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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA RELAÇÃO SUJEITO, FAMÍLIA E ESCOLA. POR: CAROLINA SILVEIRA BRAZ DA CRUZ Orientador PROF. VILSON SÉRGIO Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA RELAÇÃO SUJEITO, FAMÍLIA E

ESCOLA.

POR: CAROLINA SILVEIRA BRAZ DA CRUZ

Orientador

PROF. VILSON SÉRGIO

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA RELAÇÃO SUJEITO, FAMÍLIA E

ESCOLA.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de especialista

em Psicopedagogia.

Por: . Carolina Silveira Braz da Cruz

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo entender melhor o papel do

psicopedagogo, considerando os fatores que interagem no ambiente escolar e social

do sujeito. Para que isso seja possível, este trabalho mostra o triângulo sujeito, família

e escola, assim como os fatores que interferem no processo de aprendizagem do

sujeito em cada uma dessas dimensões. Desta forma o leitor poderá entender a visão

do psicopedagogo a cerca do desenvolvimento escolar do sujeito e a necessidade de

investigar todos os aspectos e assim poder diagnosticar com o máximo de clareza

possível, sempre visando tornar a vida do sujeito mais fácil nesse processo de

aprendizagem e diminuir o chamado fracasso escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 04

1. A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA.......................................................... .......... 06

1.1A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO

ESCOLAR......................................... ...................................................................... 06

1.2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA A CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA

DO ALUNO........ ..................................................................................................... 10

1.3 DIAGNOSTICANDO PROBLEMAS...................................................................12

2. A ESCOLA NO PROCESSO DE INTERAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A

ESCOLA........ ......................................................................................................... 13

2.1 A ESCOLA COMO AMBIENTE MEDIADOR.....................................................13

2.1 OBSERVANDO O COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA..........................17

3. OS DIREITOS E DEVERES DA FAMÍLIA .......................................................... 18

3.1 LDB............................ ...................................................................................... 18

3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL............................. ................................................. 20

3.3 ECA............... .................................................................................................... 22

4. O SUJEITO.........................................................................................................23

4.1 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM X PROBLEMA DE APRENDIZAGEM..24

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................30

6. CONCLUSÃO......................................................................................................32

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 33

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INTRODUÇÃO

A monografia a ser apresentada é requisito parcial de conclusão do curso

de Psicopedagogia da AVM Faculdade Integrada, com a finalidade de

esclarecer o papel do Psicopedagogo na instituição escolar.

Como o psicopedagogo pode diferenciar o fracasso escolar da dificuldade

de aprendizagem, e, uma vez que tal distinção é feita, qual a melhor forma

de intervir, unificando o sistema familiar, a escola e o meio de modo a

melhorar o desempenho escolar?

Com base em observações feitas em sala de aula, foi possível perceber

que existe uma diferença grande na forma como cada aluno recebe a

informação passada pelo professor em sala de aula, alguns poucos

aprendem com mais rapidez, mas a grande maioria necessita de um

trabalho diferenciado, havendo também aqueles que não conseguem nem

ao menos acompanhar as atividades mais simples propostas pelo

professor. Esta terceira opção nem sempre é levada em consideração, uma

vez que tais alunos geralmente apresentam um comportamento disperso ou

indisciplinado, o que geralmente não é bem visto por boa parte dos

professores. Este número de alunos com dificuldade na aprendizagem

aumenta relevantemente, os pais cada vez mais se distanciam de seus

filhos por vários motivos como trabalho, atividades paralelas, programas de

televisão jogos computadorizados que prendem a atenção das crianças por

horas entre outros fatores que distanciam o relacionamento familiar, ou

seja, os pais estão mais ausentes e as escolas acabam ficando

sobrecarregadas, com incumbências que deveriam ser delegadas a outros

âmbitos da vida do aluno. Neste contexto de fracasso escolar, freqüentes

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nos dias atuais, se torna necessário a presença do Psicopedagogo, para

que essa ponte entre a escola, o aluno e a família seja feita.

Apresentar o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar, de modo a

identificar algum tipo de deficiência ou necessidade educacional específica,

que compromete o desempenho escolar considerando que o mesmo é a

conjunção de fatores, fazendo então a união do sistema escolar, familiar e

social no qual o aluno está inserido, de modo a diminuir a problemática do

fracasso escolar.

Tais informações geraram o interesse pelo estudo baseado na relação

entre a família e a escola, tendo como objetivo: Diferenciar o fracasso

escolar e deficiência de aprendizagem e identificar a deficiência ou

necessidade educacional que podem causar o fracasso escolar.

