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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAIÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE, ALIADA A PSICOPEDAGOGINA, NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. Por: Rosangela de Melo Orientadora Profª Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAIÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE, ALIADA A

PSICOPEDAGOGINA, NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA.

Por: Rosangela de Melo

Orientadora

Profª Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE ALIADA A

PSICOPEDAGOGIA, NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA.

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito

parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicopedagogia.

Por: Rosangela de Melo

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AGRADECIMENTO

Deus pela oportunidade que me

concedeu, aprimorando meus

conhecimentos sobre a área

humana.

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DEDICATÓRIA

Aos meus amigos do trabalho

que tanto me apoiaram nessa

jornada.

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“O corpo em movimento

entrelaça-se com o movimento

do corpo e, nessa dança

harmônica, Psicopedagogia e

Psicomotricidade formam um

“corpo” que discursa sobre o

corpo”.

(Auredite)

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RESUMO

Este estudo vem contribuir para o desenvolvimento da

psicomotricidade na criança com Transtorno de Espectro Autista, assim como

a sua importância na Educação Infantil.

Entende-se que a psicomotricidade é a ciência que tem como objeto

de estudo o indivíduo através do seu corpo em movimento, está, sem dúvida,

relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das

aquisições cognitivas, afetivas, e orgânicas, isto é, envolve o movimento, o

intelecto e o afeto. Buscar refletir sobre sua importância no processo ensino-

aprendizagem para os portadores de necessidades educacionais especiais,

aonde a psicopedagogia vem atuando com afinco contribuindo para o

desenvolvimento do mesmo. Enfatizando que por meio dela há uma educação

que visa o desenvolvimento global do educando, portanto, esta deve ter

espaço garantido no cotidiano escolar devido a seus benefícios.

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METODOLOGIA

Para atingirmos o objetivo dessa monografia nos baseamos em

estudos teóricos fundamentados de caráter bibliográfico sobre o autismo e

psicomotricidade com ênfase em contribuições dessa ciência para a criança

autista, e como a psicopedagogia vem atuando na inclusão do autista no

ensino regular.

Podemos destacar alguns autores como Sílvia Ester Orrú, Fátima

Alves e Nadia A. Bossa que contribuíram para a realização deste estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Algumas Definições do Autismo 11

CAPÍTULO II - A Psicomotricidade na Criança Autista 20

CAPÍTULO III – O Psicopedagogo 34

CAPÍTULO IV - Psicopedagogia e Psicomotricidade 42

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

WEBGRAFIA 49

ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a intenção de contribuir com diversos

esclarecimentos a fim de entender os desafios que a criança com espectro

autista sofre com o seu corpo, suas posturas e seus gestos, e buscar a

compreensão destes através da própria leitura de seu comportamento gestual

e corporal, da adaptação, motivação e do relacional. Enfim, proporcionar a

crianças autistas a oportunidade de se integrar socialmente dentro de suas

peculiaridades e dificuldades.

Um dos assuntos relevantes, propostos nesse trabalho é o de

demonstrar como o psicopedagogo pode contribuir em parceria com o

psicomotricista da Educação Infantil, principalmente suas contribuições para o

desenvolvimento global das crianças com transtorno do espectro autista.

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivos:

• Demonstrar como estimular o trabalho psicomotor com crianças

com espectro autista.

• Analisar como desenvolver através da psicomotricidade uma

maior interação no comportamento social dessas crianças.

• Descrever sobre a importância da estimulação sensorial.

Antigamente não víamos tantos autistas como hoje, muito por conta da

ausência de uma classificação precisa para os distúrbios mentais, como existe

na atualidade. Entretanto, o preconceito ainda é grande, mas ao contrário do

que muitos pensam o autismo pode não ser uma sentença única e

condenatória para a pessoa, já que muitos autistas vivem uma vida

praticamente normal.

Atualmente com a abertura da “educação inclusiva”, as escolas

regulares e não mais apenas as escolas especiais vêm recebendo, em todo o

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país, crianças e adolescentes diagnosticados com autismo. Assim essa

inclusão esbarra na falta de conhecimentos específicos, bem como a ausência

da formação especializada do corpo docente para um efetivo, e eficaz ao

trabalho pedagógico.

É preciso realizar ações com o intuito de consolidar a Política de

Educação Especial. Diante desse desafio, escrevo este trabalho como

proposta de oferecer subsídios teóricos da importância da psicomotricidade no

desenvolvimento e crescimento da criança autista contribuindo, assim, com a

construção de um novo fazer pedagógico que contemple a diversidade das

crianças.

Assim, a psicomotricidade, também pode ser definida como o campo

transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e

sistêmicas entre o psiquismo e a motricidade, e é através da psicomotricidade

que ocorre a possibilidade de estimular e reeducar os movimentos da criança,

contribuindo assim para o seu desenvolvimento global, principalmente em se

tratando de indivíduos autistas.

O desenvolvimento do esquema corporal, lateralidade, estruturação

espacial, orientação temporal e pré-escrita são fundamentais na

aprendizagem. Sendo assim, é importante o professor conhecer as

contribuições da psicomotricidade. Fato este que na educação especial vai

desenvolve nas crianças inúmeras habilidades, permitindo a livre expressão, e

contribuindo com a interação social no seu dia a dia.

CAPITULO I

ALGUMAS DEFINIÇÕES DO AUTISMO

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Existem vários tipos de autismos e cada um diferente do outro,

portando cada um com suas características e singularidades.

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma

alteração que afeta a capacidade de comunicação do individuo, a socialização

e a dificuldade em estabelecer relacionamentos e comportamentos. O autista

se comporta de modo compulsivo ritualista não desenvolvendo, geralmente,

inteligência ditas normais, seu comportamento apresenta vários estereótipos e

diversas dificuldades psicomotoras. É uma síndrome conhecida por Transtorno

Global do Desenvolvimento (TGD) ou, pelo termo Transtorno Espectro Autista

(TEA).

Algumas crianças apesar de autistas apresentam inteligência e a fala

intacta, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem

e no seu comportamento.

Segundo o psiquiatra Leo Kanner 1943, (apud ORRÚ, 2012) os

estudos sobre autismo foram iniciados, quando ele resolve estudar um grupo

de crianças que apresentavam características clínicas específicas e que

assumiam comportamentos diferentes daquele já conhecido pela literatura das

síndromes psiquiátricas. Pensando assim, Kanner leva acreditar que o autismo

teria que ser separado da esquizofrenia infantil, porém, ele afirmava que o

autismo infantil continuava dentro do grupo da psicose infantil.

A partir desse momento elas passaram a ser vistas com um novo olhar

e o trabalho diferenciou-se dos demais comportamentos esquizofrênicos.

Kanner acredita que, com essa separação, a criança com esta

síndrome passa a ser vista e trabalhada diferencialmente dos demais

comportamentos.

Em virtude da complexidade clínica que abrangem o autismo, há

necessidade de que as pessoas, que apresentam características inerentes ao

autismo, sejam avaliadas detalhadamente.

