d.l. n.” 106/98 salvaguarda de direitos norma revogatória · 865 artigo 14.” salvaguarda de...

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865 Artigo 14.” Salvaguarda de direitos 1 O pessoal que à data da entrada em vigor dos decretos regulamentares a que se referem os artigos anteriores esteja a auferir, ainda que com diferente designaçªo, suplementos remuneratórios pelo exercício de funçıes em condiçıes de risco, penosidade ou insalubridade de valor superior ao que vier a ser estabelecido, mantØm o direito a esse valor enquanto este nªo for atingido por efeito de futuras revisıes e actualizaçıes. 2 O valor referido no nœmero anterior Ø calculado em funçªo dos montantes devidos por ano civil e pago em 12 meses. 3 MantŒm-se as compensaçıes de natureza nªo remuneratória existentes à data da entrada em vigor do presente diploma, para o pessoal que delas jÆ beneficie, atØ à entrada em vigor do decreto regulamentar respectivo. Artigo 15.” Norma revogatória Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, sªo revogadas, com a publicaçªo dos decretos regulamentares, todas as disposiçıes legais, gerais e especiais em vigor sobre a matØria objecto do presente decreto-lei. Artigo 16.” Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia 1 do mŒs seguinte ao da sua publicaçªo. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Fevereiro de 1998. Promulgado em 4 de Março de 1998. Publique-se. O Presidente da Repœblica, ... Referendado em 5 de Março de 1998. O Primeiro-Ministro, ... D.L. n.” 106/98 AJUDAS DE CUSTO E TRANSPORTE Decreto-Lei n.” 106/98 de 24 de Abril O regime jurídico do abono de ajudas de custo e transporte ao pessoal da Administraçªo Pœblica, quando deslocado em serviço pœblico em território nacional, encontra-se fixado hÆ cerca de 20 anos, no Decreto-Lei n.” 519-M/79, de 28 de Dezembro. Este regime tem-se mostrado, no essencial, adaptado à realidade. PorØm, justifica-se a introduçªo de um conjunto significativo de alteraçıes pontuais, de molde a adequa-lo à nova realidade económica e social, contribuindo, ao mesmo tempo, para dignificar os funcionÆrios e agentes da Administraçªo Pœblica, quando no exercício das suas funçıes pœblicas. A maioria das modificaçıes que ora se efectuam Ø resultado das negociaçıes efectuadas no âmbito do acordo salarial para 1996 e compromissos de mØdio e longo prazo, celebrado com as organizaçıes dos trabalhadores da Administraçªo Pœblica, de entre as quais se realçam: a inclusªo, no âmbito do diploma, do pessoal contratado a termo certo; a adopçªo do conceito de domicílio necessÆrio consagrado no artigo 87.” do Código Civil e a consagraçªo da faculdade de os funcionÆrios e agentes optarem pelo reembolso das despesas de alojamento D.L. n.” 106/98

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Artigo 14.ºSalvaguarda de direitos

1 � O pessoal que à data da entrada em vigor dos decretos regulamentares a que se referem os artigosanteriores esteja a auferir, ainda que com diferente designação, suplementos remuneratórios pelo exercício defunções em condições de risco, penosidade ou insalubridade de valor superior ao que vier a ser estabelecido,mantém o direito a esse valor enquanto este não for atingido por efeito de futuras revisões e actualizações.2 � O valor referido no número anterior é calculado em função dos montantes devidos por ano civil e pago em12 meses.3 � Mantêm-se as compensações de natureza não remuneratória existentes à data da entrada em vigor dopresente diploma, para o pessoal que delas já beneficie, até à entrada em vigor do decreto regulamentarrespectivo.

Artigo 15.ºNorma revogatória

Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, são revogadas, com a publicação dos decretos regulamentares,todas as disposições legais, gerais e especiais em vigor sobre a matéria objecto do presente decreto-lei.

Artigo 16.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia 1 do mês seguinte ao da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Fevereiro de 1998.Promulgado em 4 de Março de 1998.Publique-se.O Presidente da República, ...Referendado em 5 de Março de 1998.O Primeiro-Ministro, ...

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AJUDAS DE CUSTO E TRANSPORTE

Decreto-Lei n.º 106/98de 24 de Abril

O regime jurídico do abono de ajudas de custo e transporte ao pessoal da Administração Pública, quandodeslocado em serviço público em território nacional, encontra-se fixado há cerca de 20 anos, no Decreto-Lein.º 519-M/79, de 28 de Dezembro.Este regime tem-se mostrado, no essencial, adaptado à realidade. Porém, justifica-se a introdução de umconjunto significativo de alterações pontuais, de molde a adequa-lo à nova realidade económica e social,contribuindo, ao mesmo tempo, para dignificar os funcionários e agentes da Administração Pública, quandono exercício das suas funções públicas.A maioria das modificações que ora se efectuam é resultado das negociações efectuadas no âmbito do acordosalarial para 1996 e compromissos de médio e longo prazo, celebrado com as organizações dos trabalhadoresda Administração Pública, de entre as quais se realçam: a inclusão, no âmbito do diploma, do pessoal contratadoa termo certo; a adopção do conceito de domicílio necessário consagrado no artigo 87.º do Código Civil e aconsagração da faculdade de os funcionários e agentes optarem pelo reembolso das despesas de alojamento

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contra a apresentação de recibo da despesa efectuada em estabelecimento hoteleiro até 3 estrelas ouequivalente, desde que estes hajam celebrado acordo com o Estado.Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, as associações sindicais e a AssociaçãoNacional dos Municípios Portugueses.Assim:

Nos termos do n.º 5 do artigo 112.º e da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decretao seguinte.