No final desta monografia, deverão ser respondidas as seguintes questões:

Como diferenciar o fracasso escolar de dificuldade de aprendizagem? Qual

a importância da família para o aprendizado do aluno? Qual o papel do

psicopedadgogo no contexto escolar? Como tornar essa aproximação dos

pais com a escola possível? Uma vez que descoberto o motivo do fracasso

escolar, como melhorar o desempenho dos alunos com dificuldade?

O objeto de estudo da presente monografia é o desempenho do aluno em

sala de aula e o papel do psicopedagogo para auxiliar na identificação dos

problemas de aprendizagem e diminuir o fracasso escolar. Tal estudo será

baseado em observações feitas em sala de aula e referenciais teóricos,

como Wygostki, Piaget, Erik Erikson, entre outros que desenvolveram

pesquisas baseadas no desenvolvimento social e cognitivo do ser humano.

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1. A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

1.1IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Considerando as mudanças ocorridas na sociedade, tantas

informações, avanços tecnológicos e aumento da violência e da liberdade,

ocorreu uma inversão de papeis e valores na sociedade moderna, que

vive uma crise de valores Moraes e éticos sem precedentes. Infelizmente,

geralmente quem percebe o resultado dessa crise acaba sendo o

professor na escola, onde o resultado dessa crise acaba se tornando

evidente.

Para ele, o problema está na falta de limites:

A mim me dá pena e preocupação quando convivo com

famílias que experimentam a “tirania da liberdade” em

que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes,

ameaçam as visitas em face da autoridade complacente

dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade.

(PAULO FREIRE, 1983)

A falta de limites, de motivação, alunos que passam longos períodos

longe da escola e desrespeito em sala de aula já não é mais novidade no

mundo acadêmico. Há muito tempo que pautas inteiras de reunião se

baseiam em atos pejorativos vindos dos alunos, não sendo surpresa,

inclusive, que as constatações do resultado de famílias desestruturadas

cabem unicamente ao professor, baseado na conduta escolar do aluno.

Considerando que, muitas vezes a família se torna, de certa forma

omissa com relação a conduta do aluno em sala de aula, a escola acaba

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se tornando uma espécie de válvula de escape para o aluno, que tem

determinadas atitudes como um grito de socorro, buscando auxílio em

questões problemáticas mal resolvidas que ocorrem dentro de casa.

Mesmo não sendo diretamente uma atribuição, a escola acaba sendo

obrigada a se envolver nas rotinas do aluno fora da escola, para então,

atingir seu objetivo de ensinar de forma que os alunos possam absorver o

conteúdo passado em sala de aula.

Visando a melhoria na qualidade das aulas, a escola acaba

incorporando um papel autoritário e disciplinar, o que não quer dizer que

houve alguma melhoria na qualidade do conteúdo passado em sala de

aula, que muitas vezes se resume ao mínimo possível. Mas, até onde

esse papel autoritário e disciplinar depende da escola?

LIBÂNEO ressalta (2000):

Educação é o conjunto de ações, processos, Influências,

estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de

indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente

natural e social, num determinado contexto de relações

entre grupos e classes sociais (p. 22).

Os pais ocupam um importante papel na mudança do comportamento

de seus filhos, intervindo diretamente no desenvolvimento humano aluno.

Sendo assim é importante se fazer uma análise do contexto familiar,

voltando-se para o que pensam pais sobre seu papel no processo de

escolarização dos seus filhos, pois não há como articular família-escola

sem entender o que eles pensam e tentar mostrá-los sua importância no

aprendizado dos seus filhos. Mostrar aos pais que seu interesse pelas

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atividades escolares do seu filho estimula seu rendimento escolar, faz

com que o aprendizado vá da escola para dentro de casa, ou seja, ele se

interessa mais em aprender na escola e em casa. Os pais ocupam um

importante papel na mudança do comportamento de seus filhos,

intervindo diretamente no desenvolvimento humano aluno.

Infelizmente, nos dias atuais, com o mercado de trabalho cada vez

mais competitivo, ou, como acontece em escolas públicas, pais com muito

pouca orientação, a responsabilidade acaba sendo totalmente transferida

para a escola.

“[...] os pais que não têm condições emocionais de suportar a sua

parcela de responsabilidade, ou culpa, pelo mau rendimento escolar,

ou algum transtorno de conduta do filho, farão de tudo, para encontrar

argumentos e pinçar fatos, a fim de imputar aos professores que

reprovaram o aluno, ou à escola como um todo, a total

responsabilidade pelo fracasso do filho (ZIMERMAN apud BOSSOLS,

2003: 14)”.

