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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Estudo da prevenção de acidentes no trabalho em altura na construção civil. Por: Ana Mara Moreira Gusmão Orientador Prof. Luiz Eduardo Chauvet Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Estudo da prevenção de acidentes no trabalho em altura na

construção civil.

Por: Ana Mara Moreira Gusmão

Orientador

Prof. Luiz Eduardo Chauvet

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Estudo da prevenção de acidentes no trabalho em altura na

construção civil.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Direito Ambiental.

Por: Ana Mara Moreira Gusmão

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos que me apoiaram durante a

pós-graduação, a minha família que

acreditou no meu sucesso e à Deus que

sempre está presente na minha vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha família.

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RESUMO

A escolha do tema justifica-se pela relevância e importância do alpinismo na

construção civil e da segurança do trabalho à construção civil e pelo interesse de

aprofundar um estudo sobre essa área.

Nas obras de construção civil algumas construtoras não possuem a

preocupação de equipar os operários, arriscando assim suas vidas e também

trazendo grandes prejuízos para a empresa.

Meu objetivo geral é demonstrar a importância do uso do alpinismo na

construção civil e os meios de proteção adequados para a utilização dessa prática.

Quanto aos meus objetivos específicos são:

- Abordar assuntos ligados ao alpinismo e seu uso na construção civil.

- Descrever sobre a segurança do trabalho para a construção civil.

- Verificar os equipamentos necessários no uso do alpinismo na construção civil.

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METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido através de pesquisas sobre o assunto abordado

através da internet, artigos científicos e bibliografias que apresentassem o

histórico do alpinismo e seu uso na construção civil.

Quanto aos meios a pesquisa foi bibliográfica, pois tem fundamentação teórica.

“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos. Boa parte dos estudos

exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas” (GIL, 2002, p.44).

A pesquisa está estruturada e organizada em três partes:

A primeira parte aborda a evolução do alpinismo, a construção civil e a

aplicação do alpinismo na construção civil.

A segunda parte fala sobre acidentes de trabalho na construção civil e das

medidas de proteção necessárias na prevenção de acidentes nas alturas, onde será

citado a CIPA.

E por último avalia os equipamentos que devem ser utilizados neste segmento

de mercado da indústria da construção civil nas alturas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

2. DESENVOLVIMENTO 12

2.1. A EVOLUÇÃO DO ALPINISMO 12

2.2. A CONSTRUÇÃO CIVIL 15

2.3. A APLICAÇÃO DO ALPINISMO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 19

2.4. RISCOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO DOS ALPINISTAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 23

3. ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 24

3.1. TERMOS DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA 25

3.2. ACIDENTE DE TRABALHO 26

3.3. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA- NR-5) 30

4. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA 31

4.1. TIPOS DE ANDAIMES 32

4.1.1. ANDAIMES SIMPLESMENTE APOIADOS 32

4.1.2. ANDAIMES FACHADEIROS 33

4.1.3. ANDAIMES TUBULARES / FACHADEIRO 34

4.1.4. ANDAIMES MÓVEIS 34

4.1.5. ANDAIMES EM BALANÇO 35

4.1.6. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS 36

4.1.7. ANDAIMES SUSPENSOS MECANICOS PESADOS 37

4.1.8. ANDAIMES SUSPENSOS MECANICOS LEVES 37

4.1.9. CADEIRA SUSPENSA 37

4.2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURAS 38

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

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1.INTRODUÇÃO

A temática deste trabalho é mostrar através deste estudo a importância da

utilização do alpinismo na Construção Civil.

O alpinismo é um esporte que se consagrou nos Alpes Europeus, onde a

prática de subir montanhas, escalando ou caminhando começou a possuir cada vez

mais popularidade e adeptos dessa modalidade.

No Brasil o alpinismo vem sendo uma prática constante utilizada na construção

civil, onde com o uso de equipamentos técnicos ajuda na realização de construções

nas alturas.

O alpinista deve sempre se precaver dos riscos que possa correr, procurando

obter um bom preparo físico e técnico, tendo consciência real de seus limites, pois

quanto maior a escalada, mais será exigido um alto grau de experiência do

profissional.

O alpinismo é um esporte perigoso, onde diversos acidentes podem acontecer,

alguns até fatais, como tem sido constatado no mundo todo e inclusive no Brasil.

O uso do alpinismo na construção civil tem sido de grande valia para a

construção de prédios. Pois através de equipamentos é possível que sua utilização

seja útil na limpeza, pintura, inspeções e construções.

As empresas gastam menos tempo e dinheiro ao contratar um alpinista, onde o

prazo para entrega dos serviços tem sido cada vez mais curto.

Com o aumento do uso de alpinismo na construção civil tem sido necessário

medidas de segurança e qualidade enérgicas para o profissional, onde os riscos

possam ser menores e protegidos pela legislação.

Com o advento da Revolução Industrial e de novos processos industriais pela

modernização das máquinas e equipamentos na construção civil, começaram a

surgir acidentes decorrentes de obras nas alturas.

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à partir desse momento, a necessidade de elaboração de normas para melhorar o

ambiente de trabalho de modo a que o operário na obra não possa ser prejudicado.

O direito passou, então, a determinar certas condições mínimas que deveriam ser

observadas pelo operário nas obras, inclusive aplicando sanções sobre as regras

determinadas.

No Brasil, o legislador se mostrou consciente das modificações teológicas e

das conseqüências na saúde dos operários. Tanto que foi editada a Lei 6.514177,

que deu nova redação aos artigos 154 a 201 da Consolidação das Leis Trabalhista

(CLT), tendo sido complementada pela Portaria n. 3.214/78, que dispôs, entre

outras coisas, sobre o serviço especializado em segurança do trabalho, os

equipamentos, de proteção individual, as atividades e operações insalubres e

perigosas.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. A EVOLUÇÃO DO ALPINISMO

O alpinismo está relacionado ao ato de escalar uma montanha, seja nos

Alpes ou em qualquer outro lugar, onde para isso necessita de equipamentos

técnicos, como calçados especiais, cordas e grampos, equipamentos estes tanto

mais sofisticados quanto maior a dificuldade a ser enfrentada (DAFLON, 2007).

