do ato estÉtico ao ato polÍtico.rtf
TRANSCRIPT
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
1/14
DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO: UMA ANLISE DO CABELO E CORPODO NEGRO.
POLLYANNA FABRINI1
Email:[email protected]
Resumo
O presente traal!o tem como o"eti#o analisar o processo $e constr%&'o $a i$enti$a$e ne(ra)ser* le#a$o em conta +cones $ireto $essa constr%&'o como o caelo e corpo. Ao tratarmos $ecorpo e caelo, cate(oricamente aor$aremos o conte-to $as rela&es raciais instit%+$as nasocie$a$e rasileira e po$er* nos a"%$ar a compreen$er as $i#er(/ncias postas no sistema
classificat0rio racial rasileiro, e o moti#o pelo %al essa cate(oria&'o ain$a 3 t'o comple-ae oscilante no campo $a ne(a&'o4 aceita&'o $o s%"eito, pois, a forma e mo$os $essespentea$os carre(am e-presses sim0licas tanto $e arran"os $e %m ima(in*rio social %anto%ma politica i$entit*ria er(%i$a nas mem0rias $as l%tas sociais ne(ras. A tentati#a 3compreen$er o moti#o pelo %al o caelo crespo e o corpo ne(ro s'o s+molos representati#os%e po$em ser amplia$os e in$ica$os como posi&'o pol+tica $o in$i#+$%o. 5esse mo$o, a
partir $e an*lises ilio(r*ficas sore rela&es etnicorraciais, est%$o $o corpo e i$enti$a$e,#erificaremos o %anto o caelo e corpo $o ne(ro cont/m senti$os %e %ltrapassam o #is+#el,(%ar$an$o si(nifica$os sociais, !ist0ricos e atit%$es. 6entaremos corroorar com a asserti#a$e %e a e-press'o est3tica ne(ra 3 insepar*#el $o plano pol+tico e $os processos $e afirma&'o3tnica, em %e o corpo se torna %ma car(a si(nificati#a $e a&'o contra o racismo #ela$o.
Palavra cave: !e"ro# $%e!&$%a%e# ca'elo# cor(o)
A co!s&ru*+o soc$al %o cor(o !e"ro
Nosso corpo e se%s +cones i$entit*rios poss%em %ma e-tens'o si(nificati#a %e #ai
al3m $as %estes iol0(icas $e ca$a in$i#+$%o) o corpo poss%i %m a$iti#o semi0tico %e nos
permite in#esti(ar s%as representa&es e moti#a&es sim0licas.
A car(a sim0lica $o !omem 3 constit%+$a em meio ao coleti#o, o %e tam3m n'o
impe$e $e ser mo$%l*#el, %ma #e %e esse processo social 3 $in7mico. 8A e-peri/ncia $o
corpo 3 c%lt%ral e espec+fica $e ca$a socie$a$e. O esfor&o irreali*#el, a $or ins%port*#el, o
praer in$i+#el s'o mais crit3rios sanciona$os pela apro#a&'o o% $esapro#a&'o coleti#a $o
%e f%n&'o $e partic%lari$a$es in$i#i$%ais9. ;A?, p.
A reali$a$e posta 3 %e o corpo sofre infl%/ncias constantes $o meio social. Ali*s, esse
meio social mol$a o corpo para i$entificar caracter+sticas $o %e 3 socialmente permiti$o,
1;estran$a em i/ncias =ociais na
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
2/14
amoral, elo, aceit*#el, entre o%tros elementos. Po$eDse pensar %e constr%ir %m conte-to
i$entit*rio se fa por escol!as in$i#i$%ais, consoli$a$as em caracter+sticas $e apresenta&'o e
representa&'o social. 5e#emos nos ater ao fato $e %e esse processo $e e$ifica&'o n'o 3
pa%ta$o no contorno in$i#i$%al e $epen$e $e %ma orienta&'o, fomenta$a pelo social e
refleti$a na apresenta&'o in$i#i$%al.
O corpo tra$% em m%itos momentos fatos $o ima(in*rio social) conforme LE
BRE6ON 2G "* in$ica, o corpo 3 se$e $e #alores e s+molos tra$icionais. Esse processo
n'o est* $esassocia$o $o conte-to !ist0rico $a socie$a$e, por isso contri%i para a forma&'o
$e ima(in*rios. O racismo 3 %ma $eri#a&'o $este ima(in*rio social $o corpo. A ten$/ncia
classificat0ria $o !omem oci$ental pre$ispe %ma !ierar%ia&'o $as $iferen&as, s%stenta as
$iscrimina&es e esti(matia o corpo $o 8o%tro9.
=aemos %e o conte-to !ist0rico $o ne(ro, apreen$i$o no Brasil, parte $e est%$os
e%roc/ntricos #olta$os para o conte-to escra#a(ista, al3m $as teorias e%(enistas. A escra#i$'o
crio% %m con"%nto $e estere0tipos relaciona$os ao ne(ro, montan$o %m s%"eito (eral.
