documento protegido pela lei de direito autoral · esse tipo de montagem de texto cria um...
TRANSCRIPT
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
DIREITO DA CONCORRÊNCIA, PROPRIEDADE
INTELECTUAL, MARCAS E PATENTES.
DIREITO DE AUTOR (DE AUTORES)
RIO DE JANEIRO
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
2
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
DIREITO DA CONCORRÊNCIA, PROPRIEDADE
INTELECTUAL, MARCAS E PATENTES.
DIREITO DE AUTOR (DE AUTORES)
Apresentação de Artigo Científico ao Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Direito da Concorrência, Propriedade Intelectual, Marcas e Patentes. Por: Leandro Baptista Teixeira
ORIENTADOR: Prof. William Rocha.
RIO DE JANEIRO
2013
3
AGRADECIMENTOS
À família, esposa, aos amigos e
colegas de profissão e estudos, que
partilharam conhecimentos e
experiências, e me fizeram capaz
de colocar no papel, muitas idéias,
mas principalmente, Àquele que é o
maior de todos.
4
DEDICATÓRIA
À família, esposa, filho e amigos
sem esquecer um “anjinho”, que
esteve junto a mim por nove meses.
5
RESUMO
Este trabalho possui o condão de trazer ao leitor, fundamentos
relevantes dos cuidados que os Autores de obras intelectuais devem ter,
para respeitar os Direitos alheios, e não cometer “furto intelectual” ao
escreverem suas obras.
6
METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de
livros, questionários, principalmente, o aspecto empírico, colocado em
prática na redação de um Livro de Direito Empresarial, ora em fase de
rascunhos.
Os posicionamentos acerca de determinados temas relacionados
ao tema de violação de direitos alheios, dos Tribunais Estaduais e dos
Tribunais Superiores.
Principais fontes de pesquisa: Lei da Propriedade Intelectual
9.610/1998, e decisões do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
e do E. Superior Tribunal de Justiça.
7
SUMÁRIO
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I CUIDADOS E CAUTELAS A SEREM OBSERVADOS POR ESCRITORES
PARA NÃO VIOLAREM DIREITOS ALHEIOS
• Os tipos de plágio; 14 • Plágio integral 16 • Plagio parcial 17 • Plágio conceitual 18
CAPÍTULO II PROTEÇÃO LEGAL
• Constituição Federal; 19 • Lei dos Direitos Autorais; 20 • Código Penal; 23 • Código Civil . 26
CAPÍTULO III O QUE É E O QUE NÃO É CONSIDERADO CRIME, E SUAS SANÇÕES
• Práticas que não constituem crimes 28 • Sanções cíveis 32 • Sanções criminais 35
CONCLUSÃO 37
ANEXO ACÓRDÃO STJ (Alberto e Leopoldo X Raimundo Fagner) 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
8
INTRODUÇÃO
Parece, até mesmo, um “furto intelectual”, mas poderíamos
chamar de uma adaptação da Lei de Lavoisier, obviamente, adaptada ao
que se ouve e se pratica no mundo jurídico, àquele a que mais deveria
respeitar os Direitos dos Autores, mas a frase é antiga e não há
referência de Autoria:
“No mundo jurídico, nada se perde e nada se cria, tudo se copia”.
Autor desconhecido
Há, porém, outra frase não menos importante e acalenta os
corações dos incautos e novatos hermeneutas:
“Quem copia pouco, comete plágio, quem copia muito, faz
pesquisa”
Autor desconhecido
Não há dúvidas da necessidade de atenção e respeito às obras
publicadas, a fim de evitar graves problemas futuros.
9
CAPÍTULO I
CUIDADOS E CAUTELAS A SEREM OBSERVADOS POR
ESCRITORES PARA NÃO VIOLAREM DIREITOS ALHEIOS
Um fato muito comum, porém, nem um pouco correto, é o que
ocorre desde há algum tempo, mesmo nas tarefas mais simples, como a
realização de um trabalho de pesquisa, da escola, e se torna mais grave
quando tal prática é realizada nos bancos universitários.
Com o avanço da tecnologia, a globalização e o acesso à
informações através de sites de busca e ferramentas da internet, os
direitos de autores, muitas vezes, sofrem abusos.
Com uma análise perfunctória, já é possível afirmar que, aquele
que copia textos e lhe atribuem autoria, como se seu fossem, já não
aprendem aquilo que deveria ter sido aprendido através da pesquisa e
das conclusões próprias.
