distritonline jornal impresso 2016

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PUB “A ESTBarreiro/IPS também tem sido um parceiro com o qual a região tem contado” //pág. 10 - 11 Distribuição gratuita // Anual // Ano 2 // Número 2 // Diretor: Hugo Amaro Moita: Novo posto da GNR na Moita só depois de 2018 Rodrigo Bailão “Se fossemos todos offshore?” Barreiro Indeferida providência cautelar para travar alargamento dos Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) ao concelho da Moita Marta Campos Justino “Alimentos Transgénicos: um futuro próspero ou um filme de terror?” SOCIEDADE CONSULTÓRIO JURÍDICO SOCIEDADE SAÚDE E BEM ESTAR //pág. 17 //pág. 3 //pág. 12 //pág. 3 Autarquias : Entrevistas aos presidentes de Câmaras do Barreiro, Moita e Montijo //págs. 18-19-20-21 //pág. 12 OPINIÃO Pedro Lino “Incerteza” GRANDE ENTREVISTA// Diretor ESTBarreiro/IPS, Pedro Miguel Pereira Salvado Ferreira Rui Garcia Presidente C.M.Moita Nuno Canta Presidente da C.M.Montijo “Com este Governo ou com outro, pensamos que vai ser uma inevitabilidade a construção da TTT” Carlos Humberto Presidente C.M.Barreiro “Não está claro que existam razões para alterar a decisão de construir o Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete” “Vamos pedir a clarificação nas próximas eleições autárquicas”

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“A ESTBarreiro/IPS também tem sido um parceiro com o qual a região tem contado”//pág. 10 - 11

Distribuição gratuita // Anual // Ano 2 // Número 2 // Diretor: Hugo Amaro

Moita:Novo posto da GNR na Moita só depois de 2018

Rodrigo Bailão“Se fossemos todos offshore?”

BarreiroIndeferida providência cautelar para travar alargamento dos Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) ao concelho da Moita

Marta Campos Justino “Alimentos Transgénicos: um futuro próspero ou um filme de terror?”

SOCIEDADE CONSULTÓRIO JURÍDICO SOCIEDADE SAÚDE E BEM ESTAR

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//pág. 17//pág. 3//pág. 12//pág. 3

Autarquias : Entrevistas aos presidentes de Câmaras do Barreiro, Moita e Montijo //págs. 18-19-20-21

//pág. 12

OPINIÃO

Pedro Lino“Incerteza”

GRANDE ENTREVISTA// Diretor ESTBarreiro/IPS, Pedro Miguel Pereira Salvado Ferreira

Rui GarciaPresidente C.M.Moita

Nuno Canta Presidente da C.M.Montijo

16

“Com este Governo ou com outro, pensamos que vai ser uma inevitabilidade a construção da TTT”

Carlos HumbertoPresidente C.M.Barreiro

“Não está claro que existam razões para alterar a decisão de construir o Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro deAlcochete”

“Vamos pedir a clarificação nas próximas eleições autárquicas”

Na apresentação da quinta edição do Dia B, a Vice-Presidente Sofia Martins agradeceu a todas as entidades envolvidas no projeto que ajudam a tornar o Barreiro mais bonito.

Realçou a capacidade de mobilização da população e das entidades em torno de um bem comum e salientou que o Dia B já ganhou projeção para fora das fronteiras do Município. “No ano passado, fomos convidados para apresentar o Dia B noutros municí- pios. Isso revela a importância do projeto mesmo para quem nos observa de fora”.

Mónica Duarte, Coordenadora do projeto, fez uma retrospetiva do Dia B, desde a primeira edição em 2012, e apresentou os números para 2016 contabilizados até ao momento: cerca de 4500 inscritos; 107 projetos; 28 escolas e 22 coletividades/ associações/IPSS participantes; e 19 parceiros a “dar movimento ao ‘B’”.

Parcerias

Em termos de apoios e parcerias, esta edição do Dia B conta com as seguintes entidades: AKI; AMAZING CHANGE; GREEN IMAGIN; LOJA DA FLOR; MACDONALDS; MARCONTIN; NEWCHANGE; OPTICÁLIA DE SANTA MARIA; PAPELARIA UNIVERSAL; PASTELARIA MODERNA; RESOPRE; STALBA; SUMA e TORTAS DE AZEITÃO. Na divulgação conta com o apoio de CP - CAMINHOS DE PORTUGAL; FORUM BARREIRO; TCB - TRANSPORTES COLETIVOS DO BARREIRO e TRANSPORTES LISBOA. Em termos de design e comunicação, é parceiro a ADHESIVE DESIGN.

Projetos nas escolas

Há 55 projetos inscritos (jardins, instalações artísticas, murais de azulejo, limpeza, jogos tradicionais, hortas pedagógicas...) em 28 escolas do Concelho, designadamente JI nº 3 do Alto do Seixalinho; EB1/JI nº 5 do Barreiro; EB1 nº 6 do Barreiro; EB1 nº 8 do Barreiro; JI nº 1 Alto do Seixalinho; EB2/3 D. Luís Mendonça Furtado; ES Casquilhos; ES Augusto Cabrita; EB 2/3 Padre Abílio Mendes; JI do Bairro 25 de Abril; EB1/JI Telha Nova 1; EB2/3 Quinta da Lomba; JI nº 2 da Verderena; EB1/JI do Barreiro (antiga escola 7); JI Bairro das Palmeiras; EB1/JI nº1 do Lavradio; EB1/JI nº2 do Lavradio; EB1/JI dos Fidalguinhos; EB 2/3 Álvaro Velho; EB1 de Palhais; EB1 de Coina; EBS Sto. António da Charneca; EB da

Penalva; EB Sto. António da Charneca; EB da Vila Chã; JI Fonte do Feto; EPBJC e ES Sto. André.

Projetos da comunidade

Na comunidade, há 52 ações propostas nos espaços públicos e coletivos, designadamente limpeza de praias, murais e instalações artísticas, criação de espaços verdes com árvores de fruto, requalificação de mobiliário urbano e intervenções nas coletividades.

Nos espaços coletivos está prevista a intervenção na ADAO, Escola Conde Ferreira, “Os Penicheiros”, MotoClube do Barreiro, Banda Municipal do Barreiro, SFAL, CSSA, Campo do Santoantoniense FC, URCD, Espaço L, Penalvense, CSCBL, AURPIL, estádio do FABRIL, Associação Africana, 31 de janeiro “Os Celtas”, “Os Leças”, CATICA; “Os Reguilas”, entre outros.

Os espaços públicos que vão beneficiar de intervenção são, entre outros, Jardim dos Franceses, Avenida Bento Gonçalves, Travessas do Barreiro Antigo, Praias, Quinta Braamcamp, Rua Miguel Pais, Muros da CP/EMEF, Rua Prof. Egas Moniz, Bairro das Palmeiras, Bairro 25 de Abril; Rua de Maputo, Cidade Sol, Vale de Trabuco, Mata da Machada, Rua Prof. Maria Lalande, Av. JJ Fernandes, Rua Miguel Bombarda (Lavradio) e Fidalguinhos.

Cerca de 4500 inscritos para DIA B 2016

A apresentação dos projetos que integrarão a próxima edição do Dia B, dos parceiros e da nova APP (aplicação para telemóvel) foram apresentados dia 19 de abril, a alguns parceiros e à comunicação social. O Dia B, recorde-se, realiza-se a 13 e 14 de maio; 13, será dedicado a escolas e zonas envolventes. Até ao momento estão 4500 inscritos nesta mega ação de voluntariado urbano.

//SOCIEDADE

Ficha Técnica

Diretor: Hugo Amaro Proprietário/Editor: Hugo Amaro Unipessoa,LdaMorada:Rua José Elias Garcia 33,5B,2830-351 Barreiro| NIF: 510970656| NºRegisto:124379Sede da redação: Rua José Elias Garcia 33,5B,2830-351 Barreiro|Colaboradores: Jorge Loureiro| Luís Silveira e Castro| Fernando Valente| Rodrigo Bailão|Pedro Lino|Ana Sequeira|Marta Justino|Tiragem:8.000exPeriodicidade:AnualGráfica:Grafica Diário do MinhoMorada:Rua Cidade do Porto - Complexo Industrial Grundig, bloco 5, Fracção D4710-306 Braga - PortugalEmail: [email protected] Editorial pode ser consultado na página www.distritonline.pt

Dia B terá aplicação para telemóvel

Uma das novidades desta edição, apresentada na iniciativa por Pedro Santos, da ADHESIVE DESIGN, é a nova APP móvel, que deverá ser lançada em maio e terá, entre outras valências, uma vertente de itinerário (é possível pesquisar os locais onde decorrem as ações) e uma lógica de “jogo”, ou seja, o visitante poderá fazer ‘check-in’ nos locais partilhando fotos que entram diretamente no site do Dia B - http://diab.cm-barreiro.pt/.

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2 www.distritonline.pt

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//SOCIEDADE

O novo posto da GNR da Moita não deverá ser construído antes de 2018, informou a Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, numa reunião com o presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, esta sexta-feira, dia 22 de abril, no Ministério da Administração Interna. Isabel Oneto referiu, no entanto, que este equipamento está elencado como primeira prioridade para o distrito de Setúbal.

O presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, aproveitou a ocasião para alertar, mais uma vez, o Governo para a atual degradação das condições do atual posto da GNR da Moita, tendo a Secretária de Estado

garantido que serão tomadas medidas para melhorar a segurança daquele edifício.

Recorde-se que, em 2009, o antigo Quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Moita foi adquirido, pelo Ministério da Administração Interna, para a instalação do futuro posto da GNR. Contudo, esta força de segurança permanece num edifício, cedido pela Câmara Municipal da Moita, sem qualquer tipo de contrapartida, que não reúne as condições necessárias para o funcionamento regular da GNR.

Em março de 2015, o presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, já havia manifestado ao

governo que a resolução do problema do Posto da GNR é uma prioridade disponibilizando-se para, em conjunto com o MAI, encontrar uma solução que pode passar pela permuta do antigo quartel dos Bombeiros por um terreno municipal, possibilitando, assim, a construção de um novo posto. Esta solução teve agora aceitação por parte do MAI, sendo que o terreno municipal a ceder se localiza no loteamento da "Mãe D'Água", na Moita.

C.M.Moita

Light Run Montijo promete pôr todos a mexer

Novo posto da GNR na Moita só depois de 20183 14

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O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Almada indeferiu a providência cautelar requerida pelos TST contra a Câmara Municipal da Barreiro.

