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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ATIVIDADE LABORAL DOS TRABALHADORES QUE SE ENCONTRAM EM ATIVIDADES NO ESTALEIRO BRASA Por: Felipe de Assis Matos Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ATIVIDADE LABORAL DOS TRABALHADORES QUE SE

ENCONTRAM EM ATIVIDADES NO ESTALEIRO BRASA

Por: Felipe de Assis Matos

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTALEIRO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em QSMS

Por: Felipe de Assis Matos

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AGRADECIMENTOS

À minha querida esposa e nossos três

lindos filhos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os amigos e

familiares que contribuíram direta e

indiretamente na conclusão do mesmo.

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RESUMO

A área de construção naval cresceu deliberadamente nos últimos anos,

e com isso o número de trabalhadores nesse ramo aumentou de forma a

demandar uma grande quantidade de profissionais voltados à Gestão de

Qualidade, Saúde e Segurança do trabalho. No ano de 2011 ganhamos mais

uma Norma regulamentadora que trata especificamente dos trabalhos na

Construção Naval, a NR-34, onde podemos melhorar o embasamento do

trabalho em estaleiros, destacam os tipos de riscos oferecidos em tal ambiente,

pois o objetivo é a importância da Segurança do trabalho nesse tipo de

ambiente onde se destacam a insalubridade e em algumas situações, a

periculosidade, explicando como reduzir tais problemas que geram insatisfação

empregatícia e verba não planejada.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada constitui-se de pesquisa através do método

bibliográfico onde livros, revistas científicas, artigos, internet, pesquisa de

campo, com entrevistas à profissionais de diversas disciplinas voltadas ao

trabalho de construção naval, estudos de normas regulamentadoras e

procedimentos internos do estaleiro.

A estratégia escolhida delineada acima estimula os trabalhadores a

participarem ativamente da pesquisa, relatando suas experiências e notificando

os pontos de melhoria e os pontos positivos do trabalho no estaleiro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Segurança e Saúde do trabalho na Indústria da Construção

Naval

09

CAPÍTULO II - Tipos de riscos ambientais encontrados no estaleiro

10

CAPÍTULO III - Tipos de riscos ergonômicos e mecânicos encontrados no estaleiro 23

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 33

ANEXOS I 39

ANEXOS II 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema a atividade laboral dos trabalhadores que

se encontram em atividades no estaleiro Brasa, a Segurança e Saúde no

trabalho são ações que estão ligadas as boas condições de trabalho e tem

como objetivo manter a saúde dos trabalhadores, bem como integridade física,

proteção ao meio ambiente e proteção aos bens materiais.

A Segurança do trabalho propõe tratar de riscos existentes nas

atividades, sendo eles, Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de

Acidentes, realizando uma avaliação preliminar para levantamento desses

riscos, e implementação de formas de mitigação desses riscos. Já a Saúde

propõe o controle sobre as doenças profissionais, trabalhando em conjunto

com a Segurança a fim de expor os riscos que possam trazer doenças

profissionais, e implementando o controle desses riscos e o acompanhamento

médico específico para cada função e seus riscos inerentes as atividades.

O objetivo das empresas com esse trabalho de Gestão de Segurança e

saúde é a diminuição de acidentes e doenças profissionais, educando seus

funcionários com a cultura de prevenção de acidentes, diminuindo assim a

ocorrência de sinistros.

No primeiro capitulo vermos a segurança e saúde do trabalho na

indústria da construção naval (nr-34) e a sua origem no brasil. Já no segundo

capitulo será levantado o assunto dos tipos de riscos ambientais encontrado no

estaleiro sendo eles fumos metálicos, gases e vapores, radiação ionizante e

não ionizante, ruído, aerodispersóides no ambiente. No terceiro capitulo será

abordado os tipos de riscos mecânicos e ergonômicos encontrados no

estaleiro, trabalho em altura, testes com pressão, movimento repetitivos,

incêndio, queda de materiais entre outros.

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CAPÍTULO I

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA

DA CONSTRUÇÃO NAVAL

Mundialmente existem diversas normas de segurança que tratam sobre

o assunto Segurança da construção naval, porém, no Brasil utilizamos a NR-

34, que existe a poucos anos, mas já ganhou seu espaço em estaleiros e

canteiros de todo o país, a fim de estabelecer os requisitos mínimos e as

medidas de proteção a segurança, a saúde e ao meio ambiente de trabalho

nas indústrias da construção e reparação naval.

1.1 – Origem da Segurança na Construção Naval

O ano de 1700 foi marcado pela publicação da obra “De Morbis Artificium

Diatriba”, conhecida também como “Doença dos Artífices”, por Bernardino

Ramazzini, a qual apresenta um estudo bastante caracterizado sobre

doenças relacionadas ao trabalho, em torno de 50 (cinquenta) profissões da

época, inclusive com indicação de precauções nas atividades. Esse é

considerado o pai da Medicina Ocupacional.

A indústria de construção naval no Brasil é muito antiga, vinda dos

tempos remotos coloniais. Já teve seus dias de glória, período em que os

portugueses transformaram a empírica “marinharia medieval” numa ciência que

permitia navegar com relativa segurança em qualquer parte do mundo.

O primeiro estaleiro estabelecido foi o da Ribeira das Naus, ao final do

século XVI, localizado na Bahia, durante o governo de D. Francisco de Souza,

porém a preocupação com a Segurança se deu após as Normas

Regulamentadoras entrarem em vigor, no ano de 1978, aprovadas pela portaria

3214.

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CAPÍTULO II

TIPOS DE RISCO AMBIENTAIS ENCONTRADOS NO

ESTALEIRO

No estaleiro Brasa podemos encontrar os seguintes riscos:

• Fumos metálicos;

• Gases e vapores;

• Radiação ionizante e não ionizante;

• Ruído;

• Aerodispersóides no ambiente;

2.1 Fumos metálicos

Os fumos metálicos, constituídos em geral por partículas de 0,005 a 2m

de diâmetro, são formados a partir de vapores e gases que se desprendem das

peças em fusão, seja da superfície da peça, seja do eletrodo, do revestimento

do eletrodo, de substâncias adicionadas à solda, do tipo de fluxos ou pós e dos

óleos protetores. Os vapores e gases, em contato com o oxigênio do ar, após

resfriamento e condensação, oxidam-se rapidamente, formando os fumos.

Cobre - As intoxicações pelo cobre são raras, pois o cobre organismo

dispõe de mecanismos de eliminação do excesso absorvido. Estes

mecanismos estão, porém, alterados nas pessoas com deficiências genéticas

que levam à degeneração hepatolenticular, conhecida por Doença de Wilson.

Alumínio - De pouco significado toxicológico nas operações alumínio de

solda, o alumínio tem sido, contudo, relacionado com fibrose pulmonar,

bronquite e uma condição especial congestiva e anestésica dos dedos das

mãos. A mortalidade por câncer de pâncreas e de rim é mais elevada do que a

esperada.

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Fluoretos - Certos processos de soldagem, especialmente os fluoretos que

utilizam fluxos para recobrir a zona de soldagem, dão origem a fumos com

compostos de flúor, porque na composição dos eletrodos há uma porcentagem

de fluoreto de cálcio que pode chegar a 70%. Nos fumos, tem-se encontrado

de 5 a 30% de cálcio, sódio e potássio.

A intoxicação por fluoretos é conhecida como fluorose. É uma doença

crônica eincapacitante, caracterizada principalmente por osteoclerose

generalizada. No quadro clássico aparecem lesões dentais, conhecidas por

"mottle teath" ou dentes manchados (manchas castanhas), aumento da

densidade óssea e calcificações de ligamentos, membranas enterósseas e

fáscias, evoluindo para a limitação de movimentos.

Óxido de ferro - O óxido de ferro é o componente que participa em óxido de

ferro maior proporção na composição dos fumos de soldagem. Dependendo do

método e do eletrodo, essa participação pode chegar a 70%; nos casos de

eletrodos tipo rútilíco com pó de ferro na soldagem pelo processo MAG, a

porcentagem de óxidos de ferro oscila de 50 a 60%. Tais óxidos não

representam risco especial para a saúde, mas pode-se originar uma

pneumoconiose denominada siderose.

Crômio e seus compostos - O crômio tem um grande significado nas

operações crômio e seus de soldagem de aço inoxidável, pois os fumos

liberados compostos têm elevada proporção de crômio. A exposição ao

crômio, mais especificamente ao crômio hexavalente, implica um risco de

aumento de incidência de câncer de pulmão. Os demais efeitos do crômio,

como as dermatites, úlceras de pele e perfuração do septo nasal, estão

relacionados com exposição a névoas ácidas das operações de cromagem e

não às operações de solda.

