dissertacao furlan patricia unprotected
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PATRICIA KUZMENKO FURLAN
ANLISE DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E BUROCRTICOS
DOS PORTOS BRASILEIROS: ESTUDO DE CASO DO PORTO DE
SANTOS
So Paulo2013
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PATRICIA KUZMENKO FURLAN
ANLISE DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E BUROCRTICOS
DOS PORTOS BRASILEIROS: ESTUDO DE CASO DO PORTO DE
SANTOS
Dissertao apresentada EscolaPolitcnica da Universidade de SoPaulo para obteno do ttulo deMestre em Cincias.
So Paulo2013
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PATRICIA KUZMENKO FURLAN
ANLISE DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E BUROCRTICOS
DOS PORTOS BRASILEIROS: ESTUDO DE CASO DO PORTO DE
SANTOS
Dissertao apresentada EscolaPolitcnica da Universidade de SoPaulo para obteno do ttulo deMestre em Cincias.
rea de concentrao:
Engenharia Naval e Ocenica
Orientador: Professor DoutorMarcos Mendes de Oliveira Pinto
So Paulo2013
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Este exemplar foi revisado e corrigido em relao verso original, sobresponsabilidade nica do autor e com a anuncia de seu orientador.
So Paulo, 8 de maio de 2013.
Assinatura do autor ____________________________
Assinatura do orientador _______________________
FICHA CATALOGRFICA
Furlan, PatrIcia KuzmenkoAnlise dos procedimentos operacionais e burocrticos dos
portos brasileiros: estudo de caso do Porto de Santos / P.K.Furlan.verso corr. -- So Paulo, 2013.
168 p.
Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica da Universidadede So Paulo. Departamento de Engenharia Naval e Ocenica.
1. Portos martimos (Gerenciamento) Santos (SP) I. Univer-sidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Enge-nharia Naval e Ocenica II. t.
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DEDICATRIA
Para minha me.
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Marcos Mendes de Oliveira Pinto, por ter me estendido a mo e
me ajudado a ser o meu melhor. Agradeo o apoio, a confiana, a
pacincia.
Aos pesquisadores do CEGN, em especial a David Goldberg, pela dedicao
e pacincia em contribuir para o meu aprendizado e desenvolvimento.
Aos professores que muito colaboraram para minha formao durante o
mestrado: Prof. Dr. Eduardo Mario Dias, Prof. Dr. Alusio de Souza Moreira,
Prof. Dr. Mario Sergio Salerno, Prof. Dr. Afonso Fleury, Profa. Dra. Marly
Monteiro de Carvalho e Profa. Dra. Maria Tereza Fleury.
A todas as pessoas que estiveram comigo durante o mestrado e as que muito
se dedicaram a esta pequisa. Agradeo, especialmente, ao Sr. Joel Martins
da Silva e Sra. Stela Battaglia.
minha famlia, em especial, minha me e ao meu irmo que sempre me
incentivaram a estudar e a ser o meu melhor: sem eles, eu no teria foras
para realizar uma dissertao de mestrado; e ao Eurpedes Gomes, por
sempre ter me incentivado a assumir, como projeto, uma pesquisa
acadmica.
Fernanda Zanata e ao Lus Harriss por estarem comigo h quase umadcada. No me imagino sem vocs.
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It is only when the mind is still [...] that it is capable of receiving what is true,
that which is eternal, timeless, immeasurable.
You cannot go to it, it comes to you.
Ramesh Balsekar
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ABSTRACT
The inefficient management and application of border procedures in
containerized cargo culminate with longer times to import or export by portsand, consequently, higher costs. Besides undermining the global supplychains from industries installed in Brazil that serve the local population, causedelays in port operations, preventing the establishment or promotion ofgreater international trade. As a result, invalidates the competitiveness ofBrazilian foreign trade and interferes in the country's economic performance.Within this context, this research was conducted to identify key critical pointsin the managament model of border procedures applicable to containerizedcargo in international transit through maritime ports, focusing on theoperations of the Port of Santos. The description of the procedures wereconducted in a systemic and structured way, addressing the operational and
bureaucratic procedures applicable to containerized cargo at the Port ofSantos or in a customs terminal external to it, including CLIAs or EADIs. Wereidentified key stakeholders, documents, fees and information systems used inoperations. Were identified six critical points in the processes described: (1)Bureaucratic flow highly dependent on the physical flow of cargo and vice-versa; (2) Lack of operational coordination between stakeholders; (3)Occurrence of physical inspections in multiplicity, in excess and with extendedperiods; (4) Incompatibility between number of inspection agents with theinspection demand in Port of Santos; (5) Existence of multiple informationsystems partially integrated; (6) Difficulty to update or modificate recordedinformation in information systems. It was concluded that the critical pointshave complex inter-relationship, in which the first one is the key and reflects inthe others, so its resolution would bring significant advances in the bordermanagement of the Port of Santos, as would also reduce the impact of theother critical points in the processes; critical points 2, 3 and 5 have presentedcomplex correlation and critical points 4 and 6 have shown punctual influencein the cargo retention problem.
Keywords: Border procedures, management of containerized cargo, portlogistic.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1ESTRUTURA PARA DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA. ......................... 24
FIGURA 2 EVOLUO DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO. FONTE: UNCTAD
(2011). .................................................................................................... 39
FIGURA 3PARTICIPAO DAS IMPORTAES E EXPORTAES NO PIBDO BRASIL.
................................................................................................................ 40
FIGURA 4PARTICIPAO DOS PASES NO TOTAL IMPORTADO E EXPORTADO PELO
MUNDO. .................................................................................................... 40
FIGURA 5 MOVIMENTAO DE CONTINERES NA NAVEGAO DE LONG CURSO.
FONTE:ANTAQ,2010. ............................................................................. 43
FIGURA 6 HISTRICO EVOLUTIVO DA MOVIMENTAO DE TEUS PELO PORTO DE
SANTOS.FONTE:ANTAQ,2010E CODESP,2012. ................................... 43
FIGURA 7 PARTICIPAO DA CARGA CONTEINERIZADA (EM MASSA) NO TOTAL
ESCOADO PELO PORTO DE SANTOS.FONTE:CODESP,2010;ANTAQ,2010.
................................................................................................................ 44
FIGURA 8 POSSVEIS ROTAS ALFANDEGADAS PARA IMPORTAO DE CARGAS
CONTEINERIZADAS PELO PORTO DE SANTOS. .............................................. 45
FIGURA 9 POSSVEIS ROTAS ALFANDEGADAS PARA EXPORTAO DE CARGAS
CONTEINERIZADAS PELO PORTO DE SANTOS. .............................................. 45
FIGURA 10 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL SIMPLIFICADA DO SETOR PORTURIO
MARTIMO. ................................................................................................ 49
FIGURA 11 ORGANOGRAMA INSTITUCIONAL DOS AGENTES GERENCIAIS,
REGULADORES E OPERACIONAIS DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO. .......... 57
FIGURA 12ORGANOGRAMA DA GGPAFDAANVISA. ...................................... 61
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FIGURA 13ORGANOGRAMA INSTITUCIONAL SIMPLIFICADO DO MAPA/VIGIAGRO.
................................................................................................................ 63
FIGURA 14 FLUXOGRAMA DE IMPORTAO DAS CARGAS CONTEINERIZADAS
MARTIMAS. ............................................................................................... 71
FIGURA 15-ETAPA 2DO FLUXOGRAMA DE IMPORTAO. .................................... 72
FIGURA 16-ETAPA 3DO FLUXOGRAMA DE IMPORTAO. .................................... 73
FIGURA 17ETAPA 4DO FLUXOGRAMA DE IMPORTAO. .................................... 74
FIGURA 18OCONCENTRADOR DE DADOS DO PROJETO PORTO SEM PAPEL. ..... 88
FIGURA 19 POSSVEIS ROTAS LOGSTICAS DE CARGAS CONTEINERIZADAS NA
IMPORTAO PELO PORTO DE SANTOS. ...................................................... 95
FIGURA 20OBESOURO-CHINS. ................................................................... 104
FIGURA 21FRAMEWORKDA EXIGIBILIDADE DAS VISTORIAS VIGIAGROE QUANDO
ACONTECEM............................................................................................ 106
FIGURA 22CANAIS DE PARAMETRIZAO DA DECLARAO DE IMPORTAO. .. 109
FIGURA 23FLUXOGRAMA DE EXPORTAO DE CARGAS CONTEINERIZADAS POR VIA
MARTIMA. ............................................................................................... 116
FIGURA 24 CORRELAO E INTERDEPENDNCIA DO FLUXO FSICO DA CARGA
CONTEINERIZADA COM O FLUXO BUROCRTICO DURANTE APLICAO DOS
PROCEDIMENTOS DE FRONTEIRA. .............................................................. 125
FIGURA 25MAPEAMENTO DA INTER-RELAO DOS PONTOS CRTICOS. ............. 153
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1CLASSIFICAO DOS AGENTES DO SETOR PORTURIO MARTIMO. ........ 48
TABELA 2AGENTES GERENCIAIS,REGULADORES E OPERACIONAIS DO COMRCIO
EXTERIOR BRASILEIRO. .............................................................................. 56
TABELA 3UNIDADES DAANVISADISTRIBUDAS PELO TERRITRIO NACIONAL. .... 61
TABELA 4UNIDADES DO VIGIAGROE NMERO DE SERVIDORES. ..................... 65
TABELA 5AGENTES ANUENTES DE CARGAS NA IMPORTAO E NA EXPORTAO. 66
TABELA 6FASES RELATIVAS AO LICENCIAMENTO DE IMPORTAO. ..................... 77
TABELA 7 PRINCIPAIS DOCUMENTOS E TAXAS REQUERIDOS PELOS AGENTES
GOVERNAMENTAIS. .................................................................................... 83
TABELA 8FASES PARA A OBTENO DA DTAE TRNSITO ADUANEIRO. ............... 92
TABELA 9 COMPARATIVO DO TEMPO PARA INCIO DO TRNSITO ADUANEIRO NAS
ROTAS 3E 4. ............................................................................................. 97
TABELA 10ARMAZENAGEM DA CARGA CONTEINERIZADA NAS ZONAS PRIMRIA E
SECUNDRIA. ............................................................................................ 99
TABELA 11 ESTIMATIVA DO TEMPO USUAL PARA IMPORTAO SEGUNDO AS
QUATRO ROTAS DO PORTO DE SANTOS. .................................................... 114
TABELA 12PROCEDIMENTOS ADUANEIROS PARA EXPORTAO MARTIMA. ........ 118
TABELA 13 POSSVEIS FISCALIZAES FSICAS NA IMPORTAO DE CARGAS
CONTEINERIZADAS. .................................................................................. 137
TABELA 14CLASSIFICAO DAS FISCALIZAES EM GRUPOS. ......................... 139
TABELA 15DEMANDA FISCALIZATRIA DOS FISCAIS DA RFB,DO VIGIAGROE DA
ANVISANO PORTO DE SANTOS............................................................... 144
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LISTADEABREVIATURASESIGLAS
ABEPRA Associao Brasileira dos Portos Secos
ABTRA Associao Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados
ABTP Associao Brasileira dos Terminais Porturios
AFRMM Adicional de Frete para a Renovao da Marinha Mercante
ANCINE Agncia Nacional do Cinema
ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica
ANP Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis
AP Autoridade Porturia
ANTAQ Agncia Nacional de Transportes Aquavirios
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