Depois de no dia 19 de abril, o TAF ter-se pronunciado pelo indeferimento da providência cautelar contra a Câmara Municipal da Moita, veio no dia 22 também indeferir a providência contra o Município do Barreiro numa decisão que se pode considerar histórica, abrindo caminho para uma resolução rápida desta situação que se arrasta desde dezembro passado aquando a assinatura do Protocolo de Entendimento entre os dois municípios que previa o alargamento do serviço dos TCB às freguesias vizinhas do concelho do Barreiro.

Desde a primeira hora que os municípios, na procura das melhores soluções para as populações, estavam seguros da possibilidade de alargar o serviço dos TCB às freguesias do concelho vizinho.

Após a decisão de hoje, ainda alvo de recurso, é chegado o momento de dar forma ao Protocolo de Entendimento e iniciar todas as diligências necessárias, como escolha do local das paragens, horários das carreiras, entre outras, para desta forma criar as condições necessárias para o início deste serviço

As duas autarquias recebem com especial congratulação o consecutivo indeferimento do TAF de Almada aos processos levantados aos municípios pelos TST, mas sobretudo sentem que os justos anseios das populações podem ser finalmente concretizados.

C.M.Barreiro

A Câmara Municipal de Montijo e a Academia Talentos do Tejo, no dia 17 de junho de 2016 irão promover e organizar, pelas 19h00, na zona Ribeirinha da Cidade de Montijo o maior evento de cariz desportivo, social e cultural, designado por Light Run Montijo 2016.

Light Run Montijo 2016, um evento noturno integrado no Montijo Lugar de Encontros, é uma corrida/caminhada de 5 quilómetros pretende aliar à atividade saudável, momentos de entretenimento, som e luz e por isso conta ainda, no aquecimento, com a maior aula de zumba e, no final, com uma verdadeira light party com os melhores hits do momento. A inscrição no evento Light Run Montijo deve ser realizada www.acorrer.pt e permite a cada participante receber um kit composto por uma T-shirt Oficial, um Stick Led Light, uns Óculos Light/Orelhas Light e uma Pulseira Light, para além das entidades promotoras assumirem o seguro de participação, águas e do acesso às atividades a realizar no recinto e no circuito de luz e som. C.M.Montijo

Novo indeferimento da providência cautelar para travar alargamento dos Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) ao concelho da Moita

//SOCIEDADE

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4 www.distritonline.pt

Nos próximos dias 12, 13 e 14 de maio, de quinta a sábado, realiza-se, no Montijo, a XXIII Feira Nacional do Porco. Um certame para profissionais e visitantes que reúne todos os agentes da fileira do porco, desde os fornecedores de matérias-primas até à produção e à distribuição. Num único evento, mais de 300 expositores apresentarão o que de melhor se faz em Portugal neste setor que representa mais de 200 mil empregos e tem uma contribuição de cerca de 560M€ para o PIB Nacional. Com um significativo aumento do espaço de exposição relativamen- te à edição anterior – mais de 50% - este ano, a Feira Nacional do Porco,

com mais 4.000 m2 de exposição relativamente à edição de 2014, aguarda a visita de mais de 20 000 pessoas ao longo dos três dias. O evento que contou com um investimento total de 350 mil euros, repartido entre a Câmara Municipal do Montijo e a Comissão Organizadora da Feira, abrirá portas às 10.00 horas, podendo ser visitada até às 22.00 horas. A Feira será segmentada em cinco áreas distintas: Pavilhão Profissional, Pavilhão Multiusos, Auditório, Pavilhão de Produtos Tradicionais e uma área aberta de exposição da maquinaria pesada. O Pavilhão Profissional com 2800 m2 será o coração da Feira. Aqui estarão as empresas ligadas à fileira da carne de

porco. Contíguo à zona profissional estará o Pavilhão Multiusos e znesta área poderão encontrar-se as empre- sas representantes de diferentes atividades como arte, tecnologia, agricultura, ou construção civil todas com ligações ao setor da suinicultura. Já o Auditório está reservado para as jornadas técni- cas, nesta edição muito focadas nos aspetos relacionados com o acesso ao financiamento e possi- bilidades de investimento potenciadas pelo novo Quadro Comunitário de Apoio. Especialmente dedicado aos visi- tantes não profissionais, estará o Pavilhão de Produtos Tradicio- nais, onde se localizam as popula- res Tasquinhas, e três restauran- tes com os seus produtos de charcutaria, fumeiro, doçaria, bebidas e licores. Ao ar livre esta- rá exposta a maquinaria pesada e decorrerá o

programa lúdico da Feira. Este ano a Feira Nacional do Porco terá como ponto alto do seu programa de animação a presença dos D. A. M. A, na sexta-feira, dia 12 de maio. Na quinta-feira e no sábado estão, também, previstas atividades de animação que, durante o dia e durante a noite, motivarão a participação dos visitantes. Para este efeito serão celebradas parcerias com a hotelaria e a restauração dos concelhos do Montijo, Moita e Alcochete e, também, com escolas profissio- nais e entidades de promoção de lazer dos referidos concelhos. Depois do sucesso da 22ª edição, onde estiveram presentes 84 empresas e organizações direta- mente ligadas ao sector, para além de 40 empresas ligadas a outras áreas de atividade e que ocuparam, na totalidade, os 218 espaços de exposição dispo-níveis, a Comissão Organizadora aposta este ano na consolidação deste evento regional, posicionando-o à escala nacional com mais espaço, mais informação técnica para profissionais e mais atividades lúdicas para os visitantes.

XXIII Feira Nacional do Porco no Montijo, arranca em maio

//SOCIEDADE

Comemorações do 42º

Aniversário do 25 de Abril

Milhares de barreirenses participaram nas Comemorações do 42º aniversário do 25 de Abril, nomeadamente no Desfile da Liberdade e nos Concertos com Jorge Palma e Capicua, na noite de 24, e nos Hasteares das Bandeiras, no dia 25 de abril. As comemorações prolongam-se até dia 5 de maio, com o lançamento do Caderno “Poder Local Democrático Fruto de Abril – A Ação das Comissões Administrativas”.

Coletividades, junta e uniões de freguesia, eleitos da CMB e população em geral participaram no Desfile da Liberdade, desde a Avenida de Santa Maria até ao Parque da Cidade. Durante o percurso, os participantes puderam ver, na Avenida Escola de Fuzileiros Navais os trabalhos da ADAO – Associação de Artes e Ofícios do Barreiro que transportou para as artes plásticas alguns artigos fundamentais da Constituição Portuguesa.

Na noite de 24 de abril, antes dos Concertos com Jorge Palma e Capicua, decorreu a projeção do Making Off da construção e a inauguração do painel de azulejos do projeto Libert’arte. Recorde-se que foram desenhados cerca de 1000 azulejos, pelos alunos dos jardins de infância e 1º ciclo do Ensino Básico do Concelho do Barreiro, que culminaram num grande painel, colocado na fachada do Edifício Américo Marinho, que congrega a visão das crianças numa imagem coletiva que evoca o 25 de Abril de 74.

Os Concertos da Liberdade com Jorge Palma e Capicua animaram e encheram o Parque da Cidade na noite de 24, com muitos barreirenses a celebrar Abril.

C.M.Barreiro/fotos:C.M.Barreiro

Inauguração de memorial com

presença de centenas de pessoas

Na passagem do 42.º aniversário do 25 de Abril foi inaugurado o Monumento de Homenagem aos Combatentes na Guerra do Ultramar, junto ao cemitério de São Sebastião. Centenas de pessoas assistiram ao descerrar da placa pelas mãos do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do presidente da Liga dos Combatentes, Chito Rodrigues.

A sessão solene nos Paços do Concelho foi outro dos momentos marcantes das comemorações do Dia da Liberdade que incluíram outras iniciativas, tais como o espetáculo “Abril de Abril”, a III Corrida e Caminhada da Liberdade, o XI Passeio BTT Rota Saloia e o concerto pela Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro.

Na inauguração do monumento, o presidente da Câmara Municipal do Montijo afirmou que o mesmo é “um testemunho perene do sacrifício dos montijenses feito ao serviço da bandeira nacional”, mas também uma homenagem às Forças Armadas.

“Neste dia é justo homenagear as nossas forças armadas, lembrar os homens e as mulheres que participam em missões militares ao serviço da manutenção da paz e da segurança”, declarou o presidente.

O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, mencionou a importância de honrar os combatentes e motivar a juventude nestas comemorações.

“Não esqueceremos que aqueles que têm o seu nome gravado nesta parede caíram ao serviço da perenidade da Pátria. É esta a forma de os lembrarmos, honramos e reiterarmos a confiança no nosso desígnio nacional e de, ao mesmo tempo, motivarmos a juventude portuguesa para servir o país nas fileiras das Forças Armadas”, afirmou Marcos Perestrello.

Na cerimónia comemorativa do 25 de Abril, que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, foram abordados temas como a importância das conquistas de Abril e a sua manutenção nos dias de hoje, a relevância do poder local para a construção e consolidação da democracia e a necessidade de credibilizar a política e incentivar a participação dos cidadãos.A cerimónia contou com as intervenções de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, de Pedro Carromeu, 1.º secretário da Mesa da Assembleia Municipal em representação da presidente da Assembleia Municipal, e dos representantes dos partidos políticos com assento neste órgão: Ricardo Bernardes (PS), Francisco Salpico (PCP), Pedro Vieira (PSD) e António Oliveira (BE). C.M.Montijo/fotos:C.M.Montijo

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//POLÍTICA

A atualidade das conquistas e dos valores de Abril

O derrube da ditadura fascista e a construção de um país livre e democrático só foi possível devido à coragem, à determinação e à convi- cção de milhares de homens e mulheres que lutaram contra a repressão e opressão fascistas. Na comemoração da Revolução de 25 de Abril e no 40º aniversário da Consti- tuição da República, que consagrou as conquistas de Abril, é justa a homenagem aos trabalhadores, militares, jovens, operários agrícolas, pescadores, quadros técnicos e intelectuais, e a todos aqueles que contribuíram para o fim do longo período de obscurantismo no nosso país.

Com o 25 de Abril, o povo português conquistou liberdades, direitos e garantias fundamentais - a igualdade entre todos os cidadãos, entre homens e mulheres, as liberdades de expressão, associação, sindical, os direitos laborais, à educação, à saúde , à proteção social, à cultura e à habitação.

Com as massas em movimento, e ainda num período anterior à aprovação do texto constitucional, conquistaram o direito à greve, à organização dos trabalhadores, o salário mínimo nacional, o direito a férias e o subsídio de férias e de natal. Sem dúvida, foram tempos de enorme progresso político, económico, social e cultural.

