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Dissertação de Mestrado PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HIPERTENSOS CADASTRADOS NO HIPERDIA E O SEU CONTROLE EM UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL Clarita Silva de Souza

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Dissertação de Mestrado

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HIPERTENSOS CADASTRADOS

NO HIPERDIA E O SEU CONTROLE EM UMA CIDADE DE

MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL

Clarita Silva de Souza

i

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL/ FUNDAÇÃO

UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Área de Concentração: Cardiologia e Ciências da Saúde

Dissertação de Mestrado

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HIPERTENSOS CADASTRADOS

NO HIPERDIA E O SEU CONTROLE EM UMA CIDADE DE

MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL

Autora: Clarita Silva de Souza Orientadora: Dra. Lúcia Pellanda

Co-orientadores: Dr. Airton T. Stein, Dra. Gisele N. Bastos

Dissertação submetida como requisito para obtenção do grau de Mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cardiologia e Ciências da Saúde, da Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre 2012

ii

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Bibliotecária responsável: Marina Miranda Fagundes CRB 10/2173

S729p Souza, Clarita Silva de

Perfil epidemiológico em hipertensos cadastrados no Hiperdia e o seu controle em uma cidade de médio porte no sul do Brasil / Clarita Silva de Souza ; orientadora Lucia Campos Pellanda. – Porto Alegre : 2013.

102 f.; il. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Cardiologia / Fundação

Universitária de Cardiologia – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia, 2013.

1. Hipertensão arterial sistêmica. 2. Perfil epidemiológico.

3. Controle da pressão arterial . 4. Hiperdia. I. Pellanda, Lucia Campos. II.Título.

CDU: 616.12-008.331.1(816.5)

iii

AGRADECIMENTOS

Escrever uma dissertação de Mestrado é uma experiência

enriquecedora de plena superação. Para aqueles que compartilham conosco

desse momento, parece uma tarefa interminável e enigmática que só se torna

realizável graças a muitas pessoas, mesmo sem saber o que e para que nos

envolvemos em pesquisa. A construção deste trabalho foi realizada por várias

mãos e mentes, as quais quero agradecer da maneira mais profunda:

À minha família, ao meu pai, pelo sorriso largo e fala franca e, em

especial, minha mãe, pelo exemplo de caráter e por ter me despertado para a

Enfermagem.

À alma gêmea de minha’lma: Jandir, por tudo o que vivemos juntos e

pelo apoio incondicional nos momentos de inquietação e cansaço.

Aos meus filhos, Raul e Betânia, pela compreensão nos momentos de

dedicação absoluta aos estudos. Com vocês exercito a forma mais linda do

amor!

À equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, em

particular aos Coordenadores das Unidades de Saúde e aos responsáveis pela

pesquisa de campo, sem os quais este objetivo não teria sido alcançado.

À minha amiga Elaine Duarte, meu anjo da guarda, presente em todos

os momentos, apoiando e incentivando. Sem ela, a caminhada teria sido bem

mais difícil.

Às minhas outras amigas, Tatiane Souza e Maristela Ruphental, por todo

o auxílio, disponibilidade e presença constante.

À Marcia Camarano, pela amizade e revisão do texto.

iv

Aos sujeitos desta pesquisa, cadastrados no Hiperdia, que participaram

desta pesquisa, pois sem eles nenhuma destas páginas estaria completa.

À Coordenação da Fundação Universitária de Cardiologia, em especial

ao Prof. Dr. Kalil, pela oportunidade de realização deste mestrado, os quais

tenho orgulho de mencionar, por fazer parte do seu corpo discente.

A todos que, direta ou indiretamente, foram muito importantes na

elaboração deste trabalho: Drª. Sílvia Goldmeier, estatísticos Vânia Hirakata e

Fábio Bogo, colegas de mestrado, bem como a todos os funcionários e

professores do PPG.

Aos amigos que fizeram parte desses momentos, sempre incentivando.

Àqueles que por um lapso não mencionei, mas que colaboraram para

esta pesquisa: abraços fraternos a todos!

Aos meus mestres, Prof. Dr. Airton T. Stein e Drª. Gisele N. Bastos, meus

co-orientadores, pelo exemplo de profissionais e amor à saúde coletiva, que

sempre me ajudaram, de forma objetiva, esclarecedora, pacientemente,

durante todo o período deste trabalho.

Por fim, gostaria de agradecer à Profª. Drª. Lúcia Pellanda, minha

orientadora. Muito obrigada pelo convívio, pela paciência, compreensão e pela

confiança depositada. Saiba que sua delicadeza, simplicidade e competência

representam um verdadeiro referencial na minha formação profissional.

v

SUMÁRIO

BASE TEÓRICA........................................................................................ 01

1 INTRODUÇÃO................................................................................... 02

2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 06

2.1 Epidemiologia da HAS no mundo.............................................. 07

2.2 Epidemiologia da HAS no Brasil................................................ 08

2.3 Prevenção Secundária da Hipertensão Arterial Sistêmica........ 13

2.4 Adesão....................................................................................... 18

2.5 Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica............................... 21

2.6 Internação hospitalar por Hipertensão Arterial Sistêmica......... 25

3 OBJETIVOS....................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 28

ARTIGO..................................................................................................... 39

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HIPERTENSOS CADASTRADOS

NO HIPERDIA E O SEU CONTROLE EM UMA CIDADE DE

MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL................................................

40

RESUMO............................................................................................. 41

ABSTRACT......................................................................................... 43

INTRODUÇÃO.................................................................................... 45

MÉTODOS.......................................................................................... 47

RESULTADOS.................................................................................... 50

DISCUSSÃO....................................................................................... 52

vi

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 59

TABELAS ......................................................................................... 65

GRÁFICO.......................................................................................... 67

ANEXOS.................................................................................................... 68

1. PROTOCOLO DE PESQUISA.................................................. 69

2. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO......................... 75

3. MANUAL DE ORIENTAÇÕES.................................................. 76

vii

LISTA DE ABREVIATURAS

AB Atenção Básica

ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

ACCORD The Action to Control Cardiovascular Risck in Diabetes

APS Atenção Primária à Saúde

AVC Acidente Vascular Cerebral

CCEB Critério de Classificação Econômica Brasil

DAC Doença Arterial Coronariana

DATASUS Departamento de Informática do SUS

DCNTs Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DM Diabetes Mellitus

ESF Estratégia Saúde da Família

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

HIPERDIA Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de

Hipertensos e Diabéticos

IAM Infarto Agudo do Miocárdio

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

MS Ministério da Saúde

NASF

OMS

Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Organização Mundial da Saúde

PA Pressão Arterial

PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

viii

PSF Programa Saúde da Família

RP Razão de Prevalência

SIH Sistema de Internações Hospitalares

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SUS Sistema Único de Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

1

BASE TEÓRICA

______________________________________________________________________

2

1 INTRODUÇÃO

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNTs - representam um

dos principais desafios de saúde para o desenvolvimento global nas próximas

décadas. A ausência de uma dieta saudável, sedentarismo e uso de cigarro

explicam a maior parte das mortes por DNCTs, sendo que a Hipertensão

Arterial e a Diabetes Mellitus estão diretamente ligadas às transições

demográficas, nutricionais e epidemiológicas ocorridas no século, com início

precoce em crianças e adolescentes. Estudos epidemiológicos brasileiros têm

mostrado que a prevalência de HAS entre crianças e adolescentes está em

torno de 6 a 8%1.2. Essa mudança justifica o estudo dos fatores de risco e

determinantes sociais das doenças crônico-degenerativas no país3.

Em 2008, 36 milhões de mortes no mundo aconteceram em razão das

DCNTs, com destaque para as doenças do aparelho circulatório, diabetes,

câncer e doença respiratória crônica. Destas, 80,0% das mortes por DCNTs

ocorrem em países de baixa ou média renda, onde 29,% das pessoas têm

menos de 60 anos de idade4. No Brasil, a análise de tendência temporal das

DCNTs nas capitais revela uma tendência de declínio da mortalidade por DAC,

de leve crescimento/estabilidade para as Neoplasias Malignas e de aumento

mais expressivo para o Diabetes mellitus5, doença crônica que exige um

manejo complexo, incluindo a manutenção do atendimento médico e educação

para autogestão e de suporte do paciente para evitar complicações agudas e

reduzir o risco de complicações a longo prazo5,6.

3

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a mais frequente das

doenças cardiovasculares. Sabe-se que a hipertensão é considerada causa

direta ou fator de risco para outras doenças do coração, como cardiopatia

isquêmica e doença cerebrovascular7.

A primeira razão é a alta prevalência de ocorrência de casos na

população. Admite-se que pelo menos 30% da população adulta tenha pressão

arterial igual ou superior a 140/90 mmHg. Estudos demonstram que, na

população acima de 60 anos, as prevalências variam de 40,4% a 77,7% 8,9,10,11.

Considerando o aumento da esperança de vida verificado nos últimos

inquéritos populacionais do IBGE12, torna-se necessário aprofundar o

planejamento de políticas de prevenção e cuidados no controle de HAS

direcionadas a esta faixa etária.

O segundo aspecto a ser destacado é a forte associação de risco

entre hipertensão arterial e ocorrência de eventos cardiovasculares fatais e não

fatais, notadamente o acidente vascular encefálico e o infarto agudo do

miocárdio. Essa relação é contínua, positiva e independente de outros fatores,

e tem implicado na presença frequente da hipertensão arterial nas principais

síndromes cardiovasculares13.

Para o conhecimento das condições de saúde de uma população, os

diagnósticos comunitários são muito úteis, pois permitem experimentar

abordagens, descrever a situação de bairros e comunidades, identificar

especificidades e prioridades, levando a uma reflexão sobre as relações entre

saúde e cidade14. Em Porto Alegre foi realizado um estudo de base comunitária

que possibilitou o conhecimento da população atendida. Foram organizados

4

programas prioritários, baseados nos elementos mensurados: distribuição

etária e por sexo, prevalência de doenças comuns, condições sanitárias,

ocupação, condições de renda, escolaridade15. Em avaliação da utilização de

serviços médicos do sistema público, os homens com idade avançada e

mulheres mais jovens tiveram maior probabilidade de utilizarem os serviços

médicos no sistema público de saúde16.

De caráter inovador, as Redes de Atenção à Saúde, no Modelo de

Atenção às Condições Crônicas, o desenho da intervenção baseia-se na

educação permanente, no suporte à decisão médica com base em diretrizes

clínicas, no atendimento compartilhado, no plano de autocuidado, em

tecnologias de mudança comportamental e na supervisão da clínica médica, de

enfermagem e odontológica17. A ESF é reconhecida como uma importante

política que pode contribuir para o controle das DCNTs como, por exemplo, a

hipertensão arterial18. A atenção estruturada, com comparecimento às

consultas programadas, mostrou redução nos níveis pressóricos dos

hipertensos mais jovens acompanhados em serviços da atenção primária19.

Frente à necessidade da formulação de programas na atenção primária

destinados à prevenção, identificação e acompanhamento dos casos de HAS e

DM diagnosticados na população pertencente à área de abrangência da

Unidade de Saúde, o Ministério da Saúde desenvolveu o Plano de

Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus

– Hiperdia20,21. O sistema Hiperdia é informatizado, permitindo o cadastramento

de portadores, com seu acompanhamento em todas as unidades ambulatoriais

do SUS22.

5

Para tanto, conhecer as características dos usuários hipertensos que

frequentam os serviços de saúde é fundamental. É importante conhecer a

origem dos usuários, a escolaridade, a renda per capita, os hábitos de vida e

os fatores de risco, a adesão ao tratamento, as taxas de controle da

hipertensão, para adequar o serviço oferecido a esta população.

Com este estudo propõe-se descrever o perfil epidemiológico e avaliar

o controle da pressão arterial em pacientes hipertensos cadastrados no

Programa Hiperdia em uma cidade de médio porte no sul do Brasil.

6

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Recentemente, na 66ª Assembléia das Nações Unidas, foi aprovada a

Declaração Política de Alto Nível da Assembléia Geral sobre a Prevenção e

Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que aborda a prevenção e

controle de doenças não transmissíveis em todo o mundo, com um enfoque

particular sobre os desafios de desenvolvimento e outros, sociais e

econômicos, particularmente para países em desenvolvimento. Esta

Declaração reconhece que a carga global e a ameaça de DCNTs constitui um

dos grandes desafios para o desenvolvimento no século XXI23.

Reconhece também a responsabilidade do governo e o engajamento de

todos os setores da sociedade para gerar respostas eficazes para a prevenção

e controle de doenças não transmissíveis. A prevenção deve ser a pedra

angular da resposta global às DCNTs e a contribuição de todas as partes

interessadas, incluindo os indivíduos, famílias e comunidades, governos e

organizações não governamentais, instituições religiosas, sociedade civil,

universidades, imprensa, associações, voluntários. Todos serão

imprenscindíveis para vencer esta batalha23.

