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92
2011 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

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Page 1: Do Médio Sertão - AL

2011

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável do Médio Sertão Alagoano

Page 2: Do Médio Sertão - AL

Governo Federal

Presidenta da República

Dilma Vana Rousseff

Ministério do Desenvolvimento Agrário

Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário

Afonso Bandeira Florence

Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário Márcia da Silva Quadrado

Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Celso Lisboa de Lacerda

Secretário Nacional de Desenvolvimento Territorial

Jerônimo Rodrigues Souza

Secretário Nacional de Agricultura Familiar

Laudemir André Muller Secretário Nacional de Reordenamento Agrário

Adhemar Lopes de Almeida

Delegada Federal do MDA do Estado de Alagoas

Sandra Lúcia dos Santos Lira

Departamento de Ações Territoriais

Fernanda Corezola

Carlos Osório

Articulador Regional da SDT

Henrique Farias Articuladores Estaduais da SDT

Valdivam Santos Thacya Silva

Colegiado Territorial da Bacia Leiteira de Alagoas

NÚCLEO DIRIGENTE Organizações da Sociedade Civil

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Carneiros, Sindicato dos trabalhadores Rurais (Dois Riachos e São José da Tapera), Associação de Agricultores

Familiares de Ouro Branco, Associação de Agricultores Familiares do Povoado Quandú - Poço das Trincheiras, Associação de Agricultores Familiares do Sítio Caracol - Santana do Ipanema, Associação do Assentamento Santa Vitória do

Alto Tamanduá Quilombolas - Poço das Trincheiras, Movimento Minha Terra - ONG - Santana do Ipanema, Cáritas Brasileiras – ONG - Ouro Branco, CACTUS - ONG Senador Rui Palmeira, Cooperativa CAFISA - São

José da Tapera, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Olivença (CMDRS), CDECMA - Centro de Desenvolvimento Comunitário de

Maravilha, Associação do Assentamento Poço Salgado - Santana do Ipanema e Associação do Assentamento Santa Maria – Dois Riachos

Organizações do Poder Público

Secretaria Municipal de Agricultura de Olivença, Secretaria Municipal de Agricultura de Santana do Ipanema e Secretaria Municipal de Agricultura de

Senador Rui Palmeira

Page 3: Do Médio Sertão - AL

NÚCLEO TÉCNICO Organizações da Sociedade Civil

ZOOTECPLAN - Empresa de Elaboração de Projetos Agropecuários, CARSIL – Cooperativa e Cáritas - ONG

Organizações do Poder Público

SEAGRI - SDR/GMAI/NÚCLEO PRONAF/PRONAT, SEBRAE - Gerencia Regional de Arapiraca, SEPLAN – Maceió, BNB – Agencia de Santana do Ipanema , INCRA –

Maceió, ITERAL Santana do Ipanema, Governo do Estado/SEBRAE – Gerencia do Programa de Arranjo Produtivo Local

de Apicultura Ovinocaprinocultura

Assessor Técnico Territorial Jorge Izidro

Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano - IADH

Conselho Gestor do IADH

Silvana Parente, Tania Zapata e Zenaide Bezerra

Coordenadora Técnica do Projeto IADH / SDT

Jeanne Duarte

Moderação das oficinas e elaboração da versão inicial do PTDRS

Edson ???

Qualificação final do PTDRS e elaboração do Resumo Executivo

Jeanne Duarte e Nazaré Cavalcanti

Edição e Revisão Textual

Patrícia Paixão de Oliveira Leite e Mauro Rossiter Júnior

Gerente Administrativo/Financeira do IADH

Bevânia Nascimento

Equipe Administrativa

?????

Projeto Gráfico

Via Design

Fotos

Edmar Melo

Page 4: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

Sumário

LISTA DE GRÁFICOS ....................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS ......................................................................................... 6

LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 7

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 8

SIGLAS .............................................................................................................. 9

Introdução ....................................................................................................... 12

1. Caracterização Territorial .......................................................................... 17

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL ................................................................. 17

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................. 19

2. Diagnóstico Territorial ............................................................................... 21

2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL ........................................................... 22

2.1.1 Características Demográficas ....................................................... 22

2.1.2 Características do tecido social organizativo do território ............. 23

2.1.3 Situação da Saúde no Território ................................................... 26

2.1.4 Situação da Educação no Território .............................................. 32

2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território ..................................... 38

2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL ....................................................................... 41

2.2.1. Características Geo-ambientais do Território .................................. 41

2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA ...................................................................... 50

2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA) ......................................... 51

2.3.2 Produção .......................................................................................... 52

2.3.3 Estrutura fundiária............................................................................. 60

2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL .............................................. 63

2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO .................................................... 66

3. Visão de Futuro (2010 a 2020) ................................................................... 69

4. Objetivos Estratégicos............................................................................... 71

5. Valores e Princípios ................................................................................... 73

6. Diretrizes Principais ................................................................................... 76

7. Eixos de Desenvolvimento ........................................................................ 78

8. Programas e Projetos Estratégicos .......................................................... 80

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial .................................................. 85

Considerações Finais .................................................................................... 88

Bibliografia Referencial ................................................................................. 90

Page 5: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico Pág.

Gráfico 1 IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território

do Médio Sertão , 2000

27

Gráfico 2 Taxa de Analfabetismo dos Municípios, 2000 33

Gráfico 3 IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território

do Médio Sertão , 2000

33

Gráfico 4 IDH-M Renda dos Municípios do Território do Médio

Sertão - 2000

51

Gráfico 5 População Economicamente Ativa Brasileira Por Faixa

Etária - 2008

51

Gráfico 6 Evolução da área cultivada com Mandioca no Território

1990, 2003 e 2009

54

Gráfico 7 Evolução da produção de Castanha em toneladas no

Território - 1990, 2002 e 2009

56

Gráfico 8 Gráfico 8 - Ordem de Prioridade das Cadeias

Produtivas Agropecuárias

78

Page 6: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

ISTA DE TABELAS

Tabela Pág.

Tabela 1 Ano de instalação dos municípios no Território 19

Tabela 2 População Territorial em 2000, 2007, 2009 e 2010 –

Médio Sertão Alagoano

22

Tabela 3 Programas Sociais – Famílias beneficiadas até março de

2011

25

Tabela 4 Estabelecimentos de Saúde por Município do Território

do Médio Sertão - 2009

28

Tabela 5 Profissionais de Saúde no Território do Médio Sertão –

2009

29

Tabela 6 Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2009 – Médio

Sertão

31

Tabela 7 Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de

Lixo no Território – 2005

32

Tabela 8 Número de Estabelecimentos por Dependência

Administrativa - 2009

35

Tabela 9 Número de matrículas por Nível de Ensino e

Dependência Administrativa – 2009

35

Tabela 10 Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência

Administrativa – 2009

36

Tabela 11 Distorção Idade-Série - Municípios e Território Médio

Sertão - 2008

37

Tabela 12 Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003 38

Tabela 13 Principais Culturas no Território - 2009 53

Tabela 14 Efetivo do rebanho no Território - 2009 57

Tabela 15 Categoria do Produtor - 2006 62

Page 7: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

LISTA DE QUADROS

Quadro Pág.

Quadro 1 Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o

Território

19

Quadro 2 População de Comunidades Tradicionais 23

Quadro 3 Comunidades Quilombolas – Território Médio Sertão 23

Quadro 4 Principais Bacias Hidrográficas do Território do Médio

Sertão Alagoano

43

Quadro 5 Áreas de Assentamento por Município e Instituição e/ou

Programa

62

Quadro 6 Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania –

Território Médio Sertão

65

Quadro 7 Eixo A: Dinamização Econômica 81

Quadro 8 Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o

Desenvolvimento Humano Sustentável

82

Quadro 9 Eixo C: Valorização do Meio Ambiente 83

Page 8: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

LISTA DE FIGURAS

Figura Pág.

Figura 1 Localização dos municípios que compõem o Território do Médio Sertão Alagoano em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas

17

Figura 2 Mapa do Território do Médio Sertão

18

Figura 3 Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS –

Médio Sertão Alagoano 21

Figura 4 Percurso do Canal do Sertão

44

Figura 5 Sistema Coletivo de Abastecimento de Água da Bacia

Leiteira 45

Page 9: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

SIGLAS

ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste

APA Área de Proteção Ambiental

APLs Arranjos Produtivos Locais

APNE Associação de Plantas do Nordeste

ASA Articulação do Semi-Árido

ASD Áreas Susceptíveis à Desertificação

ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

BB Banco do Brasil

BCS Bancos Comunitários de Sementes

BNB Banco do Nordeste do Brasil

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BPC Benefício da Prestação Continuada

CACTUS Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador

CAFISA Cooperativa dos Agricultores Familiares do Sertão de Alagoas

CARSIL Cooperativa Agropecuária de Santana do Ipanema Ltda

CDECMA Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha

CEF Caixa Econômica Federal

CIAT Comissão de Instalação das Ações Territoriais

CODETER Colegiado de Desenvolvimento Territorial

CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e

Parnaíba

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CRAS Centros de Referência de Assistência Social

CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DATASUS Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do

Brasil

DLIS Desenvolvimento Local Integrado Sustentável

DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

DSA Declaração do Semi-Árido

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FETAG Federação dos Trabalhadores da Agricultura

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNDAF Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar

GTCD Grupo de Trabalho de Combate à Desertificação da ASA

GTIM Grupo de Trabalho Interministerial

IBAMA / ICM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis/ Instituto Chico Mendes

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Page 10: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

IDF Índice de Desenvolvimento da Família

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

ITERAL Instituto de Terras de Alagoas

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário

MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MI Ministério da Integração Nacional

MinC Ministério da Cultura

MMC Movimento de Mulheres Camponesas

MPPE Ministério Público Federal

NUDEC Núcleo de Desenvolvimento Comunitário

ODM Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ONGs Organizações Não Governamentais

P1+2 Programa uma Terra e Duas Águas

P1MC Por um Milhão de Cisternas

PAA Programa de Aquisição de Alimentos

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PAIF Serviço de Proteção Social Básica a Família

PCD Pessoas com Deficiência

PDA Programa de Desenvolvimento de Área

PEA População Economicamente Ativa

PIA População em Idade Ativa

PME Plano Municipal de Educação

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos

PROINF Pronaf-Infraestrutura

PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos

Territórios Rurais

PTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEAGRI/AL Secretaria Estadual de Agricultura de Alagoas

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio a pequenas Empresa

SIAB Sistema de Informações de Atenção Básica

SIT Sistema de Informações Territoriais

STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

ZEE Zoneamento Ecológico/Econômico

Page 11: Do Médio Sertão - AL

Introdução

Page 12: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

12 | P á g i n a

Introdução

Em 2003, surge a nova estratégia de ação implementada pelo

Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA/Secretaria de Desenvolvimento

Territorial – SDT, a partir do Programa Nacional de Desenvolvimento

Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT. Programa que vem sendo

implementado desde 2003 na perspectiva de:

“promover cada vez mais o protagonismo dos atores sociais para a

construção e governança do desenvolvimento de seus territórios. E,

para isso, embasada em experiências nacionais e internacionais de

aprofundamento da democracia participativa, tem reforçado a

necessidade de fortalecer a cultura da gestão social, a ampliação das

redes sociais de cooperação, estimulando as iniciativas que

reorientam as dinâmicas socioeconômicas a partir da articulação e

coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e

municipais” (SDT/MDA, 2010).

No Estado de Alagoas o processo se inicia em 2004, incentivando a

criação da CIAT – Comissão de Implementação das Ações Territoriais, para a

qual todos os atores sociais e institucionais dos municípios com inserção na

agricultura familiar foram convidados. Os mesmos foram estimulados a fazerem

uma reflexão sobre a atual situação e como a desejavam no futuro, no sentido

de construírem estratégias participativas e democráticas que permitisse o

alcance da situação desejada, para Agricultura Familiar, bem como outros

Atores Territoriais, tendo produto do planejamento o Plano de Desenvolvimento

Territorial Rural Sustentável – PTDRS, para servir como instrumento de

Gestão.

Neste contexto o PTDRS, visa congregar esforços para promover a

utilização de instrumentos de gestão participativa, notadamente o de

planejamento, para orientar as práticas e organizar os elementos de

operacionalização dos marcos construtivos do desenvolvimento. Uma vez que

é o principal instrumento de apoio a Gestão Social do Território, subsidiando a

instância colegiada territorial para a construção de um novo modelo de

desenvolvimento.

Page 13: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

13 | P á g i n a

Inicialmente o Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura

Familiar e Reforma Agrária – CEDAFRA/AL selecionou cinco Territórios: Litoral

Norte, Agreste, Bacia Leiteira, Médio Sertão e Alto Sertão. Os Territórios foram

selecionados a partir de critérios propostos pela SDT/MDA. Atualmente mais

um Território foi inserido nesta dinâmica, o Território da Mata Alagoana.

Ainda no ano de 2004 se iniciou a construção dos PTDRS dos

Territórios Alagoano, um dos pontos fundamentais que norteou a construção foi

apontar para uma nova maneira de conceber e de implementar políticas

públicas que enfatizassem o “Desenvolvimento Rural Sustentável” como

elemento propulsor de mudanças sociais importantes.

Desta forma os PTDRS do Estado de Alagoas buscam, desde então,

possibilitar o redesenho do ciclo da gestão social do Território na configuração

dos planos de desenvolvimento e na avaliação dos projetos de intervenção. Os

elementos de planejamento estarão fomentando a gestão, monitoramento e

avaliação de forma cíclica para acompanhamento de desenvolvimento das

ações.

O processo de elaboração do PTDRS levou em consideração os

conhecimentos acumulados pelos agricultores (as) familiares, sociedade civil

organizada e governo local, o que vem demonstrando um avanço, na forma de

encontrar soluções para o desenvolvimento.

O primeiro momento de aprimoramento dos PTDRS se deu no ano

de 2006 onde os atores sociais estabeleceram com maior clareza suas

prioridades traduzidas na Visão de Futuro e nos Eixos.

Nessa dinâmica, em 2006, o Território estava com o Plano e o

primeiro Projeto Territorial, que com as ações desenvolvidas pela CIAT ficou

definida, a construção de um matadouro/frigorífico para ovino/caprino que,

alavancaria, inicialmente, o processo de desenvolvimento territorial a partir de

uma gestão compartilhada. As atividades produtivas foram pensadas focando a

capacidade de elevar o padrão de vida e fazer circular bens e serviços, com

sustentabilidade.

O documento mostrou que o processo de desenvolvimento onde,

governo e sociedade civil, compartilham vivências, conhecimentos, obrigações

e responsabilidades, não é teórico. Busca nortear com suas diretrizes e

estratégias as demandas, decorrentes dos agricultores (as), de forma sinérgica,

Page 14: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

14 | P á g i n a

principalmente para ações duradouras e estruturantes, que integrem as

diversas áreas de atuação do Poder Público e dos diferentes grupos sociais.