Portanto quanto mais cedo o autismo for diagnosticado acredita-se que

a sua estimulação adequada e o tratamento correto pode levar a criança a uma

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vida mais prazerosa. Cabe ressaltar que com esta estimulação adequada, a

psicomotricidade é de grande importância para o desenvolvimento de cada

portador do espectro autista. Buscando torna-los crianças mais autônomas nas

tarefas do dia a dia, diminuindo a dependência de outrem e,

consequentemente melhorando imensamente a sua qualidade de vida.

É possível, através de uma ação educativa, a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais dos favorecer a gêneses da imagem do corpo, núcleo central da personalidade.

(MARY SUE PEREIRA 2013)

Sendo assim, a psicomotricidade ira mostrar que é possível interagir

com crianças que apresentam esta síndrome, através de mediadores verbais e

não verbais.

O olhar psicomotor voltado para crianças autistas poderá mudar o

lugar que lhe foi dado, de um alguém sem futuro, e sem esperança, ampliando,

assim as formas de tratamento. O profissional que estará trabalhando com

esta criança precisa conhecer bem as características e sintomas do autismo.

Ainda existe uma grande dificuldade por parte de especialistas, tais

como, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e neuropediatras concluir um

diagnóstico o quanto mais rápido possível, por ser ainda confundido com

demais transtornos invasivos.

1.1 TIPOS DE TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA

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É de vital importância que os pais e profissionais que estarão

envolvidos direta ou indiretamente com o autista saibam compreender que

existem diferentes tipos de autismo.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes síndromes

marcadas por perturbações neurológicas, tais como;

Ø Autismo Clássico – Caracterizada por problemas com a

comunicação, interação social e comportamentos repetitivos, autista

clássico é tipicamente diagnosticado antes dos três anos. O grau de

comprometimento pode variar muito. De maneira geral, os portadores

são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as

pessoas e nem com o ambiente; conseguem falar mais não utilizam a

fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender

enunciados simples, tem dificuldades de compreensão e aprendem o

sentido literal das palavras. Não compreendem metáforas nem o duplo

sentido. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de

qualquer contato interpessoal. São crianças isoladas que não

apreendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não

retribuem sorrisos, repetem movimentos estereotipados, sem muito

significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam

deficiência mental importante.

Ø Autismo de alto desempenho (antes chamada de síndrome de

Asperger) – Os portadores apresentam as mesmas dificuldades de

outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São verbais e

inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com gênios,

porque são imbatíveis na área de conhecimento em que se

especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles

conseguem levar a vida próxima à normal.

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Ø Distúrbio global do desenvolvimento (DGD-SOE)- os

portadores são considerados dentro do espectro autista (dificuldade de

comunicação e de interação social), mais os sintomas não são

suficientes para incluí-los em nenhuma categoria específicas do

transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

Ø Autismo de baixo funcionamento – é um caso mais grave da

doença. Os sintomas do autismo são profundos e envolvem déficits

graves em habilidades de comunicação, habilidades sociais pobres,

movimentos repetitivos e estereotipados. Geralmente, o autismo de

baixo funcionamento está associado com o QI abaixo da média.

Ø Síndrome do Asperger – É um transtorno do espectro autista,

possui fala compreensível, isto é, a fala é utilizada enquanto

instrumento para receber e transmitir mensagens aos outros, dotadas

de sentido. Muitas vezes o portador da síndrome é extremamente

inteligente e ambicioso, mais também tímido, calado, severo e bastante

racional, avalia todas as situações com a razão, chateando-se por

vezes com coisas, que a maioria das pessoas despreza por ser algo

insignificante. Apresenta muita das vezes, dificuldade para estabelecer

relacionamento com pessoas do seu grupo social, pois parece não

desenvolver uma disposição para compartilhar atividades, interesses ou

realizações. A causa da síndrome do Asperger é desconhecida. O que

se sugere é uma semelhança com o Autismo, levantada hipóteses

genéticas, metabólicas, infecciosas e perinatais (problemas

transcorridos durante o parto).

Ø Síndrome de Rett – É um distúrbio neurológico incapacitante com

grau de severidade considerável, de início precoce, leva a regressão no

desenvolvimento especialmente nas áreas de linguagem expressiva e

uso das mãos. No início dos sintomas, o diagnóstico é complicado, pode

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ser confundido com demais transtornos invasivos, e trazem consigo as

características da síndrome autística, devido às deficiências nas

relações sociais. Percebe-se, contudo, sintomas mais específicos que

repercutem no reconhecimento da síndrome. Também é provável ter

ligações de base genética, pois é diagnosticada somente em meninas

(relatada clinicamente por Andreas Rett, foram percebidos

comportamentos atípicos em 22 meninas), embora seja uma condição

rara, geralmente se manifesta no segundo ano de vida. Por esta razão

é, comum para as pessoas que sofrem desse distúrbio tem algum tipo

de deficiência mental. Cujo grau depende de cada caso particular.

Infelizmente, o declínio desta capacidade persiste durante toda a vida

da pessoa com esta síndrome. O tratamento só pode prolongar a

situação, mais não pode curá-lo.

1.2 INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL.

“Não podemos pensar em inclusão escolar sem pensarmos em ambientes inclusivos. Inclusivo em razão dos recursos pedagógicos, mas também pelas qualidades humanas, apesar de um espaço atraente e adequado para instrução escolar ser uma necessidade elementar na educação, não raramente, deparamos com escolas sem o devido preparo nesse requisito” (EUGÊNIO CUNHA 2014)

Segundo Chiote, (2013) O movimento de inclusão foi favorecido na

segunda metade da década de 80. Às instituições de políticas públicas

garantissem o acesso universal à educação. A Constituição Federal de 1988

determina a educação como direito de todos com vistas ao pleno

desenvolvimento a pessoa, o exercício a cidadania e a qualificação para o

trabalho.

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O autor afirma que a “[...] igualdade de condições para o acesso e

permanência na escola” onde garante o art. 208, III. ”[...] ao atendimento

especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular

de ensino”.

Portanto, muitas batalhas foram conquistadas na luta pela inclusão.

Cujo, a lei desse direito surgiu no ano de 27 de dezembro de 2012 e foi

regulamentada com o nome de Lei Berenice Piana. Lei nº 12.764, que instituiu

a Política Nacional de Proteção dos direitos da pessoa com transtorno do

Espectro Autista. Esta lei foi uma concretização que valeu todas as batalhas e

lutas para fazer valer este direito.

Vale ressaltar que a falta de estrutura em nossa sociedade para

atender os indivíduos com deficiência é fato. Mas, a tendência, felizmente, é de

mudança, embora tenha um longo caminho a percorrer pela igualdade. A

inclusão já é um trabalho de equipe e multidisciplinar, embora em muitos

lugares isso faça toda diferença.

É preciso proporcionar meios para que a criança possa ter um

aprendizado significativo, investindo em suas potencialidades, para construção

do sujeito que aprende, pensa, sente, de um grupo social e desenvolve com

ele e a partir dele, toda a sua singularidade.

É de suma importância a preparação dos profissionais para estar

atuando com essas necessidades. Ainda é um desafio ensinar crianças e

jovens com necessidades educacionais especiais, se não temos professores

qualificados para tais tipos de transtornos e desenvolver nessas crianças suas

verdadeiras habilidades psicomotoras.