Chumbo - Nas operações usuais de soldagem industrial, a chumbo

exposição ao chumbo não é muito frequente, mas há chapas de aço revestidas

de chumbo. Este metal também participa da constituição de ligas como bronze

e, eventualmente, latão. A intoxicação por chumbo, conhecida pelo nome de

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saturnismo, é do tipo crônica. Entretanto, na circulação periférica, o metal irá

acumular-se no fígado, baço, rins, coração, pulmões, cérebro, músculos e

sistema ósseo, afetando os sistemas nervoso, renal, reprodutor, gastrintestinal

e hematopoético, isto é, o sistema responsável pela formação e

desenvolvimento das células sangüíneas.

Magnésio - Os fumos de magnésio podem provocar febre dos fumos

metálicos, mas, afora este efeito, o magnésio é considerado como de baixa

toxidade. Há referência a aumento de transtornos gastrintestinais.

Manganês - O manganês se reveste de importância por ser um dos

componentes mais comuns nos eletrodos e pela patologia que ocasiona. A

exposição prolongada a fumos de manganês pode acarretar danos ao sistema

nervoso central e aumento de incidência de doenças respiratórias. Os sintomas

mais freqüentes são: fraqueza nas pernas, lentidão de movimentos, inclusive

na fala, tremores e movimentos involuntários nos músculos.

Cádmio - A soldagem de ligas que contêm cádmio expõe o trabalhador ao

risco de concentrações elevadas de fumos deste metal. A inalação de fumos de

cádmio afeta primeiramente o trato respiratório; os rins podem, também, ser

afetados. Curtas exposições a altas concentrações podem resultar em edema

pulmonar e morte. Outros sintomas decorrentes da inalação do metal são:

ressecamento da garganta, tosse, dor de cabeça, sensação de contrição no

peito, dispnéia e vômitos. Os óxidos de cádmio são carcinogênicos.

Níquel - A ocorrência de fumos de níquel é maior nas soldas de aço

inoxidável e nas ligas metálicas com componentes de zinco. O níquel também

pode ocasionar febre dos fumos metálicos, mas o mais comum são as reações

de sensibilização da pele (dermatites), embora seus efeitos mais importantes

sejam os carcinogênicos e mutagênicos.

Sílica e silicatos - O revestimento de alguns eletrodos contém silício, às

vezes em alta percentagem (até 30%), sob forma de ferrosilicato, caolim,

feldspato, mica, talco. Não tem sido encontrada sílica na fase cristalina.

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Vanádio - Também componente de certas ligas, o vanádio envolve riscos

de intoxicação de gravidade. Após curtas exposições a concentrações

elevadas, o trabalhador apresenta lacrimejamento profuso, sensaçãode

queimadura nos olhos, rinite serosanguinolenta, angina, tosse, bronquite com

expectoração e dor torácica. Exposições longas podem levar a doença

pulmonar crônica com enfisema. A coloração da língua torna-se esverdeada.

Usualmente, a recuperação é completa desde que haja afastamento da

exposição.

2.2 Gases e vapores

São numerosos os gases e vapores que podem estar presentes na

atmosfera dos ambientes de trabalho e quando inalados, desenvolvem efeitos

irritantes, principalmente nas vias respiratórias. Eles também podem agir,

quando no estado líquido, sobre a pele determinando queimaduras ou

inflamação.

O controle dos riscos causados por estas substâncias se faz através da

detecção de sua presença no ambiente de trabalho e das observações clínicas

de seus sintomas em trabalhadores expostos.

Os gases e vapores irritantes produzem uma inflamação nos tecidos das

vias respiratórias que pode levar ao edema pulmonar, derrame pleural e outras

reações., Eles também podem causar manifestações como rinite, faringite e

laringite, tosse e dor no peito que deve ser encarada como um sinal de

agravamento e de alarme para prevenir exposições excessivas que podem

afetar gravemente o aparelho respiratório. Outros irritantes agem sobre os

brônquios originando bronquites ou broncopneumonia. O edema pulmonar que

em geral é uma manifestação grave pode acontecer de 4 a 24 horas após a

exposição.

O local de ação é em geral determinado pela sua solubilidade. Aqueles

que são muito solúveis na água serão rapidamente absorvidos pelas vias

aéreas superiores onde agem como irritantes. Os de baixa solubilidade na

água agirão mais adeante, no pulmão. Vem a seguir os de solubilidade

intermediária cuja ação se faz no correr de todo o aparelho respiratório.

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Ainda há que se levar em consideração a concentração e as

propriedades químicas destas substâncias.

Os gases e vapores quando não controlados nos ambientes de trabalho,

podem, portanto, provocar uma alteração crônica das vias respiratórias

decorrente de uma exposição aguda ou crônica do trabalhador com estas

substâncias se não houver algum sistema de proteção coletiva ou individual

que evite o contato desses irritantes com o seu organismo. Os gases irritantes

são divididos em duas categorias:

1 - os irritantes primários que atuam no local de contato com o

organismo. Não exercem ação tóxica sistêmica, isto é, não atingem o

organismo como um todo.

1.2 - os irritantes secundários que atuam no local do contato com o

organismo, especialmente as membranas mucosas. Há um efeito geral no

organismo decorrente do fato de serem absorvidos

Vejamos alguns exemplos de irritantes primários:

a) Amônia - é um gás incolor. A grande solubilidade da amônia faz com

que ela seja retida nas porções iniciais do trato respiratório onde atua. Os

pulmões raramente são afetados. A irritação das vias aéreas superiores e a

dos olhos, provocadas pela amônia é de tal ordem que faz com que as pessoas

se afastem do local imediatamente evitando exposição mais demorada.

b) Ácido Sulfúrico -

Forma névoas irritantes. Irrita as vias respiratórias superiores, a pele, e os

olhos provoca erosão dentária. Ele é mais irritante quando aumenta a umidade.

c) Ácido fluorídrico - Seus

vapores irritam as vias aéreas superiores e a mucosa ocular. Provoca

queimaduras na pele e forma ulceras muito dolorosas e de difícil tratamento.

d) Formol - É um

poderoso irritante da pele, das mucosas e das vias respiratórias. Atua como

alergisante e provoca eczemas.

e) Anidrido sulfuroso - É

causador de doença asmática e aumenta a prevalência de doenças crônicas

pulmonares. f) Cloro - provoca sensação de

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sufocamento, dor no peito, tosse, cianose, escarro sanguinolento, dor de

estômago, náuseas e vômitos e edema pulmonar.

g) Ozônio - é um severo irritante das

mucosas. É um gás incolor, muito reativo com cheiro característico que

aparece por exemplo na solda. Diminui a acuidade visual, dá falta de ar, tosse,

constrição torácica, perturbação da coordenação e dependendo da

concentração, morte. Como irritantes

secundários temos os seguintes exemplos: a)Hidrogênio

sulfurado; Gás sulfídrico; Sulfeto de hidrogênio. O gás

sulfidrico além da sua ação irritativa local, exerce uma ação sistêmica que se

caracteriza por uma excitação seguida de depressão do sistema nervoso,

particularmente do centro respiratório que pode levar rapidamente à morte.

2.3 Radiação ionizante e não ionizante

A radiações constituem uma forma de energia que, de acordo com a sua

capacidade de interagir com a matéria, se podem subdividir em:

A. Radiações Ionizantes: as que possuem energia suficiente para ionizar

os átomos e moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:

➱ raios X e raios gama (radiações electromagnéticas);

➱ raios alfa, raios beta, neutrões, protões (radiações corpusculares).

B. Radiações Não Ionizantes: as que não possuem energia suficiente

para ionizar os átomos e as moléculas com as quais interagem, sendo as mais

conhecidas:

➱ luz visível;

➱ infravermelhos;

➱ ultravioletas;

➱ microondas de aquecimento;

➱ microondas de radiotelecomunicações;

➱ corrente eléctrica.

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As radiações que pertencem ao espectro electromagnético ocupam aí

diferentes posições de acordo com a sua energia e comprimento de onda.

Dada a complexidade deste tema, abordar-se-ão apenas as radiações que têm

aplicação na indústria do material eléctrico e electrónico, dando especial ênfase

às aplicações industriais, possíveis efeitos negativos para a saúde e medidas

de prevenção e de controle.

2.3.1 Radiações Ionizantes

A matéria é constituída por átomos que correspondem às unidades

estruturais dos elementos químicos conhecidos.