A história do alpinismo deu início nas tribos primitivas que adoravam as

montanhas como refúgio dos deuses, exércitos que cruzavam cordilheiras em busca

de liberdade e poder, poetas e monges que procuravam inspiração entre os picos

mais escarpados (DAFLON, 2007).

O alpinismo teve início na montanha MontBlanc, embora uma outra

montanha também desempenhou um papel fundamental para que ele se afirmasse

como esporte, sendo Matterhorn, na Suíça ou Cevino como é chamado na Itália.

Em 1865 o alpinista inglês Edward Wimper, escalou seus 4.478 m., culminando a

idade do ouro do alpinismo. Nesta época os ingleses praticamente revolucionaram

as técnicas usadas anteriormente, buscando as encostas mais empinadas e

superando obstáculos que jamais haviam sido enfrentados (DAFLON, 2007).

Assim, em 1889, era escalado o Kilimanjaro na África, em 1897 o

Aconcágua, na América do Sul, em 1913 o McKinley, na América do Norte

(DAFLON, 2007).

O ano de 1936 foi o próximo grande marco para o alpinismo mundial. Uma

expedição britânica / americana consegue superar os 7.816m de altitude do Nanda

Devi, a 25ª maior montanha do mundo, situada na Índia (DAFLON, 2007).

Outro grande marco foi a escalada do Annapurna, no Nepal, com 8.091m, o

primeiro oito mil a ser vencido pelo homem (existem apenas 14 montanhas no

mundo com mais de oito mil metros de altitude) (DAFLON, 2007).

No dia 29 de maio de 1953, e após 32 anos de tentativas, o homem chega

pela primeira vez aos 8.848m do Everest, o Topo do Mundo. Os heróis deste feito

glorioso foram o neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Tenzing Norgay,

participantes de uma expedição britânica (DAFLON, 2007).

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1.1 - Edmund Hillary no topo do Everest

O Brasil teve sua primeira manifestação em 1856, quando José Franklin da

Silva escalou o Pico das Agulhas Negras, de 2.787m, situado no maciço de Itatiaia

MG/RJ. Anos depois, em 1871, registrou-se a escalada do Pão de Açúcar por

alunos da antiga Escola Militar da Praia Vermelha (LUCENA, 2006).

O cume principal, com 1.547m, denominado deste então Olímpio, foi

alcançado no dia 21 de agosto de 1879. As escaladas das montanhas brasileiras

foram aos poucos se sucedendo, culminando com a conquista do Dedo de Deus, no

Rio de Janeiro, em 9 de abril de 1912 (LUCENA, 2006).

A grande conquista se deu em um ponto culminante do Brasil, o Pico da

Neblina, no Amazonas, com 3.014m, que foi escalado em 1965, por José Ambrosio

Miranda Pombo (LUCENA, 2006).

Um dos fatores, que certamente vem ajudando o alpinismo a conseguir

novos adeptos no Brasil, vem sendo a realização de campeonatos de escaladas em

paredes artificiais, denominado estilo in door. Várias academias de ginástica das

grandes cidades já estão equipadas com esta pequena montanha dentro de seus

ginásios, onde são simulados os mais diversos obstáculos que se enfrentam em

uma escalada em rocha. No exterior esta prática, que facilita o treinamento de todo

alpinista, já está muito propagada. Na Europa ocorre anualmente o Campeonato

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Mundial de Escalada in door, e estuda-se a proposta de incluir este estilo de

escalada nos esportes olímpicos (LUCENA, 2006).

1.2 – muro de escalada in door.

Em meados dos anos 90, o alpinismo industrial começou a desenvolver-se

principalmente nas indústrias químicas, petroquímicas, do petróleo e na construção

civil que buscavam treinamentos especializados, adquiriam equipamentos

específicos e começaram a utilizar técnicas de alpinismo industrial em suas plantas

produtivas. Atualmente, o profissional de alpinismo industrial atua basicamente em

manutenção e resgate.1

1 NFPA 1006: Standard for Technical Rescuer Professional Qualifications, 2006.Edition

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1.3 - Limpeza de fachada Edifício Plaza_Arquivo Scalarte

2.2. A CONSTRUÇÃO CIVIL

“A construção civil é um setor em que a cultura operária está presente na

socialização da força de trabalho e na estrutura de ofício difundida nos diversos

canteiros. Dentro dessa estrutura é que as empresas têm procurado estabelecer a

sua lógica empresarial” (BRASIL, 2003).

Diferentemente da indústria, a produtividade na construção é muito mais

sensível e dependente do braço operário e de seu saber difundido na estrutura dos

ofícios. Em particular, as comunicações no processo produtivo são na maioria das

vezes do tipo homem-homem, onde a gestão humana no trabalho é mais

determinante do que a gestão técnica do trabalho. Isto quer dizer que o ritmo e a

qualidade do trabalho dependem quase que exclusivamente do trabalhador. Como

resultado da gestão humana, a estrutura hierárquica do ofício tornou-se, assim, o

instrumento mais eficiente de controle da produção.

O mercado da construção civil tem um papel sócio-econômico importante no

Brasil, com uma participação em torno de 5,6% do total dos salários pagos aos

trabalhadores na economia brasileira, 9% do pessoal ocupado e em torno de 19%

do PIB Brasileiro (BRÍGIDO, 2001).

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Pode-se dizer que a indústria da construção civil chega a ter um papel

importante no suporte (infraestrutura) nos modelos de desenvolvimento que

marcaram a economia nacional.