As repercussões do 25 de Abril foram imensas, em diversas dimensões da vida humana. Melhoraram as condi- ções de vida de milhões de portu- gueses, quer através da valorização dos salários, quer através da prote- ção social. Pela primeira vez, milha- res de pessoas tiveram acesso a uma consulta médica e os jovens puderam ambicionar alcançar os mais elevados níveis de ensino. As transformações económicas foram

também muito relevantes, com a nacionalização de setores estraté- gicos da economia, essenciais para o desenvolvimento do país. A Constituição estabeleceu como princípio a subordinação do poder económico ao poder político.

2016 é também o ano da come- moração dos 40 anos da realização das primeiras eleições autárquicas. O Poder Local Demo-crático, do qual conhecemos bem a sua obra no nosso distrito, representa um dos pilares do nosso regime democrático. Estava tudo por fazer. E o Poder Local Democrático, assumindo-se como verdadeiro representante do povo, construiu infra- estruturas básicas, qualificou o espaço público, construiu equipamentos culturais, desportivos e de lazer, melhorou significativamente as condições e qualidade de vida das populações.

A alegria contagiante, a esperança e a confiança no futuro invadiram as ruas das aldeias, vilas e cidades, assim como as vidas dos trabalha- dores e do povo.

As conquistas e os valores de Abril enraizaram-se tão profundamente na vida e na sociedade, que foi possível num momento em que a correlação de forças já era menos favorável aos trabalhadores e ao povo, aprovar a Constituição da República Portugues- a, uma das mais progressistas. Apesar das inúmeras subversões e mutilações, a Constituição salvaguar- da um conjunto de direitos, liberda- des e garantias que ainda não conse- guiram destruir. E prova disso, foi o facto de nos últimos anos, perante o brutal ataque pelas forças reaccioná- rias e de direita, aos direitos e aos rendimentos de trabalho, não conse- guiram ir mais longe porque a nossa Constituição os impediu.As conquistas e os valores de Abril

Paula Santos

Deputada Partido Comunista

Português

O tamanho das causas

A democracia Portuguesa faz, dentro de poucos dias, 42 anos. Foi uma revolução do regime político, mas também e consequentemente, uma revolução da nossa forma de organi- zação societal, uma revolução de costumes e de mentalidades, uma revolução de direitos. E foi esta revolução e é o seu aprofundamento e amadurecimento ao longo de quatro décadas que nos permite viver hoje numa sociedade mais livre e mais tolerante do que aquela em que os nossos pais e avós viveram. Tem-se discutido nos últimos tem- pos, nos órgãos de comunicação social, nas redes sociais e um pouco por toda a parte, a propósito do projeto de resolução do Bloco de Esquerda, que recomenda ao Gover- no a alteração da designação do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania, a importância e a legitimidades das causas. Mas a discussão não é nova. Na realidade, o argumento das causas secundárias surge sempre que se tenta procura no sentido da consagração ou alargamento de direitos.

A hierarquização das causas tem sido uma estratégia populista recorrentemente usada por aqueles, cuja ideologia, não sustenta a vonta- de política para vencer o conserva- dorismo e para acarinhar a mudança. As justificações, independentemente da matéria, são sempre as mesmas: “não é prioritário”, “existem matérias mais prementes” ou “há coisas mais importantes”.Ora, parece-me evidente que as causas assumem importâncias dife- rentes para pessoas diferentes. O que será importante para uns não o será para outros. O que será priori- tário para alguns não o será para os demais. A quem cabe então definir prioridades e importâncias? Será legítimo, em democracia, privilegiar causas em detrimento de outras? E

quais os critérios para a escolha? Fará sentido esse exercício? Considero que não. Porque uma das características da democracia é precisamente a de permitir que todas as causas tenham espaço e que todas as vozes sejam ouvidas. Quer importem a muitos, quer importem a poucos. Se tivesse vencido o argumento da causa não prioritária, ainda hoje, alguns dos maiores avanços civilizacionais, estariam na gaveta. No caso con- creto atras citado, a igualdade de género, será sempre uma prioridade para o Bloco de Esquerda.

Não significa isto que se desprezem outros assuntos. Ou que por se legislar na área da igualdade se descurem as questões económicas, ou as do mar e agricultura, ou as da Saúde e Educação ou ainda as dos direitos dos animais. O Bloco de Esquerda apresenta diariamente vários projetos e medidas nas mais diversas áreas. Dar voz a uma causa não significa calar outras. Dar voz a todas as causas é, aliás, o dever de qualquer partido democraticamente eleito. Da parte do Bloco de Esquerda, a herança da revolução de 74 convoca-nos a honrar, todos os dias, todas as causas. Porque em democracia não existem causas maiores e causas menores. Em democracia todas as causas cabem.

Sandra Cunha

Deputada Bloco de Esquerda

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6 www.distritonline.pt

Afirmar Setúbal. Liderar o Futuro

Abraçado pelo Tejo e pelo Sado, Setúbal, distrito banhado pelo Atlântico, encerra em si um imen- so potencial no todo nacional. O posicionamento geográfico privilegiado, o fulgor demográfico das últimas décadas, a diversi- dade cultural dos seus territórios e a fixação de empresas exporta- doras de elevado valor acrescen- tado conferem-lhe condições ímpares para permitir que se imponha enquanto motor da economia portuguesa e território de excelência para desenvolver os planos de vida de todos quanto nele habitam e trabalham.E, no entanto, há tanto ainda por fazer.

Certo dia escutei, de sábios lábios socialistas, que o coração político do distrito de Setúbal pulsava à esquerda, tal como o coração das suas gentes. Em sucessivos atos eleitorais esta premissa se confirma pelo pulso do voto que abril conferiu. Neste contexto, todos quantos escolhem a cívica profi- ssão de servir pelo escopro da ação política têm no nosso distrito particular desafio: formu- lar respostas à esquerda, honrar a palavra e afirmar Setúbal em cada espaço.

Quando aceitei o desafio, que Ana Catarina Mendes me dirigiu, de integrar a lista de candidatos do Partido Socialista a deputados à Assembleia da República pressenti que aceitara uma imensa responsabilidade.

Volvidos pouco mais de cinco meses, tudo se resume a um sincero agradecimento ao povo que no nosso distrito fez do PS a força mais votada em todos os seus treze Concelhos. Porque “palavras sem atos são mero vento”, a equipa parlamentar a que tenho o orgulho de pertencer agradece como é sua obrigação: cumprindo o prometido. Foi assim quando na Educação lutámos pela melhoria da Escola do Monte da Caparica em Almada, pela escola João de Barros no Seixal e pela escola Básica 2+3 de Azei- tão. Foi também através dessa forma de agradecer, fazendo e não falando, que nos levou a ga- rantir a priorização da construção da nova Escola Secundária da Quinta do Perú, em Azeitão. Na Saúde, por sua vez, não ignorá- mos os alertas e fomos para o terreno nos Hospitais do Barreiro, de Setúbal e de Almada, na defesa do novo Hospital do Seixal e da construção dos Centros de Saúde de Santiago/Sesimbra e Pinhal Novo.

No Montijo e em Sines a compe- tência e obra feita dos presidentes socialistas Nuno Can- ta e Nuno Mascarenhas facilitam a tarefa, mas merecem da nossa parte especial estima. O Aeropor- to Internacional do Montijo e a expansão do Porto de Sines e das suas acessibilidades configuram- -se fundamentais na estratégia anunciada.Mas os nossos olhos não se prendem a Norte. A Sul o Litoral Alentejano é uma prioridade para o PS. Sines, Alcácer, Grândola e Santiago compõem um outro prato da mesma balança de desenvol- vimento que se

Distrito de Setúbal: das promessas socialistas à realidade Em 150 dias de governo PS, PC e BE, a região de Setúbal perdeu investimento e competitividade. De facto, o atual Governo, congelou os processos relativos ao terminal de contentores no Barreiro e ao novo aeroporto complementar à Portela, no Montijo. Em cinco meses de governação, o PS, sem que se entenda o porquê, adiou ou congelou projetos geradores de riqueza e criação de emprego para o distrito de Setúbal, não apresentando nada de novo, a não ser aquilo a que já nos habitou: promessas e mais promessas. Ao mesmo tempo que travam projetos realistas, concretizáveis, e que seriam boas soluções para a região e para o país, o governo e os seus aliados, voltam a pôr na agenda das promessas os mega investimentos, para os quais todos já perceberam que o país não tem dinheiro, como o TGV, a Terceira Travessia e, mesmo, o Hospital do

Seixal. Também não nos podemos esquecer da mais recente “machadada” dada pelo PS na economia e no desenvolvimento da região, ao fundir os portos de Lisboa e de Setúbal, subalternizado o nosso distrito em relação à capital do país. Num difícil contexto económico-financeiro, o Governo anterior liderado por Passos Coelho, aprovou e concretizou um conjunto de investimentos de proximidade, há muito reivindicados, e muito importantes para o Distrito de Setúbal. Isto, a juntar à possibilidade das empresas da região se candidatarem a fundos comunitários, que foi também uma decisão importante do anterior governo.

Apesar das dificuldades e de ainda haver muito fazer, nas questões concretas que dizem respeito ao dia-a-dia das pessoas, muito foi feito.Foram projetados, decididos e

//POLÍTICA

são de uma enorme atualidade. Defendê-las é fundamental para defender os interesses dos trabalha- dores e do povo, é fundamental para o desenvolvimento económico e o progresso social no nosso país.Por isso, exorto todos os trabalha-

André PinotesDeputado Partido Socialista

exige harmoniosamente equilibrada e merecem o nosso olhar atento de sempre.

As autárquicas de 2017 aproximam-se e em cada território homens e mulheres de valor e provas já trabalham nos caminhos que pretendem trilhar nos seus concelhos. Do Barreiro a Grândola, de Almada a Alco- chete, ambicionamos mais votos, maior percentagem e

mais mandatos.Não o exigimos aos cidadãos, ao invés trabalhamos a cada dia para merecer a sua confiança. No Governo, na Assembleia da República, nas Autarquias Locais e nas demais tarefas públicas que abraçamos estamos a cumprir. Setúbal confia no Partido Socialista. A história e o futuro dão corpo a esta relação.

dores, reformados, micro, pequenos e médios empresários, trabalhadores agrícolas, pescadores, quadros técni- cos e intelectuais, todos os homens, mulheres e jovens, demo- cratas e patriotas para a luta pela defesa das conquistas e valores de Abril. Agora,

tal como no passado, a luta e a unidade são o motor para um país com futuro.

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Bruno Vitorino

Deputado e Presidente da Distrital

de Setúbal do PSD

7www.distritonline.pt

Suinicultura – CDS em defesa do sector

O momento conturbado que se está a viver na área da suinicultura, não apanhou o CDS de surpresa, pois é um problema a que o atual governo teima em não dar uma resolução.