Em uma análise apenas um pouco mais acurada, poderíamos
afirmar que cometem crime.
Conforme disposto no dicionário do Wikipédia:
O plágio é o ato de assinar ou apresentar
uma obra intelectual de qualquer natureza
(texto, música, obra pictórica, fotografia,
obra audiovisual, etc) contendo partes de
uma obra que pertença a outra pessoa sem
colocar os créditos para o autor original. No
acto de plágio, o plagiador apropria-se
10
indevidamente da obra intelectual de outra
pessoa, assumindo a autoria da mesma.
(grifos do site)
Em muitos países, a prática do plágio é considerada imoral e
antiética, mas no Brasil, além disso, é considerada como crime,
devidamente tipificada no Código Penal Brasileiro.
"Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Conforme já apontado, desde as escolas, as crianças já são
habituadas a realizar trabalhos de pesquisas através do simplificado
método do “copiou/colou”, realizando apenas um trabalho de formatação
dos textos selecionados, o que faz com que o hábito perdure em sua
vida acadêmica, para a mesma prática em Universidades, Pós-
Graduações, Mestrado e até mesmo em Doutorados.
O que retrata o grave problema, não é se utilizar do pensamento
alheio, mas como já definido no início do trabalho, é utilizar-se da cópia
como se fosse de sua autoria. Esse é o problema.
A ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece
todas as formalidades a serem observadas, a fim de não haver o
cometimento de crimes contra os Direitos de Autor.
Assim como o Autor de uma obra se satisfaz ao ver que um
trabalho intelectual faz citação a um artigo ou faz citação, ou referência
a um texto de sua autoria, devem, os Autores de obras (principalmente
de livros), adotem todo o cuidado no momento de suas pesquisas, para
atribuir corretamente os créditos quem quer que seja.
11
Mesmo em pequenos trechos, que não sejam de autoria do
executante do trabalho, deverá o autor do referido trecho ser
devidamente identificado, tudo de acordo com as especificações
normativas existentes.
Tendo em vista que o plágio é uma cópia da propriedade
intelectual de outrem (furto intelectual – neologismo), prejudica o
desenvolvimento do senso crítico do aluno, prejudicando e retardando o
aprendizado.
Atualmente, com a globalização, o acesso a informação é cada
vez mais fácil, devido à internet. Porém, mesmo na internet, é possível a
detecção de plágio através de programas de computador específicos,
para essa detecção.
Sobre essa espécie de crime, MIRABETE afirma:
A conduta típica do crime de violação de
direito autoral é ofender, infringir,
transgredir o direito do autor. O artigo 184
é norma penal em branco, devendo
verificar-se em que se constituem os
direitos autorais que, para a lei, são bens
móveis (art. 3º da Lei nº. 9.610/98).
E sobre COSTA NETTO endossa:
Assim, certamente, o crime de plágio
representa o tipo de usurpação intelectual
mais repudiado por todos: por sua malícia,
sua dissimulação, por sua consciente e
12
intencional má-fé em se apropriar – como
se de sua autoria fosse – de obra
intelectual (normalmente já consagrada)
que sabe não ser sua (do plagiário).
13
OS TIPOS DE PLÁGIOS
Embora existam aqueles que imaginem que, alterar a forma da
redação, substituir palavras e inverter a ordem das frases do texto
possam dele se utilizar sem o cometimento crime de plágio, estão todos
esses, muito equivocados.
O plágio não é somente uma cópia exata e fiel do trabalho
intelectual de outra pessoa, independentemente de sua forma, que pode
ser literária, científica, ou até mesmo, artística.
O plágio se caracteriza pela cópia da essência do texto, que já foi
denominado pelo neologismo de furto intelectual.
Pode ser considerado como plágio, uma produção mascarada, ou
um distinto modo de escrever, entre algumas outras possibilidades.
Segundo o professor Laércio Ramos, existem, pelo menos, três
tipos de plágio:
• Integral: Cópia de um trabalho inteiro,
sem citar a fonte.
• Parcial: Colagem resultante da seleção de
parágrafos ou frases de um ou de diversos
autores, sem menção às obras.
• Conceitual: utilização da essência da obra
do autor, expressa de forma distinta da
original.
