do eu inferior ao eu superior

265
Do eu Inferior ao Eu Superior

Upload: andre-ricardo-marcondes

Post on 25-Jul-2015

93 views

Category:

Spiritual


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Do eu inferior ao Eu Superior

Do eu Inferior ao Eu Superior

Page 2: Do eu inferior ao Eu Superior

Objetivo da Vida

“Manifestação do Espírito oculto

sob os invólucros da matéria com

a qual se identifica”

Page 3: Do eu inferior ao Eu Superior

1ª PARTE

OBSTÁCULOS À NOSSA UNIÃO

COM O EU SUPERIOR

Page 4: Do eu inferior ao Eu Superior

I

O CAMINHO A

PERCORRER

Page 5: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

Aquilo que é sofrimento para a personalidade é júbilo para o Espírito;

A personalidade é movida por desejos egoístas enquanto o Espírito é movido pelo Amor e pelo Todo;

Identificação com a personalidade leva à ilusão da separatividade e apego ao mundo das formas.

Page 6: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

A identificação com a personalidade leva à escravidão dos instintos, desejos e ambições e ao sofrimento por jamais poder satisfazê-los;

Com a dor acaba-se por aprender que somente a renúncia às coisas desejadas e adquiridas pode levar à paz e à felicidade.

Page 7: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

A única coisa importante em nossa

vida, o único escopo para o qual

devemos viver e para o qual

estamos encarnados é nos

tornarmos conscientes e “unos”

com nosso Eu Superior.

Page 8: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

Isso pode ser feito sem abandonarmos o mundo e mesmo sem mudar nossas atividades sociais;

A transformação deve ser essencialmente interior, um “deslocamento do nível de consciência” de modo a agirmos nos três mundos em função do objetivo único.

Page 9: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

Assim, todas as nossas ações,

experiências, obrigações e dores se

tornam apenas meios para

atingirmos a UNIÃO;

Tudo em nossa vida se torna uma

OPORTUNIDADE DE PROGRESSO

ESPIRITUAL!

Page 10: Do eu inferior ao Eu Superior

O Caminho a Percorrer

A repolarização não é fácil já que temos estado muitas vidas polarizados na personalidade, imersos no caleidoscópio do mundo das formas;

Assim, como primeiro estratagema, além de refletirmos sobre a verdadeira natureza do Eu, devemos desenvolver uma aspiração afetiva, um profundo desejo de sentir e realizar sua consciência.

Page 11: Do eu inferior ao Eu Superior

Devemos procurar inicialmente

sentir, ainda que superficialmente,

o que é a vida do Eu Superior, suas

qualidades de vibrações;

Para isso devemos usar a

imaginação criativa, uma

verdadeira técnica esotérica.

O Caminho a Percorrer

Page 12: Do eu inferior ao Eu Superior

A reflexão sobre o Eu nos ajuda a nos elevarmos e a mudarmos nossa postura frente ao mundo;

Inicialmente é difícil saber “consistir no ser”, já que temos vivido exclusivamente voltados para o mundo exterior das formas, emoções e pensamento.

O Caminho a Percorrer

Page 13: Do eu inferior ao Eu Superior

Emoções e pensamentos, via de regra, ocultam e impedem as atividades do Eu;

Então, primeiramente temos que buscar aumentar a frequência com que fazemos pausas para momentos de recolhimento e silêncio a fim de reencontrar nosso centro de consciência.

O Caminho a Percorrer

Page 14: Do eu inferior ao Eu Superior

Assim, o segundo estratagema é: o cultivo de momentos de silêncio;

Esses momentos de silêncio não são ainda a meditação, mas uma preparação para ela;

Para as pessoas muito absorvidas pela vida cotidiana, mesmo curtos momentos de recolhimento interior são muito difíceis.

O Caminho a Percorrer

Page 15: Do eu inferior ao Eu Superior

Se quisermos que em nós cada ato, cada experiência, cada trabalho, cada sofrimento se transformem em Luz, em Sabedoria, e contribuam para o despertar da nossa consciência espiritual, devemos criar em nós esse “centro de consciência separado”, devemos vibrar num nível mais alto e continuar agindo nos três mundos com o mesmo dinamismo e esforço.

O Caminho a Percorrer

Page 16: Do eu inferior ao Eu Superior

“Esteja à parte numa batalha e,

mesmo combatendo, não seja você

o guerreiro”....Luz no caminho;

Que nosso Eu seja o guia de todas

as nossas intenções e ações;

Toda essa preparação é necessária

para se iniciar no Caminho.

O Caminho a Percorrer

Page 17: Do eu inferior ao Eu Superior

Para aquele que conhece a verdadeira

natureza do homem, a inércia não é

perdoada;

Quem sabe que o homem é um ser

essencialmente espiritual deve usar

todas as suas forças e meios para,

pouco a pouco, construir o Caminho

que o levará ao seu verdadeiro EU.

O Caminho a Percorrer

Page 18: Do eu inferior ao Eu Superior

O ocultista não pode se limitar a

desejar e rezar. Deve estudar,

pesquisar, experimentar e querer;

Temos que ter ciente que tudo

contribui para nossa realização,

mesmo quando não estamos

conscientes disso.

O Caminho a Percorrer

Page 19: Do eu inferior ao Eu Superior

A dor é sempre um fator de

despertar espiritual, e muito eficaz;

Somente quando compreendemos

o profundo significado e função da

dor humana é que somos capazes

de extrair dela todo bem e toda

sabedoria que nos oferece.

O Caminho a Percorrer

Page 20: Do eu inferior ao Eu Superior

Quase sempre, o que é sofrimento para a personalidade é júbilo para o Eu e vice-versa;

Nosso Eu quer nos conduzir para uma direção e as forças da personalidade para outra, nascendo do atrito dessas duas tendências a DOR.

O Caminho a Percorrer

Page 21: Do eu inferior ao Eu Superior

A personalidade vive imersa na ilusão da separatividade, agarrada ao mundo das formas, escrava dos instintos, desejos e ambições que jamais consegue satisfazer;

A dor estimula e desperta o ser humano para a insatisfação da vida sensorial e estimula assim a renúncia às coisas desejadas e adquiridas.

O Caminho a Percorrer

Page 22: Do eu inferior ao Eu Superior

A dor pode parecer piorar os homens,

mas, ao longo de muitas vidas, ela

torna o homem cada vez mais

consciente de seu destino;

A dor é como o fogo que separa a

parte bruta do metal puro. Somente

com a temperatura adequada é que

o processo de transformação se inicia.

O Caminho a Percorrer

Page 23: Do eu inferior ao Eu Superior

Quando a pessoa começa a se

tornar consciente da verdadeira

finalidade da vida e se propõe a

colaborar com a evolução e a

reencontrar seu Eu, estímulos

vindos de seu interior passam a

auxiliar na jornada.

O Caminho a Percorrer

Page 24: Do eu inferior ao Eu Superior

Desse ponto em diante a

caminhada se acelera, pois tiramos

maior proveito das experiências

externas que estimulam ainda

mais nosso despertar interno.

O Caminho a Percorrer

Page 25: Do eu inferior ao Eu Superior

II

RECONHECENDO

OS OBSTÁCULOS

Page 26: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

No caminho espiritual, para obtermos resultados positivos devemos ser objetivos;

Devemos também utilizar nossas tendências naturais e capacidades latentes;

Não devemos também adotar objetivos demasiado árduos.

Page 27: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Devemos ainda adequar nossa evolução espiritual ao modo ocidental de vida, voltado para a atividade e a racionalidade;

Isso significa viver no mundo, sem abandonar sua luta, sem procurar a evasão, mas sem jamais perder de vista a meta interior e utilizar tudo para sua realização.

Page 28: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Assim, devemos evitar a criação de dois compartimentos separados entre nossa vida pessoal, social, profissional e a nossa vida interior, espiritual;

Devemos procurar estabelecer em nós uma contínua “presença”, um estado de consciência destacado da personalidade, que nos permita ver tudo em função de uma só meta: a realização do Divino em nós.

Page 29: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Isso é a “leitura espiritual”, a capacidade de ler aquilo que está escondido por trás dos acontecimentos da vida e das formas objetivas;

A leitura espiritual dos acontecimentos da vida objetiva, o decifrar destes como símbolos que escondem a realidade profunda, se desenvolve com a intuição, o que exige que nossa consciência esteja focalizado no Expectador.

Page 30: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Na Índia há quatro métodos de Yoga

ou união com o Eu: Karma, Bhakti,

Jnana e Raja Yoga;

Karma Yoga é a via da união com o

Eu por meio da ação (plano físico);

Bhakti Yoga é a via da devoção ao

Divino ou qualquer Ser superior

(plano emocional).

Page 31: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Jnana Yoga é a via do

conhecimento superior (plano

mental);

Raja Yoga é a via de união por

meio da concentração, da

meditação e da contemplação

(samadhi).

Page 32: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Os primeiros três yogas são para

aqueles ainda inconscientes de sua

verdadeira natureza e destino;

O Raja Yoga é praticado por aquele

que despertou, que conhece a

meta e trabalha conscientemente

para sua autoformação.

Page 33: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Aqueles que começam a querer percorrer voluntariamente o caminho que leva à realização do Eu deixam de percorrer o caminho mais fácil (mais adequado ao temperamento) e procuram utilizar todos os seus veículos e energias em direção à meta. Iniciam assim o yoga síntese ou Purna Yoga.

Page 34: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

As várias fases do desenvolvimento consciente do aspirante espiritual são, segundo Patânjali:

1) Aspiração à realização do Eu

2) Reconhecimento dos obstáculos

3) Compreensão da natureza do que impede nosso desenvolvimento

4) Determinação para eliminar os obstáculos

5) Repentino lampejo ou súbita visão da realidade do Eu

6) Forte determinação de fazer daquela visão uma realidade permanente

7) Batalha final com a personalidade (batalha de Kurukshetra)

Page 35: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Fator essencial para iniciar o caminho de união com o Espírito é a Aspiração, o desejo ardente de atingir a meta da vida com todas as nossas energias;

Essa aspiração é particularmente fortalecida quando conseguimos alinhas os três princípios da personalidade: ação, emoção e inteligência;

A aspiração produz inspiração.

