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MAPEAMENTO DA COBERTURA ARBÓREO-ARBUSTIVA EM QUATRO BAIRROS DA CIDADE DE UBERLÂNDIA – MG Guilherme Coelho Melazo UBERLÂNDIA, 07 de março de 2008 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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MAPEAMENTO DA COBERTURA ARBÓREO-ARBUSTIVA EM QUATRO BAIRROS DA CIDADE DE UBERLÂNDIA –

MG

Guilherme Coelho Melazo

UBERLÂNDIA, 07 de março de 2008

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Guilherme Coelho Melazo

MAPEAMENTO DA COBERTURA ARBÓREO-ARBUSTIVA EM QUATRO BAIRROS DA CIDADE DE UBERLÂNDIA – MG

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia

Civil da Universidade Federal de Uberlândia, como

parte dos requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Nishiyama

Uberlândia, 07 de março de 2008

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

M517m Melazo, Guilherme Coelho, 1980- Mapeamento da cobertura arbóreo-arbustiva em quatro bairros da cidade de Uberlândia-MG / Guilherme Coelho Melazo. - 2008. 100 f. : il. Orientador: Luiz Nishiyama. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Progragrama de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Inclui bibliografia. 1. Vegetação - Mapeamento - Uberlândia (MG) - Teses. I. Nishiyama, Luiz. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. III. Título.

CDU: 581.9 (815.12 * UDI)

Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação

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As árvores são fáceis de achar Ficam plantadas no chão 

Mamam do céu pelas folhas E pela terra 

Também bebem água Cantam no vento 

E recebem a chuva de galhos abertos Há as que dão frutas E as que dão frutos As de copa larga 

E as que habitam esquilos As que chovem depois da chuva 

As cabeludas, as mais jovens mudas As árvores ficam paradas Uma a uma enfileiradas 

Na alameda Crescem pra cima como as pessoas 

Mas nunca se deitam O céu aceitam 

Crescem como as pessoas Mas não são soltas nos passos 

São maiores, mas Ocupam menos espaço 

Árvore da vida Árvore querida [...] 

 (Arnaldo Antunes / Jorge Ben Jor) 

  

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AGRADECIMENTOS

_________________________________________________

Primeiramente agradeço à minha família: Márcio (meu pai), Maria Emília (minha mãe), Daniel e Amanda (meus irmãos) pelo apoio, compreensão, carinho e amor dedicado a mim e por serem as pessoas mais importantes da minha vida.

Às minhas avós Telma e Diva por serem tão especiais e preocupadas com seus netos.

A todos que contribuíram para minha formação acadêmica, e que de alguma forma estiveram presentes em algum momento dessa pesquisa.

Á CAPES pelo apoio financeiro.

Ao professor Luiz Nishiyama, meu orientador, pela confiança e liberdade durante o desenvolvimento do trabalho e aos professores do Instituo de Geografia e da Faculdade de Engenharia Civil.

À Sueli Maria, secretária do Programa de Pós-Graduação da Engenharia Civil pela atenção, disposição e carinho com os alunos.

À Prefeitura Municipal de Uberlândia, Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente em nome de Ivone, Tininha e Vinhal pela colaboração e disposição com o fornecimento de documentos e materiais utilizados na pesquisa.

Aos meus amigos que sempre estão por perto. Especialmente ao Bruno Miquellotto Del Grossi (Banha), por seu pensamento holístico, suas sugestões e idéias imprescindíveis para o desenvolvimento da dissertação. Ao Thiago Campos Nogueira (Cabeção), por sua habilidade com softwares de geoprocessamento, SIGs e pela paciência e dedicação ao me ensinar essa nova ferramenta importantíssima para a minha vida profissional.

À Capoeira Angola que me ensina todo dia, a malandragem da vida e que me inspira através da sabedoria simplória de grandes mestres como Ms. Dr. João Pequeno a continuar estudando e buscando mais o conhecimento. Aos amigos e as “rodas da vida” que encontrei no grupo Malta Nagoa.

Finalmente, aos forrozeiros(as) de todo Brasil que pude conhecer ao longo dos anos. Às Bandas Sol Cerrado, Cabelo Fumaça, Trio Façuá, Trio Fogo Humano e muitas outras bandas amigas. À Itaúnas, por me inspirar e ao mesmo tempo ser meu principal refúgio.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................viii

LISTA DE QUADROS.............................................................................................................x

RESUMO.............................................................................................................................xi

ABTRACT.........................................................................................................................xii

CAPÍTULO 1..............................................................................................................................1

1 Introdução .............................................................................................................................1

1.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................3

1.1.1 Objetivos Específicos ......................................................................................................3

1.2 Área de estudo……....……………………………………….............................…..............3

1.3 Justificativa ........................................................................................................................5

CAPÍTULO 2 – Materiais e Métodos......................................................................................7

2.1 Metodologia Operacional ...................................................................................................10

2.2 Índices ambientais utilizados ..........................................................................................12

CAPÍTULO 3 - Referencial Teórico.......................................................................................14

3.1 Sistemas x ecossistemas...................................................................................................14

3.2 Natureza X Questões Urbanas .......................................................................................16

3.3 Urbanização e Adensamento Urbano ............................................................................18

3.4 Indicadores e índices ambientais ..................................................................................20

3.5 Cobertura Vegetal...........................................................................................................25

3.6 Vegetação arbóreo-arbustiva nos centros urbanos........................................................29

3.7 Funções ecológicas da vegetação urbana .....................................................................33

3.8 Principais problemas causados pela vegetação urbana.................................................37

3.9 Premissas para a elaboração de um Plano de Arborização...........................................41

3.10 Planejamento urbano ambiental..................................................................................46

3.11 O uso do geoprocessamento no planejamento urbano ambiental...............................48

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CAPÍTULO 4 Planejamento urbano ambiental em Uberlândia ......................................51

4.1 O Plano Diretor de 27 de abril de 1994.........................................................................52

4.1.2 Revisão do Plano Diretor – 19 de outubro de 2006....................................................54

4.2 Horto Municipal...........................................................................................................56

4.3 Breve histórico dos bairros pesquisados .....................................................................63

4.3.1 Santa Mônica ..........................................................................................................65

4.3.2 Morumbi …………………………………………………………...………............…..66

4.3.3 Jardim Karaíba………………………………………………………………............68

4.3.4 Centro ………………………………………………………………………..............69

CAPÍTULO 5 - Obtenção dos dados e análise dos resultados.......................................72

5.1 Resultados..................................................................................................................73

5.1.1 Mapa do Bairro Morumbi……………………………………….............................73

5.1.2 Mapa do Bairro Santa Mônica...............................................................................75

5.1.3 Mapa do bairro Jardim Karaíba……………………………….........................…..78

5.1.4 Mapa do bairro Centro…………………………………………...........................…81

5.2 Discussões..................................................................................................................84

CAPÍTULO 6 - Considerações Finais.............................................................................88

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................92

ANEXOS...........................................................................................................................101

Anexo 1 – Termo de compromisso/ Doação de mudas

Anexo 2 – Relatório de Corte e Poda das Árvores

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LISTA DE FIGURAS  Figura  1  –Bairros/  estudo  de  caso: Morumbi  (1),  Santa Mônica  (2),  Jardim  Karaíba  (3)  e 

Centro (4) em Uberlândia – MG…………………………………………………............................……………4 

Figura 2 ‐ Pirâmide de Informação  .....……………………………....................................................23 

Figura 3 ‐ Esquema de classificação da distribuição espacial da cobertura vegetal................26 

Figura 4 ‐ Categorização adotada para as estruturas do espaço urbano com ênfase na 

cobertura vegetal (árvores) ................................................................................................28 

Figura 5  ‐  Interferências  causadas por uma espécie em  local  inadequado, necessitando de 

podas ................................................................................................................................40 

Figura  6  ‐  Plantio  inadequado  de  árvores  cujas  raízes  estão  interferindo  nas  canalizações 

subterrâneas .....................................................................................................................40 

Figura 7 ‐ Espelho de tijolo recomendado em algumas literaturas visando evitar o 

afloramento de raízes .........................................................................................................41 

Figura 8 – Beneficiamento das mudas – 1ª etapa do cultivo .................................................61 

Figura 9 – Cultivo de mudas de espécies ornamentais utilizadas em espaços públicos .........61 

Figura 10 – Área destinada ao cultivo de espécies de pequeno e médio porte para a 

arborização de  calçadas......................................................................................................61 

Figura 11 – Cultivo de espécies de grande porte utilizadas para recuperação de áreas 

degradadas e  recomposição de nascentes de rios …......................................................…...61 

Figura 12 – Hibisco: espécie de pequeno porte muito utilizada em calçadas ........................62 

Figura 13 – Sibipiruna espécie de grande porte deve ser plantada em locais adequados para 

amenizar os conflitos com equipamentos urbanos  ............................................................62 

Figura 14 – Oiti : Espécie de Médio porte, devido sua copa globosa e densa proporciona um 

ótimo sombreamento .........................................................................................................62 

Foto 15 – Quaresmeira : espécie de médio porte adequada para calçadas. Apresenta um bom 

sombreamento ………………………………………………………......................................…………………...62  

Figura 16 – Cássia Imperial – espécie de porte médio adequada para ser plantada em 

calçadas ..............................................................................................................................62 

Figura 17 – Prefeitura Municipal de Uberlândia localizada no bairro Santa Mônica .............66 

Figura 18 – Bairro Morumbi apresenta quarteirões sem pavimentação ...............................67 

Figura 19– Setor do Bairro Jardim Karaíba com alto padrão de construção, grandes jardins e 

ruas bem arborizadas ..........................................................................................................68 

Figura 20 ‐ Condomínio horizontal no Bairro Jardim Karaíba ...............................................69 

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Figura 21 – Área central intensamente edificada , com baixo índice de cobertura vegetal 

............................................................................................................................................71 

Figura 22 ‐ Arborização no centro da cidade  ‐ Praça Tubal Vilela .........................................71 

Figura 23 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo‐arbustiva) do bairro Morumbi..................74 

Figura 24 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo‐arbustiva) do bairro Santa Mônica ..........77  Figura 25 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo‐arbustiva) do bairro Jardim Karaíba ........80  Figura 26 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo‐arbustiva)  do bairro Centro.....................83  

                                       

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LISTA DE QUADROS   Quadro 1 – As principais funções dos indicadores................................................................22 

Quadro 2 ‐ Algumas espécies recomendadas para arborização urbana ................................31 

Quadro 3 – Contribuições da vegetação para melhoria do ambiente urbano........................35 

Quadro 4 – Medidas relacionadas à arborização e os equipamentos urbanos......................44 

Quadro 5 – Restrições de arborização em diferentes ruas ...................................................45 

Quadro 6 ‐ Espécies adequadas para utilização em praças e vias públicas............................58 

Quadro 7 – Algumas espécies sugeridas para calçadas ou canteiros centrais (sem redes 

aéreas)................................................................................................................................59 

Quadro 8‐  Algumas espécies indicadas para uso em calçadas com rede aérea.....................59 

Quadro 9 ‐ Espécies arbóreas de pequeno porte .................................................................60 

Quadro 10‐ Espécies arbóreas de porte médio.....................................................................60 

Quadro 11‐ Espécies arbóreas de grande porte....................................................................60 

Quadro 12 – Dados relacionados aos bairros pesquisados....................................................63 

Quadro 13 – Planilha dos Bairros Integrados........................................................................64 

Quadro 14 – Data de aprovação dos loteamentos do bairro Santa Mônica ..........................65 

Quadro 15 – Data de aprovação dos loteamentos do bairro Morumbi .................................67 

Quadro 16– Data de aprovação do loteamento do bairro Jardim Karaíba.............................68 

Quadro 17 : Relatório de corte e poda das árvores (Período de 1/01/2004 à 1/01/2008)......86 

 

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RESUMO O crescimento desordenado das áreas urbanas tem despertado o homem para as modificações na qualidade ambiental. Nesse sentido, a necessidade do manejo das vegetações nos núcleos urbanos tem sido um dos mais agudos desafios, tendo em vista o acúmulo de problemas ambientais nos últimos tempos. Conhecendo os benefícios oferecidos pela vegetação, em especial de porte arbóreo, o presente trabalho selecionou quatro bairros da cidade de Uberlândia e procurou estabelecer quantitativamente índices de vegetação e sua distribuição espacial. Os índices calculados foram: Índice de Cobertura Vegetal (ICV) e Índice de Cobertura Vegetal por Habitante (ICVH). Os índices permitem transmitir de maneira sintética a informação de caráter técnico e científico original, tornando compreensível fenômenos complexos, quantificando-os para que possam ser analisados por diferentes segmentos da sociedade. Aplicando-os ao ambiente, permitem comparar, entre sistemas, as pressões existentes, avaliar tendências ao longo do tempo de seu estado, bem como das respostas sugeridas por dirigentes e sociedade. Foram elaborados mapas de cobertura vegetal dos bairros Centro, Jardim Karaíba, Morumbi e Santa Mônica utilizando as técnicas do processamento digital de imagens disponíveis no software SPRING 4.3 e ARC GIS 9.2. O mapeamento da cobertura vegetal juntamente com os índices ambientais calculados buscou retratar as condições/sintomas do meio ambiente em quatro bairros de Uberlândia, podendo assim estabelecer metas a partir de dados iniciais. Entre os resultados desta pesquisa. Verificou-se um reduzido índice de vegetação, que se encontra mal distribuída na área urbana. Ressalta-se a importância do uso de Sistemas de Informações Geográficas como instrumento fundamental para o desenvolvimento de cadastros que possibilitem as análises de cobertura vegetal, consistindo em um enorme potencial para o processo de tomada de decisão, seja no planejamento, projeto ou gestão ambiental.

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ABSTRACT

The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment problems in recent times managing vegetation in urban centers has become a serious challenge. Since people can benefit from vegetation, especially arboreal one, this research aimed to establish quantitative indexes of vegetation and its spatial distribution in the neighborhoods of Center, Jardim Karaíba, Morumbi, and Santa Mônica in the city of Uberlândia, state of Minas Gerais. It was calculated an Index of Vegetation Coverage (IVC) and an Index of Vegetation Coverage per Inhabitant (IVCI), which make possible both to transmit original scientific and technical information synthetically and to understand complex phenomena, by quantifying them so that different segments of society can analyze them. Once applied to the environment, these indexes allow one to compare pressures in systems, assess trends over the time of its state and give the answers suggested by leaders and society. The vegetation coverage mapping was made through the SPRING 4.3 and ARC GIS 9.2 softwares and its techniques of digital image processing. Vegetation coverage’s mapping and index calculation aimed to show environmental conditions/symptoms to establish goals from initial data. Results revealed, among other problems, a low rate of vegetation, which is poorly distributed in the urban area. Therefore, geographic information systems are a fundamental instrument for the development of entries which permit to analyze vegetation coverage and for the process of making decisions with regard to planning, projecting, and environmental managing.

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

O crescimento exponencial das cidades, juntamente com os efeitos da urbanização,

expresso aqui, pelo aumento físico da malha urbana; a industrialização; a necessidade

de incrementos à infra-estrutura; o adensamento urbano; a verticalização; a substituição

gradual dos espaços naturais por espaços construídos têm causado grandes modificações

na paisagem e provoca inúmeras conseqüências sobre o equilíbrio do ambiente urbano,

tornado-se preocupações constantes no aspecto da sustentabilidade e qualidade

ambiental das cidades.

É necessário destacar que diante desse quadro o qual aponta para uma degradação da

qualidade ambiental das cidades, a cobertura vegetal urbana, sua manutenção e/ou

implantação, mesmo sendo um elemento muito frágil dessa paisagem urbana, torna-se

um tema de fundamental importância para o planejamento e gestão da cidade.

O elemento “verde”, afetado diretamente por pressões antrópicas e pelo próprio

desenvolvimento urbano, é responsável por funções ecológicas e por uma série de

benefícios relacionados à qualidade ambiental e ao bem estar da população.

Através da análise da evolução da cobertura vegetal e uso da terra é possível avaliar as

transformações ocorridas no espaço urbano a partir de uma análise de como a sociedade

se articulou com a natureza mediante as determinações da sociedade e das imposições

do quadro natural. Os registros históricos que revelam a evolução da cobertura vegetal e

do uso do solo são uma expressão das relações sócio-econômicas do território, pois

revelam a apropriação da natureza pela sociedade e suas relações, podendo indicar um

cenário das condições e qualidade ambiental. (FUJIMOTO,2001)

Torna-se necessário a realização de um diagnóstico quantitativo, expresso no

mapeamento da área de estudo, assim com a avaliação das relações e interfaces

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associadas à qualidade ambiental, como o nível sócio-econômico e a cobertura vegetal

em si (quantidade, distribuição e conectividade) desses espaços.

A coleta de dados e sua análise para a sistematização das informações compõem uma

etapa necessária a todos os tipos de planejamentos e projetos ambientais, tornando-se

fundamentais para o seu desenvolvimento. Este passo representa uma ponte essencial

entre as metas e objetivos do planejamento e a formulação de alternativas de ação para

alcançá-los.

No processo de tomada de decisão, as informações adquiridas deverão fornecer

subsídios para a identificação de problemas, a seleção de alternativas, a formulação de

políticas, sua implementação e a avaliação dos seus resultados.

Foram considerados, como elementos principais para a discussão e desenvolvimento da

pesquisa, instrumentos que avalie a cidade enquanto um sistema urbano dinâmico,

trazendo à reflexão a fragilidade e a complexidade desse tema no contexto do

planejamento urbano-ambiental.

Dessa forma, o texto estrutura-se no debate sobre a cidade e seu desenvolvimento; a

importância e funções da cobertura vegetal (os benefícios que proporciona à cidade e

aos habitantes, quanto aos aspectos negativos, os conflitos relacionados com a infra-

estrutura e sua manutenção), o planejamento urbano-ambiental, o uso do

geoprocessamento no planejamento urbano; sua aplicabilidade na cidade de Uberlândia,

a construção de índices ambientais para, em um segundo momento, analisar os

resultados e encaminhar algumas discussões e diretrizes sobre a vegetação urbana.

A pesquisa foi realizada em quatro bairros da cidade de Uberlândia: Santa Mônica,

Morumbi, Jardim Karaíba e Centro com o intuito de analisar e comparar os diferentes

aspectos sócio-econômicos, culturais, de infra-estrutura, densidade demográfica, área,

aos índices ambientais urbanos propostos, relacionados à cobertura vegetal. Os

resultados alcançados podem servir de subsídios para delinear planos de ação para a

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cobertura vegetal, bem como o manejo dessa vegetação, apontando a importância que

ela exerce no ambiente urbano.

1.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo tem como objetivo produzir informações capazes de colaborar para

avaliação da cobertura vegetal em quatro bairros da cidade de Uberlândia, com o intuito

fornecer subsídios ao planejamento urbano-ambiental.

1.1.1 Objetivos Específicos

• Utilizar o software SPRING 4.3 para mensurar a cobertura vegetal urbana

(árvores, arbustos) a partir do levantamento aerofotogramétrico do ano de 2004.

• Avaliar a distribuição da cobertura vegetal nos bairros Santa Mônica, Morumbi,

Jardim Karaíba e Centro, considerando os espaços onde há predomínio de

vegetação arbórea - arbustiva;

• Elaborar um mapa de cobertura vegetal para os bairros estudados;

• Analisar os aspectos da qualidade ambiental através do Índice de Cobertura

Vegetal (ICV) e o Índice de Cobertura Vegetal por Habitante (ICVH),

fornecendo subsídios ao planejamento ambiental;

• Comparar os resultados dos índices calculados com a condição sócio-econômica

e cultural dos bairros analisados;

1.2 ÁREA DE ESTUDO

O município de Uberlândia está localizado na porção sudoeste do Estado de Minas

Gerais na região do Triângulo Mineiro, entre as coordenadas geográficas de 18°30’ -

19°30’ de latitude sul e, 47°50’ - 48°50’ de longitude oeste de Greenwich, no domínio

dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, a uma altitude média de

900m. Situa-se no “Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central”. Sua

vegetação natural é de cerrado do tipo savana arbórea com mata de galeria (BACCARO,

1989). De acordo com dados do IBEG (2007), o município possui cerca de 4 km2,

sendo que 219 km2 representam a área urbana e 3.821 km2, em área rural. Atualmente

possui cerca de 608.369 habitantes.