E para que os projetos e programas fossem implementados, fazia-se

necessário uma estrutura gestora envolvendo instâncias em vários níveis

(estratégico, tático e operacional), alicerçada por um consistente processo de

controle social.

Portanto, o PTDRS do Médio Sertão de Alagoas - foi fruto de um

processo de envolvimento e participação social, que teve sua criação e

desenvolvimento nutrido de forma singela pelo ato do compartilhar governo e

sociedade civil. Em todo o processo de negociação e construção foram

realizados encontros, oficinas, viagens de intercâmbios e reuniões envolvendo

diversos atores sociais, que trabalham e são envolvidos com a Agricultura

familiar atores principais desse processo, interagindo saberes na construção

das bases do Plano.

Durante o período de 2006 – 2009 as instâncias territoriais,

denominadas no Estado de Alagoas como CIAT pautaram suas discussões e

projetos buscando subsídios nas ferramentas de gestão territorial, dentre elas,

como já citado, os PTDRS. Foi então que se fez necessário fortalecer o

processo de avaliação e monitoramento dessa ferramenta e com isto partir

para sua qualificação.

Em 2009, inicia-se o processo de revisão desse instrumento, onde

os representantes do Território do Médio Sertão Alagoano validam e reafirmam

esse documento como o resumo de todo um processo de discussões e de

decisões tomadas pelos atores sociais. Com diretrizes e estratégias que

sintetizam um conjunto de necessidades associadas às potencialidades

existentes no espaço territorial, visível nesse momento por esses atores, e um

olhar para a ampliação das dimensões culturais e sociais, este PTDRS norteia

o rumo do desenvolvimento sustentável almejado pelo Território. Mesmo diante

das dificuldades do processo que ainda persistem, é um instrumento de

construção participativa que favorece a gestão compartilhada desse espaço

territorial, onde as decisões passam a ser descentralizadas e focadas nas reais

demandas das necessidades apresentadas.

O Colegiado vem apresentar com o presente documento seu

PTDRS, revisto e aperfeiçoado, cujo objetivo maior é servir de instrumento de

Page 15: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

15 | P á g i n a

apoio ao desenvolvimento rural sustentável do Território, propiciar o

desenvolvimento, fortalecimento e consolidação da agricultura familiar e de

suas organizações através da explicitação de suas prioridades e proposição

dos caminhos para atingir suas metas estratégicas. Mais que um conjunto de

intenções e ações organizadas em um documento este Plano é um objeto que

expressa o pacto de concertação social estabelecido neste Território.

O PTDRS visa especificamente planificar ações, definir prioridades,

e fomentar a mobilização e o diálogo entre os diversos setores sociais e

públicos, de modo que seja um instrumento capaz de potencializar articulações

e parcerias bem como a captação de recursos para apoiar as experiências em

curso e as novas que surgirem em apoio à construção do desenvolvimento que

se pretende para o Médio Sertão Alagoano.

Este documento por si só não tem a pretensão de ser único nem

definitivo, ele é um elemento participativo de acompanhamento das mudanças

e da caracterização dos avanços ou entraves vividos pelos diversos atores no

Território. Contudo ele permite, através de um condicionamento cíclico, sofrer

ajustes e avaliações no decorrer do seu processo, sempre que novos

elementos possam ser levantados, cabendo a sociedade civil, em conjunto com

os poderes públicos local, estadual e federal, dele se apropriar e utilizá-lo como

ferramenta de transformação, que venham a gerar melhoria na qualidade de

vida da população do Território.

Ele traz, então, a sistematização de dados secundários associados

aos resultados das oficinas participativas. Ressalta-se que parte do conteúdo

foi trazida do documento, anteriormente construído, pelos atores sociais do

Território em 2006.

Page 16: Do Médio Sertão - AL

Caracterização do Território

Capítulo 1

Page 17: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

17 | P á g i n a

1. Caracterização Territorial

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL

O Território da Cidadania Médio Sertão abrange uma área de

2.542,4 Km², representando aproximadamente 10% da área total do Estado

(27.933,1 Km²). É composto, atualmente, por 09 municípios que estão

localizados na região semi-árida do Estado de Alagoas. São eles: Carneiros,

Dois Riachos, Olivença, Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Santana do

Ipanema, São José da Tapera, e Senador Rui Palmeira.

Limita-se com o Estado de Pernambuco (Território do Agreste

Meridional) na porção mais ao Norte, com o Território do Alto Sertão Alagoano

mais a Oeste, ao Sul e Leste com o Território da Bacia Leiteira Alagoana.

Figura 1 - Localização dos municípios que compõem o Território do Médio Sertão Alagoano em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas

Fonte: PTDRS Médio Sertão Alagoano, 2006

Page 18: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

18 | P á g i n a

Estes municípios estão distribuídos em 03 (três) Microrregiões

(Batalha, Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema), distam entre 160 km

(Olivença) e 197 km (Senador Rui Mendonça) da Capital. A Figura 2 mostra a

distribuição espacial dos municípios no Território e o Quadro 2 suas principais

características.

Figura 2 – Mapa do Território do Médio Sertão

Fonte: PTDRS, 2006.

Quadro 1 – Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o Território

Microrregião Município Distância à capital (km) Área (km²)

Batalha Olivença 160 173,6

Santana do

Ipanema

Carneiros 181 142,3

Dois Riachos 153 113,5

Maravilha 183 280,9

Ouro Branco 186 205,4

Poço das Trincheiras 174 304,1

Santana do Ipanema 169 439,6

São José da Tapera 181 521,8

Senador Rui Mendonça 197 361,2

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

Page 19: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

19 | P á g i n a

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS

A formação dos municípios do Território se inicia no final do século

XVIII com a cidade de Santana do Ipanema, que não passava de um arraial,

habitado por índios e mestiços. Com a chegada do padre Francisco José

Correia de Albuquerque à região (vindo de Pernambuco), os índios foram

catequizados e a primeira igreja construída.

A história dos outros municípios que compõem o Território está

muito interligada, uma vez que, apenas São José da Tapera não pertenceu

politicamente ao município de Santana do Ipanema.

O município mais novo é Senador Rui Palmeira com 28 anos de

emancipado.

Tabela 1 – Ano de instalação dos municípios no Território

Município Ano de instalação

Carneiros 1962 Dois Riachos 1960 Maravilha 1958 Olivença 1958 Ouro Branco 1962 Poço das Trincheiras 1958 Santana do Ipanema 1875 São José da Tapera 1957 Senador Rui Palmeira 1982

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

Page 20: Do Médio Sertão - AL

20

Diagnóstico Territorial

Capítulo 2

Page 21: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

21 | P á g i n a

2. Diagnóstico Territorial

A construção do Diagnóstico Territorial se deu por meio de oficinas de

avaliação participativa e análise técnica da assessoria, inicialmente a qualificação do

PTDRS buscou sensibilizar e comprometer os membros do colegiado territorial para a

participação no processo de qualificação do PTDRS.

O processo metodológico indicou a necessidade de se realizar Reunião com

o Núcleo Dirigente e Núcleo Técnico e Oficinas Participativas, dentre as quais algumas

deveriam ocorrer junto aos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural

Sustentável - CMDRS. As oficinas participativas teriam no primeiro momento o papel

de avaliar e identificar os aspectos a serem melhorados e aprofundados no Diagnóstico

Territorial e segundo e terceiro momento destinados as proposições.

No Território do Médio Sertão não ocorreu a Reunião inicial com o Núcleo

Dirigente e Técnico, nem tão pouco as com os CMDRS, o processo iniciou já com a 1ª

Oficina Participativa seguindo até 3ª Oficina, conforme Figura 3.

Figura 3 – Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS – Médio Sertão Alagoano

Page 22: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

22 | P á g i n a

2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL

2.1.1 Características Demográficas

Segundo dados do Anuário Estatístico de Alagoas (2008), o Território do

Médio Sertão, em 2007, apresentava uma população de 160.071 habitantes. Em 2009

(IBGE – Estimativa Populacional), estimava-se que a população seria de 152.794

habitantes e em 2010, de acordo com resultados do Censo 2010 (IBGE), a população

era de 153.422 habitantes. Os dados mostram que ocorreu um declínio na população

do Território no período (2007 a 2010) de 4,2%. No entanto, considerando o decanato

2000 – 2010 registram-se um crescimento populacional de 5,1%. O município de

Carneiros foi que apresentou o maior índice de crescimento populacional (25,9%), já

nos municípios de Dois Riachos e Maravilha, houve uma redução na população de

1,7% e 24,9%, respectivamente.

Tabela 2 – População Territorial em 2000, 2007, 2009 e 2010 – Médio Sertão Alagoano

Município 2000 2007 2009 2010

Carneiros 6.585 7.335 8.463 8.290

Dois Riachos 11.066 12.083 11.200 10.879

Maravilha 13.687 15.480 10.109 10.276

Olivença 10.369 10.922 10.876 11.057

Ouro Branco 10.077 10.881 11.506 10.911

Poço das Trincheiras 13.222 14.690 12.466 13.873

Santana do Ipanema 41.485 46.068 43.702 44.949

São José da Tapera 27.562 28.771 31.361 30.140

Senador Rui Palmeira 11.979 13.841 13.111 13.047

TOTAL 146.032 160.071 152.794 153.422

Fonte: IBGE/ Censo 2000 e 2010, Estimativa Populacional 2007 e 2009

No decanato 2000–2010 ocorreu um declínio 4,6% na população rural do

Território, em 2000 o percentual de pessoas residindo na zona rural em 2000 era de

59,6%, já em 2010 esta população representava 55%. Maravilha (de 38,4% para

49,9%) e Ouro Branco (de 52,6% para 63%) foram os municípios que apresentaram os

maiores acréscimos na população urbana.

Page 23: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

23 | P á g i n a

De acordo com dados do Portal ODM (Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio), a urbanização no Território, em 2010, variava de 14,73% (Poço das

Trincheiras) a 62,99% (Ouro Branco).

Com relação à densidade demográfica, o Território apresenta uma média de

60,3 hab./km2, variando de 36,1 hab./km2 (Senador Rui Palmeira) a 102,2 hab./km2

(Santana do Ipanema).

Considerando dados xxxxxxxxxxxxxx (20xx), xxx (20xx), xxx (20xx) e

Fundação Cultural dos Palmares (2010), demonstrados nos Quadros 2 e 3, a

população territorial apresentava xxx pescadores (as), xxx agricultores familiares, xxx

famílias assentadas e 04 comunidades quilombolas autocertificadas.

Quadro 2 – População de Comunidades Tradicionais

MUNICÍPIO Pescadores

Demanda Social Comunidades Quilombolas Agricultores

Familiares Famílias

Assentadas

Carneiros 1 Dois Riachos

Maravilha Olivença

Ouro Branco Poço das Trincheiras 3 Santana do Ipanema São José da Tapera

Senador Rui Palmeira 1 Total Território 4

Fonte:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Quadro 3 – Comunidades Quilombolas – Território Médio Sertão

Município Comunidades Ano de certificação

Carneiros Lagoa do Algodão 2010 Poço das Trincheiras Alto do Tamanduá

2005 Jacu/Mocó Povoado do Jorge Senador Rui Palmeira Serrinha dos Cocos 2009

Fonte: Fundação Palmares/2011

2.1.2 Características do tecido social organizativo do território

O capital social das Organizações Não Governamentais que atuam no

Território é fator considerando importante pelos atores sociais, destacando-se a ASA

(Articulação do Semi-Árido) que vem contribuindo para o fortalecimento do capital

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

24 | P á g i n a

social nativo (agricultores (as), os quilombolas, assentados (as), mulheres e jovens

camponeses (as)). Como também o trabalho pioneiro dos Sindicatos dos

Trabalhadores (as) Rurais, na luta para que se encontrem alternativas ao

desenvolvimento Sustentável.

Organizações não governamentais que atuam no território (ONG’s)

ACEMA – (Arte Cidadania e Meio Ambiente) com sede em Santana do Ipanema

ASA – (Articulação do semi-árido)

o Programa um milhão de cisternas P1MC.

Coordenação da ASA – AL

o Visão Mundial, NUDEC, AAGRA, COPPABACS, Caritas diocesana,

Caritas Brasileiras, CDECMA, MPA, MMT, CACTUS GEAVES E MMC;

Cáritas Brasileiras – Regional NE 2 sede Ouro Branco

o Projeto convivendo com o semi-árido

o Programa economia popular solidária.

CACTUS – (sede povoada Candunda Senador Rui Palmeiras)

o Bancos de sementes, agricultura e educação.

CDECMA (Centro de desenvolvimento comunitário de Maravilha)

MMT (Movimento Minha Terra) sede em Santana do Ipanema.

o Projetos Ecorural / projeto vida rural sustentável Manejo Agroecológico da

Caatinga

NUDEC – (sede: povoado Impoeiras - Pão de Açúcar)

o Agricultura, desenvolvimento de lideranças, recursos hídricos, habitação

educação e saúde.

Visão Mundial – Micro crédito (parcerias com Cactus/NUDEC)

IPDN (Instituto de Pesquisa dos Municípios do Nordeste)

ECO Engenho.

Programas Sociais existentes no Território

O Território do Médio Sertão teve até março/2011 o aporte a partir de

transferência constitucional de R$ 40.339.238,03 (quarenta milhões, trezentos e trinta e

nove mil, duzentos e trinta e oito reais e três centavos) e de R$ 21.055.829,18 (vinte e

Page 25: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

25 | P á g i n a

um milhões e cinqüenta e cinco mil e oitocentos e vinte e nove reais e dezoito

centavos) considerando a transferência de renda (Bolsa Família e Cartão Alimentação),

Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional.

Um dos indicadores relacionados aos programas sociais é o Índice de

Desenvolvimento da Família (IDF), trata-se de um indicador sintético que mede o

grau de desenvolvimento das famílias, possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade

de cada família do CADÚNICO, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o

total de famílias do município. Varia entre 0 e 1 e, quanto melhores as condições da

família, mais próximo de 1 será o seu indicador. O IDF foi elaborado a partir da

vulnerabilidade, do acesso ao conhecimento, do acesso ao trabalho, da disponibilidade

de recursos, do desenvolvimento infantil e das condições habitacionais. O Território do

Médio Sertão apresenta um IDF médio de 0,52, variando entre 0,48 e 0,54.

Dentre as famílias consideradas pobres, de acordo com dados do Ministério

de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o acesso do Território aos programas

de transferência de renda até março de 2011 totalizou 26.057 (vinte e seis mil e

cinqüenta e sete) famílias e R$ 8.041.035,00 (oito milhões e quarenta e um mil e trinta

e cinco reais) considerando a transferência de renda (Bolsa Família e Cartão

Alimentação), conforme se observa na Tabela 3.

