ditadura e censura

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DITADURA E CENSURA

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Page 2: Ditadura e censura

QUANDO COMEÇOU A DITADURA EM PORTUGAL?

A Ditadura surgiu em Portugal em 1926 em resultado:

da incapacidade da Primeira República em resolver a difícil situação da sociedade portuguesa;

da acção dos partidos monárquicos (tentativa de restauração da monarquia no Norte de Portugal);

do desentendimento entre os partidos, fazendo cair sucessivamente os governos;

da Ditadura de Sidónio Pais que arruinou a democracia; da grande inflação depois da guerra, com a

desvalorização da moeda, aumento dos preços e a manutenção de salários muito baixos;

do grande défice financeiro.

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COMO CONSEQUÊNCIAS…

Houve: tumultos, greves, atentados, assaltos colectivos a

armazéns de alimentos e lojas; receio progressivo dos comunistas que se

organizavam; formação de grupos armados com militares que

poderiam formar um governo forte.

E:

Em 28 de Maio de 1926, o General Gomes da Costa, à maneira fascista, marchou de Braga até Lisboa e tomou o poder, caindo assim a 1ªRepública.

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PORTUGAL PASSOU ASSIM A TER UMA DITADURA MILITAR ENTRE 1926 E 1933

Contudo: a Ditadura Militar não conseguiu solucionar o défice

financeiro nem a instabilidade política.E:

em 1928, o General Óscar Carmona foi eleito Presidente da República e chamou para Ministro das Finanças António de Oliveira Salazar.

Formou-se assim uma política de grande contestação e austeridade, onde houve:

o aumento dos impostos; a redução das despesas públicas; a redução do défice financeiro.

E em: 1930 aconteceu a promulgação do Acto Colonial que

instituiu o Império Colonial Português. 1932 houve a assunção da chefia do governo por António

de Oliveira Salazar.

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A CONSTITUIÇÃO DE 1933 A Constituição de 1933 vem dar força a um

regime autoritário que proíbe os partidos políticos e as greves, estabelece a censura e cria a polícia política. Esta polícia foi primeiramente chamada de PVDE e depois, em 1945, passa a ter o nome de PIDE.

Estas medidas serviram para criar um estado repressivo, que dominava pelo medo e pela ignorância. A esta situação ajudavam também as más condições de vida de grande parte da população e as elevadas taxas de analfabetismo. Era, assim, mais fácil para Salazar dominar uma sociedade pobre e sem cultura.

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ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZARNasceu a 28 de Abril de 1880, em Santa Comba Dão. Apesar dos seus pais serem agricultores, Salazar conseguiu completar a instrução primária e posteriormente entrou para o Seminário de Viseu, onde estudou oito anos. Depois de ser vigilante e professor no Colégio da Via Sacra, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Concluiu a formatura em Direito com a classificação final de 19 valores. Pouco tempo depois, ascendeu a professor catedrático do grupo de Ciências Económicas na mesma Universidade onde se formou. É então, em 1928 , quando se estabelece a ditadura militar, que assume a gerência da pasta das Finanças. Contudo, esteve apenas dois meses no cargo, tendo-se demitido. Voltou novamente a ser Ministro das Finanças e em 1932 é eleito chefe do Governo.

“A vontade deve ser educada no amor de Deus e do próximo, no amor da família, à honra e à dignidade, à liberdade, ao trabalho e à verdade.”

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O ESTADO NOVOO QUE ERA O ESTADO NOVO?

O Estado Novo foi um Regime Político Autoritário e Corporativista. Traduzia-se por ser autoritário, conservador, nacionalista, corporativista de inspiração fascista, católica e tradicionalista de carisma anti-liberal, anti-comunista e colonialista.

Durou em Portugal 41 anos sem interrupção, desde 1933, com a aprovação da Constituição, até 1974, quando foi derrubado pela Revolução do 25 de Abril.

Era chefiado por António de Oliveira Salazar, Ministro das Finanças naquela altura e, após a sua morte, foi substituído por Marcello Caetano.

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CARACTERÍSTICAS DO ESTADO NOVO

Um chefe: António de Oliveira Salazar; Um partido: União Nacional; Uma polícia política: a PIDE; Prisões especiais para políticos; Campos de concentração; Censura; Proibição dos sindicatos; Instituição do corporativismo; Milícia Armada: Legião Portuguesa; Enquadramento da Juventude: Mocidade Portuguesa; Culto do Chefe; Concordata com a Igreja; Antidemocrata; Subalternização da mulher face ao homem, o “chefe

de família”; Controlo da cultura e dos movimentos artísticos:

propaganda do regime.

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CARACTERÍSTICAS INOVADORAS

Ruralismo; Exaltação patriótica: “alma

nacional”; Enaltecimento dos autores da

construção do Império Português; Símbolo: o Pendão com as Quinas; Valores:

Deus – Pátria - Família

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LEMAS “Deus, Pátria, Família.”