Os educadores que assim permanecem em suas atividades com crianças com autismo podem gerar a si próprios,

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situações de estresse e desgaste, pois os erros nas práticas pedagógicas são inevitáveis frente ao desconhecimento de tais alunos. Isso implicaria em uma baixa qualidade do processo de ensino-aprendizagem, precisando focar os educadores para a aquisição de conhecimento sobre alunos com necessidades especiais, nesse caso, o Autismo.

(MELO & FERREIRA, 2009)

O autor sinaliza a importância da capacitação para os profissionais que

lidam com a criança autista. É importante ter conhecimento no que se refere ao

trabalho, porém a prática e a teoria são primordiais para o bom desempenho,

separando a realidade do educador da realidade do aluno, e respeitando os

limites de cada sujeito, seja qual for a sua síndrome.

A Resolução nº4, de 2009 diz que os alunos com alterações, de

desenvolvimento neuro psicomotor, têm comprometimentos nas relações

sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Nessa definição inclui

também alunos com Autismo Clássico, síndrome de Asperger, Síndrome de

Rett, Transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtorno invasivos

sem outra especificação. Essa resolução da garantia aos alunos com

transtornos globais de desenvolvimento e passam a ter garantia a sua

escolarização.

É necessário ter um olhar investigativo para que possa observar as

peculiaridades inerentes a criança autista, e promover na criança o direito de

desenvolver sem ser rotulada como “ anormal” , onde o ensino encontra-se

engessado nos seus conceitos de inclusão.

Para que isso ocorra é preciso que tenha um trabalho significativo e

de qualidade em todas as instituições de ensinos regular, portanto suas

matriculas devem estar asseguradas com professores preparados e

qualificados para que as famílias possam valer os seus direitos constitucionais.

“Conhecer bem a criança é o primeiro passo. Outra ação igualmente importante é envolver demais professores e funcionários da escola, além das colegas de classe, em ações que a ajudem a se organizar. Com a atenção de todos, é mais fácil incluí-la na rotina”.

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(RUFFO, ANDRÉA, professora da CEMEI 2012)

Inserir a criança autista em sala de aula é a melhor forma de estimular

as capacidades do portador. Além disso, as outras crianças da turma

aprendem a lidar com as diferenças e tornam-se adultos com menos

preconceitos.

Costa (2013) diz que o nosso maior tesouro, é o nosso maior bem,

não são as riquezas minerais de nosso solo ou a nossa extensão territorial, ou

a posição que ocupamos entre os 10 países mais ricos do mundo...Não! O

nosso maior tesouro é a Dignidade de nosso povo, é o respeito e a garantia a

uma vida digna e feliz, e o desejo de ver crescer em nosso povo, o espírito de

altruísmo para lutarmos por uma sociedade cada vez melhor para as futuras

gerações.

Hoje, ainda, são comuns os casos de professores que recebem um ou

mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e

se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom

trabalho.

E entre elas, as pessoas com autismo, não deve se encarado como

uma barreira insuperável, mas é urgente que reconheçamos que os indivíduos

com essa deficiência desfrutem dos seus direitos humanos e liberdades

fundamentais em igualdade com as demais pessoas.

A sociedade delimitou o lugar da criança com autismo a espaços

clínicos com intervenções baseadas no modelo comportamental, que perdura

no imaginário social até os dias atuais.

O atendimento à criança com autismo nas instituições baseava-se no

modelo clínico médico no qual o trabalho educativo estava centrado na

deficiência do aluno, visando a corrigir ou amenizar déficits, cristalizando a

imagem da criança com autismo ao seu diagnóstico e determinando uma

incapacidade de aprender e se desenvolver.

Com chegada desta criança a instituição infantil, o primeiro momento é

abrir as portas da mesma para um diálogo. E com isto irá diminuir a resistência

inicial de alguns pais.

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Ao iniciar o trabalho com uma criança autista, é necessário uma

entrevista com os pais com o objetivo de conhecer esta criança desde a

gestação, ao nascimento e dias atuais. Para melhor entendê-la na sua

dificuldade, cognitiva, motora e fisiológica.

A maioria das famílias de pessoas com deficiência vive em “condições

de pobreza”, não tendo condições de pagar o seu tratamento. Portanto, tem

que fazer valer seus direitos.

"Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e afetiva na sociedade com as demais pessoas” (art.1º, Propósito, da convenção dos Direitos das Pessoas com das pessoas com Deficiência).

CAPITULO II

A PSICOMOTRICIDADE NA CRIANÇA AUTISTA

2.1- Definições

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade define a Psicomotricidade

como “uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, por meio do seu

corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e seu mundo

externo”, podendo interpretá-la como uma ciência holística de interação

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interdisciplinar, tendo o ser humano como um ser único capaz de se modificar e

se adaptar, no qual a motricidade e o psiquismo não devem ser considerados

domínios isolados ou justapostos, mas sim resultantes das relações reais do

homem com o meio, destacando que a educação do movimento é uma

construção imprescindível para o aprendizado da comunicação e expressão.

Nascida em 1907, a partir de observações do médico Ernest Dupré, a

Psicomotricidade vem recebendo influências de outras ciências, como a

Psiquiatria por meio de Ajuriaguerra, a Psicanálise e a Psicologia por meio de

Henry Wallon e Freud, a Pedagogia e a Psiconeurologia.

As abordagens ao conceito da Psicomotricidade têm sido

fundamentadas do ponto de vista interdisciplinar da Neurofisiologia, Psicologia,

Educação Física, Educação, Sociologia, Psiquiatria Infantil, Antropologia etc.,

procurando sempre obter uma ligação entre o psiquismo e a motricidade.

A palavra motriz se refere ao movimento, psico determina a atividade

psíquica em duas fases, a sócio-afetiva e cognitiva. Portanto é através da ação

da criança que mostre articula toda sua afetividade, todos seus desejos, mas

também todas as suas possibilidades de comunicação e articulação de

conceitos.

Antigamente, percebia o corpo em seus aspectos neurológicos, anatômicos e locomotores, transmitindo e captando sinais através da coordenação e sincronização do corpo humano nas esferas espaciais e temporais. “Em tempos atuais, a psicomotricidade passou a ser sinônimo do relacionar-se através da ação, permitindo a união do ser corpo, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade.” (MACHADO, Jose Ricardo MARTINS, 2010, p.23).

A psicomotricidade está presente em todas as atividades que

desenvolvem a motricidade das crianças, contribuindo para o conhecimento e o

domínio de seu próprio corpo. Também e constitui-se como um fator

indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança, como também

se constitui como a base fundamental para o processo de aprendizagem dos

indivíduos.

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A educação psicomotora pode ser vista como preventiva, na medida

em que dá condições à criança desenvolver melhor em seu ambiente. É vista

também como reeducativa quando trata de indivíduos que apresentam desde o

mais leve retardo motor até problemas mais sérios.

É um meio de imprevisíveis recursos para combater a inadaptação

escolar. A psicomotricidade deve ser considerada como formação de base, a

fim de proporcionar à criança a consciência de si e do meio no qual está

inserida.