Tabela 3 – Programas Sociais – Famílias beneficiadas até março de 2011

Município Bolsa Família Cartão Alimentação

Número de Famílias

Valor (R$ 1,00)

Número de Famílias

Valor (R$ 1,00)

Carneiros 1.368 436.886 100 Dois Riachos 1.975 603.294 2 300

Maravilha 2.069 605.576 1 150 Olivença 2.062 620.063

Ouro Branco 2.154 637.665 Poço das Trincheiras 2.340 710.463 1 150 Santana do Ipanema 6.760 2.092.478 5 750 São José da Tapera 5.212 1.671.563

Senador Rui Palmeira 2.106 661.297 2 300 Território 26.046 8.039.285 11 1.750

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Matriz de Informação Social, 2011

Em relação aos Programas de Assistência Social existem 10 (dez) Centro de

Referência de Assistência Social - CRAS cadastrado e com financiamento do Governo

Federal para desenvolver atividades de assistência social e com 04 (quatro) Centro de

Referência Especializado de Assistência Social - CREAS.

Page 26: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

26 | P á g i n a

O número total de pessoas atendidas no Território pelo Benefício da

Prestação Continuada (BPC) já em 2011 foi de 3.275 (três mil duzentos e setenta e

cinco) sendo 2.569 (duas mil quinhentas e sessenta e nove) pessoas com deficiência

(PCD) e 706 (setecentos e seis) idosos, incluindo a ação de Renda Mensal Vitalícia. O

valor repassado do BPC para pessoas com deficiência foi de R$ 225.180,00 (duzentos

e vinte e cinco mil e cento e oitenta reais), sendo R$ 59.400,00 (cinqüenta e nove mil e

quatrocentos reais) destinados aos idosos e R$ 165.780,00 (cento e sessenta e cinco

mil e setecentos e oitenta reais) para pessoas com deficiência.

O ProJovem Adolescente que atua na qualificação profissional está

instalado em 07 (sete) municípios do Território com uma alocação de recursos de R$

57.875,50 (cinqüenta e sete mil e oitocentos e setenta e cinco reais e cinqüenta

centavos).

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil beneficia todos os

municípios do Território totalizando 2.981 (duas mil e novecentas e oitenta e uma)

crianças e adolescente e já aportou em 2011 o valor de R$ 172.500,00 (cento e setenta

e dois mil e quinhentos reais).

O Território é beneficiado com outros Programas relacionados à Assistência

Social, tais como Serviço de Convivência do Idoso e/ou Criança até 6 anos, PAIF -

Serviços de Proteção Social Básica à Família e Serviço de Atendimento Especializado

a Famílias e Indivíduos - PAEFI e Serviço de Abordagem Social. No total estes

Programas aportaram no Território o valor de R$ 136.800,00 (cento e trinta e seis mil e

oitocentos reais).

No que se refere à Segurança Alimentar e Nutricional o Território já teve

5.873 (cinco mil e oitocentas e setenta e três) cisternas construídas. O volume de

recursos relacionado foi R$ 8.621.937,24 (oito milhões seiscentos e vinte e um mil

novecentos e trinta e sete reais e vinte e quatro centavos), conveniados de 2004 até o

momento atual.

2.1.3 Situação da Saúde no Território

O quadro encontrado na região é preocupante, ao se observar o precário

cumprimento das necessidades básicas para o desenvolvimento social, econômico,

Page 27: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

27 | P á g i n a

político, cultural e sustentável, conforme se verificará nos principais indicadores de

saúde.

A esperança de vida ao nascer é um dos indicadores responsáveis pela

composição do IDHM – Longevidade. Segundo dados do Atlas de Desenvolvimento

Humano, em 2000, a esperança média de vida ao nascer no Brasil era de 68,61 anos.

Em Alagoas, era de 66,77 anos, e no Território era de 60,05 anos. Comparando as

médias, o Território não está tão distante do País e do Estado. Maravilha era o

município com o melhor valor (64,82) e 02 municípios estavam empatados com o pior

valor (55,91), eram eles Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade do

Brasil era de 0,727, e no Território do Médio Sertão era de 0,584. Dentre os municípios

do Território, o de melhor valor era Maravilha (0,664), e os piores, com 0,515 era Poço

das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, abaixo da média da região. O Território

apresentava índice mais baixo do que o do Estado e País, conforme pode ser

verificado no Gráfico 1.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

Segundo dados do Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) o

Território no período de 2001-2010 foi acometido de casos de AIDS, Dengue e

Leishmaniose, com forte destaque para a Dengue. Dengue, Leishmaniose e a Malária

até 2009 já tinha acometido 1.022 (mil e vinte e duas), 185 (cento e oitenta e cinco) e

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

28 | P á g i n a

03 (três) pessoas no Território, respectivamente. A AIDS até 2010 acometeu 25 (vinte e

cinco) pessoas. A malária foi diagnosticada nos municípios de Maravilha, Poço das

Trincheiras e Santana do Ipanema.

Os municípios de Carneiros e Ouro Branco não apresentaram casos de

AIDS, e os que tiveram maior número de casos identificados foram São José da Tapera

(13) e Santana do Ipanema (16). A Dengue foi mais representativa em Santana do

Ipanema (398), Ouro Branco (228) e São José da Tapera (177).

Em dezembro de 2009, existia no Território um total de 110 (cento e dez)

estabelecimentos de saúde (Tabela 4), de acordo com DATASUS (Caderno de

Informações de Saúde).

Tabela 4 – Estabelecimentos de Saúde por Município do Território do Médio Sertão - 2009

Tipo de estabelecimento

Ca

rneir

os

Do

is R

iach

os

Ma

ravil

ha

Oliv

en

ça

Ou

ro B

ran

co

Po

ço

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as

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na

do

Ipan

em

a

o J

os

é d

a

Tap

era

Se

na

do

r R

ui

Pa

lme

ira

To

tal

Central de Regulação de Serviços de Saúde

1 1 1 1 1 1 - - 1 7

Centro de Atenção Psicossocial - - - - - - 1 1 - 2

Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde

2 4 4 4 2 3 11 9 3 42

Clinica Especializada/Ambulatório Especializado

- - - - - - 1 - - 1

Consultório Isolado - - - - - - 11 - - 11

Hospital Geral - - - - - - 3 - - 3

Policlínica - - - - - - 5 - - 5

Posto de Saúde - - 5 - 2 4 8 - 1 20

Secretaria de Saúde 1 1 1 1 - - 1 - 1 6

Unid Mista - atend 24h: atenção básica, intern/urg

- - - - - - - 1 - 1

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia

- - - - - - 1 - - 1

Unidade de Vigilância em Saúde 1 1 1 - 1 1 2 - 1 8

Unidade Móvel Pré Hospitalar - Urgência/Emergência

- - - - - - 1 - - 1

Total 5 7 12 7 6 9 46 11 7 110

Fonte: DATASUS, 2010

Page 29: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

29 | P á g i n a

No Território foi registrada, em 2009, a existência de 725 (setecentos e vinte

e cinco) profissionais da área de saúde com uma concentração nos municípios de

Santana do Ipanema (331) e São José da Tapera (151).

Quanto a categoria (Tabela 5) o maior número é de Médicos (210) em

diversas especialidades e Auxiliares de Enfermagem (144). É importante registrar,

porém, que em alguns municípios não existia a disponibilização de Clínico Geral (Ouro

Branco), Pediatras (Dois Riachos, Maravilha e Ouro Branco) e Ginecologistas

(Maravilha e Ouro Branco). No entanto, todos os municípios contam com o Médico da

Família.

Tabela 5 – Profissionais de Saúde no Território do Médio Sertão – 2009

Categoria

Ca

rneir

os

Do

is R

iach

os

Ma

ravil

ha

Oliv

en

ça

Ou

ro B

ran

co

Po

ço

da

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Tri

nch

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as

Sa

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na

do

Ipan

em

a

o J

os

é d

a

Tap

era

Se

na

do

r R

ui

Pa

lme

ira

Tota

l

1. Médicos 6 11 7 13 4 10 98 52 9 210

Anestesista - - - - - - 3 1 - 4

Cirurgião Geral - - - - - - 10 3 - 13

Clínico Geral 2 4 2 4 - 3 20 21 2 58

Gineco Obstetra 1 1 - 1 - 1 18 2 1 25

Médico de Família 2 4 4 4 4 3 10 8 5 44

Pediatra 1 - - 1 - 1 11 4 1 19

Psiquiatra - - - 1 - 1 1 3 - 6

Radiologista - - - 1 - 1 1 3 - 6

2. Cirurgião dentista - - - - - - 5 3 - 8

3. Enfermeiro 2 2 2 3 4 3 20 5 3 44

4. Fisioterapeuta 2 5 6 7 4 4 20 13 4 65

5. Fonoaudiólogo - 1 - 1 - 1 7 3 1 14

6. Nutricionista - - - - - - 5 - - 5

7. Farmacêutico - 2 - - - 1 1 1 - 5

8. Assistente social - 1 - - - - 6 1 - 8

9. Psicólogo 1 1 - 2 - - 6 3 - 13

10. Auxiliar de Enfermagem

3 18 13 9 - 77 79 5 10 144

11. Técnico de Enfermagem

- - 2 1 - - 5 19 - 27

Total 20 51 37 47 16 35 331 151 37 725

Fonte: DATASUS, 2010.

Page 30: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

30 | P á g i n a

Mortalidade

O indicador mais utilizado para medir a mortalidade é a esperança de vida

ao nascer. No Brasil, o IBGE divulgou que a expectativa de vida da população

brasileira ao nascer passou de 69,66 anos para 72,86. Desse modo, segundo mostra a

pesquisa Tábuas de Mortalidade os brasileiros nascidos em 2008 têm expectativa de

viver, em média, 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais do que os nascidos em 1998.

Dados mais recentes apontam que a esperança de vida ao nascer da população

masculina era de 69,11 anos e da feminina era 76,71 anos.

A mortalidade define-se como a ação da morte sobre uma população e é um

dos componentes centrais da dinâmica demográfica. O ritmo no qual ocorrem os óbitos

numa população varia muito entre as diversas regiões do mundo, grupos

socioeconômicos, sexo, etc. A maneira como as pessoas morrem é uma boa

representação das condições nas quais vivem. De acordo com os dados no Ministério

da Saúde, em 2008, as principais causas de mortalidade por percentual de registros no

Território do Médio Sertão foram: causas externas de morbidade e mortalidade

(14,8%), demais causas definidas (18,1%), neoplasias (8,1%), doenças do aparelho

circulatório (35,8%), doenças do aparelho respiratório (10,2%), doenças infecciosas e

parasitárias (6,2%).

No Médio Sertão, em 2010 (Portal ODM), através do controle da aferição do

peso infantil acompanhado no Programa Saúde da Família foram pesadas 57.404

(cinqüenta e sete quatrocentas e quatro) crianças menores de 2 anos, destas 5,6%

apresentaram quadro de desnutrição.

Na Tabela 6 se tem os dados disponibilizados pelo Portal dos Objetivos do

Milênio – ODM sobre a Mortalidade Infantil no período de 2004-2009 percebe-se uma

queda na média territorial em 27,9%, muito embora dentro do período exista muita

oscilação. Os municípios que mais chamam a atenção pela diminuição de suas Taxas

de Mortalidade Infantil, no referido período, são Maravilha (de 63,5% para 10,6%) e

Senador Rui Palmeira (de 93,5% para 37,7%). Os municípios que se destacam pelo

aumento da Taxa de Mortalidade infantil, no referido período são Dois Riachos (de

23,6% para 40,9%) e Poço das Trincheiras (de 15,8% para 39,2%), principalmente por

se observa que nos anos anteriores (2005 a 2008) apresentou índices menores que

2004.

Page 31: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

31 | P á g i n a

Tabela 6 – Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2009 – Médio Sertão

Localidade/Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Carneiros 33 60,1 29,2 24,6 43,2 31,9 Dois Riachos 23,6 20,2 29,1 36,4 22,2 40,9 Maravilha 63,5 11 22,8 11,6 70,3 10,6 Olivença 33,3 96,3 26,3 33 16,4 23,4 Ouro Branco 26,7 4,4 23,7 33,2 18 16,9 Poço das Trincheiras 15,8 37 22,8 18,9 20,8 39,2 Santana do Ipanema 25,1 27 28,3 19,9 23 32,7 São José da Tapera 38 49,1 47,6 37 14,2 20,8 Senador Rui Palmeira 93,5 55 15,2 14 33,1 37,7 Território 39,2 40,0 27,2 25,4 29,0 28,2

Fonte: Portal ODM, 2010.

Saneamento Básico

No Estado de Alagoas, em 2008, o percentual de moradores urbanos com

acesso à rede geral de abastecimento, com canalização em pelo menos um cômodo,

era de 68,1%. E, com acesso à rede de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica)

eram 35,6%.

No Território, segundo dados do Projeto Cadastro de Fontes de

Abastecimento por Água Subterrânea dos municípios do Território (Ministério das

Minas e Energia, 2005) a situação era:

Apenas 54,99% das habitações dispunham de banheiro e 0,47% com

o acesso a esgotamento sanitário adequado (rede geral);

Existiam 69,82% dos domicílios fora da rede geral de abastecimento

de água, tendo 6,35% domicílios dependendo de poços ou nascentes

e 63,32% domicílios dependendo de outros tipos de abastecimento

(barragens, carros pipa, baldes, etc.);

A coleta de lixo urbano cobria 39% dos domicílios do Território.

Dentre os municípios com o maior percentual de cobertura quanto a coleta

do lixo se tinha Santana do Ipanema e Carneiros, mesmo assim com um percentual

próximo ou abaixo de 50%, conforme pode se verificar na Tabela 7.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

32 | P á g i n a

Tabela 7 – Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de Lixo no Território – 2005

Localidade/Ano Coleta de lixo (%)

Carneiros 47,45

Dois Riachos 42,80

Maravilha 38,24

Olivença 31,20

Ouro Branco 39,74

Poço das Trincheiras 24,80

Santana do Ipanema 53,90

São José da Tapera 38,54

Senador Rui Palmeira 34,30

Território 39,00

Fonte: Ministério das Minas e Energia, 2005.

2.1.4 Situação da Educação no Território

Por sua relevância social, a educação é tema central dos debates nacionais,

sendo destacada como área prioritária nas políticas de governo.

Alagoas apresenta dados preocupantes quanto a isso, pois o índice de

analfabetismo no Estado em 2007 atingia 25,14% da população acima de 15 anos de

idade, segundo dados do PNAD/IBGE, num total de 567 mil analfabetos. Neste

contexto, a transformação da realidade educacional de Alagoas passa,

necessariamente, pela superação do analfabetismo.

A Educação no território apesar de alguns avanços ainda se encontra muito

aquém de solucionar e gerar nos atores sociais o sentimento de pertencimento por está

praticando técnicas pedagógicas equivocadas não voltadas para realidade. Os estudos

propositivos relatam que questão educacional é sempre fator de dificuldades.