Os átomos são entidades que resultam da associação de três tipos de

partículas: protão, neutrão e electrão. Os protões e neutrões encontram-se

agregados no núcleo do átomo (podendo por isso também ser designados por

nucleões), ao passo que os electrões se movem em torno do núcleo. De referir

que o núcleo do átomo possui carga eléctrica positiva e representa a quase

totalidade da massa do átomo, ao passo que os electrões são electricamente

negativos.

Se o número de electrões periféricos de um átomo for igual ao número

de protões do respectivo núcleo, o átomo tem carga eléctrica total nula - trata-

se de um átomo em estado neutro. No caso contrário, o átomo encontra-se no

estado ionizado - se o átomo tiver excesso de electrões, a sua carga eléctrica é

negativa e estamos perante um ião negativo; se o átomo tiver deficiência de

electrões, a carga do átomo é positiva, tratando-se assim de um ião positivo.

Designa-se por radioactividade a propriedade que determinados

nuclídeos (naturais ou artificiais) possuem de emitir espontaneamente

radiações corpusculares ou electromagnéticas.

De notar que o ser humano tem sempre vivido num mundo radioactivo,

encontrando-se continuamente exposto às radiações provenientes do espaço

cósmico, além de que existem radionuclídeos no solo, água, alimentos e até

mesmo o corpo humano tem na sua constituição elementos radioactivos.

As radiações ionizantes têm tido crescente utilização em inúmeras

actividades, desde a medicina à indústria. Na indústria de material eléctrico e

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electrónico têm nomeadamente aplicação em aparelhos de radiografia para

controlo de qualidade, podendo ainda os raios X ocorrer como emissão

parasita em certos aparelhos (tubos de raios catódicos, reguladores de tensão).

Os

efeitos das radiações ionizantes podem classificar-se em somáticos, se

aparecerem no indivíduo exposto e em hereditários, se afectarem os

descendentes.

Os efeitos das radiações ionizantes podem ainda classificar-se de outra

forma:

➱ efeitos probabilísticos ou estocásticos: são aqueles que são tanto

mais prováveis quanto maior for a quantidade de radiação recebida. Ainda que

não existam certezas absolutas, aceita-se que, por muito pequena que seja a

quantidade de radiação recebida, poderá ocorrer algum tipo de efeito, o qual,

uma vez que apareça, será sempre grave. Nestas situações, são induzidas

modificações na estrutura de uma ou mais células do corpo humano que

conduzem a alterações genéticas (mutações cromossómicas) e ao

aparecimento de diversos tipos de neoplasias, tais como, leucemia, cancros do

pulmão, pele, estômago, cólon, bexiga, mama e ovário, etc.

➱ efeitos deterministas ou não estocásticos: são aqueles que só

ocorrem quando a dose de radiação excede um determinado valor ou limiar e

cuja gravidade depende da dose e do tempo de exposição. Os orgãos e

sistemas mais afectados são os olhos (cataratas), a pele (queimaduras) e os

órgãos reprodutores (infertilidade). Como se poderá compreender, grande

quantidade de informação a este respeito é proveniente da experiência da

radioterapia no tratamento do cancro.

2.3.2 Radiações Não Ionizantes

Toda as radiações electromagnéticas têm uma origem comum - a

movimentação de cargas eléctricas.

Como foi referido na Introdução, elas variam em frequência,

comprimento de onda e nível energético, produzindo assim diferentes efeitos

físicos e biológicos.

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De todas as radiações não ionizantes, apenas se irão referir as

Radiações Ultravioleta e lnfravermeiha e o caso específico do Laser, uma vez

que são aquelas que habitualmente encontramos na indústria de material

eléctrico e electrónico.

Na indústria, no que se refere à emissão deste tipo de radiações, temos

as operações de soldadura por corte oxiacetilénico e a soldadura por arco

eléctrico.

O poder de penetração das radiações ultravioleta é relativamente fraco,

pelo que os seus efeitos no organismo humano se restringem essencialmente

aos olhos e à pele, nomeadamente:

➱ inflamação dos tecidos do globo ocular, em especial da córnea e da

conjuntiva (a queratoconjuntivite é considerada uma doença profissional nos

soldadores); em regra, a profundidade de penetração é maior de acordo com o

aumento do comprimento de onda, assim, o cristalino e a retina só poderão ser

atingidos em casos extremos;

➱ queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variáveis, de

acordo também com a pigmentação da pele; os ultravioletas produzem

envelhecimento precoce da pele e podem exercer sobre ela, o efeito

carcinogénico, em especial nas exposições prolongadas à luz solar;

➱ fotosensibilização dos tecidos biológicos.

A gravidade da inflamação da córnea e conjuntivo por 'queimadura por

flash" ou "clarão de soldadura" depende de vários fatores:

➱ duração da exposição

➱ comprimento de onda

➱ nível de energia.

As medidas de protecção consistem fundamentalmente em:

➱ actuação em primeiro lugar sobre a fonte, mediante desenho

adequado da instalação, colocação de cabines ou cortinas em cada posto de

trabalho, sendo preferencial a utilização de cor escura;

➱ redução do tempo de exposição;

➱ proteção da pele através de vestuário adequado, luvas ou cremes

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protectores;

➱ proteção dos olhos através de óculos ou viseira equipados com filtro

adequado em função do tipo de ultravioleta emitido. Mesmo em curtas

operações de soldadura, como o "pingar", o trabalhador não deverá retirar a

protecção;

➱ não esquecer que as lâmpadas fluorescentes de iluminação emitem

geralmente radiações ultravioletas que podem, em alguns casos, contribuir

para a dose anual recebida pelo trabalhador.

2.4 Ruído

O ruído pode ser definido como um som indesejável, que constitui uma

causa de incómodo, um obstáculo à concentração e à comunicação.

A capacidade auditiva humana apresenta valores diversos, mas em

média pode-se afirmar que o ouvido capta sons desde 20Hz até aos 20 KHz,

existindo uma gama de valores onde a sensibilidade auditiva é mais evidente :

500Hz e 6000Hz.

O ruído resulta da alteração da pressão acústica, pelo que é possível a

sua medição através de sonómetros que calculam o nível médio para um

determinado intervalo de tempo. O nível sonoro contínuo equivalente (Leq) , é

o indicador básico de ruído. A unidade de medida é o decibel (dB(A)), que se

define como a razão logarítmica entre a pressão sonora verificada e o valor de

referência. A escala de valores de nível de pressão sonora varia entre

0 dB(A) (limiar da audição) e 130 dB(A) (limiar da dor).

No estaleiro estão presentes diversas atividades que geram ruído

intenso, como a atividade de goivagem, e algumas atividades que geram ruído

intermitente, como as sirenes de ré dos guindastes, caminhões e

empilhadeiras.

2.5 Aerodispersóides no ambiente

Sempre que falamos em perigos que podem existir no ar, pensamos

logo gases e vapores tóxicos, ou outras substâncias químicas, porém, existem

outros perigos, muitos destes são extremamente prejudiciais à saúde do

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trabalhador, e muitas vezes as pessoas não se dão conta destes riscos e

acabam por não se proteger. Esses riscos são ocasionados pelos chamados

aerodispersóides.

Aerodispersóides é uma dispersão de partículas sólidas ou líquidas no

ar, ou seja, é uma espécie de mistura de substâncias sólidas ou líquidas com o

ar que respiramos.

Um exemplo de aerodispersóide é a poeira, que nada mais é que grãos

de areias espalhados, misturados com o ar que respiramos.

Definimos os aerodispersoides aqueles em que as partículas dispersas

no ar têm entre 0,5 e 200 (alguns dizem 100) mícrons de tamanho. Abaixo

disso, entre 0,5 e 0,001 mícrons, dizemos que a mistura é chamada de

aerossol.

2.5.1 Aerodispersóide do tipo Poeira

Sem dúvida, o tipo mais comum de dispersóide é a poeira. É

reconhecidamente perigoso, em todo e qualquer ambiente de trabalho, e fora

dele. Afinal, quem nunca levou um puxão de orelha de nossas mães, por

estarmos brincando na rua, na poeira? Do ponto de vista científico, poeira são

partículas sólidas que estão uniformemente, ou não, dispersas no ar. Essas

partículas podem ser tanto visíveis como invisíveis ao olho humano.

Essas partículas são geralmente criadas através da ruptura de sólidos

maiores. Outros exemplos de poeiras que são bastante prejudiciais à saúde

dos trabalhadores são:

• processo de britagem

• terraplanagem

• detonação de rochas

• destruição de paredes e outros tipos de obras

• trabalhos com cimento (preparação, transporte, mistura etc)

• lixamento de materiais

• peneiramento de minérios

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• corte de granito com máquinas como a maquita

• dentre outros tipos de trabalho que formam poeira.

