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PROPRIEDADES DA ÁGUA Gasosa, líquida e sólida • No seu estado puro, apresenta um ponto de fusão de 0ºC e um ponto de ebulição de 100ºC; A sua capacidade de conduzir o calor (condutividade térmica) e de captar e reter o calor (capacidade calorífica) é única; A densidade da água no estado líquido é maior que no estado sólido – o gelo flutua, não afunda; É um solvente universal; A mistura das águas e a recirculação de nutrientes só ocorre porque a água tem a sua densidade máxima aos 4ºC (estado líquido). É o destino final de todo o poluente, quer tenha sido lançado directamente na água, quer tenha sido lançado no solo ou ar. Essencial à vida. A água – Recurso limitado . Praticamente constante desde a sua formação Planeta Azul _ A água ocupa cerca de 70% da superfície da Terra. • 97,5% - Água salgada • 2,5% - Água doce: 68,9% - Calotes polares e Glaciares; 29,9% ;Água subterrânea;0,9% - Outros reservatórios; • 0,3% - Rios e lagos. _ Do total de água disponível na Terra, 2,5% é água doce; Dessa percentagem, cerca de 30% é água subterrânea e somente 0,3% é água que ocorre em rios e lagos. Definições (Directiva 2000/60/CE) _ Águas de superfície: águas interiores, com excepção das águas subterrâneas, das águas de transição e das águas costeiras, excepto no que se refere ao estado químico. Este estado aplica-se também às águas territoriais. Águas subterrâneas: todas as águas que se encontram abaixo da superfície do solo na zona de saturação e em contacto directo como solo ou como subsolo. Águas interiores: todas as águas lênticas ou correntes à superfície do solo e todas as águas subterrâneas que se encontram entre terra e a linha de base a partir da qual são marcadas as águas territoriais. Rio: uma massa de água interior que corre, na maior parte da sua extensão, à superfície da terra, mas que pode correr no subsolo numa parte do seu curso. Lago: uma massa de água lêntica superficial interior. Águas de transição: massas de água de superfície na proximidade da foz dos rios, que têm um carácter parcialmente salgado, em resultado da proximidade de águas costeiras, mas que são significativamente influenciadas por cursos de água doce. Águas costeiras: as águas de superfície que se encontram entre terra e uma linha cujos pontos se encontram a uma distância de uma milha náutica, na direcção do mar, a partir do ponto mais próximo da linha de base à de delimitação das águas territoriais, estendendo-se, quando aplicável, até ao limite exterior das águas de transição. Massa de água artificial: uma massa de água criada pela actividade humana. Massa de água fortemente modificada: uma massa de água que, em resultado de alterações físicas derivadas da actividade humana, adquiriu um carácter substancialmente diferente e que é designada pelo Estado- Membro nos termos do Anexo II. Massa de águas de superfície: uma massa distinta e significativa de águas de superfície, como por exemplo um lago, uma albufeira, um ribeiro, rio ou canal, um troço de ribeiro, rio ou canal, águas de transição ou uma faixa de águas costeiras. Aquífero: uma ou mais camadas subterrâneas de rocha ou outros estratos geológicos suficientemente porosos e permeáveis para permitirem um fluxo significativo de águas subterrâneas ou captação de quantidades significativas de águas subterrâneas. Massa de águas subterrâneas: um meio de águas subterrâneas delimitado que faz parte de um ou mais aquíferos. Bacia hidrográfica: a área terrestre a partir da qual todas as águas fluem, através de uma sequência de ribeiros, rios e eventualmente lagos para o mar, desembocando numa única foz, estuário ou delta. Sub-bacia hidrográfica: a área terrestre a partir da qual todas as águas fluem, através de uma sequência de ribeiros, rios e eventualmente lagos para um determinado ponto de um curso de água (geralmente um lago ou uma confluência de rios). Região hidrográfica: a área de terra e de mar constituída por uma ou mais bacias hidrográficas vizinhas e pelas águas subterrâneas e costeiras que lhes estão associadas, definidas nos termos do nº 1 do artigo 3º como a principal unidade para a gestão das bacias hidrográficas. Autoridade competente: a ou as autoridades designadas nos termos dos nºs 2 ou 3 do artigo 3º. Estado das águas de superfície: a expressão global do estado em que se encontra uma determinada massa de água de superfície, definido em função do pior dos dois estados, ecológico ou químico dessas águas. Procura assegurar: A manutenção da integridade dos processos e funções dos ecossistemas (águas para o ambiente); A gestão sustentada dos recursos hídricos. Uma partilha equitativa e justa dos benefícios da existência da água em termos e qualitativos. Implicações da directiva : Não degradação da qualidade da água. Minimizar ou impedir a degradação das águas superficiais e subterrâneas (reservatório de água doce potável, susceptível de ser utilizável). Manutenção dos níveis de água onde ela existe. Definição e conservação de zonas protegidas. Planeamento / Gestão: Enquadramento do planeamento e suas utilizações no âmbito de uma gestão de regiões da bacia hidrográfica. Melhoria da articulação das águas distribuídas com autoridades nacional e regional da água / perspectiva geral dos recursos hídricos da bacia. Caracterização geográfica, geológica, hidrográfica, demográfica e económica da região da bacia. Impacte ambiental respeitante a factores de poluição, à captação de águas e outros. Identificação das massas de água bruta susceptivel de utilização para produção e/ou consumo humano. Controlo do estado das águas superficiais e subterrâneas. Registo e controlo de zonas protegidas. Economia da água: Encargos da água, actuais e futuros. Pagamento das utilizações da água incluindo descarga das águas residuais. Recuperação dos custos de sectores domésticos, industriais e agrícolas. Derrogação ao princípio da recuperação de custos/garantia de 1 nível básico de utilização para fins domésticos. Não recuperação de custos de financiamento para objectivos ambientais e de assistência financeira. Protecção e identificação/utilização preferencial para consumo. Proporção média de água no organismo humano em várias fases do seu ciclo de vida Idade % Água – valores médios Embrião – 1 mês 97; Feto – 8 meses 83; Recém – nascido 70; Adulto – 65 Proporção média de água no organismo humano Órgãos Água (%) – Resíduo mineral (%) Esqueleto – 25 a 21; Fígado – 72 a 1,4; Pulmões – 80 a 1,2; Músculos – 75 a 1,05; Sangue – 80 a 0,85; Rim – 79 a 0,80; Pele – 73 a 0,70 _ Tal como em relação ao ar, a dependência do Homem em relação à água é directa e inamovível: Daí resultam consequências, umas favoráveis, outras desfavoráveis, mas todas elas inevitáveis (Mendes & Oliveira, 2004) Teor em Salinidade Classificação da água <0,5 ‰ Água-doce (*) 0,5 ‰ – 5 ‰ Oligohalino (*) 5 ‰ – 18 ‰ Mesohalino (*) 18 ‰ – 30 ‰ Polihalino (*) 30 - <40 ‰ Euhalino Disponibilidade de água potável Menos de metade da população mundial tem acesso à água potável. 35% - Sem acesso à água tratada; 43% - Sem serviços adequados de saneamento básico. Dez milhões de pessoas morrem anualmente devido a doenças intestinais transmitidas pela água. A falta de água potável e saneamento básico mata 6000 crianças por dia em todo o mundo. Cada pessoa precisa de cerca de 50 litros de água por dia para as suas necessidades básicas. CARTA EUROPEIA DA ÁGUA (ESTRASBURGO, Maio de 1968) estabelece 12 princípios: 1. Não há vida sem água. A água é um bem precioso, indispensável a todas as actividades humanas. 2. Os recursos de águas doces não são inesgotáveis. É indispensável preservá-los, administrá-los e, se possível, 1

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PROPRIEDADES DA ÁGUAGasosa, líquida e sólida• No seu estado puro, apresenta um ponto de fusão de 0ºC e um ponto de ebulição de 100ºC; A sua capacidade de conduzir o calor (condutividade térmica) e de captar e reter o calor (capacidade calorífica) é única; A densidade da água no estado líquido é maior que no estado sólido – o gelo flutua, não afunda; É um solvente universal; A mistura das águas e a recirculação de nutrientes só ocorre porque a água tem a sua densidade máxima aos 4ºC (estado líquido). É o destino final de todo o poluente, quer tenha sido lançado directamente na água, quer tenha sido lançado no solo ou ar. Essencial à vida. A água – Recurso limitado . Praticamente constante desde a sua formação

Planeta Azul_ A água ocupa cerca de 70% da superfície da Terra.• 97,5% - Água salgada• 2,5% - Água doce: 68,9% - Calotes polares e Glaciares; 29,9% ;Água subterrânea;0,9% - Outros reservatórios;• 0,3% - Rios e lagos._ Do total de água disponível na Terra, 2,5% é água doce; Dessa percentagem, cerca de 30% é água subterrânea e somente 0,3% é água que ocorre em rios e lagos.

Definições (Directiva 2000/60/CE)_ Águas de superfície: águas interiores, com excepção das águas subterrâneas, das águas de transição e das águas costeiras, excepto no que se refere ao estado químico. Este estado aplica-se também às águas territoriais. Águas subterrâneas: todas as águas que se encontram abaixo da superfície do solo na zona de saturação e em contacto directo como solo ou como subsolo. Águas interiores: todas as águas lênticas ou correntes à superfície do solo e todas as águas subterrâneas que se encontram entre terra e a linha de base a partir da qual são marcadas as águas territoriais. Rio: uma massa de água interior que corre, na maior parte da sua extensão, à superfície da terra, mas que pode correr no subsolo numa parte do seu curso. Lago: uma massa de água lêntica superficial interior. Águas de transição: massas de água de superfície na proximidade da foz dos rios, que têm um carácter parcialmente salgado, em resultado da proximidade de águas costeiras, mas que são significativamente influenciadas por cursos de água doce. Águas costeiras: as águas de superfície que se encontram entre terra e uma linha cujos pontos se encontram a uma distância de uma milha náutica, na direcção do mar, a partir do ponto mais próximo da linha de base à de delimitação das águas territoriais, estendendo-se, quando aplicável, até ao limite exterior das águas de transição. Massa de água artificial: uma massa de água criada pela actividade humana. Massa de água fortemente modificada: uma massa de água que, em resultado de alterações físicas derivadas da actividade humana, adquiriu um carácter substancialmente diferente e que é designada pelo Estado-Membro nos termos do Anexo II. Massa de águas de superfície: uma massa distinta e significativa de águas de superfície, como por exemplo um lago, uma albufeira, um ribeiro, rio ou canal, um troço de ribeiro, rio ou canal, águas de transição ou uma faixa de águas costeiras.Aquífero: uma ou mais camadas subterrâneas de rocha ou outros estratos geológicos suficientemente porosos e permeáveis para permitirem um fluxo significativo de águas subterrâneas ou captação de quantidades significativas de águas subterrâneas. Massa de águas subterrâneas: um meio de águas subterrâneas delimitado que faz parte de um ou mais aquíferos. Bacia hidrográfica: a área terrestre a partir da qual todas as águas fluem, através de uma sequência de ribeiros, rios e eventualmente lagos para o mar, desembocando numa única foz, estuário ou delta. Sub-bacia hidrográfica: a área terrestre a partir da qual todas as águas fluem, através de uma sequência de ribeiros, rios e eventualmente lagos para um determinado ponto de um curso de água (geralmente um lago ou uma confluência de rios). Região hidrográfica: a área de terra e de mar constituída por uma ou mais bacias hidrográficas vizinhas e pelas águas subterrâneas e costeiras que lhes estão associadas, definidas nos termos do nº 1 do artigo 3º como a principal unidade para a gestão das bacias hidrográficas. Autoridade competente: a ou as autoridades designadas nos termos dos nºs 2 ou 3 do artigo 3º. Estado das águas de superfície: a expressão global do estado em que se encontra uma determinada massa de água de superfície, definido em função do pior dos dois estados, ecológico ou químico dessas águas. Procura assegurar: A manutenção da integridade dos processos e funções dos ecossistemas (águas para o ambiente); A gestão sustentada dos recursos hídricos. Uma partilha equitativa e justa dos benefícios da existência da água em termos e qualitativos.Implicações da directiva: Não degradação da qualidade da água. Minimizar ou impedir a degradação das águas superficiais e subterrâneas (reservatório de água doce potável, susceptível de ser utilizável). Manutenção dos níveis de água onde ela existe. Definição e conservação de zonas protegidas. Planeamento / Gestão: Enquadramento do planeamento e suas utilizações no âmbito de uma gestão de regiões da bacia hidrográfica. Melhoria da articulação das águas distribuídas com autoridades nacional e regional da água / perspectiva geral dos recursos hídricos da bacia. Caracterização geográfica, geológica, hidrográfica, demográfica e económica da região da bacia. Impacte ambiental respeitante a factores de poluição, à captação de águas e outros. Identificação das massas de água bruta susceptivel de utilização para produção e/ou consumo humano. Controlo do estado das águas superficiais e subterrâneas. Registo e controlo de zonas protegidas. Economia da água: Encargos da água, actuais e futuros. Pagamento das utilizações da água incluindo descarga das águas residuais. Recuperação dos custos de sectores domésticos, industriais e agrícolas. Derrogação ao princípio da recuperação de custos/garantia de 1 nível básico de utilização para fins domésticos. Não recuperação de custos de financiamento para objectivos ambientais e de assistência financeira. Protecção e identificação/utilização preferencial para consumo.

Proporção média de água no organismo humano em várias fases do seu ciclo de vidaIdade % Água – valores médiosEmbrião – 1 mês 97; Feto – 8 meses 83; Recém – nascido 70; Adulto – 65

Proporção média de água no organismo humanoÓrgãos Água (%) – Resíduo mineral (%)Esqueleto – 25 a 21; Fígado – 72 a 1,4; Pulmões – 80 a 1,2; Músculos – 75 a 1,05; Sangue – 80 a 0,85; Rim – 79 a 0,80; Pele – 73 a 0,70_ Tal como em relação ao ar, a dependência do Homem em relação à água é directa e inamovível: Daí resultam consequências, umas favoráveis, outras desfavoráveis, mas todas elas inevitáveis (Mendes & Oliveira, 2004)

Teor em Salinidade Classificação da água<0,5 ‰ Água-doce (*) 0,5 ‰ – 5 ‰ Oligohalino (*) 5 ‰ – 18 ‰ Mesohalino (*) 18 ‰ – 30 ‰ Polihalino (*) 30 - <40 ‰ Euhalino

Disponibilidade de água potávelMenos de metade da população mundial tem acesso à água potável.35% - Sem acesso à água tratada; 43% - Sem serviços adequados de saneamento básico.Dez milhões de pessoas morrem anualmente devido a doenças intestinais transmitidas pela água. A falta de água potável e saneamento básico mata 6000 crianças por dia em todo o mundo. Cada pessoa precisa de cerca de 50 litros de água por dia para as suas necessidades básicas.

CARTA EUROPEIA DA ÁGUA (ESTRASBURGO, Maio de 1968) estabelece 12 princípios:1. Não há vida sem água. A água é um bem precioso, indispensável a todas as actividades humanas. 2. Os recursos de águas doces não são inesgotáveis. É indispensável preservá-los, administrá-los e, se possível, aumentá-los. 3. Alterar a qualidade da Água é prejudicar a vida do Homem e dos outros seres vivos que dependem dela. 4. A qualidade da água deve ser mantida a níveis adaptados à utilização para que está prevista e deve, designadamente, satisfazer as exigências da saúde pública. 5. Quando a água, depois de utilizada, volta ao meio natura, não deve comprometer as utilizações ulteriores que dela se farão, quer públicas quer privadas. 6. A manutenção de uma cobertura vegetal adequada, de preferência florestal, é essencial para a conservação dos recursos de água. 7. Os recursos aquíferos devem ser inventariados. 8. A boa gestão da água deve ser objecto de um plano promulgado pelas autoridades competentes. 9. A salvaguarda da água implica um esforço crescente de investigação, de formação de especialistas e de informação pública. 10. A água é um património comum, cujo valor deve ser reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado. 11. A gestão dos recursos de água deve inscrever-se no quadro da bacia natural, de preferência a ser inserida no das fronteiras administrativas e políticas. 12. A água não tem fronteiras. É um recurso comum que necessita de uma cooperação internacional.