Se considerarmos todo o perfil da construção civil, que engloba não só a

construção civil mais também a indústria associada à construção e os segmentos

produtores de materiais e componentes da construção, a participação do setor

cresce consideravelmente. De acordo com o IBGE25, em 2002 a atividade da

construção civil foi responsável pela absorção de 9,3 % do pessoal ocupado. Isso

significa em termos de salários a quantia de 18.209 milhões de reais. No ranking da

geração de empregos o setor encontra na 5ª posição, produzindo 62 empregos

diretos e juntando todos (diretos, indiretos e induzidos) chega à soma de 107

empregos com um aumento de 1º da produção, (IBGE, 2001).

Apesar de contar com números bem expressivos e ser considerado um dos

setores tradicionais da indústria brasileira e mundial é, também, considerado

atrasado em relação aos demais.

2.2- Construção de edifício em Nova York em 1822

A Indústria da Construção Civil possui um perfil “estressante” para se

trabalhar, devido a sua caracterização e ao próprio processo de trabalho.

A descontinuidade das atividades produtivas, a mão-de-obra masculina

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aliada ao baixo salário do setor, e a realização de horas extras com

frequência geram desmotivação e desinteresse pelo trabalho. O produto é

único, nômade, depende de uma força de trabalho transitória; o produto é

produzido ao ar livre, sem qualquer proteção; as mudanças de projeto

ocorrem com frequência. Estes fatores são observados nitidamente no

ambiente de trabalho, principalmente em períodos que antecedem o dissídio

salarial e em fase de término de obra.

2.1 -Instalação de tubulações 2.2 - Hidrojateamento de fachada

Arquivo Scalarte Arquivo Scalarte

Uma barreira que se encontra na implantação e certificação de programas de

qualidade na construção civil “é a mão-de-obra semi-analfabeta, sendo mais

despreparada e desqualificada do que, por exemplo, a da indústria de

transformação” (MELHADO, 2001).

Ainda segundo o autor, “existe dificuldade em implantar inovações de uma

forma geral no setor. A mão-de-obra da construção civil, apesar das mutações

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ocorridas ao longo dos anos, é considerada atrasada em relação a outros setores da

indústria.”

De acordo com Souza (2002), define a indústria da construção como:

A) A construção é uma indústria de caráter nômade;

B) Cria produtos únicos e não seriados;

C) Não é possível aplicar a produção em cadeia (produtos passando por

operários fixos), mas sim a produção centralizada (operários móveis em torno de um

produto fixo);

D) É uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações;

E) Utiliza-se mão-de-obra intensiva e pouco qualificada, sendo que o emprego

destas pessoas possui um caráter eventual e suas possibilidades de promoção são

escassas, o que gera baixa motivação no trabalho;

F) A construção, de maneira geral, realiza seus trabalhos sob intempéries;

G) O produto é único ou quase único na vida do usuário;

H) São empregadas especificações complexas, quase sempre contraditórias e

muitas vezes confusas;

I) As responsabilidades são dispersas e pouco definidas;

J) O grau de precisão com que se trabalha na construção é em geral muito

menor do que em outras indústrias, qualquer que seja o parâmetro que se

contemple: orçamento, prazo, resistência mecânica, etc.”

Ainda segundo o autor, (SOUZA, 2002):

A cadeia produtiva que forma o setor da construção é bastante complexa e heterogênea, contando com uma grande diversidade de agentes intervenientes e de produtos parciais gerados ao longo do processo de produção, sendo estes produtos estes que incorporam diferentes níveis de qualidade e que irão afetar a qualidade final do produto obtido.

Por ser um dos insumos mais importantes da construção civil, a mão-de-obra

necessita estar sempre em conformidade com as demandas do mercado de

trabalho, assimilando novas tecnologias e aperfeiçoando suas habilidades. Este

contexto se enquadra perfeitamente com a filosofia da avaliação e qualificação

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baseada em competências. Para qualificar e avaliar os operários da construção civil

é fundamental conhecer seu histórico e estrutura hierárquica e principalmente como

se relacionam no processo produtivo. Com base nessas informações é possível

construir perfis profissionais que servirão como norma de desempenho para

qualificar a mão-de-obra. Todo esse processo de elaboração dos perfis profissionais

até a formação da mão-de-obra voltada para o mercado de trabalho será explicitado

com detalhes nos capítulos seguintes deste trabalho.

2.3 - Construção de edifício em Nova York em 1822.

2.3. A APLICAÇÃO DO ALPINISMO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O alpinismo industrial e o alpinismo esportivo possuem grande semelhança

nos equipamentos e nas técnicas, porém possui grandes diferenças na concepção

na fabricação dos equipamentos e nos métodos de aplicação das técnicas. Os

equipamentos utilizados para uso esportivo são leves e de rápida manipulação e os

que são usados na construção civil são mais robustos e necessitam de maior

treinamento para a sua utilização. Quanto às técnicas, o principal diferencial é o

emprego de maior redundância no alpinismo industrial do que no esportivo.

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O alpinismo industrial é uma atividade em crescente demanda, são utilizadas

técnicas específicas para a realização de trabalhos em altura ou em ambiente de

difícil acesso. O alpinismo industrial, também denominado acesso por corda, é o

conjunto de técnicas utilizadas em ambiente de montanha que foram adequadas

para a área industrial e para a construção civil. 2

Na técnica industrial a grande diferença é a praticidade e a leveza que são

fatores que influenciam diretamente nos métodos empregados. Nas técnicas

industriais é priorizada a redundância sendo, este fator determinante nas

características dos equipamentos e métodos utilizados na indústria e construção

civil.

O alpinismo utilizado na construção civil emprega técnicas de subida e descida

com cordas na realização de trabalhos de manutenção ou resgate em ambiente

vertical ou de difícil acesso.

Segundo Redondo, (2005):

A ideia de utilizar o alpinismo na construção civil se deu pela necessidade técnica e econômica de realizar trabalhos em ambientes verticais e de difícil acesso, motivando a adaptação das técnicas esportivas do alpinismo para área industrial. Os serviços de manutenção realizados nos ambientes industriais utilizando métodos tradicionais onde existe grande planejamento, pois envolvem um elevado número de trabalhadores, guindastes, andaimes e potencializam a exposição dos trabalhadores a riscos de acidentes.