Pais que fazem essa transferência de responsabilidade da educação

dos filhos para a escola, ou melhor, como dizem atualmente no mercado

de trabalho “delargam” tal responsabilidade, costumam tratar a educação

dos filhos como uma mercadoria que acaba de ser comprada, não

aceitando as possibilidades de correção da escola, como acontece no

caso da reprovação. Muitos pais acabam, inclusive de forma agressiva

não aceitando a reprovação dos filhos, eles não entendem que a

reprovação deve ser vista como uma forma do filho aprender o conteúdo

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que não foi absorvido no ano anterior, tratam a reprovação como uma

punição que eles não reconhecem como corretiva. Tal postura citada

anteriormente vem da falta de conhecimento e interesse gerado

justamente pela distância entre pais da escola, uma vez que, ao trabalhar

com a escola durante o ano os pais tem a oportunidade de tomar atitudes

preventivas, ao contrário das remediadas resultantes da falta de aceitação

dos pais.

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1.2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA A CONSTRUÇÃO DA

AUTO-ESTIMA DO ALUNO.

Na construção de uma auto- estima positiva está relacionado à

interação do sujeito com o meio. O sentimento de confiança em si mesma

e nos outros é a base para o crescimento de uma criança apta a enfrentar

os desafios de forma sadia, uma vez que ela acredita na sua capacidade.

Goleman (1995) cita pesquisas que mostram que o sucesso na escola

depende em grande parte de características emocionais que foram

cultivadas nos anos que antecedem a entrada da criança na escola e que

este sucesso não depende das condição financeira da família e nem na

capacidade de ler precocemente e sim na capacidade de ser auto

confiante e interessado...

De acordo com Goleman, não interessa o grau de instrução dos pais,

que isso não justifica a falta de interesse e motivação por parte dos pais.

Considerando que o alicerce da vida escolar do aluno vai depender da

forma como o aluno enfrenta os desafios apresentados na escola, até um

aluno considerado muito inteligente se perde.

Não apenas na vida escolar, seguindo também na vida profissional a

auto-estima vai ser o fator determinante para a tomada de decisões

importantes que resultam no crescimento profissional, e, na vida pessoal,

tendo em vista que uma pessoa menos carente tem menos chance de se

tornar o que podemos chamar de um refém emocional apto a tomar

decisões por si só. Visando despertar sua potencialidade, as pessoas

precisam construir afetividade, sendo possível apenas através da

vivência.

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Goleman (1995) afirma que é na vida familiar que iniciamos a

aprendizagem emocional, aprendemos como nos sentir em relação a nós

mesmos e como os outros vão reagir a nossos sentimentos, aprendemos

a avaliar nossos sentimentos e como reagir a eles, como interpretar e

manifestar nossas expectativas e temores. Este aprendizado se faz por

meio do que os pais fazem, dizem e principalmente do modelo que

oferecem quando lidam individualmente com seus próprios sentimentos e

com os sentimentos da vida conjugal. Pais emocionalmente

despreparados costumam ignorar qualquer tipo de sentimento dos filhos,

estes consideram a perturbação do filho como algo banal ou que os

chateia, uma coisa que passará com o tempo.

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1.3 DIAGNOSTICANDO PROBLEMAS

Normalmente ao detectar possíveis problemas demonstrados através

de alguns comportamentos dentro da sala de aula, o docente, transmite a

família que na maioria das vezes recebe tal fato com extrema rejeição. Tal

posicionamento, ainda pode ser agravado com a transferência da

instituição de ensino, em um momento crucial onde a criança começa a

estabelecer vinculo com o ambiente, potencializando ainda mais o

problema, e como se não bastasse, tal fato acaba se repetindo em outra

instituição, tamanha negação familiar na aceitação do problema.

Para corroborar com esse raciocínio, ainda sim, quando levados a um

psicopedagogo, ressaltando que apenas a ínfima minoria dos pais,

procuram ajuda profissional, mesmo após o diagnostico, e já com um

prognostico o tratamento na maioria das vezes é abandonado.

Há casos também em que existe uma reprodução do problema por

parte do chamado porta-voz (doente), simulando uma deficiência apenas

para chamar a atenção dos pais e assim obter mais atenção e carinho.

