido novo ao

conhecimento. Conhecer não simplesmente para “ser alguém na vida”, mas para ajudar

a sociedade na transformação estrutural de cada ser humano. Para isso, cada educando

deve estar convencido de que através da disciplina que se encontra a melhor forma para

desfrutar a vida no coletivo, ou melhor, em grupo.

É necessário que a sociedade se prepare para lidar com todas as pessoas com

suas diferenças e semelhanças e/ou virtudes e defeitos. E assim é com a escola, ela deve

estar preparada para atender todos os alunos, sendo eles bem comportados ou não.

II - O Abandono Escolar; A instituição escolar deve ter muito cuidado ao trabalhar com

o aluno inibido demasiadamente ou sublimado, pois tanto o retraimento quanto o ar de

inferioridade interfere no ensino-aprendizagem. Afinal, a dupla personalidade ora leva o

ser humano a se sentir o máximo, dono da verdade, aquele verdadeiro nariz empinado,

em que todos param pra ver a utópica aventura como também o mantém encolhido num

canto por se sentir minimizado e impotente em suas iniciativas e/ou perspectivas de

vida.

III - Limite na Dose Certa: É imprescindível que cada ser humano invista em si, porém,

tudo na medida certa. Assim como a falta, o excesso de afetividade também interfere na

indisciplina do ser humano como no ensino-aprendizagem.

Infelizmente o poder tecnológico está acima do poder que almejamos para nossa

clientela, ou melhor, os alunos. Através do poder da mídia, tudo vai se desintegrando,

pois o ser humano é formado através do eixo de relações e assim, as crianças e jovens,

vão desde cedo, agrupando nas suas milícias como a mídia mostra: o carro ideal, casa

etc,... São coisas que se pensa, pois a questão da indisciplina é um ciclo de abuso: ela

tem seus segmentos e ferramentas que pegam inúmeras pessoas e não só uma. Hoje é

valorizado os atos violentos, e vinculado a isso estão os jogos, vídeo games, cinema,

internet... portanto, é necessário que a competitividade, a concorrência seja eliminada da

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vida do ser humano que tem boa conduta como daqueles que tem procedimento

alterado.

IV - Contribuição da Psicopedagogia Institucional no Problema de Indisciplina

Escolar: Diante desta proposta, a psicopedagogia institucional será um suporte dentro

das instituições de ensino, pois ela intervém nos problemas escolares com a finalidade

de solucioná-los ou evitá-los.

Por ser uma área voltada para intervenção das dificuldades de aprendizagem,

muito contribuirá para o trabalho de indisciplina escolar já que, muitos alunos evadem

e/ou abandonam a escola devido barreiras detectadas em sua vida estudantil

(aprendizagem mal resolvida). Assim como possibilita intervenção com um olhar

voltado para a solução das deficiências na aprendizagem, tal campo é capaz de realizar

também diagnóstico e intervenção relacionada à conduta alterada de determinados

alunos por realizar estudos amplos em psicologia, e, em se tratar de comportamento

humano, é necessário grande conhecimento na área psicológica, e a psicopedagogia se

encarrega de estudar as duas áreas, ou seja, psicologia e pedagogia. Portanto, essa

junção facilitará o trabalho do educador que, de certa forma se sente impotente no

enfrentamento a tal questão sem apoio de especialistas como o psicopedagogo,

psicólogo, psiquiatra, etc.

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CAPÍTULO I

RESPEITO ÀS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

O problema das diferenças individuais não será solucionado da noite para o dia, ou seja, é um processo lento e que só pode ser alcançado através do trabalho coletivo entre escola, família, professor, aluno, enfim a sociedade em geral. (VASCONCELOS, 1993, p.24 e 26).

Os alunos, desde cedo, precisam ser orientados na direção de que há necessidade

de darmos um sentido novo ao conhecimento. Conhecer não simplesmente para “ser

alguém na vida”, mas para ajudar a sociedade na transformação estrutural de cada ser

humano. Para isso, cada educando deve estar convencido de que através da disciplina

que se encontra a melhor forma para desfrutar a vida no coletivo, ou melhor, em grupo.

É necessário que a sociedade se prepare para lidar com todas as pessoas com

suas diferenças e semelhanças e/ou virtudes e defeitos. E assim é com a escola, ela deve

estar preparada para atender todos os alunos, sendo eles bem comportados ou não.

Conscientes de que a escola não funciona sem alunos, todos os profissionais da

educação estão, e é nesse sentido que é preciso fazer uma revisão sobre a prática e

metodologia de cada educador a fim de observar se estão trabalhando de acordo com a

necessidade de cada educando, respeitando acima de tudo o seu modo e tempo preciso

para que a aprendizagem aconteça.

Por outro lado, o educador, como mediador do conhecimento não é obrigado a

engolir falta de limites, ultrapassado pelo aluno, pois, quando ele assim procede, não

está desrespeitando simplesmente um professor em particular, mas, as normas da escola.

Diante disso, recorrer aos pais é um passo fundamental, afinal, a desestrutura

familiar e transferência de responsabilidades é alarmante, ao ponto de se tornar um jogo

de “empurra-empurra”, dificultando assim, o trabalho do professor que, além de

mediador do conhecimento torna-se encarregado de transmitir ao ser humano a

importância dos limites e objetivos, estabelecidos entre os seres como também a

convivência para o bem estar social e a divisão de responsabilidades entre pares.

Em outras realidades, é necessário firmeza por parte da equipe escolar:

orientação, coordenação, direção... que, sentindo-se ameaçados ao ver tanta “baderna”,

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considera-se incapaz de fazer respeitar os limites estabelecidos. Essa problemática não

pode ser encarada pela escola como forma autoritária, pois assim, conduzirá o educando

a repressão. Compete aos educadores e escola em geral deixar que os alunos expressem

livremente ao invés de moderar as ações dos mesmos.

Não é uma tarefa fácil, portanto, impossível também não, manter sempre o

dialogo como arma fundamental para no mínimo, tentar sanar tal desavença que tem

como responsáveis: pais, família, escola, educadores e alunos. Portanto, deve haver a

participação e o envolvimento de todos no enfrentamento ao mesmo, pois o sucesso será

obtido com o trabalho em equipe, já que o aluno de conduta alterada carrega consigo

forças desumanas como fruto de toda sua história de vida, e por isso a união entre

ambos e esforço coletivo fará diferença no trabalho proposto, buscando juntos objetivos

comuns.

“A indisciplina está presente no desrespeito ao desenvolvimento biológico por parte dos pais. Motivados pelo amor, pelo desejo de satisfazer todas as necessidades dos filhos, alguns pais não modificam seus comportamentos nem suas ofertas à medida que a criança cresce.” (IÇAMI, 1996, p. 33 e 34).

Diante disso, percebemos que não se pode deixar de ser levado pelo “mimo” dos

filhos, pois, isso só tende a acarretar problemas futuros.

Cair na real que as crianças crescem, batem asas e voam, nem sempre para onde

se almeja é tudo que os pais da modernidade deve ter consciência... São inúmeras

oportunidades e motivações para que os mesmos caiam num abismo sem fim: a

televisão mostra claramente o oposto lado da vida, a internet então, usada inversamente,

faz até mesmo uma lavagem cerebral nas mentas tão potentes de hoje, os games e outros

fatores evoluem de modo assustador, levando os seres a mudarem de conduta tanto em

casa, como na escola e sociedade.

Compete aos pais dialogar bastante com os desde pequeninos e, não deixar que

cresçam e amadureçam deformados, pois, o sucesso ou fracasso da criança tem a ver

com o berço, ou seja, com o ambiente em que a mesma foi criada. O alicerce de um

futuro promissor para qualquer cidadão encontra-se pautada na família. Por isso e muito

mais é que carregamos enormes responsabilidades ao corresponder todos os desejos e

anseios dos filhos, enquanto que na verdade, eles necessitam de limites, valores

estabelecidos sem imposição nem autoritarismo.

“A disciplina escolar é um conjunto de regras que devem ser obedecidas tantos pelos professores quanto pelos alunos para que o aprendizado escolar

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tenha êxito. Portanto, é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, consequentemente na escola.” (IÇAMI, 1996, P.117).

Nesse sentido é necessário um vinculo harmonioso entre professor-aluno. A

afetividade é primordial no ensinar/aprender. Portanto, é preciso trabalhar em equipe,

com objetivos comuns para o bom desempenho dos profissionais (educadores) como

também dos alunos e escola em geral.

As normas escolares só serão obedecidas quando os indivíduos aprenderem a

relacionar-se sem entrar em contradição, ou melhor, educadores e educandos

respeitando opiniões entre si. Infelizmente a relação professor-aluno não é agradável

como devia; de um lado caminham os docentes com meros conteúdos, metodologias

ultrapassadas, enganando a si próprio e a clientela que encontra em suas mãos.

A rigidez é limitada para quem sonha com um aprendizado qualitativo. Portanto,

essa qualidade no ensino, tanto nas redes publicas quanto privadas só acontecerá quando

os cidadãos abandonarem o egoísmo e autoritarismo exagerado. Sabemos que a

disciplina é necessário para que a aprendizagem aconteça com sucesso. Porém, é preciso

autoridade em sala de aula, mas na medida certa, sem imposições nem ofensas, pois,

palavras mal proferidas ferem o ser humano para o resto da vida.

