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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE MARIA APARECIDA TRINDADE DE ALMEIDA ORIENTADOR (A) PROF: CELSO SÀNCHEZ POSSE – GO 2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A DEGRADAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

MARIA APARECIDA TRINDADE DE ALMEIDA

ORIENTADOR (A)

PROF: CELSO SÀNCHEZ

POSSE – GO

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A DEGRADAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

POSSE – GO

2008

Monografia apresentada como exigência de conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Educação Ambiental de Maria Aparecida Trindade de Almeida.

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DEDICATÓRIA

A Deus, fonte de luz e sabedoria em minha vida,

pois somente através de suas bênçãos é que tudo se

torna possível.

Aos meus pais, Salvador e Elzi pelo dom da vida,

do amor, da orientação e razão de eu existir e hoje ser

uma vencedora.

Ao meu esposo Gilson pelo companheirismo,

compreensão e apoio em todos os momentos.

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AGRADECIMENTO

Ao Professor Orientador Celso Sànchez por sua

atenção durante a execução deste trabalho.

Aos meus pais, Salvador e Elzi, pela confiança e

apoio durante toda a minha caminhada...

Ao meu esposo Gilson pelo incentivo, apoio e

encorajamento.

Aos colegas que me inspiram para sempre prosseguir

a diante.

Aos amigos que compartilharam de perto minhas

conquistas e vitórias confiando sempre em meu trabalho

como educadora.

A todos, que direta ou indiretamente contribuíram para

que esse trabalho se finalizasse.

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.

“A educação faz um povo fácil de ser liberado, mas difícil

de ser dirigido; fácil de ser governado, mas impossível de ser

escravizado”.

Henry Peter.

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RESUMO

Na atualidade, a Educação Ambiental enfrenta as dificuldades, que se

apresentam devido às políticas nacionais e os paradigmas educacionais. A educação

bancária, definida como mera transmissão do conhecimento do professor, em que o

aluno é sujeito passivo, ou seja, não cabia ao aluno refletir a respeito do conhecimento,

bastava sua mera reprodução. Com a educação libertadora, proposta por Paulo Freire,

o aluno passa a ser considerado como um sujeito ativo, como agente transformador. De

acordo com a educação libertadora ensinar é estimular o aluno a identificar e resolver

problemas. Neste caso o professor deve fazer parte do grupo e não apenas transmitir

conhecimento.

Refletir sobre essas duas fases da educação é importante para analisar como o

ensino de Educação Ambiental tem sido veiculado na prática escolar, procurando

trabalhar de forma agradável no cotidiano da escola e ainda examinar

responsabilidades individuais e coletivas.

Sob esses aspectos é importante salientar que o Brasil vem buscando

regulamentação de uma legislação ambiental, ao mesmo tempo em que procura

consolidar uma educação que sustente essas preocupações. No entanto, os caminhos

adotados parecem ser limitados pela organização da escola, pelo planejamento das

atividades cotidianas, pelo despreparo para compreender a Educação Ambiental e a

necessidade da interdisciplinaridade. Como política de representação, o currículo é luta

por definir e representar certas concepções de conhecimento e de cultura que têm

como intenção produzir sujeitos e condutas específicas. Como prática discursiva, o

currículo define papéis, autoriza e desautoriza determinadas representações do mundo,

hierarquiza conhecimentos, valoriza certos sujeitos, temas, grupos sociais e suas

formas de vida e excluem outros tantos.

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METODOLOGIA

Pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas

principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento

pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a

realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade

regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e

planejados pela busca de um conhecimento, é a atividade científica pela qual

descobrimos a realidade. Partimos do pressuposto de que a realidade não se desvenda

na superfície. Sempre existe o que descobrir na realidade, equivalendo isto a aceitar

que a pesquisa é um processo interminável, intrinsecamente processual. É um

fenômeno de aproximações sucessivas e nunca esgotáveis, não uma situação

definitiva, diante da qual não haveria o que descobrir. DEMO (1987 p. 23).

Pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas

de informações escritas, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de um

tema, Biblio = livro grafia = descrição, escrita.

Pesquisa bibliográfica é a busca de uma problematizacão de um projeto de

pesquisa a partir de referencias publicadas, analisando e discutindo as contribuições

culturais e cientificas. Ela constitui uma excelente técnica para fornecer ao pesquisador

a bagagem teórica, de conhecimento, e o treinamento cientifico que habilitam a

produção de trabalhos originais e pertinentes. A pesquisa bibliográfica procura aplicar

os conhecimentos adquiridos baseados em referências teóricas. CERVO e BERVIAN

(2002).

A metodologia a ser aplicada vem de encontro à necessidade de uma análise

bibliográfica, acompanhamento de pesquisas já realizadas que possa contribuir para o

desenvolvimento desse estudo. O método será o indutivo proposto pelos empiristas

Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Consideram que o conhecimento é fundamentado na

experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a

generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações

particulares levam à elaboração de generalizações buscando compreender em nossa

experiência e através de análise bibliográfica como o uso da informática no processo de

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ensino-aprendizagem contribui para a inserção do educando no mundo atual e o papel

do orientador educacional nesse processo. A bibliografia até aqui estudada será básica

na argumentação sem, contudo, deixar a possibilidade de consultar novas bibliografias.

“... Os argumentos dedutivos ou, estão corretos

ou incorretos, ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão ou,

quando a forma é logicamente incorreta, não a sustentam de forma alguma;

portanto, não há graduações intermediárias. Contrariamente, os argumentos

indutivos admitem diferentes graus de força, dependendo da capacidade das

premissas de sustentarem a conclusão. Resumindo, os argumentos indutivos

aumentam o conteúdo das premissas, com sacrifícios da precisão, ao passo

que os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir

a ‘certeza’” (LAKATOS et MARCONI, 1991, p.57,58).

Nos últimos 20 anos a questão ambiental tem sido problematizada em termos

globais e de acordo com BRUGGER (1994), isto ocorre devido a dois motivos: ao alto

poder destruidor da sociedade industrial e pelo fato de que todos pertencemos à “aldeia

global”, sendo todos afetados com o desequilíbrio do planeta. O efeito estufa é um dos

exemplos mais citados quando esta questão é retratada.

GUIMARÃES (1995) coloca que é necessário o exercício da práxis na EA, pois

apenas a ação gera um ativismo sem profundidade, enquanto que a reflexão gera uma

imobilidade que não cumprirá com a possibilidade transformadora da educação. Assim,

a solução seria realizar um verdadeiro diálogo entre a atitude reflexiva e com a ação da

teoria com a prática, ou seja, o pensar com o fazer. Este processo fortalece o homem e

o possibilita interferir na realidade

A seguinte frase de Paulo Freire parece bem apropriada ao conceito exposto:

O homem é um ser de relações. A cultura é o reflexo do processo criativo do

homem e este processo criativo o torna um agente de adaptação ativa e não de uma

acomodação. Essa concepção distingue natureza de cultura, entendendo a cultura

como o resultado do seu trabalho, do seu esforço criador. Essa descoberta é a

responsável pelo resgate da sua auto-estima, pois, tanto é cultura a obra de um grande

escultor, quanto o tijolo feito pelo oleiro. Procura-se superar a dicotomia entre teoria e

prática, pois durante o processo, quando o homem descobre que sua prática supõe um

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saber, conclui que conhecer é interferir na realidade, percebe-se como um sujeito da

história. (FREIRE, 1983).

Assim, a educação, incluindo a EA, para ser efetiva não pode ser algo

verticalizado do tipo educador-educando, mas sim reflexivo, construído, como afirmou

FREIRE (1983): “Deste processo, advém um conhecimento que é crítico, porque foi

obtido de uma forma autenticamente reflexiva, e implica em ato constante de desvelar a

realidade, posicionando-se nela. O saber construído dessa forma percebe a

necessidade de transformar o mundo, porque assim os homens se descobrem como

seres históricos”.

GUIMARÃES (1995) finaliza o raciocínio da seguinte forma:

“Confirma-se na EA o lema: “agir localmente e

pensar globalmente ressaltando-se que este agir e pensar não devem ser

separados, mas constituem a práxis da EA que atua consciente da globalidade

que existe em cada local e /ou indivíduo, consciente de que a ação local e /ou

individual agem sincronicamente no global, superando a separação entre local

e global, entre individuo e natureza, alcançando uma consciência planetária

que não é apenas compreender, mas também sentir-se e agir integrado a esta

relação: ser humano / natureza; adquirindo assim, uma cidadania planetária”.

Educação Ambiental é uma forma de educar e aprender, tendo como objetivo o

próprio meio ambiente em que vivemos e a melhoria da qualidade de vida. A Educação

Ambiental inclui estudos de problemas ecológicos e regras de conservação da

natureza, ao mesmo tempo em que desenvolve tópicos de outras matérias, buscando e

aplicando toda aprendizagem no próprio ambiente que envolve a classe. Através da

Educação Ambiental você fará descobertas valiosas, compreenderá melhor o meio em

que vive e passará a admirá-lo e protegê-lo mais.

Segundo o Diário O Popular Via Internet de 26/01/2005

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“Os principais agentes causadores da degradação

do solo, segundo a ONU, são pastejo excessivo, descuido das práticas de

conservação do solo e desmatamento sem critérios técnicos”. No que diz

respeito ao desmatamento, dados da Embrapa, de 1996, informam que as

florestas tropicais estão reduzidas a 44% de sua área original e que o Brasil

está entre os países que mais desmatam suas florestas no mundo. O solo é

um dos recursos naturais mais duramente castigados pelo desmatamento

desordenado. As queimadas, quando praticadas em larga escala, retiram os

nutrientes do solo, desprotegendo e diminuindo sua fertilidade e

proporcionando as erosões. Estas, por sua vez, causam assoreamento de rios,

lagos e represas, causando as inundações. As erosões podem ser

classificadas em dois tipos. Hídrica: causada pelas chuvas. É a forma mais

comum de erosão. Geralmente ocorrem pelo uso inadequado do solo, como

desmatamento e superexploração do solo. Pode evoluir para voçorocas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12.

CAPÍTULO I importância da inserção da Educação Ambiental nos currículos

escolares. 15.

CAPÍTULO II como a tecnologia pode ajudar na preservação do meio ambiente 31.

CAPÍTULO III as políticas de proteção Ambiental; os problemas atuais e as

perspectivas futuras e alguns meios para restaurar a degradação. 37.

CONCLUSÃO 56.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58.

ANEXOS 64.

FOLHA DE AVALIAÇÃO 77.

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INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho monográfico é Educação Ambiental e a degradação do

meio ambiente. A questão central desse estudo é saber se os inúmeros problemas que

dizem respeito ao meio ambiente, devem em parte ao fato das pessoas não serem

sensibilizadas para a compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da

gestão dos recursos naturais. O tema sugerido é de fundamental importância, pois o

homem contemporâneo vive profundas dicotomias, dificilmente se considera como um

elemento da natureza, mas sim como um ser à parte, um observador, explorador e

dominador da mesma. Esse distanciamento fundamenta suas ações tidas como

racionais, mas cujas conseqüências graves exigem dos homens, nesse final de século,

respostas filosóficas e práticas para acabar com o antropocentrismo e o etnocentrismo.

A Educação Ambiental Crítica está, dessa forma, impregnada da utopia de mudar

radicalmente as relações que conhecemos hoje, sejam elas entre a humanidade, sejam

entre a natureza.

Consideramos que a Educação ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é

um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de

vida, tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação

humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de

sociedades socialmente equilibradas, que conservam entre si relações de

interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidade individual e coletiva em

níveis local, nacional e planetário.