Page 36: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Portanto, é necessário que

procuremos ver objetivamente se em

nós existe uma verdadeira aspiração;

Não podemos iniciar o caminho sem

a certeza de triunfar;

A reserva de energias, de entusiasmo,

de confiança e fervor é essencial para

o trabalho.

Page 37: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Assim, devemos acender dentro de

nós o ardente fogo da aspiração

pura e férvida;

Reconhecer os obstáculos e

dificuldades que se postam entre

nós e a meta é essencial no

caminho.

Page 38: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

As dificuldades e obstáculos são sempre causados pela personalidade e os veículos que a compõem;

Temos que compreender esses obstáculos, mesmo aqueles que não pertencem à presente encarnação. São os samskaras (sementes);

Patânjali destacou os obstáculos fundamentais: ignorância, senso de eu, o desejo, o apego e a aversão.

Page 39: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Ignorância ou avidya é a causa de todos os males. É o estado que nos leva a confundir o permanente com o ilusório;

Tal ignorância é inerente à natureza humana já que a Mônada, revestida de invólucros, acaba por se identificar com eles e se esquecer de sua verdadeira origem.

Page 40: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Avidya, tendo uma abrangência tão

vasta e geral, é a fonte do segundo

obstáculo, ou seja, o senso de eu, a

identificação do conhecedor com

os instrumentos do conhecimento.

Page 41: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O senso de eu é um obstáculo

muito duro de superar. A

personalidade é uma verdadeira

força que se opõe à energia

espiritual, engajando uma luta em

todos os planos, até sua “rendição”

final.

Page 42: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Essa luta é evitada pelo homem

até que se dê seu primeiro contato

com o Eu e passe a compreender

a futilidade e inconsistência da vida

na personalidade.

Page 43: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Outro obstáculo no Caminho é o desejo ou paixão, uma tendência extrovertida do espírito para a vida da forma;

Esse desejo pode ser o do prazer de um canibal naquilo que come, o amor de um homem por sua família, a admiração de um artista por seu trabalho ou a adoração do devoto pelo Cristo.

Page 44: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O desejo compreende desde os mais baixos, ligados às paixões e desejos, até os ligados aos ideais mais elevados;

Do ponto de vista do Eu, mesmo os desejos superiores constituem um obstáculo à completa consciência espiritual.

Page 45: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

“Parece que o progresso da Alma está nessa

passagem de um objeto desejado a outro, até

que chega a hora em que a Alma é impelida em

direção a si mesma e se encontra só. Ela exauriu

todas as possibilidades de apego e até o

instrutor parece tê-la abandonado. Resta então

somente uma Realidade, a realidade espiritual,

que é a própria Alma, voltando-se, portanto, o

seu desejo para o interior. O desejo pelo mundo

exterior exauriu-se e a Alma encontra, assim, o

reino de Deus dentro de si” (Patanjali, Sutra Yoga,

Livro II, pp 132-33, Ed. Nova Era)

Page 46: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O verdadeiro Caminho para Deus

não está fora mas dentro do

homem, caminho que se descobre

quando se desprende de tudo e

compreende a ilusão do mundo

objetivo”

Page 47: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O ódio é o sentimento separatista

inerente à personalidade, o

sentimento oposto àquele natural do

Eu, que é o do sentido de unidade;

A separação é chamada na “Voz do

Silêncio” de a grande heresia, pois é a

causa dos infinitos sofrimentos do

homem.

Page 48: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

A separatividade produz ódio, aversão, egoísmo, orgulho, espírito de crítica e todas as demais qualidades negativas associadas à falta de amor e fraternidade;

Como ainda não temos plena consciência do Eu, em cada um de nós ainda existe certa dose de ódio e incompreensão para com os outros.

Page 49: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O obstáculo da separatividade e do

ódio somente poderá ser superado

quando o Amor do Eu puder fluir

livrementre através de nossos

veículos, dando-nos o sentido de

união com todos.

Page 50: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

O apego é outro obstáculo congênito no homem, pois é o “elemento dominante na manifestação divina” por exprimir a relação entre os dois opostos: Espírito e Matéria;

Não podemos nos libertar do apego até que tenhamos encontrado um equilíbrio entre os “pares de opostos” e descoberto o “Caminho estreito como o fio de uma navalha”.

Page 51: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Desejo e apego estão estreitamente

ligados e devem ambos ser

superados;

O completo desprendimento desses

obstáculos não ocorre de uma só vez.

É gradativo, e vamos continuamente

nos desapegando do que é inferior e

nos apegando ao que é superior.

Page 52: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Assim, o caminho evolutivo é feito de crises de superação e desapego, seguidas de apego ou aspiração por qualquer coisa mais elevada;

Somente com a consciência da unidade, quando a consciência inferior e superior estiverem unificadas, Espirito e Matéria como uma só coisa, é que o homem estará livre de apego.

Page 53: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Esses são os cinco obstáculos fundamentais, segundo Patanjali, e como são de natureza geral, cada um de nós os sentirá em maior ou menor intensidade;

Existem ainda em cada homem outros obstáculos de natureza particular e individual, dependendo de seu grau evolutivo, Raio dominante e temperamento.

Page 54: Do eu inferior ao Eu Superior

Reconhecendo os Obstáculos

Cabe a cada um descobrir seus

obstáculos particulares,

conhecendo a si mesmo;

Há obstáculos em nós tão

enraizados que se tornam quase

irreconhecíveis à nossa consciência;

Page 55: Do eu inferior ao Eu Superior

III

INTEGRAÇÃO DA

PERSONALIDADE

Page 56: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

A personalidade é composta de três

veículos ou corpos que devem ser o

perfeito reflexo dos três aspectos do

Eu: Vontade-Amor-Inteligência;

Esses três corpos evoluem e muitas

são as diferenças dos graus de

desenvolvimentos desses corpos entre

os indivíduos.

Page 57: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Nossa personalidade não pode ser

chamada de “entidade

independente” até que os três

veículos pessoais estejam

completamente desenvolvidos,

formados. integrados e

coordenados entre si.

Page 58: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Na personalidade integrada, os três corpos funcionam coordenada e harmonicamente, colaborando entre si para um único fim;

Enquanto o senso de identidade pessoal ou consciência do Eu não estiver formado plenamente, os corpos poderão funcionar de maneira independente, como se cada um tivesse vontade própria.

Page 59: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Sem ainda uma unidade de

consciência pessoal, o homem tem

a ânimo multíplice, identificando-se

ora com um ora com outro veículo.

É presa de seus estados psíquicos

ao invés de ser senhor.

Page 60: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Vai numa direção ou noutra conforme

prevaleçam os impulsos instintivos

(corpo vital), as emoções (corpo

astral) ou idéias e formas-

pensamento (corpo mental inferior);

Sua vontade é frágil e vacila

continuamente entre um objeto e

outro sem uma meta bem definida.

Page 61: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Somente com uma meta elevada, com focalização e concentração de forças, pode-se criar a integração dos três veículos pessoais alinhados e coordenados pela vontade;

Neste ponto emerge a verdadeira personalidade que conserva uma energia peculiar, uma nota peculiar, uma força independente, que não é a soma das energias dos corpos, e que tem características e qualidades próprias.

Page 62: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Sem meta, sem ideal, não pode existir uma verdadeira personalidade;

Somente a presença do fio integrador fruto de um ideal, de um propósito permite a integração dos veículos pessoais e a formação de uma verdadeira personalidade.

Page 63: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Somente sob o comando da vontade,

com um funcionamento organizado e

harmônico, pode a personalidade ser

um adequado canal do Eu;

A personalidade deve estar preparada

para expressar o mais plenamente

possível os atributos do Eu –

Vontade/Amor/Inteligência.

Page 64: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

O contato contínuo da personalidade com o Eu só se dá quando há o alinhamento e integração dos veículos;

Não pode haver integração da personalidade quando existem deficiências no desenvolvimento em qualquer dos veículos.

Page 65: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Portanto, para a integração, temos

que desenvolver cada lado de

nossa personalidade;

Há outra série de dificuldades que

surgem depois de os três veículos

estarem formados e desenvolvidos.

São as “cisões”.

Page 66: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Cisão é o contrário de

coordenação, colaboração,

harmonia e união;

Na personalidade podem haver

cisões entre um veículo e outro e,

às vezes, também no interior de

um mesmo veículo.

Page 67: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Essas cisões existem psicologicamente, na consciência do indivíduo;

Com a cisão, o indivíduo identifica-se separadamente ora com um ora com outro veículo, ligando-se por completo ao veículo que esteja identificado no momento, seguindo cegamente seus impulsos e obedecendo suas exigências, acreditando estar seguindo a vontade do seu eu.

Page 68: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Ao se identificar com um veículo e

depois com outro, o indivíduo pode

ser portar como se fosse outra

pessoa, pois pode acontecer de os

impulsos, qualidades e desejos do

segundo corpo ser absolutamente

diversos dos do primeiro.

Page 69: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

As cisões podem ser tanto

superficiais e temporárias quanto

profundas e duradouras;

É como se no homem florescessem

alternadamente duas ou mais

personalidades, não só diversas,

mas, com frequência, conflitantes.

Page 70: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

O indivíduo não é sempre igual a si próprio, não é

coerente, não tem uma única fisionomia, mas é

multíplice, faccionado;

Exemplos: homens de ciência, de mente clara e

límpida mas que afetivamente são inseguros e

medrosos; pessoas práticas e eficientes

profissionalmente mas frágeis e inseguros na vida

particular; indivíduos honestos e íntegros na

profissão mas que são emocionalmente egoístas

cruéis ou cínicos.