CAPÍTULO IDisposições gerais

Artigo 1.ºÂmbito de aplicação pessoal

1 � Os funcionários e agentes da administração central, regional e local dos institutos públicos, nasmodalidades de serviços públicos personalizados e de fundos públicos, quando deslocados do seu domicílionecessário por motivo de serviço público, têm direito ao abono de ajudas de custo e transporte, conforme astabelas em vigor e de acordo com o disposto no presente diploma.2 � Têm igualmente direito àqueles abonos os membros do Governo e dos respectivos gabinetes.3 � O disposto no presente diploma é aplicável, com as necessárias adaptações, ao pessoal contratado atermo certo que exerça funções em serviços e organismos referidos no n.º 1.

Anotação:I � São requisitos da atribuição de ajudas de custo, que a deslocação (quando em território nacional) do trabalhador seefectue:

- por motivo de serviço público (n.º 1 do art.º 1.º);- para fora do domicílio necessário (n.º 1 do art.º 1.º);- para além de uma certa distância (salvo nas situações previstas no art.º 10.º) � art.º6.º;- durante um determinado período de tempo ou implique alojamento (art.ºs 3.º a 6.º e 8.º).

Relativamente às deslocações ao e no estrangeiro, ver o DL n.º 192/95, de 28.07.II � O conceito de domicílio necessário é, para efeitos de abono de ajudas de custo, fornecido pelo art.º 2.º.III � Cfr. também o art.º 87.º do Código Civil.IV � O n.º 3 deve ser compatibilizado com o disposto no n.º 3 do art.º 1.º, da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio.A prescrição da aplicação, com adaptações, do disposto naquele diploma, ao pessoal contratado a termo certo, implica a derrogaçãode algumas normas do presente Decreto-Lei.A nosso ver, desde logo as dos art.ºs 27.º, n.º 4 e 38.º.Aquele remete para este último, o qual, por sua vez, remete �Os montantes das ajudas de custo e subsídio de transportes� para odiploma legal que fixar anualmente as remunerações dos funcionários e agentes da Administração Pública.Ora, por força do referido preceito da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio, os contratados a termo certo têm direito a negociarcolectivamente as suas condições de trabalho em conformidade com o disposto na �legislação geral referente à regulamentaçãocolectiva das relações de trabalho�, o mesmo é dizer, nos termos consagrados no Decreto-Lei n.º 519-C-1/79, de 29 deDezembro, sendo certo que os acordos obtidos ao abrigo de tal diploma se formalizam em convenções colectivas (C.C.T;A.C.T.; A.E.), decisões arbitrais ou acordos de adesão (n.º 1 do art.º 2.º), só sendo admissível o recurso à via administrativaquando se mostre inviável a via negocial.O processo negocial das convenções colectivas é diverso do consagrado para os funcionários agentes, nomeadamentequanto à resolução de conflitos, produção de eficácia, etc..O presente diploma não pode, sob pena de inconstitucionalidade, (ou de interpretação/aplicação inconstitucional das suasdisposições) contrariar a Lei n.º 23/98, de 26 de Maio, emitida pela Assembleia da República em matéria que incide sobredireitos, liberdades e garantias, e é reservada pela Constituição àquele órgão de soberania.Deste modo se conclui que, em relação aos contratados a termo certo, o diploma, no fundamental, dispõe no sentido delhes assegurar o direito ao abono de ajudas de custo e transporte, mas já não assim que, por exemplo, os respectivos

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montantes sejam, sem mais, os das �tabelas em vigor� cujos montantes constem do �diploma legal que fixar anualmenteas remunerações dos funcionários e agentes da Administração Pública�. E dizemos �sem mais�, porquanto admitimos quetais tabelas possam funcionar supletivamente quando os montantes não hajam sido fixados por via convencional.O que acabamos de expender poderá encontra objecções decorrentes do estatuído no n.º 5 do art.º 5.º do DL n.º 248/85,de15/07 (�Os postos de trabalho a preencher em regime de emprego são remunerados com vencimento idêntico ao decategoria equiparável inserida em carreira�) e no princípioda igualdade salarial consagrado na al. a) da CRP.No entanto, considerando que as ajuda de custo não tem a natureza de uma verdadeira contrapartida retributiva daprestação de trabalho e tendo em conta que os preceitos relativos aos direitos fundamentais consignados na CRP devemser interpretados no sentido da sua extensão e não no da sua restrição, pensamos que as tabelas de ajudas de custoaplicáveis aos funcionários e agentes devem servir de mínimo para os contratados a prazo certo.

Artigo 2.ºDomicílio necessário

Sem prejuízo do estabelecido em lei especial, considera-se domicílio necessário, para efeitos de abono deajudas de custo:

a) A localidade onde o funcionário aceitou o lugar ou cargo, se aí ficar a prestar serviço;b) A localidade onde exerce funções, se for colocado em localidade diversa da referida na alíneaanterior;c) A localidade onde se situa o centro da sua actividade funcional, quando não haja local certo para oexercício de funções.

