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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
COMO CONSCIENTIZAR O VALOR DO BRINCAR NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Luciana Rodrigues de Oliveira
ORIENTADOR:
Prof. Edla Trocoli
Niterói 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento. Por: Luciana Rodrigues de Oliveira
COMO CONSCIENTIZAR O VALOR DO BRINCAR NA
EDUCAÇÃO INFANTIL.
Niterói 2016
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AGRADECIMENTOS
Aos familiares, amigos, colegas de trabalho e a
turma, a todos aqueles que de alguma forma
contribuíram para a realização desse sonho.
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DEDICATÓRIA
Dedico a minha filha e a todos os alunos que um
dia passarão pela minha vida, onde na realidade
eu estarei aprendendo mais do que educando.
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RESUMO
O presente trabalho trata-se de como conscientizar o brincar na
educação Infantil. Winnicott (1971) diz que “É no brincar, e somente no brincar,
que o individuo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade
integral; e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu (self)”.
Sendo assim o mundo lúdico é o elo entre a realidade externa e interna do ser
humano, neste equilíbrio a criança, permite-se fazer o elo entre o real e o
imaginário. Piaget comparou o jogo com o sonho e afirmou que o conteúdo e o
simbolismo tanto de um, quanto do outro, são muito próximos. O brinquedo
simbólico possui função lúdica, essencial para a criança conseguir assimilar o
real, transformando e adaptando a experiência do real que lhe é desejado,
buscando satisfazer-se através da brincadeira (Golse, 1998).
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METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto foram leitura de livros,
jornais, revistas, textos encontrados na internet e vivências em sala de aula
como observação para fonte de pesquisas. Entrevistas em revistas e jornais
com objetivo de conhecer as histórias de vida e de formação dos profissionais
da educação. Textos de documentos oficiais e propostas curriculares foram
reunidos e analisados com o intuito de aprimorar conhecimentos nas propostas
teóricas e práticas associadas à educação infantil, formação dos profissionais
na área de educação, juntamente com monografias de especialização e
dissertação de mestrado como objeto de estudo que tendem á reflexão das
atividades lúdicas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O Brincar na Educação Infantil 10
1.1) Jogos e Brincadeiras 12 1.2) Jogos,Tempo,Espaço e Finalidades 13 1.3) Brincar é Coisa Séria 15 CAPÍTULO II
O Brincar, o Cuidar e a Saúde 19
2.1) O Brincar e a Saúde Criativa 21 2.2) A Dependência nos Cuidados Infantis 23 2.3) O Ambiente Saudável na Educação Infantil 25 CAPÍTULO III
A Sociedade Contemporânea, a Infância e o Brinquedo 28
3.1) A Criança e a Sociedade Contemporânea 31 3,2) Brincadeiras, e Brinquedos facilitadores do Desenvolvimento Infantil 32 3.3) A Família e a Escola como Contexto do Aprimoramento Infantil 36 CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 44
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Introdução
Este trabalho trata se da ludicidade na Educação Infantil visa os dados
obtidos através de uma pesquisa e relata a importância do brincar na sala de
aula. É por meio deste ato que o aluno pode reproduzir o seu cotidiano, num
mundo de fantasia e imaginação. O brincar facilita a construção da reflexão, da
autonomia e da criatividade. Estabelecendo dessa forma uma relação estreita
entre o lúdico e a aprendizagem.
O ato de brincar estabelece laços afetivos, emocionais, cognitivos,
físicos, social e cultural. Conscientiza pais e educadores, que o brincar não é
apenas um lazer, mais um ato importante nas intervenções e prevenções de
problemas de aprendizagem, contribuindo para a sala de aula, como integração
do aluno no individual e coletivo.
A escola tem papel fundamental no desenvolvimento afetivo, social e
físico do aluno, pois é na Educação Infantil que a criança busca experiências
em seu próprio corpo e nas interações com o outro. Onde buscam viver em
grupos e a se socializar. O brincar estabelece regras porque a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de ser expressar por meio
dele. Sendo necessário que toda criança passe por todas as etapas de seu
desenvolvimento.
O brincar na educação Infantil deve prever a formação de base
indispensável e seu desenvolvimento motor, afetivo e psicomotor. Porque tem
dimensão material, cultural e técnico é um processo de humanização, no qual o
aluno aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva, criando vínculos
duradouros; assim cada criança desenvolve sua capacidade de raciocinar,
julgar, argumentar, aprimorando o bom senso.
A brincadeira, os jogos são atividades específicas da infância, nos quais
a criança recria a realidade de cada uma, essencial ao seu desenvolvimento
sendo impulsionada pela imitação.
O aprendizado e o desenvolvimento estão Inter-relacionados desde o
primeiro dia de vida, logo o aprendizado da criança começa muito antes dela
frequentar a escola, ela já tem uma estória prévia, isto é a criança já se
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deparou com algo do qual ela pode tirar experiências. Com o brincar elas
sempre apresentam o seu comportamento habitual, ela se torna mais
autônoma e livre. O brincar é um importante processo psicológico fonte de
desenvolvimento e aprendizagem.
Vygotsky deixa claro que o tema brincar na educação Infantil tem sua
origem naquilo que a criança vive no seu dia a dia, nas relações com seus
pares e principalmente, nas relações com os adultos, mas que só podem ser
criadas por elas, graças ao material abstraído nas relações.
Sendo assim o brincar enriquece a prática pedagógica onde
acompanhar e interpretar a realidade do aluno compreende as grandes
realizações, dando sentido e proporcionando o bem estar. Trata-se de uma
passagem importantíssima dos simples costumes das práticas cotidianas a
reflexão do brincar e do agir educacional e ao sucesso inerente a essa
reflexão.
Leilão de Jardim
“Quem me compra um jardim com flores”?
Borboletas de muitas cores,
Lavadeiras e passarinhos,
Ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
Uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão!).
Cecília Meireles
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CAPÍTULO I
BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A brincadeira reflete o conhecimento que a criança possui, e da
possibilidade de interferências que podem ser feitas no espaço escolar.
Portanto, há uma estreita relação entre jogos e brincadeiras.
A brincadeira na infância exerce o papel de mediador entre a criança e
as muitas culturas que fazem parte do seu grupo social. Com uma linguagem,
as crianças substituem as palavras que representariam suas experiências
cotidianas, repletas muitas vezes de situações que ainda não conseguiram
elaborar, pelas expressões, movimentos e encenações que surgem da
brincadeira.
Para Vygotsky, a imaginação em ação ou brinquedo é a primeira
possibilidade de ação da criança numa esfera cognitiva que lhe permite
ultrapassar a dimensão perceptiva motora do comportamento. Assim na
criança a imaginação criadora, surge em forma de jogo, instrumento primeiro
do enfrentamento da realidade. (KISHIMOTO, 1995).
De acordo com o paragrafo acima, a brincadeira, no desenvolvimento da
criança representa a transição do mundo da fantasia para a realidade, ou
melhor, colocando a possibilidade dela significar todo o seu universo simbólico.
Não se trata de separar o universo infantil do universo adulto, identificando a
fantasia como algo inerente apenas á criança. A mente adulta se utiliza em
toda a sua atividade da representação simbólica para interiorizá-lo e
compreender as relações que se estabelece e elabora a realidade da criança,
não cria o mundo de fantasia e nela aprende tem o seu mundo lúdico.
Entretanto citando Vygotsky, a representação simbólica não esta
presente na consciência da criança muito pequena, pois vai surgindo a partir da
sua própria atividade, onde o adulto tem papel fundamental como elemento
mediador nesse processo. É ele que a criança vai apresentar o mundo para a
criança e ajuda-la a conhecê-lo e a interpretá-lo dentro das suas possibilidades.
(VYGOSTKY apud KISHIMOTO, 2005).
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A partir dessa reflexão a importância do brincar se da através do papel
do educador, onde na sala de aula ele organiza o ambiente de trabalho e
insere jogos e brincadeiras. Logo as crianças brincam e aprendem, com regras,
brincadeiras e brinquedos, adquirindo experiências que vivenciam
cotidianamente com outras crianças.