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2. A ESCOLA NO PROCESSO DE INTERAÇÃO ENTRE A

FAMÍLIA E A ESCOLA.

2.1 A ESCOLA COMO AMBIENTE MEDIADOR

Devido as contribuições de pensadores, entre eles Jean Piaget(1896-

1980), Lev Vigotsky (1895-1934), que, para a formação de conhecimento

se da após um longo processo de trocas, assimilações , elaborações e

adaptações, influenciado por todos os aspectos humanos (valores,

culturas, condições materiais...)

Com a finalidade de melhorar o aprendizado dos alunos, a escola

precisa entender que não adianta passar o conteúdo dentro da sala de

aula e ignorar se esse conteúdo foi absorvido, ou se o aluno vai entender

a relevância do que foi aprendido em sala de aula para a sua vida. É

preciso que seja criado não apenas um ambiente de aprendizado dentro

de sala de aula, mas que esse ambiente vá além dos muros da escola,

para isso é importante considerar relevante o papel dos pais também

como educadores.

Assim como pudemos observar na citação de Goleman(1995), que

falava da vida familiar, principalmente da importância dos pais, no início

da aprendizagem, muitas vezes o aluno perde o incentivo devido a essa

atitude emocionalmente despreparada dos pais. Cabe a escola fazer um

trabalho com os pais com a finalidade de inseri-los na realidade

acadêmica do seu filho.

Em 2002 nos Estados Unidos, teve início uma ampla reforma no ensino

das escolas públicas de Nova York, onde foi revertido o quadro de

sucessivos fracassos que tornava o cenário da educação básica

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desanimador. Nessa reforma foi criada, entre outras coisas, a

coordenação de pais, que funcionou como o elo entre a escola e a família.

A coordenação de pais foi criada após a constatação da necessidade

de aumentar a aproximação entre as famílias e a escola. Sendo assim, a

escola recebeu verba e cada diretor pôde escolher um coordenador de

acordo com o perfil de cada comunidade. Esse coordenador trabalha em

prol de estreitar o relacionamento entre a família e a escola a fim de sanar

problemas como alunos que, de uma hora pra outra desaparecem da

escola, ou, simplesmente se tornam agressivos e desinteressados

repentinamente. Por não ser um trabalho fácil, devido a falta de tempo e

interesse de alguns pais, que se sentem intimidados com a escola por

não ter muito estudo, muitas vezes o profissional teve que ir até a casa

desses alunos e com muita sensibilidade fazer essa aproximação, essa

troca de informações, aproximando então a escola do aluno. É importante

salientar que, essas informações foram obtidas devido a um estudo que

teve início em 2007, visando descobrir como a reforma educacional de

Nova York conseguiu reverter o quadro do ensino público na cidade.

É importante que a escola faça essa mediação com a família, pois essa

aproximação é de suma importância para atingir a finalidade de melhorar

o desempenho em sala de aula, a escola deve instruir os pais, mostrando

a grande influência que eles tem na educação de seus filhos. Podemos

observar a importância da influência familiar no contexto escolar no artigo

de Ericone e Sales (2011), que analisa a relação entre fatores

psicossociais familiares e o desempenho em leitura e escrita a partir de

um estudo comparativo realizado através de entrevista semiestruturada

com 29 familiares de alunos da 2ª série do ensino fundamental:

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Por meio de avaliação neuropsicológica, os

estudantes foram caracterizados em: com dificuldade de

leitura e escrita e leitores e escritores competentes. As

análises estatísticas evidenciaram associação

significativa entre o grupo com dificuldade em leitura e

escrita e as variáveis presença de transporte próprio na

família, percepção dos familiares de que a criança teve

dificuldades para aprender a ler e no desempenho da

leitura, maior índice de repetência escolar e história

familiar de dificuldade na leitura. Os resultados

demonstram a importância da análise de fatores

psicossociais familiares para a compreensão da

complexidade que envolve o desenvolvimento de

habilidades de leitura e escrita em crianças.

E possível perceber, baseado no exemplo da reforma escolar de Nova

York, a importância dos pais para um bom desenvolvimento acadêmico

dos alunos, que as instituições família e escola estão diretamente

interligadas. A escola precisa trabalhar com os pais a idéia que, mais do

que transmitir conteúdos, e preciso desenvolver valores, para então

ajudar os alunos a tingirem ao Maximo sua potencialidade. Independente

do nível de escolaridade, ou do tempo que os pais possam destinar aos

assuntos escolares, os pais precisam entender sua importância nessa

construção de valores, ou seja, transmitir o aprendizado como uma parte

prazerosa do cotidiano.

