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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
Por: Patrícia Moser
Orientador
Prof. Solange Monteiro
Niterói
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia
Institucional.
Por: Patrícia Moser.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de alguma forma
contribuíram para este trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos Júlia
e Gabriel.
5
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo pesquisar sobre a formação do
profissional em Psicopedagogia, sua identidade e sua atuação. Faz-se uma
reflexão sobre a história da Psicopedagogia até sua atualidade, e quais as suas
perspectivas, além de uma analise da construção da identidade do
psicopedagogo em questões ligadas a sua atuação profissional, destacando a
importância da regulamentação da profissão e seus princípios norteadores.
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METODOLOGIA
Para metodologia de trabalho utilizou-se a metodologia quantitativa
enfocando a pesquisa bibliográfica, tendo como referencial teórico o estudo
científico de vários profissionais da Psicopedagogia e reflexões pessoais sobre
o objeto de estudo. Esse processo implica em estudos da literatura pertinente
ao tema Psicopedagogia: formação, identidade e atuação profissional. Sendo
assim, pesquisar e analisar conteúdos, suas causas e seus efeitos,
contextualizando-os no tempo e espaço. De acordo com Gil (2007), a pesquisa
bibliográfica é: “Desenvolvida a partir de material já elaborado constituído a
partir de livros e artigos científicos.”
A pesquisa realizada tem abordagem somente bibliográfica, cuja
principal finalidade é o contato com obras, artigos e documentos que tratam do
tema.
A abordagem qualitativa foi interpretada pelo pesquisador nos textos
lidos e em pesquisas bibliográficas em livros, sites, artigos acerca da
Psicopedagogia no Brasil e na Argentina.
Bossa (2007, p. 15), em sua obra fundamental ao psicopedagogo cita:
“Muito ainda há de se pesquisar. A complexidade do seu objeto de estudo e as
demandas da vida atual representam um verdadeiro desafio aos estudiosos da
Psicopedagogia.”
O trabalho foi constituído e construído por uma busca da identidade do
profissional em Psicopedagogia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Psicopedagogia, uma retrospectiva histórica
10
CAPÍTULO II - Atualmente, como se dá a Formação e a Atuação dos
Psicopedagogos do Brasil e da Argentina
16
CAPÍTULO III – A Identidade do Psicopedagogo no Brasil
24
CONCLUSÃO
30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
WEBGRAFIA 33
ANEXO
35
ÍNDICE
38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
8
INTRODUÇÃO
De uma necessidade de uma melhor compreensão do processo de
aprendizagem, nasceu a Psicopedagogia, formada como um corpo de
conhecimento para encontrar soluções para os problemas que podem
acontecer no processo de aprendizagem. É uma área recente, multidisciplinar,
sem deixar de ser um saber científico, não sendo um saber “único e acabado”.
A Psicopedagogia recorre a contribuições da Psicologia, da
Psicanálise, da Pedagogia, Filosofia, Linguística e da Neurologia.
Considerando essas ideias, esta pesquisa aborda a temática da formação de
psicopedagogos e sua identidade, no contexto de políticas educacionais que
repercutem na formação e atuação de psicopedagogos. Com isso este estudo
procura saber sobre a formação do psicopedagogo a partir de dados
bibliográficos e reflexões no que se refere à Psicopedagogia brasileira.
Questões que delimitaram a pesquisa: Qual a identidade do
psicopedagogo? Qual sua atuação profissional? Como ocorre a formação do
psicopedagogo na Argentina e no Brasil? Existe uma legislação de
regulamentação?
Objetivos da pesquisa: registrar como foi o processo histórico da
Psicopedagogia, analisar como foi a contribuição da Psicopedagogia brasileira
e sua organização.
Segundo Bossa (2007) “o movimento da Psicopedagogia no Brasil
remete ao seu histórico na Argentina.” Isso nos ajuda a compreender a
formação da Psicopedagogia brasileira e suas tendências, tal afirmação
contextualiza a Psicopedagogia brasileira com forte referência Argentina em
sua trajetória.
Os aportes teóricos da Psicopedagogia Argentina estão plantados nos
trabalhos de Jorge Visca, Alicia Fernández e Marina Müller. Tomamos um
exemplo de Müller (1995) no Artigo “Perspectivas de la Psicopedagogia em El
comienzo del milênio”, onde a autora comenta que a Psicopedagogia surgiu
como uma disciplina que trabalha com a aprendizagem, com relação estreita
9
entre o ensino e a aprendizagem. Desde modo surgiu a Psicopedagogia, como
carreira universitária, em 1956.
Estudando a Psicopedagogia brasileira podemos perceber o quanto é
importante identificar a formação do profissional em Psicopedagogia, pois a
construção da identidade do psicopedagogo está correlacionada com a própria
identidade da Psicopedagogia.
Segundo Bossa (2007) “A questão da formação do psicopedagogo
assume um papel de grande importância na medida em que é a partir dela que
se inicia o percurso para a formação da identidade deste.”
Corroborando e ampliando temos as afirmações:
A identidade da Psicopedagogia não está ainda bem delimitada como área de estudos, apesar de décadas de estudos, apesar de décadas de existência no Brasil e na Europa, comprovados em livros e revistas especializadas. Permanecem discussões e embates com pares e meio a mal entendidos sobre fins, locais, modalidades e recursos. (MASSINI, 2006, p. 249)
Com a que foi citado podemos concluir que existem questionamentos
acerca da identidade da Psicopedagogia.
Nesta pesquisa tomamos a Psicopedagogia para ser estudada e
analisada, temos que a Psicopedagogia é entendida como atividade que
abrange a educação sendo uma prática social.
O que se pretende é entender as perspectivas sobre a formação e a
atuação do profissional em Psicopedagogia.
10
CAPÍTULO I
PSICOPEDAGOGIA, UMA RETROSPECTIVA
HISTÓRICA
Segundo Bossa (2007) os primórdios da Psicopedagogia ocorreram na
Europa, ainda no século XIX, sustentada pela preocupação com os problemas
de aprendizagem na área médica.
Na França, em 1946 surgiram os primeiros Centros Psicopedagógicos
com um trabalho voltado para crianças com problemas escolares e
comportamentais que eram atendidas por equipes da área de Psicologia,
Psicanálise e Pedagogia. A literatura francesa influência as ideias sobre
Psicopedagogia na Argentina a qual, por sua vez, influência a práxis brasileira.
A Psicopedagogia francesa apresenta algumas considerações sobre o
termo Psicopedagogia e sobre as origens dessas ideias na Europa, e os
trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro Centro Médico
Psicopedagógico na França, em que se percebem as primeiras tentativas de
articulação entre medicina, psicologia, psicanálise e pedagogia, na solução dos
problemas de comportamento e de aprendizagem (BOSSA, 2007, p. 39).