14
Irrelevante qual o tipo de plagio praticado, pois todos são muito
graves, podendo ser um verso, uma frase, um parágrafo, ou mesmo um
texto inteiro.
O texto copiado tem autor, e deve ter seu crédito indicado, e pode
o verdadeiro autor do texto original, e tem o direito de ingressar na
Justiça com a competente ação com pedidos de indenização.
15
PLÁGIO INTEGRAL
Plágio integral é aquele onde a pessoa copia integralmente o texto
de outra pessoa, e sem citar a fonte ou nome do autor. Pode ser feito
através de cópia de textos de vários autores, sem, sequer, a modificação
da pontuação.
Este tipo de plágio é algo que afronta o nosso ordenamento
jurídico, e afronta, ainda, a inteligência do homem médio e a lógica mais
comezinha.
Esse tipo de plágio é comumente praticado por alunos que deixam
seus trabalhos para o fim do prazo e fazem pesquisas pela internet, e,
para sanarem suas ansiedades e angústias e copiam integralmente o
texto, de forma irresponsável.
Por outro lado, com a mesma internet que se copia textos alheios,
é possível realizar pesquisas se algum texto fora copiado de algum site,
e verificar sua autoria, e constatar se realmente, fora objeto de plágio.
16
PLÁGIO PARCIAL
O plágio parcial é aquele que ocorre quando a pessoa copia várias
partes de vários textos diferentes, de diversos autores, e sem citar a
fonte ou o nome dos autores.
Esse tipo de montagem de texto cria um verdadeiro mosaico de
informações diversas, e muitas vezes, desencontradas ou repetidas.
Também é conhecido como texto “Frankstein”.
Nessa modalidade de plágio, geralmente, várias partes de textos
de vários autores sofrem enxertos de textos de autoria do próprio
plagiador, sendo composta uma colcha de retalhos.
17
PLÁGIO CONCEITUAL
O plágio conceitual é aquele que já foi chamado de “furto
intelectual”, ou seja, quando a pessoa se aproveita da idéia do texto
originário e o reescreve, modificando palavras, invertendo a ordem das
palavras ou das frases, e a idéia do texto continua a mesma, e não
aponta a fonte, ou o verdadeiro autor. É caso de usurpação.
É muito diferente quando o escritor, que durante sua pesquisa, leu
textos de diferentes autores para um mesmo assunto, e culmina por
materializar suas próprias conclusões.
18
CAPÍTULO II
A PROTEÇÃO LEGAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O Direito Autoral no Brasil é regulado pela Lei 9.610 de 19 de
fevereiro de 1998, e traz como principal escopo, a proteção da
expressão das idéias, reservando aos seus titulares, o direito sobre sua
reprodução.
Esse direito é garantido em vários dispositivos legais, entre eles, a
Constituição Federal, o Código Civil Brasileiro, o Código Penal, além da
própria Lei dos Direitos Autorais.
A Carta Política de 1988 estabelece, quando trata das Garantias
Fundamentais e dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, assim
dispõe:
“Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade (...)”.
E assegura:
“aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, transmissível aos herdeiros
pelo tempo que a lei fixar”.
19
LEI DOS DIREITOS AUTORAIS
A Lei 9.610, no Capítulo I, Artigo 7º, definiu as obras intelectuais
protegidas como sendo:
“São obras intelectuais protegidas as
criações do espírito, expressas por
qualquer meio ou fixadas em qualquer
suporte, tangível ou intangível, conhecido
ou que se invente no futuro”.
E elenca os exemplos dessas criações, que seguem transcritos na
íntegra, abaixo:
I - os textos de obras literárias, artísticas
ou científicas;
II - as conferências, alocuções, sermões e
outras obras da mesma natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-
musicais;
IV - as obras coreográficas e
pantomímicas, cuja execução cênica se
fixe por escrito ou por outra qualquer
forma;
V - as composições musicais, tenham ou
não letra;
20
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou
não, inclusive as cinematográficas;
VII - as obras fotográficas e as produzidas
por qualquer processo análogo ao da
fotografia;
VIII - as obras de desenho, pintura,
gravura, escultura, litografia e arte cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e
outras obras da mesma natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas
concernentes à geografia, engenharia,
topografia, arquitetura, paisagismo,
cenografia e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras
transformações de obras originais,
apresentadas como criação intelectual
nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações,
antologias, enciclopédias, dicionários,
bases de dados e outras obras, que, por
sua seleção, organização ou disposição de
21
seu conteúdo, constituam uma criação
intelectual.