;, p.H $escre#e a rela&'o entre colonia$or e colonia$o, on$e consi$era
as caracter+sticas $o ne(ro conferi$as no coleti#o e sempre $eprecia$as:
(...) Todas as qualidades humanas sero retiradas do negro, uma por uma. Jamais
se caracteriza um deles individualmente, isto , de maneira diferencial. Eles so
isso, todos os mesmos. Alm do afogamento no coletivo annimo, a li!erdade,
direito vital reconhecido " maioria dos homens, ser# negada. $olocado " margem
da hist%ria, da qual nunca su&eito e sempre o!&eto, o negro aca!a perdendo o
h#!ito de qualquer participa'o ativa, at reclamar. o desfruta da nacionalidade
e cidadania, pois a sua contestada e sufocada, e o colonizador no estende ao seu
colonizado. (...) (*A+A, --, p./0)
Fomenta$o por esse mo#imento, nascem est%$os $os mais #aria$os para %alificar o
in$i#+$%o %anto Js s%as caracter+sticas fenot+picas, como o caso $a frenolo(ia e $a
antropometria, teorias cria$as para $ecifrar a capaci$a$e !%mana le#an$o em conta a
propor&'o e taman!o $o c3rero, assim como as me$i$as e tra&os $o rosto e corpo. Nas
me$i$as consi$era$as $esproporcionais e fora $o pa$r'o e%rope%, eram atri%+$as
caracter+sticas morais $%#i$osas, o s%"eito era classifica$o como criminoso, inferior e sem
inteli(/ncia.
Nesse per+o$o, as teorias raciais e a conse%ente e-cl%s'o racial $o ne(ro acaam por
consi$erar os tra&os morfol0(icos como caelo crespo, pele esc%ra, associa$os J
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
3/14
inferiori$a$e. Em oposi&'o, caelo liso, pele clara, rosto orto(nato eram caracter+sticas $a
s%periori$a$e $a esp3cie !%mana ranca. Koltan$o ao nosso foco $e pes%isa, o press%posto
racial nos permite %antificar a ma(nit%$e $a opress'o %e a pop%la&'o ne(ra sofre%. Al3m $o
ran&o $a escra#i$'o e to$os os se%s $es$oramentos !ist0ricos, a repress'o atin(i% tam3m o
pa$r'o est3tico. Preten$emos #erificar nesses +cones i$entit*rios, o corpo e o caelo $o ne(ro,
%ma simolo(ia pec%liar %e n'o $e#e ser $esprea$a. A e%(enia n'o s0 representa#a esse
pretenso mel!oramento (en3tico, como #inc%la#a o car*ter moral $os in$i#+$%os J s%a ori(em
racial. =MAR 1>>H nos a%-ilia na afirma&'o %an$o e-plicita:
(...) as ra'as constituiriam fenmenos finais, resultados imut#veis, sendo todo
cruzamento, por princ1pio entendido como erro. As decorr2ncias l%gicas desse tipo
de postulado eram duas3 enaltecer a e4ist2ncia de 5tipos puros6 7 e, portanto no
su&eitos ao processo de miscigena'o 8 e compreender a mesti'agem como
sinnimo de degenera'o no s% racial como social. (9$:;A/, p. 0?)
A inferiori$a$e atri%+$a ao ne(ro per$%ro% mesmo $epois $a r%+na $o sistema
escra#ista, at3 a transi&'o ao capitalismo. O in$i#+$%o ne(ro ain$a 3 #isto como %m ser
$imin%to, sen$o essa perspecti#a nat%ralia$a pelo campo social $e#i$o a to$a a(a(em
!ist0rica $o 8in$i#+$%o $e cor9. A l0(ica $a i$eolo(ia $ominante estaelece a falsa
$emocracia racial e le#a o pr0prio (r%po ne(ro, n'o poss%in$o concep&'o positi#a $entre os
se%s, a se sentir s%misso.
6o$o esse conte-to ain$a pre#alece em nossa socie$a$e, ancora$a em %ma i$eolo(ia
%e pretere s%"eitos. Ao tratar $e i$eolo(ia, po$emos recon!ec/Dla como %ma 8#is'o $e
m%n$o9 $a socie$a$e o% $e (r%pos $etermina$os, pa%ta$a em i$eais proposita$os,
re(%la$oras $as a&es $os in$i#+$%os e $as instit%i&es. Por #ees ela 3 posta como %mprinc+pio !omo(/neo, na tentati#a $e pa$roniar i$eias n'o $ifere %estes $e classe, (/nero
e ra&a caracterian$oDse por %ma estr%t%ra capa $e mens%rar a reali$a$e. Fomenta %m
ima(in*rio social constr%in$o cren&as, #alores e representa&es sociais, mas s%a l0(ica est*
#inc%la$a ao interesse $o (r%po $ominante. O corpo, como sistema $e e-press'o, conse(%e
le#ar em se% si(no, ao transpor as $issimetrias sociais e a $esi(%al$a$e, a pr0pria conota&'o
$e po$er. 5essa forma conse(%imos #isl%mrar %e a apropria&'o $e re(ras e c0$i(os sociais
$if%n$e em s%a con"%nt%ra #alores e comportamentos pa%ta$os na #is'o $e %ma classe
$ominante. Esse press%posto "* con$i com a ar(%menta&'o $e O;E=, p.2H, essa $i#is'o
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
4/14
$elimita$a por %em $et3m o po$er e intro"eta pa$res e re(ras sociais %e acaam por for&ar
%ma fr%stra&'o e %m senti$o $e inferiori$a$e a %em est* J mar(em $essa l0(ica.