“Tudo pela Nação, nada contra a Nação.”

“Persistentemente, teimosamente, não

somos demais para continuar Portugal.”

“Enquanto houver um Português sem

trabalho e sem pão a Revolução

continua.”

“Temos uma Doutrina. Somos uma

Força.”

"Orgulhosamente sós.”

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A CENSURA A censura é tão antiga

quanto a sociedade humana, sendo a Grécia antiga a primeira sociedade a elaborar uma justificativa ética para a censura, com base no princípio de que o governo da Pólis (cidade - estado) constituía a expressão dos desejos dos cidadãos podendo, portanto, reprimir todo aquele que tentasse contestá-los.

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FORMAS DE CENSURADo ponto de vista da forma pela qual é exercida, a censura pode ser preventiva ou prévia; repressiva ou punitiva; indirecta; censura de carácter moral, político e religioso e censura pública.

Censura prévia ou preventiva é o direito que tem o governo de exercer vigilância sobre a publicação de livros ou periódicos, assim como sobre a encenação de peças teatrais, fora da intervenção dos tribunais.

A censura ao texto impresso é feita após a publicação, de acordo com o princípio segundo o qual o cidadão deve assumir a responsabilidade dos seus actos. Nestes casos, a censura chama-se punitiva ou repressiva.

Os tribunais do Santo Ofício exerciam uma censura de carácter moral, político e religioso, sendo os réus submetidos a torturas, a longos períodos de prisão ou à morte na fogueira.

Na censura pública, os censores liam e reliam cada palavra, cortavam vocábulos, parágrafos, textos completos. Amputavam as notícias, chegavam a subverter por completo o seu sentido e substituíam palavras.

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O LÁPIS AZUL… O “lápis azul” riscou notícias, fados, peças de teatro e livros,

apagou anúncios publicitários, caricaturas e pinturas de parede. Sendo proibida qualquer referência ao material censurado, poucas foram as oportunidades de ver o que se perdeu.

Com Salazar, a Censura carimbava CORTADO quando os cortes eram integrais, AUTORIZADO COM CORTES quando eram parciais, e também apunha o carimbo de SUSPENSO , nos casos em que era requerida decisão superior.

Com Caetano, o Exame Prévio carimbava PROIBIDO nas provas cortadas na íntegra, AUTORIZADO PARCIALMENTE  nas que sofressem cortes parciais e DEMORADO nas que fossem sujeitas a instância superior. As que passavam sem cortes eram simplesmente carimbadas a azul com a designação VISADO (no tempo de Salazar) ou VISTO (no de Caetano).

Todos os artigos passavam pelo exame prévio e só depois seriam publicados, se os censores o autorizassem.

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CENSURA NA IMPRENSA A Comissão da Censura é

instituída a 22 de Junho de 1926 e os jornais passam a ser obrigados a enviar a esta comissão quatro provas de página e a não deixar em branco o espaço das notícias censuradas. A implicação desta medida causa a indignação nas redacções.

Após a Constituição de 1933 a Censura continuou a ser executada ainda com mais força.

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CENSURA NA MÚSICA A Censura estendia-se a outros domínios que não a

Imprensa. A realização de um espectáculo público dependia de uma solicitação de autorização submetida à Comissão da Censura. E nem as letras dos fados a serem cantados escapavam ao exame da Inspecção dos Espectáculos, dos Serviços de Censura.

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CENSURA NA PUBLICIDADE Até na publicidade a censura actuava. O cartaz

mostra um anúncio de uma marca de vestuário, de senhor e de senhora, com dois casais vestidos em primeiro plano e outros, em segundo plano, que apareciam sem roupa, ainda que não se percebesse a nudez dos seus corpos. O slogan "Ou Daga ou nada" explicava a imagem. A Censura autorizava o anúncio, mas cortava a segunda imagem.

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CENSURA NO TEATRO Pela mesa censória passavam também os

guiões das peças teatrais, antes da sua exibição.

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FELIZMENTE HÁ LUAR! Em 1961, foi publicada a peça de teatro

Felizmente Há Luar!, distinguida com o Grande Prémio de Teatro; contudo a representação desta peça foi proibida pela censura. Só viria a ser representada em 1978, já depois do 25 de Abril, no Teatro Nacional. Foram vendidos 160 mil exemplares da peça, resultando num êxito estrondoso.

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CENSURA NO CINEMA Mas se alguns dos cortes da censura são

“óbvios” pelas mensagens subversivas ao regime político fascista, outros são menos claros,

como se pode observar neste panfleto de divulgação do filme A Casa Encantada, de Alfred Hitchcock, onde a navalha que um homem segura enquanto abraça uma mulher é apagada.

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Fim!!Trabalho realizado por:

Cláudia António nº7Inês Nunes nº16

12ºB