Page 71: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Cisões entre os veículos os impede de funcionar coordenada e harmonicamente criando penosas dificuldades e intensos distúrbios;

Cisões ocorrem se os Raios que influenciam os três corpos são de naturezas opostas, se o indivíduo não tem vontade diretiva e autodomínio sobre os corpos de sua personalidade ou se não existe o elemento integrador de um ideal, de uma meta a alcançar.

Page 72: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Se um indivíduo estiver assim polarizado: corpo emocional de 2º Raio e corpo mental de 1º Raio, ele terá muita dificuldade para coordenar, harmonizar e integrar o corpo emotivo com o mental porque o 2º e o 1º Raios possuem características quase contrastantes e finalidades quase opostas.

Page 73: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Enquanto estiver propenso a comportamentos amorosos, compreensíveis, inclusivos, construtivos devidos ao raio de seu corpo emocional, será, entretanto, impelido pelo Raio do corpo mental à prepotência, à rigidez, à destrutividade, ao isolamento, como se houvesse duas personalidades distintas aflorando alternadamente conforme sua polarização, no emotivo ou no mental.

Page 74: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

A pessoa que tem em sua psique qualquer cisão não é normalmente consciente desta, justamente porque não se formou nela aquele senso de auto-observação e de objetividade que emerge quando aparece a consciência do eu pessoal.

Page 75: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Quando o homem se torna senhor

dos seus veículos e das energias que

os compõem, se torna capaz de

servir-se delas para seu objetivo,

usando-as de maneira equilibrada e

coordenada de modo a cooperarem

entre si, sem obstarem entre si. Terá,

então, integrado sua personalidade.

Page 76: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

A integração da personalidade marca um momento evolutivo importantíssimo para o homem;

Ponto importante: nem sempre o desenvolvimento da personalidade é simultâneo e paralelo àquele interior e espiritual, apesar de ser necessário à formação do indivíduo e à sua futura obrigação de Servidor do Plano Divino.

Page 77: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Às vezes podemos encontrar pessoas bem desenvolvidas e que atingiram a integração, mas que nada tem de espiritual;

Por outro lado, podemos encontrar indivíduos muito maduros espiritualmente e com personalidades truncadas, imperfeitas e falhas.

Page 78: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

Aqueles que atingiram a integração dos veículos pessoais sem ter desenvolvido, mesmo que de maneira primitiva, a intuição espiritual (caso comum nos países ocidentais) encontrar-se-ão diante de muitas dificuldades e a luta a ser travada por seu Eu Superior para conquistar seu instrumento será longa e árdua.

Page 79: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

A personalidade integrada, mesmo não sendo o verdadeiro Eu, mas somente um reflexo dele, é uma entidade muito forte, porém separatista, orgulhosa e rebelde;

A finalidade do Eu é muito diferente da finalidade da personalidade, uma altruísta, desinteressada e universal e a outra egoísta, interesseira e separatista.

Page 80: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

A luta entre o Eu e a personalidade é

quase sempre inevitável, pois a última

se rebela contra a luz do primeiro,

acreditando que “entregar-se” significa

seu fim e sua destruição;

Este é o drama do homem que se

rebela contra aquele que é sua

salvação.

Page 81: Do eu inferior ao Eu Superior

Integração da Personalidade

“Tem olhos e não veem, tem ouvidos e não ouvem”...Jesus;

Mas a personalidade é uma necessidade para o Eu Superior se desenvolver nos planos inferiores. Assim, deve o ser se desenvolver também “estruturalmente”, com seus corpos ou veículos de experiência e de expressão.

Page 82: Do eu inferior ao Eu Superior

IV

O PROBLEMA DA ILUSÃO

Page 83: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A falta de visão, o ofuscamento da

consciência, o estado de obscuridade

da personalidade é outro obstáculo

que se apresenta no Caminho;

A ilusão é o estado de consciência

natural da personalidade porque ela

própria é ilusória e vive no mundo do

irreal.

Page 84: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A humanidade inteira é presa desta obscuridade, está envolvida por esse véu que ofusca a consciência;

Só quando a Luz do Eu começa a penetrar na mente e a intuição começa a despertar é que a ilusão, em seus vários aspectos, aos poucos se dissolve, diminui e desaparece para dar lugar à revelação e à compreensão da Realidade.

Page 85: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A ilusão deriva da identificação do homem com a forma e com o mundo objetivo; entretanto, ela se encontra em níveis evolutivos bastante altos, pois apresenta-se sob vários aspectos e se introduz na personalidade por vias insidiosas e obscuras.

Page 86: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Nas primeiras fases do Caminho evolutivo, o estado de imersão na ilusão não constitui um problema porque não somente é inevitável, mas, em certo sentido, útil;

A identificação do homem com seus veículos lhe dá o impulso para desenvolvê-los.

Page 87: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

O homem não está ainda suficientemente

maduro para operar sobre os corpos da

personalidade;

Assim, por longas épocas, o homem, sem

conhecer o verdadeiro e profundo

significado da obra que está realizando e

sem mesmo estar consciente daquilo que

está fazendo, constrói os instrumentos que

servirá ao seu Eu na realização de seus

objetivos.

Page 88: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Somentre no Caminho da Prova (ou da Purificação), começa o homem a desenvolver o discernimento entre o Real e o irreal, o Eu do não-eu, o permanente do transitório;

Neste ponto, a imersão na ilusão torna-se um verdadeiro problema e um obstáculo a ser superado porque o homem deseja a Luz e não pode vê-la.

Page 89: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A ilusão tem nome diferente em cada plano:

- Plano etérico: “Maya”

- Plano astral: “Ofuscamento”

- Plano mental: “Ilusão”

A ilusão da personalidade integrada chama-se “Guardião do Limiar (ou Umbral)”

Page 90: Do eu inferior ao Eu Superior

MAYA OU

ILUSÃO NO

PLANO FÍSICO

Page 91: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Maya ou ilusão no plano físico-etérico: o homem crê que seu “eu” é o corpo físico e que o verdadeiro mundo real é aquele percebido pelos cinco sentidos

Maya é o dar excessiva importância a tudo o que é material, às provas físicas, às experiências sensíveis, às sensações.

Page 92: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Em Maya, não sabemos distinguir o material

do imaterial, não concebemos coisas além

dos cinco sentidos;

Somente quando homem começa a ter

consciência da dualidade existente entre ele

e as forças, é que descobre a dualidade inicial

entre o corpo físico denso e o corpo vital e

aprende que o primeiro é o meio de contato

no plano físico, o outro o instrumento de

contato com as forças internas, com as

energias e com os mundos do ser.

Page 93: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Maya torna-se um problema somente quando é reconhecida e nas primeiras fases da evolução;

Maya só é experimentada quando se está no Caminho porque ela impede cada passo que damos para a Luz e para a libertação, nos mantém ligados ao mundo das formas e não permite que percebamos a realidade interior.

Page 94: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

É nessa fase que damos início às primeiras tentativas sérias de purificação física e em que se efetua a transmutação dos centros inferiores para os centros superiores;

Enquanto nossas energias estiverem localizadas nos centros abaixo do diafragma, não poderemos nos libertar de maya. Somente através da purificação e da transmutação deslocamos as energias para os centros superiores.

Page 95: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Maya será totalmente superada apenas quando o aspirante tiver aprendido a técnica da inspiração, que consiste na substituição das energias do corpo etérico pelas energias anímicas que afluem na meditação;

Tal substituição pode ocorrer inconscientemente sempre que o aspirante age com pureza de propósitos.

Page 96: Do eu inferior ao Eu Superior

OFUSCAMENTO OU ILUSÃO NO PLANO ASTRAL

Page 97: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A ilusão no plano mental chama-se

“ofuscamento” porque apresenta-

se ao clarividente como uma névoa

que ofusca a visão;

A humanidade em sua quase

totalidade é presa do ofuscamento

astral.

Page 98: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

O corpo astral, quando não coligado

ao Eu, produz estados emocionais,

sentimentais de caráter pessoal que

ofusca a visão, acarretam falsos

juízos, influem nas faculdades mentais

e fazem o homem submergir, sempre

mais profundamente, no mundo da

irrealidade.

Page 99: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

O corpo emocional deveria ser apenas “o

instrumento de sensibilidade” do homem, o

límpido refletor do aspecto búdico do Ego,

sem possuir uma atividade autônoma,

independente;

O problema do ofuscamento emocional é,

num certo sentido, mais difícil de ser

resolvido porque ocupa um campo vasto e

indeterminado, sendo de difícil

reconhecimento.

Page 100: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

O ofuscamento apresenta aspectos

positivos que muitas vezes não se

apresentam como características a serem

superadas ou destruídas, mas como

qualidades e virtudes;

A afetividade, o sentimentalismo, o “amor”

humano, os apegos, a sensibilidade emotiva,

a devoção etc. parecem ótimas qualidades

mas escondem os mais perigosos

estratagemas e mascaram qualidades

negativas e personalismos.

Page 101: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A característica de quase todas as

ilusões (em todos os planos) é a

sermos inconscientes delas e de se

apresentarem alteradas e

camufladas à consciência do

indivíduo sob o aspecto de virtudes

e qualidades.

Page 102: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Os ofuscamentos emocionais parecem virtudes duramente conquistadas e são difíceis de ser descobertos “por causa das belas colorações que a névoa assume”;

Devemos a aprender a discriminar a vibração do corpo astral da vibração do Eu.

Page 103: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Nessa tarefa somente a mente iluminada pela Mônada pode nos ajudar;

A técnica de dissolver o ofuscamento é a iluminação precedida de exercícios formadores de uma sólida e permanente polarização mental.