O caelo e o corpo $o ne(ro ain$a s'o a#alia$os no conte-to c%lt%ral $e %masocie$a$e pa%ta$a pelo esti(ma racial, sen$o se%s tra&os ain$a postos J mar(em $e %m
mo$elo #i(ente. om essas pon$era&es conse(%imos compreen$er %e os conflitos #i#i$os
por ne(ros e ne(ras, na constr%&'o $a i$enti$a$e racial, perpassam o cri#o $e aceita&'o e
re"ei&'o. 5e#emos consi$erar to$o esse processo $e me$ia&'o como imposi&'o ori%n$a $o
campo sim0lico.
Partil!an$o $a i$eia $e BO> no %e se refere J $omina&'o sim0lica,
$estacamos s%a imrica&'o com o termo $e #iol/ncia sim0lica. =aeDse %e $omina&'o e#iol/ncia s'o conte-tos $istintos, mas na an*lise $o a%tor amas est'o m%ito pr0-imas, sen$o
a $omina&'o conse%/ncia $as #iol/ncias sim0licas, relaciona$as ao %so $o po$er $a classe
$ominante. Esse po$er parte $e %ma estr%t%ra $e imposi&es $e %m $isc%rso %e farica
cren&as e pa$res a serem se(%i$os, pelos %ais as pessoas constroem comportamentos e
mo$os $e #i#er em socie$a$e. =empre pon$eramos #iol/ncia em se% senti$o f+sico, mas o
$omina$or tam3m coa(e $e forma ps+%ica. A sit%a&'o cria$a pela #iol/ncia sim0lica le#a o
in$i#+$%o a se sentir inferioria$o, por n'o correspon$er J l0(ica imposta pelo $isc%rso
$ominante.
No conte-to !ist0rico escra#a(ista rasileiro, tam3m conse(%imos perceer %e o
con"%nto $o caelo com a cor $a pele enaltece %ma elea ranca em $etrimento $a ne(ra,
respal$a$a pelo racismo %e inferioria %ma etnia em $etrimento $e o%tra. Na escra#i$'o, a
te-t%ra $o caelo e as n%ances $a cor $a pele eram crit3rios $e classifica&'o $os escra#os e
escra#as. A $istri%i&'o $os traal!os no interior $a casaD(ran$e o% para traal!os $e (an!o
eram atri%+$as aos escra#os mais claros.
O ne(ro, nesse conte-to, tenta#a se a$aptar a sit%a&es para se $es#encil!ar $o
racismo. Nessa circ%nst7ncia, mais $o %e a cor $a pele, o caelo era o elemento %e
e#i$encia#a o pertencimento 3tnico. om o crescente processo $e misci(ena&'o, a sit%a&'o
ass%me maior comple-i$a$e. Os primeiros !omens e m%l!eres $escen$entes $as rela&es
interDraciais nasciam mais claros, e se ti#essem sorte $e apresentar os caelos menos crespos,
conse(%iriam se eneficiar $e certa forma.
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
5/14
$e pele mais clara, mas com o caelo crespo, cria#a s%terfC(ios para se encai-ar em %m
pa$r'o $e aceita&'o. Al(%ns escra#os $o se-o masc%lino raspa#am s%as cae&as para se li#rar
$a e#i$encia (en3tica) as m%l!eres conse(%iam se encai-ar no perfil $e 8m%lata9 se os
caelos fossem mais pr0-imos $os lon(os e anela$os.
O mito $a $emocracia racial foi pre"%$icial na me$i$a em %e alcan&o% %ma parcela
$a pop%la&'o ne(ra, faen$o com %e a mesma imer(isse na pa$ronia&'o $os mol$es
e%ropeia$os. Receiam tal con$i&'o na possiili$a$e $e %ma aceita&'o social. Isso acarreto%
certa per$a $e %m referencial $e ra&a e na conse%ente $es#aloria&'o $a ne(rit%$e. 6al
processo $esenca$eo% em %ma re"ei&'o nas no#as (era&es %e, ao in#3s $e se perceerem
como ne(ros, proc%ram sentirDse aceitos e, para isso, inseremDse n%ma tentati#a fr%strante aos
mol$es f+sicos $o ranco.