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De acordo com Tiba (1996, p.140):

O ambiente escolar deve ser de uma instituição que

complemente o ambiente familiar do educando, os

quais devem ser agradáveis e geradores de afetos.

Os pais e a escola devem ter princípios muito

próximos para o benefício do filho/aluno.

Por isso a importância de trabalhar de forma interligada, a escola precisa

se posicionar como parte da construção de valores dos alunos, assim

como a família precisa se posicionar como parte agregadora do

aprendizado dos alunos, independente do seu nível de escolaridade.

Sendo assim, um papel muito importante da escola e mostrar para os pais

que participar do aprendizado dos filhos não significa necessariamente

transmitir conhecimento do conteúdo escolar, mas na forma como o que

foi aprendido e bem vindo nos assuntos cotidianos da família, desta

forma, será possível o desenvolvimento pleno do aluno.

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2.1 OBSERVANDO O COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA

A observação do comportamento dos alunos dentro da sala de aula,

pode favorecer o diagnostico preciso de possíveis problemas, como

pequenos casos momentâneos de problemas emocionais.

Um fator que desvirtua e complica a analise comportamental em sala

de aula é o fato de normalmente existirem turmas muito extensas.

Todavia deveríamos ressaltar a importância de analisar os aspectos da

fala e das ações, assim como, deveriam ser analisados a postura e até

mesmo o jeito de executar os gesto e expressões faciais, como sugerem

alguns teóricos, como Wallon.

A ótica Walloniana constrói uma criança corpórea,

concreta, cuja eficiência postural, tonicidade muscular,

qualidade expressiva e plástica dos gestos informam

sobre os seus estados íntimos. O olhar se dirige

demoradamente para a sua exterioridade postural,

aproveitando todos os indícios. Supõe-se que sua

instabilidade se reflete nas suas disposições mentais, que

a sua tonicidade muscular dá importantes informações

sobre seus estados afetivos.(DANTAS apud Galvão,

1995, p.98)

.

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3. DIREITOS E DEVERES DA FAMILIA

3.1. LDB

Como reflexão das mudanças do mundo educacional desde a época

dos jesuítas, que foram os primeiros agentes educadores no Brasil após

a colonização, foi necessária uma legislação que norteasse a educação

no país, sendo assim, em 1971, foi criada a lei 5692, a primeira Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB). Criada de forma

inflexível, a primeira LDB entrava em atrito com outras leis e não permitia

um sistema integrado da normatização educacional e com a

promulgação da constituição de 1988, movimentos relativos a educação

levaram a necessidade da criação de uma nova LDB, portanto, vinte e

cinco anos após a criação da primeira LDB, com fundamentação na

constituição de 1988, em 1996 foi criada a lei 9394, a segunda LDB.

No que diz respeito ao papel da família, objeto de estudo na presente

monografia, na LDB tem o artigo 6, de acordo com este artigo, É dever

dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos

seis anos de idade no ensino fundamental.

O artigo sexto representa um dos pontos de mudança entre as duas

LDBs, no que diz respeito ao tempo de duração do ensino fundamental,

que, além de antecipar para seis anos o ingresso nessa etapa obrigatória

da educação, passou a durar nove anos ao invés de oito.

Se espelhando em outros sistemas educacionais da América Latina,

mesmo se ampliando de forma quantitativa tem como objetivo buscar

resultados qualitativos, os pais e responsáveis tem como obrigação

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matricular a criança um ano antes, garantindo apoio educacional de

forma mais ampla. Desta forma, o governo pode cobrar das famílias

satisfação com relação às crianças que passam o dia fora da escola,

diminuindo a exploração infantil e agindo como parceiro das famílias de

baixa renda, oferecendo auxílio financeiro para aquelas que mantêm

suas crianças na escola.

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3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Para instituir um Estado democrático e garantir os direitos sociais e

individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a

igualdade e a justiça, foi promulgada a Constituição Federal da Republica

Federativa do Brasil em 5 de Outubro de 1988. A Constituição da

República é o fundamento de validade de todos o ordenamento jurídico e

normativo infraconstitucional, sendo fundamento inclusive para a LDB,

como citado anteriormente.