O CDS conhece bem a pasta, fruto dos quatros anos de trabalho da agora líder do partido, Assunção Cristas, à frente do Ministério da Agricultura, que em muito beneficiou a qualidade de vida dos produtores, melhorando, ao mesmo tempo, as condições de trabalho não só no caso da suinicultura, mas também noutros sectores ligados à agricultura e às pescas.

Tendo em consideração os últimos

desenvolvimentos, o CDS olha para o problema dos suinicultores com grande preocupação, sabendo que está em risco parte considerável da produção nacional caso o atual governo do PS, e o ministro Capoulas Santos, persistam em não ouvir os anseios dos produtores, muitos deles do distrito de Setúbal, região com muita tradição no sector e do qual dependem direta e indiretamente centenas de famílias.

Identificado o problema, o CDS através do seu Grupo Parlamentar, apresentou recentemente um conjunto de medidas que visam reforçar a confiança no sector e aliviar um pouco os problemas por que a produção está a passar.

construídos muitos equipamentos. Na Segurança, a construção da Esquadra da PSP de Corroios (Seixal), a construção do Quartel da GNR de Palmela, a construção do Posto Territorial da GNR de Cercal do Alentejo (Santiago do Cacém), a assinatura do protocolo para a instalação da Esquadra da PSP do Barreiro. Na Saúde, novos Centros, como o da Cidade Sol no Barreiro, da Quinta do Conde e Sines, e recuperados imensos outros como Alhos Vedros, por exemplo. Foram canalizados milhões de euros para as IPSS para que na primeira fase se pudessem salvar as próprias instituições que o PS tinha deixado de cofres vazios, mas cheios de promessas de acordos, que nunca chegaram. Depois para que as IPSS pudessem ajudar quem mais precisa: foram aumentadas as cantinas sociais, o apoios aos mais idosos, a oferta do pré-escolar e duplicou a oferta na rede de cuidados continuados e paliativos.Os investimentos feitos na Costa da

Caparica para defesa da orla costeira foram os mais avultados do país, o apoio às PME´s reforçado, a atividade dos portos de Setúbal/Sesimbra e Sines cresceu a olhos vistos.

No Arco Ribeirinho Sul, a mudança de paradigma permitiu apostar na economia, nas empresas e na criação de postos de trabalho, revitalizando os seus parques industriais da Baia do Tejo no Seixal e no Barreiro. E investiram-se milhões na resolução do passivo ambiental.

Ao governo PS, PC e BE, bastava não estragar. O PSD e os seus eleitos vão continuar a lutar pelo desenvolvimento do distrito de Setúbal e dos seus concelhos, exigindo melhor qualidade de vida para as suas populações, quer estejam no poder, quer na oposição.

//POLÍTICA

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Nuno Magalhães

Deputado e Presidente do Grupo

Parlamentar do CDS-PP

Mobilidade regional – a necessidade de um novo paradigma

Nos 1.421 km2 da Península de Setúbal vivem quase 800 mil pessoas, distribuídas por 9 concelhos com características identitárias fortes, algo que poderá estar parcialmente na origem do tema deste artigo de opinião: a necessidade de um novo paradigma de mobilidade regional.

Em termos orográficos, esta Península é uma das zonas mais planas do país, como certamente pode apreciar quem a avistar a partir do miradouro virado a norte no cimo da Serra da Arrábida, o ponto mais alto de toda a região.

O que explica então a ausência de uma forte rede regional de ciclovias, que una os diferentes concelhos e permita aos seus habitantes o recurso a modos de deslocação suaves e mais amigos do ambiente em deslo-cações diárias entre diferentes concelhos?

A resposta estará na ênfase que durante anos se foi dando ao automóvel, mas também, como já foi referido no primeiro parágrafo deste artigo, nas fortes identidades locais, que por vezes fazem com que não se pense a região como um contínuo, mas quase como se fosse um conjunto de ilhas.Só isso pode explicar a inexistência de uma ciclovia que ligue Azeitão, no concelho de Setúbal, à Quinta do Conde, no concelho de Sesimbra, quando poucos quilómetros separam as duas localidades e tantas pessoas se deslocam diariamente de um local para o outro. E este é apenas um caso entre muitos que poderiam ser referidos.

Mas as mentalidades estão a mudar e, aos poucos, vemos que, seja por pressão popular ou por tomada de consciência dos responsáveis

André Silva

Deputado PAN- Pessoas, Animais e

Natureza

Depois de reunir com a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), os documentos apresentados e discutidos no Parlamento.Dos três Projetos de Resolução, Recomenda ao Governo rever o sistema sancionatório, indexando o valor das coimas ao volume de vendas da superfície comercial no que diz respeito a rotulagem, origem de géneros agroalimentares e vendas com prejuízo, bem como criar um observatório de preços da carne de suíno.O segundo Projeto de Resolução recomenda ao Governo que promova um programa que permita a reestruturação do crédito de curto prazo dos suinicultores em médio prazo, com dois anos de carência, e que isente os produtores de suínos de custos de recolha de cadáveres de

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animais (SIRCA) por um período de 6 meses, a reavaliar no final desse prazo.

Os dois documentos em apreciação foram aprovados, tendo um terceiro onde recomenda que isente os produtores, cônjuges e trabalhadores da carne suína, do pagamento da taxa de segurança social, por um período de seis meses, sido chumbado.

O CDS continuará a defender a produção em nome da continuidade do sector e das condições de trabalho dos produtores e das suas famílias, aliás, uma das prioridades do Partido no distrito de Setúbal.

//POLÍTICA

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políticos, a mobilidade na região começa a ser pensada de outra forma.

O recente anúncio da reabertura da ponte sobre a foz do rio Coina, destruída em 1969 na sequência da colisão de um navio proveniente da Siderurgia Nacional, e que faz a ligação entre o Seixal e o Barreiro, é disso um bom exemplo.

Com um investimento de quatro milhões de euros, repartidos por duas candidaturas a fundos comunitários no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Sustentáv-el, a nova ponte só se destina a quem

ande a pé ou de bicicleta, servindo como elo entre as redes municipais de ciclovias destes dois concelhos da margem Sul do Tejo.

Em declarações recentes, as duas autarquias revelaram que, com este projecto, visam melhorar a qualidade de vida das populações e melhorar a atractividade turística de ambos os concelhos, uma vez que a rede ciclável continuará pela beira-rio, em ambas as margens.

Aguardando pela concretização deste projecto de cooperação intermunici-pal na área da mobilidade, esperamos que o exemplo seja seguido por outros concelhos da região. Está na

altura da política, de um modo geral, deixar de ser um espaço de mera competição, em que o objectivo é ser melhor do que o “vizinho do lado”, seja esse “vizinho” um concelho com características distintas ou um partido com causas diferentes.Cooperando chegaremos decerto mais longe no objectivo comum de melhorar a vida em comunidade. E a mobilidade suave é um excelente ponto de partida para que tudo o resto possa também começar a correr sobre rodas.

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formativa, reforçar e alargar a sua relação com a comunidade envolvente e otimizar a eficácia de serviços e de processos.Em termos da sua oferta formativa saliento a aprovação de quatros novos cursos de Técnico Superior Profissio- nal: Acompanhamento e Condução de Obras, Reabilitação Energética e Con- servação de Edifícios, Tecnologias de Laboratório Químico e Biológico e Topografia e Sistemas de Informação Geográfica. Este tipo de formação veio substituir os cursos de Especialização Tecnológica nos Institutos Politécni- cos. Também a aprovação de dois cursos de licenciatura: Tecnologias do Petróleo e Bioinformática, sendo que este último aguarda a decisão final após uma decisão preliminar positiva. Assim como, a aprovação de um curso de mestrado: Engenharia Biológica e Química. Com os cursos de licencia- tura em Engenharia Civil e em Bio- tecnologia e os cursos de mestrado em Engenharia Civil e em Conservação e Reabilitação do Edificado, a ESTBarreiro/IPS tem duas fileiras de formação académica superior defini- das nas áreas da Construção Civil e Engenharia Civil e da Engenharia Química e Biológica, não descurando outras áreas com possibilidade de afinidade a estas como são os exem- plos da Bioinformática e dos Sistemas de Informação Geográfica.As ações e o relacionamento com a comunidade envolvente também devem ser relevados pois, neste âmbito, foi possível reforçar o desen- volvimento e a intervenção com as empresas e organizações do meio envolvente, apoiar e participar na organização de eventos técnico - --científicos e empresariais nas instalações da ESTBarreiro/IPS, apoiar e participar em iniciativas desenvol- vidas pela comunidade envolvente ao nível da educação, saúde e inclusão social e participar, de uma forma ativa, nos fóruns de definição da estratégia

Distritonline (DO): Conte-nos um pouco do seu percurso profissional e como chegou a director da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro?

Pedro Ferreira (PF): Terminei a licenciatura em Engenharia Civil em 1998 e iniciei a atividade profissional, nessa área de formação, como bolseiro de investigação no Laboratório Nacio- nal de Engenharia Civil, onde permaneci até conclusão do curso de mestrado em 2000. Após a conclusão do mestra- do em Engenharia de Estruturas, estive como engenheiro projetista na P&V Consultoria e Projetos de Engenharia, onde permaneci até 2004. Neste perío- do acumulei colaborações como do- cente do ensino superior no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa e na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal (ESTBarreiro/IPS).

Iniciei a minha atividade na ESTBarreiro /IPS em 2001, tendo abraçado este projeto de forma exclusiva a partir de 2004. Até à eleição para Diretor, em 2014, fui membro de vários órgãos de gestão, como por exemplo na Assem- bleia Estatutária, no Conselho Cientí- fico, no Conselho Pedagógico, no Con- selho Técnico-Científico e no Conselho de Representantes, tendo também exercido vários cargos de coordenação, como por exemplo Responsável da Área Científica de Mecânica e Estru- turas, Coordenador de Curso da licenciatura em Engenharia Civil e Responsável do Gabinete de Inserção na Vida Ativa. Neste percurso desem- penhei também funções de docência, pertenci ou colaborei, sempre que soli- citado, com organizações da comu- nidade local, desenvolvi atividades de investigação e de prestação de servi- ços e conclui o doutoramento em Enge- nharia Civil. No desempenho das várias funções e dos vários cargos, alguns dos quais a liderar equipas, sempre procurei, de uma forma competente,

empenhada e dedicada, com grande pluralidade e sentido de responsabilidade, a melhor solução para servir o propósito da ESTBarreiro/IPS e do Instituto Politécnico de Setúbal.

(DO):No próximo dia 25 de Julho perfaz dois anos de mandato à frente da ESTBarreiro/IPS, qual o balanço que faz?