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A Figura 1 apresenta especificamente a localização dos bairros Santa Mônica (Setor

Leste), Jardim Karaíba (Setor Sul), Morumbi (Setor Leste) e Centro (Setor Central) em

uma escala temporal associada ao ano de 2004, quando foi realizado o último

levantamento aerofotogramétrico georeferenciado da área urbana de Uberlândia.

Figura 1 –Bairros/ estudo de caso: Morumbi (1), Santa Mônica (2), Jardim Karaíba (3) e Centro (4) em

Uberlândia - MG Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (PMU)

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1.3 JUSTIFICATIVA

A demanda por instrumentos que proporcionem o conhecimento integrado entre o

espaço construído e natural e que envolvam as várias dimensões do ambiente urbano

(ecológicas, espaciais, sociais e culturais), é hoje, sem dúvida uma discussão e um

desafio freqüente de lidar devido, principalmente, às incertezas e à carência de

informações ambientais urbanas sistematizadas.

Segundo NUCCI (1999), o planejamento da paisagem é uma contribuição ecológica e

de design para o planejamento do espaço, onde se procura uma regulamentação dos usos

do solo e dos recursos ambientais, salvaguardando a capacidade dos ecossistemas e o

potencial recreativo da paisagem, retirando-se o máximo proveito do que a vegetação

pode oferecer para a melhoria da qualidade ambiental.

A vegetação urbana é apontada por vários pesquisadores como um importante agente

atenuante dos efeitos causados pelas interferências humanas, principalmente no que se

refere à alteração de aspectos micro-climáticos que resultam em um desconforto térmico

e comprometem, conseqüentemente, a qualidade de vida. Dessa forma, a presença de

espaços arborizados torna-se cada vez mais importante no contexto urbano à medida

que a cidade cresce no sentido vertical ou se expande horizontalmente.

A escolha dos bairros Santa Mônica, Morumbi, Centro e Jardim Karaíba está

relacionada às condições sócio-econômicas distintas entre eles, o que reflete no tamanho

e formas das edificações, a quantidade de equipamentos de infra-estrutura instalados

nesses setores da cidade e no adensamento demográfico distinto. Um outro aspecto

importante a ser analisado é o período de instalação de cada bairro, ou seja, o ano em

que os loteamentos foram aprovados, pois isso reflete na quantidade e tamanho das

árvores existentes, bem como os problemas e benefícios que elas proporcionam ao

ambiente urbano.

A avaliação de qualidade ambiental urbana tem como principal ferramenta a

espacialização dos produtos ambientais para posterior análise sistêmica. A preocupação

é, portanto, aglutinar o máximo de dados cartografáveis da área em estudo para

posterior cruzamento e elaboração de uma carta de qualidade ambiental (NUCCI, 2001).

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A pesquisa realizou-se pois acredita-se que ela possa contribuir para um melhor

conhecimento da situação ambiental da área de estudo, especificamente da cobertura

arbóreo-arbustiva existente no ano de 2004, oportunizando a verificação do inter-

relacionamento das atividades antrópicas e seus possíveis reflexos no meio ambiente e

sua evolução durante os anos seguintes .

Nesse aspecto, a pesquisa justifica-se também no sentido de entender as relações

existentes entre o nível sócio-econômico e a cobertura vegetal, as suas funções

ecológicas e sócio-ambientais, apontando sintomas de uma realidade urbana que pode

ser modificada através de intervenções do poder público e ações de planejadores.

Para a quantificação da cobertura vegetal torna-se necessário simplificar os índices

calculados, permitindo que os resultados obtidos por estes sejam utilizados pelos

planejadores de maneira objetiva e prática, ao mesmo tempo particularizada para cada

bairro, setor ou região urbana.

A partir da sistematização dos dados, fomenta-se uma discussão a respeito desses

resultados relacionados aos aspectos ecológicos, sócio-ambientais, populacionais e

habitacionais dos bairros em questão, diagnósticos e métodos que poderão orientar a

gestão do poder público e o planejamento ambiental, mesmo que de maneira corretiva,

bem como alertar a sociedade civil para a importância e a função que esses elementos

naturais exercem no meio urbano em que vivem.

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CAPÍTULO 2 Materiais E MÉTODOS

Foram utilizados, para a realização da pesquisa, os seguintes materiais:

Mapa Base da área urbana do município de Uberlândia (2004/ 1:100.000) –

Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (SEPLAMA);

Fotografias Aéreas Georeferenciadas (Estio Engenharia Aerolevantamento –

março de 2004 / Escala: 1:8000) das Regiões de Interesse (bairros Santa Mônica,

Morumbi, Jardim Karaíba e Centro) - Secretaria Municipal de Planejamento

Urbano e Meio Ambiente (SEPLAMA);

Software SPRING 4.3 e ARC GIS 9.2

Os procedimentos metodológicos utilizados para esta pesquisa fundamentaram-se a

princípio, em uma revisão bibliográfica a respeito do assunto, análise e processamento

de imagens das fotografias aéreas dos bairros em questão, para identificação,

classificação e espacialização da cobertura vegetal.

Alguns conceitos e definições relacionados ao “verde urbano” são fundamentais para o

direcionamento da pesquisa. Cavalheiro & Del Picchia (1992) dividem o espaço urbano,

relacionado-o com o verde urbano, em três sistemas integrados: o sistema de espaços

com construções; o sistemas de espaço de integração viária e os sistemas de espaços

livres de construção. Como espaço livre entende-se qualquer espaço urbano fora das

edificações e ao ar livre, de caráter aberto e, independentemente do uso, é destinado ao

pedestre e ao público no geral. Os espaços livres de construção, como elementos

integradores da paisagem urbana, são normalmente associados à função de lazer para as

categorias como praças, jardins ou parques, e devem ser entendidos de acordo com as

atividades e necessidades do homem urbano.

CAVALHEIRO (1992) destaca ainda os usos dos espaços livres, que podem ser:

particular; potencialmente coletivo (como terrenos baldios não cercados; pátios de

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escolas, de clubes e de indústrias); e os públicos, acessíveis livremente ao público em

geral (nas praças, parques, cemitérios, etc.).

Dois outros importantes conceitos devem ser bem elucidados neste momento, o de Área

Verde e Cobertura Vegetal.

Ainda existe muita confusão entre os termos áreas verdes e cobertura vegetal, que se

trata de toda vegetação encontrada no espaço urbano, seja ela de porte arbóreo,

arbustivo ou herbáceo (NUCCI, 2001). Ou ainda, consideram a arborização como uma

categoria de área verde. Ou há aqueles que dividem as áreas verdes em área verde

produtiva, e área verde de conservação ou preservação (PAIVA E GONÇALVES,

2002).

NUCCI (2001) define área verde “(...) como um tipo especial de espaço livre onde há

predominância de áreas plantadas e que deve cumprir três funções (estética, ecológica e

lazer); vegetação e solo permeável (sem laje) devem ocupar, pelo menos, 70% da área;

deve ser pública e de utilização sem regras rígidas”.

Áreas Verdes são um tipo especial de espaços livres onde o elemento

fundamental da composição é a vegetação. Elas devem satisfazer três objetivos

principais: ecológico-ambiental, estético e de lazer. Canteiros, pequenos jardins

de ornamentação, rotatórias e arborização não podem ser consideradas áreas

verdes, mas sim “verde de acompanhamento viário”(CAVALHEIRO et.al.1983

apud NUCCI, CAVALHEIRO,1999)

Área verde é sempre um espaço livre de propriedade pública ou particular,

delimitada pela prefeitura, com o objetivo de implantar, ou preservar arborização

e ajardinamento, visando manter a ecologia e resguardar as condições ambientais

e paisagísticas (GEIGER et al., 1975, apud NUCCI, 2001).

O conceito de cobertura vegetal pode ser definido como:

A projeção do verde em cartas planimétricas e pode ser identificada por meio de

fotografias aéreas, sem auxílio de esteroscopia. A escala da foto deve

acompanhar os índices de cobertura vegetal, deve ser considerada a localização e

a configuração das manchas (em mapas). Considera-se toda a cobertura vegetal

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existente nos três sistemas (espaços construídos, espaços livres e espaços de

integração) e as encontradas nas Unidades de Conservação (que na sua maioria

restringem o acesso ao público), inclusive na zona rural. (NUCCI,2001)

Nesse sentido, é necessário esclarecer que a pesquisa será norteada por aspectos e

características relacionadas somente à cobertura vegetal, especificamente a copas das

árvores (porte arbóreo e arbustivo) em quatro bairros da cidade de Uberlândia. Essa

feição (cobertura vegetal) é o atributo utilizado para estimativa dos índices ambientais

propostos mais adiante.

As técnicas de processamento de imagens e sensoriamento remoto vêm sendo

amplamente utilizadas em estudos urbanos. De acordo com Rosa (2003), os sistemas de

sensoriamento remoto, hoje disponíveis, permitem a aquisição de dados de forma

global, confiável, rápida e repetitiva, sendo estes dados de grande importância para o

levantamento, mapeamento e utilização das informações de uso e ocupação do solo de

uma dada região. Isto permite o tratamento dos dados, desde a sua entrada, passando

pela edição, armazenamento e, finalmente, as análises dos índices ambientais estudados.

A fotografia aérea é o principal meio de sensoriamento remoto usado para aplicações

urbanas, uma vez que permite ao usuário maior riqueza de detalhes, seja nas cores,

texturas, formas, que no ambiente urbano encontram-se muito heterogêneas. Dessa

forma, a aerofotogrametria, juntamente com os SIGs (Sistemas de Informações

Geográficas) permitem uma interface mais segura para análise dos fenômenos da

paisagem urbana.

Como apenas a indicação da quantidade de superfícies recobertas por vegetação não é

capaz de demonstrar como essa vegetação está distribuída no município, exige-se que a

quantificação da cobertura vegetal deva vir acompanhada de sua configuração espacial,

metodologia esta já proposta por Jim (1989) e muito utilizada.

Foram elaborados, como produtos da pesquisa, mapas temáticos que permitam

quantificar a cobertura vegetal (percentagem e m2 por habitante) acompanhada de sua

configuração espacial e calculando índices ambientais relacionados a esse elemento

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natural, que está diretamente associado à qualidade ambiental da cidade, como por

exemplo, os Índices de Cobertura Vegetal por área e por habitante.

Essas variáveis servirão como um importante indicador de qualidade ambiental das

áreas pesquisadas, podendo representar dados sistematizados em relação à quantidade

de cobertura vegetal (suficiente ou insuficiente); a distribuição e como um importante

instrumento de gestão ambiental urbano no sentido preventivo e corretivo.

2.1 Metodologia operacional

A separação da cobertura vegetal, especificamente as copas das árvores, foi realizada no

programa Spring 4.3 a partir do levantamento aerofotogramétrico na escala 1:8000 do

ano de 2004 obtido por intermédio da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e

Meio Ambiente (SEPLAMA). Por meio das técnicas de processamento digital de

imagens, foi possível aplicar uma série de rotinas computacionais aos dados, de modo a

permitir a extração de informações específicas sobre determinadas feições de interesse

da pesquisa.

O SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georeferenciadas) foi

desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), pela

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) e pela IBM. O

SPRING é um sistema para processamento em ambiente UNIX e Windows, que

inclui um banco de dados geográficos, o qual permite adquirir, armazenar,

combinar, analisar e recuperar informações codificadas espacial e não

espacialmente, ou seja, é um sistema que combina funções de processamento de

imagens, análise espacial e modelagem numérica do terreno, em um único

software (CAMARA, et al., 1996).

Foram realizados os seguintes procedimentos técnicos:

a) Obtenção do mosaico das áreas de interesse: O mosaico tem como objetivo retratar

uma determinada área de interesse através de ajustes e sobreposições de margens

vizinhas de maneira a se obter uma imagem contínua da superfície de interesse.

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b) Banco de dados: Para o processamento de imagens no SPRING é obrigatória a

definição de alguns itens como Banco de Dados, Modelos de Dados, com as respectivas

categorias, um Projeto, e os Planos de Informação. O Banco de Dados é um ambiente

utilizado para armazenar dados geográficos, pelo qual determinaram-se as definições de

categorias de dados utilizados nos diversos diversos tipos de mapas.

c) Projetos: Um projeto dentro de um Banco de Dados, tem como finalidade especificar

o espaço geográfico da área de trabalho, no caso, os bairros Santa Mônica, Jardim

Karaíba, Morumbi e Centro, onde serão inseridos os Planos de Informações.

d) Modelos de Dados (Categorias): As categorias permitem organizar os dados em tipo

(modelos) diferentes. Os tipos de categorias são: Temático, Imagem, Numérico,

Cadastral, Redes e Objetos. No trabalho, foi utilizada a categoria imagem que permite

armazenar imagens obtidas por sensores remotos (fotos áreas ou orbitais) e a categoria

Temático, identificando as classes de interesses, no caso específico, a cobertura vegetal.

e) Planos de Informação: Um Plano de Informação (PI) deve pertencer a uma única

categoria do Banco de Dados, porém podem existir vários PI’s de uma mesma categoria

em um banco. Ex: árvores, arbustos, floresta. A mensuração da superfície de cobertura

vegetal é calculada a partir do comando edição vetorial do SPRING 4.3, com a criação

das classes de interesse. A representação vetorial destes mapas é a maneira mais exata

de representar um objeto geográfico a partir da interpretação visual da imagem,

utilizando-se das entidades básicas como pontos, linhas e áreas (ou polígonos), para

definir as classes temáticas. No processo de edição de vetores no SPRING,

especialmente de temáticos, foram utilizadas as etapas de Digitalização, Ajustes e

Poligonalização.

f) Edição Final do Mapa Temático: Com a imagem já poligonizada no programa

SPRING 4.3, o próximo passo é salvar o trabalho com a extensão shape e

posteriormente exportá-la para o programa ARC GIS 9.2, onde foi elaborado o layout

final dos mapas.

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Embora a análise puramente quantitativa tenha suas limitações, esta pode ser bastante

conveniente quando conjugada aos seus aspectos qualitativos e sua distribuição

espacial.

2.2 Índices ambientais utilizados:

Os índices relacionados à cobertura vegetal, no caso específico a copa das árvores,

representam um dos critérios para avaliar a qualidade ambiental urbana. Para obtenção

do Índice de Cobertura Vegetal, é necessário o mapeamento de toda cobertura vegetal

de um bairro em metros quadrados. Conhecendo-se a área total estudada, também em

metros quadrados chega-se posteriormente à porcentagem de cobertura vegetal que

existe naquele bairro ou cidade. (OLIVEIRA et al., 1999).

O índice de cobertura vegetal difere do índice de áreas verdes por considerar todas as

manchas de vegetação, como a arborização de ruas, as áreas verdes particulares e

Unidades de Conservação (NUCCI, 2001).

Os índices calculados procuram retratar as condições do ambiente no ano de 2004,

podendo, dessa forma, estabelecer metas que se desejam alcançar, avaliando variações

temporais a partir de um valor inicial.

No caso do índice de cobertura vegetal, que pode ser conceituada como a proporção da

área coberta com vegetação (natural ou implantada) em função de determinada área

(cidade, setor, bairro) abrangendo a vegetação localizada em espaços públicos e

particulares, os resultados podem variar muito dependendo do método empregado e dos

recursos utilizados para obtenção dos dados (imagens de satélite, fotografia aérea,

videografia, a escala utilizada, etc.).

Os índices a seguir tratam-se de indicadores da qualidade ambiental urbana. Os seus

valores foram calculados para cada bairro identificando sua distribuição e quantificando

sua suficiência ou escassez.

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a) Índice de Cobertura Vegetal (%): É a proporção de área coberta com vegetação (Copa

das Árvores/arbustos) em função da área total de uma cidade ou de um setor urbano, ou

ainda uma paisagem urbana específica.

Trata-se de um indicador de qualidade ambiental. Representada pela fórmula:

)(sup)(sup

2

2

máreadatotalerfíciemárvoresdascopadatotalerfícieICV =

b) Índice de Cobertura Vegetal por Habitante (m2/ hab): É a proporção de área coberta

com vegetação (Copa das Árvores/arbustos) pela quantidade de pessoas total de uma

cidade ou de um setor urbano, ou ainda uma paisagem urbana específica.

Trata-se de um indicador de qualidade ambiental que depende de fatores demográficos.

Representada pela fórmula:

teshabidetotalquantidademárvoresdascopadatotalerfícieICVH

tan)(sup 2

=

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CAPÍTULO 3

REFENCIAL TEÓRICO

3.1 Sistemas x ecossistemas

Sistemas e ecossistemas são conceitos que podem ser melhor elucidados de acordo com

os preceitos da Ecologia da Paisagem. Esta disciplina se dedica a entender as diversas

inter-relações entre a humanidade - suas atividade e artefatos – e sua aberta e ampla

paisagem. Na Europa Central, essa disciplina é considerada como resultado de uma

visão integrada e sistêmica, por muitos denominada de holística, adotada por

pesquisadores de várias áreas do conhecimento, como geógrafos, ecologistas,

planejadores de paisagens, arquitetos, gestores do ambiente. O escopo fundamental da

Ecologia da Paisagem é formar um elo entre os sistemas natural e humano, incluindo

atividades agrícolas e urbanas que mudam continuamente a paisagem.(MENEGAT,

PORTO, 2004)

Pode-se definir a Ecologia da Paisagem como:

(...) o campo que se preocupa com as interações entre os fatores no ecossistema

de uma dada paisagem. Estas estão representadas funcionalmente e visualmente

na paisagem na forma de uma estrutura territorial muito complexa. Os diversos

aspectos da paisagem são estudados por várias disciplinas. Estas disciplinas

apresentam diferentes interesses. Assim, e devido também a razões

metodológicas, elas podem estudar mais, ou menos, certas partes do ecossistema

da paisagem em questão. O princípio dos estudos dos ecossistemas pode ser

científico ou prático, relacionado ao planejamento ou à utilização da paisagem

(EHLERS, 1992 apud NUCCI, 2001).

O sistema, tomado como um modelo estrutural e funcional de um princípio

muito mais amplo e extenso adquire as características de unidade funcional. Sua

dimensão mínima é a de uma organização capaz de funcionar por si só. Pode se

conceber, evidentemente, um sistema formado por vários subsistemas, que terão

que ser cada um, um sistema menor com funcionamento autônomo. O que não é

concebível é um sistema que dependa de um outro para seu funcionamento: neste

caso ele será apenas um elemento do sistema. [...] O sistema necessita, pois, uma

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fonte de energia que lhe é externa, embora a energia possa ser acumulada, de

alguma forma, dentro dele. (BRANCO, 1999)

Chamamos de ecossistema qualquer unidade (biossistema) que abranja todos os

organismos que funcionam em conjunto (a comunidade biótica) numa dada área,

interagindo com o ambiente físico (abiótico) de forma que o fluxo de energia produza

estruturas bióticas claramente definidas e uma ciclagem de materiais das partes vivas e

não vivas (ODUM, 1985)

Nesse sentido, Branco (1999) afirma que a cidade

não chega a constituir um ecossistema verdadeiro, uma vez que não compreende uma

produção ou fixação de energia primária. A cidade constitui, ao contrário, o destino

final de produtos de áreas externas, florestais, agro-pecuárias, marinhas ou mineração,

continuamente exploradas e provedoras de um fluxo contínuo de energia e matéria, de

combustíveis, matérias – primas e alimentos. Estes, uma vez “processados” através da

atividade industrial, comercial ou biológica, geram subprodutos residuais na forma de

detritos sólidos, líquidos e gasosos, que de certa forma, condicionam o meio ambiente

urbano [...]. A característica peculiar e geral desse fluxo é de ser unidirecional, isto é, de

não ter retorno e, portanto, não ser cíclico, contrariando fundamentalmente, nesse

sentido os fluxos de matéria, característico da biosfera.

(...) uma das características próprias da cidade, como de qualquer obra humana, é

que, além desse determinismo, surge a imprevisibilidade contínua [...]. A cidade

é um desenho arquitetônico, mas é também muito mais que isso. É em grande

medida, um conceito urbanístico e, fundamentalmente, e mais do que qualquer

outra coisa, uma estrutura sistêmica, um sistema. Quando se fala em um projeto

ambiental urbano, não podemos jamais esquecer que, pelo simples fato de

erguerem logo depois prédios e se construírem ruas de acordo com essas linhas

demarcadas no plano, não se estará organizando a vida da cidade. Estaremos

inserindo elementos fundamentais e básicos para tal fim, é claro, mas não se

estará organizando-a definitivamente. (GUILLEN, 2004)

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De acordo com Nucci (2001), outros autores vão além, quando consideram a cidade

como ecossistema.