2.5.2 Aerodispersóide do tipo névoa

Se a poeira é composta de partículas sólidas, a névoa é composta por

partículas no estado físico líquido, que são produzidas por substâncias líquidas

que sofreram ruptura, se tornando pequenas partículas que acabaram por se

dispersar no ar. Ao contrário do que muitos pensam, névoa não é aquele

estado da natureza que ouvimos falar quando estamos assistindo à previsão do

tempo, quando está chovendo e fazendo frio, aquela 'névoa' que atrapalha a

rodovia é um tipo de névoa.

Além desse exemplo clássico de névoa, que ocorre quando a umidade

do ar passa para o estado líquido, outro tipo de névoa é o spray, como o de

desodorante por exemplo. Aquilo não é um gás ou vapor, na verdade é o

líquido desodorante presente em pequenas partículas no ar.

Já um exemplo de névoa que pode ser extremamente prejudicial à

saúde do trabalho, é a névoa ocasionada quando o trabalhador está aplicando

agrotóxicos em uma plantação. Alguns solventes são usados em tintas em

spray, e contém chumbo, que é um elemento muito perigoso e de alto risco

para a saúde do trabalhador.

2.5.3 Dispersóide do tipo Neblina

Assim como a névoa, a neblina também é composta por partículas no

estado físico líquido. Porém, essas partículas não originaram da ruptura do

líquido, mas sim através da condensação de vapores das substâncias que

estavam no estado líquido nas condições normais de temperatura e pressão.

A neblina que vemos em uma estrada é resultado da condensação

(passagem de um líquido para o estado gasoso) das partículas de água

presente no ar. A condensação só ocorre quando o vapor do líquido está

saturado.

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2.5.4 Doenças e problemas causados por

aerodispersóides

Os aerodispersóides estudados (poeira, névoa, neblina e fumo) podem

ocasionar uma infinidade de problemas à saúde do trabalhador, principalmente

para os pulmões, mas também para a boca, laringe, faringe e para todo o

corpo, dependendo do tipo de substância que está dispersa no ar inalado pelo

trabalhador.

Doenças causadas pela poeira:

• silicose - causada pela sílica

• bagaçose - causada pelo contato com o bagaço da cana

• berilose - causada pelo berílio

• asbestose - causada pelo asbesto

• dentre outras Doença causada pelo fumo

• Febre dos fundidores

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CAPÍTULO III

TIPOS DE RISCO MECÂNICOS E ERGONÔMICOS

ENCONTRADOS NO ESTALEIRO

No estaleiro Brasa podemos encontrar os seguintes riscos mecânicos e

ergonômicos:

• Trabalho em altura;

• Testes com pressão;

• Movimentos repetitivos;

• Incêndio;

• Queda de cargas e materiais e etc.

• Trabalho noturno

• Arranjo físico inadequado

3.1 Trabalho em altura

O trabalho desenvolvido em altura requer atenção especial devido ao

seu risco, tornando-se indispensáveis algumas considerações, tendo em vista

não ser do conhecimento de todos o que exatamente significa esta atividade, a

quem se destina e os cuidados básicos que devem antecedê-lo.

Considera-se trabalho em altura qualquer atividade realizada a partir de

dois metros de elevação, e se destina a qualquer profissional em boas

condições de saúde, sejam física, neurológica, psíquica, mental, dentre outras.

Tendo em vista que o trabalho em altura é uma das principais atividades que

causam acidentes com morte, nacional e internacionalmente, faz-se necessária

uma avaliação aprofundada antes da sua liberação/execução.

É extremamente importante ressaltar que não é qualquer indivíduo que

pode realizar trabalhos em altura, mesmo aqueles que desempenham essa

atividade como autônomos, devendo em primeiro lugar serem realizados

exames que auxiliem na descoberta de possíveis elementos desencadeantes

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de riscos de queda. Contudo, não há um exame médico específico que impeça

uma queda, pois existem diversos fatores que podem ocasionar este tipo de

acidente, dentre eles a vertigem, tonteira, problemas de ansiedade ou mesmo a

fobia de locais altos. Deve-se ainda ser levada em consideração outras

questões, como o consumo de bebidas alcoólicas ou drogas, distúrbios do

sono, alimentação deficiente, etc.

O ideal é que, em primeiro lugar, sejam realizados regularmente exames

médicos complementares, de acordo com as orientações da medicina

ocupacional de cada empresa e uma avaliação minuciosa por parte do médico

do trabalho. Para os que são autônomos nessa área, é indicada uma consulta

médica em qualquer centro de saúde, devendo ser respeitadas todas as

orientações repassadas pelo profissional atendente, desde a realização de

todos os exames solicitados até os esclarecimentos do histórico clínico do

paciente.

Só após a liberação médica é que se deve passar para a segunda parte, que

fica por conta da capacitação. De acordo a legislação vigente, NR-35 da

Portaria 3214/78, é obrigatório que um funcionário seja capacitado pelo seu

empregador antes de iniciar suas atividades em altura, devendo ser seguidas

todas as recomendações descritas nesta norma. Mas lembre-se: de nada

adianta uma pessoa estar capacitada se ela não tem condições de saúde para

tal desempenho.

Com estes dois itens básicos acima providenciados, deve-se então

iniciar o trabalho de reconhecimento de todos os possíveis riscos existentes,

eliminando assim as chances de ocorrer acidentes. No estaleiro vemos

diversas atividades sendo realizadas em altura, porém a mais presente é a

montagem e desmontagem de andaimes.

O que não puder ser evitado, deve ser minimizado. E para isso, o profissional

deve dispor da utilização dos equipamentos de proteção coletiva e individual,

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quais sejam: guarda-corpo, rede de proteção, cinto de segurança tipo

paraquedista, dentre outros.

Caso o local e/ou o tipo de trabalho em altura não seja adequado para o uso de

dispositivos de proteção coletiva, o indivíduo deve, obrigatoriamente, manter a

utilização do cinto de segurança tipo paraquedista, além claro, dos EPIs

indispensáveis a esta tarefa: capacete, óculos, luva de couro e calçado de

proteção.

Quanto ao cinto de segurança tipo paraquedista, é necessário observar todos

os detalhes para a sua correta utilização, caso contrário, o próprio EPI pode se

tornar a causa do acidente. Confira abaixo as etapas a serem seguidas:

• segurar o cinto pela cintura e ajeitar para que as fitas das pernas fiquem

voltadas para baixo e a parte do peitoral esteja voltada para cima;

• colocar o cinto de modo que a meia argola frontal da cintura (em que pode ser

fixado o talabarte) esteja voltado para frente;

• as fivelas das pernas devem estar voltadas para fora;

• colocar as pernas e erguer o cinto até que a parte da cintura esteja na altura

correta (nenhuma fita pode estar cruzada ou torcida);

• ajustar as fivelas das pernas e da cintura;

• vestir a parte superior (peitoral) do cinto, passando uma fita de cada lado do

pescoço;

• a extremidade do peitoral deve ser unida à parte da cintura por meio do

mosquetão que deverá estar conectado diretamente na fita, onde está a meia

argola de ancoragem frontal;

• ajustado o peitoral através da fivela, prender o talabarte para se ancorar em um

dos pontos de encordamento: frontal, dorsal, peitoral ou lateral.

Observação: Frisa-se aqui total relevância que deve ser dada ao manter-se

preso, em tempo integral, em um dos pontos de ancoragem. Não basta

executarmos todos os procedimentos acima descritos e descuidarmos de algo

primordial. Trabalho em altura não nos permite falhas ou descuidos!

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Com a implantação dos procedimentos, e, consequentemente, a sua

execução de forma cautelosa, os trabalhos em altura tendem a diminuir as

consequências graves, criando assim uma maior confiança entre o

trabalhador e a sua tarefa.

3.2 Testes com pressão (Teste hidrostático)

Caldeiras (vasos de pressão) são equipamentos que armazenam fluidos

pressurizados, com o objetivo de atender a finalidades diversas na indústria, na

geração de energia, etc. Os Testes hidrostáticos (TH’s) ou testes de pressão

são aplicados em vasos de pressão para aferir se haverá ocorrência de

vazamentos ou ruptura. São realizados com os equipamentos fora de serviço,

através de sua pressurização com água (teste hidrostático), ar comprimido

(teste pneumático) ou outro fluido disponível, em pressões superiores às

pressões operacionais ou de projeto.