Usos da águaRega, Banho, Confecção de alimentos, Lavagens: Alimentos; Roupa; Louça; Equipamentos industriais; Porões dos navios. Produção de energia eléctrica – Meio de arrefecimento de turbinas de unidades industriais; Beber.Água disponível: 1000 L de água para 6,15L (para consumo humano)

Resumo:Recurso essencial à vida; Quantitativo constante no Planeta; Circulação permanente; Apresenta uma multiplicidade de usos, sendo a maior proporção utilizada na agricultura; Manutenção da integridade dos processos e funções dos ecossistemas; Gestão sustentada dos recursos; Assegurar uma partilha equitativa e justa dos benefícios.

Definição de Poluição“Introdução directa ou indirecta, como resultado da actividade humana, de substâncias, vibrações, calor ou ruído no ar, água ou terra, que possa ser prejudicial para a saúde humana ou para a qualidade do ambiente, resultar em prejuízos para bens materiais ou prejudicar ou interferir com o valor paisagístico / recreativo ou com outras utilizações legítimas do ambiente”. (Directiva Comunitária 97/C184/02 de 1997.06.17).Poluição - Desvios do funcionamento dos ecossistemas resultantes da introdução/acumulação de substâncias, naturais ou exógenas, que vão e/ou podem alterar o equilíbrio do sistema.Poluição/Contaminação_ Poluição implica, assim, um efeito biológico._ Contaminação - resultante de um fenómeno físico- químico, proveniente da descarga, para o ambiente, de quantitativos de compostos superiores aos normalmente existentes.

Pol h2o é 1a alteração fis, qui e/ou bio das carct da massa de h2o qq q seja a sua natureza. Esta alteraç pode se introduzida por activi//s antropogénicas directas ou indirectas ou por causas naturais. A alteraç pode ser provocada por fontes externas (provenientes da actividade humana) ou por fontes internas (ex. produtos de excreção de organismos aquáticos), pode ainda resultar da introdução por causas naturais e/ou antropo de calor (afecta a densi//, a viscosi// e a tensão superficial da agua).

Efeitos Gerais da Poluição:Poluição ---> Efeito biológico: Perda de apetite, Morfologia, Fisiologia, Reprodução, Morte, CrescimentoEfeitos da poluição na ostra portuguesa - Aspecto normal da coloração da parte edível de uma ostra: amarelo-torrado e com bom aspecto; Coloração anormal da parte edível da ostra colhida no Monte de Pedra: acinzentada e rugosa e com mau aspecto.Poluição – parâmetros a considerar (Carapeto, 1999):Tipo de materiais que são lançados nos ecossistemas, ou que de qualquer outra forma atingem esses ecossistemas, como resultado de actividades humanas; O efeito que essas adições têm sobre a fauna e a flora naturalmente presentes nos ecossistemas; As implicações desses efeitos na saúde humana, nos recursos alimentares, nos interesses comerciais, amenidades, conservação da vida selvagem ou dos ecossistemas em geral;

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O que está a ser feito, o que pode ser feito ou o que se deverá fazer para reduzir ou remover os efeitos indesejáveis ou deletérios dessas adições aos ecossistemas; As consequências de não libertar esses materiais num determinado ecossistema e as alternativas subsequentes, melhores ou piores do que a situação presente.Poluição da águaA poluição da água é qualquer alteração das suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, que possa prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar das populações, causar danos à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso para fins sociais e económicos.Do ponto de vista económico, a poluição da água é uma alteração da qualidade que afecta o bem-estar do consumidor e reduz os lucros do produtor, exigindo-se assim o estabelecimento de um nível óptimo (de acordo com o uso a que se destina);_ Em termos ambientais, a poluição da água é uma alteração do ambiente que afecta os ecossistemas e directa ou indirectamente, o Homem._ A classificação de água poluída depende do seu uso, e do equilíbrio que existe entre o meio aquático e a sua fauna e flora: uma água imprópria para consumo humano, mas em equilíbrio com o seu meio não pode ser classificada como poluída. Um exemplo é a água dos oceanos, que devido à sua composição mineral e iónica, não se encontra dentro dos padrões definidos para consumo humano mas, no entanto, não pode ser considerada como poluída.Poluição visível: rios espumosos, brilho oleoso à superfície de um lago, laguna, cursos de água atulhados de lixo doméstico;Efeitos da poluição hídrica_ processos de acumulação de matéria orgânica_ ocorrência e/acumulação de substâncias estranhas_ acções bioestáticas, biocidas, disrupção endócrina

Quantitativos - alterações/balanços de massa no ecossistemaQualitativos - efeitos/presença de substâncias estranhas; afectar o metabolismo dos organismos presentes; disfunções que podem induzir efeitos mutagénicos; e/ou a mortalidade total ou parcial dos organismos; reflectir as interacções entre a envolvente de um ecossistema, a sua estrutura e funcionamento.

Tipologia dos poluentesEncontra-se integrada em normativos de qualidade e função dos usos da água;CRITÉRIOS: Origens/ Fontes; Características específicas; Consequências ambientais, biológicas ou outras; Comportamento no interior dos ecossistemasOrigens/ fontes: Pontuais – caudal convergente, pontos de descarga distintos. Difusas – caudal não convergente, pontos de descarga não identificáveis/controláveis. Acidentais: imprevistas; DeliberadasComportamento no interior dos ecossistemas: biodegradável - reintegrado em processos de reciclagem/oxidação biológica: decomposição ocorre num período máximo de 20 dias; não biodegradável - não reintegrado em processos de reciclagem/oxidação biológica; não conservativo - o fluxo mássico decresce oxidação, decomposição, imobilização por absorção/adsorção; conservativo - o fluxo mássico é constantePersistência é dado por:_Tempo de semi-vida

Parâmetros Físico-QuímicosTEMPERATURA Natureza Os valores a fixar dependem da região considerada. Isto pq os valores de T da água potável no Inverno são superiores à temperatura do ar e no Verão são inferiores a esta T. As águas subterrâneas têm T mais ou menos c tes, variando entre 12 e 15ºC ao longo do ano. As águas superficiais podem ter valores maiores ou menores do q estes. Portugal, adoptaram-se os valores de 12 e de 25ºC. Este parâmetro assume um papel particular em termos de descargas de efluentes de um vasto números de indústrias, pq muitas delas usam água para a sua produção a T elevadas. Neste caso, as descargas têm de ser arrefecidas à T do meio receptor ou pouco superior, o q geral/ ñ acontece. Efeitos e prejuízos associados A T da água no momento de consumo, situando-se nos limites anteriores, ñ tem efeitos directos sobre a saúde. Há um conjunto de propriedades físico-químicas da água q variam com a T e q vão afectar os processos de tratamento de desinfecção e sedimentação. O uso de uma água abaixo de 12ºC tem inconvenientes, a nível de tratamento, nomeada/ pq diminui a eficiência da desinfecção, aumenta a viscosidade da água e diminui as velocidades de sedimentação e de filtração. Se a T for superior ao desejável, o crescimento microbiano é acelerado, podendo levar à formação de cheiros e sabores anormais ou à corrosão das tubagens e equipamentos. Diminui, ainda, o valor do pH óptimo para a floculação e pode aumentar a taxa de formação de trihalometanos, ao aplicar-se cloro à água, na presença de resíduos de m.o. Normas VMR – 12ºC; VMA – 25ºC; OMS – ñ fixa limites devido à variabilidade geográfica da T da água Recomendações e tratamentos O controlo da T deve ser feito a montante da aducção, procurando evitar ou minimizar descargas de água quente de centrais ou fabricas, pelo recurso a torres de arrefecimento ou sistemas análogos. Qdo uma água é captada para produção de água para consumo, há reservatórios superficiais onde é armazenada, estando por isso sujeita a aquecimento. Assim, ao nível da exploração deve-se tomar as precauções seguintes: Garantir a estanquicidade dos reservatórios, válvulas e canalizações; Colocar as tubagens de distribuição a uma profundidades suficiente para q os efeitos térmicos exteriores ñ sejam significativos; Escolher as origens da água + adequadas do ponto de vista. Observações suplementares Consequências da T: A nível da solubilidade dos sais e dos gases, da dissociação de substâncias dissolvidas, aumentando a condutividade e tb a nível da determinação de alguns parâmetros, tais como o pH; Do pto de vista ambiental, no q diz respeito às águas brutas e aos mananciais de água superficial exploráveis, tem influência sobre organismos vivos q aí se podem desenvolver (ex. Peixes, no rio Tejo ñ existem trutas (intolerantes), mas sim tainhas q são mto + tolerantes)).pH Natureza Representa uma medida da acidez (ou alcalinidade) da água, traduzida pela [] de hidrogeniões e influenciada pelo seu carácter tampão. O pH de uma água é influenciado pela origem e pela natureza dos terrenos atravessados. As águas superficiais podem apresentar valores de pH anormal/ elevados devido à actividade

biológica das algas (especialmente no Verão). Contudo na maoir parte dos casos, a gama de variação dos valores de pH da água, situa-se entre 6,5 e 8,5. O pH influencia a dureza, a alcalinidade e a acidez de uma água. Efeitos e prejuízos associados Os efeitos do pH da água de consumo, atendendo à gama de variação observada, ñ tem aparente/ efeitos directos sobre a saúde do consumidor. Porém, o seu controlo é mto importante no q respeita por ex. ao controlo: Da corrosão e da dissolução de metais e da formação de incrustações em canalizações e acessórios; Das inter-relações com o ciclo do cálcio e parâmetros associados: anidrido carbónico, dureza, alcalinidade, temperatura, Ca e Mg. Valores de pH < 7 podem originar processos gravas de corrosão de tubagem metálicas, q podem ser indiciadores de teores elevados de chumbo, cádmio ou outros matais pesados nas águas de consumo distribuídas. Valores de pH > 8 levam à diminuição da eficiência da desinfecção, por alteração das formas de Cl presentes, ao aumento de formações de incrustações e podem levar ao desenvolvimentos de sabores ou cheiros intensos, desaconselháveis do ponto de vista do consumo. Normas VMR – 6,5< pH < 8,5; VMA – 9,5; OMS – 6,5< pH < 8,5 Recomendações e tratamento O pH afecta a eficiência dos tratamentos de coagulação / floculação / filtração e a eficiência da desinfecção com Cl. O controlo e correcção da acidez, podem ser conseguidos neutralizando a água com adjuvantes alcalinos (cal, soda, carbonato de sódio) ou filtrando-a através de produtos alcalino-terrosos.CONDUTIVIDADE Natureza: Permite avaliar o grau de mineralização da água, ie, o teor de sais minerais da água. A origem dos sais pode resultar de processos de lexiviação dos solos de carbonatos, bicarbonatos, sulfatos, cloretos, nitratos ou outros sais de Ca, Mg, Na, K ou outros metais; de efluentes e resíduos agrícolas e/ou industriais; ou ainda por sais veiculados pelo ar (no caso das águas superficiais). A condutividade varia com a temperatura. Efeitos prejudiciais: A condutividade em si mesma não traduz um problema para a saúde do consumidor. Uma elevada mineralização pode gerar sabores desagradáveis (salgado), processos de corrosão e de formação de depósitos, afectando muito a utilização da água, não para consumo, mas para a rega. Normas: Não tem um VMA definido devido ao limitado valor absoluto deste parâmetro, dependendo de condições hidrogeológicas e ambientais. Contudo o VMA é inferido na prática por outros parâmetros, que o limitam indirectamente (ex: resíduo seco, NaCl). VMR - 400mSi/cm (20ºC) Recomendações/Tratamentos: A desmineralização da água pode ser feita por processos do tipo da osmose inversa, da troca iónica, electrodiálise, que são complexos e caros. Por outro lado, para diminuir a agressividade da água é necessário aumentar a condutividade, adicionando: CO2 + Carbonato de cálcio; Bicarbonato de sódio + cal; Carbonato de sódio + CO2; Percolação da água através de materiais de brita, cal apagada, etc.

Noção de bioacumulação e de bioamplificaçãoO insecticida DDT e a aspirina, apresentam o mesmo nível de toxicidade para o homem. A dose letal da aspirina é cerca de 100 carteiras. A mesma porção de DDT é também letal. No entanto, é possível tomar-se, indefinidamente, 0.5 – 1.0g de aspirina por dia, sem provocar qualquer efeito malévolo, porque o princípio activo é excretado. O DDT, não é excretado, sendo assim doses letais podem ser atingidas por exposição repetida. Este processo é conhecido por bioacumulação._ Note-se que a acumulação de químicos persistentes pode ser também por via da

cadeia alimentar. Este processo é designado por biomagnificação ou bioamplificação.

A bioamplificação é um processo que tem grande significado para os predadores de topo, o qual, no sistema ambiental (aquático ou terrestre), está incluído o Homem, que pode estar exposto a grandes concentrações de uma substância persistente no

alimento que ingere. Caso a substância seja bioacumulável, pode causar danos em qualquer nível trófico; risco é assm maior para os carnívoros de topo.Os materiais persistentes sujeitos a processos de bioacumulação e bioamplificação constituem, assim, potenciais riscos para o Homem assim como para os recursos vivos naturais.

SISTEMAS MARINHOSEfluentes de rápida biodegradabilidadeOs efluentes de rápida biodegradabilidade são, geralmente os que menos impactes negativos causam no meio marinho uma vez que, sendo pouco persistentes, degradam-se naturalmente num curto espaço de tempo, caso a sua concentração seja abaixo do limiar de poluição. Incluem-se nesta categoria os produtos de origem fecal, provenientes dos efluentes domésticos de zonas residenciais de reduzidas dimensões.Metais_ Essenciais a todos os organismos: Zn, Cu, Mn, Fe, Co_ Essenciais a alguns organismos: Sn, Cr, Ni e Cd._ Sem função biológica estabelecida: Hg, Pb, As.Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)_ Os Poluentes Orgânicos persistentes (POPs) são compostos orgânicos de origem natural ou antropogénica que resistem à degradação fotolítica, química e biológica._ São caracterizados por apresentarem baixa solubilidade na água e elevada solubilidade em lípidos, resultando, assim, num elevado poder de bioacumulação nos tecidos dos organismos vivos, uma vez que são de difícil eliminação por parte dos mecanismos de desintoxicação dos organismos._ A sua origem é relativamente recente. Nas primeiras décadas do século XX, provavelmente os poluentes com tais propriedades não existiriam no ambiente e nos alimentos._ As substâncias incluídas nesta categoria são:1). Metais pesados, tais como o mercúrio, cádmio, crómio,

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cobre, zinco e chumbo; 2. Hidrocarbonados halogenados que incluem os insecticidas como o DDT e dieldrina, e químicos industriais do grupo dos bifenis policlorados (PCBs); 3). Os organoestanosos, especialmente o TBT (tributil-deestanho) usado como agente biocida nas tintas antivegetativas; 4). Dioxinas e furanos.Radioactividade_ A radioactividade existente nos oceanos, pode ter uma origem natural, ou antrópica._ A água do mar é naturalmente radioactiva devido, fundamentalmente, à presença de potássio- 40 e de produtos de urânio e tório, e pela recepção contínua de trítio (3H, isótopo radioactivo do hidrogénio), de natureza cósmica e resultante da actividade magmática, ao longo das cristas submarinas.PlásticosOs plásticos podem estar presentes nos oceanos, em três formas: Partículas plásticas – as tartarugas, por exemplo, confundem os sacos plásticos com alforrecas e, ao ingeri-los, morrem; resíduos plásticos – ao cobrirem os fundos causam a morte dos organismos sésseis, porque impedem a renovação da água; redes de pesca – Redes de pesca perdidas no fundo do mar constituem armadilhas para os organismos especialmente para os que respiram por pulmões, como os mamíferos, aves e répteis. Ficando presos, tornam-se também alvos fáceis para os predadores.Munições_ No passado, muitos países lançavam para o fundo do mar as munições obsoletas, defeituosas ou em excesso. Perdas de munição acidental nas alturas de conflitos armados e pequenas perdas de explosivos e resultantes de exibições pirotécnicas (fogo de artifício), são exemplos de munições existentes nos fundos do mar. Um número considerável é recuperado pela actividade pesqueira ou por operações de recolha, ou por aparecimento na costa. O restante, permanece no fundo do mar. À partida, parece não apresentar impactes negativos nos organismos marinhos, quando comparado com outros materiais. A juntar às munições, tem-se também os navios e submarinos afundados resultantes de acidentes náuticos ou atingidos durante os conflitos, ou outro tipo de material bélico.Poluição térmica_ Os efluentes quentes descarregados nas baías e estuários, provenientes dos sistemas de refrigeração das indústrias de diversa índole, podem elevar a temperatura da água._ Esta elevação da temperatura reduz a solubilidade do oxigénio, e a oxigenação pode ser reduzida pelo consumo dos animais e bactérias e também pela redução de mistura vertical devido a estratificação térmica._ O efeito pode ser tal que as camadas subjacentes tornam-se pouco oxigenadas: Os peixes migradores podem ser desencorajados a atravessar a área; A água aquecida aumenta o risco de doenças infecciosas. Pode favorecer as espécies oportunistas, acelerando o seu crescimento e prolongando as suas épocas de reprodução. Pode ter também efeitos benéficos como o acelerar da produção de bivalves.Espécies exóticas a partir de: Águas de lastro; Efluentes domésticos (aquários públicos e/ ou privados, oceanários, fluviários), etc.

