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  • 7/26/2019 DISSERTAO COM FORMATAO_verso Titular Para Deposito

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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE MINAS GERAISPrograma de Ps-graduao em Geografia - Tratamento da Informao Espacial

    Joo Benvindo do Amaral

    REDE URBANA, HIERARQUIA URBANA E MIGRAO NA

    MESORREGIO DO TRINGULO MINEIRO E ALTO PARANABA NOS

    ANOS 2000 E 2010

    Belo Horizonte2016

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    Joo Benvindo do Amaral

    REDE URBANA, HIERARQUIA URBANA E MIGRAO NA

    MESORREGIO DO TRINGULO MINEIRO E ALTO PARANABA NOSANOS 2000 E 2010

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Geografia Tratamento daInformao Espacial da Pontifcia UniversidadeCatlica de Minas Gerais como requisito parcialpara obteno do ttulo de Mestre em Geografia.

    Autor: Joo Benvindo do Amaral.

    Orientadora: Professora. Dra. Ana Mrcia MoreiraAlvim.

    rea de concentrao: Estudos Urbanos eRegionais.

    Belo Horizonte2016

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    Ficha Catalogrfica

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    Joo Benvindo do Amaral

    REDE URBANA, HIERARQUIA URBANA E MIGRAO NA

    MESORREGIO DO TRINGULO MINEIRO E ALTO PARANABA NOS

    ANOS 2000 E 2010

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Geografia Tratamento

    da Informao Espacial da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais como

    requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Geografia.

    Banca Examinadora:

    _______________________________________________Prof. Dr. Ana Mrcia Moreira Alvim (PUC Minas PPGG-TIE - Orientadora)

    _______________________________________________Prof. Dr. Beatriz Ribeiro Soares (UFU-MG - PPGG)

    _______________________________________________Prof. Dr. Jos Irineu Rangel Rigotti (UFMG - CEDEPLAR)

    _______________________________________________Prof. Dr. Lenidas Barroso (PUC MinasPPGG-TIE)

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    A Meu pai;Minha irm;

    a minha querida noiva; e

    em memria de minha me;

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus pela fora que me deu nos momentos de

    incerteza e aflito.Posteriormente ao meu pai, Jos Sudrio, que de vez em quando, no entendia

    minhas viagens, clausura no Laboratrio de Estudos Urbanos e Regionais e meu

    quarto, na confeco da dissertao. Agradeo tambm minha irm, Rosana Maria,

    pela fora e incentivo. minha falecida me, Maria Emlia, pois sei que se ela estivesse

    entre ns, sentiria orgulho de mim. E agradeo de forma especial mulher que escolhi

    como minha parceira de vida, Bruna Guedes, apesar de estarmos noivos, j a

    considero esposa, pois sem seu incentivo, ajuda e compreenso, no teria terminadoessa pesquisa.

    Agradeo de forma particular minha orientadora, Ana Mrcia Moreira Alvim, pela

    orientao maravilhosa que tive, apesar do cansao de ambos.

    Agradeo tambm aos componentes da banca pelo aceite do convite para a

    defesa de dissertao. Ao professor Lenidas Conceio Barroso pela valiosa ajuda

    principalmente na disciplina de Mtodos Quantitativos II, que foi fundamental para a

    dissertao. Ao Professor Jos Irineu Rangel Rigotti, no somente por estar na banca,

    mas tambm por seus ensinamentos, ainda na graduao em Geografia com nfase

    em Geoprocessamento da PUCContagem. Logo, Professora Beatriz Ribeiro Soares

    por suas valiosas ponderaes no XI ENAMPEGE- 2015, realizado em Presidente

    PrudenteSP, em que apresentei resultados preliminares da pesquisa, e pude analisar

    de forma mais clara a Hierarquia dos Municpios da Mesorregio do Tringulo Mineiro e

    Alto Paranaba.

    Agradeo tambm ao Programa de Ps-Graduao em Geografia Tratamento

    da Informao Espacial da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais. Emespecfico ao corpo docente, em especial aos professores cujas disciplinas foram de

    grande valia, a saber, os professores: Oswaldo Bueno, Jos Flvio, Duval Magalhes,

    Alexandre Magno Diniz, Aurlio Muzzarelli, Henrique Paprocki, Joo Francisco, e

    Guilherme Taitson. Estendo esse agradecimento a todos os demais professores do

    Programa e ao professor Bernardo Jeunon de Alencar.

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    Agradeo aos professores da graduao, conhecimento adquirido durante o

    curso, em especial, aos professores, Carlos Magno Ribeiro, Paulo Rogrio Junqueira

    Alvim, Paulo Fernando Braga Carvalho, Jorge Batista, Jony Rodarte, Magda Tezzi,

    Alecir Antnio, Ivana Arruda, Marcelo Zanetti, Luciana Pereira, Wagner Barbosa Batella,Gabriel Valle e Jnia Santos Vinhal.

    Tambm estendo esse agradecimento a minha turma de graduao, em especial

    aos senhores, Misael Barbosa Fernandes, Jlio Bonifcio da Silva, Jonatan Teixeira

    Pereira e Eustquio Tadeu de Faria.

    E tambm aos colegas da ps-graduao: Cssio Francisco de Lima, Jos

    Henrique, Filipe Rezende, Andr Lopez, Diego Filipe, Grazielle Nogueira, Isabela

    Fernanda, Marcone da Silva, Marcos Lembi, Marcos Vincius, Maria de Lourdes, MriamAbdo, Natlia Dias, Paula Barreto, Antnio Hot, Christiano Ottoni, Larissa Duarte,

    Marcia Vallone, Ricardo Palhares, Patrcia de S, Mariana Timo, Elisngela Gonalves,

    Filipe vila, Marcela Sampaio, Gabriela Lima, Jarvis Campos, Ninna Tolentino e Cludia

    Rios. E tambm aos demais que no foram citados aqui.

    Gostaria de agradecer pela fora meus amigos de longa data, Ubiratan de

    Aquino, Tiago de Sousa, Abner Coelho e Stnio Coelho, pela fora.

    Agradeo tambm pela dedicao e eficincia a secretaria do programa de ps-

    graduao na figura do Dlio, Tatiane, Cludio e Srgio.

