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 Baixar o anexo original B Direito Penal “Sursi”  Arts. 77ª 82, do CP. Arts. 156 a 163, da LEP. Arts. 696 a 709, do CPP.  A palavra “sursi” significa suspensão condicional da pena.  “Sursi” – Sistema Belga-Francês, o juiz a plica uma pena e na mesma sentença estabelece o “sursi” que é a suspensão parcial da pena.  O “sursi” suspende parcialmente a execução da pena, embora o réu não irá ser preso ele terá que cumprir uma restritiva de direitos.  Antigamente o “sursi” suspendia tudo e o réu não tinha que fazer nada.  Depois de o réu comparecer a uma audiência chamada “admonitória” que o juiz marca, onde ele terá a explicação de como será a suspensão de sua pena, bem como as condições que ele deverá cumprir, terá ele o direito de escolher a suspensão ou ser preso, a partir daqui começa contar o período de prova.  Requisitos da suspensão da pena:  Art. 77, do CP - A pena poderá ser suspensa por 2 a 4 anos.

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Baixar o anexo originalB

Direito Penal

“Sursi”

 

Arts. 77ª 82, do CP.

Arts. 156 a 163, da LEP.

Arts. 696 a 709, do CPP.

 

A palavra “sursi” significa suspensão condicional da pena.

 

“Sursi” – Sistema Belga-Francês, o juiz aplica uma pena e na mesma sentença estabelece o“sursi” que é a suspensão parcial da pena.

 

O “sursi” suspende parcialmente a execução da pena, embora o réu não irá ser preso eleterá que cumprir uma restritiva de direitos.

 

Antigamente o “sursi” suspendia tudo e o réu não tinha que fazer nada.

 

Depois de o réu comparecer a uma audiência chamada “admonitória” que o juiz marca,onde ele terá a explicação de como será a suspensão de sua pena, bem como as condiçõesque ele deverá cumprir, terá ele o direito de escolher a suspensão ou ser preso, a partir

daqui começa contar o período de prova.

 

Requisitos da suspensão da pena:

 

Art. 77, do CP - A pena poderá ser suspensa por 2 a 4 anos.

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 Todas as penas privativas de liberdade admitem o sursi, desde que obedeçam as condiçõeslegais:

 

A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos.

 

I – o condenado não seja reincidente em crime doloso.

 

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bemcomo os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício.

 

III – não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

 

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede concessão do benefício.

 

Sursi Etário/ Saúde

 

§ 2º - Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos poderá ser suspensa por 4 a 6 anosdesde que o condenado seja maior que 70 anos na data da sentença ou razões de saúdeque justifiquem a suspensão.

Art. 77 – Requisitos da suspensão da pena (sursis)

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderáser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bemcomo os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

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§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá sersuspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos deidade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

A suspensão condicional da pena surge como proposta do legislador ao autor de crimes

menos lesivos, para que não seja ele submetido ao rigor e às agruras de um regimeprisional, desde que cumpra determinadas restrições, diversas daquela decorrente daprivação da liberdade.

À luz do artigo 157 da Lei de Execuções Penais, resulta nula a sentença que não enfrenta apossibilidade da concessão ou não do “sursis” ao condenado.

O “sursis” só será cabível quando (critérios cumulativos):

a) A pena privativa de liberdade for cominada na sentença em quantidade igual ou inferiora 2 anos;

b) O condenado não for reincidente em crime doloso – Uma condenação anterior porcontravenção não impede a concessão do benefício (já que a lei exige a reincidência emcrime), tampouco a condenação por crime em que já tenha transcorrido o período de prova

de 5 anos;

c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social do condenado, assim como osmotivos e as circunstâncias do crime demonstrem a necessidade e a suficiência da medida.

d) A impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva dedireitos.

O “sursis” etário tem um limite máximo de condenação mais amplo, quatro anos, sendopassível de concessão ao septuagenário ou àquele cujas condições de saúde recomendema suspensão.

 

Art. 78, do CP – O condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condiçõesestabelecidas pelo juiz.

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§ 1º - No 1º ano deverá prestar serviços à comunidade ou limitação de fim de semana.

 

Sursi Especial

 

§ 2º - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo e se ascondições do art. 59 lhe forem favoráveis, poderá substituir a exigência do §1º por taiscondições, aplicadas cumulativamente:

 

a) proibição de freqüentar determinados lugares.

 

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização.

 

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo mensalmente.

O dispositivo apresenta as condições legais para a suspensão, que são oponíveis aocondenado no primeiro ano de prova.

O §1.º contém a hipótese que se denomina “sursis” simples.

O §2.º apresenta um “sursis” especial, mais brando, cabível ao condenado que reparou odano, quando possível, e que apresenta as circunstâncias do artigo 59 do Código Penalcomo favoráveis.

As hipóteses das alienas “a” a “c” do §2.º devem ser aplicadas cumulativamente 

Art. 79, do CP –

 

A sentença poderá especificar outras condições à que fica subordinada a suspensão, desdeque adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

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O artigo 79 do Código Penal dá ao Juízo margem de discricionariedade para estabeleceroutras condições à suspensão, diversas daquelas já definidas em lei, desde que semostrem adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

A ausência de descrição legal pelo legislador fez com que fossem designadas comocondições judiciais.

Art. 80, do CP - A suspensão da pena não se estende às penas restritivas de direitos nem àmulta.

A suspensão da pena é incabível nas hipóteses em que convertida a pena privativa deliberdade em restritiva de direitos, também não sendo possível esta suspensão em face da

pena de multa. 