Programas do governo têm tentado reverter à situação, conseguindo uma melhora se

compararmos ao passado da região. Mas ainda temos um longo caminho pela frente,

para alcançar resultados que promova a inserção destas pessoas como mão de obra

habilitada para o trabalho. Os programas de alfabetização aparentemente têm

avançado, mas as pesquisas de campo revelam um grande número de cidadãos que

apenas assinam o próprio nome, mas não conseguem ler e escrever.

De acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2000) exposto

no Gráfico 2, a média da taxa de analfabetismo no Território da Bacia Leiteira em 2000

era de 45,25%, variando de 37,24% (Ouro Branco) a 51,03% (Poço das Trincheiras).

Page 33: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

33 | P á g i n a

Fonte: www.saude.al.gov.br

Em 2000, o IDH-M da Educação do Brasil era 0,849. Dentre os municípios

do Território do Médio Sertão, o que apresentava melhor valor era Ouro Branco (0,699)

e o de pior valor era Dois Riachos (0,571). A média no Território era de 0,612, abaixo

27% do IDH médio no País e 12% do Estado de Alagoas (0,703), conforme Gráfico 3.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

Page 34: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

34 | P á g i n a

2.1.4.1. Estabelecimentos de Ensino e docentes no Território

No Território está situada uma unidade educacional de Terceiro Grau,

FUNESA - Fundação Universidade de Ensino Superior com cursos de Pedagogia,

Zootecnia e Biologia os quais recebem alunos de diversos municípios do entorno e

também de todo estado. Esse capital social formado nesta faculdade praticamente não

é absorvido pelo Território e todo Sertão pela deficiência de projetos estruturantes e

sustentáveis.

Foto: Jorge Izidro

A educação na zona rural passa pelas mesmas dificuldades dos demais

Territórios. Jovens têm que se deslocar à noite para as escolas que ficam na zona

urbana. O programa pedagógico sempre voltado para o quotidiano urbano o que

acaba por distanciar cada vez mais do campo o jovem filho de agricultores.

A educação, portanto é um fator que merece o debruçar das várias

instituições que atuam no território, no intuito buscarem integrar os programas e

projetos educacionais ao processo de desenvolvimento territorial, fazendo permear a

educação por todas as iniciativas desenvolvimentistas. Apesar das grandes

dificuldades encontradas o Território já conta com uma experiência exitosa de

Educação Contextualizada no município de Ouro Branco desenvolvida pela parceria

Cáritas Brasileira/Prefeitura Municipal que já está causando efeitos positivos naquele

município.

De acordo com dados do Censo Escolar em 2009 (Tabela 8) existiam 240

(duzentos e quarenta) estabelecimentos de ensino, sendo 193 (cento e noventa e três)

escolas no ensino pré-escolar, 32 (trinta e duas) escolas de ensino fundamental e 15

(quinze) escolas de ensino médio. Predomina o número de estabelecimentos

Municipais, a Tabela 8 mostra que os municípios que possuem um número maior de

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

35 | P á g i n a

estabelecimentos de ensino são Santana de Ipanema e São José da Tapera. Em

Senador Rui Palmeira não existe estabelecimentos de ensino para o Ensino Médio.

Tabela 8 – Número de Estabelecimentos por Dependência Administrativa - 2009

Município Total

Ensino Fundamental

Ensino Médio Pré-escolar

E M P E M P E M P

Carneiros 25 1 12 1 11

Dois Riachos 31 1 1 29

Maravilha 25 1 1 1 22

Olivença 7 1 1 5

Ouro Branco 27 1 1 25

Poço das Trincheiras 23 2 1 20

Santana do Ipanema 48 9 3 2 1 26 7

São José da Tapera 48 3 2 1 41 1

Senador Rui Palmeira 6 1 5

Território 240 20 12 0 11 1 3 1 184 8

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

O número de pessoas matriculadas em 2009 no Território do Médio Sertão

era 51.162 (cinqüenta e um mil cento e sessenta e duas) pessoas matriculadas nas

escolas, sendo 12.357 (doze mil trezentas e cinqüenta e sete) na rede estadual, 36.834

(trinta e seis mil oitocentas e trinta e quatro) na rede municipal e 1.971 (mil novecentas

e setenta e uma) na rede particular de ensino, conforme está apresentado na Tabela 9.

Tabela 9 – Número de matrículas por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009

Município Total Pré-escolar Ensino Fundamental Ensino Médio

E M P E M P E M P

Carneiros 2.874 342 159 2.170 203

Dois Riachos 3.354 419 102 2.524 309

Maravilha 3.638 411 269 2.421 261 276

Olivença 3.633 272 170 2.955 236

Ouro Branco 3.408 428 97 2.472 411

Poço das Trincheiras

4.287 603 301 3.180 203

Santana do Ipanema

14.544 42 811 368 2.652 6.920 2.347 302

São José da Tapera

11.432 846 48 412 8.187 453 1.286 200

Senador Rui Palmeira

3.992 283 139 3.570 1.102

Território 51.162 2.800 1.657 416 4.301 34.399 1.555 5.256 778

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

Page 36: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

36 | P á g i n a

O número de docentes no Território (Tabela 10) é de 2.181 (dois mil cento e

oitenta e um), sendo a maioria do quadro municipal (1.659) atuando no Ensino

Fundamental (1.433).

Tabela 10 – Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009

Município Total Ensino Fundamental Ensino Médio Pré-escolar

E M P E M P E M P

Carneiros 104 7 78 7 12 Dois Riachos 135 8 99 12 16 Maravilha 191 11 126 9 19 26 Olivença 143 12 105 12 14 Ouro Branco 142 10 104 18 10 Poço das Trincheiras 191 14 143 6 28 Santana do Ipanema 613 106 274 72 62 31 2 45 21 São José da Tapera 495 31 360 24 24 13 41 2 Senador Rui Palmeira 167 8 144 15 Território 2.181 207 1.433 96 150 19 44 2 207 23

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

2.1.4.2. Distorção idade-série ensino fundamental e médio

Em um sistema educacional seriado, existe uma adequação teórica entre a

série e a idade do aluno. No caso brasileiro, considera-se a idade de 7 anos como a

idade adequada para ingresso no ensino fundamental, cuja duração, normalmente, é

de 8 anos. Seguindo este raciocínio é possível identificar a idade adequada para cada

série. Este indicador permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade

superior à idade recomendada. No território a distorção idade-série, tanto para o ensino

fundamental, quanto para o ensino médio apresenta taxas bastante altas que refletem

à qualidade do ensino e da formação das crianças e jovens dos municípios.

A distorção idade-série eleva-se à medida que se avança nos níveis de

ensino. A Tabela 11 mostra que a média do Território em 2008 era de 33,5% para o

Ensino Fundamental e 49,6% para o Ensino Médio. O município que apresentava o

menor percentual no Ensino Fundamental e Médio era Ouro Branco com 19,3% e

27,9% respectivamente. No Ensino Médio 05 municípios apresentavam índice de

distorção idade-série acima de 50,0% (Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Olivença e

Poço das Trincheiras).

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

37 | P á g i n a

Tabela 11 – Distorção Idade-Série - Municípios e Território Médio Sertão - 2008

Território e Municípios Distorção Idade-Série

Ensino Fundamental Ensino Médio Médio Sertão (média) 33,5 49,6 Carneiros 36,1 62,2 Dois Riachos 43,0 61,3 Maravilha 37,0 55,0 Olivença 39,6 64,0 Ouro Branco 19,3 27,9 Poço das Trincheiras 32,9 57,9 Santana do Ipanema 33,6 46,1 São José da Tapera 28,7 40,6 Senador Rui Palmeira 30,9 31,5

Fonte: Portal ODM, 2010.

2.1.4.3. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M

O território apresenta uma realidade que aponta para a baixa qualidade de

vida da população residente expressa nos indicadores de desenvolvimento humano.

De acordo com os dados apresentados, o Território, apresentou índice de

IDH-M de 0,552. Comparados com outros municípios do Brasil, todos apresentaram

uma situação desfavorável.

Com base nos dados da Secretaria Estadual de Saúde, a receita per capita

do conjunto de municípios do Estado em 2009 era de R$ 1.156,65 (mil cento e

cinqüenta e seis reais e sessenta e cinco centavos) 1; no Território era de R$ 1.189,13

(mil cento e oitenta e nove reais e treze centavos). A renda per capita nos municípios,

em 2000, variava de R$ 37,61 (trinta e sete reais e sessenta e um centavos) em Poço

das Trincheiras a R$ 94,67 (noventa e quatro reais e sessenta e sete centavos) em

Santana do Ipanema.

No Brasil, ainda no ano 2000, a intensidade de pobreza era 49,68 e no

Território a média era 68,80, estando o maior índice em Poço das Trincheiras (76,53) e

o menor em Dois Riachos (58,80). No Índice de Gini, que expressa a desigualdade de

renda, o país apresentava 0,65. No Território, a média era de 0,66 passando para 0,38

em 2003. No mesmo ano, pelos dados do IBGE, o índice de Gini foi maior no município

de Santana do Ipanema (0,43) e menor em Senador Rui Palmeira (0,36). Já o

percentual de crescimento variou de 32,8% (Dois Riachos) a 48,3% (Senador Rui

Palmeira), conforme Tabela 12.

1 Sala de Situação em Saúde do Ministério da Saúde - http://189.28.128.178/sage/

Page 38: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

38 | P á g i n a

Tabela 12 – Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003

Território e Municípios Anos 2000 2003

Médio Sertão (média) 0,66 0,38 Carneiros 0,58 0,37 Dois Riachos 0,58 0,39 Maravilha 0,62 0,38 Olivença 0,67 0,39 Ouro Branco 0,61 0,38 Poço das Trincheiras 0,7 0,37 Santana do Ipanema 0,71 0,43 São José da Tapera 0,74 0,39 Senador Rui Palmeira 0,71 0,36

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000 e IBGE – Informações Estatísticas, 2008.

2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território

Alagoas é o Estado brasileiro que possui a maior diversificação em

folguedos. Segundo os estudiosos de folclore, possuímos quatorze folguedos natalinos,

dois folguedos de festas religiosas, quatro folguedos carnavalescos, quatro folguedos

carnavalescos com estrutura simples, dois torés e três danças, totalizando vinte e nove

folguedos e danças alagoanas.

Na maioria, originários da Península Ibéricos ou vindos até nós do

continente europeu através de formas portuguesas, misturando-se aqui nas Alagoas as

manifestações de origem africana, resultando daí novas formas de autos e diversões.

A decantada riqueza do folclore alagoano deveu-se ao trabalho dos

pioneiros folcloristas desta terra, como seja: Alfredo Brandão, Luiz Lavenére, Arthur

Ramos e posteriormente Théo Brandão, Aloísio Vilela, José Pimentel de Amorim,

Abelardo Duarte, José Maria de Melo, Félix Lima Júnior, Paulino Santiago e Manoel

Diegues Júnior e, mais recentemente, José Maria Tenório Rocha e Pedro Teixeira de

Vasconcelos.

No que se refere à herança cultural da região, é forte a influência da cultura

negra e a de colonizadores europeus (portugueses e espanhóis) que povoaram a

região durante o final do século XVIII, XIX e início do século XX. Isso originou uma

diversidade de danças, crenças religiosas e populares, oriundas dessa herança

cultural. Vale destacar a grande influência da igreja católica nesse processo de

constituição regional.

Page 39: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

39 | P á g i n a

O Território tem uma forte tradição incluindo seu folclore. toréis, danças,

folguedos, festejos natalinos, brincadeiras de carnaval e festas religiosas que

manifestam o poder de aglutinar seu povo, alegria para os nativos e para os visitantes.

Cada dança marca uma determinada época do ano. A seguir se tem os principais

atrativos (folguedos, festividades, gastronomia, dentre outros).

Folguedos Natalinos:

Guerreiro, Reisado, Chegança, Fandango, Marujada, Presépio e Pastoril;

Festas religiosas e Feriados

As festas religiosas são de grande importância para a cultura e lazer, pois

tem o poder de agregar comunidades, povoado e os municípios. Exemplo marcante é a

festa da juventude que reúne jovens do Território e do Estado de Alagoas, que está

agregada a festa da Senhora Sant’ Ana de Santana do Ipanema. Muito tradicional

também é a festa de Reis de Poço das Trincheiras tanto na parte religiosa quanto na

profana.

No município de Santana do Ipanema alguns feriados se destacam: 24 de

Abril - Emancipação política de Santana do Ipanema, 25 de Julho - Nossa Senhora de

Sant’Ana (Padroeira do Município), 16 de Setembro - Emancipação Política de Alagoas

e 20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra. Têm-se ainda os Festejos

Juninos, o Encontro de Carro de Bois e Exposição Agropecuária (setembro) e a festa

de São Cristovão (outubro). Abaixo observamos fotos de folguedo natalino o Pastoril de

Senhora nos festejos natalinos de 2005

Foto: Adriano Jorge

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

40 | P á g i n a

Os encontros de Carro de Bois atualmente têm participação de carreiros de

todo Território. Em Santana do Ipanema e Olivença o encontro de Carro de Bois está

se tornando de grande importância, para que sejam mantidas as tradições e o costume

do povo sertanejo e em particular dos agricultores (as) familiares que se utiliza de bois

de serviço na lida de seu trabalho.

Gastronomia diversificada

A especialidade é carne de bode, buchada e galinha de capoeira existem

vários restaurantes que fornecem pratos na linha caseira regional.

Meios de Comunicação

O Território conta com a Rádio Milênio FM, Rádio Cidade FM, Rádio A Voz

do Sertão FM - Areias Branca, Rádio Ipanema FM e Rádio Correio do Sertão AM.

Clubes

Associação Atlética Bando do Brasil

Tênis Club Santanense

Lions Clube

Rotary Clube

Leo Clube

Bibliotecas

Biblioteca Pública Breno Acioly

Biblioteca Pública José Pereira Monteiro

Ginásios e quadras

Ginásio de Esportes Cônego Luiz Cirilo Silva

Quadra de Esportes do Colégio Cenecista Santana

Ginásio de Esportes da Associação Atlética Banco do Brasil – AABB

Turismo

O turismo não é uma atividade tradicional no Médio Sertão, mas foi

diagnosticadas várias potencialidades e que necessitam ser desenvolvidas: sua

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

41 | P á g i n a

tradição e seus costumes são fortes e precisam ser mostrados aos agentes de turismo,

para que seus eventos e suas festas tradicionais apareçam no calendário oficial do

Estado. O Território tem vocação para o turismo rural, ecológico e de negócio, isto se

dá devido a existência:

Rota do Cangaço - O Sertão Alagoano foi palco de um dos episódios históricos

mais polêmicos da história brasileira o Cangaço. Seu principal protagonista, o

capitão Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, percorreu o Sertão

de Alagoas, influenciando os costumes, crenças, vestuário do sertanejo. Os

municípios envolvidos com a Rota do Cangaço são: Piranhas, Pão do Açúcar,

Olho D’ água do Casado, Delmiro Gouveia, Água Branca, e Santana do

Ipanema;

Bioma Caatinga - Um conjunto de vários ecossistemas encontrado em todo

Semi-Árido Brasileiro segundo especialistas um dos mais ricos do país. Um

patrimônio biológico ameaçado de desaparecer por causa da ação humana, e

que apesar das dificuldades, ainda preserva espécimes da fauna e da flora,

como mandacarus, facheiros, catingueiras entre outra, nossa caatinga tem

despertado o interesse de pesquisadores e de atletas que praticam esportes

radicais, alem de biólogos, ambientalistas e pessoas que gostam de fazer trilhas

onde o território tem várias para oferecer;

Sítio arqueológico – No município de Maravilha tem uma descoberta

importante para arqueologia brasileira. São fósseis de animais que viveram a

milhares de anos no Semi-Árido nordestino como eremotherium, ou preguiça

gigante, e o toxodonte,que de acordo com os pesquisadores,eram parecidos

com um hipopótamo. Abaixo mostramos fotos do sítio onde vemos ossos

fosforizados.