O lúdico é tão importante na infância, porque quando uma criança diz
que vai brincar, ela apenas não vai descontrair, relaxar. Isso passa na cabeça
dos adultos, porém esse simples ato é muito mais que um passatempo, pois ao
brincar a criança vai desenvolver aspectos físicos, afetivos, motores e
cognitivos.
Assim entende-se que o brincar é muito mais do que a expressão da
fantasia e descontração. Ao brincar ela esta desenvolvendo o pensamento, a
coordenação motora, a atenção e a lógica. O brincar é um processo de
descobrimento e amadurecimento que prepara a criança para a vida adulta e
por isso, é imprescindível na infância.
O brincar é útil porque passa várias informações a respeito da criança,
estimula o seu desenvolvimento integral no ambiente familiar e escolar.
Vygotsky toma como ponto de partida a existência de uma relação entre o
determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial de
aprendizagem. Defende a ideia que, para verificar o nível de desenvolvimento
da criança, temos que determinar pelo menos dois níveis. O primeiro seria o
nível de desenvolvimento efetivo, que se faz através de testes que
estabelecem a idade mental. Isto é, o que a criança consegue realizar por si
mesmo. O segundo seria o desenvolvimento potencial, refere-se a tudo aquilo
que a criança é capaz de realizar com a ajuda dos demais, logo amanhã
conseguirá fazer sozinha com o conhecimento que aprendeu.
Emília Ferreiro diz que somos autores quando lemos ou brincamos,
porque emprestamos a nossa voz e com ela o nosso corpo, Essa é uma ação
que fazemos e não percebemos. Para as crianças está ação é mais
abrangente porque quando uma criança assiste ler, brinca ela se coloca dentro
da brincadeira ou da estória, portanto a sua imaginação lhe permite a troca. A
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criança se interessa pelo mundo das palavras, logo se desenvolvem de forma
lúdica e prazerosa a descobrir o universo em que vive, cresce por meio de
aprendizagem e promove descobertas e reflexões.
“o esquecimento é uma operação da inteligência que se recusa a
carregar o inútil e o eu não do prazer. A inteligência deve viajar com a leveza.”
(Rubens Alves).
O brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato
que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, num mundo de fantasia e
imaginação. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem, pois
facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo
dessa forma uma relação harmoniosa entre a brincadeira e o conhecimento. É
importante perceber e incentivar a capacidade criadora da criança, pois esta se
constitui numa forma de relacionamento e recriação no mundo da perspectiva
infantil. O ato de brincar proporciona a criança a estabelecer regras e constituir
por si só e em grupos; contribuindo na integração do individuo na sociedade.
Caracterizando-se como forma mais complexas que a criança tem de se
comunicar consigo mesma, com o grupo e com o mundo. Esse
desenvolvimento acontece com essas trocas recíprocas que elas estabelecem
durante toda a infância. Enfim, o brincar é a maneira pela qual a criança busca
subsídios lúdicos para desenvolver-se. E o mais importante de tudo isso é que
o professor assume um papel fundamental nesse processo, pois é ele que
arma de maneira planejada e não casual, as cenas mais pertinentes para que o
desenvolvimento ocorra.
1.1) Jogos e Brincadeiras
Alguns jogos e brincadeiras são universais, como brincar de roda, pular
corda ou jogar bola. Qualquer situação ou época o desenvolvimento físico e
mental se faz presente e mais do que isso a criatividade e a diversão garantida.
Através dos tempos, brincar é uma manifestação que reflete a expressão
cultural das diversas sociedades. Mesmo que o conceito de cultura tenha
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sofrido mudanças e já que existem múltiplas concepções e visões que abrange
esse assunto, o que não mudou foi uma coisa: brincar. A infância é fascinante,
durante a vida é neste período que exteriorizamos nossos sentimentos, nossas
experiências e fundamentalmente nossa criatividade da forma mais espontânea
que existe, Brincando, através dos jogos a criança interage com a realidade e
estabelece relações com o mundo em que vive.O jogo pelo ponto de vista
educacional significa divertimento, brincadeira, passatempo e aprendizagem.
Em nossa cultura o termo jogo é confundido com competição. Os jogos infantis
podem até incluir outra competição, mais visando sempre estimular o
crescimento e a relação interpessoal entre duas ou mais pessoas realizadas
através de determinadas regras, ainda que o jogo seja apenas uma brincadeira
deve estabelecer regras para melhor aproveitamento da brincadeira e dos
jogos. Dessa forma a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu
relacionamento social e criar vínculos com os outros. Por meio do ambiente
lúdico que a criança começa a se expressar com mais facilidade, a ouvir, a
respeitar, e a discordar de opiniões, exercendo sua liderança e ao mesmo
tempo sendo liderados compartilham sua alegria de brincar. Essas
aprendizagens são frutos da cultural infantil: regras e combinados, brinquedos
e brincadeiras, experiências que vivenciam cotidianamente com outras
crianças, fato que chama atenção das crianças não se relacionarem as
aprendizagens enquanto brincam com aquelas que realizam na atividade
escolar, mesmo que estas tenham acontecido por intermédio de um jogo,
brinquedo ou brincadeira proposto pelo educador. Isso faz refletir sobre o
tempo e o espaço de brincar que a escola proporciona (ou não) ás crianças,
como fonte fundamental nos processos de aprendizagem.
1.2) Jogos, Tempo, Espaço e Finalidade.
Ao fazer menção ao tempo e espaço para brincá-lo na educação infantil,
é necessário afirmar que não é um espaço físico ou tempo cronológico que se
faz referência. Se o assunto é a brincadeira e a questão de tempo/espaço da
jornada escolar, é preciso pensar sobre o que brincam como brincam com
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quem e para que brinquem e de que forma essa brincadeira se relaciona com
as aprendizagens que as crianças vão fazer no cotidiano escolar. Portanto,
trata-se do valor e do entendimento que os adultos/educadores têm a respeito
da brincadeira e da importância do desenvolvimento infantil.
Piaget (1951) fez uma diferenciação nas atividades de brincadeiras
realizadas pelas crianças, nas diferentes etapas do seu desenvolvimento: o
brincar prático, brincar simbólico e jogos com regras. Cada uma dessas
características do brincar está relacionada ao nível do desenvolvimento do
pensamento infantil. O brincar prático para Piaget, constitui a atividade de
exploração, característica do pensamento sensório motor que vão se
apropriando do mundo pelas sensações adquiridas através de sua atividade
motora. O brincar simbólico nesse momento se faz presente no faz de conta,
na fantasia e a imaginação. As representações da vida cotidiana são parte
integrante e significam as brincadeiras das crianças. O jogo com regras que
segundo o teórico vão acontecendo na medida em que as crianças já possuem
certo nível de autonomia para lidarem com as diferentes regras que organizam
logo o importante não é o brinquedo e sim o brincar.
Logo o entendimento acima representa a transição do mundo da fantasia
para a realidade, ou melhor, colocando a possibilidade dela significar todo o
seu universo simbólico. O brincar tem que estra sempre direcionado para o
trabalho. Respeitar a criança no momento da brincadeira tem finalidade
importante porque ela esta desenvolvendo sua capacidade de raciocínio e
aprendizagem. Logo não há o prever e sim produzir, o resultado será a
construção do conhecimento. A partir do brincar que as crianças passam a
expressar suas escolhas, desenvolve sua capacidade de simbolização.
Representando o vivido pelas imagens partindo dessas observações,
percebemos o quanto o jogo/brincadeira reflete o conhecimento que a criança
possui e dá possibilidades de interferências que podem ser feitas no espaço
escolar. Criando uma estreita relação entre parceiros que se alimentam
mutuamente durante esse processo.
Fonseca (1996) afirma que “O jogo é um fator de libertação e de
formação, que não pode faltar à criança em desenvolvimento, dado que além
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da satisfação catártica que permite, implica também uma subestimação dos
instintos e tendências anti sociais.”.