    E por fim, um agradecimento especial Coordenao de Aperfeioamento de

    Pessoal de Nvel Superior CAPES, pois sem seu auxilio essa pesquisa nunca teria sido

    feita.

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    RESUMO

    A interao entre o espao geogrfico e o ser humano pode ocorrer de vrias maneiras,

    inclusive pela migrao, aglomerao de pessoas em cidades e pelas redes decidades. Assim, este trabalho tem como objetivo central analisar a Rede Urbana, aHierarquia Urbana e a Migrao, na Mesorregio do Tringulo Mineiro e Alto Paranaba,nos anos 2000 e 2010. Dessa forma, a Mesorregio do Tringulo Mineiro e AltoParanaba uma regio de extrema importncia, tanto do ponto de vista estadual,como o nacional, na qual tem um potencial de desenvolvimento expressivo, tanto naquesto social como na econmica. Para isso realizou-se uma pesquisa bibliogrfica; acoleta e tratamento de dados quantitativos; a diviso da regio em trs pores, leste,central e oeste; a caracterizao da mesorregio; calculou-se a Rede de LinhasLigadas, os Escores das Componentes Principais e o ndice de Eficincia Migratria; eanalisaram-se os resultados obtidos. Como referncias tericas essenciais, admitiu-se a

    Teoria dos Lugares Centrais de Christaller (1966); Os tipos de redes proposto porTrllen e Boix (2003) e a Teoria do Push Pull de Everest Lee (1966). A Mesorregiodo Tringulo Mineiro e Alto Paranaba est localizada na poro oeste do estado deMinas Gerais, Brasil Amrica do Sul, sendo composta por sete microrregies e 66municpios. Na rede urbana da MRTMAP, h diferentes nveis hierrquicos de cidades,inclusive os intermedirios, o que indica que se trata de uma rede urbana melhorestruturada se comparada com redes de regies mais deprimidas social eeconomicamente. Para melhor compreender as mudanas ocorridas na rede urbana daMRTMAP a migrao foi considerada, afinal ela pode alterar o nvel de desenvolvimentode uma regio e a articulao entre seus elementos. Na anlise da migrao damesorregio ficou claro que, particularmente no perodo 2005-2010, os fatores deexpulso prevaleceram sobre os de atrao, em grande parte dos municpios. E aindaao analisar a MRTMAP, foram identificadas trs pores com caractersticas distintasque nortearam as anlises. Nessas anlises ficou evidenciado que a Rede UrbanaHierarquizada da MRTMAP, em sua maior parte, bem articulada, sendo policentrica-sinergtica. Principalmente pelo avano social e econmico constatado na poro oesteem 2010, mesmo ainda as pores leste e central serem as mais desenvolvidas.

    Palavras chave:Rede Urbana, Hierarquia Urbana, Migrao e MRTMAP.

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    ABSTRACT

    The interaction between the geographical area and the human can occur in several

    ways, including by migration, overcrowding in cities and the city networks. Therefone,work was aimed at analyzing the Urban Network, the Urbana Hierarchy and Migration inMesorregio of Triangulo Mineiro and Alto Paranaiba, in 2000 and 2010. Thus, theMesorregio of Triangulo Mineiro and Alto Paranaiba is a region of utmost importance,both from the state point of view, as the national, which has a potential for significantdevelopment in both the social issue as coach. For this it carried out a literature search;the collection and processing of quantitative data; dividing the region into three portions,east, central and west; the characterization of the middle region; It calculated theConnected Lines Network, the scores of the Component Principal Analysis and theMigration Efficiency Ratio; and analyzed the results. As essential theoretical references,it is assumed the Theory of Central Places of Christaller (1966); The types of networks

    proposed by Trllen Boix (2003) and Theory and Push - Pull Everest Lee (1966). TheMesorregio of Triangulo Mineiro and Alto Paranaiba is located in the western portion ofthe state of Minas Gerais, Brazil - South America, consisting of seven microrregies and66 municpios In the urban network of MRTMAP, there are different hierarchical levels ofcities, including interim dividends, which indicates that this is an urban better structurednetwork compared with networks of most depressed regions socially and economically.To better understand the changes in the urban network MRTMAP migration wasconsidered, after all it can change the level of development of a region and therelationship between its elements. The analysis of messoregio of the migration of theanalysis it became clear that, particularly in the period 2005-2010, the push factorsprevailed over the attraction, in most municipalities. And even when analyzing theMRTMAP have identified three parts with different characteristics that guided theanalysis. These analyzes evidenced that the Urbana Network, Hierarchy Urban ofMRTMAP, for the most part, well articulated, and polycentric-synergistic. Mainly forsocial and economic advancement found in the western portion in 2010, even still theeastern and central portions are more developed.

    Keywords:Urban Network, Urban Hierarchy, Migration and MRT MAP.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1Mapa da Diviso em Pores Regionais da MRTMAP ............................ 29

    Figura 2Modelos de Lugar central e de rede ......................................................... 52

    Figura 3Hexgonos de Christaller e a Hierarquia Urbana .................................... 54

    Figura 4Fatores que levam as pessoas a migrarem.............................................. 61

    Figura 5Fatores que levam a migrao .................................................................. 62

    Figura 6Mapa da Localizao da Mesorregio ...................................................... 70

    Figura 7Mapa da Posio da Mesorregio ............................................................. 71

    Figura 8Mapa geolgico da MRTMAP ..................................................................... 77

    Figura 9Mapa Hipsomtrico .................................................................................... 78

    Figura 10Mapa da vegetao na MRTMAP ............................................................. 79

    Figura 11 Mapa da evoluo da distribuio espacial populacional em

    porcentagem na MRTMAP ........................................................................................... 83

    Figura 12 Mapa da relao entre a Taxa de Urbanizao e da Densidade

    Demogrfica na MRTMAP ............................................................................................ 85

    Figura 13Estrutura Etria da MRTMAP e de Minas Gerais 1991, 2000 e 2010 ..... 86

    Figura 14Mapa da distribuio espacial do PIB total na MRTMAP ...................... 88

    Figura 15Mapa da distribuio espacial do PIB por setores na MRTMAP .......... 89

    Figura 16Mapa da distribuio espacial do IDHM total na MRTMAP ................... 90

    Figura 17 Mapa da distribuio espacial do IDHM nas suas dimenses na

    MRTMAP ........................................................................................................................ 91