Assim sendo, tanto a postura do educador quanto do educando deverá ser

mudada radicalmente a fim de que ambos ensinem e aprendam mutuamente. O laço

conciliador da afeição e amor é que faz a diferença entre pares.

A melhor disciplina é a regida pela liberdade. Contudo, muitos pais perdem-se nela. Liberdade é poder material e psicológico, mas só tem valor quando associada a responsabilidade: liberdade absoluta não existe, pois, está sempre relacionada a algo. (IÇAMI, 1996, p.57).

Não temos dúvida de que a disciplina é associada à liberdade, porém, sem

exagero e ainda, inúmeros indivíduos estão confundindo liberdade com libertinagem,

baderna... Acreditando assim, que estão no caminho certo, capazes de obterem êxito em

todos os setores e fases da vida.

Os pais devem ter consciência de que a liberdade sem responsabilidade é

desvalorizada ao invés de fazer vista grossa diante dos acontecimentos. Cabe também

aos filhos e educandos, diferenciar bagunça daquilo que é saudável, prazeroso e, que

num futuro bem próximo lhe trará resposta sobre comportamento vivido anteriormente

já que, falar em liberdade plena é humanamente impossível, mas, o tempo encarrega a

cada um de mostrar-lhe o lado bom da vida, sem ferir nem sair ferido, simplesmente

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vivendo inteligentemente livre, transmitindo assim, essa experiência a outros menos

experientes.

Há pais que, por manter seus filhos na escola, acham que esta é responsável pela educação dos mesmos. Quando a escola reclama de maus comportamentos ou das indisciplinas dos alunos, os pais jogam a responsabilidade sobre a escola. (IÇAMI, 1996, p. 169).

Isso é o que vivenciamos dentro das instituições de ensino. Estamos vivendo a

“era” do caos de transferência de responsabilidades, pois, os educadores atuais estão

assumindo bem mais o papel de educar as crianças que os próprios pais; a escola ensina

hábitos de higiene, o que nem sempre a família encarrega de transmitir aos pequeninos;

a escola oferece lanche na hora certa e, na maioria das vezes o aluno chega sem almoço

em sala de aula, devido comodismo das mães; os educadores dialogam bastante ao

deparar com alunos deprimidos, enquanto que em casa ninguém tem tempo nem mesmo

de perceber angustias vividas por determinados seres. Afinal, andam ocupados demais

com o trabalho, bebidas, cassinos, amigos... Enfim, não tiram o devido tempo para

direcionar os filhos na busca de um futuro prospero e até mesmo na orientação sobre o

papel de cada individuo na escola.

Lamentavelmente os educadores atuais estão carregando um fardo pesadíssimo

já que a transferência de responsabilidade está deixando-os tão estressados e/ou

esgotados a ponto de muitos abandonarem sua carreira antes mesmo de começar.

Crianças precisam sim, aderir as regras que implicam valores e formas de conduta e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os limites implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não pode ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social – a família, a escola, a sociedade como um todo. (LA TAILLE, 1994, p.09).

Diante do que vimos anteriormente, temos convicção de que há urgência na

mudança de comportamento dos alunos que ensejam obter sucesso na vida familiar,

estudantil e em sociedade. Essa iniciativa de postura compete único e exclusivamente ao

cidadão portador de disciplina alterada. Tal mudança deve partir de dentro para fora,

com desejo próprio, ou melhor, sem ser forçado a isso.

O problema é que se fala pouco em limites e regras escolares, quando estas são

transmitidas a quem necessita adotá-los, tornam-se mal interpretadas, dando percepção

nítida de mera ilusão. Não é bem assim. Tudo na vida parte do pressuposto de limites e

regras a serem cumpridas em qualquer âmbito.

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Para uma sociedade melhorar é preciso que suas crianças tenham algum idealismo, especialmente quando jovens. É preciso que se incida nelas um sentido de comunidade e de auto-sacrifício. É essencial que as crianças sejam desafiadas para serem melhores do que são, caso contrário cai-se no império do cinismo, desde muito cedo e não se realiza nada. (DAMON, 1995).

É preciso conscientizar as crianças desde cedo da importância do papel que cada

indivíduo deve assumir na sociedade desafiando assim, para que se torne responsável

prematuramente. É viável que o cidadão cumpra as atividades tanto na família, escola

ou sociedade desde pequeno, pois assim, habitua às ocupações, esquecendo então de

ações que possam desviar a conduta.

Como todas as atitudes tomadas pelos seres têm seu preço, é primordial que

ofereçamos mais oportunidades aos alunos e, diretamente provocá-lhes para o

crescimento e desenvolvimento intelectual florescer dando assim, frutos de qualidade.

O individuo só cresce através dos obstáculos encontrados ao longo de sua

trajetória. Por isso, nada de dar o peixe pronto para ser ingerido e sim direcionar-lhe

como pescar, lembrando-se de que tudo conseguido com maior sacrifício é mais

saudável e prazeroso.

A disciplina como criadora de condições para aprender, não pode cuidar só de condições individuais, deve cuidar também de criar um ambiente, um clima, que ajude as pessoas a aprender. Cada um deve contribuir com o seu modo de ser e estar pronto para ajudar a construir um ambiente escolar estimulante. (DAMON, 1995).

Compreendemos então que, para o cidadão adquirir conhecimento de qualidade

depende único e exclusivamente da compreensão e colaboração, já que, cada ser é único

e por isso e co-responsável pelo seu sucesso ou derrota. Para que a vitória venha a tona,

é necessário que cada um dê o máximo de si, sem medir esforços nem observar o peso

dos obstáculos que a vida encarrega a cada ser.

Para que os indivíduos passem a compreender e respeitar mutuamente em

qualquer recinto, urge principalmente humildade e bom humor entre pares. Conhecer o

desconhecido não é tão complexo como se imaginam; difícil tarefa é animar o

desanimado quando este, em seu canto calado, padece por falta de estímulo e baixa

auto-estima.

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CAPÍTULO II

O ABANDONO ESCOLAR

A escola exige dos seus alunos a inibição o sublimação de muitos de seus instintos, especialmente aqueles de natureza agressiva. Para conviver com seus pares, relacionar-se com seus mestres e aprender os conteúdos veiculados por eles, os alunos precisam aceitar regras, ou leis e para tanto terão muitos de seus instintos restringidos e frustrados. (FRELLER, 2002, p.71).

A instituição escolar deve ter muito cuidado ao trabalhar com o aluno inibido

demasiadamente ou sublimado, pois tanto o retraimento quanto o ar de inferioridade

interfere no ensino-aprendizagem. Afinal, a dupla personalidade ora leva o ser humano

a se sentir o máximo, dono da verdade, aquele verdadeiro nariz empinado, em que todos

param pra ver a utópica aventura como também o mantém encolhido num canto por se

sentir minimizado e impotente em suas iniciativas e/ou perspectivas de vida.

É mister um trabalho diferenciado quando é deparado pelo educador a excessiva

inibição e sublimação por parte dos educandos, pois essa sobrecarga leva, muitas vezes,

o aluno a evadir quando ele se depara com a situação de muito além ou aquém de seus

desejos, anseios e/ou aspirações...fica claro que tanto um quanto o outro não é uma

enfermidade, porém, tido como um tipo de distúrbio nato, na maioria dos casos, e outros

adquiridos, e são merecedores sim de redobrada atenção tanto pela família, escola,

como pela sociedade. Com o empenho e vínculos de conhecimento dedicação e

relacionamento mútuos entre os envolvidos no processo, o sucesso em questão é

garantido, basta que cada um faça sua parte.

O caminho, pois, agora é o compromisso de cada setor com suas

responsabilidades, dentro de uma visão mais ampla, em harmonia com os demais,

determinando que cada parte assuma suas devidas responsabilidades.

Diante de estudos realizados sobre o assunto, tanto a indisciplina advinda da

família quanto escola e/ou sociedade, prejudica os detentores de poder e conhecimento,

como também, aqueles mais ignorantes.

- O que seria de um prédio, se cada operário assentasse o tijolo do seu jeito? - A disciplina é necessária! - O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que quisesse? - A disciplina é necessária!

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- O que seria de um terminal de ônibus, se as pessoas não respeitassem a fila? - A disciplina é necessária! - O que seria do inspetor autoritário se os alunos se rebelassem? - A disciplina é necessária! - O que seria do professor que não preparou bem a sua aula se os alunos reclamassem? - A disciplina é necessária! - O que seria do mercado, se as pessoas deixassem de comprar o que é supérfluo? - A disciplina é necessária! - O que seria dos políticos, se a população não elegesse mais gente corrupta? - A disciplina é necessária! - O que seria dos meios de comunicação se a população não acreditasse em suas mentiras? - A disciplina é necessária! - O que seria do senhor, se o escravo se rebelasse? - A disciplina é necessária! - O que seria dos empresários, se os operários resolvessem parar por salários mais dignos? - A disciplina é necessária! - A disciplina é necessária! - Que disciplina? (VASCONCELOS, 2000, p.20).

Conseguir disciplina tanto dentro como fora de sala de aula, tornou-se o grande

desafio da era moderna. Temos convicção de que em todos os setores, empresas e

instituições há necessidade da presença da disciplina, não como algo imposto

autoritariamente e sim, como forma de organização para o bom desempenho e

funcionamento dos estabelecimentos e dos cidadãos.