Marcus; Detwwyler (1972) dividem a cidade em dois componentes: o homem e o

meio ambiente urbano, e concluem que o entendimento da dinâmica das

interações entre estes dois elementos é facilitada se reconhecermos a cidade

como um sistema. Delpoux (1974) não considera a cidade como um ecossistema,

mas coloca que isso seria possível considerando a cidade com um ecossistema

desequilibrado (...) (NUCCI, 2001)

Mota (1999) acrescenta, dizendo que o sistema urbano é incompleto em analogia aos

sistemas ecológicos naturais, uma vez que a cidade é um local de consumo, estando os

centros produtores situados fora do seu território. Além dos elementos que vêm das

áreas produtoras para as de consumo geralmente não tem retorno, causando

desequilíbrio ambientais. Por outro lado, parte que entra na cidade e volta para o

ambiente externo, em forma de produtos e resíduos.

3.2 Natureza X Questões Urbanas

A origem do termo natureza vem do latim natura que, em suas raízes, tinha o

significado de “ação de fazer nascer”. Natureza é, pois, a “faculdade geradora”, o

“princípio de tudo que nasce” e também o “conjunto de tudo que nasce”. Justifica, dessa

maneira duas ordens de definição: a estática (tudo que existe) e a dinâmica (a virtude

gerado), uma mecanicista e outra vitalista. (BRANCO, 1999)

De acordo com Mascaró; Mascaró (2005):

As formas que compõem a paisagem, a natureza, deveriam ser aproveitadas para

criar uma continuidade entre o espaço natural e o construído, permitindo que a

cidade se inscreva com facilidade no meio natural, produzindo assim, uma

transição gradual do puramente construído, artificial para o natural através de

matrizes da paisagem [...]

Segundo Santos (1998) apud Camargo (2005), a história do homem é a própria história

de uma ruptura progressiva, que envolve ele próprio e seu entorno, em decorrência de

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suas técnicas e da imposição da tecnologia sobre o meio ambiente, por isso, afirma que

a antiga idéia de natureza pura e amiga vem sendo cada vez mais substituída pela idéia

de natureza artificial, instrumentalizada e social, onde a ordem racional rompe

definitivamente com nosso antigo laço de amizade com o meio natural.

Nas três últimas décadas do século XX, quando a chamada “crise ambiental” também

atinge os interesses de ponderável parcela da burguesia, ela ganha espaço crescente nos

meios de comunicação, na academia e na própria opinião pública, gerando inclusive o

aparecimento de alentada literatura especializada e organizações de toda espécie que

buscam ampliar o debate das questões ambientais e assumem variadas estratégias

política na luta contra o declínio da “qualidade de vida no planeta” (COUTINHO, 2004)

Spósito (2003) argumenta que

Se o ambiental é síntese, ainda que contraditória, entre o natural e o social, o

embate seria antes, entre o social e o político, sendo a questão ambiental nas

cidades, uma das expressões mais completas deste conflito. A cidade, portanto, é

resultado maior da capacidade de transformar o espaço natural, porém não deixa

de ser parte desse espaço e de estar submetida às dinâmicas e processos da

natureza”. Dessa maneira, segundo a autora, problemas urbanos como o da

erosão, desmoronamento de encostas, assoreamento de cursos d’água,

constituição de ilhas de calor, falta de áreas verdes, poluição do ar, da água são

na essência, problemas decorrentes do descompasso entre o tempo da natureza (o

das eras geológicas) e o tempo da sociedade (o dos anos, dias, horas).

Muitos autores destacam que as variáveis utilizadas para se definir o padrão de

qualidade ambiental de um determinado espaço geográfico são muito discutidas, pois os

valores atribuídos ao meio ambiente para determinar a sua qualidade depende de uma

série de fatores sociais, culturais de cada cidadão, inclusive do pesquisador e do

planejador, responsável por definir os atributos ou variáveis que possam melhor analisar

o espaço geográfico em questão.

A construção do atual conceito de espaço geográfico ligado a demanda de fluxos e

das redes, e que associa o meio natural à própria ação da sociedade, requer uma

nova perspectiva, trazendo a tona a necessidade de se repensar o paradigma

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dominante e de se traduzir essa relação em novas maneiras de se pensar a

totalidade. (CAMARGO 2005)

A vida urbana compreende mediações originais entre a cidade, o campo, a natureza. É o

caso da aldeia, cuja relação com a cidade, na história e no momento atual, está longe de

ser totalmente conhecida. É o caso dos parques, dos jardins, das águas cativas. Essas

mediações não podem ser compreendidas sem os simbolismos e representações

(ideológicas e imaginárias) da natureza e do campo como tais para os citadinos urbanos.

(LEFEBVRE, 2006)

3.3 Urbanização e Adensamento Urbano

A crescente urbanização, conforme destaca Lombardo (1985) constitui uma

preocupação de todos os profissionais e segmentos ligados à questão do meio ambiente,

pois as cidades avançam e apresentam um crescimento rápido e sem planejamento

adequado, o que contribui para uma maior deterioração do espaço urbano.

O adensamento significa a intensificação do uso e ocupação do solo, vinculando a

disponibilidade de infra-estrutura e as condições do meio ambiente. Estas características

se aplicam-se a empreendedores que parcelam a terra com o objetivo de construir para

futuramente negociar os imóveis. No caso da ocupação individual, a ausência de infra-

estrutura não impede a instalação irregular de pessoas, e isto acarreta diversos

problemas de ordem ambiental e sanitária que influenciam na qualidade de vida destes

moradores (Nucci, 2001).

Segundo Monteiro (1987) apud Nucci (2001) “(...) as pressões exercidas pela

concentração da população e de atividades geradas pela urbanização e industrialização

concorrem para acentuar as modificações do meio ambiente, com o comprometimento

da qualidade de vida”.

De acordo com o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2007 elaborado

pela United Nations Population Fund (UNFPA)

(...) a partir de 2008, mais da metade dos atuais 6,7 bilhões de habitantes do planeta

viverá nas cidades. Embora as mega-cidades (mais de 10 milhões de habitantes)

continuarão a crescer, a maioria das pessoas viverá nas cidades de 500.000

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habitantes ou menos. Até 2030, a população urbana aumentará para mais 5 bilhões,

ou 60% da população do mundo. Globalmente, todo o crescimento futuro da

população ocorrerá nas cidades, quase todo na Ásia, na África e na América Latina.

Na Ásia e na África, isso sinaliza uma mudança decisiva do crescimento rural para

o urbano, alterando um equilíbrio que perdurou por milênios.

É certo que a urbanização traz consigo uma série de fatores positivos quanto negativos.

Ela é, potencialmente, um importante aliado social, demográfico, econômico, cultural,

ambiental, porém é preciso um aproveitamento maior dessas vantagens, ou seja uma

governança pública mais atenta para aos problemas urbanos.

A qualidade de vida está diretamente ligada à qualidade do ambiente e para se

estabelecer esta relação é necessário realizar previamente uma análise ambiental. Para a

realização de uma análise ambiental deve-se levar em consideração vários elementos

como, por exemplo: presença de vegetação, densidade populacional, uso e ocupação do

solo, clima. Desta forma, áreas verdes, baixa densidade populacional, lotes e moradias

adequadas e condições climáticas favoráveis, são de extrema relevância para obtenção

de uma qualidade ambiental e de vida adequada (AMORIM, 1993).

O crescimento demográfico é um fator que acompanha o desenvolvimento da cidade,

principalmente nos grandes centros urbano-industriais, o que acaba agravando ainda

mais os problemas de degradação ambiental nas áreas urbanas. Tal fato compromete em

grande escala a qualidade ambiental de várias formas.

(...) a ocupação urbana resultará sempre numa diminuição da cobertura vegetal

original do solo. No entanto,se as principais características ambientais forem

consideradas, através da utilização ordenada do solo, os efeitos sobre o meio

ambiente serão minimizados e as conseqüências benéficas da vegetação poderão

ser aproveitadas em favor do homem e de outros seres vivos. (MOTA, 1999)

Macedo (1987) apud Nucci (2001) diz que o adensamento construído e demográfico

condicionam : congestionamento das ruas, escassez real de espaços livres para lazer,

déficit da infra-estrutura – água, luz, esgoto que deve ser recomposta a altos custos,

destruição de tecidos e modos de vida urbana significativos.

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As elevadas e crescentes taxas de urbanização observadas principalmente nas duas

últimas décadas contribuíram de forma assustadora para o aumento de problemas

sociais, econômicos e para a degradação dos recursos naturais, afetando de maneira

negativa a qualidade de vida da população.

Para isso, planejar a expansão das cidades, assim como gerir os espaços já consolidados,

reduzirem os impactos ambientais negativos entre outros fatores, requer a utilização de

dados e ferramentas sócio-demográficas, ambientais eficientes (ex: SIG – Sistema de

Informação Geográfica) assim como uma maior preocupação com os recursos técnicos

e humanos.

Costa (1999) considera na discussão do desenvolvimento urbano, as potencialidades e

as limitações do ambiente urbano, pois são esses elementos que conformam e

demonstram a realidade. Porém, mais que isso, interessa identificar a sustentabilidade

desse ambiente no processo de desenvolvimento em questão.

Há uma fragilidade teórico-conceitual quando se trata de desenvolvimento

sustentável. São várias as interpretações teóricas, revelando, na verdade, algumas

imprecisões e pouca clareza do seu significado. E quando passamos à sua

aplicabilidade, o conceito se revela ainda mais vulnerável, exigindo certos

instrumentos teóricos que muitas vezes não dão conta da complexidade da

realidade social. É como se as formulações teóricas e as propostas de

intervenções entrassem em uma espécie de conflito. A noção de

desenvolvimento urbano sustentável traz consigo conflitos teóricos de difícil

reconciliação: o conflito entre a trajetória da análise ambiental e da análise

urbana, dado pelas origens das áreas de conhecimento diferentes, e entre a

análise social/urbana e o planejamento urbano sustentável. (COSTA,1999)

3.4 Indicadores e índices ambientais

De acordo com Santos (2004), os indicadores são fundamentais para tomadas de decisão

e para a sociedade, pois permitem tanto criar cenários sobre o estado do meio, quanto

aferir ou acompanhar os resultados de uma decisão tomada. São indicativos das

mudanças e condições do meio ambiente e, se bem conduzidos, permitem representar a

rede de causalidades presentes em um determinado meio. Os indicadores são

empregados para avaliar e comparar territórios de diferentes dimensões e de diversas

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complexidades. Não se deve jamais esquecer que a principal característica dos

indicadores é sua capacidade de quantificar e simplificar a informação.

Os indicadores são informações de caráter quantitativo resultante do cruzamento

de pelo menos duas variáveis primárias (informações espaciais, temporais,

ambientais, etc) Como ferramentas de auxílio à decisão, os indicadores são

modeles simplificados da realidade com a capacidade de facilitar a compreensão

dos fenômenos, de aumentar a capacidade de comunicação de dados brutos e de

adaptar as informações à linguagem e aos interesses locais dos decisores. Não

são, portanto, elementos explicativos ou descritivos, mas informações pontuais

no tempo e no espaço, cuja integração e evolução permitem o acompanhamento

dinâmico da realidade. Os indicadores devem ser compreendidos como

informações quantitativas que permitem que um componente ou ação de um

sistema seja descrito nos limites do conhecimento atual (UNESCO, 1984 apud

MAGALHÃES, 2007)

A tese apresentada aos delegados da Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada

por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, no final de 2003, em Brasília, que foi o

resultado de sistematização das discussões promovidas em conferências estaduais,

regionais e municipais, trouxe um conjunto de Indicadores de Sustentabilidade para

áreas urbanas e rurais: acesso a moradia adequada; grau de poluição hídrica,

atmosférica, do solo, sonora, visual, eletromagnética, acesso a coleta e tratamento de

resíduos sólidos, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos domésticos e

tóxicos, reciclagem de resíduos; indústrias de reciclagem implantadas; índice de

regularização fundiária; acesso a transporte público de qualidade; grau de utilização de

transportes coletivos em relação aos individuais; metros quadrados de área verde por

habitante, percentagem de território abrangido por áreas protegidas nos termos do

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC); gerenciamento de passivos

ambientais, montante de recursos investidos em educação ambiental, nível qualitativo e

quantitativo da flora e fauna existentes, índices de desigualdade social; inclusão sócio-

cultural, entre outros. (COUTINHO, 2004)

É fundamental que se analise o contexto e as características da área estudada, pois como

a própria OECD (Organization for Economic Co-Operation and Development) afirma,

não existe um indicador ideal ou aquele que vá atender todas as características do local

na prática. É preciso o máximo de confiabilidade nos dados e informações

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22

sistematizadas para chegarmos a resultados, a modelos, ou cenários que se aproxime ao

máximo da realidade ou que aponte sintomas de determinado objeto estudado. (NUCCI,

2001). Uma variável é uma representação operacional de um atributo (qualidade,

característica, propriedade) de um sistema (...). Qualquer indicador, descritivo ou

normativo, têm uma significância própria. A mais importante característica do

indicador, quando comparado com outros tipos ou formas de informação, é a sua

relevância para a política e para o processo de tomada de decisão.

(GALLOPIN,1996 apud BELLEN, 2006).

Em síntese, os indicadores devem possuir certas qualidades que justifiquem sua escolha:

simplicidade, nível de acessibilidade social (compreensão por diferentes setores da

sociedade), objetividade, flexibilidade, relevância, base técnico-científica,

mensurabilidade (dados facilmente disponíveis, escalas temporais e custos aceitáveis),

qualidade dos dados e comparabilidade com outros indicadores. (HAMILTON,1996

apud MAGALHÃES, 2007)

O Quadro 1 abaixo apresenta de forma sintética as principais funções dos indicadores

para avaliação da qualidade ambiental urbana.

• Avaliação de condições e tendências.

• Comparação entre lugares e situações.

• Avaliação de condições e tendências em relação às metas e aos objetivos.

• Prover informações de advertência.

• Antecipar futuras condições e tendências.

Quadro 1 – As principais funções dos indicadores

Fonte: Tunstall, 1994 apud Bellen, 2006

Segundo Magalhães (2007) um indicador exige uma ou mais unidades de medida

(tempo, área, etc.) e, muitas vezes, padrões para diferenciar sua interpretação. Esses

indicadores inserem-se em uma pirâmide cuja base é formada por dados e o topo por

índices agregados. (Figura 3)

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23

Figura 3: Pirâmide de Informação Fonte: MAGALHÃES, 2007 (adaptada de HAMMOND et. Al.,1995) Os indicadores, muitas vezes, são apresentados na forma gráfica ou estatística,

consequentemente são valores distintos dos dados primários. A pirâmide de informação

tem um sua base dados primários e o topo, consiste nos índices que se desejam alcançar,

cuja finalidade principal é a simplificação dos dados (numéricos e/ou descritiva)

facilitando dessa forma a compreensão para tomadas de decisões relativas as questões

ambientais.

Os indicadores são utilizados para simplificar informações sobre fenômenos complexos

e para tornar a comunicação sobre eles mais compreensível e quantificável. Entretanto

devem ser analiticamente legítimos e construídos dentro de uma metodologia coerente

de mensuração (BELLEN, 2006).

Em relação aos índices ambientais urbanos, existem alguns exemplos que procuram

mensurar as áreas verdes/vegetação urbana. Porém não existe um único convencionado,

o que torna a pesquisa e a comparação entre diferentes locais uma tarefa delicada, pois

torna-se necessário uma confluência de fatores externos associados a essa quantificação

proposta pelos índices, como por exemplo, os aspectos topográficos, situação

econômica, infra-estrutura, aspectos culturais e sociais dos diferentes focos de pesquisa.

Simplificação Síntese Integração Ponderação

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24

Os índices são entendidos como resultado da combinação de um conjunto de

parâmetros associados uns aos outros por meio de uma relação pré-estabelecida que

dá origem a um novo e único valor. [...] essa relação pode ser estabelecida por meio

de estatística, formulação analítica ou cálculo de razão matemática. (SANTOS,2004)

Os índices, de acordo com Mendonça (1997), constituem os resultados numéricos de

um indicador. Os índices correspondem a um conjunto agregado ou com valores

outorgados, de parâmetros ou indicadores que relatam ou demonstrem uma situação.

Pressupõe-se sempre a padronização tendo em vista a utilização de uma escala

convencional (Melo, 1996). De acordo com Environmental Protection Agency - EPA

(1995), o índice é resultado da junção de estatísticas e/ou indicadores que sintetizam

uma grande quantidade de informação relacionada e que faz uso de um dado processo

sistemático para atribuir pesos relativos, escalas e agregação de variáveis em um único

resultado. Ao se comparar a literatura em relação às áreas verdes e cobertura vegetal

(CAVALHEIRO & DEL PICCHIA, 1992; LOMBARDO, 1985; NUCCI, 2001,

entre outros), observa-se um grande desentendimento em relação aos índices

recomendados. Cavalheiro & Del Picchia lembram que, desde 1968, a Prefeitura

Municipal de São Paulo (PMSP) passou a adotar a proporção de 12m2/hab como

índice desejado, que seria atingido na metrópole até 1990, seguindo-se

recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) – ou da Food and

Agriculture Organization (FAO), ou da Organização Mundial da Saúde (OMS) –

inclusive em obras de referência (como TROPPMAIR, 1987; LOMBARDO,

1985, entre outras), dados contestados pelos autores que, em contatos escritos

com as organizações citadas, não obtiveram confirmação da recomendação. Ao

contrário, “foi constatado que esse índice não é conhecido, como não o é entre

as faculdades de paisagismo da República Federal da Alemanha”.

A vegetação caracterizada como um indicador de qualidade ambiental, atua associada a

outros indicadores (qualidade do ar, da água, solos, fauna e clima) e na manutenção de

algumas condições vigentes desejáveis, seja nas ações que visam a melhoria da

qualidade de vida em áreas mais comprometidas. Dessa forma, a importância da

cobertura vegetal como indicador de qualidade ambiental reflete-se nas funções que esta

desempenha no ambiente urbano.

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25

Portanto, é reconhecida a importância de quantificar a cobertura vegetal, incluindo a

arborização de rua de uma cidade, pois aí está refletido um indicador da qualidade

ambiental urbana.

3.5 Cobertura Vegetal

De acordo com Nucci (2001), um atributo muito importante, porém negligenciado, no

desenvolvimento das cidades é o da cobertura vegetal. A vegetação, diferentemente da

terra, do ar, da água, não é uma necessidade óbvia na cena urbana [...]. Dentro da linha

metodológica do Planejamento da Paisagem, quando se fala em planejar a natureza,

fala-se principalmente em vegetação. O autor define como cobertura vegetal as

“manchas de vegetação” visualizadas a olho nu em foto aérea na escala 1:10.000. Como

todas essas manchas apresentam uma importância ecológica, elas não devem ser

desprezadas, porém não podem ser considera Áreas Verdes, pois nem todas apresentam

condição para uso de lazer. Uma árvore tem sua função ecológica, mas não pode ser

considerada Área Verde. Cobertura Vegetal são as “manchas de vegetação” visualizadas a olho nu em foto

aérea na escala 1:10.000. Como todas essas manchas apresentam uma

importância ecológica, elas não devem ser desprezadas, porém não podem ser

considera Áreas Verdes, pois nem todas apresentam condição para uso de lazer.

Compreende a vegetação herbácea, arbustiva e arbórea. Os jardins, os quintais,

as praças, os parques, os canteiros em vias de circulação, as áreas preservadas

dentre outras formas de cobertura estão compreendidas nessa categoria. (NUCCI,

CAVALHEIRO,1999)

Para Nucci e Cavalheiro (1999), a cobertura vegetal pode ser definida como qualquer

área provida de vegetação na área urbana, compreendendo a vegetação herbácea,

arbustiva e arbórea. Os jardins, os quintais, as praças, os parques, os canteiros em vias

de circulação, as áreas preservadas dentre outras formas de cobertura estão

compreendidas nessa categoria. Em termos de quantidade de superfície urbanizada por

vegetação, é possível citar alguns índices que poderão servir de parâmetros para a

qualidade ambiente.