É na brincadeira que é possível trabalhar a representação simbólica da
construção de forma branda e aceitável na colocação de limites e combinações
que darão subsídios á socialização e a criação das regras coletivas.
O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da
criatividade da criança tanto na criação como também na execução. Os jogos
são importantes, pois envolvem regras como ocupação do espaço, pois
envolvem regras como ocupação e a percepção do lugar. Enquanto
manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais tem a função
de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social.
Na atualidade, já há algumas tendências em que o educador elabora
jogos e brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das crianças. Essas
atividades terminam favorecendo o desenvolvimento de habilidades motrícias e
sensoriais e estimulam o raciocínio, ou seja, jogos de construção e não
fabricados por uma indústria qualquer. Kishimoto (1999) ainda comenta que os
jogos de construção são considerados de grande importância por enriquecer a
experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver as habilidades das
crianças.
1.3) BRINCAR É COISA SÉRIA
A palavra em Português que indica a ação lúdica infantil é caracterizada
pelos verbos brincar e jogar, sendo que brincar indica atividade lúdica não
estruturada e jogar, atividade que envolve jogos de regras propriamente ditos.
Baptista da Silva (2003) afirma que os verbos brincar e jogar, em português,
não tem significados tão amplos quanto os seus correspondentes em inglês e
francês. A mesma autora aborda que, no cotidiano da língua portuguesa, os
verbos brincar e jogar podem ter outros sentidos, entretanto, seu significado
principal esta relacionada á atividade lúdica infantil. Ainda na língua
portuguesa, existe uma falta de discriminação na utilização dos termos de
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brincar e jogar. Mesmo estando o termo jogar diferenciado de brincar pelo
aparecimento das regras, a utilização de ambos, muitas vezes, se confunde.
Como se pode desprender, até que ponto, definir o que é brincadeira
não é uma tarefa simples, pois o que pode ser considerado brincadeira, em
determinados contextos, pode não o ser em outros, Kishimoto (1994) conceitua
o brinquedo como suporte de brincadeira. Brougère;Wajsop (1997) vão aos
poucos mais além, quando consideram o brinquedo como um objeto cultural
que, como muitos objetos construídos pelos homens, tem significados e
representações. Esses significados e representações podem ser diferentes, de
acordo com a cultura, o contexto e a época no qual estão inseridos os objetos.
Para Sutton-Smith (1986), o brinquedo é o produto de uma sociedade e,
como objeto lúdico da infância, possui funções sociais. Quanto à função do
brinquedo, Brougère e Wajskop ( 1997 ) esclarecem que ele tem valor
simbólico que domina a função do objeto, ou seja, o simbólico torna-se a
função do próprio objeto. Um cabo de vassoura pode exemplificar esta relação
entre a função e o valor simbólico. A função de um cabo de vassoura pode
mudar nas mãos de uma criança que, simbolicamente, o transforma em um
cavalo.
Portanto a função do brinquedo é a brincadeira. O brinquedo tem como
principio estimular a brincadeira e convidar a criança para esta atividade. A
brincadeira é definida como atividade livre, que não pode ser delimitada e que,
ao gera prazer, possui um fim em si mesmo. A brincadeira tem características
de uma situação não estruturada. Para Kishimoto (1999) o brincar tem a
prioridade das crianças que possuem flexibilidade para ensaiar novas
combinações de ideias e de comportamentos. Alves (2001) afirma que a
brincadeira é qualquer desafio que é aceito pelo simples prazer do desafio, ou
seja, confirma a teoria de que o brincar não possui um objetivo próprio e tem
um fim em si mesmo.
O perspectivo sócio cultural estuda o brincar a partir da concepção de
que é social que caracteriza a ação na atividade lúdica do sujeito. A percepção
que a criança tem do mundo influenciado pela atividade humana e pelas
relações entre as pessoas.
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Para Vygostky ( 1991 ) a brincadeira nasce da necessidade do desejo
frustrado pela realidade, amplia essa sentença quando afirma que os objetos,
ao terem seus significados substituídos, transformam em símbolos para as
crianças. Desta forma a criança não faz distinção entre o brinquedo e o que ele
significa, mas a utilidade que terá nas representações que serão feitas com ele.
Logo a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, deve possuir regras,
até mesmo o faz de conta. O brincar é essencial para o desenvolvimento
cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação
levam ao pensamento abstrato. O brincar passa por momentos evolutivos. A
brincadeira vai de uma situação inicial, onde o papel e a cena imaginária são
explicitas e as regras latentes, para uma situação em que as regras são bem
colocadas e a cena imaginária latente.
A brincadeira é atividade principal da infância. Leontiev (1994) amplia
essa teoria afirmando que durante a brincadeira ocorrem as mais importantes
mudanças no desenvolvimento psíquico infantil
A característica social, de acordo com a perspectiva sócio cultural, é
vista como mola propulsora para o desenvolvimento infantil, na atividade lúdica
a criança descobre as relações existentes entre os homens. Além disso, aas
crianças conseguem, através da brincadeira, avaliar suas habilidades e
compará-las com as outras crianças. A brincadeira também permite a criança a
se apropriar de códigos culturais e de papéis sociais.
A história do brinquedo acompanha a história da humanidade, os
brinquedos mudam os padrões de uma sociedade. Mais independente do tipo
ou das características do brinquedo, pelo brincar o desenvolvimento infantil
esta sendo estimulado. As primeiras brincadeiras do bebê, que são
características pela observação e posterior manipulação de objetos, oferecem
a criança o conhecimento e a exploração do seu meio através dos órgãos de
sentidos, assim as brincadeiras mudam conforme muda a idade das crianças.
Logo que a criança começa a falar os jogos de exercícios começam a diminuir
e dão espaços aos jogos simbólicos.
Os jogos simbólicos começam a declinar porque passam a aproximar-se
cada vez mais do real. O símbolo perde o seu caráter de deformação lúdica e
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passa a ser uma representação imitativa da realidade. Inicia-se então a
estrutura dos jogos de regras. Logo não importa a idade da criança e o tipo de
brincadeira, esses dois aspectos estarão sempre presentes o que realmente
importa é o nível de aprendizagem e conhecimento que atingiu a criança.
A brincadeira seja simbólica ou de regras, não tem apenas caráter de
diversão ou de passatempo. Pela brincadeira a criança, sem intencionalidade,
estimula uma série de aspectos que contribuem tanto para o desenvolvimento
individual do ser quanto para o social. Outro fator que se observa na
brincadeira é o desenvolvimento emocional. As crianças tem diversas razões
para brincar, uma destas razões é o prazer que podem usufruir enquanto
brincam, além do prazer aas crianças podem exprimir a agressividade, a
angustia, aumentar as experiências e estabelecer contato social.
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CAPÍTULO II
A SAÚDE, O BRINCAR E O CUIDAR.
Compreendendo a saúde como fenômeno complexo, construído na
cultura, ou seja, nos modos como vivemos a vida e organizamos nosso
cotidiano e interagimos com o meio físico e social, então, a forma com se
organiza e operacionaliza o cuidado na educação infantil seria um dos
principais objetos de atenção dos profissionais da área da educação não se
resumiria a apenas alguns procedimentos específicos em torno dos chamados
riscos físicos, químicos e biológicos.
Com base em tal concepção, a especificidade do cuidado com a saúde
na educação infantil é o cuidado em si, ou seja, as atitudes e os procedimentos
de cuidados humanos com os diferentes grupos etários, no contexto de uma
instituição educacional. Assim, não é possível separar as atitudes e os
procedimentos que visam à educação, logo não é possível separar o biológico,
do cultural e do afetivo.
A partir dessas considerações, resta nos compreender quais são os
atributos das ações do cuidar, em que base de conhecimento eles se
assentam, já que estão interligados com a saúde e a educação infantil.