A aprendizagem ativa é um componente vital para os Programas de Educação

Ambiental, pois oferece motivos que nos levam a reconhecermos como parte integrante

do meio em que vivemos.

Diante da degradação contínua dos ecossistemas por meio das atividades

antrópicas e de seus efeitos na qualidade ambiental e na sobrevivência do homem no

planeta, faz-se necessário aprofundar conhecimentos nas causas e efeitos e assim

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contribuir de forma significativa como cidadão e como educador desenvolvendo hábitos

e atitudes, conscientizando e sendo conscientizado.

São, portanto objetivos desde trabalho contribuir para o desenvolvimento de

competências, mudanças de comportamento, necessidade de participação e

desenvolver nos leitores a consciência, levando-os a compreender que os problemas

causados ao ambiente são devidos à ação do homem e incentivá-los a buscar práticas

para a solução destes problemas.

• Deixar claro que: a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas

reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional;

• Demonstrar a importância da inserção da Educação Ambiental nos

currículos escolares;

• Saber como a tecnologia pode ajudar na preservação do meio ambiente;

• Conhecer as políticas de proteção ambiental;

• Conhecer os problemas atuais e as perspectivas futuras;

• Conhecer os meios para restaurar a degradação.

Desenvolver o senso crítico é a maneira mais fácil e menos impactante de

acabar com o poder devastador dos apelos promocionais dos que querem ter o povo

em suas mãos apenas para vender mais sem terem de se preocupar com a qualidade e

com as constantes agressões ao meio ambiente. Sem este senso crítico desenvolvido,

não há como opinar. É preciso inserir a Educação Ambiental em nosso cotidiano,

embasar as comunidades exploradas e manipuladas para que estas possam opinar,

criticar e se organizar para reivindicarem seus direitos.

Os problemas ambientais de nosso tempo são frutos de um contínuo processo de

degradação. Alguns destes problemas não possuem mais “conserto”, mas podemos

desenvolver soluções amenizadoras. Para que as gerações futuras não sofram com os

degrados causados pelos maus gestores urbanos e ambientais devemos dar voz ativa

aos futuros cidadãos do planeta azul. Se as crianças crescerem com participação

gradual nas decisões políticas da sociedade em que habitam, estarão assim se

tornando pessoas críticas e respeitadas. A partir do momento em que a “linha de frente”

de nosso país for decidida de seus objetivos, seja no plano ambiental, econômico ou

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político estará dado o primeiro passo para o cumprimento do lema “Ordem e

Progresso”. Afinal, “devemos tomar consciência de que não herdamos a Terra de

nossos pais, mas a emprestamos de nossos filhos”. Uma criança que cresce submissa,

assim será até o final de sua vida. Precisamos de pessoas que saibam questionar e

não aceitar de pronto, que reclamem seus direitos com embasamento para que possam

sustentar argumentos impactantes.

A consciência maior da necessidade de “fazer algo” para a superação do

problema é questão social e é preciso mudança de valores e atitudes da humanidade

diante da natureza indefesa.

No primeiro capítulo trataremos da importância da inserção da Educação

Ambiental nos currículos escolares de acordo com a obra de Mauro Guimarães,

Michèle Sato, Parâmetros em ação meio ambiente na escola e outros.

No capítulo dois, discutiremos como a tecnologia pode ajudar na preservação do

meio ambiente embasado na obra de E. O. Wilson.

No terceiro capítulo demonstraremos as políticas de proteção ambiental; os

problemas atuais e as perspectivas futuras e alguns meios para restaurar a degradação

baseado nas s obras de Genebaldo Freire Dias, Roberto Armando Ramos Aguiar, E. O.

Wilson e outros.

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CAPÍTULO I

IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS

CURRÍCULOS ESCOLARES

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade

muda”...

Paulo Freire.

O ambiente escolar constitui um espaço extremamente privilegiado para o

desenvolvimento da Educação Ambiental – EA, possibilitando a realização de inúmeros

estudos na área, como por exemplo, a análise da percepção ambiental pelos atores e

comunidades, a organização de projetos envolvendo a comunidade escolar e do

entorno da escola no sentido de diagnosticar e propor soluções, para minimizar os

problemas ambientais das mesmas.

Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente – 1996 (CONAMA) a EA é um

processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência

crítica sobre as questões ambientais e de atividades que levem a participação das

comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.

A inserção da Educação Ambiental nas escolas ocorreu a criação dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), por meio dos temas transversais. Porém,

existem dúvidas sobre a capacidade das escolas em compreender suas propostas,

assim como apresentarem motivação ou metodologia para executá-las (BIZERRIL e

FARIA, 2000). De acordo com PCN – Meio Ambiente – a principal função do trabalho

com o tema é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem

e atuarem na realidade sócio-ambiental de um modo comprometido com a vida, com o

bem estar de cada um da sociedade local e global. Para tanto, a escola deve propor a

trabalhar com atitudes, formação de valores, habilidades e procedimentos promovendo

a pesquisa constante na busca de novas descobertas, informações e soluções, tanto

pelo professor como pelo aluno. A educação tem que resgatar a dimensão da pesquisa,

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no sentido de ensino acompanhado de pesquisa como recurso didático (PAOLI, 1990,

citado por SANT’ANNA, 1998).

Para que isso seja possível à integração da Educação Ambiental na escola deve

fazer parte do currículo escolar.

Sob esses aspectos é importante salientar que o Brasil vem buscando

regulamentação de uma legislação ambiental, ao mesmo tempo em que procura

consolidar uma educação que sustente essas preocupações. No entanto, os caminhos

adotados parecem ser limitados pela organização da escola, pelo planejamento das

atividades cotidianas, pelo despreparo para compreender a Educação Ambiental e a

necessidade da interdisciplinaridade. Como política de representação, o currículo é luta

por definir e representar certas concepções de conhecimento e de cultura que têm

como intenção produzir sujeitos e condutas específicas. Como prática discursiva, o

currículo define papéis, autoriza e desautoriza determinadas representações do mundo,

hierarquiza conhecimentos, valoriza certos sujeitos, temas, grupos sociais e suas

formas de vida e excluem outros tantos.

Silva (1999) citado por Dutra (2006) sugere que essas categorias rompem com

idéias conservadoras sobre o currículo, quais sejam concepções de currículo como

grade, lista ou repertório de conhecimentos fixos, naturais e desinteressados que

devem ser transmitidos aos alunos. O currículo é, antes de tudo, uma fabricação social

caracterizada por um processo de concorrência entre diferentes interesses que

objetivam produzir e fortalecer aqueles conhecimentos sociais e culturais que entendem

serem os mais válidos, os mais importantes a serem oferecidos aos estudantes.

Enquanto uma dimensão cultural, o currículo é entendido como um artefato

disputado, em que grupos, sujeitos e instituições que participam dessa disputa desejam

materializar, certos aspectos da cultura considerados, por eles, importantes, corretos, e

normais. Dutra (2006) chama atenção para o fato de que hoje em dia percebe-se que

vários grupos como empresas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), mídia,

governo entre outros, disputam os currículos escolares. Eles atuam propondo material

de trabalho, projetos, manuais e outros, mas há um “gargalo”, pois, quando os

professores entram em contato com esses discursos e procuram utilizar suas

recomendações em sala de aula, cria-se na verdade um tipo de Educação Ambiental,

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esporádica, limitada a datas comemorativas, denominada “currículo turístico”. Mas já

acontecem fora dos limites das escolas, atividades que visam fortalecer o currículo da

Educação Ambiental. Para Dutra (2006):

“A luta para dar conta da transformação deste tipo de currículo envolve entendê-

lo como uma produção humana que se configurou a partir de certos pensamentos, de

certas necessidades sociais. Assim o currículo é uma produção, precisamos entender

que ele pode ser novamente produzido e transformado. No entanto, essa

transformação, exige no mínimo, a transformação dos modos como se compreendem

os currículos”.

Para transformar um currículo deve-se questionar qual política cultural deseja-se

implantar, quais vozes se querem privilegiar, sempre admitindo que o currículo seja

lugar de produção e fabricação de discursos, representações e significativos (GARCIA,

s/d).

Em 1997, por ocasião da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e

Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade (Unesco -

Tessalônica, Grécia) , definiu-se como um meio de trazer mudanças de

comportamentos e estilos de vida, para disseminar conhecimentos e desenvolver

habilidades na preparação do público, para suportar mudanças rumo a sustentabilidade

oriundas de outros setores da sociedade.

Minini (2000) mostra que a Educação Ambiental é um processo que consiste em

propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar

valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e

participativa, a respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada

utilização dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da

pobreza extrema e consumismo desenfreado.

Para que a idéia de incorporar a abordagem das questões ambientais e a

valorização da vida na prática educacional se transformasse numa realidade, várias

iniciativas foram tomadas por organizações governamentais e não-governamentais

sensibilizadas pelo tema.

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Em 1968, a Unesco realizou um estudo comparativo, respondido por 79 países,

sobre o trabalho desenvolvido pelas escolas com relação ao meio ambiente. Nesse

estudo, formularam-se proposições que depois seriam aceitas internacionalmente, tais

como:

ð A Educação Ambiental não deve se constituir numa disciplina;

ð Por “ambiente” entende-se não apenas o entorno físico, mas também os

aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos inter-relacionados.

Em 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano,

realizada em Estocolmo, estabeleceram-se o “Plano de Ação Mundial” e a “Declaração

da ONU sobre o Meio Ambiente Humano” (orientação dos governos). Os 113 países

assinaram esta declaração cujo artigo 19 diz: "é indispensável um trabalho de educação

em questões ambientais, visando tanto as gerações jovens, como os adultos,

dispensando a devida atenção aos setores menos privilegiados, para assentar as bases

de uma opinião pública bem informada e de uma conduta responsável dos indivíduos,

das empresas e das comunidades, inspirada no sentido de sua responsabilidade,

relativamente à proteção e melhoramento do meio ambiente em toda a sua dimensão

humana".

Foi nessa conferência que se definiu, pela primeira vez, a importância da ação

educativa nas questões ambientais, o que gerou o “Programa Internacional de EA”,

consolidado em 1975 pela Conferência de Belgrado.

Em 1977, na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi

(na CEI, Geórgia), definiram-se os objetivos da EA e o ensino formal foi indicado como

um dos eixos fundamentais para conseguir atingi-los. Nessa conferência definiu-se a

Educação Ambiental como “uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação,

orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente por intermédio

de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada

indivíduo e da coletividade.” (Unesco, IBAMA, 1997)

Em 1987, na Conferência Internacional sobre Educação e Formação Ambiental,

convocada pela UNESCO e realizada em Moscou, concluiu-se pela necessidade de

introduzir a EA nos sistemas educativos dos países.

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A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi definiu, em

1977, como princípios de EA a ser desenvolvida nas escolas:

- considerar o meio ambiente em sua totalidade: em seus aspectos natural e construído,

tecnológicos e sociais;

- constituir um processo permanente e contínuo durante as fases do ensino formal, no

qual os indivíduos e a comunidade formam consciência do seu meio e adquirem o

conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os

torna aptos a agir;

- aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área,

de modo que se consiga uma perspectiva global da questão ambiental;

- examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional

e internacional;

- concentrar-se nas questões ambientais atuais e naquelas que podem surgir, levando

em conta uma perspectiva histórica;

- insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para

prevenir os problemas ambientais;

- promover a participação dos alunos na organização de suas experiências de

aprendizagem, dando-lhes a oportunidade de tomar decisões e aceitar suas

conseqüências;

- estabelecer, para os alunos de todas as idades, uma relação entre a sensibilização ao

meio ambiente, a aquisição de conhecimentos, a atitude para resolver os problemas e a

clarificação de valores, procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os

problemas ambientais existentes na sua própria comunidade;

- ajudar os alunos a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;

- ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a

necessidade de desenvolver o senso crítico e as atitudes necessárias para resolvê-los;

- utilizar diversos ambientes com a finalidade educativa e uma ampla gama de métodos

para transmitir e adquirir conhecimento sobre o meio ambiente, ressaltando

principalmente as atividades práticas e as experiências pessoais.