De início a Psicopedagogia teve um caráter médico-pedagógico. Ao
final dos anos 60 começou na Argentina um trabalho entre os psicopedagogos
e a escola e a relação desta com Psicólogos e Pedagogos, fato que influenciou
a personalidade dos profissionais argentinos na sua atuação.
Alícia Fernández, uma psicopedagoga Argentina nos conta que a
formação em Psicopedagogia existe há mais de 30 anos na Argentina e foi
criada na Universidade de Buenos Aires (UBA). Deste modo, Buenos Aires foi
a primeira cidade Argentina a oferecer o curso de Psicopedagogia
Mas na prática a atividade psicopedagógica se iniciou antes da criação
do curso na tentativa de resolver problemas relacionados com o fracasso
escolar, preocupação que já atingia vários países como confirma Peres:
A Psicopedagogia passa a despertar a atenção de vários países que, preocupados com os altos índices de fracasso
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escolares, passam a buscar novas alternativas de trabalho, Dentre estes países, na Argentina, a Psicopedagogia tem recebido um enfoque especial, sendo considerada uma carreira profissional. (PERES, 1998 p.42)
A Psicopedagogia Argentina se construiu a partir de um objeto de
estudo próprio: o sujeito em processo de ensino-aprendizagem, tendo como
origem um processo empírico para atender crianças com tais problemas.
A Psicopedagogia nasceu como uma ocupação empírica pela
necessidade de atender as crianças com dificuldades na aprendizagem, cujas
causas eram estudadas pela medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo,
o que inicialmente foi uma ação subsidiada destas disciplinas, perfilou-se como
um conhecimento independente e complementar, possuidor de um objeto de
estudo (o processo de aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores e
preventivos próprios (VISCA, 1987, p.33).
Visca é um estudioso que devemos considerar, pois dos seus estudos,
na Argentina, nasceu a Psicopedagogia. Dos seus estudos que chamou de
Epistemologia Convergente, que é o resultado da assimilação recíproca de
conhecimentos fundamentados no construtivismo, no estruturalismo
construtivista e no interacionismo. Linha teórica que propõe um trabalho com
aprendizagem integrado com três linhas de pesquisa: Psicologia Escola de
Genebra (Piaget), Escola Psicanalista (Freud) e a Escola de psicologia Social
(Pichon-Riviére), Jorge Visca é considerado por estudiosos da área como o
“Pai da Psicopedagogia”.
Abordaremos aqui a definição corroborada por diversos autores: que a
Psicopedagogia é uma área do conhecimento que se dedica ao diagnóstico,
tratamento e prevenção das dificuldades de aprendizado.
Consideramos também a Psicopedagogia que trata da aprendizagem
num sentido amplo, possibilitando a quem ensina a lidar com seus próprios
processos de aprendizagem, já que a Psicopedagogia é uma área onde
convergem diferentes ciências como a Pedagogia, Psicologia, Psicanálise,
Neurologia e outras com a finalidade de compreensão dos processos que
levam a aprendizagem.
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Para Fernández (1994), ainda não foi possível construir uma teoria
acerca da prática psicopedagógica:
Estamos tentando construir nossa própria teoria, nosso específico enquadramento, os rasgos diferenciadores de nossa técnica e nosso lugar como especialistas em problemas de aprendizagem. (FERNÁNDEZ, 1994, p.102)
Do ponto de vista de Müller ao se referir sobre o objeto de estudo da
Psicopedagogia, deve-se levar em conta o processo, como se desenvolve a
aprendizagem. É importante para ela citar ”Que leis regem estes processos,
que dificuldades interferem ou impedem de que maneira é possível favorecer
as aprendizagens ou tratar suas alterações” (MÜLLER,1984,p.78). Isto é como
se educa, como se ensina, como se aprende, como surgem os problemas,
como devemos tratá-los e preveni-los e promover, se necessário, mudanças no
processo. Isto demanda realizar uma análise dos próprios pressupostos
teóricos da Psicopedagogia. Como exemplo, a que se dedica um
psicopedagogo? Qual o campo atual da Psicopedagogia?
Observamos um breve histórico: A graduação se deu há mais de 30
anos na Universidade de Buenos Aires (UBA), com ênfase na formação
biológica e psicológica nos anos 1956, 1958 e 1961. Após esse período houve
necessidade de uma formação mais instrumental, que se deu nos anos de
1963, 1964 e 1969. Com a criação da licenciatura, o enfoque passou a ser
clínico e para obtenção do título, a graduação de duração desde 1978 até os
dias atuais. Lendo a afirmação de Bossa compreendemos melhor:
Acontece assim,em 1978, o terceiro momento do curso de Psicopedagogia, com a criação da licenciatura na matéria, tal como existe atualmente, ou seja, uma carreira de Graduação com duração de cinco anos. (BOSSA, 2007, p.43).
Atualmente os psicopedagogos argentinos incluem no seu trabalho a
clínica da Psicanálise, pois através da análise de pacientes observou-se que
alguns problemas de aprendizagem que pareciam resolvidos acabavam
provocando deslocamento de sintomas, quando acompanhados de problemas
psicológicos mais graves.
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Em 1983 foi criada a Asociación de Psicopedagogos de Capital Federal
(PSP), e em 1986 passou a ser reconhecida juridicamente. A PSP argumenta
sobre questões legais acerca do exercício da profissão de Psicopedagogo na
Argentina, conforme resolução número 2473/84, as incumbências profissionais
aprovadas pelo Ministério de Educação Nacional que estabelecem que o
Psicopedagogo possa atuar na área da saúde e da educação, ao que diz
respeito à aprendizagem, tendo como intervenções preventivas ou
assistenciais. Assim sua atuação profissional dar-se a em âmbito do sistema
de saúde e no âmbito do sistema educativo em seus diferentes níveis ou
modalidades na dimensão pública ou privada.
Na Argentina a atuação do Psicopedagogo é diferenciada do
Psicopedagogo brasileiro, pois na Argentina é permitido ao Psicopedagogo a
aplicação de testes de Quociente de Inteligência (QI). Enquanto no Brasil,
somente os psicopedagogos formados em Psicologia podem fazer tal uso. De
acordo com Bossa (2007 p. 100), alguns instrumentos de uso comum por
psicopedagogos argentinos não são permitidos aos brasileiros:
No Brasil não é permitido ao psicopedagogo recorrer a muitos dos instrumentos que são do uso do psicólogo. O psicopedagogo, que não tem formação em psicologia, quando a situação requer, solicita ao psicólogo ou, dependendo do caso, a outros profissionais (neurologista, fonoaudiólogo, psiquiatra, habilitados e de sua confiança), as informações necessárias para completar o seu diagnóstico. (BOSSA, 2007, p. 100).
