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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL A SAÚDE MENTAL NA PERSPECTIVA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE CAROLINA SANTOS DA SILVA Orientadora: Professora Dra. Daniela Riva Knauth Porto Alegre, novembro de 2010.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM EPIDEMIOLOGIA

DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO PROFISSIONAL

A SAUacuteDE MENTAL NA PERSPECTIVA DA

ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

CAROLINA SANTOS DA SILVA

Orientadora Professora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre novembro de 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM EPIDEMIOLOGIA

DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO PROFISSIONAL

A SAUacuteDE MENTAL NA PERSPECTIVA DA

ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

CAROLINA SANTOS DA SILVA

Orientadora Professora Dra Daniela Riva Knauth

A apresentaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo eacute uma

exigecircncia do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Epidemiologia Mestrado Profissional

em Gestatildeo de Tecnologias com ecircnfase na

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre

Porto Alegre Brasil

2010

BANCA EXAMINADORA

Professora Dra Simone Mainiere Paulon Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Erno Harzheim Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Jorge Umberto Beria Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Universidade Luterana do Brasil

DEDICATOacuteRIA

Aos profissionais e usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade todos os dias de fazer melhor

Andreacute Meira meu marido e incansaacutevel companheiro tambeacutem

profissional da sauacutede que soube estar presente e ler meus manuscritos mas

tambeacutem soube ldquome deixarrdquo para minha solitaacuteria composiccedilatildeo

A toda minha famiacutelia por terem papel importante na minha vida Ao

Jorge meu pai meus irmatildeos Camila e Guilhermo ao meu afilhado e aos

meus cunhados com destaque ao Guilherme Floriano que compocircs comigo

grande parceria no trabalho virtual e teve muita paciecircncia e criatividade neste

processo em especial a minha matildee Elisabete e minha avoacute Mathilde que me

abrigaram em Porto Alegre e souberam entender o foco das minhas ldquoestadasrdquo

aos meus sogros Adriano e Rosa porque estive ausente em vaacuterios churrascos

e compreenderam minha falta

As amigas Carine Nied (Santa Cruz do Sul) Claudia Cenci (Passo

Fundo) Leda Rubia (Passo Fundo) Loiva Santos (Caxias do Sul) Luacutecia

Crescente (Ijuiacute) e Mirtha Zenker (Guaiacuteba-Porto Alegre) pelo estiacutemulo

constante

A Secretaria Municipal de Sauacutede de Passo Fundo como um todo em

especial a Equipe do Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica que foram

retaguarda nas minhas saiacutedas para estudo sobretudo ao Edson Mocinho

Juliana Salvadori e Mara Dill

Aos usuaacuterios do CAPS II Nosso Espaccedilo os quais foram minha

inspiraccedilatildeo

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM EPIDEMIOLOGIA

DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO PROFISSIONAL

A SAUacuteDE MENTAL NA PERSPECTIVA DA

ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

CAROLINA SANTOS DA SILVA

Orientadora Professora Dra Daniela Riva Knauth

A apresentaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo eacute uma

exigecircncia do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Epidemiologia Mestrado Profissional

em Gestatildeo de Tecnologias com ecircnfase na

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre

Porto Alegre Brasil

2010

BANCA EXAMINADORA

Professora Dra Simone Mainiere Paulon Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Erno Harzheim Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Jorge Umberto Beria Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Universidade Luterana do Brasil

DEDICATOacuteRIA

Aos profissionais e usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade todos os dias de fazer melhor

Andreacute Meira meu marido e incansaacutevel companheiro tambeacutem

profissional da sauacutede que soube estar presente e ler meus manuscritos mas

tambeacutem soube ldquome deixarrdquo para minha solitaacuteria composiccedilatildeo

A toda minha famiacutelia por terem papel importante na minha vida Ao

Jorge meu pai meus irmatildeos Camila e Guilhermo ao meu afilhado e aos

meus cunhados com destaque ao Guilherme Floriano que compocircs comigo

grande parceria no trabalho virtual e teve muita paciecircncia e criatividade neste

processo em especial a minha matildee Elisabete e minha avoacute Mathilde que me

abrigaram em Porto Alegre e souberam entender o foco das minhas ldquoestadasrdquo

aos meus sogros Adriano e Rosa porque estive ausente em vaacuterios churrascos

e compreenderam minha falta

As amigas Carine Nied (Santa Cruz do Sul) Claudia Cenci (Passo

Fundo) Leda Rubia (Passo Fundo) Loiva Santos (Caxias do Sul) Luacutecia

Crescente (Ijuiacute) e Mirtha Zenker (Guaiacuteba-Porto Alegre) pelo estiacutemulo

constante

A Secretaria Municipal de Sauacutede de Passo Fundo como um todo em

especial a Equipe do Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica que foram

retaguarda nas minhas saiacutedas para estudo sobretudo ao Edson Mocinho

Juliana Salvadori e Mara Dill

Aos usuaacuterios do CAPS II Nosso Espaccedilo os quais foram minha

inspiraccedilatildeo

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

BANCA EXAMINADORA

Professora Dra Simone Mainiere Paulon Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Erno Harzheim Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Dr Jorge Umberto Beria Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Universidade Luterana do Brasil

DEDICATOacuteRIA

Aos profissionais e usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade todos os dias de fazer melhor

Andreacute Meira meu marido e incansaacutevel companheiro tambeacutem

profissional da sauacutede que soube estar presente e ler meus manuscritos mas

tambeacutem soube ldquome deixarrdquo para minha solitaacuteria composiccedilatildeo

A toda minha famiacutelia por terem papel importante na minha vida Ao

Jorge meu pai meus irmatildeos Camila e Guilhermo ao meu afilhado e aos

meus cunhados com destaque ao Guilherme Floriano que compocircs comigo

grande parceria no trabalho virtual e teve muita paciecircncia e criatividade neste

processo em especial a minha matildee Elisabete e minha avoacute Mathilde que me

abrigaram em Porto Alegre e souberam entender o foco das minhas ldquoestadasrdquo

aos meus sogros Adriano e Rosa porque estive ausente em vaacuterios churrascos

e compreenderam minha falta

As amigas Carine Nied (Santa Cruz do Sul) Claudia Cenci (Passo

Fundo) Leda Rubia (Passo Fundo) Loiva Santos (Caxias do Sul) Luacutecia

Crescente (Ijuiacute) e Mirtha Zenker (Guaiacuteba-Porto Alegre) pelo estiacutemulo

constante

A Secretaria Municipal de Sauacutede de Passo Fundo como um todo em

especial a Equipe do Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica que foram

retaguarda nas minhas saiacutedas para estudo sobretudo ao Edson Mocinho

Juliana Salvadori e Mara Dill

Aos usuaacuterios do CAPS II Nosso Espaccedilo os quais foram minha

inspiraccedilatildeo

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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26

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

DEDICATOacuteRIA

Aos profissionais e usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade todos os dias de fazer melhor

Andreacute Meira meu marido e incansaacutevel companheiro tambeacutem

profissional da sauacutede que soube estar presente e ler meus manuscritos mas

tambeacutem soube ldquome deixarrdquo para minha solitaacuteria composiccedilatildeo

A toda minha famiacutelia por terem papel importante na minha vida Ao

Jorge meu pai meus irmatildeos Camila e Guilhermo ao meu afilhado e aos

meus cunhados com destaque ao Guilherme Floriano que compocircs comigo

grande parceria no trabalho virtual e teve muita paciecircncia e criatividade neste

processo em especial a minha matildee Elisabete e minha avoacute Mathilde que me

abrigaram em Porto Alegre e souberam entender o foco das minhas ldquoestadasrdquo

aos meus sogros Adriano e Rosa porque estive ausente em vaacuterios churrascos

e compreenderam minha falta

As amigas Carine Nied (Santa Cruz do Sul) Claudia Cenci (Passo

Fundo) Leda Rubia (Passo Fundo) Loiva Santos (Caxias do Sul) Luacutecia

Crescente (Ijuiacute) e Mirtha Zenker (Guaiacuteba-Porto Alegre) pelo estiacutemulo

constante

A Secretaria Municipal de Sauacutede de Passo Fundo como um todo em

especial a Equipe do Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica que foram

retaguarda nas minhas saiacutedas para estudo sobretudo ao Edson Mocinho

Juliana Salvadori e Mara Dill

Aos usuaacuterios do CAPS II Nosso Espaccedilo os quais foram minha

inspiraccedilatildeo

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

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RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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26

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade todos os dias de fazer melhor

Andreacute Meira meu marido e incansaacutevel companheiro tambeacutem

profissional da sauacutede que soube estar presente e ler meus manuscritos mas

tambeacutem soube ldquome deixarrdquo para minha solitaacuteria composiccedilatildeo

A toda minha famiacutelia por terem papel importante na minha vida Ao

Jorge meu pai meus irmatildeos Camila e Guilhermo ao meu afilhado e aos

meus cunhados com destaque ao Guilherme Floriano que compocircs comigo

grande parceria no trabalho virtual e teve muita paciecircncia e criatividade neste

processo em especial a minha matildee Elisabete e minha avoacute Mathilde que me

abrigaram em Porto Alegre e souberam entender o foco das minhas ldquoestadasrdquo

aos meus sogros Adriano e Rosa porque estive ausente em vaacuterios churrascos

e compreenderam minha falta

As amigas Carine Nied (Santa Cruz do Sul) Claudia Cenci (Passo

Fundo) Leda Rubia (Passo Fundo) Loiva Santos (Caxias do Sul) Luacutecia

Crescente (Ijuiacute) e Mirtha Zenker (Guaiacuteba-Porto Alegre) pelo estiacutemulo

constante

A Secretaria Municipal de Sauacutede de Passo Fundo como um todo em

especial a Equipe do Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica que foram

retaguarda nas minhas saiacutedas para estudo sobretudo ao Edson Mocinho

Juliana Salvadori e Mara Dill

Aos usuaacuterios do CAPS II Nosso Espaccedilo os quais foram minha

inspiraccedilatildeo

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

5

Aos meus colegas do mestrado vinte e cinco profissionais com quem

aprendi muito e trouxeram afeto para esta jornada em especial agraves

contribuiccedilotildees da Aline Torres do Ricardo Heinzelmann e do Warley Simotildees

As doutorandas do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da

UFRGS Camila Giugliani Flaacutevia Pilecco Gisele Nader e Nadia Meinerz que

iluminaram meu caminho

Ao grupo de especialistas em sauacutede mental os ldquoexpertsrdquo que

compuseram o grupo focal numa noite fria de Porto Alegre e aqueceram a

discussatildeo sobre a temaacutetica central deste estudo

Aos sujeitos da pesquisa que ldquocompraramrdquo esta ideacuteia e se doaram por

ldquoalguns mesesrdquo para as rodadas do Estudo Delphi

A todas as pessoas envolvidas que acreditam no potencial deste

trabalho e contribuiacuteram de alguma forma seja respondendo o questionaacuterio

on-line ou mesmo divulgando o estudo

Ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da UFRGS por

possibilitar minha formaccedilatildeo

Ao professor e grande mestre Paulo Fontanive pessoa acessiacutevel e que

partilhou sua sabedoria para auxiliar nesta pesquisa

Aos membros da banca examinadora professores Dr Jorge Umberto

Beria e Dra Simone Paulon pelas contribuiccedilotildees neste trabalho e em especial

ao professor Dr Erno Harzheim tambeacutem coordenador do curso e grande

incentivador das possibilidades da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

A minha orientadora Dra Daniela Knauth pessoa de sensibilidade

iacutempar disponibilidade e dedicaccedilatildeo intensa

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Alvarado R Elaboracioacuten y validacioacuten de instrumento que describe y caracteriza las redes de servicios de salud mental para personas que padecen esquizofrenia Rev Chile Salud Puacuteblica 200711(3)117-126

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

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Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 10

2 INTRODUCcedilAtildeO11

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 13

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede13

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental14

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental 18

34 O Estudo Delphi 21

4 OBJETIVOS24

41 Objetivo Geral 24

42 Objetivos Especiacuteficos 24

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS25

6 ARTIGO 1 Erro Indicador natildeo definido

7 ARTIGO 2 Erro Indicador natildeo definido

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 28

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA29

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA 51

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO53

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI 54

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

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26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