Sendo assim a Educação Infantil vem aprimorando a necessidade de
integrar o cuidar e o educar. Não um cuidar apenas com a higiene, mais um
cuidar que previna acidentes, uma oferta de nutrientes e atenção com o corpo
e a mente. O cuidado embora muitas vezes efetivado por procedimentos com o
corpo e o ambiente físico, expressa objetivo a alcançar, sentimentos de acordo
com o contexto sociocultural. O cuidado tem muitos sentidos, e depende do
sentido que se atribui ao ato de cuidar e brincar.
Campos (1994) refere que o cuidar inclui todas as atividades ligadas ao
cotidiano de qualquer criança: “alimentar, lavar, trocar, curar, proteger,
consolar, todas as atividades que são integrantes do educar.” Significa,
portanto atitudes e procedimentos que tem como objetivos atender ás
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necessidades das crianças no seu processo de crescimento e
desenvolvimento. Tendo uma relação com a saúde e a educação.
Assim cuidar da criança é compreender sua singularidade como pessoa
e como ser, que está em contínuo processo de crescimento e desenvolvimento.
O ato de cuidar está sujeito à capacidade daquele que interage com o outro, de
identificar as suas necessidades, a cultura regional e interior que cada ser
possui aprendizagem específica de determinados conceitos, a forma como
cada criança reage aos diferentes cuidados e estímulos. Logo as necessidades
e as formas de atendê-la podem ser modificadas ou construídas socialmente.
Encontramos ações de cuidado com a saúde, com base numa
concepção que tem como enfoque principal os fatores biológicos do
desenvolvimento humano e da determinação da doença caso apresente. Tais
ações são importantes indicadores de qualidade do serviço prestado as
crianças e principalmente dos cuidados oferecidos, mas não bastam para um
desenvolvimento integral e saudável da escola. Precisamos ir além dessa
ferramenta de apoio.
Nesse sentindo, o cuidado com a saúde seria um complemento da ação
educativa, sendo que o planejamento dessa ação poderia ocorrer
paralelamente ao planejamento das ações educativas. Compreendendo a
saúde como fenômeno complexo, construído na cultura, ou seja, nos modos
como vivemos a vida e organizamos o nosso cotidiano e interagimos com ele.
Entendemos como nosso meio social e físico, então, a forma como se
organiza e operacionaliza o cuidado/ educação nas escolas seria um foco
importante de atenção aos profissionais que fazem parte da educação. Assim
entendemos que o cuidar, a saúde e o brincar este interligado de maneira
muito forte, pois um depende do outro para que de fato ocorra a aprendizagem.
A base do cuidado é compreender como ajudar o outro a desenvolver-se
como ser humano. Como a brincadeira influencia na aprendizagem e como
uma mente e corpos saudáveis estão associados para uma boa aprendizagem
e ajudar a identificar suas necessidades básicas em cada fase e atende-las da
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melhor forma possível, associadas ao meio no qual a acriança encontra-se
inserida, das oportunidades de aprendizagem, do acesso às tecnologias
construídas pela humanidade ao longo do tempo, lembrando eu a
aprendizagem e o desenvolvimento está interligado desde o primeiro dia de
vida.
A escolha no processo do cuidado tem sempre uma intencionalidade,
que prioriza mais ou menos um fator de grande importância na prevenção de
saúde mental, física e psíquica de indivíduos ou em grupo, associado ao
equilíbrio social, no qual pode definir padrões mais saudáveis em sala de aula.
2.1) O Brincar e a Saúde Criativa
O brincar na infância é o maior exemplo de criatividade integral do ser
humano, expressa os aspectos pessoal, social e cultural. No decorrer da
infância o potencial criativo esta a serviço da constituição de uma identidade
pessoal, valendo acrescentar que todas as etapas que o ser humano irá passar
derivarão da infância, e no brincar que a criança explora experiências
reveladoras de aspectos coletivos e subjetivos que lhe são próprios,
experimenta os poderes e limite da sua mente e do seu corpo Imagina seus
encantos e descobre seus desejos.
O mundo de hoje possui um ritmo muito acelerado comparado aos
séculos anteriores, acompanhado de uma elevada exigência em ser sempre o
melhor. Atualmente desde a infância, observam se padrões de
desenvolvimento que são esperados e verificados na área da saúde,
estimulados e acompanhados nas creches e nas escolas. Os profissionais da
Educação deveriam ser preparados para identificar problemas e falhas que se
mostram presentes no processo evolutivo a fim de que possibilite a intervenção
precoce. Estamos na era do conhecimento, sendo assim atingiremos melhorias
na qualidade de vida e interação com o desenvolvimento humano.
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A criatividade infantil traduz a espontânea experimentação que o ser
humano pratica no seu relacionamento com o mundo em que vive, encontra-se
no cerne da singular individualidade de cada um, onde a criança durante a
infância atravessará um período de grande definição. O brincar saudável na
infância é uma experiência que abriga a experimentação da construção das
bases de importantes identificações do individuo nos variados aspectos e nos
diversos papéis sociais que a criança tem contato e explora.
Brincar na infância expressa em sua amplitude de possibilidades e
ações concretas realizadas pela mente e corpo. O desenvolvimento integral
infantil é livre nos aspectos biológico, psicológico e sociocultural. Brincar é
pessoal, social, criativo e cultural. O humano busca ser feliz e é apenas na
infância que vive essa plenitude, tornando essa fase com uma atitude singular.
Winnicott (1975) destaca que o papel do ambiente de desenvolvimento
emocional no início da vida, afirmando que a partir das primeiras experiências
de cuidado e proteção, a criança vivencia a confrontação entre a realidade
externa e interna, o que lhe permite criar os parâmetros da realidade exterior
ou uma visão objetiva do mundo circundante. Este ambiente denominado por
Winnicott como suficientemente bom já que atende as necessidades da
infância, permite a experiência da ilusão de que existe uma realidade externa
correspondente á sua própria capacidade de criar. Para o autor inicialmente a
criança tem a capacidade primária que cria o mundo, vive essa ilusão, quando
o ambiente lhe oferece o objeto por ele procurado. Trata se da criatividade
primária que está na base do potencial criativo de todo relacionamento do
individuo com o ambiente. O vínculo com a mãe ou com a substituta, aquela
que cumpre a função do ambiente suficientemente bom, irá constituir o suporte
essencial para o relacionamento da criança e para o processo que permitirá o
enriquecimento da percepção das características do ensino aprendizagem
onde passa a ser construída, contribuindo de maneira enriquecedora na tarefa
de representação e apresentação do mundo.
A criatividade e o brincar infantil do ponto de vista educacional é
indissociável, precisa ser apenas aceito e não resolvido onde a avaliação do
educador faça um paradoxo no que foi e o objetivo aprendido no processo do
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ensino aprendizagem. Assim a experiência do brincar criativo é em síntese,
uma experiência continua no espaço e tempo presente na abordagem o
individua na realização das tarefas onde traduz a forma básica e simples de
viver.
A experiência criativa, conclui Winnicott (1989), pode ser compreendida
a partir do fazer com propriedade que se mostra vinculado ao sentimento de
existência e o sentimento de ser, que lhe estão associadas. Neste sentido, a
experiência criativa sempre revelará o Eu enquanto unidade pessoal e singular,
embora não deva estar a serviço desta meta, já que a experiência de viver
necessita, para ser genuína, que seja espontânea e consequentemente
surpreendente.
Sendo inata a criatividade e torna se presente no relacionamento do
individuo com o mundo tem um sentimento de valor viver, isto é que a vida
precisa de significados e o desenvolvimento humano deve ter uma conexão
com o desenvolvimento emocional equilibrado e no brincar percebemos isso
com clareza, logo não podemos desassociar o cuidado com a saúde e o brincar
porque as atividades consideradas educativas exigem conhecimentos das
diferentes áreas e dão suportes as ações pedagógicas, realizando um cuidado
social onde tem sentido atribuído ao grupo e a aprendizagem na sala de aula
ocorre.