As primeiras iniciativas de atuação da Psicopedagogia no Brasil datam
da década de 58. Nesta época os problemas de aprendizagem eram
associados a uma disfunção neurológica, a chamada Disfunção Cerebral
mínima (DCM)
Ainda em 1958 surge O Serviço de Orientação Psicopedagógica da
Escola Guatemala (Escola experimental do INEP- Instituto de Estudos e
Pesquisas Educacionais do MEC), na Guanabara, atual Estado do Rio de
Janeiro, tendo como objetivo melhorar a relação entre professores e alunos,
como podemos observar na citação de Peres:
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A primeira experiência psicopedagógica no nosso país ocorreu em 1958, com a criação de Serviço de Orientação Psicopedagógica (SOPP) da "Escola Guatemala" na então Guanabara. O SOPP tinha como meta desenvolver a melhoria da relação professor-aluno e criar um clima mais receptivo para a aprendizagem, aproveitando para isso as experiências anteriores dos alunos. (PERES, 1998, p.43).
Em 1979, decorridos quase vinte anos de prática psicopedagógica,
acontece em São Paulo o primeiro curso de Psicopedagogia em nível de pós-
graduação no Instituto Sedes Sapientiaé. Alguns profissionais, que terminaram
o curso, organizaram um grupo para estudar e definir a prática
psicopedagógica dando origem a Associação Estadual de Psicopedagogia de
São Paulo (AEP). Após seis anos de funcionamento a AEP se tornou a
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPs), formando assim, um órgão
de classe com a área de conhecimento específico.
Expandindo o olhar para o cenário mundial, podemos observar que a
partir da década de 1980, fortes fatores se voltaram para a esfera educacional
redefinindo o papel do Estado na educação, principalmente se citarmos os
ajustes econômicos nos países latino-americanos, bem como Brasil e
Argentina.
Desde 1980, os psicopedagogos brasileiros podem contar com uma
Associação voltada para o interesse da classe e que luta por seus
direitos. Citando Peres:
Ao longo de sua existência a Associação tem promovido vários encontros e Congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do psicopedagogo, a atuação psicopedagógica, objetivando melhorias da qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico multidisciplinar. (PERES, 1998, p.43).
Foi por meio, em especial de Jorge Visca, Alícia Fernández, Sara Pain
e Marina Müller e seus trabalhos é que podemos traçar o que é a
Psicopedagogia na Argentina e no Brasil. Com eles começou-se a conhecer a
Psicopedagogia e suas interconexões.
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A construção da Psicopedagogia brasileira se deve ao enriquecimento
dados por estes profissionais argentinos que trouxeram esse conhecimento
para o Brasil e mais recentemente alguns pensadores franceses, como: Janine
Mery, Pichón-Riviére, Jaques Lacan dentre outros que vem se destacando na
prática psicopedagógica do Brasil.
A história brasileira da Psicopedagogia se faz pelo enlace dos aspectos
teóricos e da prática dos nossos profissionais.
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CAPÍTULO II
ATUALMENTE, COMO SE DÁ A FORMAÇÃO E A
ATUAÇÃO DOS PSICOPEDAGOGOS NO BRASIL E NA
ARGENTINA
Na Argentina a Psicopedagogia em meados do século XX era estudada
como disciplina cientifica composta por saberes e experiências da educação e
saúde mental.
A Universidade Del Salvador (USAL) foi a primeira a oferecer a
graduação em Psicopedagogia na América Latina (criada por meio de sua Ata
de fundação de 2 de maio de 1956, em Buenos Aires).
Segundo Oliveira (2007):
Na década de 40, a Psicopedagogia aparece como uma disciplina na recém criada Faculdad de Psicologia da Universidad del Salvador, Buenos Aires. Em 1956, na USAL, a Psicopedagogia torna-se um curso de graduação de três anos. (OLIVEIRA, 2007, p. 10, In Revista Psique Especial).
Ao resgatarmos a história da Psicopedagogia na Argentina, Fagali
apresenta que:
Em 1978, anunciou-se que o primeiro Congresso Latino-Americano em Buenos Aires, em que ela era representante da equipe Sedes, em busca de atualizações e de novos sentidos sobre a identidade da Psicopedagogia. Em Buenos Aires, a Psicopedagogia já apresentava em sua longa trajetória enquanto formação e atuação psicopedagógica. Destaca-se a formação em graduação de Psicopedagogia na Universidad del Salvador. Com uma abordagem mais constitucional do aprendiz, em relação aos aspectos fisiológicos e neurológicos. Na pós-graduação, evidenciava-se entre as teorias e as práticas da Psicopedagogia, “A Psicopedagogia Convergente” de Jorge Visca, aprofundando nas articulações entre epistemologia genética de Piaget e a abordagem psicanalista. (FAGALI, 2009, p. 24)
Então, foi na Argentina que os primeiros psicopedagogos brasileiros se basearam acerca da formação e atuação para fundamentarem a
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Psicopedagogia no Brasil, fazendo parte do nosso embasamento as obras publicadas por Jorge Visca, Alícia Fernández, Sara Pain e Marina Müller.
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e os objetivos da Psicopedagogia.
Em 1992, entrou em vigor o Código de Ética, aprovado em Assembléia durante o V encontro e II Congresso de Psicopedagogia.
De acordo com Mendes:
Conscientes do momento histórico que atravessávamos, elaboramos o Código de Ética, o que era essencial, já que não tínhamos (como até hoje não temos) nossa profissão reconhecida. Este passou a ser o documento norteador dos Princípios da Psicopedagogia, das Responsabilidades Gerais do Psicopedagogo, das Relações destes com outras Profissões, sobre a importância do sigilo, etc. (MENDES, 2007, p. 202-203)
O documento sofreu alterações na Assembléia Geral do III Congresso
Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp em 1996.
2. 1 – Código de Ética da ABPp – Elaborado pelo
Conselho Nacional do Biênio 91/92 e Reformulado pelo
Conselho Nacional e Nato 95/96.
2.1.1 - Capítulo I – Dos princípios
Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em educação e saúde que
lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e
patológicos, considerando influência do meio – família, escola e sociedade – no
seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia.
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento
relacionado com o processo de aprendizagem.
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das
várias áreas, do conhecimento humano para a compreensão do ato de
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aprender no sentido, ontogenético e filogenético, valendo-se de metidos e
técnicas próprias.
Artigo 3º
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de
caráter; preventivo e/ou remediativo.
Artigo 4º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-Graduação
de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou
reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se
à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.
Artigo 5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (I) promover a
aprendizagem; garantindo bem-estar das pessoas em atendimento
profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação
interprofissional; (II) realizar pesquisas cientifica no campo da Psicopedagogia.
2.1.2 - Capítulo II – Das responsabilidades dos psicopedagogos
Artigo 6º
São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e
técnicos que tratem o fenômeno da aprendizagem humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas,
mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes
visões do mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja
preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
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e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de
classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma
definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos
relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O
respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do
psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público.