O alpinismo industrial também é conhecido por Acesso por Corda, onde

simplifica os recursos humanos e materiais, reduz os custos e o tempo necessário

para a execução da atividade.

As equipes de segurança industrial em tempos passados não tinham

conhecimentos ou recursos materiais específicos e, nos casos de necessidade,

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executavam resgates em ambiente de difícil acesso, utilizando equipamentos

esportivos de alpinismo.2

2.4 - Construção de edifício em Nova York em 1822

Foi no decorrer dos anos 90 que o alpinismo industrial começou a desenvolver-

se principalmente nas indústrias químicas, petroquímicas e do petróleo que,

buscavam treinamentos especializados, adquiriam equipamentos específicos e

começaram a utilizar técnicas de alpinismo industrial em suas plantas produtivas.

Atualmente, o profissional de alpinismo industrial atua basicamente em manutenção

e resgate. 2

Na manutenção industrial as técnicas de alpinismo são empregadas para

proporcionar um acesso seguro ao local da manutenção que pode ser uma

chaminé, uma esfera de armazenamento de gases, o interior de tanques, vasos de

processos ou reatores.

Na área de resgate, realiza-se previamente um planejamento verificando os

caminhos críticos quanto a acesso, especificando equipamentos e plano de resgate

para remoção de trabalhadores de um local de difícil acesso.

2 ANETVA - Asociacion Nacional de Empresas de Trabajos Verticales - http://www.anetva.org.acessado em 04/10/2015.

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Normalmente, os profissionais que compõem as equipes de trabalho que

envolve os serviços de resgate ou manutenção com Acesso por Corda são:

inspetores de equipamentos, caldeireiros, instrumentistas, técnicos de segurança,

resgatistas profissionais, entre outros.

2.5 – Resgate de acidentado durante rapel em rocha

A técnica utilizada no alpinismo da construção civil vem demonstrando um

crescimento em determinados trabalhos onde há necessidade de levantamento

repetitivo de cargas ou não há movimentação contínua de pessoas a um local de

difícil acesso.3

O Acesso por Corda vem atendendo as necessidades de manutenção,

reduzindo custos e realizando atividades com segurança, rapidez e qualidade;

tornando-se referência para soluções em locais de difícil acesso.4

Na tabela a seguir é possível visualizar os benefícios que o alpinismo industrial pode

trazer para as empresas em comparação a outras técnicas e métodos para

execução de serviços em alturas:

3 ABNT NBR 15475: 2007, Acesso por Corda – Qualificação e certificação de pessoas 4 ABNT NBR 15475: 2007, Acesso por Corda – Qualificação e certificação de pessoas

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Serviço a ser realizado Andaime Jaul Técnicas de Alpinismo

Inspeção visual 3 dias 2 dias 1 dia

Limpeza de vidro 3 dias 2 dias 1 dia

Instalação de faixas 4 dias 3 dias 1 dia

Vedação com silicone 3 dias 2 dias 1 dia

Iluminação ou montagem de eventos 3 dias Nem sempre é

possivel 1 dia

Sistemas repelentes à pombos 3 dias Nem sempre é

possivel 1 dia

2.6 - Tabela comparativa Site Saragô Serviços Técnicos

2.4. RISCOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO DOS ALPINISTAS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com Redondo (2005, p 443), “a formação dos trabalhadores em

segurança e prevenção de riscos constitui ligações fundamentais para o

embasamento da estratégia de prevenção de acidentes.”

Segundo dados da Divisão Internacional do Trabalho, a cada ano, ocorrem 125

milhões de acidentes de trabalho no mundo. No Brasil, do total de acidentes fatais

ocorridos nos locais de trabalho, 30% correspondem a quedas.

Almeida (2006) destaca que o “predomínio de medidas genéricas ligadas ao

comportamento complementa o frágil quadro das investigações de acidentes,

adicionando mais um fator no processo de atribuição de culpa e responsabilização

das vítimas de acidentes nas alturas.”

Atualmente em muitas empresas de construção civil é possível encontrar em

suas obras uma série de escadas e andaimes, fabricados pelo improviso necessário

que ocorre pela falta de meios adequados e tecnicamente corretos com o advento

da NR 18, muito pode ser melhorado nos andaimes, infelizmente tais melhorias

ainda estão restritas as páginas da referida norma e há poucas empresas que

fazem com que se cumpra. De fato as condições são precárias e nota-se por isso,

mata-se pela total falta de respeito ao que há de mínimo em alguns segmentos.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A escolha do tema justifica-se pela relevância e importância do alpinismo na ... onde diversos acidentes podem acontecer,

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A mão de obra da indústria da construção no Brasil necessita aplicar as

recomendações que foram transformadas em legislação e assim obrigar aos

responsáveis, aqueles que aferem lucros com a utilização da mão de obra a

tratarem o assunto com mais seriedade, as mortes vão continuar ocorrendo na

mesma quantidade que temos hoje.

As medidas de segurança do trabalho em altura devem ser normatizadas de

forma correta, seja esta normatização oficial, de preferência, ou meramente técnica,

mas algo que valha no sentido de assegurar condições mínimas de segurança. Não

podemos mais, assistir a tudo que ocorre, temos o dever técnico e acima disso, o

dever social. A prevenção de acidentes do trabalho no Brasil é muito passiva e

esconde-se covardemente atrás da instituição da culpa atribuída ao operário, que de

fato, existe em alguns casos. No entanto é precioso demais, ao extremo querer

impor a culpa em trabalhos como o feito em altura (FÓRMICA, 2000).

Poucas indústrias apresentam a diversidade de riscos que a indústria da

construção apresenta. Esses riscos têm maior repercussão em virtude das

condições de trabalho e dos aspectos específicos que apresenta a construção civil.