APEX Agncia de Promoo de Exportaes
BACEN Banco Central do Brasil
BB Banco do Brasil
BID Banco Interamericano do Desenvolvimento
B/L Bill of Lading
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social
CAMEX Cmara do Comrcio Exterior
CAP Conselho de Autoridade Porturia
CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CEGN Centro de Estudos em Gesto Naval
CDC Companhia Docas do Cear
CDP Companhia Docas do Par
CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro
CIPV Conveno Internacional de Proteo dos Vegetais
CLIA Centro Logstico e Industrial Aduaneiro
CMN Conselho Monetrio Nacional
CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte
CODEBA Companhia Docas do Estado da Bahia
CODESA Companhia Docas do Esprito Santo
CODESP Companhia Docas do Estado de So Paulo
COFINS Contribuio para Financiamento da Seguridade Social
CODOMAR Companhia de Docas do Maranho
CONAPORTOS Comisso Nacional das Autoridades nos Portos
CNEN Comisso Nacional de Energia Nuclear
CONIT Conselho Nacional de Integrao de Polticas de Transporte
COTAC Comisso de Coordenao do Transporte Areo Civil
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CVPAF Coordenao de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos
Alfandegados
DDA Diviso da Defesa da Agropecuria
DDE Declarao de Despacho de Exportao
DECEX Departamento de Operaes do Comrcio ExteriorDECOM Departamento de Defesa Comercial
DEFIG Departamento de Fiscalizao de Insumos Agrcolas
DEINT Departamento de Negociaes Internacionais
DENOC Departamento de Normas e Competitividade no Comrcio Exterior
DEPLA Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio
Exterior
DEPOM Delegacia Especial de Polcia Martima
DF Distrito Federal
DFPC Exrcito Brasileiro da Diretoria de Fiscalizao de Produtos Controlados
DI Declarao de Importao
DIPOA Departamento de Inspeo de Produtos de Origem Animal
DIPOV Departamento de Inspeo de Produtos de Origem Vegetal
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral
DPC Diretoria de Portos e Costas
DPDAG Diviso de Polticas, Produo e Desenvolvimento Agropecurio
DPF Departamento da Polcia Federal
DSA Departamento de Sade Animal
DSV Departamento de Sanidade Vegatal
DT Declarao de Transferncia
DTA Declarao de Trnsito Aduaneiro
DT-E Declarao de Transferncia Eletrnica
DUV Documento nico Virtual
EADI Estao Aduaneira do Interior
ECT Empresa Brasileira de Correiros e Telgrafos
FAO Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a AgriculturaFFA Fiscal Federal Agropecurio
FMI Fundo Monetrio Internacional
FUNAPOL Fundo para Aparelhamento e Operacionalizao das Atividades-Fim da
Polcia Federal
GATT General Agreement on Tariff and Trade
GEMPO Grupo Executivo para Modernizao dos Portos
GEPES Gerncia de Projetos Especiais em Portos, Aeroportos, Fronteiras e
Recintos Alfandegados
GGCOVI Gerncia de Orientao e Controle Sanitrio, Avaliao e Controle de
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Pessoas em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados
GGPAF Gerncia-Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos
Alfandegados
GIPAF Gerncia de Inspeo de Produtos e Autorizao de Empresas em
Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos AlfandegadosGMDSS Sistema Global de Socorro e Segurana Martima
GPAAC Gerncia de Planejamento, Avaliao e Acompanhamento em Portos,
Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais
ICEX Instituto de Estudos das Operaes de Comrcio Exterior
ICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios
II Imposto de Importao
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
IPA Instalao Porturia Alfandegada
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
LESTA Lei de Segurana do Trfego Aquavirio
LI Licenciamento de Importao
LMP Lista de Materias Perigosos
LPI Logistics Performance Index
MAPA Ministrio da Agricultura, Abastecimento e Pecuria
MC Ministrio da Comunicao
MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia
MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior
MF Ministrio da Fazenda
MinC Ministrio da Cultura
MME Ministrio de Minas e Energia
MP Medida Provisria
MRE Ministrio das Relaes Exteriores
MS Ministrio da Sade
MT Ministrio dos Transportes
NIMF Norma Internacional de Medidas FitossanitriasNVOCC Non Vessel Common Carrier
OGMO rgo Gestor da Mo-de-Obra do Trabalho Porturio Avulso
OIC Organizao Internacional do Comrio
OMA Organizao Mundial das Aduanas
OMC Organizao Mundial do Comrcio
ONU Organizao das Naes Unidadas
PC Ponto Crtico
PIS Programa de Integrao Social
PLI Procedimentos para o Licenciamento de Importaes
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PND Plano Nacional de Dragagem
PNLP Plano Nacional de Logstica Porturia
PROCOMEX Instituto Aliana Pr Modernizao Logstica do Comrcio Exterior
PROHAGE Programa de Harmonizao dos Agentes de Autoridades Federais nos
PortosPSP Projeto Porto Sem Papel
RAP Requisio para Atracao e Prioridade
RFB Secretaria da Receita Federal do Brasil
RE Registro de Exportao
SAIN Secretaria de Assuntos Internacionais
SAD Servio de Apoio Administrativo
SDA Secretaria de Defesa Agropecuria
SECEX Secretaria do Comrcio Exterior
SED Supervia Eletrnica de Dados
SEP Secretaria Especial dos Portos
SFA Superintendncia Federal da Agricultura, Pecuria e Abastecimento
SIGVIG Sistema de Informaes Gerenciais do Trnsito Internacional de
Produtos e Insumos Agropecurios
SISCARGA Sistema Integrado do Comrcio Exterior modalidade Carga
SISCOMEX Sistema Integrado do Comrcio Exterior
SRRF Superintendncia Regional da Receita Federal do Brasil
SUFRAMA Superintendncia da Zona Franca de ManausSVA Servio de Vigilncia Agropecurio
TEU Twenty-foot Equivalent Unit
TFVS Taxa de Vistoria
T.U.F Taxa de Utilizao de Farol
TVA Termo de Visita Aduaneira
UNCTAD Conferncia das Naes Unidas sobre o Comrcio e Desenvolvimento
UVAGRO Unidade de Vigilncia Agropecuria
UTRA Unidade Tcnica Regional Agropecuria
VIGIAGRO Sistema de Vigilncia Agropecuria Internacional
VTMS Vessel Traffic Management Information System
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SUMRIO
1. CONSIDERAES INICIAIS DO TRABALHO ......................................... 21
1.1PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVOS...................................................... 21
1.2METODOLOGIA DE PESQUISA E PESQUISA BIBLIOGRFICA........................... 23
1.3ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................... 34
2. INTRODUO AO TEMA ......................................................................... 35
2.1AS PRINCIPAIS INSTALAES ALFANDEGADAS QUE SUPORTAM O COMRCIO
CONTEINERIZADO.......................................................................................... 39
2.2APRESENTAO DOS AGENTES INTERVENIENTES NO FLUXO DAS CARGAS
IMPORTADAS E EXPORTADAS POR VIA MARTIMA............................................... 47
2.2.1 Agentes da estrutura organizacional do setor porturio martimo:
Enfoque ao nivel operacional.................................................................. 47
2.2.1.1 Grupo A - Agentes de formulao de polticas, planejamento e
regulao do setor porturio martimo ................................................ 49
2.2.1.2 Grupo B - Agentes da administrao porturia ....................... 52
2.2.1.3 Grupo CAgentes da autoridade martima ............................ 54
2.2.2 Demais agentes intervenientes no fluxo das cargas: Apresentao
dos agentes gerenciais, reguladores e operacionais do comrcio exteriorbrasileiro ................................................................................................. 55
2.2.2.1 Agentes anuentes de cargas ................................................... 65
3. GESTO E APLICAO DOS PROCEDIMENTOS DE FRONTEIRA S
CARGAS CONTEINERIZADAS NO PORTO DE SANTOS .......................... 69
3.1IMPORTAO.......................................................................................... 70
3.1.1 ETAPA 1 - Licenciamento de importao ...................................... 75
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3.1.2 ETAPA 2Procedimentos com o navio ........................................ 79
3.1.2.1 Descrio dos procedimentos com o navio ............................ 80
3.1.2.2 Projeto Porto Sem Papel ......................................................... 87
3.1.3 ETAPA 3 Trnsito aduaneiro, transferncia e armazenagem de
contineres ............................................................................................. 89
3.1.3.1 Trnsito aduaneiro e transferncia das cargas conteinerizadas
............................................................................................................ 90
3.1.3.2 Armazenagem de contineres ................................................ 98
3.1.4 ETAPA 4 Nacionalizao e suas tratativas preliminares e
complementares ................................................................................... 101
3.1.4.1 Tratativas preliminares e complementares nacionalizao 102
3.1.4.1.1 Tratativa preliminar: o licenciamento de importao ps-
embarque ...................................................................................... 102
3.1.4.1.2 Tratativa complementar: a atuao do VIGIAGRO no
controle de pragas ......................................................................... 103
3.1.4.2 Nacionalizao da carga estrangeira .................................... 107
3.1.4.2.1 Despacho aduaneiro de importao ............................... 108
3.1.4.2.2 Desembarao aduaneiro de importao ......................... 111
3.1.4.3 Sada da mercadoria do recinto alfandegado ........................ 111
3.2EXPORTAO....................................................................................... 115
3.2.1 ETAPA 1Procedimentos logsticos da carga ........................... 117
3.2.2 ETAPA 2Procedimentos aduaneiros........................................ 117
3.2.3 ETAPA 3Procedimentos com o navio ...................................... 121
4. ANLISE CRTICA DA GESTO DAS CARGAS CONTEINERIZADAS
NO PORTO DE SANTOS ............................................................................ 122
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4.1.IDENTIFICAO DOS PONTOS CRTICOS.................................................. 122
4.2DISCUSSO DA INTER-RELAO DOS PONTOS CRTICOS............................ 153
5 CONCLUSO ........................................................................................... 158
6 CONSIDERAES FINAIS ..................................................................... 161
6.1LIMITAES.......................................................................................... 161
6.2SUGESTES ......................................................................................... 161
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 162
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1. CONSIDERAES INICIAIS DO TRABALHO
1.1 Problema de pesquisa e objetivos
Os fluxos internacionais de bens foram, e ainda so, fortemente
induzidos pela globalizao, que tem contribudo para escalas cada vez
maiores desde os anos 1980. Passou-se a estabelecer a interconectividade
das operaes em escala global, onde as barreiras geogrficas no
consistem mais em um empecilho para o comrcio entre as naes. As
operaes industriais, e suas cadeias de suprimentos, encontram-se
globalmente conectadas, muito embora seus plos produtores e
consumidores estejam localizados em mltiplos pases. Neste quadro, os
portos martimos desempenham papel fundamental para a viabilizao das
trocas comerciais internacionais, sendo que a demanda por seus servios
acompanha o ritmo de crescimento do comrcio exterior do pas.