Fitoplâncton marinhoO fitoplâncton marinho é essencialmente constituído pelos seguintes grupos:_ - Diatomáceas (Classe Bacillariophyceae)_ - Dinoflagelados (Classe Dinophyceae)_ - Cocolitoforídeos (Classe Prymnesiophyceae)

As águas turbulentas, ricas em nutrientes, propiciam o desenvolvimento de diferentes espécies: Águas subpolares: diatomáceas e dinoflagelados e Águas subtropicais: diatomáceas e cocolitoforídeosProdutividadeOs picos sazonais do fitoplâncton marinho em condições normais são da ordem das 1000 células por litro. Caso as concentrações atinjam valores de 106 células por litro (> 50 mg/ m3 clorofila a), está-se perante uma situação excepcional.

Nutrientes necessários ao crescimento das algas:Carbono (C) Nitrogénio (N) Fósforo (P) Enxofre (S) Potássio (K) Magnésio (Mg) Sílica (Si) Sódio (Na) Cálcio (Ca) Ferro (Fe) Manganésio (Mn) Zinco (Zn) Cobre (Cu) Boro (B) Molibdénio (Mo) Cobalto (Co) Vanádio (V) Vitaminas Tiamina (B1) Cianocobalamina (B12) Biotina (B8)

Marés VermelhasGeralmente (mas nem sempre) uma intensa entrada de nutrientes encontra-se associada ao aparecimento de marés vermelhas (ou águas coradas).Consiste numa proliferação maciça (“bloom”), em zonas costeiras, de espécies planctónicas unicelulares (geralmente da classe dos dinoflagelados). Estas manifestações traduzem-se, por vezes, numa coloração anormal da superfície do mar, normalmente com coloração vermelha (nem sempre é o vermelho, pode ser o amarelo ou o castanho). O Mar Vermelho deve o seu nome a este facto.Duração médiaO termo bloom traduz as variações rápidas (1 ou 2 dias) de concentrações celulares na água, mesmo que não provoquem alterações de cor; este termo denota uma elevada concentração de algas; no entanto, algumas espécies são tóxicas a concentrações de 100 células / litro. É preferível designarem-se estes blooms por ocorrência de algas nefastas, o que assinala o seu efeito nocivo e não implica uma alta concentração de células.OrigensPopulação de células vegetativas que, em determinada altura, atinge um desenvolvimento local extremamente elevado;_ Cistos bentónicos resistentes, os quais são um produto da reprodução sexuada e que se acumulam no sedimento, onde podem sobreviver durante anos germinando quando as condições ambientais se tornam favoráveis; a germinação ocorre normalmente em massa e dá origem a células vegetativas, as quais poderão iniciar um bloom;_ Em espécies que formam cistos, a indução da sexualidade (que se presume estar associada à deplecção de nutrientes) pode, eventualmente, conduzir à produção de

cistos dormentes que vão afundar na coluna de água, ficando depositados no sedimento. Verifica-se a formação de cistos em populações que se multiplicam rapidamente, embora não sejam compreendidas as razões que levam a este acontecimento._ Transporte dos organismos responsáveis pelo fenómeno ao longo de grandes distâncias, até atingirem um local onde as condições ambientais são ideais e propícias para a ocorrência de um bloom;_ Concentração de uma população inicialmente dispersa por acção de factores físicos.ConcentraçãoO comportamento fototrópico positivo de muitas espécies poderá ter também importância como mecanismo de concentração dos organismos.Condições que favorecem as marés vermelhas1. Águas estratificadas de baías que recebem superficialmente nutrientes do ecossistema terrestre. 2. Zonas calmas, próximas de áreas de ressurgência e onde a difusão horizontal de nutrientes continua a ser considerável.Fases de desenvolvimento das marés vermelhasFase de iniciação - ocorre um aumento global da densidade populacional, quando as condições hidrográficas são ideais e estáveis; A maioria das espécies que provoca as marés vermelhas não se encontra presente durante todo o ano na coluna de água, nem mesmo a baixas densidades; A iniciação parece estar dependente de um condicionamento prévio das águas do mar, o qual envolve, essencialmente, factores biológicos e químicos que vão favorecer o crescimento exponencial de uma espécie de dinoflagelados.Fases de desenvolvimento das marés vermelhas:Fase de propagação - a presença de factores favoráveis ao crescimento vai promover o rápido desenvolvimento e propagação dos organismos; nesta fase são necessárias condições físico-químicas especiais que permitam o suporte do bloom e da taxa máxima de divisão celular;Fases de dispersão - os organismos sofrem uma dispersão espacial, normalmente relacionada com alterações das condições meteorológicas e hidrológicas, da disponibilidade de nutrientes ou com o aumento da predação da fracção herbívora da teia alimentar. A subsequente diminuição de bloom parece ser influenciada por factores físicos tais como o vento, as marés, fenómenos de convergência e de divergência, estratificação térmica ou salina.Organismos responsáveisExiste um grande número de organismos responsável pela coloração das águas costeiras: Bactérias marinhas; Cianofíceas; Diatomáceas; fitoflagelados (com predominância dos Dinoflagelados); Ciliados (Copépodes).Tipos de blooms_ Espécies não tóxicas - responsáveis pela alteração da cor da água, que em condições excepcionais podem atingir densidades tão elevadas, que na fase de decréscimo do bloom, são responsáveis pela mortalidade generalizada da fauna marinha causada pela depleção de oxigénio dissolvido na água. Essa depleção de oxigénio é consequência das elevadas taxas respiratórias das algas e da decomposição da grande quantidade de matéria orgânica resultante da mortalidade maciça dos organismos que provocam a maré vermelha; Exemplos: Dinoflagelados das espécies Gonyaulax polygramma, Noctiluca scintillans, Alexandrium spp. e Scrippsilla trochoidea, a cianobactéria da espécie Trichodesdium erythraeume a diatomácea Pseudo-nitzschia australis._ Espécies produtoras de toxinas potentes, podendo atingir o Homem pela via da cadeia alimentar, provocando várias perturbações gastrointestinais, neurológicas e/ ou cardiovasculares;_ - Espécies não tóxicas para o Homem mas prejudiciais para peixes e invertebrados (especialmente em sistemas de aquacultura intensivos e/ ou semi-intensivos), uma vez que danificamou obstruemas guelras. Exemplos: Chaetoceros (Bacilariophyceae - Diatomácea), Gimnodinium mikimoti (Prymnesiophyceae- Cocolitoforídeo), Chrysochromulina polylepis, Prymnesium parvum, P. patelliferum, Heterosigma carterae, Chattonella antiqua._ A obstrução ou danificação das brânquias dos animais por algumas espécies de algas, pode ser devido a uma acção mecânica (algumas possuem espículas para diminuir a predação ou aumentar a flutuabilidade), ou à produção de substâncias hemolíticas (substâncias que destroem os glóbulos vermelhos do sangue), o que pode resultar na morte dos peixes por asfixia, hemorragia capilar ou infecções secundárias; no caso da aquacultura, os efeitos das marés vermelhas são ainda mais preocupantes, uma vez que os animais se encontram em espaço confinado, impedindo-lhes a hipótese de fuga._ A mortalidade selectiva registada na fauna marinha deve-se à produção de toxinas que entram na cadeia alimentar (envenenamento indirecto de predadores dos bivalves filtradores, que não são afectados pelas toxinas), com graves consequências na saúde pública e grandes prejuízos económicos.Espécies responsáveis pelos BloomsAlexandrium tamarense (Dinoflagelado): Produção de toxinas PotentesChaetoceros(Diatomácea): Não produtor de toxinas. Posse de espinhos com bordos serrilhados os quais se alojam nas guelras, provocando irritação, produção de muco e morte do peixe.Pseudo-nitzschia australis (Diatomácea): Produção de toxinasMicroalgas produtoras de toxinasDinophysis acuta; Alexandrium sp.; Dinophysis acuta; Dinophysis acuminata; Gimnodinium catenatum; Cocolitoforídeos; Diatomáceas

EFEITOS NA SAÚDE PÚBLICA_ Os efeitos na Saúde Pública, devido à ingestão de organismos (moluscos, peixe, crustáceos) contaminados, podemser os seguintes:_ Intoxicações do tipo Paralítico – PSP (“Paralytic Shellfish Poisoning”)_ Intoxicações susceptíveis de causar Amnésia – ASP (“Amnesia Shellfish Poisoning”)_ Intoxicações do tipo Neurológico – NSP (“Neurotoxic Shellfish Poisoning”)_ Intoxicações do tipo Diarreico – DSP (“Diarrhetic Shellfish Poisoning”)_ “Ciguatera Fish Poisoning” – CFP

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Intoxicações do tipo Paralítico – PSP“Paralytic Shellfish Poisoning”Organismos responsáveis: Alexandrium sp.; Alexandrium lusitanicum; Gymnodinium catenatum; Pyrodinium bahamense. Toxinas produzidas: Saxitoxina, entre outras. Acção directa sobre os nervos e músculos. Sintomas: Iniciam-se a cerca de 30 minutos após a ingestão. Perturbações sensitivas (perda de sensibilidade e paralisia) com formigueiros ou dormência, quer na mucosa oral quer nos membros. Vertigens frequentes. Febre. Nos casos mais graves provoca paralisia do diafragma dentro de 24 horas após ingestão, impedindo a respiração do Homem e mamíferos. Os efeitos duram vários dias nos casos não –letais. Ocorrência: Vários países por todo o Mundo.Intoxicações susceptíveis de causar Amnésia – ASP“Amnesic Shellfish Poisoning”Organismos responsáveis: Pseudo-nitzschia sp.; Pseudo-nitzschia australis; Pseudo-nitzschia multiseries Toxina produzida: Ácido domóico. Sintomas: Caracterizada por afecções neurológicas (pruridos), gastrointestinais (náuseas, vómitos, diarreia, dores abdominais) e cardiovasculares (hipotensão). Os efeitos gastrointestinais desenvolvem-se dentro de um período de 24 horas após o consumo de alimento contaminado. Nos casos graves os sintomas neurológicos aparecem dentro de 48 horas após o consumo. Estes sintomas incluem, dores de cabeça, perda de orientação, perdas de memória, dificuldade respiratória e coma. Pode causar a morte. Locais com concentrações de ácido domóico iguais ou superiores a 20 μg/g a parte edível é proibida a apanha de bivalves. A porção visceral dos peixes e crustáceos pode também conter ácido domóico, aumentando o risco de contaminação. Ocorrência: Atlântico Norte (Outubro 1994), Rias da Galiza (1995) e Costa de Setúbal (Maio de1995).Intoxicações do tipo Neurológico - NSP“Neurotoxic Shellfish Poisoning”Organismos responsáveis: Gymnodinium breve; Gonyaulax catenella (Dinoflagelado); Dinophysis tripos (Dinoflagelado); Dinophysis acuminata (Dinoflagelado). Toxinas produzidas: Brevetoxinas - Devem-se a toxinas constituídas por cadeias longas de ésteres policíclicos, de estrutura química semelhante.Sintomas: Perturbações do sistema neurológico: anomalias no sistema sensorial e diarreias ligeiras. A formação de aerossóis tóxicos por acção das ondas pode produzir sintomas do tipo asmático. Não existem casos mortais, mas o seu efeito é debilitante. A recuperação total dá-se dentro de poucos dias. Os programas de monitorização baseiam-se em contagens de células de G. breve, e geralmente satisfazem a prevenção de intoxicação humana. Ocorrência: Vários países por todo o Mundo.Intoxicações do tipo Diarreico- DSP“Diarrhetic Shellfish Poisoning”Organismos responsáveis: Dinophysis sp. Toxinas produzidas: Ácido Ocadaico - Devem-se a toxinas lipossolúveis. Sintomas: Iniciam-se cerca de 30 minutos a 12 horas após ingestão. Perturbações do sistema gastrointestinal: náuseas, vómitos, diarreias, dores abdominais, calafrios e por vezes subida de temperatura. A recuperação total ocorre dentro de três dias, com ou sem tratamento medico. Não são conhecidos casos fatais. Ocorrência: Vários países por todo o Mundo.5. Ciguatera Fish Poisoning (CFP)Organismos responsáveis: Gambierdiscus toxicus, Prorocentrumspp., Ostreopsis spp., Cooliamonotis, Thecadiniumsp., Amphidinium carterae. Toxinas produzidas: Ciguatoxin/Maitotoxin. Sintomas: CFP origina perturbações do tipo gastrointestinal, neurológico e cardiovascular. Inicialmente manifesta-se por diarreia, vómitos e fortes dores abdominais. Seguem-se disfunções de carácter neurológico incluindo calafrios, dores musculares, ansiedade, suores, e tremores gerais.Encontram-se documentados casos de paralisia e morte. No entanto, na sua maioria não se têm verificado casos tão graves. O tempo de recuperação é variável, podendo durar várias semanas, meses ou anos. Um tratamento nas primeiras 24 horas com manitol reduz os efeitos das toxinas. Não é conhecido antídoto. A prevenção da doença depende de uma completa abstinência de alimento de organismos tóxicos (peixes tropicais ou moluscos), uma vez que não é fácil efectuar as análises de rotina à ciguatoxina ou à maitotoxina.Impactes: Ambiental, Saúde Pública; Social; Económica – turismo; produção; _ gerado no primeiro caso desconfiança dos utentes.Minimização e controloa). Prevenções de impactes - actuam através da prevenção; b). Controlo imediato - actua directamente sobre o bloom nocivo.Prevenção de impactes: Neste tipo de medidas, para fazer prevenção de impactes à escala local é necessário estabelecer sistemas de aviso rápido, tais como: a). Melhoramento e ou desenvolvimento de sistemas de observação tais como detecção remota, redes de ancoragem (“mooring networks”), registos espectrais específicos das espécies, sensores específicos, redes de telemetria; b). desenvolvimento e calibração de modelos operacionais para avaliar e prever riscos.Controlo imediato: Estes métodos tentam alterar o tamanho, a composição e a duração dos blooms._ Chamar-se-á controlo directo se o objectivo se incidir na redução de um bloomexistente; Se o objectivo for a redução de futuros blooms, através, por exemplo, da alteração dos inputs de poluição, trata-se de um controlo indirecto.Controlo indirectoa). Nutrientes/ Eutrofização- as espécies responsáveis pelos blooms tóxicos (HAB) exigem macro e micronutrientes que podem ser fornecidos quer naturalmente quer por actividades humanas. A crescente poluição está relacionada com a frequência dos blooms; daí que uma redução iria levar a um decréscimo da frequência dos blooms prejudiciais, principalmente a nível do tratamento de águas residuais (domésticas e industriais). b). Bio- manipulação - Um exemplo, pode ser o estabelecimento de populações bentónicas filtradoras para controlo dos blooms. Um outro exemplo poderá ser o arejamento ou gaseificação artificial para misturar a coluna de água, favorecendo espécies que preferem águas bem misturadas sobre espécies que exigem estratificação. A forma e avaliação das estratégias de bio- manipulação requer a compreensão dos