Um conjunto de orientações foram discutidas pelo National Institute for

Health and Clinical Excellence em 2010, para a prevenção da doença

cardiovascular no nível populacional, contendo recomendações com ações

para serem encaminhadas na esfera legislativa, incluindo o futuro

desenvolvimento das políticas existentes e que precisam de mudanças, por

meio de leis, abordando a redução do consumo do sal, gorduras saturadas,

gorduras trans, principalmente nos produtos industrializados; garantir que

7

crianças e jovens não sejam estimulados a consumir alimentos pouco

saudáveis, regulando os comerciais destes produtos na mídia. São ainda

enfatizadas a importância e necessidade de estímulo à atividade física para

toda a população, criando condições da prática de atividades físicas nas

escolas e espaços públicos24.

A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco para ocorrência

de eventos cardiovasculares. Para controlar o problema de saúde pública de

hipertensão, diversas diretrizes recomendam a triagem, tratamento e controle

da pressão arterial elevada25.

2.1 Epidemiologia da HAS no mundo

A detecção de hipertensão e o controle da pressão arterial é

extremamente importante para reduzir o risco de IAM e AVC. Foram analisadas

as tendências de prevalência, conhecimento, tratamento e controle da

hipertensão arterial nos Estados Unidos no período entre 1999 e 2004,

registrando-se uma prevalência de 29,3%. Quando comparado com o período

de 1999 a 2000, não houve aumento significativo na taxa de prevalência e de

tratamento de hipertensão9.

Campbell26 afirma que a hipertensão é o principal fator de risco e está

associada a 13,5% das mortes no mundo. A hipertensão afeta um em cada

quatro adultos em nível mundial e é esperado um aumento de 60% entre 2000

e 2025. Em torno de 54% dos acidentes vasculares cerebrais e 47% das

mortes por infarto do miocárdio são atribuídos à pressão arterial elevada e

descontrolada.

8

Entretanto, no Canadá, a prevalência da hipertensão arterial se manteve

estável entre adultos nas últimas duas décadas. Em 1992 era de 19,7% e, em

2009, foi de 21,6%, respectivamente. Mas as taxas de tratamento e controle da

hipertensão arterial melhoraram muito durante este tempo27.

Em Portugal, embora a hipertensão seja, na maioria dos casos, um fator

de risco controlável importante no desenvolvimento da doença cardiovascular,

estudos mostram que a hipertensão ainda permanece mal controlada. A

hipertensão é um dos mais importantes problemas de saúde pública,

perfazendo um percentual de 42,62% de adultos portugueses10.

Em um estudo que buscou comparar as prevalências de hipertensão em

países da América do Norte e países europeus, os resultados encontrados

foram de 27,6% e 44,2% respectivamente28.

No estudo sobre a carga global de hipertensão, com dados de diferentes

regiões do mundo, entre 1980 e 2002, encontrou-se uma prevalência de HAS

de 26,4% e uma estimativa projetada para 2025 de 29,2%, ratificando o

problema da hipertensão arterial como um grande desafio de saúde pública

mundial29.

2.2 Epidemiologia da HAS no Brasil

As VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica, de 2010,

ratificam que a Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS é a mais frequente das

doenças cardiovasculares. É também o principal fator de risco para as

complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto do

miocárdio, além de doença renal crônica terminal. É considerada, na

9

atualidade, um dos mais importantes fatores de risco cardiovascular. A primeira

razão é a alta prevalência. Outro aspecto a ser destacado é a forte relação de

risco entre hipertensão arterial e ocorrência de eventos cardiovasculares fatais

e não fatais, notadamente o acidente vascular encefálico e o infarto agudo do

miocárdio. Essa relação é contínua, positiva e independente de outros fatores e

tem implicado na presença frequente da hipertensão arterial nas principais

síndromes cardiovasculares13.

No Brasil, são cerca de 17 milhões de portadores de HAS, 35% da

população de 40 anos ou mais. Nesta população, 80% dos casos de acidente

vascular cerebral, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% das

aposentadorias precoces geram gastos de 475 milhões de reais. Somam-se

ainda 1,1 milhão de internações/ano que são provenientes de hipertensão

arterial sistêmica sem controle30.

Em uma revisão sistemática com meta-análise de estudos brasileiros,

transversais e de coorte entre 1980-2010, foi encontrada uma prevalência de

aproximadamente 30%. Segundo esse estudo, a hipertensão no Brasil parece

ter diminuído em 6% nas últimas três décadas, seguindo a tendência dos

países industrializados. As taxas de controle da pressão arterial diminuíram no

mesmo período, o que corresponde atualmente a apenas um quarto dos

indivíduos com hipertensão31.

No Rio Grande do Sul, a prevalência de HAS, em estudo com base

populacional em 1994, foi de 14,4%32, com as medidas de corte para HAS de

≥160mmHg x 95mmHG. Em um segundo levantamento, em 2004, registra-se

uma prevalência de 33,7%30, nesta pesquisa, com a medida de corte

10

≥140mmHg x 90mmHg, indicando a hipertensão arterial sistêmica como

problema de alta magnitude de saúde pública no Estado.

Em Pelotas/RS, em um estudo realizado em 1994, a prevalência de HAS

foi de 19,8% na população de 20 a 69 anos33 e, comparando com o estudo

realizado em 1992, houve um aumento de prevalência identificado,

principalmente, nos grupos mais jovens.

Já em outro estudo de base populacional em mulheres no sul do Brasil,

em 2007, sobre hipertensão arterial sistêmica e fatores associados, foi

encontrada uma prevalência de 26%, sendo um pouco menor do que as taxas

encontradas em estudos anteriores ( ambos os sexos) no Rio Grande do Sul.

Isto significa que, mesmo as mulheres sendo a maioria entre os usuários dos

serviços de saúde, a hipertensão ainda é um agravo muito significativo entre

elas7.

No quadro 17,30,9,34,35,25,36,8,10,11,13 apresenta-se um comparativo de vários

estudos sobre a prevalência da hipertensão arterial, com medida de corte de

≥140mmHg x 90mmHg:

11

12

Quanto maior o valor da pressão arterial e o número desses fatores de

risco (tabagismo, dislipidemias, Diabete Mellitus, nefropatia, idade acima de 60

anos, história familiar de doença cardiovascular, relação cintura/quadril e

circunferência da cintura aumentada), maior será o risco cardiovascular global

dos indivíduos hipertensos13. Por meio do escore de Framinghan, que avalia

faixa etária, sexo, valores de pressão arterial sistólica, valores da razão entre o

colesterol total e a fração HDL, presença de tabagismo e diagnóstico de

diabetes, é possível estabelecer o risco de infarto do miocárdio e angina do

peito em dez anos, podendo ser útil na comparação de populações37. Metas

de tratamento mais rigorosas de terapia farmacológica precoce, mudança de

estilo de vida, entre outras variáveis, dependem da determinação desse risco

global13.

A análise conjunta de 61 estudos observacionais prospectivos,

envolvendo quase um milhão de pacientes, pôde delinear a partir de que nível

pressórico começa o risco cardiovascular. Este é proporcional à elevação da

pressão arterial e se inicia a partir dos valores de 115 mmHg da PAS ou 75

mmHg da pressão diastólica, dobrando a cada aumento de 20 mmHg da PAS

ou 10 mmHg da PAD38.

Na análise das causas da mortalidade por doenças cardiovasculares no

Brasil, em 2007, encontramos registros de 31,4% de mortes por acidente

vascular encefálico, 30% por doença isquêmica do coração e 12,8% por

hipertensão arterial sistêmica. Entretanto, entre 1990 a 2006, observou-se uma

tendência lenta e constante de redução das taxas de mortalidade

cardiovascular13.

13

Diante da análise dos dados do PNAD de 1998, 2003 e 2008, encontrou-

se uma prevalência da hipertensão de 43,9%, 48,8% e 53,3%,

respectivamente, e do diabetes autorreferido de 10,3%, 13,0% e 16,1%,

representando acentuado aumento39.

Considerando a população acima de 20 anos, 22% da população

brasileira é hipertensa, onde 80% dos casos de acidente vascular cerebral,

60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% das aposentadorias

precoces, com gastos de 475 milhões de reais e com 1,1 milhão de

internações/ano são provenientes de hipertensão arterial sistêmica sem

controle30.

Em seu estudo, Vitor40 relata que encontrou 37% dos pacientes com

pressão arterial elevada, mesmo com a terapêutica prescrita e utilizada. Isto

demonstra que os participantes deste estudo seguem parte do tratamento anti-

hipertensivo, adaptando-o a sua realidade.

No ano de 2000, com um método simples e de baixo custo, foi realizado

um levantamento no Rio Grande do Sul e, deste levantamento, a HAS foi

analisada em separado. Foi encontrada uma prevalência de 14,4% naquele

momento32, considerando o valor do PA normal de 160mmHg x 95mmHg.

Entretanto, levando-se em conta o valor de 140mmHg x 90mmHg, a

prevalência de HAS no RS atinge 33,7%[30].

2.3 – Prevenção Secundária da Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial é uma doença atual, resultante das condições de

vida do homem moderno, que expressa sua forma de viver e as contradições

14

sociais existentes. Este agravo representa um alto custo social na saúde. O

estilo de vida, responsável em grande parte pelo adoecimento hipertensivo,

envolve a subjetividade do sujeito em seu contexto social42.

Tem uma dimensão psicossomática, que não pode ser ignorada nas

intervenções de saúde. Desse modo, a doença, além dos aspectos sociais e

fisiopatológicos, possui associação com a emoção, na qual as condições

corporais afetam a mente e vice-versa, num processo complexo e relacionado

com o meio. Desta maneira, o estilo de vida envolve o cuidado e o controle da

hipertensão arterial42.

Estes cuidados incluem, no mínimo, educação no tocante a problemas

prevalecentes de saúde e aos métodos para sua prevenção e controle,

promoção da distribuição de alimentos e da nutrição apropriada, previsão

adequada de água de boa qualidade e saneamento básico e fornecimento de

medicamentos essenciais. Requerem e promovem a máxima autoconfiança e

participação comunitária e individual no planejamento, organização, operação e

controle dos cuidados primários de saúde, fazendo o mais pleno uso possível

de recursos disponíveis43.

O excesso de sódio na dieta é um importante contribuinte para a

hipertensão e uma questão crítica de saúde pública nos Estados Unidos e que

no Brasil não tem sido diferente em razão do processo de industrialização dos

alimentos44.

A educação em saúde, associada ao autocontrole dos níveis de pressão

e/ou glicemia, à atividade física e à dieta alimentar, é importante instrumento

para aumentar a procura por tratamento e controlar os índices de pacientes

15

hipertensos e/ou diabéticos. O conhecimento das doenças está relacionado à

melhora da qualidade de vida, à redução do número de descompensações, ao

menor número de internações hospitalares e à maior aceitação da doença.

Assim, incorporar orientação como recurso de cuidado de saúde, passa a ser

um instrumento importante de atenção à saúde45,46.

A Atenção Primária à Saúde ocupa um lugar central e estratégico nos

sistemas nacionais de saúde. Inúmeras demandas e recomendações são

consoantes com parâmetros estabelecidos em âmbito internacional: a APS

deve ser a porta de entrada, ser resolutiva, e se basear no vínculo e no cuidado

longitudinal, transformando concretamente padrões e estilos de vida da

população atendida47.

Baptista48 afirma que a Atenção Primária à Saúde vem exercendo um

papel fundamental na organização das ações dos sistemas de saúde em

diversos países desde meados do século XXI, configurando-se de forma

singular em cada realidade. No caso brasileiro, a partir de 1990, baseado nos

pilares da reforma sanitária, avançou na universalidade, equidade e

integralidade. Na segunda metade da década de 1990, o governo federal

passou a incentivar financeiramente a implantação do Programa de Saúde da

Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS),

formulados desde o início da década em alguns municípios como estratégia

para reorientação do modelo na rede pública de saúde.

Neste sentido, já há algum tempo, o fortalecimento de uma política

específica para APS ou AB – Atenção Básica – sinônimos tanto na política

oficial quanto no âmbito acadêmico, define a esfera municipal como

16

responsável pela sua execução, assim como o estabelecimento de novos

papéis para o gestor estadual e federal (atribuições normativas e

regulamentadoras)49.