ABREVIATURAS E SIGLAS

AB ndash Atenccedilatildeo Baacutesica

ACS ndash Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

AMQ ndash Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade

APS ndash Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

CAPS ndash Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial

CID10 ndash Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas

DAB ndash Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica

DMS IV ndash Diagnostic and Statistical Manual

EPS ndash Educaccedilatildeo Permanente em Sauacutede

ESF ndash Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

ESP ndash Escola de Sauacutede Puacuteblica

FHS ndash Family Health Strategy

GM ndash Gabinete Ministerial

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

NASF ndash Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PCATool ndash Primary Care Assessment Tool

PHC ndash Primary Health Care

PNAB ndash Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

PNSM ndash Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

PSF ndash Programa de Sauacutede da Famiacutelia

RS ndash Rio Grande do Sul

Satis-BR ndash Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental

SM ndash Sauacutede Mental

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRGS ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WHOQOL ndash World Health Organization Quality Of Life

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

8

RESUMO

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador de

praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da Poliacutetica

Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo do

modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Dessa forma a

atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo primaacuteria

agrave sauacutede especialmente a partir da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia O presente

trabalho tem por objetivo principal construir um instrumento para avaliar o

acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico atendido na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

na perspectiva dos profissionais da sauacutede

Para a construccedilatildeo e validaccedilatildeo do instrumento foi utilizada uma combinaccedilatildeo de

metodologias quali e quantitativas Em termos qualitativos foi realizado um grupo

focal com especialistas na aacuterea da sauacutede mental a fim de identificar os aspectos que

na visatildeo especializada deveriam ser contemplados no acolhimento do sofrimento

psiacutequico na rede de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede A partir destes dados foi construiacuteda

uma proposta inicial de questionaacuterio que foi submetido agrave apreciaccedilatildeo de trecircs grupos

de experts - profissionais da atenccedilatildeo primaacuteria especialistas e gestores em sauacutede

mental - atraveacutes da metodologia Delphi Ao final de seis rodadas do Delphi chegou-

se a um conjunto de questotildees que foram consensuadas pelos experts para integrarem

o instrumento de avaliaccedilatildeo Espera-se assim que o instrumento construiacutedo neste

estudo seja utilizado para a avaliaccedilatildeo da rede de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave

sauacutede

Palavras-chave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede sauacutede da famiacutelia sofrimento psiacutequico

avaliaccedilatildeo em sauacutede mental estudo delphi

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

9

ABSTRACT

The Psychiatric Reform as a political and ideological movement and as a

questioner of the practices regarding mental health has enabled the

construction in the 1990rsquos of the National Policy for Mental Health Such

policy aims to overcome the model centered in the hospital in order to build a

net of communitarian opened services that favor the social inclusion of its

users Thus the actual national policy provides that the inclusion of mental

health in the net for primary health care mainly from the Strategy of

Family Health The following paper aims to build an instrument to evaluate the

acceptance of the user suffering with mental disease helped by the health

professionals in the primary health care In order to build and

validate the instrument a combination of qualitative and quantitative

methodologies was used Regarding the qualitative methodology a focal group

was performed with experts in the field of mental health in order to identify

the aspects that in the specialized point of view should be beheld in the

acceptance of the psychic suffering in the net of primary health care

Since these data the initial proposal for a questionnaire was made and

submitted to evaluation of three groups of experts ndash professionals of the

primary care experts and managers in mental health ndash through the Delphi

methodology In the end of the 6 rows of Delphi a number of questions were

raised which were consented by the experts in order to integrate the

instrument for evaluation We hope thus that the instrument built in this

research can be used to the evaluation of the net of primary attention to health

regarding mental health

Key words primary health care family health mental disease evaluation in mental

health Delphi study

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

10

1 APRESENTACcedilAtildeO

Este trabalho consiste na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoA Sauacutede Mental

na perspectiva da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutederdquo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em

novembro de 2010

O trabalho eacute apresentado em cinco partes na seguinte ordem que segue

1- Introduccedilatildeo Revisatildeo de Literatura e Objetivos

2- Artigo O Acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico na atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede na perspectiva dos profissionais da sauacutede mental

3- Artigo A sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede um estudo delphi

4- Consideraccedilotildees finais

5- Documentos de apoio incluindo o Projeto de Pesquisa Termo de

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado

do Rio Grande do Sul Termo de Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da

Escola de Sauacutede Puacuteblica do Estado da Bahia

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

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ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

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ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

11

2 INTRODUCcedilAtildeO

O Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) implementado a partir de 1994

sinalizava uma potente ferramenta para garantir a Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

com base territorial constituindo o acesso prioritaacuterio aos serviccedilos de sauacutede Em

marccedilo de 2006 com a reestruturaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica

(PNAB) o programa adquire a qualificaccedilatildeo de Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Esta reestruturaccedilatildeo acompanha as transformaccedilotildees da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental (PNSM) que redefine o modelo centrado na referecircncia hospitalar para um

modelo de atenccedilatildeo diversificada de base territorial comunitaacuteria

Com a redefiniccedilatildeo do modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede mental a atenccedilatildeo primaacuteria

deve ser fortalecida e seu acesso ampliado agraves pessoas em sofrimento psiacutequico

O sofrimento psiacutequico eacute uma terminologia abrangente que perpassa a questatildeo

da loucura discussatildeo que no decorrer dos tempos estimulou vaacuterios estudos e diversos

entendimentos dependendo da construccedilatildeo social e cultural da eacutepoca e do lugar

Exatamente por permitir nuances e ser abrangente que se optou por esta terminologia

neste estudo Quando se considera especificamente o diagnoacutestico o termo que

melhor representa o que estamos designando por sofrimento psiacutequico eacute o de

transtorno mental

O termo ldquodoenccedila mentalrdquo foi substituiacutedo pela designaccedilatildeo ldquotranstorno mental

na uacuteltima versatildeo do manual da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede para a classificaccedilatildeo

dos transtornos mentais e comportamentais CID-10 Mas apesar da mudanccedila de

nomenclatura essa padronizaccedilatildeo manteacutem ainda um caraacuteter eminentemente orgacircnico

das questotildees mentais embora incorpore os aspectos ldquopsicossociaisrdquo nos cinco eixos1

do sistema classificatoacuterio O caraacuteter orgacircnico se manifesta sobretudo no

entendimento de que o funcionamento mental tem um substrato fisioloacutegico e estaacute

indissociavelmente ligado ao funcionamento fiacutesico e social [] (OMS 2001 p29)

1 Eixo I - Transtornos psiquiaacutetricos gerais Eixo II - Condiccedilotildees de desenvolvimento Eixo III - Condiccedilotildees fiacutesicas concomitantes Eixo IV - Situaccedilotildees psicossociais anormais (educaccedilatildeo emprego) Eixo V - (incapacitaccedilotildees em autocuidado no trabalho nas relaccedilotildees com a famiacutelia nas relaccedilotildees sociais em geral

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

12

Apesar dos aspectos sociais serem referidos estes satildeo considerados de forma

suplementar sem implicaccedilotildees sobre o trabalho terapecircutico

Com o objetivo de conhecer as perspectivas dos profissionais da estrateacutegia de

sauacutede da famiacutelia no acolhimento ao usuaacuterio em sofrimento psiacutequico se utilizou como

meacutetodo o Estudo transversal com profissionais especialistas em sauacutede mental do Rio

Grande do Sul e o Estudo Delphi de profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria especialistas

e gestores em sauacutede mental do Brasil

A incorporaccedilatildeo do acolhimento e do viacutenculo no cotidiano do cuidado em sauacutede tambeacutem tem contribuiacutedo para desvelar e problematizar a (des)humanizaccedilatildeo do atendimento determinada principalmente pela tecnificaccedilatildeo do cuidado agrave sauacutede (SILVEIRA VIEIRA 2009)

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

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26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Sistema Uacutenico de Sauacutede e atenccedilatildeo primaacuteria agrave Sauacutede

A criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) tem seus princiacutepios doutrinaacuterios

regidos pelo movimento de Reforma Sanitaacuteria movimento das classes de

trabalhadores de sauacutede lideranccedilas comunitaacuterias representantes da academia dentro

de um processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado Brasileiro O processo considera a

Conferecircncia de Alma Ata 1978 que propotildeem sistemas de sauacutede como melhorias

sustentaacuteveis e maior equidade no estado de sauacutede das populaccedilotildees No decorrer desse

processo o Brasil redireciona esforccedilos para um Sistema de Sauacutede fundamentado na

Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede

Nesse contexto os Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) satildeo profissionais

que ocupam um importante lugar na interlocuccedilatildeo entre a comunidade e o serviccedilo de

sauacutede e tem um forte potencial para que os serviccedilos possam avanccedilar ao encontro dos

atributos essenciais Ocorre uma aproximaccedilatildeo da proposta de atenccedilatildeo primaacuteria com

um serviccedilo especializado que interage na comunidade que trabalha o territoacuterio esse

entendido como o conjunto de relaccedilotildees afetivas que compotildeem um determinado meio

Lancetti 2008 fala da grande contribuiccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Eles levam accedilotildees e paixotildees coletivas solidaacuterias e tecem fio a fio redes microssociais de alto poder terapecircutico Eles e elas estatildeo articulados com a cliacutenica praticada pelos meacutedicos e enfermeiros que busca defender a vida e pela cliacutenica de sauacutede mental que busca reduzir internaccedilotildees psiquiaacutetricas o suiciacutedio e o homiciacutedio e gerar uma subjetividade cidadatilde e livre (LANCETTI 2008 p 94)

No entanto segundo Campos (2008 p 144) apesar da franca expansatildeo da

ESF em algumas regiotildees do paiacutes eacute importante reconhecer que estamos longe de

dispor de uma rede de atenccedilatildeo baacutesica com ampla cobertura e com eficaacutecia adequada

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

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Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

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Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

14

Nesta perspectiva eacute no niacutevel da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede porta de entrada

preferencial de todo o Sistema Uacutenico de Sauacutede que as necessidades de sauacutede mental

dos usuaacuterios devem ser primeiramente acolhidas e tratadas Isto possibilita aleacutem de

um acolhimento a partir da famiacutelia e da comunidade estender a cobertura em sauacutede

mental a um maior nuacutemero de usuaacuterios e diminuir os encaminhamentos de pacientes

para a atenccedilatildeo especializada Isso ganha importacircncia no contexto brasileiro devido agrave

escassez de profissionais especializados e ao aumento da utilizaccedilatildeo de serviccedilos

ambulatoriais por pacientes mais graves consequumlentes ao processo de

desinstitucionalizaccedilatildeo psiquiaacutetrica

A atenccedilatildeo baacutesica tem potencial para desenvolver dois principais tipos de accedilotildees de sauacutede mental O primeiro consiste em detectar as queixas relativas ao sofrimento psiacutequico e prover uma escuta qualificada deste tipo de problemaacutetica o segundo compreende as vaacuterias formas de lidar com os problemas detectados oferecendo tratamento na proacutepria atenccedilatildeo baacutesica ou encaminhando os pacientes para serviccedilos especializados (TANAKA e RIBEIRO 2009)

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL Portal da Sauacutede 2010) as

queixas psiacutequicas satildeo a segunda causa mais frequumlente de procura por atendimento na

Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) Segundo estimativas internacionais e do Ministeacuterio da Sauacutede

3 da populaccedilatildeo (cinco milhotildees de pessoas) necessita de cuidados contiacutenuos

(transtornos mentais severos e persistentes) e mais 9 (totalizando 12 da

populaccedilatildeo geral do paiacutes ndash 20 milhotildees de pessoas) precisam de atendimento eventual

(transtornos menos graves)

32 Da loucura agrave criaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental

O entendimento que se tem de loucura assim como todos os conceitos

relacionados aos seres humanos caracterizam-se por um processo dinacircmico que eacute

construiacutedo ao longo do tempo considerando diversos fatores e acuacutemulos vivenciados

no seio das comunidades por mais complexas que se possam apresentar Na Greacutecia

antiga a loucura era considerada uma manifestaccedilatildeo divina Jaacute na Idade Meacutedia a