Diante disso podemos dizer que a existência de um equilíbrio entre as condições de

trabalho e os fatores humanos pode gerar sentimentos de confiança no trabalhador,

aumento da motivação e da capacidade de trabalho e, consequentemente, uma

melhora na qualidade de vida. Por outro lado, um desequilíbrio entre as exigências

do meio e as necessidades de produção pode gerar uma má adaptação, ou seja,

gerar estresse, trazendo como consequências respostas patológicas do tipo

emocional, fisiológico e de comportamento (ASSUMPÇÃO, 1999).

3. ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O uso informalmente de escadas e andaimes, notável por sua capacidade de

gambiarras e improvisações possui como única constante à insegurança. Em

qualquer empresa, em qualquer obra é possível encontrar uma série de escadas e

andaimes, fabricados pelo improviso necessário que ocorre pela falta de meios

adequados e tecnicamente corretos com o advento da NR 18.

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3.1 - Manutenção de fachada de edifício em Copacabana

(Arquivo Scalart)

No entanto, tais melhorias ainda estão restritas as páginas da referida norma e

há poucas empresas que fazem com que se cumpra, onde as condições são

precárias e nota-se por isso, uma total falta de respeito ao que há de mínimo em

alguns segmentos da construção civil.

3.1. TERMOS DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

O trabalho em altura dos alpinistas deve ser visto sempre como uma atividade

que deve ser tratada de forma especial e diferenciada.

É importante lembrar como é composta a mão de obra da indústria da

construção no Brasil, e que, portanto, se estas recomendações não forem

transformadas em legislação e assim obrigar aos responsáveis, aqueles que aferem

lucros com a utilização da mão de obra a tratarem o assunto com mais seriedade,

as mortes vão continuar ocorrendo na mesma quantidade que temos hoje

(SAMPAIO, 1998).

Tais medidas não são adotadas por algumas empresas que dizem que assim

podem onerar seus custos, mas acreditamos como resposta, se diria que com plena

certeza tais mortes oneram a sociedade.

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Muitos equipamentos e meios para prevenção de acidentes ou mais ainda,

correções em máquinas ou instalações de fato tornam-se inviáveis devido ao seu

alto custo, custo esse geralmente surgido pela total inobservância de meios de

segurança quando da elaboração do projeto.

Sobre a questão do trabalho em altura estes custos, não tem o mesmo

significado, em especial porque os equipamentos tem vida útil longa e geralmente

são versáteis.

Segundo Sampaio (1998):

A questão do trabalho em altura deve ser normatizada de forma distinta, seja esta normatização oficial, de preferência, ou meramente técnica, mas algo que valha no sentido de assegurar condições mínimas de segurança. Não podemos mais, assistir a tudo que ocorre, temos o dever técnico e acima disso, o dever social. A prevenção de acidentes do trabalho no Brasil é muito passiva e esconde-se covardemente atrás da instituição da culpa atribuída ao operário, que de fato, existe em alguns casos. No entanto é precioso demais aos extremos querer imputar tal culpa em trabalhos como os feitos em altura, nas condições que hoje conhecemos.

Há muito por ser feito, uma certeza temos: não são apenas papéis que

manterão as pessoas vivas. São recursos aplicados com a finalidade de neutralizar,

isolar ou sinalizar os riscos de acidentes.

3.2. ACIDENTE DE TRABALHO

Um número cada vez maior de operários é afastado de suas funções devido a

lesões na coluna, geralmente ocasionadas por total falta de conhecimento de

técnicas de levantamento adequadas.

As estatísticas mostram que um em cada três ferimentos em obra é devido a

quedas. E por causa do ambiente de trabalho típico encontrado em canteiros de

obra, mesmo um pequeno tombo pode se mostrar desastroso. Superfícies elevadas,

veículos, escadas, poços e passarelas são áreas onde uma queda pode ocorrer

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com graves consequências. Neste filme, você verá por que ocorrem as quedas e

que cuidados tomar para tornar mais seguro o ambiente de trabalho.

É necessário que o acidente de trabalho na construção civil seja definido como

o acidente sofrido pelo trabalhador, a serviço da empresa, e que ocorre pelo

exercício do trabalho, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença

que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade

para o trabalho.

3.2 - Acidente fatal por queda de andaime

WordExpress News

No afastamento decorrente de acidente de trabalho, a Lei nº 6.367, art. 5º § 2º,

dispõe que o beneficio por incapacidade será devido a contar do 16º dia do

afastamento do trabalho, cabendo à empresa pagar a remuneração integral do dia

do acidente e dos 15 dias seguintes; durante esse afastamento o empregador é

obrigado a manter os recolhimentos devidos ao Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço (Dec. nº 98.813, art. 6º); se o afastamento for superior a 6 meses, ficará

prejudicada a contagem do período do aquisitivo de férias, iniciando-se novo

período com o retorno (NASCIMENTO, 1995).

Merece observação o inciso III do art. 131 da CLT, de acordo com a redação

que lhe deu o Dec. lei nº 1.535. Realmente, diz esta norma que perdera o direito a

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férias o empregado que tiver recebido da previdência social prestações de acidente

do trabalho ou auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos.

Não se pode negar o conflito entre a referida disposição legal e o Enunciado nº

46 do TST e Súmula n. 198 do STF, que estabelecem que as faltas ou ausência

decorrentes de acidentes do trabalho não são consideradas para os efeitos de

duração de férias e 13º salário (MARTINS, 2003).

O Enunciado n. 46 e Súmula n.198 foram revogados pelo inciso III, eis que

este é posterior à orientação sumular.

Segundo Martins, (2003, p.44), são considerados também acidentes do

trabalho:

a) O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou redução de sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção medica para a sua recuperação;

b) O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho em consequência de:

• Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

• Ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;

• Ato de imprudência, de negligencia ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho;

• Ato de pessoa privada do uso de sua razão;

• Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de forca maior;

c) A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

d) O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

• Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa;

• Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

• Em viagem a serviço da empresa.

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Na prática pode-se dizer que o acidente do trabalho vem divido em dois

grandes campos: o provocado por lesões corporais e o provocado por doenças

contraídas pelo trabalhador em função de seu trabalho, ou seja, as produzidas ou

desencadeadas pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade

(doenças profissionais), ou, então, as adquiridas ou desencadeadas em condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente

(doenças do trabalho). A perturbação funcional fica absorvida pelo segundo campo.