Em março de 1994, como estratégia política para promover a

organização das ações da APS – AB nasceu o PSF, revelando-se em seus

princípios organizativos com os seguintes objetivos: prestar, na unidade de

saúde e no domicílio, assistência integral, resolutiva, contínua, de boa

qualidade e adequada às necessidades de saúde da população adscrita;

intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta; eleger a

família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no

atendimento à saúde; humanizar as práticas, por meio do vínculo entre

profissionais de saúde e população; estimular a organização da comunidade

para o efetivo exercício social e cidadania50.

Em análise mais recente Gomes51 afirma que, de uma forma geral, o

PSF – agora chamado de Estratégia Saúde da Família - avançou na dimensão

do acesso, representando a porta de entrada no sistema de saúde. Já para

Mendonça18, o caráter estruturante dos sistemas municipais de saúde

orientados a partir da ESF tem provocado um importante movimento de

reordenação do modelo de atenção no SUS, sendo capaz de reduzir 4,6% a

mortalidade infantil, alcançar metas em campanhas de vacinação e ampliação

das possibilidades de obter melhores resultados em saúde, com enfoque na

promoção e no cuidado à população.

Nesta premissa de cuidados ampliados por meio do modelo de atenção

à saúde – ESF, o sistema Hiperdia pode contribuir substancialmente no

17

controle da pressão arterial elevada. O sistema é informatizado, permitindo o

cadastramento de portadores, o seu acompanhamento, em todas as unidades

ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, gerando informações para os

gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da

Saúde. Com o sistema é possível gerar relatórios quantitativos de cadastrados,

faixa etária, sexo, medicamentos utilizados22.

Para acompanhamento e consequente controle da hipertensão, foi

implementado o Sistema Hiperdia, e este traz possibilidades de prevenção,

identificação, acompanhamento e controle de fatores de risco, com abordagem

multidisciplinar criteriosa, sobretudo na análise do alcance das metas de

tratamento e consequente redução de risco cardiovascular52.

Outro autor20, analisando o perfil de cadastrados no Hiperdia, encontrou

dados que vão de encontro aos publicados no site do DATASUS, em relação a

todas as regiões do país: mulheres predominam, justificando a superioridade

feminina dos cadastros, em virtude de maior procura das mulheres pelo

sistema de saúde, de sua maior percepção a respeito do estado saúde-doença

e por apresentarem maior tendência ao autocuidado e a busca de auxílio

médico para si e para seus familiares.

O mesmo perfil sociodemográfico foi encontrado em outro estudo53,

comparando os cadastros no Sistema Hiperdia. Ainda as pessoas que são

atendidas em unidade ESF parece seguirem a chamada ―regra das metades‖,

comumente citada na literatura médica: metade das pessoas tomam seus

remédios, metade destas tem sua pressão controlada.

18

2.4 Adesão

Na atualidade, uma percentagem significativa da população mundial

depara-se com a necessidade de tomar medicação e de adotar medidas para

controlar e tratar tanto as patologias agudas como as crônicas. Os doentes

portadores de patologia crônica são os que menos aderem à terapêutica e

considera-se aderente aquele que segue pelo menos 80% das prescrições54.

Devido às altas taxas de prevalência da hipertensão arterial, são

necessários estudos que ajudem a melhorar a adesão aos tratamentos anti-

hipertensivos, sob pena de, mesmo com grande número de alternativas

terapêuticas, o insucesso no controle da pressão arterial seja o fator definidor

para o aumento de casos de eventos cardiovasculares graves.

O problema do abandono do tratamento é um dos aspectos

fundamentais no controle da HAS, uma vez que pode comprometer sua

efetividade, com consequências sérias para o próprio paciente, sua família e

comunidade. Mas o abandono do seguimento médico não corresponde,

sempre, ao abandono do tratamento, uma vez que parcela expressiva dos que

deixam de frequentar o serviço de saúde mantêm parte das medidas prescritas

e/ou frequentam outros serviços55.

A não aderência à medicação é uma preocupação importante para

muitos profissionais de saúde, principalmente em pacientes com hipertensão

ou hipertensão e diabetes, cujo controle destes agravos pode diminuir muito a

mortalidade por estas doenças como também o gasto para atendimento das

complicações das mesmas56.

19

Corroborando esta análise, Oksanen et al57, em seu estudo, afirmam que

a hipertensão é um problema de saúde cada vez mais comum que afeta

atualmente um bilhão de pessoas em todo o mundo. Embora medicamentos

eficazes estejam disponíveis para controlar a pressão arterial elevada, a

adesão ao tratamento continua sendo um grande problema. A quantidade de

pacientes hipertensos que aderem ao tratamento (ou seja, tomam

medicamentos como prescrito), é estimada em 50% a 90%.

Pesquisadores identificaram vários fatores inerentes à adesão, incluindo

as características do paciente, a qualidade da relação médico-paciente,

gravidade da doença, o acesso aos cuidados de saúde e a prescrição

medicamentosa. Estudos recentes também sugerem que o apoio social pode

facilitar a adesão ao tratamento57.

A intervenção no tratamento e no acompanhamento de pacientes

hipertensos e diabéticos, por meio da formação de grupos para ação educativa,

seguimento regular, garantia de fornecimento de medicação e atendimento de

intercorrências, por equipe multidisciplinar, num período de 30 meses, mostrou-

se notavelmente útil no controle destas doenças crônicas. Para maior eficácia,

deve ser institucionalizada, independentemente de mudanças político-

administrativas, por meio da incorporação de mais profissionais de saúde e

maior participação da comunidade46.

Adesão à medicação é definida como a medida que um paciente segue

um determinado medicamento terapêutico tal como decidido em parceria com

um profissional de saúde. No contexto da hipertensão, a adesão à medicação

tem sido associada com melhores desfechos de saúde58.

20

O sucesso da adesão implica em maior regularidade no tratamento e

maiores oportunidades de ajuste da dose dos anti-hipertensivos e supervisão

do tratamento não farmacológico. Porém, resta indagar sobre a continuidade

desses índices pois, conforme literatura, a adesão varia na razão inversa do

tempo de tratamento da hipertensão.

Ainda segundo Nair Kavita et al58, entre os medicamentos anti-

hipertensivos prescritos para controlar a hipertensão, mais da metade dos

pacientes param de tomar seus medicamentos inteiramente dentro de um ano,

e apenas 31% toma pelo menos 80% da medicação prescrita. Um relatório da

Organização Mundial de Saúde estima que a aderência aos medicamentos

anti-hipertensivos varie de 52% a 74%, quando a adesão é definida como a

posse de um medicamento pelo menos 80% do tempo. Este relatório da

Organização Mundial de Saúde identifica não aderência ao tratamento médico

como um grave problema de saúde pública, especialmente em pacientes com

condições crônicas (p.ex., hipertensão).

Nesta mesma perspectiva, Shaw59 relata que as taxas atuais de controle

da hipertensão arterial são de 50%. O controle efetivo pode ser alcançado na

maioria das pessoas com hipertensão por meio de medicação anti-hipertensiva.

Pacientes não aderentes podem necessitar de intervenção adicional,

acompanhamento mais focado da equipe de saúde. A utilização de questionário

para identificar a taxa de adesão dos hipertensos é recomendável.

Embora seja geralmente reconhecido que o monitoramento eletrônico

para adesão ao tratamento melhora o controle da pressão arterial, aumentando

a conscientização dos pacientes ao tratamento, ainda há pouca informação

21

disponível sobre o efeito desta intervenção em longo prazo60.

Em seu estudo, Gutierrez61 encontrou aproximadamente 50% dos

pacientes com aderência adequada em pelo um de seus três ensaios. A maior

relação encontrada foi entre o teste de Morisky-Green e o método de contagem

de comprimidos. Ainda, a aderência melhorou quando o conhecimento sobre a

doença aumentou e também quando o número de comprimidos prescritos

tornou-se menor.

Para van Dalem62, intervenções comportamentais tem mostrado maior

sucesso na adesão aos medicamentos anti-hipertensivos, onde a melhora da

autoestima e a motivação para o controle da pressão arterial são importantes

para resultados positivos.

2.5 Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica

Apesar do tratamento para a hipertensão, a pressão arterial elevada

permanece descontrolada em muitos indivíduos. Identificação de padrões de

controle da pressão arterial pode facilitar a busca de estratégias para melhorar

o tratamento e otimizar os resultados na saúde63.

Nos estudos já realizados, foram encontrados valores significativos de

pacientes hipertensos tratados com PA acima de 140 mmHg x 90 mmHg.

Dentre estes, destacamos o estudo de Rosini52, que detectou 43,2% de

pacientes com PA sem controle. Dado idêntico foi verificado por Piccini33 em

seu estudo em Pelotas, com 42,4% de hipertensos descompensados.

O controle da hipertensão pode ser um desafio a alcançar, com barreiras

atribuídas aos pacientes, profissionais de saúde, os sistemas de saúde e a

22

natureza silenciosa da doença. Além disso, até mesmo elevações modestas

aumentam o risco de doença cardiovascular e mortalidade. Para cada aumento

de 20 mmHg na PAS início a 115 mmHg, ou 10 mmHg aumento no início PAD

em 75 mmHg, a mortalidade por doença isquêmica do coração e acidente

vascular cerebral aumenta duas vezes. Além disso, quase 30% dos adultos

com hipertensão não controlada que estão cientes de sua hipertensão e

farmacologicamente tratados têm hipertensão estágio 2 (PAS ≥ 160 mmHg ou

PAD ≥ 100 mmHg)64.

No estudo de Romanelli63 foi encontrado 76,4% dos pacientes

hipertensos com a pressão arterial controlada mediante tratamento (≤140/90

mm Hg). Outro dado encontrado foi o controle da PA nos pacientes com

Diabetes em que 52,3% das pessoas tiveram sua pressão arterial controlada

com o tratamento (≤130/80 mm Hg). A taxa global de controle da PA foi de

71,4%. Fatores associados com a pressão arterial incluíram idade mais jovem,

menor carga de doenças, maior adesão ao medicamento, menos prescrições

simultâneas e habitantes em uma região com maior renda familiar média.

Em outro estudo41 foi registrado controle da hipertensão arterial em

45% dos participantes, onde a falta de controle da HAS foi associada a

tratamento anterior para hipertensão, falta de conhecimento sobre atividade

física e ausência de antecedentes familiares para problemas cardíacos. Menos

da metade dos hipertensos estava descontrolada e o controle associou-se às

variáveis biológicas, tratamento, atitudes e conhecimento sobre a hipertensão e

seu tratamento.

O aumento da pressão arterial é um risco que conduz para a morte

23

prematura e incapacidade. As causas do aumento da pressão arterial são

intuitivos e bem conhecidos. No entanto, a base fundamental e meios para

melhorar o controle da pressão arterial são altamente integrados em nossa

estrutura social complexa, tanto dentro como fora do nosso sistema de saúde

e, portanto, exigem uma discussão abrangente sobre o caminho a frente65.

Ensaios clínicos randomizados controlados demonstraram o benefício da

pressão arterial (PA) controlada para reduzir as complicações decorrente de

HAS. No entanto, a hipertensão não controlada permanece em uma grande

proporção de pacientes tratados. Algumas intervenções para melhorar o

controle da hipertensão demonstraram reduções na pressão arterial, mas as

intervenções são muitas vezes complexas e difíceis de implementar na prática

clínica rotineira. Além disso, não se pode presumir que a intervenção em um

serviço de saúde será transportável e eficaz em um ambiente de saúde

diferente66.

Ainda é importante salientar que a hipertensão arterial é uma

comorbidade extremamente comum de diabetes, que afeta 20-60% das

pessoas com diabetes. A doença cardiovascular é a complicação mais

dispendiosa de diabetes e é a causa de 86% das mortes em pessoas com

diabetes. Os resultados de vários estudos apoiam uma conduta agressiva para

o tratamento da hipertensão em pacientes com diabetes, a fim de reduzir

substancialmente a incidência de complicações macrovasculares e

microvasculares67.

Em um estudo com intervenção composta de educação do paciente, a

monitorização residencial da PA, medição da pressão arterial em casa com

24

registro a um sistema de telefone e gestão de farmacêutico clínico levou à

maior redução da PA em comparação com os cuidados habituais. Esta

diferença foi provavelmente devido à maior intensificação da terapia (número e

intensidade de medicações para hipertensão) no grupo de intervenção, como

também a adesão aos medicamentos de hipertensão foi comparável entre os

dois grupos de estudo. Os resultados deste estudo contribuem para a literatura

sobre o valor da tecnologia para ajudar a promover o auto-cuidado e para

melhorar o controle da PA66.

O grande aumento dos casos de hipertensão no mundo, em torno de um

bilhão de pessoas afetadas atualmente, ocorre apesar da disponibilidade de

terapias farmacológicas e não farmacológicas eficazes, onde as taxas de

controle da pressão arterial são muito desfavoráveis, principalmente devido ao

subdiagnóstico e subtratamento68.