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Uma das principais conclusões e proposições assumidas em reuniões

internacionais é a recomendação de investir numa mudança de mentalidade,

conscientizando os grupos humanos da necessidade de adotar novos pontos de vista e

novas posturas diante dos dilemas e das constatações feitas nessas reuniões.

A problematizacão e o entendimento das conseqüências de alterações no

ambiente permitem compreendê-las como algo produzido pela mão humana, em

determinados contextos históricos, e comportam diferentes caminhos de superação.

Dessa forma, o debate na escola pode incluir a dimensão política e a perspectiva da

busca de soluções para os problemas ambientais.

A solução dos problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais

urgente para garantir o futuro da humanidade e depende da relação que se estabelece

entre homem/natureza, tanto na dimensão coletiva quanto individual.

Essa consciência já chegou à escola e muitas iniciativas têm sido tomadas em

torno dessa questão, por educadores de todo o país. Por essas razões, vê-se a

importância de incluir Meio Ambiente nos currículos escolares como Tema Transversal,

permeando toda prática educacional. É fundamental, na abordagem, considerar os

aspectos biológicos e, principalmente o modo de interação do ser humano com a

natureza, por meio de suas relações sociais, do trabalho, da ciência, da arte e da

tecnologia.

Nos anos 70 em ritmo de "milagre econômico". Contrariando as tendências

internacionais de proteção ao meio ambiente, o regime militar deu sustentação para o

crescimento econômico a qualquer custo, sem nenhuma preocupação ambiental. Isto

abrangia alguns megaprojetos, como Usina Nuclear de Angra, no Estado do Rio, a

Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a Transamazônica e o Projeto Carajás, na Amazônia. Em

resposta, o Brasil recebeu uma onda de críticas, do Exterior 0 governo colocou-se na

defensiva, espalhando a opinião de que a defesa do meio ambiente seria uma espécie

de conspiração das nações desenvolvidas para impedir o crescimento do país. Mesmo

mantendo esta Posição defensiva, em 1972 o Brasil mandou uma delegação oficial a

Estocolmo, para a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano. Enquanto

isso, de acordo com o relato do biólogo e professor Paulo Nogueira Neto, o governo

estadual goiano lançava uma campanha na mídia para atrair indústrias, mesmo que

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poluentes, com imagens de chaminés soltando fumaça e o título: "Traga sua poluição

para Goiás" o que incitou ainda mais protestos internacionais. Mas, no fim da

Conferência de Estocolmo, o Brasil assinou, sem restrições, a Declaração da ONU

sobre o Meio Ambiente Humano.

Importante ressaltar que durante a década de 1970 os movimentos mundiais em

defesa do meio ambiente se fortaleceram e incentivaram a realização de encontros

internacionais, intergovernamentais e interinstitucionais. Estes eventos discutiram e

questionaram o modelo atual de desenvolvimento econômico político e social em

relação à apropriação e devastação dos recursos naturais. Uma estratégia consensual

presente nos documentos resultantes destes eventos foi educar os cidadãos visando

um desenvolvimento menos excludente e mais justo que, na década de 80, passou a

chamar-se de desenvolvimento sustentável, que em consonância com o advento da

ciência ecológica, surgem críticas à educação tradicional e às teorias tecnicistas que

visam a formação de indivíduos eficientes e eficazes para o mundo do trabalho. Não há

uma preocupação de proporcionar um conhecimento sistêmico e abrangente que

contemple a nova situação do aprendiz como cidadão participante deste momento

histórico. O entendimento do homem em relação ao próprio homem, sua conexão com

a natureza, com o universo e com sua sobrevivência, apontam para uma mudança do

paradigma educacional.

Nesse período, a EA junto com a Ecologia caminhavam juntas na tentativa de

implementar ações prevencionistas, conservacionistas e educativas. Nessa caminhada

existem dois marcos: a Presidência da República criou a Secretaria Especial de Meio

Ambiente (SEMA) em 1973, dentro do Ministério do Interior, convidando o professor

Nogueira-Neto para comandá-la. Foi o primeiro órgão nacional do meio ambiente. Entre

as atribuições, havia o controle da poluição e a Educação Ambiental, que tentou "somar

recursos" propondo parceria com os demais órgãos de governo. Assim, para a área de

Educação Ambiental, estabeleceu contato com o então Ministério da Educação e da

Cultura, o que resultou na definição de que Educação Ambiental poderia constar no

currículo, mas não como matéria, o que Nogueira-Neto traduziu como sendo uma

“atitude compreensiva, não extrusiva” e a promulgação da Constituição Federal de 1988

com um capítulo inteiro dedicado ao Meio Ambiente. A Educação Ambiental está

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prevista na Constituição Federal no art. 225 § 1º inciso VI: "promover a educação

ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação

do meio ambiente":

Capítulo VI

Do Meio Ambiente

Art. 225. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo

ecológico das espécies e ecossistemas;

II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e

fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e supressão

permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a

integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente

causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto

ambiental, a que se dará publicidade;

V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e

substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a co

conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou

submetam os animais à crueldade.

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§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio

ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público

competente, na forma da lei.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão

os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º - A Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-

Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na

forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,

inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por

ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização

definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

É considerada uma das legislações mais avançadas do mundo em relação a

abordagem de questões ambientais, essa Constituição se destaca por criar a

obrigatoriedade da E.A em todos os níveis de ensino sem que ela seja tratada como

disciplina isolada. Mais recente, foi instituído o Programa Nacional de Educação

Ambiental (PRONEA), que acabou culminando com a formulação e promulgação de

uma legislação específica para a E.A. e uma Política Nacional de Educação Ambiental

(abril de 1999) – Lei 9795/99. Essa Lei tramitou por quase 5 anos no Congresso e é na

prática uma regulamentação do inciso VI do artigo 225 da Constituição, o que acaba

por consolidar antigos anseios debatidos entre educadores como:

INTERDISCIPLINARIDADE - A EA deve estar presente em todos os níveis de

ensino, como prática educativa integrada, não se constituindo em disciplina específica.

A inclusão do tema transversal Meio Ambiente nos currículos, é um passo

significativo que incentiva a Educação Ambiental no ensino formal e está em

consonância com as recomendações e tratados internacionais, que consagraram que a

Educação Ambiental possibilita um “modo de ver o mundo em que se evidenciam as

inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e

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manutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva contribui para

evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do ser

humano, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade e da eqüidade.”

(PCN Temas Transversais- 5ª a 8ªséries, 1998 p:201)

Por sua vez os PCNs e o tema transversal Meio Ambiente assinalam que “a

questão ambiental impõe às sociedades a busca de novas formas de pensar e agir,

individual e coletivamente, de novos caminhos e modelos de produção de bens, para

suprir necessidades humanas, e relações sociais que não perpetuem tantas

desigualdades e exclusão social, e, ao mesmo tempo, que garantam a sustentabilidade

ecológica. Isto implica um novo universo de valores no qual a educação tem um

importante papel a desempenhar.” (PCN Temas Transversais- 5ª a 8ªséries,1998,

pág.180)

De uma forma geral a Educação Ambiental pode ser entendida como “uma

ferramenta privilegiada para o estabelecimento de um novo contrato com a natureza

baseado em uma conscientização mais profunda, tanto dos elementos que compõe o

meio ambiente, onde o homem passe a ser encarado como um elemento chave do

contexto ambiental, quando da necessidade de ver o meio ambiente como condição

maior da vida” (PCNs Vol. 9)

Foi através da criação do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA)

aprovado na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano em

Estocolmo (1972) que, pela primeira vez reconheceu oficialmente a importância da

ação educativa para as questões ambientais. A partir daí, as outras conferências como

Belgrado (1975), Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Rio-92 (1992), ratificaram esse ideal,

defendendo o ensino formal como um dos eixos essenciais para que a Educação

Ambiental pudesse ser viabilizada, insistindo para que fosse incluída nos sistemas

educativos de todos os países.

A forma como a Educação Ambiental foi incluída nos PCNs, principalmente em

seu volume 9, reconhece que a escola assume um papel fundamental na formação de

cidadãos ativos e responsáveis, resgatando valores essenciais como a ética,

fraternidade e respeito da vida em geral. Devido a abordagem holística e integradora da

Educação Ambiental ela é trabalhada de forma mais sensível nos PCNs, através da

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proposição do MEIO AMBIENTE como tema transversal (PCNs volume 9). A

legitimação dessa transversalidade implícita na temática ambiental representa um

passo essencial para que a Educação Ambiental não continue a ser erroneamente

pensada e reduzida na escola a mais uma disciplina da grade curricular pertencente a

Biologia. Os problemas ambientais não se restringem apenas à proteção da vida, mas a

qualidade da mesma. Desse modo, a distribuição desigual de renda, a injustiça social

generalizada decorrente do modelo de desenvolvimento adotado, a corrida biológica, o

individualismo crescente e os desafios da pluralidade cultural que hoje caracterizam o

mundo globalizado também são encarados como ambientais.

A escolha do MEIO AMBIENTE como um dos seis temas transversais foi definida

de acordo com quatro critérios básicos.

• Urgência social;

• Questões de abrangência social;

• Possibilidade de ensino (aprendizagem na educação fundamental);

• Favorecimento da compreensão da realidade e da participação

social (tomada de posicionamento frente às questões que interferem na vida

coletiva) (PCNs vol. 9, p:23).

Levando em conta esses critérios, não fica difícil entender o porquê dessa

inclusão, tendo em vista a gravidade das questões ecológicas com relação ao momento

em que vivemos e a urgência de formar uma consciência sensível às mesmas para

garantir a sobrevivência da humanidade.

Como formas de inserção no ambiente escolar, considerando inclusive o projeto

educativo de cada escola, os PCNs destacam que por meio da Educação Ambiental se

ensina e se aprende, que essa prática é um elemento indispensável para transformação

da consciência ambiental e que pode levar a mudanças de comportamento, valores e

atitudes de cidadania que podem ter importantes conseqüências sociais, que se pode e

se deve estabelecer relações da escola com a comunidade em que se situa.

Mas, a questão ambiental é trabalhada como um conjunto de temáticas que “não

dizem respeito apenas a proteção da vida no planeta, mas também a melhoria do meio

ambiente e da qualidade de vida das diferentes comunidades,” enfatizando o papel

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imprescindível da Educação e da participação popular na resolução de boa parte dos

problemas responsáveis pela crise ambiental, reforçando a necessidade das práticas

em Educação Ambiental de forma espontânea e consciente por parte daqueles que

optam por realizá-las.

Trabalhar de forma transversal significa buscar a transformação de conceitos, a

explicitação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade

cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidadãos mais participantes.

A apresentação do tema transversal MEIO AMBIENTE nos PCNs se dá em 2

partes bem definidas:

1º momento procura-se traçar um histórico resumido das conferências e

reuniões mundiais sobre o tema, onde a Educação Ambiental é apontada

como elemento chave para promover novos pontos de vista e deflagrar

novas posturas diante da problemática ambiental.