    Figura 18Esquema de articulao da Rede Urbana .............................................. 93

    Figura 19 Mapa do fluxo de viagens intermunicipais entre os municpios da

    MRTMA - 2007 ............................................................................................................... 94

    Figura 20 Mapa do nmero das origens e destinos dos fluxos de viagensrodovirias entre os municpios da Rede Urbana da MRTMA - 2007....................... 97

    Figura 21Mapa Isopltico da Rede de Linhas Ligadas da MRTMAP .................... 99

    Figura 22 Mapa da Rede de Linhas Ligadas e do ndice de Sinuosidade dos

    municpios da MRTMAP ............................................................................................. 100

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    Figura 23 Evoluo e Retrao da posio hierrquica dos municpios da

    MRTMAP - 2000 e 2010............................................................................................... 105

    Figura 24Mapa da Hierarquia Urbana dos municpios da MRTMAP - 2000 e 2010

    ..................................................................................................................................... 110

    Figura 25Mapa da Nova Hierarquia Urbana dos municpios da MRTMAP - 2000 e

    2010 ............................................................................................................................. 113

    Figura 26 Mapa do nmero de Imigrantes e Emigrantes dos municpios da

    MRTMAP para os anos de 1995-2000 e 2005-2010 .................................................. 118

    Figura 27 Mapa da Taxa Lquida de Migrao e o Saldo Migratrio dos

    municpios da MRTMAP para os anos de 1995-2000 e 2005-2010 ......................... 123

    Figura 28Mapa do ndice de Eficincia Migratria dos municpios da MRTMAP -

    1995-2000 e 2005-2010 ............................................................................................... 125

    Figura 29 - Mapa da Populao Ocupada nos principais setores econmicos dos

    municpios da MRTMAP - 2000 e 2010...................................................................... 129

    Figura 30 - Mapa do Nmero de Empresas nos principais setores econmicos dos

    municpios da MRTMAP - 2000 e 2010...................................................................... 132

    Figura 31 - Mapa do Fluxo Migratrio dos municpios da MRTMAP - 2000 ........... 134

    Figura 32 - Mapa do Fluxo Migratrio dos municpios da MRTMAP - 2010 ........... 136

    Figura 33 - Mapa da Rede, Hierarquia Urbana e o Fluxo Migratrio dos municpios

    da MRTMAP2000 e 2010 ......................................................................................... 139

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1Exemplo de matriz origem e destino ........................................................ 33

    Tabela 2Porte demogrfico dos municpios da MRTMAP .................................... 82

    Tabela 3- Posio Hierrquica dos municpios da MRTMAP2000 e 2010 ......... 103

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1- Fluxograma Metodolgico da dissertao ............................................... 22

    Quadro 2Variveis utilizadas para hierarquizar os municpios da MRTMAP ...... 25

    Quadro 3Tipos Redes .............................................................................................. 42

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1Evoluo populacional na MRTMAP ....................................................... 80

    Grfico 2 Evoluo da Taxa de Crescimento Geomtrico da MRTMAP e MinasGerais ............................................................................................................................ 81

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ACP: Anlise de Componentes Principais.

    ANA: Agncia Nacional das guas.CPRM: Servio Geolgico Brasileiro.

    DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.

    IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas.

    IPEA: Instituto de Pesquisas Econmicas Aplicadas.

    MTE: Ministrio do Trabalho e Emprego.

    MRTMAP: Mesorregio do Tringulo Mineiro e Alto Paranaba.

    PNUD: Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento.RAIS: Relao Anual de Informaes Sociais.

    REGIC: Regies de Influncia das Cidades.

    SIRGAS: Sistema de Referencia Geocntrico para as Amricas.

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    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................... 17

    1.1 Objetivos ................................................................................................................. 18

    1.2 Justificativa ............................................................................................................. 19

    2 ASPECTOS METODOLGICOS ............................................................................... 212.1 Aspectos Tericos da Pesquisa............................................................................ 232.2 Coleta e fontes dos dados ..................................................................................... 23

    2.3 Tratamento dos dados ........................................................................................... 27

    3. FUNDAMENTAO TERICA ................................................................................. 363.1 Rede Urbana ........................................................................................................... 363.1.1 Tipos d e redes urb anas...................................................................................... 41

    3.2 Hierarquia Urbana .................................................................................................. 44

    3.3 A Teoria dos Lugares Centrais de Walter Christaller .......................................... 503.4 Migrao .................................................................................................................. 553.5 A Teoria do PushPull de Everestt Lee .............................................................. 60

    3.6 Rede, Hierarquia Urbanas e Migrao .................................................................. 64

    4. CARACTERIZAO DA MRTMAP .......................................................................... 694.1 Localizao e Posio da MRTMAP...................................................................... 69

    4.2 Contexto histrico da MRTMAP ............................................................................ 72

    4.3 Quadro Natural da MRTMAP ................................................................................. 76

    4.4 Aspectos Demogrficos da MRTMAP ................................................................... 804.5 Aspectos Socioeconmicos da MRTMAP ............................................................ 87

    5 ANLISE DOS RESULTADOS .................................................................................. 92

    5.1 A Rede Urbana da MRTMAP .................................................................................. 92

    5.2 A Hierarquia Urbana da MRTMAP ....................................................................... 1025.3 A Migrao na MRTMAP ...................................................................................... 115

    5.4 Relaes entre Rede, Hierarquia Urbanas e Migrao...................................... 127

    CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................... 141

    REFERNCIAS ............................................................................................................ 144

    ANEXO......................................................................................................................... 151

    APNDICE ................................................................................................................... 243

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    INTRODUO

    A interao entre o ser humano e o espao geogrfico muitas vezes vista de

    forma simplificada, como resultante da busca pela sobrevivncia, pois o homem sedesloca no espao para atender suas necessidades. Seu deslocamento leva

    existncia de uma rede de locais que pode variar no tempo. Com o domnio da

    agricultura e da domesticao de animais, o ser humano comeou a fixar residncia, e

    nesses locais as aglomeraes evoluram dando origem s cidades.