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

15

loucura era vista como expressatildeo das forccedilas da natureza como algo natildeo humano

Modelos religiosos de repressatildeo dos diferentes na Europa em meados do seacuteculo XV

culminam com a inquisiccedilatildeo e a eliminaccedilatildeo dos diferentes No seacuteculo XVII com o

surgimento dos movimentos intelectuais com proposta de um modelo poliacutetico que

diminuiacutesse o poder absoluto dos reis marca um modelo econocircmico mercantilismo

assim a repressatildeo passa a ter cunho econocircmico Dessa forma satildeo criados na Europa

estabelecimentos de internaccedilatildeo para os indiviacuteduos considerados improdutivos

economicamente os velhos e crianccedilas abandonadas os aleijados os mendigos os

portadores de doenccedilas veneacutereas e o louco Percebe-se que a concepccedilatildeo de loucura se

adapta aos fatores da sociedade fato este evidenciado em diversos estudos dentre os

quais destaca-se os trabalhos de Foucault (1995) Castel (1978) Goffman (2001)

Birman (1978 1994) e Amarante (1995 1996)

No seacuteculo XVIII a loucura adquire o estatuto de ldquodoenccedila mentalrdquo exigindo a

atenccedilatildeo de especialistas Mas apesar desse ldquoavanccedilordquo admitir a necessidade de

cuidado aos loucos estes ainda eram considerados pessoas com ldquodesrazatildeordquo e passou-

se entatildeo a asilaacute-los em instituiccedilotildees com disciplinas riacutegidas Este processo definiu-se

a partir de Pinel como alienaccedilatildeo considerado ldquoo ato de estar fora de si proacuteprio de

tornar-se um outro de perder a consciecircncia de si e das coisasrdquo (AMARANTE 1996

p 44-46) A loucura neste momento eacute entendida como uma alienaccedilatildeo isto eacute como

o estado de privaccedilatildeo de liberdade de perda do seu livre arbiacutetrio

No periacuteodo em que as internaccedilotildees psiquiaacutetricas eram questionadas em

ambientes acadecircmicos europeus consideradas obsoletas em razatildeo das mazelas que

reproduzem chegou a psiquiatria e seu meacutetodo asilar ao Brasil em conjunto com

tantas outras influecircncias francesas recepcionadas por nosso paiacutes Contudo mesmo

antes deste fato jaacute havia no Brasil desde o princiacutepio do seacuteculo XIX registros de

cerceamento de indiviacuteduos perigosos ou indesejados agraves cadeias em razatildeo de

supostos transtornos mentais (ou simplesmente por serem vadios becircbados ou

arruaceiros) aleacutem do abrigo por parte das Santas Casas de Misericoacuterdia dos que se

encontravam em situaccedilatildeo semelhante Observa-se desta forma a aplicaccedilatildeo de

medidas efetivamente punitivas aos que natildeo tiveram sua segregaccedilatildeo baseada em

delitos

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

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Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

16

Os primeiros estabelecimentos especiacuteficos para doentes mentais foram

construiacutedos no paiacutes na segunda metade do seacuteculo XIX a comeccedilar pelo Hospiacutecio

Pedro II no Rio de Janeiro anexo agrave Santa Casa de Misericoacuterdia da Corte 2 criado

pelo Decreto 82 de 1841 funcionando desse ano ateacute 1852 como Hospiacutecio Provisoacuterio

Nos anos que se seguiram foram criados asilos em outras proviacutencias os quais se

assemelhavam mais agraves proacuteprias cadeias do que a lugares reservados ao tratamento de

enfermos

No Brasil em 1987 como desdobramento da 8ordf Conferecircncia Nacional de

Sauacutede aconteceu a primeira Conferecircncia Nacional de Sauacutede Mental Nesta

Conferecircncia foram apontadas como diretrizes gerais a descentralizaccedilatildeo o controle

social e a integralidade

O estado do Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716

de 07 de agosto de 1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado Esta lei

determina a substituiccedilatildeo progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos pelo

atendimento em uma rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede mental Esta mesma lei

determina ainda regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico

especialmente quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 63)

A Reforma Psiquiaacutetrica como movimento ideoloacutegico poliacutetico questionador

de praacuteticas em sauacutede mental possibilitou a construccedilatildeo em meados de 1990 da

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Mental Esta poliacutetica tem como proposiccedilatildeo a superaccedilatildeo

do modelo hospitalocecircntrico para a construccedilatildeo de uma rede de serviccedilos abertos

comunitaacuterios que favoreccedilam a inserccedilatildeo social dos seus usuaacuterios Busca-se desta

forma uma aproximaccedilatildeo no processo de atenccedilatildeo e cuidado do usuaacuterio da sauacutede

mental nos espaccedilos dos serviccedilos de sauacutede principalmente atraveacutes das equipes de

sauacutede da famiacutelia

A sauacutede mental como aacuterea programaacutetica da atenccedilatildeo baacutesica fica encarregada

de estruturar uma rede de sauacutede tendo como base o trabalho territorial invertendo a

loacutegica hospitalocecircntrica Para isso satildeo criados os CAPS - Centro de Atenccedilatildeo

Psicossocial - como proposta de exercer um serviccedilo substitutivo especializado

atuando no proacuteprio territoacuterio

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

17

Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) tecircm sido a estrateacutegia prioritaacuteria adotada no processo de desinstitucionalizaccedilatildeo no Brasil Satildeo serviccedilos que buscam desenvolver novas modalidades de cuidado integral agrave sauacutede mental baseados em liberdade acolhimento cidadania e territorialidade (BRASIL 2004 p9)

A atual poliacutetica nacional prevecirc a inclusatildeo da sauacutede mental na rede de atenccedilatildeo

primaacuteria agrave sauacutede atraveacutes de serviccedilos que acolham e reconheccedilam as diferenccedilas e suas

limitaccedilotildees que possam ampliar a cliacutenica reconhecerem seu territoacuterio suas redes

sociais A partir desta proposta busca-se propor estrateacutegias singulares de atenccedilatildeo e

cuidado resgatando viacutenculos comprometendo as equipes de sauacutede potencializando

o cuidado familiar e o acompanhamento ao longo do tempo

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave

elaboraccedilatildeo de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e

usuaacuterios familiares e comunidade (CARVALHO e AMARANTE 2000 p50) Eacute

dentro dessa perspectiva que surge a proposta da Reabilitaccedilatildeo Psicossocial que

propotildee uma outra forma de intervenccedilatildeo sobre a sauacutede mental que busca auxiliar o

doente mental a encontrar seu espaccedilo na sociedade

Os CAPS satildeo instituiccedilotildees destinadas a acolher os usuaacuterios com transtornos

mentais estimular sua integraccedilatildeo social e familiar apoiaacute-los em suas iniciativas de

busca de autonomia oferecer-lhes atendimento meacutedico e psicossocial Estes deveratildeo

estar entrelaccedilados com a rede municipal de sauacutede sendo por exemplo ldquoretaguardardquo

para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede e equipes de sauacutede da famiacutelia

Os CAPS satildeo diferentes quanto ao tamanho do equipamento estrutura fiacutesica profissionais e diversidade nas atividades terapecircuticas Quanto agrave especificidade da demanda isto eacute para crianccedilas e adolescentes usuaacuterios de aacutelcool e outras drogas ou para transtornos psicoacuteticos e neuroacuteticos graves (BRASIL 2004 p9)

As linhas de trabalho do Ministeacuterio da Sauacutede tecircm provocado a ampliaccedilatildeo das

accedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de vida bem como da Sauacutede Mental dos

brasileiros Nota-se um aumento no percentual de pessoas atendidas pela sauacutede da

famiacutelia passando de 254 em 2001 para 523 em Agosto de 2010 (DAB 2010)

com trabalhos territoriais e comunitaacuterios voltados para uma aproximaccedilatildeo da real

necessidade de sauacutede da clientela adscrita

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

18

Em termos de sauacutede mental atualmente temos 1541 Centros de Atenccedilatildeo

Psicossocial2 no Brasil3 divididos em 725 CAPS I 406 CAPS II 46 CAPS III 122

CAPSi e 242 CAPSad O Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede

Mental tambeacutem incentiva criaccedilatildeo de novos CAPS bem como de serviccedilos

residenciais terapecircuticos leitos em hospitais gerais e serviccedilos hospitalares de

referecircncia para tratamento de aacutelcool e outras drogas Estimula com recursos para

supervisatildeo cliacutenico-institucional aos CAPS e a rede de Atenccedilatildeo Psicossocial de um

modo geral

33 Avaliaccedilotildees em serviccedilos de Sauacutede Mental

A avaliaccedilatildeo em serviccedilos de sauacutede4 eacute uma atividade que recorre por meio de

meacutetodos e teacutecnicas de investigaccedilatildeo para determinar a mais sistemaacutetica objetivando a

possiacutevel relevacircncia efetividade e impacto das atividades exercidas no acircmbito dos

serviccedilos de sauacutede tendo em vista seus objetivos

A coleta sistemaacutetica e anaacutelise de resultados devem nortear as accedilotildees em sauacutede

Felisberto (2006 p 554) ressalta que o ato de avaliar soacute agrega valor quando o

conhecimento e o uso das informaccedilotildees produzidas geram aprimoramento

institucional e profissional mas salienta que no Brasil natildeo temos ainda incorporada a

praacutetica de avaliaccedilatildeo sistemaacutetica

Entretanto os avanccedilos na maior parte dos casos constituiacuteram-se em iniciativas pontuais mediante pesquisas especiacuteficas estudos de casos ou produccedilatildeo regular de dados sem a equivalente regularidade de anaacutelise dos mesmos orientada para as necessidades da gestatildeo (FELISBERTO 2006 p 554)

2 CAPS I e II satildeo para atendimento diaacuterio de adultos em sua populaccedilatildeo de abrangecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III satildeo para atendimento diaacuterio e noturno de adultos durante os setes dias da semana atendendo agrave populaccedilatildeo de referecircncia com transtornos mentais severos e persistentes CAPSi satildeo para infacircncia e adolescecircncia para atendimento diaacuterio a crianccedilas e adolescentes com transtornos mentais CAPSad satildeo para usuaacuterios de aacutelcool e drogas para atendimento diaacuterio agrave populaccedilatildeo com transtornos decorrentes do uso e dependecircncia de substacircncias psicoativas como aacutelcool e outras drogas Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com finalidade exclusiva de tratamento e desintoxicaccedilatildeo 3 Fontes Aacuterea Teacutecnica de Sauacutede MentalDAPESSASMS 4 Health Services Evaluation (ONU 1984) Pesquisa SP1 011122153 em base de dados LILACS (categoria DECs) and mental encontra-se 24 publicaccedilotildees (05112010)

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

19

Aleacutem disso avaliar o proacuteprio monitoramento a estrutura processo e

resultado do trabalho ajudam na construccedilatildeo de instrumentos que permitam resoluccedilatildeo

de problemas apenas possiacuteveis de serem identificados se a avaliaccedilatildeo estaacute presente

Na busca de instrumentos na literatura nacional utilizados para a avaliaccedilatildeo e

monitoramento em sauacutede eacute possiacutevel observar que os mais citados satildeo

Questionaacuterio de Qualidade de vida (WHOQOL 1998) constando de

26 questotildees divididas em quatro domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico relaccedilotildees sociais e

meio-ambiente

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade (AMQ) Espera-se que o

conjunto das praacuteticas de sauacutede desenvolvidas pelos profissionais das equipes devam

abranger todas as fases do ciclo de vida humana os agravos prioritaacuterios

necessidades de sauacutede e doenccedilas crocircnicas transmissiacuteveis e natildeo transmissiacuteveis e accedilotildees

programaacuteticas (sauacutede mental sauacutede do trabalhador programas de reabilitaccedilatildeo

comunitaacuteria) Considerou-se assim na elaboraccedilatildeo da proposta e dos instrumentos de

Avaliaccedilatildeo para Melhoria da Qualidade esta visatildeo ampliada da organizaccedilatildeo

funcionamento e praacuteticas de sauacutede no acircmbito da estrateacutegia

O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool ndash

Primary Care Assessment Tool) que foi criado com base no modelo de avaliaccedilatildeo da

qualidade de serviccedilos de sauacutede apresenta originalmente versotildees autoaplicaacuteveis

destinadas a crianccedilas (PCATool versatildeo Crianccedila) adultos maiores de 18 anos