2o momento discute-se a pedagogia da Educação Ambiental voltada para o

ensino fundamental em termos de conteúdo, critérios de avaliação, práticas e

orientações didáticas fundamentadas nas observações efetivadas na

primeira parte.

Percebe-se através das sugestões teórico-práticas uma tentativa de evidenciar a

necessidade de se educar os futuros cidadãos brasileiros para que assumam suas

responsabilidades e cumpram sua parte na luta planetária por um ambiente mais

saudável para as gerações atuais e futuras.

Inspirada nos documentos das Conferências de Estocolmo (1972), Tbilisi (1977)

e Rio (1992); a Educação Ambiental é definida nos PCNs como uma proposta

revolucionária, que se bem empregada, pode levar “a mudanças de comportamento

pessoal e a atitudes e valores de cidadania que podem ter fortes conseqüências

sociais.”

Os destaques da segunda parte do documento, referentes à seleção de

conteúdos e orientações didáticas para o trabalho de E.A no ensino fundamental, ficam

por conta dos objetivos a serem alcançados tais como:

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“Conhecimento e compreensão integrada de noções

básicas de meio ambiente; adoção de posturas sustentáveis em casa e na

escola compatíveis com esta compreensão; observação e análise crítica de

fatos e situações ambientais pertinentes ao tema; percepções de fenômenos

de causa e efeito na natureza importante para compreensão do meio ambiente

e seus diferentes ecossistemas; domínio de procedimentos de conservação e

manejo de recursos naturais; percepção e valorização da diversidade natural e

sócio-cultural e identificação pessoal como parte integrante do meio ambiente”

(id. p.53-54).

Os conteúdos relativos a temática ambiental são:

• Ciclos da natureza (enfocando o conjunto de inter-relações e fluxos

presentes na natureza a partir de uma visão sistêmica);

• Sociedade meio ambiente (voltado para o estudo das interrelações

entre grupos humanos e as atividades que desenvolvem num determinado

espaço);

• Manejo e conservação ambiental (de cunho mais prático, voltado

para análise e incentivo de práticas que respeitem o meio ambiente e evitem

desperdícios) – (PCNs – Temas Transversais –MEC – p:203).

Esses são três aspectos das questões ambientais: os blocos não são estanques,

nem seqüenciais, mas aglutinam conteúdos relativos aos diferentes aspectos que

configuram a problemática ambiental. Eles possibilitam de maneira mais consistente

esses determinantes dos vários ambientes, como eles se configuraram e como

poderiam ser modificados.

Entre os conteúdos, os procedimentos merecem atenção especial. Os conteúdos

dessa natureza são aprendidos em atividades práticas. É um “como fazer” que se

aprende fazendo, com orientação organizada e sistemática dos professores. A atuação

nessas atividades favorece tanto as construções conceituais quanto o aprendizado da

participação social. Além disso, constituem situações didáticas em que o

desenvolvimento de atitudes pode ser trabalhado por meio da vivência concreta e da

reflexão sobre ela.

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A partir da inclusão da temática ambiental como tema transversal, os PCNs

ajudam no desenvolvimento da Educação Ambiental no âmbito formal, despertando o

universo escolar para a importância da temática, sublinhando a necessidade de

participação de todos os profissionais na escola , dando sua parcela de colaboração,

sendo o convívio e a própria sala de aula, elementos decisivos para a aprendizagem de

valores sócio-ambientais. É preciso usar a criatividade, adaptar, buscar formas de

melhor atender as demandas de cada realidade escolar.

Ao longo dos documentos, a escola é apresentada não apenas como uma

instituição possuidora de poder com possibilidade de intervenção na sociedade, mas

também como aquela que deve garantir meios de se colocar em prática esse trabalho.

Embora atitudes criativas e individualizadas sejam bem vindas, é fundamental

um investimento sério nessa área, onde equipes interdisciplinares de profissionais

treinados possam atuar junto às escolas trabalhando a partir de suas realidades locais.

A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a

formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade sócio ambiental

de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade,

local e global. Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos, a

escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e

aprendizagem de procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação.

Assim, a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e

coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos apreendam, para que possa de

fato, contribuir para a formação da identidade como cidadãos conscientes de suas

responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria

em relação a ele.

Por outro lado, cabe à escola também garantir situações em que os alunos

possam pôr em prática sua capacidade de atuação. O fornecimento das informações, a

explicitação e discussão das regras e normas da escola, a promoção de atividades que

possibilitem uma participação concreta dos alunos, desde a definição do objetivo, dos

caminhos a seguir para atingi-los, da opção pelos materiais didáticos a serem usados,

dentro das possibilidades da escola, são condições para a construção de um ambiente

democrático e para o desenvolvimento da capacidade de intervenção na realidade.

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O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de ajudar os

alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que

possam assumir posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e

melhoria. Por isso é importante que possam atribuir significados àquilo que aprendem

sobre a questão ambiental. E esse significado é resultado da ligação que o aluno

estabelece entre o que aprende e sua realidade cotidiana, da possibilidade de

estabelecer ligação entre o que aprende e o que já conhece, e também da possibilidade

de utilizar o conhecimento em outras situações. A perspectiva ambiental oferece

instrumentos para que o aluno possa compreender problemas que afetem sua vida, a

de sua comunidade, de seu país e a do planeta.

Muitas das questões políticas, econômicas e sociais são permeadas por

elementos ligados à questão ambiental. Logo, as situações de ensino deve se

organizar de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar

conhecimento sobre Meio Ambiente para compreender sua realidade e atuar sobre

ela, contextualizando o que foi aprendido.

O trabalho com a realidade local possui a qualidade de oferecer um universo

acessível e conhecido, passível de ser campo de aplicação de conhecimento, através

de assuntos mais significativos. Portanto para que os alunos possam compreender a

complexidade e a amplitude das questões ambientais, é fundamental oferecer-lhes

além da maior diversidade de experiências, uma visão abrangente que englobe

diversas realidades, e ao mesmo tempo, uma visão contextualizada da realidade

ambiental, o que inclui, além do ambiente físico as condições sociais e culturais.

É fundamental associarmos processos educativos formais às demais atividades

de luta por qualidade de vida e sustentabilidade. São fundamentais projetos que

articulem o trabalho escolar com o trabalho comunitário buscando conhecimento, a

reflexão e ação concreta sobre o ambiente em que se vive.

O convívio escolar e a própria sala de aula são elementos decisivos na

aprendizagem de valores sócio-ambientais. A dificuldade, no entanto, reside no fato de

que apesar das pistas e orientações oferecidas, os PCN’s definitivamente não oferecem

respostas concretas para efetivação de trabalhos dessa natureza. É preciso usar a

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criatividade, adaptar, buscar formas de melhor atender as demandas de cada realidade

escolar.

Dentro dessa concepção atribui-se à escola o papel de formar cidadãos

participativos do modo como propõe Gadotti &Gutierrez.

“A escola é importante motor de mudança, ela possui os principais atributos para

promover a organização e a comunicação, colocando em prática novas metodologias

de educação comunitária que estimulem hábitos e costumes domésticos e comunitários

que garantam o exercício da cidadania e a melhoria da qualidade de vida”.

Gadotti & Gutierrez (1993).

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CAPÍTULO II

COMO A TECNOLOGIA PODE AJUDAR NA PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Tecnologia (do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que

envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais

criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.

A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia.

Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma

colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais

complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a

dessalinização da água do mar. Freqüentemente, a tecnologia entra em conflito com

algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e

outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas.

Simon (1973), afirma que “tecnologia é o conhecimento de como fazer coisas e

nem todas as coisas que ela nos ensina fazer são feitas” (Simon (1973) p.1110). A

razão para que assim seja segundo afirma o autor, é que as decisões de aplicar uma

tecnologia são feitas em nossa matriz de instituições sociais, desde as famílias, em

suas decisões de consumo até as decisões políticas sobre o uso de fundos públicos

para a exploração de certas possibilidades tecnológicas, passando pelas decisões

privadas de explorar certa via tecnológica. Ou seja, importantes decisões sobre temas

tecnológicos são feitas dentro das estruturas institucionais e por isso Simon (1973)

assevera que é essencial aprender como melhorar os processos de tomada de decisão

de nossas instituições e, assim, promover o uso progressivamente mais judicioso do

conjunto crescente de conhecimento tecnológico de que podemos dispor.

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Se a tecnologia é o conhecimento de como fazer coisas, nem todas as coisas

que ela nos ensina fazer são feitas. E provavelmente não o são porque ainda não

aprendemos a tomar decisões sobre qual uso fazer de nosso conhecimento. Não

aprendemos ainda a promover o uso progressivamente mais sensato do conjunto

crescente de conhecimento tecnológico de que podemos dispor.

Nas palavras de Herrera (1982), o avanço da ciência e da tecnologia colocou a

humanidade frente a uma disjunção que compreende um risco e uma possibilidade.

Herrera refere-se ao risco de uma degradação sem precedentes da qualidade

ambiental, cuja manifestação extrema seria a catástrofe nuclear. A possibilidade a que

se refere fundamenta-se na perspectiva de uma profunda reorganização social, em que

não apenas a melhoria geral das condições de vida das sociedades seria o propósito

último, mas, sobretudo, o alcance do pleno desenvolvimento humano.

“O otimismo tecnológico é a reação mais comum e

mais perigosa as nossas descobertas a partir do modelo do mundo. A

tecnologia pode amenizar os sintomas de um problema sem afetar as causas

subjacentes (...) [e] pode, assim, desviar nossa atenção do problema mais

fundamental: o problema do crescimento num sistema finito”. (Meadows et alii

(1972)).

Além disso, Meadows et alii (1972) também alertavam sobre os riscos que a

tecnologia pode colocar ao ambiente. Discutia-se o fato de que as tecnologias

desenvolvidas e aplicadas com objetivos de aumentar o bem-estar da sociedade, como

as tecnologias agrícolas voltadas para o aumento da produtividade das culturas,

manifestam, com o tempo, efeitos indesejáveis.

As denúncias sobre efeitos indesejáveis de tecnologias como a dos pesticidas

feriam, por certo, interesses das indústrias que se beneficiavam de sua difusão. Feriam,

também, as crenças daqueles que viam na tecnologia a possibilidade de superação de

problemas sérios, como a fome, como é o caso de Norman Borlaug, agrobiologista

americano, “pai” da Revolução Verde e prêmio Nobel da paz em 1970, que afirmou que:

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“A deterioração do ambiente físico não é uma conseqüência inevitável do

progresso humano, mas o resultado de organizações sociais amplamente

baseadas em valores destrutivos” (Herrera et alii (1976) p.8).

A implementação de uma iniciativa em prol do meio ambiente tornou-se uma

prioridade para companhias, de variados portes e segmentos. Entre as diversas

campanhas internas, como a de redução nos gastos de energia, um dos maiores

desafios tem sido a redução do uso do papel.

Em meios corporativos, o volume e a troca de informações levam a uma

produção constante de relatórios, memorandos, fax, notas, artigos e uma variedade de

outros documentos que normalmente são impressos em papel.

Mas, na era da informação digital, as evoluções tecnológicas presenteiam a sociedade

com uma gama de soluções que não apenas reduzem os estragos ambientais como

também aprimoram a eficiência das empresas.

O correio eletrônico (e-mail) é o mais conhecido e reconhecido meio digital de

troca de informação. E, recentemente, ferramentas de software estão cada vez mais

sendo utilizadas dentro de pequenas, médias e grandes empresas.

Muitos processos estão sendo transformados em formato eletrônico e operações

que antes eram feitas em papel passaram a ser otimizadas, economizando tempo e

aumentando a produtividade dos funcionários.