Efetivar o comrcio exterior por via martima requer, contudo, a
aplicao de procedimentos especficos de fronteira s cargas em trnstio
internacional, de modo a assegurar o atendimento das questes bsicas de
proteo do pas, das pessoas e do meio ambiente. A diversidade dos temas
explorados no controle das fronteiras impe alta complexidade aos processos
de importao e exportao, sustentados por uma srie de procedimentos
burocrticos e fiscalizatrios desempenhados por diversos agentes pblicos.
A ineficincia com que tais procedimentos de fronteira so aplicados
s cargas em trnsito internacional acarreta em operaes demoradas, cujonus reflete em diversos setores da economia do pas. Como posto por
IWANOW e KIRKPATRICK (2009), a internacionalizao da produo e o
aumento do comrcio internacional contribuiu para o aumento da
preocupao dos custos on-the-bordere inside-the-borderpara o comrcio.
A excessiva burocracia nos portos martimos brasileiros est dentre as
causas que contribuem para congestionamentos das cargas importadas /
exportadas por via martima (NG; PADILHA; PALLIS, 2013).
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Como forma de se verificar a discrepncia dos valores praticados no
Brasil com outros pases, segundo o Banco Mundial, estima-se que a
importao por via martima brasileira demanda, em mdia, 15 dias, e a
exportao, 12 dias. Em Cingapura, demora-se 3 dias para importar ou
exportar e, em Hong Kong, 4 dias, representando uma diferena de 3 a 5
vezes maior no caso brasileiro. (WORLD BANK; IFC, 2012).
Como posto por IWANOW e KIRKPATRICK (2009), a habilidade dos
pases em desenvolvimento de se conectarem com mercados globais est
sendo cada vez mais afetada pelos custos que as empresas privadas
possuem para o comrcio internacional. Caractersticas como,
procedimentos aduaneiros complicados e deficincias na infraestrutura,
aumentam custos das operaes, prejudicando o comrcio com outros
pases e prejudicando a organizao industrial local.
Focalizando a situao brasileira, constatamos que o comrcio exterior
tem assumido posio cada vez mais significativa em sua economia. Em
2011, registrou a corrente de comrcio recorde de US$ 482,3 bilhes, com
ampliao de 25,7% sobre 2010, quando atingiu US$ 383,7 bilhes 1 .
Avaliado o desempenho logstico-porturio do pas pelo Banco Mundial, este
foi listado na 45a posio entre os 155 pases considerados. Apenas no
quesito procedimentos aduaneiros, o pas foi classificado na 78a posio,
retratando prticas anti-competitivas na gesto e aplicao dos
procedimentos de fronteira s cargas. (ARVIS et al., 2012).
Neste sentido, esta pesquisa investigou os procedimentos de fronteira2
aplicados s cargas conteinerizadas no Porto de Santos3, o mais importante
porto martimo da Amrica Latina, de modo a identificar os principais pontos
crticos nos processos de importao e de exportao que possam ser
1 MDIC. Balana Comercial Brasileira Dados Consolidados. 2011. Disponvel em: . Acesso em: 11 dejaneiro de 2013.
2 Sempre nessa dissertao, exceto dito o contrrio, por procedimentos de fronteiraentende-se os procedimentos de fronteira aplicados s cargas conteinerizadas naimportao e exportao por via martima.
3
Sero tambm considerados os recintos alfandegados externos a ele, que incluem: osCentros Logsticos Industriais Aduaneiros (CLIAs) e as Estaes Alfandegadas do Interior(EADIs).
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revistos e alterados a fim de que o setor ganhe mais competitividade. Foi,
tambm, objeto de averiguao, uma possvel inter-relao dos pontos
crticos para identificao de suas influncias.
1.2 Metodologia de pesquisa e pesquisa bibliogrfica
A pesquisa baseou-se numa abordagem qualitativa dos procedimentos
de fronteira aplicados s cargas conteinerizadas importadas e exportadas
pelo Porto de Santos. Foram investigados os procedimentos e as normas em
vigor no Brasil (mais especificamente aquelas aplicveis Santos), estando
os descritivos e as anlises fundamentados nas leis e nas polticas brasileiras
no que tanguem ao comrcio e logstica internacional.
Foram constitudas estruturas de trabalho4na forma de fluxograma de
processos e de tabelas, que permitiram a anlise crtica das informaes
coletadas. Deste modo, foram identificados pontos crticos no modelo de
gesto e de aplicao dos procedimentos de fronteira que culminam com
atrasos e lentido para a liberao das cargas conteinerizadas.
A pesquisa foi realizada sob a forma de estudo de caso, pois a
operao de Santos possui particularidades dos demais portos martimos,
que incluem os seguintes aspectos:
Existncia de sistemas de informao locais para a gesto dos
procedimentos e emisso de documentos utilizados na
operao dos contineres;
Existncia de documentos locais utilizados para a atracao
dos navios e para a movimentao das cargas conteinerizadas;
Localizao prxima ao Porto de Santos de recintos
alfandegados externos;
Maior movimentao de TEUs no Brasil.
4Este termo frequentemente utilizado em sua verso inglesa: frameworks.
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Devido natureza do estudo, a pesquisa em campo correspondeu ao
principal meio de aquisio de informaes, onde foram realizadas
entrevistas com profissionais do setor (principalmente despachantes
aduaneiros), executivos de associaes e instituies engajadas no setor
porturio e gerentes operacionais. Deste modo, muitas das informaes
exploradas por este estudo provm de de materiais no publicados.
Como pode ser visto pela Figura 1, a metodologia da pesquisa
contemplou quatro etapas:
1. Formao de massa crtica terica para orientar o esboo de
estruturas de trabalho iniciais;
2. Constituio de estruturas de trabalho melhor elaboradas por
meio de buscas mais apuradas de informao; identificao de
lacunas de conhecimento para prospeco e averiguao em
campo;
3. Conduo da pesquisa em campo para coleta de informaes
remanescentes; concluso da elaborao das estruturas de
trabalho;
4. Anlise crtica das estruturas de trabalho para identificao de
pontos crticos.
Figura 1Estrutura para desenvolvimento da pesquisa.
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ETAPA 1FORMAO DE MASSA CRTICA:
A primeira etapa contemplou a pesquisa bibliogrfica para formao
de massa crtica torica. Esta por sua vez, levou ao acmulo de
conhecimentos fundamentais que permitiram, ento, o esboo das estruturas
de trabalho iniciais que auxiliaram no delineamento de novas buscas e de
eventuais aprofundamentos. Foram traados fluxogramas de processos e
elaboradas tabelas, onde, posteriormente, foram aperfeioados.
A pesquisa bibliogrfica foi conduzida no ISI Web of Knowledge,
disponibilizado no site da CAPES, onde foram prospectados artigos e
dissertaes ou teses acerca do tema. As buscas foram conduzidas por meio
das seguintes palavras-chaves: border procedures; port logistics; trade
facilitation; critical points; management of containerized cargoes. Foi
identificada escassez de publicaes no tema principalmente quando
utilizado border procedures como palavra-chave , embora seja mais
recorrente o encontro de publicaes acerca da facilitao do comrcio
internacional (quando utilizado trade facilitation como palavre-chave).
SOUZA e BURNQUIST (2011) expem que a literatura emprica sobre a
facilitao de comrcio ainda relativamente limitada.
Por meio das buscas, foram coletados os seguintes artigos:
NG, Adolf K. Y; PADILHA, Flavio; PALLIS, Athanasios A.
Institutions, bureaucratic and logistical roles of dry ports: the
brazilian experiences. Journal of Transport Geography: p. 46
55, 2013: este artigo explorou aspectos institucionais dos
portos secos e a falta de medidas integratrias entre eles e os
portos martimos brasileiros. Foram, tambm, abordados
aspectos logsticos e burocrticos para a movimentao de
cargas conteinerizadas entre portos martimos e portos secos.
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PORTUGAL-PEREZ, Alberto; WILSON, John S. Export
Performance and Trade Facilitation Reform: hard and soft
infrastructure. World Development: v. 40, n. 7, p. 12951307,
2012: o artigo estimou o impacto de indicadores de
infraestrutura softe hardno desempenho das exportaes de
pases em desenvolvimento, onde foi verificado que reformas de
facilitao de comrcio alavancam o desempenho das
exportaes. Os autores classificaram como soft o ambiente
de negcios e a eficincia da fronteira e dos transportes; como
hard, os sistemas de informao e tecnologias e a
infraestrutura fsica.