De ordem social, a constituição Federal de 88 se remete a educação dos

artigos 205 ao 214, apresentando suas garantias e propostas sendo que

no artigo 205, a família é especificamente relacionada a educação:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração

da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da

pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Neste artigo é possível perceber que o Estado não responsabiliza apenas

a família pela educação da criança e do adolescente, ele também toma

para si essa responsabilidade, desta forma, qualquer ato que venha a

infligir algum desses direitos se torna inconstitucional. Outro aspecto

importante é a forma como o Estado entende a necessidade da educação

para formar cidadãos aptos a exercer sua cidadania. Ou seja, existe o

entendimento que para um Estado democrático é necessária a criação de

valores resultado de um esforço conjunto entre a família, a sociedade e o

Estado.

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3.3 ECA

Fruto da lei 8069 de 13 de Julho de 1990, o Estatuto Da Criança E Do

Adolescente defini as formas de tratamento legal e social direcionado às

crianças e adolescentes no Brasil,oferecendo proteção integral aos

mesmos.

De acordo com o ECA, os pais ou responsável têm a obrigação de

matricular seus filhos na rede regular de ensino, sendo a escola obrigada a

informar casos de faltas constantes ou qualquer situação que indique maus

tratos, pois qualquer tipo de trabalho com menores de quatorze anos, salvo

na condição de aprendiz é crime, mesmo que a família dependa da

contribuição financeira do menor. Para garantir que o aluno freqüenta a

escola, as famílias recebem um auxílio chamado bolsa escola, que tem

como condição para o seu recebimento a freqüência escolar. Para garantir a

renda do bolsa escola as famílias mantêm os filhos na escola, aumentando

significamente a freqüência escolar. Infelizmente muita dessas famílias, por

estarem apenas preocupadas com a renda extra, não possui a menos

preocupação com o rendimento escolar dos filhos, muitas vezes tornando-os

desmotivados com relação a escola.

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4. O SUJEITO

Para que haja aprendizado, deve existir um relacionamento bilateral

entre a pessoa que ensina e o sujeito que aprende, sendo este um

processo evolutivo constante que implica em modificações no

comportamento do indivíduo. Existem três estágios de aprendizagem:

• Subaprendizagem: Quando o sujeito entrou em contato com o

assunto, não prestou atenção, não assimilou.

• Aprendizagem simples: O sujeito entrou em contato com o

assunto, prestou atenção e mesmo assim não assim não

memorizou.

• Aprendizado ideal: O sujeito entrou em contato com o assunto,

prestou atenção e assimilou o conteúdo.

Quando ocorre um dos dois primeiros casos, o sujeito é levado ao que

chamamos de fracasso escolar, que já não pode mais ser tido apenas

como o resultados de fatores orgânicos, no qual o sujeito é o único

responsável pelo seu mau rendimento escolar, uma investigação é

necessária para descobrir a causa de tal fracasso.

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4.1 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM X PROBLEMAS DE

APRENDIZAGEM

Transtorno ou dificuldade de aprendizagem se define como “um

transtorno em um ou mais dos processos psicológicos básicos

implicados na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita,

que pode se manifestar em uma habilidade imperfeita para escutar, falar,

ler, escrever, soletrar ou fazer cálculos matemáticos”, de acordo com a

oitava definição, registrada oficialmente em 1986(Id. Ibid.)

Taya (2003) define o transtorno de aprendizagem “ como uma

disfunção neurológica - problemas que impedem o funcionamento

integrado do cérebro em desenvolvimento”. Sendo então, um problema

de maturação e no desenvolvimento neuropsicológico.

Tais transtornos fazem parte do sujeito, podendo ocorrer ao longo da

vida do mesmo. Ainda que os transtornos de aprendizagem ocorram

paralelamente a outras condições incapacitantes, como transtornos

emocionais graves ou com influências extrínsecas, não podem ser

confundidas ou consideradas como resultado dessas condições.

Os problemas de aprendizagem, por outro lado, podem ser o resultado

de uma metodologia de ensino ou alfabetização inadequada, privação

cultural, falta de conhecimento da realidade cognitiva dos alunos

resultando no mal planejamento das atividades.

De acordo com Taya, os problemas de aprendizagem também podem

se apresentar como fatores secundários, como:

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• Da depressão;

• De um Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH)

• De deficiência mental;

• De transtornos da conduta;

• Do déficit cultural;

• De problemas neurológicos;

• De deficiência sensorial.