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A questão controvertida da categorização e definição de áreas verdes adotadas

por vários autores brasileiros tornam ainda mais complexa uma avaliação daquilo

que se poderia chamar de “índices mínimos de cobertura vegetal”

(OLIVEIRA,1996)

Sobre a classificação da cobertura vegetal, JIM (1989) apresenta um estudo realizado

em Hong Kong, no qual cria uma classificação para os diferentes tipos de mancha de

cobertura vegetal conforme sua configuração. Com base na distribuição espacial e na

forma, JIM (1989) classifica em, três tipos principais, as manchas de vegetação

encontradas, sendo elas: Isolated, Linear e Connected. JIM (1989) divide cada forma de

configuração da cobertura vegetal em três subgrupos, criando nove modelos diferentes

para caracterizar a cobertura vegetal em Hong Kong. Este tipo de classificação pode

auxiliar no planejamento e verificação de áreas com déficit de cobertura vegetal,

podendo ser mais bem estudadas e posteriormente planejadas.

NUCCI E CAVALHEIRO (1999) traduziram as nove categorias utilizadas por JIM (1989), as quais podem ser caracterizadas pela Figura 03, e descritas posteriormente.

Figura 3: Esquema de classificação da distribuição espacial da cobertura vegetal

Fonte: JIM, 1989.

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1.Isolated: dominante em locais edificados, com ruas e superfícies impermeáveis que

formam uma matriz contínua circundando as discretas e pequenas unidades de cobertura

vegetal; as árvores estão localizadas principalmente em nichos espalhados e apertados

nas calçadas e ocasionalmente em pequenos jardins em lotes residenciais. Apresenta as

seguintes variações:

a.Dispersed: com pequenas unidades com dimensões semelhantes, principalmente

árvores solitárias, sendo amplamente encontrada na matriz edificada.

b.Clustered: árvores em pequenos grupos frequentemente misturadas com componentes

das edificações.

c.Clumped: agregação de árvores em grandes unidades nos quintais ou taludes.

2.Linear: apresenta justaposição de árvores em uma direção dominante em resposta a

regimentação em alongados habitats. Tem como variantes:

a.Rectilinear: estreito alinhamento ao longo das calçadas ou na periferia de lotes; esse

modelo segue o plano em grade relativamente livre dos constrangimentos da topografia.

b.Curvilinear: cinturões largos e meandrados com vertentes naturais ou modificadas

adjacentes às ruas.

c.Annular: caso especial de variante curvilínea; as árvores formam um anel contínuo ao

redor de pequenos morros e topos elevados por movimentação de terra.

3.Connected: apresenta ampla cobertura vegetal e o maior grau de conectividade e

contigüidade: as florestas remanescentes se estabeleceram antes da urbanização. Estas

parcelas estão localizadas em terrenos com alta declividade ou na periferia da cidade,

apresentando as seguintes variáveis:

a.Reticulate: rede alongada com meandros atravessando estreitos interstícios de

vertentes não urbanizadas entre construções agrupadas.

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b.Ramified: apresenta mais de 50% da área com cobertura vegetal; copas entrelaçadas

formam uma estrutura contínua que envolve lotes edificados separadamente.

c.Continuous: mais de 75% da área apresenta cobertura vegetal; são florestas na

periferia com um mínimo de intrusão da urbanização. A quase contínua cobertura

vegetal é pontuada somente ocasionalmente por pequenas construções isoladas ou ruas

estreitas.

O mapeamento e a classificação da cobertura vegetal são importantes, pois, “a

quantidade e a distribuição de suas categorias, ou seja, herbácea, arbustiva ou arbórea,

estão relacionadas com conforto térmico, com a qualidade do ar, escoamento

superficial, etc.” (MOURA e NUCCI, 2005).

Figura 4 – Categorização adotada para as estruturas do espaço urbano com ênfase na cobertura vegetal (árvores) Desenho: Paulo Sérgio Maroti (adpatado pelo autor) Fonte: HENKE –OLIVEIRA (2000)

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A Figura 4 demonstra algumas estruturas urbanas comuns na cidade como as praças,

ruas, avenidas, áreas impermeabilizadas, casas particulares e esclarece, principalmente,

o objetivo principal da pesquisa em relação ao mapeamento feito da cobertura vegetal

em quatro bairros de Uberlândia.

Foi quantificada e espacializada, nos mapas, a cobertura vegetal, entendida aqui como a

vegetação arbórea/arbustiva localizadas em áreas livres, praças, canteiros centrais,

calçadas e no interior de lotes particulares e/ou públicos, sem mensurar a vegetação

herbácea ou gramado sem classificação, pois isto causaria uma confusão conceitual.

3.6 Vegetação arbórea-arbustiva nos centros urbanos A árvore é o vegetal mais presente na vida e no ciclo histórico do homem. No início era

usada como combustível para alimentar as fogueiras dentro das cavernas, passando

posteriormente, a ser usada como arma de caça, implemento agrícola, componentes de

casas e, hoje, está inserida no cotidiano do homem em vários momentos e nas mais

diversas formas. Porém, a inserção da árvore no contexto urbano é muito recente na

história dos povos. É a partir de 1800, através da iniciativa pioneira das cidades de

Londres e Paris, com seus squares e boulevars, respectivamente, que as árvores foram,

definitivamente introduzidas na macha urbana. O século XX interrompeu com meio a

expansão urbana: investimentos no meio imobiliário, abertura de ruas e avenidas,

expansão do transporte coletivo, surto de industrialização , êxodo rural, e outros fatores

que alteraram a fisionomia das cidades. (SANTOS, 2001)

O surgimento da luz elétrica e a expansão da oferta dos serviços de abastecimento de

água, coleta de esgoto e telecomunicações trouxeram para as cidades um complexo

sistema de cabos, galerias e dutos que tomam conta do ar e do subsolo. A rede aérea

de energia passou a interferir de forma decisiva no plano de arborização da cidade.

Na seqüência, com o advento da era “desenvolvimentista” e da explosão imobiliária

na década de 60 houve a perda dos jardins privados e a impermeabilização do solo e

o patrimônio das áreas verdes das cidades ficaram cada vez mais restritos à

arborização de ruas, praças, parques e maciços florestais (MILANO e DALCIN,

2000)

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A distribuição espacial da cobertura vegetal em áreas urbanas revela aspectos da

qualidade ambiental, podendo indicar a qualidade de vida da população que vive nesses

espaços. Na atualidade existem diferentes procedimentos para o levantamento da

cobertura vegetal em áreas urbanas por meio de trabalhos de campo, pela analise de

cartas topográficas de grande escala, pela interpretação de fotografias aéreas e através

da interpretação e tratamento digital de imagens de satélite de base orbital

(LOMBARDO, 1985; NUCCI E CAVALHEIRO, 1999)

A árvore como elemento foco do estudo exige uma série de condições a fim de que

possa ser utilizada sem acarretar inconvenientes, sendo que, entre as características

desejáveis, podem-se elencar: resistência a pragas e doenças; velocidade de

desenvolvimento média para rápida; a árvore não deve ser do tipo que produz frutos

grandes, assunto este muito polêmico, pois podem causar alguns depredamentos

públicos e particulares. Ao mesmo tempo, esses frutos servem de alimentos para os

moradores próximos a essas árvores e para os pássaros, sendo uma forma de preservar o

equilíbrio biológico. Os troncos e ramos das árvores devem ter lenho resistentes, e

plantados em locais onde possam se desenvolver normalmente, para evitar a queda na

via pública; a copa das arvores devem ter forma e tamanho adequados; o sistema

radicular deve ser profundo, evitando-se o uso de árvores com sistema radicular

superficial, como também as árvores com sistema radicular pivotante que podem

danificar as calçadas e as fundações de construções e muros.

No cenário urbano dominado por estruturas e superfície artificiais, a cobertura vegetal

atua como refúgios, para a vida selvagem, e também podem abrigar espécies vegetais

incomuns que estão desaparecendo. Os habitats naturais remanescentes nas cidades,

com interferência humana limitada, proporcionam áreas valiosas para uma vida

selvagem diversificada e formam comunidades urbanas ímpares que diferem das demais

paisagens (JIM; CHEN, 2003)

O estudo do ambiente urbano tem na arborização um conjunto de prerrogativas capazes

de caracterizar não somente aspectos visuais à paisagem local, apresentando

identificações sócio-culturais, econômicas e históricas distintas a cada região, mas

exercendo também um papel de vital importância na qualidade de vida local, devido as

suas múltiplas funções biológicas, ecológicas, sociais, climáticas.

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Tornar o ambiente urbano não só esteticamente bonito, mas compatibilizar os outros

equipamentos urbanos, como pavimentação, calçadas, eletrificação, saneamento entre

outros, deve ser pressuposto para os futuros planejamentos urbanos ou mesmo projetos

de paisagismo que visem a qualidade ambiental de fato.

O quadro seguinte elenca algumas espécies mais conhecidas adequadas para o plantio

nas áreas urbanas principalmente relacionadas à arborização viária.

Espécie Nome Popular Porte Copa

(formato/diâmetro) Desenvolvimento da Planta

Acacia podaliriaefolia

Acácia mimosa 6 m arredondada; 4m rápido

Bauhinia variegata L.

Unha-de-vaca, Casco-de-vaca

4-10m arredondada e larga; 4m rápido

Brunfelsia uniflora

Manacá de jardim 3m arredondada; 2m médio

Caesalpinia echinata

Pau-brasil 8m arredondada; 6m lento

Caesalpinia peltophoroides

Sibipiruna 10m arredondada; 7m rápido

Caesalpinia pulcherrima

Flamboyanzinho ou Flor-de-pavão

3 m arredondada; 3m rápido

Callicarpa reevesii

calicarpa 6m arredondada; 5m médio

Cassia excelsa

Cássia excelsa 6m arredondada; 5m rápido

Cassia ferruginea

Chuva-de-ouro, Cássia imperial

12m arredondada pendula; 8m

rápido

Cassia grandis Cássia rosa ou Cássia grande

12m larga; 8m rápido

Cedrela fissilis

Cedro-rosA 15m arredondada; 7m rápido

Chorisia speciosa A. St.-Hil

Paineira 15-30m arredondada larga; 8m rápido

Delonix regia

Flamboyant 10m larga; 7m rápido

Feijoa sellowiana

Feijoa ou Goiaba da Serra

3m arredondada; 3m médio

Hibiscus rosa-sinense

Hibisco 4m arredondada; 3m médio

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Jacaranda brasiliana

Jacarandá de jardim

5m umbeliforme; 4m médio

Jacaranda caroba

carobinha 8m arredondada; 4m rápido

Jacaranda mimosaefolia D. Don

Jacarandá mimoso até 15m arredondada e larga; 6m rápido

Oelreuteria paniculata

Quereutéria 10m arredondada e larga; 6m rápido

Lagerstroemia indica

Resedá, Extremosa ou Julieta

6m arredondada; 3m médio a rápido

Lecythis pisonis

sapucaia 20m arredondada; 8m médio a rápido

Michelia champaca

Magnólia amarela 8m piramidal; 5m rápido

Myroxilon peruiferum

Cabreúva 6m arredondada; 4m lento

Licania tomentosa

Oiti 10m arredondada, 6m lento a médio

Murraya exótica

Falsa-murta 4m arredondada; 4m lento

Nerium oleander L.

Espirradeira ou Oleandro

4 a 6m arredondada; 3m rápido

Ocotea pretiosa

Canela-sassafrás 10m piramidal; 6m médio

Schinus molle L pimentinha, falso-chorão

4 a 8m pendula; 4m ____

Schyzolobium parahybum

Guapuruvu, Ficheira

16m arredondada larga, 8m rápido

Tecoma stans

Ipê-de-jardim ou Caroba amarela

8m arredondada; 6m rápido

Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl

Ipê-amarelo-cascudo

4 a 10m irregular; 4m ________

Tabebuia roseo-alba

ipê-branco 7-16m arredondada; 6m médio

Terminalia catappa

Chapéu-de-sol ou Sete-copas

10m irregular; 6m rápido

Tibouchina granulosa

Quaresmeira rosa 6m arredondada; 4m rápido

Quadro 2 - Algumas espécies recomendadas para arborização urbana Modificado de GUIA, 1988; ÁRVORES, 1999 appud PIVETTA, SILVA E FILHO (2002)

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3.7 Funções ecológicas da vegetação urbana

As árvores de ruas, fazem parte de um ramo da silvicultura que se chama Silvicultura

Urbana, cujo objetivo é o cultivo e manejo de árvores para a contribuição atual e

potencial ao bem estar fisiológico, social e econômico da sociedade urbana. No sentido

mais amplo, a Silvicultura Urbana envolve desde o estudo de habitats para a fauna,

recreação, paisagismo, reciclagem dos resíduos orgânicos, cuidados com as árvores em

geral, até a produção de fibras. Portanto, a Silvicultura Urbana é uma junção da

arboricultura, horticultura ornamental e o manejo ou ordenamento florestal. (COUTO,

1994).

É nesse sentido que a arborização urbana surge como atenuante, tornando o ambiente

antropogênico menos hostil, fornecendo inúmeras vantagens: as árvores reduzem a

poluição sonora, visual, atmosférica e hídrica; amenizam o clima tornando-o mais

úmido devido a transpiração, diminuindo a temperatura local, reduzem o impacto das

chuvas no solo, evitando erosão e absorvendo parte da água, entre outros (LIMA et al.,

1994 ; SOUSA et al.,1994, GONÇALVES,2000; SILVA et al. 2000;) além de

fornecerem abrigo, alimento e proteção a avifauna e/ou outras formas de vida silvestre

(SOUSA et al,1994; MACEDO, et al.,1995; LUSTOSA,2000), tendo assim uma

importância relevante na preservação da fauna urbana e sua biodiversidade.

De acordo com Nucci, Cavalheiro (1999) podem-se citar várias funções desempenhadas

pela vegetação na cidade, como a estabilização de determinadas superfícies, obstáculo

contra o vento, proteção da qualidade da água, filtração do ar, equilíbrio do índice de

umidade, diminuição da poeira em suspensão, redução dos ruídos, proteção das

nascentes e mananciais, organização e composição dos espaços no desenvolvimento das

atividades humanas, etc. A quantificação da cobertura vegetal deve ser acompanhada de

sua configuração.

É fundamental, para que os citadinos possam usufruir dos benefícios que a arborização

pode oferecer, e para preservação da biodiversidade, que haja um planejamento

adequado, um plano específico de arborização para a cidade.

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A vegetação, principalmente quando constituída de espécies arbóreas, conduz a uma

ampla gama de benefícios e funções ambientais; a arborização viária, freqüentemente

acomoda grupos variados de pequenos animais e flora, fornecendo locais acessíveis,

com elementos naturais ou não, para o lazer da população. (JIM; CHEN, 2003)

A presença da vegetação no universo urbano é um fator essencial no resgate dos

aspectos positivos da relação das formas urbanas com a natureza, reestruturador do

espaço urbano, incorporando-se como uma característica importante na paisagem

urbana e assumindo uma estreita relação sobre as suas funções ecológicas, climáticas,

econômicas e sociais.

Os benefícios da cobertura vegetal (árvores), principalmente das ruas e avenidas estão

condicionados à qualidade de seu planejamento. Em uma cidade média ou grande

muitas vezes esse planejamento torna-se mais complexo, passando a ter um caráter de

remediação, à medida que tenta se encaixar dentro das condições já existentes.

De acordo com Mascaró (1994), a vegetação urbana constitui em um poderoso agente

de depuração do meio e minimização das condições adversas do clima, agravadas pela

cobertura, revestimento, impermeabilização do solo, decorrentes das construções, obras

viárias, e de outras relacionadas com a pavimentação.

Lombardo (1990) organiza as contribuições da vegetação para melhoria do ambiente

urbano em quatro grupos: composição atmosférica, equilíbrio solo-clima-vegetação,

níveis de ruídos e estético, conforme explicitado no Quadro 3.

COMPOSIÇÃO

ATMOSFÉRICA

- Ação purificadora por fixação de poeiras e materiais residuais; - Ação purificadora por depuração bacteriana e outros microorganismos; - Ação purificadora por reciclagem de gases por mecanismos fotossintéticos; - Ação purificadora por fixação de gases tóxicos;

EQUILÍBRIO SOLO-

CLIMA-VEGETAÇÃO

- Luminosidade e temperatura: a vegetação, ao filtrar a radiação solar, suaviza as temperaturas extremas; - Umidade e temperatura: a vegetação contribui para conservar a umidade do solo, atenuando sua temperatura; - Redução da velocidade dos ventos; - Mantém as propriedades do solo: permeabilidade e fertilidade; - Abrigo a fauna existente;

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NÍVEIS DE RUÍDOS

- Amortecimento de ruídos de fundo contínuo e descontínuo, de caráter estridente, ocorrente nas grandes cidades;

ESTÉTICO

- Quebra da monotonia da paisagem nas cidades, causada pelos grandes complexos de edificações; - Valorização visual e ornamental do espaço urbano; - Caracterização e sinalização de espaços, constituindo-se em um elemento de interação entre as atividades humanas e o meio ambiente;

Quadro 3 – Contribuições da vegetação para melhoria do ambiente urbano Fonte: Lombardo (1990) É possível observar no Quadro 3, que a arborização é um atributo muito importante no

contexto urbano, um elemento (re)estruturador dos espaços, responsável por uma série

de funções sejam elas sócio-ambientais, quanto estéticas-culturais. Ao mesmo tempo,

ela passa a constituir um problema urbano, quando há inexistência de políticas no setor,

planos ineficientes improvisos, negligência do setor público e por parte da população.

(SATTERTHWAITE, 2004).

Uma contribuição importante da vegetação urbana, porém, não citada por Lombardo

(1990) no Quadro 3, está relacionada ao aspecto hidrológico em si, ou seja, a água das

chuvas. As árvores exercem um papel fundamental no processo de interceptação

pluviométrica, atuando como uma barreira natural, reduzindo assim, a sua força cinética

e proporcionando uma infiltração mais lenta pelos caules e troncos. Conseqüentemente,

ocorre também uma redução do escoamento superficial, e os problemas urbanos

relacionados diretamente a ele.

Santos e Teixeira (2001) argumentam que o ambiente urbano é composto por um

conjunto de estruturas, algumas naturais, outras resultantes da intervenção humana que,

dependendo da sua natureza e distribuição espacial, determinam uma grande

diversidade climática. A vegetação atua de maneira multifacetada no equilíbrio

ambiental das cidades como:

a) Micro-clima urbano Embora a vegetação, tão somente, não possa controlar

totalmente tais condições de desconforto, ela pode, eficientemente, abrandar a sua

intensidade. Os conjuntos arbóreos são responsáveis pela redução da temperatura do ar.

Estes valores são variáveis de acordo com o grau de fechamento das copas, o número de

espécies e indivíduos envolvidos e a estação do ano.

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Em média, 60% a 75% da energia solar incidente na vegetação é consumida nos

processos fisiológicos, porque as plantas não armazenam calor nas células,

ocorrendo o equilíbrio por meio de trocas com ar. O resfriamento e a filtração do

ar, realizado pelas árvores é maior do que aquela de gramados, pois a proporção

entre volume de folhas e área ocupada é bem maior nas árvores

(BERNATZKY,1982)

O resfriamento realizado pela vegetação em uma edificação pode ser direto (diminui a

temperatura da superfície dos objetos sombreados) e indireto (evapotranspiração das

folhas que resfriam a sua superfície, devido a troca de calor) (GRIMMOND et.al, 1986)

b) Proteção da avifauna – o uso da vegetação ao longo da malha urbana se constitui na

forma de preservação do equilíbrio ecológico. Algumas espécies vegetais, com ênfase

nas frutíferas nativas, são responsáveis pelo abrigo e alimentação da avifauna,

assegurando condições de sobrevivência, exercendo a função de corredor ecológico,

embora muitas espécies de aves urbanas já se adaptaram em se alimentar de outros tipos

de alimentos tipicamente urbanos, como restos de alimentos domiciliares (arroz, pão,

farelos em geral).

c) Contribuição para conforto lumínico: O objetivo básico, ao se controlar o

ofuscamento, é o de interpor um elemento interceptor entre a fonte de luz (direta ou

indireta) e a pessoa, objeto sobre a qual incide esta luz. Tanto para o caso da luz direta,

como para a luz refletida, as árvores se constituem em eficientes elementos protetores.