fundamentos dos processos associados, tal como a influência da acção de misturar a coluna de água na sucessão de espécies. Neste campo, a ciência apresenta lacunas importantes de conhecimento e por isso representamáreas de investigação promissoras. c). Modificação da circulação de água- Em algumas áreas semi- fechadas, blooms tóxicos ligados quer à eutrofização local quer à restrita circulação de água, podem ser minimizados mudando a circulação das massas de água para optimizar o fluxo de água rica em nutrientes e das espécies responsáveis por blooms. A compreensão das ligações entre a hidrografia e os teores de nutrientes que levam à formação dos blooms é necessária e pouco se sabe para a maior parte das espécies responsáveis pelos blooms tóxicos.Controlo directoa). Controlo biológico- as espécies responsáveis pelos blooms tóxicos (HAB) seguem uma dinâmica própria, e representam um ponto a explorar no que diz respeito às estratégias de controlo ao nível da interacção predador- presa (predação) e da mortalidade das espécies. Os parasitas (vírus, bactérias) são também agentes de controlo prometedores, uma vez que estes replicam-se rapidamente e apresentam, em muitos casos, uma elevada especificidade ao hospedeiro. Aqui, também, a ciência ainda apresenta muitas lacunas, pelo que não se têm, por enquanto, realizado experiências de campo com organismos patogénicos por forma a controlar os blooms, devido ao facto de existirem grandes imprecisões ou incertezas a nível da especificadade dos hospedeiros, estabilidade dos organismos patogénicos e impactes ambientais. b). Controlo físico- químico - O controlo químico não tem sido suficientemente eficaz uma vez que afecta gravemente outros organismos, quando aplicado. Daí as opções por controlo químico terem recebido pouca atenção. Uma prometedora estratégica não química envolve o tratamento dos blooms com floculantes, como a argila. Estes floculantes removem partículas, incluindo as microalgas, da água do mar para os sedimentos do fundo. Esta estratégia, embora promissora dada a elevada taxa de sucesso, necessita de mais investigação, principalmente a nível das comunidades e ecossistemas. Note-se que, entre as variáveis críticas, incluem-se o destino e os efeitos das células sedimentadas, bem como as toxinas que poderão atingir as comunidades bentónicas. Além disso, a decomposição da biomassa dos sedimentos e a resultante depleção de oxigénio, são tambémpreocupações, que não se podemdesprezar...Ocorrência em Portugal_ De uma forma geral, as marés vermelhas formam-se mais vulgarmente em zonas de baixa salinidade e de elevada carga orgânica, particularmente em zonas costeiras fechadas ou semi- fechadas, em particular se nestas zonas forem descarregados “esgotos” domésticos ou industriais._ Em particular, as marés vermelhas ocorrem mais frequentemente em cinco zonas restritas: Porto; Nazaré/Óbidos; Lisboa/Cascais; Lagos/Alvor; Faro/Vilamoura

_ Em 2003 verificou-se no período do verão uma proliferação de Amyloodinium ocellatum (Dinoflagelado) o qual foi responsável pela mortalidade elevada de espécies de peixe nas unidades de piscicultura da região do Sado._ Tem-se verificado, na altura do Verão (Agosto) o desenvolvimento de marés vermelhas na costa do Barlavento Algarvio. Esse bloom estará, eventualmente, relacionado com a forte afluência da população devido à época de férias àquela região, afluência que vai provocar um afluxo anormal de efluentes de natureza doméstica, conduzindo a uma descarga da lagoa de retenção da ETAR para o mar, devido ao excesso de carga.

Marés negras_ As marés negras são uma contaminação intensa das águas marinhas devido a óleos e petróleos procedentes geralmente de embarcações._ Petróleo – óleo bruto de cor escura, espesso, inflamável, que ocorre em rochas sedimentares e que consiste principalmente de hidrocarbonetos._ Crude – petróleo no seu estado natural, antes de ser refinado; petróleo bruto, rama de petróleo, petróleo não refinado.Transporte do petróleo bruto_ O transporte marítimo do petróleo bruto faz-se a partir dos países onde é extraído - Médio Oriente, Norte de África, África Ocidental, norte da Europa, norte do Continente Sul Americano - até aos países onde é transformado e/ ou utilizado - Japão, América do Norte, Europa Ocidental.Rotas de petroleiros_ A maior parte do transporte dos produtos potencialmente poluidores é feita por via marítima; Os incidentes de poluição marinha derivam sobretudo dos acidentes ou das actividades de rotina dos navios tanques que transportam essas cargas perigosas.Tipos de acidentesOperações de carga e descarga; Bancos; Abalroamentos; EncalheA poluição ocorrida pode classificar-se de:_ a). Acidental - caso um navio não possua as condições de segurança de uma unidade industrial em terra, encontrando-se sujeito a situações imprevisíveis de tempestades, se encalhes, colisões, explosões ou avarias de vária ordem. b). Operacional - caso a poluição se encontre relacionada com o próprio transporte marítimo de petróleo, como a descarga de água dos porões, operações nos terminais portuários ou operações de rotina dos petroleiros.Hidrocarbonetos - São compostos químicos constituídos por hidrogénio e carbono.Características dos hidrocarbonetos_ a) Hidrocarbonetos voláteis leves: a maioria dos produtos leves, como por exemplo: gasolina, querosene, parafina, diesel; b) Hidrocarbonetos moderados a pesados: a maioria dos crudes e produtos intermédios, tais como "marine-diesel", gasóleo, fuel- óleo leve e óleo de lubrificação leve; c) Hidrocarbonetos pesados: crudes muito parafínicos, emulsão água no óleo ("mousse de chocolate") e óleos de lubrificação pesados; d) Hidrocarbonetos residuais: fuel- óleos pesados, crude degradado e asfalto.

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Voláteis levesPropriedades físico- químicas: Baixa viscosidade, dispersão rápida; Elevado grau de evaporação; Solubilidade na água relativamente alta; Tendência para formação de emulsões instáveis; Penetração mais rápida na maioria dos substratos. Propriedades toxicológicas: Toxicidade aguda relativa ao conteúdo e concentração de fracções aromáticas; Compostos de elevado peso molecular são de imediato menos tóxicos, mas podem sê-lo cronicamente, tendo em conta que alguns são reconhecidos ou potenciais carcinogénicos; Danos a longo prazo devido à penetração e persistência dos compostos aromáticos.Moderados a pesadosPropriedades físico- químicas: Viscosidade moderada a elevada; Tendência para a formação de emulsões estáveis sob condições de elevada energia física; Penetração nos substratos em função da sua configuração; Sob condições de tempo quente ou de clima tropical, a evaporação rápida dos voláteis e a solução das fracções solúveis darão lugar a um resíduo degradado menos tóxico; Elevada capacidade de afundamento após a degradação atmosférica, particularmente num ambiente de lodo. Propriedades toxicológicas: Toxicidade variável dependendo do conteúdo em compostos aromáticos; Toxicidade aguda e crónica para organismos marinhos devido a abafamento físico/ mecânico; Diminuição progressiva, ao longo do tempo, da toxicidade aguda, em consequência da evaporação das fracções voláteis.PesadosPropriedades físico- químicas: Viscosidade elevada, dispersão limitada; Quando degradados por acção atmosférica, dão lugar à formação de pastas de alcatrão à temperatura ambiente, podendo, contudo, liquefazer-se quando expostos ao sol.Propriedades toxicológicas: Toxicidade relativamente baixa; Toxicidade aguda e crónica, principalmente devido a efeitos de abafamento do que toxicidade química, consequências das baixas fracções aromáticas; Mais incidência de efeitos em plantas e organismos sedentários do que em organismos móveis.ResiduaisPropriedades físico- químicas: Semi- sólidos de dispersão nula; Formação de pastas de alcatrão à temperatura ambiente, podendo, no entanto, liquefazer-se quando aquecidos. Propriedades toxicológicas: Relativamente não tóxicos na maioria dos ambientes; Pequena quantidade de fracções aromáticas tóxicas.

Processos decorrentes de um derrame petrolífero• Alastramento; Evaporação; Emulsificação; Dissolução; Oxidação; Sedimentação; Biodegradação; Dispersão._ a). Alastramento - é um fenómeno rápido e muito importante desde o início do derrame. Efeito que se processa de uma forma contínua durante vários dias (1 a 10). A camada superficial que se forma sob a acção de forças aceleradoras, tem normalmente uma espessura entre 1 mm a 0.1 mm. O factor mais importante, no momento inicial do derrame, é a razão volume/ peso do produto. Um derrame rápido de um grande volume, espalha-se mais facilmente do que uma descarga mais lenta (isto sem contar com as outras componentes, como por exemplo, o estado do mar e as condições meteorológicas)_ b). Evaporação - A evaporação é o fenómeno que mais contribui para a eliminação dos hidrocarbonetos na superfície das águas. Os hidrocarbonetos saturados e aromáticos evaporam-se cerca de 50% nas primeiras 24 horas. A evaporação é proporcional à percentagem dos compostos voláteis, com cadeias de átomos mais curtas e também à espessura da camada, aumentando à medida que esta se torna mais fina. O vento e o estado do mar influenciam este processo._ c) Emulsificação - Formação de emulsões dos hidrocarbonetos na água e de água nos hidrocarbonetos:_ c1) Emulsões dos hidrocarbonetos na água: são gotículas de petróleo (com diâmetros de alguns milímetros até milésimos de milímetro), que se formam devido à turbulência resultante da rebentação das ondas._ c2) Emulsões de água nos hidrocarbonetos: devem-se também à turbulência e ainda à adsorção à água, uma vez que alguns hidrocarbonetos contêm agentes tensioactivos suficientes. Estas emulsões água-no-óleo podem fazer crescer o volume do produto três a quatro vezes mais, tomando o derrame o aspecto de aglomerados castanhos ou alaranjados com alguns centímetros de espessura, denominando-se estas emulsões por "mousse de chocolate". Este tipo de emulsão apresenta uma viscosidade extrema, dificultando a dissipação dos hidrocarbonetos, inibindo a degradação e dificultando a biodegradação, pois a água que contém não é suficiente para fornecer o oxigénio e nutrientes necessários aos microrganismos, aumentando a persistência dos hidrocarbonetos sobre as águas. A evolução posterior da "mousse de chocolate" dá origem aos aglomerados de alcatrão que constituem um produto final de degradação marítima dos hidrocarbonetos mais pesados._ d). Dissolução - A dissolução dos hidrocarbonetos na água é difícil. Depende da composição e das propriedades físicas do petróleo, da extensão do derrame, da quantidade de petróleo disperso, das condições meteorológicas, e da agitação da água do mar._ e). Oxidação - A oxidação dos hidrocarbonetos pode resultar em produtos solúveis ou formar alcatrão persistente. Parte dessas reacções são devidas à acção do sol (foto-oxidação)._ f). Sedimentação - A sedimentação é função da densidade das partículas. Depende ainda das partículas em suspensão como por exemplo, areias finas ou outras matérias orgânicas, por adsorção dos hidrocarbonetos a estas._ g). Biodegradação - consiste na transformação do petróleo, por acção bacteriana em compostos mais simples, susceptíveis de serem integrados nos ciclos naturais. A acção destas bactérias que moldam e fermentam os hidrocarbonetos como fonte de carbono e energia, pode ser rápida (alguns dias) ou extensa (várias semanas) consoante a extensão da superfície do petróleo, quantidade de oxigénio e a disponibilidade de outros nutrientes que lhes são necessários._ h). Dispersão - Consiste na incorporação de pequenas partículas de petróleo (entre 5μ e vários mm) na coluna de água. Depende, como todos os outros processos descritos, do estado do mar, das condições meteorológicas existentes e das características do produto derramado. Note-se que as partículas assim formadas são facilmente ingeridas pelos organismos marinhos.Tempos de Evaporação_ Compostos mais leves, como gasolinas (cadeias com 4 a 10 átomos de carbono, volume 25% dos petróleos vulgares) – evaporação total em algumas horas; Querosenes

(12 a 16 átomos, volume = 10%) – evaporação total ao fim de 10 dias; Gasóleos (16 a 20) e óleos lubrificantes (20 a 26) apresentam tempos de "residência" muito superiores e compostos com cadeias ainda superiores praticamente não se evaporam da superfície do mar.

Sensibilidade dos sistemas costeiros_ Vulnerabilidade do habitat ou ambiente físico – fortemente relacionada com os graus de penetração e de persistência dos hidrocarbonetos no local – medido pelo índice de vulnerabilidade relativa: escala de 1 a 10, sendo o menor valor atribuído a sistemas menos vulneráveis com menor necessidade de uma intervenção de limpeza; Sensibilidade das populações ou comunidades de organismos naquele ambiente; Elasticidade – poder de recuperação de uma comunidade após uma catástrofe natural ou provocada pelo homem.

Grau de sensibilidade de um sistema:_ Sensibilidade elevada: florestas de mangal; recifes de coral; pântanos de água salgada; zonas abrigadas de marés; concentrações de aves ou mamíferos marinhos; Sensibilidade média/ elevada: costas rochosas abrigadas; pântanos de gramíneas marinhas; estuários; Sensibilidade média: praias de cascalho e pedras; fundos de marés em costas abrigadas;_ Sensibilidade média / baixa: praias de areia fina; pântanos de areia expostos a marés; fundos de marés em costas expostas; Sensibilidade baixa: rochedos expostos e costa de seixos; águas costeiras abertas.

Aves marinhasContaminação da plumagem: efeito imediato da exposição; óleos provocam perda das propriedades impermeabilizantes da plumagem, permitindo a penetração da água e causando hipotermia e perda de flutuabilidade; Ingestão: efeitos na ingestão incluem anemias, pneumonias, irritação intestinal, alterações de osmorregulação, lesões do fígado e produção de ovos em menor número e de menor viabilidade. A ingestão ocorre pela tentativa de limpeza da plumagem ou por alimento de presas contaminadas; Efeitos na reprodução: exposição directa dos ovos conduz a uma redução na capacidade de sobrevivência; Perturbação ambiental: em especial a nível de uma perturbação das aves dos hábitos reprodutores, provocados pela presença de humanos e máquinas durante as operações de limpeza.Mamíferos marinhosContaminação da pele e pelagem: risco para as capacidades termorreguladoras. Os olhos constituem os principais locais de lesões e irritações; Inalação: Pode ocorrer irritação das vias respiratórias ou mesmo lesões permanentes, quando se trata da inalação da fracção volátil do crude; Ingestão: pode ser por via directa, especialmente em lontras, devido à tentativa destas tentarem remover os produtos do derrame e por ingestão de alimento contaminado; Efeitos na reprodução: conduz a uma redução da capacidade de sobrevivência, podendo causar malformações dos fetos e/ ou ocorrência de produtos abortivos.PlânctonZooplâncton: Apresenta, em geral, elevada sensibilidade. Efeitos tóxicos a partir de concentrações entre 0.05 e os 9.4 mg/l. Efeitos a curto prazo geralmente resultam em reduções temporárias de biomassa. Bacterioplâncton: aumento das concentrações perante um derrame, porque contribuem para um processo mais rápido de biodegradação dos hidrocarbonetos na água; Fitoplâncton: verifica-se uma menor sensibilidade. Este facto deve-se a uma rápida regeneração das células (9 e 12 horas) também devido às reduções de zooplâncton.PeixesOvos e larvas – extremamente vulneráveis. Registam-se elevadas mortalidades. Efeitos tóxicos a partir de 1 a 10 p.p.m. Peixes adultos - menos afectados porque são capazes de detectar e evitar áreas contaminadas por um derrame (excepto os de aquacultura). Existem, no entanto, referências quanto a efeito subletais nestes animais, como desorientação, diminuição das taxas de crescimento, aparecimento de lesões cutâneas.Comunidades das zonas intertidais_ As mais fortemente afectadas._ As macroalgas, no entanto, apresentam uma grande resistência à contaminação por hidrocarbonetos, mesmo na presença de grandes quantidades dos mesmos.Macroinvertebrados Desaparecimento da quase totalidade das populações de crustáceos ou moluscos gastrópodes, quer pela asfixia, quer por envenenamento das fracções mais leves e tóxicas dos hidrocarbonetos.Impactes_ Os impactes dos derrames de hidrocarbonetos sobre as actividades costeiras residem, fundamentalmente, no Turismo e actividades recreativas, na indústria e em portos e marinas, redução da biodiversidade...Modelos de previsão evolutiva de um derrameModelos informáticos para o cálculo das previsões evolutivas de um derrame determinando o provável movimento da mancha e das suas mudanças de propriedades para facilitar a tomada de medidas adequadas para a luta contra a poluição causada.Três tipos de modelos: Modelos de deriva das manchas; Modelos de dispersão na água;Modelos de avaliação de riscos.Simples cálculo baseado no conhecimento prévio de: Ventos (direcção predominante e intensidade); Correntes; Ondas. Pode dar a direcção de deriva da mancha a partir das posições conhecidas e dos vectores vento e correntes.