    Durante o antigo Imprio Romano, por exemplo, a cidade principal era Roma. Ela

    mantinha uma relao com todas as demais, por meio de rotas comerciais. Nessas

    rotas, alm das mercadorias, transitavam pessoas, inclusive migrantes. Essesbuscavam, na maior parte das vezes, locais centrais que os atraiam. As cidades, rotas

    (ligao) e fluxos, principalmente de pessoas e mercadorias, formavam uma rede com

    diversas interaes, e consequentemente, uma hierarquia de cidades com nveis de

    importncia diferenciados.

    A Rede de cidades, municpios ou simplesmente ns pressupe uma ligao

    e/ou vnculo entre as unidades espaciais. Pois, so entre esses ns e ligaes que

    ocorrem fluxos. Os fluxos por sua vez podem ser de produtos industriais, demercadorias bem como de pessoas, inclusive de migrantes. A partir disso, comea a

    existir tipos de redes, por exemplo, a Rede Policntrica, a Rede de Itinerrios, a Rede

    de Sinergia, as Redes Heterogneas, a Rede Dendrtica e dentre outras.

    Numa rede de cidades haver cidades de nveis hierrquicos distintos. Nveis

    que podem ser identificados pela subordinao e/ou mesmo pela dependncia entre

    elas. A hierarquia pode ser verificada pela disponibilidade de bens e servios, ditos

    centrais, como afirma Christaller (1966). Contudo, uma forma de analisar a hierarquia

    de cidade verificar o nvel socioeconmico e o alcance de cada uma delas. O nvel

    socioeconmico pode ser verificado com variveis quantitativas, como o

    desenvolvimento humano e produto interno bruto das cidades e tambm com a

    aplicao de mtodos quantitativos, como os que representam as anlises

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    multivariadas. J o alcance pode ser verificado pela populao ocupada em

    determinado setor e ainda pelos fluxos migratrios.

    Destarte, o fluxo migratrio pode ser utilizado, juntamente com a anlise da rede

    e hierarquia urbanas, para examinar o desenvolvimento regional das unidades

    espaciais. Afinal, parte dos migrantes so seletivos quando se trata do local de destino.

    Assim, existem, segundo Lee (1966), fatores de repulso (push), fatores de atrao

    (pull) e fatores intervenientes, que condicionam a deciso de migrar. O migrante tende

    a escolher um local de destino, onde possa sobreviver. Isto , ele inclinado a migrar

    para os lugares centrais hierarquicamente superiores e que esto bem articulados em

    uma rede urbana. Alm disso, procura uma cidade onde seja maior a oferta de trabalho,

    principalmente nos setores de comrcio e servio.

    1.1 Objetivos

    Essa pesquisa tem como objetivo central, analisar, a Rede Urbana, a Hierarquia

    Urbana e a Migrao, na Mesorregio do Tringulo Mineiro e Alto Paranaba, nos anos

    2000 e 2010. Para atingir esse objetivo, foram definidos tambm alguns objetivos

    especficos: analisar uma bibliografia referente a Rede, Hierarquia e Migrao;

    caracterizar a Mesorregio do Tringulo Mineiro e Alto Paranaba em seus aspectos:

    histricos, naturais, demogrficos e socioeconmicos;

    verificar o nvel de articulao da Rede Urbana da MRTMAP;

    classificar a Rede Urbana da MRTMAP de acordo com Trulln e Boix (2003);

    hierarquizar os municpios da mesorregio, de acordo com Christaller (1966), se

    valendo de uma tcnica de anlise multivariada a Anlise de Componentes

    Principais;

    analisar o processo migratrio nos municpios da mesorregio levando em conta as

    contribuies de acordo com Lee (1966); e

    analisar em conjunto os tema rede, hierarquia e migrao na MRTMAP.

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    1.2 Justificativa

    A justificativa desse trabalho se baseia em dois aspectos. O primeiro a escolha

    da unidade espacial de anlise, no caso a Mesorregio do Tringulo Mineiro e AltoParanaba 1. E o segundo so os temas escolhidos para analisar a regio, isto , a

    Rede Urbana, a Hierarquia Urbana e a Migrao.

    Primeiramente, a escolha da MRTMAP como rea de estudo decorreu de sua

    importncia intra e inter-regional. Esta regio estratgica, tanto no contexto estadual,

    no caso, Minas Gerais, como na conjuntura nacional, em razo de sua relao direta

    com importantes cidades do pas, por exemplo, Braslia, Belo Horizonte e So Paulo.

    No contexto estadual, juntamente com o Sul de Minas, a MRTMAP a mais promissoraem termos de desenvolvimento regional, particularmente por sua base econmica. A

    mesorregio est que voltada para o setor agropecurio, o que favorece sua rede e

    hierarquia urbana.

    Sendo assim, conhecer a rede e hierarquia urbanas de suma importncia para

    os agentes polticos, principalmente para aqueles preocupados com o desenvolvimento

    dos diferentes municpios, isto , com planejamento regional. Com isso, analisar uma

    Rede Hierarquizada de cidades possibilita apurar o nvel e/ou posio hierrquica de

    cada municpio e sua articulao em rede. E assim, permitir a tomada de importantes

    decises, no que se refere, questo do desenvolvimento regional. Alm disso,

    analisada em conjunto com os fluxos migratrios, ela possibilita uma viso abrangente.

    A migrao tambm de suma significncia, pois ela influi diretamente no

    crescimento demogrfico e nas relaes socioeconmicas de inmeras regies pelo

    mundo. Isso fica claro no relatrio de Desenvolvimento Humano -2009, promovido

    pela Organizao das Naes Unidas (ONU), cujo tema foi Ultrapassar barreiras:

    Mobilidade e desenvolvimento humanos.Diante de tudo isso, se pretende fazer um trabalho que possa balizar aes

    governamentais visando uma melhoria da condio de vida da populao. Afinal, se um

    municpio recebe mais pessoas, ele deve se preparar para garantir que esse

    1Para efeito de simplificao o nome da mesorregio, desse ponto em diante ser substitudo pela siglaMRTMAP.2Esse programa est disponvel no laboratrio de Geodemografia do Programa de Ps-graduao em

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    contingente de imigrantes tenha condies de vivncia e os que perdem devem

    promover aes para no se tornarem cidades fantasmas, sendo necessrio, portanto,

    um planejamento urbano e regional coerente com a realidade econmica e

    demogrfica.