Normalmente essas pressões situam-se na ordem de 1,5 vezes a

Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA). Simula-se então uma

condição operacional mais rigorosa, para garantir que em serviço normal (a

pressões mais baixas) não ocorrerão falhas ou vazamentos.

Por ser um teste aplicado em pressões acima das de operação e de

projeto, sua realização está muitas vezes sujeita a falhas, desde o

aparecimento de pequenos vazamentos, crescimento de descontinuidades de

soldas, até rupturas catastróficas durante a sua realização.

No Brasil, a realização de TH’s periódicos em vasos de pressão é uma

exigência legal, disposta na Norma Regulamentadora NR-13.

O Teste Hidrostático apresenta os seguintes benefícios:

- Importante ferramenta para confirmar a ausência de vazamentos;

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- Confirmação do estado de integridade e capacidade de resistir às condições

operacionais normais, no momento de sua realização;

- Alívio de tensões residuais de soldagem de modo a que a estrutura testada

funcione mais “relaxada”.

Portanto, espera-se que com a sobrevivência do equipamento a esta

pressão elevada (50% acima da Máxima Pressão de Trabalho Admissível), o

mesmo esteja apto a desempenhar sua função operacional com segurança,

sob condições menos severas.

Por exemplo, se uma Caldeira está projetada para trabalhar a uma

pressão operacional de 150 psig, e à uma pressão máxima de trabalho

admissível (PMTA) de 170 psig, a pressão utilizada no T.H. será de 170 psig x

1,50 = 255 psig.

Resumindo, um equipamento projetado e fabricado de acordo com a

Norma ASME, e que sofreu um TH após sua fabricação ou reparo com

soldagem, terá maior garantia de integridade durante sua vida útil e estará

“imunizado” contra determinados tipos de danos relacionados a estados de

tensões. Independente do Teste realizado na fábrica, o item 13.5.2 da NR-13

estabelece que deve haver um segundo teste hidrostático a ser realizado no

local de instalação, antes da entrada em funcionamento.

Para a realização do teste devem ser utilizados uma bomba hidráulica

confiável e um manômetro de boa qualidade previamente aferido.

3.3 Movimentos repetitivos

L.E.R. (Lesões por Esforço Repetitivo) não é propriamente uma doença.

É uma síndrome constituída por um grupo de doenças – tendinite,

tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em

gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo,

mialgias -, que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores

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principalmente, e sobrecarrega o sistema musculoesquelético. Esse distúrbio

provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade funcional da região

comprometida. A prevalência é maior no sexo feminino.

Também chamada de D.O.R.T. (Distúrbio Osteomuscular Relacionado

ao Trabalho), L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo), A.M.E.R.T. (Afecções

Musculares Relacionadas ao Trabalho) ou síndrome dos movimentos

repetitivos, L.E.R. é causada por mecanismos de agressão, que vão desde

esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua

execução, até vibração, postura inadequada e estresse. Tal associação de

terminologias fez com que a condição fosse entendida apenas como uma

doença ocupacional, e que existem profissionais expostos a maior risco:

pessoas que trabalham com computadores, em linhas de montagem e de

produção ou operam britadeiras, assim como digitadores, pessoas que fazem

trabalhos manuais.

Os principais sintomas são: dor nos membros superiores e nos dedos,

dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular, alteração da

temperatura e da sensibilidade, redução na amplitude do movimento,

inflamação.

É importante destacar que, na maioria das vezes, esses sintomas estão

relacionados com uma atividade inadequada não só dos membros superiores,

mas de todo o corpo, que se ressente, por exemplo, se houver compressão

mecânica de uma estrutura anatômica, ou se a pessoa ficar sentada diante do

computador ou tocando piano por oito, dez horas seguidas.

3.4 Incêndio

Os incêndios em edifícios podem começar através de falhas

na instalação elétrica, na cozinha, com velas de cera, ou pontas de cigarro.

O fogo pode propagar-se rapidamente para outras estruturas, especialmente se

elas não estiverem de acordo com as normas de segurança; por isso, muitos

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municípios contam com os serviços do corpo de bombeiros, para extinguir

possíveis incêndios rapidamente.

3.4.1 Formas de Propagação de Incêndios Os incêndios propagam-se de quatro formas:

• Irradiação, onde acontece transporte de energia de forma omnidireccional

através do ar suportada por infravermelhos e ondas electromagnéticas;

• Convecção, onde a energia é transportada pela movimentação do ar

aquecido pela combustão;

• Condução, onde a energia é transportada através de um corpo bom

condutor de calor;

• projecção de partículas inflamadas que pode ocorrer na presença de

explosões e fagulhas transportadas pelo vento.

Há vários métodos de prevenção. Para além dos mais óbvios, como

inflamações, faíscas, cigarros acesos, etc em locais de perigo de combustão

(Depósitos de Gasolina, Áreas de serviço, etc.) existe a forma mais óbvia de de

assegurar que um incêndio se propague, e essa forma é a área de segurança

entre o foco de fogo e qualquer outro material passível de combustão.

Apesar de não estar regulamentada nenhuma área de segurança

considerada a justa e necessária para o efeito, em caso de um incêndio

pequeno, por exemplo uma casa isolada, essa área de segurança entre essa

casa e outro qualquer material combustível não necessitaria ser muito ampla,

chegando para o efeito cerca de 15 a 20 metros de distância, uma vez que

possíveis fagulhas que teoricamente poderiam propagar esse incêndio apagar-

se-iam muito antes de atravessarem essa distância e caírem em material

inflamável.

Já no caso de um incêndio de grandes proporções, várias casas ou uma

vasta área florestal (ex: Incêndio de Roma; Incêndio de Chicago), a distância

de segurança passaria por ser, segundo algumas fontes, de 300 a 500 metros

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de distância. Esta distância de 300 a 500 metros é considerada num caso com

grande intensidade de vento, sendo que de outra forma, esta área de

segurança também diminuiria consideravelmente.

No estaleiro possuímos risco de incêndio devido os trabalhos à quente

como solda, e como prevenção, em todas as atividades à quente é feito o

acompanhamento de um observador de fogo, munido de um extintor do tipo

ABC portátil, como determina a NR-34.

3.5 Queda de cargas e materiais

O transporte de qualquer carga representa riscos, por ser atividade

perigosa, onde o próprio perigo é o do transporte de cargas. O risco decorrente

dessa atividade perigosa de modo geral pode ser representada pela queda da

própria carga ou do veículo transportador, atingindo a carga, o veículo,

pessoas, o patrimônio dessas, enfim, causando uma série de transtornos,

como por exemplo a interdição de pistas pelo tombamento de veículos ou o

deslocamento de passarelas sobre rodovias, em função do excesso de altura

da carga. A movimentação de cargas também é diversificada, podendo ser

manual, através de equipamentos ou sistemas, como esteiras, ou formas

distintas.

Há uma probabilidade dos riscos aumentarem em função das

dimensões e geometrias das cargas, dos pesos e dos equipamentos

envolvidos, do trajeto da movimentação, da quantidade de pessoas envolvidas,

enfim, trata-se de uma equação onde a quantidade de incógnitas quase

sempre é grande.

Condições climáticas, por exemplo, influenciam as questões de

segurança na medida em que o vento, ou os temporais com raios podem

ocorrer. O piso em que se desenvolvem as atividades também pode ser um

perigo a mais. Assim, quanto mais se detalha o processo mais se verifica que

há riscos. Um lojista, pegando na prateleira de cima um sapato para uma

cliente, pode escorregar na escada de acesso ou na cadeira e cair. Uma dona

de casa, levando os pratos da cozinha para a mesa na sala pode tropeçar na

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ponta de um tapete e cair com a carga transportada. Se essa se partir, a dona

de casa pode se ferir. Assim, deixando de lado o microscópio e passando para

a lupa, observa-se que há riscos em todas as atividades de transporte.

No estaleiro possuímos atividade de movimentação de cargas com

diversos tipos de equipamento, como por exemplo guindastes, gruas,

empilhadeiras, caminhões munck, fora os equipamentos manuais como

talha, tifor, catracas entre outros.

3.6 Trabalho noturno

O trabalho noturno é um fator de risco para a saúde dos trabalhadores,

enquadrando-se na definição de risco ocupacional, o qual é caracterizado

como: uma condição ou conjunto de circunstâncias que tem o potencial de

causar um efeito adverso, que pode ser: morte, lesões, doenças ou danos à

saúde do trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente.