(PF): O contexto inicial deste mandato foi totalmente diferente de outros que o antecederam, fruto de um período muito difícil para Portugal e para os portugueses, sendo que também as instituições de ensino superior estiveram confrontadas com tempos de crise e de austeridade. No entanto, nestes quase dois anos e com o mundo e o país em permanente e acelerada mudança, a ESTBarreiro/IPS tem orgulho em acompanhar esse ritmo, tentando interpretar a mudança e adaptando-se constantemente, sendo que conseguiu reformular a sua oferta

Grande Entrevista:

Diretor ESTBarreiro/IPS, Professor Doutor Pedro Miguel Pereira Salvado Ferreira

//EDUCAÇÃO

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//EDUCAÇÃO

regional de desenvolvimento.Finalmente adiciono um dado de grande relevância e importância, principalmente quando enquadrada com a conjuntura económica que o país, as suas instituições e as pessoas vivem, neste período a ESTBarreiro/IPS apresentou sempre um saldo final positivo nas suas contas, garantido assim a sua sustentabilidade.

(DO):A ESTBarreiro/IPS já foi distinguida como sendo uma das instituições de ensino que mereceu reconhecimento ao nível mundial como uma referência no ensino/aprendizagem, pode afirmar-se, que além de projecção nacional, também já existe uma projecção além-fronteiras? De que forma é que este reconhecimento se reflecte na entrada de alunos estrangeiros na vossa escola?

(PF): A ESTBarreiro/IPS não está apenas preocupada com a inovação, investigação e desenvolvimento nas suas áreas científicas de maior inter- venção, também tem uma grande preo- cupação com o melhoramento e a inovação que sejam possíveis de aplicar e introduzir no seu processo de ensino/aprendizagem. Nesse âmbito tem alguns dos seus docentes, dedicados à investigação e desenvol- vimento nesta temática, sendo investi- gadores com alto valor de reconheci- mento pelos seus pares.A entrada de estudantes estrangeiros nas instituições de ensino superior portuguesas, nomeadamente na área das engenharias e tecnologias, é um tema recente e com grandes possibili- dades de crescimento nos próximos anos. Não centrando a questão nos estudantes de mobilidade, na ESTBarreiro/IPS, e também na maioria das outras instituições congéneres, a entrada de estudantes estrangeiros tem sido, na sua maioria, oriunda dos países de língua oficial portuguesa, sendo que existe um esforço na ESTBarreiro/IPS e no Instituto Polité- cnico de Setúbal para alargar esse

contingente a estudantes oriundos de outros países. É evidente que todos os trabalhos de reconhecido mérito de- senvolvidos por docentes da ESTBarreiro/IPS reforçarão a visibili- dade da ESTBarreiro/IPS junto desse público-alvo e contribuem para aumen- tar o número desse tipo de estudantes.

(DO): Foi recentemente inaugurado o pólo da IPStartUP (Incubadora de ideias de negócio do IPS), como tem sido a receptividade por parte do meio académico e qual a avaliação que faz destes primeiros meses de “vida”?

(PF): A recetividade tem sido muito positiva, tanto da parte do meio acadé- mico como da parte da comunidade envolvente, donde têm surgido várias possibilidades de negócio. Neste momento, está incubada uma ideia de negócio na área da construção e reabilitação nos espaços da IPStartUP no campus do Barreiro, sendo que essa ideia surgiu de dois estudantes dos cursos de mestrado, em Reabilita- ção e Conservação do Edificado e em Engenharia Civil. Esta conjugação de dois saberes realça o grande capital humano que existe e sinergias possí- veis de desenvolver nas áreas de atua- ção da ESTBarreiro/IPS.

(DO): Qual a relação que tem tido com as autarquias mais próximas, nomeadamente a do Barreiro, Moita, Montijo no que diz respeito ao criar de sinergias que possam resultar na inserção dos vossos alunos no mercado de trabalho ou na criação do seu próprio negócio/posto de trabalho?

(PF): Tem sido uma relação de grande importância e fundamental para o desenvolvimento da Missão da ESTBarreiro/IPS. As autarquias locais têm sido parceiros e colaboradores incansáveis e essenciais na procura das melhores soluções que servem os interesses locais e da região, principal- mente ao nível da empregabilidade, mas não apenas, poderei destacar

outras áreas igualmente importantes como a disponibilidade institucional e a abertura para criar ligações de parceria com outras entidades locais do meio empresarial. Neste processo a ESTBarreiro/IPS também tem sido um parceiro com o qual a região tem contado, por isso esta reciprocidade tem sido uma mais-valia para todos os envolvidos.

(DO): Qual tem sido a evolução do número de entrada de alunos nos últimos anos e quais os cursos mais procurados?

(PF): A ESTBarreiro/IPS, assim como a maioria das instituições congéneres da área das engenharias e tecnologias, sofreu um decréscimo do número de estudantes nos últimos anos. No presente ano letivo conseguimos inverter esse decréscimo, apresentan- do a ESTBarreiro/IPS um número de inscritos próximo dos 500 estudantes, ligeiramente superior ao número de inscritos no ano letivo anterior. Com a consolidação das novas formações aprovadas, é previsível que este número aumente de uma forma gradual e consistente nos próximos anos.Os cursos com mais procura na ESTBarreiro/IPS são os cursos de licenciatura em Biotecnologia e de Técnico Superior Profissional em Tecnologias de Laboratório Químico e Biológico.

(DO): Os Politécnicos ainda são o “parente pobre” do Ensino Superior Público em Portugal ou esse é um cenário que já foi posto de lado?

(PF): O ensino politécnico e o ensino universitário estão orientados para diferentes missões, sendo cada uma dessas muito importantes e necessárias para o país. Sendo o ensino politécnico orientado para a investigação aplicada e de desenvolvi- mento, dirigido para a compreensão e solução de problemas concretos, proporcionando uma sólida formação

técnico-científica, com capacidade de inovação e de análise crítica com vista ao exercício de atividades profissio- nais, não encontro razão para conside- rar o ensino politécnico de acordo com o cenário apresentado na questão. Pelo contrário, deverá ser dos siste- mas de ensino superior o mais prepa- rado para resolver alguns dos graves problemas estruturais do país, por isso deverá merecer um foco estratégico de maior relevância do que aquele que tem recebido nos últimos tempos.Outros países desenvolvidos apresen- tam o mesmo tipo de organização no ensino superior, não existindo esse tipo de estereótipos, sabendo-se exatamente o lugar de cada um, sendo este um tema a reforçar no ensino superior em Portugal.

(DO): Quais as suas ambições para a ESTBarreiro/IPS nos próximos anos?

(PF): Nos próximos anos a ESTBarreiro/IPS tem como ambição consolidar as recentes ofertas forma- tivas aprovadas e dessa forma fazer crescer o número de estudantes inscritos, assim como melhorar os indicadores associados ao sucesso académico. Também pretende afirmar- -se como um motor de desenvolvi- mento da região apostando na investi- gação, na inovação e no reforço e alargamento das relações com a comunidade envolvente. Uma comuni- cação reforçada e uma imagem de rigor, de qualidade e de pró atividade serão essenciais para tornar a ESTBarreiro/IPS uma referência e cumprir estes desígnios.

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A recente revisão em baixa do crescimento económico nacional mostra que as dinâmicas da economia interna e externa estão a baralhar as previsões dos economistas e dos sábios. A aposta no aumento de rendimen- to não se está a traduzir num aumento do poder de compra uma vez que o preço das maté- rias-primas começa a subir, e que o nível de incerteza acerca do futuro se mantém elevado. Um dos principais problemas da nossa sociedade tem a ver com a incerteza gerada em torno do futuro das pensões. A sustenta- bilidade da segurança social afecta substancialmente o consumo das famílias no presen- te, já que a perspectiva de uma pensão baixa ou insuficiente para pagar os gastos na terceira idade, é geradora de incerteza e poten-

cialmente mais poupança.

O problema da sustentabilidade da segurança social está a dois níveis – o demográfico e o da diferença de rendimentos entre gerações. O primeiro problema está na pirâmide etária que ao inverter, significa um envelhe- cimento da população. Quer isto dizer que serão menos a trabalhar para pagar as pensões de mais pensionistas. Actualmente existe um Fundo da Segurança Social que investe a maioria das duas disponibilidades em dívida pú- blica, onde são capitalizados os excedentes, com o objectivo de garantir, que existirá um paga- mento às gerações futuras. No entanto este Fundo está previsto esgotar-se em 2035, dentro de 19 anos, constituindo uma incerteza para a geração agora nos 45-50 anos. O segundo problema da Segurança Social está no diferen- cial de salários e descontos feito pelas gerações. A nova geração é a dos 1000 euros ou menos, enquanto que a geração que se irá reformar nos próximos anos aufere salários mais elevados.

Esta diferença de rendimentos e descontos, para as mesmas taxas de imposto, pode representar uma diminuição de receitas para a segurança social, mesmo que a população activa se mantenha.

A incerteza, é o calcanhar que aquiles dos muitos estudos

//OPINIÃO

macroeconómicos publicados. Se o consumo está longe do seu potencial, então o investimento reagirá da mesma forma, sendo adiado por muitos empresários, que preferem aguardar momentos de maior sustentabilidade do crescimento e previsibilidade fiscal e política.

O BCE está a tentar combater este pessimismo com taxas de juro de depósito negativas e compra de activos. No entanto, não é por existir muito dinheiro que os problemas se irão resolver. É necessário quem assuma o risco, risco de perder, e este nem os Estados, nem entidades supranacionais, consumidores ou empresários parecem estar disponíveis para correr neste momento.

As taxas de juro negativas têm um duplo efeito nefasto na economia. Por um lado quem poupou uma vida inteira esperando ter um complemento de reforma através dos juros vê-se na contingência de ter de gastar parte do capital nas suas despesas diárias. Por outro lado, as taxas de juro negativas sinalizam aos empresários que estamos num período de baixo crescimento, onde é necessário ter cuidado com os sectores onde se investe, que que com uma rentabilidade expectável mais baixa do que o normal, qualquer erro pode ser fatal.

A decisão de reformas, de

trabalho, da economia, sociais vêm associadas de custos políticos. A necessidade de um programa de estímulos europeu, que cônjuge uma maior integra- ção dos Estados através de investimentos em infraestru -turas nos transportes, na energia e nas telecomunicações é funda- mental para manter a zona euro unida e forte. Nos próximos me- ses seremos novamente confron- tados com desafios à escala global - o risco de saída da Grécia do euro, o referendo no Reino Unido, a fragilidade do sistema financeiro, o fraco crescimento económico, o baixo nível de investimento, a incerteza dos depositantes, e o elevado nível de endividamento.