É preciso rebelar, criticar, reclamar sempre que sentir-se ameaçado, o que não se

pode mesmo é omitir ações e fatos quando esses não condizem com a realidade ou, até

mesmo não correspondem às expectativas dos seres humanos. É mister nos dias atuais,

pessoas que não intimidem diante da verdade, doa a quem doer, incomode a quem

incomodar, apesar de não sermos donos da verdade, devemos falar por aqueles em que o

silencio já diz tudo, pois carregam consigo enorme bagagem de introvertimento causado

por traumas passados.

Diante disso, é preciso mostrar que disciplinar pessoas não é o mesmo que

adestrá-los ou podá-los de desenvolver tanto físico quanto psicológico

(intelectualmente) e sim,oferecer oportunidades, novas chances, estender a mão ao mais

necessitado, dialogar, saber falar, mas também ouvir, aceitar opiniões opostas, procurar

compreender o incompeensivo, participar das angústias alheias... Enfim, são inúmeros

os atalhos de colaboração que devem ser oferecidos aos indivíduos que, de certa forma,

não comportam como os pais, educadores e sociedade gostaria que comportassem.

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Como vimos a necessidade da disciplina, se faz necessário também mais

seriedade ao trabalhar essa questão, pois, a maioria que vive cobrando a mesma tem

muito pouco de si a oferecer aos outros. Transparência e cooperação são fatores

essenciais para auxiliar aos necessitados de apoio moral e psicológico. Muitas vezes, o

desvio de conduta é uma crise de identidade que, brevemente passa, já outros casos,

merecem maior cautela, pois, humanos se tornam desumanos e irracionais quando tem

tendência ao mal proceder; carregando consigo energias negativas, de certa forma,

contagia, formando assim um redemoinho de pensamentos e atitudes ilusórias, caindo

então num abismo profundo.

Cruzar os braços diante de certas situações é ilícito e não compete aos

educadores comprometidos com uma qualidade ensino elevada.

Uma tendência presente na concepção dos educadores é a de associar a disciplina à tirania. Qualquer tentativa de elaboração de parâmetros ou definição de diretrizes é vista como prática autoritária, que ameaça o espírito democrático e cerceia a liberdade e espontaneidade aos alunos. Nesta versão, a disciplina assume uma conotação de opressão e enquandaramento. Sendo assim, apresentar condutas indisciplinadas pode ser entendido como uma virtude, já que pressupõe a coragem de ousar, de desafiar os padrões, de se opor à tirania muitas vezes presente no ambiente escolar. (CHAGAS, 2001).

A disciplina deve ser encarada pelos profissionais na área da educação como

uma prática de bem viver, como uma escolha próspera onde reine humildade,

perseverança e tolerância já que a paz que tanto se almeja encontra centrada nos

corações e almas sonhadoras. Talvez quando pensamos que tudo está perdido e não há

possibilidade de mudanças para o melhoramento do ensino-aprendizagem é que precisa

arrancar de dentro de cada indivíduo o “lobo” do pessimismo. O primeiro passo a ser

tomado é parar de ficar buscando “culpados” para problemas de indisciplina. A questão

não é só do sistema, família e instituição escolar, mas, é um assunto de todo o time, ou

seja, de todos os envolvidos na área da educação, família e sociedade geral. O que não

pode é deixar que o desvio de comportamento tanto dentro como fora da escola se

espalhe sem a intervenção de seres capacitados para no mínimo amenizar a situação.

Vivenciamos a criminalidade a todo momento, através da mídia e até mesmo

debaixo do nosso nariz. Portanto, é necessário direcionar os educandos na prática de

comum união, ajuste familiar, estudantil e social evitando assim, que o mal venha

alarmar mais do que já está, pois, os pequenos infratores hoje, serão os maiores e piores

corruptos de uma nação. Por querer bem os educandos e sonhar com um futuro brilhante

para todos é que os educadores deverão dar as mão com um único objetivo: vencer a

batalha, ou seja, tirar os jovens atuais da vida promiscua que, doravante estão levando.

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Costuma-se compreender a indisciplina, no meio educacional como manifestação de um indivíduo ou de um grupo com um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, traduzida na falta de educação ou de respeito pelas autoridades, na bagunça ou agitação. Como também na incapacidade do aluno em se ajustar às normas e padrões de comportamento esperado. (DAMON, 1995).

Não é assustadora essa visão, no que diz respeito as ações extravagantes por

parte de inúmeros educandos, independente do poder aquisitivo, pois,

comprovadamente, os filhos de pais bem sucedidos tem maior tendência a um

comportamento alterado do que os filhos de cidadãos de baixa renda. Isto não significa

que os demais não pratiquem atos fora dos padrões normais, mas, o que mais apavora

lares, escolas e sociedade atualmente são os verdadeiros “filhos de papaizinhos” com

suas bruscas ações, transgredindo as leis cometendo assassinatos até mesmo dentro das

próprias instituições. Estamos sob o domínio desses indivíduos que, num impensado,

mata para ver o sujeito cair.

É admissível o lúdico, brincadeiras saudáveis e não ações profanas como o

assassinato do índio Patachó em Brasília por filhos de senadores, deputados e outros

mais que ocupam cargo elevado dentro do senado; outro exemplo também foi o

extermínio da família Risthofen pela própria filha e o namorado em São Paulo. Alguém

poderia até questionar que tais fatos têm nada a ver com indisciplina. Eu pergunto:

como foi a formação desses cidadãos criados em berços de ouro? A educação vem de

casa e é, no entanto, o pilar para todos que desejam chegar ao podium ou descer à

sepultura. A escolha do percurso de vida é de livre arbítrio. Cabe a cada um escolher o

que é melhor ou talvez, pior para sua vida, embora esta escolha lhe custe um preço

altíssimo. Como Deus deixou no mundo o joio e o trigo, temos plena liberdade de

preferir o infortúnio ou a bonança.

Atualmente o grande foco da crítica e da atribuição de responsabilidades pelos problemas de indisciplina na escola está sendo o aluno e, em particular sua família. (VASCONCELOS, 2000, p. 22).

É inegável a questão da família e o descompromisso com os filhos frente à

instituição escolar. Necessário se faz, conscientizar os pais de seus papéis e

responsabilidades para com os filhos já que, é tarefa fundamental da família estabelecer

limites, alicerce de todo relacionamento e desenvolvimento tanto físico como

psicológico. Os únicos responsáveis por esses suporte e hábitos básicos são os pais.

Sabemos que são inúmeros fatores que enveredaram a família para outros

caminhos como: desemprego, desigualdade social, mídia, internet, games e outros mais.

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No entanto, cabe aos educadores exercer suas funções como tal, direcionando, sempre

que possível os pais que perderam o controle sobre os filhos e estes, contribuir para que

os educadores exerçam seus cargos pautados sempre no resgate dos valores em

extinção, outrora esquecidos e não mais trabalhados na família nem na escola.

Adequar a modernidade sem abandonar o antigo que foi útil e deu certo é missão

tanto de educadores, quanto educandos, família e todos os envolvidos no processo. Por

que então ficar buscando acusados ao invés de desenvolver um trabalho com objetivos

afins, envolvendo todos os responsáveis no ensino-aprendizagem? O momento é

oportuno para tantos desabafos, ansiedades e inseguranças. Considero uma boa sugestão

para o desenvolvimento de um trabalho dedicado exclusivamente às famílias que

doravante sentem-se impotentes na formação e boa educação dos filhos que também

encontram em nossas mãos. Basta que ambos arregacem as mangas e abracem a mesma

causa para o bom êxito entre os envolvidos.

Muitos pais acabam dando liberdade excessiva a seus filhos, criando filhos indisciplinados, cheios de dengos, que não conseguem conviver com obrigações rotineiras e sentem se frustrados quando não são o centro das atenções. A maior parte dos alunos vem de lares desestruturados, são filhos de pais separados, por isso apresentam um comportamento tão agressivo. (ESRON, 1998).

Como águias é sonho unânime a todos os cidadãos: alçar vôos altíssimos, ir além

da imaginação, foi para isso que Deus em sua magnífica perfeição nos formou e assim

quis total liberdade para todos mas, nem por isso é licito abusar desse poder. Tudo deve

ser traçado dentro do perfil e limitação de cada ser.

Querendo ou não todos são forçados adequar à seqüência de atos (herança de

nossos antecedentes) ao invés de estagnar mediante os espinhos que gratuitamente nos é

ofertado... Inteligentemente sabemos que a vida se torna mais bela frente aos

empecilhos. Não há porque deixar se enganar diante de uma realidade tão pura.

Pais que conduzem filhos a práticas errôneas, decepcionam rapidamente, pois, os

mimos são passageiros e impedem e/ou inibem o crescimento intelectual, quando os

mesmos despertam no desejo de filhos críticos, criativos e reflexivos demasiado tarde

para correr atrás do prejuízo causado talvez pela desinformação, falta de cultura,

ingenuidade e imaturidade.

Uma coisa é certa: separação entre casais tem grande contribuição na

deformação dos educandos, isso é fato comprovado, consumado ao longo dessa

trajetória educacional.