SOUZA, Maurcio Jorge P. D.; BURNQUIST, Helosa Lee.
Facilitao de Comrcio e Impactos sobre o Comrcio Bilateral.
Est. Econ.: So Paulo, v.41 n. 1, p. 91118, jan.mar., 2011:
este artigo visou a avaliao dos efeitos da facilitao de
comrcio para um conjunto de 43 pases, incluindo-se o Brasil.
Utilizou-se, como base para a avaliao, estudos do Banco
Mundial e a aplicao de um modelo gravitacional para a
avaliao de ndices de simplificao. Foi constatado que o
tempo de desembarao aduaneiro brasileiro maior que a
mdia dos demais pases e que, portanto, sua diminuio traria
efeitos para o pas.
IWANOW, TOMASZ; KIRKPATRICK, Colin. Trade Facilitation
and Manufactured Exports: is Africa Different?. World
Development: v. 37, n. 6, p. 1039-1050, 2009: avaliou o
impacto das medidas de facilitao do comrcio no continente
africano com uso do modelo gravitacional. Este artigo retratou
questes relativas aos pases em desenvolvimento, o que se
aplica ao Brasil.
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HORKMAN, Bernard; NICITA, Alessandro. Trade Policy, Trade
Costs, and Developing Country Trade. World Development: v.
39, n. 12, p. 2069 2079, 2011: estudou ndices de facilitao
de comrcio por regresso gravitacional; nele foram avaliados
ncides que restringem ou que facilitam o comrcio.
ELIK, Gkhan; IHSAN, Sabuncuoglu. Simulation modelling
and analysis of a border security system. European Journal of
Operational Research: 2006: analisou um modelo de proteo
das fronteiras na Turquia, adicionando pesquisa a
necessidade de aplicao de procedimentos de fronteira
seguros.
No que tange s dissertaes e teses, foram identificados os seguintes
trabalhos:
GOLDBERG, David J. K. Regulao do Setor Porturio no
Brasil: anlise do novo modelo de concesso de portos
organizados. Dissertao (Mestrado em Engenharia) - Escola
Politcnica, Universidade de So Paulo, 2009: analisou a Lei de
Modernizao dos Portos e o novo modelo porturio brasileiro,
contribuindo, para a atual pesquisa, com a identificao dos
agentes do setor porturio.
VIANNA Jr, Edison D. O. Modelo de Gesto e Automao dos
Portos Brasileiros. Tese (Doutorado em Engenharia) Escola
Politcnica, Universidade de So Paulo, 2009: contribuiu para a
compreenso dos processos porturios por ter, como base da
discusso realizada com cunho de automao, o estudo
SISPORTOS, realizado pelo SERPRO em conjunto ao
Ministrio dos Transportes.
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TORRES, Luis F. R. Estudo Analtico e Operacional da
Supervia Eletrnica de Dados: um modelo de gesto
eletrnica para os portos brasileiros. Dissertao (Mestrado em
Engenharia) Escola Politcnica, Universidade de So Paulo,
2008: trouxe luz o modus operandida integrao entre dois
sistema de informao (SED/DT-E) do Porto de Santos.
ZANCUL, Paulo J. Integrao de Sistemas de Controle de
Carga em Ambiente Porturio. Dissertao (Mestrado em
Engenharia) - Escola Politcnica, Universidade de So Paulo,
2006: trouxe luz o modus operandido sistema de informao
SED utilizado pelo Porto de Santos.
RUSSO FILHO, Antnio. Comrcio Internacional:um modelo
para segurana porturia e modernizao da aduana brasileira.
Dissertao (Mestrado em Engenharia) - Escola Politcnica,
Universidade de So Paulo, 2006: dissertou sobre a questo da
modernizao dos procedimentos aduaneiros.
PENHA, Lucas F. R. Os Centros Logsticos e Industriais
Aduaneiros e a atual indstria paulista. Dissertao
(Mestrado em Geografia Humana) Departamento de
Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias
Humanas, Universidade de So Paulo, 2010: dissertou sobre o
papel dos Centros Logsticos e Industrias Aduaneiros (CLIAs)
nos trmites de importao e exportao por via martima.
Como pde ser visto acima, a maior parte dos trabalhos centraram-se
nos sistemas de informao e de automao das operaes porturias. Estes
trabalhos foram relevantes para a atual pesquisa devido estreita relao
que possuem com os processos de importao e de exportao analisados.
As discusses serviram como referncia para pontos crticos explorados na
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anlise crtica, particularmente queles referentes aos sistemas de
informao em uso para a gesto e aplicao dos procedimentos de fronteira.
Por fim, foram prospectadas literaturas disponibilizadas pelos
organismos internacionais engajados na facilitao do comrcio internacional
(principalmente o Banco Mundial; o Fundo Monetrio Internacional, o FMI; a
Organizao Mundial das Aduanas, a OMA; a Organizao das Naes
Unidas, a ONU; e a UNCTAD, Conferncia das Naes Unidas sobre
Comrcio e Desenvolvimento). O Banco Mundial foi visto como a instituio
mais atuante no desenvolvimento de estudos e publicaes para a facilitao
e a promoo do comrcio internacional e do desenvolvimento econmico
dos pases.
As publicaes encontradas no tema, e que foram consultadas nesta
pesquisa, incluem:
MCLINDEN, G; FANTA, E; WIDDOWSON, D; DOYLE, R.
Bord er Management Modernizat ion. Washington, DC: The
World Bank, 2011: explorou aes para a modernizao da
gesto e da aplicao dos procedimentos de fronteira, onde foi
proposto um novo modelo de gesto, denominado por gesto
de fronteira colaborativa, que ser explorado ao longo da
anlise crtica.
ARVIS, J.-F et al. Connect ing to Compete 2012: Trade
Logistics in the Global Economy the Logistics Performance
Index and its Indicators. Washington, DC: The World Bank,
20125: corresponde a um comparativo do desempenho logstico
de mais de 150 pases pelo indicador LPI (Logistic Performance
Index). Esta publicao trouxe luz rankingsde competitividade
dos servios logsticos e aduaneiros de diversos pases.
WORLD BANK; IFC (International Finance Corporation). Doing
Business 2012: Making a Difference for Entrepreneurs.
5Foram utilizadas as verses de 2012 e de 2010 do estudo Connecting to Compete.
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Washington, DC: The World Bank, 2012: esta publicao
mensurou parmetros relativos facilidade para se fazer
negcios nos pases, que, dentro eles, incluem-se uma
pesquisa aos trmites do comrcio exterior dos pases,
incluindo-se do Brasil.
UNCTAD (United Nations Conference on Trade and
Development). UNCTAD Handb oo k of Statist ics 2011. New
York: United Nations Publication, 2011: disponibilizou dados
estatsticos do comrcio internacional de diversos pases.
Complementarmente, foi identificada uma publicao do BNDES para
a avaliao do setor porturio:
BOOZ & COMPANY et all.. Anlise e Avaliao da
Organizao Institucional e da Eficincia de Gesto do
Setor Porturio Brasileiro. So Paulo: 2012: este estudo
contemplou a anlise e a avaliao do marco regulatrio, da
organizao institucional, da eficincia de gesto porturia e do
desenvolvimento da oferta e demanda dos servios porturios
brasileiros. A parte referente ao estudo da eficincia de gesto
da operao foi relevante para a presente pesquisa.
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ETAPA 2 CONSTITUIO DE FRAMEWORKS / IDENTIFICAO DE
LACUNAS:
Com base no delineamento de frameworksiniciais, implementou-se a
busca mais apurada por informaes ento inexploradas pelas pesquisas
acadmicas ou parcialmente discutidas. Esta etapa contemplou o uso de
diversos canais de informao, incluindo-se legislaes, publicaes
governamentais, notcias e pginas na internet das principais instituies
envolvidas com o setor porturio, que sero mencionadas ao longo do
trabalho. Deste modo, considerando-se as estruturas de trabalho inicialmente
traadas (considerando-se as etapas 1 e 2 da metodologia de pesquisa), foi
possvel identificar as lacunas de conhecimento e de informaes que
guiaram a pesquisa em campo.
ETAPA 3PESQUISA EM CAMPO / FINALIZAO DOS FRAMEWORKS:
A pesquisa em campo foi conduzida com profissionais e instituies
envolvidos com o Porto de Santos. Ela foi orientada com base nas pesquisas
iniciais que contemplaram o desenvolvimento de fluxogramas e esquemas de
processos, transcritos sob a forma de estruturas de trabalho, cujas lacunas
de conhecimento e de informao foram exploradas ao longo das entrevistas.
As entrevistas foram conduzidas com agentes pblicos e privados, incluindo-
se profissionais das reas de planejamento e operao porturia, fiscalizaoe despacho aduaneiro.
Este estudo utilizou-se da experincia e da viso dos despachantes
aduaneiros (customs brokers), pois, conforme NG, PADILHA e PALLIS
(2013), estes profissionaispodem ser considerados os tomadores de deciso
quanto a movimentao das cargas conteinerizadas entre os portos
martimos e portos secos e quanto a requisio de servios logsticos e ao
preparo dos documentos para os procedimentos aduaneiros (NG; PADILHA;PALLIS, 2013).
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As principais instituies que contriburam para esta pesquisa foram:
ABEPRA (Associao Brasileira dos Portos Secos);
ABTP (Associao Brasileira dos Terminais Porturios); ABTRA (Associao Brasileira de Terminais e Recintos
Alfandegados);
ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria);
CEGN (Centro de Estudos em Gesto Naval);
CODESP (Companhia Docas de So Paulo);
Dry PortLtda;
ICEX (Instituto de Estudos das Operaes de ComrcioExterior);
PROCOMEX (Instituto Aliana Pr Modernizao Logstica do
Comrcio Exterior);
VIGIAGRO (Sistema de Vigilncia Agropecurio Internacional).
As entrevistas em campo possibilitaram o alcance de informaesindisponveis em outros canais, permitindo-se o aprofundamento do
conhecimento nas reas especficas. Foram tambm coletados dados
estatsticos e discutidas as dificuldades operacionais enfrentadas pelos
agentes, servindo como meio reflexivo da pesquisadora junto a profissionais
ativos no setor porturio.