Martin Thoenes68, em seu estudo, encontrou uma média de idade dos

pacientes de 63,1 anos, dos quais 52,8% eram do sexo masculino. A média de

PAS / PAD foi 148.9/87.0 mmHg e 76,3% dos pacientes tiveram a pressão

arterial não controlada. Mudanças de estilo de vida39,69 , incluindo um aumento

da prevalência de obesidade e síndromes metabólicas contribuem para a

incidência de hipertensão arterial. Ao nível ambiental, as barreiras a estilos de

vida saudáveis incluem a falta de acesso a academias no trabalho ou na

comunidade, a falta de bicicleta e ciclovias, alto tráfego e criminalidade nos

centros urbanos que impedem o acesso às áreas seguras para passeios.

Variação sazonal, disponibilidade no mercado e acessibilidade de frutas

frescas e legumes são, portanto, abordagens múltiplas que podem incorporar

25

no indivíduo as mudanças no seu modo de vida tão necessários e defendidos

para resultados positivos no controle da hipertensão68.

2.6 Internação hospitalar por Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica é considerada uma patologia sensível

aos cuidados primários em saúde e, no estudo de Diniz70, encontrou-se

relação entre os investimentos realizados na atenção primária, ampliação das

ações de equipes de saúde da família e diminuição de internações por HAS.

Neste mesmo estudo, verificou-se que a hipertensão arterial sistêmica teve um

aumento em 2000 e 2001. No entanto, a partir de 2002 no Brasil e mais

especificamente no município de Medina, em Minas Gerais70, no ano de 2008,

a taxa de queda foi de 54%.

A hipertensão arterial é um dos mais prevalentes fatores de risco

cardiovascular. No entanto, alguns estudos tem relatado que o antecedente de

hipertensão não prejudica o prognóstico em pacientes com doença

cardiovascular estabelecida. Entretanto, a análise de internações em uma

unidade de cardiologia mostra que o antecedente de hipertensão arterial estava

presente em 69,0% em pacientes com idade média de 71,1 anos, com maiores

taxas de internação hospitalar por causas cardíacas (31,1%) e mortalidade

cardiovascular de 13,9%71.

Analisando os custos hospitalares decorrentes das internações, no

âmbito do Sistema Único de Saúde, encontramos os maiores gastos em

adultos na faixa de 20 a 59 anos em razão de doenças isquêmicas do coração,

seguidos daqueles com insuficiência cardíaca e, em terceiro lugar, pneumonia.

Para os idosos, os gastos mais expressivos foram para doenças isquêmicas do

26

coração, insuficiência cardíaca, bronquite/enfisema e outras doenças

pulmonares obstrutivas72.

27

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Descrever o perfil epidemiológico e avaliar o controle da pressão arterial

em pacientes cadastrados no Programa Hiperdia, moradores em uma cidade

de médio porte no sul do Brasil.

3.2 Objetivos específicos

Descrever o perfil dos pacientes hipertensos cadastrados no Programa

Hiperdia em relação às variáveis demográficas, socioeconômicas,

fatores de risco (ingesta de álcool, sedentarismo, tabagismo, diabetes

mellitus, faixa etária , HAS em familiar);

Avaliar o tempo de conhecimento da hipertensão, adesão ao tratamento

e orientações profissionais;

Identificar as internações hospitalares nos pacientes hipertensos

cadastrados no Programa Hiperdia;

Verificar a prevalência de pacientes cadastrados no Programa Hiperdia,

com pressão arterial controlada;

Verificar a participação dos usuários em grupos de hipertensos.

28

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39

ARTIGO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HIPERTENSOS CADASTRADOS NO

HIPERDIA E O SEU CONTROLE EM UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO

SUL DO BRASIL

40

Artigo a ser submetido à revista “Arquivos Brasileiros de Cardiologia”

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Perfil epidemiológico em hipertensos cadastrados no

Hiperdia e o seu controle em uma cidade de médio porte no

Sul do Brasil*

Epidemiological profile in hypertensive patients enrolled in Hiperdia and its

control in a medium-sized city in Southern Brazil

Autores: Clarita Silva de Souza, Airton Tetelbom Stein, Gisele Nader Bastos,

Lúcia Pellanda

Título resumido: Controle da pressão arterial em cadastrados no Hiperdia

Autora Correspondente:

Clarita Silva de Souza. Unidade de Pesquisa do IC/FUC

Avenida Princesa Isabel, 370. Porto Alegre, RS. CEP: 90620-000

_____________________

*Estudo realizado em Novo Hamburgo / Rio Grande do Sul

41

RESUMO

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica é um importante fator de risco

para eventos cardiovasculares fatais e não fatais e apresenta alta prevalência.

O controle da pressão arterial em pacientes hipertensos ou hipertensos e

diabéticos cadastrados no Programa Hiperdia, um programa federal para

cadastro, acompanhamento e monitoramento dos hipertensos, ainda

permanece muito abaixo do desejável. Objetivo: Descrever o perfil

epidemiológico e avaliar o controle da pressão arterial em pacientes

cadastrados no Hiperdia, em Novo Hamburgo/RS. Metodologia: Estudo

transversal, com amostra probabilística estratificada por conglomerados,

incluindo 383 adultos ≥ 20 anos, cadastrados no programa Hiperdia, das 15

Unidades Básicas de Saúde do município, realizado entre 2010 e 2011, sendo

pressão arterial controlada definida como ≤ 140mmHg x 90mmHg. Os

hipertensos foram entrevistados e a medida da pressão arterial foi realizada

com aparelho aneroide calibrado. Na análise estatística foram utilizados cálculo

de medidas de frequência, percentual para variáveis categóricas e desvio

padrão para variáveis contínuas, razão de prevalência (RP) com intervalo de

confiança de 95%, Teste X² de WALD e regressão de Poisson simples e

múltipla. O valor de p≤0,05 foi considerado significativo. Resultados: A média

de idade foi de 63 anos, sendo a maioria mulheres, pertencentes a classe C,

com baixa escolaridade, sedentários, com histórico familiar para HAS,

comorbidade de DM,taxas médias de adesão ao tratamento anti-hipertensivo.

Em 33,7% a pressão arterial estava controlada. A presença de DM mostrou-se

fortemente associada com o baixo controle de PA, onde somente 15,7% tinham

42

sua PA ≤ 130mmHg x 80mmHg. Conclusão: Mesmo estando cadastrado no

Programa Hiperdia, o controle da PA nos hipertensos não é satisfatoriamente

alcançado e mantido, sendo os hipertensos diabéticos os que apresentam o

mais baixo controle.

Palavras-chave: Hipertensão; controle da pressão arterial; epidemiologia;

fatores de risco

43

ABSTRACT

Introduction: Hypertension is an important risk factor for cardiovascular events

and fatal and nonfatal highly prevalent. The blood pressure control in

hypertensive and diabetic or hypertensive, registered in the program Hiperdia, a

federal program for registration, tracking and monitoring of hypertension, and

blood pressure control remains far below the desirable. Objective: To describe

the epidemiological profile and assess blood pressure control in patients

enrolled in Hiperdia, in New Hamburg / RS. Methodology:, Cross-sectional

study with a random sample stratified cluster, including 383 adults ≥ 20 years,

the registered in the program Hiperdia 15 Basic Health Units the municipality,

conducted between 2010 and 2011, and blood pressure control defined as ≤ x

140mmHg 90mmHg. Hypertensive patients were interviewed and blood

pressure measurement was performed with calibrated aneroid device.

Statistical analyzes were used to calculate measures of frequency, percentage

for categorical variables and standard deviation for continuous variables,

prevalence ratio (PR) with a confidence interval of 95%, X ² test of WALD and

Poisson regression and multiple simple. The value of p ≤ 0.05 was considered

significant. Results: Mean age was 63 years, with most women, belonging to

class C, low education, sedentary, with a family history of hypertension,

diabetes comorbidity, average rates of adherence to antihypertensive treatment.

33.7% in blood pressure was monitored. The presence of DM was strongly

associated with low control of PA, where only 15.7% had their BP ≤ 80mmHg x

130mmHg. Conclusion: Even though registered in the program Hiperdia, BP

control in hypertensive patients is not satisfactorily achieved and maintained,

44

and the diabetic hypertensive those with the lowest control.

Keywords: Hypertension, blood pressure control, epidemiology, risk factors

45

INTRODUÇÃO

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNTs representam um

dos principais desafios de saúde para o desenvolvimento global nas próximas

décadas1. Entre estes, a Hipertensão Arterial Sistêmica representa um

importante fator de risco para as doenças cardiovasculares e está presente em

69% dos pacientes com um primeiro infarto do miocárdio, em 77% dos

pacientes com um primeiro acidente vascular cerebral, em 74% dos pacientes

com insuficiência cardíaca crónica e em 60% dos pacientes com doença

arterial periférica2.

Em um estudo randomizado, constatou-se que a terapia anti-

hipertensiva reduz os eventos cardiovasculares em pacientes com idade

inferior a 80 anos e em pacientes com 80 anos ou mais de idade. Embora a

meta de pressão ideal não tenha sido determinada, dados de estudos

epidemiológicos existentes e clínicos sugerem que uma meta de pressão

arterial razoável deve ser ≤140mmHgx90mmHg em pacientes com menos de

80 anos e uma pressão arterial sistólica de 140-145mmHg pode ser tolerado

em pacientes com 80 anos ou mais. Medidas não farmacológicas de estilo de

vida devem ser encorajadas, tanto para prevenir o desenvolvimento de

hipertensão e como terapia adjuvante em pacientes com hipertensão2.

O controle da pressão arterial nos hipertensos tem uma ligação muito

estreita com a adesão ao tratamento prescrito. A não aderência à medicação é

uma preocupação importante para os profissionais de saúde e para os

gestores, sendo necessários estudos que ajudem a melhorar a adesão aos

46

tratamentos anti-hipertensivos, principalmente em pacientes com hipertensão

com alto risco cardiovascular, cujo controle destes agravos, pode diminuir muito

a mortalidade por estas doenças, como também o gasto para atendimento das

complicações das mesmas3, sendo que o descontrole da pressão arterial pode

levar o paciente às crises hipertensivas, podendo necessitar internação

hospitalar4. Pesquisadores identificaram vários fatores inerentes à adesão,

incluindo as características do paciente, a qualidade da relação médico-

paciente, gravidade da doença, o acesso aos cuidados de saúde e a prescrição

medicamentosa5.

Assim, o objetivo deste estudo é descrever o perfil epidemiológico e

avaliar o controle da pressão arterial em pacientes cadastrados no Programa

Hiperdia, correlacionando com aspectos socioeconômicos, uso de tabaco e

álcool, antecedentes familiares para HAS, dados de adesão ao tratamento,

conhecimento de práticas saudáveis à saúde, participação em grupos de

educação em saúde – hipertensos, presença de DM, prática de atividade física

em uma cidade de médio porte.

47

MÉTODOS

Este é um estudo transversal, com amostra estratificada, por

conglomerado, representado pela base territorial de cada UBS que compõe a

Rede de Atenção Básica de Novo Hamburgo - RS, totalizando quinze UBSs,

com alocação proporcional aos hipertensos cadastrados no Hiperdia6 em cada

UBS.

Após screening no banco de dados do Hiperdia, retirando pacientes com

dupla entrada em razão da grafia do nome e sobrenome, registro em mais de

uma UBS e pacientes com diagnóstico de DM exclusivamente, foi calculado a

amostra, estimando uma prevalência de 28%, IC 95%, erro aceitável de 5%,

totalizando 383 pacientes. Os sujeitos incluídos foram pacientes com idade

igual ou acima de 20 anos, ambos os sexos, cadastrados no Programa

Hiperdia, com diagnóstico de hipertensão arterial (≥140mmHgx90mmHg) ou

hipertensão arterial e diabetes mellitus (≥130mmHgx80mmHg). Foram

excluídos pacientes que estavam institucionalizados no momento da aplicação

do questionário de pesquisa - hospital, asilo, privados de liberdade, mudança

de domicílio para área de outra UBS, para outro município.

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados constituíram-se em

um questionário estruturado, composto de perguntas relativas à identificação

socioeconômica do sujeito cadastrado como hipertenso no Hiperdia,

classificação CCEB/ABEP, conhecimento sobre medidas de cuidado da saúde,

fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, antecedentes familiares,

presença de DM percepção da doença, adesão ao tratamento avaliado por

meio do Teste de Morisky, sendo considerado aderente respostas afirmativas

48

em 80% das perguntas. Foi realizado por entrevistadores treinados,

Enfermeiros ou Técnicos de Enfermagem. Os valores da PA foram medidos

com aparelho aneroide marca Solidor, lote BE15B, certificado INMETRO,

conforme a técnica preconizada nas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão

Arterial Sistêmica, com agendamento individual para cada sujeito da pesquisa

na respectiva UBS e apoio da Secretaria Municipal de Saúde ou por meio de

visita domiciliar.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e

protocolado sob o nº UP 4344/09. Todos os entrevistados assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido e a coleta foi realizada entre junho de

2010 e abril de 2011.