Em regra, o trabalho noturno causa esfalfamento maior do que o

desempenhado diurnamente. Especialistas explicam que, em quem trabalha

durante o dia há uma coincidência natural entre a ativação biológica e

o horário de trabalho e entre a desativação cerebral e o sono. Já em quem

trabalha à noite, há uma inversão deste relógio biológico, ocasionando muito

maior desgaste, aumento dos acidentes de trabalho, e principalmente, riscos

para saúde, como maior possibilidade de aparecimento de doenças

psicossomáticas como a síndrome neurótica, por exemplo, além de

desregular a vida social e familiar do operário.

Sob o ponto de vista de segurança e medicina, há praticamente um

consenso entre os especialistas de que o trabalho noturno é nefasto em

todos os aspectos para o trabalhador, sendo que muitos deles defendem

sua total proibição. Infelizmente isso não é possível, pois é de conhecimento

geral que algumas atividades são ininterruptas por sua própria natureza, tais

como: serviços essenciais, os de utilidade pública, de segurança, portaria,

saúde, indústrias que se utilizam de turnos ininterruptos de revezamento.

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Sendo assim, diante da impossibilidade de se proibir o trabalho em período

noturno, o legislador, com apoio da Convenção 171 da Organização

Internacional do Trabalho (OIT), objetiva criar meios para indenizar

este maior grau de esforço com a obrigatoriedade de pagamento de um

adicional, 7º, IX, CF/88 - remuneração do trabalho noturno superior à do

diurno; (art. 73, "caput", da CLT), bem como reduzindo fictamente a hora

noturna para 52"30"" (art. 73, º 1º), ou seja, uma dupla recompensa.

O adicional noturno legal, previsto no art. 73 da CLT, é de 20% de acréscimo

sobre a hora diurna. Entretanto, há trabalhadores regidos por Leis especiais,

ou categorias profissionais que negociam percentuais mais vantajosos em

suas Convenções Coletivas de Trabalho, variando de 25% até 50%. Ou

seja, para o trabalhador que se ativa em período noturno, consabidamente

mais penoso, o legislador criou mecanismos para recompensá-lo dos riscos

que corre e do afetamento familiar e social que sofre.

São várias as previsões legais para o pagamento do adicional noturno.

Entre elas, vale destacar:

1 - Nos termos do art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal de 1988, é proibido

o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos.

Portanto, os trabalhadores entre 16 e 18 anos de idade não podem trabalhar

em serviços noturnos;

2 - Nos termos da OJ n.º 388, do TST, os trabalhadores urbanos que se

ativam em jornada de 12 x 36, que compreenda integralmente em período

noturno - das 22h às 5h - caso haja prorrogação, tem direito ao adicional

noturno relativamente às horas trabalhadas após as 5h da manhã, até o final

da jornada;

3 - Nos termos da OJ 259, do TST, o adicional de periculosidade integra

a base de cálculos do adicional noturno, exceto para os Portuários (OJ 60,

TST);

4 - Nos termos da Súmula 264 e OJ 97, ambos do TST, o adicional noturno

integra a base de cálculo para efeitos de reflexos nas horas extras;

5 - Nos termos da Súmula 60, do TST, o adicional noturno, pago com

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habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos, ou seja,

gera reflexos nas demais verbas;

6 - Por fim, nos termos da Súmula 265, do TST, caso o trabalhador deixe de

trabalhar no período noturno, ou seja, se transferido para o período diurno

de trabalho, ou eliminação dos turnos ininterruptos de revezamento, implica

a perda do direito ao adicional noturno.

3.7 Arranjo físico inadequado

Os objetivos gerais de um bom arranjo físico são:

§ Acomodar todos os processos da empresa dentro do espaço físico

disponível, mediante um dimensionamento técnico e uma correta análise

de prioridades e de custo x benefício;

§ Distribuir os processos e suas atividades e tarefas segundo a lógica

seqüencial para a execução correta e segura dos mesmos;

§ Racionalização, otimização e melhoria do uso do espaço, prevendo a

minimização de distâncias e de tempos de deslocamentos e mudanças

(setups) de operações, se for o caso;

§ Otimizar os fluxos de materiais e pessoas, minimizando e/ou eliminando as

operações e os fluxos secundários e/ou desnecessários;

§ Garantir instalações para a acomodação adequada dos colaboradores, tais

como banheiros, vestiários, enfermarias, refeitórios e outras atividades

de apoio.

§ Boa sinalização (informação) e segurança, com demarcações áreas de

circulação e com isolamento de operações perigosas.

§ Prever os fatores físico-ambientais e a utilização de princípios de

ergonomia, para a maior produtividade, segurança e conforto dos

operadores e trabalhadores;

§ Permitir a transmissão e acessos a dados e informações para a supervisão

e controle dos trabalhos, facilitando a gestão e coordenação;

§ Possibilitar à empresa atingir os objetivos com o menor investimento de

capital em instalações e espaços necessários.

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Além dos objetivos gerais, têm-se os objetivos mais específicos de

um bom arranjo físico para áreas de manufatura de produtos tangíveis, e de

comercialização, prestação de serviços e atividades de escritórios de uma

empresa.

3.7.1 Fatores ambientais

O controle e o condicionamento de fatores físicos do ambiente de

trabalho contribuem para um maior e melhor desempenho das pessoas no

trabalho, interferindo no conforto e na concentração que determinam as

características comportamentais, psico-sociais e motivacionais adotadas pelo

trabalhador frente às atividades a desempenhar.

A desconsideração da existência e do tratamento correto de fatores

físicos inadequados, que levem à fadiga, redução de desempenho ou stress do

trabalhador, em determinados tipos de trabalhos, tais como a falta de

segurança, periculosidade, insalubridade, etc. podem até inviabilizar a

execução de tarefas e, conseqüentemente, inviabilizar a empresa. Ex:

hospitais, empresas de segurança patrimonial, insdustrias químicas, de

explosivos etc.

3.7.2 Iluminação

A visão humana é considerado o sentido mais importante na

recepção de informações pois a maioria das percepções ocorrem através dos

olhos. A maioria dos trabalhos do homem exige muito da visão e pode-se inferir

que parte da fadiga relativa ao trabalho passe pela sobrecarga dos olhos.

Abaixo é apresentada uma tabela com os níveis de iluminância para interiores,

conforme Normas Técnicas Brasileiras.

Tabela 1: Níveis de iluminância para interiores.

AMBIENTE E OU TRABALHO LUX

Sala de espera 100

Garagem, residência, restaurante 150

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Depósito, indústria (comum) 200

Sala de aula 300

Lojas, laboratórios, escritórios 500

Sala de desenho (alta precisão) 1.000

Serviços de alta precisão 2.000

Fonte: Brasil - Norma NBR 5413

3.7.3 Temperatura, Umidade e Ventilação

A norma reguladora NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego

indica a temperatura ideal do ambiente de trabalho entre 20ºC e 23ºC (graus

Celsius); a umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento; a

velocidade do ar não superior a 0,75m/s.

Martins e Laugeni (2006, p.105) recomendam uma temperatura

ambiente entre 20ºC e 24ºC, umidade relativa do ar entre 40% e 60%, ruídos

até o máximo de 80 dB, e iluminação a partir de um mínimo de 300 lux, 400 a

600lux para trabalhos normais e de 1.000 a 2.000 lux para trabalhos de

precisão. Um nível de iluminamento acima de 2.000 pode ocasionar fadiga

visual, não apresentando mais vantagens para o trabalhador.

Dentre os direitos fundamentais do homem e, por decorrência, do

trabalhador, está o usufruto de uma vida saudável, com qualidade e livre de

ameaças de à sua integridade física, inclusive dos problemas e doenças

decorrentes do trabalho.

Esta preocupação relativa a problemas de saúde ocupacional teve

início na revolução industrial, com a aplicação de mão de obra intensiva nas

atividades industriais, acentuando-se no decorrer do século 20

No Tratado de Versalhes em 1919, a OIT - Organização Internacional

do Trabalho, objetivando uniformizar as questões trabalhistas, minimizando as

condições subumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico, adota seis

convenções destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos

trabalhadores: a limitação da jornada, a proteção à maternidade, o trabalho

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noturno para mulheres, a idade mínima para admissão de crianças e o trabalho

noturno para menores.

Com a criação da OMS - Organização Mundial da Saúde, em 1948,

estabelece-se o conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico,

mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades” e

que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos

fundamentais de todo ser humano..”

Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva adequar o

meio ambiente de trabalho ao homem, deslocando o foco dos problemas da

saúde do trabalhador dos efeitos para as causas.