Esta etapa permitiu a finalizao dos frameworks constitudos nas
etapas posteriores, possibilitando-se a anlise crtica das informaes
coletadas e das estruturas de trabalho traadas.
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ETAPA 4ANLISE CRTICA:
Por fim, esta parte contemplou discusses prtica e terica do modo
como os procedimentos so geridos e como esto organizados. A anlise
crtica contou com informaes de mltiplos canais, que foram identificadas
conforme expostas, sendo embasada na discusso proposta pelos autores
MCLINDEN, WIDDONSON e DOYLE (2011) do Banco Mundial. O uso desta
literatura embasou a discusso da melhoria dos pontos crticos identificados,
pois consiste num handbook para orientar a modernizao da gesto dos
procedimentos de fronteira.
Complementarmente, foram estudadas as inter-relaes dos pontos
crticos para evidenciar o modo com que influenciam uns aos outros e, assim,
identificar os mais influentes no problema de reteno das cargas
conteinerizadas.
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1.3 Estrutura do trabalho
O presente trabalho foi estruturado nas seguintes partes:
CAPTULO 2: Discorre sobre o dilema entre controle e facilitao na gesto
das cargas conteinerizadas estrangeiras e sobre as operaes logsticas que
as envolvem, apresentando as principais instalaes que suportam este fluxo
de cargas e os agentes intervenientes nestas operaes logsticas.
CAPTULO 3: Descreve a gesto dos procedimentos de fronteira com
destaque das especificidades operacionais do Porto de Santos, campo de
pesquisa escolhido, com evidncia da questo do tempo dispendido. Na
importao foram pontuados: (1) Licenciamento de importao; (2)
Procedimentos com o navio; (3) Trnsito aduaneiro, transferncia e
armazenagem de contineres; (4) Nacionalizao e suas tratativas
preliminares / complementares. Quanto aos procedimentos para exportao
foram descritos: (1) Procedimentos logsticos das cargas conteinerizadas; (2)
Procedimentos aduaneiros; (3) Procedimentos com o navio.
CAPTULO 4: Analisa, criticamente, a gesto dos procedimentos de fronteira
no Porto de Santos dentro do cenrio construdo. O processo de anlise
contemplou: (1) Identificao dos principais pontos crticos que impactam no
tempo dispendido das operaes; (2) Discusso da inter-relao dos pontos
crticos.
CAPTULO 5: Apresenta concluses do trabalho realizado.
CAPTULO 6: Explora os limites da pesquisa e apresenta sugestes para
novos estudos cientficos.
Ser, por fim, apresentadas as referncias bibliogrficas da pesquisa e
exposto o apndice do trabalho.
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2. INTRODUO AO TEMA
Por meio da aplicao dos procedimentos de fronteira visam os pases
a regular a entrada e a sada de pessoas e de mercadorias de seus
territrios. A eles somam-se os trmites operacionais e burocrticos exigveis
para a liberao das cargas ou das pessoas a transitar por pontos no
territrio nacional com contato internacional, isto , portos martimos,
aeroportos internacionais e pontos de fronteira. O controle das fronteiras
vital para a segurana da nao e de seus cidados (ELIK; IHSAN, 2006).
Por gesto das cargas do comrcio exterior compreende-se o modo
com que so aplicados e geridos os procedimentos de fronteira, que incluem
a atuao de diferentes agentes, incluindo-se a aduana, com seus
procedimentos aduaneiros. Mediante tais procedimentos, permite-se que
mercadorias nacionais, na exportao, possam receber os procedimentos de
fronteira, de modo a torn-las estrangeiras. Na importao, por outro lado,
permite-se o recebimento de mercadorias estrangeiras do exterior,
viabilizando sua entrada no pas, tanto de maneira fsica quanto burocrtica.
Devido especificidade das operaes, a gesto das cargas estrangeiras
pode somente ocorrer em instalaes alfandegadas, que, no caso porturio,
incluem a parcela alfandegada do porto organizado martimo e os recintos
alfandegados externos a ele, como o Centro Logstico Industrial e Aduaneiro
(CLIA) e as Estaes Aduaneiras do Interior (EADIs).
A gesto dos procedimentos de fronteira realizada por diversos
rgos pblicos, tambm denominados agentes intervenientes, j que
intervm nas operaes logsticas. Cabe a eles interferir nas mais diversasordens, como sanitria, fitossanitria, dentre outras, como ser visto mais
frente, de modo a assegurar o atendimento das questes bsicas de
proteo do pas, das pessoas, do meio ambiente. Deste modo, tais agentes
impem o controle das fronteira, intervindo no fluxo logstico, no caso, das
cargas conteinerizadas e das embarcaes.
Como exposto por MCLINDEN; WIDDOWSON; DOYLE (2011),
procedimentos de fronteira desatualizados e excessivamente burocrticosimpostos pela aduana e outros intervenientes so vistos, na atualidade, como
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barreiras maiores que as tarifrias para o comrcio internacional. HORKMAN
e NICITA (2011) colocam que as tarifas ainda so instrumentos utilizados
para restringir o comrcio internacional, mas cuja importncia tem diminudo.
Assim, PORTUGAL-PEREZ e WILSON (2012) expem que reformas para
facilitao do comrcio passaram a ser o foco dos governos dos pases em
desenvolvimento.
A literatura tambm expe que a gesto dos procedimentos de
fronteira est entre os elos mais problemticos da cadeia global de
suprimentos, visto o tempo e o custo envolvidos em seus trmites e,
principalmente, na imprevisiblidade das operaes.
Even more than time and cost, logistic performance depends onthe reliability and predictability of the supply chain. [...] A high degree ofuncertainty means that operators have to adopt costly hedging strategies[...] that can be larger than the direct costs. (ARVIS et al., 2010).
A facilitao das operaes, por outro lado, inclui prticas de gesto
com menor impacto na logstica das cargas; ou seja, ela prega o
estabelecimento do fluxo contnuo das cargas pelas instalaes
alfandegadas, ou, pelo menos, a interrupo no fluxo quando notada
necessidade para tal. Assim, possibilita-se o maior dinamismo comercial e
operaes logsticas mais rpidas e menos custosas, o que muito agrega
para os importadores e exportadores. PORTUGAL-PEREZ e WILSON (2012)
simplifica a questo da facilitao de comrcio para medidas que reduzem o
custo das operaes de importao e de exportao quando as mercadorias
esto nos recintos alfandegados (on-the-border), que basicamente envolvem
a simplificao e a padronizao das formalidades aduaneiras e dos
procedimentos administrativos relativos importao ou exportao. SOUZA
e BURNQUIST (2011) sugerem que a simplificao dos procedimentos de
fronteira pode ser entendida como a reduo do nmero de etapas que os
exportadores e importadores defrontam.
O estudo Border Management Modernization define a facilitao do
comrcio internacional da seguinte forma:
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Trade facilitation is the simplification, standardization, andharmonization of procedures and associated information flows to movegoods from seller to buyer and to make payment. (MCLINDEN;WIDDOWSON; DOYLE, 2011)
A literatura sugere uma definio mais ampla:
Trade facilitation is identifying and addressing bottlenecks that areimposed by weakness in trade related logistics and regulatory regimesand that prevent the timely, cost effective movement of goods. (MCLINDEN; WIDDOWSON; DOYLE, 2011).
A facilitao da gesto dos procedimentos de fronteira, contudo,
consiste em esforos liderados por organismos internacionais de renome no
comrcio internacional. Instituies como OMA, OMC e Banco Mundial
lideram as publicaes e o interesse em disseminar boas prticas de
modernizao da gesto das cargas. Por outro lado, tais aes
modernizantes entram em conflito com os modelos aduaneiros existentes nos
pases, visto que so complexos por envolverem diversos intervenientes,
cada qual com responsabilidades distintas6.
PORTUGAL-PEREZ e WILSON (2012) complementa que, alm dos
aspectos on-the-border, a facilitao de comrcio tambm inclui aspectos
beyond-the-border, como o ambiente de negcios (business environment), a
qualidade da infraestrutura, transparncia e regulao. Assim, os autores
classificam como fatores hard a infraestrutura fsica e tecnologia de
informao e, como soft, a gesto aduaneira e eficincia de transporte
6Os organismos internacionais que regulam e atuam no comrcio internacional foram, emsua maioria, idealizados e criados ao trmino da Segunda Guerra Mundial, quando aspotncias da poca realizaram inmeras conferncias para tratar da ordem e da economiados Estados. Durante as conferncias de Bretton Woods, criaram-se a Organizao dasNaes Unidas (ONU), o Fundo Monetrio Internacional (FMI), ambas em 1945, e o BancoMundial, em 1946. (MENEZES et al., 2010). Ademais, criaram a OIC (OrganizaoInternacional do Comrio), que nunca entrou em vigor, mas que propiciou, em 1948, o
Acordo Geral de Tarifas e Comrcio (GATT), que foi institudo para promover a liberalizaodo comrcio mundial e disciplinar o intercmbio comercial entre as naes.
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(border and transport efficiency 7) ambiente de negcios e marcos
regulatrios.
justamente neste dilema entre controle e facilitao que este
trabalho se insere. O crescente comrcio exterior brasileiro exige o
incremento dos fluxos pelos portos martimos, o que, implica, ento, em
procedimentos geis e, da mesma forma, seguros. No caso brasileiro,
entretanto, h muito para ser revisto e modernizado, visto que as
mercadorias permanecem demasiadamente nas instalaes porturias
espera da aplicao dos procedimentos de fronteira. SOUZA e BURNQUIST
(2011) concluiram que avanos na facilitao de comrcio so
particularmente importantes para o Brasil devido ao tempo de desembarao
alfandegrio (foi avaliado como um dos mais demorados no estudo que
envolveu 43 pases).
Estudar o modo atual de gesto das cargas nos portos brasileiros
consiste na oportunidade de identificao dos principais pontos crticos do
modelo, o que, por consequncia, viabiliza a modernizao do sistema para
diminuir a reteno desnecessria das cargas. A seguir, nos items 2.2 e 2.3,
sero vistos, respectivamente, as principais instalaes porturias que
atendem o comrcio exterior, o que a elas incluem os portos martimos e os
recintos alfandegados externos a eles; e os principais agentes intervenientes
das operaes logstico-porturia.