2.1.3 - Capítulo III – Das relações com outras profissões
Artigo 7º
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com
os componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este
fim, o seguinte:
a) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhes são
reservadas;
b) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização;
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.
2.1.4 - Capítulo IV – Do sigilo
Artigo 8º
O psicopedagogo está obrigado a guardar segredo sobre fatos de que
tenha conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.
Parágrafo Único
Não se entende como quebra de sigilo, informar sobre cliente a
especialistas comprometidos com o atendimento.
Artigo 9º
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O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade competente.
Artigo 10º
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros
interessados, mediante concordância do próprio avaliado ou do seu
representante legal.
Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e a eles
não será franqueado o acesso a pessoas estranhas ao caso.
2.1.5 - Capítulo V – Das publicações científicas
Artigo 12º
Na publicação de trabalhos científicos, deverão ser observadas as
seguintes normas:
a) A discordância ou críticas deverão ser dirigidas à matéria e não ao
autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos
autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores
àquele que mais contribuir para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição
hierarquia para fazer publicar em seu nome exclusivo, trabalhos executados
sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica
utilizada, bem como esclarecidas as ideias descobertas e ilustrações extraídas
de cada autor.
2.1.6 - Capítulo VI – Da publicidade profissional
Artigo 13º
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O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus
serviços, deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.
Artigo 14º
O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em
organizações que visem o lucro com venda de produtos, desde que busque
sempre a qualidade dos mesmos.
2.1.7 - Capítulo VII – Dos honorários
Artigo 15º
Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que
representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados
previamente.
2.1.8 - Capítulo VIII – Das relações com saúde e educação
Artigo 16º
O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades
competentes sobre a organização, implantação e execução de projetos de
Educação e Saúde Pública relativo às questões psicopedagógicas.
2.1.9 - Capítulo IX – Da observância e cumprimento do código de
ética
Artigo 17º
Cabe ao psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este
código.
Artigo 18º
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel
observância dos princípios éticos da classe.
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Artigo 19º
O presente código só poderá ser alterado por proposta do Conselho da
ABPp e aprovado em Assembléia Geral.
2.1.10 - Capítulo X – Das Disposições gerais
Artigo 20º
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em
Assembléia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia
da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso
Nacional e Nato no biênio 95/96, sendo aprovado em 19/07/1996, na
Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da ABPp, da
qual resultou a presente solução.
Assim sendo, a Psicopedagogia deve ser compreendida como área de
estudo multidisciplinar abrangendo diferentes áreas de conhecimento é
necessário ao psicopedagogo estabelecer e interpretar dados de várias áreas.
Após a década de 90 e aos estudos mais aprofundados acontece uma
amplidão na prática e na visão de trabalho do psicopedagogo. Há um
entendimento e consenso que o cognoscente deve ser um sujeito ativo da
aprendizagem e que deve haver um vínculo com quem ensina.
Para Noffs:
A formação de qualidade do psicopedagogo é articular docência, pesquisa e gestão. É essencial que o psicopedagogo conheça o contexto institucional (seja ele escolar, hospitalar, familiar) onde o processo de aprendizagem vai desenvolver-se conhecendo o sujeito desvinculado de seu meio é uma “fresta” para o insucesso. (NOFFS, 2000, p. 45)
A formação do psicopedagogo é de suma importância para a identidade do mesmo, segundo Bossa:
A questão da formação do psicopedagogo assume um papel de grande importância na medida em que é a partir dela que se inicia o percurso para a formação da identidade desse profissional. (BOSSA, 2011, p. 97)
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2. 2 – Na prática, o que faz hoje um psicopedagogo?
Como ele trabalha? O que é ser psicopedagogo no Brasil?
A formação dos psicopedagogos no Brasil sempre esteve na
categoria de especialização, o que nos difere dos profissionais argentinos,
onde se tem a graduação. No Brasil estamos refazendo o caminho da
Psicopedagogia argentina, constatamos no Brasil a busca pela autonomia
desta área de conhecimento e a necessidade de sua regulamentação. Os
profissionais em Psicopedagogia já possuem um Órgão de Classe, a
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) e através do seu trabalho
conseguiu-se que um Projeto de Lei chegasse até a Comissão de Constituição
e Justiça e de Redação e está aguardando em Plenário para discussão. Assim
temos o Projeto Lei nº 3124/97 na Câmara dos Deputados há nove anos.
Nota-se uma urgência no reconhecimento da profissão quando lemos
a entrevista de Neide de Aquino Noffs, Coordenadora por muitos anos do
Curso de Psicopedagogia da PUC/SP, Presidente da ABPp na gestão 95-
96/97-98, concedida ao Portal da Educação e Saúde Mental:
Várias escolas preferem profissionais formados em Psicopedagogia. Legalizar esta profissão amplia o mercado de trabalho para Pedagogos e Psicólogos que convivem harmoniosamente no momento da formação. Não aceito os argumentos que o fazer psicopedagógico deverá acontecer naturalmente na ação dos professores. Lido com eles há mais de 30 anos, e estes conhecimentos são fragmentados, ainda não chegou com esta força, pois a tendência é psicologizar ou pedagogizar. Há no Brasil por volta de 20mil profissionais em efetivo exercício, deixemos que a sociedade decida a quem recorrer em caso de assuntos envolvendo a aprendizagem. (NOFFS,2007, acessado em 2007.)
No início a capacitação do psicopedagogo acontecia fora do marco
acadêmico, aos poucos foram sendo criados cursos por iniciativa particular,
aos poucos chegamos aos cursos de especialização e hoje já se encontra na
graduação e no mestrado de Instituições Universitárias.
No início do século XXI existiam mais de 120 cursos de Pós-
Gaduação Lato Sensu em Psicopedagogia no Brasil. Na Universidade de Santo
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Amaro/SP em 1999 iniciou-se mestrado em Psicopedagogia e curso de
doutorado em 2001.
A partir de 2005, três cursos de graduação passaram a ser oferecidos
nos estados do Rio Grande do Sul e um em São Paulo.
O Curso de Graduação em Psicopedagogia, da Faculdade de
Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul,
implantado em 2002, foi reconhecido em 2007 pela Portaria nº 519, tendo
como base legal o Decreto nº 5.773 de 09 de maio de 2006, e o Parecer
CNE/CES nº 22/2007, homologado por ato público.
Como a profissão de Psicopedagogia não é regulamentada a ABPp
não pode fiscalizar cursos voltados para a área. É preciso oficializar através de
leis o que já está legitimado pela práxis psicopedagógica.
A questão política no processo da Identidade segue a problemática:
atualmente a maior parte dos formados em Psicopedagogia provém de Cursos
de Especialização, entretanto como vimos desde 2007, foi legalizado o Curso
de Graduação em Psicopedagogia (Portaria nº 519) na PUC do Rio Grande do
Sul, garantindo uma formação sólida creio que essa dualidade de formação:
especialização/graduação traga uma nova perspectiva a ser estudada na sua
Regulamentação.