Revogação Obrigatória

 

Art. 81, do CP – A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

 

I – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso.

 

II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano.

 

III – descumpre, sem justificativa, a condição do §1º do art. 78.

 

Revogação Facultativa

 

§1º - O juiz escolhe se quer revogar a suspensão se o condenado descumpre qualqueroutra condição imposta ou é condenado irrecorrivelmente por crime culposo oucontravenção a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

 

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Prorrogação do período de prova

 

§2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

 

§3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar operíodo de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

Inciso I – A condenação irrecorrível por crime doloso é causa à revogação obrigatória dasuspensão da pena.

Contudo, da condenação definitiva que resulta apenas em pena de multa, ainda que pelaprática de crime doloso, não se cogita a revogação da suspensão, porquanto a pena demulta não impede a concessão deste benefício.

Ex: “Sursis” – Revogação – Condenação a pena de multa por crime doloso durante operíodo de prova – Impossibilidade – “Embora a condenação por crime doloso durante oprazo do sursis seja, em tese, causa de sua revogação, tendo sido aplicada somente a pena

de multa, não há porque se operar o cancelamento do benefício, já que mesmo antes doperíodo de prova a condenação à reprimenda pecuniária não impede sua concessão”(TACRIM-SP – RA 1.017.373 – Rel. Evaristo dos Santos).

Inciso II – A frustração da pena de multa não é apenas sua falta de pagamento. Já que talhipótese deve resultar na execução do crédito como dívida de valor, na forma do artigo 51do Código Penal.

Com efeito, a frustração se configura quando o condenado, sendo solvente, cria obstáculosinjustificados ao cumprimento da pena, daí é de se cogitar a revogação obrigatória dasuspensão.

Inciso III - O descumprimento da prestação de serviços à comunidade ou da limitação definal de semana (artigo 78, § 1.º, do Código Penal) também resultam suficientes para arevogação obrigatória do benefício.

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A revogação será facultativa no descumprimento das demais condições ou se lhesobrevém condenação irrecorrível por crime culposo ou por contravenção (na hipótese decondenação por crime doloso a revogação será obrigatória).

§ 2.º - O trâmite de processo por crime ou contravenção prorroga o período de prova até adata do julgamento definitivo daquele.

§ 3.º - É dispositivo que trata de um efeito da revogação facultativa, quando ela não fordeferida o período de prova é prorrogado até o máximo, se este não foi o tempo fixado.

 

Cumprimento das condições

 

Art. 82, do CP – Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta apena privativa de liberdade.

O decurso do prazo sem revogação da suspensão premia o condenado com a extinção dapena privativa de liberdade. O critério, neste caso, é objetivo e dispensa ato formal do Juízo. Basta restar implantado o período probatório para que a pena reste automaticamenteextinta, sem a necessidade de decisão judicial neste sentido.

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- suspensão condicional da pena (“sursis”): o réu é condenado a PPL e, por estarempresentes os requisitos legais, o juiz suspende essa pena, submetendo o sentenciado a umperíodo de prova, no qual o mesmo deve observar certas condições; como existecondenação, caso o sujeito venha a cometer novo crime, será considerado reincidente.

- suspensão condicional do processo (“sursis processual”): criada pelo art. 89 da Lei n°9.099/95; o agente é acusado da prática de infração penal cuja pena mínima não exceda aum ano e desde que não esteja sendo processado, que não tenha condenação anterior poroutro crime e que estejam presentes os demais requisitos que autorizam o “sursis”

(art. 77), deverá o MP fazer uma proposta de suspensão do processo, por prazo de 2 a 4anos, no qual o réu deve submeter-se a algumas condições: reparação do dano, salvo

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impossibilidade de fazê-lo; proibição de freqüentar determinados locais; proibição deausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz e comparecimento mensal e

obrigatório a juízo, para informar e justificar suas atividades; assim, após a elaboração daproposta pelo MP, o juiz deve intimar o réu para que se manifeste acerca dela (juntamentecom seu defensor), e, se ambos a aceitarem, será ela submetida à homologação judicial;

feita a homologação, entrará o réu em período de prova e, ao final, caso não tenhahavido revogação, decretará o juiz à extinção da punibilidade do agente; dessa forma,decretada a extinção da punibilidade, caso o sujeito venha a cometer novo crime, não seráconsiderado reincidente.

 

28/02/2012

 “Sursi”

 

- Hediondos (8072/90)

 

Caso haja a possibilidade de aplicar o “sursi”, é possível ter o “sursi” mesmo se tratandode crime hediondo.

A Lei dos Crimes Hediondos (8.072/90) não proíbe a suspensão condicional da pena de umcondenado. O sursis pode ser aplicado desde que ele preencha os requisitos do artigo 77do Código Penal, que dispõe sobre a suspensão da pena.

Com esse entendimento, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal concedeu HabeasCorpus, nesta terça-feira (14/9), a um professor de educação física acusado de tráfico dedrogas. O caso volta à Justiça de primeira instância, que vai examinar se o professor reúne

as condições para ser beneficiado com o sursis.

A decisão, tomada por unanimidade, modifica o entendimento que dominou o Supremo atéentão: de que não cabe suspensão da pena nos crimes considerados hediondos.

O relator da matéria, ministro Marco Aurélio, entendeu que "a Lei 8.072/90 não contém

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nenhuma norma explícita que exclua a possibilidade de aplicação do sursis, não sepodendo extrair a conclusão de sua incompatibilidade em face da mera aposição daetiqueta hediondo num determinado tipo penal".