As soluções mais comuns de software para empresas são os servidores de fax,

que reduzem a quase zero o número de fax impressos, e os softwares de

gerenciamento eletrônico de documentos (GED), que capacita as organizações a

gerenciar e utilizar todo seu conteúdo informacional em meio eletrônico.

Por meio dessas e outras soluções em TI, todas as informações necessárias

para realizar atividades nas empresas estarão disponíveis em meio digital. Isso elimina

a necessidade de trâmite de papel, aumentando a velocidade do processo. Além disso,

facilita a comunicação entre os departamentos geograficamente separados na mesma

empresa - o processo fica mais ágil e permite que novas possibilidades de trabalho

sejam abertas.

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Atualmente, com a quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, ficou mais

fácil para as empresas em todo mundo colaborar com o movimento de desenvolvimento

sustentável. Basta utilizar essas tecnologias em favor do meio ambiente e da própria

organização de forma adequada e ambientalmente responsável.

O avanço da tecnologia é apontado como um dos principais responsáveis pelos

grandes males causados à natureza. Não é de se negar que a poluição gerada por

veículos e indústrias e a decorrente contaminação das águas e do ar, atingiram, em

alguns lugares, índices insuportáveis. E, de fato, esse fenômeno decorre,

principalmente, do desenvolvimento tecnológico e do sistema econômico reverenciados

por grande parte da humanidade. Vale lembrar que, por trás das máquinas e do

sistema, existe sempre a mente humana, que pode utilizá-los como lhe convir, para o

bem do próximo e do planeta ou em detrimento dele.

Preservar o “planeta” está na moda. Essa afirmação nos faz acreditar que

definitivamente o homem entendeu o quanto a ação humana é degradante sobre o

planeta. Porém, com uma melhor observação, podemos constatar que na verdade o

que está em jogo é a sobrevivência da raça humana.

Segundo da Veiga (2008, p.A3) “[...] a artificialização que tanto fez progredir a

humanidade, ameaça seus próprios alicerces vitais, como um parasita que põe em risco

a sobrevivência de seu hospedeiro.” Assim, o lema “preserve o planeta” faz sentido,

porque de nada adiantará as tecnologias inovadoras criadas para facilitar a vida da

humanidade, se não existir o principal, que são as condições básicas para se viver.

As campanhas de sustentabilidade também estão por todos os lados. O mais difícil de

julgar são os benefícios que ela pode trazer ao planeta, mesmo porque a Terra já

passou por drásticos impactos ambientais e continua sua rota, porém, podemos dizer

que daqui a alguns anos, a raça humana se extinguirá. Isso é inevitável, mas pode ser

prorrogado.

Estamos assistindo ao homem acabar com as características necessárias para a

sobrevivência dele em um ambiente e, mesmo sabendo o que está acontecendo, há

quem diga que a situação não é drástica.

De acordo com Esty (2005):

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“Todos esses fenômenos aparentemente dispares

têm uma só origem – a escala crescente da aventura humana. Os graus,

escalas, espécies e combinações de mudança que ocorrem agora são

fundamentalmente distintos dos que qualquer outro período da história;

estamos mudando a Terra mais rapidamente do que conseguimos entendê-la.

Vivemos num planeta dominado pelo humano – e a cinética do crescimento

populacional, a par da necessidade de mais desenvolvimento econômico na

maior parte do mundo, afiança que nossa dominação crescerá. [...] O

predomínio do ser humano sobre a Terra significa que não podemos escapar à

responsabilidade de gerir o planeta”. (p.18).

Vivemos um momento em que os problemas ambientais não são assuntos

apenas em rodas de intelectuais. Esses problemas são reais, e causam preocupação à

maior parte da população, que agora começa a entender que o homem em sua busca

desenfreada pelo progresso, criou um monstro, e ele está prestes a engolir todos nós.

Além do mais, toda essa tecnologia produzida dá origem a mais um problema, os

resíduos, que muitas vezes são jogados irresponsavelmente em locais impróprios e nos

trazem mais poluição e insegurança, e normalmente os lugares escolhidos para o

despejo desses materiais são próximos ou até mesmo dentro de rios, assim a água que

é um dos bens mais preciosos da humanidade e é um recurso não renovável corre o

risco de ser contaminada em sua totalidade. A propósito, o que será feito de toda essa

parafernália se ao menos teremos água para beber?

Seria muita presunção de nossa parte pensar que o destino do planeta está em

nossas mãos. Como se um homem pudesse resolver qual o momento mais propício

para a realização e ele acabaria no mesmo instante. Porém, temos ferramentas que

podem ajudar na preservação da vida humana na Terra. Podemos utilizar meios de

locomoção menos poluentes, diminuir a degradação ambiental, consumir menos,

reutilizar mais e, acima de tudo, racionalizar o uso da água. Esta sim tem pouco tempo

de via, por isso devemos utilizá-la de modo racional.

Uma matéria publicada pelo Greenpeace no blog TV BRASIL, diz que o Brasil é

o quarto maior emissor de gás carbônico do mundo, e isso é vergonhoso, já que somos

detentores da maior área da floresta Amazônica, a segunda maior fonte de obtenção de

oxigênio, e ela é essencial para a continuação da vida humana no planeta. Hoje

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existem várias campanhas pela preservação da floresta, mas a propaganda é grande,

mas a ação nem tanto.

Mesmo sabendo que a briga tem mostrado vítimas erradas, devemos lembrar

que várias empresas estão agindo para melhorar o ambiente onde vivemos. Temos

como modelo, uma marca de detergentes que planta árvores para melhorar a qualidade

do ar. Assim ela nos mostra que cabe a cada um de nós preservarmos a vida, seja ela

dos homens ou de nosso planeta, o importante é usar toda essa capacidade criadora

para encontrar um foco de equilíbrio entre a tecnologia e a preservação do meio

ambiente.

Portanto, esta “propaganda de moda” é interessante, mesmo que o risco

iminente seja mascarado ela ajudará na preservação da espécie, que ainda tem muito a

fazer, e também na preservação da biosfera da qual a vida humana é totalmente

dependente.

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CAPÍTULO III

AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL; OS PROBLEMAS ATUAIS

E AS PERSPECTIVAS FUTURAS E ALGUNS MEIOS PARA

RESTAURAR A DEGRADAÇÃO.

"A educação pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional.". 3.1 AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

A busca por políticas públicas de preservação do meio ambiente, bem como o

incentivo à conscientização acerca dos temas ambientais tem se tornado uma das

principais preocupações dos governantes nas três esferas de Poder. O ICMS ecológico

constitui-se como uma ferramenta primorosa para dar ensejo a essas necessárias

novas posturas. Trata-se de instauração de critérios de redistribuição do bolo do ICMS

aos municípios baseada em projetos de proteção e preservação ambiental que

garantam a qualidade de vida local, através de investimentos do Poder Público

municipal na implantação sistemática de obras de saneamento, coleta seletiva e

tratamento de lixo, esgoto sanitário e proteção de áreas de preservação natural. Essa

possibilidade de mudança no critério de repasses está amparada no art.158 da

Constituição Federal, que permite aos Estados definir, em legislação específica, parte

dos critérios para o repasse de recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços – ICMS, que os municípios têm direito. A Emenda Constitucional nº42 de 2003

coloca a defesa do meio ambiente como princípio geral da ordem econômica, prevendo

tratamento diferenciado conforme impacto ambiental de produtos e serviços e de seus

processos de elaboração e prestação. Neste caso a denominação ICMS Ecológico faz

jus à utilização de critérios que focam temas ambientais. Estimula-se a adoção de

critérios base ambientais e sociais para a maior arrecadação para os municípios.

Metas ambientais estão cada vez mais presentes nas agendas políticas dos países,

principalmente daqueles com maior importância mundial. O Brasil tem uma legislação

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ambiental bastante avançada no contexto dos países em desenvolvimento, traduzindo

uma crescente preocupação com o meio ambiente e a percepção de que o crescimento

futuro dependerá das condições ecológicas preservadas. Todavia, atingir metas

ambientais significa, muitas vezes, retirar no curto prazo recursos econômicos de

investimentos produtivos ou aumentar custos de produção presentes. Assim, a garantia

de um meio ambiente saudável exige sacrifícios de curto prazo e gera custos políticos

elevados, uma vez que é difícil para qualquer sociedade assumir esta decisão

intertemporal de sacrificar o presente em troca de um futuro mais sustentável.

Silva (1999) citado por Dutra (2006) sugere que essas categorias rompem com

idéias conservadoras sobre o currículo, quais sejam concepções de currículo como

grade, lista ou repertório de conhecimentos fixos, naturais e desinteressados que

devem ser transmitidos aos alunos. O currículo é, antes de tudo, uma fabricação social

caracterizada por um processo de concorrência entre diferentes interesses que

objetivam produzir e fortalecer aqueles conhecimentos sociais e culturais que entendem

serem os mais válidos, os mais importantes a serem oferecidos aos estudantes.

Enquanto uma dimensão cultural, o currículo é entendido como um artefato

disputado, em que grupos, sujeitos e instituições que participam dessa disputa desejam

materializar, certos aspectos da cultura considerados, por eles, importantes, corretos, e

normais. Dutra (2006) chama atenção para o fato de que hoje em dia percebe-se que

vários grupos como empresas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), mídia,

governo entre outros, disputam os currículos escolares. Eles atuam propondo material

de trabalho, projetos, manuais e outros, mas há um “gargalo”, pois, quando os

professores entram em contato com esses discursos e procuram utilizar suas

recomendações em sala de aula, cria-se na verdade um tipo de Educação Ambiental,

esporádica, limitada a datas comemorativas, denominada “currículo turístico”. Mas já

acontecem fora dos limites das escolas, atividades que visam fortalecer o currículo da

Educação Ambiental. Para Dutra (2006):

“A luta para dar conta da transformação deste tipo de currículo envolve entendê-

lo como uma produção humana que se configurou a partir de certos pensamentos, de

certas necessidades sociais. Assim o currículo é uma produção, precisamos entender

que ele pode ser novamente produzido e transformado. No entanto, essa

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transformação, exige no mínimo, a transformação dos modos como se compreendem

os currículos”.

Para transformar um currículo deve-se questionar qual política cultural deseja-se

implantar, quais vozes se querem privilegiar, sempre admitindo que o currículo seja

lugar de produção e fabricação de discursos, representações e significativos (GARCIA,

s/d).

Vários textos normativos no Brasil mencionam a educação ambiental como meio

de se alcançar o desenvolvimento sustentável. Dispõe a Lei federal N.º 6.938/81

(Política Nacional do Meio Ambiente):

"Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,

melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no

País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança

nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da

comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio

ambiente."

Posteriormente, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 iria

prever a educação ambiental como política pública assecuratória do direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado. Verbis:

"Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização

pública para a preservação do meio ambiente."

Dentro desse contexto, merece destaque a lei federal n.º 9.795, de 27 de abril de

1999, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação

Ambiental e dá outras providências.

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Em seguida, a lei federal n.º 9.985/00, que regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e

VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação

da Natureza e dá outras providências, iria trazer alguns dispositivos sobre educação

ambiental. Vejamos:

"Art. 3º O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é

constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e

municipais, de acordo com o disposto nesta Lei”.

Art. 4º O SNUC tem os seguintes objetivos:

X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,

estudos e monitoramento ambiental;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a

recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações

tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-

as social e economicamente.

Art. 5º O SNUC será regido por diretrizes que:

II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da

sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de unidades de

conservação;

III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação,

implantação e gestão das unidades de conservação;

IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações não-governamentais, de

organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas

científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico,

monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de

conservação;

V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem

e administrarem unidades de conservação dentro do sistema nacional.