O controle de qualidade na coleta dos dados foi efetuado por meio da

reaplicação do questionário em 4% do total da amostra e verificação da PA, em

até cinco dias após a primeira coleta de dados.

Os entrevistadores participaram de reuniões preparatórias de discussão

e treinamento para o correto preenchimento do questionário, aplicando-o em

um estudo-piloto. Foram capacitados para o adequado manuseio do aparelho

de pressão, em oficinas práticas e receberam um manual de instrução sobre o

uso do mesmo (Anexo 1, 2).

Os dados foram registrados por dupla digitação, no programa Epidata e

analisados com auxilio do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 19.0. A análise incluiu o cálculo das medidas de frequência, percentual

para variáveis categóricas e desvio padrão para variáveis contínuas contidas

no questionário e medida da PA. A medida de efeito foi razão de prevalência

49

(RP), com intervalo de confiança de 95% e Teste X² de WALD com regressão

de Poisson simples e múltipla.

A análise multivariada foi realizada por regressão de Poisson,

considerando o p <0,20 para o controle de fatores de confusão, onde as

variáveis analisadas foram associadas a sexo, idade, escolaridade,

classificação socioeconômica, atividade física, tabagismo, tempo de

conhecimento da hipertensão, conhecimento de hábito saudável no uso do sal,

consultar o médico regularmente, uso de bebida alcoólica, presença de

Diabetes Mellitus.

50

RESULTADOS

Foram estudados os resultados de 353 pacientes com diagnóstico de

HAS ou HAS e DM, em razão de trinta não terem sido encontrados ou

recusaram-se a participar da pesquisa. Dos hipertensos cadastrados, a maioria

são mulheres (69,4%) e, destas, 37,6% tinham sua PA controlada (Tabela 2).

Ainda, entre todos os sujeitos deste estudo 64,7% pertenciam às classes C1 e

C2 (Tabela 1), significando o maior estrato social entre os pesquisados.

Dos entrevistados, 57,8% cursaram a 4ª série, 65,9% casados, 5,9%

faziam uso abusivo de álcool, representando 1,2% de mulheres e 16,7% de

homens, 53,5% eram sedentários, 31% tinham diagnóstico DM, 62,1% eram

idosos (acima de 60 anos), 57,6% tinham histórico familiar para HAS e 7,6%

eram tabagistas. A pressão arterial estava controlada em 33,7% dos

hipertensos.

Em nosso estudo, a DM foi um fator determinante para o baixo controle

da PA – 15,70% dos pacientes tinham sua pressão controlada – RP 2,65(1,67 –

4,19), p < 0,001 e RP Ajustada 2,39(1,22 – 4,68), p= 0,011, em comparação a

41% de pressão controlada nos pacientes não diabéticos.

Não fumantes tinham 36,1% de PA controlada, enquanto os fumantes e

ex-fumantes tinham 25,9% e 26,7%, respectivamente, sua pressão sob

controle. Dos pacientes hipertensos avaliados, 96,9% tinham conhecimento do

diagnóstico de HAS há 14±09 anos, 54,3% referiam aderir ao tratamento,

sendo que não aderentes comparados aos aderentes não apresentaram

diferença estatisticamente significativa. No entanto, houve uma tendência de

51

pior controle nos primeiros – 30,2%, p= 0,257, RP (IC95%) 0,84(0,62 –

1,14)(Tabela 2). Na amostra, 87% tinham conhecimento da importância em ter

uma alimentação saudável, 70,8% que devem controlar o sal na comida e

59,5% que devem consultar o médico regularmente (Gráfico 1).

Quando o entrevistado foi perguntado se precisou internar no hospital,

nos últimos dois anos, 27,1% referiram ter internado por HAS ou situação

relacionada a ela. Destes, 4,1% tiveram duas internações e 1,9% mais de três

internações. Estes dados foram referidos pelos respondentes da pesquisa, sem

busca no sistema SIH/DATASUS.

Dos pacientes cadastrados no Hiperdia, 33,7% têm níveis pressóricos

controlados, sendo na análise bivariada observada associações com classe C1

– 41,9%, p= 0,006, RP (IC95%) 1,84(1,19 – 2,84); atividade física – 36%, p=

0,007, RP (IC95%) 2,30 (1,26 – 4,21), mostrando-se fortemente associada à

última. Mas, quando feita a análise com regressão de Poisson, perde

relativamente a associação: RP Ajustada (IC95%) 1,82(0,95 – 3,45), p= 0,071.

Na análise do controle da PA relacionado com a renda familiar,

encontramos um melhor controle da pressão arterial nas classes C1 e C2, onde

os integrantes da classe C1 têm 41,90% da PA controlada – RP 1,84(1,19 –

2,84), p= 0,006 e a classe C2 obtêm 36,60% da PA controlada – RP 1,61(1,06

– 2,45), p= 0,026. As classes D+E tiveram apenas 22,80% da pressão arterial

sob controle.

Do total dos respondentes, somente 51 afirmaram positivamente ao

quesito participação em grupos de hipertensos, significando 47,1% de PA

controlada.

52

DISCUSSÃO

As características encontradas nos sujeitos desta pesquisa demonstram

que o cadastro do Hiperdia de Novo Hamburgo retrata uma população

hipertensa mais idosa, com conhecimentos sobre a importância em adotar

boas práticas de estilo de vida. Mesmo utilizando terapêutica anti-hipertensiva,

os níveis pressóricos não são satisfatórios, com baixo controle da PA e

insuficiente adesão ao tratamento.

As mulheres são a maioria (69,4%) em nosso estudo, semelhante a

outros tres estudos15,16,17 e também similar ao número registrado no estudo de

Rosini18, em que as mulheres somaram 65,46%. Elas também mantêm melhor

controle da PA em comparação aos homens. Encontramos controle da PA

em 25% dos homens e 37,6% nas mulheres. No estudo de Pierin, o percentual

de controle nos homens foi de 30,9% e nas mulheres de 52,6%, sendo

melhores os resultados do que em nosso estudo. Já no estudo de Muxfeldt,

somente 27 % tiveram sua pressão arterial controlada19.

Encontramos 57,8% de usuários que haviam cursado até a 4ª série

fundamental. E, nos pertencentes às classes C1 e C2, o percentual foi de

64,7%. Estes dados são semelhantes aos encontrados no estudo de Santa

Helena10, que significaram 64,3% dos sujeitos com frequência na escola até a

4ª série do ensino fundamental. Fuchs11, Gus12 e Piccini & Victora13

encontraram associação entre baixa escolaridade e hipertensão, expressando

que más condições de vida predispõem o aparecimento de doenças. Para

53

Piccini14, a escolaridade mostrou-se associada ao controle da pressão arterial,

sendo pior o controle naqueles com menos anos na escola. Este fator,

associado com hipertensão, pode ser classificado como fator de risco

modificável.

A presença de Diabetes Mellitus nos hipertensos pesquisados foi de

31%, muito semelhante ao encontrado por Thoenes20, em que 29,1% dos

participantes de sua pesquisa sobre controle da hipertensão e risco

cardiometabólico apresentavam DM. Entretanto no estudo de Freitas et al21,

apenas 13,4% dos hipertensos diabéticos apresentavam pressão arterial

controlada.

O uso do tabaco e álcool informado pelos hipertensos foi menores do

que habitualmente encontra-se na literatura9,22, mesmo assim, 34,9% que não

bebem tem sua pressão controlada, enquanto somente 14,3% dos que bebem

conseguem manter sua pressão sob controle.

Em nosso estudo, 53,5% dos entrevistados informaram não praticar

atividades físicas. Este resultado é semelhante aos encontrados nos estudos

de Teixeira23 – 54%, Pierin22 – 53,2% e, no estudo de Lima9, o percentual de

sedentários chegou a 63%. Contudo, a atividade física, mesmo alcançando

uma significância limítrofe quando da análise ajustada, contribuiu para o

controle da pressão arterial, onde 36% tiveram sua pressão controlada p=0,007

– RP 2,30(1,26 – 4,21), enquanto somente 15,60% de hipertensos que não

praticam atividade física tem sua pressão arterial sob controle.

Em nosso estudo foram encontradas taxas de adesão de 54,3%, que é

um percentual equivalente ao estudo de Pierin22, com taxa de adesão ao

54

tratamento em 50% dos entrevistados. No estudo de Shu Jing3 com pacientes

não aderentes, após intervenções com comunicação através de cartas,

chegou-se à adesão em 72,3%, no período da última avaliação em 2010.

Oksanen5,em sua pesquisa, encontrou 79,6% de aderentes ao tratamento, num

coorte que analisou registros de dispensação na farmácia, com verificação dos

dias em que os hipertensos não utilizaram a medicação prescrita. Já Kavita26

registrou uma taxa de adesão de 61% em seu trabalho, com busca telefônica

com os pacientes hipertensos. As taxas de adesão ao tratamento variam de

50% a 90% entre os hipertensos25 e para melhorar estas taxas é necessária a

implementação dos pressupostos da APS27.

O tempo de conhecimento do diagnóstico de Hipertensão Arterial

Sistêmica também foi uma variável que demonstrou significância na análise

bivariada, mas que perdeu força quando da análise multivariada: hipertensos

com diagnóstico há menos de 10 anos representavam 39,20% com PA

controlada – RP 1,53(1,11 – 2,11), p= 0,009. Em outro estudo foi encontrado

percentual muito semelhante: 40,6%. Entretanto, o grupo de hipertensos que

conhece o diagnóstico de HAS há mais tempo mantêm sua pressão arterial sob

controle em percentagem menor22.

A pressão arterial controlada foi registrada em 33,7% dos hipertensos

avaliados, semelhante a outros estudos9,10, corrigidos nos parâmetros de PA

normal para hipertensos e hipertensos diabéticos, sendo muito menor do que

foi encontrado no estudo de Romanelli28, em que o controle foi de 71,4%.

Entretanto, contrariamente, Thoenes20, encontrou dados muito próximos ao

nosso estudo, chegando a 76,3% sem controle da PA. Já Muxfeldt19 encontrou

55

em sua pesquisa somente 27% de PA controlada entre os hipertensos. Para

melhorar o controle da PA são necessárias mudanças preconizadas em

diretrizes nacionais7 e internacionais29.

A internação hospitalar referida foi de 27,1% de internações, sendo

semelhante aos resultados nos estudos10,30, demonstrando assim que a HAS é

o maior fator de risco para eventos cardiovasculares que necessitam de

assistência hospitalar, corroborando com os dados encontrados nos sites

oficiais do governo brasileiro e V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial8.

Em nosso estudo não foi possível fazer uma comparação entre

participantes de grupos de hipertensos e não participantes, em razão do baixo

índice de presença e reduzido número de grupos constituídos nas UBSs, onde

somente 14,4% dos respondentes afirmaram participar de atividades grupais no

último ano. Esta intervenção mostra-se útil no controle destas doenças

crônicas22, 23,31.

Este estudo teve o objetivo de descrever o perfil dos pacientes

cadastrados no Hiperdia e avaliação do controle da PA dos mesmos, em razão

das altas taxas de complicações advindas da pressão arterial com valores ≥

140mmHg x 90mmHg. O delineamento descritivo, de corte transversal, é o

mais adequado para alcançar este propósito. Encontramos evidências de que a

maior parte dos pacientes hipertensos continuam com baixo controle da

pressão arterial mal controlada, notadamente os hipertensos diagnosticados

cumulativamente com Diabetes Mellitus. Encontramos somente 15,7% de

hipertensos diabéticos com a PA sob controle. Estes têm quase três vezes

mais possibilidade de não ter a pressão arterial controlada, comparando-se aos

56

diagnosticados somente com HAS, idêntico ao estudo ACCORD33 , merecendo

atenção redobrada por parte das equipes de saúde. Em outro estudo relativo a

pacientes com DM tipo 2, os mesmos têm um risco de morte por causas

cardiovasculares, de dois a seis vezes maiores do que entre pessoas sem

diabetes34.