No Brasil, a Constituição de 1988 garante a redução dos riscos

inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.

Regulamenta ações e introduz uma nova mentalidade para o pleno direito que

todos devem ter ao trabalho com saúde e protegido de riscos ou das condições

perigosas e insalubres que ponham em risco a vida, a saúde física e mental do

trabalhador.

Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e

à qualidade de vida no trabalho vêm ganhando importância no Governo, nas

entidades empresariais, nas centrais sindicais e na sociedade como um todo,

com a conjunção de esforços de todos na conscientização e na aplicação de

programas de saúde e segurança no trabalho, abordando problemas laborais

modernos como a LER (lesões por esforços repetitivos), neuroses e stress do

trabalho.

Trabalhador qualificado e saudável, executando o trabalho de forma

segura e tranqüila, representa produtividade no mercado globalizado.

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CONCLUSÃO

Após a criação das Normas Regulentadoras, foi regulamentada a

criação de cursos em caráter prioritário para os profissionais de segurança,

através da resolução n° 262. A partir daí foram formando-se novos

profissionais dessa área e a gestão de segurança em todas as áreas se tornou

mais intensa, inclusive na construção e reparação naval.

Hoje podemos comemorar o sucesso da área, pois, a cada dia que

passa a área vem crescendo e na construção naval podemos afirmar que é

possível se construir um navio FPSO sem perda de tempo gerado por

acidentes.

O estaleiro Brasa atua na área de construção naval desde 2012,

estando hoje em seu 3° projeto de construção de navio FPSO (Floating,

Production, Storage and Offloading) sigla que em Português significa Flutuante,

Produção, Armazenamento e descarregamento de óleo para navio aliviador.

O sistema de gestão de Segurança do estaleiro conta com controle de

documentos em geral, execução de trabalhos apenas com PT(Permissão de

Trabalho) e APR(Análise Preliminar de Risco), sinalização de vários tipos,

isolamento das áreas onde ocorrem atividades de risco, distribuição de EPI

com CA(Certificado de aprovação), treinamentos para todas as disciplinas,

brigada de incêndio, enfermaria dotada de médico, enfermeiros e ambulância e

setor de meio ambiente.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Conteúdo de sites especializados;

Anexo 2 >> Entrevista; Anexo 3 >> Internet.

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ANEXO 1

Site Segurancadotrabalhonwn.com

O QUE A EMPRESA GANHA INVESTINDO EM SEGURANÇA DO TRABALHO?

Alguns empresários ainda acreditam que investir em Segurança do Trabalho é gasto,

esse é um erro grave! De uma forma bem superficial podemos dizer que cada centavo

investido em Segurança economiza:

- Gastos com acidentes;

- Gastos com transporte do acidentado;

- Gastos com afastamentos causados por doenças ocupacionais;

Os primeiros quinze dias de afastamento do acidentado do trabalho são pagos pela

empresa.

- Gastos com contratação de mão de obra temporária ou permanente para ocupar o lugar

deixado pelo trabalhador acidentado;

- Prejuízos materiais: É comum que em casos de acidentes maquinários e produtos se

percam, sejam danificados e inutilizados.

- Gastos com reabilitação do trabalhador: A volta de um funcionário que sofreu acidente

de trabalho às vezes é problemática. Logo que o funcionário retorna do período de

afastamento causado por acidente de trabalho, é provável leve um tempo até conseguir

retomar a sua capacidade laborativa habitual, ou seja, no começo ele irá produzir menos.

Nesse período ele está blindado pela estabilidade de um ano concedida pela Lei nº

8.213/91, art. 118. O empregador terá que o engolir!

- Gastos com indenizações e com ações na justiça trabalhista civil: Qualquer acidente

que envolva alguma perda pode gerar ações na justiça. O único jeito de evitar é

construindo um ambiente de trabalho mais seguro.

- Desgaste da imagem da empresa: É notório que hoje ninguém quer fazer negócios ou

adquirir produtos que tenham marcas de sangue ou sofrimento de funcionários. A

chamada Responsabilidade Social está em toda parte, as empresas e os consumidores

estão cada vez mais atentos a isso.

Outro favor que tem sido muito observado, são itens de Selo Verde. Hoje as empresas

que agridem o meio ambiente também ter perdido espaço para as que investem em

ações de preservação.

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Quem não se enquadra no na Responsabilidade Social com certeza cedo ou tarde irá

perder dinheiro.

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ANEXO 2

ENTREVISTA

Michel Barcellos, Encarregado de andaime do Estaleiro Brasa. FM – O que você viu de diferente em termos de Segurança em seus 23 anos de profissão na área de construção naval? MB – Em 23 anos pude ver a evolução na qualidade dos equipamentos de proteção individual, a muitos anos atrás usávamos cinto de segurança preso somente pelo abdômen e hoje já contamos com cinto tipo para-quedista com duplo talabarte e absorvedor de energia. FM – E a partir de qual momento você sentiu a necessidade dessa melhora? MB – Já vi muitos amigos de profissão caírem de andaimes de mais de 10m de altura e sempre me perguntava quando isso ia parar. Após a aprimoração dos equipamentos começamos a receber treinamentos sobre como usar o novo cinto e como nos portar sobre o risco de altura existente em nossa profissão. O fator saúde também foi observado e hoje, existe o cuidado em verificar até a pressão arterial antes de subir em andaimes. FM – Você sente alguma diferença nos riscos presentes no estaleiro, comparando com suas experiências anteriores? MB – Sinto aqui no estaleiro Brasa uma preocupação mais intensa com a questão da segurança, aqui recebemos muitos treinamentos ligados a Segurança, recebemos reciclagem nas datas certas, recebemos EPI de qualidade e sabemos como usá-los, realizamos DDS todas as manhãs e caso haja a necessidade de montagem e desmontagem de andaimes sobre o mar, existe a obrigatoriedade do uso de colete salva-vidas, o que nos tranquiliza para a execução de um trabalho seguro e bem feito.

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ANEXO 3 INTERNET

www.segurancaonline.com

As atividades de construção civil em estaleiros envolvem vários riscos, podendo resultar em acidentes quando não são tomadas as medidas de segurança necessárias. As quedas em alturas, os esmagamentos e os soterramentos são os principais acidentes no trabalho. No entanto, a aplicação de medidas preventivas pode garantir a segurança de todos nos estaleiros.

Implantar as medidas de segurança é uma obrigação de todos, não só das entidades empregadoras ou dos trabalhadores. Nesse sentido, a lei portuguesa é clara quando define as responsabilidades e direitos dos intervenientes nos estaleiros.

De acordo com o Decreto-Lei nº 273/2003, entende-se por estaleiro os locais de trabalho onde se desempenham tarefas de construção de edifício ou outras tarefas como escavação, terraplenagem, demolição e semelhantes. São ainda considerados estaleiros, todos os locais onde, durante uma obra, se desenvolvem atividades de apoio aos trabalhos referidos atrás.

Obrigação dos Empregadores

Gerais

A entidade empregadora tem de criar condições para que os trabalhadores possam desempenhar as suas funções em segurança. Além de ser responsável pela criação de um plano de segurança e saúde no trabalho, as entidades empregadores têm ainda de fornecer os equipamentos de protecção individual, conhecidos como EPI.

Dentro do plano de segurança e saúde no trabalho, as entidades empregadoras têm de definir medidas de evacuação, de combate a incêndios e de primeiros socorros. É também responsabilidade das entidades patronais suportar integralmente os custos das despesas com a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Para garantir a segurança dos trabalhadores, devem ser tidos em conta alguns princípios de segurança como:

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• Identificação dos riscos nas atividades desempenhadas e nos

equipamentos, substâncias e produtos utilizados;

• Combate aos riscos na origem, para eliminar ou reduzir a exposição a

estes e aumentar os níveis deproteção;

• Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à

actividade desenvolvida pelo trabalhador.

No Estaleiro

Nos estaleiros, as obrigações dos empregadores são mais específicas e passam por alguns pontos que visam garantir a segurança de quem trabalha, tais como:

• Manter os trabalhadores informados sobre o plano de segurança e

saúde e fazer cumprir as suas especificações;

• Garantir que o estaleiro está em boa ordem e em estado de salubridade;

• Certificar-se que estão garantidas as condições de segurança no

acesso, na deslocação e na circulação em todos os postos de trabalho;

• Garantir que a movimentação dos materiais e a utilização dos

equipamentos de trabalho é realizada em segurança;

• Inspecionar regularmente e garantir a manutenção das instalações e

equipamentos antes da utilização destes;

• Definir as zonas de armazenagem de materiais, tendo especial atenção

aos materiais perigosos;

• Garantir as condições de segurança para armazenar, eliminar ou reciclar

resíduos e escombros.