A forma da copa das árvores e seu tamanho determinam a área sombreada que muda de

acordo com a espécie e com a época do ano (MASCARÓ, MASCARÓ, 2004)

d) Conforto ambiental: a disponibilidade de sombreamento, seja ao caminhar, nos

veículos estacionados ou em ambientes construídos, faz parte das exigências de conforto

dos cidadãos. Embora de difícil quantificação, o conforto ambiental diz respeito

também à satisfação psicológica do ser humano ao caminhar sob árvores, sobre

gramados, etc. Talvez seja esta vegetação o elo mais freqüente do homem urbano com a

natureza que o criou e da qual ainda não se desligou.

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37

Uma das funções mais importantes da arborização no meio urbano é amenizar o

rigor térmico da estação quente, diminuindo as temperaturas superficiais dos

pavimentos e fachadas de edificações, assim como a sensação de calor dos

usuários, tanto pedestres quanto motoristas (MASCARÓ; MASCARÓ,2004)

e) Composição do ar: a ação purificadora das árvores pode ser resumida, segundo

Linder (1982) apud Álvares (2004) pela fixação de poeira e matérias residuais;

depuração bacteriana, purificação por função clorofílica, captação de gases tóxicos, já

que um hectare de cobertura arbórea pode fixar cerca de 50 ton. de pó e partículas

residuais

f) Velocidade do vento: de acordo com Álvares (2004) além dos efeitos benéficos em

relação ao vento, diretamente produzidos pela simples presenças de massas arbóreas,

uma adequada composição do volume de vegetação pode incrementar esses efeitos

benéficos, conseguindo criar áreas resguardas nos espaços verdes urbanos.

3.8 Principais problemas causados pela vegetação urbana

Os itens anteriores salientam que a arborização apresenta uma série de benefícios ao

ambiente urbano, porém ela traz consigo uma série de conflitos. A cidade de Curitiba,

Maringá, Piracicaba, entre outras são exemplos representativos de centros urbanos que

passaram a ter uma preocupação maior com a manutenção da cobertura vegetal, das

áreas verdes apresentando um equilíbrio maior entre os benefícios e os conflitos que

cercam essa questão. Para isso, estudos, pesquisas, vontade política, a educação dos

cidadãos aliada aos recursos financeiros direcionado para essa questão foram

fundamentais para que se tornasse possível uma gestão pública em busca de uma maior

qualidade ambiental urbana.

Entendida com um elemento urbano, a árvore ao mesmo tempo em que disputa espaço

com fiações elétricas, dutos subterrâneos, calçamentos necessita de recursos financeiros

para sua implantação e manutenção. Para um adequado planejamento da arborização das

ruas e avenidas de uma cidade, alguns fatores devem ser considerados como as

condições ambientais locais é pré-condição para o sucesso da arborização caso contrário

poderá ter alterações no porte, floração e frutificação.

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38

A inadequação das espécies utilizadas na arborização de logradouros públicos tem

trazido como conseqüência custos crescentes na manutenção e reparos da rede aérea de

fios e cabos, assim como a infra-estrutura subterrânea, composta por dutos e galerias.

Para reduzir a ocorrência desses danos, devem ser selecionadas árvores com portes

diferenciados, compatíveis com fiações e interferências subterrâneas. Devem ser

eliminadas aquelas que se caracterizam por apresentarem a madeira mole, caule e ramos

quebradiços, pois são vulneráveis a chuvas e ventos fortes, colocando em risco a

segurança de pedestres, veículos e edificações. As árvores com raízes superficiais

também devem ter o plantio limitado a locais onde suas raízes não danifiquem o

pavimento (FRANCO, 1993).

Neste caso, planos de arborização esbarram em uma série de dificuldades operacionais,

como por exemplo, fiações elétricas (aéreas), compatibilização com ruas, calçadas,

dutos (pluviais e de esgoto) subterrâneos, edifícios, etc. Outros problemas serão

apresentados mais adiante.

Entre os problemas relacionados à arborização urbana, Santos & Teixeira (2001) citam:

a) Condições do solo: a introdução da arborização é realizada, normalmente, ao término

das obras civis. É comum a utilização de entulhos (cacos de tijolos, cerâmicos, ferro,

bloco de concreto, embalagens, etc.) passa a formar uma base para o assentamento do

piso, nas calçadas. A compactação do solo, que implicará uma maior resistência à

penetração das raízes, menor infiltração da água e menor circulação de ar e água pela

perda da porosidade. No preparo das covas é comum ser mantido o solo do próprio

local, sem a preocupação de adicionar terra de boa qualidade e adubos, quer químicos

ou orgânicos. O tamanho da cova deve permitir a colocação do torrão, adição do

substrato e o pleno desenvolvimento radicular.

b) Área Livre: denomina-se como tal, o espaço livre de pavimento que permitirá a

infiltração da água e nutrientes. Recomenda-se, para tal, uma área não inferior a 1m2.

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39

c) Podas: dada à abrangência da tal prática, pressupõe-se ser um problema cultural, visto

que nem todas as espécies requerem ou aceitam podas. A falta de informações e

acompanhamento técnico se traduz, não raras vezes, em exemplares mutilados,

propensos a problemas sanitários e objetos de acidentes. Muitas vezes a poda faz-se

necessária porque o porte do vegetal é incompatível com o espaço, resultados de

escolhas incorretas, e ainda porque a substituição por fios protegidos ou redes

subterrâneas, que constituem em alto investimento.

d) Poluentes: os poluentes do ar tanto alteram os processos físicos como químicos das

plantas ou produzem efeitos secundários, a saber: redução de troca gasosa devido a

camada de pó; diminuição da vitalidade, suscetibilidade a pragas, doenças e variações

climáticas.

e) Composição: a população toma pra si a função de plantio de árvores, realizando-a de

acordo com seu interesse e gosto. Geralmente, o visual de tais locais apresenta excesso

de espécies; portes diversificados; manejos diferenciados; espaçamentos irregulares e

reduzidos.

f) Inadequação das espécies ao espaço e uso urbano: aliada a forma da vegetação, a sua

disposição, à disposição nos passeios e canteiros pode provocar situações de

desconforto para a população e colocar em risco a integridade das plantas. As situações

que apresentam o conflito do vegetal e o espaço físico disponível são diversas entre as

quais se destacam:

Indivíduos localizados em esquina;

Espécies frondosas que invadem propriedades, pistas, dificultam a visualização

de semáforos;

Espécies de porte pequeno e copas densas situadas junto a placas de trânsito;

Distribuição de exemplares na área central de passeios estreitos; dificultando a

acessibilidade de pesdestres;

Manejo de espécies arbustivas criando cercas vivas de difícil transposição;

Forma natural da árvore com copa muito grande a baixa;

Copa interferindo a passagem de fiação aérea;

Copa interferindo a passagem de veículos;

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40

Raízes danificando ruas, acostamentos e calçadas;

Copa interferindo na passagem de pedestres;

Figura 5: Interferências causadas por uma espécie em local inadequado, necessitando de podas Fonte: GUIA, 1988). 1. Forma natural da árvore com copa muito grande a baixa 2. Copa interferindo a passagem de fiação aérea 3. Copa interferindo a passagem de veículos 4 e 5. Raízes danificando ruas, acostamentos e calçadas 6. Copa interferindo na passagem de pedestres

Figura 6: Plantio inadequado de árvores cujas raízes estão interferindo nas canalizações

subterrâneas

Fonte: GUIA, 1988

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41

Figura 7. Espelho de tijolo recomendado em algumas literaturas visando evitar o afloramento de raízes Fonte: GUIA, 1988. Quantos aos órgãos competentes, geralmente não apresentam soluções definitivas para

estas situações. Dessa forma medidas paliativas são implementadas pela comunidade

dos bairros.

3.9 Premissas para a elaboração de um Plano de Arborização

É de competência das prefeituras municipais e órgãos ambientais ligados a ela, executar

e manter a arborização urbana (CEMIG, 1996).

A qualidade da arborização urbana é colocada muitas vezes em uma escala de

prioridade muito inferior a de outros componentes urbanos. Os órgãos gestores

preferem políticas de plantio de mudas de arbustos que possam fazer volume em termos

de números de plantas por metro linear, mas que não representam muito em termos de

cobertura arbórea por área. Planta-se muitas árvores que não atingem a fiação elétrica,

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42

não destroem calçadas, em vez de enfrentarem os problemas que a arborização traz ao

ambiente urbano de fato. Por outro lado, as arvoretas têm superbrotamento do ramo

principal, o que atrapalha o trânsito de veículos e pedestres, além delas não cumprirem

funções de conforto térmico. A arborização de calçadas com espécies de porte adequado

exige a convivência com conflitos. A questão a ser enfrentada é a necessidade de

mudança de paradigma. Os equipamentos urbanos é que devem se adaptar a uma

arborização com qualidade e não o inverso. (ALVARES, 2004)

Segundo Milano (1983), o processo de avaliação da arborização depende da realização

de inventários que, em função dos objetivos especificamente definidos, serão

fundamentados em diferentes metodologias e poderão apresentar diferentes graus de

apreciação.

A realização do inventário quantitativo da arborização pública permite definir e

mapear com precisão a população total de árvores de ruas para fins de inventário

qualitativo, além da identificação da composição real da arborização entre outros

aspectos. Estes dados possibilitam a identificação do índice de área verde da cidade a

partir da arborização de ruas. MILANO (1988),

Um outro aspecto importante para o planejamento da arborização, é sem, dúvida a

destinação de recursos para pesquisas específicas; uma maior preocupação por parte da

Secretaria de Obras e Planejamento Urbano e Meio Ambiente em implementar projetos,

aprovar loteamentos, considerando as árvores urbanas como elementos fundamentais

na composição da paisagem; promover uma discussão a respeito do tamanho das

calçadas nos loteamentos e inserir, nesse processo, a educação ambiental, destinada a

população da cidade.

O conhecimento das condições ambientais deve ser apropriado, caso contrário poderá

ter alterações no porte, floração e frutificação. Deve-se evitar, portanto, o plantio de

espécies cuja aclimatação não seja comprovada. Assim como deve-se conhecer, muito

bem, as características particulares de cada espécie, bem como, seu comportamento nas

condições físicas a que serão impostas. (PIVETTA ;SIVA FILHO,2002)

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43

De acordo com Pivetta e Silva Filho (2002), na arborização urbana são várias as

condições exigidas de uma árvore a fim de que possa ser utilizada sem acarretar

inconvenientes, sendo que, entre as características desejáveis, destacam-se:

a. resistência a pragas e doenças, evitando o uso de produtos fitossanitários muitas

vezes desaconselhados em vias públicas; b. velocidade de desenvolvimento média

para rápida para que a árvore possa fugir o mais rapidamente possível da sanha dos

predadores e também para se recuperar de um acidente em que a poda drástica

tenha sido a única opção técnica exigida; c. a árvore não deve ser do tipo que

produz frutos grandes e quanto ao fato destes frutos serem ou não apreciados pelo

homem, é um assunto bastante polêmico, sendo que, algumas pessoas são contra

pois acreditam que estimularia a depredação, entretanto outras contestam

argumentando que deve-se lutar por uma arborização mais racional,

conscientizando a população. Entretanto, quanto ao fato destes frutos servirem de

alimentos para os pássaros, há um consenso, pois, é uma forma de preservar o

equilíbrio biológico; d. os troncos e ramos das árvores devem ter lenho resistente,

para evitar a queda na via pública, bem como, serem livres de espinhos; e. as

árvores não podem conter princípios tóxicos ou de reações alérgicas; f. a árvore

deve apresentar bom efeito estético; g. as flores devem ser de preferência de

tamanho pequeno, não devem exalar odores fortes e nem servirem para vasos

ornamentais; h. a planta deve ser nativa ou, se exótica, deve ser adaptada; i. a

folhagem dever ser de renovação e tamanho favoráveis. A queda de folhas e ramos,

especialmente as de folhas caducas, que perdem praticamente toda folhagem

durante o inverno, podem causar entupimento de calhas e canalizações, quando

não, danificar coberturas e telhados; j. a copa das árvores devem ter forma e

tamanho adequados. Árvores com copa muito grande interferem na passagem de

veículos e pedestres e fiação aérea, além de sofrerem danos que prejudicam seu

desenvolvimento natural; k. o sistema radicular deve ser profundo, evitando-se,

quando possível, o uso de árvores com sistema radicular superficial que pode

prejudicar as calçadas e as fundações dos prédios e muros.

Não se recomenda arborizar as ruas estreitas, ou seja, aquelas com menos de 7m de

largura. Quando estas forem largas, deve-se considerar ainda a largura das calçadas de

forma a definir o porte da árvore a ser utilizada. Outro fator deve ainda ser considerado

e refere-se à existência ou não de recuo das casas. As ruas que apresentam canteiro

central seguem os mesmos critérios apresentados para as demais ruas. O canteiro

central, no entanto, poderá ser arborizado de acordo com a sua largura.

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44

A presença de fiação aérea ou subterrânea é um dos fatores mais importantes no

planejamento da arborização das ruas. A fiação aérea pode ser composta pela rede

elétrica primária, de alta tensão (13.000 e 22.000V); rede elétrica secundária, de baixa

tensão (110 V e 220 V) e rede telefônica aérea e TV a cabo cujas alturas variam entre

5,40 metros a 12 metros de altura. (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002)

No caso de árvores com porte inadequado para plantio sob fiação, cujas copas estão em

contato com a rede aérea, uma opção é implantar soluções de engenharia como, redes

isoladas, protegidas ou compactas, que permitam melhor convivência. O Quadro 4 faz

menção à algumas medidas que devem ser adotadas entre equipamentos urbanos e a

árvores plantadas.

Medidas Metros

Recuo da muda em relação ao meio fio 0,50

Distâncias mínimas entre árvore e entradas de garagem 1,00

Distância entre as placas de sinalização e a árvores 5,00

Distância entre as árvores 5,00

Distância mínima das esquinas 7,00

Área livre (em torno da muda e sem cimento) 0,75

Distância de postes de iluminação 5,00 Quadro 4 – Medidas relacionadas à arborização e os equipamentos urbanos

Fonte: MONCHISKI et al , 2000; PIVETTA e SILVA-FILHO, 2002; AMBIENTE BRASIL, 2005

A variedade das espécies como alternativa para evitar a monotonia dentro da malha

urbana, associada ao plantio e manejo, escolha das mudas, as podas e sua correta

execução, são itens importantes para a criação de um plano de arborização eficaz. A

relação entre a largura da calçada ou via pública, edificações, rede elétrica e os tipos

(tamanho) de árvores e as respectivas distâncias e restrições para o plantio estão

apresentadas no Quadro 5.

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45

Largura Edificação Espécie

Via Pública Calçada Alinhamento No recuo

do jardim

Rede

aérea

Porte Local

6,0 m

Menor que

3,5 m

sim

sim

sim _____ Não arborizar

não Pequeno Oposto a fiação

sim pequeno Dentro da

propriedade

não

pequeno

Oposto a

fiação/dentro da

propriedade

Maior que

9,0 m

Maior que

3,5 m

sim

sim

Sim Pequeno Oposto a fiação

Não pequeno Ambos os lados

Sim

pequeno

Oposto a

fiação/dentro da

propriedade

Não médio Ambos os lados

Menor que

3,5 m

sim

sim

Sim Pequeno Oposto a fiação

Não pequeno Ambos os lados

Sim Médio Oposto a fiação

Não Médio Ambos os lados

Maior que

3,5 m

sim

sim

Sim Pequeno Oposto a fiação

Não Médio Ambos os lados

Sim Médio Oposto a

fiação/dentro da

propriedade

Não Médio

pequeno

Ambos os lados

sob a fiação

12,0 m

Maior que

3,5

sim

sim

Sim Pequeno

Não Médio

Sim Médio

Não Médio

pequeno

Canteiro

Central (m)

Rede

aérea

Porte

Local

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46

12,0 m

2,0 m

Sim Não arborizar

Não Grande

(copa

colunar

arborizar

2,0 m

Sim arborizar

Não Grande

(copa

colunar

Arborizar

2,0 m

Sim Pequeno Arborizar

Não Grande arborizar

Quadro 5 - Restrições de arborização em diferentes ruas Modificado de PREAMBE (2001) apud MARCARÓ; MASCARÓ (2004)

3.10 Planejamento urbano ambiental:

O planejamento em si é um método, um processo de pensamento o qual deve

categorizar alguns pontos importantes como principalmente a adequação a seu próprio

fim, eficiência, coerência e aceitação política, levando em consideração as várias

dinâmicas existentes. É na maioria das vezes um processo de antecipação de fatos,

fenômenos e que necessita de uma previsão ordenada, determinando a horizontes e

revisões, estipulando prazos, dentro de um determinado sistema. O planejamento pode

ser de âmbito nacional, macro-regional, estadual, micro-regional, e municipal.

Todo trabalho de planejamento inclui a leitura perspectiva da paisagem como

indicadora não só dos pontos de maior significado visual, como também como

também dos aspectos críticos de transformação do relevo, das condições de

degradação do solos e da cobertura vegetal; das características da ocupação

humana; e finalmente, na detecção paisagísticas, as quais constituem-se no

primeiro passo da criação de cenários de desenho ambiental (FRANCO, 1997)

Avaliar é o primeiro passo para planejar, para que fatores de ordem econômica

social,possam caminhar mais harmonicamente com a qualidade ambiental, por exemplo.

O planejamento ambiental trabalha com um conjunto de dados, informações e

parâmetros distintos ou de diversas naturezas. Assim, dependendo da temática ou do

enfoque, podem ser selecionados dados quantitativos, se quantificáveis, e qualitativos,

se são descritivos das características, atributos ou peculiaridades. A manutenção e

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47

revisão do planejamento e recursos utilizados é possível com a análise e interpretação

de dados, descrições, diagnósticos gerados. (SANTOS, 2004)

Reconhece-se que o planejamento ambiental utiliza dados de diversas naturezas. E ainda

compreende que a decisão sobre o tipo de dado, o grau de detalhe e sua manipulação

dependem de diversos fatores, como área de conhecimento envolvida, importância da

temática para a região de estudo, ou mesmo a disponibilidade dos dados.

[...]. “Todo planejamento que visa definir políticas e decidir alternativas, requer o

conhecimento sobre os componentes que formam o espaço. Para tanto, é essencial

obter dados representativos da realidade, bem formulados e interpretáveis, seja por

meio de levantamentos secundários, seja por observações diretas. [...]. Para cada

dado, informação, parâmetro ou variável obtido em um planejamento, deve-se

reconhecer a temporalidade e o espaço de abrangência. Em geral os dados

apresentados em planejamento estão presos a um pequeno período que não permite

encadear e analisar todas as relações de mudanças ao longo do tempo.” (SANTOS,

2004)

Na perspectiva da abordagem urbano/ambiental, a requalificação, o controle e a

manutenção dos espaços públicos são objeto da gestão ambiental do território urbano,

de modo que ativos naturais, como a praia, os rios e a cobertura vegetal, sejam

encarados como um patrimônio da sociedade e, portanto, preservados para serem

desfrutados pelas gerações atuais e futuras.

Segundo Santos (2004) o dado é a medida, a quantidade ou o fato observado que pode

ser apresentado na forma de números, descrições, caracteres ou mesmo símbolos.

Quando o dado passa a ter um interpretação, então ele se torna uma informação. O

planejador deve ter o bom senso de selecionar dados que sejam objetivos,

representativos, comparáveis e de fácil interpretação, e assim, construir uma base sólida

para tomada de decisões. Portanto, as informações devem ser apresentadas na forma de

indicadores, reconhecidos como a mais importante ferramenta no processo do

planejamento ambiental. Nesse contexto, é fundamental obter informações de boa

qualidade, bem formuladas e representativas dessa realidade.

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A maior parte da literatura trata os indicadores de maneira ampla, visando obter

paralelos entre as condições ambientais de diferentes países, quase sempre voltados à

interpretação da sustentabilidade social, econômica, política ou do meio natural. Nem

sempre essa literatura ajuda o planejamento ambiental voltado a pequenas áreas, como

um município ou um conjunto deles.