A psicopedagogia e a psicomotricidade agem de forma preventiva às

dificuldades de aprendizagem, considerando a criança em seus aspectos

biológicos, emocional, cognitivo, motor e social com o propósito de que esse

processo ocorra de maneira harmoniosa e saudável.

Através de muitos estudos e pesquisas, muitos autores, aprofundaram-

se sobre o real papel do corpo para o desenvolvimento do homem, desfazendo

assim, o pensamento equivocado de que o corpo e a mente eram separados.

Diante desse conceito outros estudiosos seguiram esta linha de

pensamento e apesar de, essa ciência ter passado por diversos cortes

epistemológicos comprovou a necessidade e a importância da mesma como

uma formação de base para o desenvolvimento global da criança.

A Educação Infantil é um processo de desenvolvimento da criança, que

abrange grandes experiências iniciais e que são primordiais, proporcionando

base para que a criança desenvolva sua autonomia corporal e maturidade sócio-

emocional.

Portanto, devem ser estimuladas e consideradas as funções básicas e

as funções relacionais da psicomotricidade, visando o desenvolvimento pleno da

criança e, os jogos e exercícios corporais propiciados de uma maneira

integradora e harmoniosa, contribuem para aquisição da coordenação

psicomotora, a conscientização e domínio do corpo, ajustamento dos gestos e

movimentos, apropriação do esquema corporal, aumento das discriminações

perceptivas, integração de espaço e noção de tempo pessoas sendo

coadjuvantes neste processo.

De acordo com Oliveira (apud Costa, 2011:27):

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A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na pré-escola. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares, leva a criança a tomar consciência de seu corpo, de lateralidade, a situação no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos.

Segundo o autor, a educação infantil deve priorizar todas as

competências motoras da criança, permitindo que a mesma experimente,

arrisque, erre, acerte por meio de atividades práticas desenvolvendo uma

percepção dos recursos corporais de que dispõe.

A psicomotricidade desempenha um papel importante de forma

preventiva, dando suporte ao indivíduo de se desenvolver melhor em seu

ambiente, e, é vista também como reeducativa quando trata de indivíduos

desde o mais leve retardo motor até problemas mais sérios.

A estrutura da educação psicomotora é a base fundamental para o

processo intelectivo e de aprendizagem a criança. O desenvolvimento evolui do

geral para o específico; quando uma criança apresenta dificuldades de

aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte está no nível de

desenvolvimento psicomotor.

Para melhor entendermos a psicomotricidade citarei os elementos

básicos que a compõe:

• Desenvolvimento do Esquema corporal • Lateralidade • Estruturação Espacial • Estruturação Temporal • Pré-escrita

Reflitamos, inicialmente, sobre algumas definições do esquema

corporal, que é de fundamental importância para o trabalho na área da

Psicomotricidade:

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2.1.1- Desenvolvimento do Esquema corporal

Alguns estudiosos definem o conceito de esquema corporal:

“O esquema corporal não é um conceito inicial ou uma entidade biológica ou física, mas o resultado e a condição da justa relação entre o indivíduo e o próprio ambiente”. (HENRI WALLON)

Segundo Le Boulch 1987, (apud Alves, 2013)

O esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que tem do nosso próprio corpo seja em posição estática ou em movimento, em relação às diversas partes entre si é, sobretudo, nas relações com o espaço e os objetos que o circundam.

Ao confrontarmos esses conceitos sobre o esquema corporal,

podemos dizer que a partir do momento em que o indivíduo descobre, utiliza, e

controla o seu corpo, o esquema corporal é estruturado, e passa ter consciência

dele e suas possibilidades, na relação com o meio ambiente em que vive.

O esquema corporal resulta das experiências que possuímos

provenientes do corpo e das sensações em que experimentamos. Não é um

conceito aprendido que depende de treinamento. Ele se organiza pela

experienciação do corpo da criança. Gradativamente a criança vai exercendo

uma construção mental de acordo com uso que faz do seu corpo.

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É a partir do momento em que a criança se revela, utiliza e controla

seu corpo, o esquema corporal e estruturado e passa a ter consciência dele e

suas possibilidades, na relação com o meio ambiente em que vive. A elaboração

do esquema corporal se realiza em uma relação contínua que inclui: o eu, o

mundo dos objetos e o mundo dos outros.

Para conceituarmos as principais etapas do desenvolvimento corporal.

2.1.2- Etapas de Desenvolvimento do Esquema Corporal

1ª Etapa: Corpo vivido (até 3 anos de idade):

Corresponde à fase da inteligência sensório-motora de Piaget. O bebê

sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesmo. À medida que cresce,

com um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas

experiências e passa pouco a pouco a diferenciar de seu meio ambiente. Nesse

período a criança tem uma necessidade muito grande enriquecendo a

experiência subjetiva de seu corpo e ampliando a sua de movimentação e

através desta vai experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas.

2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7anos):

Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação

da “função de interiorização” que é definida como a possibilidade de deslocar

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sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo, a fim de levar à tomada

de consciência.

A função de interiorização permite a passagem do ajustamento

espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior domínio do

corpo, culminando em uma maior dissociação dos movimentos voluntários. A

criança, com isso, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo

uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre

sua dominância, e com ela, seu eixo corporal.

O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar, e situar os

objetos em seu espaço e tempo. Neste momento assimila conceitos como

embaixo, acima, direita, esquerda e adquirem também noções temporais como

a duração dos intervalos de tempo e de ordem é sucessão, Isto é, primeiro e

último.

No final dessa fase, segundo Le Boulch, (1987, apud ALVES, 2013,

p.58).

A criança pode ser caracterizada como pré-operatória, porque está submetida á percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o seu próprio corpo.

3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos): Nesta etapa observa-

se a estruturação do esquema corporal. No início desta fase a representação

mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora e é

uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do

corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma

representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator

temporal.

Sua imagem do corpo passa a ser antecipatória, e não mais somente

reprodutora, revelando um verdadeiro trabalho mental devido à evolução das

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funções cognitivas correspondentes ao estágio preconizado por Piaget de

operações concretas.

Os pontos de referência não estão mais centrados no corpo próprio,

não são exterior ao sujeito, podendo ele mesmo criou pontos de referência que

irão orientá-lo.

2.1.3- Lateralidade

A Lateralidade é importante na evolução da criança. Alves (2013) diz

que “Influi na ideia que a criança tem de si mesma, na formação do seu

esquema corporal, na percepção da simetria de seu corpo”.

A lateralidade diz respeito ao espaço interno do indivíduo, que

independe da discriminação de um dos lados, mas que se afirma a partir dos

estímulos interiores do corpo.

A lateralidade pode ser:

• Homogênea: a criança é destra ou canhota do olho, da mão e do

pé;

• Cruzada: a criança é destra da mão e do olho, canhota do pé:

• Ambidestra: a criança é tão forte e destra do lado esquerdo quanto

ao lado direito.

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Uma criança cuja lateralidade não está bem definida encontra

problemas de ordem espacial, não percebe a diferença entre a esquerda e a

direita, é incapaz de seguir a direção gráfica (leitura começando pela esquerda).

Igualmente não consegue reconhecer a ordem em um quadro.

Como nessas condições poderia colocar corretamente um título ou a

data em seu caderno?