Anotação:I � Cfr. art.º 87.º do Código Civil.II � A colocação referida na alínea b) reporta-se ao momento inicial ou posterior da vigência da relação de trabalho.III � A alínea c) suscita algumas dificuldades na aplicação concreta.Em termos gerais entendemos que o centro de actividade é o local de trabalho a que, de modo regular, o trabalhador estáadstrito para receber instruções ou ordens para execução do trabalho e onde deve �prestar contas� da actividaderealizada, o que, em última instância, pode levar à identificação do centro de actividade com (o local onde se encontramsituados) os �serviços�, cujas tarefas lhe incumbe concretamente desenvolver.IV � Transcreve-se o Sumário do Ac. de 18.05.98, da 1.ª Secção, 2.ª Subsecção, do STA, (Recurso n.º 31 772) � queembora versando sobre o disposto no Decreto-Lei n.º 519-M/79, de 28.12, apresenta conclusões com interesse para opresente diploma :

�I � Nos termos do Decreto-Lei n.º 519-M/79, de 28/12, o direito ao abono de ajudas de custo resulta dasdeslocações dos funcionários ou agentes da Administração Central e das Administrações Local e Regional da suaresidência oficial, por motivo de serviço público, para além de 5 Km, nas deslocações diárias, e de 20 Km daquelaresidência, nas deslocações por dias sucessivos.II �Considera-se residência oficial, para efeitos de abono de ajudas de custo, a periferia da localidade onde ofuncionário tem o seu domicílio necessário.III � Não tendo o funcionário local de trabalho certo, há que determinar o seu domicílio necessário pelo local ondese situa o centro da sua actividade funcional, desde que aí esteja colocado com carácter de permanência.�. Fonte:internet, www. dgsi. pt. .

Se a actividade do trabalhador for exercida em toda a área do município, aquele tem direito a abono de ajudas de custo,nos termos consagrados no diploma, sempre que se desloque do seu domicílio necessário.

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CAPÍTULO IIAjudas de custo em território nacional

Artigo 3.ºTipos de deslocação

As deslocações em território nacional classificam-se em diárias e por dias sucessivos.

Anotação:I � Sobre ajudas de custo por deslocações ao estrangeiro e por deslocações no estrangeiro, cfr. art.º 15.º, sendo que oDecreto-Lei n.º 192/95, de 28 de Julho é, actualmente o diploma legal regulador da matéria.II � São 2 os factores que servem para qualificar as deslocações como diárias ou por dias sucessivos (art.ºs 3.º e 4.º):

a) Duração da deslocação;b) Necessidade de realização de despesas (novas).

As deslocações são qualificadas de diárias quando não excedam as 24 horas ou quando, embora ultrapassando esse limite,não impliquem a realização de novas despesas.Nos restantes casos são �por dias sucessivos�.

Artigo 4.ºDeslocações diárias

Consideram-se deslocações diárias as que se realizam num período de vinte e quatro horas e, bem assim, asque, embora ultrapassando este período, não impliquem a necessidade de realização de novas despesas.

Artigo 5.ºDeslocações por dias sucessivos

Consideram-se deslocações por dias sucessivos as que se efectivam num período de tempo superior a vintee quatro horas e não estejam abrangidas na parte final do artigo anterior.

Artigo 6.ºDireito ao abono

Só há direito ao abono de ajudas de custo nas deslocações diárias que se realizem para além de 5 km dodomicílio necessário e nas deslocações por dias sucessivos que se realizem para além de 20 km do mesmodomicílio.

Anotação:I � Sobre domicílio necessário, ver o art.º 2.º e respectivas notas.II � �Corresponde a trabalho extraordinário a remunerar como tal, nos termos do Decreto-Lei n.º 110-A/81, de 14/5, operíodo de duas horas diárias gasto pelo recorrente, condutor de máquinas, em deslocações diárias � ida e regresso � da suaresidência legal para o local de trabalho que lhe foi destinado, situado a mais de 5 Kms, onde cumpria o seu horário normalde trabalho de 9 horas.Não há incompatibilidade na acumulação de ajudas de custo com os abonos devidos por horas extraordinárias.� (Sumáriodo Ac. do STA, 1.ª Secção, de 5.05.94, Recurso n.º 22 978, in Revista de Direito público, Ano VIII, n.º 16, pág. 16).

Artigo 7.ºContagem de distâncias

As distâncias previstas neste diploma são contadas da periferia da localidade onde o funcionário ou agentetem o seu domicílio necessário e a partir do ponto mais próximo do local de destino.

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Artigo 8.ºCondições de atribuição

1 � O abono da ajuda de custo corresponde ao pagamento de uma parte da importância diária que estiverfixada ou da sua totalidade, conforme o disposto nos números seguintes.2 � Nas deslocações diárias, abonam-se as seguintes percentagens da ajuda de custo diária:

a) Se a deslocação abranger, ainda que parcialmente, o período compreendido entre as 13 e as 14 horas� 25 %;b) Se a deslocação abranger, ainda que parcialmente, o período compreendido entre as 20 e as 21 horas� 25 %;c) Se a deslocação implicar alojamento � 50 %:

3 � As despesas de alojamento só são consideradas nas deslocações diárias que se não prolonguem para odia seguinte, quando o funcionário não dispuser de transportes colectivos regulares que lhe permitamregressar à sua residência até às 22 horas.4 � Nas deslocações por dias sucessivos abonam-se as seguintes percentagens da ajuda de custo diário:

a) Dia da partida:

b) Dia de regresso:

5 � Atendendo a que as percentagens referidas nos n.ºs 2 e 4 correspondem ao pagamento de uma ou duasrefeições e alojamento, não haverá lugar aos respectivos abonos quando a correspondente prestação sejafornecida em espécie.