Page 104: Do eu inferior ao Eu Superior

ILUSÃO, A ILUSÃO NO

PLANO MENTAL

Page 105: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A palavra “ilusão” quando se refere ao plano mental tem um significado bem particular;

A ilusão mental se apresenta somente quando o aspirante tem certo grau de contato com o Eu, é sensível ao afluxo de idéias que provêm do plano anímico e tem sólida polaridade no corpo mental.

Page 106: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A ilusão mental pode significar a

reação da mente não disciplinada ao

mundo das idéias, do Eu, com o qual

começa a tomar contato. A mente

capta a idéia superior, mas ainda não

purificada, a colore e altera, dando-lhe

uma interpretação distorcida e

“ilusória”.

Page 107: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A alteração da ideia ocorre devido:

i) ao grau de desenvolvimento da mente;

ii) à indeterminação da forma-pensamento;

iii) ao tipo do Raio do Ego;

Iv) à instabilidade do contato da mente com a ideia percebida.

Page 108: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Tais causas podem ser eliminadas, pouco a pouco com o gradual treinamento da mente para se tornar mais sensível e receptiva, com a prática da meditação e com a purificação mental;

Mas a técnica mais eficaz, quase “única” para dissolver a ilusão é o desenvolvimento da intuição.

Page 109: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

A intuição não pode ser desenvolvida de

uma só vez. Sua conquista requer longo

treinamento na prática da meditação,

certas ampliações da consciência,

desenvolvimento interior e maturidade que

não se pode ter antes de determinado

desenvolvimento evolutivo;

Eis porque a verdadeira superação da ilusão

não é possível antes que se tenha

conseguido a Iniciação.

Page 110: Do eu inferior ao Eu Superior

GUARDIÃO DO

LIMIAR, A ILUSÃO DA

PERSONALIDADE INTEGRADA

Page 111: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Em certo ponto do caminho evolutivo do discípulo apresenta-se a ele o Guardião do Limiar, o conjunto de forças da natureza inferior, tal como acontece com a personalidade antes da iluminação, da inspiração e da iniciação;

A personalidade, nessa fase, é muito forte e o Guardião encarna todas as forças psíquicas e mentais desenvolvidas pelo homem ao longo das idades.

Page 112: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

É a potência da tríplice forma material, antes de sua consciente cooperação e consagração à vida do Eu e ao serviço da Hierarquia Espiritual;

Esse “conjunto de forças da natureza inferior” constitui uma potente forma-pensamento diante do qual o discípulo, simbolicamente falando, se encontra quando deve passar pelo Portal da Iniciação.

Page 113: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

É o Guardião do Limiar porque o discípulo não pode ir adiante se antes não vencer e destruir a potente forma-pensamento;

Na realidade, essa experiência significa que, ao estar o discípulo pronto para a Iniciação, a Luz que flui de seu Eu fará com que ele veja todos os lados de sua personalidade, todo o conjunto de suas forças psíquicas inferiores, que ele deve, de uma vez por todas, superar.

Page 114: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Ele se vê como realmente é, sem véus ou

ilusões e tal visão é uma experiência

terrificante;

O discípulo se horroriza ao ver quanta

baixeza, quanta obscuridade, quanta

negatividade estão ainda escondidas e

enraizadas na sua personalidade;

Mas o Eu lhe dá força e coragem para lutar

e vencer a batalha contra sua natureza

inferior que se lhe ergue como um inimigo.

Page 115: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Devemos descobrir à qual tipo de ilusão estamos mais sujeitos;

Maya predomina sobre as pessoas que estão sob o influxo do 5º e 7º Raios;

O ofuscamento emocional predomina nas pessoas que estão sob o influxo do 2º e 6º Raios;

A ilusão mental predomina nas pessoas que estão sob o influxo do 1º e 3º Raios.

Page 116: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Enquanto vivermos identificados com o eu pessoal, estaremos imersos na ilusão e continuaremos a caminhar cegamente;

Se nos desidentificarmos desse eu, abrir-nos-emos à intuição e a nossa mente tornar-se-á um dúplice instrumento: um receptor da Luz do alto e uma força de comando e controle para baixo.

Page 117: Do eu inferior ao Eu Superior

O Problema da Ilusão

Para alcançarmos tal estágio devermos trabalhar , aprender muitas coisas, ter a devida perspicácia, habituar-nos a comportamentos adequados para conosco e para com os demais e nos prepararmos para práticas de concentração, meditação e auto-afirmação que produzam o despertar da consciência superior.

Page 118: Do eu inferior ao Eu Superior

2ª PARTE

MÉTODOS, PERCEPÇÕES E

TÉCNICAS PARA FAVORECER A

UNIÃO COM O EU SUPERIOR

Page 119: Do eu inferior ao Eu Superior

V

A IMAGINAÇÃO COMO

TÉCNICA ESPIRITUAL

Page 120: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Para obtermos resultados sensíveis devemos, antes de tudo, mudar nosso comportamento interior diante dos acontecimentos da vida;

Tudo que nos acontece não é por acaso, mas o efeito de leis justas e perfeitas e tudo tem um objetivo preciso e claro: servir de estímulo para o despertar de nossa consciência superior.

Page 121: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

A espiritualidade deve tornar-se parte

integrante da vida, de todos os dias, o

pano de fundo de todos os nossos

pensamentos e sentimentos;

Devemos também ter presente que o

Eu é nossa verdadeira identidade e

que devemos nos transformar naquilo

que já somos em potencial.

Page 122: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Aspiramos à União com o EU, não

porque somos dele separados mas

porque somos dele inconscientes;

A Centelha Divina, mergulhando na

matéria dos vários planos, esquece-

se de sua origem e se identifica

com os vários invólucros.

Page 123: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Aos poucos o homem vai se

lembrando de sua origem até que

tem início o período mais significativo

do caminho de volta, aquele em que o

homem consciente e voluntariamente

colabora com a sua evolução, trabalha

para o seu despertar, abre-se às

energias espirituais.

Page 124: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Mas ainda que convencidos de que somos o EU, sabemos muito pouco ou quase nada sobre ele e o pouco que sabemos parece vago, nebuloso, confuso;

Ai é que podemos recorrer, além de a livros e à nossa intuição, também à IMAGINAÇÃO.

Page 125: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Ainda que a imaginação possa criar

absurdos no que se refere a objetos físicos,

mergulhando no fantástico e no absurdo,

ela não pode imaginar sentimentos, ideias e

estados de consciência que nunca existiram;

Nesse sentido, com a imaginação, o

homem usa material de sua consciência,

usa substância psicológica, que está em

contínua mutação e transformação e que

tem em si infinitas potencialidades e

possibilidades.

Page 126: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

No que se refere as coisas interiores, a estados de consciência, a imaginação é criativa, evocativa e dotada de grande força;

A imaginação é um ato de pensamento. E a energia segue o pensamento. O homem se torna aquilo que ele pensa.

Page 127: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Quando imaginamos um sentimento, uma qualidade superior, evocamos do fundo de nós mesmos poderosas forças latentes e, ao mesmo tempo, atraímos do alto energias afins com aquele sentimento, aquela qualidade.

Page 128: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Quando imaginamos uma qualidade

criamos uma forma-pensamento que

tenderá continuamente a realizar-se

no plano físico;

Não existe pensamento sem

expressão; o pensamento é um ato

nascente, um princípio de atividade.

Page 129: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Nos esforcemos continuamente para imaginar as qualidades do Eu, pensando nelas com clareza e precisão e criando uma forma pensamento nítida e clara;

Em cada momento do dia deveríamos ter sempre em mente o pensamento: “Eu sou o Eu Superior e devo provar suas qualidades e não as da personalidade”.

Page 130: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Deveríamos imaginar sempre

como nosso Eu Superior se

comportaria nas circunstâncias de

nosso dia-a-dia;

Como muitos místicos cristãos que

continuamente se perguntavam: “O

que faria Jesus?”.

Page 131: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Sempre agimos como personalidade

e, por isso, não sabemos enfrentar a

vida, não temos força para superar os

obstáculos, sentimo-nos infelizes,

frágeis e cansados;

Vivemos para tornar a mesquinha

vida da personalidade cômoda e feliz

como se essa fosse a verdadeira vida.

Page 132: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Para agir como o Eu Superior temos que usar a discriminação para discernir as qualidades da personalidade daquelas do Eu;

Se não sabemos reconhecer as qualidades anímicas (do Eu), devemos, ao menos, distinguir as notas e qualidades pessoais.

Page 133: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Devemos saber ver com clareza e

objetividade as coisas que pertencem

à personalidade sem nos iludirmos

com a possibilidade de que venham a

pertencer ao Eu, ainda que

aparentemente boas e positivas;

Eis uma relação de reações pessoais

que pode servir como exemplo:

Page 134: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

1. Sentir-se ofendido

2. Sentir-se humilhado

3. Desejar ser amado

4. Desejar ser compreendido

5. Sentir-se satisfeito

6. Sentir-se superior aos outros

7. Sentir-se orgulhoso

8. Crer que as próprias ideias são as melhores

9. Sentir-se juiz e crítico dos outros

10. Sentir-se diferente dos outros

11. Amar alguém com apego e desejar retribuição

12. Fazer uma gentileza e sentir-se bom

Page 135: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual 13. Fazer um ato de bondade e desejar gratidão

14. Ser gentil e dócil por interesse

15. Sentir-se irritado porque os outros não o apreciam

16. Desejar elogio

17. Ser indeciso e incerto

18. Sentir-se deprimido

19. Sentir-se triste

20. Sentir-se infeliz

21. Sentir-se eufórico

22. Sentir ser algo excepcional

23. Estar muito contente consigo mesmo a ponto de preferir-se

aos outros (“não me trocaria por ninguém”)

24. Desejar que todos saibam que fez uma coisa boa

Page 136: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

25. Ter medo do futuro

26. Ter medo de ser enganado

27. Rebelar-se contra a dor

28. Sentir-se injustamente tratado

29. Irritar-se e indignar-se com as maldades alheias

30. Pretender a ajuda dos outros

31. Desprezar aqueles que são menos inteligentes

32. Fazer o bem somente àqueles que lhes são

simpáticos

33. Procurar somente a companhia dos afins

34. Trabalhar apenas visando o interesse

Page 137: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

35. Crer que os outros têm mais sorte

36. Ser otimista demais

37. Ser pessimista demais

38. Desejar a felicidade

39. Se preocupar com o que pensam

de você

40. Ser vaidoso

Page 138: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Essas são algumas das reações

pessoais que devem ser distinguidas

das anímicas;

Tudo que vem da personalidade tem

algo de egoístico, de interessado e de

limitado;

Tudo que vem do Eu é altruístico,

puro, desinteressado, amplo, universal.