Em seu voto, que conduziu o julgamento da questão, Marco Aurélio afirmou que a Leis dos

Crimes Hediondos não vedou a suspensão da pena "de modo algum, não competindo ao juiz criar restrições onde o legislador não previu".

O ministro ressaltou que não é razoável que o réu condenado por crime hediondo tenha odireito de exigir, sempre, a concessão do sursis. Mas, ao mesmo tempo, não se pode negaresse benefício sistematicamente.

 

- Drogas (11343/2006) 

Mesmo que a pessoa se enquadre nos requisitos para o “sursi”, não é possível a aplicaçãodo “sursi”.

Como é sabido, a nova lei de drogas (Lei n° 11.343/2006), diferentemente da lei anterior(Lei n° 6.368/76), proibiu, expressa e terminantemente, quanto ao crime de tráfico eequiparados, a substituição da pena de prisão por pena restritiva de direito, além de

considerá-los inafiançáveis e insusceptíveis de sursis, graça, indulto etc

 

- LCP (Decreto - Lei 3688/41)

Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquerato capaz de produzir pânico ou tumulto:

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

 

É possível “sursi”, mas o período de prova é contado de forma diferente.

 

- Ambientais (9605/98)

 

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É possível “sursi” em relação aos crimes ambientais, mas para as penas privativas deliberdades até 3 anos.

No que se refere ao instituto criado pelo art. 89, da

Lei 9.099/95, dispôs, em seu art. 28, que a aplicação se dá quanto

aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei.

Não dispõe, em nenhum de seus artigos, sobre uma

definição própria de infrações de menor potencial ofensivo, o que

induz à conclusão de que somente será possível, quando se tratar

de crime cuja pena máxima não seja superior a 1 (um) ano, consoante a exata dicção doart. 61, da Lei dos Juizados Especiais.

Há, evidentemente, conflito com as disposições da

mencionada Lei nº 9.099/95, onde de forma mais abrangente se

admite a suspensão condicional do processo, vez que aplicável a

quem esteja sujeito à pena mínima inferior ou igual a 1 (um) ano.

Mas a redação do “caput”, do art. 28, empresta tratamento diverso, o que é possível em

face de se tratarem ambos os diplomasde leis infra-constitucionais da mesma hierarquia. Sendo a regra

estabelecida pela Lei 9.605/98 posterior, e além disso específica,

prevalece sobre a norma geral insculpida na Lei dos Juizados Especiais.

Em assim sendo, somente admitem o instituto, os

crimes previstos no art. 29, “caput”, e § 1º, incisos I a III, art. 31,

art. 32, “caput” e § 1º (inseridos no capítulo V, que trata dos crimes contra o meioambiente, seção I - crimes contra a fauna),

art. 44, art. 46, “caput” e p. único, art. 48, art. 49 e p. único, art.

50, , art. 51 e art. 52, observada a incidência do contido no art. 53

(inseridos no capítulo V, que trata dos crimes contra o meio ambiente, seção II - crimescontra a flora), art. 54, § 1º, art. 55, “ca-3

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put” e p. único, art. 56, 3º, art. 60, tendo-se presente a análise do

contido no art. 58, incisos e p. único (inseridos no capítulo V, que

trata dos crimes contra o meio ambiente, seção III - da poluição e

outros crimes ambientais), art. 62, p. único, art. 64, art. 65, “caput” e p. único (inseridos no

capítulo V, que trata dos crimes contra o meio ambiente, seção IV - crimes contra oordenamento

urbano e patrimônio cultural), art. 67, p. único e, art. 68, p. único (inseridos no capítulo V,que trata dos crimes contra o meio

ambiente, seção V - crimes contra a administração ambiental).

Ademais, outra inovação importante se verifica como

acréscimo às regras da suspensão condicional do processo, tendo elas relação com adeclaração de extinção da punibilidade,

prevista no § 5º, do art. 89, da Lei 9.099/95.

Exige, para que possa ser declarada, a existência de

laudo de constatação de reparação de dano ambiental, a não ser

que se demonstre a impossibilidade de fazê-lo (art. 28, inciso I).

Existente a perspectiva de se exigir a reparação,

demonstrado que não tenha ela sido completa, deve se dar a

prorrogação do lapso de suspensão, até o máximo de 4 (quatro)

anos, aos quais se acresce mais 1 (um) ano, sem que se verifique

a suspensão do lapso prescricional (art. 28, inciso II).

Durante a prorrogação não se exigirá o cumprimento

das demais condições aplicadas (art. 28, III), sendo obrigatória

nova vistoria para a observância da efetiva implementação da reparação do dano

ambiental, permitida nova prorrogação, respeitado o período de tempo mencionado (art.28, IV).

Verificado o término da prorrogação, obrigatoriamente se deverá ter como reparado o danoambiental (art. 28, V)

e, muito embora não haja expressa manifestação no texto legal, a

constatação de que o mesmo não ocorreu, determinará a continuidade da ação penal

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Livramento Condicional

 

Arts. 83 a 90, do CP.

Arts. 131 a 146, da LEP.

Arts. 710 a 733, do CPP.

 

O Livramento Condicional é a última etapa da execução da pena.

 

A pessoa cumpri uma parte da pena e depois condicionadamente fica durante certo tempo

em observação. 

Requisitos do Livramento Condicional

 

Art. 83, do CP -

 

O juiz poderá conceder o livramento ao condenado a pena privativa de liberdade igual ousuperior a 2 anos, cumprido alguns requisitos.

 

I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crimedoloso e tiver bons antecedentes.

 

II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso.

 

III – comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bomdesempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistênciamediante trabalho honesto.

 

IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração.