A construção da Identidade do Psicopedagogo graduado ou
especialista se dá a partir da aprendizagem: Quem queremos ser?
A partir da possibilidade de aprender, perguntar sobre seu objeto, pois
a Psicopedagogia trata do aprender e aprender implica perguntar e perguntar-
se. É necessário que psicopedagogos assim como outras áreas chegadas a
subjetividade do “ser humano” estejam sempre abertas para perguntar sobre
sua identidade, considerando sempre os conhecimentos já adquiridos e o
desejo de continuar crescendo como profissional.
25
CAPÍTULO III
A IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO NO BRASIL
A identidade profissional do psicopedagogo ocorre por meio de um
processo em permanente construção. Uma reflexão sobre a sua formação, de
sua identidade e do aprendente na interação entre conhecimento e ação. As
perspectivas atuais da práxis pedagógicas ressignificam nosso cotidiano:
aprender a aprender, segundo Müller:
A cada psicopedagogo como tal, e o conjunto deles como profissão, elaborar uma imagem do que é a Psicopedagogia pela definição da própria identidade ocupacional em conexão com a tarefa, com seus êxitos e dificuldades. A identidade profissional deve ser elaborada através de uma contribuição intencional e institucionalizada. Não podemos prescindir, em nossa tarefa, nem das atividades de aprendizagem que cada psicopedagogo realiza, em especial com respeito a seu próprio campo profissional. (MÜLLER, 1986, p. 53).
A identidade profissional do psicopedagogo está em constante
construção. O psicopedagogo brasileiro está sempre procurando adotar uma
postura crítica ao seu trabalho.
Nas entidades de ensino ainda é pequena a busca da Psicopedagogia
no sentido preventivo, quando o profissional é requisitado pelas Instituições os
problemas de aprendizagem já se instauraram.
Numa entrevista à ABPp, sobre a identidade da Psicopedagogia em
nosso país Mônica H. Mendes, psicopedagoga afirma:
Quando a Psicopedagogia nasceu aqui, em são Paulo, voltada para atender os discípulos da área de leitura escrita e da psicomotricidade, estas dificuldades eram entendidas como dificuldades específicas e voltadas para a dislexia específica de evolução. A porta de entrada da Psicopedagogia parece ter sido a abordagem organicista, em que o orgânico assume grande importância sobre os distúrbios de aprendizagem. (www.appb.com.br, acessado em 12/04/2012).
26
Posteriormente, os psicopedagogos brasileiros assumiram uma nova
identidade institucional, a práxis pedagógica não considera apenas a
abordagem organicista, mas também os fatores cognitivos e emocionais do
desenvolvimento. É segundo Massini: “O conhecimento sobre o
acompanhamento do ato de aprender que priorizamos e consideramos
importante na formação do Psicopedagogo.” (MASSINI, on line, acesso 2011).
Hoje os campos de atuação, segundo Cheila Mussi, psicopedagoga e
psicóloga, e Sônia Maria Volpini psicopedagoga e pedagoga:
Em cada espaço que atuamos, levamos o olhar e a escuta da Psicopedagogia e, nos encontros da Associação, realizamo-nos, estudando, construindo alternativas e buscando fundamentar nossas ações. As nossas experiências tanto clínicas quanto institucionais vão se ampliando e ganhando visibilidade. Novas áreas de atuação estão sendo conquistadas, especialmente com as aproximações da área da Saúde, com o trabalho com a Terceira Idade, em Escolas da Ciência da Saúde, com incursões e inserções no trabalho com a Informática e em trabalhos com grupos de educação não escolar, em projetos de cunho social. (MUSSI e VOLPINI, 2007, p.126).
Observamos que ainda existem muitos caminhos a serem percorridos e
estudados para que a Psicopedagogia tenha seu lugar, mas as redes de
conhecimento e aprendizagem estão aumentando, o que leva a um
crescimento, citando as autoras:
Somos continuamente aprendentes e ensinantes do processo de busca de conhecimento, em uma dialética que nos faz crescer e transformar nossas práticas de maneira que possamos adequá-las às necessidades que percebemos e as metas que buscamos alcançar. (MUSSI e VOLPINI, 2007, p.126).
As perspectivas atuais da práxis psicopedagógicas dão outro
significado ao cotidiano da Psicopedagogia; aprender a aprender é essencial,
acarretam um processo de permanente construção. O psicopedagogo tem
muito a contribuir para a reflexão e ação de sua identidade, do seu
conhecimento e consequentemente de sua ação.
27
Comentaremos onde, atualmente, o Psicopedagogo pode trabalhar.
Sua atuação não está restrita aos ambientes escolares e não só com crianças.
Veremos a seguir diferentes campos de atuação deste profissional.
3. 1 – Os campos de atuação do Psicopedagogo
3.1.1 – Psicopedagogia Institucional
Nas Instituições escolares, o Psicopedagogo segundo Both (1994),
cumpre a importante função de socializar os conhecimentos disponíveis,
promover o conhecimento cognitivo, a construção de normas de conduta
inseridas em um projeto social mais amplo. A maioria das questões deve ser
trabalhada de forma preventiva, antes de se tornarem verdadeiros problemas
e/ou também interventiva, se a dificuldade de aprendizagem já estiver evidente.
3.1.2 – Psicopedagogia atuando com a terceira idade
Para Both (1994), o trabalho psicopedagógico com o idoso visa,
basicamente, reintegrá-lo à sociedade, retomando sua autonomia. Nestes
casos não seria a produção, mas a reprodução de um conhecimento
anteriormente adquirido, de uma vivência reintegrada na sociedade.
Estimular o cérebro da pessoa idosa é vital para proporcionar uma
reativação da memória, que seria feito através de jogos, danças, tarefas que
produzam prazer, conseguindo ao mesmo tempo minimizar perdas cognitivas e
tornar mais prazerosa as atividades sociais.
Na velhice, iniciada aos 60 anos, conforme a Organização Mundial de
Saúde (OMS), o sujeito depara-se com inúmeras perdas tanto biológicas como
sociais. As perdas biológicas se dão em todo o corpo, inclusive no
metabolismo, que se torna mais lento havendo uma diminuição dos impulsos
nervosos. Além destas perdas ainda existem as questões sociais e
psicológicas que podem levar a uma perda da auto-estima e a mudança de seu
papel na família e sociedade.