E não poderia se diferente, porquanto a perturbação funcional também é adquirida

no exercício do trabalho.

O acidente típico provoca lesão corporal no trabalhador, que, em

consequência, tem diminuída a sua capacidade para a função que exerce. Às vezes,

a contusão pode ser violenta a ponto de levar o acidentado à morte. Da mesma

forma, as doenças adquiridas em virtude do trabalho podem diminuir a capacidade

laboral ou então ocasionar a morte do trabalhador, dependendo da gravidade da

moléstia.

Lesão significa ofensa, dano, prejuízo, pancada, contusão. Lesões corporais

são consideradas as ofensas ou contusões que a pessoa sofre em seu corpo.

De acordo com Baptista, (1994, p.67):

Doença é enfermidade, indisposição. É um mal que afeta um ou mais órgãos do ser humano. Para os efeitos da legislação acidentaria, moléstia profissional é aquela adquirida paulatinamente, como o decorrer do tempo. Se um trabalhador tem a sua atividade em local insalubre, aos poucos seus órgãos avo sendo atacados, deteriorados, resultando a moléstia profissional. Enquanto a doença vai aparecendo aos poucos, progressivamente, a lesão é súbita.

Na legislação brasileira, não é qualquer doença que se equipara ao acidente

de trabalho. Há que haver um liame de ligação entre o mal e o trabalho do doente.

As doenças adquiridas durante o trabalho, mas que não foram causadas pelo

exercício da atividade do trabalhador, não é amparado na lei da infortunística. Deve

haver relação entre a doença e a função. A enfermidade há que resultar do exercício

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do trabalho. É por isso que se distinguem as doenças em profissionais e não

profissionais (SAMPAIO, 1998).

3.3. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

(CIPA - NR-5)

De acordo com o artigo 163 da CLT, é obrigatória a constituição de Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), conforme as instruções do Ministério do

Trabalho que estão contidas na NR 5 da Portaria nº 3.214178.

A CIPA tem por objetivo observar e relatar as condições de risco nos

ambientes de trabalho e solicitar as medidas para reduzir até eliminar os riscos

existentes e/ou neutralizá-los, discutindo os acidentes ocorridos e solicitando

medidas que previnam os acidentes, assim como orientando os trabalhadores

quanto à sua prevenção (CLT, 2000).

A CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados. Os

representantes do empregador, titulares e suplentes, que serão por ele designados,

anualmente, entre os quais o presidente da CIPA. Os representantes dos

empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto pelos

interessados, independentemente de serem sindicalizados, entre os quais estará o

vice-presidente da CIPA. O mandato dos membros eleitos da CIPA é de um ano,

permitida uma reeleição. Os representantes titulares do empregador não poderão

ser reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos.

A CIPA deverá ser registrada no órgão regional do Ministério do Trabalho até

10 (dez) dias depois da eleição, devendo suas atas ser registradas em livro próprio.

A eleição para o novo mandato da CIPA deverá ser convocada pelo

empregador, com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do

mandato e realizada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias de seu término.

O membro titular perderá o mandato, sendo substituído pelo suplente, quando

faltar a mais de 4(quatro) reuniões ordinárias sem justificativa. Os empregados

deverão fazer um curso da CIPA.

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O número de membros da CIPA é regulado pelo quadro regulamentado. O

quadro deve ser observado em cada estabelecimento da empresa. Tratando-se de

empreiteiras ou de empresas prestadoras de serviços, considera-se

estabelecimento o local em que seus empregados estiverem exercendo suas

atividades.

O artigo 165 da CLT determina que os titulares da representação dos

empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, que é aquela que

não se fundar em motivo econômico, financeiro, técnico ou disciplinar. Ocorrendo a

despedida, se o empregado reclamar na Justiça do Trabalho, deverá o empregador

comprovar os motivos retroindicados, sob pena de ter de reintegrar o trabalhador. A

alínea a, do inciso II do artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias (ADCT) determinou que o empregado eleito para cargo de direção da

CIPA tem estabilidade no emprego, desde o registro de sua candidatura até um ano

após o final de seu mandato.

4. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Este capítulo irá demonstrar os principais equipamentos utilizados pelos

alpinistas da construção civil, que são necessários para que todas as atividades

possam ser cumpridas com segurança e profissionalismo.

4.1. TIPOS DE ANDAIMES

Qualquer atividade deve-se definir o tipo do andaime que será instalado para

determinado tipo de obra assim, o dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de

sustentação e fixação, deve ser realizado por profissional legalmente habilitado.

Os andaimes devem ser dimensionados e construídos/montados de modo a

suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos.

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O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante,

ser nivelado e fiscerado de modo seguro e resistente.

Devem ser tomadas precauções especiais, quando da montagem,

desmontagem e movimentação de andaimes próximos às redes elétricas. Os

andaimes devem dispor do sistema guarda corpo e rodapé, inclusive nas

cabeceiras, em todo o perímetro, com exceção do lado da face de trabalho. É

proibido, sobre o piso de trabalho do andaime, a utilização de escadas e outros

meios para se atingir lugares mais altos.

O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura. Caso o andaime

seja de madeira, então esta deverá ser de boa qualidade, seca, sem apresentar nós

e rachaduras que comprometam a sua resistência, sendo proibido o uso de pintura

que encubra imperfeições, é proibido a poros de madeira na confecção de

andaimes.

A norma permite o uso até três pavimentos. Ressaltamos ainda a necessidade

da instalação do guia de amarração do cinto de segurança para deslocamento sobre

o andaime na horizontal (SAMPAIO, 1998).

4.1.1. ANDAIMES SIMPLESMENTE APOIADOS

Os montantes dos andaimes devem ser apoiados em sapatas sobre base

sólida capaz de resistir aos esforços solicitantes e as cargas transmitidas.