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Todos esses dispositivos da lei N.º9.985/00 movem-se, direta ou indiretamente,

para a formação de uma consciência ambiental, através da educação ambiental. Ainda,

percebe-se a preocupação da lei n.º 9.985/00 com a educação ambiental quando

aborda a visitação pública nas diferentes categorias de unidades de conservação. Note-

se que mesmo nos casos de estações ecológicas e reservas biológicas, em que a

visitação pública é proibida, ainda assim será excepcionalmente permitida quando

tenha objetivos educacionais.

Mas, a questão é: o surgimento de uma legislação brasileira favorável à

educação ambiental é fruto da preocupação mundial de proteção ambiental e

desenvolvimento sustentável? Não há dúvidas de que a resposta a esse

questionamento é em sentido afirmativo. O Brasil inseriu-se no contexto internacional

das discussões ambientais, ao longo das últimas décadas, sendo sujeito ativo em

vários encontros internacionais, mas também foi afetado pelas idéias resultantes de tais

discussões.

Pode-se afirmar que, de alguma forma, no Brasil, a educação ambiental se inicia

com a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por D. João VI, ainda em 1808. Há

que se reconhecer, todavia, que tal, nem de longe, se dava dentro da concepção de

educação ambiental que se tem hodiernamente, nem se prestava aos mesmos

anseios.

A verdade é que a necessidade de instalação da educação ambiental brasileira

contemporânea é produto das discussões ocorridas no cenário internacional,

timidamente ainda no século XIX, mas principalmente a partir da segunda metade do

século XX. A legislação nacional de proteção ambiental é um reflexo da circunstância

mundial, vivenciada nas últimas décadas, em que o modelo desenvolvimentista

destruidor da natureza gera uma sociedade de risco, no contexto mais amplo da

sociedade tecnológica capitalista. Como não poderia deixar de ser, também a

legislação de educação ambiental se apresenta como reflexo dessa preocupação

mundial, e se destaca como mecanismo de desenvolvimento sustentável.

Nessa esteira, é forçoso dizer que todas as discussões e encontros

internacionais em matéria educacional ambiental só existiram porque a educação

tradicional não atendia e não atende aos anseios de uma nova sociedade que deve

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preocupar-se com a conservação dos recursos naturais, até mesmo para própria

sobrevivência humana na Terra.

Desde a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente Humano,

realizada em Estocolmo (1972), festejamos o Dia do Meio Ambiente em 5 de junho.

Naquela época, a questão ambiental emergia na agenda de temas mundiais, como

resultado de desastres ecológicos, mas, sobretudo alicerçada em um crescente

movimento social que exigia mudanças no modo de produzir e de consumir. Estávamos

vivendo o final dos "30 anos gloriosos", que se seguiram ao pós-segunda guerra. A

indústria crescia, o consumo se massificava e parecia que os recursos naturais eram

infinitos. O Brasil, em fase desenvolvimentista, não fugiu a esse padrão.

Em 1972, nosso país vivia a febre do "milagre econômico", mas o mercado

consumidor interno já começava a expressar sintomas de saturação. Nossos

representantes em Estocolmo encontraram um cenário interessante: delegados dos

países mais ricos vociferavam contra os danos causados por empresas poluidoras, que

passavam a ser objeto de rigorosa regulação governamental. Nossos dirigentes

econômicos foram, então, pragmáticos: "que venham os poluidores, pois temos a

Amazônia para purificar o meio ambiente; e ainda oferecemos incentivos fiscais aos

que para cá vierem".

Muita água rolou debaixo da ponte, desde então. A crise do petróleo, de 1973,

serviu para confirmar o alerta do movimento ecologista e de uma pequena parcela de

pensadores que estudavam o problema da escassez de recursos naturais.

Não dá para circunscrever as políticas ambientais à fase posterior à Conferência

de Estocolmo. Afinal, os norte-americanos já possuíam parques nacionais desde o

século XIX e mesmo o Brasil já os criava desde os anos 1930. Mas não há dúvida que,

em todo o mundo, houve uma enorme conscientização a respeito da necessidade de se

estabelecer mecanismos para regular a qualidade ambiental e o uso dos recursos

naturais.

Três anos depois dos norte-americanos criarem sua Agência de Proteção

Ambiental, criamos nossa Secretaria Especial do Meio Ambiente, que serviria como

cabeça de um amplo Sistema Nacional de Meio Ambiente, estabelecido por lei federal

em 1981. Desde então, contamos com dispositivos que regulamentam a implantação de

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empreendimentos econômicos (licenciamento ambiental). Em ritmo diferenciado, as

políticas ambientais foram se disseminando para os estados e municípios.

Como um balanço dos últimos anos, podemos afirmar que ampliamos bastante

as áreas legalmente protegidas (parques, florestas nacionais, reservas extrativistas

etc.), embora ainda nos falte muito para conseguir protegê-las, na prática. Com certo

atraso, passamos a lidar com a chamada "agenda azul", que trata das águas. Estamos

lentamente implantando uma política de recursos hídricos que, em outros países, já

está consolidada. E fica faltando encarar a terceira agenda ambiental, que para o Brasil

é a mais desafiante, vista pela ótica social: a "agenda marrom", que diz respeito à

poluição urbana, ao saneamento, lixo e qualidade de vida nas cidades. Com 80% da

população vivendo em cidades ou núcleos urbanos, não teremos justiça social

enquanto não resolvermos tais problemas.

Fizemos muito, nesses 30 anos, mas ainda há muito a fazer. Criamos um

arcabouço institucional e instituímos normas e instrumentos. Mas falta ainda

efetividade. Uma lição importante é que não bastam as chamadas políticas de

"comando e controle", onde o poder público inibe as práticas negativas e pune as

transgressões. Só teremos de fato um desenvolvimento sustentável com mudanças de

comportamento da população. E isso se consegue com EDUCAÇÃO!

3.2 OS PROBLEMAS ATUAIS E AS PERSPECTIVAS FUTURAS

A proteção dos recursos naturais é fundamental para a melhoria de qualidade de

vida das presentes e futuras gerações brasileiras. O primeiro passo é promover a

conscientização ambiental da população, frente aos desafios do novo milênio que se

inicia o que será uma grande tarefa a que deve se dedicar os ambientalistas e

administradores de organismos ambientais, no sentido de orientar e divulgar os

princípios que condicionam a sustentabilidade ambiental dos diversos biomas e

ecossistemas brasileiros. (Brito, 1998)

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Assiste-se atualmente a uma destruição em grande escala das terras para o

plantio, das comunidades florestais, da atmosfera, dos mananciais de água e dos

conseqüentes processos degradadores como: erosão em margens de rios; poluição

industrial; exploração dos recursos naturais; deterioração das condições ambientais;

problemas sanitários; desmatamentos; efeito estufa; aquecimento global; chuva ácida;

buracos na camada de ozônio, enfim uma serie de impactos com amplitude em todo o

mundo.

Os problemas ambientais mencionados afetam todos os espaços da Terra e têm

gerado uma crise ecológica onde as atividades humanas têm grande responsabilidade

nesse processo. Não há duvida de que o modo de vida da maioria das sociedades

modernas, que estabelecem como meta o aumento da produção e do ritmo da

produtividade, representa a causa fundamental. Esses desequilíbrios provocados por

um choque, um “trauma ecológico”, resultante principalmente da ação do homem sobre

a natureza, pode ser considerado um “impacto ambiental” (RIBEIRO, 2006).

Sabe-se que os ecossistemas têm uma incrível capacidade de regeneração e

recuperação contra eventuais impactos antrópicos, mas a agressão causada pelo ser

humano é contínua não dando chance nem tempo para a regeneração do meio

ambiente. Hoje não há nada de mais importante para a humanidade do que

compreender como a natureza funciona. O futuro de nossa sociedade está na

dependência do homem aprender a viver sem danificar a máquina da natureza, a ponto

de ela não poder mais sustentar a civilização.

Graves são as conseqüências da interferência humana no meio ambiente, como:

desertificação, esgotamento das reservas de água potável, a caça e a pesca predatória,

entre outros mencionados anteriormente. Desde quando o Homem começou a conviver

em grandes comunidades, ele alterou a natureza de forma a assegurar a própria

sobrevivência e lhe proporcionar conforto. A agricultura, a pecuária e a construção de

cidades modificaram diretamente a natureza.

A humanidade constitui atualmente uma grande população de mais de 6 bilhões

de indivíduos, que continua crescendo em ritmo acelerado. Segundo estimativas de

alguns demógrafos, a população mundial pode atingir cifra de 8 bilhões de pessoas no

ano de 2100 (AMABIS, 1994). É preciso considerar que a atividade humana sempre

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tem algum impacto negativo sobre o ambiente: matam-se seres de outras espécies

para obter alimento, destroem-se ecossistemas naturais para construir moradias e

eliminam-se os excrementos e lixo muitas vezes nos mares, rios ou solos.

É perceptível que quanto maior for o número de pessoas, maior será a exploração dos

recursos naturais e a produção de resíduos, com poluição da atmosfera, da água e do

solo.

Sabe-se que alguns dos impactos ambientais surgiram quando o homem

começou a fazer novas descobertas como o fogo, a agricultura, a derrubada da madeira

para obtenção de lenha, mas eram impactos ainda pequenos (Idem, 1994).

Superpopulação, desenvolvimento econômico e degradação ambiental são questões

intimamente ligadas. Os modelos atuais de desenvolvimento econômico têm levado a

uma imensa desigualdade social, alem de serem perdulários e altamente poluidores.

Para Guerra e Cunha (2006) a degradação ambiental pode ter uma série de causas,

colocar a responsabilidade no crescimento populacional e, na conseqüente pressão que

esse crescimento proporciona sobre o meio físico é talvez uma posição muito

simplística, pode ser uma causa, mas não a única, nem a principal.

Segundo Guerra e Cunha (2006) apud Morgan, (1986,) o manejo inadequado do

solo, tanto em áreas rurais, como em áreas urbanas, é a principal causa da

degradação. Essas áreas estão mais sujeitas a sofrer degradação do que aquelas com

grande pressão demográfica, levando em conta os riscos da natureza.

De acordo com vários autores a degradação deve ser estudada e analisada levando-se

em consideração a relação de subsistência entre a degradação e seu causador que é a

própria sociedade. Para Brito (1998):

“Conservar o meio ambiente é responsabilidade de

todos nós; e do poder público, nos três planos – federal - estadual e municipal,

e dos cidadãos. É um preceito constitucional. O objetivo é proteger os recursos

naturais para se ter um meio ambiente ecologicamente equilibrado, ajustando-

se os métodos tradicionais na condução das atividades econômicas para não

chegar a uma exaustão dos recursos naturais renováveis, já num processo de

degradação bastante adiantada” (p.34).

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Na realidade, para que o problema possa ser entendido de forma global,

integrada, holística, devem-se levar em conta as relações existentes entre a

degradação ambiental e a sociedade causadora dessa degradação que, ao mesmo

tempo, sofre os efeitos e procura resolver, recuperar, reconstituir as áreas degradadas.

É possível reconhecer que degradação ambiental tem causas e conseqüências sociais,

e os mesmos autores citados acreditam que o poder político com seu descaso está

bastante envolvido, o Manual Global (2002, p.2) relata:

"Estamos em meio ao que pode realmente ser chamado de um despertar da

consciência global em relação às conseqüências em longo prazo do que ainda não é

muito claro, o que, certamente, incluirá uma mudança histórica nas estruturas da

sociedade e dos governos, em níveis multilaterais de envolvimento e comprometimento,

em padrões e gerenciamento de atividades econômicas, e no estilo de vida, direitos e

responsabilidades dos indivíduos."