Medidas de combate1. Medidas preventivas e regulamentares;Visam reduzir (e/ ou eliminar) a poluição operacional devida à exploração comercial dos navios ou decorrente funcionamento normal das indústrias e reduzir ao mínimo os riscos da poluição acidental provocada por um acidente.Destacam-se as seguintes: Regras de segurança para os transportes marítimo e terrestre; Normas e procedimentos de segurança para operações de transporte de hidrocarbonetos em navios e nas instalações de armazenamento em terra; Normas de

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segurança para a exploração das instalações de armazenagem de hidrocarbonetos em terra; Normas de construção e de equipamento para navios e instalações de armazenagem em terra; Apetrechamento das instalações de armazenagem em terra, portos e terminais com material e equipamento de prevenção e de intervenção adequado; Capacidade de assistência e salvamento a navios acidentados;Formação técnica da tripulação dos _ navios, do pessoal das instalações de armazenagem em terra e dos operadores portuários ou de terminais; Preparação de Planos de Contingência ou de Emergência para fazer face a acidentes susceptíveis de provocar derrames acidentais de hidrocarbonetos no mar; Estabelecimento de esquemas de indemnização pelos danos causados por derrames acidentais de hidrocarbonetos no mar.2. Meios de controlo;3. Técnicas e meios de combate propriamente ditos.Medidas mitigadoras e principais tratamentosO combate a um derrame apresenta-se como uma situação extremamente complexa. Detectado, identificado e quantificado um derrame, para além da necessidade prioritária de salvar vidas humanas, o objectivo primordial, se o acidente ocorrer no alto mar, será procurar evitar a chegada de hidrocarbonetos à costa. a). Tratar o mais rapidamente possível o máximo de poluição; b). Limitar a extensão do derrame, tentando tirar partido da acção dos ventos; c). Preparar os meios de protecção e de limpeza imediata das linhas de costa ou margens dos rios potencialmente atingidas; d) Combate no marAs técnicas de combate no mar são as seguintes:a) Recuperação dos hidrocarbonetos (contenção, recolha, armazenagem primária e transporte); A contenção/ controlo de um derrame é obtida mediante a utilização de barreiras. A recolha de um derrame à superfície do mar é conseguida através da utilização de recuperadores, equipamentos especialmente concebidos para remover a máxima quantidade possível de hidrocarbonetos e a mínima de água; b). Tratamento do derrame por dispersantes; utilização de um dispersante químico. A remoção do hidrocarboneto da superfície líquida evita a formação de emulsões persistentes (do tipo, por exemplo, “mousse de chocolate”); c) outras técnicas: Utilização de produtos adsorventes, de produtos gelificantes; de produtos desemulsificantes, Queima dos hidrocarbonetos, Utilização de bactérias é designada por tratamentos de biorremediação.A utilização dos dispersantes: a) favorece a biodegradação dos hidrocarbonetos; b) facilita a dispersão dos hidrocarbonetos na coluna de água por acção de factores meteorológicos e oceanográficos; c) evita a manutenção de uma película contínua de hidrocarbonetos à superfície do mar, com o inconveniente de reter outros poluentes; d) impede a chegada à costa de massas compactas do produto envelhecido e de emulsões viscosas que iriam dificultar as operações de limpeza.

A maioria dos solventes orgânicos presentes nos dispersantes pertence às famílias dos álcoois e glicóis, que tendem a ser menos tóxicos. O lançamento pode ser efectuado por meios aéreos (avião ou helicóptero) ou meios navais e mediante a utilização de equipamentos apropriados. A sua aplicação indiscriminada pode, no entanto, originar problemas ecológicos.Combate em terraO combate em terra é constituído por três fases:_ 1ªFase - Remoção de todos os hidrocarbonetos flutuantes de modo a que a poluição sobre as costas não se agrave, reduzindo-lhe a sua potencialidade de contaminação; 2ª Fase - Limpeza da contaminação moderada, como sejam, os hidrocarbonetos espalhados nas praias e os materiais das mesmas por eles contaminados; 3ª Fase - Remoção dos últimos vestígios dos hidrocarbonetos ainda existentes nas costas.

Em muitos casos, a única solução possível para a limpeza da costa é a de deixar que as marés façam a sua dissipação ou limpeza natural. Esta acção pode ser justificável em locais da costa onde a sensibilidade e vulnerabilidade ecológica é grande e, por conseguinte, qualquer utilização de equipamentos de limpeza pode causar mais destruição do que benefício.

No caso das áreas rochosas, a lavagem é muito utilizada para a limpeza final. Essa lavagem pode fazer-se com jactos de água quente e a alta pressão sempre que as superfícies a lavar sejam superfícies duras. No caso das superfícies inclinadas, a lavagem deve iniciar-se do alto para baixo. Se possível, devem preparar-se recipientes, ou zonas demarcadas por barreiras, onde se processa a recolha dos líquidos de lavagem misturados com o produto a remover._ A lavagem por água quente a alta pressão deve evitar-se no caso da existência de grande riqueza biológica. Neste caso, a limpeza pela acção da Natureza é a mais aconselhável. Muitas vezes, torna-se necessário substituir a areia poluída por outra limpa, não sendo possível fazer retornar às origens a areia tratada ou recolhida, pela impossibilidade de se reciclar.Acidentes de petroleiros2002 – Prestige (13 de Novembro); 2001 “Jessica” 16 de Janeiro Ilha _ de San cristóbal(Galápagos); 1999 – Erika – Bretanha Fancesa. 400 Km do litoral francês afectado

A fim de satisfazer as necessidades nutricionais de uma população humana a crescer de uma forma exponencial_ Aumento de alimento: Pesticidas – controlo de pragas; Fertilizantes – aumentam o K (capacidade de susentação do ambiente) e aceleram o crescimento; Manipulação genética (OGM) – crescem mais depressa e são mais resistentes ao parasitismo;PESTICIDAS_ São produtos químicos, naturais ou sintéticos, utilizados no controlo de organismos que possam afectar a saúde pública e que ponham em risco, em todos os estádios e de qualquer modo, o desenvolvimento de recursos vegetais ou animais, que são utilizados para fins alimentares ou industriais. Inclui insecticidas, herbicidas, fungicidas, rodenticidas, nematicidas, germicidas, algicidas e biocidas. Usados para o combate de pragas, animais ou vegetais.

Benefícios:Aumento da produção de alimento devido à protecção das plantas contra agentes patogénicos, parasitismo, predadores e competição com outras plantas indesejáveis; Protecção de milhões de vidas humanas pela prevenção de certas doenças; A prevenção e atraso da decomposição dos alimentos colhidos e amazenados (os alimentos duram mais tempo sem se estragarem).Prejuízos:Destruição de espécies animais e vegetais que não são o alvo do pesticida aplicado; Efeitos de bioacumulação /bioamplificação afectando as cadeias alimentares; Indução de mecanismos de resistência nos organismos-alvo (“target species”), originando alvo formas resistentes ao pesticida (ao produto); Acção disruptora podendo desencadear mutações.Características:São compostos químicos que, em condições normais, persistem por longos períodos de tempo em formas biologicamente activas podendo manifestar efeitos directos nos organismos expostos, ou indirectos, na estrutura das populações; Compostos pouco solúveis e pouco voláteis que podem ser distribuídos pela água ou ar em baixas concentrações e a grandes distâncias; São compostos passíveis de se acumularem nos organismos expostos a baixas concentrações, podendo atingir níveis biologicamente significativos.Impactes no Ambiente e na Saúde públicaRuptura do equilíbrio natural, com extinção progressiva de espécies susceptíveis (nocivas e não nocivas) e eventual desenvolvimento não esperado de espécies que sirvam de alimento àquelas espécies, cuja população foi reduzida; Selecção de indivíduos ou de raças, resistentes aos pesticidas, cujo controlo se pode tornar mais difícil; Acumulação de produtos tóxicos estáveis, na água, no solo, nos alimentos e através de cadeias tróficas, no Homem; Perigos para o Homem e para os seus descendentes, a curto/médio prazo se a aplicação não foi precedida por um estudo de avaliação de risco.

A classificação do pesticida pode ser baseada num dos seguintes parâmetros:Estado físico; Espécies- alvo a que se destinam; Finalidade da sua aplicação; Natureza química.Pesticidas – classificação de acordo com a espécie-alvoInsecticidas - para eliminar pragas de insectos; Herbicidas – quando as espécies-alvo são as plantas; Fungicidas – destinam-se a eliminar fungos; Acaricidas – eliminar ácaros (agricultura e carraças, estes últimos vectores de encefalites para o Homem e animais domésticos); Moluscicidas – eliminar caracóis, lesmas e outros moluscos; Nematicidas – eliminar nemátodes; Rodenticidas – para combater ratos e outros roedores; Corvicidas – para matar corvos (aves indesejáveis às culturas).

Pesticidas – classificação de acordo com a natureza químicaOrganoclorados; Organofosforados; Carbamatos; Piretróides.Pesticidas inorgânicos - Compostos de arsénio; mercúrio; chumbo; cobre.Os compostos destes elementos não estão sujeitos a degradação e quando utilizados como pesticidas apresentam uma longa persistência como substâncias tóxicas.Pesticidas orgânicos– inclui um conjunto de compostos químicos diverso. Alguns destes compostos são produzidos naturalmente por certas plantas, os quais as defendem contra vários agentes agressores. A grande maioria deste grupo de compostos é produzida pelo Homem.Pesticidas orgânicos naturais – Da planta do tabaco (Nicotina tabacum) extrai-se o alcalóide nicotina bem como outros nicotinoides que são importantes insecticidas. Um outro exemplo natural é o rodenticida estricnina, um alcalóide extraído da planta tropical Strychnos nuxvomica.Pesticidas sintéticos organometálicos – muito utilizados como fungicidas. Os mais importantes são os organomercuriais. Fenóis – Fungicidas utilizados para a preservação da madeira. Ex: triclorofenol, tetraclorofenol e o pentaclorofenol; Hidrocarbonetos clorados – grupo muito diverso e vasto, englobando vários sub-grupos: DDT e insecticidas com ele relacionados; Lindano (insecticida); ciclodienos (aldrina, dieldrina, heptacloro) usados como insecticidas; ácidos fenoxiclorados (2,4-D 2 2,4,5-T) como herbicidas; Pesticidas organofosforados – grupo muito diversificado de compostos químicos, utilizados como insecticidas, acaricidas ou nematocidas. Ex: paratião, o metil-paratião e o fosfamidão. Carbamatos – apresentam uma toxicidade aguda elevada para os artrópodes. Exemplos: carbaril e o carbofurano Triazinas- herbicidas usados especialmente nas monoculturas do milho. São também usados como esterilizanes do solo. Ex: atrazina.

Pesticidas – classificação quanto à sua utilizaçãoSaúde humana ; Agricultura; Gestão florestal.

Saúde humanaMalária, causada pelo protozoário Plasmodium e que atinge o homem pela picada de um mosquito do género Anopheles; Peste ou morte negra, causada pela bactéria Pasteurella pestis, transmitida aos seres humanos pela pulga do rato oriental Xenopsylla cheops; Febre-amarela, assim como outras doenças virais semelhantes como a encefalite. O vírus é transmitido por mosquitos, especialmente das espécies Aedes aegypti e Culex spp no caso da febre-amarela; Febre tifóide, causada pela bactéria Rickettsia prowaszeki e transmitida às pessoas pelo piolho Pediculus humanus; Tripanosomíase, ou doença do sono, causada pelos protozoários flagelados Trypanosoma gambiense e T. rhodesiense e transmitisa às pessoas pela mosca tsé-tsé (Glossina sp).AgriculturaArtrópodes e insectos entram em competição com o homem pelo mesmo alimento, principalmente os insectos dos produtos armazenados; As plantas infestantes competem com as plantas desejadas no que respeita à luz, água e nutrientes, podendo provocar uma diminuição da biomassa da cultura; As doenças causadas por fungos, ou

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outros agentes patogénicos podem ser controladas, seja pela utilização de fungicidas seja pelo controlo da população dos agentes vectores dessas doenças.Gestão florestalO uso dos pesticidas faz-se especialmente para evitar a desfoliação, devida a pragas de insectos e para controlo do crescimento exagerado de plantas infestantes em plantações florestais. A quantidade de pesticidas que se utiliza para a protecção das florestas é muito menor que a utilizada na agricultura. Falou-se aqui nas florestas porque além de serem uma fonte económica muito importante de extracção da madeira para fins comerciais, são também grandes “fontes” de água.

Factores que influenciam a persistência de um pesticida e a possibilidade de existência de resíduos: A quantidade de pesticida aplicado; A natureza do substrato em que o pesticida é aplicado; A formulação do pesticida; A estrutura química do composto; O pH da substância utilizada como transportadora do pesticida para a sua aplicação; Exposição a factores de erosão (vento, chuva, etc); Desnaturação devido a altas temperaturas e/ ou humidade; Reacções fotoquímicas devidas à luz solar; O tempo que o pesticida está exposto a estes factores. Têm sido detectados pesticidas nos cursos de água naturais e também – ainda que raramente – em águas subterrâneas.Um resíduo do pesticida é o vestígio do pesticida ou dos seus produtos de degradação.Origens - Os pesticidas atingem os cursos de água a partir de uma ou de um conjunto das seguintes formas:Pulverização da superfície do curso de água, para tratamento, com herbicidas ou insecticidas; Efluentes industriais e esgotos urbanos; Partículas transportadas pelo vento e pela chuva; Arrastamento de pesticidas, utilizados na agricultura, pela água das chuvas ou pela água de rega; Arrastamento pelos canais de rega que vão desembocar num curso de água natural; Erosão do solo pela chuva ou pelo vento; Contaminação das águas subterrâneas por excesso de aplicação dos pesticidas.Grupos de riscoOs pesticidas lançados nos cursos de água, depositam-se com alguma rapidez nas lamas e nos microrganismos que formam o leito desses curso de água. As algas e o plâncton também tendem a concentrar este tipo de resíduos. A partir de qualquer destes quatro elementos (lamas, microrganismos, algas ou plâncton) a contaminação da cadeia alimentar é fácil e inevitável.SinergiaOs pesticidas, como outros poluentes orgânicos e inorgânicos podem ter, além da sua acção directa, outros efeitos que resultam de eventuais acções sinérgicas e/ ou de efeitos antagónicos que se podem desenvolver.DispersãoOs pesticidas variam muito nas suas características físicas, e químicas e é a solubilidade, mobilidade e velocidade de degradação que governam o seu potencial de contaminação das águas. Vários trabalhos evidenciam que os compostos organoclorados são tansportados pelo ar, adsorvidos a partículas de poeiras que, consoante as condições atmosféricas, podem viajar por distâncias mais ou menos longas.SelectividadePara que um pesticida seja absolutamente selectivo será necessário que ele manifeste os seus efeitos tóxicos apenas no organismo ou organismos para o (s) qual (is) foi seleccionado.GenotoxicidadeTeratogénico – que provoca o desenvolvimento anormal no embrião ou no feto; Cancerígeno – que provoca o cancro.