O acompanhamento efetivo dos usuários é um dos requisitos mais

difíceis de concretizar no Hiperdia seja pela distância física entre os usuários e

os serviços de saúde, pelas dificuldades referidas pelos profissionais para

alcançar estes pacientes em suas residências ou ainda a pouca compreensão

dos pacientes acerca da HAS e do DM, fortemente atrelados a fatores de

vulnerabilidade social, como baixa escolaridade e desvinculação da equipe de

saúde, impondo às equipes de APS a mudança deste quadro com ações de

promoção e prevenção, principalmente aos hipertensos diabéticos32.

A limitação deste estudo pode ser caracterizada por viés de aferição: uso

atual de cigarro e bebida alcoólica, com um percentual muito abaixo dos

registros na literatura, considerando-se usuários. Os resultados obtidos na

pesquisa podem ser em razão da causalidade reversa, por exemplo, a prática

de atividade física. Viés de seleção pode ter ocorrido em função do cadastro do

Hiperdia das 15 UBS não conter a totalidade dos hipertensos residentes em

Novo Hamburgo. Com aplicação do Teste de Morisky, talvez possa ter ocorrido

viés de memória na exatidão das respostas ao teste. No entanto, os dados

encontrados mostraram uma baixa adesão, o que parece refletir a realidade.

Na região sul do Brasil poucas pesquisas foram feitas sobre o Hiperdia e

o controle da PA, e com os resultados deste estudo, será possível planejar

57

ações buscando melhorar o acesso dos usuários do Hiperdia, às ações de

saúde da APS como: monitoramento dos pacientes hipertensos diabéticos, com

visitas mensais pelos ACS; avaliação sobre os registros do Hiperdia,

quantitativa e qualitativamente, buscando melhorar a captação dos pacientes;

implementação das recomendações das VI Diretrizes de HAS, especialmente

aos hipertensos diabéticos; informatização das UBS para pleno funcionamento

do sistema de cadastro; adesão ao Projeto de Academias de Saúde do MS e

habilitação de equipes multidisciplinares - NASF, além da adesão à Rede de

Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do MS35

Os dados encontrados nos permitem concluir que o controle da pressão

arterial em pacientes cadastrados no Hiperdia é insatisfatório e nos pacientes

com comorbidade de DM este controle é ainda mais difícil, necessitando

atenção redobrada por parte das equipes de saúde.

58

POTENCIAL CONFLITO DE INTERESSES

Declaro não haver conflito de interesses.

FONTES DE FINANCIAMENTO

Este estudo foi financiado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa do ICFUC

(FAPICC).

VINCULAÇÃO ACADÊMICA

Este artigo é parte da Dissertação de Mestrado de Clarita Silva de

Souza no Programa de Pós-Graduação na área de Ciências da Saúde:

Cardiologia do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação

Universitária em Cardiologia.

59

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.pdf.

65

TABELAS

66

67

GRÁFICO

68

ANEXOS

69

PROTOCOLO DE PESQUISA

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS

CADASTRADOS NO HIPERDIA, MORADORES DE NOVO HAMBURGO/RS

QUESTIONÁRIO

BLOCO A – IDENTIFICAÇÃO

A1. Bairro: __________________A2. Unidade Básica de Saúde: ______________A3. Número de identificação: __ __ __

A4. Nome do (a) entrevistador (a):_______________________________ A5. Horário de início da entrevista: __ __ : __ __ h

A6. Qual é o seu nome?__________________________________________________________

A7. Qual o seu endereço?_________________________________________________________________

A8. Telefone para contato: ___________________________

A9. Telefone de familiar para contato__________________________

A10. Cor da pele: (1) Branca (2) Parda (3) Preta ( )

Outra:____________________________

A11. Sexo: (1) Masculino (2) Feminino

A12. Qual é a sua idade? __ __ (anos completos)

A13. O(A) Sr(a) sabe ler e escrever? (0) Não (1) Sim (9) Só assina o nome

A14. Até que série completou na escola?________________ anos de estudo (8) NSA

A15. Qual sua situação conjugal atual?

(1) Casado/vive com companheiro (2) Viúvo (3) Separado/divorciado (4) solteiro (9) IGN

BLOCO B – HÁBITOS DE VIDA

B1. O(A) Sr.(a) fuma ou já fumou?

(0) Não, nunca fumou (1) Sim, fuma (mais de 1 cigarro por dia há mais de 1 mês

(2) Ex-fumante (abandono do cigarro há mais de 6 meses)

B2. Quanto tempo depois de acordar você fuma o primeiro cigarro?

(1) Após 60 minutos 0 pontos

(2) Entre 31 e 60 minutos 1 pontos

(3) Entre 6 e 30 minutos 2 pontos

(4) Nos primeiros 5 minutos 3 pontos

B3. Você encontra dificuldades em evitar de fumar em locais proibidos, como por exemplo: igrejas,

local de trabalho, cinemas, shoppings, etc?

(1) Não 0 pontos

(1) Sim 1 pontos

B4. Qual o cigarro mais difícil de largar de fumar?

(1) qualquer outro 0 pontos

AFUMO ______

ATEMP_________

ADIFEVIT______

ACIGDIF_______

70

(2) o primeiro da manhã 1 pontos

B5. Quantos cigarros você fuma por dia?

(1) Menos de 10 cigarros 0 pontos

(2) Entre 11 e 20 cigarros 1 pontos

(3) Entre 21 e 30 cigarros 2 pontos

(4) Mais de 30 cigarros 3 pontos

B6. Você fuma mais frequentemente nas primeiras horas do dia do que durante o resto do dia?

(1) Não 0 pontos

(2) Sim 1 pontos

B7. Você fuma mesmo estando doente ao ponto de ficar acamado na maior parte do dia?

(1) Não 0 pontos

(2) Sim 1 pontos

B8. O(A) Sr.(a) bebe ou já bebeu (0) Não, nunca bebeu (1) Sim, bebe

AQUAN_________

AFREQ_________

AFUMDOEN_____

ABEB___________

B9. O(A) Sr(a) já pensou em largar a bebida?

(0) Não (1) Sim (8) NSA ALARBEB ______

B10. O Sr(a) ficou aborrecido(a) quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber?

(0) Não (1) Sim (8) NSA

B11. O Sr(a) se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber?

(0) Não (1) Sim (8) NSA

B12. O Sr(a) bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca (abrir os olhos) ?

(0) Não (1) Sim (8) NSA

B13. Após os trabalhos do Grupo Hipertensos, que mudanças percebeu em seus hábitos de vida?

(0) nenhuma

(1) mudanças nas relações interpessoais (convívio com as pessoas)

(2) mudanças nos hábitos alimentares

(3) maior envolvimento com o tratamento

(4) diminuição do cigarro

(5) diminuição da bebida

(6) melhoria da auto-estima

(7) melhoria da relação com a equipe de profissionais

(8) NSA

AHABEB _______

ASENBEB_______

ABEBMAN______

AGRUTERAP_____

AGORA GOSTARÍAMOS DE SABER ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE SUA SAÚDE

BLOCO C – SAÚDE GERAL

C1. C1.Como o(a) Sr(a) considera sua saúde, comparada com alguém de sua idade?

(1) Muito Boa(2) Boa(3) Regular (4) Ruim(5) Muito ruim(6) (9) IGN

A6 C2. Indique as 3 medidas que, na sua opinião, são as mais importantes para manter a boa saúde,

começando com a mais importante de todas. (nos parênteses anteriores às opções deve ser anotada a

ordem de importância dos 3 fatores citados).

( ) (1) Ter uma alimentação saudável, evitando comer muita gordura animal;

( ) (2) Fazer exercícios físicos regularmente;

( ) (3) Não tomar bebidas alcoólicas em excesso;

( ) (4) Consultar o médico regularmente;

AMDIMP1________

AMDIMP2________

AMDIMP3_________

AMDIMP4_________

AMDIMP5_________

71

( ) (5) Não fumar;

( ) (6) Manter seu peso ideal;

( ) (7) Controlar ou evitar o estresse;

( ) (8) Controlar o sal na comida; ( ) (9) IGN

AMDIMP6_________

AMDIMP7_________

BLOCO D-HIPERTENSÃO ARTERIAL

D1. Alguma vez na vida o médico lhe disse que o Sr(a) tinha pressão alta

(0) Não (1) Sim (9) IGN

AHAS_____________

D2. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) sabe que tem pressão alta?__ __ anos (8) NSA (9) IGN AHASANO _________

D3. Desde <seis meses atrás>quantas vezes o(a) Sr.(a) consultou devido à pressão alta na

<Unidade Básica de saúde de abrangência>?__ __ vezes (8) NSA (9) IGN AHASCON _________

D4. Desde <SEIS MESES ATRÁS> quantas vezes o(a) Sr.(a) consultou com o mesmo médico devido à

pressão alta na <UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA>?__ __ vezes (8) NSA (9) IGN

AHASMED________

D5. Há quanto tempo foi sua última consulta médica na <Unidade Básica de Saúde de abrangência>,

devido à pressão alta? __ __ __ dias (8) NSA (9) IGN

AHASTUC_________

D6. Desde <dois anos atrás> quantas vezes o(a) Sr.(a) baixou no hospital devido a pressão alta ou por

algum outro problema relacionado à pressão alta?_ __ vezes (8) NSA (9) IGN

ABPRE____________

D7. O(A) Sr.(a) precisa usar remédio (s) para a pressão alta?(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN AHASRE ________

D8. O(A) Sr(a) usa outras formas de tratar a pressão alta, além do tratamento indicado pelo Médico?

(chá, benzedeira...) (0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN Quais?____________________________ AHASCUR1 ______

D9. No período de um ano, o (a) Sr (a) participou de algum grupo de hipertensos na Unidade Básica

de Saúde

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

AHASGRU_______

D10. O (a) Senhor (a) tem algum familiar com pressão alta? (0) Não (1) Sim (9) IGN

Sim, qual o parentesco?__________________________________________

AHASFAM_______

D11. Onde o (a) senhor (a) verifica a pressão arterial?

(0) Em casa (1) Na UBS (2) Na farmácia (3) Consultório (4) Outro

AHASVER________

D12. O (a) Senhor (a) acha que tem necessidade de acompanhamento médico para o controle da

hipertensão arterial?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

AHASACOM______

D13. É sempre o mesmo médico que lhe atende para o tratamento da hipertensão arterial?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

D14. O (a) Senhor (a), alguma vez esquece de tomar o remédio para hipertensão arterial?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

AHASMED_______

AHASESQ ________

D15. O (a) Senhor (a), às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar o remédio?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

AHASDESC ________

D16. Quando o (a ) Sr (a) se sente bem, algumas vezes, deixa de tomar o remédio?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

AHASDEIX ________

72

D17. Quando o (a) Sr (a) se sente mal com o remédio, às vezes deixa de tomá-lo?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

D18. Já faltou à consulta de saúde alguma vez?

(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN

1ª MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

PAS______________mmHg

PAD______________mmHg

_______________________________________________________________________________________

AHASMAL_______

AFALCON_______

_________________

BLOCO E-DIABETES MELLITUS

E1. O(A) Sr.(a) tem diabete ou açúcar alto no sangue?(0) Não (1) Sim (9) IGN ADM _____________

E2. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) sabe que tem diabete ou açúcar alto no sangue?

__ __ anos (0 = menos de um ano) (8) NSA (9) IGN

ADMANO _________

E3. Desde SEIS MESES ATRÁS quantas vezes o(a) Sr.(a) consultou devido a diabete na UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA?__ __ vezes (8) NSA (9) IGN ACON _____________

E4. Desde DOIS ANOS ATRÁS quantas vezes o(a) Sr.(a) baixou no hospital devido a diabete ou por

algum outro problema relacionado a diabete?__ __ vezes (8) NSA (9) IGN ADMHOS __________

E5. O(A) Sr.(a) precisa usar remédio(s) para diabete?(0) Não (1) Sim (8) NSA (9) IGN ADMRE __________

BLOCO F- UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

F1. Avalie na escala abaixo a sua opinião sobre os atendimentos recebidos no <Unidade Básica de

Saúde de Abrangência> 0___1___2____3___4___5___6___7___8___9___10

atendimento ruim mediano excelente atendimento

(8) NSA (9) IGN Porquê?________________________________________

ASATPS ____________

F2.Opinião sobre o atendimento no posto:

A-Médico (0) Muito Boa (1) Boa (2) Regular (3) Ruim (4) Muito ruim

B-Enfermeiro (0) Muito Boa (1) Boa (2) Regular (3) Ruim (4) Muito ruim

C-Nutricionista (0) Muito Boa (1) Boa (2) Regular (3) Ruim (4) Muito ruim

D-Psicólogo (0) Muito Boa (1) Boa (2) Regular (3) Ruim (4) Muito ruim

E-Recepção e outros: (0) Muito Boa ( 1) Boa (2) Regular (3) Ruim (4) Muito ruim

AMED____________

AENF_____________

ANUT_____________

APSIC____________

AREC_____________

73

F30.O sr(a) sabe o nome do médico que lhe atende?( 0 )Não ( 1 )Sim (9)IGN AMMED___________

BLOCO G-AGORA VAMOS FALAR SOBRE EXERCÍCIOS

G1. Alguma vez na vida em uma consulta na UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA,

algum médico lhe disse que o(a) Sr.(a) deveria fazer exercícios para melhorar a sua saúde?