Além destes cuidados, os executantes das obras têm de garantir que a vida de todos os que circulam nas proximidades do estaleiro não é colocada em perigo pelos trabalhos realizados no mesmo.

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Equipamentos de Proteção Individual

Uma vez garantidas as condições de segurança coletivas, o empregador tem responsabilidades ao nível da segurança individual. Este nível de segurança tem de ser visto como um reforço da segurança coletiva e nunca como uma alternativa a esta. Neste sentido, fazem parte das obrigações da entidade patronal:

• Fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e

garantir o seu bom funcionamento.

• Informar os trabalhadores dos riscos contra os quais o Equipamento de

Proteção Individual os visam proteger.

• Garantir a formação sobre a utilização dos Equipamentos de Proteção

Individual.

Obrigação dos Trabalhadores

A responsabilidade de garantir a segurança no trabalho não é exclusiva dos patrões, sendo que se espera uma postura pró-ativa dos trabalhadores no capítulo da segurança individual e coletiva. Faz parte das obrigações dos trabalhadores assegurar que todos os possíveis são feitos para que a sua segurança e a dos que trabalham à sua volta não é colocada em risco. Além disso, é ainda esperado que estes se façam ouvir quando sentem que nem todas as condições de segurança estão garantidas.

No plano da segurança espera-se que os trabalhadores:

• Cumpram as regras de segurança determinadas pelo empregador;

• Utilizem correctamente, e em segurança, as máquinas, os aparelhos, os

instrumentos, as substâncias perigosas e os outros equipamentos e

meios colocados à sua disposição;

• Cooperem ativamente para a melhoria do sistema de segurança no

trabalho;

• Comuniquem aos superiores hierárquicos as avarias e deficiências

detectadas que se lhe afigurem suscetíveis de originarem perigos graves

e iminentes;

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• Adoptem as medidas de segurança estabelecidas para situações de

perigo grave e iminente;

• Utilizem corretamente os Equipamentos de Proteção Individual de

acordo com as instruções fornecidas;

• Conservem e mantenham em bom estado o equipamento de proteção

individual distribuído.

No capítulo da segurança, é expectável que os trabalhadores sejam sempre garantes de segurança, por isso, estes devem levar muito a sério as medidas de protecção.

Direito Gerais do Trabalhador

Em relação ao trabalhador, este tem direito a ser informado sobre os riscos de segurança e saúde, assim como das medidas de proteção e prevenção que devem ser adotadas para que a sua actividade seja desempenhada em segurança.

Os trabalhadores presentes no estaleiro têm o direito a ser informados sobre as medidas que devem adoptar no caso de haver um perigo grave e iminente. Estes devem, ainda, ser informados e conhecer profundamente os planos de combate a incêndios e de evacuação do estaleiro. Os conhecimentos sobre primeiros socorros são também uma mais-valia em caso de acidente.

No domínio da segurança dos trabalhadores, estes têm direito a receber formação adequada às tarefas que desempenham para conhecerem os riscos que correm e como devem lidar com estes.

O Plano de Segurança e Saúde

O plano de segurança e saúde é um instrumento fundamental na segurança do trabalho em estaleiros, devendo ser elaborado quando a obra começa a ser projetada. Este plano deve ser desenvolvido por iniciativa do dono de obra.

Conforme estabelecido no artigo 5º do Decreto-Lei nº 273/2003, o plano de segurança e saúde é obrigatório em todas as obras que exijam a comunicação de abertura de estaleiro e, ainda, nos estaleiros onde se desempenham tarefas que:

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• Exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento

ou de queda em altura.

• Submetam os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos que podem

originar doenças;

• Exponham os trabalhadores a radiações ionizantes;

• Sejam efetuadas em locais próximos de linhas elétricas de média e alta

tensão;

• Sejam efectuadas em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem

em utilização, ou perto destas;

• Impliquem o risco de afogamento;

• São desenvolvidas em poços, túneis, galerias ou caixões de ar

comprimido;

• Envolvam a utilização de explosivos, ou suscetíveis de originarem riscos

derivados de atmosferas explosivas;

• Envolvam a montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou

outros, cuja forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a

risco grave;

• São consideradas, pelos responsáveis pela segurança, suscetíveis de

constituir riscos graves para a segurança e saúde dos trabalhadores

Durante a execução da obra, as especificações das medidas de segurança que têm de ser aplicadas no estaleiro fazem parte das responsabilidades do executante. Além disto, o executante tem também de propor, quando achar necessário, a complementaridade das medidas previstas. Em ambas as situações, os seguintes pontos têm de ser considerados para garantir a segurança nos estaleiros:

• Identificar atividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no

estaleiro ou na sua proximidade;

• Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma

planificação detalhada das medidas de segurança;

• Os equipamentos, materiais e produtos necessários;

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• As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;

• O projeto do estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a

movimentação de cargas, o armazenamento de materiais entre outros;

• A informação e formação dos trabalhadores;

• O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, de

controlo e combate a incêndios, de socorro e da evacuação de

trabalhadores.

Quando o plano da obra em execução é realizado, a entidade executante pode aplicar soluções alternativas às propostas na fase de projeto do plano de segurança. No entanto, as alterações têm de ser justificadas e não podem representar uma diminuição nos níveis de segurança.

As alterações e especificações realizadas durante a fase de execução têm de ser validadas tecnicamente pelo coordenador de segurança e aprovadas pelo dono da obra. Só depois da aprovação do plano de segurança e saúde, a entidade executante pode iniciar a implantação do estaleiro e o início das obras.

O plano de segurança e saúde, assim como as alterações neste, têm de estar acessíveis no estaleiro a subempreiteiros, trabalhadores independentes e representantes de trabalhadores.

Regime de Responsabilidades do Plano de Segurança

A responsabilidade do plano de segurança e saúde está dividida entre os diversos participantes da obra. Desta forma, é expectável que à segurança dos trabalhadores nunca se sobreponham outros interesses relacionados com as circunstâncias da execução da mesma.

Divisão das Responsabilidades

Entidade Executante – Tem o domínio da organização do estaleiro e, por isso, tem de promover o desenvolvimento do plano durante a execução da obra.

Coordenador de Segurança – Tem como função validar tecnicamente o desenvolvimento e eventuais alterações realizadas no plano de segurança.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CRK AUTOMAÇÃO, <URL: http://www.crkautomacao.com.br/artigos/cuidados-

no-trabalho-em-altura> Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015.

DR. DRAUZIO VARELLA, <URL: http://drauziovarella.com.br/letras/l/lesoes-

por-esforcos-repetitivos-l-e-r-d-o-r-t/> Data de acesso 14 de Fevereiro de 2015.

EBAH, <URL: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABQVUAH/teste-

hidrostatico-vasos-pressao> Data de acesso 19 de Janeiro de 2015.

ESTALEIRO BRASA - Manual de procedimentos internos de HSSE.

FACTOR, <URL: http://www.factor-

segur.pt/artigosA/artigos/radiacoes_ionizantes_e_nao_ionizantes.pdf> Data de

acesso 14 de Fevereiro de 2015.

IDEIAS AMBIENTAIS <URL:

http://www.ideiasambientais.com.pt/ruido_ambiente.html> Data de acesso 14

de Fevereiro de 2015.

INFO SOLDA, <URL: http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-

senai/higiene-e-seguranca/43-fumos-metalicos.html> Data de acesso: 14 de

Janeiro de 2015.

YENDES, Cláudio Antônio Dias Manual Prático de Segurança e Saúde no

Trabalho.

MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, Segurança e medicina do trabalho.

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49

Segurança do Trabalho Net, <URL:

http://www.cursosegurancadotrabalho.net/2013/08/Os-aerodispersoides-poeira-

nevoa-neblina-fumo.html> Data de acesso 14 de Fevereiro de 2015.

SOBES <URL: http://sobes.org.br/s/wp-content/uploads/2009/08/gases1.pdf>

Data de acesso: 19 de Janeiro de 2015.

Wikipedia, <URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio> Data de acesso

14 de Fevereiro de 2015.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

NAVAL – NR-34

09

CAPÍTULO II

TIPOS DE RISCOS AMBIENTAIS ENCONTRADOS NO ESTALEIRO

10

CAPÍTULO III

TIPOS DE RISCOS ERGONÔMICOS E MECÂNICOS ENCONTRADOS NO

ESTALEIRO

23

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50