2.2) A Dependência nos Cuidados Infantis
É Importante reconhecer o fato da dependência. A dependência é real. É
tão obvio que os bebês e as crianças não conseguem se virar sozinhos, pois as
simples ocorrências de dependências passam facilmente despercebidas, pois
enquanto mães ou educadoras aos pequenos gestos estabelecemos logo um
contato sem deixar bebês ou crianças ao menos ter uma iniciativa de
exposição dos seus desejos o instinto age rápido com naturalidade.
24
Winnicott afirma que a história do desenvolvimento infantil é uma história
de dependência absoluta, que avança firmemente através de graus
decrescentes de dependência, e vai, tateando, em direção à independência.
Uma criança ou um adulto amadurecido tem um tipo de independência que se
mescla, de uma forma feliz a todos os tipos de necessidade, e ao amor, o que
se torna evidente quando a perda provoca um estado de luto.
Antes do nascimento, pensa se na dependência absoluta do bebê
basicamente nos termos físicos e corporais, as últimas semanas de vida do
bebê no útero afetam o seu desenvolvimento corporal, logo o bebê tem a
tendência a se sentir seguro ou inseguro devido ao tipo de gestação onde
associado à capacidade de operação limitada, pois os eu cérebro não se
encontra plenamente desenvolvido. O nível de consciência antes e durante o
processo de gravidez e nascimento também varia de acordo com os efeitos e
sensações causados por quem o gerou.
Devidos bebês e crianças ser criaturas cuja dependência é extrema no
início de suas vidas, eles é naturalmente afetado por tudo que acontece logo o
estímulo é fundamental, o diálogo tônico é uma comunicação muito íntima que
se dá entre o bebê, a mãe ou a educadora através dos movimentos e da
relação afetiva. A pessoa deve se mostrar calma e segura com boa
coordenação e equilíbrio das suas tensões para que a estimulação ocorra de
forma adequada.
A estimulação é necessária por tudo que acontece, pois o tempo todo o
bebê e as crianças armazenam em seus sistemas de memória como forma
capaz de dar lhe confiança ao mundo que vivem e que aos pouco vão se
adaptando.
A coisa que, em última instância, constrói um senso de imprevisibilidade
ou previsibilidade do bebê ou da criança pode ser caracterizada como
adaptação as mães ou educadoras as necessidades de ambos. Trata se de um
assunto bastante complexo e difícil de expressar em palavras. Pois só pode ser
bem feitas ou suficientemente pela mãe ou profissional da educação, pois
estão exclusivamente dedicadas em completos aos cuidados das crianças. Os
conhecimentos teóricos são totalmente desnecessários, pois há certo tempo
25
mães e educadoras vem desempenhando esse papel com certa maestria e
forma satisfatória. É claro que se pode acrescentar um pouco de teoria o que é
natural, mas as mães e educadoras possuem uma afinidade maior, pois
passam a maior parte do tempo junto às crianças e aos bebês.
Os bebês e crianças devem receber uma boa assistência e mais ainda
receber continuadamente por parte de uma pessoa, até que se sinta satisfeito
em conhecer e conviver e confiar em outras pessoas também, que lhe dão
amor desta mesma forma capaz de fazer com que se torne confiante e
adaptável ao meio que vivem.
No caso da maior parte das crianças, o fato de serem desejados e
amados pelas suas famílias fornece lhe o contexto no qual cada criança tem a
oportunidade de se tornar um individua, não apenas realizando o seu destino
seguindo a trajetória do legado hereditário, mas também feliz por ser capaz de
identificarem-se com outras pessoas, animais e o meio ambiente e sociedade.
Em geral esse procedimento só é possível principalmente porque a
dependência que é absoluta a princípio, mas caminha gradativamente para a
independência como resultados de estímulos oferecidos mais sempre em
função de um sentimento natural que pode ser chamado de amor.
2.3) O Ambiente Saudável na Educação Infantil
Segurar e manipular bem uma criança significa uma facilitação de
adaptação ás necessidades básicas, isto é algo que só pode ser feito por um
ser humano. A maioria dos bebês e crianças da educação infantil deve estar
bem seguros em todo tempo, pois assim eles adquirem confiança no ambiente.
Priorizar o contato físico para estabelecer o desenvolvimento emocional, onde
esse envolvimento de segurar e manipular serão processo primário para
adaptação de ambos.
As crianças são seres humano imaturos e extremamente dependentes, e
também um individuo que esta tendo e armazenado experiências. Isto tem uma
enorme importância práticas para todos os estágios inicias que ocupam, sendo
26
necessário que as condições ambientais sejam adequadas. Sendo assim os
relacionamentos iniciais, associados ao comportamento humano e ao meio
ambiente fazem os impulsos melhorarem a integração, a autonomia e a relação
com meio e os objetos.
Um ambiente saudável na educação infantil tem que ser estável,
integrado, mas inesperado, desafiante e acessível. A linguagem não pode ser a
do adulto, mais aquela que a criança consegue dominar ação do jogo ou do
brincar. Esse encontro deve ser mediado com ações de preparação lenta e
progressiva.
Brincar é algo muito sério, logo ele deveria ser muito mais estimulado do
que realmente é, os conteúdos pedagógicos hoje são introduzidos para as
crianças cada vez mais cedo e assim a prática do brincar fica de lado. Assim o
brincar é muito mais do que a expressão da fantasia e da descontração, ao
brincar a criança desenvolve o pensamento, a coordenação motora, a atenção
e a lógica. O brincar é um processo de descobrimento e amadurecimento que
prepara a criança para a vida adulta e por isso é imprescindível na infância.
O brincar tem sua importância porque é um ato social que permite uma
comunicação através de gestos, mesmo que não haja comunicação verbal, é
no brincar que a criança tem a oportunidade de expressar o que esta sentindo
ou necessitando; é através das brincadeiras que a criança constrói o seu
mundo imaginário. A criança utiliza-se do brincar para construir sua
aprendizagem, porque é na brincadeira que ela explora situações usando a
imaginação e libera o seu eu criativo, realizando seus desejos mais íntimos.
Fonseca argumenta que no jogo a criança tem a oportunidade de
estruturar o seu esquema corporal, a sua relação com o espaço e o tempo, a
ampliar a utilização do perceptivo motor e ainda estampar a sua afetividade,
proporcionando o desencadear de suas emoções
27
Os direitos das crianças
Toda criança do mundo Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter lar Ter Saúde e não ter fome Ter segurança e estudar.
Não é questão de querer
Nem questão de concordar Os direitos da criança
Todos tem que respeitar. Direito de Perguntar...
Ter alguém pra responder. A criança tem direito
De querer tudo saber {[...]
(Rocha, 2002, grifo nosso)
Num ambiente saudável o professor consegue conciliares os objetivos
pedagógicos com os desejos do aluno. Para isso é necessário encontrar o
equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas.
Ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender. Contribuir para o
desenvolvimento da subjetividade para a construção do ser humano autônomo
e criativo na moldura do desempenho das funções sociais. Preparar para o
exercício da cidadania e da vida coletiva. Uma aula ludicamente inspirada não
é necessariamente aquela que ensina conteúdos, mas aquela em que as
características do brincar estão presentes nas atividades livres e criativas.
28
CAPÍTULO III
A Sociedade Contemporânea, a Família e o Brinquedo.
Phelippe Ariés (1978) famoso historiador Francês, afirmou que a infância
foi uma invenção da modernidade, construindo-se numa categoria social
construída recentemente na história da humanidade. Para ele, a emergência do
sentimento de infância, como uma consciência da particularidade infantil, é
decorrente de um longo processo histórico, não sendo uma herança natural.
Essa sua afirmação trouxe grandes mudanças na compreensão da infância, já
que era pensada como uma fase da vida, comparada a qualquer outra.
Os séculos XVI e XVI, como bem demonstra Áriès, esboçam uma
concepção de infância centrada na inocência e na fragilidade infantil. O século
XVII inaugurou a construção da infância moderna, assumindo o signo de
liberdade, autonomia e independência.