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    21

    2 ASPECTOS METODOLGICOS

    O presente trabalho pautado no mtodo dedutivo, e para a compreenso do

    caminho percorrido para sua realizao, os aspectos metodolgicos foram organizadosem trs partes. A primeira terica, em que se abordam as temticas: rede urbana,

    hierarquia urbana e migrao. A segunda em que se explica como foi realizada a coleta

    de dados e quais foram as fontes consultadas. A terceira, por sua vez, esclarece como

    foi realizado o tratamento dos dados (quadro 1).

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    2223

    Quadro 1- Fluxograma Metodolgico da dissertao

    Fonte: Autor, 2015

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    23

    2.1 Aspectos Tericos da Pesquisa

    Na fundamentao terica dessa pesquisa foram tratadas as concepes de

    Rede Urbana, Hierarquia Urbana e Migrao. Posteriormente essas temticas foramanalisadas em conjunto, uma vez que, esto diretamente relacionadas.

    Para analisar a Rede Urbana da mesorregio, essa pesquisa teve como

    principais referncias s contribuies de Hagget (1974), Santos (1981) e Trulln e Boix

    (2003). Na Hierarquia Urbana a principal referncia foi obra Teoria dos Lugares

    Centrais no sul da Alemanha de Walter Christaller divulgada em 1933. E como

    referncias auxiliares na compresso desses temas foram consultados: Reclus (2010),

    La Blache (1896), Fontaines (1938), Haggett (1974), Ablas (1982), George (1983),Kaplan (2009), Beaujeu-Garnier (1997), IPEA (2002 a e b), Nikos (2005), Johnson

    (2007) e Corra (2010), dentre outros.

    Sobre a Migrao a referncia orientadora foi o trabalho de Everestt Lee em

    1966, intitulado Uma teoria sobre a Migrao. Como referncias auxiliares, admitiu-se

    as seguintes obras: Ravenstein (1885), Sjaastad (1962), Todaro (1970), Zelinsky

    (1971), Singer (1977), PNUD (2009), dentre outros.

    Logo aps, no intuito de correlacionar esses trs temas, Rede, Hierarquia

    Migrao foram consultados as seguintes referncias: Mabogunje (1970), Baeninger

    (1998), Manson e Groop (2000), Hrenberg e Smith (2000) Batella e Diniz (2006), Alvim

    (2009), Portes (2009) e Haas (2008 e 2010) e outros.

    2.2 Coleta e fontes dos dados

    Para elaborao deste trabalho foram coletados dados de diferentes fontes, a fim

    de, caracterizar e analisar a Rede, Hierarquia e Migrao da mesorregio.Na caracterizao da regio foram analisados cinco temas:

    a) a localizao e posio da rea de estudo;

    b) um breve histrico;

    c) descrio do quadro natural;

    d) aspectos demogrficos; e

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    e) aspectos socioeconmicos.

    Para a descrio da localizao e posio da mesorregio foram coletadas

    bases, em formato SHP (Shape), para os estados de Minas Gerais, So Paulo, Gois e

    Distrito Federal, constitudas das divises: mesorregionais, microrregionais, municipaise do limite estadual, para o ano de 2013. Essas bases foram obtidas no stio do IBGE,

    estando sistema de coordenadas Lat / Long, a escala original de 1: 250.000, sem

    supresso de pontos (IBGE, 2010). Alm dessas, foram coletadas bases das rodovias

    federais no stio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte DNIT, do

    ano de 2015. Tambm bases das rodovias estaduais, cuja fonte o stio do Comit da

    Bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco - CBHSF, referentes ao ano de 2011. E as

    bases dos principais aeroportos e as ferrovias da regio, no stio do Servio Geolgicodo BrasilCPRM, para o ano de 2010. Essas bases esto no Datum SIRGAS-2000

    No contexto histrico foram analisados livros e artigos cientficos, tais como:

    Martins (1998); Oliveira e Soares (2000); Guimares (2004); Melo (2005); Loureno

    (2007); Souza, Moreira e Pedrosa (2014) e Andrade (2013). (conferir com

    caracterizao)

    Na descrio do quadro natural os aspectos analisados foram: geolgicos,

    geomorfolgicos, climatolgicos, pedolgicos, hidrogrficos e biogeogrficos. Os dados

    para essa caracterizao foram obtidos em stios de alguns rgos governamentais,

    como o Servio Geolgico do Brasil CPRM e a Agncia Nacional das guas ANA,

    alm de artigos cientficos sobre os aspectos elencados acima.

    Para a anlise populacional foram coletados os dados da populao total, urbana

    e rural, populao total por faixa etria e sexo e a rea de cada municpio, em

    quilmetros quadrados, nos anos de 1991, 2000 e 2010. Os dados populacionais esto

    disponibilizados no stio do Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA e as

    reas dos municpios da mesorregio foram obtidas, por meio de um software degeoprocessamento, no caso o Arcgis 10.1.

    Nos aspectos socioeconmicos foram coletados dois dados: o Produto Interno

    BrutoPIB municipal e suas dimenses: agropecurio, comrcio e servios e industrial;

    e o ndice de Desenvolvimento Humano Municipal IDHM e suas dimenses: renda,

    longevidade e educao. O PIB est disponvel no stio do Instituto de Pesquisas

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    Econmicas AplicadasIPEA, o IDHM no stio do Programa de Naes Unidas para o

    DesenvolvimentoPNUD.

    Posteriormente, para analisar e caracterizar a Rede Urbana do Tringulo Mineiro

    e Alto Paranaba foram obtidos dados referentes ao nmero de viagens do transportecoletivo, por dia e as distncias rodovirias e em linha reta, entre os municpios da

    MRTMAP, a partir das sedes municipais. O primeiro dado parte do estudo feito pelo

    IBGE em 2007, sobre as Regies de Influncia das cidades REGIC. Esse dado foi

    escolhido para analisar a Rede Urbana, em conjunto com a Hierarquia e a Migrao,

    devido ao ano em que foi realizado, pois ele se encontra entre os anos 2000 e 2010, no

    qual se pode ter uma viso temporal abrangente da mesorregio, entre os temas de

    anlise escolhidos. O segundo dado foi obtido por meio de uma ferramenta contidas noprograma Arcgis verso 10.1. A Network Analyst New OD Cost Matriz, para construir

    a matriz de distncias entre as sedes municipais pela menor distncia rodoviria (anexo

    B). E para construir a matriz de distncia em linha reta utilizou-se o programa Quantum

    Gis verso 2.10Pisa (anexo A). Para isso utilizou-se bases em formato Shapefile das

    rodovias federais e estaduais, nos stios do DNIT e do Departamento de Estradas de

    Rodagem de Minas GeraisDER, para o ano de 2010.