Nosso pa+s ain$a ari(a o preconceito e a $iscrimina&'o $e formas #ela$as. Na teoria,
o preconceito 3 posto como $espre+#el, mas na pr*tica ele impera "%nto Js mais #aria$as
a&es coti$ianas. No at%al sistema $e classifica&'o racial rasileiro, $etermina$as formas $e
manip%lar o caelo possiilitam aos mesti&os %e se i$entifi%em en%anto ne(ros o% f%"am
$esse tipo $e i$entifica&'o. =e os caelos crespos po$em $ar $esta%e J i$enti$a$e ne(ra,
re"eitar esse componente 3 ne(ar o pr0prio corpo, 3 cam%flar o pertencimento 3tnico.
AceitarDse ne(ro implica %ma ressi(nifica&'o $esse pertencimento 3tnico, %e passa
pelo processo primeiro $e ne(a&'o4re"ei&'o, aceita&'o4afirma&'o $o se% corpo. O;E=,
2, p.2H. =e o caelo crespo 3 associa$o ao s%"eito ne(ro, po$eDse inc%lcar a i$eia $e %e
m%$ar a te-t%ra $o caelo implica simolicamente a possiili$a$e $e 8emran%ecer9. Essa
forma $e pensar atin(e a constr%&'o $a i$enti$a$e ne(ra, como se a 8mel!ora9 $o caelo
fosse esten$i$a para %ma mel!ora $e stat%s social.
Por uma ,es&-&$ca A.ro/)
=aen$o %e a constr%&'o $a i$enti$a$e ne(ra 3 %m processo comple-o e repleto $e
elementos si(nificati#os, compreen$emos essa constr%&'o como al(o $oloroso para o
in$i#+$%o $e cor ne(ra, o %al, $es$e a escra#ia&'o $e s%a etnia, sofre% %ma r%pt%ra com s%a
!ist0ria e c%lt%ra, %m $istanciamento $e se%s pares e principalmente %ma inc%lca&'o $e
inferiori$a$e. Nesta confi(%ra&'o, notamos %e essa premissa torna a constr%&'o o% o res(ate
$a i$enti$a$e %m e-erc+cio $if+cil e por m%itos ne(a$o. Partin$o $este press%posto,
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
6/14
analisamos como %ma forte i$eolo(ia #in$a $os pa$res $o $ominante mol$es $os rancos
e-erce intenso $om+nio ain$a em tempos at%ais. Este esti(ma fa com %e o in$i#+$%o ne(ro e
mesti&o ne(ocie a to$o o momento a s%a i$enti$a$e, ora ass%min$o s%a ne(rit%$e %an$o
permiti$o o% con#eniente, ora se acomo$an$o aos pa$res $e aceite social.
A i$enti$a$e $o ne(ro atra#essa antes o corpo, e $epois $o corpo 3 %e se esten$e para
a c%lt%ra, !ist0ria, reli(i'o, etc. =e o s%"eito n'o se ass%me en%anto tal, refor&a a $ific%l$a$e
$a constr%&'o $a i$enti$a$e. O preconceito racial 3 %ma atit%$e $esfa#or*#el em rela&'o aos
memros $a pop%la&'o ne(ra, e $e certa forma contri%i para promo#er esti(mas tam3m
arrasta$os para o conte-to i$entit*rio, se"a $e#i$o J apar/ncia, se"a $e#i$o a to$a o% parte $a
ascen$/ncia 3tnica. Nos se%s est%$os, NO
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
7/14
O;E= 2G #/ a constr%&'o $a i$enti$a$e como %m processo social. A partir $o
momento %e a a#alia&'o $o o%tro (era rea&es $i#ersas, n'o po$emos tratar a i$enti$a$e
apenas como %m processo partic%lar, ele 3 $es$ora$o para o social. Esse ol!ar $o o%tro opera
m%$an&as, "* %e os pr0prios pa$res est3ticos tam3m est'o consoli$a$os em se% interior,
po$en$o ser ta-ati#a a opini'o posta, ocasionan$o %ma a%toDre"ei&'o. Esse 3 %m processo
poss+#el $e acontecer por conta $a l0(ica !ist0rica4sim0lica %e por #ees permeia a
constr%&'o i$entit*ria $o ne(ro, em $a$a me$i$a para al(%ns a %sca $e %ma i$eal anco
ain$a 3 o $ese"*#el, promo#en$o a proc%ra $e %m i$eal inalcan&*#el e, por esse moti#o,
fr%strante e penoso. No entanto !* o%tro mecanismo i$entit*rio %e ref%ta o s%pracita$o %e 3
%an$o o ne(ro se i$entifica com as referencias politicas constit%+$as nas l%tas sociais,
afirman$oDse en%anto ne(ro.