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V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se oapenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Por exemplo: cometer qualquer um destes crimes duas vezes (hediondo e tortura etc.,

exceto no caso de tráfico de drogas, pois para impedir o livramento em relação a drogasterá que ser reincidente específico em tráfico de drogas).

OBS.: terá direito ao livramento quando cometer qualquer um destes crimes com tráfico.

 

Parágrafo Único – para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou graveameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação decondições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

O livramento condicional consiste numa liberdade antecipada do apenado, que é concedidade modo precário e exige o cumprimento de determinadas exigências previamenteestabelecidas.

Embora se possa concluir textualmente que o livramento condicional se trata de umafaculdade cabível ao apenado, pois a lei fala que o “juiz poderá” concedê-lo, oentendimento corrente é no sentido que ele não decorre de ato judicial discricionário,sendo obrigatória tal benesse quando verificados os requisitos do artigo 83 do Código

Penal.

São divididos doutrinariamente em requisitos objetivos e subjetivos. Aqueles sãoreferentes ao período de pena já cumprido, à natureza do delito, à quantidade de pena e àexigência de reparação do dano (incisos I, II, IV e V), os de caráter subjetivo, de outro lado,são os relacionados à pessoa do condenado, assim como ao seu comportamento carcerário(inciso III e parágrafo único do artigo 83 do Código penal).

 

Soma de penas

 

Art. 84, do CP - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se paraefeito do livramento.

 

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Por exemplo: podem ser vários processos e quando pega cada um individualmente a somanão tem o mínimo para conseguir o livramento e somando todos os processos consegue os2 anos para o livramento, então o juiz poderá fazer isto.

Para a concessão do livramento as penas de crimes diversos devem ser somadas. Oresultado da soma das penas resultará na base de cálculo para o cálculo da concessão do

livramento condicional.Especificações das condições

 

Art. 85, do CP –

 

A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

As condições do livramento, a serem definidos em sentença, estão disciplinadas no artigo

131 e seguintes da Lei de Execução Penal, sendo algumas obrigatórias (as legais) e outrasfacultativas (que podem ser fixadas a critério do Juízo).

As condições obrigatórias, ou legais, consistem na obrigação de ocupação lícita em tempohábil, se tiver apto para o trabalho; comunicação periódica de suas ocupações ao Juízo; enão mudar de Comarca sem autorização judicial (§1.º do artigo 132 da LEP).

As facultativas, ou judiciais, a serem fixadas pelo juízo, são diversas daquelas previstascomo obrigatórias. Como exemplo, tem-se a comunicação ao Juízo da sua mudança deendereço, recolhimento noturno, a proibição de frequentar determinados lugares etc.

 

Revogação do Livramento

 

Art. 86, do CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a penaprivativa de liberdade, em sentença irrecorrível:

 

I – por crime cometido durante a vigência do benefício.

 

O liberado está em um livramento de 5 anos, no 3º ano de cumprimento comete um novo

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crime, então é desconsiderado este tempo de livramento que foi cumprido e ele cumpriráos 5 anos novamente (sem direito a livramento) mais os anos do novo crime (com direitode livramento).

 

II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84.

 

O liberado está em um livramento de 5 anos, no 3º ano de cumprimento sobrevém umacondenação de crime anterior de mais 5 anos, o liberado cumprirá mais 5 anos do crimeanterior e mais 2 anos do que falta do período de prova do crime atual (neste caso, aspenas poderão ser somadas e concedido um novo livramento).

 

O período de prova do liberado condicional é o resto, o saldo da pena que falta para

cumprir.O descumprimento das condições do livramento é causa suficiente à revogação dobenefício. O artigo 86 do Código Penal destaca hipóteses em que a revogação de talbenefício é obrigatória.

O crime cometido no curso do período de prova enseja a revogação do livramento e acontinuidade o cumprimento da pena anterior ao benefício revogado.

O apenado também terá revogado seu benefício se condenado por crime cometido antesda concessão do livramento. Nesta hipótese, contudo, o período de pena cumprido duranteo livramento será aproveitado.

Em ambas as hipóteses, contudo, só se revoga o benefício se a pena cominada nacondenação superveniente for privativa de liberdade, a cominação isolada por pena demulta não autoriza a revogação do livramento.

A transgressão de uma das condições do livramento condicional autoriza a suspensão dobenefício e o recolhimento do liberado. A revogação, conduto, depende do trânsito em julgado da sentença condenatória, já que resulta no cumprimento integral da penaprivativa de liberdade. O período de prova do livramento, neste caso, vai prorrogado até o julgamento definitivo pelo fato novo.

 

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05/03/2012 - continuação

 

Revogação Facultativa

 

Art. 87, do CP

 

O juiz poderá optar revogar, caso o liberado descumprir qualquer obrigação estabelecidana sentença ou for condenado irrecorrivelmente por crime ou contravenção a pena que nãoseja privativa de liberdade.

 

Neste caso, não vai descontar o tempo que esteve em liberdade e não poderá serconcedido um novo livramento ao liberado.

 

O artigo 87 do Código Penal destaca situações em que a revogação do benefício poderá serrevogada, a critério do Juiz. Nas hipóteses do artigo 86 a revogação é obrigatória.

São elas o descumprimento das condições do livramento, que foram fixadas na sentença e

a condenação por crime ou contravenção que não resulta em privação da liberdade.

Obs: O artigo 145 da Lei de Execuções Penais prevê a hipótese de suspensão dolivramento condicional. Embora, de fato, se afigure semelhante à revogação, por implicarno recolhimento do apenas, ela fica no aguardo da decisão sobre o novo fato praticado.