3.11 O uso do geoprocessamento no planejamento urbano ambiental

O planejamento urbano ambiental, na escala de um município, envolve as atividades de

gestão do espaço geográfico. Dessa forma, a utilização das chamadas “geotecnologias”,

que incorporam os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e os produtos de

sensoriamento remoto (imagens de satélite, fotografias aéreas), tornam-se um elemento

decisivo na eficácia da aplicação das políticas públicas ambientais municipais.

De acordo com Santos (2004) as fotografias aéreas, tanto quanto as imagens de satélite,

são excelentes instrumentos para mapeamento. Hoje, a decisão entre a imagem de

satélite ou foto aérea depende da escala que se quer trabalhar, do detalhamento que se

quer obter e dos elementos a destacar. O uso associado da aerofotogrametria, aliado às

verificações de campo, permite eficientes mapas com representações espaciais, bi ou

tridimensionais dos temas. Além disso, os produtos finais podem ser representados não

só na forma de mapas, mas de gráficos e tabelas de informações quantitativas,

qualitativas e estatísticas.

O termo geoprocessamento, segundo Moura (2002), significa um processo que traga um

progresso, um andar avante, na grafia ou representação da Terra. São inúmeras as

possibilidades de uso das geotecnologias no auxílio à administração municipal. Dentre

elas, pode-se destacar o controle fiscal das propriedades rurais, a partir da avaliação e

mensuração da produção agropecuária; a atualização e manutenção do cadastro urbano,

referente ao gerenciamento da política de crescimento das cidades (entre outros

aspectos); a definição de áreas prioritárias para delimitação de unidades de conservação

ou para investimentos em recuperação de ambientes degradados; enfim, aplicações que

envolvam o manuseio de informações espaciais. No entanto, é preciso atentar para as

especificidades da tecnologia utilizada, considerando seu potencial e também suas

restrições.

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De acordo com Rosa (2003), os sistemas de sensoriamento remoto, hoje disponíveis,

permitem a aquisição de dados de forma global, confiável, rápida e repetitiva, sendo

estes dados de grande importância para o levantamento, mapeamento e utilização das

informações de uso e ocupação do solo de uma dada região. Permitindo assim, o

tratamento dos dados, desde a sua entrada, passando pela edição, armazenamento e,

finalmente, as análises dos índices ambientais estudados.

O SIG, do inglês GIS – Geographic Information Systems – é um instrumento que

permite reproduzir não só as informações armazenadas no banco de dados, mas também

gerar análises e manipulação dos dados.

Segundo HARA (1997), um SIG emprega um banco de dados para armazenamento e

recuperação de informações, o qual pode também ser aproveitado para gerar outras

formas de análise de dados e facilitar a tomada de decisões. E ainda, de acordo com o

mesmo autor, um SIG é composto por cinco sub-sistemas:

• Interface: define com o sistema é operado;

• Entrada de dados: converte dados capturados em formato digital;

• Visualização e plotagem: apresentam resultados em uma variedade de formas

com mapas, imagens e tabelas;

• Transformação, consulta e análise espacial: provê métodos para o processamento

de imagens e técnicas para consulta e análise espacial; e

• Gerência de dados espaciais: organiza, armazena e recupera dados.

Moura (2002) complementa dizendo que um SIG completo deve ser capaz de trabalhar

com relações topológicas, ou seja, com estruturas geométricas que manipulam relações

como vizinhança, conexão e pertinência. Isso requer que o sistema seja capaz de

gerenciar um banco de dados, obter informações de forma eficiente sobre a localização,

existência e propriedades de um grande número de objetos, adaptação fácil às

exigências do usuário e possibilidade de adquirir conhecimento sobre os objetos

tratados durante o uso do sistema. (MARINI, 1988)

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50

Os mapeamentos são representações, em superfície plana, das porções heterogêneas de

um terreno, identificadas e delimitadas. Um mapa permite observar as localizações, as

extensões, os padrões de distribuição e as relações entre os componentes distribuídos no

espaço, além de representar generalizações e extrapolações. Principalmente, deve

favorecer a síntese, a objetividade, a clareza da informação e a sistematização dos

elementos a serem representados. Garantidas essas qualidades, os mapas podem ser um

bom instrumento de comunicação entre planejadores e atores sociais do planejamento.

(SANTOS, 2004)

Embora a análise puramente quantitativa tenha suas limitações, esta pode ser bastante

conveniente quando conjugada aos seus aspectos qualitativos e sua distribuição

espacial.

As técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto têm sido muito utilizadas nos

centros urbanos. Os estudos sobre arborização urbana são, na maioria , voltados ao

cadastro e manejo da arborização de rua e contemplam os interesses específicos

empresas de distribuição eletricidade e serviços municipais de abastecimento de água e

esgoto, sobretudo em relação aos conflitos entre arborização urbana e os sitemas de

redes aéreas.

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51

CAPÍTULO 4

O PLANEJAMENTO URBANO AMBIENTAL EM UBERLÂNDIA

Incumbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, através de lei

complementar, fixar critérios de cooperação administrativa sobre proteção ao meio

ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas (art. 23, inc. VI, da

Constituição Federal).

Ressalta-se ainda que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações (art. 225 da Constituição Federal).

Assim, o Poder Público Municipal deverá fixar critérios para a gestão ambiental urbana,

fazendo com que as cidades se tornem mais humanas (art. 182 da CF). Humanizar a

cidade é dever do Estado e da coletividade. Aquele deverá fixar normas rígidas

projetivas ao meio ambiente, fiscalizando as indústrias poluidoras e amenizando os

impactos negativos à saúde, à segurança, à higiene, ao saneamento básico, etc. O poder

público deve procurar alternativas tendentes a minimizar os impactos negativos ao meio

ambiente.

A história do planejamento e gestão ambiental de Uberlândia, relativo ao conjunto de

ações realizadas em prol do meio ambiente local, oferece subsídios para compreender o

contexto atual da estrutura técnica, administrativa e legal existente, bem como suas

ações práticas. A esse conjunto de ações (criação de instrumentos normativos, órgãos

executivos, projetos e programas) pode ser denominado como Políticas Ambientais.

Uberlândia estabeleceu uma política ambiental de fato, somente a partir do início da

década de 1980. Já não era mais possível compatibilizar o crescimento da cidade com a

falta de uma estrutura técnica/administrativa e legal que subsidiasse as ações em prol da

conservação do meio ambiente local. (MENDONÇA; LIMA, 2000)

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52

Nesta perspectiva, surge a necessidade de uma revisão sobre as políticas ambientais de

caráter duradouro e eficaz, das políticas ambientais implementadas no município de

Uberlândia, que se espelham na sua organização urbana. A preocupação aqui

apresentada é vincular a problemática ambiental e urbana por intermédio das questões

de arborização e suas funções, do crescimento urbano.

4.1 O Plano Diretor de 27 de abril de 1994

O Plano Diretor busca considerar as características de cada lugar para indicar as

soluções e os caminhos dos problemas existentes nas áreas urbanas e rurais de

determinado município. Juntamente com a lei de parcelamento do solo, são

instrumentos de controle eficiente de preservação dos poucos espaços verdes existentes

nos grandes centros urbanos. Surge como parte do planejamento urbano com o objetivo

de (re)organizar o espaço urbano em seu vários aspectos (social, econômico, ambiental,

cultural) a fim de melhorar a qualidade de vida da população, proporcionar uma maior

justiça social e a racionalização do uso do espaço.

De acordo com a Constituição Federal de 1988:

Art. 182: A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público

municipal, conforme diretrizes fixadas em Lei, tem por objetivo ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes.

§ 1º - O Plano Diretor aprovado pela Câmara Municipal, obrigatória para cidades com

mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e

expansão urbana.

§ 2º -A propriedade Urbana cumpre sua função social quando atende as exigências

fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor.

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53

Conforme descrito no Plano Diretor de Uberlândia de 1994:

Art. 1° - O Plano Diretor é um instrumento básico do processo de planejamento

municipal que determina diretrizes e ações para a implantação de políticas de

desenvolvimento urbano, rural e de integração do Município de Uberlândia.

Art. 2° - O Plano Diretor tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das

funções urbanas do Município, na busca de melhor qualidade de vida para a

população.

Aspectos relacionados à qualidade ambiental urbana, cobertura vegetal tratada

de forma direta e indireta no contexto urbano é descrita no Plano Diretor, Seção II que

trata de assuntos relacionados ao Meio Ambiente. Vejamos:

Art. 37º – A política para o meio ambiente no município, de acordo com a Constituição

Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica, terá por diretrizes:

I – melhoria da qualidade de vida, com garantias de um meio ambiente sadio e

com pleno exercício da cidadania compatível com o uso equilibrado dos recursos

naturais.

II – a integração da política de parcelamento, uso ocupação do solo com a

política de prevenção e recuperação do meio ambiente, nas áreas urbanas e rural;

III – monitoramento sistemático dos recursos ambientais;

IV - a ênfase na educação ambiental dentro e fora das escolas;

V – dotação dos órgãos públicos do município de uma estrutura técnica que

proporcione suporte ao tratamento e recuperação dos aspectos ambientais;

VI – A elevação de percentual da área verde por habitante na zona urbana;

Art. 38º- Para concretizar as diretrizes previstas no artigo anterior, compete ao

município:

[...]

V – criar unidades de conservação representativas dos seus ecossistemas;

VII – elaborar e implantar um plano integrado de aproveitamento dos potenciais

de pesquisa e lazer em áreas verdes e fundo de vale;

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54

[...]

IX – Desenvolver programas de arborização das ruas e avenidas, como o plantio,

preferencialmente, de árvores frutíferas, baseados em projetos específicos, compatíveis

com as características de cada via;

XI – criar programa de monitoramento ambiental nas áreas urbanas e rural, sob a

coordenação dos órgãos competentes.

4.1.2 Revisão do Plano Diretor – 19 de outubro de 2006

O Plano Diretor da cidade de Uberlândia revisado no ano 2006 trouxe propostas e

revisões muito interessantes no que diz respeito às questões ambientais urbanas. Quanto

aos aspectos diretamente relacionados à arborização urbana, podemos destacar a criação

de um Plano de Arborização e a criação de um sistema de Parques Urbanos. De fato

muitas propostas vêm sendo idealizadas há anos, porém dificilmente colocadas em

prática.

Lê-se em seu capítulo III – do meio ambiente os seguintes artigos:

Art.10º – Todas ações contempladas nessa nesta Lei tem como pressuposto a

sustentabilidade ambiental , de acordo com o artigo 225 da Constituição Federal de

1988 e com as políticas estaduais e federais de proteção ao meio ambiente , e objetivam

assegurar a preservação dos recursos naturais básicos do município de Uberlândia,

necessários à qualidade de vida das populações atuais e futuras.

Art.14 º – São diretrizes ambientais municipais:

I – proteger e preservar a biodiversidade, os recursos e elementos naturais;

II – recuperar os fundos de vales, nascentes e córregos das áreas urbana e rural,

implantar ou adequar sistemas de dissipação nos lançamentos das águas pluviais, para

possibilitar a recuperação das áreas de preservação e criação de parques lineares e

unidades de conservação;

III – garantir a proteção dos recursos hídricos e vegetais, a redução dos problemas de

drenagem e a criação de áreas para lazer na concepção de parques, áreas de preservação

e unidades de conservação;

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55

IV – viabilizar a criação do parque de uso múltiplo, na cratera da Pedreira de São

Salvador e cachoeira dos Dias, tornando-o uma extensão do Parque Linear do rio

Uberabinha;

V – promover a requalificação do Parque do Sabiá;

VI - criar sistema de parques urbanos;

VII – criar Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;

VIII - conter o crescimento da área urbana no setor nordeste, em direção ao rio

Araguari;

IX – requalificar as praças existentes e implantar outras em áreas já designadas para

esse fim;

X – criar mecanismos facilitadores para adoção por pessoas físicas ou jurídicas de

praças e áreas verdes municipais;

XI – elaborar projetos de lazer e turismo, visando a interligação de parques, praças e

áreas de potencialidades ambientais, com ciclovia e paisagismo;

XII – fortalecer programas de educação ambiental, nas áreas rural e urbana, com vistas a

participação popular no monitoramento e fiscalização;

XIII – promover estudos visando a implantação do Centro de Excelência ambiental,

com vistas a contemplação do processo de descentralização dos órgãos ambientais do

estado de Minas Gerais;

XIV - elaborar o Plano de Arborização Urbana;

XV – elaborar o Plano Diretor de Drenagem, com cadastro técnico do sistema,

compatibilizando com as obras existentes, para possibilitar investimentos de forma

racional;

XVI – implementar o Plano Diretor de Gestão Estratégica de Água e Esgoto.

Art. 15 º – São ações para o desenvolvimento ambiental no município:

I – elaborar levantamento georeferenciado de todas as áreas de preservação do

município;

II – elaborar projeto de requalificação do complexo do Parque do Sabiá a fim de

priorizar o meio ambiente natural e contemplar, de forma equilibrada usos diversos,

como lazer, esporte, cultura, educação e turismo;

III – promover estudos para integrar as áreas dos Parques Luizote e Mansur, com

ampliação para toda área do conjunto dos braços do córrego do Óleo, formando um

grande parque linear;

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56

IV – promover estudos para ampliação do Parque Siquierolli, do modo que todas as

áreas de preservação permanente dos córregos Liso, Lobo, Buritizinho, Carvão, Parque

do Distrito Industrial e a área da chácara metálica sejam abrangidas;

V- promover estudos para ampliação do Parque Santa Luzia, para englobar as áreas de

preservação permanente do córrego Lagoinha e Mogi, bem como as áreas de recreação e

institucionais adjacentes;

VI – elaborar projetos de parques lineares e unidades de conservação;

VII – elaborar projetos de compostagem, entulhos da construção civil,resíduos de

serviços de saúde e industriais, coleta seletiva e educação ambiental;

VIII – promover o envolvimento da população na gestão do sistema e em programas de

inclusão social;

IX – garantir a coleta de resíduos sólidos, o tratamento, o controle e a destinação final

adequados aos padrões sanitários vigentes;

X- segregar os resíduos sólidos coletados e viabilização de sua reciclagem com a

disposição final adequada

XI – integrar os Sistemas de Abastecimento Bom Jardim e Sucupira;

XII – estabelecer convênios e ajustes de cooperação como município de Uberaba,

visando ações comuns para proteção dentro do seu território, das nascentes e margens

do Rio Uberabinha.

XIII - elaborar programa de recebimento e monitoramento de efluentes não domésticos.

4.2 Horto Municipal:

O Horto Municipal da cidade de Uberlândia existe desde 1985. Atualmente está inserido

com uma seção da Secretaria de Planejamento Urbano e Ambiental (SEPLAMA).

Dentre os projetos que desenvolve podem ser citados a produção, beneficiamento,

manutenção e distribuição de milhares de mudas pela cidade. Entre plantas ornamentais,

passando por árvores de pequeno e médio porte e também árvores de grande porte, o

horto florestal possui atualmente cerca de oitenta mil mudas de árvores.

As árvores ornamentais são destinadas basicamente ao uso público, ou seja, são

utilizadas para o embelezamento de praças, canteiros centrais, jardins públicos,

rotatórias. As de pequeno e médio porte são oferecidas gratuitamente para a população

que queira plantar em calçadas, em frente a sua propriedade, uma espécie indicada pelo

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funcionário do horto. As mudas de árvores de grande porte são cultivadas para a

recuperação de áreas degradas e nascentes de rios.

Outro trabalho executado pelo Horto é o corte e a poda de árvores urbanas que

apresentam risco de desabamento, estejam prejudicando a fiação aérea ou quando as

raízes profundas, em alguns casos, atingem tubulações subterrâneas; causando acidentes

e se transformando-se em risco para as pessoas. Quando as raízes são superficiais

causam danos às fundações diretas como sapatas, por exemplo, além de pavimentações,

muros, meio fio.

Este trabalho é mais um complexo problema da arborização na cidade e muitas vezes

criticado pela população e ambientalistas.

Tanto os hortos quanto os viveiros comerciais vêm produzindo mudas que tenham

demanda de mercado. Pois é menos arriscado colocar a venda espécies conhecidas

da população, resistentes ao transplante e que dispensam cuidados especiais de

manutenção. A vegetação do estrato arbóreo é a que mais tem sofrido com esse

problema. A venda de mudas desconhecidas é dificultada pelo fato do comprador

não conhecer sua forma adulta e , assim, evita usá-la. Nesse aspecto, os hortos têm

um papel importante a ser cumprido. (MASCARÒ, MASCARÒ, 2004).

Os biólogos e agrônomos, responsáveis pela Seção Horto Municipal juntamente com

sua equipe técnica estão cada vez mais criteriosos ao avaliarem e deferirem algum

pedido de corte de uma espécie.

Para retirar uma árvore de forma formal é necessário uma vistoria prévia realizada pelos

funcionários do horto, o proprietário da casa deve ir junto à Seção de Protocolo na

Prefeitura Municipal de Uberlândia, adquirir o formulário próprio (ANEXO1) que

consta um termo de compromisso em plantar outra árvore no prazo de dez dias, com

objetivo assim de recompor ou substituir aquela espécie.

O Horto desenvolve também atividades de Educação Ambiental em parques e outros

espaços livres, e possui um serviço chamado Disk Árvore que proporciona a população

o plantio de mudas na calçada de sua residência.

A seleção restrita de espécies exóticas, ornamentais na composição da paisagem urbana

implicam na homogeneização do paisagismo público. O uso de espécies nativas

características da região deveria constituir prioridade nos projetos de paisagismo da

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58

cidade, de modo que os parques e jardins, praças, em vias públicas contribuiriam para a

apreciação da flora nacional através de um balanço entre estes espaços e outras áreas

caracterizadas por uma composição vegetal mais adequada. O Quadro 6, elenca

espécies consideradas adequadas para o plantio em praças e vias públicas. O Quadro 7

sugere espécies arbóreas nativas para o plantio em calçadas ou canteiro centrais em

presença de fiação elétrica.

O Quadro 8 apresenta uma lista de espécies indicadas para o plantio em calçadas com a

presença de fiação elétrica.