Na verdade, o que Áriès quis dizer com a sua afirmação de que a
infância foi uma invenção da modernidade, é que a infância que conhecemos
hoje foi uma criação de um tempo histórico e de condições socioculturais
determinadas, sendo um erro querer analisar que todas as infâncias e todas as
crianças com o mesmo referencial. A partir disso, podemos considerar que a
infância muda com o tempo e com os diferentes contextos sociais, econômicos
e geográficos, até mesmo nas suas peculiaridades individuais. Portanto, as
crianças de hoje não são exatamente iguais á dos séculos passados, nem
serão idênticas as que virão nos próximos séculos.
O brinquedo sempre chamou a atenção da criança independente do
tamanho ou da qualidade, enquanto objeto, sempre será suporte de brincadeira
e a brincadeira nada mais é do que a ação que a criança desenvolve ao
realizar regras do jogo, ou seja, mergulhar na ação lúdica.
Piaget (1975) apud MAFRA (2008) valoriza a prática lúdica para que o
desenvolvimento infantil seja harmonioso, pois tal atividade propicia a
29
expressão do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do
conhecimento.
A atividade do brincar fornece ás crianças um maior e melhor
desenvolvimento, seja ele cognitivo, motor, social ou afetivo, pois a criança ao
brincar interage com outras crianças, estimulando a criatividade, a
autoconfiança, a autonomia e a curiosidade, devido à situação de certos jogos
e brincadeiras, o que garante a maturação na aquisição de novos
conhecimentos.
Kishimoto (1999, p.18) ressalta que o brinquedo é outro termo
indispensável para compreender esse campo, diferindo do campo o brinquedo
supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso,
ou seja, a ausência de um sistema de regas que organiza sua utilização.
A partir desse momento, o brinquedo pode gerar um sentimento mais
próximo onde em algumas situações o amigo não consegue construir tomando
com isso o melhor amigo que fala, ouve e sente, pois, a criança vive num
mundo de imaginação onde seus brinquedos de ficção acabam ganhando vida
e ao mesmo tempo apegos e sentimentos.
Nessa perspectiva, a criança amplia no brinquedo todas as suas
sensibilidades, pois este vai permitir a ela curiosidade e conhecimento ao
mesmo tempo. Sendo assim, é através do brinquedo que a criança faz incursão
no mundo, trava contato com os desafios e busca, com isso, o conhecimento
dos elementos. Algumas vezes a criança destrói o seu próprio brinquedo na
busca de entendimento e conhecimento do mesmo, com isso ela quebra e
tenta consertar. Daí vem o descobrimento do seu brinquedo. Sendo através
dessa curiosidade a criança passa a desenvolver a sua própria liberdade e sua
expressão, bem como a sua criatividade ao manipulá-los.
Kishimoto (2003) comenta que o uso do brinquedo/jogo educativo com
fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para
situações de ensino aprendizagens e desenvolvimento infantil. Se
considerarmos que a criança aprende de modo intuitivo adquire noções
espontâneas, em processos interativos envolvendo o ser humano inteiro em
30
suas cognições, afetividade, corpo e interações sócias, o brinquedo
desempenha um papel de grande relevância.
Na educação infantil as crianças estão com suas cabecinhas livres,
limpas sem qualquer maldade, mais é também uma espécie de esponja
cerebral. Onde as informações são facilmente assimiladas e esse processo
torna-se mais prazeroso para elas se tiverem disponibilidades de recursos
lúdicos, seja em casa ou na escola.
A ludicidade leva a criança a aprender sem esforço deixa-a a vontade
para imaginar, refletir, brincar e se divertir, com a ludicidade o educador é
capaz de reconhecer nas crianças diversas ações no comportamento e até
expressões corporais, que mostram como os alunos estão enxergando o
mundo. Sendo necessário, na sala de aula, junto ás crianças, nos
desapegarmos de dogmas para poder olhar para elas de forma inteira e ler as
mensagens que elas tentam transmitir através:
Da palavra;
Do corpo;
Do não dito;
Da sua arte;
Dos seus medos;
Das suas dificuldades;
Das suas habilidades;
Da sua timidez;
Da sua agressividade, dentre tantas outras expressões;
Por isso torna-se necessário conhecer, pesquisar, vivenciar e ter um
leque de possibilidades de propostas que sejam adequadas ás necessidades,
interesses, habilidades, dificuldades das crianças.
O brincar passou a ser construído e compreendido não mais como um
simples ato de diversão da infância. Tornou-se atividade importante pelo papel
estrutural e como função subjetiva e coletiva, simbólica e vital para
desenvolvimento saudável e natural das crianças.
31
3.1) A Criança e a Sociedade Contemporânea.
A educação infantil no período contemporâneo das sociedades urbanas
torna-se cada vez mais complexa para as famílias que, de maneira geral não
possuem mais tempo e espaço necessários para a convivência. A sociedade
passa por diversas transformações, devido à globalização e aos grandes
anseios consumistas e capitalistas da sociedade em geral, de forma que cada
vez mais, cresce a disputa de ingresso no mercado de trabalho e para isso
muitas vezes são necessários muitas horas de diárias no trabalho.
Os avanços tecnológicos e a nova organização do convívio social nas
cidades, o medo á violência e o trabalho dos responsáveis cada vez mais
distantes e em períodos mais longos de tempo, tem afastado as brincadeiras
do cotidiano infantil, tornando as crianças menos ativas e carentes em seu
próprio ambiente familiar. Afetando assim a aprendizagem, o desenvolvimento
e a descontração tão presentes na infância.
Nesse cenário acirrado as crianças acabam ficando de lado, já que seus
pais depois de trabalharem horas e horas seguidas diariamente, chegam a
seus lares cansados e sem ânimo para dar atenção e até mesmo brincar com
seus filhos. E estes com ânimo e disposição cobram de seus pais momentos
de descontração e brincadeiras.
Carneiro (2008) apud Lima e Delmônico (2010) descreve que a
brincadeira volta-se para o individualismo e a competitividade, o uso dos
brinquedos eletrônicos, as televisões passaram a disputar a atenção das
crianças, acarretando problemas de socialização, integração e interação entre
pessoas e principalmente entre as crianças.
A população diminui os hábitos relacionados ás prática corporais e, sem
conseguir queimar as energias adquiridas pelo excesso da má alimentação,
acaba por acarretar desequilíbrio metabólicos que conduzem a obesidade entre
outros problemas de saúde.
32
Logo Magalhães e Pontes (2002) dizem que “resgatar o espaço, meio e
o tempo para as crianças brincarem espontaneamente é, sem dúvida, um dos
nossos maiores compromissos e desafios atuais”.
Nesse contexto, quando as crianças passam a frequentar as instituições
educativas de educação infantil necessitam de tempo e de espaço para
desenvolverem suas habilidades e se adaptarem a essa nova realidade. Por
meio dessas interações podem desenvolver habilidades para construir novas
amizades e com isso aprenderem a conviver em grupos, aprimorando a
psicomotricidade e o desenvolvimento social sendo desafiadas e orientadas a
construírem estilos saudáveis de viver.
A criança sempre brinca. Observa-se, frequentemente, a atividade lúdica
presente enquanto comem, enquanto realizam atividades de higiene e o quanto
relutam em parar de brincar, para realizar atividades ou até mesmo para
dormir. O mundo lúdico é a realidade interna do sujeito e a realidade externa,
compartilhando com outras pessoas.
O brincar é uma das atividades mais importantes no desenvolvimento da
criança, seja ela do tipo que for, é um meio natural da criança se expressar e
também a oportunidade de mostrar os seus sentimentos e fantasias. Crianças
que brincam demostram ter saúde emocional e ao brincarem, desenvolvem a
capacidade da criatividade, por prazer, para controlar impulsos, na expressão
de desejo ou medos. Isso ocorre em qualquer faixa etária da criança
consciente ou inconsciente.
3.2) Brincadeiras e Brinquedos facilitadores do
desenvolvimento infantil.