Efeitos da Revogação

 

Art. 88, do CP

 

Revogado o livramento não poderá ser novamente concedido e não se desconta na pena otempo em que esteve solto, salvo quando a revogação resulta de condenação por outrocrime anterior àquele benefício.

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A revogação do livramento condicional impõe o retorno ao cumprimento da pena em queconcedida. Além disso, ela impede:

a) A concessão de um novo livramento a partir da pena em cumprimento; e

b) O aproveitamento, na pena já executada, do período em que esteve solto, salvo quandoa condenação superveniente for por crime anterior, já que, neste caso, a revogação não sedeu por descumprimento das condições do benefício.

Extinção

Art. 89, do CP

 

O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença emprocesso a que responde por crime cometido na vigência do livramento.

A disciplina do dispositivo em questão impede a extinção da pena do liberado quandoprocessado por crime cometido no curso do livramento. Quando processado porcontravenção posterior não há, ex vi legis, óbice à extinção da pena.

De outro lado, decorrido o prazo do livramento é de se considerar cumpridas suascondições, prorrogando-se, segundo a doutrina, o período de prova. Isso até o trânsito em julgado da sentença condenatória.

 

Art. 90, do CP

 

Se não houver revogação do benefício até o seu término, considera-se extinta a penaprivativa de liberdade.

Aqui a norma disciplina o livramento condicional cumprido satisfatoriamente pelo liberado,sem qualquer incidente que tenha determinado a revogação do benefício em seu curso.

 

Efeitos da Condenação

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Pena Imputáveis condenado

Sanção

Med. Segurança semi – imputável condenado

 

Os efeitos das condenações podem ser considerados principais ou secundários.

 

Efeito principal: pena/ medida de segurança

 

Efeitos secundários/ reflexos:

 

- Penal:

 

Artigos 63, 81, 86, 95, 110 “caput”, 117 VI, 155 §2º, 170, 17 §1º, 180 §3º, 138 §3º I e III,doCP, 25 LCP, 76 §2º I, 89 “caput”, 9099/95

 

- Extra penal:

 

* Civis: Obrigação indenizar dano causado (art. 91, I, do CP)

Confisco (art. 91, II, do CP)

Incapacidade do pátrio poder (art. 92, II, do CP)

Revogação das Doações (art. 557, do CC)

Sucessão (art. 1814, do CC)

Deserdação (art. 1962 e 1963, do CC)

 

* Administrativos: Perda de cargo ou função pública (art. 92, I, do CP)

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Inabilitação para dirigir veículo (art. 92, III, do CP)

 

* Políticos: Perda de mandato eletivo (art. 92, I, do CP)

Suspensão de direitos políticos enquanto durar efeitos da condenação

(art. 15, III, da CF)

 

* Trabalhistas: Rescisão de contrato de trabalho por justa causa (art. 482, da CLT)

 

06/03/2012 

Efeitos Genéricos e Específicos

 

Art. 91, do CP

 

Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, mesmo que o juiz não coloque na sentençaeles terão que ser cumpridos.

Os efeitos da sentença penal condenatória extrapolam o status libertatis do condenado,alterando também as relações jurídicas estabelecidas no âmbito civil. O Capítulo VI doVolume 1 do Código Penal delimita o alcance civil da condenação criminal, mas não oesgota, pois a legislação ordinária também pode estabelecer outros efeitos.

O artigo 91 trata dos efeitos genéricos da condenação, ditos assim porque todas ascondenações criminais os contêm.

O primeiro efeito é a obrigação de reparar o dano, condito no inciso I do artigo emquestão, assim como no inciso II do artigo 475-N do Código de Processo Civil. Taldispositivo encerra salutar medida de economia processual, pois livra a vítima e/ou seussucessores da obrigação de buscarem, na esfera civil, um novo reconhecimento do deverdo condenado de indenizar o ilícito praticado.

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Sem embargo ao reconhecimento dessa obrigação, para que ela se torne líquida contra ocondenado, deve ser fixado ainda o valor do dano, em procedimento próprio de liquidaçãode sentença.

O inciso II do artigo 91 do Código Penal trata do confisco dos instrumentos do crime, já queresulta na perda de bens do condenado em favor do Estado.

Os bens passíveis de confisco são os instrumentos do crime, quando seu fabrico,alienação, uso, porte ou detenção constitua fato criminoso.

São também passíveis de apropriação pela União o produto do crime ou qualquer bem de

valor, incluindo-se aí eventual vantagem pecuniária, obtida pelo autor do fato criminoso.

Contudo, a perda dos bens não pode resultar em prejuízo contra o lesado ou o terceiro deboa-fé.

Por fim, inexistindo restrição legal à incidência do confisco destes bens, compreende-seque esta medida prescinde manifestação do Juízo, operando-se automaticamente, por força

de lei. 

Art. 92, do CP

 

Os efeitos específicos deverão ser motivadamente determinados pelo juiz na sentença paraserem cumpridos.

Esses efeitos extrapenais não se operam automaticamente. Por força do parágrafo único doartigo em questão, eles devem ser declarados pelo Juiz na sentença, de modofundamentado. No mais, sua imposição deve observar a relação entre o dever funcional,familiar e/ou legal violado e o delito praticado, assim como o alcance da responsabilidadedo autor, da sua culpabilidade, da extensão do dano etc...

- Inciso I, “a” – A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo pode ser imposta

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quando condenado o réu a pena privativa de liberdade igual ou superior a um ano e odelito for praticado com abuso do poder ou violação do dever para com a administraçãopública.