Nome Popular Nome científico Chal-chal Allophylus edulis

Goiabeira-da-serra Britoa sellowiana

Butiá Butia capitata

Cocão Erythroxylum argentinum

Cerejeira Eugenia involucrata

Pitanga Eugenia uniflora

Guamirim Gomidesia palustris

Ingá-feijão Inga marginata

Jacarandá Jacaranda mimosaefolia

Açoita-cavalo Luehea divaricata

Guabiju Myrcianthes pungens

Camboim Myrciaria cuspidata

Araçazeiro

Psidium cattleyanum

Capororoca Rapanea umbelatta

Araticum Rollinia exalbida

Jerivá Syagrus romanzoffiana

Ipê-roxo Tabebuia avellanedae

Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha

Tarumã-preta Vitex megapotamica

Quadro 6 - Espécies adequadas para utilização em praças e vias públicas Modificado de SMAM(1998) apud MASCARÓ, MASCARÓ (2005)

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Nome Comum Nome Científico Açoita –cavalo

Luehea divaricata

Alecrim

Holocalix balansae

Barbatimão

Senna leptophylla

Capororoca

Rapanea umbellata

Capororoca mole

Rapanea Ferruginea

Cássia Julibrissi

Albizia julibrissim

Cedro

Cedrella fissilis

Cerejeira

Eugenia involucrata

Chal-Chal

Allophilus edulis

Cocão

Erythoroxylum argentinum

Ipê amarelo

Tabebuia pulcheririna

Ipê branco

Cybistx antisyphilitica

Jacarandá

Jacaranda mimoseafolia

Ligustro

Ligustrum japonicum

Louro

Cordia trichotoma

Maduirana

Senna macranthera

Pata de vaca

Bauhinia candicans

Pau-ferro

Caesalpinia férrea

Quaresmeira da Serra

Tibouchina selowiana

Sibipiruna

Caesalpinia peltophoroides

Tarumã preta

Vitex megapotanica

Timbó

Ateleia glazioviana

Quadro 7 – Algumas espécies sugeridas para calçadas ou canteiros centrais (sem redes aéreas) Modificado de SMAM(1998) apud MASCARÓ, MASCARÓ (2005) Nome Comum Nome científico

Araçá

Psidium cattleyanum

Camboim

Myrciaria tenella

Guaçatunga

Casearina parviflora

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Primavera

Brunfelsia mutabilis

Quaresmeira

Tibouchina granulosa

Quadro 8- Algumas espécies indicadas para uso em calçadas com rede aérea Fonte:Modificado de SMAM(1998) apud MASCARÓ, MASCARÓ (2005)

Entre as espécies mais adequadas utilizadas para o plantio em calçadas, canteiros

centrais de vias públicas e praças da cidade de Uberlândia, o Horto Municipal conta

com as seguintes espécies de pequeno, médio e grande porte destacadas nos Quadros 9,

10 e 11:

Nome Científico Altura

(m)Época Cor

Calistemon Callistemon viminalis 3 a 5 O ano todo

Vermelha

Flamboyant mirim

Caesalpinia pulcherrima

3 a 5 out./jan. amarela/vermelha

Ipê mirim Stenolobium stan 3 a 5 ago./set. amarela Murta Murraya exotica 3 a 5 out./jan. branca

Resedá Lagerstroemia indica 4 a 6 out./mar. branca/rósea Urucum Bixa orellana 5 set./out. rosa

Quadro 9 - Espécies arbóreas de pequeno porte Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente

Nome Científico Altura (m)

Época Cor

Alfeneiro Ligustrum japonicus 6 a 8 out./dez branca Cássia imperial Cassia fistula 5 a 8 dez./mar. amarela Aroiera Salsa Schinus molle 6 a 8 dez./fev. esverdeada Coreutéria Koelreuteria paniculata 6 a 8 dez./abr. amarela Magnólia amarela Michelia champaca 6 a 10 mar./fev amarela Quaresmeira Tibouchina granulosa 5 a 7 dez./jul. rosa/roxa

Quadro 10- Espécies arbóreas de porte médio Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente

Nome Científico Altura (m) Época Cor

Ipê roxo Tabebuia impetiginosa

6 a 8 set. / out.

rosa / lilás

Jacarandá mimoso

Jacaranda mimosaefolia

6 a 12 set. / dez.

roxa

Mirindiba Lafoensia glyptocarpa

6 a 10 nov. / fev.

branca / rósea

Oiti Moquilea tomentosa 6 a 10 jul. / dez.

branca

Pau ferro Caesalpinia ferrea 12 ago. / dez.

amarela

Quadro 11- Espécies arbóreas de grande porte Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente

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O Horto Municipal conta com uma equipe de técnicos e profissionais que se dedicam

desde o beneficiamento de sementes e mudas, até o atendimento da demanda

populacional e do poder público, doando espécies arbóreas e arbustivas na área urbana e

rural do município de Uberlândia. As Figuras 8 ,9, 10 e 11 mostram algumas etapa

desse processo.

Figura 8 – Beneficiamento das mudas – 1ª etapa do cultivo Autor: MELAZO (2007)

Figura 9– Cultivo de mudas de espécies ornamentais utilizadas em espaços públicos Autor: MELAZO (2007)

Figura 10 – Área destinada ao cultivo de espécies de pequeno e médio porte para a arborização de calçadas Autor: MELAZO (2007)

Figura 11 – Cultivo de espécies de grande porte utilizadas para recuperação de áreas degradadas e recomposição de nascentes de rios. Autor: MELAZO (2007).

As Figuras 12,13,14,15 e 16 mostram algumas espécies arbóreas comuns na área

urbana de Uberlândia como, por exemplo, Hibisco, Oiti, Sibipiruna e Quaresmeira.

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Figura 12 – Hibisco espécie de pequeno porte muito utilizada em calçadas. Autor: MELAZO, G. (2007)

Figura 13 – Sibipiruna espécie de grande porte deve ser plantada em locais adequados para amenizar os conflitos com equipamentos urbanos. Autor: MELAZO, G. (2007)

Figura 14 – Oiti : Espécie de grande porte, devido sua copa globosa e densa proporciona um ótimo sombreamento. Acarreta problemas nas calçadas e dutos subterrâneos. Autor: MELAZO, G. (2007)

Foto 15 – Quaresmeira : espécie de médio porte adequada para calçadas. Apresenta um bom sombreamento. Autor: MELAZO, G. (2007)

Figura 16 – Cássia Imperial – espécie de porte médio adequada para ser plantada em calçadas. Autor: MELAZO, G. (2007)

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63

4.3 Breve histórico dos bairros pesquisados

Os bairros analisados possuem características demográficas, sócio-econômicas, área,

infra-estrutura bem distinta, fatores diretamente relacionados à situação da arborização

em si.

Um outro ponto fundamental para analisar e quantificar o fator cobertura vegetal é o

período de existência dos bairros, pois esse tempo irá refletir na idade das árvores e

consequentemente em seu porte, sua condição de saúde, na manutenção.

De acordo com o mapa de Zoneamento Urbano e Uso Ocupação do Solo elaborado pela

Diretoria de Planejamento Integrado/ Núcleo de Cartografia, o bairro Santa Mônica está

inserido na Zona Residencial II e Zona de Serviços, enquanto o bairro Morumbi está

inserido na Zona Residencial II. O bairro Jardim Karaíba faz parte dos bairros que se

integram a Zona Residencial I. e o bairro Centro pertence a Zona Estrutural e Zona

Central.

Setor Bairro Área (Km2)

População por Bairro

Número de domicílios

Leste Santa Mônica 5.737 32.491 9.592 Leste Morumbi 3.853 16.161 4.372 Sul Jardim Karaíba 2.078 2.127 572

Central Centro 1.385 8.222 3.103 Quadro 12 – Dados relacionados aos bairros pesquisados

Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (2005) Divisão de Planejamento Integrado (2005) Coordenação do Núcleo de Pesquisa Estatística e Banco de Dados – NUPEBD (2005)

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Setor Loteamento Bairro Integrado Data de Integração

Leste

Santa Mônica – setor A Santa Mônica – setor B Santa Mônica – setor C Conjunto Universitário Jardim Parque Sabiá Jardim Finotti Progresso Fábio Felice Santos Dumont – prolongamento Vila Santos Dumont

Santa Mõnica

21/12/1993

Leste

Santa Mônica II – setor A Santa Mônica II – setor B Santa Mônica II – setor C

Morumbi

30 /08/1995

Sul

Altamira (parte) Jardim Inconfidência (parte) Jardim Indaiá Jardim das Acácias Vila do Sol Jardim Karaíba Ipanema Sul

Jardim Karaíba

20/03/1995

Central

Vila Oswaldo (parte) Outros não identificados

Centro

26/04/1995

Quadro 13 – Planilha dos Bairros Integrados Fonte: Adaptado - Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano / Divisão de Planejamento Social / Divisão de Planejamento Urbano e Rural (2006)

A partir da década de 1990, os loteamentos da cidade de Uberlândia passaram por um

processo de integração, culminando na criação dos Bairros Integrados, no qual os

loteamentos vizinhos, com nomes distintos passaram a ter a mesma denominação, como

mostra o quadro acima:

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4.3.1 Santa Mônica

Constituído a princípio, por quatro loteamentos (Santa Mônica, Setor A, B, C e D)

aprovados no período de 1963 a 1979 (Quadro14), o bairro Santa Mônica está

localizado no setor leste do municio de Uberlândia.

Bairro Loteamento / Data de Aprovação

Santa Mônica

Santa Mônica – setor A (15/12/1963) Santa Mônica – setor B (04/11/1966) Santa Mônica – setor C (30/03/1979) Santa Mônica – setor D (30/12/1966)

Quadro 14 – Data de aprovação dos loteamentos do bairro Santa Mônica

Fonte: Diretoria de Planejamento Aplicado (SEPLAMA)

Com características socioeconômicas variando de um padrão médio a alto, o bairro

atualmente possui uma grande importância no cenário urbano da cidade. Abrigando uma

variedade enorme de equipamentos urbanos como a Universidade Federal de

Uberlândia, a Prefeitura Municipal, o Parque do Sabiá (Unidade de Conservação) que

engloba também o Estádio Municipal João Havelange e a Arena Multi-uso Sabiazinho,

o Center Shopping, além de hipermercados, grande quantidade e variedade de comércio

e serviços como lojas comerciais, bares, restaurantes, empresas de diversos setores de

atuação. O bairro Santa Mônica tornou-se há alguns, anos um sub-centro nesse processo

de descentralização de atividade políticas, econômicas e culturais.

A foto aérea (Figura 17) ilustra o uma porção do bairro Santa Mônica, especificamente

o Centro Administrativo da cidade de Uberlândia. Pode-se observar uma pequena

quantidade de copas de árvores na região.

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Figura 17 – Prefeitura Municipal de Uberlândia localizada no bairro Santa Mônica

Fonte: SEPLAMA (março /2004) As características das residências são bem diversificadas, pois, em conseqüência do

crescimento do bairro, atualmente existem áreas mais “nobres” e outras mais populares,

com uma predominância de residências de médio padrão construtivo, tanto em relação a

área em metros quadrados quanto ao acabamento final das residências.

A infra-estrutura do bairro é dotada de equipamentos de saneamento básico, , transporte

público, áreas de lazer, segurança pública que proporcionaram durante todos os anos de

sua existência uma intensa ocupação de sua área e consequentemente de suas áreas

adjacentes, permitindo uma valorização progressiva dessa região.

Em relação aos dados ambientais relacionados à cobertura vegetal, não existem dados

sistematizados ou levantamento de espécies nem mesmo de quantificação ou

espacialização desses elementos.

4.3.2 Morumbi:

O bairro Morumbi, localizado no setor leste da cidade de Uberlândia, teve seu

loteamento aprovado em 1991, como mostra o Quadro 15. Foi criado a partir da

construção de casas do tipo embrião, com características socioeconômicas baixas.

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Bairro Loteamento / Data de Aprovação

Morumbi

Santa Mônica II A (03/06/1991) Santa Mônica II B (03/06/1991) Santa Mônica II C (11/09/1991)

Quadro 15 – Data de aprovação dos loteamentos do bairro Morumbi

Fonte: Diretoria de Planejamento Aplicado (SEPLAMA)

Como um bairro não planejado, não houve preocupação por parte das autoridades

responsáveis em cumprir a lei orgânica do município e desta forma, o uso da terra

ocorreu de maneira imprópria e irregular, causando desequilíbrio ambiental e um

desconforto aos moradores deste bairro. Além de problemas relacionado à infra-

estrutura, ao saneamento básico como foi mencionado, muitas ruas ainda não são

pavimentadas, há uma dificuldade enorme no deslocamento da população para outras

regiões da cidade devido ao déficit no transporte público.

Figura 18 – Bairro Morumbi apresenta quarteirões sem pavimentação

Fonte: SEPLAMA (março /2004)

A figura 18 ilustra uma área do bairro Morumbi pouco arborizada, sem pavimentação o

que reafirma as péssimas condições de infra-estrutura e qualidade ambiental.

Em um levantamento da arborização do Bairro Morumbi feito por Bessa et al.(2000)

foram identificadas 58 espécies em um total de 2.014 árvores, sendo as mais ocorrentes,

Oiti (Licana tomentosa), Ficus (Ficus benjamina), Magnólia (Michelia champaca),

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Quaresmeira (Tibouchina granulosa), Aroeira salsa (Shinos molle) e Sibipiruna

(Caesalpinia peutophoroides).

4.3.3 Jardim Karaíba

Localizado no Setor Sul de Uberlândia, caracteriza-se como um bairro residencial de

alto padrão sócio-econômico.

Bairro Loteamento / Data de Aprovação

Jardim Karaíba

Jardim Karaíba (1/08/1980)

Quadro 16 – Data de aprovação do loteamento do bairro Jardim Karaíba

Fonte: Diretoria de Planejamento Aplicado (SEPLAMA)

A presença de condomínios horizontais ou condomínios residenciais unifamiliares é

uma outra característica desse bairro que tem nesse tipo de empreendimento uma

alternativa de estabilidade em um local de conforto segurança e com maior qualidade de

vida no que diz respeito a aspectos com áreas verdes, arborizadas, áreas de lazer, como

pode-se observar na Figura 19.

Figura 19 – Setor do Bairro Jardim Karaíba com alto padrão de construção, grandes jardins e ruas

bem arborizadas. Fonte: SEPLAMA (março /2004)

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Figura 20 - Condomínio horizontal no Bairro Jardim Karaíba Fonte: SEPLAMA (março /2004)

O bairro está inserido em uma área denominada de setor educacional devido à

quantidade de campi universitário como: UNITRI – Universidade do Triângulo, a

Politécnica, a UNIESSA e a UNIMINAS. Outras edificações de grande importância

também se destacam na paisagem como a Estação de Tratamento de Água DMAE

(Departamento Municipal de Água e Esgoto e a ICASU (Instituição Cristã de

Assistência Social de Uberlândia).

Esse setor ainda é carente no que diz respeito ao comércio e setor de serviço, sendo que

a maioria da população do bairro necessita buscar produtos na área central da cidade.

Toda essa área possui infra-estrutura de transporte público, energia elétrica e telefonia.

Muitas residências localizadas nesse bairro são caracterizadas por grandes áreas verdes

particulares, como jardins frontais e quintais com arbustos e árvores ornamentais, o que

valoriza economicamente o terreno e a área do bairro propriamente dita.

4.3.4 Centro

Localizado no setor central, o bairro possuicaracterísticas muito peculiares. Com sua

infra-estrutura totalmente instalada, ou seja, rede de esgoto-sanitário, de abastecimento

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de água, de iluminação, energia, calçamentos, construções existentes há muitos anos o

centro da cidade é um caso típico onde o planejamento urbano, seja ele voltado para a

circulação, saneamento básico, áreas verdes, arborização, trânsito e transporte, tem

efeitos corretivos não mais preventivos. É bairro predominantemente caracterizado pelo

setor de serviços e comércio, instituições financeiras e outras atividades.

Nos espaços públicos das ruas da área central de Uberlândia, durante o dia, ocorre uma

alta aglomeração de pessoas circulando e atividades diversas, principalmente em função

da elevada concentração de instituições financeiras, apesar de que estas vêm, aos

poucos, estabelecendo mecanismos de auto-atendimento em outras áreas da cidade [...].

Há, no entanto, com a modificação paulatina das atividades comerciais para atender a

população de baixa renda, uma maior intensidade no fluxo de pessoas que procuram

nesse setor, serviços diversos.

Porém, no fim do horário comercial, a partir das 17h30min, ocorre um esvaziamento

generalizado no bairro que fica subutilizado até o início da manha do dia seguinte. No

que diz respeito à arborização urbana do centro, pode-se dizer que ela ocorre

predominantemente nas praças públicas, praticamente os únicos locais onde se torna

possível o desenvolvimento e manejo adequado da vegetação. Em proporção bem

menor, é possível notar a sua presença em calçadas ou em fundo de quintais, além de

jardins de edifícios ou casas. Na figura 21 percebe-se uma insuficiência enorme de

vegetação arbórea, herbácea e ao mesmo tempo um alto grau de edificações e

pavimentos impermeáveis. Na figura 22 nota-se o verde urbano em “ilhas de

vegetação”, que se apresentam em meio de edifícios, ruas e casas. Essas “ilhas” podem

ser exemplificadas aqui, pela Praça Tubal Vilela.

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71

Figura 21 – Área central intensamente edificada , com baixo índice de cobertura vegetal

Fonte: SEPLAMA (março /2004)

Figura 22 - Arborização no centro da cidade - Praça Tubal Vilela

Fonte: SEPLAMA (março /2004)

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72

CAPÍTULO 5

OBTENÇÃO DOS DADOS E

ANÁLISE DOS RESULTADOS

O procedimento para a detecção da cobertura vegetal considerou a vegetação arbórea e

arbustiva (copas das árvores) presente em áreas públicas particulares, em avenidas,

canteiros centrais, calçadas, utilizando ferramentas de edição topológica do programa

Spring 4.3.

O programa apresenta ferramentas capazes de classificar objetos de interesse do

pesquisador por classificadores supervisionados (as informações são fornecidas pelo

usuário por meio de amostras de treinamento que representam a variação espectral de

cada classe, ou seja, a partir da delimitação do conjunto de pixels que apresentam

determinada semelhança em relação a certo atributo) e não-supervisionados (os

algoritmos são utilizados para identificar e classificar os objetos ou regiões distintas da

imagem).

Porém, devido à complexidade de identificação das texturas, das similaridades dos

pixels vizinhos e às formas diversas do ambiente urbano, a interpretação visual e

posterior poligonização manual do atributo cobertura vegetal foi o método operacional

adotado, entendido aqui como um procedimento mais adequado ao objetivo da pesquisa

e que chegou a um resultado final mais próximo da realidade.

A vegetação arbóreo-arbustiva é de fundamental importância para o ambiente urbano,

visualizadas nos mapas temáticos elaborados, servirá como um importante instrumento

no planejamento urbano quanto à quantidade de cobertura vegetal (suficiente ou

insuficiente); a distribuição (conectada, desconexa) no sentido preventivo e corretivo, e

de pressão direcionada ao poder público para as reais necessidades de implantar planos

específicos de arborização.

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73

5.1 Resultados

5.1.1 Mapa do Bairro Morumbi

A cobertura vegetal existente no bairro Morumbi (Figura 23) apresenta-se insuficiente e

muito fragmentada com um baixo grau de conectividade e alto grau de fragmentos entre

as manchas de vegetação. A vegetação visualizada em sua grande parte está localizada

no interior das quarteirões, em quintais das áreas particulares e nas poucas praças

existentes no bairro, e em menor escala nos calçamentos. Essa realidade é traduzida em

uma configuração espacial desconexa, mal distribuída e insuficiente em termos de

quantidade e qualidade ambiental para os seus habitantes.

Para a estimativa dos índices quantitativos propostos na pesquisa para o bairro Morumbi

tem-se:

)(sup)(sup) 2

2

máreadatotalerfíciemárvoresdascopadatotalerfícieICVa =

Calculando a porcentagem tem-se: 0,00317%

ICV = 0,0031 % de Cobertura Vegetal (árvores/arbustos) no bairro Morumbi

populaçãodatotalquantidademárvoresdascopadatotalerfícieICVHb )(sup)

2

=

ICVH : 7,5 m2 de cobertura vegetal por habitante no bairro Morumbi.

0000317,0000.000.853.3

082.1222

2

==m

mICV

tehabipormmICVH tan5,7161.16

082.122 22

==

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74

Figura 23 – Mapa da Cobertura Vegetal (arbóreo-arbustiva) do bairro Morumbi

Autor: MELAZO (2007)

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75

O valor obtido através do Índice Cobertura Vegetal do bairro Morumbi de %0031,0 ,

expressa um alto grau de insuficiência em relação à quantidade e distribuição das

árvores o que interfere diretamente na qualidade ambiental do bairro, principalmente no

que diz respeito ao conforto térmico, e aos aspectos estéticos paisagísticos.

O Índice de Cobertura Vegetal por Habitante está diretamente relacionado com o

tamanho populacional do bairro. O valor encontrado de 7,5 m2 por habitante demonstra

um valor baixo, apesar de não existir parâmetros de comparação os índices de árvores e

arbustos somente.

Em um segundo momento, esses valores encontrados podem estar relacionados ao fato

do bairro ser relativamente novo (loteamento aprovado em 1991), e por apresentar

aspectos sócio-econômicos e culturais baixos.

Outro aspecto que reflete a essa insuficiência de árvores, arbustos é a própria condição

do bairro, uma infra-estrutura muito precária, ruas sem pavimentação, sem saneamento

básico, o que reflete em uma qualidade de vida e ambiental ruim.

5.1.2 Mapa do Bairro Santa Mônica

De acordo com o mapa representado na Figura 24, nota-se que a cobertura vegetal

(árvores e arbustos) do Santa Mônica está distribuída de forma bem heterogênea em

grande parte do bairro, presente em grande parte da forma isolada e bem fragmentada

entre terrenos e edificações, parte nos quintais de áreas particulares, praças e em

canteiros centrais, principalmente, os da Av. Segismundo Pereira e Anselmo Alves do

Santos.

É possível identificar, em algumas áreas do mapa como, por exemplo, no setor onde

está localizado o Campus Santa Mônica, aspectos lineares, representado por árvores

cultivadas no acompanhamento e alinhamento das calçadas.