É por meio da brincadeira que a criança pode desenvolver a sua própria
liberdade de expressão, bem como sua criatividade ao manipulá-los. E na
interação com os brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus
conhecimentos.
33
Oliveira (2002) diz que por meio da brincadeira, a criança pequena
exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e distinguir
entre pessoas, possibilidades especialmente pelos jogos de faz de conta e os
de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as
características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os
acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na
brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o
que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu
pensamento verbal.
AS crianças quando inseridas no espaço de lazer produzem e
reproduzem suas culturas, constroem valores em meio às referências
simbólicas que circulam o tempo e o espaço que permeiam o conhecimento da
brincadeira e o seu entorno.
A brincadeira é a atividade principal da infância. Essa afirmativa não é
devido apenas pela frequência com que as crianças brincam, mas
principalmente pela influencia que ela exerce no desenvolvimento infantil,
Vygotsky (1991) ressalta que a brincadeira cria zonas de desenvolvimento
proximal e que estas proporcionam saltos qualitativos no desenvolvimento e na
aprendizagem infantil. Elkonin (1998) e Leontiev (1994) ampliam essa teoria
afirmando que durante a brincadeira ocorrem as mais importantes mudanças
no desenvolvimento psíquico infantil. Para estes autores a brincadeira é o
caminho de transição para os níveis mais elevados de desenvolvimento.
A característica social, de acordo com a perspectiva sócio cultural, é
vista como mola propulsora para o desenvolvimento infantil. Leontiev (1994)
afirma que na atividade lúdica a criança descobre as relações existentes entre
os homens. Além disso, as crianças também conseguem através da
brincadeira avaliar suas habilidades e compará-las com as outras crianças. A
brincadeira também permite a se apropriar de códigos naturais e de papéis
sociais. Elkonin (1998) confirma isto ao afirmar que a história do brinquedo
acompanha a história da humanidade. O autor relata que os brinquedos
evoluem conforme mudam os padrões da sociedade. A boneca evolui conforme
34
mudanças significativas são fáceis comparar uma boneca de 50 anos atrás
com a textura das bonecas de hoje.
Independentemente do tipo ou das características do brinquedo, pelo
brincar o desenvolvimento infantil está estimulado. As primeiras brincadeiras do
bebê, que são características pela observação e manipulação de objetos,
oferecem á criança o conhecimento e a exploração do seu meio através dos
sentidos. Logo que a criança começa a falar os jogos de exercícios começam a
diminuir e dão espaços aos jogos simbólicos e dão espaços aos jogos
simbólicos. Para Vygotsky (1991) as crianças querem satisfazer certos desejos
que muitas vezes não podem ser satisfeitos imediatamente. Desta forma, pela
faz de conta à criança testa e experimenta os diferentes papéis existentes na
sociedade (papai, mamãe, filhinho, trabalhador, etc.).
No final dessa fase os brinquedos simbólicos começam a declinar
porque passam a se aproximar cada vez mais do real. O simbólico perde o seu
caráter de deformação lúdica e passa a ser uma representação imitativa da
realidade. Sendo que todas as modalidades de brincadeiras estão inseridas
nas regras e no faz de conta. Não importa a idade das crianças e o tipo de
brincadeira, estes dois aspectos estarão sempre presentes. Isidro e Almeida
(2003) afirma que as regras de uma brincadeira ou jogo estão intimamente
ligadas ao conhecimento que as crianças tem da realidade social no qual estão
inseridas.
A brincadeira, seja simbólica ou de regras, não tem apenas um caráter
de diversão ou de passatempo. Pela brincadeira a criança, sem a
intencionalidade, estimula uma série de aspectos que contribuem tanto para o
desenvolvimento individual do ser quanto para o social. Primeiramente a
brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais.
Outro fator que pode ser observado na brincadeira é o desenvolvimento
emocional, Assim a criança tem vários motivos para brincar, além do prazer o
que podem produzir e usufruir com esse prazer. Demostram a agressividade,
dominam a angústia, aumentam as experiências estabelecem contatos sociais.
A brincadeira também é uma rica fonte de comunicação, pois até na
brincadeira solitária a criança associa ao faz de conta e imagina estar
35
conversando com alguém ou com seus próprios brinquedos. Com isso a
linguagem é desenvolvida com a ampliação do vocabulário e o exercício da
pronuncia das palavras e frases.
Os aspectos simbólicos de sociabilidade, linguagem e cognição também
são estimulados na brincadeira. O jogo é uma maneira de as crianças
interagirem entre si, vivenciarem situações, manifestarem indagações,
formularem estratégias e, ao verificarem seus erros e acertos, poderem
reformular sem punição seu planejamento e suas ações.
O jogo ao correr em situações sem pressão, em atmosfera de
familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão ou perigo
proporciona condições para aprendizagem das normas sociais em situações de
menor risco A conduta lúdica oferece oportunidades para experimentar
comportamento que, em situações normais, jamais seriam tentados pelo erro
ou punição.
Uma característica observada no desenvolvimento humano é a
tendência a estratificar um comportamento mais complexo, os pesquisadores
tendem a limitar apenas algumas brincadeiras e seus aspectos, seja na sua
estrutura ou na sua funcionalidade. Apesar de ser mais didático e de fácil
compreensão, dessa forma esse estudo tem vários vieses em pesquisas e
trabalhos com crianças. Vygotsky (1991) critica a forma parcelada de se
enxergar o desenvolvimento humano. Para o autor só poderemos compreender
o desenvolvimento infantil observando o conjunto. Ao dividir as etapas em
estágios estamos comprometendo o potencial da criança. E no que se refere
ao brincar Melo e Valle (2003) afirmam que o brinquedo facilita o
desenvolvimento infantil em todas as suas dimensões, incluindo a atividade
física, a estimulação intelectual e a socialização. Promovem a educação para
hábitos de vida diária, enriquecendo a percepção, desperta interesses e
satisfaz a necessidade afetiva e permite o domínio das ansiedades e angustias.
A brincadeira é uma ferramenta eficaz a ser utilizada para estimular e promover
a aprendizagem das crianças.
36
3.3) A Família e a escola como contexto do aprimoramento
infantil
A família presente em todas as sociedade, é um dos primeiros
ambientes de socialização do indivíduo, atuando como mediadora principal dos
padrões, modelos e influências culturais Sendo considerada a primeira
instituição social, que em conjunto com outras, busca assegurar a continuidade
e o bem estar dos seus membros e da coletividade, incluindo a proteção da
criança. A família é vista como um sistema social responsável pela
transmissão de valores, crenças, ideias, e significados que estão presentes na
sociedade. Ela tem um impacto importante e uma forte influencia no
comportamento dos indivíduos, especialmente das crianças, que aprendem as
diferentes formas de existir, de ver o mundo e construir suas relações sociais.
Como a primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família
constituem a unidade dinâmicas das relações de cunho afetivo, social e
cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas de um
determinado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com
significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação
interpessoal e de construção individual e coletiva. É e por meio das interações
familiares que se concretizam as transformações nas sociedades que, por sua
vez, influenciam processos bidirecionais entre os membros familiares e os
diferentes ambientes que compõem os sistemas sociais, dentre deles a escola,
constituem fator preponderante para o desenvolvimento da criança. Portanto, a
família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para
desencadear os processos evolutivos das crianças. Atuando como propulsoras
do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social.
Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e
apreensão dos conhecimentos, havendo uma direção central com o processo
do ensino aprendizagem. Ressaltando a importância do estabelecimento de
relações apropriados entre ambos. A primeira trata da família e de seu espaço
como agente socializador. A segunda é destacada como um contexto de
37
desenvolvimento, priorizando uma reflexão sobre a sua função social, as
tarefas e papéis na sociedade contemporânea. Logo ambas associadas
facilitam os contextos sociais sejam em espaços efetivos para o
desenvolvimento infantil
A integração entre esses dois contextos é destacada como algumas
considerações sobre a necessidade de compreender as inter relações entre a
escola e a família, visando facilitar a aprendizagem.