- Inciso I, “b” – Quando aplicada a pena privativa de liberdade superior a quatro anos, a

perda do cargo, função pública ou mandato pode ser declarada independentemente de ofato conter abuso do poder ou violação do dever para com a administração pública.

- Inciso II – A incapacidade para o exercício do pátrio-poder (a partir do novo Código Civildesigna-se poder familiar), tutela ou curatela, deve resultar da incompatibilidade de talmunus, tendo em conta a natureza do fato praticado contra a vítima. Destacam-se, entreoutros, os casos de estupro, favorecimento à prostituição etc...

Pode ser imposta nos crimes dolosos, em que a pena cominada é a de reclusão, excluindo-se as hipóteses de crimes culposos e as com sanções mais brandas (ex. detenção).

Obs: O legislador penal não arrolou, entre as hipóteses de incapacidade do inciso II doartigo 92 do Código Penal, a relação jurídica decorrente da guarda, ainda que, de fato,trate-se de instituto jurídico muito semelhante ao poder familiar e à tutela.

Poder-se-ia argumentar, a partir de então, que nos casos em que a vítima está sob aguarda do autor do fato, o Juízo não poderia declarar sua inaptidão para o exercício daguarda, justamente pela ausência de previsão legal nesse sentido, ainda que presentes osdemais requisitos para o reconhecimento de tal efeito.

Contudo, deve se ponderar que o objetivo da norma, neste ponto, é o de tutelar ointeresse da vítima, e não do autor, mesmo que em razão da taxatividade da lei penal nãose possa impor restrições não contidas nela.

No mais, é cediço que nosso ordenamento vem se orientando pelo princípio da proteçãointegral à criança e ao adolescente (artigo 3.º da Lei n.º 8.069/90), razão pela qual, nestecaso, é de se compreender que o interesse do menor/vítima prevalece sobre o do autor dofato, impondo-se também, a partir de então, que se reconheça a inaptidão do guardiãopara manter a vítima sob os seus cuidados.

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Assim, compreende-se que o Juiz também pode declarar, na sentença penal condenatória,a incapacidade do autor para o exercício da guarda da vítima, não obstante ausenteprevisão legal para esta hipótese específica.

De outro lado, caso não seja reconhecido na sentença penal tal impedimento, nada obsta

que, em ação própria, junto ao Juizado da Infância e da Juventude, seja formulado pedidoequivalente, justamente em face do interesse preponderante da vítima.

- Inciso III – A inabilitação para dirigir veículo utilizado em crime doloso é medida muitosemelhante à restritiva de direitos prevista no artigo 47, inciso III, do Código Penal,consistente na suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor.

Contudo, difere-se desta por só ser aplicável ao crime doloso em que o veículo é utilizadocomo meio para seu cometimento, perdurando-se a inabilitação até a reabilitação do réu.

 

- Reparação “ex delicto”

A reparação decorrente de um delito, ou seja, por causa de um delito.

 

Art. 91, do CP

 

I – indenização do dano causado pelo crime

 

Art. 186, do CC

927, do CC

935, do CC - Se houver uma condenação criminal haverá reparação de danos, ouseja, esta será usada no juízo cível para reparação de danos.

63, do CPP – Transitado em julgado a sentença condenatória, poderá entrar comuma ação execução no juízo cível para reparação de dano.

64, do CPP – entrar com uma ação ordinária (processo de conhecimento) dereparação de danos.

387, IV, do CPP - O juiz ao proferir sentença condenatória fixará o valor mínimopara reparação de danos causados pela infração.

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Sentença absolutória – art. 386, do CPP

 

- Medida de Segurança – Inimputável (ação ordinária de indenização de reparação de

danos)

 

Se for Condenação Penal (faz coisa julgada):

 

- Poderá propor uma Ação de Execução de indenização de reparação de danos (cível)

 Se for Absolutória Penal (não faz coisa julgada):

 

- Poderá propor uma Ação Ordinária (de conhecimento) de indenização de reparação dedanos no juízo cível.

 

Obs.: Uma absolutória penal faz coisa julgada quando:

 

- For excludente da ilicitude (art. 23, 24, 25, do CP), ou seja, uma pessoa que foi absolvidapor estar agindo em conformidade com a lei. (não há possibilidade de ação ordinária (deconhecimento) de indenização por reparação de danos na esfera civil)

 

- Inexistência material do fato (não há possibilidade de ação ordinária (de conhecimento)

de indenização por reparação de danos na esfera civil) 

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Exceção:

 

Estado de Necessidade

Exemplo: Tício tem um cachorro que está atacando Mévio que corre e causa dano no carro

de Tiburcio. Mesmo estando em estado de necessidade, Mévio terá que reparar o dano nocarro de Tiburcio, porque Tiburcio não era o dono do cachorro e não causou esta situação,poderá entrar com ação de regressão contra Tício.

 

Legítima defesa com “aberratio ictus” (art. 73, do CP)

Exemplo: Mévio tentando reparar a agressão de Tício atinge um terceiro inocente que nãotem nada a ver com a situação, neste caso, considera-se a legítima defesa de Mévio nãorespondendo pelo crime, mas Mévio terá que reparar o dano do terceiro inocente.

 

Avaliação Continuada

26/03/2012 – segunda feira

 

12/03/2012

Lei 9099/95

Art. 74 - Homologação de Composição Civil

 

Ela não é condenatória (as partes entram em um acordo), mas possibilita a execução civilse houver descumprimento, porque é uma sentença homologatória.