Page 139: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Todos os impulsos e tendências superiores que somos capazes, como a sede de verdade, o amor pelo conhecimento, o senso de fraternidade, a atividade altruística, o amor desinteressado, a abnegação provêm do Eu;

São reflexos na personalidade das capacidades anímicas.

Page 140: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Qualidades anímicas refletidas através do corpo físico:

Atividade , laboriosidade (com altruísmo) Ordem Harmonia Ritmo Senso de bem estar Senso de vitalidade Adaptabilidade física

Page 141: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Qualidades anímicas refletidas através do corpo emocional:

Serenidade Calma Amor desinteressado e impessoal Alegria Simpatia (por todos) Sensibilidade pelo belo compaixão

Page 142: Do eu inferior ao Eu Superior

A Imaginação como Técnica Espiritual

Qualidades anímicas refletidas através do corpo mental:

Compreensão

Sabedoria

Sede de conhecimento

Clareza mental

Imparcialidade de julgamento

Raciocínio livre de fanatismo

Lógica serena

Criatividade mental

Discriminação

Elasticidade mental

Adaptabilidade mental

Page 143: Do eu inferior ao Eu Superior

VI

O DESAPEGO

Page 144: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Depois de refletir sobre as qualidades do Eu, procurar imaginar nossa personalidade permeada por elas, e depois de termos procurado discriminar as notas pessoais das anímicas, devemos passar à atuação prática, à verdadeira e concreta realização da consciência de nosso verdadeiro Eu.

Page 145: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Um dos principais comportamentos interiores que favorecem e preparam o despertar da consciência superior é o DESAPEGO;

Desapego é a indiferença por tudo que faz parte do “não-Eu. É separar o real do ilusório.

Page 146: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego O desapego nasce da recusa em identificar-

se com algo que não seja a realidade

espiritual;

É um repúdio ativo, sem qualquer

concentração, sobre o que é repudiado;

Desapego é o comportamento do

Expectador, daquele que observa a

personalidade a viver, a agir, a sentir e a

pensar nos três mundos e, ainda assim,

calmos, separados de tudo o que acontece

no plano pessoal.

Page 147: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Se conseguíssemos esse comportamento interior, o despertar gradual da verdadeira consciência Anímica seria facilitado e favorecido, pois o que impede tal despertar é nossa identificação com o não-Eu, com as formas e os objetos ilusórios, com os veículos da nossa personalidade.

Page 148: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Esse comportamento interior não é fácil de

se conseguir. Ele é o resultado final de

graduais e sucessivos reconhecimentos. Não

pode ser atingido repentinamente;

Antes de conseguir o verdadeiro “desapego”,

o homem passa por vários e graduais

desapegos ou libertações, transferindo o seu

desejo e o seu apego de um objeto interior

para um superior´, reconhecendo a

caducidade de um e apegando-se à outro

que acha verdadeiro e duradouro.

Page 149: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Toda libertação da consciência pressupõe

uma “libertação” de certos apegos;

O desapego é a própria técnica da evolução

da consciência a partir da prisão da forma;

Mas desapego não é frieza, distanciamento

ou isolamento e evasão ao sofrimento;

Pode-se amar com profundidade,

compreender, sentir todo o sofrimento,

mesmo permanecendo interiormente

separados.

Page 150: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

De fato, não sabemos amar com desapego, amar como Eus Superiores, dando sem nada pedir em troca, querer bem sem desejar retribuição;

Amar com desapego significa deixar os outros livres, amar com impessoalidade.

Page 151: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

“Destrua a ambição, o desejo de

viver e o desejo de bem estar, mas

trabalha como os ambiciosos,

respeite a vida como os que a

desejam e seja feliz como quem

vive para a felicidade...LUZ NO

CAMINHO”

Page 152: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Devemos trabalhar intensamente

mas desapegados dos resultados

de nossas ações e esforços;

Em nossas ações devemos sempre

seguir o impulso que vem do alto e

não obedecer aos motivos egoístas

da personalidade.

Page 153: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Devemos amar a vida, respeitá-la, gozar suas belezas e alegrias, permanecendo, porém, sempre desapegados internamente sabendo que TUDO É TRANSITÓRIO, ILUSÓRIO;

Esta vida é o reflexo de outra mais verdadeira e real.

Page 154: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Devemos nos dedicar às criaturas, às formas com a consciência de que são apenas invólucros da Vida Una, e jamais por pavor da morte;

Mesmo sabendo que as alegrias da vida são efêmeras e transitórias, devemos saber gozá-las como dons temporários.

Page 155: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Devemos ser alegres e serenos, permanecendo, entretanto, livres e desapegados interiormente;

Conquistar o desapego conduz o homem a despertar em si a consciência do Expectador. É essa consciência que abre a estrada para a ulterior realização da consciência do Eu.

Page 156: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Enquanto estivermos presos pelo turbilhão dos desejos, num tumulto de infinitas vozes, num marasmo nebuloso, é um absurdo pensar ou esperar que possamos realizar a consciência do verdadeiro Eu;

Poderemos perceber a verdadeira essência espiritual que há em nós quando não formos mais presas do apego e do desejo.

Page 157: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Para atingirmos tal desiderato, temos que começar por uma análise profunda para descobrir em qual dos três veículos existe maior apego;

Alguns podem estar apegados aos bens físicos, às comodidades , luxo e conforto físico.

Page 158: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Outros podem estar mais apegados no campo emotivo e afetivo, com sentimentos fortes e excessivos que provocam ciúme, agitação e perturbação contínua. Se apegam demais às pessoas queridas;

Outros ainda podem ter mais apegos no corpo mental inferior como ambição, orgulho, desejo de fama, senso de superioridade, exagerada estima da razão e da inteligência etc.

Page 159: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Identificamos nossos apegos quando olhamo-nos no espelho, como um expectador que observa a parte de nós que age;

Temos que reencontrar em nós o centro fixo e sólido que não muda jamais e que nos dá o sentido de nossa identidade, o “eu” livre de seus conteúdos psíquicos.

Page 160: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Uma prática útil para formar em nós a consciência do “eu” desapegado de seus conteúdos psíquicos e não identificado com os três veículos é o exame noturno;

Tal exame, feito regularmente todas as noites ou em qualquer outro momento do dia, depois de uma oportuna preparação interior com relaxamento e calma que nos leva acima da personalidade, é uma prática indispensável para o aspirante espiritual.

Page 161: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Somente com o exame noturno formar-se-á

aquele ponto intermediário entre a

personalidade e o Eu, que não é mais a

consciência da personalidade e não é ainda a

consciência do Eu;

É o ponto onde se forma a consciência do

observador silencioso, do Expectador

desapegado e que lhe dá a possibilidade de

observar desapaixonadamente a sua

personalidade, de não se identificar com os seus

veículos e de se sentir completamente “senhor”

das energias inferiores, que lhes são próprias.

Page 162: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Desapego não é indiferença e frieza, é profunda serenidade e calma interior, trespassada de amor, compreensão, alegria, energia e força;

O desapego é o comportamento de todo aquele “que sabe”, que está livre das ilusões da forma.

Page 163: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Ausência de paixão (ou desapego

ou vairagya) é a consciência de ser

“senhor” por parte daqueles que

se libertaram do desejo por

qualquer objeto visto ou

imaginado....Sutra Yoga de Patanjali

Page 164: Do eu inferior ao Eu Superior

O Desapego

Cultivemos a cada momento do nosso dia, em cada atividade ou momento de provação, um senso de liberdade interior, um comportamento calmo e sereno. Preservemos a consciência do Expectador, invocando sempre nosso Eu para que nos faça atingir o desapego e nos faça conhecer a paz daqueles que, mesmo estando no mundo, “vivem no eterno”.

Page 165: Do eu inferior ao Eu Superior

VII

O SILÊNCIO

Page 166: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Nós do mundo ocidental raramente sabemos retirar luz e força do silêncio;

O silêncio pode parecer um vazio, uma escuridão para aqueles que vivem imersos na personalidade, no mundo objetivo e que jamais provaram a vibração que provém dos níveis espirituais.

Page 167: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

O profundo significado do silêncio só é sentido por aquele que já sente, ainda que inconscientemente, a influência do Eu espiritual;

O silêncio não é apenas o emudecimento da palavra, do som físico. É também o apaziguamento das emoções, desejos e sentimentos e calma absoluta da mente e dos pensamentos.

Page 168: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Somente com o apaziguamento completo dos três veículos é que poderemos ouvir a “voz sem som”, a “voz do silêncio”, que é a voz de nosso Eu, de forma cada vez mais clara e nítida;

Mas devemos passar por várias fases de silêncio antes de atingirmos o verdadeiro silêncio. Aquele que abre a porta do mundo da realidade.

Page 169: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

O primeiro passo é dado no plano

físico com o domínio da palavra;

Os discípulos de Pitágoras

observavam silêncio absoluto por dois

anos como prova de autodomínio;

Em muitas Tradições e Ordens

Espirituais existe a regra da

observação do silêncio.