7Por border and transport efficiencycompreende-se: nmero de documento para exportar;
nmero de dias para exportar; nmero de documentos para importar; nmero de dias paraimportar.
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2.1 As principais instalaes alfandegadas que suportam o comrcio
conteinerizado
O comrcio conteinerizado martimo estabelecido em meio a
instalaes alfandegadas que compem rotas logsticas de importao ou
exportao, j que nelas so exercidos maiores controles dos fluxos para
garantir a aplicao e o cumprimento das exigncias de fronteira. Este
comrcio representa cerca de 90% do comrcio exterior brasileiro, cuja
evoluo foi ilustrada pela Figura 2.
Figura 2Evoluo do comrcio exterior brasileiro8. Fonte: UNCTAD (2011).
Entretanto, como mostrado pela Figura 3, a participao da corrente
do comrcio exterior no PIB brasileiro fica em torno dos 20%, com algumasoscilaes ano a ano. Pela Figura 4, pode-se verificar que a participao das
importaes e exportaes brasileiras no total global correspondem,
respectivamente, a 1,3% e a 1,4%. Assim, comparando-se com outros
pases, como Estados Unidos e China, que respondem, cada um, por 20% do
8O ano de 1808 foi considerado o Ano Zero do Comrcio Exterior do Brasil devido assinatura de D. Joo, Prncipe Regente de Portugal, da Carta de Abertura dos Portos s
Naes Amigas, que rompeu com o pacto colonial entre Brasil e Portugal, quebrou com omonoplio comercial que Portugal detinha sobre o Brasil e inaugurou uma nova fase deautonomia econmica e comercial brasileira. (MENEZES et al., 2010).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010FluxocomercialdoBrasilem
b
llhesdedlares
Evoluo do comrcio exterior brasileiro
Exportao f.o.b Importao c.i.f Total
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comrcio internacional, pode-se verificar a oportunidade de incremento da
atuao brasileira no cenrio internacional. Para tanto, uma srie de fatores
econmicos e de infraestrutura devem ser desenvolvidos no pas de modo a
possibilitar a maior insero da produo brasileira no cenrio global
(incluindo-se aes de desburocratizao dos servios aduaneiros, foco
desta pesquisa).
Figura 3Participao das importaes e exportaes no PIB do Brasil.9
Figura 4Participao dos pases no total importado e exportado pelo mundo.10
9
MDIC. Balana Comercial Brasileira dados consolidados. 2012. Disponvel em:. Acessoem: 18 de abril de 2013.
12,39,5
6,8 4,6
1,3
8,1
10,4
8,1
4,5
1,4
0
4
8
12
16
20
EstadosUnidos
China Alemanha Japo Brasil
Participao % no total importado e exportado do mundo
Importao Exportao
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O fluxo das cargas importadas ou exportadas estabelecido em meio
a recintos alfandegados, que so instalaes especiais no territrio aduaneiro
alfandegados pela Receita Federal. Estes recintos localizam-se em portos
martimos, aeroportos internacionais, pontos de fronteira ou em outras
localidades dispersas pelo pas. No mbito do porto martimo, incluem-se as
Instalaes Porturias Alfandegadas, as IPAs, e o terminais porturios, que
costumam ser alfandegados. Externamente ao porto organizado, as Estaes
Aduaneiras do Interior (EADIs), tambm conhecidas como Portos Secos, e os
Centros Logsticos e Industriais Aduaneiros (CLIAs).
A primeira distino entre os recintos alfandegados corresponde
zona do territrio aduaneiro primria ou secundria a que pertencem.
Segundo o Regulamento Aduaneiro (Decreto n6.759/2009), caracterizam-se
da seguinte forma:
Zona Primria:abrange a rea terrestre ou aqutica, contnua
ou descontnua, nos portos alfandegados, e a rea terrestre
dos aeroportos alfandegados e dos pontos de fronteira
alfandegados. Deste modo, incluem-se nesta zona as IPAs e
os terminais porturios alfandegados dos portos
organizados martimos;
Zona Secundria: compreende a parte restante do territrio
aduaneiro, e nela esto includas as guas territoriais e o
espao areo. A encontram-se os CLIAs e as EADIs.
Enquanto as zonas primrias esto voltadas para o atendimento dos
fluxos de entrada ou sada das cargas conteinerizadas do pas, as zonas
secundrias esto voltadas ao suporte do fluxo logstico e ao armazenamento
prolongado delas no territrio nacional. Como coloca PENHA (2010), os
CLIAs e as EADIs podem ser vistos como poros territoriais dispersos no
pas, que esto incumbidos de auxiliar nos fluxos de mercadorias pelas zonas
primrias.
10 MDIC. Balana Comercial Brasileira dados consolidados. 2012. Disponvel em:
. Acessoem: 18 de abril de 2013.
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Apesar dos portos secos existirem no pas desde os anos de 1970,
eles ganharam maior importncia a partir de 1993, devido s mudanas
polticas e econmicas no pas e a ento promulgao da Lei de
Modernizao dos Portos (NG; PADILHA; PALLIS, 2013; e PENHA, 2010).
Foi quando o comrcio exterior brasileiro passou a ter um novo dinamismo.
Em 2012, encontravam-se em operao no pas 65 portos secos (dos
quais cinco so CLIAs) operados por diferentes operadores privados (NG;
PADILHA; PALLIS, 2013). Os portos secos (ou EADIs) encontram-se
majoritariamente distribudas pelas regies sul e sudeste, ao passo que os
CLIAs existente localizam-se no Estado de So Paulo (sendo quatro
existentes na baixada santista e um em Suzano). Diferentemente das EADIs,
os CLIAs puderam ser instalados somente no ano de 2006, por meio da MP
n 320 da Receita Federal, que logo foi extinta.
As instalaes dos portos secos localizam-se em regies industriais,
atendendo, principalmente, s importaes de eletrnicos, farmacuticos,
automveis e mquinas (NG; PADILHA; PALLIS, 2013). A importao
representa cerca de 70% das cargas manipuladas pelos portos secos no
Brasil (NG; PADILHA; PALLIS, 2013).
Como ilustrado pela Figura 5, os 10 principais portos de contineres
do pas movimentam 85% do total de TEUs 11 do Brasil, onde somente o
Porto de Santos foi responsvel por 43% das movimentaes. Dada a sua
relevncia, a Figura 6 retrata sua movimentao de TEUs entre os anos de
2006 a 2011, embora sua capacidade esttica esteja prxima do limite
aferido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de 3,1 milhes
de TEUs12. Ademais, em 2010, o pas movimentou 5,6 milhes de TEUs na
navegao de longo curso, no mesmo ano em que o movimento global foi de
11Os contineres esto relacionados com a unidade de medida TEU (twenty-foot equivalentunit), sendo que 1 TEU corresponde a um continer de 20 de comprimento e 2 TEUs a umcontiner de 40. O continer de 20 recomendado para carga geral de alta relaomassa/volume; a massa de sua estrutura metlica varia em torno de 1,8 2,4t e suportacarga mxima de cerca de 22t. O continer de 40 indicado para carga geral de mdiarelao massa/volume, sendo constitudo por 2,8 4t de estrutura metlica e suportandocarga mxima de, aproximadamente, 27t. (COIMBRA, 2011, p. 55).
12Movimento de contineres em alta. A Tribuna, Santos: 10 de maio de 2011. Disponvel
em: < http://www.portodesantos.com.br/clipping.php?idClipping=17518>. Acesso em: 14 demaio de 2012.
http://www.portodesantos.com.br/clipping.php?idClipping=17518http://www.portodesantos.com.br/clipping.php?idClipping=17518 -
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560 milhes de TEUs, representando 1% da movimentao global (ANTAQ,
2010; Shipping Statistics and Market Review, 2011).
Figura 5Movimentao de contineres na navegao de long curso. Fonte: ANTAQ, 2010.
Figura 6 Histrico evolutivo da movimentao de TEUs pelo Porto de Santos. Fonte:
ANTAQ, 2010 e CODESP, 201213.
132011 foi ano de tonelagem recorde para operaes do Porto de Santos. CODESP, Santos,17 de fevereiro de 2012. Disponvel em: . Acesso em: 14 demaio de 2012.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
MilhesdeTEUs
Movimentao de contineres em 2010
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
2006 2007 2008 2009 2010 2011
MilhesdeTEU
s
Movimentao de TEUs pelo Porto de Santos
http://www.portodesantos.com.br/pressRelease.php?idRelease=557http://www.portodesantos.com.br/pressRelease.php?idRelease=557 -
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Complementarmente, a Figura 7 retrata a participao da carga
conteinerizada no total escoado pelo Porto de Santos. Aproximadamente
30%, em termos mssicos, corresponde ao comrcio conteinerizado
estabelecido pelo Porto de Santos. O restante, cerca de 70%, corresponde s
mercadorias em granel lquido ou slido e s cargas gerais.
Figura 7 Participao da carga conteinerizada (em massa) no total escoado pelo Porto de
Santos. Fonte: CODESP, 201014; ANTAQ, 2010.
Quanto ao fluxo logstico das cargas conteinerizadas, as Figuras 8 e 9
retratam as possveies rotas logsticas para import-las ou export-las. Tais
opes incluem o porto organizado e os recintos alfandegados externos a
ele, que correspondem aos CLIAs e s EADIs.
14
Companhia Docas do Estado de So Paulo (CODESP). Relatrio Anual 2010. Disponvelem: . Acesso em: 11 de janeiro de 2012.
34% 36% 30% 31%
66% 64% 70% 69%
0%10%20%30%40%50%
60%70%80%90%
100%
2007 2008 2009 2010
Participao da carga conteinerizada no Porto de Santos
Carga conteinerizada Carga no conteinerizada
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Figura 8Possveis rotas alfandegadas para importao de cargas conteinerizadas pelo
Porto de Santos.
Figura 9Possveis rotas alfandegadas para exportao de cargas conteinerizadas pelo
Porto de Santos.