(PCATool versatildeo Adulto) profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente

do serviccedilo de sauacutede O PCATool mede a presenccedila e a extensatildeo dos atributos

considerados essenciais e derivados da APS

PITTA em 1996 5 discutiu a natureza do sujeito epidemioloacutegico no estudo

bifaacutesico de corte transversal que avaliava a satisfaccedilatildeo com os Serviccedilos de Sauacutede

Mental na cidade de Santos em Satildeo Paulo Brasil considerando os produtos desses

serviccedilos a variaacutevel dependente ou principal Determinantes de uma pior ou melhor

avaliaccedilatildeo pelo conjunto de informantes (pacientes N = 139 familiares N = 122 e

trabalhadores de sauacutede N = 175) eacute demonstrada atraveacutes de seleccedilatildeo de questotildees

formuladas por grupos de interesses em tabelas e na discussatildeo Houve uma maior

dificuldade no ajuizamento dos trabalhadores dos serviccedilos enquanto os pacientes

5 Como parte de estudo multicecircntrico OMSCNPqUSP UFRJ UNICAMP

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

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Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

20

revelaram grande disposiccedilatildeo em emitir opiniotildees os familiares ficaram em posiccedilatildeo

intermediaacuteria A avaliaccedilatildeo global dos serviccedilos foi positiva implicando em

graduaccedilotildees distintas conforme segmento de informantes Trabalhadores e pacientes

expressaram maior criacutetica positiva e negativa Contudo a autora jaacute sinalizava para o

desafio de para aleacutem de uma boa descriccedilatildeo construir instrumentos para avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos de sauacutede mental

Revisando a literatura sobre avaliaccedilatildeo em sauacutede mental encontra-se o estudo

de Bandeira et al (2002) com aplicaccedilatildeo da Escala Brasileira de Satisfaccedilatildeo dos

Familiares com os Serviccedilos de Sauacutede Mental (Satis-BR) reformulada a partir da

escala original elaborada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) A coleta de

dados foi feita em cinco centros de atenccedilatildeo psicossocial (CAPS) do municiacutepio do Rio

de Janeiro onde se aplicou o questionaacuterio a 108 familiares dos pacientes Foram

obtidos valores satisfatoacuterios do coeficiente alfa de Cronbach para a escala global

(alfa = 079) e para as subescalas que avaliam a satisfaccedilatildeo com os resultados do

tratamento (alfa = 081) a satisfaccedilatildeo com a competecircncia dos profissionais (alfa =

076) e a satisfaccedilatildeo com as condiccedilotildees de privacidade e confidencialidade do serviccedilo

(alfa = 089) A adaptaccedilatildeo feita neste questionaacuterio permitiraacute maior facilidade de

aplicaccedilatildeo e de anaacutelise dos resultados referentes agrave satisfaccedilatildeo dos familiares com os

serviccedilos de sauacutede mental no contexto brasileiro

Em 2004 o estudo de Wetzel E Kantorski de avaliaccedilatildeo dos CAPS da regiatildeo

sul do Brasil (CAPSUL) que se desdobra em um estudo qualitativo e um estudo

quantitativo onde propotildee investigar aspectos de estrutura processo de trabalho e

resultados dos CAPS ouvindo usuaacuterios familiares trabalhadores e coordenadores

dos serviccedilos nos trecircs estados

Tavares et al (2005) propotildeem uma discussatildeo sobre a avaliaccedilatildeo em sauacutede

apresentando como um dos processos capazes de fornecer subsiacutedios agrave tomada de

decisatildeo no setor com maior responsabilidade eficaacutecia e adequado onde o objetivo

principal foi verificar como estava a avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte

no acircmbito do CAPS

Onocko-Campos (2006) trouxe para discussatildeo um possiacutevel instrumental

metodoloacutegico para pesquisa avaliativa da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial

(CAPS) do SUS onde problematizava a relevacircncia que a aacuterea da sauacutede mental

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

21

deveria ter para a sauacutede coletiva considerando a alta prevalecircncia de transtornos

psiacutequicos e relativa carecircncia de estudos da interface dessas aacutereas Esta autora

considerou como resultado importante o resgate da participaccedilatildeo de diversos atores no

processo avaliativo a necessidade de coletar e sistematizar diversos estudos

desenvolvidos na academia sobre o tema e a importacircncia de promover um novo

territoacuterio de pesquisa no acircmbito das poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede que possa subsidiar

formuladores gestores e equipes na reformulaccedilatildeo de suas praacuteticas

Dos estudos atuais o que mais se aproxima da proposta em questatildeo eacute o

trabalho de Alvarado (2007) no Chile que desenvolveu e validou um instrumento

que descreve e caracteriza as redes de serviccedilos de sauacutede mental para pessoas com

esquizofrenia com uma primeira validaccedilatildeo incluindo a aplicaccedilatildeo-piloto em trecircs

redes de atenccedilatildeo O autor enfatiza que eacute necessaacuteria uma poliacutetica de desenvolvimento

na reforma dos cuidados de sauacutede e dentro da sauacutede mental precisa de desenvolver

uma componente de avaliaccedilatildeo para os quais eacute importante ter ferramentas para

estudar a estrutura e o funcionamento das redes de cuidados de sauacutede

Diante dos estudos apresentados na revisatildeo de literatura a falta de

instrumentos para avaliaccedilatildeo especiacutefica dos serviccedilos de Sauacutede Mental no Brasil ainda

mais na Atenccedilatildeo Primaacuteria eacute notoacuteria evidencia-se esta necessidade tendo em vista o

crescimento da demanda da criaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para o cuidado a pessoa

com transtorno mental e a remodelagem da atenccedilatildeo a partir da Reforma Psiquiaacutetrica

Brasileira Diante deste contexto faz-se fundamental um instrumento que possa

avaliar e planejar as accedilotildees para redimensionar a rede de cuidado a pessoa com

transtorno mental enfocando na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

34 O Estudo Delphi

Face a inexistecircncia de um instrumento especiacutefico que avalie o acolhimento

dos transtornos mentais na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede o presente estudo se propocircs a

desenvolver um instrumento para este fim A fim de obter um instrumento capaz de

apreender a realidade dos serviccedilos de sauacutede bem como dar conta das diretrizes da

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Alvarado R Elaboracioacuten y validacioacuten de instrumento que describe y caracteriza las redes de servicios de salud mental para personas que padecen esquizofrenia Rev Chile Salud Puacuteblica 200711(3)117-126

Amarante P (Org) Loucos pela Vida a trajetoacuteria da reforma psiquiaacutetrica no Brasil Rio de Janeiro Panorama EnspEd Fiocruz 1995

______ O Homem e a Serpente outras histoacuterias sobre a loucura e a psiquiatria Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1996

Bandeira M et al Escala de avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos familiares com os serviccedilos de sauacutede mental Satis-BR Jornal brasileiro de psiquiatria 2002 jun51(3)153-166

Birman J A Psiquiatria como Discurso da Moralidade Rio de Janeiro Graal 1978

______ Costa JF Organizaccedilatildeo de instituiccedilotildees para uma psiquiatria comunitaacuteria In Amarante P (Org) Psiquiatria Social e Reforma Psiquiaacutetrica Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1994 p 41-72

Birman J Mal-estar na Atualidade a psicanaacutelise e as novas formas de subjetivaccedilatildeo 3ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001

Brasil Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria-executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo para melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Caderno de Auto-Avaliaccedilatildeo no 1Gestatildeo Municipal da Sauacutede 3ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia ndash DF 2009

Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

______ Portaria Nordm 2669GM de 3 de novembro de 2009 Publicada no DOU de 06 de novembro de 2009

Campos GW et al Manual de praacuteticas de atenccedilatildeo baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 411p

Castel R A Ordem Psiquiaacutetrica a idade de ouro do alienismo Rio de Janeiro Graal 1978

DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Sauacutede da Famiacutelia Nuacutemeros consolidados [2010 out 19] Disponiacutevel em URL http20021413035dababnumerosphpconsolidado

Dalmolin BM Esperanccedila Equilibrista cartografias de sujeitos em sofrimento psiacutequico Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2006

Desviat M A reforma psiquiaacutetrica Trad Vera Ribeiro Rio de Janeiro Editora Fiocruz 1999 Coleccedilatildeo Loucura amp Civilizaccedilatildeo 2ordf reimp 2008

Duncan BB Schmidt MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Bol lnform Rede IDA 1992 9(7) p 6-7

Faro ACM Teacutecnica Delphi na validaccedilatildeo das intervenccedilotildees de enfermagem Rev Esc Enferm USP 1997 31(2)259-73

Felisberto E Da teoria agrave formulaccedilatildeo de uma Poliacutetica Nacional de Avaliaccedilatildeo em Sauacutede reabrindo o debate Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2006 11(3) 553-563

Foucalt M Histoacuteria da Loucura na Idade Claacutessica 4ed Satildeo Paulo Perspectiva 1995

Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

Lancetti A Cliacutenica Peripateacutetica Satildeo Paulo Hucitec 2008 127p

Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

Minayo MCS et al Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos abordagens de programas sociais Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 244p 2 reimp 2008

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

22

poliacutetica nacional de sauacutede mental foi utilizado um estudo Delphi Este estudo se

fundamenta na ideacuteia do consenso de grupo a respeito de um determinado fenocircmeno

O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja profissionais efetivamente

engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo O estudo Delphi eacute um

processo sistemaacutetico e iterativo (repetitivo) que difere dos meacutetodos coletivos de

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os

participantes e por realizar a retro alimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada

rodada de participaccedilatildeo Dado a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo

Delphi pode apresentar inuacutemeras rodadas

Ducan e Shmidt (1992) consideram que o estudo Delphi tem como

caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento

de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva

seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo

processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no

julgamento individual subjetivo

Severino (1991) considera meacutetodo os procedimentos mais amplos de

raciociacutenio e teacutecnica como os procedimentos mais restritos que operacionalizam os

meacutetodos mediante emprego de instrumentos adequados Assim sendo utilizaremos a

denominaccedilatildeo de Teacutecnica tambeacutem aceita internacionalmente nas mais atuais e

diversas pesquisas Spiacutenola (1984) a descreve como uma teacutecnica preditiva que

poderaacute ser utilizada de forma ldquopreventivardquo para determinadas ocorrecircncias uma vez

que tem potencial para prever certos tipos de eventos atraveacutes de projeccedilotildees Esta

autora ainda afirma que tal teacutecnica eacute usada em especial quando haacute falta de acordo ou

conhecimentos incompletos da natureza ou dos componentes de uma situaccedilatildeo

geralmente de iacutendole teacutecnico-cientiacutefica

Aacutevila e Santos (1988) discorrendo sobre teacutecnicas para a obtenccedilatildeo de cenaacuterios

narrativos quanto ao uso de especialistas afirmam que tradicionalmente satildeo

utilizados meacutetodos analiacuteticos fechados para a estruturaccedilatildeo de problemas Natildeo

obstante tais meacutetodos natildeo conseguem captar todas as variaccedilotildees e inter-

relacionamentos relativos a situaccedilotildees problemaacuteticas complexas Torna-se entatildeo

necessaacuterio o desenvolvimento de modelos flexiacuteveis e abertos que incorporem

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Alvarado R Elaboracioacuten y validacioacuten de instrumento que describe y caracteriza las redes de servicios de salud mental para personas que padecen esquizofrenia Rev Chile Salud Puacuteblica 200711(3)117-126

Amarante P (Org) Loucos pela Vida a trajetoacuteria da reforma psiquiaacutetrica no Brasil Rio de Janeiro Panorama EnspEd Fiocruz 1995

______ O Homem e a Serpente outras histoacuterias sobre a loucura e a psiquiatria Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1996

Bandeira M et al Escala de avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos familiares com os serviccedilos de sauacutede mental Satis-BR Jornal brasileiro de psiquiatria 2002 jun51(3)153-166