Apenas alguns sectores escapam como sejam o hoteleiro e o da restauração, ou a venda de imobiliário em Lisboa, Porto ou no Algarve, graças ao crescimento do turismo e dos vistos gold. A pujança destes setores não é, contudo, suficiente para contribuir para um desenvolvimento susten- tável de uma nação, pelo que urgem definir objectivos e estratégias de longo prazo, sem pensar em eleições ou sucessões.

Este trabalho, o de voltar a conquistar a confiança dos cidadãos avizinha-se complicado, mas tem de ser feito. Só assim podemos ambicionar ter uma economia forte, sem incertezas.

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Pedro LinoCEO DIF Broker

Incerteza

Rodrigo BailãoAssociado MPABS Advogados

Sendo este tema tão focado nos últimos tempos, apraz-me tecer algumas considerações e deixar algumas questões para aprecia- ção dos leitores.

Sintetizando, uma offshore não é mais uma do que uma empresa sediada num denominado paraíso fiscal e criada, em regra, com o intuito de pagar menos impostos do que aqueles que pagaria no país de origem. Tal conceito poderá igualmente aplicar-se na abertura de uma conta bancária num desses paraísos fiscais.

Ora, a primeira questão que coloco é a de saber se será, ou não, legítimo que uma pessoa/ /empresa recorra aos serviços de um advogado, de modo a encon- trar, dentro do quadro legal em vigor, os mecanismos mais favo- ráveis para tratamento fiscal do seu património? Se a criação de uma “offshore” permite esse alívio da carga fiscal, não será legítimo que se possa adoptar esse caminho?

Sendo a justiça fiscal um conceito amplo e com várias ramificações, parece-me pacífico

Se fossemos todos offshore?

que, dentro do âmbito de tal conceito, se encontre o direito de cada um de nós, contribuintes, de procurar as melhores alternativas na defesa do respectivo patrimó- nio, cumprindo obviamente com as necessárias observâncias legais. Ora, uma “offshore” não constitui nada de ilícito, sendo antes uma solução implemen- tada por estados soberanos com o intuito de captar riqueza (veja-se em paralelo os “nossos” vistos gold).

Repare que não chamo aqui à colação as origens ilícitas de dinheiros ou de criação duvidosa de riqueza, isso é outro tema, onde as offshores são apenas meros veículos, como outros, de dissipação e ocultação de patri- mónio.Dentro do cenário de uma União Europeia onde Portugal está inserido, parece-me claro que, a solução para um maior equilíbrio e justiça fiscal, passará sempre por uma tendencial uniformização

fiscal dos estados membros; pela adopção de Leis claras, de fácil percepção e de impostos compe- titivos no espaço de uma econo- mia global. Estas medidas leva- riam certamente a um maior equilíbrio, fazendo das “offshores” algo residual e sem expressão.

Resume-se tudo, e como sempre, a “vontade política”.Se, ao invés, as medidas que se tomam são sucessivamente de asfixia fiscal sobre os contribuin- tes, é natural que todos nós, a determinado momento, almeje- mos ser “offshores”.

Mas se formos todos “offshores”, então temos que nos interrogar, se queremos mesmo viver num estado social. Essa é a questão que deixo para si e para quem nos governa.

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//CONSULTÓRIO JURÍDICO

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//SAÚDE E BEM ESTAR

Os alimentos transgénicos são fruto do grande desenvolvimento biotecnológico observado nas últimas décadas. São maus? São bons? Tanta “desinformação” surge nas redes sociais sob forma de artigos pseudo-científicos que pecam pela má apresentação de factos (científicos por sinal). São descontextualizados e geram algum receio na população. É por isso importante esclarecer sobre o que são realmente esses ditos alimentos transgénicos.

Ora bem, são alimentos derivados apenas de produtos biológicos agrícolas que foram geneticamente modificados, pois ainda não é permitido criar animais transgénicos para consumo humano. Mas o que é modificar a genética da planta? Sabemos que as nossas características como a cor dos olhos ou do cabelo são todas elas conferidas pelo nosso material genético, o ADN ou DNA. Em cada uma das nossas células há um par de genes que codificam as proteínas que nos fazem ter os olhos azuis ou castanhos, etc. Os outros seres vivos, plantas incluídas, têm todos o seu genoma ou conjunto de genes, que lhes confere as diversas características e propriedades exclusivas. Os cientistas atuais sabem como tirar um gene de um organismo e colocá-lo noutro, ou seja, modificar geneticamente este último, para lhe dar algumas das propriedades do primeiro. Esta prática não é assim tão estranha. No passado cruzavam-se burras com cavalos para obter as mulas e os machos grandes e fortes. Agora faz-se em laboratório e é um bocadinho mais complexo, mas ao mesmo tempo é especificamente escolhida a propriedade exata, ou o gene exato, que se quer transferir para o organismo. E para quê modificar? Para melhorar os produtos alimentares, aumentar o seu teor nutricional e a resistência a pragas, bem como para reduzir ou anular a necessidade de recorrer a pesticidas químicos.

Atualmente a legislação portuguesa permite a produção agrícola do “milho-Bt”. Este milho produz um inseticida de origem biológica, que evita recorrer à pulverização dos campos com pesticidas químicos. Parece ótimo porque não se usam pesticidas e ao mesmo tempo o composto é de origem biológica e não um químico.

E eis que surge um daqueles factos de pura “desinformação pseudo-científica”. Na verdade nós somos feitos de compostos químicos, pois a água e o oxigénio são químicos. Nem ser químico é necessariamente ser mau, nem biológico é ser bom. Veja-se os cogumelos venenosos que são fruto de produção biológica, sem fertilizantes ou pesticidas.

A dúvida que deve ser colocada é: “se comermos esse inseticida natural que está no milho-Bt, faz-nos mal?” Logicamente que não! Se fizesse,

não teria sido permitido em Portugal. Há décadas que os cidadãos americanos servem de cobaias para avaliar se é ou não venenoso, verificando-se que não é. Por isso o seu cultivo e o seu consumo é legal na Europa e em Portugal.

E alergias? Estes alimentos podem causar alergias? Em algumas pessoas, talvez sim. Mas há pessoas alérgicas aos amendoins, aos morangos ou chocolate e não deixamos de os comer porque alguém (que não nós) é alérgico.

Será que também vou ficar geneticamente modificado se os comer? Não. Nem nos transformamos em alfaces ou animais quando comemos saladas e bifes, nem ficamos transgénicos se comermos derivados do milho-Bt ou de soja transgénica, que embora não seja cultivada em Portugal, nos chega indiretamente às prateleiras dos supermercados, se formos ler os rótulos com atenção.

Em conclusão, os alimentos transgénicos não são muito diferentes dos originais e se não estivessem rotulados (porque é legalmente obrigatório) nem os saberíamos distinguir. Não se deve parar o desenvolvimento tecnológico, deve-se apenas legislar adequadamente e com conhecimento de causa, garantindo que haja um controlo adequado do cumprimento legal, como já se faz em Portugal.

“Alimentos Transgénicos: um futuro próspero ou um filme de terror?”

Marta Campos JustinoDoutora em Bioquímica

Professora na Licenciatura em Biotecnologia da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal

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//AUTARQUIAS

Autarquias

Rui Garcia,Presidente da Câmara Municipal da Moita

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Distritonline (DO) – O que destaca destes três anos de mandato

Rui Garcia (RG) -O compromisso que apresentámos à população nas eleições de 2013 está a ser cumprido, designadamente: promovemos uma gestão de muita proximidade às populações e às instituições locais; promovemos a recuperação do equilíbrio financeiro da Câmara, reduzindo o endividamento e, em simultâneo, continuamos a garantir a prestação de toda a diversidade de serviços públicos que assumimos, apesar dos graves constrangimentos financeiros e de pessoal que nos têm sido impostos. Estamos ainda a concretizar um relevante conjunto de investimentos em infraestruturas, equipamentos e espaço público.

(DO) – Quais as principais preocupações do executivo?

Rui Garcia (RG) - Nós temos a dolorosa consciência de não ter recursos suficientes para corresponder como desejamos às necessidades, aspirações e direitos da população do Concelho. A capacidade de intervenção das Autarquias tem sido, ao longo de muitos anos, amputada através de uma progressiva asfixia financeira e de um quadro legal que reduz a autonomia e introduz limitações absurdas à gestão municipal. A nossa preocupação primeira acaba por ser, nestas circunstâncias, garantir uma gestão rigorosa e

equilibrada, capaz de assegurar a prestação do Serviço Público e promover o bem-estar de quem vive e trabalha no Concelho.

(DO) – A construção do Terminal de Contentores no Barreiro e do Aeroporto Complementar no Montijo poderiam ser mais-valias para o concelho da Moita?

Rui Garcia (RG) -Todos os investimentos que sejam efectuados na Região serão importantes para todos os municípios. Em particular, os investimentos públicos estruturantes que estão apontados são determinantes para promover o crescimento económico porque são, por sua vez, factores acrescidos de atracção de investimento. O Terminal de Contentores no Barreiro será muito importante dessa perspectiva, também por significar a refuncionalização de uma antiga área industrial e, pela proximidade ao Concelho da Moita, abrirá boas perspectivas de atrair investimento. Sobre o Aeroporto pensamos que uma infraestrutura de tão grande importância para o País deve merecer uma muito cuidada avaliação que tenha apenas em consideração os interesses nacionais. Neste pressuposto, não está claro que existam razões para alterar a decisão de construir o Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, de forma faseada. A hipótese de instalar um aeroporto civil na Base Aérea do Montijo tem de demonstrar que corresponde aos interesses do país e que é, neste momento, uma solução melhor que o

Campo de Tiro, para além de que são imprescindíveis estudos de impacto ambiental que avaliem as consequências numa zona densamente povoada como a que rodeia a Base Aérea nº 6. A optar-se por esta solução será também necessário promover investimentos significativos no reforço das condições de acessibilidade, mobilidade e transportes públicos nos municípios circundantes.

(DO) – Acredita que brevemente poderá haver uma solução para umas novas instalações da GNR na vila da Moita?

Rui Garcia (RG) - Ainda não conhecemos a posição do actual Governo sobre esta matéria mas creio que é urgente resolver finalmente uma questão que se agrava à medida que o tempo passa: não só as condições em que está instalada a GNR são deploráveis e exigem uma rápida resolução, como o edifício que o Ministério da Administração Interna adquiriu para o novo Quartel está inaceitavelmente abandonado e em progressiva deterioração.

(DO) – E relativamente ao Centro de Saúde da Baixa da Banheira. Poderá vir luz verde do Governo para a construção de novas instalações?