Anotação:I � A possibilidade, ou não, de regresso, até ás 22 horas, através de transportes colectivos regulares, à residência dotrabalhador, é o factor que, nas deslocações diárias, condiciona o direito a abono da ajuda de custo por despesas comalojamento (n.º 3).II � O diploma não define o que sejam �transportes colectivos regulares�.Na versão do art.º 7.º, n.º 3, do Decreto-Lei n.º 519-M/79, de 28 de Dezembro, ora revogado (art.º 40.º), a referência erafeita a �transportes fáceis�.A alteração apresenta algum acréscimo no que respeita à certeza do comando, mas não elimina as dúvidas.�regulares� serão os transportes colectivos com horário predeterminado e de cumprimento obrigatório. Pensamos que aregularidade não tem a ver com a cadência, a frequência, maior ou menor, da existência de transporte.III � É de notar que as 22 horas constituem o limite para regresso à residência e não para atingir o termo do percurso a fazernos transportes colectivos para, posteriormente, se atingir a residência.

Até às 13 horas ............................................................................................Depois das 13 até às 21 horas ......................................................................Depois das 21 horas .....................................................................................

PercentagemHoras de Partida1007550

Até às 13 horas ............................................................................................Depois das 13 até às 21 horas ......................................................................Depois das 21 horas .....................................................................................

PercentagemHoras de Partida02550

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Por outro lado, entendemos que residência não é o domicílio necessário. Não se compreenderia que a lei pretendesseidentificar as expressões quando, adoptando ambas, o legislador � que é conhecedor da diversidade de conteúdo dosconceitos (cfr., por ex. os art.ºs 7.º a 10.º do DL n.º 190/99, de 31.03, DL n.º 47/87, de 29.01 e n.º 1 do art.º 87.º do CódigoCivil) � consagrou uma norma específica apenas para definir o domicílio necessário.

Artigo 9.ºReembolso da despesa com alojamento

1 � O pagamento da percentagem da ajuda de custo relativa ao alojamento (50%), quer em deslocaçõesdiárias, quer por dias sucessivos, pode ser substituído, por opção do interessado, pelo reembolso da despesaefectuada com o alojamento em estabelecimento hoteleiro até 3 estrelas ou equivalente.2 � Caso o interessado use da faculdade prevista no número anterior, é obrigado a optar por estabelecimentosque tenham celebrado acordo com o Estado, nos termos a definir em despacho conjunto dos Ministros dasFinanças e da Economia e do membro do Governo responsável pela Administração Pública.3 � Nas localidades em que os estabelecimentos hoteleiros não tenham celebrado acordo com o Estado, ointeressado pode optar pelo reembolso da despesa efectuada com o alojamento, desde que aquela nãoultrapasse o valor médio do custo de alojamento constante dos acordos celebrados com o Estado no respectivodistrito e para a correspondente época.4 � Para efeitos do disposto no presente artigo, o Ministério das Finanças publicará, na 2.ª série do Diário daRepública, até ao final de cada ano civil, a lista dos estabelecimentos hoteleiros que tenham celebradoacordo com o Estado, bem como o valor médio do custo do alojamento por cada distrito e correspondentesépocas.5 � O disposto nos n.º s 2, 3 e 4 não é aplicável à administração local.

Anotação:I � As regras aplicáveis para reembolso da despesa com alojamento são as mesmas, quer o alojamento seja motivado pordeslocações diárias quer o seja por deslocações em dias sucessivos.II � A percentagem de ajuda de custo é fixa: 50% (n.ºs 1 a 4 e al. c) do n.º 2 do art.º 8.º).III � O trabalhador pode optar entre a percentagem da ajuda de custo e a despesa efectuada, mas, neste caso, em certascondições e dentro de determinados limites (parte final do n.º1 e n.ºs 2 a 4).IV � O valor do alojamento em estabelecimento hoteleiro com o qual o Estado haja celebrado acordo � ou, se na localidadenão o houver, o valor médio (na respectiva época) do alojamento em estabelecimentos hoteleiros do distrito, com os quaiso Estado haja acordado � é, na administração central, o limite do abono, caso o trabalhador opte pelo reembolso da despesaefectuada.V � A �localidade� a ter em atenção, para efeitos do preceito, é aquela em que o trabalhador se encontra deslocado a prestarserviço (justificando-se o recurso, por analogia, ao disposto na al. c) do art.º 2.º para determinar a �localidade� quandodurante a deslocação a prestação de serviço ocorra em condicionalismo semelhante ao aí previsto).

Artigo 10.ºCasos especiais

1 � Quando o funcionário ou agente não dispuser de transporte que lhe permita almoçar no seu domicílionecessário ou nos refeitórios dos serviços sociais a que tenha direito poderá ser concedido abono paradespesa de almoço de uma importância equivalente a 25 % da ajuda de custo diária nas deslocações até 5 km,após apreciação pelo dirigente do serviço.2 � O dirigente do serviço poderá, em despacho proferido nos termos do número seguinte, proceder àatribuição dos quantitativos previstos no n.º 4 do artigo 8.º para deslocações entre 5 km e 20 km.3 � O despacho previsto no número anterior deverá conter os seguintes elementos:

a) A distância entre o domicílio necessário do funcionário ou agente e a localidade onde se encontra;b) O meio de transporte utilizado na deslocação;

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c) Os transportes colectivos que estabelecem ligações entre as localidades referidas na alínea a) erespectivos horários compatíveis, tendo em conta não só os horários que permitam respeitar o horárionormal de trabalho como outros aproximados;d) A distância aproximada entre o domicílio necessário do funcionário ou agente e o local mais próximoonde os transportes referidos na alínea c) podem ser tomados;e) Os meios de transporte utilizados nos percursos referidos na alínea anterior;f) O tempo gasto nas deslocações referidas nas alíneas c) e d) em circunstâncias normais;g) O incómodo da deslocação.

4 � O dirigente do serviço poderá ainda, em despacho fundamentado e tendo em conta as circunstânciasreferidas no número anterior, proceder à atribuição dos quantitativos previstos no n.º 2 do artigo 8.º paradeslocações que ultrapassem 20 km.

Anotação:I � O n.º 1 refere-se a uma situação que não é abrangida pela regra geral do art.º 6.º. E o n.º 2, reportando-se a outra em queas percentagens só estão previstas para deslocações em dias sucessivos (n.º 4 do art.º 8.º), permite a sua aplicação adeslocações diárias.II � O n.º 4 permite estender as percentagens previstas para deslocações diárias às deslocações que excedam 20 kms,independentemente do período que seja compreendido (cfr. alíneas. a) e b) do n.º2 do art.º 8.º).É óbvio que se o horário normal de trabalho tiver de ser ultrapassado, tal circunstância não inviabiliza a possibilidade deatribuição de ajudas de custo, antes a reforça.É de reter que a norma apenas dispõe sobre o abono de ajudas de custo e não pode servir de fundamento para qualquerqualificação como trabalho normal ou extraordinário do período que, por efeito da deslocação, exceda o período normal detrabalho (ver nota II ao art.º 6.º).III � A alínea c) manda tomar em conta os horários dos transportes colectivos �que permitam respeitar o horário normalde trabalho como outros aproximados� (itálico nosso).

Artigo 11.ºAbonos de ajudas de custo por conta de outros serviços

As despesas com ajudas de custo abonadas a funcionários ou agentes que desempenhem funções noutros serviçose no interesse destes devem onerar as dotações dos organismos onde os deslocados exercem a sua actividade.

Artigo 12.ºLimite do tempo de deslocação

1 � O abono de ajudas de custo não pode ter lugar para além de 90 dias seguidos de deslocação.2 � O limite de tempo previsto no número anterior pode, em casos excepcionais e devidamente fundamentados,ser prorrogado até 90 dias, por despacho conjunto do Ministro da tutela do Ministro das Finanças e domembro do Governo responsável pela Administração Pública.

Artigo 13.º

Faltas por falecimento de familiar e por doença

1 � As faltas por falecimento de familiar não interrompem o abono de ajudas de custo até à chegada dofuncionário ou agente ao seu domicílio necessário.2 � Os funcionários e agentes que adoeçam quando deslocados do seu domicílio necessário mantêm o direitoao abono de ajudas de custo se a doença os obrigar a permanecer nesse local ou o período previsível dadoença for de tal forma curto que a manutenção do abono de ajudas de custo não provoque prejuízos, desdeque observado o disposto no artigo 28.º do Decreto-Lei n.º 497/88, de 30 de Dezembro.

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Anotação:I � Ao art.º 28.º do DL n.º 497/88, corresponde actualmente o art.º 30.º do DL n.º 100/99, de 31 de Março.II � Em caso de acidente em serviço, quando se verifiquem as circunstâncias referidas no n.º 2, não vemos razão para nãoserem atribuídas ajudas de custo. Pensamos que o preceito pode e deve ser aplicado por analogia e até por maioria derazão, já que a lei confere protecção mais ampla ao trabalhador na aludida situação.

Artigo 14.ºPessoal sem vínculo à função pública

1 � O montante das ajudas de custo devidas aos indivíduos que, não sendo funcionários ou agentes, façamparte de conselhos, comissões, grupos de trabalho, grupos de projecto ou estruturas de carácter nãopermanente de serviços do Estado, quando convocados para reuniões em que tenham de ausentar-se dolocal onde normalmente exercem a sua actividade, é fixado globalmente por estrutura, de entre as estabelecidasna tabela em vigor, mediante despacho do ministro da tutela e prévio acordo do Ministro das Finanças,obtido por intermédio da Direcção-Geral do Orçamento.2 � A fixação de ajudas de custo nos termos previstos no número anterior deve ter em atenção as funçõesdesempenhadas e as que estão fixadas para os funcionários ou agentes abrangidos pela tabela com cargos deconteúdo funcional equiparável.

CAPÍTULO IIIAjudas de custo por deslocação ao estrangeiro e no estrangeiro

Artigo 15.ºDeslocações ao estrangeiro e no estrangeiro

O abono de ajudas de custo por deslocações ao estrangeiro e por deslocações no estrangeiro é regulado pordiploma próprio.

Anotação:I � O diploma que actualmente regula a matéria é o Decreto-Lei n.º 192/95, de 28 de Julho.

CAPÍTULO IVTransporte em território nacional e nas deslocações ao estrangeiro

Artigo 16.ºDireito a transporte

Para além do pessoal a que se referem os n.ºs 1 e 2 do artigo 1.º, pode ser reconhecido o direito a transporteàs pessoas que constituem o seu agregado familiar, nas condições previstas na lei. .

Artigo 17.ºTransportes de móveis e bagagem

Às pessoas com direito a transporte é assegurado ainda o pagamento das despesas de embalagem, seguro etransporte de móveis e bagagem, nas condições previstas na lei.

Anotação:I � Cfr. DL n.º 190/99, de 5 de Junho (art.º 12º), aplicável às situações de deslocação de pessoal (que se traduz nacolocação) em serviços carenciados de recursos humanos

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Artigo 18.ºMeios de transporte

1 � O Estado deve, como procedimento geral, facultar ao seu pessoal os veículos de serviços gerais necessáriosàs deslocações em serviço.2 � Na falta ou impossibilidade de recurso aos meios referidos no número anterior, devem utilizar-sepreferencialmente os transportes colectivos de serviço público, permitindo-se, em casos especiais, o uso doautomóvel próprio do funcionário ou agente ou o recurso ao automóvel de aluguer, sem prejuízo da utilizaçãode outro meio de transporte que se mostre mais conveniente desde que em relação a ele esteja fixado orespectivo abono.

Artigo 19.ºVeículos de serviços gerais

Na atribuição do contigente de veículos de serviços gerais aos diferentes serviços observar-se-á o dispostono Decreto-Lei n.º 50/78, de 26 de Março.

Artigo 20.ºUso de automóvel próprio

1 � A título excepcional, e em casos de comprovado interesse dos serviços nos termos dos números seguintes,pode ser autorizado, com o acordo funcionário ou agente, o uso de veículo próprio nas deslocações emserviço em território nacional.2 � O uso de viatura própria só é permitido quando, esgotadas as possibilidades de utilização económica dasviaturas afectas ao serviço, o atraso no transporte implique grave inconveniente para o serviço.3 � Na autorização individual para o uso de automóvel próprio deve ter-se em consideração, para além dodisposto no número anterior, o interesse do serviço numa perspectiva económico-funcional mais rentável.4 � A pedido do interessado e por sua conveniência, pode ser autorizado o uso de veículo próprio emdeslocações de serviço para localidades servidas por transporte público que o funcionário ou agente devesse,em princípio, utilizar, abonando-se, neste caso, apenas o montante correspondente ao custo das passagensno transporte colectivo.

Anotação:I � Decorre com clareza do preceito que o uso de veículo próprio não pode ser imposto ao trabalhador.

Artigo 21.ºUso de automóvel de aluguer

O transporte em automóvel de aluguer só deve verificar-se nos casos em que a sua utilização seja consideradaabsolutamente indispensável ao interesse dos serviços e mediante prévia autorização.

Artigo 22.ºCasos especiais

1 � Em casos especiais, e quando não for possível ou conveniente utilizar os transportes colectivos, pode serautorizado o reembolso das despesas de transporte efectivamente realizadas ou o abono do correspondentesubsídio, se for caso disso, mediante pedido devidamente fundamentado a apresentar no prazo de 10 diasapós a realização da diligência.2 � Para efeitos do pagamento dos quantitativos autorizados, os interessados apresentam nos serviços osdocumentos comprovativos da despesas de transporte ou os boletins itinerários devidamente preenchidos.

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Artigo 23.ºEntidades competentes para a autorização

As autorizações referidas nos artigos 20.º, 21.º e 22.º são da competência do respectivo director-geral oufuncionário de categoria equivalente ou superior e dos dirigentes dos serviços externos que tenham ordenadoa diligência, podendo as mesmas ser subdelegadas em outros dirigentes dos serviços.

Artigo 24.ºUso de avião

A utilização de avião no continente tem sempre carácter excepcional, dependendo de autorização do membrodo Governo competente.

Artigo 25.ºClasses nos transportes

1 � O abono de transporte ao pessoal abrangido por este diploma é atribuído nas classes indicadas nosnúmeros seguintes.2 � Por caminho de ferro:

1ª classe (em qualquer tipo de comboio):

a) Membros do Governo, chefes e adjuntos dos respectivos gabinetes;b) Pessoal que receba remuneração igual ou superior à correspondente ao índice 405 da escala salarialdo regime geral;c) Pessoal remunerado por gratificação, desde que possuidor de categoria ou exercendo funçõesequiparáveis às exercidas pelo pessoal abrangido pela alínea anterior;d) Funcionários que acompanhem os membros do Governo;

2ª classe � restante pessoal.

3 � Por via aérea:

1.ª classe (ou equivalente):

a) Membros do Governo, chefes e adjuntos dos respectivos gabinetes;b) Chefes de missão diplomática nas viagens que tenham por ponto de partida ou de chegada o localdo respectivo posto;c) Directores-gerais ou equiparados;d) Funcionários que acompanhem os membros dos órgãos de soberania;

Classe turística ou económica � restante pessoal.

4 � Por via marítima, a determinação da classe é sempre efectuada por despacho ministerial, mediante propostafundamentada do respectivo serviço.5 � Os cônjuges ou familiares dos funcionários ou agentes têm direito a viajar na mesma classe destes,sempre que legalmente lhes seja atribuído o abono de transporte.6 � Na ocorrência de circunstâncias de natureza excepcional, pode ser autorizada a utilização da classesuperior à que normalmente seria utilizada, por despacho ministerial, sob proposta devidamente fundamentada.

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7 � Nas missões de serviço público, todos os funcionários ou agentes viajam de acordo com a classecorrespondente à categoria mais elevada.8 � Compete ao Ministro das Finanças e ao membro do Governo responsável pela Administração Públicadeterminar, por despacho conjunto, a classe a atribuir ao pessoal não previsto neste artigo.

Anotação:I � O conceito de �missões de serviço público� (n.º 7), não está definido na lei.No entanto, não pode ser confundido com deslocações individuais e para prestação de serviço individual pois, casocontrário, não faria sentido a referência �à categoria mais elevada�.A nosso ver, abrange as situações de deslocações de uma pluralidade de pessoas para, como um conjunto, prestar serviço.Pensamos ainda que se refere a situações esporádicas, eventuais (não regulares; não normais) e concretizadas, de prestaçãode serviço determinado, de serviço específico.II � Cfr. art.º 34.º

Artigo 26.ºÂmbito das despesas de transporte e modos de pagamento

As despesas de transporte devem corresponder ao montante efectivamente despendido, podendo o seupagamento ser efectuado nas formas seguintes:

a) Através de requisição de passagens às empresas transportadoras, quer directamente por reembolsoao funcionário ou agente;b) Atribuição de subsídio por quilómetro percorrido, calculado de forma a compensar o funcionário ouagente da despesa realmente efectuada.

Artigo 27.ºSubsídio de transporte

1 � O subsídio de transporte depende da utilização de automóvel próprio do funcionário ou agente.2 � Para além do subsídio referido no número anterior, são fixados por despacho do Ministro das Finançasoutros subsídios da mesma natureza, designadamente para percursos a pé, em velocípedes, ciclomotores,motociclos e outros.3 � O abono do subsídio de transporte é devido a partir da periferia do domicílio necessário dos funcionáriosou agentes.4 � A revisão e alteração dos quantitativos dos subsídios de transportes são efectuadas anualmente nodiploma previsto no artigo 38 º.

Anotação:I � A matéria dos subsídios de transporte é objecto de negociação colectiva ou de contratação colectiva (cfr. nota III ao art.º1.º) e, portanto, os n.ºs 2 e 4 devem ser entendidos com as correcções que daí advêm.II � O subsídio é devido a partir da periferia do domicílio necessário (cfr. artº 2º), não sendo necessário percorrer a distânciamínima de 5 quilómetros.

Artigo 28.ºUso de transportes públicos nas áreas urbanas e suburbanas

1 � Quando, por motivo de serviço público, o funcionário ou agente tiver de se deslocar nas áreas urbanas esuburbanas da localidade onde exerce funções, pode utilizar os transportes públicos existentes, com arestrição prevista no artigo 21.º.

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2 � Nos casos em que a actividade implique deslocações frequentes dentro das áreas urbanas e suburbanas,pode ser atribuído um subsídio mensal de montante igual ao preço dos passes sociais dos transportes colectivos.

Artigo 29 ºRequisição de transportes

1 � As deslocações em transportes colectivos de serviço público que ultrapassem as áreas urbanas esuburbanas devem efectuar-se através de requisição oficial dos respectivos títulos às empresastransportadoras, nos termos do Decreto n.º 8023, de 4 de Fevereiro de 1922.2 � Em casos devidamente comprovados de inconveniência para o serviço ou de impossibilidade de recursoà requisição prevista no número anterior, pode o dirigente dos serviços autorizar o reembolso da despesaefectivamente realizada, sem dependência do referido documento.3 � Nos transportes a realizar nas áreas urbanas e suburbanas das cidades de Lisboa e Porto, é dispensadaa requisição das respectivas passagens.4 � A dispensa referida no número anterior pode ser alargada a outras cidades em que se verifiquem idênticascondições, mediante despacho do Ministro das Finanças, sob proposta da Direcção-Geral do Orçamento.

Artigo 30.ºRemessa e processamento das contas de transportes

1 � As empresas transportadoras enviam directamente aos serviços requisitantes, dentro dos 60 dias seguintes ao termodo mês a que respeitem, as contas de transportes, em duplicado, bem como os originais das respectivas requisições.2 � As operações relativas ao processamento, verificação, autorização e pagamento ficam sujeitas aos prazoslegalmente estabelecidos para as restantes despesa públicas, tomando-se como referência, para efeitos deprocessamento, a data da recepção das contas nos serviços processadores.3 � As contas dos transportes requisitados e fornecidos nos dois últimos meses do ano podem ser satisfeitasno ano imediato, por conta das correspondentes dotações do orçamento em vigor, sem dependência documprimento das formalidades relativas às despesas de anos anteriores.

Anotação:I � Cfr. art.ºs 21.º a 31.º do Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de Julho.

Artigo 31.ºDocumentação das despesas

1 � As despesas efectuadas com transportes são reembolsadas pelo montante despendido, mediante aapresentação dos documentos comprovativos.2 � As despesas efectuadas com transportes nas áreas urbanas e suburbanas, por motivo de serviço público,podem ser documentadas com a apresentação de uma relação dos quantitativos despendidos em cadadeslocação, devidamente visada pelo dirigente do serviço.