Exemplo: A criança percebe que seus membros não reagem da

mesma forma. “Pode pular em um só pé, com o pé esquerdo, mas não com o

direito”.

Obs.: “Não é aconselhável empregar os termos “esquerda” e direita”

sem que a lateralidade esteja bem definida.

A preferência lateral das crianças e assegurada em torno dos quatro

anos. Alguma já nessa idade é marcada a sua predominância do lado esquerdo,

que se reforça progressivamente; outras a têm do lado direito, que também vai

se reforçando. Entretanto, certo número de crianças apresenta, desde o início,

tendência a servir-se da mão esquerda: pouco a pouco, porém, sob influência

do meio educativo, elas aprendem, para tarefas determinadas, a servir-se da

mão direita, particularmente no grafismo; aparentemente tornam-se manidestra,

mas sua nova lateralidade corre o risco de ficar imprecisa: em particular, podem

permanecer canhotas quanto ao olho diretor ou o pé.

Em todos os níveis de desenvolvimento da criança, a lateralização

estará presente, entretanto só será definida à medida que esta criança

atravessar todas as fases de seu desenvolvimento.

Devemos tornar possível às crianças atividades que envolvam o uso

dos segmentos das mãos, dos pés e até mesmo dos olhos, de forma que

contribuam para o desenvolvimento psicomotor e, ao mesmo tempo, poder

definir sua lateralidade.

2.1.4 - A Estruturação Espacial

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Essa estruturação é um trabalho cerebral que nos permite lidar com

os espaços e relacionarmos com os objetos.

Inicialmente, a criança percebe a posição do se próprio corpo no

espaço. Depois a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim,

aprender a notar as relações das posições dos objetos entre si.

Entretanto para criança identificar os conceitos espaciais, precisa ter

uma lateralidade bem desenvolvida. A lateralização é a base da estruturação

espacial e é por meio dela que uma criança se orienta no mundo que a rodeia.

Assim como a imagem corporal, a estruturação espacial é aprendida,

mas não pode ser ensinada. E essa aprendizagem ocorre quando a criança se

movimenta e experimenta as várias posições do corpo nos vários tipos de

espaço. Mas tarde, a criança percebe a relação do seu corpo e os objetos, e

entre seus próprios objetos. Por isso, é importante que os adultos permitam o

movimento e a experimentação da criança, para que ela perceba e se organize

espacialmente.

São condições essenciais para a estruturação:

• Uma boa visão - permitindo que o cérebro aprenda a calcular e

fazer estimativas rapidamente de forma precisa com relação aos

movimentos que o corpo executa no espaço.

• Movimentos cinéstesicos - que permite identificar os objetos mais

lentos.

• Uma boa percepção auditiva - que estão ligados a certos

direcionamentos e ao tempo.

• Uma boa percepção tátil – que nos permite captar as

manifestações afetivas ou agressivas dos objetos ao nosso redor.

Essa estruturação tem início logo após o nascimento. No recém-

nascido a boca é o ponto mais próximo dos braços e mãos.

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As sensações percebidas com a boca e os movimentos reflexos que

realizam com os braços, percebem e criam sensações de bem ou mal- estares,

ligando-se à afetividade.

De acordo com Piaget, até os três anos, o espaço da criança se

orienta em função das suas necessidades afetivas, que caracterizam pelas

relações de proximidade com a mãe. É um espaço sem formas e dimensão.

A partir dos quatro anos, a criança é levada a tomar consciência das

referências espaciais, tomando como base o seu próprio corpo: “A cabeça está

em cima, os olhos estão ao lado do nariz”.

É quando ela começa a organizar as suas relações espaciais de

forma progressiva. Consegue reproduzir as formas geométricas utilizando o

grafismo, diferencia o longe e o perto, o acima e o embaixo e, assim, associa

uma série de referências espaciais. Na organização do espaço,a própria criança

que lhe favorece a ocupação do espaço nas brincadeiras e nos jogos, a

organização do grupo(em fileiras, roda,duplas) e a conscientização de ritmos

diversos.

A criança tem necessidade de um espaço para se mover. A partir da

percepção do próprio corpo, é que pode ser percebido o espaço exterior.

Este espaço exterior é explorado, no início, por uma dupla em

simultânea percepção:

• Percepção extereoceptiva - A visão de um objeto (faz-se por meio

de estímulos exteriores - vem de fora para dentro).

• Percepção proprioceptiva - Os gestos que são necessários para

apanhá-lo (análise de dentro para fora).

Quando um objeto é fornecido a uma criança, ela começa por movê-

lo em torno do corpo, investindo assim, no espaço que nos rodeia. Depois, lança

os objetos, em diferentes direções.

As coordenações visórias – tátil – cenestésicos desenvolvem-se na

presença dos objetos, adquirindo um espaço-prático.

2.1.5 - A Estruturação Temporal

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O espaço é um instantâneo tomado sobre o curso do tempo e o tempo é o espaço em movimento (...) o tempo é a coordenação dos movimentos: quer se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se trate destes movimentos internos que são as ações simplesmente esboçadas, antecipadas ou reconstituídas pela memória, mas cujo desfecho e o objetivo final é também espacial.

(JEAN PIAGET)

As noções de corpo, espaço e tempo precisa estar intimamente ligada

para que possamos entender o movimento. Para a criança, o tempo é o

espaço vivido, isto é, a duração de uma ação.

É importante o desenvolvimento da estruturação temporal na criança,

pois, por intermédio do ritmo é que ela terá uma boa orientação no domínio do

papel, na escolarização, construindo palavras de forma ordenada e sucessiva

na utilização das letras, umas atrás das outras, obedecendo a um certo ritmo e

dentro de um determinado tempo. Na comunicação oral, também estruturará os

sons das palavras diferenciando-os, aprendendo a ler com mais facilidade.

É de fundamental importância, percebemos que o ritmo está presente

em todos os momentos do desenvolvimento e que o individuo tem o seu ritmo

próprio biológico.

Desde o nascimento, os ritmos corporais devem ajustar-se às

condições pelo ambiente, levando a uma organização de ritmicidade na

sintonização. Após o nascimento, a repetição rítmica reforça o movimento,

acentua os tempos fortes e provoca uma euforia mediante uma espécie de auto-

satisfação de sentir, de forma harmoniosa, o jogo das sensações

proprioceptivas.

2.1.6 - Pré-escrita

O desenvolvimento da escrita não se deve simplesmente a um fazer de

exercícios. A escrita é constituída de uma atividade psicomotora extremamente

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complexa, na qual participam os aspectos da maturação do sistema nervoso,

expressado pelo conjunto de atividades motoras, pelo desenvolvimento

psicomotor geral, especialmente no que se refere à tonicidade e à coordenação

dos movimentos, e pelo desenvolvimento da motricidade fina, ao nível dos

dedos e da mão.

Do ponto de vista da linguagem, a escrita implica para a criança uma

reformulação de sua linguagem falada, com o propósito de ser lida. O

aprendizado da escrita como modalidade da linguagem, pode ver-se afetado de

forma específica, conservando intactas as outras condutas verbais.