Page 170: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Há no domínio da palavra um significado oculto profundo que não é apenas de valor moral mas, também, e principalmente, “mágico”;

Toda vez que falamos emanamos energia, vibração dependendo da natureza e qualidade de nossas palavras. Com isso, quando falamos, dispersamos energia continuamente.

Page 171: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

O silêncio é, assim, conservação de

energia;

Quando temos um plano traçado, não

devemos falar dele a ninguém

justamente porque falar dele dispersa

a energia que deve ser usada para

construir e manter a forma-

pensamento associada a esse plano.

Page 172: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Assim pode ocorrer que, ao se falar de nosso plano, sua precipitação no plano físico seja atrasada ou até que não ocorra;

Outro aspecto importante do silêncio é que podemos usá-lo para ajudar nossos semelhantes mais ainda do que com as palavras.

Page 173: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Frequentemente, as palavras são

inadequadas ou mesmo

desagradáveis, enquanto a vibração

pura da nossa compaixão, do nosso

amor, pode atingir o objetivo sem

obstáculos e sem causar reações;

Há situações na vida que só podem

ser resolvidas com o silêncio.

Page 174: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

É um silêncio ativo, construtivo,

radiante, que age quando a

personalidade inteira se cala;

Quando os lábios emudecem, as

emoções se aquietam, os

pensamentos param, aí, então,

outra coisa fala em nós.

Page 175: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Quando silenciamos desse modo, pode nosso Eu falar direto ao Eu de outro e a ajuda pode assim se dar por meios inexplicáveis mas eficazes;

Cale como personalidade e opere como Eu Superior. Só assim obterá resultados.

Page 176: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Só quando o número de palavras normalmente ditas for reduzida e for aprendida a prática do silêncio, será possível à palavra exercer seu poder no plano físico;

O silêncio nutre a palavra que quando proferida é então cheia de poder e atração.

Page 177: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

O som tem um grande poder e o homem o usa indiscriminadamente, quase sempre de maneira nociva;

A cada palavra corresponde uma energia sonora e corresponde também um sentimento, um pensamento que também são energias que se propagam e tendem a criar resultados no plano físico, sem contar o aspecto moral da palavra.

Page 178: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Todas as palavras egoístas, maliciosas,

cruéis, de ódio destroem os vacilantes

impulsos do Eu e cortam as raízes da

vida;

Enquanto não tivermos conquistado o

autodomínio e o discernimento, é

melhor reduzir o número de palavras

e aprender a calar o máximo possível.

Page 179: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Fale somente quando o que for dizer for

verdadeiro, amável e útil;

Pelo menos duas vezes ao dia deveríamos ter

alguns minutos de solidão e recolhimento

para nos dedicarmos à prática do silêncio;

As múltiplas vozes de nossa natureza inferior

emudecerão somente quando houver a

completa “rendição” da personalidade, após o

conflito final entre o Eu e seus instrumentos.

Page 180: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Conflito árduo, tempestuoso em que as forças de involução se unirão contra as forças da Luz;

Esse conflito poderá suceder-se em níveis inconscientes da psique mas, superficialmente, manifestar-se como um estado de sofrimento, de depressão, de mal estar profundo, de infelicidade, de cansaço, de desgosto pela vida e, às vezes, como verdadeiras doenças físicas.

Page 181: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Terminado o conflito, com a redenção

da personalidade, segue uma calma

profunda, um silêncio completo que

preludia um maravilhoso e misterioso

evento, o despertar do Eu, o abrir-se

do ouvido interior à sua voz que

finalmente poderá ser ouvida pelo

aspirante.

Page 182: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

“Espere que a flor desabroche no silêncio que segue à tempestade, não antes”....Luz no Caminho;

E no silêncio profundo acontecerá o evento misterioso que prova que o caminho foi encontrado;

Entretanto, podemos provar momentos vivificantes desse silêncio mágico, mesmo antes desse evento, e utilizar os seus poderes e a sua força para tornar nossa vida mais harmônica, e útil tanto pessoal quanto espiritualmente.

Page 183: Do eu inferior ao Eu Superior

O Silêncio

Aprendamos a compreender a

força da ação silenciosa, do serviço

tácito, do We-wei, a ação sem ação

dos hindús, que nos abrem a

nascente das energias que jazem

inaproveitadas em nós.

Page 184: Do eu inferior ao Eu Superior

PARTE PRÁTICA

Page 185: Do eu inferior ao Eu Superior

VIII

A MEDITAÇÃO

O Relaxamento Físico

Page 186: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

Vamos ver os métodos, exercícios e técnicas de treinamento interior aptas a preparar a personalidade para torná-la um canal das energias espirituais e criar em nós a vibração mais elevada e pura que poderá contribuir com o despertar da consciência superior.

Page 187: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

A técnica por excelência nesse caso é

a MEDITAÇÃO;

Meditação é a ciência do treinamento

interior;

A meditação, ao contrário da prece

que parte do corpo emotivo e usa o

desejo, parte do corpo mental e usa a

vontade para atingir seu objetivo.

Page 188: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

A prece, em seu mais alto grau forma o místico. A meditação, ao contrário, forma o ocultista;

A verdadeira meditação oculta implica uma série de exercícios técnicos, de práticas e de treinamentos dirigidos ao campo das energias psíquicas, que requerem diversos anos de exercícios e certo grau de desenvolvimento mental.

Page 189: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

A meditação é criativa, movimenta energias, produz efeitos definitivos, transmutações; suscita e evoca forças latentes e adormecidas, destrói negatividades e constrói qualidades positivas. Muda completamente nossa vida;

Está estreitamente ligada à formação do caráter.

Page 190: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

A meditação sempre eleva a

vibração e atrai energias

superiores;

Os efeitos podem-se manifestar

com atraso e o trabalho e a

penetração das forças espirituais

são quase sempre inconscientes.

Page 191: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

não estamos conscientes do que se passa no profundo de nós mesmos. Mas, de repente, tais resultados se manifestam, quando menos pensamos neles;

A meditação é uma verdadeira ciência e técnica de melhoramento e purificação da personalidade.

Page 192: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

Cada uma de suas fases tem um significado e um objetivo bem precisos que produzem efeitos determinados em nossa personalidade;

A primeira fase é o alinhamento, que se subdivide em inferior e superior.

Page 193: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

O alinhamento inferior é aquele dos três

corpos da personalidade que são levados,

com estratagemas apropriados, a uma

temporária coordenação e sintonização e

são mantidos sob controle da mente com

um esforço da vontade, em calma, silêncio e

relaxamento;

Este alinhamento, mesmo que momentâneo,

abre um canal para o afluxo das energias

anímicas.

Page 194: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

O alinhamento superior é aquele da personalidade com o Eu;

Obtém-se o alinhamento inferior fazendo primeiramente o relaxamento do corpo físico, tranquilizando depois o corpo emotivo e atingindo, por último, o silêncio mental.

Page 195: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

O relaxamento físico deve diluir

toda a tensão, relaxar cada

músculo a fim de que deixar o

veículo físico num estado de

completa quietude que permita à

nossa consciência abstrair-se

totalmente dele;

Page 196: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

A mente deve poder introverter-se para o mundo psíquico, sem ser perturbada por sensações físicas;

Nesse estado de quietude também as energias do corpo etérico poderão circular mais harmônica e livremente, sem criar obstruções e congestões que resultam em indisposições e sensações desagradáveis.

Page 197: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

O bom relaxamento pratica-se deitando-se em posição supina numa cama ou no chão e relaxando-se todos os músculos;

Perscrute com a mente todo o corpo, relaxando cada parte dele, até a menor delas;

Com a prática o relaxamento será cada vez melhor.

Page 198: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

O estado de tensão constante desgasta nossas energias prânicas. O relaxamento completo restaura e restabelece a circulação prânica no corpo etérico e, consequentemente, a energia vital pode, com liberdade, fluir por todo o corpo físico vivificando-o e restaurando todos os pontos debilitados.

Page 199: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Relaxamento Físico

Por isso é necessário se fazer alguns momentos de

relaxamento quando se está muito cansado, o que

tem mais eficácia do que várias horas de um sono

agitado;

Com o relaxamento e a harmonização de nossas

correntes prânicas nosso corpo fica num estado

de calma e tranquilidade completa. As energias

anímicas encontrarão então um invólucro calmo,

receptivo e nele poderão fluir livremente,

purificando-o, harmonizando-o e praticando, aos

poucos, a obra de sublimação e transmutação de

nossa matéria física.

Page 200: Do eu inferior ao Eu Superior

IX

A MEDITAÇÃO

A Aquietação Emotiva

Page 201: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

O corpo emotivo reflete o segundo aspecto da Mônada e do Ego, o Amor;

Mas muitas encarnações são necessárias antes que o corpo emotivo do homem possa se tornar um límpido refletor e transmissor da energia do Amor do Ego.

Page 202: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

A matéria astral do corpo emotivo é fluída, mutável, sensibilíssima e está aberta à todas as influências e vibrações do exterior (dos outros dois veículos da personalidade e dos veículos das outras pessoas e do plano astral em geral);

Antes que o homem possa regular essas influências, repelindo as negativas , aceitando as positivas, e possa dirigir a receptividade do corpo emotivo para o Eu, deve-se tornar consciente de sua meta, desenvolvendo o corpo mental, a vontade e o autodomínio.

Page 203: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

No corpo emotivo há o amor pessoal como

uma nota dominante, com todos os seus

aspectos derivados, positivos e negativos

(amor e ódio, atração e repulsão, simpatia e

antipatia, benevolência e inveja e ciúme);

O corpo emotivo do homem comum está em

contínua agitação e movimento e deve ser

acalmado e aquietado para a prática da

meditação;

As ondas emotivas obstaculizam as energias

do Eu e ofuscam a mente.