Guerra e Cunha (2006) “acreditam que existem fatores naturais que tornam as

terras degradadas, entretanto, o descaso das autoridades e da iniciativa privada, em

procurar resolver esses problemas, ou melhor, ainda, em tentar evitá-los, através de

medidas preventivas, é do campo das ciências ambientais e sociais”.

A degradação ambiental no Brasil cresceu muito nas últimas duas décadas. Em

muitas das vezes, resultado de modelos desenvolvimentistas, do descaso e insensatez

do poder público e não conscientização do povo em relação á necessidade de proteção

dos recursos naturais.

Embora o setor ambiental venha sendo estruturado nos planos federal, estadual

e municipal para cumprir preceitos constitucionais, ainda carece de medidas para uma

adoção de estruturas organizativas e de se ter uma previsibilidade do fluxo de recursos

e coordenação descentralizada da política ambiental brasileira (Brito, 1998).

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3.3 ALGUNS MEIOS PARA RESTAURAR A DEGRADAÇÃO

A restauração ambiental é o processo pelo qual são promovidas intervenções,

para a recomposição dos processos funcionais de determinado ecossistema degradado

de modo a retornar ao processo sucessional natural, conforme as condições edáficas e

climáticas de determinado local. A forma mais simples deste processo é o isolamento

de determinada área degradada das intervenções antrópicas, como agropecuária, fogo,

extração de madeira e outras. Em locais onde as condições climáticas propiciam o

desenvolvimento de florestas, onde existem propágulos para o repovoamento da área

(florestas remanescentes) e onde os solos não estão extremamente degradados (como

em áreas mineradas), a própria natureza incumbe-se de retornar aos processos

naturais de recuperação por meio da sucessão vegetal. Este procedimento é

extremamente vantajoso em virtude de seu baixo custo de implantação comparado às

outras técnicas de restauração.

No processo de restauração florestal induzido, a elaboração do desenho do

manejo a ser implantado deve considerar o bioma de domínio, situação de declividade

do terreno, tipo de solo, uso pretérito e atual do solo, drenagem e contenção de

escoamento superficial. Então um padrão pode ser definido, baseado no propósito ao

qual se destina o plantio - recuperação de florestas, plantio adensado e áreas para

consorciamento de espécies nativas e produtivas. O espaçamento depende do sistema

e espécies nativas e produtivas. O espaçamento depende do sistema e espécies a

serem empregadas podem ser definida de acordo com o bioma presente.

Preferencialmente, devem ser empregadas espécies variadas de espécies nativas, não

perdendo de vista que existem diferentes tipos de acordo com o ritmo e exigências de

crescimento:

-espécies pioneiras ou iniciais - são as que surgem primeiro em áreas que estão

se regenerando (borda de florestas e clareira, por exemplo); crescem rapidamente a

pleno sol e a madeira é pouco resistente; estas espécies promovem o sombreamento

inicial para o surgimento de outras;

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- espécies secundárias iniciais - são as que surgem tão logo haja o

sombreamento promovido pelas anteriores. Também crescem rápido e ainda oferecem

condições para o estabelecimento de um sub-bosque composto por plantas rasteiras,

folhagens, arbustos e mudas de outras espécies de crescimento mais lento.

- espécies tardias - são as que surgem após condições de sombreamento denso de

uma área em regeneração; têm crescimento mais lento, geralmente são mais raras e

com madeiras mais densa, muitas delas são conhecidas madeiras de lei ou nobres,

contudo, a escolha das espécies não reflete a realidade na aquisição das mesmas,

muitas vezes o fornecedor de mudas pode ter disponível um numero limitado de

espécies e indivíduos, uma alternativa para a obtenção de mudas é a produção em

viveiros locais, com coleta ou aquisição de frutos e sementes, beneficiamento,

formação e manutenção das mudas, que levam em média quatro meses para estarem

aptas para o plantio no campo.

Recuperação de áreas degradadas

A recuperação de áreas degradadas pode ser definida como um processo de

reversão dessas áreas em terras produtivas e auto-sustentáveis, de acordo com uma

proposta preestabelecida de uso do solo (IBAMA, 1990), podendo chegar ao nível de

uma recuperação de processos biológicos – sendo assim chamada "reabilitação" –, ou

mesmo aproximar-se muito da estrutura ecológica original – "restauração".

Griffith (1986) definiu recuperação como a reparação dos recursos ao ponto que

seja suficiente para restabelecer a composição e a freqüência das espécies

encontradas originalmente. Majer (1989) inclui na sua definição o planejamento e o

trabalho de engenharia e de processos hidrológicos, considerando que a recuperação

envolve os aspectos de qualquer processo que visa à obtenção de uma nova utilização

para a área degradada.

O mesmo autor se refere à reabilitação como retorno da área degrada a um

estado biológico apropriado.

Na ecologia da restauração busca-se restabelecer um ecossistema que ocupava

originalmente um determinado local, através da recuperação de suas funções

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(PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Entretanto, nem sempre é possível o retorno de um

ecossistema degradado à sua condição original, devido, entre outras causas, ao estado

de degradação a que foi submetido.

A recuperação de áreas degradadas é um processo em constante

aprimoramento que exige conhecimento, tecnologia e permanente monitoramento.

Trata-se de criar condições para o restabelecimento de complexas redes de

relações ecológicas entre solo, plantas, animais e microclima, que permitam o

reequilíbrio dinâmico da natureza em áreas hoje desprovidas dessas condições (REIS,

ZAMBONIN E NAKAZONO, 1999). O objetivo maior da recuperação ambiental deve ser

o de buscar restabelecer as estruturas e as funções ecológicas que havia no

ecossistema, antes da degradação (AUMOND, 2003).

Para o IBAMA (1990), a recuperação significa que o sítio degradado será

retornado a uma forma e utilizado de acordo com o plano preestabelecido para o uso do

solo. Implica que uma condição estável será obtida em conformidade com os valores

ambientais, estéticos e sociais da circunvizinhança. Significa, também, que o sítio

degradado terá condições mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico,

desenvolvendo um novo solo e uma nova paisagem. Majer (1989) citado por

Regensbuger (2004) define recuperação como um termo genérico que cobre todos os

aspectos de qualquer processo que visa à obtenção de uma nova utilização para a

área. Inclui o planejamento e o trabalho de engenharia e normalmente, mas nem

sempre, processos biológicos.

De acordo com Reis, Zambonin e Nakazonol (1999) quando se pensa em

recuperação de áreas degradas é fundamental ter o intuito de promover uma nova

dinâmica de sucessão ecológica, onde a área impactada é considerada ponto de

partida para o restabelecimento de novas espécies.

O planejamento ambiental é um processo dinâmico e contínuo, segundo uma

seqüência de etapas: diagnóstico, analise e gestão, que retroalimenta o sistema. A

avaliação é a fase final da etapa de gestão, que determina a revisão do diagnóstico ou

análise de impacto ou a própria gestão cuja definição dos processos contínuos de

controle de empresas é chamada de sistema de gestão ambiental (HAMMES, 2002).

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Segundo Hammes (2002) o planejamento de qualquer atividade melhora a

eficiência do processo. Torna mais claro o início, o meio e a finalização das etapas.

O plano de revegetação de uma área degradada deve ser a sucessão

secundária, no sentido de recuperar a forma e a função da paisagem anterior. Este

processo caracteriza-se principalmente por seu gradual aumento e substituição de

espécies no tempo, em função das diferentes condições ambientais que vão se

estabelecendo, às quais diferentes espécies se adaptam melhor. A substituição de uma

comunidade por outra ocorre até ser atingido um nível onde muito mais espécies

podem se expressar, no seu tamanho máximo, e onde a biodiversidade também é

máxima (REIS, ZAMBONIN e NAKAZONO, 1999). Quanto maior o nível de interação

entre as espécies da fauna, da flora e da comunidade do solo, mais eficiente será a

dinâmica sucessional e, conseqüentemente a recuperação da resiliência local, ou seja,

quanto maior a capacidade de uma comunidade em atrair, nutrir e dar condições de

reprodução, mais rápida será sua restauração (REIS, ESPÍNDOLA e VIEIRA, 2003).

A condição para ocorrer a sucessão é ditada inicialmente pelo solo ou substrato,

que é a base para a recuperação ambiental, pois nele será introduzida a vegetação,

proposta pela maioria dos programas de recuperação. Assim, a presença da camada

fértil com elevados teores de matéria orgânica do solo, como as adições de

serrapilheira, contribuem e dinamizam o desenvolvimento vegetal; são fontes de

nutrientes e de sementes da vegetação local. A matéria orgânica varia

consideravelmente entre um solo e outro, em diferentes sítios num mesmo perfil, e

decresce com a profundidade. Seus teores em solos de superfície contêm desde traços

até 20 ou 30% de carbono (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002). Sua função é melhorar as

características físicas do terreno com o aumento da porosidade (aeração) e da retenção

de água, através da formação de grânulos no solo, servir de fonte de minerais para as

plantas, pois a ela estão ligados o nitrogênio, o fósforo e o enxofre e propiciar o

desenvolvimento da comunidade microbiana do solo, formada por bactérias, fungos,

algas, vírus e protozoários que atuam na decomposição de matéria orgânica

(CARVALHO, 1998).

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Seitz (1994) evidencia que, ao se pretender recuperar a vegetação de uma área

degradada, é fundamental o conhecimento das espécies que comportariam a formação

clímax neste ambiente e das espécies importantes para a evolução desta associação.

Kopezinski (2000) relata que a seleção das espécies a serem aplicadas em

processos revegetativos é de fundamental importância, sendo que as condições

estruturais e fisioquímicas em que os solos se apresentam para receber as sementes é

uma questão vital para o desenvolvimento dos diversos hábitos vegetativos.

Zimmermann e Trebien (2001) também afirmam que as espécies vegetais

introduzidas, querem seja via banco de sementes ou semeadura e plantio, devem estar

adaptadas às condições de fertilidade e principalmente às características físicas do

solo. Os mesmos autores dizem que caso não sejam aplicadas grandes quantidades de

material orgânico, são os vegetais que devem devolver ao solo este componente

fundamental, estabelecendo o inicio do processo de formação do perfil de solo.

A reestruturação de áreas degradadas a partir da semeadura de misturas de

sementes de gramíneas, leguminosas e outras espécies herbáceas, arbustivas e

arbóreas, constitui-se numa técnica para se obter resultados satisfatórios. David, (1994)

relata que o capim gordura Melinis minutiflora é uma espécie que possui grande

capacidade de colonizar solos degradados, cobrindo-os e incorporando grande

quantidade de matéria orgânica no solo, mas seu crescimento agressivo impede o

crescimento das arvore, inviabilizando o processo de sucessão secundaria e atraindo o

fogo em época de seca. Sua utilização, bem como de outras gramíneas associadas às

espécies arbóreas e arbustivas, dependerá do desenvolvimento de tecnologias que

visem contornar essas dificuldades.

Uma estratégia antiga é a criação de um tapete verde através da semeadura

direta ou mais recente a hidrossemeadura, ambas utilizando coquetéis de gramíneas

perenes exóticas e leguminosas. Esta estratégia visa a rápida cobertura do solo, a

interrupção do processo erosivo, o desenvolvimento de sistemas radiculares profundos

e o fornecimento de matéria orgânica ao solo. Estas características contribuem para

melhorar as condições edáfícas da área degradada, permitindo a instalação de

espécies mais exigentes no local (REIS, ZAMBONIN e NAKAZONO, 1999).