MetaisDos 112 elementos químicos existentes, na Natureza encontram-se inventariados 90 elementos químicos: 80,4% (ou seja, 19.6% são artificiais).Metais – definição - Os elementos metálicos, são bons condutores de electricidade, têm uma aparência brilhante e tendem a entrar em reacções como catiões carregados positivamente. Consultando a TP há um total de 89 elementos que têm estas características e são considerados metais verdadeiros; Além destes, há 7 outros elementos chamados semi-metais ou “metalóides” que apresentam as propriedades físicas próprias dos metais mas, quimicamente, comportam-se mais como elemento não metálicos.Metal pesado - A definição é complexa: Reimann e Caritat (1998) classificam os metais pesados de acordo com a sua densidade (valores superiores a 4.5 g.cm-3) e com o carácter (predominantemente) metálico do elemento. Carapeto (1999) considera como metal pesado os elementos metálicos baixos na tabela periódica com massas atómicas elevadas (>100), ou uma densidade superior a 5g/cm3. Cerca de 38 elementos têm uma densidade superior a esta (5g/cm3); muitos são abundantes a crusta terrestre e foram utilizados durante a evolução natural da vida.Classificação segundo as necessidades metabólicas Os elementos essenciais estimulam a actividade biológica quando estão presentes em concentrações baixas e apenas se tornam tóxicos quando atingem o nível de tolerância tóxica; Os elementos não essenciais não apresentam efeitos de estimulação biológica e o nível de tolerância tóxica é muito mais baixo em relação aos primeiros.Metais - Essenciais a todos os organismos: Zn, Cu, Mn, Fe, Co; Essenciais a alguns organismos: Sn, Cr, Ni e Cd.; Sem função biológica estabelecida: Hg, Pb, As.Classificação dos metais quanto às necessidades metabólicas (Clark, 1989)(1) Metais leves (sódio, potássio, cálcio, etc), geralmente transportados como catiões móveis em soluções aquosas; (2) Metais de transição (ex: ferro, cobre, cobalto e manganésio) que são essenciais em pequenas concentrações mas que se podem tornar tóxicos a altas concentrações; (3) Metais pesados ou metalóides (ex: mercúrio, chumbo, estanho, selénio e arsénio) que são geralmente não essenciais às actividades metabólicas dos organismos mas são tóxicos às células a muito baixas concentrações.Origem dos metaisErosão das rochas e do solo; da actividade vulcânica; fontes hidrotermais activas; dos incêndios florestais; da vegetação; das partículas levadas pelo vento; e dos efeitos de actividades de origem antrópica._ Actividades antropogénicas: Extracção mineira; Processamento / utilização de metais;

Processamento e utilização de substâncias que contenham os metais;_ Utilização de combustívies fósseis.Destinos_ Sob certas condiçõe abientais podem acumular-se; Até mesmo aqueles que funcionem como nutrientes essenciais se podem tornar tóxicos para os organismos aquáticos e para o ser humano desde que o nível e exposição sejam suficientemente elevados; Mesmo sem a intervenção do homem alguns metais atingem concentrações elevadas a ponto de causar danos ecológicos; No entanto este tipo de contaminação é geralmente limitada nas suas dimensões e a área afectada é consequentemente restrita. A chegada da era moderna da industrialização provocou uma contaminação generalizada; A mineração e a utilização de combusíveis fósseis tem aumentado a quantidade de alguns metais introduzidos nos Oceanos. Os metais mobilizados pelas actividades antropogénicas podem ser transportados para o mar por escorrências continentais, através de efluentes urbanos e industriais ou por transporte atmosférico. Os metais pesados são motivo de grande preocupação porque são tóxicos a concentrações relativamente baixas.Exemplos históricos de envenenamentos por metaisQueda do Império Romano – diminuição das capacidades mentais dos governantes –> guardavam vinho dentro de recipientes de cerâmica revestidos com Pb; Saturnismo – envenenamento por Pb – comum nos patos e em seres humanos; Indústria de chapéus de feltro (Grã-Bretanha) –> uso de compostos de mercúrio nos acabamentos dos chapéus: pessoas com danos neurológicos; Baía de Minamata (Japão) – envenenamento por Hg; Doença de Itai-Itai (Rio Jintsu – Tóquio) (Japão) – exposição a Cd.

A forma química dos elementos tóxicos dissolvidos na água, torna-os, de uma maneira geral, disponíveis para os organismos. Sendo assim, numa concentração aquática relativamente baixa, podem exercer um poderoso efeito tóxico;_ Pelo contrário, as concentrações elevadas de metais nos solos e nas rochas apresentam-se, na sua maioria, como formas insolúveis e, como tal, a disponibilidade é baixa._ Na água os metais aparecem como misturas complexas e diversas de formas solúveis e insolúveis. Eles podem estar presentes como espécies iónicas, complexos orgânicos e inorgânicos, e/ ou associados com colóides e material particulado diverso._ Além disso, os problemas analíticos associados à especiação dos metais a muito baixas concentrações na água, são complexos e ainda não foram completamente ultrapassados ._ Os compotos organometálicos na água variam em complexidade desde simples complexos de aminoácidos até aos complexos formados com substâncias húmicas._ É frequente os compostos húmicos constituirem a forma predominante de material orgânico dissolvido em águas naturais e podem de imediato formar complexos com certos catiões metálicos.A formação e estabilidade dos complexos organometálicos é muito afectada pela composição química e pH da água.

Com base em estudos empíricos, é possível organizar os metais, em termos da sua tendência para formar complexos com elementos orgânicos, da seguinte forma:Hg > Cu > Ni > Zn > Co > Mn > Cd > Pb

A mobilidade e a disponibilidade dos metais ligados aos sedimentos aumenta devido a quatro factores:1. Baixa de pH: o pH dos sedimentos pode baixar consideravelmente devido à oxidação bacteriana do enxofre do ferro ferroso. As reduções no pH serão mais marcadas nos sedimentos que tenham uma pequena capacidade tampão. O aumento da acidez também tem efeitos indesejáveis como a aceleração da metilação de determinados metais; 2. Aumento da concentração salina: a competição por locais de adsorção e a formação de clorometais solúveis favorece a libertação dos metais; 3. Presença de elevadas concentrações de agentes complexantes naturais ou sintéticos restringe a mobilidade dos metais; 4. Alteração das condições redox: sedimentos anóxicos, redutores, restringem a mobilidade dos metais porque favorecem a formação de sulfitos insolúveis e estáveis.

Metais- acumulação/ remoçãoA intensa sedimentação, nos estuários, acumula uma larga quantidade de metais, que ficam adsorvidos às partículas sedimentares. Estes são levados para as regiões abissais pelas correntes de fundo ou por acção tectónica. A remoção dos metais inclui o assentar das partículas, a incorporação dos metais dissolvidos em tecidos biológicos e a sua absorção.Principais agentes de transporteOs rios são os principais agentes de transporte dos metais, quer naturais, quer de natureza antropogénica. A atmosfera constitui o terceiro agente de transporte mais importante de metais para o mar, particularmente os próximos das costas, com intensa actividade industrial.Ciclo hidrológicoOs oceanos são assim, a última etapa do ciclo hidrológico e onde os metais são removidos do ciclo e incorporados nos sedimentos, ficando alguns biliões de anos retidos até entrarem novamente num novo ciclo hidrológico. Os metais depositados, e/ou constituintes dos fundos abissais, penetram para o magma, nas zonas de subducção, e regressam ao soalho oceânico a partir de extrusões magmáticas, nos picos das cristas montanhosas submarinas activasPrincipais formas existentes_ Os metais pesados podem ser encontrados, no ambiente marinho em três formas distintas: particulada, dissolvida e coloidal. Poucos metais se encontram na sua forma iónica, na água do mar. A maioria dos metais pesados encontra-se ligada à matéria orgânica particulada e dissolvida.Alguns elementos químicos e principais fontes: Arsénio: Sub-produto de operações mineiras, pesticidas, desperdícios químicos; Berílio: Carvão, indústrias; Cádmio: Indústrias, mineração, metal; Crómio: Galvanização de metais, outras; Cobre: Galvanização de metais, resíduos industriais, mineração; Flúor (ião F-): Natural,

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industrial, aditivo nas águas; Iodo (ião I-): Industrial, águas marinhas naturais, intrusão salina, macroalgas castanhas. Previne o bócio. Ferro: Água em contacto com fontes de ferro, águas ácidas das minas; Chumbo: Industrial, mineração, combustíveis, canalizações; Manganésio: Águas em contacto com fontes de Mn, resíduos industriais; Mercúrio: Resíduos industriais, mineração, carvão, actividade magmática e vulcânica; Molibdénio: Resíduos industriais, fontes naturais; Selénio: Fontes geológicas naturais, carvão, enxofre; Prata: Fontes geológicas naturais, galvanização em processos fotográficos; Zinco: Resíduos industriais, galvanização de metais, canalizações

Metais – Toxicidade (Homem)Pouco tóxicos: Zinco (Zn) e Zircónio (Zr). Toxicidade elevada: Polónio (Po), Tálio (Tl),Mercúrio (especialmente na forma metilada) (Hg), Arsénio (As), Prata (Ag), Chumbo (Pb), Cobre (Cu), Níquel (Ni), Crómio (Cr).

A toxicidade dos metais depende de vários factores:

2. Presença de outros metais- Sinergia; Sem alteração; Antagonismo 3. Factores ambientais: Temperatura; pH; Concentração de oxigénio dissolvido; Intensidade da luz; Salinidade 4. Condição do organismo: Estádio biológico (ovo, larva, adulto); Alterações no ciclo de vida (reprodução, muda do exosqueleto); Idade e tamanho do organismo; Sexo; Condições alimentares (bem/ mal alimentado); Actividade; Protecção adicional (ex: presença de exosqueleto ou concha); Adaptação aos metais; 5. Respostas do comportamento: Alteração do comportamento

Toxicidade em GeralOs perigos envolvidos na presença dos metais, derivam não só da sua persistência e toxicidade como também da capacidade de concentração ao longo das cadeias tróficas.

Metais Pesados: origens e consequênc ambient e na saúde pública!Alumínio : Origem – Devido às activi//s antropogén encontra-s no ar, nos alimentos e água, sob a forma d sais solúveis, d comp insolúveis e d subst coloidais. As ftes + vulgares d dispers do Al no amb aquátic são a lixiviaç dos solos e minerais, a erosão e os efluentes e rejeições industriais. No trata/o das águas naturais p/ produç d água p/ consum humano o Al é utilizado sob a forma d sulfato d Al, p/ provocar a coagulaç/ floculaç das subst em suspens. Outra fte é a desagregaç dos minerais d argila (constituídos em parte por comp d Al) devido às chuvas ácidas (à medida q o pH bxa a solubili// do Al é >). Efeitos e Conseq – a reduzida solubili// dos sais d Al limita os efeitos tóxicos, embora possa ocorrer toxici// em indivíduos q ñ tenham capaci// d o eliminar e estejam sujeitos a process d acumulaç progressiva (em insuficientes renais crónicos e doentes submetidos a hemodiálise, o excesso d Al pode provocar riscos d encefalopatias crónicas). O excesso d Al provoca turvaç e cor anormais além d depósitos nas canalizaç. Trata/os – decantaç e filtraç permitem eliminar a > parte do Al presente sob a forma d sais insolúveis. Uma medida preventiva do apareci/o d excesso d Al é através do controlo do pH e da condutivi// da água nas uni//s d trata/o bem c/o pela realizaç d operaç sistemáticas d manutenç da rede d distribuiç.Chumbo : Origem – a activi// humana levou ao do teor d Pb no amb, através d activi//s c/o a fundiç e refinaria, fabrico d latão, adiç d Pb aos combustív (uso d tetraetil e tetrametil d Pb Pol Atmosf), bacterias d acumuladores, tintas, utilizaç agrícola, incineraç d mat contendo Pb, utilizaç nas canalizaç e o tempo d contacto entre a água e a canalizaç pode conduzir a níveis mto elevados d Pb. A agressivi// das águas em relaç ao Pb varia pois c/ a sua mineralizaç, O2 dissolvido e CO2 presente. A principal fte d Pb são os alimentos e ñ a água q bebemos, sendo a contribuiç da pol atmosf diminuta. Efeitos e Conseq – é 1 tóxico cumulativo, q depois d absorvido pelo homem s concentra no esqueleto sob a forma d fosfatos insolúveis, no cabelo e em tecidos moles, nomeada/, no cérebro podendo causar danos graves (efeito inibidor a este nível, sob o metabolismo das célul cerebrais), efeito inibidor ao nível do pâncreas. Provoca atrasos no desenvolvi/o intelectual, modificaç comporta/ais, anemias, perturbaç digestivas, alteraç neurológicas e encefalopatia. Os casos d intoxicaç por Pb + conhecidos são o saturnismo. Trata/os – eliminaç do Pb na água bruta por coagolaç/ floculaç c/ sulfato d Al, filtraç sobre carvão activado, oxidaç. A cloração subsequente permite melhorar os resultados precedentes. A eficácia da resoluç d situaç d desequil d metais c/o o Pb, passa pela controlo dos parâmetros q podem influenciar a corrosão: pH, acidez, alcalini//, dureza e temp.Mercúrio : Origens – d ftes naturais, c/o emanções vulcânicas, erosão e degradaç d rochas pela água, ou d ftes antropogén, principal/ pela utilizaç agrícola (pesticidas cancerígenos, antibactericidas), utilizaç na exploraç d minérios, disseminaç na atmosf devida à queima d combust fósseis, indústria quím (fabrico d Cl, soda, pasta d papel, produtos farmacêuticos), centrais eléctricas, incineraç e aterros sanitários. Principal fte é alimentaç c/ base em produtos do mar (moluscos e peixes – bioacumulaç) e seus derivados. Efeitos e Conseq – o Hg depositado nos sedimentos em certas condiç d pH torna-s disponível na massa d água podendo ser absorvido por organism c/o os peixes e entrar na cadeia alimentar até ao homem. Ao entrar na cadeia representa 1 gd risco 1a

vez q s trata d 1 ele/o bioacumulável e bioamplificáv. Este ele/o tem efeitos ao nível dos sist enzimático (bloqueando as enzimas e funcinando c/o tóxico protoplasmát) e ao nível do sist nervoso central. O Hg é tóxico p7 o homem sendo q os sais d Hg oxidam nos tecidos e nos eritrócitos a Hg bivalente. E retido pelo figado, rins , cérebro, coraç, pulmões e tecidos musculares. Trata/os – a sua descarga no amb deve ser o + reduzida possível, passando pela melhoria dos processos industriais e a procura d alternativ (outros comp), nomeada/ na indústria d produç d pesticidas. Nas águas natur o Hg está ligado às partíc em suspens sendo assim tratado por floculaç/ coagolaç e decantaç.