Page 204: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

O corpo emotivo, durante o alinhamento, deveria estar calmo, sereno, recolhido para o alto e límpido como um cristal;

A aquietação emotiva alcança-se de muitas maneiras e por vários métodos, que diferem de pessoa para pessoa, conforme seu temperamento, grau evolutivo, polarização etc.

Page 205: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

A meditação só é possível para aquele que tem um mental já bem desenvolvido, com força mental, presença de vontade e capacidade de autodomínio;

Se o corpo emotivo não for dominado, estará sempre em movimento, com um conjunto de vibrações, de sensações e de reações muito comum em corpos emocionais desenvolvidos e ainda não dominados.

Page 206: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

Outro obstáculo presente no veículo emotivo

é o estado de tensão, de congestão que pode

vir a se formar provocando uma sensação de

angústia, de preocupação e de mal-estar sem

uma causa aparente;

Isso ocorre quando há no nosso

subconsciente algo que nos perturba, nos

agita sem que estejamos conscientes disso e

que congestiona as energias emocionais que

não podendo fluir livre e harmonicamente,

nos causa sensação de tensão e angústia.

Page 207: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

Tal estado de tensão é um obstáculo

no alinhamento porque absorve toda

a nossa atenção e atrapalha a mente;

Desejos, paixões e emoções pessoais

também são um empecilho e devem

ser aquietada e acalmadas, ainda que

por um período definido para a

prática da meditação.

Page 208: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

A aquietação emocional duradoura se seguirá como resultado da prática constante, séria e repetida da meditação cotidiana;

O bom relaxamento físico como primeira fase do alinhamento é uma boa preparação do terreno para uma boa aquietação emocional. A fluição das correntes etéricas acalma o sistema nervoso que se reflete nas emoções.

Page 209: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

Uma maneira de se aquietar o corpo emocional é por meio da imaginação, procurando visualizar imagens que suscitem calma, serenidade, quietude;

A imagem de um lago calmo nas montanhas ou de um céu azul e sereno são bastante eficazes.

Page 210: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

Pessoas volitivas podem aquietar o emocional por meio de afirmações de frases adequadas: “A paz e a quietude reinam em meio corpo emocional” ; “Toda emoção se esvai, todo sentimento se aquieta”;

Essas frases devem ser ditas com força e convicção.

Page 211: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – A Aquietação Emotiva

Os corpos da personalidade se

influenciam mutuamente. Em

especial o corpo mental influencia

muito o emocional, dando às

emoções constância, estabilidade e

profundidade.

Page 212: Do eu inferior ao Eu Superior

X

A MEDITAÇÃO

O Domínio da Mente no

Alinhamento

Page 213: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento O corpo mental é formado nos sete

subplanos. O mental inferior é composto de matéria dos quatro subplanos inferiores e pertence à personalidade e o mental superior é composto dos três subplanos superiores e pertence ao Eu;

Assim, o corpo mental é cindido em duas partes.

Page 214: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Até que o homem, através de muitas vidas,

de meditação constante, construa uma

“ponte” entre essas duas partes, podemos

dizer que existem duas unidades mentais

distintas. E a superior está tão acima de

nossa percepção, que é como se não

existisse em nós. Ela é a sede da intuição

cognitiva mais alta;

Tenhamos então sempre à mão essa

natureza dúplice da mente.

Page 215: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento

A mente pode assim ser dirigida para o mundo exterior, subjetivo e para o interior ou subjetivo;

O homem de mediana evolução só põe em movimento seu instrumento mental por meio das sensações do exterior e pensa apenas em conexão com objetos.

Page 216: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento A mente superior é capaz de pensar

de maneira abstrata, de formular ideias e conceitos abstratos, impessoais e objetivos;

E a mente superior pode ir ainda mais alto. Pode abrir-se ao mundo das intuições, dos conceitos universais, tornando-se um meio de contato com a Mente Universal.

Page 217: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento A função da mente na meditação é a

de se tornar receptora das ideias do Eu, de seus propósitos e planos;

Para muitos , o domínio da mente é a parte mais difícil do alinhamento;

Domínio da mente significa tornar-se senhor por completo do nosso mecanismo de pensamento, de maneira a poder guiá-lo como e quando quisermos.

Page 218: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Domínio da mente significa ainda saber

discernir as influências emotivas e as provenientes das sensações físicas dos pensamentos verdadeiros; significa libertar a mente de tais influências e sabê-la conduzi-la de maneira independente. Saber concentrá-la à vontade, em qualquer ponto e usar sua faculdade de raciocínio em qualquer direção;

No alinhamento que precede a meditação, devemos, aos poucos, apender a dominar a mente, tornando-a um perfeito instrumento da vontade.

Page 219: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento O primeiro passo é introverter a

atenção, voltando-a para o interior (pratyahara);

As primeiras tentativas de domínio da mente nos darão importantes descobertas. A primeira delas é que não usamos toda a mente, mas uma pequena parte dela, aquela mais mesclada por emoções, instintos e desejos (kama-manas).

Page 220: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Perceberemos aos poucos a necessidade

de desemaranhar o verdadeiro

pensamento de todas as influências

espúrias, libertá-la da névoa emotiva,

tornando-a receptiva à Luz;

Nós achamos que pensamos, mas, na

realidade, nada fazemos senão exprimir

conceitos confusos, opiniões provindas de

influências externas, desejos que

acreditamos ser convicções etc.

Page 221: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Para usar a mente como órgão de integração

e controle da personalidade devemos aprender a pensar;

A segunda descoberta será que nos conscientizaremos, por experiência direta, de que há algumas coisa acima dos pensamentos, acima do nosso mecanismo mental, um centro de consciência, uma vontade, uma força que não é a mente mas “alguma coisa” que pode dominá-la e dirigi-la. Esse centro de consciência é o reflexo do Eu na personalidade.

Page 222: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Essa experiência interior é um pouco

diferente de pessoa para pessoa, segundo o temperamento ou tipo psicológico.

Com o tempo e a prática, o senso de Eu se tornará permanente;

Essa descoberta do Eu separado, que não é a mente, é uma grande ajuda e uma grande força para podermos chegar a dirigir e controlar a mente como quisermos.

Page 223: Do eu inferior ao Eu Superior

A Meditação – O Domínio da Mente

no Alinhamento Portanto, podemos dizer que a fase de

alinhamento dedicado à mente consta de duas partes: a) introversão da mente para si mesma e contato com o mundo dos pensamentos; b) domínio da mente através da vontade e do seu uso na direção desejada. (dharana)

Dharana ou concentração é a base sobre a qual se apoia toda a meditação.

Page 224: Do eu inferior ao Eu Superior

XI

A CONCENTRAÇÃO

Page 225: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

A mente dá a estabilidade, a consciência, a firmeza de propósito e, ainda, a possibilidade de poder traduzir em conceitos e em pensamentos as percepções recebidas;

Só a aspiração não é suficiente. Pode levar à insatisfação por não conseguirmos compreender o profundo significado das coisas ou ao êxtase com um rápido e temporário contato com o Eu.

Page 226: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Só poderemos progredir realmente e chegar a um contato estável com o Ego e ter uma consciência clara e duradoura da realidade quando substituirmos a aspiração emotiva e o desejo por uma decisiva e firme determinação de nos tornar senhores de nossa mente de modo a usá-la segundo seu verdadeiro objetivo, isto é, ser a intermediária entre o mundo e o Eu.

Page 227: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

A prece é possível a todos. A meditação só é possível aos que estão polarizados mentalmente;

Todos os que se sentem prontos para transmutar suas emoções em devoções espirituais podem ser santos, mas nem todos os homens podem ser conhecedores, porque isso requer tudo o que foi alcançado pelo Santo mais o uso do intelecto e o poder de pensar, até chegar ao conhecimento direto.

Page 228: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Esse conhecimento direto é a leitura espiritual, a faculdade de ler com os olhos do Eu através de todas as formas materiais, que não passam de símbolos da realidade divina;

Antes que a mente possa se tornar o órgão dessa leitura espiritual, ela deve se tornar um perfeito instrumento do pensamento, obediente à vontade, e um límpido refletor das ideias do Eu. E a isso se chega somente através da concentração e, depois, da meditação.

Page 229: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Concentração significa centrar todos os pensamentos e conduzi-los para o mesmo ponto, sem distrações, divagações, eliminando tudo o que for estranho ao objeto de nossa atenção;

Patanjali nos Yoga-Sutras define concentração como a fixação da substância mental (chitta) sobre um objeto particular.

Page 230: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Podemos então definir concentração também como uma intensificação da atenção sobre um tema escolhido;

A atenção pode ser involuntária (sem força de vontade) e voluntária (com força de vontade), mas é natural e espontânea;

A concentração do pensamento faz com que ele se torne muito mais intenso, profundo e vigoroso.

Page 231: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

A concentração não serve apenas

como meio de domínio e controle da

mente, mas também como meio de

desenvolvimento e de reforço de seu

poder;

A mente sempre reage negativamente

às primeiras tentativas de domínio e

reorganização.

Page 232: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

O aumento de sua fluidez ocorre porque a mente não está habituada a ser controlada e porque, ao nos concentrarmos mentalmente, é natural que se forme uma polarização mental mais intensa, isto é, as forças da nossa personalidade alinham-se e afluem para a mente, produzindo um aumento das energias intelectivas que, ainda não dominadas e organizadas, irrompem aqui e ali de forma caótica.

Page 233: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Esse é o primeiro obstáculo á concentração e que, depois, se transforma em riqueza e eficiência mental;

Outro obstáculo comum é a divagação da mente ao ser perturbada por pensamentos inoportunos que se infiltram na mente.

Page 234: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Devemos aprender a não nos deixar distrair por tais pensamentos durante a concentração;

A concentração é um estado de intensa atividade mental;

Patanjali, nos Yoga-Sutras diz que a concentração tem sete estágios.