Ao lon(o $a !ist0ria a constr%&'o $e %ma i$enti$a$e ne(ra se forma com ase em
aspectos !ist0ricos $epreciati#os, o %e $e fato contri%i para %ma ne(a&'o $essa i$enti$a$e.
Esses conflitos est'o $il%+$os nas pr0prias rela&es raciais $o Brasil, passan$o pelos
contornos corp0reos. O corpo e o caelo ne(ro po$em ser #istos como +cones $e
apro-ima&'o o% afastamento $a ne(rit%$e. A manip%la&'o $esses +cones po$e representar a
tentati#a $e apro-ima&'o $e %m i$eal ranco, para se afastar $os pre$ica$os !ist0ricos $e
inferiori$a$e esten$i$a ao corpo ne(ro, mas tam3m po$em in$icar %ma afirma&'o 3tnica.
Essa 3 %ma !ip0tese recorrente, enten$i$a como %m processo $e re"ei&'o $a i$enti$a$e ne(ra,
mas n'o po$emos $esconsi$erar %e a escol!a para tal altera&'o comporta #*rios senti$os
s%"eti#os. Essa l0(ica $e an%la&'o $a i$enti$a$e po$e at3 se"a asserti#a, mesmo %e $e forma
inconsciente pelo in$i#+$%o, mas em (ra%s #aria$os saemos %e m%itos, apesar $e tal
inter#en&'o est3tica, se saem en%anto ne(ros.
A in#ers'o $essa manip%la&'o i$entit*ria tam3m est* relaciona$a ao conte-to $asl%tas sociais ne(ras, %e $e certa forma promo#eram %ma #aloria&'o est3tica. =aerDse ne(ro
e se colocar $e forma afirmati#a perante o social, enaltecen$o esses +cones $a i$enti$a$e,
contri%i para %ma posi&'o politica %e positi#a a est3tica afro. A est3tica afro cita$a na
pes%isa se refere ao tratamento $o elo com proce$/ncia e ori(em africana, com $eri#a&es
afro %e res(atam a ne(rit%$e.
Lu&as soc$a$s !e"ras e sua valor$0a*+o %a es&-&$ca A.ro)
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
8/14
Ao falarmos $e %ma i$enti$a$e ne(ra, 3 imposs+#el ne(ar se% preceito $e infl%/ncias.
Os mo#imentos %e $e certa forma l%taram4l%tam pela #aloria&'o $o ne(ro na socie$a$e s'o
pontes $e e-tens'o "%nto J l0(ica $e $esconstr%&'o $e %m i$eal ranco.
No Brasil, $%rante o s3c%lo I, as conten$as %e se referem aos conflitos
%ilomolas, a&es aolicionistas e at3 mesmo a(re(a&es reli(iosas "* circ%nscre#iam o
$escontentamento $o ne(ro pela s%a sit%a&'o $esfa#or*#el. Ao a$entrar o s3c%lo , em
espec+fico a partir $e 1>H, com a con$i&'o $o traal!o assalaria$o $e %m capitalismo
e-cl%$ente, as l%tas sociais ne(ras passam a ser fomenta$as e o%#i$as nas ci$a$es rasileiras
%e se tornam o loc%s $o conte-to %rano e $as $in7micas se(re(acionistas e rei#in$icat0rias.
ont%$o, nos pa%taremos em %m recorte !ist0rico on$e se sit%a $e forma e#i$ente o conte-to
$e #aloria&'o est3tica $os mesmos.
A Frente Ne(ra Brasileira FNB foi %ma $essas l%tas sociais ne(ras, importante no
conte-to $e rei#in$ica&'o pol+tica no s3c%lo . O mo#imento ori%n$o $a ci$a$e $e ='o
Pa%lo traia em se% c%n!o pol+tico a inser&'o $o ne(ro em espa&os $e incl%s'o, como o
merca$o $e traal!o. No processo $e in$%strialia&'o, o ne(ro era preteri$o em rela&'o ao
imi(rante e%rope%, a%mentan$o ain$a mais o %a$ro $e $esi(%al$a$e. A meta $o mo#imento
era moiliar os ne(ros para altera&'o $esse %a$ro, inte(ran$oDos na socie$a$e, inserin$oDosna or$em #i(ente e comaten$o a $iscrimina&'o latente.
A pa%ta rei#in$icat0ria $a FNB toca#a nas $efici/ncias $o capitalismo em rela&'o ao
ne(ro. At%almente 3 enten$i$a por m%itos como %ma pol+tica inte(racionista. Prop%n!am %ma
transforma&'o $entro $a pr0pria or$em #i(ente, sem %estionar m3to$os e%roDoci$entais $a
socie$a$e, respons*#eis por imp%tar ao ne(ro %m papel s%ser#iente. O mo$o $e con$%ta $o
mo#imento n'o permitia a refle-'o a respeito %ma i$enti$a$e ne(ra, mas n'o po$emos ne(ar
%e s%a a&'o contri%i% para #isl%mrar inCmeros prolemas $a pop%la&'o ne(ra,
e#i$encian$o a $ific%l$a$e $e aceita&'o em espa&os como cinema, teatro, etc. A FNB
mante#eDse at3 o ano $e 1>H?, tornan$oDse ile(al no per+o$o (et%lista, mas ain$a assim,
mesmo na clan$estini$a$e, contin%a#a s%a moilia&'o em prol $a l%ta $e $ireitos $a
pop%la&'o ne(ra.