Os distúrbios atribuídos à criança que apresenta algum tipo de problema

na aprendizagem são muitos, como:

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade)

Apesar de inúmeros livros descrevem um possível fator genético como

causa do TDAH, o gene que seria responsável por esse transtorno ainda

não foi descoberto. Encontramos o Transtorno de Déficit de atenção do tipo

predominantemente desatento, o Transtorno de Déficit de atenção do tipo

predominantemente hiperativo e o Transtorno de Déficit de atenção do tipo

combinado. O diagnóstico, como é essencialmente clínico, geralmente é

feito pelos critérios do DSM IV (Manual de estatística e diagnóstico, quarta

edição) para esta avaliação.

Como tratamento, uma vez diagnosticada a criança começa a fazer uso

das ritalina, que age diretamente na comunicação dos neurônios durante

sinapse e da paroxetina (prozac) nos casos de hiperatividade. Ambas as

medicações possuem efeitos colaterais relevantes.

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Dislexia

Uma das primeiras descrições documentadas sobre a dislexia foi em

1896 e foi diagnosticada como “cegueira verbal”, num menino de 14 anos

que, apesar de inteligente, não conseguia aprender a ler. Em 1925, foi

proposto pelo Dr Orton o termo “dislexia específica” ou “distúrbio específico

de leitura”, para crianças que não aprendiam a ler em conseqüência de

problemas neurológicos. Vários termos foram criados nas últimas décadas,

mas acabaram caindo em desuso, sendo a partir das décadas de 70 e 80

quando passou a ter um enfoque nos fatores cognitivos e lingüísticos.

Infelizmente, muitas crianças acabam recebendo um diagnóstico errado

de dislexia durante a alfabetização, quando é preciso levar em

consideração outros fatores que podem interferir causando prejuízo no

processo de leitura e escrita, como carência cultural, problemas

emocionais, saúde deficiente... Existe um processo importante na

construção da escrita que se inicia desde os rabiscos, que muitos pais e

professores acabam ignorando em busca do resultado final, treinado logo

as vogais e obrigando a criança a preencher páginas inteiras.

Mesmo diagnosticada com dislexia, a criança possui o mesmo nível de

inteligência que as outras crianças, sua dificuldade está em não identificar

símbolos gráficos, conseqüentemente encontrando dificuldade na leitura e

na escrita. De acordo com Condemarin (1989), as pricipais características

são:

• Confusão de letras, sílabas ou palavras que se parecem

graficamente;

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• Inversão de letras com grafia similar, mas com diferente orientação

no espaço;

• Confusão de letras cujos sons são parecidos;

• Inversão de sílabas;

• Adições ou omissões de sons;

• Ao ler, pular linhas ou volta para a anterior;

• Soletração defeituosa;

• Leitura lenta para a idade;

• Ao ler movem os lábios, murmurando;

• Freqüentemente não conseguem orientar-se no espaço, sendo

incapazes de distinquir direita de esquerda;

• Usa dedos para contar;

• Possui dificuldades em lembrar-se de seqüências;

• Alguns possuem dificuldades em lembrar pbjetos, nomes, sons,

palavras, ou mesmo letras;

• Muitos conseguem copiar, mas na escrita espontânea(ditado,

redação) mostran severas complicações;

• Afeta mais meninos que meninas.

Discalculia

È um problema formado por má formação neurológica que se manifesta

como dificuldade no aprendizado dos números e é facilmente confundido

com algum tipo de aversão à matemática.

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A matemática tem sido motivo de pavor para muitas crianças, mas em

muitos dos casos o problema se encontra na má capacitação dos

professores, que cria grandes expectativas com problemas inadequados

para a idade cognitiva da criança. No entanto, existem casos onde o

problema se encontra no distúrbio chamado discalculia.

A discalculia foi classificada em seis tipos: Discalculia Verbal, Discalculia

Practotognóstica, Discalculia Léxica, Discalculia Gráfica, Discalculia

Ideognóstica e Discalculia Operacional. E, de acordo com Johnson e

Mylebust, a criança com discalculia é incapaz de:

• Visualizar conjuntos de objeto, dentro de um conjunto maior;

• Conservar a quantidade: Não compreendem que um quilo é igual a

quatro pacotes de 250g;

• Sequenciar números;

• Classificar números;

• Compreender sinais;

• Montar operações;

• Entender os princípios de medida;

• Lembrar da seqüência de passos para realização de operações

matemáticas;

• Estabelecer correspondência um-a-um: Não relaciona o número de

alunos com o número de carteiras;

• Contar por meio dos cardinais e ordinais.

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Disgrafia

A discografia é caracterizada por problemas com a linguagem escrita.