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Nos últimos anos, cada vez mais os idosos estão se reunindo (o
número de idosos vem subindo em nossa sociedade, graças aos avanços na
medicina e qualidade de vida), estas reuniões chamadas muitas vezes de
“reuniões da melhor idade” surgiram no Rio Grande do Sul a partir de 1980, foi
uma idéia para um trabalho com a terceira idade e com o tempo estes grupos
têm buscado a assessoria de profissionais de diversas áreas, Aí entra a
Psicopedagogia com sua ação reflexiva, que buscou compreender o fenômeno
gerontológico , e congregou conhecimentos e profissionais de diversas áreas,
com o objetivo de compreender, discernir e empreender um trabalho de
mediação e de assessoria aos idosos e aos seus grupos.
Para Visca: “(...) na escola e na comunidade se faz Psicopedagogia, no
sentido de perceber e aceitar como o sujeito é descobrindo como ele age e
interage”, é assim que os Psicopedagogos devem proceder.
3.1.3 – Psicopedagogia Clínica
Nesta modalidade de trabalho o Psicopedagogo é um agente facilitador
do desenvolvimento global de uma criança ou adolescente, feito em sessões,
buscando proporcionar estímulos a um crescimento intelectual e emocional,
fazendo um enquadre para aquele indivíduo e agir com as técnicas
apropriadas para tal.
Este atendimento, segundo Werneck (2008), tem como objetivo
identificar as dificuldades que estão prejudicando o processo de aprendizagem
e oferecer possibilidades de superação. O trabalho estimula o desenvolvimento
intelectual e afetivo, usando devidos recursos pedagógicos como jogos, livros
onde as técnicas serão aplicadas. As práticas Psicopedagógicas coerentes
com as dificuldades.
3.1.4 – Psicopedagogia Hospitalar
Segundo Meleti (2003), a Psicopedagogia Hospitalar, visa uma
melhoria da qualidade de vida do paciente pediátrico. Evidencia uma ação e
29
comprometimento dos profissionais da área de saúde e educação para
proporcionar ao paciente aceitação, auto-estima e garantir que o desejo de
construção da aprendizagem pode acontecer em qualquer lugar. Cabe ao
psicopedagogo mostrar no ambiente hospitalar o que ele pode acrescentar. O
psicopedagogo irá por em ação um questionamento e reflexão de forma
multidisciplinar.
Uma forma de trabalhar com uma criança hospitalizada é com
atividades que envolvam dramatizações, teatros de fantoches, pois tais
atividades irão despertar na criança uma nova forma de elaborar e expressar
seus sentimentos, pois é importante que ela viva o aqui e agora de sua real
condição. As brincadeiras e aceitação irão favorecer um bom vínculo afetivo da
criança com a aprendizagem, principalmente no momento da alta quando irá se
reintegrar ao seu mundo social.
30
CONCLUSÃO
Na pesquisa foi abordada a formação, identidade, atuação assim como
a regulamentação da profissão de Psicopedagogia e como se deu a trajetória
da Psicopedagogia no Brasil e na Argentina.
Foi apresentada a forte influência da Psicopedagogia argentina na
formação do profissional brasileiro, no aporte teórico e na troca de experiências
entre os profissionais destes dois países.
Atentou-se para o fato do esforço que a Associação Brasileira em
Psicopedagogia (ABPp) faz na organização curricular dos cursos em
Especialização em Psicopedagogia, sugerindo que esses tenham uma
preparação teórica e prática adequadas.
Um dos desafios da Psicopedagogia é a busca pela qualidade da
formação do profissional que tem como foco os problemas de aprendizagem.
Acredita-se que por ser uma área interdisciplinar, e recente no Brasil
está em processo de expansão e em busca de outros campos de atuação que
não sejam apenas o escolar e o clínico.
Espera-se que os Psicopedagogos não só estudem a face científica da
pesquisa sobre as áreas multidisciplinares que cabem a este profissional, mas
também trabalhem o manejo do conhecimento em sua própria atuação como
profissional, assim como na troca de experiências com seus pares, para firmar
um compromisso de Classe que se estenda não só na troca de experiências,
mas na luta pelo reconhecimento social e no reconhecimento legal da
profissão.
31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABP Gestão 1991-1992. Construindo a Identidade Brasileira da
Psicopedagogia. Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Vol. 24,
nº 74, 2007, p. 202-204.
BOSSA, Nádia Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da
Prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
____________________. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da
prática. 4ª. ed. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2011.
BOTH A. Fundamentos da Gerontologia. Passo Fundo, Gráfica e Editora
UPF,1994.
FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora, uma leitura
psicopedagógica da mulher, da corporalidade e da Aprendizagem. Porto
Alegre, Artmed, 1994.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo,
Atlas, 2007.
MALUF, Maria Irene. História da Psicopedagogia e da ABPp no Brasil. In
BOMBONATTO Quézia (organização), coordenação do Conselho Nacional,
Diretorias e Coordenadorias Regionais e Diretoria Executiva da Associação
Brasileira de Psicopedagogia. Rio de Janeiro, 2007.
MASINI, Elcie F. Salazano. Formação Profissional em Psicopedagogia:
Embates e Desafios. In: Revista da Psicopedagogia, 2006, vol.23, p. 248-259.
MELETI, MARLI ROSANI. A psicologia no hospital. 2ª ed. São Paulo. Editora
Thompson, 2003
32
MENDES, Mônica Hoehne. Psicopedagogia: uma identidade em construção.
Dissertação de Mestrado. Universidade São Marcos, São Paulo,1998.
NOFFS, Neide de Aquino. O papel Social da Psicopedagogia. Revista
Psicopedagógica. Vol. 19, nº 53, p.43-46, dezembro 2000.
PERES, Maria Regina. Psicopedagogia: Aspectos Históricos e Desafios Atuais.
In revista de Educação. PUC Campinas. Vol. 3 nº5, p. 41-45, novembro 1998.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica: epistemologia Convergente. Porto
Alegre. Artes Médicas, 1987.
____________ A Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1991.
WERNECK. Maria Luiza. Palestra dada no Rio de Janeiro. Ipanema, 2008.
33
WEBGRAFIA
MÜLLER, Marina. Perspectivas de la Pedagogia e el comienzo del Milênio.
Disponível em: http:www.salvador. Edu. Ar/ ua-9pudb01.htm. Acessado em
maio de 2010.
MENDES, Mônica Hochne. Construindo a identidade brasileira da
Psicopedagogia. Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, nº 74,
2007. Disponível em: http://www.abpp.com.br.
www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrD=9
www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrD=22 http://www.universia.com.ar/estudiar/psicopedagogia
34
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Conteúdo de revistas especializadas;
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ANEXO 1
A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
DIRETRIZES BÁSICAS DA FORMAÇÂO DE PSICOPEDAGOGOS NO BRASIL E EIXOS TEMÁTICOS PARA CURSOS DE FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
(Documento revisado para o IV Encontro de Coordenadores de Cursos - 14/10/2006)
A Psicopedagogia é uma área interdisciplinar de conhecimento, atuação e pesquisa, que se insere no campo da Educação e da Saúde e lida com o processo de aprendizagem humana. Sendo assim, recomenda-se aos cursos de formação dos psicopedagogos que se desenvolvam em direção a um espaço transdisciplinar, fruto gradativo de efetivas articulações e integração de diferentes áreas do conhecimento. A ABPp, como órgão representativo dos psicopedagogos, entende que o curso de Psicopedagogia deve visar à formação do psicopedagogo objetivando seu exercício profissional que decorre de um projeto pedagógico de qualidade. Assim, a ABPp recomenda que os projetos de cursos tenham como base o Código de Ética do Psicopedagogo, o Projeto de Lei 3124/97 e estas Diretrizes e Eixos Temáticos.