Birman J A Psiquiatria como Discurso da Moralidade Rio de Janeiro Graal 1978

______ Costa JF Organizaccedilatildeo de instituiccedilotildees para uma psiquiatria comunitaacuteria In Amarante P (Org) Psiquiatria Social e Reforma Psiquiaacutetrica Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1994 p 41-72

Birman J Mal-estar na Atualidade a psicanaacutelise e as novas formas de subjetivaccedilatildeo 3ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001

Brasil Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria-executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo para melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Caderno de Auto-Avaliaccedilatildeo no 1Gestatildeo Municipal da Sauacutede 3ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia ndash DF 2009

Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

______ Portaria Nordm 2669GM de 3 de novembro de 2009 Publicada no DOU de 06 de novembro de 2009

Campos GW et al Manual de praacuteticas de atenccedilatildeo baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 411p

Castel R A Ordem Psiquiaacutetrica a idade de ouro do alienismo Rio de Janeiro Graal 1978

DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Sauacutede da Famiacutelia Nuacutemeros consolidados [2010 out 19] Disponiacutevel em URL http20021413035dababnumerosphpconsolidado

Dalmolin BM Esperanccedila Equilibrista cartografias de sujeitos em sofrimento psiacutequico Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2006

Desviat M A reforma psiquiaacutetrica Trad Vera Ribeiro Rio de Janeiro Editora Fiocruz 1999 Coleccedilatildeo Loucura amp Civilizaccedilatildeo 2ordf reimp 2008

Duncan BB Schmidt MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Bol lnform Rede IDA 1992 9(7) p 6-7

Faro ACM Teacutecnica Delphi na validaccedilatildeo das intervenccedilotildees de enfermagem Rev Esc Enferm USP 1997 31(2)259-73

Felisberto E Da teoria agrave formulaccedilatildeo de uma Poliacutetica Nacional de Avaliaccedilatildeo em Sauacutede reabrindo o debate Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2006 11(3) 553-563

Foucalt M Histoacuteria da Loucura na Idade Claacutessica 4ed Satildeo Paulo Perspectiva 1995

Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

Lancetti A Cliacutenica Peripateacutetica Satildeo Paulo Hucitec 2008 127p

Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

Minayo MCS et al Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos abordagens de programas sociais Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 244p 2 reimp 2008

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

23

criteacuterios subjetivos e ingerecircncias pessoais sobre o comportamento do sistema em

estudo

Assim a participaccedilatildeo de especialistas ao respaldar o processo de

identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo das variaacuteveis e inter-relacionamentos importantes para a

anaacutelise do problema bem como a coleta de informaccedilotildees e ideacuteias para a definiccedilatildeo de

hipoacuteteses e perspectivas pode oferecer credibilidade suficiente para a validaccedilatildeo dos

procedimentos adotados

Ainda com relaccedilatildeo aos especialistas Williams e Webb (1994) consideram

Delphi uma teacutecnica de contabilidade de resultados em funccedilatildeo do grau de

especialistas natildeo havendo um nuacutemero ideal de juiacutezes sendo que a composiccedilatildeo do

grupo varia de acordo com o fenocircmeno em estudo e dos criteacuterios definidos pelo

pesquisador para a seleccedilatildeo destes especialistas

Avila e Santos (1988) destacam as teacutecnicas de brainstorming nominal group

technique (NGT) delphi e clinical interviewing como sendo teacutecnicas onde se procura

enfatizar a livre interaccedilatildeo dos participantes do estudo neste caso explora-se a

criatividade pura do grupo sem restriccedilotildees agrave natureza das ideacuteias assim todas as

contribuiccedilotildees fornecidas satildeo consideradas importantes resultando na incorporaccedilatildeo

de aspectos multidisciplinares

O estudo Delphi se caracteriza por possibilitar formas alternativas de

questionamento pela agregaccedilatildeo das respostas dos especialistas de maneira

interativo-sistemaacutetica flexiacutevel nuacutemero de interaccedilotildees bem como do nuacutemero de

especialistas permitindo retroalimentaccedilatildeo em um processo de anaacutelise parcial dos

resultados utilizando a comunicaccedilatildeo escrita (AVILA SANTOS 1988)

O estudo consiste numa seacuterie de fases (rodadas) durante as quais um grupo de

sujeitos toma conhecimento do conteuacutedo utilizando o questionaacuterio A estes sujeitos eacute

solicitado que se faccedila um julgamento ou que eles comentem sobre os itens

apresentados Duffield (1993) afirma que o consenso do grupo ocorre porque a visatildeo

dos participantes converge por meio de um processo de tomada de decisatildeo

No geral o estudo Delphi eacute um procedimento que motiva os juiacutezes a

pensarem mais no assunto em questatildeo considerando que estes podem ser agentes

multiplicadores do tema abordado (FARO 1997)

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Birman J Mal-estar na Atualidade a psicanaacutelise e as novas formas de subjetivaccedilatildeo 3ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001

Brasil Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria-executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

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Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

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Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

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Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

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27

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OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

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Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

24

4 OBJETIVOS

41 Objetivo Geral

Construir um instrumento para a avaliaccedilatildeo do acolhimento dado ao usuaacuterio

em sofrimento psiacutequico atendido nas unidades de atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

42 Objetivos Especiacuteficos

Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia possuem sobre sofrimento psiacutequico

Identificar as principais dificuldades dos profissionais da estrateacutegia

sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre o

sofrimento psiacutequico

Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios

em sofrimento psiacutequico

Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de

sofrimento psiacutequico que os profissionais identificam

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Alvarado R Elaboracioacuten y validacioacuten de instrumento que describe y caracteriza las redes de servicios de salud mental para personas que padecen esquizofrenia Rev Chile Salud Puacuteblica 200711(3)117-126

Amarante P (Org) Loucos pela Vida a trajetoacuteria da reforma psiquiaacutetrica no Brasil Rio de Janeiro Panorama EnspEd Fiocruz 1995

______ O Homem e a Serpente outras histoacuterias sobre a loucura e a psiquiatria Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1996

Bandeira M et al Escala de avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos familiares com os serviccedilos de sauacutede mental Satis-BR Jornal brasileiro de psiquiatria 2002 jun51(3)153-166

Birman J A Psiquiatria como Discurso da Moralidade Rio de Janeiro Graal 1978

______ Costa JF Organizaccedilatildeo de instituiccedilotildees para uma psiquiatria comunitaacuteria In Amarante P (Org) Psiquiatria Social e Reforma Psiquiaacutetrica Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1994 p 41-72

Birman J Mal-estar na Atualidade a psicanaacutelise e as novas formas de subjetivaccedilatildeo 3ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001

Brasil Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria-executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo para melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Caderno de Auto-Avaliaccedilatildeo no 1Gestatildeo Municipal da Sauacutede 3ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia ndash DF 2009

Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

______ Portaria Nordm 2669GM de 3 de novembro de 2009 Publicada no DOU de 06 de novembro de 2009

Campos GW et al Manual de praacuteticas de atenccedilatildeo baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 411p

Castel R A Ordem Psiquiaacutetrica a idade de ouro do alienismo Rio de Janeiro Graal 1978

DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Sauacutede da Famiacutelia Nuacutemeros consolidados [2010 out 19] Disponiacutevel em URL http20021413035dababnumerosphpconsolidado

Dalmolin BM Esperanccedila Equilibrista cartografias de sujeitos em sofrimento psiacutequico Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2006

Desviat M A reforma psiquiaacutetrica Trad Vera Ribeiro Rio de Janeiro Editora Fiocruz 1999 Coleccedilatildeo Loucura amp Civilizaccedilatildeo 2ordf reimp 2008

Duncan BB Schmidt MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Bol lnform Rede IDA 1992 9(7) p 6-7

Faro ACM Teacutecnica Delphi na validaccedilatildeo das intervenccedilotildees de enfermagem Rev Esc Enferm USP 1997 31(2)259-73

Felisberto E Da teoria agrave formulaccedilatildeo de uma Poliacutetica Nacional de Avaliaccedilatildeo em Sauacutede reabrindo o debate Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2006 11(3) 553-563

Foucalt M Histoacuteria da Loucura na Idade Claacutessica 4ed Satildeo Paulo Perspectiva 1995

Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

Lancetti A Cliacutenica Peripateacutetica Satildeo Paulo Hucitec 2008 127p

Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

Minayo MCS et al Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos abordagens de programas sociais Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 244p 2 reimp 2008

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

25

5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

Alvarado R Elaboracioacuten y validacioacuten de instrumento que describe y caracteriza las redes de servicios de salud mental para personas que padecen esquizofrenia Rev Chile Salud Puacuteblica 200711(3)117-126

Amarante P (Org) Loucos pela Vida a trajetoacuteria da reforma psiquiaacutetrica no Brasil Rio de Janeiro Panorama EnspEd Fiocruz 1995

______ O Homem e a Serpente outras histoacuterias sobre a loucura e a psiquiatria Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1996

Bandeira M et al Escala de avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos familiares com os serviccedilos de sauacutede mental Satis-BR Jornal brasileiro de psiquiatria 2002 jun51(3)153-166

Birman J A Psiquiatria como Discurso da Moralidade Rio de Janeiro Graal 1978

______ Costa JF Organizaccedilatildeo de instituiccedilotildees para uma psiquiatria comunitaacuteria In Amarante P (Org) Psiquiatria Social e Reforma Psiquiaacutetrica Rio de Janeiro Ed Fiocruz 1994 p 41-72

Birman J Mal-estar na Atualidade a psicanaacutelise e as novas formas de subjetivaccedilatildeo 3ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001

Brasil Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria-executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

______ Ministeacuterio da Sauacutede Fortalecimento das accedilotildees de monitoramento e avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Revista Brasileira Sauacutede Materno Infantil Recife 2004 outdez 4(4)449-459

______ Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede Mental no SUS Os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004 p 9

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo na Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede caminhos da institucionalizaccedilatildeo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo teacutecnica Instituto de Sauacutede Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira IMIP Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Sauacutede 2005 36 p

______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Monitoramento e avaliaccedilatildeo na poliacutetica nacional de humanizaccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo e gestatildeo do SUS manual com eixos avaliativos e indicadores de referecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006

26

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo para melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Caderno de Auto-Avaliaccedilatildeo no 1Gestatildeo Municipal da Sauacutede 3ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia ndash DF 2009

Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

______ Portaria Nordm 2669GM de 3 de novembro de 2009 Publicada no DOU de 06 de novembro de 2009

Campos GW et al Manual de praacuteticas de atenccedilatildeo baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 411p

Castel R A Ordem Psiquiaacutetrica a idade de ouro do alienismo Rio de Janeiro Graal 1978

DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Sauacutede da Famiacutelia Nuacutemeros consolidados [2010 out 19] Disponiacutevel em URL http20021413035dababnumerosphpconsolidado

Dalmolin BM Esperanccedila Equilibrista cartografias de sujeitos em sofrimento psiacutequico Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2006

Desviat M A reforma psiquiaacutetrica Trad Vera Ribeiro Rio de Janeiro Editora Fiocruz 1999 Coleccedilatildeo Loucura amp Civilizaccedilatildeo 2ordf reimp 2008

Duncan BB Schmidt MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Bol lnform Rede IDA 1992 9(7) p 6-7

Faro ACM Teacutecnica Delphi na validaccedilatildeo das intervenccedilotildees de enfermagem Rev Esc Enferm USP 1997 31(2)259-73

Felisberto E Da teoria agrave formulaccedilatildeo de uma Poliacutetica Nacional de Avaliaccedilatildeo em Sauacutede reabrindo o debate Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2006 11(3) 553-563

Foucalt M Histoacuteria da Loucura na Idade Claacutessica 4ed Satildeo Paulo Perspectiva 1995

Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

Lancetti A Cliacutenica Peripateacutetica Satildeo Paulo Hucitec 2008 127p

Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

Minayo MCS et al Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos abordagens de programas sociais Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 244p 2 reimp 2008

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

26

______ Ministeacuterio da Sauacutede Avaliaccedilatildeo para melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia Caderno de Auto-Avaliaccedilatildeo no 1Gestatildeo Municipal da Sauacutede 3ordf ediccedilatildeo Brasiacutelia ndash DF 2009

Brasil Portal da Sauacutede O que eacute Reforma Psiquiaacutetrica [acesso 2010 out 30] Disponiacutevel em URL httpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfm [acesso 2008 abr 30]idtxt=33929