    J para analisar a Hierarquia Urbana entre os municpios da mesorregio foram

    coletadas 12 variveis (quadro 2) (anexo C e D) Os dados foram utilizados na aplicao

    da tcnica de anlise multivariada, Anlise de Componentes Principais. Essa tcnica

    permitiu a construo de um ndice que abarque as dimenses populacionais,

    econmicas, sociais e a ltima pautada na Teoria dos Lugares Centrais de Christaller

    (1966), e com isso formular uma hierarquia.

    Quadro 2Variveis utilizadas para hierarquizar os municpios da MRTMAP

    VARIVEIS INFORMAO FONTE

    POPULAO TOTALPopulao de meio

    perodo, para os anos de2000 e 2010.

    IBGE / CensosDemogrficos

    PRODUTO INTERNO BRUTOTOTAL

    Em mil (R$), para os anosde 2000 e 2010.

    IPEA

    PRODUTO INTERNO BRUTOINDUSTRIAL

    Em mil (R$), para os anosde 2000 e 2010.

    IPEA

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    PRODUTO INTERNO BRUTOCOMRCIO E SERVIOS

    Em mil (R$), para os anosde 2000 e 2010. IPEA

    PRODUTO INTERNO BRUTOAGROPECURIO

    Em mil (R$), para os anosde 2000 e 2010.

    IPEA

    NDICE DEDESENVOLVIMENTOHUMANO MUNICIPAL

    Varivel entre 0 e 1, paraos anos de 2000 e 2010.

    ATLAS DODESENVOLVIMENTO

    HUMANO_2013

    NDICE DEDESENVOLVIMENTO

    HUMANO MUNICIPAL DEEDUCAO

    Varivel entre 0 e 1, paraos anos de 2000 e 2010.

    ATLAS DODESENVOLVIMENTO

    HUMANO_2013

    NDICE DEDESENVOLVIMENTO

    HUMANO MUNICIPAL DERENDA

    Varivel entre 0 e 1, paraos anos de 2000 e 2010.

    ATLAS DODESENVOLVIMENTO

    HUMANO_2013

    NDICE DEDESENVOLVIMENTOHUMANO MUNICIPAL DE

    LOGENVIDADE

    Varivel entre 0 e 1, paraos anos de 2000 e 2010

    ATLAS DODESENVOLVIMENTO

    HUMANO_2013

    0

    PROPORO DE PESSOASOCUPADAS EM RELAO

    POPULAO TOTAL

    Populao ocupada demeio perodo / Populao

    total de meio perodo,para os anos de 2000 e

    2010.

    Ministrio do Trabalho eEmpregoRAIS.

    1

    PROPORO DE PESSOASOCUPADAS NO COMERCIO

    E SERVIOS EM RELAO POPULAO TOTAL

    Populao ocupada noComrcio e Servios de

    meio perodo / Populao

    total de meio perodo,para os anos de 2000 e2010.

    Ministrio do Trabalho e

    EmpregoRAIS.

    2

    NMERO DE EMPRESASATUANDO NO COMRICO E

    SERVIO

    Nmero total deempresas atuando no

    comrcio e servios, paraos anos de 2000 e 2010.

    Ministrio do Trabalho eEmpregoRAIS.

    Fonte: AMARAL, 2015.

    Para compreender a dimenso populacional foi coletado o nmero de habitantes

    totais, por municpio. Para a dimenso social foram coletados o ndice de

    Desenvolvimento Humano Municipal e suas subdivises em educao, longevidade erenda. E para a dimenso econmica foram coletados o Produto Interno Bruto e suas

    subdivises entre industrial, agropecuria e comrcio e servios e ainda a proporo de

    pessoas ocupadas totais em relao populao total dos municpios. E tendo como

    justificativa a teoria de Christaller (1966), os dados da proporo de pessoas ocupadas

    e no comrcio e servios em relao populao total dos municpios, alm do nmero

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    de empresas que tambm atuam no setor de comrcio e servio. Alm desses dados

    tambm foram coletadas informaes sobre a Populao Ocupada nos seguintes

    setores econmicos: extrao mineral, indstria de transformao, servios industriais

    de utilidade pblica, construo civil, comrcio e servios, administrao pblica, todospara os anos de 2000 e 2010, para auxiliar nas anlises da hierarquia urbana. Esse

    dado est disponvel no stio do Ministrio do Trabalho e Emprego MTE, em

    especfico no banco de dados da Relao Anual de Informaes Sociais RAIS.

    Com vistas a analisar a migrao, para sistematizar as matrizes de fluxo intra-

    regionais, da populao migrante foram coletados os dados da populao migrantes

    por data-fixa, para os anos de 1995-2000 e 2005-2010. Nesse caso junto aos

    Microdados dos censosIBGE, em especfico, os dados da amostra (anexo E, F, Q eR). A migrao por dada-fixa obtida, por meio de uma pergunta contida no

    questionrio do Universo, ou seja, todos a responderam, na qual indaga sobre o local

    de residncia em determinada data do passado (RIGOTTI, 1999, p. 16), no caso cinco

    anos antes da data do recenseamento. Em 2000, a varivel da amostra consultada foi a

    V0424, cuja pessoa responde sobre qual municpio de residncia ela estava em 31 de

    julho de 1995. Em 2010, a varivel foi a V0626 que se refere ao municpio de residncia

    em 31 de julho de 2005. As extraes dos dados foram feitas, por meio do software

    Statiscal Product and Service SolutionsSPSS, verso 17 2.

    2.3 Tratamento dos dados

    Para se compreender e visualizar a localizao e posio da MRTMAP, foram

    construdos dois mapas. No primeiro foi apresentada a localizao da regio,

    particularmente frente aos contextos sul-americano, brasileiro e estadual, alm das

    rodovias federais, estaduais, os principais aerdromos, as ferrovias e os limitesmunicipais. No segundo foi analisada a posio da regio, no que se refere, s rodovias

    federais, inter e intra-regionais, e suas confluncias como os estados de So Paulo,

    2Esse programa est disponvel no laboratrio de Geodemografia do Programa de Ps-graduao emGeografiaTratamento da Informao Espacial da PUCMinas.