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Conciliei aqui a teoria de Esron com minha prática de 17 anos em sala de aula,

lidando com tal situação.

Pois bem, esse fato não pode deixar de lado, pelo contrario, sempre lembrado e

cobrado pelos pais. Afinal, responsáveis pelo insucesso dos filhos nesse caso, são eles

(os pais), que por ironia do destino não fizeram escolha certa pelos seus pares, vindo

colher agora frutos estragados, conseqüência de um passado infeliz, transmitido de

geração a geração. É necessário dar um basta nesses atos fúteis que não leva ninguém a

nada com a finalidade de desempenhar um papel promissor tanto dentro como fora das

instituições escolares.

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CAPÍTULO III

LIMITE NA DOSE CERTA

É natural que cada pessoa invista afetividade em si. O que Freud chamava de narcisismo. Este conceito acabou por ser, popularmente, quase que exclusivamente assimilado à vaidade; à auto-concentração. É verdade que o investimento de afetividade em si pode acontecer de forma desmedida, não deixando lugar para outros investimentos (em outras pessoas, por exemplo). (DEMO, 2001, p. 78 a 80).

É imprescindível que cada ser humano invista em si, porém, tudo na medida

certa. Assim como a falta, o excesso de afetividade também interfere na indisciplina do

ser humano como no ensino-aprendizagem.

Entendemos que esta crise consentida e até incentivada pela classe dominante, tem como objetivo a disseminação da permissividade do consumo de bens supérfluos é uma exigência do sistema capitalista, para permitir a acumulação ampliada. Assim, percebemos que quem “manda” hoje na criança e no jovem não é tanto o pai, o político, o professor, mas o mercado materializado nas marcas nas grifes na moda. Descobriu-se um filão enorme de consumo: as crianças e os jovens; basta ver o número de produtos voltados para eles (Rousseau descobriu a criança para a pedagogia; a mídia para o consumo). (VASCONCELOS, 1993, p.26).

Infelizmente o poder tecnológico está acima do poder que almejamos para nossa

clientela, ou melhor, os alunos. Através do poder da mídia, tudo vai se desintegrando,

pois o ser humano é formado através do eixo de relações e assim, as crianças e jovens,

vão desde cedo, agrupando nas suas milícias como a mídia mostra: o carro ideal, casa

etc,... São coisas que se pensa, pois a questão da indisciplina é um ciclo de abuso: ela

tem seus segmentos e ferramentas que pegam inúmeras pessoas e não só uma. Hoje é

valorizado os atos violentos, e vinculado a isso estão os jogos, vídeo games, cinema,

internet... portanto, é necessário que a competitividade, a concorrência seja eliminada da

vida do ser humano que tem boa conduta como daqueles que tem procedimento

alterado.

A indisciplina é mesmo complicada já que o ser humano usa a frustração para

combater sua fraqueza interna. Ela é uma estância de poder, seja físico e/ou psicológico.

Essa questão é muito séria para a sociedade e ainda mais: estudos revelam que pais que

têm atitudes agressivas geram filhos agressivos também.

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Há urgência de uma reestruturação das mentes humanas, pois o avanço

tecnológico é muito rápido, e o homem cada vez mais desocupado, sem metas, projetos

de vida devido o competitivo mercado de trabalho e até mesmo por acomodação e

desânimo se materializa, saindo assim, do real, criando uma plataforma para resolver

sua questão entra no mundo virtual, muitas vezes influenciado por outros, mas nem

sempre é indisciplinado por que quer, é o querer sempre mais, a ganância pelo poder o

seduz a isso: eis a dimensão desse desafio - quando a natureza se rebela, o homem tem

medo dela, portanto, é o estímulo à competitividade, devido os meios de comunicação

em massa é na maioria dos casos, o maior causador de indisciplina tanto em crianças

quanto em adolescentes.

A sociedade é composta de consumo e consumidos... por isso, é criada uma

compulsão interna através do álcool, droga, e outros vícios, mas tudo isso tem a ver com

a questão do limite, do valor.

A indisciplina só será combatida através da ética, organização como: ONGs,

instituições religiosas, etc. Porém é o momento de parar-se para pensar: o que pode-se

fazer pela indisciplina? E pela educação familiar, pela sociedade e pelo povo? Não

pode-se fechar no egoísmo e/ou vedar os olhos como se nada estivesse acontecendo, e

sim agir de coração com as outras pessoas que tanto necessitam de nossa ajuda.

Sabendo-se que a superação da indisciplina não acontecerá da noite para o dia, porém,

poderá ser extinguida sim através de um trabalho sério, coletivo e responsável.

Segundo o psicólogo Esron Ribeiro, do corpo docente do seminário teológico de Sumaré, muitas crianças têm uma criação familiar totalmente autoritária, estão acostumadas a serem surradas e a receberem severos castigos, por esta razão não conseguem viver em ambiente democrático. (ESRON, 1998).

Isso é a pura e dura realidade das condições que vivem a maioria das crianças

brasileiras. Muitas vezes, agredidas fisicamente pelos pais e/ou responsáveis e, o que é

pior, ameaçados caso denuncie tais atos aterrorizantes. Infelizmente somos forçados a

dizer que a selvageria começa dentro dos próprios lares: alcoolismo, drogas, pedofilia,

enfim, são inúmeros problemas dentro de casa que afetam diretamente os indivíduos

indefesos (as crianças), problema esse que reflete na escola e, para isso, o professor tem

que ser psicólogo para, no mínimo, amenizar tais situações constrangedoras.

A maioria das crianças atuais habituaram tanto com cenas exorbitantes vindo

assim a não adaptar tão fácil em ambientes saudáveis. Torna-se como um animal

enjaulado que, ao alcançar a liberdade não consegue retornar ao seu habitat. Muita coisa

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deve ser feita com a finalidade de conscientizar as famílias brasileiras sobre a

importância do amor nos corações humanos. Afinal criança é gente que possui

sentimentos, tem alma e coração, e em suas mentes registram-se coisas que as

conduzam a um futuro feliz como também, cicatrizes traumáticas para o resto da vida.

Há uma desorientação geral hoje na sociedade: quer se superar o velho, mas não se sabe bem como é o novo. Há crise da racionalidade, crise dos projetos sociais, das utopias, do sentido para viver, crise da autoridade em nível mundial, mudança no sistema de valores. Constatamos que as agencias produtoras de sentido (partidos, igreja, família, escola, ciência) estão em crise. É a crise da disciplina no contexto da Pós-Modernidade. (VASCONCELOS, 2000, p.25).

Todos os seres temem diante das mudanças, isso não se pode omitir porém, é

necessário melhor orientação e segurança sobre o que se deve ou não fazer para mudar

quanto a difícil fase que atravessamos ultimamente.

Para melhor enfrentarmos os dramas alarmantes advindos dos políticos sem

perspectivas otimistas e projetos convincentes, das famílias impotentes para falar a

mesma língua, da ciência que, embora muito avançada, deixada muito a desejar quanto

aos novos conhecimentos urge mais otimismo, esperança e persistência por dias

melhores e menos embaraçosos.

É preciso adequar ao perfil das instituições modernas como também das novas

políticas e ciência pois, o avanço tecnológico é assustador e, caso não acompanharmos

tamanha evolução, corremos o risco de ficar para trás, tornando assim, analfabetos.

Existem motivos de sobra para os educadores avançarem em novas pesquisas, com

exclusivo propósito: amar mais e lamentar menos, comentar sobre as falhas alheias, sem

esquecer que todos somos dotados de virtudes, enxergar a “bagunça” como ação

desafiadora que enaltecerá tanto educandos que tem mal procedência quanto educadores

que, de certa forma vivencia constantemente aprendizado.

Muitas pessoas atribuem a culpa pelo comportamento indisciplinado do aluno à educação recebida na família, assim como à dissolução do modelo nuclear familiar. (ESRON, 1998).

Na realidade procura-se culpados pelos atos indisciplinados da maior parte de

crianças e adolescentes de hoje. O que não se deve é condenar ninguém sem uma

comprovação do agenciador das ações incorretas, lembrando-se de que tormenta se

enfrenta de frente e, não há porque virar as costas para uma questão que sempre existiu

e existirá. Portanto, quebrar o tabu existente nas memórias frágeis é dever de todos os

envolvidos no ensino-aprendizagem.

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Pro mais que a família tem grande parcela nessa situação, não se pode omitir

uma mútua dinâmica no enfrentamento ao problema em pauta, pois, a educação é para

todos. Por que não lutar pela mesma? A disciplina é necessária e, só atingirá seu auge,

os persistentes, auto-críticos, reformuladores de informações e otimismo. Portanto, seja

você também, lute pelos seus ideais, mesmo que isto lhe custe a vida. Não é pecado

morrer na luta por dias significativos não mais, por comodismo e aceitação pelo que é

imposto sim.

A disciplina pode ser entendida diferentemente segundo a tarefa do mestre é considerada como de puro ensino ou de educação e segundo o aluno é considerado com uma simples inteligência a guarnecer de conhecimentos ou como um ser a formar para a vida. (VASCONCELOS, p. 37).

Muita cautela ao trabalhar tal questão tanto dentro como fora de sala de aula é o

que compete a todos os estudiosos nessa área já que, indiscip0lina pode ser confundida

com quociente inteligente (QI) elevado e, havendo perplexidade e intransigência jamais

se alcança o que se almeja.