TRui Garcia (RG) - Também este é um problema que se arrasta há dezenas de anos. Está há muito reconhecido pelo Ministério da Saúde que as instalações actuais do Centro de Saúde são

inadequadas, mas tarda uma solução. Já conversámos com o actual Governo sobre este assunto, que reconheceu a dimensão do problema, mas não foi ainda assumido o prazo para a construção do novo Centro de Saúde. Pela nossa parte, entendemos que é urgente que o Governo decida e inicie o processo conducente à sua construção o mais rápido possível.

(DO) – Está-se a aproximar o final do mandato. O que está previsto pelo executivo para este período?

Rui Garcia (RG) -Estão a ser concluídos diversos investimentos importantes em equipamentos e infraestruturas, como as obras de saneamento no Cabeço Verde e no Penteado e a ampliação da Escola Básica nº2 de Alhos Vedros. Estamos a trabalhar num processo de modernização administrativa que vai conduzir à remodelação dos serviços de atendimento do Município, com a criação do Balcão do Munícipe. Estamos a preparar um conjunto de candidaturas a Fundos Comunitários, sobretudo nas áreas de reabilitação urbana e requalificação de espaços públicos, ambiente, mobilidade e eficiência energética. Prosseguiremos o aprofundamento da participação cívica.

“...não está claro que existam razões para alterar a decisão de

construir o Novo Aeroporto de Lisboa no

Campo de Tiro de Alcochete”

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Autarquias

Carlos HumbertoPresidente da Câmara Municipal do Barreiro

Distritonline (DO) –Muito se tem falado do Terminal de Contentores do Barreiro, existem novidades a este respeito?

Carlos Humberto (CH) - Os estudos estão a decorrer com normalidade, esta a ser feito o estudo de pacto ambiental, entre outros, como acessibilidades, uns da responsabilidade das Infra-estruturas de Portugal, outros da Administração do Porto de Lisboa, sendo que até ao momento não existe nenhum aspecto negativo que tenhamos conhecimento. Daquilo que conhecemos estão a decorrer bem, e o que esperamos é que os resultados sejam positivos. Mesmo do ponto vista económico, os estudos que têm sido feitos, são muito interessantes, os investidores continuam interessados, estamos apenas neste momento à espera que haja uma decisão desta matéria até ao fim do ano, uma decisão favorável para a concretização do terminal, que é um projecto importante para o Barreiro, para a região e até diria para o País. Mas não apenas na visão de um terminal de contentores, mas de um terminal multimodal, inserido numa grande plataforma logística ou industrial, com tecnologias de ponta e naturalmente com com uma actividade portuária, esta, pode server de alavanca para o desenvolvimento, daqueles cerca de 300 hectares dos territórios da Baía do Tejo. Eu diria para finalizar que estão a decorrer dentro da normalidade.

(DO) – Com a mudança de Governo acredita que a Terceira Travessia do Tejo

(TTT) vai ser construída?

(CH) - Com este Governo ou com outro, pensamos que vai ser uma inevitabilidade a construção da TTT, admito que por razões económicas, pelos recuos políticos que existiram, possa não ser um projecto que se concretize a curto prazo, mas pensamos que, tendo em conta as necessidades da região e do País, a TTT irá ser construída. A vertente rodoviária tem um interesse relevante para o Barreiro e para a região, mas as suas funções ferroviárias, essas tem uma grande importância para o País. E portanto consideramos que mais cedo ou mais tarde, a TTT acabará por se impor e por se construir, porque esta faz falta ao País.

(DO) – E relativamente à ponte Barreiro-Seixal, que vai ser ligada com ciclovia e via pedonal, qual o impacto que poderá ter no concelho do Barreiro ao nível do turismo e lazer? Ainda é uma ambição do município, posteriormente fazer a ligação via rodoviária? (CH) - A relação entre o Barreiro e o Seixal, sempre foi grande e que o facto de aquela ponte ter sido deitada abaixo, interrompeu esta ligação afectiva que havia entre as duas margens. Recordo-me de quando era jovem, haviam pessoas que vinham do Seixal estudar para a Escola Alfredo da Silva, recordo-me nesses tempos, de ter colegas de escola e até amigos que eram do Seixal, portanto existia uma ligação bastante estreita entre as pessoas destas duas margens. Mesmo depois da

destruição da ligação por ponte, existiu uma embarcação que fazia esse trajecto. Consideramos portanto que é muito importante retomar esta ligação directa. A ligação pedonal e ciclável, não impedem, não substituem a ligação rodoviária que se tem de fazer, e que que cabe ao Governo, e à Infra-estruturas de Portugal construir. Sendo que esta ligação esta prevista, que seja feita através da ligação do cruzamento do campo dos “Galitos”, com a Rua Capitães de Abril, mas enquanto essa ponte não é construída, construir esta ponte conjuntamente com a Câmara Municipal do Seixal, é um passo positivo para a relação entre as partes e mais do que a importância para o turismo, eu diria que é importante para a visitação, dos Seixalenses para o Barreiro e dos Barreirenses para o Seixal.

(DO) – Acredita que com a compra da Quinta Braamcamp e os moinhos, a ligação ao Seixal, o arranjo das praias, roteiros do turismo industrial, o Barreiro poderá finalmente afirmar-se como um destino turístico?

(CH) - Destino turístico no sentido turístico que nós conhecemos em Lisboa, Algarve, Porto, Madeira e Açores, não direi, mas um destino que permita muita visitação da Área Metropolitana de Lisboa, alguma visitação do turismo que hoje é crescente no Mundo e que aqui na região, particularmente em Lisboa, está a crescer de forma muito dinâmica, como é sabido, penso que sim. Com essa visitação e algum turismo, nomeada-

mente o turismo industrial, da memória, moageiro, ferroviário, com o usufruto da frente ribeirinha que aos poucos temos vindo a requalificar, sim o Barreiro poderá afirmar-se dessa forma. Ainda que ainda mais importante que estes projectos e estas obras, é que o usufruto destas mesmas sejam para a população do Barreiro sendo que complementarmente fazem essa função e eu penso que farão bem.

(DO) – A Câmara Municipal acertou com o anterior Governo a instalação de uma Esquadra da PSP no “Barreiro Velho”. Sabe dizer para quando o avanço das obras de requalificação do edifício? Já manteve contacto com a nova Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa?

(CH) - Nós temos esse projecto e consideramos que ele é importante na revitalização daquela zona do Barreiro, o chamado “Barreiro Velho”, mas é ainda mais importante, para a segurança daquelas populações do centro da cidade, e nesse sentido temos vindo a fazer um esforço para a construção da mesma. Existe um protocolo assinado entre o Município e a PSP, que teve na altura da assinatura, a presença da antiga ministra da Administração Interna e nós já falamos deste assunto com a actual ministra. O que neste momento se passa, é que o valor que está no protocolo que assinamos, que apontava para um valor um pouco superior a 300 mil euros, e aquele que é o projecto apresentado pela PSP, são necessárias mais verbas para se concretizar a obra, sendo que o actual Governo, comunicou que em 2016 não está em condições de assumir esse compromisso anterior, ainda mais com o valor acrescido. O que posso dizer é que neste momento a PSP está a reavaliar o projecto, posteriormente irá ser feita novamente a avaliação dos valores necessários e havemos posteriormente, entre nós e o Governo, encontrar uma plataforma de entendimento, para concretizar a obra da esquadra. Gostaríamos no entanto que a obra desse início ainda em 2016.

(DO) – Quais os momentos mais marcantes deste último mandato até ao momento?

(CH) - Considero que ainda é cedo para fazer balanços, gostaria de fazer uma referência à compra da Quinta do Braamcamp, pois considero que esta compra pode vir a marcar o futuro do

“Com este Governo ou com outro, pensamos

que vai ser uma inevitabilidade a

construção da TTT”

Autarquias

Nuno Canta Presidente da Câmara Municipal do Montijo19

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Distritonline (DO) – Qual o ponto de situação em relação à construção de um aeroporto complementar na Base Aérea nº6 do Montijo?

Nuno Canta (NC) – Começa-se a compor um pouco todo este apoio ao novo aeroporto, apesar de ainda não haver uma decisão concreta. Há um conjunto de movimentações de várias entidades e infraestruturas que cada vez mais apostam nesta localização. Quando o anterior Governo optou por abandonar o aeroporto de Alcochete, e decidiu por esta opção, também a defendemos. Nessa altura fizemos aprovar uma moção na Câmara Municipal que susten- te a base aérea como aeroporto civil. Pena que a CDU não tenha votado a favor da moção, que estava contra a localiza- ção, mas felizmente o PSD votou connosco e a moção passou.Durante estes últimos dois anos, fizemos esta defesa junto do anterior e do atual Governo. Em vários estudos, esta é apontada como a melhor opção.A ANA, a Câmara de Lisboa, a entidade regional de turismo sustentam esta opção. Há uma série de entidades que estão de acordo. A Força Aérea também tem manifestado essa ideia de que parte da base aérea podia ser utilizada como aeroporto civil.Estamos à espera que o Governo atual decida, e é essa a minha grande convicção de que o aeroporto comple- mentar seja localizado no Montijo.

(DO) – E já há prazos para uma decisão?

(NC) - Transmiti a vários governantes que seria importante haver uma decisão no final da primavera, princípio do verão, porque é importante que os operadores turísticos, as autarquias, o território em si, e todos nós possamos começar a pensar de uma forma mais consistente e com confiança. Esta é uma localização com grande importância estratégica para Lisboa, mas também para o arco ribeirinho sul, porque é o novo grande investimento na área dos transportes.Defendemos há um tempo, e colocámos até uma moção, que foi rejeitada pela CDU e pelo PSD, que é uma coisa estranha, que defendia que o Metro Sul do Tejo fosse estendido também ao aeroporto. Essa infraestrutura é crucial para que todo este arco ribeirinho se possa ligar ao aeroporto rapidamente. Esta ideia também já foi transmitida ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas. (DO) – Considera que o aeroporto pode ter um impacto semelhante ao da ponte Vasco da Gama no desenvolvimento do Montijo?

(NC)– Em termos económicos terá um impacto superior. A ponte não trouxe emprego, mas foi um fator de atratividade para a cidade, pois trouxe novas pessoas. O aeroporto é um fator de riqueza permanente.

(DO) – É sabido que a Lusoponte tem um

projeto para a ligação entre o Montijo e Barreiro por ponte. Já debateu este assunto com os outros presidentes de Câmara envolvidos neste projeto?