______ Portaria Nordm 2669GM de 3 de novembro de 2009 Publicada no DOU de 06 de novembro de 2009

Campos GW et al Manual de praacuteticas de atenccedilatildeo baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 411p

Castel R A Ordem Psiquiaacutetrica a idade de ouro do alienismo Rio de Janeiro Graal 1978

DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Sauacutede da Famiacutelia Nuacutemeros consolidados [2010 out 19] Disponiacutevel em URL http20021413035dababnumerosphpconsolidado

Dalmolin BM Esperanccedila Equilibrista cartografias de sujeitos em sofrimento psiacutequico Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2006

Desviat M A reforma psiquiaacutetrica Trad Vera Ribeiro Rio de Janeiro Editora Fiocruz 1999 Coleccedilatildeo Loucura amp Civilizaccedilatildeo 2ordf reimp 2008

Duncan BB Schmidt MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Bol lnform Rede IDA 1992 9(7) p 6-7

Faro ACM Teacutecnica Delphi na validaccedilatildeo das intervenccedilotildees de enfermagem Rev Esc Enferm USP 1997 31(2)259-73

Felisberto E Da teoria agrave formulaccedilatildeo de uma Poliacutetica Nacional de Avaliaccedilatildeo em Sauacutede reabrindo o debate Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 2006 11(3) 553-563

Foucalt M Histoacuteria da Loucura na Idade Claacutessica 4ed Satildeo Paulo Perspectiva 1995

Goffman E Manicocircmio Prisotildees e Conventos 7ed Rio de Janeiro Perspectiva 2001

Lancetti A Cliacutenica Peripateacutetica Satildeo Paulo Hucitec 2008 127p

Landeta J Eacutel Meacutetodo Delphi Una Teacutecnica de previsioacuten para la incertidumbre Barcelona Editorial Ariel 1999

Minayo MCS et al Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos abordagens de programas sociais Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2005 244p 2 reimp 2008

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

27

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Classificaccedilatildeo dos Transtornos Mentais e Comportamentais deacutecima versatildeo CID 10 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 1993

______ Relatoacuterio sobre a sauacutede no mundo Sauacutede mental nova concepccedilatildeo nova esperanccedila Genebra 2001 p29

Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a sauacutede coletiva e a sauacutede mental um instrumental metodoloacutegico para avaliaccedilatildeo da rede de Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede Cadernos de sauacutede puacuteblica 2006 mai 22(5) 1053-1062

OPAS Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede Apoio agrave implementaccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede mental nas ameacutericas Apreciaccedilatildeo Tendecircncias e Metas de Accedilatildeo de Sauacutede Puacuteblica Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede OPASOMS 2010

Pitta AMF Qualidade de serviccedilos de sauacutede mental desafios para a epidemiologia Jornal brasileiro de psiquiatria 1996 jun 45(6)313-321

Spiacutenola AWP Delfos proposta tecnoloacutegica alternativa Satildeo Paulo Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo 1984

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria Equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e tecnologia Brasiacutelia UNESCO Ministeacuterio da Sauacutede 2002 726p

Tavares CMM Sobral VRS Avaliaccedilatildeo das praacuteticas de cuidar envolvendo arte no acircmbito do Centro de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) REME Revista Min Enfermagem 2005 9(2)121-125

The WHOQOL Group Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF Quality of Life Assesment 1998 Psychol Med 199828551-8

______ The World Health Organization quality of life assesment (WHOQOL) development and general psychometric properties 1998 Soc Sci Med 199846(12)1569-85

Vasconcelos EM (Org) Abordagens psicossociais volume II reforma psiquiaacutetrica e sauacutede mental na oacutetica da cultura e das lutas Satildeo Paulo Aderaldo amp Rothschild 2008 335p

Viacutectora CG Knauth DR Hassen MNA Pesquisa qualitativa em sauacutede uma introduccedilatildeo ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000

Wetzel C Kantorski LP Avaliaccedilatildeo de serviccedilos em sauacutede mental no contexto da reforma psiquiaacutetrica Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis SC Brasil Texto amp Contexto Enfermagem 2004outdez13(04)593-598

Willians PL Webb C The delphi technique a methodological discussion JAdvNurs 199419(1)180-6

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

28

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O desafio inicial deste estudo constitui em aproximar a sauacutede mental do

campo da epidemiologia pois se jaacute era um desafio aproximar esta da atenccedilatildeo

primaacuteria imagina do campo da ciecircncia que estuda quantitativamente os fenocircmenos

da sauacutede-doenccedila Salienta-se que esta aproximaccedilatildeo natildeo eacute ineacutedita poreacutem com

necessidade de maiores discussotildees

Acredita-se que foi cumprido este desafio e com vigor Pode-se dizer que o

tema foi visto por vaacuterios acircngulos e distintas dimensotildees evidenciando nuances dos

saberes quantitativo e ampliando o olhar qualitativo

Contudo revendo resultados proporcionados pelas etapas do estudo aponta-se

para amplitude das possibilidades de atenccedilatildeo nos serviccedilos do Sistema Uacutenico de

Sauacutede

A necessidade de identificar as principais dificuldades dos profissionais da

estrateacutegia sauacutede da famiacutelia no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico foi

percebida no decorrer da pesquisa atraveacutes do estudo Delphi bem como a

compreensatildeo que estes profissionais tecircm sobre o sofrimento psiacutequico que ainda eacute

algo a ser explorado com o instrumento construiacutedo

A pesquisa possibilitou identificar as perspectivas que os profissionais tanto

especialistas em sauacutede mental como os ldquoprofissionais da pontardquo tecircm em relaccedilatildeo ao

tratamento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e sinalizou para algumas estrateacutegias

de trabalho em rede utilizada para o acolhimento na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede poreacutem

novos estudos satildeo necessaacuterios para compor o arsenal necessaacuterio para aprofundar a

interface da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria

As questotildees selecionadas pelos ldquojuiacutezesrdquo para compor o instrumento de

avaliaccedilatildeo da sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede indicam que devem ser

considerados os seguintes indicadores nesta avaliaccedilatildeo concepccedilatildeo sobre sofrimento

psiacutequico acolhimento nas equipes de sauacutede da famiacutelia a formaccedilatildeo dos profissionais

possibilidades de tratamento bem como rede de apoio

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

29

ANEXO A ndash PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EPIDEMIOLOGIA

GESTAtildeO DE TECNOLOGIAS EM SAUacuteDE NA

LINHA DE PESQUISA DE ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Porto Alegre

2009

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

30

Carolina Santos da Silva

O ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA PERSPECTIVA

DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede para a linha de pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Orientadora Dra Daniela Riva Knauth

Porto Alegre 2009

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 32

2 JUSTIFICATIVA 34

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA 36

4 OBJETIVOS 37

41 OBJETIVO GERAL 37

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 24

5 METODOLOGIA38

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO 38

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA38

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA40

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS41

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS42

8 CRONOGRAMA43

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS44

9 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL 47

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO48

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I 49

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II50

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

32

1 INTRODUCcedilAtildeO

A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia reafirmou na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede algumas

caracteriacutesticas como o trabalho em equipe a adscriccedilatildeo de clientela e consequumlentemente a

possibilidade de gestatildeo por resultados em oposiccedilatildeo agrave gestatildeo por procedimentos assim como

outras aacutereas em que preconiza o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Diante dos princiacutepios do SUS evidenciamos a necessidade de produzir conhecimento

acerca do Acolhimento nas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia e portanto de uma atenccedilatildeo integral

agraves pessoas que vivem uma situaccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

Pode-se refletir sobre a formaccedilatildeo acadecircmica que os profissionais da Sauacutede possuem

com contextos disciplinadores arraigados proporcionando por vezes atenccedilatildeo em sauacutede

burocratizada com dificuldades e limitaccedilotildees sobre a temaacutetica da sauacutede mental

Seguindo a loacutegica da descentralizaccedilatildeo do SUS foi sendo estimulada a constituiccedilatildeo de

redes de atenccedilatildeo psicossocial substitutivas ao modelo centrado na referecircncia hospitalar

resultando na criaccedilatildeo de serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria de base municipal Sobre estas redes pode-

se pensar que satildeo territoacuterios organizados buscando a atenccedilatildeo em sauacutede

O Rio Grande do Sul pioneiro no Brasil aprovou a Lei nordm 9716 de 07 de agosto de

1992 que dispotildee sobre a Reforma Psiquiaacutetrica no Estado e determina a substituiccedilatildeo

progressiva dos leitos nos hospitais psiquiaacutetricos por rede de atenccedilatildeo integral em sauacutede

mental determina regras de proteccedilatildeo aos que padecem de sofrimento psiacutequico especialmente

quanto agraves internaccedilotildees psiquiaacutetricas compulsoacuterias e daacute outras providecircncias (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2004a p 63)

A especificidade dos conhecimentos e das praacuteticas profissionais daacute lugar agrave elaboraccedilatildeo

de propostas construiacutedas no cotidiano dos serviccedilos entre profissionais e usuaacuterios familiares e

comunidade Eacute dentro dessa perspectiva que surge a proposta da reabilitaccedilatildeo psicossocial que

considera na rede de atenccedilatildeo em sauacutede os recursos afetivos sanitaacuterios culturais e sociais

potencializadores para repensarmos a cliacutenica auxiliando o sujeito em sofrimento psiacutequico a

encontrar seu espaccedilo na sociedade

Sabe-se como eacute difiacutecil implementar a reforma psiquiaacutetrica e como satildeo grandes os

desafios visto os retrocessos como por exemplo o ldquoAto Meacutedicordquo e as imensas discussotildees

em torno da Lei da Reforma Psiquiaacutetrica Um dos maiores desafios eacute justamente a

consolidaccedilatildeo desses serviccedilos de atenccedilatildeo diaacuteria componente estrateacutegico de uma poliacutetica

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

33

destinada a diminuir a lacuna assistencial ainda existente no atendimento a usuaacuterios com

transtornos mentais

Assim surgem os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) que satildeo serviccedilos

especializados em atendimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico cujo maior objetivo eacute

evitar as internaccedilotildees psiquiaacutetricas e realizar a reabilitaccedilatildeo psicossocial

Os CAPS satildeo serviccedilos que compotildeem a rede substitutiva aos hospitais psiquiaacutetricos e

podem ser classificados como CAPS I CAPS II CAPS III CAPSad e CAPSi de acordo

com o niacutevel de atenccedilatildeo populaccedilatildeo de referecircncia e demanda Estes serviccedilos deveratildeo ser

ldquoretaguardasrdquo na atenccedilatildeo em sauacutede mental para o trabalho dos agentes comunitaacuterios de sauacutede

bem como agraves equipes de sauacutede da famiacutelia

A esses desafios acrescentam-se problemas como a desvalorizaccedilatildeo dos trabalhadores

de sauacutede a precarizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho o baixo investimento em processos de

educaccedilatildeo permanente em sauacutede desses trabalhadores a pouca participaccedilatildeo na gestatildeo dos

serviccedilos e o fraacutegil viacutenculo com os usuaacuterios

Assim tornou-se imprescindiacutevel uma produccedilatildeo rigorosa de conhecimento que

possibilite avaliar a relaccedilatildeo entre as perspectivas dos profissionais no acolhimento aos

usuaacuterios em sofrimento psiacutequico e os desfechos relacionados agrave atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede

As questotildees norteadoras desta pesquisa satildeo Quais satildeo as maiores dificuldades dos

profissionais da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia em acolher um usuaacuterio em sofrimento psiacutequico

Por que este muitas vezes deixa de apostar na recuperaccedilatildeo do sujeito com sofrimento

psiacutequico grave Em que momentos sentem que os recursos jaacute natildeo satildeo suficientes para abarcar

o sofrimento gerado pelo adoecimento psiacutequico Quais satildeo as apostas dos profissionais em

relaccedilatildeo agrave sauacutede mental

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

34

2 JUSTIFICATIVA

O SUS ao longo de sua construccedilatildeo tem afirmado a universalidade a integralidade e a

equumlidade da atenccedilatildeo aleacutem de apontar para uma concepccedilatildeo de sauacutede que natildeo se reduza agrave

ausecircncia de doenccedila mas se estenda agrave vida com qualidade

Especialmente em um paiacutes como o Brasil com profundas desigualdades

socioeconocircmicas permanecem vaacuterios desafios na sauacutede como a ampliaccedilatildeo do acesso com

qualidade aos serviccedilos e aos bens de sauacutede e a ampliaccedilatildeo do processo de co-responsabilizaccedilatildeo

entre trabalhadores gestores e usuaacuterios nos processos de gerir e de cuidar (BRASIL