2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL

2.2.1. Características Geo-ambientais do Território

2.2.1.1. Características Geoclimáticas

O território apresenta um clima tropical e semi-árido, com verão seco e

estação chuvosa no inverno. Máxima de 38ºc e mínima de 18ºc. A pluviosidade média

varia entre 500 e 600 mm/ano de forma mal distribuída, concentrando-se nos meses de

maio e julho.

A umidade relativa do ar varia em torno de 70%; a insolação média anual é

de aproximadamente 2.600 horas.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

42 | P á g i n a

A velocidade media do vento e de 3,4 m/s com ventos predominantes de

sudeste.

A evapotranspiração potencial varia de 1.300 a 1.700 mm/ano.

2.2.1.2. Características Geomorfológicas

O Território está localizado, em quase toda sua extensão, na Unidade

Geoambiental do Planalto da Borborema, porém 02 municípios também têm parte de

sua área na Depressão Sertaneja (Olivença e São José da Tapera). Parte do município

de São José da Tapera está inserida Superfícies Dissecadas Diversas (relevo

movimentado).

Na depressão sertaneja o relevo é suave, ondulado com partes planas e

vales estreitos, tendo uma faixa menor representada pelo Planalto da Borborema,

variando de ondulado a montanhosa.

No Planalto da Borborema o relevo é geralmente movimentado, com vales

profundos e estreitos dissecados, de solos com fertilidade bastante variada, com certa

predominância de média para alta.

As áreas inseridas na Depressão Sertaneja apresentam paisagem típica do

semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante

monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales, com

vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha do

horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão que

atingiram grande parte do sertão nordestino.

2.2.1.3. Características Hidrológicas

Todas as bacias hidrográficas são de rios e riachos temporários,

pertencendo a microbacias do rio São Francisco, com água corrente no inverno e

completamente seco no verão, bastante degradados assoreados pela supressão total

de suas matas ciliares.

Os rios mais importantes do Território são o Ipanema e o Ribeira do Capiá,

este fazendo parte também pela sua margem direita do Território do Alto Sertão. Todas

as águas correm para a bacia desses rios, destacam-se também os açudes

construídos pelo DNOCS. O Quadro 4 traz as principais Bacias Hidrográficas do

Território.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

43 | P á g i n a

Quadro 4 – Principais Bacias Hidrográficas do Território do Médio Sertão Alagoano

Região Hidrográfica (RH*)

Bacias Hidrográficas

Rio Área (km2)

Áreas (km2) Áreas (%)

Capiá 2222.7 N Nome AL PE Total AL PE

Riacho

Grande

1765.7 1 Rio Capiá 2222.7 180.0 2402.7 92.5 7.5

2 Riacho do Bobó 112.4 - 112.4 100 -

3 Riacho Grande 562.8 - 562.8 100 -

4 Rio Boqueirão 250.3 - 250.3 100 -

5 Rio Farias 327.3 - 327.3 100 -

6 Rio Tapuio 99.5 - 99.5 100 -

7 Rio Jacaré 413.4 - 413.4 100 -

Ipanema 1824.6 8 Rio Ipanema 1671.7 6174.3 7846.0 21.3 78.7

9 Riacho Jacobina 152.9 - 152.9 100.0 -

Foto: Jorge Izidro

Atualmente devido as chuvas irregulares, a forma de captação de chuvas

que hoje se tornou presente em muitas comunidades são as cisternas construídas pelo

P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas da ASA) grandes caixas d'água feitas de

placas de concreto pré-moldado. Um reservatório com capacidade para 16 mil litros

pode abastecer uma família de cinco pessoas durante oito meses sem chuva.

Em construção, o Canal do Sertão ainda traz expectativas na melhoria da

oferta de recursos hídricos para toda a região do semi-árido alagoano. Este Canal,

considerado a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC em

Alagoas consiste em um canal capaz de conduzir, 32 m3/s desde o reservatório da

Barragem de Moxotó até a cidade de Arapiraca, percorrendo 275 km (Pedrosa et al,

2007). A Figura 4 apresenta o percurso do Canal.

Rio Capiá Rio Ipanema

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

44 | P á g i n a

Figura 4 – Percurso do Canal do Sertão

Fonte: ???????

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

45 | P á g i n a

O Território do Médio Sertão é abastecido pelo Sistema Coletivo de

Abastecimento de Água da Bacia Leiteira (Figura 5)

Figura 5 – Sistema Coletivo de Abastecimento de Água da Bacia Leiteira

Fonte: http://www.ctec.ufal.br/professor/vap/OfertadeaguapeloCanal.pdf

2.2.1.4. Características Vegetativas

A Caatinga é a vegetação predominante no Território do tipo hipoxerófila,

geralmente densa e de porte arbustivo ou arbóreo – arbustivo. “Devido ao intenso uso

das terras para exploração agropecuária, está completamente dizimada, acarretando

sérios problemas ambientais, com áreas em bastante processo de desertificação”.

Espaço produtivo é conceito utilizado por geógrafos e economistas, uma espécie de

contraponto ao conceito de espaço natural, empregado por botânicos, biólogos e

ecólogos. O conceito também tem sido utilizado para definir critérios específicos,

destinados a distinguir a influência dos fatores físicos sobre o meio ambiente. “Desses

estudos, derivam conceitos como os de bioma, ecossistema e eco-região”.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

46 | P á g i n a

O conceito de bioma está representado por grande comunidade estável e

desenvolvido, adaptado às condições ecológicas de dada região, geralmente

caracterizada por tipo principal de vegetação, a exemplo da floresta temperada, da

mata atlântica e da caatinga4Os ecossistemas da região das caatingas e florestas

deciduais do Nordeste abrangem, assim, as especificidades do domínio morfoclimático

das caatingas, sejam elas arbustivas ou arbóreas. De modo geral, a Caatinga tem sido

descrita na literatura como pobre e de pouca importância biológica. Porém,

levantamentos recentes mostram que esse ecossistema possui significativo número de

espécies endêmicas, ou seja, que ocorrem apenas nessa região, e que devem ser

consideradas como patrimônio biológico de valor inestimável (SAMPAIO et al., 2002).

Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1.000 espécies,

estimando-se que haja em torno de 2.000 a 3.000 plantas. Descrições de espécies

novas vêm sendo registradas, indicando conhecimento botânico e zoológico bastante

precário desse ecossistema que, segundo os pesquisadores, é considerado o menos

conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros (GIULIETTI, 2002). Abaixo estão

apresentadas fotos de alguns espécimes encontradas no Território.

Foto: Jorge Izidro

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

47 | P á g i n a

2.2.1.5. Características Edafológicas e Mineralógicas

São predominantes os solos regossolos, planossolos e litólicos.

Os regossolos, arenosos e pouco profundo, moderamente ácidos, bastante

drenados, muito susceptíveis a erosão, necessitando do incremento de práticas

agrícolas para sua melhor conservação, representando a maior parte do território.

Os planossolos, rasos e poucos desenvolvidos facilmente drenados no

horizonte A e de drenagem deficiente no Horizonte B.

Os litólicos, solos em evolução, bastante rasos, apresentando afloramento

de rochas e com textura e fertilidade variáveis dependendo da rocha da qual se

originam.

Nos topos e vertentes dos vales ondulados baixos os solos são do tipo

Podzólicos, bem drenados; nos fundos de vales os solos são aluviais, mal drenados e

nas cristas residuais ocorrem os solos Litólicos, mal drenados.

Nos patamares compridos e baixas vertentes do relevo suave ondulado

ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média e problemas de sais;

topos e altas vertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural alta;

topos e altas vertentes do relevo ondulado ocorrem os Podzólicos, drenados e

fertilidade natural média e as elevações residuais com os solos Litólicos, rasos,

pedregosos e fertilidade natural média.

Apesar de esses solos apresentarem algumas limitações para uso agrícola,

possui aptidão que permitem uma exploração com lavouras principalmente de ciclo

curto e pastagem natural.

O Território necessita que sejam realizados estudos e pesquisas mais

aprofundadas sobre o potencial dos recursos minerais, para que se conheça a

verdadeira realidade. Promovendo uma exploração racional e integrada no

desenvolvimento da região aonde estes recursos, ainda vem sendo utilizados, de uma

forma irracional, provocando sérios problemas de degradação ambiental. A exploração

principal é argila para fabricação de artefato cerâmicos ou do barro cozido para

construção e pedras para britamento e aparelhadas para construção civil. As fotos

mostram duas formas de fabricação de tijolos.

2.2.1.7. Características da Fauna

Com relação à fauna, essa se apresenta com baixas densidades de

indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

48 | P á g i n a

endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves

e 120 de mamíferos, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados.

O desmatamento desenfreado que atinge o Território tem contribuído para

que muitas espécies animais estejam em fase de extinção e/ou em números muitos

reduzidos - em risco de extinção colocando em risco essa grande biodiversidade.

2.2.1.6. Características Antrópicas do Território

O Território com o desmatamento bastante acentuado já sofre um

considerável processo de desertificação. Segundo o Zoneamento das Áreas em

Processo de Degradação Ambiental no Trópico do Semi-Árido do Brasil, realizado pela

EMBRAPA Semi-Árido, o Estado de Alagoas em 1995 já possuía 90.400 ha em estado

severo de degradação.

Abaixo as fotos mostram, falta de mata ciliar, assoreamento do Riacho

Grande e erosão com estado avançado de desertificação no município de Senador Rui

Palmeira segundo o professor José Santino especialista na área, confirma a

existências de vários pontos inclusive focos críticos em Ouro Branco.

Foto: Jorge Izidro

Também o lixo, falta de saneamento e poluição precisa ser tratada com mais

atenção pelas políticas publicas como mostra as fotos abaixo no vale do Camoxinga na

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

49 | P á g i n a

zona urbana do município de Santana do Ipanema e também as queimadas, ainda

muito praticada pelos agricultores.

Foto: Jorge Izidro

Ocorrências impactantes observadas com freqüência no meio ambiente

A falta de consciência sobre a conservação dos recursos naturais levou a

uma profunda alteração da flora e fauna no Estado. Os solos do Território apresentam

necessidade de recuperação ou preservação, e para isso é fundamental que ocorra o

abandono das técnicas degradantes, tais como, desmatamento, queimadas e preparo

intensivo do solo.

No Território do Médio Sertão, a área destinada à preservação permanente

ou reserva legal ocupa 3.732 ha em 447 estabelecimentos agropecuários.

De acordo com dados do IBGE – Perfil Municipal (2008), apenas o município

de Major Isidoro possui Conselho Municipal de Meio Ambiente, na região.

Segundo a pesquisa Perfil Municipal – 2008 do Portal ODM (Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio), diversas práticas provocam vários tipos de

consequências ambientais, nos municípios do Território:

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

50 | P á g i n a

Fonte: Adaptado dos Relatórios dinâmicos: indicadores municipais (Portal ODM/2010)

Apenas o município de São José da Tapera tinha constituído o Conselho

Municipal de Meio Ambiente e Fundo Municipal de Meio Ambiente. E, Dois Riachos, foi

o único município a ter sido beneficiado com recursos para o meio ambiente.

2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA

O IDH-Renda médio do Território em 2000 era de 0,440 bem abaixo do País

(0,723), variando de 0,378 (Poço das Trincheiras) a 0,532 (Santana do Ipanema),

conforme pode se observar no Gráfico 4.

Page 51: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

51 | P á g i n a

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA)

A População Economicamente Ativa, uma das subdivisões da População em

Idade Ativa (PIA), compreende todas as pessoas com mais de 10 anos que constituem

a força de trabalho do país. Segundo pesquisa do IPEA, a População Economicamente

Ativa brasileira (Gráfico 5) concentra sua força na faixa etária dos 30 aos 39 anos

(26%).

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2007

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

52 | P á g i n a

Em Alagoas, a população economicamente ativa está na ordem de

1.324.630 habitantes, quase 50% da população do Estado. Verificando o

desenvolvimento deste indicador, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (PNAD/2007), entre os anos de 2006 a 2008, percebemos que permaneceu

sem grandes alterações, com predominância masculina.

No Território do Médio Sertão, a renda per capita do Território melhorou em

quase todos os municípios; apenas em Poço das Trincheiras (de R$ 38,06 para R$

37,61) houve redução no período de 1991 a 2000. Não significa que esta renda tenha

melhorado a situação da qualidade de vida na região, pois ainda é presente a

concentração de riquezas.

2.3.2 Produção

Segundo os indicadores sociais do IBGE (PNAD 2007), foram identificados

4.367.902 estabelecimentos da agricultura familiar, que representam 84,4% do total

(5.175.489) e ocupam apenas 24% (80,25 milhões de ha) da área dos

estabelecimentos agropecuários brasileiros. Mesmo cultivando uma área menor, a

agricultura familiar é responsável por garantir a segurança alimentar do país, gerando

os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. Segundo a Pesquisa

Nacional de Amostragem por Domicílio - PNAD, a agricultura familiar é responsável por

75% da mão-de-obra do campo; 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite

consumidos no país.

Dados do Censo Agropecuário 2006 apontam que a agricultura familiar no

Brasil foi responsável por 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59%

do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e ainda 21% do trigo. O censo

de 2006 estimou que do total de ocupados no campo 2/3 são homens. No entanto, o

número de mulheres é bastante expressivo, sendo elas responsáveis por cerca de

600.000 estabelecimentos na agricultura familiar.

A economia do Território do Médio Sertão gira em torno das atividades

agropecuárias: Pecuária de Corte e Leite, Ovinocaprinocultura, Apicultura, Avicultura,

Suinocultura, Piscicultura, Mandiocultura e Fruticultura.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

53 | P á g i n a

Produção Agrícola

A identidade territorial caracterizada, em sua maioria, por uma economia

baseada na agricultura de subsistência/sequeiro (milho, feijão e mandioca) e na

bovinocultura leiteira, vem evoluindo para as outras potencialidades produtivas.