Existem seres aventureiros a ponto de lutar pelo impossível (humanamente

falando), devido à gama de intelectualidade encontrada em seu poder... Personalidade

forte, inquietude cobrança exagerada são características típicas de indivíduos que usam

do poder de sua inteligência para deixar os pais e professores perplexos. Portanto, toda

precaução é pouca na investigação e aquisição no resgate da disciplina que almejamos

para os modernos educandos.

Vivemos numa “era” em que o saudosismo fala pouco ou quase nada, isso não

significa que o abandonamos. Afinal, existem coisas do passado que eleva a auto-estima

traz recordações embora, com pouco valor, mas com é inato no ser humano, prender-se

às coisas antigas, isso não pode nem deve ser retirado de repente.

Diante do exposto vimos que é preciso trabalhar o novo sem abandonar o velho.

A disciplina (...) significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos individuais, às veleidades desordenadas, significa, enfim, uma regra de vida. Alem disso, significa a consciência da necessidade livremente aceita, na medida em que é reconhecida como necessária para que um organismo social qualquer atinja o fim proposto. (VASCONCELOS, 2000, p.40).

Será infortúnio enveredar-se por meras ilusões que, brevemente o tempo apagará

das mentes e corações humanos. O dia é hoje o momento é agora para resgatar os

valores doravante esquecidos e talvez adormecidos. Basta um toque de mágica

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educacional para retirar do individuo a loucura pouca percebida que muitos seres

tenham vivenciado até o presente momento.

São imensas as contradições no que diz respeito a disciplina pois, em se tratando

de problema, a maioria das pessoas não querem se comprometer, não por medo mas, por

comodismo, estagnação e acima de tudo, aceitação de ações anormais. É preciso deixar

claro que disciplinar não é sinônimo de domesticar e sim, perseverar na busca de

transformações com objetivos afins, sonhar sonhos possíveis e converter os impossíveis

em realidade; não aceitar regras impostas, porem ser firme em lado a lado, estar sempre

em comum união, alertar os sujeitos quanto a possíveis injustiças tanto em família como

na escola ou sociedade.

É por isso e muitos outros motivos que inúmeros profissionais abandonam sua

carreira prematuramente, pois, não é capaz de ir além das limitações, ser curiosos diante

dos devaneios e ansiedades dos atuais.

Ninguém disciplina ninguém. Ninguém se disciplina sozinho. Os homens se disciplinam em comunhão, mediados pela realidade. (FREIRE, 1981, p.79).

Trabalhar coletivamente é o primeiro passo a ser dado pelo educador, pois, a

aprendizagem em grupo acontece com maior agilidade e qualidade também. Portanto,

caminhar a passos largos na direção de enfatizar o caráter, valor moral como grande

estímulo para o crescimento individual e grupal entre os educandos é primordial. A

própria sociedade exige dos cidadãos: firmeza de atitudes, autodomínio e regras de

conduta com hábitos saudáveis e convincentes. Por isso, não há porque os educadores

não reforçar essa tese no âmbito escolar, pois, tais ações fortalecerá a equipe,

oferecendo maior oportunidade de avanço psicológico e intelectual entre pares já que,

vivemos num constante aprendizado e a troca de experiências entre educador e

educando é que reanima e conquista as pessoas para um crescimento total e não parcial.

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CAPÍTULO IV

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

INSTITUCIONAL NO PROBLEMA DE INDISCIPLINA

ESCOLAR

A ação da Psicopedagogia Institucional busca, fundamentalmente, auxiliar no resgate da identidade da instituição com o saber e, portanto com a possibilidade de aprender. A reflexão sobre o individual e o coletivo traz a possibilidade da tomada de consciência e da inovação através da criação de novos espaços de relação com a aprendizagem. (ESCOTT, 2001, p. 07).

Diante desta proposta, a psicopedagogia institucional será um suporte dentro das

instituições de ensino, pois ela intervém nos problemas escolares com a finalidade de

solucioná-los ou evitá-los.

Por ser uma área voltada para intervenção das dificuldades de aprendizagem,

muito contribuirá para o trabalho de indisciplina escolar já que, muitos alunos evadem

e/ou abandonam a escola devido barreiras detectadas em sua vida estudantil

(aprendizagem mal resolvida). Assim como possibilita intervenção com um olhar

voltado para a solução das deficiências na aprendizagem, tal campo é capaz de realizar

também diagnóstico e intervenção relacionada à conduta alterada de determinados

alunos por realizar estudos amplos em psicologia, e, em se tratar de comportamento

humano, é necessário grande conhecimento na área psicológica, e a psicopedagogia se

encarrega de estudar as duas áreas, ou seja, psicologia e pedagogia. Portanto, essa

junção facilitará o trabalho do educador que, de certa forma se sente impotente no

enfrentamento a tal questão sem apoio de especialistas como o psicopedagogo,

psicólogo, psiquiatra, etc.

“O termo prevenção, no presente ensaio, assim como no vocabulário corrente na psicopedagogia, refere-se à atitude do profissional no sentido de adequar as condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimento nesse processo. A partir da análise cuidadosa dos fatores que podem promover, como dos que podem comprometer o processo de aprendizagem (motivo de exaustivos estudos da área), o psicopedagogo elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo-função primeira da psicopedagogia.” (BOSSA, 2000, p.33).

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Os profissionais na área da psicopedagogia institucional deverão trabalhar de

forma cautelosa tanto no resgate às deficiências de aprendizagem como nas relações

professor-aluno, levando em consideração os processos metodológicos que muito

podem informar o educando como deformá-lo devido às informações mal interpretadas

e/ou metodologias que não atendam suas necessidades.

“A interalização se trata de um processo mediante o qual se concretiza esta reorganização de uma função psicológica desde o plano inter-psicológico ao plano intra-psicológico.” (BAQUERO, 1998, p.47).

A realização de ações externas que cada ser humano interpreta ao seu tempo de

modo é considerado plano inter-psicológico, já as ações internas, são denominadas

intra-psicológicas.

É através desta junção que o ser humano organiza seu pensar, com visão

diferente de mundo e das pessoas com o qual interage. Eis o motivo, do qual se

considera o pensamento e linguagem como dois fatores característicos do ser humano. É

por meio da linguagem que o ser humano se comunica, desabafa, tira dúvidas... porém,

quem comanda toda ação da linguagem é o pensamento: ele é o responsável pelos

sonhos, frustrações, dificuldades e facilidades com o aprender constante, é líder das

emoções, conquistas e derrotas.

Diante disto, torna-se fácil entender como as perguntas e respostas caminham

lado a lado e que o indivíduo não obtém “sucesso” sem que antes seja “derrotado”. Fica

evidente que após o problema de aprendizagem e até mesmo desvio de conduta é que o

ser humano faz uma reavaliação das ações e superam os obstáculos que outrora

enfrentara.

“Não nos surpreende que as crianças em desvantagem social e educacional também considerem mais difícil juntar recursos necessários para superarem deficiências neuro-cognitivas. Os alunos com dificuldade de aprendizagem normalmente usam as áreas em que são mais fortes para compensarem áreas de fraqueza, de estímulos e apoios em casa têm bem menos áreas de recursos as quais recorrer”. (SMITH C. E STICK L., 2001, p.31).

O ambiente familiar e escolar do indivíduo tem tudo a ver com seu

desenvolvimento intelectual. Portanto, é necessário entender as dificuldades de

aprendizagem de uma forma geral, já que, se esses ambientes não forem acolhedores,

animadores como também estimulantes ao ponto de oferecer plena confiança ao

educando, obviamente ele será privado de desenvolver-se tanto no âmbito escolar,

familiar, como em sociedade.

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Estudos revelam que, estudantes atualmente desestimulados de freqüentar a

escola, com deficiência de aprendizagem, vivem em lares conflituosos. Compete aos

pais proporcionar aos filhos um ambiente favorável e aprazível para a prática de

atividades, e até mesmo auxiliá-los na realização das mesmas, pois, essa atitude eleva a

auto-estima dos educando, aumentando também suas expectativas com relação a

aprendizagem.

Tendo a escola como um lugar de construção de conhecimento, é necessário que

tais especialistas a tornem em um ambiente prazeroso, não simplesmente visando o

aprender por aprender, mas o aprender através da ressignificação das relações de

aprendizagem na escola, podendo assim colaborar na convivência familiar e em

sociedade.

“A análise, leitura e a tarefa psicopedagógica em relação à prevenção dos problemas de aprendizagem, deve ser assim, sobretudo institucional coletiva”. (ESCOTT, 2001, p. 202).

Orientar os psicopedagogos com relação às pesquisas voltadas para um trabalho

coletivo, conduz os mesmos a uma melhor compreensão no que se refere a qualidade de

atividades que deverão ser aplicadas cotidianamente, motivando assim, a auto-criação,

organização e redirecionamento tanto nos trabalhos em grupo como individuais,

desfavorecendo a indisciplina e/ou baixo-estima dos educandos.