Ministeacuterio da Sauacutede 2008)

No contexto da Atenccedilatildeo Primaacuteria o sofrimento psiacutequico eacute subdiagnosticado porque a

maioria dos diagnoacutesticos satildeo definidos quando o usuaacuterio estaacute em crise tornando um ponto

nodal da rede de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede Deste modo as investigaccedilotildees que definam a

qualidade do acolhimento na perspectiva dos profissionais da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

em relaccedilatildeo aos agravos satildeo fundamentais para o direcionamento das poliacuteticas puacuteblicas no

acircmbito sanitaacuterio Esta anaacutelise de processo traraacute indicadores para ldquoampliarrdquo a discussatildeo acerca

da reforma psiquiaacutetrica

A praacutetica de acolhimento pode ser entendida como ldquoporta de entradardquo a recepccedilatildeo e a

busca de uma soluccedilatildeo adequada aos problemas de todos os usuaacuterios que procuram os serviccedilos

de sauacutede uma tecnologia leve (MERHY 2007) que compreende as relaccedilotildees e viacutenculos

tecendo juntos redes de cuidado integral Independente de onde eacute e como tecircm que ter

longitudinalidade e coordenaccedilatildeo princiacutepios da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede A necessidade do

usuaacuterio eacute mutante cheia de crenccedilas culturas e potencialidades diversas

A tecnologia acolhimento pode proporcionar o reordenamento das accedilotildees na Atenccedilatildeo

Primaacuteria em Sauacutede sob o prisma da sauacutede mental Este reordenamento propotildee que o serviccedilo

tenha uma reorganizaccedilatildeo usuaacuterio-centrada evidenciando maior responsabilizaccedilatildeo dos atores

envolvidos no processo de produccedilatildeo de sauacutede

Natildeo podemos pensar num trabalho de acompanhamento ao processo de reinserccedilatildeo

social sem lanccedilar matildeo de novas tecnologias em sauacutede Ao agregarmos outros agentes

envolvidos e comprometidos com o sujeito que sofre como por exemplo os profissionais da

Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede que segundo relato de Harzheim (2009) ao constituiacuterem uma

equipe qualificada podem resolver de 85 a 90 dos problemas de sauacutede de uma comunidade

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

35

estaremos potencializando os serviccedilos nesse niacutevel de atenccedilatildeo evitando a superlotaccedilatildeo de

hospitais Os serviccedilos especializados satildeo apenas uma parte do processo de atenccedilatildeo em sauacutede

Pensar na atenccedilatildeo aos usuaacuterios buscando soluccedilotildees emergenciais para suprir demandas

instantacircneas natildeo eacute suficiente Intervir nesse contexto implica buscar mudanccedilas significativas

nas formas de olhar de compreender e de intervir nos problemas apresentados construindo e

desconstruindo concepccedilotildees tornando-se o primeiro passo para a anaacutelise e problematizaccedilatildeo do

processo em que estamos inseridos

Esta pesquisa justifica-se pela importacircncia do tema e pela possibilidade de entender

estas relaccedilotildees e elaborar novas estrateacutegias para qualificar o atendimento agraves pessoas em

sofrimento psiacutequico Dessa maneira levantaraacute questotildees que poderatildeo contribuir com o debate

acadecircmico sobre os sujeitos que vivenciam essa condiccedilatildeo que estaacute relacionada agrave grande

marca da exclusatildeo social O estudo justifica-se tambeacutem perante a Poliacutetica de

descentralizaccedilatildeo e desinstitucionalizaccedilatildeo da sauacutede mental

Atualmente existem poucas pesquisas sobre a percepccedilatildeo dos profissionais da

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no acolhimento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Sendo assim a temaacutetica da pesquisa eacute nova proporcionando uma reflexatildeo sobre Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede no Brasil com recorte da sauacutede mental

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

36

3 QUESTAtildeO DE PESQUISA

Como os profissionais da ESF percebem o acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento

psiacutequico

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

37

4 OBJETIVOS

41 OBJETIVO GERAL

Identificar as perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

42 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Compreender a concepccedilatildeo que os profissionais da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia

possuem sobre sofrimento psiacutequico

- Mapear a formaccedilatildeo que estes profissionais possuem sobre sauacutede mental

- Identificar as estrateacutegias que utilizam para o acolhimento dos usuaacuterios em

sofrimento psiacutequico

- Conhecer as perspectivas de recuperaccedilatildeo dos usuaacuterios portadores de sofrimento

psiacutequico que os profissionais identificam

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

38

5 METODOLOGIA

O projeto utilizaraacute uma combinaccedilatildeo de metodologias qualitativas e

quantitativas Para a construccedilatildeo do instrumento do estudo seraacute realizado um grupo focal com

profissionais da aacuterea da sauacutede e sauacutede mental a fim de identificar os principais pontos a

serem incluiacutedos no instrumento Para a validaccedilatildeo do instrumento seraacute utilizada a metodologia

Delphi Por fim o instrumento validado seraacute aplicado nos profissionais meacutedicos e enfermeiros

que trabalham nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia (USF) permitindo a discussatildeo e

aprofundamento sobre o acolhimento aos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico na Atenccedilatildeo

Primaacuteria agrave Sauacutede

51 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal (a) e Estudo Delphi (b)

52 ESTRATEacuteGIA DE COLETA

a) Grupo focal teacutecnica utilizada em pesquisa qualitativa com um toacutepico a ser

explorado (VIacuteCTORA et al 2000 p64) O grupo focal consiste em um encontro com cerca

de 2 horas de duraccedilatildeo podendo variar de acordo com a interaccedilatildeo dos integrantes com a

temaacutetica do roteiro preacute-estabelecido (ANEXO A) O grupo seraacute composto entre 8 e 14

participantes assinaratildeo termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C) juntamente

com um moderador e dois observadores O ponto de partida para discussatildeo neste grupo seraacute o

acolhimento em sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria a sauacutede

b) Seraacute utilizada a teacutecnica Dephi para validaccedilatildeo do questionaacuterio elaborado a partir da

discussatildeo no grupo focal Esta teacutecnica permite obter consenso de grupo a respeito de um

determinado fenocircmeno O grupo eacute composto por ldquojuiacutezesrdquo ou especialistas ou seja

profissionais efetivamente engajados na aacuterea onde estaacute se desenvolvendo o estudo (ANEXO

B) O estudo Delphi eacute um processo sistemaacutetico e iterativo que difere dos meacutetodos coletivos de

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

39

consenso com interaccedilatildeo face a face por reduzir o efeito de contaminaccedilatildeo entre os participantes

e por realizar a retroalimentaccedilatildeo com as estatiacutesticas geradas em cada rodada de participaccedilatildeo

Dada a estabilizaccedilatildeo na opiniatildeo dos participantes o estudo Delphi pode apresentar inuacutemeras

rodadas Ducan e Shmidt consideram que o

Delphi tem como caracteriacutestica principal o respeito e a valorizaccedilatildeo da experiecircncia e do conhecimento de cada um dos participantes que de uma forma dirigida coloca agrave apreciaccedilatildeo coletiva seus julgamentos que apesar de serem subjetivos satildeo resultados de um longo processo de sistematizaccedilatildeo do conhecimento adquirido na praacutetica e transformando no julgamento individual subjetivo (1992 p 6-7)

- O questionaacuterio elaborado atraveacutes do grupo focal seraacute enviado por meio eletrocircnico

para cada um dos especialistas selecionados que teraacute o prazo estabelecido por cronograma (7

a 10 dias entre cada rodada) para ser respondido e enviado para e-mail do estudo As respostas

seratildeo avaliadas e o questionaacuterio retornaraacute para o participante sempre ao final de cada rodada

com a resposta e as estatiacutesticas gerais ndash mediana meacutedia e desvio Entende-se meacutedia como o

valor que aponta para onde mais se concentram os dados de uma distribuiccedilatildeo mediana como

o nuacutemero que representa o valor intermediaacuterio que separa a metade superior da metade

inferior do conjunto de dados e desvio padratildeo sendo a meacutedia das diferenccedilas entre o valor de

cada evento e a meacutedia central

- Neste momento se iniciaraacute uma nova rodada de respostas ao questionaacuterio agora

tendo como subsiacutedio as informaccedilotildees do ldquocoletivordquo de participantes e as observaccedilotildees enviadas

ou mesmo sugestotildees de inclusatildeo de novos itens (sumarizadas e natildeo identificadas)

- A cada iniacutecio de rodada poderatildeo ser excluiacutedos da lista de questotildees alguns itens por

alcanccedilarem jaacute na rodada anterior consenso sobre a inclusatildeo do item ou natildeo

- A cada rodada as respostas dadas para cada questatildeo tendem a se concentrar

diminuindo sua dispersatildeo O consenso quanto agrave inclusatildeo ou natildeo da questatildeo ocorre quando

esta oscilaccedilatildeo diminuir ou seja quando ocorrer um pequeno nuacutemero de mudanccedilas de opiniatildeo

quanto ao indicador entre uma ou duas rodadas

- Para estabilizaccedilatildeo das respostas seraacute realizado o seguinte caacutelculo a variaccedilatildeo da

amplitude relativa interquartis entre duas rodadas deveraacute ser inferior a 005 para que o tema

tenha atingido a estabilidade

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

40

- Para definir o nuacutemero de rodadas de iteraccedilatildeo do estudo se convencionaraacute que a

proporccedilatildeo de mudanccedila na opiniatildeo quanto agrave exclusatildeo ou inclusatildeo do tema na rodada anterior a

final deveraacute ser inferior a 10 dos participantes

c) A coleta seraacute realizada durante os meses novembro e dezembro de 2009 atraveacutes do

questionaacuterio validado atraveacutes da teacutecnica Delphi com aplicaccedilatildeo nos profissionais meacutedicos e

enfermeiros da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia dos cinquumlenta e quatro municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Rio Grande do Sul (ANEXO D)

53 POPULACcedilAtildeO DE PESQUISA

a) No grupo focal seratildeo convidados 14 profissionais de niacutevel superior com atuaccedilatildeo na

sauacutede mental e experiecircncia profissional na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Seraacute utilizado como

criteacuterio de inserccedilatildeo intencional priorizando a homogeneidade das experiecircncias no percurso

destes profissionais

b) Para Teacutecnica Delphi seratildeo selecionados 36 profissionais (ANEXO B) que

representam os seguintes grupos

Especialistas em Sauacutede Mental (SM) e responsaacutevel pela produccedilatildeo de conhecimento

em Sauacutede Mental 1) Professores de disciplinas em foco em Sauacutede Mental de cursos

de graduaccedilatildeo em Medicina Enfermagem Psicologia com experiecircncia miacutenima de trecircs

anos 2) Preceptores das Residecircncias de Medicina de Famiacutelia e Comunidade com pelo

menos trecircs anos na funccedilatildeo 3) Os pesquisadores foram indicados por pessoas-chave

nos Centros de Pesquisa Sauacutede ColetivaEpidemiologia da UFRGS Os mesmos

deveriam ter produccedilatildeo cientiacutefica na aacuterea de Sauacutede Mental (produccedilatildeo de pelo menos 2

artigos na aacuterea nos uacuteltimos dois anos)

Trabalhadores da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede haacute pelo menos 3 anos

Coordenadores gestores municipais e estaduais das poliacuteticas de Sauacutede Mental

c) Na aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios a populaccedilatildeo seraacute os profissionais meacutedicos e

enfermeiros das Unidades de Sauacutede da Famiacutelia dos municiacutepios pertencentes a 6ordf