§ 1º Os programas de computador são
objeto de legislação específica, observadas
as disposições desta Lei que lhes sejam
aplicáveis.
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII
não abarca os dados ou materiais em si
mesmos e se entende sem prejuízo de
quaisquer direitos autorais que subsistam a
respeito dos dados ou materiais contidos
nas obras.
§ 3º No domínio das ciências, a proteção
recairá sobre a forma literária ou artística,
não abrangendo o seu conteúdo científico
ou técnico, sem prejuízo dos direitos que
protegem os demais campos da
propriedade imaterial.
22
DO CÓDIGO PENAL
O legislador, em 1940, já se preocupava com o assunto, ao
elaborar o Código Penal Brasileiro, que também, desde longa data, já se
preocupava com o relevante tema, conforme vejamos abaixo:
“TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE
IMATERIAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE
INTELECTUAL
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe
são conexos: (Redação dada pela Lei nº
10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº
10.695, de 1º.7.2003)
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total
ou parcial, com intuito de lucro direto ou
indireto, por qualquer meio ou processo, de
obra intelectual, interpretação, execução ou
fonograma, sem autorização expressa do
autor, do artista intérprete ou executante, do
produtor, conforme o caso, ou de quem os
23
represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695,
de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem,
com o intuito de lucro direto ou indireto,
distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz
no País, adquire, oculta, tem em depósito,
original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma reproduzido com violação do direito
de autor, do direito de artista intérprete ou
executante ou do direito do produtor de
fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia
de obra intelectual ou fonograma, sem a
expressa autorização dos titulares dos direitos
ou de quem os represente. (Redação dada
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao
público, mediante cabo, fibra ótica, satélite,
ondas ou qualquer outro sistema que permita
ao usuário realizar a seleção da obra ou
produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a
demanda, com intuito de lucro, direto ou
indireto, sem autorização expressa, conforme o
caso, do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor de fonograma, ou de
quem os represente: (Redação dada pela Lei
nº 10.695, de 1º.7.2003)
24
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica
quando se tratar de exceção ou limitação ao
direito de autor ou os que lhe são conexos, em
conformidade com o previsto na Lei nº 9.610,
de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de
obra intelectual ou fonograma, em um só
exemplar, para uso privado do copista, sem
intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela
Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)”
25
CÓDIGO CIVIL
O Código Civil Brasileiro, igualmente, já possui dispositivos que
visam a garantia dos direitos dos titulares dos Direitos de Autor.
CAPÍTULO II DOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se
necessárias à administração da justiça ou à
manutenção da ordem pública, a divulgação de
escritos, a transmissão da palavra, ou a
publicação, a exposição ou a utilização da
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas,
a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se
destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou
de ausente, são partes legítimas para requerer
essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou
os descendentes.
TÍTULO II DAS PESSOAS JURÍDICAS
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver
administração coletiva, as decisões se tomarão
pela maioria de votos dos presentes, salvo se o
ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito
de anular as decisões a que se refere este
26
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou
forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude.
TÍTULO III DOS ATOS ILÍCITOS
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de
um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.
As ações que visem a reparação de danos, sejam eles de ordem
moral ou material podem ser requeridos independentemente de ação
penal.
Os direitos morais do Autor da obra é o de requerer o
reconhecimento e a identificação do Autor, pseudônimo ou outra marca
características. A reivindicação pode ser feita a qualquer tempo.
Os de ordem patrimonial, são as que constam do Código Civil, no
que tange a propriedade, que são os direitos de usar, de fruir e de
dispor da coisa, no caso, da obra.
27
CAPÍTULO III
PRÁTICAS QUE NÃO CONSTITUEM CRIME
A própria Lei estabelece aquilo que não é considerado como
ofensa ao Direito de Autor, mas que deverá ser bem interpretado, para
que não haja uma violação disfarçada.