É proibido o trabalho em andaimes apoiados sobre cavaletes que possam

altura superior a 2,00 (dois metros) e largura inferior a 0,90cm (noventa

centímetros).

É proibido o trabalho em andaimes na periferia da edificação sem que haja

proteção adequada fixada a estrutura da mesma.

É proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com trabalhadores

sobre os mesmos.

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Os andaimes cujos pisos de trabalho estejam situados a mais de 1,50m de

altura devem ser providos de escadas ou rampas antiderrapantes.

O ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiais deve ser

escolhido de modo a não comprometer a estabilidade e segurança do andaime.

Os andaimes de madeira não podem ser utilizados em obras acima de 03

(três) pavimentos ou altura equivalente, podendo ter o lado interno apoiado na

própria edificação.

4.1.2. ANDAIMES FACHADEIROS

Os andaimes fachadeiros não devem receber cargas superiores às

especificadas pelo fabricante. Sua carga deve ser distribuída de modo uniforme,

sem obstruir a circulação de pessoas e ser limitada pela resistência da forração da

plataforma de trabalho.

Os acessos verticais ao andaime fachadeiro devem ser feitos em escada

incorporada à sua própria estrutura ou por meio de torre de acesso. A

movimentação vertical de componentes e acessórios para a montagem e/ou

desmontagem de andaime fachadeiro deve ser feita por meio de cordas ou por

sistema próprio de içamento.

Os montantes do andaime fachadeiro devem ter seus encaixes travados com

parafusos, contrapinos, braçadeiras ou similar.

Os painéis dos andaimes fachadeiros destinados a suportar os pisos e/ou

funcionar como travamento, após encaixados nos montantes, devem ser

contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras ou similar.

As peças do contraventamento devem ser fixadas nos montantes por meio de

parafusos, braçadeiras ou por encaixe em pinos, devidamente travados ou

contrapinados de modo que assegurem a estabilidade e a rigidez necessárias ao

andaime.

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Os andaimes fachadeiros devem dispor de proteção com tela de arame

galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalente, desde a primeira

plataforma de trabalho até pelo menos 2m (dois metros) acima da última plataforma

de trabalho.

A estrutura dos andaimes deve ser fixada a construção por meio de amarração

e entroncamento, de modo a resistir aos esforços a que estará sujeita.

As torres de andaimes não podem exceder, em altura, quatro vezes a menor

dimensão da base de apoio, quando não estaiadas.

4.1.3. ANDAIMES TUBULARES / FACHADEIRO

a) Montagem/Segurança

Manutenção Preventiva

- Evite danificações nas peças que podem ser causadas por impacto na

utilização, montagem ou desmontagem e transporte.

b) Uso econômico

- Procure utilizar o equipamento correto para o seu serviço. Nunca faça

adaptações e respeite as normas de segurança.

c) Montagem/Segurança

-Preparar e nivelar o solo para o apoio do andaime, verificar a capacidade de

resistência às cargas atuantes.

-Observar o esquadro, prumo e alinhamento das torres, para não causar

esforço nos quadros e/ou diagonais durante a montagem.

-Evitar a montagem de andaimes perto da rede elétrica.

-Torres móveis não podem exceder, em altura, quatro vezes a menor

dimensão da base, quando não estaiadas.

-As amarrações dos andaimes deverão ser feitas, no máximo, a cada 8m na

horizontal e a cada 4m na vertical.

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-Utilizar madeiras de boa qualidade, isentas de nós ou rachaduras.

-É obrigatória a utilização de cintos de segurança, amarrados em pontos

diferentes dos de amarração do andaime.

-Para subir, utilize a escada própria existente no quadro do andaime.

-Não utilizar escadas, caixotes ou qualquer improviso no topo da torre, para

aumentar a altura.

-No caso de haver necessidade de executar plataforma no último nível do

andaime, montar os guarda-corpos tubulares.

-A instalação de qualquer aparelho para içar materiais deve estar de maneira

a não comprometer a estabilidade e segurança dos andaimes.

-Existem no mercado vários acessórios, tais como moitão. mão francesa e

sapata ajustável, que podem ser incorporados ao andaime. Diante de

qualquer necessidade para modificar o equipamento, utilize-os.

-Nunca faça improvisações

4.1.4. ANDAIMES MOVÉIS

Os rodízios dos andaimes devem ser providos de travas de modo a evitar

deslocamentos acidentais. Os andaimes móveis somente poderão ser utilizados em

superfícies planas.

4.1.5. ANDAIMES EM BALANÇO

Os andaimes em balanço devem ter sistema de fixação capaz de suportar três

vezes os esforços solicitantes.

A estrutura do andaime deve ser convenientemente contraventada e ancorada

de tal forma a eliminar quaisquer oscilações.

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4.1.6. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS

A sustentação de andaimes suspensos mecânicos deve ser feita por meio de

vigas metálicas, de resistência equivalente a, no mínimo, três vezes o maior esforço

solicitante.

É proibida a fixação de vigas de sustentação nos andaimes por meio de sacos

com areia, latas com concreto ou outros dispositivos similares.

É proibido o uso de cordas de fibras naturais ou artificiais para sustentação dos

andaimes suspensos mecânicos.

Os cabos de suspensão devem trabalhar na vertical e o estrado, na horizontal.

Os dispositivos de suspensão devem ser diariamente verificados, pelos

usuários e pelo responsável pela obra, antes de iniciados os trabalhos.

Os cabos utilizados nos andaimes suspensos devem ter comprimento tal que,

para a posição mais baixa do estrado, restem pelo menos 6 (seis) voltas sobre cada

tambor.

A roldana do cabo de suspensão deve rodar livremente e o respectivo sulco

ser mantido em bom estado de limpeza e conservação.

Os andaimes suspensos devem ser convenientemente fixados a construção na

posição de trabalho.

O estrado do andaime deve estar fixado aos estribos de apoio e o guarda-

corpo ao seu suporte.