As funções motoras, verbais, perceptivas, entre outras, estão

relacionadas ao desenvolvimento. Crescemos do simples para o complexo, do

geral para o específico, do homogêneo para o heterogêneo. Não há

desenvolvimento possível sem uma estrutura que o origina e o sustenta.

O desenvolvimento do esquema corporal, lateralidade, estruturação

espacial, orientação temporal e pré-escrita são fundamentais na aprendizagem;

um problema em destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem, reside

aí então, a importância do professor ser conhecedor das contribuições da

psicomotricidade, e, em se falando de educação especial, nem se fala, pois ela

além de desenvolver inúmeras habilidades na criança, muitas vezes permite a

livre expressão,ações independentes e a socialização.Portanto a educação

psicomotora de grande importância para o desenvolvimento global da criança,

para constituição da imagem e do esquema corporal com um olhar sobre a

perspectiva de inclusão e, consequentemente, para a formação da cidadania.

2.2 – A Estimulação Sensorial na Criança Autista

Sabemos que uma das deficiências presentes no autismo está ligada

ao transtorno de processamento sensorial, este aspecto inclui: distúrbios da

audição (crianças que não suportam determinados sons), tátil (não permiti toque

ou abraço, ou não suportar roupas ou sapatos), visual (visão focal ou má

coordenação visuomotora), de “paladar” (distúrbios de alimentação) ou contato

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oral, de cheiros (hiper ou hipo sensibilidade a certos cheiros), e em suma, a tudo

relacionado com os sentidos. Esta condição esta presente entre 45% e 96% das

crianças com autismo. Por isso, são importantes os cuidados com o sistema

sensorial estarem devidamente integradas nos cuidados e planos de

intervenção precoce, como em combinação com outras terapias.

Este estudo estatisticamente avaliou uma intervenção para déficits

sensoriais em 32 crianças com Autismo entre as idades de 4 a 8 anos. O

resultado foi que as crianças que receberam a terapia de integração sensorial

melhoram, do que as crianças que não fizeram, em aspectos com as

necessidades individuais e comportamentos funcionais. Houve um aumento em

habilidades e também na modulação de aspectos como a capacidade de

conceber planejar e organizar ações motoras destinadas a um alvo.

Não podemos ignorar que os distúrbios sensórias afetam

negativamente a qualidade de vida das pessoas e reduzir esse impacto com

essas crianças é fundamental.

Quando a criança e capaz de enfrentar com sucesso, os desafios do

seu meio há um aumento na habilidade no cérebro de organizar sensações para

produzir complexas respostas adaptativas. Este processo e chamado de

Integração Sensorial.

Muitas das necessidades de integração sensorial de crianças autistas

podem ser atendidas através de brincadeiras intencional dentro de um quarto de

brincar/quarto de trabalho. Profissionais em terapias de integração sensorial

podem orientar os pais, familiares e outros profissionais em como auxiliar suas

crianças durante suas interações com elas.

É através de experiências sensório-motoras é possível aumentar sua

relação com o mundo, já que o contato com outros através do toque ou do olhar

é inicialmente difícil. Entretanto, mesmo diante das dificuldades, é fundamental

o contato ocular a fim de permitir que o terapeuta perceba todos os sinais, por

mais imperceptíveis que sejam que a criança irá enviar. A psicomotricidade

também irá trabalhar com o autista através do contato corporal, explorando as

diferentes variações, possibilitar, aos poucos uma maior aceitação, por parte da

criança autista, das sensações proporcionadas.

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A criança autista tem dificuldades de se apropriar do seu corpo,

entender e administrar sentimento e emoções, que irão refletir, principalmente,

na relacional e, consequentemente, no seu aprendizado.

Optou-se pela estimulação sensorial, por não se acreditar num

trabalho de condicionamento que não os prepara para a vida social e sim

restringe ao âmbito familiar.

Para que o trabalho seja completo e apresente bom resultado é

necessária a colaboração de todas as pessoas envolvidas com a criança,

atuando num mesmo propósito, o de ajudar as crianças a conviverem melhor

consigo mesmas, com os outros e com o meio que os cercam.

A psicomotricidade vem contribuir no processo da aprendizagem do

portador de necessidades educacionais especiais, enfatizando que por meio

dela há uma educação que busca o desenvolvimento global do educando.

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CAPITULO III

O PSICOPEDAGOGO

Nesse presente capitulo será abordado o papel do psicopedagogo no

trabalho com a criança autista.

Muitos autores discursaram sobre o papel da psicopedagogia no

nosso país, a fim de propor ações e mudanças significativas na vida de um

indivíduo.

A Psicopedagogia, nos leva a indagar sobre o que é mito ou verdade, e

a fazer vários questionamentos. O que é a psicopedagogia? Qual o seu objeto

de estudo? Como se deu o seu surgimento? O que faz e onde atua?

O movimento da Psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na

Argentina. Devido à proximidade geográfica e ao acesso fácil à literatura

(inclusive pela facilidade da língua), a ideia dos argentinos muito têm

influenciado a nossa prática.

Muitos profissionais argentinos encontram-se em nosso País, pós -

graduando-se em Psicologia, Psicanálise e mesmo em Psicopedagogia. Esses

argentinos, em geral, acabam por ministrar cursos e chegam a ocupar um

considerável espaço em nosso mercado de trabalho.

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Beauclair (2011) ressalta que a psicopedagogia no Brasil está se

consolidando, cada vez mais, em um movimento de busca concreta por

resposta e alternativas aos problemas vinculados ao aprender, que se

avolumam no cotidiano da escola, cujas consequências se fazem, cada vez

mais, presente no contexto social.

Ao final da década de 1970 e inicio dos anos de 1980 que começa a

se configurar uma nova teoria sobre o atendimento do fracasso escolar. O

enfoque passou então a ser a visão sociopolítica, na qual o problema de

aprendizagem passa a ser entendido enquanto problema de ensino. Mas ainda

no final da década de 1970, educadores continuam a delegar causa extra-

escolares ao fracasso escolar.

Segundo Ariès, 1981 (apud Bossa (2011), a preocupação entre os

moralistas e os educadores do século XVII era compreender mais e melhor a

criança para transformá-la em um homem racional e cristão). A partir do século

XVIII, a criança passa a ser inscrita em discurso social em que predomina o

conceito de disciplina, a racionalidade dos costumes, acrescido da

preocupação com a higiene e a saúde física. Porém, é no final do século XIX

que a escolaridade adquire um papel e uma função bastante distinta. Em uma

sociedade cada vez mais tecnicista, uma nova e diferente realidade se impõe a

sobrevivência econômica dos indivíduos, forçados a atualizações constantes,

graças aos progressos técnicos e científicos.

Só então a partir de 1948, que finalmente passa a ser definido o termo

psicopedagogia com o objetivo atender crianças e adolescentes desadaptados

que, embora inteligentes, tinham maus resultados escolares.

O objetivo do tratamento psicopedagógico é o desaparecimento do sintoma e a possibilidade de o sujeito aprender normalmente em condições melhores, enfatizando a relação que ele possa ter com a aprendizagem, ou seja, que o sujeito seja o agente da sua própria aprendizagem e que se aproprie do conhecimento. (Paín, 1988 apud Bossa,2011).