 

Lei 9099/95

Art. 76, §6º - Transação

 

Quando a pessoa, satisfeitos os requisitos legais, aceita receber uma pena, assim, opromotor poderá oferecer uma pena sem processo, esta não é condenatória e não geraantecedente, mas se a pessoa não reparar o dano, poderá ser demandado, ou seja, entrarcom uma ação ordinária (de conhecimento).

 

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Efeitos Genéricos e Específicos

 

Art. 91, do CP

 

II – a perda em favor da união, ressalvados o direito do lesado ou de terceiro de boa fé.

 

Confisco

 

Alínea “a”) - Instrumentos

 

A pessoa condenada só perde os instrumentos do crime para o Estado, se caso estesinstrumentos sejam ilícitos ou para fins ilícitos.

 

Alínea “b”) - Produto/ Proveito do Crime

 

É tudo aquilo que se origina do crime diretamente ou por sucessivas especificações.

Exemplo: a pessoa rouba uma barra de ouro, depois faz uma jóia e a vende, assim, a barra,a jóia, o dinheiro adquirido são produtos do crime, e tudo aquilo que a pessoa comproucom o dinheiro do crime como imóveis, veículos são proveito do crime.

 

Obs.: o que for lícito o sujeito condenado não perde.

 

O confisco é um efeito de sentença condenatória que o juiz não precisa especificar nasentença, pois ocorre automaticamente.

 

Art. 243, da CF - (glebas para plantio de drogas)

Lei 8257/91 - (expropriação das glebas)

Lei 11343/2006 - art. 36, §4º (expropriação das glebas), art. 60 a 64, (aeronaves)

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Lei 8429/92 - art. 18 (Improbidade administrativa)

Lei 9613/98 - art. 4 e 7 – (Lavagem de dinheiro)

Lei 7716/89 -

Lei 8069/90 - art. 244 – A, §2 (Estatuto da Criança e do Adolescente)

Lei 9605/98 - art. 24, 25 e §§ - (Crimes ambientais)

 

Efeitos Genéricos e Específicos

 

Art. 92, II, do CP

 

São efeitos não automáticos, o juiz terá que determinar na sentença, fundamentadamente,os efeitos da condenação aplicados aquele condenado.

 

(efeito civil)

 

II – A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,sujeitos (in abstrato) a penas de reclusão.

 

Esta incapacidade é permanente em relação ao filho em que ele cometeu o crime e,também, a todos os outros seus filhos, mas não livra o sujeito da obrigação de darassistência, no entanto, caso o sujeito se reabilitar, ele poderá recuperar o pátrio poderapenas sobre os filhos a que ele não cometeu o crime.

 

19/03/2012 - continuação 

(efeito administrativo) e (efeito político):

 

I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

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a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 ano, noscrimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a AdministraçãoPública.

 

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos, nosdemais crimes (roubo, lesão, homicídio, etc.).

 

Funcionário público para efeito penal: Será considerado funcionário público qualquer umque exercer ainda que de maneira transitória, sem remuneração ou temporário (Art. 327,do CP).

 

Estes efeitos penais são permanentes, o funcionário público que perder o cargo não irámais recuperá-lo, se caso o sujeito for reabilitado, poderá exercer um novo cargo que nãoseja o mesmo.

 

Art. 312 a 327, do CP – (Crimes contra Administração Pública)

Art. 289, §3º, do CP – (Moeda Falsa)

Lei 9455/97 – (Tortura) Obs.: caso o funcionário seja condenado por tortura, a perda do

cargo é automática.Lei 7716/89 - (Racismo) Obs.: caso o funcionário seja condenado por racismo, a perda docargo não é automática.

Lei 8666/93 – (Licitações) Obs.: caso o funcionário seja condenado por licitações, em razãoou nas funções da administração pública, a perda do cargo é automática.

 

(efeito político)

 

Mandato eletivo.

 

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Art. 55, VII, da CF.

Art. 15, III, da CF – Efeito penal automático.

Súmula 9, do TSE. – se o sujeito cumprir a pena, automaticamente, ele retoma seus direitospolíticos, sem precisar tomar nenhuma providência para poder votar ou ser votadonovamente.

 

(efeito trabalhista)

 

Art. 482, “d”, da CLT – o sujeito condenado a pena privativa de liberdade de formadefinitiva, terá rescindido seu contrato de trabalho por justa causa, independente do tipode crime cometido.

 

III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crimedoloso.

 

A inabilitação para dirigir veículo é permanente até sua reabilitação.

 

20/03/2012

 

Matéria da Prova 1.

- “Sursis” até Reabilitação.

 

Prova 2 – 23/04/2012

 Reabilitação

Art. 93, 94 e 95, do CP.

Art. 743 a 750, do CPP.

 

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É a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas aosentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e faz com que fiquemsuspensos condicionalmente alguns efeitos secundários penais da condenação. É areintegração do condenado no exercício dos direitos atingidos pela sentença.

 

O sujeito pode ter sua reabilitação revogada, caso faça algo errado.

 

Art. 93, do CP - A Reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.

 

Art. 202, da LEP.“A reabilitação é meio de suprimir os efeitos e assegurar o sigilo dosregistros sobre o processo e a condenação, segundo art. 93 do Código Penal” (Superior

 Tribunal de Justiça – Recurso Especial n.º 43.799-7 – RJ, rel. Min. Pedro Acioli, j. em18/10/1994).

Ela não extingue a punibilidade do apenado, apenas suspende alguns efeitos dacondenação, assegurando o sigilo dos registros de ações em que processado o reabilitado,pretende-se assegurar uma “ficha limpa” ao condenado, como recompensa por suaconduta após a condenação.