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    Gois e o Distrito Federal, alm de Minas Gerais e as principais cidades entre as

    capitais estaduais e a mesorregio.

    Para a descrio do quadro natural da regio de anlise foram elaborados trs

    mapas referentes geologia, a hipsomtria e a vegetao. Assim pde-se analisar ageomorfologia, clima e pedologia da mesorregio.

    No intuito de analisar os demograficamente a mesorregio foram representados

    cartograficamente os seguintes dados: populao total, urbana e rural, a populao

    relativa 3, e a taxa de urbanizao 4, por municpios, para os anos de 1991, 2000 e

    2010. Assim como, calculada a Taxa de Crescimento Geomtrica ( r) da populao

    municipal, entre os anos 2000 e 2010. A taxa obtida pela seguinte frmula: (1)

    1

    I

    Fn

    PPr , na qual, PF a populao do ano final, PI a populao do ano inicial e

    n a diferena em anos entre a populao inicial e a final. Com os resultados obtidos

    foi construdo um grfico de linha com a evoluo da taxa entre os anos de: 1970-1980,

    1980-1991, 1991-2000 e 2000-2010. Em seguida, para analisar a estrutura etria e a

    distribuio por sexo dos habitantes da regio foram organizados grficos de barra, no

    formato de pirmide, para os anos de 1991, 2000 e 2010. Igualmente essas duas

    ltimas etapas foram replicadas para o estado de Minas Gerais como propsito de

    comparar os resultados obtidos com os da mesorregio.

    Para se conhecer a mesorregio em seus aspectos socioeconmicos foram

    feitos cartogramas coroplticos do PIB total e da sua diviso entre Agropecuria,

    Indstria e Comrcio e Servios, por meio de grficos de setores, para cada municpio

    em 2000 e 2010. Do mesmo modo foram representados os IDHMs dos municp ios e a

    evoluo de suas subdivises em Renda, Educao e Longevidade. Em especfico para

    o IDHM, a diviso de classes seguiu o proposto pela PNUD, a saber:

    3Para o calculo dessa populao utilizou-se a seguinte formulao:

    )__(__

    )___(_Re_

    quadradossquilmetroemmunicpiodorea

    pessoasdenmeroemTotalPopulaolativaPopulao .

    4Para o calculo dessa taxa utilizou-se a seguinte formulao:

    100_

    ____ x

    TotalPopula

    TotalUrbanaPopulaooUrbanizadeTaxa .

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    a) IDHM Muito Alto (1,000 a 0,800);

    b) IDHM Alto (0,799 a 0,700);

    c) IDHM Mdio (0,699 a 0,600);

    d) IDHM Baixo (0,599 a 0,500); ee) IDHM Muito Baixo (0,499 a 0,000).

    Nas analises dos resultados tambm se convencionou re-dividir a MRTMAP em

    trs pores, a fim de orientar as anlises, so elas: Poro Central com trs

    municpios, Poro Leste com 35 municpios e Poro com 28 municpios (figura 1).

    Figura 1Mapa da Diviso em Pores Regionais da MRTMAP

    Fonte: AMARAL, 2015.

    Desse modo, na anlise da Rede Urbana da MRTMAP e tambm no auxilio na

    compreenso da rede foram produzidos quatro mapas. O primeiro, com os fluxos de

    viagens rodovirias entre os municpios da mesorregio. O segundo relacionado ao

    nmero de origens e destinos diferentes que cada municpio mantm. O terceiro um

    mapa isopltico pelo mtodo de interpolao Krigagem com os resultados do ndice da

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    Rede de Linhas Ligadas RLL, pois eles tm uma continuidade espacial devido

    distncia entre as unidades espaciais envolvidas. O quarto mapa, dessa feita

    coropltico, com a distribuio espacial por municpio do ndice da Rede de Linhas

    Ligadas RLL em conjunto com o ndice de Sinuosidade Total. Esse clculo foiproposto por Kanksky (1963), com base em Schumm (1963) (Haggett, 1974, p. 168). O

    clculo se d pela seguinte frmula: (2)n

    iL

    n

    IiL

    V

    EORLL

    })({ 2

    , na qual OL o itinerrio

    observado 5(distncia rodoviria), EL o itinerrio esperado (distncia em linha reta) e

    Vn o nmero de vrtices ligados, nesse caso o numero de municpios da uma

    regio, menos o municpio calculado. Nesta rede os municpios foral classificados em

    seis classes: articulao muito alta, articulao alta, articulao mdia, articulao baixa

    e articulao muito baixa. J o ndice de Sinuosidade Total para cada municpio foi

    calculado pela frmula (3)

    L

    L

    E

    OIS , na qual OL o itinerrio observado (distncia

    rodoviria), EL o itinerrio esperado (distncia em linha reta). Esse divido em cinco

    tipos de curos: ndice igual a 1,00 cursos restos, curso de transio igual a 1,33, curso

    regular igual a 1,66, curso irregular igual a 1,99 e acima de 2,00 curso tortuoso

    (HAGETT, 1974, p. 168).

    Em seguida, para obter uma hierarquia urbana que contemple os aspectos

    econmicos e sociais, alm do demogrfico foi utilizada a tcnica de anlise

    multivariada chamada Anlise de Componentes Principais 6. A sistemtica dessa

    tcnica comea com uma matriz de dados brutos, neste caso com 12 colunas

    (variveis/atributos) e 66 linhas (municpios/indivduos), que representam 18,18% do

    nmero de municpios da MRTMAP, como no exemplo abaixo:

    5 As distncias rodovirias levam em considerao a menor distncia em trechos pavimentados.6A partir desse momento como efeito de simplificao foi adotada a sigla ACP para designar Anlise deComponentes Principais.

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    31

    (4)

    66.1266.366.266.166

    4.124.34.24.14

    3.123.33.23.13

    2.122.32.22.12

    1.121.31.21.11

    12321/

    YYYYX

    YYYYX YYYYX

    YYYYX

    YYYYX

    YYYYatributosindivduos

    .