(NC) – Nunca falámos formalmente. É preciso referir que em tempos existiu uma ideia potenciada pelo Montijo e pelo Barreiro para a ligação de uma ponte. Mas a Moita nunca quis, porque a ponte ia estragar toda a zona ribeirinha do Gaio-Rosário. Mais tarde apareceu a ideia do túnel, que surgiu em conversas com a Lusoponte. Esta infraestrutura poderia fazer algum sentido no próprio acesso à ponte Vasco da Gama. Com o aeroporto não sei se as coisas poderão evoluir nesse sentido. A própria ANA disse que colocar quer a ponte, quer o túnel ao mesmo tempo do aeroporto é impossível. Tem um custo de muitos milhões de euros. E este túnel resolvia o problema da Moita. Tal como o metro, que é um projeto que não poderá avançar ao mesmo tempo do aeroporto.

(DO) – Como é a relação entre o executivo e as forças da oposição?

(NC) – Temos um contexto político que se complicou nas últimas autárquicas. O povo achou, e bem, que tinha que haver um maior diálogo entre as forças políti- cas. Desde o primeiro dia do mandato assumimos esse diálogo. Tentámos sempre construir em conjunto com todas as forças politicas um diálogo produtivo e consequente para o desenvolvimento do Montijo.

“Vamos pedir a clarificação nas

próximas eleições autárquicas”

Barreiro, e dar continuidade a um projecto estratégico que é a revalorização da frente ribeirinha do Barreiro, que com esta compra dá mais um passo nesse sentido.

(DO) – Falta pouco mais de um ano para as próximas eleições autárquicas. O que ainda falta fazer neste mandato?

(CH) - Falta fazer uma imensidade de coisas, há muitas iniciativas em desenvolvimento, imensas coisas materiais e imateriais que vamos ter oportunidade de ver. Ainda em 2016 vão-se iniciar um vastíssimo conjunto de intervenções, até porque começam a estar disponíveis os fundos comunitários, que nos vão permitir avançar com as mesmas, nomeadamente na própria Quinta do Braamcamp e na zona ribeirinha, mas não só. Não queria no entanto antecipar muito, porque o momento em que vivemos em Portugal, particularmente tudo o que são obras, ainda se torna tudo mais complexo, porque as empresas ainda estão muito fragilizadas, comprometem-se e depois não conseguem cumprir com os prazos, não arranjam garantias bancárias. Nós próprios, do ponto de vista administrative, temos menos meios, contudo e sem me comprometer, posso dizer que temos vários projectos em andamento, ao nível do equipamento escolar, da frente ribeirinha, instalações municipais, mobilidade, arruamentos, actividade cultural, intervenção social, habitação social, há portanto variadíssimos projectos em andamento que nós pensamos que em 2016-2017 vão ser significativos para a cidade. Ainda de referir que estamos a trabalhar nas questões ligadas ao Plano Director Municipal, para que possam ainda estar terminadas no final deste mandato. Diria para finalizar que prevejo um ano e meio de intenso trabalho.

(DO) – Como gostaria de ser relembrado pelos Barreirenses?

(CH) - Como referi anteriormente, não gostaria de fazer balanços, estou no fim dos meus mandatos como Presidente da Câmara e portanto sem fazer balanços, sem dar respostas definitivas, teremos possibilidade de voltar a falar mais próximo do final do mandado a este respeito. Esclarecido este ponto, posso dizer que gostaria de ser recordado como um democrata, que serviu a sua terra e que procurou servir a mesma sempre com envolvimento das outras pessoas.

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//AUTARQUIAS

Todas propostas que a oposição apre- sen te no sentido do desenvolvimento aceitamos imediatamente. O que é facto, é que essas forças politicas, por estarem 16 anos na oposição em minoria, por estarem amarradas, tiveram agora uma espécie de libertação, não tendo sido capazes de construir um diálogo connos- co. O ano de 2015 ficará marcado para a história no Montijo porque não se conseguiram aprovar os documentos de orçamento. Vamos pedir a clarificação nas próximas eleições autárquicas. O povo já percebeu que dando oportunidade às oposições para connosco dialogarem elas não o fizeram. Vão responsabilizar essas oposições por isso e vão fazer com que nós possamos regressar a uma posição mais capaz de governar a cidade.Quando se vota contra o orçamento vota-se contra os investimentos, contra o apoio às escolas, contra o apoio aos idosos, contra os ordenados dos trabalhadores. A ideia da oposição era que eu me ia embora, que eu desistia. Não têm a noção de quem é o presiden- te.

(DO) – Relativamente à situação financeira da Câmara. A autarquia do Montijo não apresenta atrasos nos pagamentos, nem pagamentos em atraso.

(NC) - Continuamos a ter situações de grandes dificuldades de obtenção de receitas que são da conjutura externa da câmara, da economia do país, dificuldade de retomar a economia e todos os municípios têm estes problemas. Apesar disto, nós impusemos uma redução de cerca de 20% da taxa do IMI. É quase cerca de 2 milhões de euros. Reduzimos também os impostos ao nível do IRS ao nível das autarquias. A derrama sobre as micro-pequenas empresas, que são os cafés, as lojas, os restaurantes, se tiverem lucro não pagam nada. Estão isentos. É o verdadeiro apoio aos comerciantes.Aprovamos também uma área de reabili- tação urbana na qual temos grandes descontos nas taxas urbanísticas.Equilibramos isto no lado da despesa com investimentos estratégicos, tendo muito cuidado com os gastos. Investimentos nas escolas. Investimos também muito na manutenção dos espaços verdes da cidade.Temos um grande controlo nos gastos, permitindo também manter um grande apoio nas escolas com as refeições e

transportes escolares, mas também no apoio às famílias.Com tudo isto, temos vindo a pagar impecavelmente e temos vindo a reduzir o pagamento a fornecedores, estando a pagar em menos de 10 dias.Temos vindo a reduzir muito a nossa dívida. A divida de curto prazo é zero. Não temos dívidas a empreiteiros nem a fornecedores, que é algo que castiga muito as câmaras municipais. Não temos utilizado um cêntimo de empréstimo de tesouraria. E temos conseguido reduzir a nossa dívida de médio/longo prazo, que rondava os 14 milhões de euros, em 2013. A primeira coisa que fiz quando cheguei foi pagar logo o PAEL. Demos logo um sinal grande. Agora a dívida de médio/longo prazo ronda os 9 milhões de euros, onde já estão incluídos um milhão de euros para o Fundo de Apoio Municipal, uma medida do anterior governo, para onde todos os municípios contribuem para ajudar outras autarquias que necessi- tem.

(DO) – Quais as dificuldades mais prementes no concelho.

(NC) - A mais importante é a atração de investimento. Necessitamos criar dinâmicas de emprego, e isso só se consegue com investimento nacional e internacional e até mesmo local, para que possamos fixar a população.Felizmente temos empresas com capaci- dade e que têm vindo a desenvolver-se bastante, como as empresas de transformação de carne, que são de ponta e empregam muita gente.Temos uma grande infraestrutura que é o Fórum Montijo que deu uma melhoria significativa à cidade, atraindo muitos pessoas do Alentejo e da região de Lisboa. O fórum, como outras estruturas comerciais, é um grande fator de empregabilidade para os jovens não só do concelho, como de outros.

(DO)– O Montijo é apetecível para quem queira investir?

(NC) - Claro que é. É muito apelativo pela sua centralidade, pois estamos muito próximos do centro de Lisboa. Somos uma complementaridade da Expo. O Montijo é automaticamente o comple- mento funcional do Parque das Nações. Voltámos a ser uma plataforma de ligação com o Alentejo e com Espanha. Se vier o aeroporto tudo isto se reforça. Mesmo a nossa revisão do PDM é no

sentido de trabalhar o território e os espaços para a atividade industrial e logística.

(DO) - Qual o balanço que faz do mandato?

(NC) – Um mandato muito interessante. Um mandato de transição, com as dificuldades políticas que já referi. Temos apostado muito na proximidade das pessoas. Enquanto candidato à Câmara a minha máxima expressão era ser um candidato próximo das pessoas. Esse era um grande objetivo e tem sido cumprido. O que nós queremos com a proximidade e com a expressão da tradição é reerguer os valores da terra. Espero nos meus mandatos, que isto não se faz numa vez, é reconciliar as pessoas com os valores da terra. Temos insistido muito na cultura, nas festas, nas manifestações populares, nas coletivi- dades. Temos dado um grande reforço às coletividades e aos bombeiros. Temos invertido a tendência de abaixa- mento de investimento. Apesar de

termos menos receitas temos vindo a ter mais investimento. Não tem havido um tostão de investimento comunitário. Fizemos obras estratégias, o mercado municipal, o cais, repavimentação de estradas, reparações nas escolas, e acima de tudo obras de proximidade. Cumprimos quase mais de 75 por cento do nosso programa eleitoral.Nesta política de proximidade fizemos ainda visitas às freguesias e começamos neste mandato a fazer as reuniões de câmara descentralizadas, a primeira recentemente realizada em Canha.

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//CULTURA

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Neil Simon’sTeatro // M/12 // 10€ Plateia // 8€ Balcão

Depois de um enorme sucesso em Lisboa, com salas esgotadas e o público rendido às representações de Alexandra Lencastre e Diogo Infante, Plaza Suite chega ao Montijo para mais uma noite memorável no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida.

Com quatro personagens interpretadas por dois atores, Neil Simon, um dos nomes maiores da dramaturgia norte-americana, conta-nos a história de dois casais muito diferentes que enfrentam momentos cruciais das suas vidas.

Com um humor sofisticado e deliciosamente engraçado, Plaza Suite vai ao encontro aos receios de todos aqueles que amam: pode um amor durar para sempre?Horário : 21h30

Local: Cinema-Teatro Joaquim d' Almeida

Plaza Suite com Alexandra Lencastre e Diogo Infante - 06 maio 2016

De 23 de abril a 30 junho, o Centro de Educação Ambiental (CEA) da Mata da Machada, no Barreiro, vai receber a Exposição "Anfíbios: Uma pata na água, outra na terra".

Pela primeira vez nesta área geográfica, a Exposição pretende dar a conhecer a vida misteriosa de rãs, sapos, tritões e salamandras, de forma a sensibilizar a população para a sua importância ecológica e conservação, e assim melhorar a imagem pública destes animais tradicionalmente associados a crenças e mitos infundados.

Os visitantes podem encontrar algumas espécies nativas em diferentes aquaterrários que recriam os seus habitats naturais, elementos multimédia, painéis informativos, jogos eletrónicos que permitem conhecer de uma forma lúdica e interativa as principais particularidades, diversidade, beleza e ameaças deste fascinante grupo de animais.

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"Anfíbios: Uma pata na água, outra na terra" | Exposição | 23 abril 2016 a 30 junho 2016

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