O alcance da reabilitação é restringido, contudo, pelo parágrafo único do artigo 93 doCódigo Penal, já que a perda do cargo ou função pública e mandato eletivo, assim como ainaptidão para o exercício do poder familiar, da tutela e da curatela (e também da guarda)remanescem irreversíveis, por expressa previsão legal.

A inabilitação para dirigir veículo, por seu turno, é suprimida pela reabilitação.

A competência para apreciar pedido de reabilitação é do Juiz da condenação, por força doartigo 793, do Código de Processo Penal.

Sigilo

A LEP não trata da reabilitação, mas garante automaticamente o sigilo.

 

Sigilo: nos registros daquele processo, do tipo de crime cometido.

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Suspensão efeitos secundários: suspensão dos efeitos penais e extra penais.

 

Efeito principal é a imposição da pena.

 

Vedada – Reintegração situação anterior

 

Exemplo: se o sujeito perdeu o pátrio poder, cumpriu a pena e foi reabilitado, ele retomaráeste pátrio poder, menos em relação ao filho ao qual ele cometeu o crime, porém se estareabilitação for revogada ele perderá novamente o pátrio poder.

 

Exemplo: o sujeito perdeu o cargo público, ele não voltará ao mesmo cargo nunca mais,somente se for reabilitado podendo voltar a exercer outro cargo diferente do qual eledetinha anteriormente.

 

Exemplo: se o sujeito perder a habilitação para dirigir veículo e for reabilitado, ele estaráautorizado a realizar um novo exame, prova veicular.

 

Art. 94, do CP.

A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 anos do dia em que for extinta a pena outerminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramentocondicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:

 

Se o sujeito passou o “sursis” e o livramento condicional sem revogação poderá computareste tempo e se caso já tenha dado 2 anos poderá requerer a reabilitação ou, por exemplo,o “sursis” ou o livramento der 1 ano, contará apenas mais 1 ano para requerer a

reabilitação. 

I – Tenha tido domicílio no País no prazo acima referido.

 

II – Tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bomcomportamento público e privado.

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III – Tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidadede o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ounovação da dívida.

 

Parágrafo único.

Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido sejainstruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.

De plano o artigo 94 do Código Penal já destaca o requisito temporal para o deferimento dareabilitação, que é o de dois anos, definindo, inclusive, o termo inicial da contagem doprazo, que se dá a partir da extinção da pena ou do término da sua execução.

Neste caso é considerado, inclusive, o tempo da suspensão condicional da pena e,também, o tempo do livramento condicional, caso estes não tenham sido revogados.

Obs: se o prazo de tais benefícios for superior a dois anos, não se cogita a reabilitaçãoenquanto eles não forem esgotados.

O domicílio no país, no curso dos dois anos, a prova do bom comportamento público eprivado, antes do pedido, e o ressarcimento do dano, salvo quando comprovada a absolutaimpossibilidade de fazê-lo ou houver renúncia da vítima, são os requisitos elencados nosincisos I a III do mencionado dispositivo legal, sem os quais não é possível cogitar areabilitação.

A jurisprudência entende, de outro lado, que o pedido de reabilitação ainda se submete àdisciplina dos artigos 743 e 744, inciso I, do Código de Processo Penal, por compreenderque estes não foram revogados com a reforma penal operada em 1984 (JUTACRIM 89/150).

No mais, pela dicção do parágrafo único do artigo em análise, a decisão judicial queindefere a reabilitação judicial não obsta um novo pedido, desde que restem satisfeitas ascondições necessárias a tanto.

 

Prescrição da pretensão executória.

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Reincidência

 

O sujeito que for condenado como reincidente por qualquer crime a pena privativa de

liberdade ou restritiva de direito, exceto multa, terá a reabilitação revogada.

 

Revogação

Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, seo reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não sejade multa.

Duas condições, que são cumulativas, devem incidir na hipótese para que haja revogaçãoda reabilitação. O reconhecimento da reincidência e a cominação de pena, que não a demulta.

Cogita-se, então, um limite temporal à revogação da reabilitação – a sentença em que se julga infração penal anterior a 05 anos não tem o condão de afetar o benefício, já que esteé o limite temporal da reincidência.

A natureza da sanção cominada – de outro lado – também pode ser inócua à revogação, jáque, pela pena de multa também não pode cogitar a revogação do benefício.

 

A revogação da reabilitação somente poderá ser dada caso o sujeito seja condenado comoreincidente a pena privativa de liberdade ou restritiva de direito, portanto, passados os 5anos que conta o tempo da possibilidade de ser condenado como reincidente não poderámais ser revogada a reabilitação.

 

Neste caso também considera-se o tempo cumprido, sem revogação, pelo “sursis” oulivramento condicional para contar o tempo da reincidência, ou seja, se o sujeito cumprir 3anos de livramento condicional sem revogação e mais 2 anos livre, não poderá mais serrevogada a reabilitação, pelo fato de não poder ser mais condenado por reincidência.

 

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Se caso o “sursis” ou o livramento condicional for de 5 anos, o sujeito voltará a ser primárioe poderá requerer a reabilitação.

 

Ação Penal

Art. 100, do CP.

 

Ação Penal é o direito de pedir ao Estado juiz a aplicação do direito penal objetivo a umcaso concreto.

 

Ação penal não é o processo e sim o direito de se pedir ao Estado que analise o caso

concreto e decida se o sujeito deve ser condenado ou absolvido.

O direito de punir é sempre do Estado.

 

Art. 5º, XXXV (direito de ação), da CF.

 

Art. 5º, LIII (juiz natural), LIV (devido processo legal), LV (ampla defesa e do contraditório),da CF.

 

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