DIRETRIZES BÁSICAS PARA A FORMAÇÃO:
Perfil do profissional: O psicopedagogo é o profissional habilitado a lidar com os processos de aprendizagem e suas dificuldades junto à criança ou adolescente, ao adulto ou à instituição, estimulando aprendizagens significativas, de acordo com suas possibilidades e interesses. Objetivo do trabalho psicopedagógico: De acordo com o Código de Ética, o trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação inter-profissional ; (ii) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia. Atribuições e competências do psicopedagogo: Com base no Projeto de Lei 3124/97 e nas discussões da Comissão de Regulamentação e Cursos estão previstas as seguintes atribuições e atividades do psicopedagogo, sem prejuízo do exercício das atividades e atribuições pelos profissionais da educação habilitados na forma da lei: 1 – intervenção psicopedagógica no processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo por enfoque o sujeito que aprende em seus vários contextos: da família, da educação ( formal e informal), da empresa, da saúde. 2 – realização de diagnóstico e intervenção psicopedagógica mediante a utilização de instrumentos e técnicas próprios de Psicopedagogia; 3 – utilização de métodos, técnicas e instrumentos psicopedagógicos que tenham por finalidade a pesquisa, a prevenção, a avaliação e a intervenção relacionadas com a aprendizagem; 4 – consultoria e assessoria psicopedagógicas objetivando a identificação, a análise e a intervenção nos problemas do processo de aprendizagem; 5 – supervisão de profissionais em trabalhos teóricos e práticos de Psicopedagogia; 6 – orientação, coordenação e supervisão de cursos de Psicopedagogia; 7 – coordenação de serviços de Psicopedagogia em estabelecimentos públicos e privados; 8 – planejamento, execução e orientação de pesquisas psicopedagógicas. Modalidades de cursos: Considerando a especificidade e complexidade do exercício da Psicopedagogia, bem como o Projeto Lei 3124/97, a formação que vem sendo recomendada pela ABPp é a que se dá em cursos de especialização latu sensu. Este se orienta pelas disposições estabelecidas na Resolução CES/CNE nº 1, de 3 de abril de 2001 e na Portaria n.º.180, de 6 de maio de 2004 do MEC/SESU, relativas aos cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos por instituições de ensino superior ou por instituições especialmente credenciadas para atuarem nesse nível educacional. Entretanto a ABPp estabelece a carga horária mínima de 600 horas (conforme Projeto Lei). Outras modalidades em pós graduação que se referem à pesquisa e formação continuada são as seguintes: Pós-graduação stricto sensu: orienta-se pelas recomendações da CAPES – Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão responsável pela avaliação de cursos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. Mestrado Profissionalizante: orienta-se pala Resolução CNE/CES 80/98. Tem como objetivo formar um pesquisador cujo conhecimento seja utilizado em áreas profissionais de interesse social. Mais recentemente têm surgido cursos em nível de graduação e cursos à distância que estão sendo objeto de estudo pela ABPp. Referente aos cursos de graduação, a ABPp consultou o Parecer do CNE/CES n. 184/2006 que informa a
36
carga horária mínima de cursos de graduação, no qual encontra-se a referência de 4000 h para o curso de Psicologia. Outro documento pesquisado foi a Resolução do CNE/CES n. 1 de 15/05/2006 que prevê 3200 h para cursos de cursos de graduação de Pedagogia. Assim sendo, partir destes estudos preliminares, a ABPp recomenda para cursos de Graduação em Psicopedagogia a carga horária mínima de 3200 horas, sendo possível prever no máximo 20% da carga horária total para atividades não presenciais. Os Cursos a Distância: orientam-se pelo Decreto 5 622 de 19/12/2005. A EAD é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica dos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com professores e estudantes desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. A instituição interessada em oferecer cursos na modalidade EAD precisa pedir credenciamento específico ao SESU, comprovando sua capacidade para este fim. A ABPp entende que, tendo em vista a especificidade e complexidade da formação do psicopedagogo, a modalidade a distância deverá ainda permanecer como alvo de estudo. Áreas de abrangência: O Curso deverá contemplar as atuações do psicopedagogo em diferentes espaços formais e não formais nas dimensões: institucional e clínica, considerando a interdependência das mesmas e a unicidade da atuação profissional. EIXOS TEMÁTICOS Os projetos pedagógicos dos cursos deverão ser organizados tendo como referência um repertório de informações e habilidades composto pela pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos e, como norteadores, os seguintes eixos temáticos:
• A ESPECIFICIDADE E A CONCEITUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA
• Contextualização da Psicopedagogia: histórico, objeto de estudo, âmbitos de atuação, interfaces com outras áreas.
• Ética no trabalho psicopedagógico.
• Metodologia científica e produção do conhecimento.
• Filosofia das Ciências: bases epistemológicas da psicopedagogia.
• Sociologia: cultura, sociedade e ideologia, pensamento contemporâneo.
• PSICOPEDAGOGIA E AS ÁREAS DE CONHECIMENTO
• Desenvolvimento sócio-afetivo e implicações na aprendizagem
• Desenvolvimento cognitivo, aquisição de conhecimento e habilidades intelectuais.
• Desenvolvimento psicomotor e implicações na aprendizagem.
• Constituição do sujeito do conhecimento e da aprendizagem (natureza e cultura).
• Aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita
• Processos de pensamento lógico-matemático
• Aprendizagem e contextos sociais: família, escola, comunidade, organizações.
• DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
• Fundamentos teóricos do atendimento psicopedagógico
• Avaliação psicopedagógica da aprendizagem individual e grupal com utilização de instrumentos próprios da Psicopedagogia.
• Intervenção psicopedagógica em diferentes contextos de aprendizagem.
ARTICULAÇÕES Os conteúdos dos eixos temáticos se articulam e se integram por meio da realização de pesquisa e de estágios supervisionados, culminando com a elaboração e apresentação de uma monografia ou trabalho final de curso.