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Reis, Espíndola e Vieira (2003) ao invés de utilizar gramíneas perenes,

recomendam gramíneas anuais, pois são capazes de produzir serrapilheira e promover

o processo sucessional, tais como, a aveia preta (Avena sp. L.) e o azevém (Lolium

multiflorum Lam.) para o inverno e o milheto (Pennisetwn glaucum (L.) r. Br.), o sorgo

(Sorghum bicolori (L.) Moench.) e o teosinto (Euchlaena mexicana Schrad.) para o

período de verão.

Faria e Franco (1994) recomendam revegetar totalmente a área a ser

recuperada, utilizando espécies florestais de rápido crescimento, combinadas com

espécies de crescimento mais lento, pois essa técnica tem se destacado por fornecer o

rápido recobrimento do solo, auxiliar na redução dos efeitos das chuvas e garantir a

continuidade no processo de regeneração.

Uma técnica para selecionar espécies adequadas é coletar sementes presentes

no banco de sementes das áreas de entorno por meio de coletores, ou coletar a partir

de árvores matrizes dentro da floresta (a matriz deve ser sadia, de bom porte, com

copas bem formadas e livres de doenças) de diferentes estágios sucessionais e

períodos sazonais, para incluir variadas formas de vida (ervas, arbustos, lianas, árvores

e epífitas), e variadas síndromes de polinização e dispersão de sementes, a fim de

garantir a produção de alimentos para esses animais durante todo o ano (REIS,

ZAMBONIN e NAKAZONO, 1999).

Outra possibilidade seria criar ilhas de vegetação Essas ilhas de vegetação no

meio da área degradada servem de postos de “avanços” para propagar o recobrimento

vegetal (KAGEYAMA e GANDARA, 1994; GRIFFITH, 1994). Uma vez estabelecidas, as

plantas crescem e se diversificam, melhorando os solos e o microclima do entorno da

ilha. Dessa maneira, a comunidade vegetal da ilha consegue expandir por novos

territórios até cobrir totalmente a área degradada (GRIFFITH, 1994). Deve-se levar em

conta que o tempo para recolonizar a área varia entre o plantio em ilhas e o plantio

extensivo, sendo que o primeiro apresenta recolonização mais lenta e custos menores,

enquanto o segundo apresenta recolonização mais rápida e custos mais elevados.

A rápida cobertura do solo tem sido enfatizada em trabalhos que abordam

questões de recuperação de áreas degradadas em função dos seus benefícios. Se a

área continuar desnuda, a camada superficial (fértil) será erodida. Nesse sentido, o

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solo superficial espalhado sobre a área traz sementes ao local que germinam e

cumprem o primeiro papel de recobrimento do solo. Sempre que as condições do solo

permitir, devem-se fazer plantios de enriquecimento com herbáceas, arbustos ou

arbóreas, selecionando preferencialmente espécies nativas e visando à combinação de

grupos ecológicos (pioneiras, secundárias e clímax), podendo o arranjo de plantio ser

realizado de diversas maneiras (blocos, quincôncios, ilhas de vegetação, plantios

densos etc.). Estes aspectos têm implicações diretas quanto à eficácia e custos das

recuperações (FONSECA, 1989; COLTURATO, 2002).

A regeneração natural é um processo importante na recuperação de áreas

degradadas. De acordo com Seitz, (1984), existem alguns fatores que determinam a

eficiência da regeneração natural inicial das espécies, podendo-se citar: a

disponibilidade e produção de sementes e propágulos; a dispersão de sementes (os

agentes de dispersão vento, aves e roedores sem dúvida alguma são os mais

importantes); a presença de predadores; a sanidade das sementes; os fatores que

afetam a germinação das sementes (umidade do substrato, temperatura, inibidores

químicos, predadores como herbívoros; entre outros) e as condições do ambiente no

qual se deve desenvolver a nova planta.

Os substratos de áreas degradadas comumente apresentam características de

retenção de água, fertilidade e atividade biológica inadequados ao crescimento vegetal

(Barth, 1989; Ibama, 1990). Assim, o sucesso da recuperação pode depender da

vegetação, através da acumulação de biomassa e da ciclagem dos nutrientes contidos

nesta (Silva, 1994), atuando como um componente ativo na formação do solo e

exercendo efeitos químicos, físicos e biológicos que contribuem para o aumento dos

níveis de nutrientes (Rosado et al., 1996).

O sucesso de um projeto de recuperação de área degradada pode ser avaliado

por meio de indicadores de recuperação (RODRIGUES & GANDOLFI, 1998; MARTINS,

2001). Através destes indicadores, é possível definir se determinado projeto necessita

sofrer novas interferências ou até mesmo ser redirecionado, visando acelerar o

processo de sucessão e de restauração das funções da vegetação implantada

(MARTINS, 2001).

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A degradação do meio ambiente é um problema transfronteiriço e afeta todas as

formas de vida do globo. Sua proteção é prioridade de todas as nações do mundo,

sobretudo, das nações economicamente mais desenvolvidas, que são,

comprovadamente, as que mais degradam o planeta. A proteção do meio ambiente tem

se tornado uma questão de sobrevivência.

Lamentavelmente, no Brasil, a proteção do meio ambiente não recebe do Poder

Público a atenção pretendida pela Carta Magna de 1988. O Poder Público se justifica

com prioridades mais urgentes, geralmente de cunho econômico, e a coletividade,

igualmente, tem suas dificuldades em reivindicar e agir efetivamente na proteção do

meio ambiente. O resultado dessa omissão é a degradação ambiental nas mais

diversificadas formas. O descumprimento da Constituição Federal e da legislação

ambiental é flagrante.

Mais do que nunca é preciso considerar que todos os problemas no meio

ambiente são conseqüências de outros, ocasionados pelo modo com o homem vê o

mundo, suas relações com o poder, com as outras pessoas, com a produção de seus

bens e com a geração constante de novas necessidades. Deve-se então, buscar

compreender a complexidade ambiental que se constitui hoje. E através de todos os

setores atuantes da sociedade, isto é, os movimentos ambientais, as ONGs e políticas

ambientais existentes nos estados e fora deles, deve-se priorizar a educação ambiental.

Por isso, deve-se valorizar a nova ética ambiental que se propõe a revalorização da

vida do ser humano.

Portanto, deve-se cada vez mais priorizar um desenvolvimento sustentável do

meio ambiente. Ele não se dará por força da necessidade ou do instinto de

sobrevivência da sociedade. Mas, para que se possam buscar mudanças qualitativas é

preciso que se tenha uma estratégia política que seja orientada pelo princípio de uma

gestão democrática do desenvolvimento sustentável, mobilizada pelas reformas do

estado e pelo fortalecimento das diversas organizações da sociedade civil. Isto implica,

então, a uma nova ética e uma nova cultura política que irão legitimando os direitos

culturais e ambientais dos povos constituindo novos atores e gerando movimentos

sociais pela reapropriação da natureza.

De acordo com Leff (2004):

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A gestão ambiental do desenvolvimento sustentável

exige novos conhecimentos interdisciplinares e o planejamento intersetorial do

desenvolvimento; mas é, sobretudo, um convite à ação dos cidadãos para

participar na produção de suas condições de existência e em seus projetos de

vida. O desenvolvimento sustentável é um projeto social e político que aponta

para o ordenamento ecológico e a descentralização territorial da produção,

assim como para a diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos

de vida das populações que habitam o planeta. Neste sentido, oferece novos

princípios aos processos de democratização da sociedade que induzem à

participação direta das comunidades na apropriação e transformação de seus

recursos ambientais. (p. 57).

A vinculação entre educação e desenvolvimento é uma necessidade para todos

os povos e faz parte das condições para que se inicie um diálogo crítico que alimente a

sociedade no sentido da sustentabilidade.

Segundo Cardelli (2003):

No âmbito da sustentabilidade, a educação deverá

propor uma abordagem crítica do sistema humano, destinada a restaurar a

ética como princípio fundador da única racionalidade possível, a qual deverá

contemplar desde a dívida real financeira, ambiental e cultural entre os povos

do globo até a abordagem e construção de um tipo de conhecimento

responsável para com as sociedades e com a própria terra. (82).

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CONCLUSÃO

A Educação Ambiental vem assumindo novas dimensões a cada ano,

principalmente pela urgência de reversão do quadro de deterioração ambiental em que

vivemos efetivando práticas de desenvolvimento sustentado e melhor qualidade de vida

para todos e aperfeiçoando sistemas de códigos que orientam a nossa relação com o

meio natural. Trata-se de compreender e buscar novos padrões, construídos

coletivamente, de relação da sociedade com o meio natural.

O homem está constantemente agindo sobre o meio a fim de sanar suas

necessidades e desejos.

A participação da escola e da comunidade é inevitável, pois se busca transformar

as percepções e posturas em objetivos fundamentais na preservação do meio

fornecendo a evolução das atitudes, a tomada de consciência e a difusão dos

conhecimentos necessários.

A proteção dos recursos naturais é fundamental para a melhoria da qualidade de

vida das presentes e futuras gerações. O primeiro passo para essa proteção é

promover a conscientização ambiental da população, frente aos desafios do século XXI,

no sentido de orientar e divulgar princípios que condicionam à sustentabilidade

ambiental dos diversos biomas e ecossistemas.

Também vimos que entre os encontros específicos de educação ambiental, os

mais importantes ocorreram em Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Thessaloniki (1997), e

que em novembro de 2007 realiza-se a quarta conferência mundial sobre o tema, na

Índia.

É salutar que tais encontros continuem a ocorrer, para que mais pessoas sejam

atingidas e para que haja melhoria da intenção de educar.

No entanto, penso que falta a tais encontros internacionais o poder de gerar

maior impacto no âmbito interno de cada país. A política de educação ambiental é

responsabilidade de cada Estado nacional, através de seus canais institucionais, e deve

haver maior concretude em sua execução. Talvez a quarta conferência mundial, da

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Índia, pelo atual estágio de divulgação da informação em todo o planeta, possa ter a

repercussão desejada para que a ideal amplitude da educação ambiental fique mais

perto de ser atingida.

Através das análises realizadas, percebemos que algumas das características

dos PCNs são: “abertura, flexibilidade e temporalidade” (PCNs vol. 1 p:34) . Isso

significa que o mesmo se baseia no princípio adaptativo, defendendo ajustes

constantes em seu conteúdo tanto na ambiente macro e micro: na figura das avaliações

e propostas do MEC e nas proposições curriculares admitidas em cada instituição, e

evidentemente as práticas didáticas implementadas em cada sala de aula. Daí ser um

absoluto contra-senso pensar a adoção dos PCNs como uma reunião de normativas, ao

invés de um conjunto de sugestões que precisam ser analisadas a luz de cada

realidade escolar.

Porém, não podemos em nenhum momento ignorar o óbvio, pois se sabe que a

escola não educa sozinha. Se não existir um pacto social com as demais instituições

sociais, inclusive a familiar, somadas às reformas necessárias ao seu desenvolvimento,

não será possível formar um cidadão nos valores propostos pelos PCNs, sobretudo em

relação a transversalidade ambiental.

Os educadores têm um papel fundamental para que haja uma educação

ambiental efetiva. Não significa que seja uma tarefa fácil, pois para que ocorra uma

conscientização significativa é preciso que a escola e a comunidade escolar revejam

seus conceitos com relação ao meio ambiente, o entrosamento entre os segmentos

sociais e também a percepção que os indivíduos têm de meio ambiente.

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ANEXOS

PESQUISA DE CAMPO

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Nascente do Riachão.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A DEGRADAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

MARIA APARECIDA TRINDADE DE ALMEIDA

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