Os membros das famílias contemporâneas tem se deparado e se
adaptado ás novas formas de coexistência oriundas das mudanças nas
sociedades, associados aos valores antigos e o estabelecimento das novas
relações. Como parte de um sistema social, englobando vários subsistemas, os
papéis dos seus membros são estabelecidos em função de estágios de
desenvolvimento do individuo e da família vista enquanto grupo.
O próprio conceito de família e a configuração dela têm evoluído para
retratar as relações que se estabelecem na sociedade atual. Não existe uma
configuração familiar ideal, porque são inúmeras as combinações e formas de
interação entre os indivíduos que constituem os diferentes tipos de famílias
contemporâneas: Nuclear Tradicional, Recasadas, monoparentais,
homossexuais, dentre outras combinações. Os padrões familiares vão se
transformando e reabsorvendo as mudanças psicológicas, sociais, econômicas
e culturais, o que requer adaptações e acomodações ás realidades
enfrentadas. Portanto, a família hoje, não é mais vista como sistema privado de
relações; ao contrário, as atividades individuais e coletivas estão intimamente
ligadas e se influenciam mutuamente. O que ocorre na família e na escola é
sintetizado, provoca a evolução e sua história na sociedade. A família também
é a responsável pela transmissão de conhecimentos e significados. Mesmo
assim nem sempre as famílias constituem uma rede de apoio funcional e
satisfatória ou, mesmo, melhor que outras.
A escola emerge, portanto, como uma instituição fundamental para o
individuoe sua constituição, assim como a evolução da sociedade e da
humanidade. Como um microssistema da sociedade, ela não apenas reflete as
transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes
38
demandas do mundo globalizado. Uma das tarefas mais importantes, embora
difícil de ser implementadas, é preparar os alunos, professores e pais para
viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de
conflitos interpessoais, contribuindo para o processo de desenvolvimento do
individuo.
Coerente com essa concepção, á escola compete propiciar recursos
psicológicos para a evolução intelectual, social, e cultural do homem. Ao
desenvolver, por meio de atividades sistemáticas, a articulação dos
conhecimentos culturalmente organizados, ela possibilita a apropriação da
experiência acumulada e as formas de pensar, agir e interagir no mundo.
A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e
aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos,
atividades e regras e valores que é permeado por conflitos, problemas e
diferenças. É nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os
indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades
programadas e realizadas em sala de aula e fora dela. O sistema escolar, além
de envolver uma gama de pessoas, com características diferenciadas, inclui
um número significativo de interações contínuas e complexas, em função dos
estágios de desenvolvimento das crianças. Trata-se de um ambiente
multicultural que abrange também a construção de laços afetivos e preparo
para inserção na sociedade.
39
CONCLUSÃO
Este trabalho tem como objetivo conscientizar a importância do brincar
na educação infantil, no qual faz com que a criança /aluno desenvolva o seu
aprendizado de forma prazerosa. Tornando o aluno sensível e criativo. Os
resultados obtidos mostram que o brincar possibilita uma revelação do interior
do aluno, onde ele se desenvolve e mostra autoconfiança.
Apresentar reflexões sobre o brincar, articulando uma construção que
mostra como resultado o interior da criança/aluno onde eles desenvolvem a
autoconfiança.
O universo infantil enriquece o presente trabalho porque mostra a
criança inserida em espaços propícios de lazer. Onde eles produzem e
reproduzem suas culturas, constroem seus valores em meio às referências
simbólicas que circulam tempo e espaço que permeiam seu ambiente.
AS crianças da sociedade contemporânea se mostram mais autênticas
porque é estimulada para compartilhar ideias, questionar e opinar, facilitando a
sua construção do conhecimento.
O brincar é dinâmico e essencial no universo infantil porque atribuem
significados sociais, onde eles precisam se desenvolver e construir o meio no
qual se encontram inseridos desde o nascimento e todos os meios que terão
direito a vivenciar. A criança brinca com o que tem em mãos e na mente.
Consegue de forma lúdica associar o abstrato e o concreto e vice versa,
tornando natural esse processo das descobertas de interações.
A espontaneidade infantil é naturalmente boa porque transformam o
espaço onde brincam e estudam, atribuindo significados ao seu
desenvolvimento, assim o brincar é essencial, porque é característica da
infância, deve ser valorizado pelos educadores, pois transmitem sensações de
prazer e bem estar, resultando momentos originais, livres e imaginários. Onde
eles inventam e criam conforme o entendimento de cada um.
O brincar e o jogar relacionam entre si porque não é somente uma
incerteza, é uma forma de adquirir autonomia e segurança, onde a
40
criança/aluno precisa tomar decisões, expressa sentimentos e valores,
conhecer a si mesmo e aos outros, repete ações prazerosas partilham e
expressam sua individualidade e identidade, exploram o mundo dos objetos,
das pessoas, da natureza e da cultura. Ensinando a criança a compreender, a
usar o corpo, a mente, para exercitar os seus sentidos, os movimentos e as
várias linguagem. Experimentando situações que lhe chamam a atenção na
tentativa de ajuda-los a solucionar problemas.
Envolvidos no momento de brincar e jogar aas crianças explora o
espaço ao seu redor, pois através da ação motora fortalecem a autoestima,
dominam suas ansiedades, pois extravasam com liberdade. O brincar e o jogar
apresentam um conjunto de regras onde competem e cooperam na tentativa de
resolver conflitos e testam suas capacidades e limites.
O faz de conta permite ultrapassar as barreiras e bloqueios existentes
em cada ser humano, assumindo através da imaginação aquilo que é real ou
não. Porque através do uso da imaginação a criança reproduz situações que
tiveram ou tem importância para elas. Pois eles tratam seus brinquedos como
seres animados e tem sentimentos reais, pois são objetos essências na vida
infantil. Os brinquedos desperta grande interesse infantil porque chamam a
atenção pela sua estrutura, cores, forma e utilidade. Permitindo assim
oportunidades de ampliar o seu universo infantil.
Os brinquedos precisam ser vistos como peças fundamentais para as
crianças e não como peças de decoração na sala de aula, pois diante de um
brinquedo a criança tem a chance de expressar sua afetividade, amizade
cooperação, criatividade. Tendo o direito de brincar ao seu modo. Brinquedos
não devem ser etiquetados e muito menos separados para meninos e meninas,
visto que o brincar é uma atividade de interações entre os indivíduos
garantindo a participação deles. Assim deve ser posto de lado a ideia que
determinados brinquedos destinam-se apenas a um determinado gênero, pois
meninos e meninas devem brincar com todos os tipos de brinquedos e
brincadeiras, usufruindo de um direito seu e essencial para o seu
desenvolvimento. Permitindo lhe experimentar os seus limites e a compreender
41
as regras sociais, realizando experiências constantes de humanização, que
tem como dimensão maior o ato de brincar e o resultado do aprender.
Defender que o brincar ainda praticado em grupos, pares e conjuntos,
traz benefícios intelectuais, uma vez que pode favorecer habilidades de
linguagem de papéis enquanto o brincar construtivo pode incentivar o
desenvolvimento cognitivo e a formação de conceitos.
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BIBLIOGRAFIA
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INDICE FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I O Brincar na Educação Infantil 10 1.1. Jogos e Brincadeiras 12 1.2. Jogos, Tempo, Espaço e Finalidades 13 1.3. Brincar é Coisa Séria 15 CAPÍTULO II O Brincar, O Cuidar e a Saúde 19 2.1. O Brincar e a Saúde Criativa 21 2.2. A Dependência nos Cuidados Infantis 23 2.3. O Ambiente Saudável na Educação Infantil 25 CAPÍTULO III A Sociedade Contemporânea , A Infância e o Brinquedo 28 3.1. A Criança e a Sociedade Contemporânea 31 3.2. Brincadeiras e Brinquedos Facilitadores do Desenvolvimento Infantil 32 3.3. A Família e a Escola como Contexto do Aprimoramento Infantil 36 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 42 ÍNDICE 44