Pode-s utilizar tb filtros d areia ou carvão activado. Qq q seja o método utiliz podem melhorar-s os resultados obtidos recorrendo a um trata/o por oxidaç posterior através do Cl.Cádmio : Origens – pode ter origem natural (associado ao Zn e Pb) ou em activi//s antropog sobretudo : industriais (exploraç mineiras, metalúrgicas e quim); fabrico d ligas e d soldas, d pigmentos d pinturas, estabilizantes d mat plásticas, baterias e cerâmica; subproduto d activi//s agrícolas (superfosfatos e constit d alguns pesticidas); emissões p/ a atmosf pelo tráfego automóvel; energia nuclear. A ingestão do Cd é pratica/ feita pela ingestão d ali/os contaminados, pela rega. A exposiç profissional em uni//s fabris é outra fte, bem c/o o fumo do tabaco. Efeitos e Conseq – a solubili// do Cd é bx e depende do pH. Normal/ a solubili// é > p/ as formas d sais, carbonatos e hidróxidos, a pH bx (ácd). Assim, s o pH permitir fica disponível na água p/ ser absorvido pelos org pois é bioacumulável. S estiver presente nas águas tratadas pode formar complexos c/ o Cl e os sulfatos. O Cd é 1 ele/o ñ essencial, tóxico p/ o homem, mm em peq [ ]s. A sua ingestão provoca repressões do cresci/o e reduç da digestão d proteínas e lípidos. Causa tb problem d hipertens e acidentes cardiovasculares. O Cd substitui o Zn no org ligando-s irreverssível/ a proteínas e originando carcinomas, dermatoses e mtos outros tipos d lesões c/o a osteoporose. Trata/os – por pp, troca iónica. C/as medidas preventivas: manutenç/ exploraç das redes por forma a evitar a corrosão das coberturas metálic c/ Cd; evitar o espalha/o d lamas do trata/o d águas residuais q contenham gds quanti//s d Cd; maximizar a reciclagem por forma a as ftes d pol difusa; reduzir as emissões.MP num proc de eutrofizaç:Se tivermos 1a massa d água suficiente/ profunda, c 1a área suficiente p/ q exista estratificaç térmica e recirculaç, a solubili// dos metais depende do pH da albufeira, q por sua vez depende do estado trófico da água; na coluna de água, onde há penetraç da radiaç solar - zona eufótica - o efeito destes compostos é nulo. S, no entanto, tiver uma descarga continuada destes metais, já posso ter algum efeito. Nos períodos de recirculaç, qdo se quebra a estratificaç, a carga d sedi/os vem à superfíc, o q pode provocar 1a alteraç do pH, permitindo a reacç de oxidaç-reduç q solubiliza estes metais - os seus efeitos são então >s p/ os organism q lá estão. A descarga d efluentes n1a massa d água q s encontre em condiç próximas da eutrofizaç apresenta graves riscos. S pensarmos n1a massa d água estratificada em q no hipolimnion s criam condiç redutoras devida à ausência d O2, ocorre libertaç (dos sedi/os) d MP (nas suas formas solúveis) p/ a coluna d água. Nestas condições, qq descarga q ocorra p/ a massa d água vai agravar esta situaç aumentando o teor de metais solubilizados na água.A presença destas formas d MP tem conseq ao nível das comuni//s biológicas aquat bem c/o ao nível da saúde pública. Em termos d saúde pública podemos pensar em conseq directas (> solubili// trata/os + rigorosos) ou indirectas (através da alimentaç).

Poluição térmicaOs efluentes quentes descarregados nas baías e estuários, provenientes dos sistemas de refrigeração das indústrias de diversa índole, podem elevar a temperatura da água. Esta elevação da temperatura reduz a solubilidade do oxigénio o que leva a redução das disponibilidades existentes e a anaerobiose ou desoxigenacao e esta última também se pode dar pelo consumo dos animais e bactérias e também pela redução de mistura vertical devido a estratificação térmica. O efeito pode ser tal que as camadas subjacentes tornam-se pouco oxigenadas: Os peixes migradores podem ser desencorajados a atravessar a área, água aquecida aumenta o risco de doenças infecciosas, pode também favorecer as espécies oportunistas, acelerando o seu crescimento e prolongando as suas épocas de reprodução e pode ter também efeitos benéficos como o acelerar da produção de bivalves.O aumento da sensibilidade a eventuais tóxicos leva a aumento da actividade metabólica e a um aumento da velocidade das reaccoes, aumentando desta forma a temperatura na água.Aumento de risco de doenças infecciosas provocadas pelo crescimento anormal de microrganismos patogénicos;Alterações de salinidade/ densidade da água, provocando: Estratificação e impedimento de circulação de nutrientes; Interrupção do ciclo biológico das espécies diádromas pondo em risco estas populações.

Limites de tolerância de organismos - fases críticas de evolução do ciclo vital; redução/eliminação dos organismos (Substituição de organismos, Aumento da actividade respiratória versus actividade fotossintética); diminuição da produtividade

liquida; a 35-40 °C redução/anulação (verificar nos slides)Poluição biológicaA agua constitui um vector de transmissão de organismos potenciadores de doenças diversas e/ou transmissores de outros agentes patogénicos, ou seja, susceptíveis de causar doenças.Doencas ligadas a águaIngestao; Contacto, uso inadequado para fins de higiene pessoal, em geral resultantes de carências hídricas; resultantes do habitat hidrico, relacionadas com a presença de vectores especificos: mosquitos (malaria, filariose e arboviroses); moscas (doenca do sono, oncocercose)Bactérias de origem fecal: situações epidémicas - doença que afecta simultaneamente muitos indivíduos, por contagio. Situacoes endemicas - doença que se verifica permanentemente, numa dada localidade.

o populacao microbiana, suas actividades, secrecoes metabolicas e interaccoeso impacte ambiental, de saude publica e saude animalo perigos/riscos devidos a contaminacao directa e indirecta, imediata/prazo, por

residuos fecais/urinárioso Vírus, helmintas, protozoários e parasitas

o evidencias medicas/suspeita da presença (ver nos slides)

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Poluição por organismos patogénicos:Bacterias – provocam infeccoes intestinais epidermicas e internas (febre tifoide, colera, leptospirose, etc); Virus – Provocam hepatites, infeccoes nos olhos, etc; Protozoarios – Responsaveis pelas amebiases, etc; Vermes – Esquistossomose e outras infeccoesEspecial interesse para: Águas balneares: meios dulceaquicolas, marinhos e estuarinos; Águas de abastecimento da rede pública: subterraneas e superficiais; Águas de fontes termais.

Microrganismos e controlo da poluiçãoAgentes de poluição – no crescimento e/ou actividades metabólicasAgentes depuradores - sistemas aquáticos e sistemas de tratamento de águas residuaisIndicadores de poluição de origem fecal - monitorização/avaliação da presença potencial de organismos patogénicos; índice da contaminação com organismos patogénicos.Auto-depuração: restauração do estado natural da massa de agua, elevado numero de reacções metabólicas, multiplicação/eliminação de agentes microbianos, gama diversificada de organismos hipotróficos, aumento das necessidades de oxigénio dissolvido.Assimilação de materia organicaDisponibilidade em oxigénio dissolvido, velocidade do consumo, taxa de oxidacao microbiana, taxa de oxigenação da massa de água.Processos: sedimentação mecânica ou biológica, oxidação biológica e química, exposição a luz/morte de agentes microbianos

Ecossistemas aquáticos naturais e sistemas de tratamento de aguas residuais - assegurar um teor de oxigénio que possa garantir a oxidação completa da matéria orgânica; assegurar que as águas receptoras não fiquem desoxigenadas (anoxicas)

Bactérias aeróbias predominam nas massas de águas naturais;Bactérias anaeróbias encontram-se nos sedimentos das massas de água e nas estacões de tratamento e digestão de lamas.

Microrganismos utilizam matéria orgânica - produção de energia, respiração, síntese de componentes celularesReacção global - m. o. + O2 + NH4 + + P → novas células + CO2 + H2OTratamento biológico das águas residuais - utilizador industrial nao natural de microrganismos; volumes elevados/cargas orgânicas reduzidasAvaliação da carga orgânica poluente - culturas mistas de microrganismos; determinação carência bioquímica de oxigénio CBO5

Processos aeróbios - compostos quimicamente simples, altamente oxidados, mineralizacao completa da materia orgânica m. o. + O2 → micro. aerobios + CO2 + H2O + energiaProcessos anaeróbios - produtos quimicamente complexos (aminoacidos, alcoois, acidos organicos, ácidos gordos, etc.); nao mineralizacao completa da materia organicam. o. + NO3 - → micro. anaerobios + CO2 + N2O + energia ou m. o. + SO4 2 -→ micro. anaerobios + CO2 + H2S + energia

Poluição por organismos patogénicos: Bacterias – provocam infeccoes intestinais epidermicas internas (febre tifoide, colera, leptospirose, etc); Virus – Provocam hepatites, infeccoes nos olhos, etc; Protozoarios – Responsaveis pelas amebiases, etc; Vermes – Esquistossomose e outras infeccoes.Especial interesse para: Águas balneares: meios dulceaquicolas, marinhos estuarinos; Águas de abastecimento da rede pública: subterraneas e superficiais; Águas de fontes termais.

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Indicadores microbiológicosOrganismos não patogénicos utilizados para avaliar e/ou monitorizar a presença potencial de organismos patogénicosCritérios de selecção - Significado sanitário, Atribuição de valores-guia, Metodologia analítica padronizada, Pesquisa/identificação rápida, inequívoca, de baixo custoLimitações de uso - Não ocorrem necessariamente, Tempo de resposta, Taxas de sobrevivência/mortalidadeExemplos de indicadores - Coliformes totais, Coliformes fecais (substituido pela E. coli), Enterococos (estreptococos fecais), Número de colónias a 22º C e/ou a 37º C, Anaeróbios, esporolados, redutores de sulfito, Enterovírus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosaColiformes fecais, substituído pelo parâmetro Escherichia coli - Família Enterobacteriaceae, Habitantes usuais do tracto intestinal do homem e outros animais, Gram-negativos, bastonetes, esporulados, facultativamente anaeróbios, oxidase-negativos, crescimento aeróbio em meio de cultura selectivo, fermentação da lactose, 48 horas a 37°C, com produção e ácido e gás Enterococos fecais/intestinais (estreptococos fecais) - Anteriormente designados por estreptococos fecais, Crescimento a 10°C e 45°C, pH 9,6, cloreto de sódio a 6,5% e 40% sais biliares, em concentrações de azida de sódio inibidoras de organismos do grupo coliformes e outras bactérias, gram-negativos, redução de azul-de-metileno em 0,1% em leite, Sobrevivência a 60°C durante 30 minutosNúmero de colónias a 22º C e/ou a 37º C - Matéria orgânica facilmente biodegradávelEscherichia coli - Diversidade de formas e de adaptações ao meio, Serotipos O55, O111 e O117, associados a diarreia infantil, Susceptível de produzir toxinas termo-lábeis e termo-estáveis, similares às toxinas da cólera, A estirpe O157:H7 sobrevive, em condições de rotina, nas redes de distribuição de água e em alimentos crus , Transmissão, água ou alimentos (elo de ligação), implica sempre a manutenção da via fecal oralPseudomonas aeruginosa - Não é um habitante usual do tracto intestinal, Excretada por cerca de 12% da população, Oportunista, aeróbia, gram-negativa, patogénica, Elevada resistência a antibióticos, Capacidade de adsorção de metais pesados, Capacidade de síntese de surfactantes naturais

Indicadores potenciais - Outras bactérias entéricas, Protozoários e helmintas, Bacteriófagos

Água destinada ao consumo humanoDecreto-Lei nº 306/2007 de 5 de Setembro“Toda a água no seu estado original, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais”;

Isentas da aplicação das normas de qualidade - a) A água que se destina exclusivamente a fins para os quais a autoridade de saúde tenha determinado que a qualidade da água não tem qualquer influência, directa ou indirecta, na saúde dos consumidores; b) A água destinada ao consumo humano fornecida no âmbito de sistemas de abastecimento particular que sirvam menos de 50 pessoas ou que sejam objecto de consumos inferiores a 10 m3/dia, em média, excepto se essa água for fornecida no âmbito de uma actividade pública ou privada de natureza comercial, industrial ou de serviços.”

1.Parâmetros conservativos - Em relação aos quais seja possível demonstrar não haver alterações negativas entre a estação de tratamento de água para consumo humano e as torneiras dos consumidores (acrilamida, antimónio, arsénio, benzeno, boro, bromatos, cádmio, cianetos, cloretos, crómio, 1,2-dicloroetano, fluoretos, mercúrio, nitratos, pesticidas, radioactividade, selénio, sódio, sulfatos, tetracloroeteno e tricloroeteno)2. Parâmetros indicadores - Cujo valor deve ser considerado como valor guia (aluminío, amónio, cálcio, cloretos, Clostridium perfringens (incluindo esporos), cor, condutividade, dureza total, pH, ferro, magnésio, manganês, microcistinas - LR total, cheiro a 25º C, oxidabilidade, sulfatos, sódio, sabor a 25º C, número de colónias a 22º C, número de colónias a 37º C, bactérias coliformes, carbono orgânico total, turvação, _-total, _-total, trítio, dose indicativa total, desinfectante residual)3. Parâmetros obrigatórios - Cujo valor não pode ser ultrapassado

Controlo de rotina 1/Controlo de rotina 2 – a)Qualidade organoléptica e microbiológica; b)Eficácia dos tratamentos/desinfecção; c) conformidade com os valores paramétricosControlo de inspecção - Cumprimento dos valores paramétricosMétodos de análise/parâmetros microbiológicos - Bactérias coliformes/Escherichia coli - ISO 9308-1; Enterococos - ISO 7899-2; Pseudomonas aeruginosa - EN ISO 12780; Número de colónias a 22º C - EN ISO 6222; Número de colónias a 37º C - EN ISO 6222; Clostridium perfringens (incluindo esporos)Métodos de análise não especificados/parâmetros - Cor, cheiro, sabor, turvação, carbono orgânico totalMétodos analíticos com características de desempenho especificadas/restantes parâmetros - Exactidão, precisão, limites de detecçãoMicrorganismos Emergentes (Indicadores microbiológicos, continuação) - Aparecerem pela primeira vez na população humana, ou os que têm vindo a aumentar a sua incidência ou a expandir-se em áreas, não referidas usualmente nos últimos vinte anos

Microrganismos Re-emergentes/Ressurgentes - Aqueles cuja incidência aumentou, em resultado de mudanças de longo termo, na sua epidemiologia conhecida._ Alteração de padrões de qualidade da vida das populações_ Condições ambientais para emergirem como patogénicos humanos_ Aumento/detecção de organismos patogénicos conhecidos e novos_ Mudanças de comportamento, aumento da vulnerabilidade humana_ Migração propicia disseminação e contacto_ Coexistência de técnicas tradicionais e modernas de criação de animais_ Metodologias avançadas de diagnóstico

Classificação de 175 espécies (75% de animais) de 96 géneros, como organismos patogénicos emergentesMicrorganismos de origem fecal, humana e animal, e ambiental; Grupos de vírus e priões (44%); Bactérias ou rickettsias (30%); Protozoários (11%); Helmintas (6%)

Giardia lamblia - parasita animal mais comum no homem na população mundial; desenvolvimento no tracto intestinal de animais; giardíase causa mais frequente de doenças transmitidas por via hídrica por consumo de águas brutas e/ou tratadas e desinfectadas; Estimativa mundial de 200 milhões de pessoas infectadas; Os cistos são excretados e dispersados no ambiente

__Coagulação/floculação da água não remove o organismo_ Remoção 99,9% de cistos (7 a 10 μm diâmetro) por filtros lentos de areia_ Tratamento considerado inadequado, utilização de cloro_Poder cistocida, inactivação de 99,9% dos cistos• Prevenção da giardíase não se obtém, pela clorinação/outros agentes bióticos, devido à resistência dos cistos

Cryptosporidium parvumSurtos epidémicos em todo o mundo; Afecta especialmente doentes com sistema imunitário enfraquecido; Desenvolvimento no tracto intestinal dos mamíferos; Pode cruzar barreiras específicas; Os cistos (4 a 6 μm diâmetro) excretados e dispersados no ambiente; Transmissão por via hídrica, em função das condições locais; Águas residuais (90%), águas de rios(75%), águas de consumo (28%); Extremamente resistente à desinfecção