Page 235: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

1 – Escolha do objeto sobre o qual se concentrar;

2 – Retirada da consciência mental do mundo externo;

3 – A consciência concentra-se e fixa-se no centro entre as

sobrancelhas;

4 – A mente fixa-se e a atenção se dirige exclusivamente

para o objeto escolhido;

5 – A visualização ou percepção imaginativa de tal objeto e

o raciocínio lógico sobre ele;

6 – A extensão dos conceitos que foram formulados,

passando do especifico e particular para o geral e universal;

7 – A procura daquilo que está por trás da forma escolhida

como objeto de concentração, isto é, a ideia que a produziu.

Page 236: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Este procedimento eleva gradativamente a consciência e permite transferir-se do lado forma para o lado vida da manifestação;

Os objetos de concentração podem ser os mais variados, começando por objetos físicos até atingir conceitos abstratos e elevados.

Page 237: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Para os principiantes, cuja finalidade é atingir o domínio da mente, o tipo de objeto de concentração não têm importância, sendo apenas um meio para se alcançar a meta;

Quando se tiver adquirido certo controle sobre o mecanismo do pensamento e certa facilidade em concentrar a mente, aí sim, poderá se pensar em escolher temas de utilidade formativa e evocativa.

Page 238: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Inicialmente o exercício será de verdadeiro

exercício de concentração; será uma

“chamada de atenção” pois nos

aperceberemos muitas vezes de ter

divagado e perdido de vista o tema. Então,

deveremos continuamente orientar a

atenção para a direção desejada;

Nesse esforço contínuo de reconduzir a

atenção ao tema, obteremos os primeiros

resultados importantes:

Page 239: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

a) fortalecimento da nossa vontade;

b) aumento do poder mental;

c) aumento da eficiência na vida

cotidiana.

O saber fazer uma coisa por vez é

o fator com conduz à eficiência e

ao sucesso.

Page 240: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Todos os grandes homens, os gênios,

pesquisadores, estudiosos tiveram essa

firmeza de propósito, essa concentração,

esse poder de pensamento, essa intensa

faculdade de atenção, tanto no mundo

mental quanto nas ações;

A concentração é o único meio adequado

e eficaz para se atingir o domínio da

mente para poder usá-la na meditação.

Page 241: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Quando apontamos e fixamos a consciência na cabeça consegue-se um outro resultado importante totalmente espontâneo: uma momentânea integração dos três veículos da personalidade;

Se quisermos realmente aprendermos a meditar, no sentido exato da palavra, usando-a como uma verdadeira técnica para entrar em contato com nosso Eu, devemos passar “através do fogo da disciplina”, ter paciência, constância e perseverança e, aos poucos, tomar em mãos o nosso mecanismo do pensamento com exercícios regulares de concentração.

Page 242: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Os exercícios de concentração,

para serem eficazes, devem ser

feitos regularmente, todos os dias,

pelo menos por alguns minutos;

A prática diária e constante forma

o ritmo que tem oculto um valor

real e uma verdadeira utilidade.

Page 243: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

Todos os dias, mesmo que não nos

apercebamos, conseguimos certo resultado

e, se interrompermos o ritmo, tal resultado

se perde e teremos que começar de novo;

Todo exercício promove transformações

dentro de nossa mente, mesmo que leves

e insensíveis e a regularidade é a única

chave para tornar tais transformações

sempre mais profundas e estáveis.

Page 244: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

A regularidade só é difícil no começo pois aos poucos se forma o hábito interior e o ritmo se estabelece espontaneamente;

Na concentração só temos que pensar em uma coisa por vez, impedindo a mente de passar de um tema para o outro, levando-a assim a aprofundar, ampliar e estender o tema desejado;

Page 245: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

É como se desenvolvêssemos um tema com o pensamento, como se escrevêssemos uma composição da qual nos foi dado somente o título;

Esse poder de aprofundar, de ampliar, de estender uma ideia, um conceito serão usados depois na verdadeira meditação, na qual os temas serão escolhidos com fins bem precisos e com propósitos formativos ou cognitivos.

Page 246: Do eu inferior ao Eu Superior

A Concentração

A mente educada, regulada e

eficiente dá resultados admiráveis

uma vez que tem em si latente a

possibilidade de entrar em contato

com o Eu e com a Mente

Universal.

Page 247: Do eu inferior ao Eu Superior

XII

O ALINHAMENTO COM O

EU SUPERIOR

Page 248: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Realizado o alinhamento dos três veículos inferiores, devemos passar à fase mais importante da meditação: o alinhamento com o Eu, o alinhamento superior;

Nossa personalidade é um instrumento do Eu. Não é nosso verdadeiro Eu, só um reflexo de nossa verdadeira essência.

Page 249: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Na meditação, tentamos fazer aflorar à consciência ao menos um vislumbre dessa realidade e construímos um canal de comunicação entre o eu inferior e o Eu superior;

O fio que liga à personalidade ao Eu, o fio de sutratma, fio de energia dourada que provém do Eu e passa pelos três corpos inferiores, chegando ao corpo físico, divide-se em dois ramos: um se ancora no cérebro, na glândula pineal, e ou outro desce até o coração. O ramo da glândula pineal constitui o aspecto consciência do Eu enquanto que o ramo do coração constitui o aspecto energia.

Page 250: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Estamos sempre ligados ao Eu mas não estamos conscientes dessa ligação;

Ao fazermos o alinhamento inferior, estamos aptos a receber as energias superiores;

A fase do alinhamento superior consta de duas partes:

Page 251: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

a) Fase da espera e de invocação;

b) Fase de visualização da Luz e da energia que afluem à mente.

Não há apelo da personalidade que não tenha resposta por parte do Eu, mesmo que muitas vezes não estejamos conscientes dessa resposta

Page 252: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Mas a resposta também pode ser muito maior que a esperada;

A resposta e o afluxo de energia podem também ocorrer muito mais tarde, dias depois e pode ainda tomar a forma de uma “lenta penetração semelhante à osmose numa substância porosa.

Page 253: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Às vezes a resposta do Eu é

bloqueada pela condição em que se

encontram os nossos três veículos: se

eles ainda estão imperfeitos e

impuros, havendo portanto vibrações

baixas, não poderão ser sensíveis às

elevadíssimas vibrações provenientes

do nível Egóico.

Page 254: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

O alinhamento é principalmente uma questão de vibração. Quando tivermos construído em cada um dos três corpos inferiores, matéria suficiente do terceiro sub-plano (cada plano de cada veículo se divide em sete sub-planos, sendo o sétimo o mais denso), então o Eu começará conscientemente e sempre com maior estabilidade, a funcionar através da personalidade alinhada.

Page 255: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

O Eu vibra nos três sub-planos superiores do

plano mental;

Portanto a obra da autotransformação é

fundamental para o contato com o Eu

Superior;

A meditação, se feita seriamente leva ao

desejo natural de melhorar a si próprio e de

elevar-se. A penetração da energia do Eu,

lenta e gradualmente, age como um

fermento, como um impulso interior para o

crescimento espiritual.

Page 256: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

O alinhamento com o Eu não é difícil e

absurdo. Esse é o comportamento correto,

verdadeiro e real de todo homem e deveria

ser o único objetivo da vida: procurar realizar

a própria natureza divina e colaborar com o

plano evolutivo;

Se, pelo contrário, vivermos como autômatos

sonolentos, ou pior, se seguirmos os impulsos

inferiores, estaremos bloqueando nossa

ascensão e, num certo sentido, estaremos

andando contra a corrente”.

Page 257: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Nada pode impedir que, mais cedo ou mais tarde, haja o contato com o Eu;

O alinhamento com o Eu se dá com o silêncio da mente concreta e depois, com a direção da mente para o alto, em atitude de espera e receptividade. A essa altura podem-se usar dois métodos:

Page 258: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

a) Invocar o Eu para que faça afluir

sua Luz sobre nós;

b) Afirmar com força que somos o Eu

e não a personalidade.

Cada um poderá escolher o

método segundo seu

temperamento e tipo psicológico.

Page 259: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Existem disponíveis na literatura muitas invocações e afirmações que poderão ser escolhidas à vontade do praticamente;

Com isso estaremos formando uma ponte, um canal de comunicação através do qual as energias espirituais poderão fluir em liberdade e transformando nossos veículos em instrumentos de serviço para o Eu.

Page 260: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Devemos nos lembrar que todo

trabalho de penetração e de

manifestação do Eu se dá na

personalidade “inconsciente” e que a

maior parte de nossas maturações,

dos ajustamentos e das ampliações

da nossa consciência se realiza sem

que nos apercebamos.

Page 261: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Assim como existe uma esfera subconsciente, onde se desenvolvem os conflitos , as elaborações e adaptações referentes à vida instintiva e afetiva da personalidade, existe também todo um mundo Supraconsciente, onde estão armazenados os nossos melhores impulsos, as nossas aspirações, os nossos ideais inexprimidos, as nossas qualidades superiores latentes e as nossas possibilidades de elevação.

Page 262: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Quando fazemos o alinhamento, aos poucos alargamos nossa esfera de consciência limitada e anexamos-lhe seções sempre mais amplas do Supraconsciente, afluindo em nós qualidades de altruísmo, generosidade, sacrifício, sentimentos impessoais e universais, intuições de verdades amplas, energias latentes do bem.

Page 263: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Tudo isso forma, aos poucos, uma “segunda consciência” que aflora apenas nos momentos de meditação, de silêncio e de emergência; mas essa consciência, mesmo que intermitente, torna-se real e verdadeira e é como uma força interior a qual podemos nos dirigir todas as vezes que precisamos.

Page 264: Do eu inferior ao Eu Superior

O Alinhamento com o Eu Superior

Essa é a maravilhosa realidade que

aos poucos descobrimos: o auxílio

divino, a força espiritual, que não

precisamos buscar nos outros ou

no mundo exterior, mas dentro de

nós.

Page 265: Do eu inferior ao Eu Superior

FIM