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Do Classicismo ao Realismo

da C/aridade 11 l b e r t o C a r v a l h o

Dois grandiosos fins consubstanciados na

nobre misso da imprensa, um o augmento

material dos paizes, outro, o engrandecimento

moral dos povos, se despertaram, alguma vez,

n'esta provincia, a idia do estabelecimento da

imprensa periodica, at hoje no conseguiram

ainda decidir os animos a arrostar com essas

difficuldades que a qllanto util se antolham no

comeo. [oo.] A publicidade o sllstentaculo da liberdade. [oo.] Hoje institui-se a imprensai hoje, so atirados luz da publicidade os exemplares

do primeiro numero do jornali e ainda hoje que

a sociedade principia j a sentir a benefica

influencia d'essa magnifica instituio.

B. O., Praia, 12 de Novembro de 1871 Ass. Hipolito O. da Costa Andrade.

SURGIDA EM MINDELO (SO VICENTE), EM 1936,

a revista Claridade constitui um acontecimento deveras significativo sob diversos aspectos. A precocidade na ecloso da modernidade que animava o grupo da revista, no contexto das restantes literaturas em situao colonial , por certo, o mais evidente. Tomar como causa remota do sucesso cultural e literrio da Claridade a nica vontade e saber de algumas figuras individuais, por maior que seja o esclarecimento da sua conscincia, uma forma de fulanizao fcil, de recurso comum no contexto das vrias literaturas africanas. Tem a vantagem do grande efeito panegrico, como que por imitao dos aedos de tradio africana quando condecoravam os seus heris-mecenas com "poemas-divisa" de pompa e circunstncia. No mnimo, alm de no dispor de grande poder explicativo, tal costume "obreirista" fica por completo impedido de tomar em linha de conta os movimentos da cultura ou da historiografia literria.

No tem nada de esclarecedor reconhecer que a Claridade se seguiu a um "classicismo" dito pseudo-cabo-verdiano, que a "Certeza se seguiu Claridade, o 'Suplemento Cultural' Certeza e 'Sel' ao Suplemento Cultural", e assim sucessivamente, sem problematizao explicativa. Para cada revista uma gerao, para cada gerao uma etiqueta, como se cada uma em sequncia nada devesse ordem dos antecedentes culturais, cada uma renascendo das cinzas do caos anterior. A ordem lgica temporal e social que rege as coisas que se sucedem umas s outras no pode, forosamente, deixar de se entre tecer com a lgica da causalidade transformadora, sem o que os fenmenos seriam metforas de bolas deriva no mar dos acasos, a menos que fossem geridos por um qualquer determinismo transcendente.

Vem a propsito invocar as reflexes antropolgicas de Jorge Dias que sugerem o modelo terico talvez apropriado abertura de um per-

Reproduo do primeiro nmero da revista Claridade na edio comemorativa do seu cinquentenrio. Linda-a-Velha, ALAC, 1986. Fotografia de Laura Castro Caldas e Paulo Cintra.

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