(0) Não (1) Sim (9) IGN

SE SIM: Há quanto tempo foi essa consulta ____ anos __ __ meses (codificar em meses)

(8) NSA (9) IGN (0) Menos de 1 mês

AEXER ___________

ATPCONV_________

G2. E na sua última consulta no UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA, o médico lhe

disse que o(a) Sr.(a) deveria fazer exercícios para melhorar sua saúde?

(0) Não (1) Sim

SE SIM: Quando foi a sua última consulta ___ anos __ __ meses (codificar em meses)

(8) NSA (9) IGN (0) Menos de 1 mês

AUEXER __________

AULCON___________

Pense nas “atividades físicas vigorosas” que você realizou nos últimos 7 dias por pelo menos 10 minutos

seguidos em casa e/ou trabalho.A “atividade física vigorosa” faz vocês suar bastante ou aumenta muito a sua

respiração ou os seus batimentos cardíacos.exemplo:carregar pesos pesados,cavar ou correr.

G3-Durante os últimos 07 dias, em quantos dias vocês realizou “atividades físicas vigorosas”?____

G4-Quanto tempo você gastou realizando “atividades físicas vigorosas” em um destes dias?

___horas por dia ____minutos por dia

Pense nas “atividades físicas moderadas” que você realizou nos últimos 7 dias por pelo menos 10 minutos

seguidos em casa e/ou no trabalho. A “atividade física moderada” faz você respirar um pouco mais rápido

do que o normal e pode incluir atividades como carregar pesos leves, andar de bicicleta sem correr, fazer

exercícios domésticos leves como varrer, podar e subir escadas. Não incluir caminhar.

G5-Durante os últimos 7 dias, em quantos dias você realizou “atividades físicas moderadas”?___

G6-Quanto tempo você gastou realizando “atividades físicas moderadas” em um destes dias?

___horas por dia ____minutos por dia

BLOCO H – INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS

GRAU DE INSTRUÇÃO DO CHEFE DE FAMÍLIA

H1. Agora vamos perguntar sobre o grau de instrução do chefe da família:

Analfabeto / Primário incompleto Analfabeto/ Até 3ª Série Fundamental 0

Primário completo / Ginasial incompleto Até 4ª Série Fundamental 1

Ginasial completo / Colegial incompleto Fundamental completo 2

Colegial completo / Superior incompleto Médio completo 4

Superior completo Superior completo 8

ANAL______________

AATE4_____________

AFUND____________

AMED_____________

ASUP_____________

74

AGORA NÓS GOSTARÍAMOS DE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE ELETRODOMÉSTICOS QUE A SRA TEM EM CASA. OS

ELETRODOMÉSTICOS CONSIDERADOS SÃO OS QUE ESTÃO EM CONDIÇÕES DE USO. O(A) SR(SRA) DEVERÁ DIZER SE POSSUI E A

QUANTIDADE DOS ELETRODOMÉSTICOS PERGUNTADOS

I2. Posse de itens: Quantidade de itens

0 1 2 3 4 ou mais

Televisão em cores (0) (1) (2) (3) (4) ATV _______________

Rádio (0) (1) (2) (3) (4) ARAD _____________

Banheiro (0) (4) (5) (6) (7) ABAN _____________

Automóvel (0) (4) (7) (9) (9) AAUT _____________

Empregada mensalista (0) (3) (4) (4) (4) AEMP ____________

Máquina de lavar (0) (2) (2) (2) (2) AMAQLAV ________

Videocassete e/ou DVD (0) (2) (2) (2) (2) AVID ____________

Geladeira

Freezer (aparelho indepen-

dente ou parte da geladeira

duplex)

(0)

(0)

(4)

(2)

(4)

(2)

(4)

(2)

(4)

(2)

AGEL ____________

AFREE____________

2ª MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

PAS______________mmHg

PAD______________mmHg

75

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

A Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também o principal fator de risco para as complicações mais comuns como: acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio, além de doença renal crônica terminal. É considerada, na atualidade, um dos mais importantes fatores de risco cardiovascular.

A presente pesquisa tem o objetivo de descrever o perfil

epidemiológico e controle da pressão arterial dos pacientes cadastrados no Programa Hiperdia, moradores em Novo Hamburgo/RS.

Por esta razão, convido-o(a) a participar deste estudo, no qual o Sr(a)

deverá responder , inicialmente, a um questionário com dados de identificação e fatores de risco causadores da hipertensão; após, será realizada a mensuração de sua pressão arterial em duas medidas com o intervalo de 3 minutos.

Os dados serão coletados em consultas agendadas na Unidade Básica

de Saúde onde consta seu cadastro Hiperdia. O procedimento de verificação de Pressão Arterial tem risco mínimo.

Reafirmamos que será dada garantia do sigilo de seus dados e

informações prestadas no estudo, sem que isto interfira no seu atendimento de saúde, caso não deseje participar.

A divulgação dos resultados da pesquisa será realizada em data a ser

estabelecida posteriormente, quando da apresentação da dissertação em sessão pública e demais publicações.

. Eu________________________________________ concordo em

participar da pesquisa, cujas explicações e dúvidas foram esclarecidas.

________________________________ Clarita Silva de Souza – Pesquisadora Assinatura

Fone: 51- 99697563

________________________________ Nome do participante Assinatura

Novo Hamburgo,_____de ______________de 2010.

76

MANUAL DE INSTRUÇÕES

Projeto de pesquisa

Clarita Silva de Souza

28/02/2010

Perfil epidemiológico e controle da pressão arterial em pacientes hipertensos cadastrados no Hiperdia, moradores em uma cidade de 240

mil habitantes

77

ÍNDICE

Diretório de contatos....................................................................................... 001

Capacitação: treinamento dos entrevistadores................................................001

Reuniões com coordenadora de campo..........................................................001

Orientações gerais...........................................................................................002

Introdução........................................................................................................002

Critérios de inclusão........................................................................................002

Critérios de exclusão.......................................................................................002

Etapas do trabalho de campo..........................................................................002

Coleta de dados...............................................................................................003

Verificação de PA.............................................................................................003

Entrevista.........................................................................................................004

Recusas..........................................................................................................005

Perdas.............................................................................................................005

Preenchimento dos questionários e formulários.............................................005

Controle de qualidade......................................................................................011

78

1. Diretório de contatos

a) Autora do projeto

Enfª Clarita Silva de Souza

Fone: 35949972

Celular: 99697563

b) Coordenadora do projeto

Assist. Social Elaine da Graça Santos Duarte

Fone: (051) 33860172

Celular: (051) 99678795

c) Secretária/Digitadora

Sra: Elaine da Graça Santos Duarte

Fone: (051) 33860172

Celular: (051) 99678795

2. Capacitação: treinamento dos entrevistadores

Será realizada reunião com a autora da pesquisa, a coordenadora, a secretária

e todos os funcionários indicados pelas respectivas UBS’s para capacitação

conjunta.

Todos receberão capacitação adequada para o desempenho satisfatório da

tarefa. O questionário será revisto detalhadamente, estudo-piloto será aplicado,

revisão da técnica correta para verificação de PA e manuseio do aparelho de

pressão em oficinas práticas. Todas as dúvidas devem ser esclarecidas

também neste momento.

79

1. Reunião com coordenação

Se houver necessidade será realizada na própria UBS, pois todas as dúvidas

poderão ser esclarecidas por quaisquer telefones à disposição no horário das

8:00 h às 17:00 h.

3. Orientações gerais

1. Introdução

O Manual de Instruções serve para esclarecer dúvidas. DEVE ESTAR

SEMPRE COM VOCÊ. Erros no preenchimento do questionário poderão

indicar que você não consultou o manual. RELEIA O MANUAL

PERIODICAMENTE. Evite confiar excessivamente na sua própria memória e

evite também refazer a entrevista, pois causará impacto negativo no paciente,

correndo o risco, inclusive, de perdê-la.

PREPARE-SE PARA A ENTREVISTA, TENHA SEMPRE COM VOCÊ

- Carta de apresentação da Pesquisa

- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (duas vias para cada entrevista)

- aparelho de pressão

- questionário

- prancheta, lápis, borracha e apontador

- Manual de instruções

2. Critérios de Inclusão

Idade igual ou acima de 20 anos, ambos os sexos, cadastrados no Programa

Hiperdia, conforme sorteio.

3. Critérios de Exclusão

Pacientes que estiverem institucionalizados no momento da pesquisa (hospital,

asilo, privados de liberdade), mudança de domicílio para área de outra UBS,

para outro município2.

4. Etapas do trabalho de campo

80

1. Coleta de dados

A coleta de dados dos hipertensos sorteados, cadastrados no Hiperdia, será

feita por agendamento na respectiva UBS. A aplicação do questionário e a

verificação da PA será feita pelo Técnico de Enfermagem designado pela

Coordenadora da UBS. Somente serão entrevistados aqueles hipertensos que

concordarem e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Os dados serão coletados na efetivação da primeira consulta agendada na

UBS(após três tentativas telefônicas) e, quando não for possível o

agendamento, será deixado um bilhete no endereço indicado no cadastro com

o próximo horário agendado. Após três tentativas realizadas será agendado o

próximo hipertenso da lista e, ainda não sendo possível, será feita agenda para

o hipertenso anterior ao sorteado. Caso ocorra recusa em participar da

pesquisa, será considerada perda.

Caso os cadastrados do Programa Hiperdia, sorteados na amostra estiverem

impedidos de comparecer na Unidade em razão de doença, será realizada uma

VD e procedida a coleta de dados.

2. Critérios para verificação da PA

A pressão arterial será verificada com a técnica e equipamento utilizado em

toda a amostra, com duas medidas: a primeira após a resposta a pergunta D18

e a outra ao final da entrevista. Os níveis pressóricos para identificação da PA

normal será de 140mmHg/90mmHG, conforme preconizado pela VI Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica.

A coleta dos valores da PA será medida com aparelho aneróide, marca Solidor,

lote BE15B, certificado IMETRO, conforme a técnica:

- certificar-se que o participante não se alimentou, bebeu, fumou ou exercitou-

se 30 minutos antes da medição e de que não está com vontade de urinar na

hora de fazer a medida;

- para realizar a primeira medida, já deverá ter decorrido pelo menos 15

minutos da chegada do participante (solicitar que aguarde 10 minutos sentado

e, após, iniciar a entrevista. Considerar o tempo de mais 15 minutos de

entrevista com o participante sentado, respondendo ao questionário. Então,

fazer a segunda medida da pressão arterial, anotando sempre no questionário.

Deverá estar sentado em uma cadeira com os pés apoiados no chão;

- observar qual mão a pessoa usa para escrever (mão dominante), envolver o

manguito neste braço;

81

- utilizar dedos indicador e médio para apalpar o pulso braquial e pressionar o

velcro para fixar bem;

- solicitar ao participante que permaneça imóvel e não fale durante a medição;

- insuflar o manguito até 240mmHg;

- fazer a leitura, registrar as duas medidas no questionário do participante.

3. Entrevista

Para que tenhamos êxito, propósito desta entrevista, recomenda-se que seja

seguido o Código de Conduta do Entrevistador:

- Identifique-se. Apresente-se sempre de uniforme e crachá;

- não masque chicletes, nem coma ou beba durante a entrevista, tampouco

fume antes;

- seja educado e gentil, pois as pessoas não tem obrigação de atendê-lo. É

muito importante causar uma boa impressão para estas pessoas;

- seja sempre pontual nas entrevistas agendadas;

- não esqueça de ter o material para a entrevista já organizado para o

momento. Assim não perdemos tempo e evitamos desconfortos;

- tenha sempre o Manual de Instruções consigo e consulte sempre que

necessário, mesmo no momento da entrevista. Não deixe para olhar o manual

depois de terminar a entrevista, pois corremos o risco de preencher errado e

ser necessário refazer a entrevista.

Quando o entrevistador tiver que fazer a entrevista no domicílio. Como portar-

se?