Em 1> s%r(e o%tro mo#imento com ases na FNB, $enomina$o 6eatro E-perimental
$o Ne(ro 6EN. Al3m $o se% car*ter pol+tico, poss%+a car*ter e$%cati#o na forma&'o $as
com%ni$a$es afroDrasileiras e, em se% 7ma(o, a #aloria&'o $a elea ne(ra. 6raia em s%a
pa%ta a import7ncia $o res(ate $a i$enti$a$e africana. O int%ito era faer com %e a ima(em
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
9/14
$o ne(ro fosse $es#inc%la$a $a $eprecia&'o, $o imperfeito. O 6EN foi f%n$a$o pelo +cone
A$ias Nascimento, %e %sca#a estim%lar na pop%la&'o ne(ra s%a i$enti$a$e, a aceita&'o $e
s%a ima(em por tanto tempo ne(a$a, oprimi$a e $esconstr%+$a por %m pa$r'o e%rope%
instit%+$o. Acoplo% ao pro"eto pol+tico $o 6EN tam3m %ma #ertente art+stica.
Para al3m $a inser&'o $o ne(ro na socie$a$e, acre$ita#a %e com essa forma&'o
pol+tica, e$%cati#a e art+stica a pop%la&'o ne(ra conse(%iria %ma ascens'o n'o s0 econmica,
mas social, pol+tica e c%lt%ral $e s%a con$i&'o. Promo#ia em se% pro"eto pe&as teatrais on$e os
artistas ne(ros eram $esta%e, enfrenta#am pap3is $e prota(onistas e e#ita#am participa&es
apenas em pap3is $e s%or$ina$os como a $om3stica, a m'e preta coin!eira, o /a$o o% o
mole%e $e reca$os. O 6EN tam3m conta#a com a promo&'o $e conc%rsos $e elea como
Rain!a $as ;%latas e Boneca $e Pi-e, em %e a e#i$/ncia era os contornos est3ticos afroD
rasileiros, $estina$os Js m%l!eres $e cor ne(ra. ;%itas cr+ticas po$em s%r(ir por conta na
nomenclat%ra pe"orati#a $e tais conc%rsos. Em nosso conte-to at%al realmente n'o seria
coerente inserir tais terminolo(ias, mas na%ela 3poca era a forma $e se ter #isiili$a$e e
enfatiar a presen&a ne(ra em tais espa&os. A ess/ncia $o 6eatro E-perimental $o Ne(ro era
traer J tona a afirma&'o $a i$enti$a$e ne(ra.
O processo $esenca$ea$o por essas manifesta&es ne(ras $e c%n!o pol+tico e c%lt%ralformo% %m conteC$o !ist0rico no %al m%itos "o#ens ne(ros $e no#as (era&es alimentaram
se%s anseios antirracistas e $e afirma&'o positi#a J elea ne(ra. N'o se po$e ne(ar %e essa
rela&'o $e estima est3tica afro, foi conferi$a pelos contornos $os $i#ersos per+o$os $as l%tas
sociais ne(ras, paralelo ao se% (ra% $e moilia&'o e conscientia&'o.
A a.$rma*+o %e uma $%e!&$%a%e !e"ra
om o in$icati#o $e #aloria&'o $a est3tica afro, atri%+$a aos m3ritos $as $i#ersas
moilia&es $os ne(ros, po$emos a$entrar o ass%nto %e remete a %m processo pol+tico
impl+cito, aos mol$es $as rein#in$ica&es $o mo#imento social ne(ro, manter se% #is%al
nat%ral em meio a %ma socie$a$e pa%ta$a na 8$ita$%ra $o liso9, o% pa$r'o raspa$o para os
!omens ne(ros, tornaDse %ma a&'o pol+tica %e interfere n%ma #is'o $e m%n$o racista e
preconceit%osa. Ao operar na micropol+tica, $e po%co a po%co, os caelos crespos %e
in$ica#am %ma s%miss'o $o ne(ro ao ranco, passam a ser aor$a$os $e forma a acent%ar aest3tica afro. Por mais %e, em %m processo $e altera&'o $o #is%al, n'o se"a atri%+$a %ma
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
10/14
rela&'o $ireta $e po$er, n'o se po$e ne(ar %e ass%mir posi&'o nesse caso na post%ra
est3tica 3 %m processo $e afirma&'o pol+tica. ;esmo %e implicitamente, essa a&'o $e
afirma&'o est3tica %e remete a ne(rit%$e #em acompan!a$a $e inten&es %e aparecem
$esartic%la$as, mas o $irecionamento #ai em prol $e enfrentamento $as $istintas e-peri/ncias
$e mar(inalia&'o. Para al3m $o est3tico, a apar/ncia afro transmite mensa(ens co(niti#as
%e #'o ao encontro $o fortalecimento $a a%toestima at3 aarcar a conscientia&'o $e %ma
pop%la&'o oprimi$a.