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O psicopedagogo é o profissional que procurará compreender as

mensagens, muitas vezes implícitas, sobre os motivos que levam as pessoas a

obterem resultados insuficientes ao esforço aplicado em sua busca pela

aprendizagem, seja ela sistemática ou não.

A Psicopedagogia busca a melhoria das relações com a

aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria

aprendizagem de alunos e educadores.

Segundo esses autores, o objeto de estudo é a aprendizagem do

indivíduo respeitando suas singularidades.

A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de

uma demanda o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco

explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia - e

evoluiu devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender

essa demanda, constituindo-se, assim, em uma prática.

Esse sujeito adquire características específicas a depender do

diagnóstico feito, tais, como clínico ou preventivo:

Ø O trabalho clínico se dá na relação entre um sujeito com sua história

pessoal e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a

mensagem de outro sujeito, implícita no não aprender. Nesse processo,

onde investigador e objeto-sujeito de estudo interage constantemente, a

própria alteração torna-se alvo de estudo da Psicopedagogia. Isto

significa que, nesta modalidade de trabalho, deve o profissional

compreender o que o sujeito aprende, como aprende e porquê, além de

perceber a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito de forma

que se favoreça a aprendizagem.

Ø No trabalho preventivo, a instituição, enquanto espaço físico e psíquico

da aprendizagem é objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que

são avaliados os processos didático-metodológicos e a dinâmica

institucional que interferem no processo de aprendizagem.

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A definição do objeto de estudo da Psicopedagogia passou se por três

fases distintas que são elas.

1º Nível – O psicopedagogo atua nos processos educativos com o

objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu

trabalho incide nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e

na orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais.

2° Nível - O objetivo é diminuir e tratar dos problemas de

aprendizagem já instalados. Para tanto, cria-se um plano diagnóstico da

realidade institucional e elaboram-se planos de intervenção baseados nesse

diagnóstico, a partir do qual se procura avaliar os currículos com os

professores, para que não se repitam tais transtornos.

3º Nível – O objetivo é eliminar os transtornos já instalados, em um

procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo

permanece aí, uma vez que, eliminarmos um transtorno está prevenindo o

aparecimento de outros.

Podemos mencionar a alfabetização, como um exemplo dos níveis de

trabalho preventivo. Ao se deparar com novas teorias acerca da alfabetização,

o psicopedagogo, juntamente com outros profissionais da escola, trata de

elaborar métodos de ensino compatíveis com novas concepções acerca desse

processo. Nesse momento, que corresponderia ao primeiro nível preventivo,

ele trabalha com os professores, auxiliando-os a incorporar os novos

conhecimentos e os procedimentos metodológicos deles decorrentes.

Digamos que apareçam transtornos na aprendizagem no processo de

leitura e escrita. Cabe então ao Psicopedagogo, realizar um diagnóstico do

grupo e intervir nos procedimentos didático-metodológicos em vigor, que já se

encontra no segundo nível preventivo. Esse profissional tem, agora, não só

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objetivo de detectar as causas dos transtornos, mas também de encontrar os

meios para que os mesmos sejam eliminados. Já no terceiro nível se dá no

momento em que problemas específicos de leitura e escrita já estejam

instalados em um aluno ou grupo de alunos.

Deve o psicopedagogo, neste caso, atuar diretamente com estes, a fim

de tratar esses transtornos e evitar outros.

No exercício clínico, o psicopedagogo deve reconhecer a sua própria

subjetividade na relação, pois tratar-se de um sujeito que estuda outros

sujeitos. .Esta inter-relação de sujeitos, na qual uma procura conhecer no outro

aquilo que o impede de aprender, implica numa temática muito complexa. Ao

psicopedagogo, cabe saber como se constitui o sujeito, como este se

transforma em suas diversas etapas da vida, quais os recursos de

conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e

aprende.

Consideramos uma tapeçaria contemporânea. Comporta fios de linho, de ceda, de algodão, de lã, com cores variadas. Para conhecer essa tapeçaria seria interessante as leis e os princípios respeitantes a cada um destes tipos de fios que entram na tapeçaria é insuficiente, não apenas para conhecer esta realidade nova que é o tecido (quer dizer, as qualidades e as propriedades próprias desta textura), mas, além disso, é incapaz de nos ajudar a conhecer sua forma e configuração.

Beauclair 2011 (apud Morin 1990)

3.1 - ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

atuação do psicopedagogo transcende ao mero espaço físico onde o

trabalho é desenvolvido, mas também, e em especial, ao espaço

epistemológico que lhe cabe, ou seja, ao lugar deste campo de atividade e ao

modo de abordar o seu objeto de estudo.

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Diversificando o campo de atuação do Psicopedagogo, trabalho pode

ser:

Ø A psicopedagogia na Instituição Escolar analisa o processo de

aprendizagem incluindo questões metodológicas, relacionais e

socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem

aprende envolvendo a participação da família e da sociedade. Trabalhar com a formação de professores numa ação

preventiva e procurar encontrar novas formas de tornar essas

formações mais eficientes. Visa colaborar com a instituição familiar

escolar, educativa em geral ou de saúde afim de que possam cumprir

seu papel transmissor e redes envolvimento do processo de

aprendizagem por meio de técnicas específicas de análise institucional,

a pedagogia se propondo a estar atenta às inúmeras possibilidades de

construção do conhecimento e valorizar o imenso universo de

informação circundante.

Ø A Psicopedagogia Institucional Hospitalar possibilita a

aprendizagem, o lúdico e as oficinas psicopedagógicas com os internos,

evitando o afastamento total da aprendizagem, de pessoas que estão

impossibilitadas do convívio escolar por período longo de tempo.

Ø A Psicopedagogia Institucional Empresarial amplia as formas de

treinamento, resgatando a visão de todas as múltiplas inteligências,

trabalhando a criatividade e os diferentes caminhos para buscar saídas,

desenvolvendo o imaginário, a função humanística e dos sentimentos

na empresa, ao construir projetos e dialogar sobre eles.

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Ø Psicopedagogia Clínica se refere à ação de um sujeito que trata

outro sujeito, em uma relação na qual uma procura conhecer o que o

impede o outro de aprender. Por isso implica numa temática muito

complexa, esse saber exige do psicopedagogo a busca constante por

muitas teorias que fundamentem sua práxi. É importante que saiba de

que modo se dá a aprendizagem, as influências afetivas e as

representações inconscientes que o acompanha.

Como pode observar a psicopedagogia atua em várias áreas,

contribuindo para o processo de desenvolvimento da aprendizagem e

comportamentais, seja em crianças ditas “normais” ou naquelas que apresenta

qual quer tipo de transtorno.

A criança autista, como qualquer outro autista, pode aprender, porém “faz-se necessária a utiliza cão de técnicas e intervenções que facilitem esse processo, considerando as características e especificidades do modo de ser e estar no mundo dessa criança”. Coscia (2010)

É importante ressaltar que há muitas coisas que podem ser feitas pela

criança autista. A principal é acreditar que tem potencial para aprender.

É preciso que se perceba que algumas crianças autistas têm condição

de viver e de interagir com o mundo em que vive, mesmo que de modo

diferente dos ditos não autistas.