A seguir se discorrerá sobre algumas das principais atividades agrícolas

desenvolvidas no Território. A Tabela 13 traz os principais cultivos existentes no

Território, considerando dados do IBGE (2009). As culturas temporárias se destacam

em produção e volume de renda obtida. Quanto as culturas permanentes apenas

aparece a castanha do caju.

Tabela 13 – Principais Culturas no Território - 2009

Cultura Área plantada (ha) Produção

(tonelada ou caroço)

Renda Obtida

(Mil Reais)

Castanha de caju 433 142 (T) 117

Algodão Herbáceo 67 97 (caroço) 486

Feijão em grão 11.220 5.913 (T) 4.954

Mandioca 163 1.332 (T) 240

Milho em grão 11.820 7.206 (T) 2.536

Total 23.703 - 8.333

Fonte: IBGE/Cidades@

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

54 | P á g i n a

Mandiocultura

A mandioca é um produto herdado dos povos indígenas e faz parte da “alma

do pequeno produtor” tal seu nível de relacionamento cultural com essa lavoura. Os

principais atributos agronômicos da mandioca dizem respeito a sua baixa exigência

nutricional, capacidade de adaptação a diversos ambientes, servindo à produção em

solos de baixa fertilidade e poucos problemas fitossanitários. A mandioca apresenta

alta sociabilidade se permitindo ao consórcio com as principais lavouras de

subsistência dos pequenos produtores. Os restos culturais são totalmente aproveitados

na nutrição animal e a reprodução vegetativa torna os produtores auto-suficientes em

sementes para formação de novas lavouras.

Seu produto mais comum, a farinha de mandioca, é largamente consumido e

o processo de beneficiamento de domínio da população rural. Essas qualidades

tornaram a mandioca apreciada e de cultivo generalizado.

No período de 1990 a 2003 dados oficiais do IBGE atestam que houve forte

retração da ordem de 92% na área cultivada com a mandioca, tendência observada em

todos os municípios, devido, principalmente, a degradação ambiental. Em 2009, os

dados mostram uma retomada, bastante incipiente, mas em termos percentuais

representando um acréscimo na área plantada em 96% (Gráfico 6).

Fonte: IBGE@Cidades.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

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Considerada uma cultura de “pobres” e de fácil manejo, a mandioca sempre

foi pouco atrativa para as instituições de apoio, relativamente desprezada pela

pesquisa, crédito rural e assistência técnica. A atividade apresenta-se abandonada à

própria sorte, expondo os agricultores ao que tem de pior no mercado capitalista.

As casas de farinhas tanto privadas como comunitárias existentes no

território enfrentam problemas semelhantes, segundo os relatos obtidos em nossas

pesquisas, merecem uma maior atenção da CIAT e poderá se constituir em laços de

coesão territorial. A cultura da mandioca vem resistindo mesmo sendo plantada na sua

maioria nos pés de serra do Território e tem um fator importante em agregar as famílias

e a comunidade.

Fruticultura

O Umbu é a árvore símbolo da fruticultura nativa do sertão e, portanto,

presente em todos os municípios do território.

Estado de Alagoas é importador de castanhas. Nos municípios de Santana

do Ipanema, São José da Tapera e Olivença, a Secretaria de Estado da Agricultura,

através do Projeto Ações de Fomento no Desenvolvimento Sustentável da Cajucultura

em Alagoas, vem trabalhando a recuperação da atividade pela difusão tecnológica e

melhoria genética que pode modificar o perfil desta cultura no Território.

Com a produção de castanha de caju ocorreu a mesma dinâmica que a

mandiocultura, ocorreu uma retração na produção em 2002 e em 2009, alguns

municípios retomam, porém outros a produção desaparece, como foi o caso de Dois

Riachos (Gráfico 7).

Foto: Jorge Izidro

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

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Fonte: IBGE@Cidades

No manejo irrigado, já se comprovou a adaptação de várias outras fruteiras

na região, tais como a banana, graviola, acerola, pitanga e outras.

Durante a elaboração do PTDRS em 2006, sentia-se a necessidade de ter

estudos que fundamentasse essas potencialidades.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

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Produção Animal

A criação de animais de médio e grande porte ganha destaque no Território,

no que se refere ao efetivo do rebanho, principalmente a criação de bovinos, suínos e

ovinos (Tabela 14).

Tabela 14 – Efetivo do rebanho no Território - 2009

Tipo de Criação Cabeças

Bovinos 124.585

Eqüídeos (eqüinos, asinino, muares) 8.880

Caprinos 6.699

Ovinos 47.843

Suínos 14.435

Aves 302.814

Fonte: IBGE/Cidades@

Pecuária Leiteira

Na análise dos estudos propositivos, no território, a pecuária leiteira contribui

na estruturação econômica e formação histórica, sendo uma atividade de larga

aceitação na produção familiar. Por gerar renda semanal, segundo os produtores. No

entanto, se distribui de forma diferenciada em grau de importância no território, tendo

maior desempenho nos municípios de São José da Tapera e Dois Riachos. Nos

demais varia de fraco a médio grau de importância. E sua produção praticamente é

toda escoada para bacia leiteira faltam, no entanto, dados para uma análise sistêmica

onde possamos avaliar a importância da atividade no contexto territorial. Para tanto,

seria recomendável a construção de um grupo de estudo intermunicipal para

desencadear possíveis medidas que venha contemplar novos caminhos para o

desenvolvimento do setor. O gado de corte, fruto principalmente do descarte na

produção leiteira, também precisa ser dimensionado para verificar se existe importância

econômica para os processos de beneficiamento.

No território, os dados oficiais acusam uma retração de 52% na evolução

quantitativa do rebanho bovino no período de 1990 a 2002, sendo Poço das Trincheiras

o município que apresentou a maior diminuição (de 41.160 cabeças para 13.327). Em

2009, ocorre a retomada do crescimento em número de cabeças, porém 02 municípios

continuaram em declínio (Carneiros e Poço das Trincheiras).

O setor vem perdendo espaço para a produção de pequenos animais,

nomeadamente para a ovinocaprinocultura.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

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Ovinocaprinocultura

A ovinocaprinocultura apresenta condições muito mais adequadas ao semi-

árido. Seus baixos rendimentos são superáveis por: fatores controláveis de marketing,

tecnologia, gestão, capacitação e formação/ampliação de infra-estrutura específica e

pública. A organização do Território através do pacto social é condição favorável ao

fortalecimento da ovinocaprinocultura em suas cadeias de leite, carne e pele, visando

estruturar. Segundo os estudos propositivos os dados oficiais apontam expansão da

pecuária de pequenos animais. O rebanho Ovino apresentou um crescimento da ordem

de 26,3% no período compreendido entre os anos de 1990 e 2002. À exceção do

município de Santana do Ipanema, todos dos demais seguiram esta tendência. Já em

2009, de acordo com dados do IBGE, o Território apresentou declínio no número de

cabeças em 05 municípios (Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Olivença e Ouro

Branco).

Quanto ao rebanho caprino houve um movimento de retração do rebanho de

78% no período citado devido a melhor adaptação e produtividade dos ovinos. Em

compensação, no de 2009, não segue a tendência da ovinocultura, pois aparece em

crescimento nos municípios de Maravilha, Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Santana

do Ipanema e São José da Tapera.

A criação de ovino e caprino, no semi-árido alagoano é tradicional, e os

agricultores a praticam ainda, para o consumo próprio e o excedente para venda, com

baixa tecnologia na produção, mas com um forte sentimento de tornar esta atividade

rentável como mostra o diagnóstico do PAPL (Programa de Arranjos Produtivos

Locais).

A ovinocaprinocultura é uma atividade recente, economicamente, mas de

tradição sendo criado como produto de subsistência que, inexoravelmente, vem

ganhando espaço na produção familiar e pode ser considerado hoje o principal eixo

aglutinador do território. Evoluir na consolidação do desenvolvimento desta atividade

se recomenda sua integração com outros territórios, notadamente os da Bacia Leiteira

e, principalmente, o do Alto Sertão por desenvolverem projetos específicos para o

setor.

Neste particular, os dois Territórios (Alto e Médio Sertão) por apresentarem

projetos semelhantes que visam implantar frigoríficos, podem amargar surpresas

desagradáveis se não interagirem positivamente para viabilizarem suas iniciativas

empreendedoras. A não existência de informações seguras sobre a convivência dos

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

59 | P á g i n a

dois projetos numa região semelhante, principalmente quando se trata de dimensionar

o impacto sobre a disponibilidade de matéria-prima, fragiliza e pode colocar em rota de

colisão os dois projetos.

Outra questão ainda não devidamente solucionada é como os dois territórios

optaram por negligenciar o processamento da pele dos animais, atividade que poderá

impactar a oferta de empregos e renda para a região, optando ambos para uma mesma

atividade. A complementaridade neste caso entre frigorífico, curtume e pequenas

unidades de produtos derivados do couro seria uma sinergia positiva.

Piscicultura.

O município de Dois Riachos se destaca na produção de peixes, mas se

posiciona isoladamente no Território que precisa ainda definir sua potencialidade nesta

atividade.

Apicultura.

A apicultura é atividade promissora nos municípios de São José da Tapera,

Senador Rui Palmeira e Santana do Ipanema, e com a otimização do APL para o

Território, deverá quebrar o paradigma por não ser uma atividade tradicional. E se

enquadra perfeitamente na diversificação produtiva do Território.

Avicultura e Suinocultura

A avicultura e a suinocultura, assim como a pecuária leiteira, têm ampla

participação na cultura do pequeno agricultor do sertão. Praticada tradicionalmente em

pequena escala e ainda sem importância comercial.

Serviços de Apoio a Produção

O principal instrumento de política pública para o desenvolvimento territorial

deveria ser o planejamento anual da Secretaria de Estado da Agricultura - SEAGRI/AL.

O planejamento, ou Plano Operativo como é conhecido, é hoje uma peça eficiente, mas

de pouca eficácia.

O Zoneamento Agroecológico está em fase de implantação ou caráter

estacionário no Estado e deve ser uma exigência de todos os envolvidos na

agropecuária, devido aos benefícios que podem propiciar.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

60 | P á g i n a

A oferta de serviços de ATER esta distribuída de forma desigual no

Território. O município de Santana do Ipanema, eleito como escritório regional da

Secretaria de Estado da Agricultura (SEAGRI/AL) concentra quase todo o capital

técnico disponível, atraídos pelos melhores serviços oferecidos nesta cidade pólo.

Qualquer tentativa de descentralização deveria, antes, obedecer a um planejamento

territorial. A sociedade acertadamente já reivindica um modelo de ATER onde haja

maior controle social, a exemplo da forma praticada pelo INCRA.

A Pesquisa deve ser mais valorizada e integrada num processo de

planejamento de desenvolvimento territorial, abrindo novos horizontes tecnológicos. A

pesquisa deve obedecer à lógica da integração, principalmente unindo demandas

ambientais com produção agrícola.

Um dos grandes entraves do Território, por não ser ainda, a Agricultura

Familiar prioridade das políticas pública, principalmente, Estadual e Municipal, a CIAT

núcleo técnico e dirigente vem observando e analisando a pouca quantidade de

técnicos da SEAGRI e praticamente dedicados à questão da febre aftosa. As

Secretarias Municipais de Agricultura completamente desestruturadas sem condições

de realizar seus objetivos. Além da falta de capacitação dos técnicos em todos os

níveis em convivência com o Semi-Árido.

Destaca-se o grande trabalho de assistência técnica continuada e

apropriada para o semi-árido, desenvolvida no Território pelas ONGs, formando a

figura dos ADL’s (Agente Jovem de Desenvolvimento Local), desenvolvida pela Cáritas

Brasileira, bem como a valorização dos agricultores multiplicadores com ênfase em

agroecologia como é o caso do trabalho do MMT (Movimento Minha Terra). Educação

e convivência com o Semi-Árido do CACTUS e Cáritas Brasileira etc.

O crédito rural no Território ainda é muito burocratizado por falta de técnicos

capacitados com a realidade local, principalmente projetos das linhas “C” e “D” do

PRONAF, referente à infra-estrutura e custeio agroecológico.

2.3.3 Estrutura fundiária

A estrutura fundiária dominante é do minifúndio e das pequenas

propriedades de gestão familiar, enquadradas no módulo fiscal, seja por propriedades

adquiridas por compra e herança ou pelo acesso através de ações de reforma agrária e

de regularização fundiária.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

61 | P á g i n a

Os dados disponíveis para uma leitura da estrutura agrária do território

datam de aproximadamente 10 anos atrás e são as únicas referências oficiais

consolidados para basear estudos para o entendimento da evolução na dinâmica

sócio/econômica do Estado de Alagoas. Antes, O professor Cícero Péricles de

Carvalho em seu livro intitulado Formação Histórica da Alagoas, depois de analisar os

dados referentes à estrutura agrária do Estado, no ano de 1950, e sua fundamentação

histórica escreveu que:

“a conclusão geral que decorre desses quadros estatísticos é patente, e

define perfeitamente a estrutura agrária de Alagoas, tanto nas suas

zonas predominantes dedicadas à pecuária, como nas agrícolas: o

latifúndio absorvente, de um lado, o minifúndio do outro... A causa do

minifúndio, sem dúvida um grande mal, resulta precisamente da

concentração da propriedade fundiária, pois é a grande propriedade que

mantendo o domínio sobre a maior parcela de terras utilizáveis, obriga a

pequena a se multiplicar indefinidamente nas estreitas áreas que lhe

são concedidas e aonde se vai comprimindo cada vez mais. O que em

termos humanos significa o progressivo empobrecimento das categorias

mais modestas de proprietários rurais,.“

Mais recentemente dois fenômenos paralelos devem vir provocando

relevantes mudanças na estrutura fundiária deste Território: de menor repercussão as

políticas oficiais de reforma agrária que no Território assentou minguadas 277 famílias

distribuídas em 13 assentamentos e um processo mais relevante que são as partilhas

de terras patrocinadas pelas famílias.

O Território do Médio Sertão apresenta um dado da maior significância para

a definição de qualquer projeto que envolva a produção familiar: o tamanho médio das

propriedades familiares, em torno de 10 ha, é uma limitação a ser levado em conta,

caracterizando um número significativo como minifúndio, situação desfavorável para

uma região de fortes limitações naturais em recursos hídricos e escasso regime de

chuvas. Ressalte-se ainda que as propriedades com até 10 ha representem 75,3% do

total de propriedades no Território. Várias estratégias de sobrevivência dos pequenos

produtores podem encontrar nesta realidade uma base de fundamentação e, também,

os lamentáveis indicadores econômicos, sociais e ambientais do Território.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

62 | P á g i n a

Atualmente, o número de estabelecimentos agropecuários existentes no

Território é de 17.737 ocupando 194.997 hectares. Destes, estão sob a posse do sexo

feminino 16,8% (2.980), ocupando, porém, apenas 11,6% (22.647 ha) de área.

Quanto a categoria do produtor a Tabela 15 mostra que o maior quantitativo

de área pertence a proprietário individual, porém com uma área média de 11,11 ha.