Para a a%tora ;aria LCcia ;ontes 1>>G, no Brasil, a %est'o racial se transformo%
em %est'o 3tnica e !o"e 3 essencialmente %ma %est'o pol+tica, %ma %est'o $e afirma&'o $e
$ireitos $a%eles %e foram por s3c%los esti(matia$os. Ent'o o preconceito racial 3 %ma
atit%$e $esfa#or*#el em rela&'o aos memros $e %ma pop%la&'o, aos %ais se tem como
con$ena$os, se"a $e#i$o J apar/ncia, se"a $e#i$o a to$a o% parte $a $escen$/ncia 3tnica. N'o
po$emos encarar a fal*cia $e %ma inferiori$a$e $o ne(ro, estaeleci$a por %ma parcela
$ominante em nossa socie$a$e, como al(o nat%ralia$o e concretia$o.
om ase nas an*lises !ist0ricas, conse(%imos #erificar %e a inferiori$a$e $o ne(ro 3
%ma constr%&'o social espec+fica, i$eol0(ica, pa%ta$a no preconceito racial e em s3c%los $e
e-plora&'o $e (r%pos 3tnicos $istintos, %e compartil!a#am a mesma cor $e pele. Por essemoti#o nos permitimos ima(inar formas $iferentes $e or$enar a socie$a$e para acaar com
este mal. O processo $e afirma&'o $os ne(ros 3 %ma posi&'o %e reconfi(%ra o conte-to
racista. Ela $* #isiili$a$e e in$iretamente s%scita $isc%sses a respeito $e perten&a 3tnica e
transforma o conte-to $as rela&es interDraciais. ertamente m%itos ne(ros $e nossa socie$a$e
n'o partil!a#am $e %m laor militante o% $e a&es s%scritas a %m mo#imento social, mas o
fato $e (erarem %ma conscientia&'o $e to$o conte-to repressor, $e %m #is%al consi$era$o
sec%n$*rio nos pa$res est3ticos $e elea, e positi#ar esse #is%al para $eclarar s%a etnia, paraal3m $a afirma&'o $e %ma i$enti$a$e ne(ra, 3 a $eclara&'o $e %ma posi&'o pol+tica.
A %sca $e %ma i$enti$a$e, apesar $e comple-a e $in7mica, %an$o se apro-ima $as
ori(ens %e remetem J ne(rit%$e $os in$i#+$%os, permite %ma %era $os pa$res est3ticos
sociais $ominantes e tornaDse %ma afirma&'o $a i$enti$a$e ne(ra. om essa an*lises
compreen$emos %e a con"%nt%ra pol+tica transpassa o plano i$eol0(ico tornan$oDse not*#el
na representa&'o est3tica.
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
11/14
Co!s$%era*1es
S%an$o esten$emos a $isc%ss'o $a i$enti$a$e ne(ra para a socie$a$e $e mo$o (eral,
ca+mos em %m impasse %e 3 o pr0prio sistema $e classifica&'o 3tnica no Brasil. 5e acor$ocom a classifica&'o $o IBE, preto e par$o correspon$em ao se(mento ne(ro. Na tentati#a $e
ameniar a sit%a&'o $o par$o, temos como cost%me cam%flar s%a classifica&'o ne(ra em
o%tros termos. 5entre os mais com%ns i$entificamos o termo moreno, m%lato, ronea$o,
marrom 5atafol!a,1>>. onforme o conte-to !ist0rico $o ne(ro no Brasil, "* referen$a$o
neste traal!o, o caelo 3 consi$era$o %m +cone $a $i#ersi$a$e !%mana, 3 %m elemento
c%lt%ral e por isso repleto $e s+molos e $e si(nifica$os. =aemos %e o caelo $o ne(ro n'o 3
o cerne $o prolema, mas sim as representa&es ne(ati#as constr%+$as em torno $e %ma
!ierar%ia&'o racial. O %e se pe como prolem*tico no caso $o caelo $o in$i#+$%o ne(ro
3 %e ele po$e ser #isto como s+molo $e elea, tanto %anto e%i#oca$amente inferiori$a$e
racial.