• Pesquisa em Psicopedagogia
• Estágio supervisionado clínico e institucional
• Trabalho de conclusão de curso articulando teoria e prática
Recomenda-se a realização de Seminários Integradores com o objetivo de articular, sintetizar e ampliar as disciplinas desenvolvidas em cada eixo temático, possibilitando o desenvolvimento de uma consciência interdisciplinar. ORGANIZAÇÃO DO CURSO 1. COORDENAÇÃO A Coordenação do Curso de qualquer modalidade deverá ser feita por profissional com formação em Psicopedagogia. Caso contrário deverá receber constante assessoria na área psicopedagógica. 2. CORPO DOCENTE O corpo docente deverá ser composto por 70% de psicopedagogos, com vistas a proporcionar modelos de identificação. A maioria dos professores deverá ter experiência prática e de pesquisa psicopedagógica.
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Consideram-se imprescindíveis as reuniões de integração entre os professores para contemplar a necessária articulação entre os diferentes eixos temáticos. O Artigo 9o da Resolução no 1 de abril de 2001 CNE deverá ser respeitado em sua íntegra. 3. SELEÇÃO DE CANDIDATOS AO CURSO Os candidatos aos Cursos deverão se submeter a uma seleção. Sugere-se:
• Análise de currículo;
• Entrevista individual ou coletiva;
• Carta de intenções/exposição de motivos;
• Prova escrita;
• Experiência profissional;
4. CARGA HORÁRIA - Os cursos de pós-graduação lato-sensu têm sua carga horária mínima prevista na Resolução 01/2001 CNE. Entretanto, observando-se a especificidade e complexidade da formação e especialização do psicopedagogo, recomenda-se que a carga horária mínima do curso seja de 600 horas presenciais, com 75%de aulas teóricas e 25% de estágios supervisionados. - Os cursos de graduação com 3200 horas de atividades acadêmicas efetivas (em estudo). - Os cursos de pós-graduação stricto sensu e Mestrado Profissionalizante devem respeitar legislação própria. - Os cursos à distância, desde que autorizados pelo MEC, devem compor sua carga horária com pelo menos 20% de atividades presenciais (em estudo). 5. ESTÁGIO SUPERVISIONADO Para a formação do psicopedagogo é indispensável a realização de estágio supervisionado, entendido como componente obrigatório que propicia o exercício direto in loco. Para tanto deverá ser realizado em diferentes espaços formais e não formais nas áreas clínica e institucional. Na área clínica deverá ser previsto tempo suficiente para a realização de diagnóstico e intervenção e na área institucional para diagnóstico com proposição de plano de intervenção. Por ser o momento do estágio extremamente importante, é essencial que a instituição disponibilize os espaços para sua efetivação, por meio de convênios e parcerias. Deverá contar com o acompanhamento de um professor supervisor com experiência comprovada na área da psicopedagogia, conduzindo diretamente as atividades. A elaboração de registros próprios, de prontuários e de relatórios deverá fazer parte da rotina do estagiário. 6. TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO De acordo com o artigo 10 da Resolução 01/2001 CNE, os alunos deverão realizar trabalho que demonstre domínio do objeto de estudo, autoria de pensamento e capacidade de expressar-se clara e objetivamente sobre ele. Recomenda-se apresentação pública dos Trabalhos de Conclusão de Curso, a fim de legitimar perante a comunidade acadêmica a construção do conhecimento psicopedagógico. As horas despendidas na elaboração da monografia não são contadas no total de horas do curso. 7. FORMAÇÃO PESSOAL O Curso deverá oportunizar experiências para que os alunos compreendam as suas próprias modalidades de aprendizagem. A Coordenação e/ou Colegiado deverá aconselhar avaliação e/ou atendimento psicoterapêutico, psicopedagógico, neurológico e outros, sempre que for necessário. 8. FORMAÇÃO CONTINUADA: Recomendam-se cursos de extensão e aperfeiçoamento para a formação continuada dos psicopedagogos, a atualização constante do profissional em cursos, eventos, supervisão e grupos de estudo.. Aconselha-se a busca sistemática de supervisão com psicopedagogos e/ou com outros profissionais. 9. AVALIAÇÃO DO ALUNO: A Avaliação do aluno deverá ser contínua, abrangente, feita pelo professor e/ou Colegiado. A Instituição deverá prever critérios de manutenção e desligamento do aluno do curso. 10. AVALIAÇÃO DO CURSO: O curso deverá ser avaliado permanentemente pela Coordenação, professores e alunos já que, pela sua natureza, requer revisão e atualização constante. 11. RELAÇÃO COM O ÓRGÃO DE CLASSE A Instituição que promove Cursos de Formação de Psicopedagogos deverá associar-se a ABPp, manter seu cadastro atualizado e informar aos alunos sobre o órgão de classe.
São Paulo, 14 de outubro de 2006. Comissão de Regulamentação e de Cursos/ ABPp
Autoria : Débora Silva C. Pereira (BA); Evelise Maria Labatut Portilho (PR); Júlia Eugenia Gonçalves (MG); Maria Angélica Moreira Rocha (BA); Mônica Hoehne Mendes (SP); Sonia Maria Colli de Souza (SP); Sonia Maria G. de Sá Kuster (PR); Sonia Maria Pallaoro Moojen (RS). Coordenação: Marisa Irene Siqueira Castanho (SP); Neide de Aquino Noffs (SP.)
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
PSICOPEDAGOGIA,UMA
RETROSPECTIVA HISTÓRICA 10
CAPÍTULO II
ATUALMENTE COMO SE DÁ A FORMAÇÃO
E A ATUAÇÃO DOS PSICOPEDAGOGOS NO
BRASIL E NA ARGENTINA 16
2.1 – Código de Ética da APPp Elaborado pelo
Conselho Nacional do Biênio 91/92 e Reformulado
pelo Conselho Nacional e Nato 95/96 17
2.1.1 – Capítulo I – Dos Princípios 17
2.1.2 – Capítulo II - Das responsabilidades
dos psicopedagogos 18
2.1.3 – Capítulo III – Das relações com
outras profissões 19
2.1.4 – Capítulo IV – Do sigilo 19
2.1.5 – Capítulo V – Das publicações Científicas 20
2.1.6 – Capítulo VI – Da publicidade Profissional 20
2.1.7 – Capítulo VII – Dos honorários 21
2.1.8 – Capítulo VIII – Das relações com saúde
e educação 21
39
2.1.9 – Capítulo IX – Da observância e cumprimento
do código de ética 21
2.1.10 – Capítulo X – Das disposições gerais 22
2.2 – Na prática, o que faz hoje um psicopedagogo?
Como ele trabalha? O que é ser psicopedagogo
no Brasil? 23
CAPÍTULO III
A IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO NO BRASIL 25
3.1 – Os campos de atuação do psicopedagogo 27
3.1.1 – Psicopedagogia Institucional 27
3.1.2 – Psicopedagogia atuando
com a terceira idade 27
3.1.3 – Psicopedagogia Clínica 28
3.1.4 – Psicopedagogia Hospitalar 28
CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31 WEBRAFIA 33 ANEXOS 35 ÍNDICE 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Nome do orientador:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: