diversidade e vitalidade: projeto de desenho urbano … · o objetivo deste trabalho é produzir um...

33
DIVERSIDADE E VITALIDADE: PROJETO DE DESENHO URBANO PARA OS BAIRROS AEROPORTO E PROGRESSO, EM ERECHIM (RS) UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS ARQUITETURA E URBANISMO | INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | ACADÊMICA: FLÁVIA REGINA OLDONI ORIENTADOR: LUIZ FELIPE LEÃO MAIA BRANDÃO ERECHIM, JULHO DE 2015.

Upload: vohanh

Post on 13-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

DIVERSIDADE E VITALIDADE: PROJETO DE DESENHO URBANO PARA OS BAIRROS AEROPORTO E PROGRESSO, EM ERECHIM (RS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFSARQUITETURA E URBANISMO

| INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO |

ACADÊMICA: FLÁVIA REGINA OLDONIORIENTADOR: LUIZ FELIPE LEÃO MAIA BRANDÃO

ERECHIM, JULHO DE 2015.

SUMÁRIO | 2

INTRODUÇÃO 3 |Objeto de estudo ........................................................3|Reflexões sobre o tema ...........................................4 |Segregação ..........................................................5|Realocação e acesso à cidade .................................5|Desenho urbano e Inserção de Equipamentos ............5|Condições para vitalidade ......................................6 |Estatuto da cidade ..................................................6

ESTUDOS DE CASO 7|Baixinha de santo antônio ...........................................7|Peabiru .....................................................8

CONTEXTUALIZAÇÃO 9|Localização ..........................................................9|Caracterização ..........................................................9 |Ocupação informal na orla ferroviária ......................10 |Reassentamentos em Erechim -RS ............................10 |Escolha da área de intervenção ................................11|Recorte da proposta .............................................11

BAIRRO AEROPORTO 12

BAIRRO PROGRESSO 13

ANÁLISES DO LOCAL 14|Zoneamento Plano Diretor ....................................14|Áreas verdes ............................................................15|Topografia ..................................................................15|Usos ........................................................................16|Hierarquia das vias .................................................16|Cheio e vazio ..........................................................17|Gabarito ....................................................................17

DISPOSIÇÕES GERAIS DA PROPOSTA 18|Diretrizes gerais ........................................................18|Sistema Viário ............................................................20 |Modais de transporte ................................................20|Áreas Verdes ..................................................21|Equipametos públicos ..............................................21

PROPOSTA 22ZONEAMENTO ....................................................... 23ÁREA MISTA 1 ........................................................24ÁREA MISTA 2 ........................................................25ÁREA MISTA 3 ........................................................26ÁREA RESIDENCIAL 1 .................................................27ÁREA RESIDENCIAL 2 .................................................28ÁREA RESIDENCIAL 3 .................................................29ÁREA ESPECIAL .........................................................30CORTES GERAIS .............................................................31

RECORTE DE AMPLIAÇÃO 32

REFERÊNCIAS 33

INTRODUÇÃO | 3

|Objeto de estudo

O objetivo deste trabalho é produzir um projeto de desenho urbano, voltado à melhoria das condições de infraestrutura em uma área de reassentamento e em seu entorno, localizada entre os bairros Progresso e Aeroporto, no município de Erechim (RS). Trata-se de um reassentamento de moradores estabelecidos anteriormente de forma informal às margens da ferrovia – no trecho Marcelino/Passo Fundo – conhecidos como “Beira-Trilhos”. A área a ser trabalhada representa a ruptura do tecido urbano entre os dois bairros, consistindo em um vazio urbano onde identifica-se o potencial de ocupação.

A proposta abrange: 1) a inserção de equipamentos públicos e comunitários para os bairros em questão; 2) projeto de novos acessos e sistemas de mobilidade; 3) novo desenho para o perfil das vias; e 4) a proposição de ajustes nos indicadores urbanísticos do espaço de desenho, e de seu entorno imediato.

Desse modo, espera-se garantir diversidade, vitalidade e o acesso à cidade aos moradores que habitam o local. Acredito na necessidade de um ambiente urbano diversificado, em que estejam atendidas não apenas as funções ligadas à moradia, mas à habitação em um sentido mais amplo como sugere Lefevre:

As necessidades sociais têm um fundamento antropológico, opostas e complementares, compreendem a necessidade de segurança e a de abertura, a necessidade de certeza e a necessidade de aventura, a da organização do trabalho e a do jogo, as necessidades de previsibilidade e do imprevisto, da unidade e de diferença. De isolamento e de encontro, de trocas e de investimentos, de independência e de comunicação. De imediaticidade e de perspectiva a longo prazo. O ser humano tem também a necessidade de acumular energias e a necessidade de gastá-las, e mesmo desperdiça-las no jogo. [...] Enfim a necessidade da cidade e da vida urbana só se exprime livremente nas perspectivas que tentam aqui se isolar e abrir horizontes. As necessidades urbanas específicas não seriam necessariamente de lugares qualificados, lugares de simultaneidade e de encontros, lugares onde a troca não seria tomada pelo valor da troca, pelo comércio pelo lucro?” (LEFEVRE, 2001; p. 105).

A escolha da área de intervenção se deu pelos seguintes motivos:

- Existência de uma segregação da área em relação ao restante da cidade.

- A identificação da ausência de investimentos públicos nas áreas periféricas, o que acarreta a insuficiência de infraestrutura urbana, que engloba a estrutura das vias, a ausência de comércio e serviços básicos, bem como equipamentos e espaços públicos.

Entender a lógica da ocupação informal e dos processos de realocação, assim como da relação entre esse processo e a cidade como um todo, faz parte do escopo a ser desenvolvido neste trabalho. Assim, a partir das análises daquilo que já se faz presente no recorte de intervenção adotado, busca-se a definição de áreas para implantação de equipamentos públicos que promovam a diversidade urbana, além de métodos que possibilitem a integração dessa área, com o seu entorno, e, conseqüentemente, ao restante da cidade.

Nesse contexto, a opção de trabalhar com uma área afastada do centro, e carente de infraestrutura, tem como ponto central proporcionar o acesso à cidade, e buscar estabelecer uma inserção social mais equânime para essa parcela da população, através da disponibilidade de equipamentos e espaços públicos.

O trabalho se apresenta em quatro partes. A primeira é constituída por uma reflexão teórica sobre algumas dinâmicas, que permeiam o processo de produção do espaço urbano, e que foram levadas em conta na elaboração da proposta . A segunda parte, denominada ‘contextualização’, apresenta o terreno alvo da proposta e sua inserção no contexto da cidade. A terceira parte, chamada ‘Análises do local’, estabelece a aproximação com o sítio, mediante a explanação sobre usos, ocupações, indicadores, e morfologia do espaço em estudo. Mediante a análise desses fatores, apresentamos as características e condicionantes que contribuíram e deram direcionamento à proposta. Por fim, na quarta e última parte, é apresentada a proposta de estruturação geral para a área de recorte escolhida.

INTRODUÇÃO |4

As cidades brasileiras têm como resultado de uma série de conflitos sociais um número elevado de pessoas vivendo em assentamentos informais (FUJITA & RIGON, 2013). A lógica de produção da cidade em geral desconsidera a população urbana carente, que, impossibilitada de acessar o mercado formal, é forçada a participar de um mercado de terras informal ou a se submeter a condições inadequadas de moradia, como a coabitação em densidades excessivas, e/ou a ocupação em assentamentos precários.

O caso dos chamados “beira-trilhos”, em Erechim (RS), é caracterizado pelo cenário acima descrito. Trata-se de um assentamento em áreas de propriedade de uma empresa privada, a ALL (América Latina Logística). Esta empresa busca a reativação do trecho ferroviário Marcelino – Passo Fundo, que passa pela cidade de Erechim. Para tal, seria necessária a realocação das famílias assentadas às margens dos trilhos. Um levantamento realizado em 2010 afirma serem 207 famílias morando no trecho em questão. No entanto, estima-se que esse número seja ainda maior, o que indica que conflito ainda está longe de ser resolvido. Nos anos de 2012 e 2013 foram realocadas aproximadamente 103 famílias, porém desde então tem havido poucos avanços nesse processo.

As famílias que ocupam informalmente essas áreas fazem parte do grupo de pessoas que compõe o déficit habitacional, já que, além de não terem a propriedade da terra onde habitam, possuem domicílios em precárias condições. Portanto, para que seja possível a sua realocação é necessário que haja políticas públicas que garantam o acesso à moradia. Como medida contingencial, a Prefeitura Municipal de Erechim desenvolveu o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), que estabelece diretrizes e planos de ação sobre o tema.

Entre as diretrizes do PLIHS coloca-se que a “urbanização de áreas já pertencentes ao município e de áreas a serem adquiridas ou obtidas com parcerias, para relocação de moradias que estão em áreas irregulares e/ou para construção de novos loteamentos visando atender as novas demandas” (ERECHIM, 2011; p. 24). A busca pela efetivação disso tem como ações, por exemplo: ZEIS de Vazios; Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsória - PEUC; IPTU Progressivo no Tempo; Desapropriação com Pagamento em Títulos da dívida Pública; Consórcio Imobiliário. No entanto essas ações ainda não podem ser observadas de forma efetiva nos loteamentos sociais e reassentamentos propostos pelo município.

Sabe-se que, de acordo com o PLHIS, têm sido desenvolvidas medidas para a garantia de moradia as famílias, no entanto quando há o reassentamento das famílias moradoras de áreas informais, na maioria das vezes não são levados em conta os anseios da população e a

participação das famílias no processo, o que pode fazer com que haja um distanciamento e a falta do sentimento de pertencimento ao local, que será parte de suas vidas daí em diante. No caso de Erechim não foi diferente, ainda com o apoio do Movimento Popular Urbano (MPU), as famílias reassentadas participaram de forma bastante superficial do processo de realocação.

Espera-se que, aliado ao plano habitacional, haja políticas e planos de urbanização que possibilitem que as famílias reassentadas também possam contar com a garantia de seu acesso à equipamentos públicos comunitários e a preservação de seu acesso à cidade. No entanto, não se verifica esse tipo de pensamento nos empreendimentos realizados na cidade de Erechim, até o momento. Os empreendimentos sociais realizados na cidade não levam em consideração os questionamentos feitos aqui, a partir do momento que são implantados em áreas com pouca infraestrutura e inexistência de equipamentos urbanos, comércio e serviço.

Ao tratar tanto de assentamentos informais e da garantia de acesso à cidade, os autores Marcelino, Barbosa e Mariano afirmam que:

As camadas mais pobres da população vêm sendo expulsas para a

periferia e, portanto, afastada dos serviços e equipamentos específicos

– justamente as pessoas que não podem contra com as mínimas

condições para a prática do lazer em suas residências e para as quais o

transporte adicional, além de economicamente inviável, é muito

desgastante. Nesse processo, encontramos cada vez menos locais para

os folguedos infantis, para o futebol de várzea ou que sirvam de pontos

de encontro das comunidades locais (MARCELLINO; BARBOSA;

MARIANO, 2006; p. 57).

Tal como os autores acima citados, entendo como de fundamental importância que sejam pensadas politicas de acesso à infraestrutura que garantam maiores condições de acesso à cidade e convívio social, especialmente em áreas precarizadas onde se concentra a população com menor renda. Não necessariamente todos precisam morar próximos ao centro. A habitação em zonas periféricas pode ser viabilizada desde que seus moradores possam se sentir pertencentes à cidade, por meio da garantia da possibilidade de ir e vir e do acesso a equipamentos de saúde, educação, esporte, cultura, lazer bem como a comércio e serviços. Ou seja: todo cidadão deve ser incluído no convívio urbano, independente de onde ele esteja em relação ao centro da cidade.

|Reflexões sobre o tema

Os conflitos socioeconômicos no Brasil dão margem a problemas ligados à moradia e ao uso do solo urbano. Observam-se hoje ocupações informais na maioria das cidades brasileiras, e junto a esses assentamentos pode-se identificar problemas sociais de grande proporção. Um exemplo disso são as condições de habitabilidade das moradias, que geralmente se encontram em estado precário, bem como a falta de infraestrutura básica, itens mínimos para a garantia da qualidade de vida da população.

Flavio Villaça (2012, p. 44) afirma que o maior problema do Brasil é a desigualdade, que resulta na segregação que se apresenta como a mais importante manifestação espacial-urbana dessa desigualdade. Assim o espaço urbano Brasileiro é produzido, com a segregação habitacional sendo uma das marcas das cidades.

Segundo dados do IBGE/2010, 5% do total de setores censitários representam aglomerados subnormais (favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos e palafitas, entre outros) o que significa 3,2 milhões de domicílios permanentes ocupados. O problema atinge inclusive 30% das cidades com menos de 20 mil habitantes, e mais de 80% de cidades entre 100 e 200 mil habitantes, como é o caso da cidade de Erechim.

Sabe-se que existem políticas habitacionais que - ao menos em seu enunciado - propõem a alteração desse quadro. No entanto, essas não foram capazes de frear o agravamento desse problema, ainda que facilitem a aquisição da casa própria, como é o caso do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. Essa problemática ainda é influenciada por diversas outras questões de cunho social, e por falta de estratégias de planejamento urbano. Não somente a falta de habitação digna, mas também a falta de acesso a serviços básicos agravam o problema da segregação socioespacial.

Parte do contingente de pessoas está assentada em áreas informais tem a possibilidade de formalizar sua moradia e assentamento, no entanto uma outra parcela encontra-se em área de risco ou mesmo em áreas onde não se faz possível a regularização por uma série de fatores legais o que gera um novo problema, a realocação de famílias.

Mesmo que haja a necessidade de realocar famílias que moram em áreas ocupadas à margem dos limites legalistas, essa solução nunca é fácil. Uma série de fatores influencia durante processo e no resultado final do mesmo, muitas vezes não atendendo as expectativas das famílias. De todo modo, quando realizado de forma ineficaz, o reassentamento pode trazer novos problemas e conflitos sociais, como exemplo fundamental disso temos a manutenção do estado de segração dada pela distância de equipamentos .

|Segregação |Realocação e acesso à cidade

A forma predominante de realocação no Brasil tem optado sempre pelo sistema que obterá menor custo final, mesmo que isso implique em um resultado que não seja o esperado ou desejado, para que as pessoas vítimas desse tipo de solução possam ter condições de vida mais favoráveis do que aquela que tinham anteriormente. Isso se deve especialmente a não consulta das famílias para se definir àquilo que será proposto a elas, o que implica na inadequação das habitações e na falta de equipamentos essenciais que possam assegurar sua qualidade de vida.

A maior parte das famílias reassentadas possui baixo nível de escolaridade e incluem-se em situação de segregação sócio espacial. Assim, buscando que haja um verdadeiro avanço não se deve pensar somente na mudança de um local para outro mas sim em que isso implica diariamente na vida das pessoas, o modo como as relações com o novo ambiente se estabelecerão. A garantia de um novo local para viver pode significar, por exemplo, a falta de autonomia em relação à vida anterior. A nova casa não pode ser comercializada com a facilidade que se tem em áreas irregulares.

O conceito de topofilia (YI-FU TUAN, 1980) pode descreve com o processo de mudança de um local para outro, através de questões de relação com o local e relação com o ambiente pode fazer com que haja o sentimento de não pertencimento ao local e consequentemente a não valorização daquilo que lhes foi posto. Isso pode acontecer especialmente em casos onde não há o conhecimento prévio e a interação ao longo de todo o processo de reassentamento. Entende-se que esses agentes sociais são parte fundamental no processo de desenvolvimento de toda a proposta de reassentamento, desde a escolha do local até a definição do modelo de habitação.

Muitos processos desconsideram a relação dos moradores com o local em que vivem devido a precariedade do mesmo, no entanto isso faz parte de seu dia-a-dia e ainda que o novo local possa representar uma melhoria de vida, muitas vezes a realocação pode significar uma perda de identidade ou a perda de relações afetivas antes existente. Até que as relações socioambientais sejam reestabelecidas entende-se a necessidade de amparo psicológico e assistência social.

À medida que os condomínios populares são alocados nos bairros consolidados seu entrono criam-se barreiras e delimitações físicas e simbólicas para com os que estão sendo reassentados. Estas barreiras acabam impedindo a socialização das famílias reassentadas com o entrono, gerando segregação habitacional. (BENTO, 2008;p. 5).

|Desenho Urbano e Inserção de Equipamentos

A partir do entendimento que além dos problemas ligados a habitação os reassentamentos enfrentam o problema maior de segregação, onde há falta de equipamentos públicos e comunitários, de diversidade urbana, espaços públicos de qualidade ligados a cultura e lazer, acesso a comércio e serviços. Assim buscar a qualidade de vida da população das cidades implica em planejar um espaço urbano com características adequadas, permitindo a diversificação das atividades desenvolvidas, bem como, implantando equipamentos que venham dar suporte à população.

Nesse contexto, pensar a readequação urbana a partir do planejamento e do desenho urbano adequados se apresenta como uma solução para os problemas de urbanos já postos , bem como garante o desenvolvimento coerente que consequentemente resultará em melhores condições do espaço urbano e na vivência da cidade.

Assim, pensando segundo princípios estabelecidos por Jacobs (2011) isso seria possível a partir do zoneamento pela diversidade, constância de edifícios públicos e diversificação competitiva.

O zoneamento pela diversidade, diferente do zoneamento proibitivo, prevê os usos negativos não desejados na área ao invés de determinar os poucos usos possíveis. Assim a gama de possibilidades se torna muito maior. A variedade de tamanhos de edifícios pode incentivar isso a medida que permitem a variação de custo e consequentemente de uso.

A presença de edifícios públicos são peças importantes para a promoção da diversidade, representam um ponto de atração de outros usos que também necessitam de movimento, garantindo a diversidade.

A diversidade competitiva trata-se de lugares urbanos prósperos, mesmo que alguns espaços ofereçam maior diversidade que outros oferecer mais de um espaço pode propiciar a competição pela diversificação.

Aliado a esses fatores é de fundamental importância saber que a rua é um dos espaços de trocas e de vitalidade mais importantes do ambiente urbano. É nela que acontecem os encontros, a compreensão dos espaços, a relação com o ambiente privado. A partir das ruas pode-se estabelecer uma legibilidade ao espaço urbano, tornando-as norteadoras do ambiente.

INTRODUÇÃO |5

estender ao espaço público, como o comércio ou mesmo os acessos aos espaços privados. A quarta e última condição trazida por Saboya, ressalta a importância das conexões visuais entre os espaços, isso reforça a segurança bem como a possibilidade de interação entre quem passa na rua e quem reside próximo a ela.

Tudo isso pode ser proporcionado à população desde que exista interesse por parte dos governos locais em promover a ocupação diversificada, através o incentivo e da criação de politicas públicas adequadas que ofereçam a diversidade necessária para uma vida de qualidade.

Imagem 1: Vitalidade em espaços públicos http://infohabitar.blogspot.com.br/2011/06/quarteiroes-de-vizinhanca-i.html

Imagem 3: Diferentes usos e relação entre público e privadoFonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.094/158

|A importância de condições para a vitalidade

Sabendo da importância não somente da moradia, mas também da presença de equipamentos públicos e comunitários, além de outros elementos urbanos que estimulem a diversidade, serviços e infraestrutura na vida cotidiana dos cidadãos, questiona-se a realocação de pessoas para locais onde não haja esse tipo de diversidade, e nesses casos sem que sejam pensadas medidas de melhoramento urbanístico para a área em questão. Claro que, de fato, a garantia da moradia é dada, no entanto isso não é pensado em proporções urbanas, o que vai levar a outros problemas, que serão remediados posteriormente, ou que ainda serão deixados de lado, conforme refletem Marcelino et al:

As políticas de ocupação do solo devem democratizar

oportunidades, resgatar a funcionalidade e a qualidade dos

logradouros públicos e melhorar a circulação de pessoas,

favorecer o convívio, a integração, o encontro (MARCELINO,

BARBOSA E MARIANO, 2006; p. 62).

Isso não quer dizer que o ideal seria que fossem disponibilizados todos os equipamentos urbanos e comunitários em cada um dos bairros da cidade, na verdade isso não se faz necessário. O que é realmente necessário: “[...] são as relações de vizinhança, o ato de ir às compras, o

caminhar, o encontro, os jogos, as brincadeiras, o percurso reconhecido de uma

prática vivida/reconhecida em pequenos atos corriqueiros e aparentemente

sem sentido que criam laços profundos de identidades habitante-habitante e

habitante-lugar” (CARLOS, apud NETO; PALACIOS).

A cidade é um organismo que necessita de movimentação para garantir sua vitalidade. A vida das cidades só acontece quando há diversidade de usos e quando esses usos fazem parte do cotidiano da população. Assim áreas que atendam diferentes idades em diferentes horários podem significar a movimentação de que uma cidade precisa. Jacobs (20011) estabelece alguns princípios para a diversidade, segundo esses princípios os bairros e vizinhanças devem tem mais de uma função principal, as quadras devem ser curtas, que permite que se possa mudar de direção e ter mais contato com a vizinhança.

Renato Saboya (2013) leva em consideração diversas questões que podem auxiliar na promoção da vitalidade no espaço urbano, estabelecendo quatro condições principais, de acordo com Jacobs (2011), Bentley (1985), bem como outros autores. A primeira questão leva em conta a densificação em relação a oferta de espaços públicos, isso permite a garantia de uso dos equipamentos propostos. Dessa forma pode-se entender que espaços menores em maior quantidade podem ser melhor ocupados do que um único equipamento concentrado muitos usos, com isso é possível reforçar a ideia de que a distribuição de espaços comunitários pela cidade estimula seu uso. Em um segundo momento pode-se citar a proximidade entre a malha das ruas, que permite, como já citado, a diversidade e o mudar de direção construindo uma relação de vizinhança.

|Estatuto da Cidade

O terceiro ponto levanta a questão da relação entre o objeto edificado com o espaço público, a relação entre público e privado pode ser entendida como a permeabilidade dos espaços e a interface entre os dois. Relacionando aos princípios estabelecidos por Yan Bentley (ano) no livro entendo que aquilo que é desenvolvido no espaço privado pode-se

As condições buscadas, em princípio, se tornariam viáveis com o auxilio da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, reconhecida como Estatuto da cidade, que 'estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”.

Alguns instrumentos, caso fossem efetivamente aplicados, poderiam se mostrar eficientes para que fosse possível evitar áreas ociosas. Entre eles o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios garantem que após um período de tempo determinado pelo Plano Diretor, imóveis desocupados devam ter algum tipo de uso.

O IPTU progressivo no tempo se mostra como um instrumento complementar ao anterior, aumentando o imposto sobre áreas vazias, após passado o tempo previsto pelo Plano Diretor para promover algum tipo de uso, por até cinco anos consecutivos.

Caso o proprietário não dê uso nem mesmo com a aplicação do IPTU progressivo o município poderá desapropriar o imóvel mediante pagamento em títulos da dívida pública. Após isso o município possuirá um prazo de até cinco anos para o aproveitamento da área.

Pensando na inserção de áreas públicas na cidade o direito de preempção possibilita que o poder público tenha preferência na aquisição de imóveis postos à venda, em determinas áreas da cidade previamente estabelecidas. Assim essas áreas poderão ter utilizadas para a implementação de empreendimentos por parte do próprio poder público municipal.

O estatuto das cidades estabelece ainda que a partir de Operações Urbanas Consorciadas que se apresenta como “conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental”.

Na proposta que apresentaremos mais adiante incorporaremos os instrumentos acima destacados, buscando a regulação da área a ser desenhada. Entendendo que a partir da aplicação efetiva de tais instrumentos seja possível

Imagem 2: Vitalidade em espaços públicos http://www.play-scapes.com/play-design/contemporary-design/bishan-park-playscape-lier-dreiseitl-singapore-2012/

INTRODUÇÃO |6

O projeto em questão foi desenvolvido para uma área com

problemas relacionados a sua geomorfologia que tem como

característica a presença de duas bacias de drenagem, o que

acarreta um desnível bastante grande e por consequência áreas

de encostas que, devido sua ocupação inadequada e falta de

infraestrutura que acarretam problemas estruturais e sociais que

foram tratados na proposta vencedora do concurso.

O projeto considerou questões de infraestrutura,

paisagem, urbanismo, arquitetura, a partir de soluções

estruturais que consideram o ambiente e buscam utilizar os

condicionantes a favor da proposta, buscando atender toda a área

de intervenção e melhorar a qualidade de vida.

A área foi dividida em três setores e em cada um deles foi

elaborada uma proposta de ocupação buscando suprir os

problemas de infraestrutura, a criação de áreas verdes

permeáveis, equipamentos públicos e espaços de lazer. Tudo isso

a partir da criação de duas centralidades principais. Esses espaços

buscam recuperar áreas e incentivar a preservação do ambiente

bem como promover áreas de vivência e recreação.

A inserção de novas vias e a melhoria daquelas existentes

afim de promover a conectividade dentro da própria área, e desta

com seu entorno. O desenvolvimento de passarelas e áreas

exclusivas para pedestres permite a humanização do ambiente

urbano.

O programa levou em conta tudo aquilo que foi levantado

como deficiente no local. Assim, o plano geral, considera a

melhoria da infraestrutura em toda a área e a criação de núcleos

com o desenvolvimento de unidades habitacionais para a

realocação das famílias de área de risco. Prevê a inserção de áreas

de vivência e lazer, comércio, creche, unidade de atendimento

médico, entre outros equipamentos importantes para garantir o

direito à cidade.

A proposta insere a arquitetura na topografia existente,

utilizando até seis pavimentos e mantendo maiores áreas verdes,

aumentando a permeabilidade do solo. A proposição de

passarelas para pedestres e elevadores urbanos facilitam a

conexão e o deslocamento dos pedestres. Além disso, a

proposições de usos que complementam a moradia podem

promover a diversidade e a vitalidade. Tal estudo reflete uma

condição semelhante àquela que vem sendo tratada neste

trabalho, tanto no âmbito da escolha do local como nos objetivos

de atuação e soluções adotadas.

BAIXINHA DE SANTO ANTÔNIO

Imagem 2: Mapa geral da proposta

Imagem 1: Esquema de objetivos da proposta

Imagem 3: Transposição de áreas de morro

Imagem 4: Áreas de habitação junto de espaço público

Imagem 5: Passarela de ligação, devido o grande desnível presente no terreno

Imagem 6: Centro Comunitário com atividades diversas

Imagem 7: Habitação coletiva verticalizada promovendo áreas de drenagem

ESTUDO DE CASO | 7

A Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais (Peabirutca) é uma ONG que tem por objetivo contribuir para a garantia do direito à cidade e Direito a Moradia Digna. Fazem parte desta ONG profissionais de diferentes áreas, que atuam buscando desenvolver planos e projetos, urbanos e habitacionais, que melhorem a qualidade de vida da população moradora da cidade de São Paulo.

O Instituto tem como principal objetivo: “Contribuir para a oferta de habitações de interesse social, infraestrutura e

equipamentos públicos e comunitários, aprimorando sua qualidade técnica e seus processos de constrição social” (PEABIRU)

PEABIRU TCAA obra destinada para a Favela da Paz deu-se em São Paulo

dev77ido a proximidade com o estádio destinado a copa do mundo de 2014. Os moradores da área foram ameaçados de remoção para que fosse possível as obras de melhoria do entorno do estádio.

Favela da paz

Projeto Assentamento Batistini O projeto Batistini visa à urbanização, produção habitacional e de

edificações comerciais e de uso comunitário de uma Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Bacia Billings, que foi ocupada espontaneamente a partir de 1990. Mostra-se nesse projeto a importância de tratar de questões ambientais aliadas a urbanização.

A partir das analises constatou-se que 75% das moradias poderiam ser mantidas e melhoradas. O restante dos imóveis deveriam ser removidos por estarem em área de risco, devido sua precariedade ou devido a necessidade de passagem de infraestrutura. As novas moradias propostas contam com diferentes tipologias que irão atender a demanda de acordo com o perfil do grupo familiar, ainda passiveis de ampliação. Foram propostas moradias ao longo da área e edifícios multifamiliares em um terreno municipal cedido à comunidade.

Alguns equipamentos comunitários também passaram por uma mudança e foram repostos em outros pontos, ainda ampliados e aprimorados para atender melhor a população local. Aliado a isso foram criadas áreas de estar ao ar livre e praças em áreas de drenagem e córrego, melhorando a qualidade ambiental. Aliado a isso foi proposta a requalificação do sistema viário e pavimentação de ruas, correção das áreas de risco, fornecimento de água e energia elétrica, coleta de resíduos, aumento de áreas verdes permeáveis e APP.

O modo como são levadas em consideração as características locais, as necessidades da população e as questões de direito à cidade deve ser destacado como positivo. Pensar não somente a moradia, mas sua inserção e sua complementação pelo ambiente urbano, com infraestrutura necessária, áreas comunitárias de lazer e recreação além de soluções para os problemas ambientais.

A partir dos levantamentos, percebeu-se que o assentamento havia se estabelecido ali dada a proximidade de comércios e serviços, acesso a escola, equipamento de saúde além de acesso aos sistemas de mobilidade. Assim justifica-se manter os moradores onde estão, porém oferecendo-lhes melhores condições urbanísticas e de moradia. Percebeu-se ainda a presença de terrenos livres próximos á região, o que garantiria área para possível intervenção.

Após a construção de diretrizes que indicavam a possível permanência das famílias no local, chegou-se em um cenário onde é possível manter parte das moradias contando apenas com melhorias das habitações e o reassentamento de outra parte das famílias para um vazio ao lado da comunidade. Assim possibilita-se ainda o desenvolvimento do parque linear previsto para melhoria do entorno do estádio, sendo que esse atenderá também as famílias da Favela da Paz.

Entendo que esses casos novamente vêm ao encontro daquilo que busco para este trabalho, entendendo a lógica de inserção de equipamentos públicos e comunitários em áreas carentes bem como a melhoria de infraestrutura.

Imagem 7: Ocupação atual

Imagem 8: Ocupação Proposta

Imagem 1: Ocupação Atual Imagem 2: Ocupação Proposta

Imagem 3: Esquema mostrando objetivos da proposta

Imagem 4: Praça proposta em área de preservação

Imagem 4: Praça proposta em área de preservação

Imagem 5: Área esportiva proposta Imagem 6: Edifício de habitação multifamiliar

Moradias a serem removidas com reassentamento dos moradores.

Rio em estado de degradação ambiental

Permanência de parte das moradias

Parque linear ao longo do rio

Ocupação de área vazia com implantação de moradias

Área vazia passível de ocupação

. ESTUDO DE CASOESTUDO DE CASO | 8

A cidade de Erechim, que se desenvolveu especialmente pela presença da linha férrea, foi criada em 1918. Segundo IBGE (2013) possui hoje entorno de 101.122 (cento e um mil, cento e vinte e dois) habitantes, localizando-se ao norte do estado do Rio Grande do Sul - Brasil.

Estado do Rio Grande do Sul no BrasilBase: printablecolouringpages.co.uk

Edição: Flávia Oldoni

Erechim no estado do Rio Grande do SulMapa base: IBGE,2004 Edição: Flávia Oldoni

Área urbana de Erechim e principais vias de acessoMapa base: IBGE, 2004 Edição: Flávia Oldoni

BR

15

3

RS

42

0

BR 480

RS 211

RS 477

FERROVIA

RS 1

35

Outro ponto interessante a ser analisado, é que desde os primeiros loteamentos com fim social realizados por inciativa da prefeitura escolheu-se áreas periféricas para realizar tais empreendimentos, considera-se especialmente o fato de que ainda hoje existem áreas vazias nas proximidades do centro, consequentemente nos anos em que houve a implantação dos primeiros loteamentos haviam ainda mais vazios passiveis de ocupação, o que revela o interesse do poder público em diminuir os gastos sem pensar no reflexo de segregação que isso pode gerar.

Em contraposição a essa escolha observa-se que a frequência de dos equipamentos públicos é muito maior no centro que na periferia da cidade, ou seja o reassentamento foi desenvolvido em uma área onde a carência já se estabelecia, o que não justifica tal ação por parte do poder público.

A partir dos mapas produzidos pelo grupo de extensão da Universidade Federal da Fronteira Sul “Erechim para quem quiser Ver, Discutir e Intervir” pode-se analisar algumas características importantes da cidade de Erechim. Os mapas foram produzidos de acordo com os Setores Censitários, sendo que a área de intervenção abrange três desses setores, mesmo que não completamente. O que se pode afirmar inicialmente é que a área de intervenção não é homogênea em suas características, ainda que as diferenças presentes não sejam de grandes proporções

O mapa de faixa de renda mostra quem a maior parte da área de estudo está entre as com menor faixa de renda. Percebe-se que todos os setores de menor renda encontram-se na periferia da cidade, entre eles os que abrangem parte do bairro Aeroporto e o Bairro Progresso os quais fazem parte do objeto de estudo do presente trabalho..

Maior faixa de renda

Menor faixa de renda

Legenda

Legenda

1958-1970

1988-2000

2002-2008

Escola Publ. Ensino InfantilEscola Part. Ensino Infantil Escola Publ. Fund. e/ou MédioEscola Part. Fund. e/ou MédioUniversidade PúblicaUniversidade Particular

Mapa 3: Loteamentos realizados por parte da Prefeitura Municipal Fonte: PROJETO, Erechim pra quem quiser Ver, Discutir e Intervir, 2013

Mapa 2: Extremos de Renda Fonte: PROJETO, Erechim pra quem quiser Ver, Discutir e Intervir, 2013

Mapa 4: Equipamentos de educação Fonte: PROJETO, Erechim pra quem quiser Ver, Discutir e Intervir, 2013

Ainda segundo dados obtidos no IBGE (2010), é possível identificar que grande parte da população de Erechim habita áreas periféricas da cidade como pode ser observado no mapa abaixo, sento essa parte da população aquela que detém de menor renda. Ou seja, seguindo uma regra que se aplica na grande maioria das cidades brasileiras, a segregação leva as pessoas com menor renda a morar em áreas mais afastadas que dispõe de pouca infraestrutura, sem de fato ter acesso à cidade.

Maior densidade demográfica

Menor densidade demográfica

Mapa 1: demográficoMapa base: IBGE,2004 Edição: Flávia Oldoni

CONTEXTUALIZAÇÃO|9

|Localização |Caracterização

Na década de 1990 houve o abandono do trecho ferroviário Passo Fundo/ Marcelino Ramos/RS, este que passa por Erechim, juntamente com muitos outros em todo o Brasil. Assim, com o caráter de abandono dos espaços ao longo dela e aliado a isso a presença um contingente populacional sem ter onde morar, assim surgiram áreas de ocupação informal ao longo da faixa de domínio da linha férrea, essa população ficou conhecida posteriormente na cidade como “beira-trilhos”.

Movimentos reivindicatórios buscaram a reativação da ferrovia, fazendo com que ficasse estipulado um prazo para isso, que seria até o final do ano de 2010. Para que isso acontecesse seria necessário então a remoção das famílias moradoras as margens dos trilhos. Passa então a entrar em ação o Movimento Popular Urbano (MPU) em busca dos direitos da população de beira-trilhos, de aproximadamente 287 família.

Com apoio do Ministério Público e da Prefeitura Municipal houve a realoação de aproximadamente 103 famílias, distribuídas em quatro áreas diferentes, todas elas distantes do centro da cidade em áreas que dispunham de pouca infraestrutura.

Com apoio do Ministério Público e da Prefeitura Municipal houve a realocação de aproximadamente 103 famílias, distribuídas em três áreas diferentes, todas elas bastante distantes do centro da cidade em áreas com pouca infraestrutura.

A localização passa a ser novamente um obstáculo para estas populações que eram segregadas e que continuarão segregadas. Se por um lado o poder público resolve o problema da moradia para uma pequena parcela dos beira-trilhos, por outro, favorece novamente a segregação, ao assentá-los em locais afastados do centro, das escolas, das vias de acesso, do transporte urbano (FACCIO, 2011).

Escala gráfica

10 2Km

BR 480

RS

42

0

BR

15

3

FERROVIA

RS 1

35

RS 1

35

RS 4

77

Os reassentamentos realizados na cidade de Erechim foram

financiados pelo programa Minha casa Minha Vida, do governo federal, em

parceria com a prefeitura municipal apoiada pelo Plano Local de Habitação

Interesse Social (PLHIS, ano). Os projetos de realocação foram

acompanhados pelo Movimento Popular Urbano que buscou um contato

maior com as famílias.

O PLHIS foi um dos importantes instrumentos utilizados para

os projetos de reassentamento de beira-trilhos, sendo que estabelece

diretrizes para a realização de empreendimentos imobiliários de interesse

social e programas de ações que visam facilitar o processo de implantação

desses empreendimentos, além de estar diretamente vinculado ao Plano

Diretor de Erechim. Este documento estabelece um mínimo de 625

moradias/ano até 2020, totalizando desde a data de sua origem 5000 até

2020.

Entre outros pontos o Plano objetiva:

e)Reverter o processo de segregação sócio-espacial na

cidade, por intermédio da oferta de áreas, do incentivo e indução à produção

habitacional dirigida aos segmentos sociais de menor renda, inclusive em

áreas centrais, bem com pela urbanização e regularização dos

assentamentos precários ocupados por população de baixa renda;

f) Recuperar as áreas degradadas (assentamentos precários),

combinando sempre que possível, ações de urbanização com ações de

recuperação e preservação ambiental.

No entanto o que se observa nos empreendimentos

habitacionais de Interesse Social que foram produzidos pela Prefeitura

Municipal até o momento, observa-se que a preocupação com a segregação

sócio-espacial não se fez presente. Os loteamentos de reassentamento de

beira-trilhos, por exemplo, foram implantados em áreas bastante afastadas

do centro e por consequência, já segregada, com presença de pouca

infraestrutura e urbanização.

Até o momento foram reassentadas cerca de 103 famílias,

distribuídas em quatro loteamentos entre eles Paiol Grande, Aeroporto e

Petit Village. Observa-se que as mesmas soluções foram aplicadas a todos os

locais independente dos condicionantes do local. Pode-se perceber ainda

que o modelo de habitação é aplicado a todas as famílias de modo igual, sem

que haja uma pesquisa do perfil do grupo familiar.

Ainda que as moradias das áreas de reassentamento

representem a melhoria na qualidade de vida, questões muito importantes

não foram levadas em consideração. Deixou-se de pensar uma urbanização

que não homogeneizasse a paisagem, a proposta apresenta uma reprodução

em série do mesmo modelo arquitetônico e ainda deixa a desejar na

infraestrutura disponibilizada. Questões sociais importantes também foram

deixadas de lado, a inserção urbana e o acesso à cidade das famílias

realocadas não teve nenhum avanço, assim a segregação mantém-se.

Reassentamentos em Erechim - RS Ocupação da orla ferroviária

11

23

11

12

13

Imagem 1: Reassentamento Bairro Paiol GrandeFonte: Arquivo pessoal

Imagem 2: Reassentamento Petit VillageFonte: Arquivo pessoal

Imagem 3: Reassentamento Bairro AeroportoFonte: Arquivo pessoal

Área de intervenção

Área de reassentamento

Rodovias

Ferrovia

CONTEXTUALIZAÇÃO | 10

Mapa5: perímetro urbano de ErechimFonte: Prefeitura Municipal

681 p.

863 p.

1138 p. 1036 p.785 p.

1054 p.

710 p.

897 p.

729 p.

132 p.

710 p.

|Escolha da área de intervenção

A partir do estudo dos reassentamento existentes na c i d a d e d e E re c h i m e s u a respectiva área de implantação, optou-se pela escolha por aquela situada no bairro Aeroporto fazendo limite com o bairro Progresso. Além dos problemas já citados, comuns nas áreas de reassentamento de Erechim, esses bairros dispõem de pouca infraestrutura e isolam-se já que tem como limite a BR 153, o Aeroporto Municipal e uma grande diferença topográfica que restringe a ligação entre os dois bairros Aeroporto e Progresso.

BAIRRO PROGRESSO

AEROPORTO

BAIRRO CRISTO REI

BAIRRO INDUSTRIAL

AMPLIAÇÃO DO PERÍMETRO

BAIRRO CASTELO BRANCO

BAIRRO CERÂMICA

BAIRRO FÁTIMA

BR 154

Considerando a área de intervenção e seu entorno imediato estima-se uma população de aproximadamente oito mil pessoas (IBGE, 2010).Entendo que a melhoria das condições de urbanização juntamente da inserção de novos equipamentos urbanos atenderá não somente a área de intervenção mas também as adjacencentes, considerando isso o número de habitantes que poderão utilizar dos serviços e espaços inseridos na área deve ser maior, o que garante aos espaços maior vitalidade e consequentemente segurança.

Imagem: Contextualização da área de intervençãoFonte imagem: Google earth

Mapa 7: Levantamento populacional da área de intervenção e área adjacente.Mapa base: IBGE,2004 Edição: Flávia Oldoni

A presença de pouca infraestrutura e a falta de diversidade de uso empobrece a

vitalidade dessa área urbana, destaca-se que os únicos equipamentos urbanos existentes na

área são as escolas dos bairros. Não encontram-se praças e áreas de estar, equipamentos de

cultura ou lazer, áreas de comércio, entre outros que fazem-se importantes para garantir a

qualidade de vida da população moradora do local.

Segundo informações da secretaria de cultura do município de Erechim, não existem

programas culturais sendo desenvolvidos no bairro, nem áreas onde possam acontecer

eventos ou a reunião da comunidade de forma a promover o encontro e o divertimento.

Assim sabendo de todas essas condições o trabalho a ser realizado vem no

sentido de proporcionar acesso a cidade a partir de uma nova forma de ocupar o espaço

através da inserção de novos usos e equipamentos buscando atender as necessidades da

população.

CONTEXTUALIZAÇÃO |11

|Recorte da proposta

A definição da área de intervenção deu-se através da identificação da ausência de conexões entre os bairros

Aeroporto e Progresso, incorporando áreas vazias com potencial para ocupação. Além disso foram incluídas áreas adjacentes

para entendendo o funcionamento do todo como um conjunto indissociável.

A inclusão de áreas com a presença de ocupação permite pensar as ligações de forma coerente bem como a transição

entre a nova área e aquilo que já está posto, proporcionando continuidade no desenho urbano.

Perímetro de intervenção (mudança de índices)

Limite entre os bairros Aeroporto e Progresso

Área de desenho urbano

Mapa 6: Localização do recorte na área urbana de ErechimFonte: Prefeitura Municipal

Área de intervenção

Bairro localizado na parte sul de Erechim. Este bairro é cortado pela BR 153, que se apresenta como um limite nesse local. Os números de 2010 afirmam ter população de 3437 moradores. Predominantemente residencial apresentando raros pontos de comércio. Deficiente em espaços de lazer e cultura, bem com equipamentos públicos ou comunitários. A faixa de renda estimada fica entre dois e quatro salários mínimos (IBGE, 2010).

BAIRRO AEROPORTO

1

1

3

2

2

3

4

5

6

4

5

6

Fonte das imagens: Arquivo Pessoal

BAIRRO AEROPORTO | 12

Bairro da peri fer ia de Erechim que tem uso predominantemente residencial, ocupado em sua maioria por casas de até dois pavimentos. Alguns poucos pontos de comércio se apresentam. Nesse bairro está presente parcela da população mais carente de Erechim com rendimento mensal de um a três salários mínimos, sendo reconhecido também seu alto índice de violência. A população no ano de 2010 chegava a 3716 pessoas (IBGE, 2010).

BAIRRO PROGRESSO3

2

4

1

5

6

6

5

4

3

2

1

Fonte das imagens: Arquivo Pessoal

BAIRRO PROGRESSO| 13

È5($9(5'(

RT

S\ O\ C\ I\

E\ D\

J\ A\ C\ I\ N\ T\ O

\ \ \

11

12

13

14

15

5(6(59$7e&1,&$

È5($9(5'(

AV

A.V.

R.T.

1

A.V.

LAJ. DA PEDREIRA

AV

AV

È5($9(5'(

È5($9(5'(

A.V.

R.T.

APP

B\ \ R\ \ \ \ \ -\

UTP10 US1

UTP10 UR3

UTP 09 UR2

UTP 09 UR1

UTP 09 UE

UTP 08 UR2

Limite entre os bairros Aeroporto e Progresso

Delimitação da área de intervenção

LEGENDA

Div. Territotial UTP10 US1 UTP10 UR3 UTP 09 UR2 UTP 09 UR1 UTP 09 UE UTP 08 UR2

IA - H:1.5 / C.eS.:2 / I.:1.5 H: 1.25 C.eS.: 0.5 - - H: 1.25 C.eS.: 0.5

TO 70% 50% 60% 60% - 60%

Altura Max. 04 Pav. 03 Pav. 03 Pav. 03 Pav. - 03 Pav.

Recúos Lat. Até 2 pav. divisa Até 2 pav. divisa Até 2 pav. divisa Até 2 pav. divisa - Até 2 pav. divisa.

Recúo Frente 04 metros 04 metros 04 metros 04 metros - 04 metros

Parcelamento De 175 a 360 m² Min. 1000m² Min. 1000m² De 360 a 1000m²* - De 360 a 1000m²*

* Salvo se empreendimento social, nesse caso aplica-se a dimensão mínima estabelecida Tabela 1: Ìndices para as Unidades Territoriais identificadas. Fonte: Plano Diretor Municipal Tabela: Flávia Oldoni

O plano Diretor da cidade de Erechim determina a divisão territorial do município

em UTP’s (Unidades Territoriais de Planejamento). Após a definição dessas macrozonas, é

realizado um zoneamento, de acordo com o uso predominante de cada localidade. Este

zoneamento pode se dar sob a forma de: URs (Unidades Residênciais), UTMs (Unidades

Territoriais Mistas), USs (Unidades de Serviços), UEs (Unidades Especiais) e ULs (Unidades

Lineares).

A partir da observação do zoneamento atual da cidade (vide análise do mapa),

podemos perceber a predominância de URs, o que significa que o incentivo principal dado

até aqui é para o uso residencial. Ainda que seja permitido, de acordo com o plano, a

implantação de outros usos além do residencial, estes se restringem em todas as URs

presentes. Como exemplos podemos destacar os usos referentes à diversão. Conforme o

plano, estes usos são caracterizados por atividades que envolvam: jogos eletrônicos,

boates, casas noturnas, discotecas, salões de festa, salões de danças e similares.

Também se restringe em todos as URs presentes a implantação de instituições financeiras,

bem como outros tipos de comércio e serviços. Restam, assim, poucas possibilidades de

ocupação, além da, já mencionada, para fins residenciais.

BAIRRO AEROPORTO

BAIRRO PROGRESSO

ANÁLISES DO LOCAL | 14

Mapa 8: Zoneamento Plano Diretor. Escala: 1/10000Fonte: Flávia Oldoni

Considerando a abrangência da área, impedida de abrigar

usos diversos, entende-se que é fundamental que haja uma revisão

referente aos tipos de utilização possível, de modo a promover

maior diversidade no local, dispensando a necessidade dos

moradores se deslocarem de seu local de moradia para a realização

de suas atividades cotidianas.

Com exceção da US1 e da UE, destacadas nesse estudo (vide

tabela e mapa dessa página), em todas as outras unidades

territoriais prevê-se como altura máxima das edificações 3

pavimentos, assim em toda a área de intervenção o atual Plano

Diretor apresenta tal atura como máximo permitida.

A manutenção do uso basicamente habitacional, e a

permissão de altura mantida em três pavimentos, faz com que haja

uma homogeneização da paisagem urbana na região. Aliado a isso,

a manutenção dos afastamentos e taxa de ocupação fomentam,

ainda mais, esse processo.

Outro ponto analisado foi a área do lote prevista para as

UR’s presentes. Estas unidades permitem um parcelamento de até

1000 metros quadrados em algumas áreas. Ocorre que, na verdade,

o que se apresenta verdadeiramente são lotes muito menores, já

que existem na área alguns empreendimentos sociais, que

permitem o parcelamento com área mínima do lote de 175m². Além

dos empreendimentos sociais do Estado, há uma ocupação

informal que abrange grande parte da área, e contrapõe as

características mencionadas..

Essas análises permitem compreender que a definição dos

regimes urbanísticos caracterizam a paisagem urbana, bem como

podem contribuir para o ‘empobrecimento’ da diversidade e

dinamicidade da cidade.

Imagem 1: ocupação atual nos bairros Aeroporto e Progresso, Erechim-RS.Fonte: Google earth

1011

12

567

8

1112

123

45

67

8

87

65

43

21

910

1112

1314

1516

12

34

56

78

9

10

5

4

3

2

42 43

P

W

Y

K

F

G

UBS

POLIESPORTIV

O*,1È

6,2

58$62%

(1(',7

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1

1

14

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

1 2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 1213 14 15

1

11 12

2 3

13 14

4 5

15 16

6 7

17 18

8 9

19 20

10 1

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 7 8 9

11 12 13 14 15 16 17

10

18

1 2

10 11

12

2 1

3

4

56

2 1

34

56

8 7

2 12A

4

6

8 7

5

3

2 1

4

6

8

10

12

14 13

11

9

7

53

2

4

6

8

10

12

14 13

11

9

7

5

3

11A

2

4

6

8

10 A

1

3

5

12

9

1111A

16

2

A

7

8

9

3

4

5

11

10

11A

16

13

14

15

10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

A

D

G

JL

H

E

B

19

2

37

6 4

5 4A

105

1

2

4

3

5

6

7

8

9

10

11

1314

12

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

108 7

12

34

56

7

109

108A

110

111

112

123

4

6

8

10

121314

11

9

7

5

1

3

5

7

9

11

131415

12

10

8

6

4

2123

4

6

8

10

12

14

1617

15

13

11

9

7

5

15

14

13

12

11 10

9 8

64

12

3

7

5

12

5 4

132

4

6

8

1

3

5

7

2

4

6

87

5

3

12

4

6

87

5

3

11

3

58

6

4

22

4

65

3

1

543

21

111

54

3 21

A38

1

2

3

4

5 6

7

8

9

10

11

12

1322 41

57

58

59

60

61

62

636447

48

49

50

5152

5354

5556

141516

17

18 1920

21

454642

41

40

39

38

37

36 43 44

20

21

22

23

2425 26 27

1918

17

16

15

1413

12

C

B

2

3

4

5

6

7

8

12

910

11

1

3

4

5

6

7

8

21

20

18

19

17

16

15

14

131 21

A 39 40

1

2 3

89

1011

28

29

30

31

32

33

34

3522

23

24

25

26

271

2

34

56

4

3

2

1

5

67

89

10

11121314

6

7

8

9

10

11

12

36

7A

37

1

2

3

4

5

6

7

8

20

19

18

17

16

9

11

10

12

1514

13

105A

74

107

104

103

102

100

69

70

72A

73

1

71

2

3

4

5

6

15

14

1

2

3

4

5

6

7

12

13

14

15

196S\ O

\ C\ I\ E\ D\

12

3

12

34

5

6

45

67

7

8

910

123

1110

98

56

71514

1312

43

21

68

67

3

2

1

RU

A\ \

\ \ \

\ \ A

UG

USTA

\ \ \

\ \

8

13

12

11

10

9

8

8

A

113

112114A

98

97

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

2223

24

25

1

99

23

4

5

18

17

16

151413121110986 71 2 3 4 5

67

89

1011

1213

1415

821

23

7

3 2

1

45678

9

10

1112 13 14

1516

1718

1920

21

80

44

3

123456

7

8 9 10 11 12 13 14 15 16

1

2

34

5

6 7

12

34

56

78

9

10

11

1213

1415

1617

1819

20 2122

1312

1110

914

1516

12

34

5

6

7

8

79

2

11

23

45

6

7

8

910

1112

13

14

15

16

34

5

67

89

C

1 4 5

7

8

9

10

326

5

8312345678910111213

2524232221201918171615

14

B

681 1

213

1211

109

5

67

8

768

6

10

12

14

16

242322212019

1 1A 1B

78

77

A

1

54321

7

8

9

10

6

2 3 4 5

6

8

1012

14

7

911

131516

17

18

121

120

119

118

117

25

24

23

22

21

20

19

18

1

2

3

4

5

67

8

5

6

7

8

9

10

11

124

3

2

1

A2

A1

1

2

3

4

5

117A

123

124122

90

89

88

5-2

2*)

216(&

$

12

34

56

78

910

11

1213

1415

1617

1819

20 1

12

3

4

56

78

910

1112

1314

1516

2

12

34

56

78

910

11

1213

1415

1617

1819

2021

22

3

12

34

56

78

49

A\ C\ E\ S\ S\ O\ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \

12

3

4

5 VI

12

3

45

12

3

45

67

8

910 6

78

910

V

IV

R.T.

333435

2224

23

373839

40

4142434445464748

F49

56

57

62

58596061

505152

5554

53

181

184

186

1112

13

1415

12

3

4

86

57

911

13

12

3

4

5

6

7

8

9

1

23

54

1

2

3

4

56

78

9

1112

13

1415

16

1718

19

2021

2223

2425

2627

2930

31

3233

3435

36

A

C

E

D

F

190

188

C

B1

23

45

67

89

10

1112

1314

1516

1718

192021

RUA\ \ \ \ EUGENIO

\ \ \ \ \ \ 1

23

4

1

2

34

56

E

F 75

194192

196A

A

D

G

H

67

89

1011

1213

1415

1617

12

34

56

78

910

11

1213

1415

1617

1819

2021

2223

1

23

45

67

89

1011

12A

B12

1314

1516

1718

1920

2122

2324

12

34

67

5

12

3

57

5660

61

65

66

64

LAJ. DA PEDREIRA1

23

45

67

89

1011

1213

14

15

1617

18

58$-26e

LUIS\ LUCAI

21

22

11

6

16 17

45

6

7

12

3

4

5

67

106

RU

A\ \

OSVA

LDO

\ \ Z

AL

113

12345678

14

1

842 3 4 5 6 7 8

910

1112

13

1516

8

Mapa 9: Áreas Verdes - Esc. 1/10000Fonte: Flávia Oldoni

Áreas Verdes - uso público

Legenda

Na medida em que são realizados novos loteamentos na cidade de Erechim, são estabelecidas,

obrigatoriamente por Lei Federal, novas áreas verdes. Essas áreas deveriam constituir, além de

espaços permeáveis, espaços de uso coletivo, afim de propiciar áreas públicas livres próximas às

moradias. No entanto, as áreas verdes existentes em Erechim não se constituem dessa forma. Na

cidade, encontram-se áreas verdes com cerca, inacessíveis, e/ou ocupadas informalmente de

diferentes maneiras. Assim, poucas apresentam locais de uso público devidamente consolidado.

Na área estudada acontece da mesma forma: nenhuma das áreas verdes presentes são

tratadas de forma a proporcionar o uso pela população. Quanto às APP, percebe-se que também não

há o devido cuidado para que se mantenham despoluídas e mantidas integralmente.

ÁREAS VERDES

Mapa 10: Topográfico - Esc. 1/10000Fonte: Flávia Oldoni

Linhas de drenagem

Legenda

Manchas com inclinação igual ou maior que 30%

Margens rios e fundo de vale APP

Apresenta-se na área

estudada grandes declividades

em diversos pontos, em alguns

deles chegando a 30% ou mais,

assim impossibil itando a

ocupação e dificultando as

ligações entre alguns espaços.

Uma das influências da

t o p o g r a f i a f o i a

descontinuidade da malha

viária e por consequencia de

l igação entre os bairros

Aeroporto e Progresso.

TOPOGRAFIA

Rua ConstantinoPolletoRua Domingos

DolloRua Giovani

CorradiRua Souto Neto

Rua Reinaldo A. BorbaRua Tasso A.

de SouzaBR 153 Desvio de Acesso D

esv

io d

e c

ort

e

F

undo d

e v

ale

Corte AA’Escala: 1/5000

Rua Demétrio Arpini

Rua Professor Bernardo

Gutwschage

Rua Generino Laudindo

Strapasson

Rua ‘C’Rua Carolina Fioravante

Corte BB’Escala: 1/5000

A’

A

B

B’

Imagem 2: APP ao longo do Rio Tigre: Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 1: Área verdeFonte: Arquivo pessoal

Imagem 5: Vista para o valeFonte: Arquivo pessal

Rio Tigre

Imagem 4:Área não ocupada entre os bairros Aeroporto e Progresso

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 3: Ocupação informal morroFonte: Arquivo pessoal

Áreas com maior concentração de vegetação

ANÁLISES DO LOCAL | 15

Fundo d

e vale

Rio Tigre

AV

01 Pavimento

02 Pavimentos

03 Pavimentos

LEGENDAMapa 1: Cheios e Vazios - Esc. 1/10000

Fonte: Flávia OldoniMapa 12: Gabaritos - Esc. 1/10000

Fonte: Flávia Oldoni

AV

A fragmentação da malha urbana no local e suas interligações é perceptível através do mapa de

cheios e vazios. O mapa também evidencia a existência de diferentes grãos e densidades.

Na parte norte, a presença da BR 153 provoca uma ruptura na malha. Ao longo dela é possível

identificar a presença de grão maiores, por se tratar de uma área onde é permitida a instalação de

equipamentos de maior porte.

Logo abaixo da BR, na parte oeste, percebe-se a presença de edificações com tamanho médio e

pequeno, além da presença de pouca áreas livres acerca dessas, que representam residências com

pouca área de afastamento. Na parte leste há fragmentação e presença de grãos isolados, que

representam a não consolidação da área, que se encontra em fase desenvolvimento, ainda que em fase

inicial.

Na parte central é perceptível a presença de um vazio, criado por duas razões principais: 1) a

falta de ligação entre os bairros, e 2) as características morfológicas, que apresentam nesse ponto

grande declividade.

Na parte sul existe a concentração de edificações com grão menor e maior densificação. Isso se

deve à presença de edificações construídas informalmente por população de baixa renda. Parte dessa

área ocupada apresenta risco de colapso por erosão do solo, por se tratar de região com alta

declividade.

A partir de tais análises é possível entender que é necessária uma ‘costura’ nessa área,

interligando-a internamente e com suas áreas adjacentes. Além disso, pode-se constatar a necessidade

de estabelecimento de áreas livres qualificadas e utilizáveis, diferente das existentes, que se

apresentam como resíduos das construções acima descritas.

CHEIOS E VAZIOS

Fica claro, ao analisarmos o mapa de gabaritos (mapa 12), que as edificações apresentam

basicamente um e dois pavimentos. Isso se deve, especialmente, pelas definições propostas no Plano

Diretor e à expansão do perímetro urbano do município que geram um excesso de áreas vazias. Nesse

contexto as áreas de expansão nas bordas da cidade, apresentam um baixo índice construtivo.

Sabendo que a maior parte das bordas da cidade de Erechim - RS são tratadas dessa maneira,

fica perceptivel a homogeneização da paisagem a partir de um mesmo perfil de edificações,

geralmente de uso residencial chegando no máximo a três pavimentos. A solução arquitetônica

adotada para o empreendimento social de realocação inserido no bairro Aeroporto, para as famílias de

beira-trilhos, seguiu a um padrão de replicação de unidades unifamiliares isoladas, fortalecendo tais

características.

Por consequência dessas questões, existe a necessidade de expansão da infraestrutura

frequentemente, que por sua vez, não é feita da forma adequada. Entendo que uma área densao

fornecimento de infraestrutura se torna mais viável, além de proporcionar a aproximação entre

atividades, o que possibilita fazer percursos a pé ou de bicicleta.

GABARITOS

Área da BR 153

Vazio Urbano entre os bairros Progresso e

Aeroporto

Área do Aeroporto

Reassentamento

Ocupação Informal

ANÁLISES DO LOCAL | 16

PEDREIRA

Mapa 13: Usos - Esc. 1/10000Fonte: Flávia Oldoni

Mapa 14: Hierarquia de Vias - Esc. 1/10000Fonte: Flávia Oldoni

Residencial

Residencial - reassentamento

Legenda

BR 153

Vias principais e de acesso

Legenda

Através do mapa de usos é possível constatar que há predominância do uso residencial. Isso é

justificável quando observam-se as determinações estabelecidas pelo Plano Diretor, que estipula

parcelamentos, afastamentos e índices que estimulam tal uso (tal como anteriormente descrito).

A presença de comércio se dá apenas em alguns pontos isolados, mais próximos do acesso ao

bairro Aeroporto, sendo que esses parecem não suprir as necessidades da população local. Da mesma

forma, a presença de alguns serviços públicos como posto de saúde é inexistente.

Quanto aos equipamentos públicos, as únicas instituições presentes são escolas de ensino

fundamental e médio, sendo uma no bairro Aeroporto e outra no bairro Progresso.

Tal levantamento permite diagnosticar que é criada uma condição de fragmentação, já que

para ter acesso a serviços básicos é necessário o deslocamento até áreas centrais da cidade. Ainda que

na cidade de Erechim as distâncias estabelecidas não sejam muito grandes, diversas condições,

especialmente de renda, dificultam as relações entre as áreas periféricas e as áreas centrais. Assim é

posta a necessidade de permitir a diversidade nas áreas onde há vulnerabilidade socioencômica, a fim

de garantir de fato o acesso à cidade. Além disso, segundo JACOBS (2011) espaços monofuncionais não

proporcionam vitalidade, assim a diversidade é fundamental seja qual for a área da cidade que está

sendo tratada.

USOS

Residencial - Ocupação informal

Comercial

Serviço

Institucional

AV

Vias locais

Vias não consolidadas e/ou informais

O mapa identifica ainda as principais vias presentes na área de estudo. A presença da BR 153

marca um limite, especialmente para os pedestres que tem sua segurança posta em risco, já que não

existe qualquer sinalização, faixa e/ou passarela que permitam a travessia segura. A partir desse mapa

também é possível identificar a ruptura do tecido em diversos pontos, o que não permite estabelecer

uma conectividade e integração entre os bairros Aeroporto e Progresso, tornando parte do bairro

Aeroporto isolado do restante de seu entorno.

As vias principais indicadas mapa são aquelas que dão acesso aos bairros estudados. No no

acesso ao bairro Progresso é possível identificar um ponto de conflito - constituído pela falta de um

acesso à BR - o que impede e entrada e a saída do bairro de forma mais segura.

Parte da Rua São Jorge - que é a única ligação entre os bairros - ainda não é pavimentada. Além

disso, nesta via não se oferece espaço para passeio público. Assim, os pedestres obrigatoriamente

deslocam-se pelas bordas da mesma.

O restante das vias se configuram como do tipo local, basicamente dando acesso às moradias.

Parte das vias é pavimentada em asfalto e parte em paralelepípedo. Algumas delas apresentam péssimas

condições. A precariedade dos passeios públicos também foi observada na grande maioria das vias.

Assim é notória a necessidade de estabelecer conexões entre os bairros e dos mesmos com o

restante da cidade, além de permitir que o pedestre possa circular com maior segurança, conforto,

condições de mobilidade e acessibilidade ao local.

HIERARQUIA DE VIAS

Principais pontos de conflito no transito

Principal ligação (más condições)Ligação não consolidadaLigação bairro Aeroporto

ANÁLISES DO LOCAL | 17

Rua São Jorge

1

2

3

A partir dos condicionantes presentes do local optei pela divisão da área em três setores, visando propor usos e ocupações coerentes de acordo com as análises realizadas. Tal divisão auxilia na compreensão do zoneamento que mesmo que com características diferenciadas se apresentam no todo como um conjunto, os tratamentos das bordas são feitos de modo a integrar as características de cada um dos setores. Propõe-se que sejam inseridos usos atrativos em cada um dos setores, proporcionando a diversidade e a vitalidade ao longo de toda proposta.

SETOR 1Característica: Área mais plana margeando o rio Tigre. Esse rio hoje se encontra poluído. Esse setor dá acesso ao bairro Progresso, ainda em fase de desenvolvimento, tendo vários espaços vazios passíveis de ocupação.Proposta: Inserir uso público ao longo do rio promovendo sua proteção fomentando seu uso em diferentes horários, permitir maior densificação ao longo da via de acesso e inserção de uso comercial e de serviços no térreo relacionado a rua.

SETOR 2Característica: Predominância de uso residencial e preexistência de ocupação; proximidade com o Aeroporto; presença de vale com vegetação densa, presença da área de reassentamento; áreas vazias. Proposta: Incentivar comércio e serviços nas principais vias de ligação, relacionando esses usos com as vias. Inserir equipamentos púbicos que da mesma forma tragam mais vitalidade além de atender a demanda identificada. Proporcionar a preservação de área de vale entendida hoje como uma área ambientalmente vulnerável.

SETOR 3Característica: Uso residencial com a presença de áreas de ocupação informal, incluindo áreas de risco.Proposta: Prever a regularização de área informal e proporcionar a permanência dos moradores através da definição de índices .que não promovam especulação imobiliária. Prever área para relocação de moradores que moram em área de risco. Prever a preservação de área de vale presente nessa área, e inserir novos uso misto.

DIRETRIZESPara o projeto, adotei as seguintes diretrizes:PLANEJAMENTO | Prever usos e ocupação do solo mistos (comércio e serviço). Prever índices

adequados de acordo com o uso previsto. Prever a inserção de equipamentos públicos como subprefeitura e creche, facilitando o acesso e minimizando deslocamentos.

“CONECTIVIDADE” melhoria de vias existentes em estado precário ou subutilizadas e inserção de novas ligações; melhoria dos acessos aos bairros; nova proposta de mobilidade com inserção de ciclovia e novas rotas de transporte coletivo;

“DIVERSIFICAÇÃO DE USOS” inserção se espaços públicos e comunitários; uso e parcelamento do solo mistos; incluindo diversificação de gabaritos aplicáveis;

“REVISÃO DE ÍNDICES URBANÍSTISCOS’’ inserção de diferentes índices construtivos variando de dois a seis pavimentos, promovendo a densificação estratégica em áreas não ocupadas, o que leva a vitalidade urbana e a viabilidade de inserção de equipamentos públicos através da garantia de uso;

‘’PAISAGEM URBANA’’ Valorização das potencialidades naturais da paisagem urbana, como na área do vale e do Rio Tigre, por exemplo, e sua relação com o entorno.

“DESENVOLVIMENTO DE ÁREAS VERDES E DE PROTEÇÃO AMBIENTAL” incentivar a preservação das áreas de grande inclinação e do rio, valorizando o ambiente natural e tornando-os espaços de uso coletivo.

‘‘VITALIDADE’’ Através do aumento da densidade em alguns pontos, da inserção de comércio e serviço, e áreas verdes;

“IMPLANTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INSTITUCIONAIS E COMUNITÁRIOS” inserção de creche, sede do parque ambiental, centro de coleta e reciclagem de lixo, subprefeitura;

“ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER E CULTURA” espaços verdes de estar, espaços esportivos, espaço comunitário com área para eventos e cursos voltados a população local.

SETORES

Mapa 15: Proposta de setorização. Fonte: Mapa base: Prefeitura Municipal Edição: Flávia Regina

Como partido geral da proposta, pensei em modos de promover a diversidade e a vitalidade, proporcionando a melhoria do espaço urbano. Para tanto, assim como já descrito anteriormente, fiz uso de alguns princípios capazes de proporcionar tais condições, conforme descrito abaixo.

No texto de Leite (2012) é desenvolvido o conceito de smart growth (crescimento inteligente), que determina princípios básicos para a produção do espaço urbano. Este autor toma como base os conceitos de Jane Jacobs (2011) já citados aqui.

De acordo com Leite (op. cit), podemos definir a ocupação da cidade mediante as seguintes orientações:

- Uso misto do solo;- Tirar partido de projetos de construções compactas;- Criar uma gama de oportunidades de diversidade de moradia;- Criar bairros com caminhabilidade: grande presença de áreas dadas aos pedestres;- Incentivar comunidades atraentes com um forte senso de lugar;- Preservar espaços abertos, campos agrícolas, a beleza natural e áreas ambientalmente

críticas;- Fortalecer e orientar o desenvolvimento para as comunidades preexistentes;- Fornecer uma variedade de opções de transporte;- Tomar decisões de desenvolvimento previsíveis, justas e rentáveis.A partir das orientações acima, torna-se possível o lançamento de diretrizes que busquem

responder aos problemas levantados.

DIVERSIDADE VITALIDADE

PROPOSTA | 18DISPOSIÇÕES GERAIS DA PROPOSTA

Para o desenvolvimento da proposta foram consideradas todas as análises do local, de ocupação, de usos, as características sociais, afim de proporcionar melhores condições para o espaço urbano. Ainda foram levadas em conta as condições topográficas e de insolação.

Além dessas questões ainda foi levada em consideração a proximidade com o aeroporto, e a ocupação existente no entorno da área de intervenção.

Assim a proposta busca a inserção de vias em pontos estratégicos em relação àquilo que já existe e as possibil idade de ocupação levando em consideração as inclinações do terreno.

Juntamente das decisões acerca das conexões pensou-se na implantação de áreas verdes e de preservação funcionando de forma conjunta. Isso mostrou-se importante para a delimitação da área do parque ambiental, por exemplo, criando um tratamento para a borda do mesmo.

A partir de tais decisões foram estabelecidas as relações de uso e de índices que fossem coerentes com o objetivo da proposta. Inserção de espaços que garantam uma nova dinâmica para o espaço existente. Como comércio relacionado a rua fomentando a relação entre público e privado e a criação de quadras menores que pode encurtar distâncias e aumentar a circulação de pedestres, ainda a inserção de espaços públicos com usos diversificados e o aumento dos índices de ocupação em alguns pontos estratégicos. A seguir apresentaremos tais soluções detalhadamente.

PROPOSTA | 19

PRIN

CIP

AIS

CO

NEX

ÕES

C

RIA

ÇÃ

O D

E Á

REA

S PÚ

BLI

CA

SD

EFIN

IÇÃ

O D

E ÍN

DIC

ES

Primeiramente entende-se que a ligação entre os bairros Aeroporto e Progresso seja fundamental para garantir a conectividade.

Objetivos Principais

Além das ligações internas a ligação para além da BR 153 visam melhorar o acesso e a fluidez, bem como garantir maior segurança aos pedestres que hoje não podem circular de forma segura.

Conexões existentes - Um dos critérios para as decisões de implantação de vias é considerar aquelas que já existem, entendo que assim possa haver a continuidade da malha viária e facilitando a implantação das mesmas.

Topografia - A topografia do sitio influencia diretamente na escolha da implantação de vias, como se apresenta de forma muito acidentada as decisões são tomadas a partir do estudo de locais onde seja possível a implantação de forma coerente.

Relações buscadas - Entendendo que a busca pela conexões entre os bairros e dos mesmos com o restante da cidade tem-se isso como elemento norteador da proposta. Além disso desenvolver vias principais para as conexões pretendidas visando a legibilidade da proposta.

Sabendo que as conexões existentes não permitem a permeabilidade estão sendo propostas novas vias que possam integrar os bairros. A melhoria das vias existentes subutilizadas também é entendida como forma de garantir a conectividade.

Um outro ponto considerado para a criação das vias foi a implantação de quadras curtas que melhorem as condições de deslocamento e segurança, reduzindo as distâncias e deixando o espaço dinâmico.

Além desses fatores a implantação de sistema cicloviário e a ampliação do sistema de transporte coletivo exigem a reformulação de algumas vias, assim como a melhoria das condições de circulação de pedestres.

Priorizar o pedestre em relação ao veículo tem como ações a melhoria dos passeios e das travessias de ruas, especialmente da BR 153 que do modo que se apresenta não permite a travessia segura de pedestres.

Tudo isso visa garantir a melhor interrelação entre os bairros e garantir permeabilidade em toda área de intervenção.

No mapa 16 (ao lado) é possível visualizar como foram pensadas tais ações e identificar como se aplicariam as estratégias descritas.

Vias principais reestruturadas, melhorando condições de tráfego de veículos, pedestres e ciclistas. Pavimentação e melhoria de vias subutilizadas, bem como das relações entre modais. Criação de vias e/ou passarelas exclusiva para pedsetres e ciclistas.

Passarelas elevadas transpondo pontos específicos. Reformulação do acesso ao bairro Progresso.Proposta

LEGENDAMapa 16: Proposta viária Esc. 1/10000. Fonte: Flávia Oldoni

Mapa 17: Proposta de transporte público e ciclovias. Fonte: Mapa base: Prefeitura Municipal Edição: Flávia Oldoni

Cristo Rei

Castelo Branco

Aeroporto

Vitória II

Progresso

Cerâmica

LEGENDA

Vias para pedestres

Linhas de transporte coletivo - proposta de inserção/ligação

Linhas de transporte coletivo existentes

Estação intermodal

MODAIS DE TRANSPORTEAlém das melhorias buscadas nas questões básicas de circulação a reformulação

das vias também tem como objetivo a inserção de ciclovias bem como a ampliação das linhas de transporte coletivo. São propostas duas estações intermodais principais em pontos estratégicos próximos de locais de atividade. As ciclovias e/ou ciclofaixas estão relacionadas com as vias de maior fluxo, considerando ainda sua implantação em vias com inclinação adequada.

As ações referentes a mobilidade se apresentam no mapa 17 (ao lado).

SISTEMA VIÁRIO

PROPOSTA | 20

|Parque Rio TigreObjetivos: Promover a preservação do rio e incentivar a valorização do mesmo através de espaços de encontro; Criar ambientes para uso de públicos diferentes em diferentes horários (diurno e noturno); Espaço de lazer e estar.

Programa - Área de recreação infantil;- Pista para skate e bicicletas;- Áreas de bares e restaurantes;- Áreas estar e convívio;- Pista de caminhada e bicicleta;- Estação intermodal;

Objetivos: Valorizar a paisagem natural bem como promover área de preservação afim de garantir qualidade ambiental do espaço urbano. Impedir a sua degradação; Proporcionar usos educacionais voltados a questões ambientais, fazendo uma ponte entre esses espaços e as escolas existentes;

Programa - Trilhas, arborismo, piquenique ;- Espaço sede para cursos e espaço de administração do parque, contando com área de alimentação;- Passarela de ligação entre os bairros.

Objetivos: Proporcionar o convívio social através de uma sistema de espaços públicos que se interligam pelos espaços das próprias vias.

|Parque ambiental

|Espaços públicos - convívio social

Programa - Espaços de estar e convívio;- Recreação infantil ;

|Subprefeitura

Objetivos: Aproximar serviços públicos da população; Proporcionar apoio e assistência aos moradores. Programa - Assistência social;- Assistência à saúde preventiva;- Serviços básicos.

0102

03

04

05

01

|Estação intermodal

Objetivos: Proporcionar o acesso a diferentes modais de transporte, sua colocação junto ao parque promove maior acesso ao mesmo.

Programa - Bicicletários;- Áreas de estar e convivência; - Espaço alimentação.

02

|Creche

Objetivos: Suprir a necessidade do bairro Aeroporto, pensando especialmente na densificação proposta que proporcionará uma demanda ainda maior.Programa - Espaço de atividades interno;- Espaço de atividades externo.

03

|Centro social - centro esportivo

Objetivos: Proporcionar local de encontro e de vivência para os moradores, proporcionando eventos de incentivo à cultura e espaços de interação abrangendo a comunidade local.

Aliar o uso comunitário ao esporte, sendo esse um espaço voltado para todos os públicos.Programa - Oficinas e áreas culturais;- Sede administrativa;- Espaços abertos de convívio;- Espaços poliesportivos;- Comércio específico para atender eventos;- Estação intermodal.

04

|Sede do Parque Ambiental Objetivos: Promover cursos voltados a questão ambiental fomentando a preservação das áreas vulneráveis; Atuar juntamente com as escolas e com a ONG Elo Verde que busca a despoluição do Rio Tigre e de outras áreas degradadas.

Programa - Espaço para cursos;- Espaço administrativo;- Áreas de apoio ao parque.

05

ÁREAS VERDES

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS E COMUNITÁRIOS

Mapa 19: Proposta de implantação de equipamentos - Esc. 1/10000. Fonte: Flávia Oldoni

Mapa 18: Proposta de áreas verdes públicas - Esc. 1/10000. Fonte: Flávia Oldoni

|Centro de Reciclagem

Objetivos: Dispor um espaço adequado para os catadores que já trabalham no local e agregar espaço para triagem e de reciclagem hoje localizada no bairro.

06

06

A inserção de equipamentos tem por objetivo atender uma demanda observada em tal região, bem como fomentar a animação urbana em pontos estratégicos, sendo que estes sempre são foco de atenção e podem fomentar a vitalidade do local.

A inserção de áreas verdes de estar e lazer não identificadas em tal área como analisado anteriormente, bem como, proteger áreas ambientalmente frágeis. Aliadas a equipamentos públicos podem ser responsáveis por fomentar a animação urbana, sendo um dos conceitos estudados que pode garantir a diversidade.

PROPOSTA | 21

Imagem 1: Espaços ao longo do rio.Fonte: Esahttp://www.landezine.com/

Imagem 2: Contato com áreas naturais. Fonte: http://www.landezine.com/

Imagem 3: Espaços públicos de estar e convívio social.Fonte: http://www.s-onsite.com/works/detail.html?id=80

PROPOSTA | 22

Proposta apenas de novos índices urbanísticos

Proposta de desenho urbano (ruas e/ou lotes) e índices urbanísticos

Área mista até três pavimentos Área residencial até três pavimentos Área residencial até quatro pavimentos Área mista até quatro pavimentos Área mista até seis pavimentos

Plano geral de desenho para a área de estudo

Associação empresa Comil

Área Mista 1

LEGENDA

Áreas Mista 2

Área Residencial 1

Área Residencial 2

Área Residencial 3

Áreas Mista 3

Área Especial

Áreas Verdes (Incluindo APP)

Equipamentos Públicos ou Comunitários

1

1 Passarelas para pedestres e ciclistas

Área de desenho da proposta

Área de intervenção (definição de índices e diretrizes)

Rua D

elm

ar L

. Rig

on

Rua Thodoro Tedesco

Rua S

ão Jo

rge

Rua S

ão S

ebastiã

o

Rua Constantin

o Polleto

Rua F

ransc

isco

Fave

ro

Rua Elias Zambonatto

Rua Carolina Fioravante

Rua Generino Laurindo Strapasson

Rua Frederico Schubert

Rua Gionani Corradi

Rua Souto Neto

Rua Severino Sechet

Rua Jo

sé C

ontin

i

Rua Ta

sso A

. dos S

anto

s

R. J

oão

Alm

eida

R. D

omin

gos

Gol

lo

R. D

omin

gos

Gol

lo

Rua R

ein

ald

o A

. Borb

a

Rua R

ein

ald

o K

uka

Rua Demétrio Arpini

R. H

erm

es M

ioss

o

Rua ‘C’

Rua Professor Bernardo Gutwschager

Rua D

emétrio A

rpini

1

1

PROPOSTA | 23

100m 300m

Mapa 20: Zoneamento geral da propostaFonte: Flávia Oldoni

MAPA GERAL |ZONEAMENTO

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

Acesso ao bairro Progresso, hoje apresentando várias áreas vazias com potencial de ocupação, podendo configurar melhor o acesso ao bairro. Além disso o acesso margeia o rio Tigre, assim pensam-se usos relacionados para via e para o parque.

OBJETIVO E PROPOSTA

Promover a densificação afim de garantir vitalidade e insenvivar uso comercial e de serviços no térreo trazendo maior ânimo para tal região e proporcionando a melhoria no acesso ao bairro. Como se encontra na área mais baixa do terreno, proporcionar maior gabarito não implica na insolação de outros edifícios menores. Pensando na insolação e ventilação mantém-se recuos laterais mínimos para que isso seja garantido.

ÁREA

Área Mista 1

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

Mínimo 700m²

20m

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 6 pav. Embasamento: max 70%

Torre: max 60%

T. P.

2,5 15%

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Embasamento Frontal: 0Lateral: 0Altura máxima: 5m

Torre: Frontal: 2,5mLateral: 2,5mFundos: 4m

USOS

Embasamento: Comercial e serviço Torre: Uso misto (residencial ou comercial e serviços de baixa incomodidade*)

RALAÇÃO COM A RUA

Os índices, usos e afastamentos foram propostos de modo a melhorar a interface entre o edifício e a rua.É proposto ainda que os edifícios mantenham uma marquise de até dois metros sobre o passeio, que atua como proteção para o pedestre tornando mais agradável o percurso e atraindo-o para próximo dos edifícios.

Simulação da proposta com máxima utilização dos índices construtivos.

O contato através da experiência entre o que está acontecendo no ambiente público e o que está acontecendo nas residências, lojas, fábricas, oficinas e edifícios coletivos adjacentes pode promover uma extensão e enriquecimento das possibilidades de experiências, em ambas as direções. (GEHL, 2011, p. 121 apud SABOYA, 2013)

PROPOSTA | 24

100m 300m

ÁREA MISTA 1

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

1 - Ocupação ao longo da via de acesso ao bairro Aeroporto se apresentando como uma das vias mais importantes.2 - Área ainda sem ocupação que farão transição entre os setores com maior e menor densidade.

OBJETIVO E PROPOSTA

Proporcionar áreas mistas, com comércio e serviço no térreo relacionado à rua, afim de proporcionar maior diversidade tanto de uso como de gabaritos.

ÁREA

Área Mista 2

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

Mínimo 500m²

15m

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 4 pav. Embasamento: max 60%

Torre: max 60%

T. P.

2,00 15%

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Térreo Frontal: 0Lateral: 2,5mAltura máxima: 5m

Demais pav.: Frontal: 0Lateral: 2,5m

USOS

Térreo: Comercial e serviço Demais pavimentos: Uso residencial

RALAÇÃO COM A RUA

Da mesma forma que na Área Mista 1, propõe-se que não haja afastamento frontal para que o comércio esteja diretamente ligado à rua. Como proteção ao pedestre é proposto que as edificações tenham marquise de até dois metros sobre o passeio público.

Simulação da proposta com máxima utilização dos índices construtivos.

PROPOSTA | 25

100m 300m

ÁREA MISTA 2

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

Ocupação ao longo da principal via de acesso ao bairro Aeroporto, configurando a borda do mesmo e ligando com o bairro Progresso.

OBJETIVO E PROPOSTA

Promover a diversidade através do incentivo de novos usos e nova configuração de implantação de edifício no lote. Pela proximidade com o aeroporto mantém-se o gabarito previsto atualmente pelo Plano Diretor de Erechim.

ÁREA

Área Mista 3

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

Mínimo 360m²

12m

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 6 pav. Torre: max 50%

T. P.

2,0 20%

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Térreo Frontal: 0Lateral: 2,5mAltura máxima: 5mFundos: 3m

Demais pav.: Frontal: 0Lateral: 2,5mFundos: 3m

USOS

Térreo: Comercial e serviço (vicinal) Demais pav.: Uso residencial

RALAÇÃO COM A RUA

Mantém-se a edificação isenta de recuo frontal visando ampliar a relação com a rua, assim como nas demais áreas mistas, propõe-se que as edificações mantenham marquises até dois metros sobre o passeio público.

Simulação da proposta com máxima utilização dos índices construtivos.

O contato através da experiência entre o que está acontecendo no ambiente público e o que está acontecendo nas residências, lojas, fábricas, oficinas e edifícios coletivos adjacentes pode promover uma extensão e enriquecimento das possibilidades de experiências, em ambas as direções. (GEHL, 2011, p. 121 apud SABOYA, 2013)

PROPOSTA | 26

100m 300m

ÁREA MISTA 3

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

Área com característica de baixa densidade ou ainda sem ocupação.

OBJETIVO E PROPOSTA

Promover ocupação com edificações de média densidade fazendo a transição entre área com maior e menor densidade.

ÁREA

Área Residencial 1

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

Mínimo 500m²

15m

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 4 pav. Térreo 60%

Demais pav. 60%

T. P.

2,0 20%

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Frontal: 4mLateral: 2,5mFundos: mínimo 3m

USOS

Residencial

RALAÇÃO COM A RUA

Para que se mantenha a relação com a rua, são propostos anteparos opacos no máximo até 90cm de altura, acima disso, é indicado o uso de anteparos translúcidos ou grades espaçadas. Quadras curtas que facilitam o deslocamento e também proporcionam maior vitalidade.

Simulação da proposta com máxima utilização dos índices construtivos.

Proporcionar maior adensamento em áreas residenciais entendendo que isso trará dinamicidade para o local e proporcionará que a infraestrutura proposta possa ser aproveitada por um número maior de pessoas.

“Um pedestre sente o olhar coletivo, mesmo que ninguém esteja realmente olhando para a rua.” (HANSON; ZAKO 2007, p. 021-19 apud SABOYA 2013)

PROPOSTA | 27

100m 300m

ÁREA RESIDENCIAL 1

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

Área já ocupada, predominantemente residencial.

OBJETIVO E PROPOSTA

Propõe-se manter características importantes já existentes do solo urbano e a especulação imobiliária que poderia levar a expulsão dos moradores que já ocupam área.

ÁREA

Área Res. 2

PARCELAMENTO

Lote (m²)

Testada (m)

Mínimo 360m²

12m

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 3 pav.

Torre: max 50%

T. P.

1,5 20%

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Frontal: 4mLateral: 2mFundos: 3m

USOS

Residencial

RALAÇÃO COM A RUA

Mantém-se o afastamento frontal de quatro metros de ajardinamento. Como alternativa de permitir uma relação entre os ambientes público e privado são propostas grades espaças ou aparatos translúcidos e muros de no máximo um metro de altura.

Simulação da proposta, sem alteração significativa das características do local.

PROPOSTA | 28

100m 300m

ÁREA RESIDENCIAL 2

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

Área já ocupadas por reassentamento.

OBJETIVO E PROPOSTA

Promover a regulação afim de impedir a especulação imobiliária e garantir a permanência dos moradores no local através da implantação de índices que não elevem o valor do solo.

ÁREA

Área Residencial 3

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

mín. 175m²

8 mín.

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 2 pav. 50%

T. P.

- 15%

USOS

Residencial

DIRETRIZES

- Regulação da área ocupada e estudo caso a caso para garantindo a propriedade do solo. - Melhorias das residências que apresentam algum tipo de precariedade.

Para tanto propõe-se a regularição fundiária da ocupação existente, mantendo as famílias onde estão. Segundo o Diretor de Habitação da Secretaria Municipal de Obras Públicas Joselito Onhata, a área em questão está na lista entre aquelas que passarão pelo processo de regularização por parte da prefeitura, assim, configurando-se como área passível de regularização.

11

12 Não se aplicam recuos obrigatórios já que a ocupação espontânea se apresenta de forma heterogênea, ainda que devam ser mantidas condições mínimas para insolação e ventilação nas moradias. Assim se mantém apenas taxa de permeabilidade mínima do solo em 15%.

11

12

RECUOS MÍNIMOS

11

12Área ocupada informalmente, onde não identifica-se a necessidade a necessidade de realocação, já que não se apresentam condições de risco e precariedade das moradias.

PROPOSTA | 29

Imagem da área 2 - onde propõe-se a regularização.Fonte: Google street view

100m 300m

Área de reassentamento de beira-trilhos.

ÁREA RESIDENCIAL 3

2

2

1

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA

1 - Áreas não ocupadas2 - Áreas ocupadas informalmente com moradias em estado de precariedade, onde prevê-se a realocação das famílias para a própria área de intervenção.

OBJETIVO E PROPOSTA

Promover a inclusão por meio da inserção de moradias para famílias de baixa renda em áreas onde o acesso a diversidade urbana esteja garantida através desta proposta.

ÁREA

Área Especial

PARCELAMENTO

Lote (m²) Testada (m)

- -

GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO

I. A.

Até 4 pav. 50%

T. P.

- 25%

USOS

Misto

DIRETRIZES PARA ÁREAS ESPECIAIS

- Manutenção de 30% da área edificada térrea a espaço de comércio e serviço diretamente relacionado com as áreas públicas.- Inserção de áreas de estar e convívio.- Manutenção de insolação e ventilação em todos os edifícios através da implantação adequada. - Parte do térreo destinada a comércio/serviço voltados para a rua

Para essas áreas não utiliza-se parcelamento de solo, mas sim diretrizes gerais de ocupação. Destinam-se a atender a demanda por habitação na cidade de Erechim, que segundo o Diretor de Habitação da Secretaria Municipal de Obras Públicas Joselito Onhata hoje ultrapassa 1500 habitações, não incluindo casos de realocação como dos beira-trihos. A demanda para essa ultima questão seria de aproximadamente 270 família.

11Esta área destina-se a habitações das famílias que moram em áreas de risco ou situação de precariedade, buscando assim melhorar a qualidade de vida dessas e a manutenção das relações de topofilia existentes. 12

Áreas destinadas a habitação coletiva visando atender parte da demanda identificada no município de Erechim.

Simulação de implantação da proposta.

PROPOSTA | 30

100m 300m

ÁREA ESPECIAL

25m 50m 100m

Escala gráfica

25m 50m 100m

Escala gráfica

Imagem 5: Áreas de convivência | diversidade

Imagem 6: Áreas esportivas

Imagem 7: Áreas de convivência | vitalidade

REC

OR

TE D

E A

MPL

IAÇ

ÃO

PASSARELA DE LIGAÇÃO

Imagem 8: Área de acesso à passarela

Imagem 9: Relação com a vegetação | preservação

Imagem 4: Áreas verdes abertas | diversidade

Imagem 3: Espaços alimentação e estar | diversidade

PAR

QU

E N

A O

RLA

DO

RIO

REC

OR

TE D

E A

MPL

IAÇ

ÃO

CR

ECH

EImagem2: Espaço dinâmico para creche

Imagem 1: Áreas de recreação

CORTE AA’

CORTE BB’

A

A’

B’

B

DE

SV

IO D

E C

OT

ET

E

CORTES GERAIS DA PROPOSTA | 31

RECORTE DE AMPLIAÇÃO | 32

Como objeto de aproximação na sequência desse trabalho foi escolhida a área que contempla o Centro Social Comunitário. O Centro, representa uma equipamento público com objetivo de proporcionar atividades de lazer, cultura, esporte, informação, formação e qualificação profissional além de buscar a integração com a comunidade.

Neste contexto, o centro comunitário surge como uma estrutura, onde

se desenvolvem ações tão diversificadas quanto as necessidades

sentidas pela população, não sendo apenas o somatório das

atividades dirigidas a pessoas e grupos de diversas faixas etárias, mas

uma modalidade integrada e global de responder aos problemas das

pessoas e das famílias.

A flexibilidade e o dinamismo que devem caracterizar o centro

comunitário levam-nos a conceber um modelo adaptável ao contexto

sócio-econômico onde se insere, sem perder de vista os princípios

subjacentes a este tipo de resposta (BONFIN, C. J.; SARAIVA, M. E.;

CURTO, M. J.; ABRANTES, M. L.; FERREIRA, S. P. 2000)

Ponto intermodal

Centro comunitário

Área aberta comunitária

Área de reassentamento

Parque ambiental

Creche

Principais vias de acesso

Ligações com espaços públicos

Ligações entre área do parque por passarela

Ligação com creche e com Áreas Especiais propostas.

A escolha desse equipamento busca suprir a necessidade por espaços voltados à comunidade, ou seja, supre em muitos aspectos as carências diagnosticadas neste trabalho. Também se relaciona diretamente com o objetivo de proporcionar diversidades de uso e trazer maior vitalidade ao espaço urbano. O centro buscará atender toda a área da proposta considerando a ocupação das áreas atualmente vazias.

A área onde foi proposto está em as duas principais vias de ligação entre os bairros Progresso e Aeroporto, além de estar próxima da passarela criada para transpor o vale existente que atua como um limite, estando assim em um ponto estratégico de ligação entre os bairros e também de visual para o parque proposto. O terreno ainda liga-se com a creche e com Área Especial dedicada para habitação para população de baixa renda.

O terreno não apresenta grande quantidade de vegetação, com desnível pouco acentuado. Para essa área, assim como nas demais áreas destinadas a equipamentos públicos, não foram fixados índices de ocupação, sendo analisado caso a caso de acordo com o uso e seu respectivo entorno.

FOTOS DA ÁREA DE RECORTE CENTRO COMUNITÁRIO

Esquema mostrando relações da área de recorte com entorno

Área do recorte

Escala gráfica

50m 100m 200m

Localização da área de recorte

Imagem 2: Recorte de intervenção Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 3: Recorte de intervenção Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 4: Recorte de intervenção Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 1: Recorte de intervenção Fonte: Arquivo pessoal

REFERÊNCIAS |33

BENTLEY, I.; ALCOCK, A.; MURRAIN, P.; MCGLYNN, S.; SMITH, G. Responsive environments: a manual for designers. London: Architectural Press, 1985.

BENTO, Leonardo Rosa. Pensando a socialização e a sociabilidade de famílias reassentadas em condomínios populares na malha urbana consolidada da cidade de Porto Alegre. III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008

Blog Urbanidades: <http://urbanidades.arq.br>. Acesso em julho de 2015.

BONFIN, C. J.; SARAIVA, M. E.; CURTO, M. J.; ABRANTES, M. L.; FERREIRA, S. P.. . Lisboa, 2000.Centro Comunitário

BRASIL. Estatuto da Cidade: Lei 10.257/2001 que estabelece diretrizes gerais da política urbana. Brasília, Câmara dos Deputados, 2001, 1ª Edição.

BRASILIA. Projeto Integrado Vila Estrutural, de janeiro de 2008. Plano Físico e Social de Relocação e Reassentamento das Famílias Beneficiárias do Projeto Integrado Vila Estrutural. Brasília, DF, 2008.

EQUIPE, Erechim para quem quiser Ver, discutir e intervir: democratizando o acesso às informações

ERECHIM. Plano Diretor. Lei 2595/1994. Dispõe sobre o desenvolvimento urbano, zoneamento de uso do solo urbano e dá outras providências. Erechim, 2012.

FACCIO, Ana Júlian. Segregação e Exclusão Social: O caso dos Beira-trilhos em Erechim - RS. Para Onde?, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p.50-66, ago/dez 2011.

FUNFGELT, Karla. História da Paisagem e Evolução Urbana da Cidade de Erechim - RS. 2004. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em junho de 2015

JACOBS, Jane. Condições para a diversidade urbana. In: JACOBS, Jane. . 2. ed. Morte e Vida das Grandes CidadesSão Paulo: Wmf Martins Fontes Ltda., 2009. p. 157-266. Tradução de Maria Estela Heider.

LEFEBVRE, H. . Tradução de Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Editora Moraes, 1991.O direito à cidade

LEITE, C.; MARQUES, J. C. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Editora Bookman, 2012

LYNCH, K. . Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2006A imagem da cidade

MARCELLINO, Nelson Carvalho; BARBOSA, Felipe Soligo; MARIANO, Sthépanie Helena. As cidades e o acesso aos espaços e equipamentos de lazer. Impulso: Arquitetura e Cidade. Piracicaba, v. 17, n. 44, p.55-66, out. 2006.

O Estatuto da Cidade Comentado. organizadores Celso Santos Carvalho, Anaclaudia Rossbach. – São Paulo : Ministério das Cidades: Aliança das Cidades, 2010.

Prefeitura Municipal de Erechim. Disponível em: <http://www.pmerechim.rs.gov.br/> Acesso em junho de 2015.

RESOLO. Regularização de loteamentos no município de São Paulo. Portela Boldarini Arquitetura e urbanismo, 2003.

S A B O YA , R e n a t o . . 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m : C o n d i ç õ e s p a r a a V i t a l i d a d e U r b a n a<http://urbanidades.arq.br/2013/06/condicoes-para-a-vitalidade-urbana-4-permeabilidade-visual/>. Acesso em: 04 maio 2013.

SANTOS, C. N.; VOGEL, A. . São Paulo: Projeto, 1985 socioambientais da cidade, Erechim, Quando a rua vira casaRS. 2012. Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, RS.

Prancha 30Imagem 1: http://draftworks.eu/ch/archives/1196#.VbERU_km-QeImagem 2: http://www.archdaily.com/291035/prinsessegade-kindergarten-and-youth-club-winning-proposal-cobe-nord-architects/Imagem 3: http://draftworks.eu/ch/archives/1196#.VbERU_km-QeImagem 4: http://www.bustler.net/index.php/article/delva_landscape_architects_and_plusofficearchitects_designs_vlaspark_concep/Imagem 5: http://www.atelier-loidl.de/atelier/projekte/wettbewerbe/?lang=deImagem 6: http://www.landezine.com/index.php/2014/01/lemvig-skatepark-by-effekt/Imagem 7: http://draftworks.eu/ch/archives/1196#.VbERU_km-QeImagem 8:http://b-k-k.com.au/projects/urban-design-infrastructure/project/batman-avenue-footbridge-competition/Imagem 9: http://www.archdaily.com.br/br/01-138218/projeto-urbano-ponte-de-pedestres-rosemont-repensando-a-passarela

Prancha 9Imagens 1 a 6: http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=batistiniImagens 7 e 8: http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=comunidade-da-paz

Prancha 8 Imagens 1 a 7: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!aqui/read/14198/rvba-arquitetos--oco-arquitetos-urbaniza%C3%A7%C3%A3o-de-favelas-da-baixinha-de-santo-ant%C3%B4nio

Referências Imagens:

SCOTT, R. P.. Remoção Populacional e Projetos de Desenvolvimento Urbano. In: JULIO CÉZAR DOS SANTOS; WELLINGTON ALVES DE CASTRO. (Org.). ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS X VINTE ANOS DA ABEP, 10. ANAIS. 1ed.CAXAMBÚ: ABEP, 1996, v. 2, p. 813-834.

TUAN, Yi-fu. São Paulo: Difel, 1980.Topofilia: Um estudo de Percepções, Atitudes e Valores do Meio Ambiente.

VILLAÇA, Flávio. . São Paulo. Studio Nobel. 2012. Reflexões Sobre as Cidades Brasileiras