CAPÍTULO VDisposições finais e transitórias

Artigo 32.ºAdministração Local

As competências que nos artigos 10.º, 12.º, n.º 2, 14.º, n.º1, 20.º, 21.º, 22.º, 24.º, 25.º, n.ºs 4, 6 e 8, 33.º, n.º 2, e 36.º,n.º 2, são cometidas a membros do Governo ou a dirigentes dos serviços, no âmbito da administração local,são exercidas pelos seguintes órgãos ou entidades:

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a) Nas câmaras municipais, pelo presidente;b) Nos serviços municipalizados, pelo conselho de administração;c) Nas juntas de freguesia, pela junta de freguesia;d) Nas assembleias distritais, pela assembleia distrital.

Artigo 33.ºCasos excepcionais de representação

1 � Em casos excepcionais de representação, os encargos com o alojamento e alimentação inerentes adeslocações em serviço público podem ser satisfeitos contra documento comprovativo das despesaefectuadas, não havendo nesse caso lugar ao abono de ajudas de custo.2 � O pagamento destas despesas deve ser objecto de proposta fundamentada e depende de despacho domembro do Governo competente e do Ministro das Finanças.

Artigo 34.ºDeslocações em conjunto

Ao pessoal envolvido em missões que impliquem deslocações conjuntas em território nacional são abonadasajudas de custo pelo escalão correspondente ao da categoria mais elevada.

Artigo 35.ºAbono das ajudas de custo

As ajudas de custo devem ser abonadas no prazo máximo de 30 dias a contar da data da apresentação pelointeressado dos documentos respeitantes à deslocação efectuada.

Artigo 36.ºAbonos adiantados

1 � Os funcionários e agentes que se desloquem em serviço público têm direito ao abono adiantado dasrespectivas ajudas de custo e transporte.2 � Os dirigentes dos serviços podem autorizar o abono adiantado de ajudas de custo e transportes até 30 dias,sucessivamente renováveis, devendo os interessados prestar contas da importância avançada no prazo de 10 dias apóso regresso ao domicílio necessário, sem o que não lhes podem ser disponibilizados outros abonos desta natureza.

Artigo 37.ºSubsídio de refeição

O quantitativo correspondente ao abono diário do subsídio de refeição é deduzido nas ajudas de custo,quando as despesas sujeitas a compensação incluírem o custo do almoço.

Artigo 38.ºForma legal para fixação de ajudas de custo e subsídio de transporte

Os montantes das ajudas de custo e subsídio de transporte previsto neste diploma constam do diploma legalque fixar anualmente as remunerações os funcionários e agentes da Administração Pública.

Anotação:I � Cfr. nota IV ao art.º 1.º.

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Artigo 39.ºResponsabilidade

1 � Os funcionários ou agentes que recebam indevidamente quaisquer abonos de ajudas de custo e subsídiode transporte ficam obrigados à sua reposição, independentemente da responsabilidade disciplinar que aocaso couber.2 � Ficam solidariamente responsáveis pela restituição das quantias indevidamente abonadas os dirigentesdo serviço que autorizem o abono de ajudas de custo e transportes nos casos em que não haja justificaçãopara tal.

Anotação:I � Cfr. art.ºs 36.º a 42.º do Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de Julho.II � A jurisprudência do S.T.A. não é uniforme quanto ao prazo para revogação de acto de processamento de abonos (oude vencimentos) indevidos que consubstanciem um acto administrativo constitutivo de direitos, por se traduzir nadefinição de uma situação jurídica concreta em aplicação de regras genéricas (e não de actos em que o abono é indevido pormotivo de erro de cálculo ou deficiente procedimento contabilístico).De facto, o S.T.A. proferiu vários Acs. � de 12.03.96, procº 36 163; de 24.03.96, procº 39 625; de 10.10.96, procº 40 276;de 19.11.96, procº 40 439; de 5.12. 96, procº 40 416; de 10.12.96, procº 39 296 � em que decidiu no sentido de a revogaçãodo acto de abono dever obedecer ao estabelecido no art.º 141.º, n.º 1, do C.P.A. e, portanto, só poder ser levada a cabodentro do prazo de um ano (prazo máximo para recurso contencioso), enquanto no Ac. de 14.5. 96 (procº 39 403) decidiu(único, que saibamos, e anterior aos 4 últimos referidos) que o prazo para revogação de anterior acto processador de abonoindevido, mesmo quando tal acto seja constitutivo de direitos, é de 5 anos, nos termos do disposto no art.º 40.º doDecreto-Lei n.º 155/92, de 28 de Julho.

Artigo 40.ºRevogação

São revogados os Decretos-Leis n.ºs 616/74, de 14 de Novembro, 519-M/79, de 28 de Dezembro, e 248/94, de7 de Outubro.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Fevereiro de 1998.Promulgado em 9 de Abril de 1998.Publique-se.O Presidente da República,Referendado em 16 de Abril de 1998.O Primeiro-Ministro,

Lei n.º 23/98

NEGOCIAÇÃO COLECTIVA E PARTICIPAÇÃO

Lei n.º 23/98de 26 de Maio

A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 161.º, alínea c), 165.º, alínea b) e 166.º, n.º 3, e doartigo 112.º, n.º 5, da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:

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