A partir $o momento %e o ne(ro manip%la se% caelo com pro$%tos %+micos, essa
a$apta&'o $e se%s aspectos f+sicos po$e ser $eco$ifica$a como tentati#a $e se en%a$rar nas
e-i(/ncias sociais !e(emnicas, po$e ser enten$i$a como %ma maneira $e ameniar s%a
ne(rit%$e. Analisar o moti#o %e le#a esses s%"eitos a efet%arem tal altera&'o nos le#aria a#*rias !ip0teses. Po$emDse $e$%ir al(%mas ca%sas como: prefer/ncia, estilo, e a n'o
aceita&'o $e s%a etnia. Ass%mir %ma i$enti$a$e ne(ra no %e tan(e o caelo crespo est*
#inc%la$o J %era $e simolo(ias estaeleci$as socialmente. N'o preten$o afirmar %e os
in$i#+$%os ne(ros %e ten!am caelo alisa$o o% raspa$o, n'o compreen$em a s%a con$i&'o
en%anto ne(ro, mas acre$itar %e a $omina&'o sim0lica po$e por #ees contri%ir para essa
post%ra, 3 ao menos %m ar(%mento rele#ante.
O fato $e e-altar a ne(rit%$e tam3m si(nifica %ma constr%&'o i$eol0(ica $e %m
(r%po, 3 %ma cr+tica Js rela&es $e po$er inseri$as nas rela&es sociais4 interraciais. Os
i$e*rios $as l%tas sociais ne(ras, o mo#imento antirracista %scam %ma politia&'o $a
consci/ncia ne(ra, enfatian$o a import7ncia $a ne(rit%$e no int%ito $e faer com %e os
ne(ros promo#am a&es contesta$oras na inten&'o $e $imin%ir as $ist7ncias sociais. =aemos
%e m%itas $as #ertentes $o mo#imento ne(ro %tiliam o #is%al est3tico ne(ro como forma $e
contesta&'o. Po$e at3 aparentar aos nossos ol!os apenas %ma conota&'o f+sica, mas $e fato
tam3m se mol$a em %ma constr%&'o c%lt%ral, $entro $e %m (r%po e man%sea$apoliticamente. Por meio $essa politia&'o, alerta os ne(ros sore a import7ncia $a ne(rit%$e.
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
12/14
Entretanto, ra$icaliar esta con$%ta po$e inci$ir na aten%a&'o $as $iferen&as o% na imposi&'o
$e %ma #is'o i$eol0(ica $a ne(rit%$e. N'o po$emos es%ecer %e a i$enti$a$e acompan!a
%m $inamismo social e en(ess*Dlo a %m pa$r'o !e(emnico o% %m pa$r'o $a ne(rit%$e 3
i(norar %e o in$i#i$%o ne(ro possa ter consci/ncia $e s%a perten&a en%anto tal, mas ao
mesmo tempo %s%fr%ir $as possiili$a$es $e %ma i$enti$a$e mCltipla.
O caelo $o ne(ro, na socie$a$e rasileira, f%nciona como %ma lin(%a(em: aceit*Dlo 3
positi#ar %m #is%al %e est* J mar(em $o mo$elo pa$r'o, 3 contri%ir para o afloramento $e
%ma i$enti$a$e ne(ra e %ma posi&'o pol+tica afirmati#a $e s%a etnia. Fin$ar essa pes%isa
permiti% n'o s0 compreen$er o %e os est%$antes %ni#ersit*rios ne(ros pensam sore s%a
apar/ncia, mas como pensam $e si pr0prios na con"%nt%ra $as rela&es raciais.
Re.er2!c$as B$'l$o"r3.$cas
AN5RT, ;aria $a onsola&'o. O ser !e"ro 4 A co!s&ru*+o %e su'5e&$v$%a%es em a.ro4
'ras$le$ros)1U e$. Bras+lia: LE e$itora, 2.
BO.
FANON, Frant. Pele Ne"ra7 M3scaras 'ra!cas. 6ra$%&'o $e Renato $a =il#eira. =al#a$or:
E5
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
13/14
LE BRE6ON, 5a#i$. A soc$olo"$a %o cor(o. 6ra$%&'o $e =onia ;. =. F%!rmann. Petr0polis:
Koes, 2G.
VVVVV. A!&ro(olo"$a %o cor(o e mo%er!$%a%e. 1U e$. Petr0polis: Koes, 211.
LEA, E$m%n$. aelo m*(ico. In: 5A ;A6A, Roerto or(. Cole*+o Gra!%es
c$e!&$s&as Soc$a$s)='o Pa%lo, n.H, p.1H>D1G>,1>H.
;A, n.1, p. 2?DH, no#. 2G.
=AN6O=, islene Apareci$a $os. A $!ve!*+o %o se !e"ro 4 um (ercurso %as $%e$as ue
!a&ural$0am a $!.er$or$%a%e %os !e"ros)1U e$. ='o Pa%lo: Pallas, 22.
=MAR, Lilia ;orit. O Es(e&3culo %as Ra*as ; c$e!&$s&as7 $!s&$&u$*1es e ues&+o
rac$al !o Bras$l ?4H.
-
7/24/2019 DO ATO ESTTICO AO ATO POLTICO.rtf
14/14