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Capitulo IV

Psicopedagogia e Psicomotricidade

O quarto e ultimo capitulo tem como entendimento a ligação da

Psicopedagogia e a Psicomotricidade, e que a integração harmônica e

dinâmica dessas duas áreas esboça relações dialéticas que transcendem a

objetividade e permitem assim compreender o aprendente em todas as suas

dimensões no processo de aprender. Assim ressaltar as contribuições da

Psicanálise à Psicopedagogia e à Psicomotricidade como a melhor maneira de

compreender o sujeito psicomotor-cognoscente e reforço os princípios da não

fragmentação desse sujeito que aprende em movimento crescente.

Reconhecendo o corpo como um instrumento e, ao mesmo tempo, um

eixo de intersecção da Psicopedagogia e da Psicomotricidade e como

elemento indispensável nos processos de aprendizagem.

E assim como o psicopedagogo pode contribuir em parceria com o

Psicomotricista da Educação Infantil, principalmente suas contribuições para o

desenvolvimento global das crianças com Transtorno do Espectro Autista.

Com o surgimento da imagem corporal, o novo passo é dado na

história. Consequentemente, Psicomotricidade e Psicopedagogia passam a

caminhar juntas. Essa abordagem do corpo traz também uma nova imagem do

sujeito: o “sujeito-psicomotor-cognoscente”. É um período marcado pelo corpo

em movimento, que rapidamente dá lugar a outras abordagens. Agora é o

movimento do corpo que marca uma nova época.

Nesse período a Psicologia Genética influencia reformas na educação,

tornando-se necessário relacionar a aprendizagem escolar com o processo de

desenvolvimento motor - cognitivo da criança. A Psicomotricidade passa a ser

considerada também como educação de base, originando a prática preventiva.

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A Psicopedagogia acompanha esse movimento e volta também sua prática

para uma ação preventiva junto à escola.

Costa 2011 (apud Levin 1995) diz que com a contribuição da teoria

psicanalítica, surge uma virada conceptual fundamental, que já não centra seu

olhar num corpo em movimento, mas o sujeito com seu corpo em movimento.

Sujeito com corpo real, imaginário e simbólico: este terceiro corte

epistemológico e virá fundar uma clínica psicomotora centrada no corpo de um

sujeito desejante.

Assim como a Psicomotricidade, a Psicopedagogia em sua história

também foi marcada por estes cortes epistemológicos. O corpo, eixo de

intersecção das duas áreas, é visto como sede das patologias. Mas, dentro de

uma visão psicanalítica, o corpo é o medidor que, através de sua linguagem,

propicia a relação com o outro, denuncia o ser da falta, os processos

transferenciais e a ação desejante. É à luz da Psicanálise que a

Psicopedagogia e a Psicomotricidade entendem o corpo do sujeito entrelaçado

na sua história.

A relação entre Psicomotricidade e psicopedagogia no atendimento aos problemas de aprendizagem em pesquisas publicadas dentro de uma visão interdisciplinar, que também considera os conhecimentos da Psicanálise. Concluí que existe uma intersecção entre as áreas em questão.

Costa (2011)

O importante é que toda criança merece ser tratada devidamente para

que consiga alcançar seu objetivo: aprender. O biológico o emocional, o

cognitivo e o motor estão presentes no não aprender, seja ele classificado por

qualquer um dos conceitos.

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Segundo Costa 2011(apud Fernández 1990) cabe a Psicopedagogia

resgatar o desejo de aprender do “sujeito” eliminando os possíveis obstáculos,

enquanto a Psicomotricidade, voltada para o corpo em movimento, tem sua

contribuição indispensável nos processos de aprender, pois “desde o princípio

até o fim, a aprendizagem passa pelo corpo”.

Essa é uma das questões que levaram a Psicomotricidade e a

Psicopedagogia a enriquecer suas teorias com os pressupostos da

Psicanálise, aplicando-os à sua práxis.

Não se concebe um psicopedagogo que trabalhe com o corpo estático e que desconheça os movimentos desse no aprender. Não se concebe um psicomotricista que trabalhe com o corpo em movimento e não conheça o corpo discursivo do sujeito que aprende. É preciso que haja uma interdisciplinaridade na ação em ensinar-aprender para que o sujeito que aprende seja compreendido em sua totalidade, mesmo dentro de uma abordagem específica. Costa (2011)

CONCLUSÃO

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Conclui-se que através de estudos realizados acerca da

psicomotricidade e da psicopedagogia na criança autista. A importância dessas

duas ciências que vem contribuindo para o seu desenvolvimento no processo

ensino-aprendizagem.

E que diante do enfoque que tem surgido com o tema da Síndrome do

Autista, do desconhecido do caso, veem debatendo-se sobre a educabilidade

do sujeito autista.

Demonstrando a Importância da Psicomotricidade na educação infantil

assim como a inter-relação desta ciência com a psicopedagogia.

A presente pesquisa realizada vem nos mostrar a compreensão da

criança autista, e na construção de uma atitude inclusiva a partir do

reconhecimento das suas potencialidades e possibilidades de sua educação.

Portando desvendando um imenso espaço do conhecimento sobre o

autismo, desmitificando o autista como ser incapaz, que ele pode viver no seu

cotidiano com suas limitações.

Enfim, espera-se que novos estudos sejam realizados sobre o autismo,

causa ainda desconhecida, mas que a neurociência investiga, assim contribuir

para melhora da criança autista, e com a colaboração do trabalho realizado

pelo Psicopedagogo, que cabe ele resgatar o desejo de aprender do” sujeito”

eliminando os possíveis obstáculos, que a criança autista encontra, enquanto o

Psicomotricista, voltada para o corpo em movimento, tem sua contribuição nos

processos de aprender, pois desde o princípio até o fim, a aprendizagem

passa pelo corpo.

Sendo assim, de acordo com o estudo exposto no decorrer deste

trabalho, fica evidenciado que a psicomotricidade e a psicopedagogia,

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caminham paralelamente e vem contribuindo o desenvolvimento de crianças

com Transtorno do Espectro Autista.

BIBLIOGRAFIAS

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http://www.webartigos.com/artigos/conhecendo-a-historia-de-psicopedagogia-

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ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO

2

AGRADECIMENTO

3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - Algumas Definições do Autista

11 1.1 – Tipos de Transtornos do Espectro Autista 13

1.2 – Inclusão da Criança Autista na Educação Infantil 15

CAPÍTULO II – A Psicomotricidade na Criança Autista 20

2.1 - Definições

2.1.1 - Desenvolvimento do Esquema Corporal 23

2.1.2 - Etapas de Desenvolvimento do Esquema Corporal 25

2.1.3 – Lateralidade 27

2.1.4 - A Estruturação Espacial 28

2.1.5 – A Estruturação Temporal 30

2.1.6 – Pré-escrita 31

2.2- A Estimulação Sensorial na Criança Autista 32

CAPÍTULO III – O Psicopedagogo

3.1 - Áreas de Atuação da Psicopedagogia 39

CAPÍTULO IV – Psicopedagogia e Psicomotricidade 42

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50

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

WEBGRAFIA 49

ÍNDICE 50