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Com base na Figura 8, pode-se listar as seguintes opes logsticas:
1. Armazenagem e nacionalizao da carga conteinerizada no
porto organizado (podendo ser no terminal ou em algum IPA);
2. Remoo do continer para algum CLIA da baixada santista
diretamente do terminal porturio ou proveniente de alguma
IPA;
3. Remoo da carga conteinerizada para alguma EADI
diretamente do terminal porturio, proveniente de alguma IPA
ou de algum CLIA da baixada santista.
Quanto Figura 9, as cargas conteinerizadas para exportao podem
ser transferidas dos CLIAs, das EADIs ou das IPAs para o terminal porturio.
Entretanto, podem-se, tambm, ser diretamente enviada ao porto, para que l
sejam submetidas aos procedimentos aduaneiros.
A deciso da escolha da rota logstica do importador, exportador ou
do despachante aduaneiro que os representa legalmente. Segundo NG,
PADILHA, PALLIS (2013), a excessiva burocracia e a alta complexidade dos
procedimentos aduaneiros aumentou a demanda pelo contato pessoal dos
despachantes aduaneiros (customs brokers) com os fiscais da aduana.
Assim, aumenta-se a importncia destes profissionais nos trmites de
importao e de exportao, que atuam com o intuito de agilizar os
processos, resolver problemas e minimizar multas.
Na sequncia, sero abordados os diferentes intervenientes das
operaes.
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2.2 Apresentao dos agentes intervenientes no fluxo das cargas
importadas e exportadas por via martima
Diversos so os agentes intervenientes no fluxo logstico das cargas
conteinerizadas e das embarcaes, sendo eles pertencentes estrutura
formal do setor porturio ou no. Sero aqui particularmente abordados os
agentes pblicos que, direta ou indiretamente, interferem na logstica das
cargas importadas ou exportadas pelos portos martimos.
Neste Captulo, sero explorados mais de 40 instituies provenientes
de mais de 10 ministrios, visto a alta desconcetrao de poder no que tange
gesto dos procedimentos de fronteira. O alto nmero de agentes
envolvidos nos procedimentos de fronteira ocorre pela tendncia da
administrao pblica de desconcentrar suas atividades em busca de maior
especializao tcnica (MEDAUAR, 2011). Entretanto, tal estratgia culmina
com uma gesto mais complexa e burocrtica devido existncia de
diferentes agentes e responsabilidades, que muito susceptvel falta de
sinergia operacional entre os envolvidos.
Sero identificados, no item 2.2.1, os agentes que compem a
estrutura do setor porturio martimo, onde, por consequente, sero
ressaltados aqueles envolvidos nas operaes porturias.
Complementarmente, no item 2.2.2, sero apresentados os demais agentes
intervenientes no fluxo das cargas, que, por ventura, incluir apresentao de
relevantes agentes, como a Receita Federal, a autoridade aduaneira do pas.
2.2.1 Agentes da estrutura organizacional do setor porturio martimo:
Enfoque ao nivel operacional
As instituies que compem a estrutura formal do setor porturio
brasileiro formulam, regulam, fiscalizam e operam os portos brasileiros. Sero
particulamente explorados os agentes que atuam junto aos portos martimos,
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que foram estabelecidos aps a Lei de Modernizao dos Portos (Lei
8.630/1993)15.
O setor possui uma estrutura organizacional definida, podendo ser
classificado segundo os nveis de governo e local, como sugere GOLDBERG
(2009). No nivel de governo, cabem os agentes que respondem por polticas
do setor e pela legislao na esfera federal, apresentando-se listados como o
grupo A da Tabela 1. No nivel local, cabem aqueles que operam, gerenciam e
administram o porto organizado, estando retratados como os grupos B e C
Tabela 1.
O organograma institucional simplificado destes agentes aparece na
Figura 10, cujas linhas tracejadas implicam em vnculo ou subordinao
indireta.
Tabela 1Classificao dos agentes do setor porturio martimo.
Grupo rgos / Instituies
A.Agentes de formulao de polticas,
planejamento e regulao do setor
porturio martimo
Conselho Nacional de Integrao de Polticas
de Transporte (CONIT)
Agncia Nacional de Transportes
Aquavirios (ANTAQ)
Secretaria Especial dos Portos (SEP)
B.Agentes da administrao porturia
martima
Conselho de Autoridade Porturia (CAP)
Autoridade Porturia (AP)
rgo Gestor da Mo-de-Obra do Trabalho
Porturio Avulso (OGMO)
C.Agentes da autoridade martima Diretoria de Portos e Costas (DPC)
Capitania dos Portos
15
A Lei de Modernizao dos Portos, tambm conhecida como Lei dos Portos, implicou emforte reestruturao do setor porturio, especialmente no que tange maior insero dosetor privado na operao porturia, para desenvolvimento setorial.
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Figura 10Estrutura organizacional simplificada do setor porturio martimo16.
Sero apresentados, na sequncia, os agentes mencionadas na
Tabela 1 segundo o grupo a que pertencem.
2.2.1.1 Grupo A - Agentes de formulao de polticas, planejamento e
regulao do setor porturio martimo
Os agentes deste grupo (CONIT, ANTAQ e SEP) respondem porquestes do nvel de governo, no sendo, portanto, interferentes diretos no
fluxo logstico das cargas. Embora a SEP seja tambm do alto nivel, ela a
responsvel direta pelos portos martimos, cabendo tambm a ela
implementar projetos de melhoria operacional do setor porturio.
16 Foram excludos do fluxograma os agentes do Ministrio dos Transportes atuantes nos
portos fluviais e nos sitema hidrovirio (DNIT e CODOMAR), alm dos agentes dosMinistrios: da Fazenda, da Justia, do Meio Ambiente, onde os ltimos sero tratados noitem 2.2.2.
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Conselho Nacional de Integrao de Polticas de Transporte CONIT:
O CONIT um rgo de assessoramento diretamente vinculado
Presidncia da Repblica, institudo pela Lei 10.233/2001 para promover a
integrao multimodal dos transportes. um rgo multiministerial composto
pelos seguintes 10 ministros: dos Transportes (presidente), da Casa Civil, da
Defesa, da Justia, da Fazenda, do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio
Exterior, do Planejamento, Oramento e Gesto, das Cidades, do Meio
Ambiente e dos Portos.
Devido ao envolvimento de diferentes ministros no Conselho,
principalmente aqueles do setor de transportes, sua principal
responsabilidade propor medidas para a maior integrao multimodal do
pas.
Agncia Nacional de Transportes Aquavirios ANTAQ:
A ANTAQ foi criada em 2001 pela Lei 10.233 como uma agncia
reguladora17 vinculada, administrativamente, ao Ministrio dos Transportes.
Ela foi instituda para implementar as polticas formuladas pelo MT, pela SEP
e pelo CONIT, e para regular e fiscalizar os setores porturio e aquavirio. A
ANTAQ particularmente atuante na regulao das concesses de
instalaes porturias e elaborao de planos de outorgas dos portos
martimos.
17As agncias reguladoras so autarquias especiais criadas para exercerem funes deregulao e fiscalizao; foram criadas, em sua maioria, na dcada de 90, por conta dosprocessos de privatizao ocorridos naquela poca, como foi exposto por PALUDO (2010). Aliteratura tambm expe que h dois tipos de agncias reguladoras: aquelas que exercempoder de polcia, como a ANVISA do Ministrio da Sade, e as que controlam as atividades
que constituem objeto de concesso, permisso, ou autorizao de servio pblico como aANTAQ. (PALUDO, 2010, p. 33).
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A agncia composta por uma Diretoria Colegiada, que possui
diversos rgos ligados a ela, e pelas Superintendncias 18 , que so
responsveis pelas atribuies tcnicas.
Secretaria Especial de Portos da Presidncia da Repblica SEP/PR:
A SEP foi instituda em 2007 pela Medida Provisria no 369, ento
convertida na Lei 11.518/2007, para desenvolver o setor porturio martimo
que estava a cargo do Ministrio dos Transportes. A ela cabe formular,
coordenar e supervisionar as polticas nacionais dos 33 portos organizados
martimos, alm de coordenar e controlar as Companhias Docas, as
autoridades porturias (APs), que esto a ela vinculadas.
Ela foi criada com status de ministrio para dar foco s questes do
setor porturio e moderniz-lo, visto as vrias dcadas que permaneceu
negligenciado. Foram mantidas as responsabilidades dos transportes
rodovirio, ferrovirio e aquavirio a cargo do Ministrio dos Transportes.
Ela composta por duas secretarias especficas:
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Porturio, que
possui trs Departamentos: de Planejamento Porturio, de
Revitalizao e Modernizao Porturia e de Sistemas de
Informaes Porturias;
Secretaria de Gesto e Infraestrutura de Portos, que possui os
Departamentos de Gesto Porturia, de Desempenho
Operacional e de Infraestrutura Porturia.
Alguns dos principais projetos realizados pela SEP so:
O Plano Nacional de Logstica Porturia (PNLP) para estudo
desenvolvimentista do setor para os prximos 20 anos;
18As Superintendncias so: de Portos, de Navegao Martima e de Apoio, de NavegaoInterior e de Administrao e Finanas.
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O Programa Nacional de Dragagem (PND) para promover maior
investimento nas operaes de dragagem dos portos e reduzir
os problemas nos canais de acesso a eles;
O Projeto Porto Sem Papel (PSP) para estabelecer a melhorgesto das informaes por meio de uma plataforma integrada
e com acesso permitido a diferentes agentes.
2.2.1.2 Grupo B - Agentes da administrao porturia
Este grupo retrata agentes que atuam no nivel local das operaes
porturias, incluindo a eles as autoridades e os conselhos de autoridade
porturia e os rgos Gestores de Mo de Obra (OGMOs).
Autoridade Porturia AP:
As Autoridades Porturias foram institudas em 1993 (pela Lei
8.630/1993) para serem as responsveis pela administrao do porto
organizado, sendo suas atribuies regidas por essa Lei e pelo Decreto
6.620/2008.
A elas cabem, principalmente, administrar e fiscalizar as operaes do
porto organizado; planejar o seu desenvolvimento, fiscalizar projetos de
investimento, arrendar reas, autorizar atracao e desatracao das
embarcaes.