- No domicílio, bater e aguardar que alguém o atenda;

- caso não consiga contato, recorra à vizinhança para informar-se sobre

telefone ou melhor horário para encontrá-lo em casa. A entrevista poderá ser

agendada por telefone ou a entrevistadora deverá retornar outro dia;

- não obtendo nenhuma informação será necessário tentar outra vez em

horário diferente;

- se a pessoa procurada estiver em casa, identifique-se e diga por que veio e

esclareça os propósitos da visita e mostre a carta de apresentação;

82

- trate todos os participantes adultos por Sr. ou Sra., sempre demonstrando

respeito. Só mude este tratamento se a própria pedir para ser tratado de outra

forma;

- sempre chame o entrevistado pelo nome. Esta é a forma de ganhar a atenção

dele e demonstrar simpatia da sua parte;

- LEIA AS PERGUNTAS PARA O ENTREVISTADO TAL COMO ESTÁ

ESCRITO. SE FOR PRECISO, LEIA NOVAMENTE A PERGUNTA;

- IMPORTANTE: não demonstre censura, aprovação ou surpresa diante das

respostas. O motivo desta entrevista é obter informações. Você não pode

transmitir ensinamentos para as pessoas. A SUA POSTURA DEVERÁ SER

NEUTRA.

5. RECUSAS

Quando o paciente não quiser participar da pesquisa (Anotar no questionário e

avisar à coordenadora após três tentativas)

Na primeira recusa tente preencher, pelo menos, os dados de identificação com

algum familiar (A1 a A9).

6. PERDAS

Serão consideradas perdas mudanças de endereço, pacientes

institucionalizados e recusas após três tentativas.

7. PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS E DEMAIS DOCUMENTOS

- Cuide bem de seus formulários;

- posicione-se de preferência frente a frente com a pessoa entrevistada

evitando que ela leia as questões;

os questionários e formulários devem ser preenchidos a lápis e com

muita atenção, usando borracha para as devidas correções; somente

após passar a caneta;

A codificação dos questionários seguirá a letra correspondente à UBS

seguida do número do questionário;

83

- as letras e números devem ser escritos ABSOLUTAMENTE LEGÍVEL, sem

deixar margem para dúvidas. LEMBRE-SE! Tudo isto vai ser relido e

digitalizado; assinalar com X na resposta indicada pelo entrevistado;

- em especial: o número 1 não tem aba, nem pé, faça um ―pauzinho‖. Faça o

cinco bem diferente do nove. O oito são duas bolinhas;

- nunca deixe nenhuma resposta em branco. LEMBRE-SE QUE, NO CASO DE

UMA PERGUNTA SEM RESPOSTA VOCÊ TERÁ QUE REFAZER A

ENTREVISTA;

- não use abreviações ou siglas;

nunca passe para a próxima pergunta se ainda tiver dúvidas. Não

registre, releia até estar absolutamente certa do dado a registrar;

use o verso da última folha para efetuar registros adicionais que julgar

necessários;

NSA (NÃO SE APLICA) = utilizar quando a pergunta não pode ser

aplicada para o caso;

IGN (IGNORADA) = utilizar quando o entrevistado não souber responder

ou não lembrar;

O bloco A do questionário contém perguntas de identificação e cada

questionário já terá o número que corresponde à UBS e ao participante

sorteado.

Perguntas A1 a A15 referem-se a dados de identificação do entrevistado.

Anotar o máximo de informações sobre cada pergunta.

Pergunta A 7 – Endereço: Anotar o endereço completo com rua, número,

complemento;

Pergunta A10 – Cor da pele: Observe a cor da pele do entrevistado e

anote;

Pergunta A12 – Idade: Anote os anos completos, sem identificar os

meses se o entrevistado mencionar;

Pergunta A13 – Para SIM tem que saber ler e escrever (não basta

apenas ler) Se a resposta for NÃO, pule a questão A14;

Pergunta A15 – Situação conjugal: Leia as alternativas e anote a

resposta do entrevistado;

O bloco B refere-se a perguntas sobre hábitos de vida.

84

Pergunta B1 – Se for NÃO, pule para a questão B8. Considerar ex-

fumante se abandonou o cigarro há mais de 6 meses;

Pergunta B2 - Ler as alternativas para o entrevistado e anotar;

Pergunta B3 – Ler a pergunta pausadamente e repeti-la, se necessário;

Pergunta B4 – Ler as alternativas para o entrevistado e anotar;

Pergunta B5 – Fazer a pergunta e aguardar a resposta, se o

entrevistado tiver dificuldade de lembrar, ler as alternativas,

Pergunta B6 – Se o entrevistado não lembrar, peça para ele lembrar do

número de cigarros fumados na última manhã;

Pergunta B7 – Considera-se doente se a pessoa ficar acamada a maior

parte do dia ou hospitalizado;

Pergunta B8 – Considerar como SIM bebe, para a ingesta de bebida

alcoólica todos os dias; caso a reposta seja NÃO, pule para questão 13;

Pergunta B9, B10, B11,B12 – Se o entrevistado responder ―às vezes‖,

considerar SIM;

PerguntaB13 – Ler todas as alternativas, se necessário, repetir e anotar

todas as respostas referidas pelo entrevistado;

O bloco C é sobre saúde geral

Pergunta C1 - As opções devem ser lidas para o entrevistado e

solicitar para ele comparar com outra pessoa de sua idade; Se ele

tiver dúvida, peça para ele avaliar como considera sua saúde a

maior parte do tempo;

Pergunta C2 – Ler todas as alternativas e anotar a mais

importante (ex. Se o entrevistado considerar que não fumar é a

mais importante, registre 1 no parênteses da opção não fumar).

Continuar com as outras duas opções da mesma maneira;

O bloco D é sobre Hipertensão Arterial

Pergunta D1 – Considerar SIM, mesmo que o médico tenha dito

somente uma vez. Considerar Não se outro profissional

(enfermeiro, farmacêutico) disse que estava alta, se for NÃO, pule

para questão D18;

Pergunta D2 – Se for mais de 1 ano anotar em anos. Quando for

menos que 1 ano anotar abaixo os meses referidos;

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Pergunta D3, D4 – Ler a pergunta e repeti-la, se necessário,

lembrando o mês da entrevista e até que mês está sendo

avaliado ( ex. Entrevista em maio, a informação solicitada refere-

se até dezembro de 2009), Se ele disser que consultou em outro

local que não a UBS registre NÃO;

Pergunta D5 – Se o entrevistado responder em meses,

transforme em dias e anote;

Pergunta D6 – Considerar até o ano de 2008. Caso não tenha

havido internação, registrar NSA;

Pergunta D7 – Se o entrevistado ficar em dúvida se precisa ou

não de medicamento para pressão alta, perguntar se tem carteira

de hipertenso ou receita médica;

Pergunta D8 – Caso o entrevistado cite outras formas, mesmo

que não seja conhecida, faça anotação;

Pergunta D9 – Considere o mês da entrevista e refira o mês do

ano anterior;

Pergunta D10 – Solicitar que informe se têm pressão alta os

familiares diretos (não considerar cunhado, sogro);

Pergunta D11 – Ler as alternativas para o entrevistado, caso ele

tenha dúvida na resposta;

Pergunta D12 – Explicar que o acompanhamento médico é feito

por meio de consultas e avaliações;

Pergunta D13 – Se houver dúvida, considerar o último ano de

atendimento;

Pergunta D14, D15 – Considerar SIM, quando informar que foi

somente em um dos horários ou disser que foi só uma vez;

Pergunta D16, D17 - Considerar SIM, mesmo que tenha relatado

que foi somente uma vez;

Pergunta D18 – Considere para esta resposta qualquer consulta

que tenha sido agendada para o entrevistado;

APÓS ESTA PERGUNTA, REALIZAR A PRIMEIRA MEDIDA DA

PRESSÃO ARTERIAL

(1) O bloco E é sobre Diabetes Mellitus

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(2) Pergunta E1 - Considerar SIM, mesmo que o médico tenha dito somente

uma vez. Considerar Não se outro profissional (enfermeiro,

farmacêutico) disse que estava alta, se for NÃO, pule para questão F1;

(3) Pergunta E2 – Se for mais de 1 ano anotar em anos. Quando for menos

que 1 ano, anotar abaixo os meses referidos;

(4) Pergunta E3, E4 – Ler a pergunta e repeti-la, se necessário, lembrando

o mês da entrevista e até que mês está sendo avaliado ( ex. Entrevista

em maio, a informação solicitada refere-se até dezembro de 2009), Se

ele disser que consultou em outro local que não a UBS registre NÃO;

(5) Pergunta E5 – Se o entrevistado ficar em dúvida se precisa ou não de

medicamento para diabetes, perguntar se tem carteira de diabético ou

receita médica;

(6) O bloco F é sobre Unidade Básica de Saúde

(7) Pergunta F1 – Ler a pergunta e informar a numeração da escala para

que o entrevistado possa avaliar o atendimento e assinalar o número

dado como resposta. Se não souber ou não quiser manifestar-se,

registrar o motivo;

(8) Pergunta F2 – Ler a pergunta e as opções para cada categoria

profissional separadamente, anotando a resposta a cada item;

(9) Pergunta F3 – Fazer a pergunta e informar que pode ser o profissional

que atendeu no último ano;

O bloco G é sobre exercícios físicos

Pergunta G1, G2 – Fazer a pergunta pausadamente e considerar NÃO se a

orientação foi dada por outro profissional: enfermeiro, nutricionista. Se a

resposta for SIM, peça que a pessoa lembre o tempo decorrido. Anote em anos

e meses.

Pergunta G3, G4 - Se o(a) participante perguntar ―O que são atividades físicas

vigorosas?‖, leia novamente os conceitos do início do bloco. Caso o(a)

participante perguntar: ―Futebol é atividade vigorosa?”, pergunte para ele(a): o

futebol precisa de um grande esforço físico e faz com que respires muito mais

forte que o normal? (de acordo com os conceitos do início do bloco).

Assinale o número de dias que o(a) participante realizou atividades fortes por

mais de 10 minutos seguidos. Se o(a) participante ficar em dúvida quanto ao

número de dias que ele(a) realizou atividades fortes, considere o menor

número referido. Por exemplo, se o(a) participante disser: ―Talvez 3 ou 4 dias”.

Neste caso, considere como resposta 3 dias.

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Pergunta G5, G6 - Se o(a) participante perguntar ―O que são atividades físicas

moderadas?‖, leia novamente os conceitos do início do bloco. AS

CAMINHADAS NÃO DEVEM SER CONSIDERADAS. Para ter certeza de que

o(a) participante não está se referindo às caminhadas novamente, pergunte

qual atividade média ele(a) realizou.

Assinale o número de dias que o(a) participante realizou atividades moderadas

por mais de 10 minutos seguidos.

Se o(a) participante ficar em dúvida quanto ao número de dias que ele(a)

realizou atividades moderadas, considere o menor número referido. Por

exemplo, se o(a) participante disser: ―Talvez 3 ou 4 dias”. Neste caso,

considere como resposta 3 dias.

(10)O bloco H é sobre informações socioeconômicas

(11)Pergunta H1 – Marcar a opção que indicar o grau de estudo do

entrevistado. Lembrar que o primeiro grau são 8 anos de estudo e o

segundo grau são 11 anos de estudo. Se o entrevistado realizou o

supletivo para o primeiro grau, considerar Fundamental completo, se

não completou o supletivo, considere colegial incompleto. O mesmo vale

para supletivo de ensino médio. Se o entrevistado fez curso técnico em

conjunto com ensino médio, considere médio completo, mas se fez

somente algum curso técnico que não valia como ensino médio, então

considere ensino fundamental completo. Se a pessoa fez o Mobral,

considere primário incompleto.

(12)Pergunta H2 - Refere-se a aparelhos domésticos em geral. Deve-se

considerar os seguintes casos:

- bem alugado em caráter permanente;

- bem emprestado de outro domicílio há mais de 6 meses;

- bem quebrado há menos de 6 meses.

Não considerar os seguintes casos:

- bem emprestado para outro domicílio há mais de 6 meses;

- bem quebrado há mais de 6 meses;

- bem alugado em caráter eventual;

- bem de propriedade de empregados ou pensionistas.

Assinale apenas uma das opções para cada pergunta, identificando o número

de aparelhos e bens que o entrevistado informar. No item máquina de lavar,

não considerar tanquinho.

(13)REALIZE A SEGUNDA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERAL, ANOTE.

(14)Encerre a entrevista, agradecendo ao entrevistado.

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8.CONTROLE DE QUALIDADE

O controle de qualidade da coleta dos dados será realizado em 4% da amostra,

com reaplicação do questionário de coleta dados e após aferição da PA com o

mesmo padrão utilizado na primeira medida da PA no espaço de até 5 dias da

coleta dos dados pelo entrevistador. Este controle será efetivado pelo

entrevistador em conjunto com a Coordenadora de campo da pesquisa.