Tabela 15 – Categoria do Produtor - 2006

Município

Proprietário individual

Arrendatário

Parceiro

Ocupante

Qte Área (ha) Qte Área (ha) Qte Área (ha)

Qte Área (ha)

Carneiros 648 7.670 3 50 114 277 106 642

Dois Riachos 1.666 11.343 34 61 65 91 369 758

Maravilha 1.140 21.337 10 48 3 5 89 1.117

Olivença 1.086 10.148 4 16 32 61 129 485

Ouro Branco 1.076 16.828 0 0 0 0 86 605

Poço das Trincheiras 1.522 22.236 7 12 39 86 136 827

Santana do Ipanema 2.653 25.767 7 161 17 68 350 1.023

São José da Tapera 5.151 47.230 521 4.839 299 591 851 2.315

Senador Rui Palmeira 1.950 25.163 4 12 9 24 81 380

Total 16.892 187.722 590 5.199 578 1.203 2.197 8.152

Fonte: IBGE@Cidades / Censo 2006

O Território do Médio Sertão conta com 13 áreas de assentamento

localizadas em 07 dos 09 municípios. Segundo dados do Censo Agropecuário 2006,

existiam 142 unidades ocupando 1.512 hectares.

Quadro 5 – Áreas de Assentamento por Município e Instituição e/ou Programa

Município Instituição e/ou Programa Assentamento Famílias

Dois Riachos INCRA Santa Maria 100 Maravilha Banco da Terra Esperança 10 Banco da Terra Lagoa do Bom Nome 20 Ouro Branco Crédito Fundiário Boa Esperança 13 Banco da Terra Ligeiro 23 Banco da Terra Bem Vindo 21 Poço das Trincheiras Crédito Fundiário Malhador 12

Banco da Terra Santa Vitória do Alto do Tamanduá

30

Santana do Ipanema

Banco da Terra Santa Ana do Poço

Salgado

12

Banco da Terra Remetedeira 10

São José da Tapera

Banco da Terra Fazenda Nova 06

Banco da Terra Mocambo 13

Banco da Terra Riacho Grande 06

Senador Rui Palmeira Crédito Fundiário Craíbas 06

Banco da Terra Alto da Felicidade 15

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

63 | P á g i n a

2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

A CIAT vem promovendo encontros, debates, viagens de intercâmbios, e

oficinas no intuito de envolver todos os segmentos do governo /sociedade civil, mais

este é um desafio, que estamos aplicando conjuntamente com MDA/SDT para construir

um modelo sustentável de desenvolvimento de forma eqüitativa e transversal que leve

em conta a diversidade dos atores sociais, agentes financeiros, mercados e políticas

públicas que respeitem a cultura local solidariamente e seja feito com justiça social.

No caso particular do território, buscando formas de reforçar o sentimento de

pertencimento dos atores principais, para que sejam inclusos de uma forma justa e que

sejam envolvidos em todos os seguimentos sociais existentes, no nível municipal,

territorial, estadual e federal. Com essas perspectivas estamos construindo o primeiro

arranjo institucional para operacionalizar a implantação do matadouro frigorífico para

ovino e caprino que será construído em Santana do Ipanema e este beneficiará os

nove municípios.

Apesar do processo ainda se encontrar em seu momento inicial,

entendemos que houve alguns resultados, dentro deles foi a inserção dos gestores

municipais na discussão, motivando-os e mostrando a importância da necessidade de

políticas públicas compartilhadas e transversal na busca pelo desenvolvimento, os

gestores ainda estão formando o consórcio municipal e realizando o plano diretor

territorial. Entretanto a política publica em todos os níveis ainda é muito individualista e

isso gera muitos entraves na gestão dos empreendimentos. A sociedade civil

organizada vem procurando no médio sertão fiscalizar e cobrar dos gestores públicos,

compromisso e responsabilidade, exercitando mesmo de uma forma incipiente, o seu

papel para que ocorra uma gestão social.

O quadro abaixo mostra o arranjo institucional do projeto territorial do Médio

Sertão de instituições Governamentais e não governamentais e seu grau de integração

de apoio à viabilidade da cadeia produtiva sustentável.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

64 | P á g i n a

Programas e Projetos

Em 2010 um conjunto de 51 (cinqüenta e uma) ações, das 53 (cinqüenta e

três) previstas, foi executado pelo Governo Federal no Território significando em

volume de recursos o montante de R$ 81.123.202,71 (oitenta e um milhões e cento e

vinte e três mil e duzentos e dois reais e setenta e cinco centavos). Para estas ações

em execução o recurso previsto é R$ 112.863.864,32 (cento e doze milhões oitocentos

e sessenta e três mil e oitocentos e sessenta e quatro reais e trinta e dois centavos).

Essas ações estão no âmbito dos Direitos e Desenvolvimento Social, da

Organização Sustentável da Produção, da Saúde, Saneamento e Acesso a Água,

Educação e Cultura, Infra-estrutura, Apoio a Gestão Territorial e Ações Fundiárias,

conforme Quadro 6.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

65 | P á g i n a

Quadro 6 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Médio Sertão

Ação Programas Público beneficiado Recurso (R$ 1,00)

Dir

eit

os e

De

sen

vo

lvim

en

to S

ocia

l

Programa Bolsa Família - Benefício Bolsa Família

25.799 Famílias Atendidas 32.409.177

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa com Deficiência

2.475 Pessoas com Deficiência Atendidas

14.525.453

Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR)

4 Mutirões Realizados 40.576

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa Idosa

1.064 Pessoas Idosas Atendidas

6.460.779

Programa Bolsa Família - Índice de Gestão Descentralizada

09 Municípios Atendidos 533.769,29

Serviço Socioeducativo do PETI 519 Crianças e Adolescentes Atendidos

78.000

Programa de Atenção Integral à Família 30.500 Famílias Referenciadas

318.600

Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS

50 Pessoas Atendidas 27.000

Org

an

ização

Su

ste

ntá

vel

da

Pro

du

ção

Cresce Nordeste 26 Operações Contratadas 680.551,04 Nordeste Territorial 23 Operações de Crédito 519.967,57 Crédito Pronaf 2.428 Contratos Firmados 6.377.872,50 Garantia Safra 3.458 Agricultores

Segurados 322.048,66

Organização Produtiva das Mulheres Trabalhadoras Rurais

1 Projetos Apoiados 0

Programa PAA - Leite 1.027.824 litros 615.342 Apoio a Empreendimentos Cooperativos e Associativos

Empreendimentos Apoiados

217.500

ATER/Agricultores Familiares 4.145 Agricultores Familiares Assistidos

0

Apoio à Estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APLs)

1 APLs Apoiados 10.000

Saú

de,

San

eam

en

to e

Ac

esso

à

Ág

ua

Ampliação do Acesso da População Brasileira à Atenção Básica por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF

2 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Implantados

460.000

Ampliação do Acesso da População dos Territórios à Atenção Básica por meio da Estratégia Saúde da Família

42 Equipes de Saúde da Família Implantadas

4.255.200

Ampliação da Cobertura do Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde à População dos Territórios da Cidadania

345 Agentes Comunitários de Saúde Mantidos

2.849.994

Ampliação do Acesso à Saúde Bucal na Atenção Básica

26 Equipes Implantadas 780.000

Ampliação da Cobertura Vacinal da População dos Territórios da Cidadania

51.525 Doses aplicadas 0

Programas de Cisternas 382 Cisternas construídas 611.200

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

66 | P á g i n a

Quadro 6 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Bacia Leiteira (Continuação)

Ação Programas Público beneficiado Recurso (R$ 1,00)

Ed

ucaç

ão

e C

ult

ura

Programa Dinheiro Direto na Escola 211 Escolas Apoiadas 552.203,60

ProInfo Rural e Urbano 92 Laboratórios de Informática Entregues

276.847,35

Salas de Recursos Multifuncionais 5 Salas Equipadas 3.301,70

Operação do Sistema de Acesso Banda Larga

20 Pontos de Presença GESAC (antena e conexão terrestre)

29.075,58

Brasil Alfabetizado 11.017 Alfabetizandos 614.740

Escola Ativa 122 Escolas Atendidas 68.554,24

Caminho da Escola 18 Ônibus Adquiridos 2.110.680

Programa Arca das Letras 2 Bibliotecas Implantadas 1.120

Infr

a-

estr

utu

ra

Programa Luz Para Todos 973 Ligações de Energia 5.143.920,18

Ap

oio

à

Gestã

o

Terr

ito

rial

Formação de Agentes de Desenvolvimento

0 Agentes de Desenvolvimento Capacitados

80.000

Apoio ao Fortalecimento da Gestão Social nos Territórios

0 Membros dos Colegiados e de suas Instâncias Deliberativas e Consultivas Capacitados

160.000

Fonte: www.mda.gov.br/sdt

2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO

O Contexto Interno (Potencialidades e Problemas) e Externo (Oportunidades

e Ameaças) aqui apresentado foi trabalhado com os atores sociais locais por Município

e consolidado enquanto visão territorial. Ainda é bastante forte o sentimento de

carência, e isso se traduz nos problemas quando se identifica a “falta” de algo, mas

sem que fique explícito o problema central.

Principais Potencialidades

Principais Problemas

Principais Oportunidades

Page 67: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

67 | P á g i n a

Principais Ameaças

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Visão de Futuro

Capítulo 3

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

69 | P á g i n a

3. Visão de Futuro (2010 a 2020)

Durante a oficina de validação do PTDRS os atores sociais locais

chegaram à conclusão que a visão de futuro deveria ser considerada para o ano de

2020 ao invés de 2015 como tinha sido definida anteriormente.

Educação: Professores graduados, pessoas capacitadas e esclarecidas a ponto

de reivindicar seus direitos com acesso à escola de qualidade e voltada á realidade de nosso

meio com cursos profissionalizantes e todas as crianças na escola e redução do

analfabetismo dentre a população de jovens e adultos; acessibilidade aos portadores de

necessidades especiais; com educação contextualizada.

Saúde: Todas as famílias do território com acesso a saúde de qualidade

usufruindo do Sistema Único de Saúde descentralizado e do Programa Saúde da Família.

Meio Ambiente: Caatinga, Nascentes, Mata Ciliares, Solos e Rios

recuperados, reflorestados com plantas e sementes nativas e conservados para um melhor

aproveitamento das suas potencialidades, Saneamento Básico para a população urbana e

rural com coleta seletiva e reciclagem do lixo para reutilização e redução de dejetos; e a

construção do aterro sanitário.

Econômico: Associações Comunitária Organizadas com acesso a serviços

bancários e a políticas públicas para melhor desenvolvimento do território. Assistência

técnica de qualidade e atuante no campo, Canal do Sertão com suas obras concluídas,

atendendo a Agricultura Familiar com sistemas de irrigação apropriado para a

convivência com o semi-árido. Todas as comunidades rurais com energia elétrica,

abastecida com água para o consumo humano e produtivo, Projetos Territoriais

funcionando com gestão compartilhada e sob o controle da sociedade Civil.

Habitação: Casas populares construídas atendendo a demanda populacional

carente, dispondo de saneamento básico, iluminação, telefone publico, arborização coleta

seletiva de lixo e todas com Cisternas de Placas e extinguindo definitivamente casas de

taipas no território; acesso à terra para a área rural e a moradia para a área urbana.

Políticas: População territorial comprometida com o exercício da cidadania

de forma organizada e mobilizada garantindo a defesa e promoção da agricultura familiar,

Desenvolvimento sustentável e solidário da Saúde, Educação. Lazer, Estrutura Hídrica,

Habitação, uma política de conservação das estradas, combatendo a demagogia e corrupção

através do exercício da Cidadania nas diversas esferas (federal, estadual e municipal).

A Visão de Futuro do Território para o ano de 2020

é:

Page 70: Do Médio Sertão - AL

Objetivos Estratégicos

Capítulo 4

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

71 | P á g i n a

4. Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos são os globais e amplos do PTDRS, definidos

no longo prazo, isto é, entre dois a cinco anos, estabelecendo desta forma graus de

importância e prioridade para evitar possíveis conflitos e criar condições de sinergia

entre os objetivos.

O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio

Sertão traz como objetivos estratégicos:

Promover mais saúde no campo a partir de ações preventivas

(Agentes de Saúde e Médico da família)

Desenvolver o Território de forma sustentável, gerando emprego e

renda, preservando o meio ambiente e garantindo a segurança

alimentar;

Apoiar políticas voltadas e aplicadas no desenvolvimento;

Universalizar o acesso a água

Planejar atividades produtivas e de preservação ambiental pelo

manejo de Bacias Hidrográficas;

Viabilizar o acesso as políticas públicas (educação, saúde,

habitação, cultura, social, agrária, entre outras) priorizando jovens,

mulheres e quilombolas;

Identificar, conhecer e valorizar a diversidade cultural do Território;

Organizar, reorganizar e fortalecer as associações.

Page 72: Do Médio Sertão - AL

Valores e Princípios

Capítulo 5

Page 73: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

73 | P á g i n a

5. Valores e Princípios

Os Valores e Princípios são os pilares que servem de sustentação na

orientação e balizamento para decisões e comportamentos no Território, em que

Princípios referem-se ao “modo de ser” e Valores ao “modo de estar”. A CIAT do

Médio Sertão trouxe para o PTDRS os Princípios e Valores de forma integrada

enquanto um conjunto de posturas inegociáveis, imutável e inflexível.

É importante salientar que a agricultura familiar não pode ser tomada

isoladamente, nem para a análise, nem para a formulação de proposta de

alternativas, cujas soluções, muitas vezes, respondem a um determinado elemento

de uma cadeia produtiva, sem separar estritamente a agricultura familiar das outras

formas de organização da produção presentes em um território (CERDAN, 2000)

Essa compreensão aproximada do problema costuma ser denominada

de global e participativa, estando baseada em cinco princípios, assim concebidos

pela FAO:

i. O princípio de integração, que afirma a necessidade de melhorar a

solidariedade entre as gerações e entre os usuários locais de recursos

naturais e outros habitantes do planeta. Esse princípio também abrange a

necessidade de combinar o conhecimento tradicional com o conhecimento

experimental recente dos ambientes ecológicos e socioeconômicos;

ii. O princípio de concertação, que envolve a participação das pessoas na

tomada de decisões, desde o nível local, sendo expresso por diversas formas

de entendimento, tais como: a concertação interna na própria comunidade

local, que a capacita a trabalhar suas próprias decisões, a organizar ações, a

manejar suas terras e a resolver conflitos entre os seus membros; a

concertação entre as comunidades, que se faz necessária quando elas

pertencem à mesma bacia hidrográfica ou usam o mesmo espaço ou as

mesmas fontes de recursos; a concertação entre as comunidades locais e

regionais e instituições nacionais, cuja concretização deve ser organizada pelo

Governo; e a concertação entre organizações de desenvolvimento e

assistência (serviços técnicos governamentais, ONGs etc.), cuja deflagração

contribui para evitar a ocorrência de contradições entre os programas,

otimizando o uso de facilitadores e os efeitos do suporte por eles fornecidos;

Page 74: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

74 | P á g i n a

iii. O princípio do planejamento espacial, considerado fundamental à

garantia da consistência das ações;

iv. O princípio de descentralização do poder de tomada de decisão e de

alocação de recursos, cujo exercício é essencial ao sucesso das atividades de

controle da desertificação; e

v. O princípio da ajuda sustentável com intervenção flexível é importante

para as áreas do desenvolvimento rural e para o controle da desertificação. A

sustentabilidade requer que governos e agências internacionais de

Page 75: Do Médio Sertão - AL

Diretrizes Principais

Capítulo 6

Page 76: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

76 | P á g i n a

6. Diretrizes Principais

Diretriz é uma linha, orientação de um caminho, procedimento, negócio,

política. As Diretrizes principais são os temas fundamentas para se atingir a Visão

de Futuro constituem, portanto, a trilha orientadora.