_ Coagulação/floculação não remove o organismo_ Remoção por filtros lentos de areia• Prevenção da criposporíase não se obtém, pela clorinação ou outros agentes bióticos, devido à extrema resistência dos cistos

Outros ProtozoáriosCyclospora - Presença de reservatórios animais; Esporulação no ambiente, não imediatamente infeccioso após excreção; Hospedeiros animais promovem amplificação e depósito na água; Transmissível por via hídrica e alimentos.Entamoeba díspar e Entamoeba hystolitica - Responsáveis pela amibíase disentérica; cistos inactivados/clorinação ou outros tratamentos oxidativosAmibas e Parasitas facultativos - Responsáveis pela meningite amibiana primária; Acanthamoeba provoca queratite ulcerosa progressiva/cegueira; amibíase mundial 500 milhões de pessoas infectadasPrevenção de ocorrência -- correcta gestão da água; conservação adequada dos alimentos

Enterovírus - Habitantes transitórios do tracto intestinal; Estáveis ao ácido; Relativamente resistentes à degradação física e química; Via de transmissão hidrica (materiais fecais), por excelência; Sobrevivência é função de hospedeiros vivos colonizáveis; Densidade é função do clima, do consumo de água per capita e das condições sociais e económicas das populações; Dificuldades de detecção, isolamento e quantificação; Desenvolvimento da pesquisa e detecção de bacteriófagos

Bacteriofagos - Vírus específicos de bactérias; Índice de contaminação pelas bactérias correspondentes

_ Prevenção da ocorrência de vírus entéricos e de bacteriófagos• Exigência genérica da qualidade sanitária da água, função dos tratamentos preliminares efectuados_ Processos por coagulação e filtração, redução entre 90% a 99%_ Inactivação por oxidação química, pH elevados e foto-oxidação com redução até 99,9%enilde Mendes• Processos considerados não suficientemente seguros do ponto de vista sanitário• Necessário melhorar os processos de inactivação

Impacte negativo sobre o estado da água: o resultado da actividade humana que cause uma alteração no estado das aguas, ou coloque esse estado em perigo, ou que preencha os requisitos definidos para o efeito pelos organismos competentes para a gestão da água._ Substâncias perigosas: substâncias ou grupos de substâncias tóxicas, persistentes e susceptíveis de bioacumulação e ainda outras substâncias que suscitem preocupações da mesma ordem (DQA, 2000)._ Norma de qualidade ambiental: a concentração de um determinado poluente ou de grupos de poluentes na água, nos sedimentos ou no biota, que não deve ser ultrapassada para efeitos de protecção da saúde humana e do ambiente;_ Valores limites paramétricos:Valor máximo recomendado _ (VMR) – valor guia Valor máximo admissível (VMA )– valor imperativo. VMA e VMR relativo ao mesmo parâmetro diferem consoante o uso a que se destina

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_ Monitorização: processo de recolha e processamento de informação sobre as várias componentes do ciclo hidrológico e elementos de qualidade para a classificação do estado das águas, de forma sistemática, visando acompanhar o comportamento do sistema ou um objectivo especifico;

Política Comunitária_ 1. Princípio do valor social da água: consagra o acesso universal a agua para as necessidades humanas básicas, a custo socialmente aceitável e sem constituir factor de discriminação ou exclusão; 2. Princípio da dimensão ambiental da água – nos termos do qual se reconhece a necessidade de um elevado nível de protecção da agua, de modo a garantir a sua utilização sustentável; 3. Princípio do valor económico da água: consagra o reconhecimento da escassez actual ou potencial deste recurso e a necessidade de garantir a sua utilização economicamente eficiente, com a recuperação dos custos dos serviços de águas, mesmo em termos ambientais e de recursos, e tendo por base os princípios do poluidor-pagador e do utilizador-pagador; 4. Princípio de gestão integrada das águas e dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados e zonas húmidas deles directamente dependentes, por força do qual importa desenvolver uma actuação em que se atenda simultaneamente a aspectos quantitativos e qualitativos, condição para o desenvolvimento sustentável; 5. Princípio da precaução: nos termos do qual as medidas destinadas a evitar o impacte negativo de uma acção sobre o ambiente, devem ser adoptadas, mesmo na ausência de certeza cientifica da existência de uma relação causa-efeito entre eles; 6. Princípio da prevenção: por força do qual as acções com efeitos negativos no ambiente devem ser consideradas de forma antecipada por forma a eliminar as próprias causas e alteração do ambiente, ou reduzir os seus impactes quando tal não seja possível; 7. Princípio da correcção: prioritariamente na fonte, dos danos causados ao ambiente e da imposição ao emissor poluente de medidas de correcção e recuperação e dos respectivos custos; 8. Princípio da cooperação: assenta no reconhecimento de que a protecção das águas constitui atribuição do Estado e dever dos particulares; 9. Princípio do uso razoável e equitativo das bacias hidrográficas partilhadas que reconhece aos Estados ribeirinhos o direito e a obrigação e utilizarem o curso de água de forma razoável, e equitativa tendo em vista o aproveitamento optimizado e sustentável dos recursos, consistente com a sua protecção.

Água Potável – Parâmetros organolépticosCor, Turbidez ou turvação, Aroma ou cheiro, sabor ou gosto, (Aroma + gosto), TemperaturaÁgua Potável – Parâmetros Físico-químicospH, Condutividade, Cloretos, Sulfatos, Sílica, Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Alumínio, Resíduo seco, Oxigénio dissolvido, Solubilidade do oxigénio em água, Alcalinidade DurezaÁgua Potável – Parâmetros relativos a substâncias indesejáveisNitratos (NO3), Nitritos (NO2), Azoto amoniacal (NH4

+), Azoto Kjeldahl (NT), Oxidabilidade ao permanganato de potássio (KMnO4), Carbono orgânico total (COT/TOC), Sulfureto de hidrogénio (SH), Substâncias extractáveis pelo clorofórmio, Hidroarbonetos dissolvidos ou emulsionados: óleos minerais, Fenóis (índice de fenóis), Boro, Agentes tensio-activos, Ferro (Fe), Manganésio (Mn), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Fósforo (P), Ortofosfatos (PO4

3-), Fluoretos, Cobalto (Co), Sólidos suspensos totais (SST), Cloro residual disponível, Bário (Ba), Prata (Ag).Água Potável – Parâmetros relativos a substâncias tóxicasArsénio (As), Berílio (Be), Cádmio (Cd), Cianetos, Crómio (Cr), Mercúrio (Hg), Níquel (Ni), Chumbo (Pb), Antimónio, Selénio (Se), Vanádio (V), Pesticidas, Bifenilos e trifenilos policlorados, Outros compostos organoclorados, Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA / PAH).Água Potável – Parâmetros químicosAcrilamida, Benzeno, Benzo-α-pireno, Bromatos, Bromodiclorometano, Clorofórmio, 1,2 – dicloroetano, Epicloridrina, Tetracloroeteno, Tricloroeteno, Cloreto de vinilo.Água Potável – Parâmetros microbiológicosColiformes fecais e totais; Organismos anaeróbios, esporolados, redutores de sulfito: clostrídios sulfitoredutores; Número total de germes em águas de consumo; Salmonelas; Pseudomonas aeruginosa; Estafilococos patogénicos; Bacteriófagos fecais; Enterovírus; Algas, Parasitas; Escherichia coli; Enterococos fecais e intestinais; Protozoários; Bactérias de importância crescente em termos de qualidade da agua, em especial de consumoÁgua Potável – OutrosDisruptores endócrinos, RadioactividadeBandeira Azul - distinção atribuída anualmente pela Fundação para a Educação Ambiental (FEE) a praias (marítimas e fluviais) e a marinas que cumpram um conjunto de requisitos de qualidade ambiental, segurança, bem-estar, infra-estruturas de apoio, informação aos utentes e sensibilização ambiental. Para as praias, implica o cumprimento voluntario de 23 critérios imperativos e quatro guia;Bandeira Azul – critérios gerais_ 29 critérios cobrindo aspectos de: 1) Educação Ambiental e informação; 2) Qualidade da água; 3) Gestão do Ambiente; 4) Segurança e serviços,_ Começou a ser atribuída em 1987, no Ano Europeu do Ambiente com o apoio da União Europeia. Nesse ano foram distinguidas 244 praias e 208 marinas de 10 países europeus._ Em 2001 deixou de ser europeu e passou ser global._ Atribuída a mais de 3200 praias e marinas em 37 países ao longo da Europa, África do Sul, Marrocos, Tunísia, Nova Zelândia, Canadá e Caraíbas._ Portugal e um dos países que ostenta mais bandeiras em todo o mundo, resultado do investimento realizado pelo governo e autarquias na manutenção e melhoria das condições das praias._ Em 2008 Portugal deteve o 2º lugar do país com mais bandeiras azuis, perdendo apenas para a Irlanda._ Em 2009: _ Portugal vai ter 226 Praias (+33 do que 2008) _ Praias fluviais (+ 4)

Directiva-Quadro da Agua_ A agua não e um produto comercial como outro qualquer, mas um património que deve ser protegido, defendido e tratado como tal.

Q pesquisaria e/ou quantificaria p/ avaliar a contaminaç : A pop microbiol d 1a água é variável, dificil/ conhecida em condiç d campo, e contendo 1 n.º e 1a diversi// mto gd d org, patogén ou ñ, sujeitos a alteraç causadas por factores amb e susceptív d alterar o amb envolvente. Assim, a análise d 1a água feita d modo a identificar todos os microorg nela existentes é partica/ impossível a nível d rotina e economica/ insuportável. A identific e quantificaç d todos os microrg ñ é fácil, pelo q é necessário saber o q s procura p/ ter resultados concretos em tempo útil. Recorre-s a microrg ñ patogén ou de patogenici// limitada, que coexistam c/ patogén reconhecidos, p/ funcionarem c/o indicadores da presença destes (mas q ñ podem garantir a sua ausência). Os indicadores são mais fáceis d detectar, a sua anális é + rápida e tem <s riscos p/ o analista. Esses indicadores da quali// microbiol da H2O, ditos clássicos, são: coliformes totais e fecais, estreptococos fecais, clostrídios sulfito-redutores, n.º total d germes, desenvolv em meios d cultura apropriados, a 37 e a 22ºC. Requisitos dos indicadores : Estarem presentes na amostra, sempre q nela existam org patogén; Existirem em n.º > do q o daqueles; Serem + resistentes q os patog a eventuais desinfecç; O seu n.º ñ no amb aquátic, após eventual deseinfecç; Ser possível proceder à sua enumeraç, recorrendo a técnicas laborat, rápidas e inequívocas; A sua distribuiç n1a corrente deverá ser casual (distrib aleatória); A presença d outros org ñ deverá inibir o seu cresci/o; Não serem patog p/ o homem; Ser apropriado p/ permitir a análise d todos os tipos d H2O; As técnicas lab d identifiç deverão ter 1a gd especifici// e sensibili//; deverão ser passíveis d detectar bxs níveis do indicador; A sua [ ] deverá ter alguma relaç directa c/ o nível d pol d origem fecal. A ausência desses indicadores ñ pode levar à conclusão da ñ existência d org patog. Permite, apenas, concluir q a amostra em questão ñ está contaminada c/ subst fecais (consumo da H2O ñ representa riscos particul p/ homem). A presença d indicadores permite concluir q a amostra q está a ser analisada s encontra presumivel/ contaminada, tornando a H2O desaconselhada p/ o consumo. A existência destes org, após det trata/o, indica q o mm ñ foi correcta/ efectuado, ou q foi insuficiente. Na qualificaç da H2O d consumo recomenda-s a pesquisa, p/ além da dos indicadores clássicos, dos seguintes org patog : Salmonelas, Estafilococos patogén, Bacteriófagos fecais, Enterovírus. Além disso, as águas ñ devem conter org parasitas (protozoários, por ex), algas ou org macroscópicos (vermes, larvas, etc). Dois protozoários q deveriam ser tomados em consideraç devido à sua perigosi// e capaci// d persistência na H2O são a Giordia lambia e o Cryptosporidium parvum. Estes 2 org ñ estão contemplados no D.L. 236/98 (o q é 1a gd lacuna). Têm cistos c/ 1a parede mto rígida pelo q apresentam 1a gd probabili// d ocorrerem nas águas dado conseguirem atravessar as malhas dos trata/os fisico-químicos e resistirem ao trata/o d desinfecção habitual.Conseq. dessa contaminação em termos d Saúde Pública : A contaminaç microbiol torna perigoso o consumo das águas, podendo servir d veículo à transmissão d doenças diversas. 1a água contaminada microbiologica/ pode desencadear patologias gastrointestinais. Os org patog podem ser responsáveis por doenças d gravi// reduzida (gastro-enterites e diarreias benignas) ou por doenç graves q podem conduzir à morte (cólera, febre tifóide, hepatites, desidratações,...). A Giordia lambia provoca 1a doença chamada Giordease, c/ febre, mau estar, cansaço, medica/os levam mto tempo a actuar. O Cryptosporidium parvum ainda + perigoso, + pequeno, ataca todos os animais d sangue quente (ñ específico), provoca 1a doença chamada Cryptosporidease, c/ diarreia podendo levar ao interna/o e perdas d líquidos (cerca d 7l/ dia). Enterovírus podem originar erupções cutâneas, febre, gastroenterites, miocardites, meningites, infecções respiratórias e hepatites.Acções Preventivas e /ou Curativas p/ minimizar/ evitar a contaminaç : Devemos adoptar sistematica/ medidas prevent e trata/os adequados à eliminaç d microrg indesejáv p/ garantir 1a boa quali// da H2O. A prevenç deve seguir medidas e estratég q evitem a sua introduç no conj da rede, d modo a minimiz/ limitar o desenvolvi/o posterior d qq forma d poluiç microbiol. Ex. a) Protecç d origens d água bruta (perímet d protecç, controlo das ftes d pol directa e difusa, implementaç e exploraç adequada das obras d captaç); b) a nível da rede d distribuiç (desenho da rede e estanquici// do sist, natureza dos mat utilizad em fç das caract da H2O, manutenç da rede em condiç adequadas d conservaç e exploraç). Os trata/os p/ eliminaç e controlo d microrg, introduzid na rede ou aí desenvolvid, podem ser : físicos e biológ (c/o a filtraç) e/ou químicos (deseinfecç c/ Cl, ou derivados, c/ O3 ou c/ radiaç UV). A utilizaç do Cl c/o agente desinfectante apresenta alguns inconvenientes 1a vez q ao reagir c/ a mat org presente na água leva à formaç d organoclorados (subst cancerígenas) e qdo em contacto c/ os fenóis forma clorofenóis (subst tóxicas). No entanto, tem a vantagem d ser mto eficiente e d permanecer nas redes d distribuiç sob a forma d Cl residual livre ou Cl residual combinado, o q permite q continue a reagir a desempenhar o seu papel d desinfectante. No caso do O3, este agente é bastante + eficaz e ñ leva à formaç d organoclorados. Porém os custos d implementaç deste tipo d trata/o (bem c/o o das radiaç UV) são mto + elevados. Outro inconveniente é q a sua acção é apenas instantânea (O3 é 1a molécula metaestável), ou seja, c/o ñ apresenta formas residuais a sua acção é limitada nos espaço e no tempo. E ainda import salientar os casos da Giordia lambia e do Cryptosporidium parvum, org q tendo em conta os sist habituais d desinfecç, conseguem permanecer na H2O. P/ remover estes protozoários pode fazer-s 1 trata/o por leitos d areia (camadas d areia c/ s granulometrias; ñ é mto dispendioso mas requer gds espaços e a produç d água d consumo c/ caudal + reduzido, pois qto < o caudal > a probabili// d retenç destes org) ou recorrendo à desinfecç por Cl, devendo p/ tal recorrer-s a [ ]s + elevadas (2mg/ l d Cl residual p/ garantir eliminaç).

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