Sua letra é ilegível, principalmente ao usarem a letra cursiva, isso devido a

dificuldade que o sujeito tem em recordar a grafia da letra e na falta de

domínio no traçado da letra. Escrevem lentamente, cometem erros graves

e muitas vezes comem letras. Como características, o disgráfico apresenta:

• Lentidão na escrita;

• Letra ilegível;

• Escrita desorganizada;

• Traços irregulçares;

• Desorganização geral na folha de escrita;

• Desorganização do texto;

• Desorganização: Letras retocadas, hastes mal feitas e atrofiadas,

omissão de letras e movimentos contrários à escrita;

• As letras são escritas no sentido contrário;

• Desorganização das formas;

• Espaçamento entre linhas e palavras irregular;

• Liga as letras de forma inadequada;

• Podem-se apresentar baixa auto-estima e rejeição pela

aprendizagem;

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5 COSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho tem como finalidade apontar que existe a

necessidade de um trabalho conjunto entre a e escola e a família,

resultantes da falta de interesse demonstrado pelos alunos em sala de

aula.

Para garantir um aprendizado concreto é demonstrada neste trabalho a

importância do professor realizar seus planejamentos levando em

consideração fatores que vão além dos muros da escola, apontando a

importância da família como agente importante no aprendizado dos

alunos. A união entre a família e a escola aumenta a auto-estima do

aluno, que passará a ver a escola como uma extensão do lar,

desenvolvendo melhor suas capacidades e se empenhando de forma

produtiva em sala de aula, uma vez que existe uma quebra de paradigma

com a diminuição da barreira entre a escola e o ambiente familiar.

O texto também mostra os impedimentos das famílias que impedem

essa aproximação, que vai desde a pouca escolaridade dos pais até a

concepção da escola apenas como um depósito, onde as crianças

permanecem apenas para se manterem ocupadas durante o trabalho dos

pais, ou para garantir algum subsídio financeiro.

No trabalho apresentado, a escola tem que se posicionar como

mediadora desta união com a família, buscando entender também as

obrigações legais que a família possui com a educação dos filhos. Não

que a escola deva se posicionar como inquiridora nesse caminho, mas

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para mostrar que a obrigação vem de ambas as partes legais que o jovem

possui, que tem como finalidade garantir a permanência deles na escola.

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6 CONCLUSÃO

Foi possível perceber no presente trabalho que a escola também passa

por transformações, não apenas no conteúdo programático, mas na forma

como esse conteúdo é passado. O foco da aula está deixando de ser o

professor e passando a ser o aluno, com isso é preciso entender o

contexto social do mesmo, fazendo com que haja uma ligação concreta

entre o que se aprende na escola com a realidade social deste aluno.

Sendo assim, existe uma busca em transformar o ambiente escolar num

ambiente prazeroso, numa extensão da casa do aluno, sem aquele

abismo que antes separava esses dois contextos.

Considerando essa necessidade de aproximação, é preciso entender

como a família se posiciona com relação às atividades escolares a melhor

forma de delegar à família responsabilidade pelo aprendizado dos filhos.

Devido a esses aspectos este trabalho apontou tanto os aspectos sociais

quanto os legais que levam os pais e responsáveis a manter seus filhos

na escola e definem o grau de proximidade que mantêm dela.

Enfim, a necessidade da aproximação entre a escola e a família é

necessária num ambiente escolar que possui o aprendizado como

prioridade, para conseguir tal aproximação, a escola precisa tomar para si

a responsabilidade e se tornar mediadora nesse processo, entendendo a

realidade de cada aluno com a finalidade de se aproximar das famílias,

envolvendo-as assim nas atividades escolares.

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7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de

13 de julho de 1990. Índice elaborado por Edson Seda. Curitiba: Governo

do Estado do Paraná, 1994.

BRASIL. Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: n° 9.394, de

20 de dezembro de 1996.

CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: Manual de leitura

corretiva. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1989.

Freire, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz

e Terra, 1983.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 3ª ed. São

Paulo: Cortez, 2000.

MACEDO, L. de Ensaios pedagógicos: Como construir uma escola para

todos? ArtMed. Porto Alegre.2005

PAIN, Sara, A função da Inteligência, Porto Alegre, Ed. Artes Médicas,

1989.

PAIN, Sara.Diagnósticos e tratamentos dos problemas de aprendizagem.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

TAYA, Soledade- Risério. Definição dos tratamentos de aprendizagem.

Texto integrante do curso de extensão- (re) habilitação cognitiva e novas

tecnologias da inteligência da Faculdade Ruy Barbosa, 2003.