“A metodologia do trabalho, a abordagem e tratamento, enfim a forma de atuação se vai tecendo em cada caso, na medida em que a problemática aparece. Cada situação é única e requer do profissional atitudes especificas em relação àquela situação. Ao considerar essa condição, isto é, cada sujeito e seu caso específico, seja no espaço do clínica ou da instituição, o trabalho assume essa configuração clínica.” (BOSSA, 2000, pg. 85)

Neste caso, é necessário repensar se a metodologia aplicada está atendendo às

necessidades de cada indivíduo no sentido de que haja progressão no processo ensino-

aprendizagem.

Diante disto, é preciso respeitar o tempo de desenvolvimento do ser humano,

pois, sabemos que seu desempenho depende também da influência do meio em que vive

como: família, escola e sociedade e, nada melhor para o desenvolvimento da

aprendizagem do que conhecer com afinco o passado do indivíduo, já que se o lado

afetivo e/ou emocional se encontra abalado, sua aprendizagem também fica

comprometida. Assim sendo, a instituição escolar deve adotar prática de intervenção

psicopedagógica preventiva para que quando deparar com tais situações, sejam ágeis

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quanto às práticas metodológicas, pedagógicas e psicológicas, obtendo assim, êxito no

ensinar-aprender.

“Nas instituições escolares e assistenciais é comum o diagnóstico psicopedagógico ser realizado por uma equipe profissional interdisciplinar. Cremos ser importante ressaltar que, qualquer que seja o seu nível, essa atuação não deveria se constituir numa coletânea de pareceres, por mais qualificados que sejam os especialistas”. (WEISS LEME, 1987, p.84).

Como o diagnóstico com relação à dificuldade de aprendizagem é de suma

importância para o bom desempenho profissional, se faz necessário também um estudo

mais profundo para melhor compreensão e explicação do problema de in(disciplina)

numa visão total e completa do ser humano. Eis aí a relevância do termo

interdisciplinaridade: através deste teor é que surge a possibilidade de um trabalho mais

amplo voltado diretamente para o cidadão cuja conduta é alterada tanto dentro da

instituição escolar, como na família e sociedade geral.

A dimensão e o crescimento dos problemas existentes sobre indisciplina escolar

é preocupante e levam tanto os professores como psicopedagogos à relação de que todo

trajeto feito em um diagnóstico sobre o tema abordado não deve ser analisado

simplesmente como a identificação de sintomas e aí sim, tornar possível as pesquisas

sobre o evidente remédio para , no mínimo amenizar a dor vivenciado por inúmeros

educadores, pais e sociedade empenhada e envolvida no processo.

Sou convicta de que o trabalho do psicopedagogo institucional é voltado para a

prevenção de problemas da aprendizagem, porém, como educadora e estudante tenho

certeza de que onde há indisciplina a aprendizagem não acontece com sucesso. Sinto

preocupação com o crescimento assustador do número de alunos com fracasso escolar

e/ou evasão. Afinal, não é um bom sinal: são evidências de que algo vai mal em nosso

sistema de ensino levando a descontentar vários educadores que desenvolvem seu

trabalho com afinco. Tal situação é desagradável e frustradora tanto para educadores

quanto para educandos. Portanto, acredito piamente na posição do psicopedagogo frente

à esta problemática tanto dentro da escola como família e sociedade geral, pois sua ação

é de caráter preventivo e, visando melhores condições de ensino-aprendizagem através

da prevenção, este leque estenderá, já que, a possibilidade de interferência quanto ao

comportamento humano é visível. É óbvio que não deve confundir psicologia escolar

com psicopedagogia. Portanto, compete ao psicopedagogo juntar o útil ao agradável, ou

melhor, é o que já vem acontecendo em muitas escolas: o professor trabalha como

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mediador do conhecimento conselheiro, investigador sobre o passado do ser humano

para melhor compreensão sobre o presente.

Tal coleta de informações deverão ser feitas minuciosamente, com muita

precaução quanto ao resgate das instruções passadas e/ou vivenciadas pelos indivíduos

dotados de condutas “anormais” a fim de evitar frustrações tanto para educandos como

educadores especialistas em psicopedagogia, pois a luta em questão, tanto dentro como

fora da escola centra-se único e exclusivamente em situações mais práticas e agradáveis

quanto ao ensinar/aprender.

“A família é colocada como principal responsável pelo fracasso dos alunos, não sendo questionadas pelos professores, as condições materiais de vida dessas famílias nem a sua participação nas relações sociais de produção que são os que determinam, em última instância, as possibilidades de assistência aos filhos.” (DORNELES, 1987, p.264).

Diante disto é necessário que os educadores trabalhem cautelosamente com a

clientela alvo (os alunos), onde, todos falem a mesma língua, respeitando e valorizando

acima de tudo, as condições materiais de vida de cada cidadão, como também a

bagagem de conhecimento que cada um traz consigo.

Neste caso, assim como a disciplina é necessária, é preciso mudança no ensino-

aprendizagem, impedindo com isso, a reprodução de valores subentendidos nos

conteúdos trabalhados em sala de aula. O que deve ser evitado é o trabalho

desvinculado à realidade dos educandos, pois na tentativa de transmitir valores, os

educadores correm o risco de expressar preconceito diante de algumas características

dos alunos estabelecidas pelas condições reais vividas por eles.

A escola deve-se adaptar à realidade do educando e jamais ser estanque em um

único sistema, mas por outro lado, não pode ser tão liberal, pois assim, reproduz a

estrutura e mudança de comportamento do indivíduo, favorecendo tanto os detentores

de poder aquisitivo quanto os menos favorecidos... Já que o problema em questão não é

vivenciado simplesmente por seres de classe baixa e, sim, o maior índice de conduta

desviada está dentro das camadas sociais dominantes (elite).

Com isso, fica evidente a importância da parceria entre família e instituição

escolar, já que o êxito ou fracasso do aluno dependo do coletivo: professor, escola, pais

e alunos, citado nos capítulos anteriores. Visando interesse comum, é necessário união e

persistência no enfrentamento ao assunto.

“É com o desempenho, alterado pelas diversas variáveis que o psicopedagogo trabalha e por isto é indispensável que nos questionemos sobre as relações entre competência e desempenho e processo cognitivo.” (CRESPO, 1987, p.334).

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É a atuação sempre inovada e/ou modificada do profissional em psicopedagogia

que faz a diferença dentro da instituição escolar, pois é através da aptidão que surge

novas idéias e capacidade de transmitir o que já sabe e avançar nas pesquisas sobre o

impreciso.

Essa parceria eleva o atuante em seu campo profissional e, com o intuito de

realizar um trabalho voltado para a investigação, estudo mais amplo sobre o

desempenho do profissional nessa área que se faz necessário dedicar à leituras

diferenciadas com a finalidade de descobrir ainda mais sobre a contribuição da área

acima na questão de indisciplina tanto escolar como em outro ambiente, já que a

aprendizagem depende da conduta de cada indivíduo.

Competência, desempenho e processo cognitivo devem ser parceiros

inseparáveis diante do trabalho exercido, já que um necessita do outro para que atinjam

objetivos afins.

“A organização da intervenção psicopedagógica em nível institucional tem início onde, através de um olhar, alimentado por esse campo de conhecimento, é possível identificas as dificuldades, os obstáculos, relações e possibilidades dos sujeitos envolvidos na instituição.” (ESCOTT, 2001, p.311).

Portanto, é fundamental um diagnóstico preciso das necessidades de

aprendizagem de cada um dos estudantes como também um programa de seqüências de

atividades referentes aos conteúdos, ou seja, diferentes das realizadas na sala regular.

Deve ser ressaltado o estabelecimento de metas a curto prazo, um cronograma

bem definido, garantindo assim, a promoção dos alunos no fim do ano.

A chave é montar um grupo de apoio pedagógico para acelerar a aprendizagem

daqueles que ainda estão com maior dificuldade, sem deixar de dar atenção ao restante

da turma (daí porque todo o trabalho necessita ser bem planejado e com definição clara

de funções, tanto para os professores regentes como para a equipe pedagógica

institucional).

Organizar para redefinir tarefas é permitir que todos progridam corretamente, e

acabar com o ciclo de estagnação é imprescindível para evitar a evasão. Para que isso

aconteça é preciso inovar no sentido de empregar novas estratégias, pois, variar o

cardápio de modo a apresentar desafios apropriados para cada estudante é primordial, já

que, o ensino-aprendizagem acontece com êxito quando o educador dedica seu tempo à

“aulas diferentes e individualizadas”.

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“Os inimigos da complexidade geralmente tem medo da confusão do todo que há em tudo e vice-versa... [mas] A verdadeira complexidade é saber que nós somos um e outro, inseparavelmente.” (PETRAGLIA, 1999, p.84 e 85).

Diante disto, é necessário maior confiança e expectativa na clientela que lidamos

constantemente, levando em consideração que, apesar da desorganização relativa à

desigualdade social, todos eles (os educandos), são dotados de elevada competência,

precisando então, de um grupo de apoio que os auxiliem a superar obstáculos,

conduzindo-os a enxergar o mundo por diversos ângulos, fazendo com que percebam

suas potencialidades e o que a instituição escolar, a família e sociedade exige de cada

ser humano.