Dentre as APs existentes, destacam-se as Companhias Docas
Federais 19 , responsveis pela administrao de 18 portos martimos de
19Companhia Docas do Cear (CDC), Companhia Docas do Esprito Santo (CODESA),
Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA), Companhia Docas do Par (CDP),Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Companhia Docas do Rio Grande do Norte(CODERN) e Companhia Docas do Estado de So Paulo (CODESP).
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responsabilidade da SEP, podendo elas atuar em mais de um porto
organizado.
A AP do Porto de Santos a CODESP, Companhia Docas do Estado
de So Paulo.
Conselho de Autoridade Porturia CAP:
O CAP foi criado pela Lei dos Portos (Lei 8.630/1993) para atuar no
mbito do porto organizado, servindo como um agente conciliador dos vrios
stakeholders que nele atuam. O Conselho atua nas questes relativas
explorao e ao funcionamento do porto organizado, que inclui, por exemplo,
a definio de horrios de funcionamento e a cobrana de tarifas.
composto pelos seguintes quatro blocos:
Representantes do poder pblico (das esferas federal, estadual
e municipal);
Operadores porturios, incluindo-se autoridade porturia,
armadores, arrendatrios das reas no porto; Trabalhadores porturios; e
Usurios dos portos (importadores, exportadores, por exemplo).
O CAP possui poder deliberativo sobre a autoridade porturia, embora
suas atribuies e estrutura de governana no sejam muito bem definidas.
rgo Gestor de Mo de Obra OGMO:
O OGMO corresponde a uma entidade civil de utilidade pblica, sem
fins lucrativos, criada em 1993 pela Lei dos Portos (Lei 8.630) e constituda
pelos operadores do porto em que atua. O OGMO responsvel pela mo de
obra nos portos pblicos, no tocante aos seguintes aspectos: movimentao,transporte, acondicionamento das cargas; carregamento e descarregamento
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das embarcaes; recebimento e conferncia das cargas; abertura,
contagem e anotao dos volumes das cargas; adequadao das
embalagens, reparo das instalaes porturias, fiscalizao do trnsito na
rea do porto organizado, dentre outros.
2.2.1.3 Grupo C Agentes da autoridade martima
Os agentes desse grupo (Diretoria de Portos e Costas e a Capitania
dos Portos) tambm atuam no nivel local das operaes porturias e fazem
parte da Marinha do Brasil, a autoridade martima do pas. A ela cabe
normatizar o trfego aquavirio e fazer cumprir as normas estabelecidas.
Diretoria de Portos e Costas DPC:
A DPC um rgo integrante da Diretoria Geral de Navegao da
Marinha do Brasil, que, de maneira geral, normatiza o trfego aquavirio. Ela
responsvel pelo trfego do espao aquavirio, pelas obras de dragagem,
pelos servios de praticagem, pelas fiscalizaes s embarcaes visando a
segurana.
As principais atribuies da DPC esto definidas na Lei 9.537/1997,
tambm conhecida como Lei de Segurana do Trfego Aquavirio (LESTA).
Capitania dos Portos:
Capitania dos Portos compete a segurana da navegao e o
trfego martimo. subordinada ao Comando de Operaes Navais do
Comando da Marinha do Ministrio da Defesa, cabendo a ela fazer cumprir
as normas estabelecidas pela DPC.
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atuante no Porto de Santos a Capitania dos Portos do Estado de
So Paulo.
2.2.2 Demais agentes intervenientes no fluxo das cargas: Apresentao
dos agentes gerenciais, reguladores e operacionais do comrcio
exterior brasileiro
Diferentemente dos agentes que compem o setor porturio martimo,
os agentes que atuam junto ao comrcio exterior brasileiro encontram-se
espalhados em diversos rgos pblicos. Segundo classificao proposta
pela SECEX (Secretaria do Comrcio Exterior) do Ministrio do
Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) 20 , possvel
design-los nos seguintes quatro grupos:
1. Formuladores de polticas e diretrizes do comrcio exterior
brasileiro21;
2. Defensores dos interesses brasileiros no exterior22;
3. Gerenciais, reguladores e operacionais;
4. Apoiadores do comrcio exterior brasileiro23.
20Esta classificao foi sugerida pela SECEX do MDIC por meio de uma apostila sobre aestrutura do comrcio exterior e adaptada pela autora. SECRETARIA DO COMRCIOEXTERIOR (SECEX). Estrutura do Comrcio Exterior. Disponvel em:http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1251143349.pdf.Acesso em: 22 de janeiro de 2012.
21 A eles incluem agentes formuladores de polticas e diretrizes do comrcio exterior
brasileiro encopassam a Cmara do Comrcio Exterior (CAMEX), o Conselho MonetrioNacional (CMN) e a Cmara de Poltica Econmica, que realizam polticas e estabelecemdiretrizes do comrcio exterior brasileiro na escala federal.
22A eles incluem agentes defensores dos interesses brasileiros no exterior que servemprincipalmente para promover os produtos brasileiros no exterior, firmar acordos bilaterais,agregar benefcios aos importadores ou exportadores brasileiros, destacam-se o Ministriodas Relaes Exteriores (MRE), o Departamento de Defesa Comercial (DECOM) do MDIC, oDepartamento de Negociaes Internacionais (DEINT) do MDIC, a Secretaria de AssuntosInternacionais (SAIN) do Ministrio da Fazenda (MF).
23Constitudos pelo Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico
e Social (BNDES), a Agncia de Promoo de Exportaes (APEX Brasil), a EmpresaBrasileira de Correiros e Telgrafos (ECT), dentre outros.
http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1251143349.pdfhttp://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1251143349.pdf -
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Devido estreita relao que possuem com o fluxo logstico das
cargas, sero aqui particularmente explorados os agentes gerenciais,
reguladores e operacionais do comrcio exterior brasileiro, classificados no
terceiro grupo, que rene mais de 30 agentes institucionais. Eles atuam,
principalmente, na aplicao dos procedimentos de fronteira, o que inclui o
controle e a fiscalizao de mercadorias, de suas embalagens e dos meios
de transporte.
Tais agentes aparecem na Tabela 2, e sua estrutura hierrquica est
representada na Figura 11.
Tabela 2Agentes gerenciais, reguladores e operacionais do comrcio exterior brasileiro.
Ministrios Agentes
Ministrio do Desenvolvimento,
Indstria e Comrcio Exterior
Secretaria do Comrcio Exterior (SECEX)
Departamento de Operaes do Comrcio
Exterior (DECEX)
Ministrio da Fazenda Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)
Banco Central do Brasil (BACEN)24
Ministrio da Justia Departamento de Polcia Federal (DPF)
Ministrio da Sade Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
(ANVISA)
Ministrio da Agricultura,
Pecuria e Abastecimento
Sistema de Vigilncia Agropecuria Internacional
(VIGIAGRO)
Vrios Anuentes de cargas: 16 rgos / instituies de
10 distintos Ministrios (foram listados na Tabela
5).
24O BACEN foi criado pela Lei 4.595/1964 como parte do Ministrio da Fazenda (MF),sendo o centro do sistema econmico brasileiro. Suas funes no mbito do comrcioexterior do pas ligam-se aos aspectos cambiais e financeiros das transaes comerciais que
envolvem os outros pases. Esta instituio, embora muito atuante nas questes gerenciais,operacionais e reguladoras do comrcio exterior do pas, no ser alvo de anlise nestetrabalho pois no interfere no fluxo logstico das cargas pelos portos.
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Figura 11Organograma institucional dos agentes gerenciais, reguladores e operacionais
do comrcio exterior brasileiro.
Com exceo do BACEN, sero tratados, na sequncia, os agentes
mencionados na Tabela 2. Os agentes anuentes das cargas, que possuem a
funo de autorizar a importao ou a exportao, sero apresentados mais
especificamente no item 2.2.2.1.
Secretaria do Comrcio Exterior SECEX / Departamento de Operaes
do Comrcio Exterior DECEX:
A SECEX corresponde a uma das secretarias do Ministrio do
Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC)25
, incubida dasoperaes do comrcio exterior brasileiro. A ela encontra-se vinculado o
DECEX, dentre outros departamentos26.
25O MDIC o principal ponto de contato do setor produtivo com o setor pblico, sendo olocal onde se formulam as polticas voltadas ao incremento da atividade empresarial comvistas ao desenvolvimento do pas (LUZ, 2009).
26Os cinco Departamentos que compem a SECEX so:
Departamento de Operaes de Comrcio Exterior (DECEX) Departamento de Negociaes Internacionais (DEINT) Departamento de Defesa Comercial (DECOM)
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A SECEX um rgo gestor responsvel pelo controle administrativo
das importaes e exportaes do pas, cabendo-lhe acompanhar o
desenvolvimento do comrcio exterior brasileiro, gerenciar a poltica de
informaes e difundir a cultura exportadora. (LUZ, 2009).
O DECEX tambm um rgo anuente das importaes e das
exportaes brasileiras vide item 2.2.2.1 mas, pelo fato de exercer
controle administrativo, no provoca efeito na logstica porturia das cargas
conteinerizadas.
Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB:
A Secretaria da Receita Federal do Brasil27, chamada simplesmente
por Receita Federal, um rgo especfico, singular, subordinado ao
Ministrio da Fazenda. responsvel pelo desenvolvimento de polticas
tributrias no pas e por sua administrao, pelo combate sonegao fiscal,
ao contrabando, ao descaminho, pirataria, fraude comercial, ao trfico de
drogas e a outras prticas ilcitas.
a autoridade aduaneira do pas, sendo responsvel pelos controles
aduaneiro e fiscal. Segundo LUZ (2009), o controle aduaneiro tem carter
econmico (ou extrafiscal), que visa proteger a indstria local contra a
entrada de mercadorias danosas ao pas, que aplicam prticas ilegais do
comrcio internacional, que so falsificadas ou que apresentam outras
caractersticas irregulares. Complementarmente, o controle tributrio baseia-
se na arrecadao de tributos sobre o comrcio exterior para financiar ofuncionamento do Estado. A Aduana aplica, portanto, os procedimentos
Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio Exterior(DEPLA)
Departamento de Normas e Competitividade no Comrcio Exterior (DENOC)
27
A denominao Secretaria da Receita Federal do Brasil surgiu com a Lei n 11.45, de 16de maro de 2007.