A CIAT vem conduzindo o processo com base no documento conceitual

do MDA/SDT para os alcances dos objetivos propostos para o desenvolvimento

territorial com as seguintes Áreas de Resultados:

Gestão Social do Território

Fortalecimento das Redes Sociais de Cooperação

Dinamização das Economias Territorial

Articulação interinstitucional

Neste sentido as diretrizes principais do PTDRS do Médio Sertão foram

construídas durante Oficina participativa, ficando assim definidas:

Garantir a gestão compartilhada e com transparências;

Assegurar que as ações territoriais estejam pautadas na

sustentabilidade ambiental e na ética;

Primar por uma assistência técnica local, permanente e de

qualidade;

Viabilizar o acesso as políticas públicas (educação, saúde,

habitação, cultura, social, agrária, entre outras) priorizando jovens,

mulheres e quilombolas;

Garantir a diversificação da produção familiar.

Page 77: Do Médio Sertão - AL

Eixos de Desenvolvimento

Capítulo 7

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

78 | P á g i n a

7. Eixos de Desenvolvimento

Os eixos aglutinadores foram entendidos no início do processo de

desenvolvimento territorial como cadeias econômicas produtivas agropecuárias, e

com ordens de prioridades definidas como pode ser observado no Gráfico 1.

Com as capacitações realizadas pela SDT no ano de 2005, é que se

conseguiu compreender realmente a visão holística transversal da estratégia de

desenvolvimento que os eixos aglutinadores deverão representar, ficando então,

durante a validação do PTDRS, definidos os eixos aglutinadores nesta concepção.

Page 79: Do Médio Sertão - AL

Programas e Projetos Estratégicos

Capítulo 8

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

80 | P á g i n a

8. Programas e Projetos Estratégicos

Os Programas Estratégicos foram definidos considerando cada Eixo de

Desenvolvimento priorizado, buscando atender a concretização da Visão de Futuro.

Conceitualmente foram trabalhados conforme figura abaixo.

Sabendo-se que os Projetos são os instrumentos para a concretização

da ação.

Page 81: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

81 | P á g i n a

Os atores sociais do Território do Médio Sertão definiram um conjunto de

22 Programas e 96 Projetos, e mais 02 Programas para posterior aprofundamento

pelo Colegiado Territorial.

Quadro 7 – Eixo A: Dinamização Econômica

Programa Projetos

Programa de

Desenvolvimento da

Atividade Pecuária

Projeto de Estruturação da Ovinocaprinocultura

Projeto de Produção apropriada no semi-árido

Projeto de Bovinocultura de Corte

Projeto de Bovinocultura de Leite

Projeto de Avicultura (caipira)

Projeto de Suinocultura

Projeto de Apicultura

Projeto de Piscicultura

Programa de

Desenvolvimento de

Agroindústria de

Cadeias Produtivas

Projeto de Agroindústria para o abate do ovinocaprino e

processamento e beneficiamento do ovinocaprino, suíno e bovino

Projeto de Beneficiamento de Frutas

Programa para Ampliação da

Agricultura Sustentável

Projeto de Horticultura

Projeto de Fruticultura (caju, umbu, pinha, siriguela maracujá,

manga, goiaba, limão laranja, acerola)

Projeto de Fortalecimento das redes e ampliação da estruturação de Banco de Sementes

Projeto de Produção de mudas para reflorestamento

Programa de Estímulo ao Turismo

Sustentável

Projeto de Turismo Urbano (NEGÓCIO)

Projeto de Turismo Rural (cientifico, ECOTURISMO)

Programa de

Segurança Alimentar

e Nutricional

Projeto de Hortas comunitárias

Projeto de Hortas urbanas e periurbanas

Projeto de Produção, processamento e beneficiamento de ervas

medicinais para fitoterápicos

Programa de

Valorização e

Resgate do

Artesanato

Projeto de apoio ao desenvolvimento da arte em cerâmica, madeira, palha, cipó, materiais recicláveis, papel, ferro

Projeto de Manufaturamento de couro animal

Programa de Apoio à

Organização

Produtiva

Projeto de Orientação para o acesso ao crédito rural

Projeto de Orientação para o acesso ao crédito fundiário

Outros Programas definidos pelos atores sociais para posterior

aprofundamento e priorização:

Programa Territorial de ATER;

Programa de Desenvolvimento de Economia Solidária.

Page 82: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

82 | P á g i n a

Quadro 8 – Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o Desenvolvimento Humano

Sustentável

Programa Projetos

Programa de Educação

Contextualizada para a Convivência com o

Semi-árido

Projeto de Formação continuada de educadores – formal e não-formal

Projeto de Elaboração de Projetos Político-pedagógico para as escolas com ênfase na convivência com o semi-árido

Projeto de Implantação de Escolas Família Agrícola

Projeto de Formação continuada para técnicos da extensão rural

Projeto de Formação continuada para técnicos de saúde

Programa Mulheres do Médio Sertão

Projeto de Fomento à organização autônoma de mulheres

Projeto de Educação não sexista

Projeto de Campanha de combate à violência

Programa de Desenvolvimento de

Pesquisas para o Semi-Árido

Projeto de contextualização do semi-árido

Projeto de Pesquisa para a Convivência com o Semi-Árido

Programa de Acesso às

Tecnologias da Informação

Projeto de Informática básica

Projeto de Comunicação social

Programa Juventude do Médio Sertão

Projeto de Educação Profissional com ênfase ao desenvolvimento territorial

Projeto de Ampliação do acesso ao ensino superior

Projeto de Combate interdisciplinar ao uso de drogas

Projeto de Tratamento específico e adequado aos dependentes químicos

Programa de Proteção às Crianças e

Adolescentes

Projeto de Universalização do acesso à educação básica de qualidade

Projeto de Educação inclusiva

Projeto de Universalização do acesso à saúde básica qualidade

Programa de Direitos Sociais para

o Médio Sertão

Projeto de Fortalecimento do Controle Social e de suas Institucionalidades

Projeto de Educação Política

Projeto de Educação econômica

Projeto de Promoção e acesso ao Sistema Único Assistência Social

Projeto de Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo

Programa Populações Tradicionais,

Quilombolas e Assentados

Projeto de Fortalecimentos das comunidades tradicionais, quilombolas e assentadas

Projeto de Registro e resgate de Saberes Populares

Programa Maturidade para o

Médio Sertão

Projeto de Divulgação e promoção do estatuto do idoso

Projeto de Acessibilidade pública

Continua

Page 83: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

83 | P á g i n a

Quadro 8 – Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o Desenvolvimento Humano

Sustentável (continuação)

Programa Projetos

Programa de Segurança Alimentar

e Nutricional

Projeto de Hortas escolares

Projeto de Hortas comunitárias

Projeto de Hortas urbanas e periurbanas

Projeto de Produção, processamento e beneficiamento de ervas medicinais para fitoterápicos

Projeto de Educação alimentar

Projeto de Formação de bancos comunitários de semente com melhoramento genético por processos tradicionais

Quadro 9 – Eixo C: Valorização do Meio Ambiente

Programa Projetos

Programa De Educação Ambiental

Projeto de Formação em Agroecologia da Caatinga

Projeto de Formação de Agentes Ambientais

Projeto de Implementação da Educação Ambiental no Currículo Escolar

Projeto de Formação em agrobiodiversidade

Programa De Revitalização De Bacias E Micro-

Bacias

Projeto de Recomposição das matas ciliares

Projeto de Reflorestamento de áreas degradadas

Projeto de Despoluição dos cursos d’água

Projeto de Saneamento rural

Projeto de Coleta seletiva e tratamento dos resíduos sólidos em aterros sanitários

Projeto de Infra-estruturas de proteção dos leitos e nascentes

Programa de Combate à Erosão e

à Desertificação

Projeto de Implantação de laboratórios do solo

Projeto de Implantação de viveiros de plantas nativas

Projeto de Infra-estruturas de combate à erosão e proteção do solo

Projeto de Infra-estruturas de adequações de estradas para evitar erosão

Programa de Adequação Sanitária dos Matadouros de

Animais

Projeto de Infra-estruturas de matadouros e transportes

Projeto de Formação de técnicos e produtores sobre o manejo adequado da produção animal de corte

Programa de Acesso a Água para o Consumo Humano e Produção

Projeto de Construção de Cisternas

Projeto de Recuperação de Fontes e Caldeirões

Projeto de Ampliação de Adutoras para atendimento ao Médio Sertão

Projeto de Construção de reservatório d’água para a melhoria do abastecimento

Page 84: Do Médio Sertão - AL

Proposta de Gestão Territorial

Capítulo 9

Page 85: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

85 | P á g i n a

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial

Para a discussão sobre este capítulo o Colegiado apresentou como

funciona e a partir do desenho atual ficou definido como se configuraria o processo

de Gestão Social do Território.

A Coordenação é formada por 01 representante da Sociedade Civil (SC),

01 representante do Poder Público (PP) e 01 representante da Entidade Gestora

(EG).

Uma Ação ou Projeto para o Território deverá ser encaminhada a

Coordenação que encaminhará, conforme seja a natureza, a Plenária (socializando

e/ou validando) e/ou Câmaras Temáticas. Quando for necessária a elaboração e/ou

qualificação de uma demanda, em especial, concretizando em Projeto, a Câmara

Temática responsável deverá encaminhar para o Núcleo Técnico. O Núcleo

1 SC

1 PP

1 EG

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano

86 | P á g i n a

Técnico retorna para a Câmara Temática e esta para a Coordenação, que

retornará, sempre que necessário, a Plenária.

Quando a gestão for de uma ação e/ou projeto em execução, entrará a

instância dos Arranjos Institucionais. Estes arranjos nascerão de um processo de

discussão sobre a gestão da ação e/ou projeto na Plenária da CIAT.

Portanto, quaisquer ação e/ou projeto obedecerá ao seguinte fluxo de

gestão dentro do Colegiado:

AÇÃO /

PROJETO Coordenação

Câmaras Temáticas

Núcleo

Técnico

PLENÁRIA

DA CIAT

Arranjos Institucionais

Elabora os Projetos

Page 87: Do Médio Sertão - AL

Considerações Finais

Page 88: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

88 | P á g i n a

Considerações Finais

A gestão será o aspecto mais importante a ser trabalhado no Território

do Alto Sertão, pois o processo de qualificação do Plano foi enriquecedor, porém a

representatividade durante a discussão não se pode considerar que tenha sido

satisfatória.

Sabe-se que a gestão pode se tornar o maior entrave para o

desenvolvimento sócio-econômico ambiental e cultural de um Território. Para que

se tenha uma gestão social democrática e compartilhada, o fortalecimento das

instituições envolvidas no processo é condição essencial.

No que se refere ao grupo que participou de todo o processo de

qualificação, que foi quantitativamente pequeno, considerando a atual composição

do Colegiado Territorial, porém qualitativamente, tanto relativo a competência e

conteúdo para definição das propostas trazidas neste documento, quanto em nível

de comprometimento, foi satisfatório.

Propostas estas que passa pela:

Formação e capacitação;

Ampliação da capacidade e participação da sociedade civil;

Dinamização das políticas públicas (Federal, Estadual e Municipal);

Ações que promovem a redução da pobreza e da desigualdade social;

Preservação, conservação e manejo sustentavelmente dos recursos

naturais;

Educação fundamentada na realidade sócio-econômico, ambiental e cultural

para a Convivência com o Semi-Árido Alagoano (Educação

Contextualizada);

Busca da seguridade social (saúde, assistência social e previdência social);

Ampliação sustentavelmente da capacidade produtiva (agropecuárias,

industriais, agro-industriais e serviços);

Pelo cooperativismo e associativismo da agricultura familiar;

Monitoramento e avaliação contínua e sistemática.

Considerando todo contexto interno e externo este documento deverá

cumprir com seu papel, que é de se tornar de fato um instrumento para a Gestão

Social do Território.

Page 89: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

89 | P á g i n a

Bibliografia Referencial

Page 90: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

90 | P á g i n a

Bibliografia Referencial

ALAGOAS. Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. Anuário Estatístico da

Educação de Alagoas. Maceió.2008

________Secretaria de Estado do Planejamento. Anuário Estatístico de Alagoas.

Maceió. 2009

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Territórios da Cidadania.

Disponível:

http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/territriosrurais/dabacialeiteiraal/

one-community?page_num=0 Acesso em jul 2010

_________________________________________Orientações gerais para

elaboração e qualificação do PTDRS – Programa Desenvolvimento Sustentável de

Território Rural. Brasília. Agosto de 2009

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário Brasileiro.

Disponível em: <>.http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/d… Acesso em: jun. 2010

________________Ministério do Desenvolvimento Agrário, IICA – Instituto

Interamericano de Cooperação Agrícola. Documento contendo diagnóstico da

implementação dos projetos apoiados pelo Programa Desenvolvimento Sustentável

de Territórios Rurais entre os anos de 2003 e 2009 nos Territórios da Bacia Leiteira

e Agreste no Estado de Alagoas. 2010. Consultor: SANTOS, V.R.

PCT/BRA/IICA/07/009 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL. Mimeo.

PNUD;IPEA;FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil. Brasília: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro, 2000. Disponível em

http://www.pnud.org.br/home/

SCHOBER, Juliana. Preservação e uso racional do único bioma exclusivamente

nacional. Cienc. Cult., São Paulo,v.54,n.2,Oct.2002. Disponível em:

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-

67252002000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 Aug. 2010

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Carneiros. Recife: 2005.

Page 91: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

91 | P á g i n a

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Dois Riachos. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Maravilha. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Olivença. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Ouro Branco. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Poço das Trincheiras. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Santana do Ipanema. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de São José da Tapera. Recife: 2005.

Page 92: Do Médio Sertão - AL

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano

92 | P á g i n a

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Senador Rui Palmeira. Recife: 2005.

Sites visitados em: 25 de fevereiro de 2011.

Erro! A referência de hiperlink não é válida.

www.portalodom.com.br

www.datasus.gov.br

www.ibge.gov.br