Através dessa ótica, o indivíduo perceberá qual o caminho que possa lhe

conduzir a um futuro promissor: se o da complexidade ou da ingenuidade. Afinal, o

atual perfil de cidadão, desejado pela instituição escolar e sociedade geral não é aquele

estagnado e/ou acomodado, mas, aquele sujeito à transformações à diferenciações e

inovações. E para que os educandos se preparem mediante as mudanças exigidas pelo

mundo moderno, se faz necessário um novo perfil de educador para atender o

desconhecido modelo de aprendiz que de antemão se encontra sobre a responsabilidade

do mediador do conhecimento – (professor).

“O descobrimento do homem que somos não é precisamente um ato intelectual, uma experiência afetiva que dificilmente será expressa em palavras. Ao descobrir o homem que sou terei descoberto o outro como ele é.” (SALTINI, 1997).

Quando se coloca a escola no foque da discussão, observa-se a responsabilidade

que a mesma tem na formação dos educandos, não como mera reprodutora de

conhecimentos e sim, como fornecedora de mudanças quanto ao conhecimento afetivo,

pois, é através do vínculo harmonioso entre a equipe docente, discente, familiar e social

é que o processo cognitivo se torna superior.

Não é permitido ao ser humano, vedar os olhos frente aos problemas alheios, já

que somos totalmente dependentes um do outro em todos os estágios de nossa

sobrevivência, ainda mais quando se trata do ensino-aprendizagem: se não vejo no

outro, parte de mim, qual será minha contribuição para o seu desenvolvimento

intelectual e afetivo? É necessário observar com precisão o dilema de cada indivíduo,

analisando assim, de forma próxima, a vivência e convivência de cada indivíduo a fim

de adquirir uma percepção mais ampla do outro, respeitando-o como ele é, tentando

auxiliar-lhe no que for preciso, através do relacionamento e diálogo mútuo.

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A reciprocidade é dever do cidadão comprometido com a educação, pois,

implica na troca de experiências na descoberta de valores, responsabilidades e, acima de

tudo no reconhecimento do indivíduo como ser diferente no sentir, pensar, agir e que,

no entanto, é digno de respeito.

Estou do seu lado na tristeza, no medo, no sofrimento, na perda, no terror, na agonia, na dor e na alegria. Não tenho nenhuma expectativa a que você precise corresponder. Eu amo você tal qual você é, e estou ao seu lado, independente do que você escolhe ser. (CHOPICH, 1994, p. 38).

Essa é a postura do profissional que não mede esforços para ver os discentes

crescerem tanto afetivamente como intelectualmente.

O ser atual necessita de maior atenção, pois, seu lado emocional/psicológico se

encontra comovido talvez, pelas incertezas, vida familiar desequilibrada, dificuldade em

socializar-se, óbice na aprendizagem enfim, não conseguimos enumerar os empecilhos

que impedem, de certa forma, os cidadãos a levarem uma vida feliz. Isso é fato e ao

boato, portanto, não custa nada e rende muito aceitar o outro como ele é com suas

indiferenças como também, docilidade e vontade de vencer. Estar lado a lado com as

pessoas, independente da situação que doravante se enfrenta é um gesto bonito e

compensador já que, ultrapassamos o caos da pós-modernidade e, diante disso,

inúmeros sentem-se impotentes para prosseguir e até mesmo acompanhar a evolução

tecnológica que, direta ou indiretamente desnorteia aqueles receosos à mudanças.

Com isso, é preciso ter mais a oferecer do que a cobrar e, só procede assim quem

verdadeiramente ama, pois, somente o amor supera os obstáculos e é capaz de

ultrapassar qualquer barreira.

Ensinamos nossos alunos em todos os níveis porque pretendemos construir em suas mentes alicerces epistemológicos (porque a escola é uma unidade aonde se vai para aprender, e é para isso que os alunos a procuram), profissionalizantes e sociais. Por essa razão todo professor, além de ser um especialista nos conteúdos que leciona, precisa saber como se processa a aprendizagem na mente humana e quais estratégias podem garantir uma aprendizagem significativa. (ANTUNES, 2001, p.59).

Diante desse conceito, vimos a responsabilidade atribuída a cada profissional

comprometido com uma educação qualitativa. Se antes o educador precisava ser artista

para dar conta do recado em sala de aula, atualmente, mais ainda, caso contrário, ele cai

no esquecimento e, ocupando seu lugar vem a tecnologia com seu avanço assustador.

A educação só tornará interessante a partir do momento que os profissionais

conscientizarem que, para cada indivíduo é necessário métodos e técnicas diferentes,

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pois todo ser difere do outro no seu modo de sentir, pensar, agir e aprender: eis o

enorme mistério universal.

Seria preciso ensinar princípios de estratégia que permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu desenvolvimento, em virtude das informações adquiridas ao longo do tempo. É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza. (MORIN, 2000, p.16).

É através das imprevisões cotidianas que ampliamos nosso saber: o correto é dar

asas à imaginação na expectativa de obter respostas imprecisas e inovadas tangendo

continuamente por um futuro surpreendente para todos os seres que anseiam por dias

melhores, pessoas mais solidárias e monos egoístas, igualdade social, respeito mútuo,

etc. entre cidadãos criativos, críticos e reflexivos, o impossível inexiste, ou seja, não faz

parte do vocabulário de pessoas capacitadas e inovadoras. Esse deve ser o tema de

todos.

A educação é a arte de ensinar às pessoas o conhecimento necessário para sobreviver em sociedade. Consiste na transmissão, sistematizada, ou não, dos conhecimentos e valores construídos pela humanidade ao longo dos tempos. Implica dois fatores interdependentes: a informação e a formação. A informação é o conhecimento de que todos precisam estar de posse para viver bem ou mesmo pra sobreviver, com saúde, civilidade, respeito ao próximo. A formação é a reflexão que fazemos sobre a informação, pois, esta precisa ser atualizada e contextualizada continuamente. (PENA, 1995, p.17).

Somos cientes que educar é transformar a natureza humana em produto da

cultura. Caso não existisse a educação, seríamos como os irracionais, eis o elevado

apreço da Psicopedagogia Institucional no processo ensinar-aprender. A interação

professor-aluno, aluno-sociedade dependerá não só do vínculo familiar mas, da

intervenção de profissionais qualificados e convictos sobre a importância do bom

comportamento para uma educação significativa.

Diante disso, percebemos que a intervenção continua sendo o melhor remédio

para amenizar não só as deficiências quanto à leitura, mas, o desvio de conduta também

já que, indivíduos indisciplinados nem sempre alcançam êxito como aqueles que

procedem melhor tanto dentro quanto fora do âmbito escolar.

As estimativas com relação à alteração de comportamento prosseguem com

ciência comprovada de que a primeira instituição responsável pela educação de crianças

e jovens é a família, a segunda é a escola. Portanto, compete aos profissionais dar as

mãos na interferência ao problema em pauta para melhor informação e formação da

clientela alvo.

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Já se disse que as grandes idéias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao estrepito de impérios e nações, no discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem. (ALVES, 2000, p.28).

“Ninguém” não é capaz de fazer absolutamente nada pelos necessitados mas, a

partir do pressuposto de um “ser humano”, o mesmo é dotado de competência para

transformar almas e corações, basta a expressão “querer” e, pautado nesse desejo

convém ao Psicopedagogo imbuir-se de ânimo e otimismo, considerando o fato como

real, porém, jamais impossível de ser solucionado dando assim maior ênfase ao tema

exposto. Afinal, o tema: amar sempre, desistir jamais, deve com exclusividade, fazer

parte do cardápio do profissional sonhador com uma educação renovada e qualificada:

daí o enorme encargo atribuído do Psicopedagogo Institucional.

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CAPÍTULO V

PESQUISA DE CAMPO

ENTREVISTA COM PAIS, PROFESSORES, ALUNOS,

ESPECIALISTAS (PSICÓLOGA E ASSISTENTE SOCIAL)

A realização da pesquisa se deu através da análise de questionários compostos

por questões objetivas, com a participação de pais, professores, alunos do Ensino

Fundamental, Psicóloga e Assistente Social. Foram distribuídos a mesma quantidade de

questões para cada integrante.

Esse levantamento de dados se deu na Escola Municipal Joaquim de Mendonça,

por mim, autora deste trabalho, no dia 28 de Julho de 2007, no período de 9:00 às 10:00,

onde, os participantes deixaram o local após a realização da atividade em pauta.

Os dados coletados foram avaliados a partir de critérios específicos para a

elaboração do trabalho monográfico, com análise paralela e reflexão entre estes e as

pesquisas realizadas em outras fontes como: internet, livros diversificados, artigos de

jornais e outros.

Os principais teóricos que favoreceram e enriqueceram este trabalho foram:

Celso Vasconcelos, Içami Tiba, Cíntia Freller, Escott, Bossa e outros.

Durante nossa conversa, a especialista (assistente social) explicou como é

realizado seu trabalho no dia-a-dia: minha função está voltada para coordenação de

programas, controle de bolsa-família, estudos sociais, visitas domiciliares... deixou

explícito que quando a solicitam para colaborar no que diz respeito à in(disciplina),

sempre se prontifica pois, tem conhecimento de que a chave principal dessa

problemática é a desestrutura familiar e, em se tratando de casos que envolvem a

dinâmica, digo, familiar, é difícil de serem solucionados devido depender da

intervenção de outros profissionais e/ou outras instituições e órgãos, sendo então

encaminhados de acordo com a demanda que requer.