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos
autorais:
I - a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de
notícia ou de artigo informativo, publicado
em diários ou periódicos, com a menção do
nome do autor, se assinados, e da
publicação de onde foram transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos
pronunciados em reuniões públicas de
qualquer natureza;
c) de retratos, ou de outra forma de
representação da imagem, feitos sob
encomenda, quando realizada pelo
proprietário do objeto encomendado, não
havendo a oposição da pessoa neles
representada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou
científicas, para uso exclusivo de
deficientes visuais, sempre que a
reprodução, sem fins comerciais, seja feita
28
mediante o sistema Braille ou outro
procedimento em qualquer suporte para
esses destinatários;
II - a reprodução, em um só exemplar de
pequenos trechos, para uso privado do
copista, desde que feita por este, sem
intuito de lucro;
III - a citação em livros, jornais, revistas ou
qualquer outro meio de comunicação, de
passagens de qualquer obra, para fins de
estudo, crítica ou polêmica, na medida
justificada para o fim a atingir, indicando-se
o nome do autor e a origem da obra;
IV - o apanhado de lições em
estabelecimentos de ensino por aqueles a
quem elas se dirigem, vedada sua
publicação, integral ou parcial, sem
autorização prévia e expressa de quem as
ministrou;
V - a utilização de obras literárias,
artísticas ou científicas, fonogramas e
transmissão de rádio e televisão em
estabelecimentos comerciais,
exclusivamente para demonstração à
clientela, desde que esses
estabelecimentos comercializem os
suportes ou equipamentos que permitam a
sua utilização;
VI - a representação teatral e a execução
musical, quando realizadas no recesso
29
familiar ou, para fins exclusivamente
didáticos, nos estabelecimentos de ensino,
não havendo em qualquer caso intuito de
lucro;
VII - a utilização de obras literárias,
artísticas ou científicas para produzir prova
judiciária ou administrativa;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de
pequenos trechos de obras preexistentes,
de qualquer natureza, ou de obra integral,
quando de artes plásticas, sempre que a
reprodução em si não seja o objetivo
principal da obra nova e que não
prejudique a exploração normal da obra
reproduzida nem cause um prejuízo
injustificado aos legítimos interesses dos
autores.
Art. 47. São livres as paráfrases e paródias
que não forem verdadeiras reproduções da
obra originária nem lhe implicarem
descrédito.
Art. 48. As obras situadas
permanentemente em logradouros públicos
podem ser representadas livremente, por
meio de pinturas, desenhos, fotografias e
procedimentos audiovisuais.
Muito cuidado se deve ter ao realizar pesquisas em obras
científicas, pois toda a leitura realizada, acaba por formar opinião, e a
redação de quem escreve um artigo, sempre concorda ou discorda de
30
alguém, mas tudo isso deve ser feito com muita cautela, para que não
ocorra o plágio conceitual, até mesmo porque, quem está escrevendo,
em pouco tempo passará ao lado oposto da situação, pois terá sua obra
pesquisada, e não gostará de vê-la plagiada.
31
SANÇÕES CÍVEIS E CRIMINAIS
SANÇÕES CÍVEIS
Constatando-se a prática do plágio, resta ao verdadeiro autor, ou
ao titular do direito pela obra, um vasto campo de reparações, no âmbito
cível, conforme se verifica do teor da Lei de Direitos Autorais, adiante
transcrita:
Art. 24. São direitos morais do autor:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a
autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal
convencional indicado ou anunciado, como
sendo o do autor, na utilização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra,
opondo-se a quaisquer modificações ou à
prática de atos que, de qualquer forma,
possam prejudicá-la ou atingi-lo, como
autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois
de utilizada;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de
suspender qualquer forma de utilização já
autorizada, quando a circulação ou
utilização implicarem afronta à sua
reputação e imagem;
32
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro
da obra, quando se encontre legitimamente
em poder de outrem, para o fim de, por
meio de processo fotográfico ou
assemelhado, ou audiovisual, preservar sua
memória, de forma que cause o menor
inconveniente possível a seu detentor, que,
em todo caso, será indenizado de qualquer
dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a
seus sucessores os direitos a que se
referem os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da
integridade e autoria da obra caída em
domínio público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI,
ressalvam-se as prévias indenizações a
terceiros, quando couberem.
Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o
exercício dos direitos morais sobre a obra
audiovisual.
Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de
projeto arquitetônico alterado sem o seu
consentimento durante a execução ou após
a conclusão da construção.
Parágrafo único. O proprietário da
construção responde pelos danos que
causar ao autor sempre que, após o
33
repúdio, der como sendo daquele a autoria
do projeto repudiado.