Page 89: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

76

Para a estimativa dos índices quantitativos propostos na pesquisa para o bairro Santa

Mônica calculou-se:

)(sup)(sup) 2

2

máreadatotalerfíciemárvoresdascopadatotalerfícieICVa =

Calculando a porcentagem temos: 0,00830%

ICV= 0,0083 % de Cobertura Vegetal (árvores/arbustos) no bairro Santa Mônica

populaçãodatotalquantidademárvoresdascopadatotalerfícieICVHb )(sup)

2

=

ICVH : 14,6 m2 de cobertura vegetal por habitante no bairro Santa Mônica

0000830,0000.000.737.5

602.4762

2

==m

mICV

tehabipormmICVH tan6,14491.32

602.476 22

==

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77

Figura 24 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo-arbustiva) do bairro Santa Mônica

Autor: MELAZO, G (2007)

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78

O ICV calculado de 0,0083% no bairro Santa Mônica demonstra um baixo índice de

cobertura vegetal em relação à área do bairro, que é relativamente grande. O índice

reflete de qualquer maneira, em uma enorme insuficiência em relação à quantidade de

árvores presente no bairro que espacialmente se encontra fragmentada e desconexa.

Por ser um bairro antigo (loteamentos aprovados no período de 1963 a 1979), esse fato

permitiu um maior desenvolvimento da cobertura vegetal tanto em relação à quantidade

quanto ao porte das árvores (ainda insuficiente), além de uma maior implementação e

manutenção de sua de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Em contrapartida,

segundo o Horto Municipal, o Santa Mônica é o bairro que mais tem solicitado pedidos

de corte e poda de árvores. Aspecto este relacionado saúde e tempo de vida de algumas

árvores que estão ocas, podres, com alto risco de desabar.

O resultado do ICVH de 14,6 m2 por habitante revela que a proporção entre a cobertura

vegetal e o número populacional do bairro, mesmo com uma porcentagem baixa de

cobertura vegetal em relação à área é proporcionalmente regular, se considerar que para

o resultado final desse cálculo não foi mensurado a vegetação herbácea, somente a

arbórea e arbustiva.

5.1.3 Mapa do bairro Jardim Karaíba

O mapa de cobertura vegetal do bairro Jardim Karaíba como mostra a Figura 25,

apresenta-se de maneira geral desconexa, bem fragmentada e insuficiente em relação à

quantidade de árvores e arbustos. É possível perceber, na área central e noroeste do

mapa áreas mais densamente arborizadas.

O Jardim Karaíba é um bairro com alto padrão sócio-econômico. Seu loteamento,

aprovado em 1980, relativamente recente, preocupou-se desde o início com a

preservação de áreas verdes em seus lotes. Grande parte das casas e condomínios

possuem, em frente, jardins gramados, áreas permeáveis, o que acabou sendo um

atributo natural interessante para o mercado imobiliário, no sentido de valorização do

local associado ao verde. Para a estimativa dos índices quantitativos propostos na

pesquisa para o bairro Jardim Karaíba, tem-se:

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79

)(sup)(sup) 2

2

máreadatotalerfíciemárvoresdascopadatotalerfícieICVa =

000132,0000.000.780.2

655.3682

2

==m

mICV Calculando a porcentagem temos: 0,0132%

ICV = 0,013 % de cobertura vegetal (árvores/arbustos) no bairro Jardim Karaíba

populaçãodatotalquantidademárvoresdascopadatotalerfícieICVHb )(sup)

2

=

==182.2655.368 2mICVH 168,95 m2 por habitante.

ICVH = 168,95 m2 de cobertura vegetal por habitante no bairro Jardim Karaíba

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Figura 25 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo-arbustiva) do bairro Jardim Karaíba

Autor: MELAZO, G (2007)

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81

O ICV do bairro Jardim Karaíba foi de 0,013%. O maior índice calculado entre os

bairros pesquisados, porém ainda, pouco representativo uma vez que não chegou a 1%

de cobertura vegetal total do bairro. Esse valor é proporcional a uma maior quantidade

real de árvores e arbustos no bairro, mas também está diretamente relacionado às

dimensões do bairro que é de apenas 2.780 Km2.

A distribuição espacial da cobertura vegetal apresentou-se mais concentrada em

algumas áreas, além de notar a presença de fragmentos florestais remanescente do

cerrado, que contribuiu de forma positiva para os valores finais dos índices calculados.

O alto valor obtido no ICVH, de 168,95 m2 por habitante para o bairro Jardim Karaíba,

deve-se principalmente ao diminuto tamanho populacional e à pequena extensão e

população do bairro. Porém, o fato de possuir um alto valor no ICVH não significa que

o bairro possui uma grande quantidade de cobertura vegetal, como já foi constado.

5.1.4 Mapa do bairro Centro

Em geral, é possível observar que a vegetação do Centro apresenta-se muito mal

distribuída, isolada, desconexa e muito fragmentada como mostra a Figura 26. A

cobertura vegetal pode ser melhor observada na Praça Tubal Vilela, ao sul do mapa e na

Praça Sérgio Pacheco, a noroeste do mapa.

O restante do bairro apresenta um alto índice de edificações e verticalização (casas e

prédios), ruas e avenidas totalmente impermeabilizadas, sem espaço para o plantio de

árvores ou espaços verdes o que não contribui de maneira efetiva para atender algumas

condições e funções ecológicas pela vegetação como, por exemplo, a despoluição do ar,

amenização do clima, entre outras.

Para a estimativa dos índices quantitativos propostos na pesquisa para o bairro Centro

calculou-se:

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82

)(sup)(sup) 2

2

máreadatotalerfíciemárvoresdascopadatotalerfícieICVa =

0000799,0000.000.385..1

770.1102

2

==m

mICV Calculando a porcentagem tem-se 0,00799 %

ICV = 0,0079 % de cobertura vegetal (árvores/arbustos) no bairro Centro.

populaçãodatotalquantidademárvoresdascopadatotalerfícieICVHb )(sup)

2

=

47,13222.8770.110)

2

==mICVHb m2 por habitante

IVCH = 13,47 m2 por habitante de cobertura vegetal por habitante no bairro Centro

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Figura 26 – Mapa de Cobertura Vegetal (arbóreo-arbustiva) do bairro Centro

Autor: MELAZO, G (2007)

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84

Por ser o bairro mais antigo da cidade de Uberlândia, e o que mais sofreu modificações

em sua paisagem, conseqüência de um veloz desenvolvimento urbano seguido de um

alto grau de urbanização, o resultado do ICV do bairro Centro mostrou-se muito baixo

0,0079% proporcionalmente o mais baixo índice entre os quatro bairros pesquisados, o

que não era difícil de prever.

O ICVH de 13,47 m2 por habitante está relacionado principalmente à população

residente no bairro que é relativamente pequena. Ao mesmo tempo a população

flutuante, ou seja, aquela que vai ao centro todos os dias por diverso motivos é muito

maior, torna este resultado “camuflado”, não condizente com a realidade.

Atualmente, dizer em melhorar a qualidade ambiental do centro da cidade no que se

refere a arborização e cobertura vegetal tornou-se algo muito complicado, por vários

aspectos, até mesmo pela disponibilidade de espaço destinado para essa questão. Além

de outras prioridades notórias pelo poder público em relação ao bairro, como a

acessibilidade de pedestres, fluxo e transporte de automóveis, entre outros estarem em

primeiro plano.

5.2 Discussões

A vegetação urbana tem sido convencionalmente considerada por muitos

administradores e planejadores apenas para fins de valorização visual das cidades, o que

não é verdade. Entretanto, diante da degradação da qualidade de vida sofrida dentro dos

centros urbanos, a vegetação desempenha funções ecológicas importantíssimas como

contribuir para a despoluição do ar e conforto térmico, como já foi dito. É necessário

destacar que toda cobertura vegetal, dentro dos centros urbanos, é de grande relevância

quando se enfoca a análise da qualidade de vida da população.

Falar em cobertura vegetal, arborização de vias públicas exige, previamente, a

elaboração de projetos, que, necessariamente, comecem por um levantamento da

situação reinante, quando será cadastrada a vegetação existente contemplando aspectos

históricos, ecológicos e urbanístico do local determinando. Um cuidado especial deve

ser tomado para não desfigurar um quadro paisagístico já consagrado na tradição da

cidade, ou bairro em questão. Uma série de elementos da paisagem da rua deverá ser

Page 98: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

85

levantada e outras características das construções, tendo em vista garantir uma melhoria

das condições de conforto ambiental das ruas. Tendo sido feito esse levantamento da

situação existente, pode-se passar para a escolha das espécies adequadas. (HOSTER,

1991)

Quando se compara a literatura em relação às áreas verdes e cobertura vegetal

(CAVALHEIRO & DEL PICCHIA, 1992; LOMBARDO, 1985; NUCCI, 2001, entre

outros), observa-se um grande desentendimento em relação aos índices recomendados.

Cavalheiro & Del Picchia lembram que, desde 1968, a Prefeitura Municipal de São

Paulo (PMSP) passou a adotar a proporção de 12m2/hab como índice desejado, segundo

a Organização das Nações Unidas (ONU) ou da Food and Agriculture Organization

(FAO), ou da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse dado é contestado pelos

autores que, em contatos escritos com as organizações citadas, não obtiveram

confirmação e conhecimento dessa recomendação.

Em alguns casos, parâmetros de comparação para determinados índices devem ser feitos

a partir de primeiro levantamento e diagnóstico de determinado local, levando em

consideração os vários aspectos demográficos, de área, infra-estrutura e cobertura

vegetal, área verde, entre outros, presente em um período ou ano. Para assim, a partir

desses primeiros levantamentos observarem e analisar a evolução desse quadro.

Nesse sentido, o trabalho iniciou esse levantamento quantitativo em quatro bairros,

espacializando e diagnosticando a realidade da cobertura vegetal (árvores-arbustos) no

período de 2004.

Pelo fato de não existir registros aerofotométricos do ano de 2007/2008, não há como

analisar a evolução do uso do solo ou mesmo da situação da cobertura vegetal,

interpretando visualmente por meio de fotografias aéreas, como foi feito em 2004.

Entendendo a dinâmica própria da cidade de Uberlândia, de crescimento populacional, a

expansão e desenvolvimento exponencial relacionado ao mercado imobiliário a situação

da cobertura vegetal atualmente, com certeza, está diferente em relação ao período de

2004, ano da análise das aerofotografias.

Page 99: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

86

Além do corte de árvore, que geralmente é maior que a sua reposição, existem outros

fatores que contribuem para uma menor presença da árvore nas cidades, seja pelo

próprio crescimento e expansão dos bairros, problemas de vandalismo, como também a

presença de novas construções (bares, restaurantes, casas, comércio), que muitas vezes

utilizam as calçadas públicas e juntos eliminam alguma árvore existente, ou mesmo por

problemas de saúde das árvores que depois de determinado tempo morrem e/ou caem.

Pensando na “evolução” desse quadro, a Secretaria de Planejamento Urbano e Meio

Ambiente forneceu relatórios de corte e poda das árvores dos bairros analisados em

questão (ANEXO 2), onde foi possível analisar a quantidade árvores retirada

formalmente dos bairros pesquisados. Muitas árvores ainda são retiradas de forma ilegal

sem a liberação da fiscalização ambiental. O Quadro 17 mostra de maneira resumida os

números de requerimentos de corte e poda dos bairros pesquisados: Bairro Requerim. de

corte Requerim. de poda

Requerim. Deferidos

Requerim. Indeferidos

Sem parecer

Santa Mônica 217 15 202 27 03 Morumbi 17 0 17 0 0 Jardim Karaíba 13 1 13 1 0 Centro 64 17 61 18 2 Quadro17 : Relatório de corte e poda das árvores (Período de 1/01/2004 à 1/01/2008). Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (SEPLAMA) Sabe-se, que por falta de um planejamento adequado para a arborização, muitas plantas

entram em conflito com calçadas, sinalização e fiação. No entanto, a árvore deve

receber uma poda adequada à situação, não sendo necessária a retirada total de sua

folhagem, ou ainda, se há conflitos com as calçadas ou sinalização, a árvore deve ser

substituída por uma espécie adequada àquela particularidade, e não simplesmente

retirada sem reposição.

As áreas destinadas à moradia da classe alta como é o caso do bairro Jardim Karaíba,

são adornadas por grandes jardins onde as árvores possuem um papel de destaque,

portanto quase não há requerimento de corte e poda.

O bairro Santa Mônica teve o maior número de requerimentos de corte entre os bairros

pesquisados. As espécies identificadas, no relatório, com maior freqüência de

ocorrência foram: Sibipiruna, Oiti, Sete Copas, todas estas espécies de grande porte que

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87

frequentemente causam danos, principalmente, em calçadas e redes elétricas aéreas.

Outra análise que se faz é a condição de muitas árvores que apresentavam problemas de

saúde, principalmente em seu tronco, necessitando realmente de corte.

O centro da cidade apresentou resultados significativos em relação ao corte de espécies

arbóreas, o que reflete na expressiva insuficiência de cobertura vegetal, um alto grau de

impermeabilização (ruas e calçamentos estreitos) e edificação. Esse resultado mostra-se

negativo ao analisar como prioridade a manutenção da cobertura vegetal

Em áreas particulares, as árvores tornam-se mais facilmente removida, seja, pela falta

de uma fiscalização efetiva por parte dos órgãos responsáveis, ou pela falta de

contribuição da comunidade, que em sua maioria desconhece os benefícios trazidos pela

presença da vegetação, mantendo a idéia da vegetação mais como “sujeira”, do que

como contribuidora essencial para manutenção da qualidade ambiental.

Por isso, é imprescindível que a população conheça e valorize os aspectos micro-

climáticos, biológicos, hidrológicos que a vegetação desempenha e não somente perceba

a árvore como elemento estético decorativo na cidade ou em qualquer porção da mesma.

A Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (SEPLAMA) atualizou, no

início de 2008, os registros aerofotográficos da área urbana, além da aquisição de

imagens de satélite de alta resolução de toda área do município.

Para que se tenha um acompanhamento da evolução desse quadro ambiental, os índices

ambientais devem ser calculados periodicamente, pois o tamanho populacional varia

temporalmente, bem como a infra-estrutura e seus equipamentos.

A abordagem urbana ambiental, na perspectiva integrada da complexidade social e

espacial, permite ultrapassar uma análise simplesmente política do papel do poder

público na reprodução e crise da cidade, para compreender a produção de relações

sociais nos termos da urbanização atual, ressaltando nesse processo a degradação do

meio ambiente no âmbito do conceito de espaço geográfico.

Page 101: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

88

CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As áreas urbanas, uma vez constituídas por espaços descontínuos e fragmentados entre

si, dificultam a instalação e a manutenção do verde urbano em suas estruturas.

Nucci (2001) afirma que “executar um trabalho de espacialização da qualidade

ambiental constitui um verdadeiro desafio, visto que não existe uma receita técnica

calcada numa concepção teórico-metodológica pronta”

O estudo apresentado é pioneiro na cidade de Uberlândia em dois aspectos principais.

Primeiro, no que diz respeito à metodologia aplicada para o levantamento quantitativo

da cobertura arbóreo-arbustiva dos bairros Santa Mônica, Morumbi, Jardim Karaíba e

Centro, utilizando-se de ferramentas de geoprocessamento e SIG’s. Segundo, em

relação aos índices calculados, o qual levou em consideração, somente a cobertura

arbóreo-arbustiva dos bairros em questão.

É verdade que existam diversos estudos já realizados a respeito do Índice de Cobertura

Vegetal (ICV) e o Índice de Cobertura Vegetal por Habitante (ICVH) em alguns bairros

e/ou cidades brasileiras. Porém, não se podem comparar os valores obtidos na presente

pesquisa com outros estudos que utilizaram dos mesmos índices, pois os “objetos alvos”

são diferentes.

O mapeamento da cobertura vegetal juntamente com os índices ambientais calculados

está diretamente relacionado à quantificação e espacialização da cobertura arbóreo-

arbustiva nos bairros Morumbi, Santa Mônica, Jardim Karaíba e Centro.

Nesse sentido, a pesquisa buscou retratar as condições/sintomas ambientais urbanos,

revelando um problema real em grande parte das cidades brasileiras. Os valores dos

índices (primeiros dados sistematizados relacionados a essa temática na cidade de

Uberlândia) foram todos menores que de 1%, o que reflete em uma insuficiência no que

diz respeito à presença da vegetação e fragmentado e desconexo em relação a sua e

distribuição nos bairros.

Page 102: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

89

A pequena quantidade de cobertura vegetal, assim como a qualidade e escolha adequada

das espécies está diretamente atrelada, à qualidade e ao tamanho das edificações; a

desconectividade e fragmentação da vegetação urbana.

É fato, que a pesquisa possa contribuir de alguma forma, para um diagnóstico de

aspectos quantitativos relacionados ao verde urbano e a qualidade ambiental através dos

mapas elaborados e índices calculados

Além de apontar diretrizes para (re) planejamento da cobertura vegetal existente nos

bairros aqui analisados, mesmo que de maneira corretiva, alertando a sociedade civil

para a importância e a função que esses elementos naturais exercem no meio urbano em

que vivem.

Para que isso aconteça, é fundamental estabelecer metas a partir dos dados iniciais

obtidos, de forma que eles possam auxiliar os planejadores e gestores públicos na

tomada de decisões, possibilitando assim, definir políticas públicas implementar

programas e projetos como, por exemplo, um Plano de Arborização Municipal.

Essas diretrizes devem ter como ponto de partida, novas leis específicas para

arborização viária, cobertura vegetal urbana, áreas verdes, planos de arborização, além

de vontade política e interesse social, entre outros aspectos sócio-ambientais.

Deve-se contemplar nesses planos e ações, as características físicas de cada rua; bairro

específico, considerando as limitações físicas e biológicas que o local impõe ao

crescimento das árvores; definir critérios para a escolha das espécies mais adequadas;

levar em conta o aspecto visual-espacial, definindo o tipo de árvore que melhor se

adeqüe ao local em termos paisagísticos, como objetivo de, minimizar os impactos da

urbanização sobre a vegetação e melhorar a qualidade de vida da população.

A definição de um Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas é fundamental pra

que essa temática assuma uma relevante importância nas discussões e prioridades de

ações e destinação de verbas pelo poder público. Esse plano pode ser resumidamente

explicado em cinco fases:

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90

• A primeira fase refere-se ao planejamento, incluindo a árvore como um

elemento natural fundamental nas diretrizes de instalação de loteamentos como

também na execução e implementação de calçadas compatíveis;

• A segunda fase refere-se à elaboração de um inventário da arborização atual,

envolvendo a quantificação e identificação das espécies existentes;

• A terceira fase deve ser voltada para o cultivo de espécies adequadas a serem

utilizadas no plano;

• A quarta fase refere-se diretamente ao plantio adequado das árvores;

• A quinta fase trata-se da manutenção da arborização existente e na implantada

no município.

• A sexta fase deve prever a criação de um sistema de controle ambiental mais

eficiente no controle de supressão de espécies. Para isso é fundamental o

envolvimento da população.

Em relação aos procedimentos operacionais utilizados na pesquisa, pode-se concluir

que:

• As fotografias aéreas foram importantes ferramentas de análise temporal e

espacial da arborização existente.

• O Spring mostrou-se eficiente na obtenção de dados, processamento de

informações e geração de análises, das áreas ocupadas pela arborização urbana.

• O Sistema de Informação Geográfica – SIG representou um enorme ganho em

termos de agilidade nas análises desenvolvidas.

• Os produtos obtidos pela técnica de Sensoriamento Remoto e os Sistemas de

Informação Geográfica consistem em tecnologias que auxiliam tais estudos. De

maneira rápida e com certo grau de precisão, gerando mapas com alto grau de

aplicabilidade para estudos urbano-ambientais.

Page 104: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UFU C.… · The disorderly growth of urban areas has drawn man’s attention to changes in the environmental quality. Because of the accumulation of environment

91

Enfim, o trabalho exposto trás uma importante contribuição geográfica na perspectiva

do planejamento urbano-ambiental e no uso de geotecnologias aplicadas a estudos

urbanos.

Os resultados dessa pesquisa devem ser aprofundados e complementados em futuros

estudos, nas diversas áreas do conhecimento, para que seja possível, uma avaliação

periódica relacionada a essa temática.

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92

REFERÊNCIAS:

ALVARES, I.A. Qualidade do espaço verde urbano: uma proposta de índice de

avaliação. Piracicaba, 187 p., 2004. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agronomia

Luiz de Queiroz.

AMARAL, R. do. O que é uma cidade. Artigo disponível em <http://www.aguaforte.

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