Sobre os andaimes só é permitido depositar material para uso imediato.

Os guinchos de elevação devem satisfazer os seguintes requisitos:

a) ter dispositivo que impeça o retrocesso do tambor;

b) ser acionado por meio de alavancas ou manivelas, ou automaticamente, na

subida e descida do andaime;

c) possuir segunda trava de segurança;

d) ser dotado de capa de proteção da catraca.

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4.1.7. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS PESADOS

A largura mínima dos andaimes suspensos mecânicos pesados deve ser de l,

50m (um metro e cinquenta centímetros).

Os estrados dos andaimes suspensos mecânicos pesados podem ser

interligados, até o comprimento máximo de 8,00m (oito metros).

A fixação dos guinchos aos estrados deve ser executada por meio de

armações de aço, havendo em cada armação dois guinchos.

4.1.8. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS LEVES

Os andaimes suspensos mecânicos leves somente poderão ser utilizados em

serviços de reparo, pintura, limpeza e manutenção com a permanência de, no

máximo, 2 (dois) trabalhadores.

Os guinchos dos andaimes suspensos mecânicos leves devem ser fixados nas

extremidades das plataformas de trabalho, por meio de armações de aço, havendo

em cada armação dois guinchos. É proibida a interligação de andaimes suspensos

leves.

4.1.9. CADEIRA SUSPENSA

Em quaisquer atividades em que não seja possível a instalação de andaimes, é

permitida a utilização de cadeira suspensa (balancim individual).

A sustentação de cadeira deve ser feita por meio de cabo de aço. A cadeira

suspensa deve dispor de;

a) sistema dotado com dispositivo de subida e descida com dupla trava de

segurança;

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b) requisitos mínimos de conforto previstos na NR-17 - Ergonomia;

c) sistema de fixação do trabalhador por meio de cinto.

O trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo pára-quedista, ligado ao

trava-quedas em cabo-guia independente. A cadeira suspensa deve apresentar na

sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis, a razão social do fabricante e

o número de registro respectivo no Cadastro Geral de Contribuintes CGC.

É proibida a improvisação de cadeira suspensa. O sistema de fixação da

cadeira suspensa deve ser independente do cabo-guia do trava-quedas.

4.2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURAS

Segundo a NR 18 as medidas de proteção coletiva são ações, equipamentos

ou elementos que servem de barreira entre o perigo e o operário. Numa visão mais

ampla, são todas as medidas de segurança tomadas numa obra para proteger uma

ou mais pessoas (SAMPAIO, 1998).

As medidas coletivas de proteção contra quedas de altura são obrigatórias não

só onde houver risco de queda de operários mais também quando existir perigo de

projeção de materiais, ferramentas, entulho, peças, equipamentos.

Em sentido amplo, a proteção contra quedas não inclui apenas as estruturas

montadas no local de trabalho em máquinas e equipamentos, mas também normas

e procedimentos de trabalho destinados a evitar situações de risco.

É importante que se elabore uma lista dos requisitos necessários para esse

tipo de proteção na fase de orçamento e planejamento da obra, para que todas as

medidas de proteção coletiva sejam de fato previstas.

Muitas vezes, os riscos de acidentes começam já na falta de planejamento da

segurança, por falta de conhecimento ou devido a uma preocupação equivocada

com a redução dos custos da obra.

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CONCLUSÃO

Na busca pela realização e superação dos desafios impostos pelo mercado de

trabalho da construção civil, o alpinismo industrial tem sido de vital importância para

auxiliar em obras que necessitam de profissionais para trabalhar nas alturas.

Para atuar nesse mercado a qualificação profissional é fundamental, pois o

mercado necessita de funcionários especializados em trabalho nas alturas, onde a

experiência da mão de obra contratada é de fundamental importância para o

crescimento do setor.

É evidente a importância da segurança de trabalho na construção civil para

prevenção de acidentes e saúde dos operários que trabalham nas alturas, devido os

danos e custos que os mesmos podem provocar dentro das empresas. A segurança

do operário na construção civil passou a ser uma preocupação verdadeira pela

valorização do indivíduo como patrimônio, que como tal, gera lucro e contribui para o

crescimento da empresa.

Devido a isso, atualmente, a lei exige os procedimentos de segurança que

possam prevenir os riscos que a atividade do alpinista da construção civil

representa, podendo assim, definir quais os equipamentos de Proteção Individual

necessários para diminuir os riscos capazes de lesar a saúde e o bem estar do

trabalhador.

Este trabalho proporcionou o conhecimento do alpinismo, e principalmente de

sua prática na construção civil, onde permitiu analisar seus benefícios no mercado

de trabalho. De forma ampla e abrangente, foi possível reconhecer as principais

características que o alpinismo possui para facilitar o mercado da construção civil.

A construção civil possui um dos segmentos no mercado que mais acontecem

acidentes de trabalho, onde os operários são as vítimas.

O Brasil ocupa uma posição de destaque na lista dos maiores em se tratando

de acidentes de trabalho na construção civil. Isto reflete o despreparo de nossos

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trabalhadores, o descaso dos proprietários que preferem ter uma fatia maior de

lucro a investir em segurança do trabalho e treinamento.

E a perspectiva para o futuro é assustadora na medida em que o empresário

não tem demonstrado vontade de privatizar os seguros acidentários, dentro de uma

ideologia neoliberal.

Conclui-se que se a construção civil aplicar o alpinismo industrial de maneira

adequada, com alto nível de qualidade e segurança poderá reduzir seus custos

significativamente já que seu uso trás economia e perspectivas de inovar e ser

usado em diversos segmentos da indústria da construção civil.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

1. INTRODUÇÃO 10

2. DESENVOLVIMENTO 12

2.1. A EVOLUÇÃO DO ALPINISMO 12

2.2. A CONSTRUÇÃO CIVIL 15

2.3. A APLICAÇÃO DO ALPINISMO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 19

2.4. RISCOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO DOS ALPINISTAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 23

CONCLUSÃO 39

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 41

ÍNDICE 43