Art. 27. Os direitos morais do autor são
inalienáveis e irrenunciáveis.
34
SANÇÕES CRIMINAIS
A violação dos direitos de autores poderá acarretar penas severas,
que vão desde a simples detenção de 3 (três) meses até 4 (quatro)
anos, e multa, conforme a prática delituosa realizada.
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que
lhe são conexos
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução
total ou parcial, com intuito de lucro direto
ou indireto, por qualquer meio ou processo,
de obra intelectual, interpretação, execução
ou fonograma, sem autorização expressa
do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor, conforme o caso,
ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa.
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem,
com o intuito de lucro direto ou indireto,
distribui, vende, expõe à venda, aluga,
introduz no País, adquire, oculta, tem em
depósito, original ou cópia de obra
intelectual ou fonograma reproduzido com
violação do direito de autor, do direito de
35
artista intérprete ou executante ou do
direito do produtor de fonograma, ou,
ainda, aluga original ou cópia de obra
intelectual ou fonograma, sem a expressa
autorização dos titulares dos direitos ou de
quem os represente.
§ 3o Se a violação consistir no
oferecimento ao público, mediante cabo,
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer
outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção
para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem
formula a demanda, com intuito de lucro,
direto ou indireto, sem autorização
expressa, conforme o caso, do autor, do
artista intérprete ou executante, do
produtor de fonograma, ou de quem os
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa.
36
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho, a pretensão era de esclarecer de forma
simples, direta e objetiva, pontos muito controvertidos dos Direitos de
Autores (Autores).
Quais as condutas a serem adotadas para que sejam,
efetivamente, respeitados os Direitos dos Autores.
O respeito aos Direitos dos Autores deve começar muito cedo,
desde a escola, onde há, flagrantemente, violações ao bem tutelado, e
que apenas não há maiores repercussões, por se tratar de infantes.
Mas, na vida profissional, as consequências de plagiar uma obra,
poderão ser desastrosas pelo aspecto do descrédito que abalará o
plagiador, bem como no aspecto pessoal, que responderá penal e
civilmente.
O site do Ministério da Cultura explica a importância do respeito
aos Direitos dos Autores, conforme segue:
“Importância
Os Direitos Autorais estão sempre
presentes no cotidiano de cada um de nós,
pois eles regem as relações de criação,
produção, distribuição, consumo e fruição
dos bens culturais. Entramos em contato
com obras protegidas pelos Direitos
Autorais quando lemos jornais, revistas ou
um livro, quando assistimos a filmes, ou
37
simplesmente quando acessamos a
internet.
Os Direitos Autorais integram as políticas
públicas voltadas para a economia da
cultura dos países modernos, sendo
fundamentais para assegurar sua
soberania e desenvolvimento”.
Consulta site do Ministério da Cultura
(http://www2.cultura.gov.br/site/2009/10/06/direitos-autorais-4/#more-
59999).
38
ANEXO
39
40
41
42
43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal – parte geral. 17 ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
COSTA NETTO, José Carlos. Direito autoral no Brasil. Coordenação:
Hélio Bicudo. São Paulo: FTD, 1998 (Coleção Juristas da Atualidade).
Lei 9.610/1998 – Lei dos Direitos Autorais;
Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil;
Decreto Lei 2.484 de 07 de dezembro de 1940 – Código Penal
Site do Ministério da Cultura
(http://www2.cultura.gov.br/site/2009/10/06/direitos-autorais-4/#more-
59999).
44
ÍNDICE
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I CUIDADOS E CAUTELAS A SEREM OBSERVADAS POR ESCRITORES
PARA NÃO VIOLAREM DIREITOS ALHEIOS
• Os tipos de plágio; 14 • Plágio integral; 16 • Plágio parcial; 17 • Plágio conceitual. 18
CAPÍTULO II PROTEÇÃO LEGAL
• Constituição Federal; 19 • Leo dos Direitos Autorais; 20 • Código Penal; 23 • Código Civil. 26
CAPÍTULO III O QUE É E O QUE NÃO É CONSIDERADO CRIME, E SUAS SANÇÕES
• Práticas que não constituem crimes; 28 • Sanções Cíveis; 32 • Sanções Criminais 35
CONCLUSÃO 37
ANEXO ACÓRDÃO STJ (Alberto e Leopoldo X Raimundo Fagner) 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
45
FOLHA DE AVALIAÇÃO