Coordenadoria Regional de Sauacutede do Estado do Rio Grande do Sul (dos 58 municiacutepios

pertencentes 54 possuem ESF) que consentirem em participar preenchendo o termo de

consentimento livre e esclarecido do estudo (ANEXO D)

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

41

6 DIVULGACcedilAtildeO DOS RESULTADOS

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa seratildeo feitas a anaacutelise dos dados e a elaboraccedilatildeo de um

artigo para publicaccedilatildeo em revista cientiacutefica com possibilidade de debate acadecircmico e

apresentaccedilatildeo em congressos Tambeacutem seraacute realizada discussatildeo bem como devoluccedilatildeo dos

resultados da pesquisa para as equipes da SF com objetivo de promover atenccedilatildeo integral aos

usuaacuterios nestes serviccedilos e ampliar a publicizaccedilatildeo do trabalho principalmente no municiacutepio

em questatildeo

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

42

7 QUESTOtildeES EacuteTICAS

O estudo ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais das equipes de sauacutede

da famiacuteliardquo seraacute submetido agrave apreciaccedilatildeo do comitecirc de eacutetica em pesquisa da UFRGS e tambeacutem

da Escola de Sauacutede Puacuteblica do Rio Grande do Sul As informaccedilotildees coletadas seratildeo mantidas

sob sigilo Os sujeitos entrevistados seratildeo convidados para colaboraccedilatildeo na pesquisa tornando-

se voluntaacuterio o aceite e deveratildeo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANEXO D)

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

43

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

03 e 04

2009

05 e 06

2009

07 e 08

2009

09 e 10

2009

11 e 12

2009

01 e 02

2010

03 e 04

2010

05 e 06

2010

07 e 08

2010

Revisatildeo da

Literatura x x

Redaccedilatildeo do

Projeto X X X x X x X

Defesa do

Projeto X

Coleta de

Dados X x X X

Limpeza dos

Bancos de

Dados

X X X

Anaacutelise dos

Dados X X X

Defesa

Preliminar x

Redaccedilatildeo do

Artigo x

Defesa Final

as accedilotildees natildeo se esgotam neste cronograma e eacute passiacutevel de mudanccedila de acordo com as orientaccedilotildees do curso e do professor orientador Data a ser definida pelo Curso MP ndash APS

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

44

9 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

O projeto intitulado ldquoO acolhimento na perspectiva dos profissionais da

Equipes de Sauacutede da Famiacuteliardquo natildeo teraacute financiamento de instituiccedilatildeo O Programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Epidemiologia disponibilizaraacute sala de encontro para o grupo focal acesso agrave

internet e outros softwares para criaccedilatildeo de banco de dados e posterior anaacutelise dos resultados

Quantidade Valor Unitaacuterio Subtotal

Folha A4 01 pacote c500 R$ 1700 R$ 1700

Caneta esferograacutefica 10 R$ 070 R$ 700

Coacutepia xerograacutefica 200 R$ 010 R$ 2000

Tinta para impressora 01 preto+1 colorido R$ 4000 R$ 8000

CD-R 05 R$ 100 R$ 500

Contrataccedilatildeo de domiacutenio

de Website

1ano R$ 3990 R$3990

Hospedagem de website 12meses R$1100 R$13200

Contrataccedilatildeo de Acesso

Internet 3G

12meses R$9990 R$119880

Contrataccedilatildeo da

ferramenta software

(ferramenta desenvolvida

com a utilizaccedilatildeo da

linguagem de

programaccedilatildeo PHP e

banco de dados Mysql)

40horas R$875 R$ 35000

Serviccedilos de

telecomunicaccedilatildeo

800minutos R$ 100 minuto R$ 80000

Total R$ 264970

Este orccedilamento eacute passiacutevel de mudanccedilas e alteraccedilotildees de acordo com o decorrer do projeto e as orientaccedilotildees a serem seguidas Os custos seratildeo providos pela alunapesquisadora sem patrociacutenio ou financiamento

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

45

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMARANTE Paulo CRUZ Leandra Brasil da (Orgs) Sauacutede Mental Formaccedilatildeo e Criacutetica Rio de Janeiro LAPS 2008

BERGER Eliane et al A rua como espaccedilo cliacutenico acompanhamento terapecircutico Satildeo Paulo Escuta 1991

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo em sauacutede mental 1990-2004 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede 5 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004a

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede mental no SUS os centros de atenccedilatildeo psicossocial Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004b

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede 2ordf ed 2008 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhimento_praticas_producao_saude_2ed_2008pdfgt Acesso em 05 Mai 2009

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Nuacutecleo Teacutecnico da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) Cartilhas da PNH Disponiacutevel em ltwwwredehumanizasusnetgt Acesso em 15 Mai 2009

CAMPOS Gastatildeo Wagner e Sousa GUERREIRO Andreacute Vinicius Pires (Orgs) Manual de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica sauacutede ampliada e compartilhada Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CAMPOS Rosana Onocko FURTADO Juarez Pereira PASSOS Eduardo BENEVIDES Regina (Orgs) Pesquisa Avaliativa em Sauacutede Mental desenho participativo e efeitos da narratividade Satildeo Paulo Editora HUCITEC 2008

CARVALHO Alexandre Magno Teixeira de AMARANTE Paulo Forccedilas diferenccedilas e loucura pensando para aleacutem do princiacutepio da cliacutenica Rio de Janeiro 2000

DUNCAN BB SCHMIDT MI Diretrizes e estrateacutegias da Rede IDA Boletin lnformativo Rede IDA v9 n7 1992 p 6-7

FLETCHER Robert H FLETCHER Suzanne W Epidemiologia Cliacutenica elementos essenciais 4ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2006

HARZHEIM E Texto de referencia de atenccedilatildeo primaacuteria em sauacutede (APS) no ciclo de debates sobre redes regionalizadas de atenccedilatildeo agrave sauacutede desafios do SUS Brasiacutelia ndash DF 10 de marccedilo de 2009

HELMAN Cecil G Cultura Sauacutede e Doenccedila 4ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Artmed 2003

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

46

HULLEY Stephen (et al) Delineando a Pesquisa Cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica 3ordf ediccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2008

MELMAN Jonas Famiacutelia e Doenccedila Mental Repensando a relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e familiares 2ordf ed Satildeo Paulo Escrituras Editora 2006

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

47

ANEXO A - ROTEIRO GRUPO FOCAL

1 Concepccedilatildeo de sofrimento psiacutequico

O que eacute na concepccedilatildeo de vocecircs sofrimento psiacutequico

Como vocecircs identificam que uma pessoa estaacute em sofrimento psiacutequico

Como acham que os profissionais que trabalham na ESF vecircem o sofrimento psiacutequico

2 Acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico

Qual o acolhimento adequado para uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como deve ser o tratamento de uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como os profissionais que trabalham na ESF podem atender uma pessoa em sofrimento psiacutequico

Como se faz prevenccedilatildeo do sofrimento psiacutequico

Quais satildeo os encaminhamentos que devem ser dados a pessoa em sofrimento psiacutequico

Como eacute a abordagem familiar na unidade de sauacutede quando tem uma pessoamembro em sofrimento psiacutequico

3 Quem pode atender as pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais habilidadesformaccedilatildeo consideram fundamentais para o atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Quais os profissionais da sua equipe de trabalho podem eou atendem o usuaacuterio em sofrimento psiacutequico Por quecirc

Como se pode capacitar algueacutem no atendimento de pessoas em sofrimento psiacutequico

Haacute especificidades no atendimento das pessoas em sofrimento psiacutequico na ESF Quais

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

48

ANEXO B - PERFIL DOS ldquoEXPERTSrdquo DO DELPHI PARA VALIDACcedilAtildeO DO

QUESTIONAacuteRIO

Grupo de participantes

ldquoAfetadosrdquo Profissionais da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

ldquoExpertsrdquo Especialistas em Sauacutede Mental

ldquoFacilitadoresrdquo Conselhos e Sociedades Coordenadores gestores municipais estaduais e federal

Criteacuterios essenciais de inclusatildeo

Miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Profissionais com miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia de trabalho em sauacutede mental Docente nas graduaccedilotildees de psicologia medicina terapia ocupacional enfermagem ou preceptores das residecircncias em medicina comunitaacuteria e sauacutede mental coletiva ou pesquisadores com no miacutenimo duas (2) publicaccedilotildees de artigos nas aacutereas da SM eou APS

Profissionais com curso superior e miacutenimo de trecircs (03) anos de experiecircncia nas poliacuteticas de sauacutede mental

Total de 36 participantes convidados

16 participantes 10 participantes 10 participantes

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

49

ANEXO C ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) da UFRGS

Aceito participar do grupo focal cujo roteiro versa sob concepccedilatildeo de sofrimento

psiacutequico acolhimento e tratamento das pessoas em sofrimento psiacutequico profissionais que

atendem as pessoas em sofrimento psiacutequico O objetivo principal eacute Identificar questotildees para

compor o questionaacuterio que posteriormente passaraacute pelo estudo Delphi com intenccedilatildeo de

validaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo nos profissionais da Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

Estaacute claro que tenho total liberdade de recusar a participar ou retirar meu

consentimento em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer

despesa material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa posso entrar em contato com

a pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelo telefone (54) 99839061 ou

atraveacutes do e-mail carolinapmpfrsgovbr

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

igualmente o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Porto Alegre 12 de julho de 2009

Nome do participante e assinatura _______________________________________

Assinatura da Aluna Pesquisadora __________________________

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

50

ANEXO D ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

A Pesquisa ldquoO ACOLHIMENTO AO USUAacuteRIO EM SOFRIMENTO PSIacuteQUICO NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATEacuteGIA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIArdquo

Pesquisadora Responsaacutevel Carolina Santos da Silva aluna do Curso de Poacutes-

graduaccedilatildeo Mestrado Profissional em Epidemiologia Gestatildeo de Tecnologias em Sauacutede na

Linha de Pesquisa de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

Professora Orientadora DraDaniela Riva Knauth

Vocecirc participaraacute de uma entrevista cujo principal objetivo eacute Identificar as

perspectivas dos profissionais da ESF no acolhimento dos usuaacuterios em sofrimento psiacutequico

Para isso vocecirc preencheraacute um instrumento com questotildees norteadoras

Vocecirc tem total liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento

em qualquer momento da pesquisa sem danos pessoais Natildeo haveraacute qualquer despesa

material ou prejuiacutezo Em qualquer momento da pesquisa vocecirc poderaacute entrar em contato com a

pesquisadora para esclarecer duacutevidas e obter informaccedilotildees pelos telefones (54) 99839061

As informaccedilotildees coletadas seratildeo tratadas com sigilo sendo que a sua identidade

seraacute preservada e seraacute de conhecimento exclusivo para estudo Se houver qualquer duacutevida

vocecirc poderaacute solicitar esclarecimentos

Nestes termos e considerando-me livre e esclarecido consinto em participar da

pesquisa proposta resguardando agrave autora do projeto a propriedade intelectual das informaccedilotildees

geradas e expressando a concordacircncia com a divulgaccedilatildeo puacuteblica dos resultados garantido

outrossim o anonimato

Declaro que recebi coacutepia do presente Termo de Consentimento Informado

Dessa forma agradeccedilo a sua colaboraccedilatildeo e solicito vossa autorizaccedilatildeo

Data ______________2009

_________________________

Carolina Santos da Silva - Pesquisadora ndash Fone (54) 9983- 9061

Nome do participante _____________________________

Assinatura ______________________________________

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

51

ANEXO B ndash APROVACcedilAtildeO PELO COMITEcirc DA EacuteTICA E PESQUISA

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

52

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

53

ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute

54

ANEXO D ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES DEPLHI

2 participantes - Bahia

12 participantes ndash Rio Grande do Sul

7 participantes ndash Satildeo Paulo2 participantes -Paranaacute

1 participante ndash Santa Catarina

2 participantes ndash Rio de Janeiro

1 participante ndash Minas Gerais

Distribuiccedilatildeo dos Participantes Delphi

Legenda

Atenccedilatildeo Primaacuteria - 16

Gestatildeo - 9

Sauacutede Mental - 10

4 participante ndash Distrito Federal

2 participantes ndash Rio Grande do Norte

1participante - Cearaacute

1 participante - Piauiacute