Disse que sua relação com a sociedade se fundamenta na ética, responsabilidade

e compromisso. Portanto, quanto ao problema de indisciplina, vê enorme desinteresse

dos envolvidos, independente da classe social, já que tal mudança depende do querer, ou

seja, acontece de dentro pra fora, e na maioria dos casos, o indivíduo omite essa

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interalização, dificultando assim, a mudança de conduta. É fundamental que as pessoas

tenham consciência de seus direitos e deveres para que possam usufruir destes de forma

mais plena, esclareceu a assistente social.

Dentre os alunos entrevistados, vários disseram que se sentem enaltecidos ao

comentar sobre o comportamento dentro e extra-classe e, que por outro lado, não

entendem a conduta dos colegas que dizem estudar por obrigação, atrapalham o

desempenho da turma, deixam os educadores irritados... pois, através do respeito mútuo,

limite e responsabilidade é que conseguimos ampliar nosso saber, explicaram eles.

Porém, resta-nos lutarmos pelos nossos objetivos, já que o estudo é o passaporte

principal na garantia do ingresso no mercado de trabalho e torcer para que os colegas

tidos como “in(disciplinados) venham mudar de procedimento, vindo seguir a mesma

linha de pensamento a fim de que obtenham êxito na vida estudantil, familiar, social e

profissional.

Conversando com os alunos de conduta alterada foram unânimes em suas

afirmações: estudam por motivação dos pais, não costumam realizar as atividades

dentro e extra-classe, que ainda não pararam pra pensar sobre a importância do estudo,

nem o que possa lhes acontecer com a falta dele (o estudo).

Disseram ainda que na rua aprendem muito mais pois, os educadores não

ensinam nem admitem que fumem e bebam em sala. Já fora do âmbito escolar, podemos

“curtir” a vida sem ouvir reclamações de terceiros, falaram eles.

Ao questionar sobre a preocupação de seus pais quanto à aprendizagem,

disseram que eles não interferem, pois não adianta, cada ser é um ser e escolhe o melhor

pra si, e essa escolha já fizemos. Acrescentaram ainda que eles (seus pais) são

ultrapassados, não entendem de curtição, e jamais deixarão de freqüentar baladas,

grupos de amigos que bebem, fumam, picham e usam alucinógenos para freqüentar a

escola.

Os pais deixaram claro que dialogam bastante com os filhos a fim de evitar

constrangimentos tais como: serem chamados à escola devido reclamações de

professores sobre o comportamento alterado dos mesmos; observam muito suas relações

com os colegas, alertando-os quanto às companhias que possam trazer-lhes futuros

problemas como também, orientam sobre as causas e conseqüências acarretadas pelos

vícios: tabaco, bebida alcoólica e outros que possam denegrir a imagem dos seres

humanos, independente da idade e/ou poder aquisitivo.

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Afirmaram (os pais), por unanimidade que o diálogo é a peça fundamental para

uma conscientização mais ampla, quando se trata do relacionamento entre famílias,

educandos, educadores e sociedade em geral.

Infelizmente o depoimento de alguns professores foram surpreendentes pois,

segundo eles, sempre sonharam e sonham com um ensino de qualidade, porém, são

barrados a isso devido a subordinação de terceiros, como também, a transferência de

responsabilidade concedidas pelos pais que, ao sentirem impotentes e até mesmo

acomodados no que diz respeito à educação dos filhos, acabam cedendo um fardo

pesado, acarretando assim, enorme desgaste físico e psicológico ao educador.

Os mesmos foram transparentes no comentário sobre o bom relacionamento com

os educandos e, apesar do avanço tecnológico, ainda usam métodos tradicionais, ou

melhor, unem o útil ao agradável, e acaba dando certo. Procuram inovar sempre quanto

às metodologias de ensino, diversificam bastante suas aulas mas, nem sempre os alunos

correspondem as expectativas dos mesmos. Assim afirmou duas professoras

entrevistadas: “sempre sonhei com essa profissão desde criança, porém, atualmente, a

cada ano que passa, minha frustração é maior. Estou sentindo-me impotente pra

prosseguir nesta área já que não só os pais transferem tal responsabilidade, mas, a

própria escola, o sistema”, enfim, são “NS” os fatores que sobrecarregam o educador,

vindo a cobrar do mesmo aquilo que não é sua função.

É necessário abdicar da tendência de utilizar modelos meramente transpostos de

outros contextos para psicologia institucional e constituir um espaço à pesquisa de

novas técnicas dentro da instituição.

Segundo a mesma, o problema em pauta sempre existiu e sua tendência é

aumentar ainda mais dentro das camadas sociais altas (elite), mas, é necessário que

quem procurar ajuda esteja disposto a se ajudar, sendo submetido assim, à sessão de

anaminézia do histórico de vida e em seguida passar por outros tipos de sessões

semanais, dando, portanto continuação ao processo terapêutico, com compromisso no

cumprimento de data e horário determinado pelo terapeuta.

Ressalva: é importante lembrar que não só este tratamento, mas em qualquer

outro, as reações, causas, conseqüências, estão mais voltados para cada ser, como este

percebe o mundo e como ele se propõe a interagir nele. Disse ainda da complexidade de

lidar com a mente humana, mas que existe regras básicas que servem para todos e

funciona como todos os neuróticos – “(nós)”, já que somos classificados como

neuróticos e psicóticos. Portanto, todo aquele que não necessita de intervenção

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hospitalar por longo período e consegue viver bem na realidade vivida por todos,

conseguem sobressair bem no mundo, seguindo as mesmas regras como: representar a si

e ao próximo; acreditar em si mesmo; saber reconhecer os próprios erros e se propor a

mudar.

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CONCLUSÃO

Diante do exposto deduz-se que a elaboração de projetos pautados no tema

constitui-se num elemento orientador cujos objetivos são assumidos, coletivamente pela

comunidade escolar em cada unidade de ensino.

Outro elemento importante é que a questão de indisciplina escolar só obterá total

respaldo com uma plena organização do trabalho pedagógico, pois, ela contribui para

que o corpo docente identifique suas necessidades de qualificação (avanço nas

pesquisas) sobre o assunto em vista, o que, sem dúvida influencia a melhoria do ensino-

aprendizagem.

Uma ação dessa natureza implica sérias e consistentes mudanças no

comportamento de crianças e adultos, tanto dentro quanto fora do âmbito escolar.

Entretanto, sabemos que são necessárias algumas condições objetivas para que

esse coletivo se articule em prol da causa.

Entre essas condições, julgamos ser a coordenação pedagógica o espaço

adequado para encontros sistemáticos do corpo docente, discente, família e sociedade

em geral, no qual os professores, alunos e demais envolvidos possam analisar o

problema e propor alternativas para conversão radical de procedimento e uma nova

qualidade na educação.

Defendemos que é importante existir, nas escolas um espaço no qual a

discussão, a reflexão e a problematização sobre o desvio de conduta resulte no

crescimento individual, como também, na construção de uma comportamento

equilibrado e saudável, vindo do trabalho coletivo da ação docente e demais

comprometidos e que tenha como conseqüência a sua avaliação e/ou resultado constante

mudanças e atualização numa perspectiva transformadora.

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ANEXOS

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Questionário para os Alunos

1 – Você estuda por prazer ou por que é obrigado a isso? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 – Quanto às atividades, você tenta mantê-los em dia ou não? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 – Você já pensou sobre a importância de estudar? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 – Quais os benefícios que o estudo pode lhe oferecer? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 – E seus pais, eles se preocupam com sua aprendizagem ou não interferem em sua

vida escolar?

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Questionário para os Pais

1 – Você mantém diálogo com seu filho em casa?

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2 – E quanto às atividades de seu filho, você as observa quando ele chega em casa?

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3 – Como é o comportamento de seu filho em casa? O que você acha do comportamento

dele?

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4 – Como é o relacionamento entre vocês?

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5 – Você costuma observar as atitudes de seu filho tanto em casa quanto em outro

lugar?

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Questionário para Assistente Social

1 – Como é realizado seu trabalho no cotidiano?

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2 – Como é sua relação com a sociedade em geral?

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3 – Existem casos difíceis de resolver e/ou tidos como insolúveis. Você tem deparado

com alguns desses? Comente.

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4 – A quem é encaminhado os casos que você não consegue solucionar? Explique.

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5 – Como Assistente Social, deixe uma mensagem àqueles que tanto necessitam de sua

ajuda.

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Questionário para Psicóloga

1 – Você gosta do que faz?

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2 – Como são realizadas as sessões de tratamento no cotidiano?

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3 – Como costumam reagir os pacientes, de um modo geral, durante a realização de

tratamento?

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4 – Em sua área, você tem deparado com casos tidos como insolúveis?

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5 – Lidar com a mente humana é complexo, não podemos negar. Faça um breve

comentário a respeito.

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Questionário para os Professores

1 – Você gosta da profissão que exerce?

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2 – Como é o seu relacionamento com os alunos?

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3 – Como professor (a), você já deparou com alunos que tenham comportamento

estranho? Comente.

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4 – Você tem muito diálogo com seus alunos?

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5 – A tecnologia avança sem cessar. Como é realizada as atividades pelos alunos tanto

em sala de aula como extra-classe?

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