    Assim, foi necessrio padronizar os dados e torna-los adimensionais, o que

    gerou uma nova matriz de dados (anexo G e K), para isso foi utilizada a seguinte

    frmula: (5) oPadronizaoDesviopadr

    XX

    __

    1 , no qual X1 a varivel bruta,__

    X a mdia

    dos dados e dividir o resultado pelo Desvio Padro

    7

    .O prximo passo foi calcular a matriz de correlao dos dados padronizados

    (anexo H e L), (6) ZZn

    R I1

    , a qual n o nmero de indivduos, IZ a matriz

    transposta e Z a matriz padronizada. Nesse contexto necessrio que as variveis

    sejam altamente correlacionadas entre si.

    Assim, a partir da matriz de correlao sero calculados os autovalores e

    autovetores atravs de uma combinao linear, como no exemplo abaixo: (7)

    xaxaxaxa ppY 332211 , na qual pxxxx 321 so as variveis padronizadas e

    aaaa p321 , so os coeficientes (ou pesos) da combinao.

    Primeiramente, para os Autovalores necessrio calcular o determinante da

    matriz de correlao: (8) 0)( IRDet . Todavia, para isso relevante que a matriz

    de correlao seja positivadefinida, isto , que os Autovalores sejam, (8) 321

    e (9) 321 nmero de variveis (anexo I e M).

    Posteriormente calculou-se a varincia total dos dados da componente, que

    7O Desvio Padro dado pela seguinte frmula:N

    XXDesvio

    2__

    )( , onde X a varivel,

    __

    X a

    mdia das variveis e N o numero de observaes.

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    32

    dada pela seguinte formulao: (10)

    1

    2

    1

    22 2P

    j

    P

    J

    jY saS , com isso, temos: (11)

    )(1

    rjKsasa jKjjP

    jK

    no qual 2Y

    S a varincia de Y, 2js a varincia de jX , js o

    desvio padro de jX e rjK a correlao entre a varivel jX e a varivel KX . Dessa

    maneira, para uma melhor explicao da correlao, neste trabalho foi considerada

    uma varincia de explicao da primeira componente entre 60% e 70%. Desse modo, a

    variao obtida em 2000 foi de 60,07% e 2010 de 60,96. Neste ponto, a soma dos

    autovalores igual ao nmero de variveis, ou seja, para essa pesquisa, a soma dos

    autovalores igual a 12.

    O passo seguinte obter os Autovetoresou pesos da combinao linear, queso dados pela seguinte frmula: (12) 0)( alR i , onde R a matriz de correlao.

    A partir desse ponto se calcula a componente principal, por meio da frmula: (13)

    Nn ZaZaZaZaY **** 3322111 , o qual 1Y a componente, na o autovetor e nZ

    a varivel original. Em seguida necessrio calcular a correlao entre a componente

    principal e as variveis, que dar o Escore ou nota de cada indivduo (anexo J, L N e

    O).

    Com isso, os escores da primeira componente obtidos, via ACP, foram re-escalonados para uma melhor comparao entre eles, com variabilidade centrada entre

    1 e 10. Para o Novo Valor tem-se:

    (14)incio

    menor)(maior

    menor)xincio).((fimNV i

    . No qual, NV = Novo Valor, xi =

    Varivel original, Inicio = Valor 0 (zero), Fim = Valor 10 (dez), Maior = x, Menor = -y.

    Contudo, deve-se ter em mente, que para a aplicao do mtodo das componentes

    principais o nmero de variveis deve ser menor que o de unidades espaciais ouobservaes, no caso, municpios. Vale ressaltar, como nota de esclarecimento, que o

    Escore obtido por essa sistemtica ser usado com um dado ordinal, e no se pode

    afirmar que um municpio seja X vezes melhor que outro e sim que ele superior.

    Ento, como o objetivo utilizar um ndice que contemple as dimenses

    econmica, social e populacional, a primeira componente deve ser formada por, no

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    mnimo uma varivel de cada dimenso. Assim, foi o que ocorreu, uma vez que, a

    primeira componente composta pelas seguintes variveis, tanto em 2000, como em

    2010: Populao Total, PIB total, IDHM municipal, Nmero de empresas no comrcio e

    servios, PIB do comrcio e servios, PIB industrial e a Proporo de populaoocupada nos setores de comrcio e servios da MRTMAP, cumprindo, portanto, o

    objetivo traado.

    Logo, com os resultados obtidos na aplicao da tcnica ACP, os resultados

    foram mapeados, e o ndice obtido foi utilizado para classificar os municpios da

    mesorregio, de acordo com Christaller (1966) em: (1) central places of a higher order

    (alta ordem); (2) central places of a lower (baixa ordem), (3) of the lowest order

    (baixssima ordem) e ainda (4) auxiliary central places (centros auxiliares).Para o tratamento dos dados da migrao interna da MRTMAP, foram

    organizadas duas matrizes de origem destino. Essas correspondem aos fluxos

    internos (intra-regionais), isto , matrizes quadradas de 66 linhas e 66 colunas, para

    2000 e 2010, como no exemplo abaixo (tabela 1):

    Tabela 1Exemplo de matriz origem e destinoOrigem / Destino Municpio

    AMunicpio

    BMunicpio

    CMunicpio

    DMunicpio

    ETotal de

    emigrantes

    Municpio A 0 33 1 9 10 53Municpio B 5 0 20 52 11 88Municpio C 10 40 0 47 12 109Municpio D 25 23 6 0 13 67Municpio E 8 16 1 85 0 110

    Total deimigrantes 48 112 28 193 46

    Fonte: adaptado de Alvim, 2009, p. 102.

    Com essas matrizes foi possvel construir mapas de fluxo com as direes da

    migrao, onde o destino foi representado cartograficamente por um crculo. Com isso,

    para uma melhor anlise e visualizao dos resultados definiu-se mapear os fluxos em

    quatro classes, no qual a primeira de 1 a 99 pessoas foi suprimida. Alm desses

    mapas, tambm foram confeccionados tambm mapas do nmero de imigrantes e

    emigrantes, por municpio da mesorregio para 2000 e 2010.

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    Posteriormente foram calculadas trs variveis, para melhor analisar os dados

    migratrios. O primeiro o Saldo Migratrio, que permite verificar se uma unidade

    espacial perdeu ou ganho populao migrante. O saldo migratrio constitui o resultado

    da diferena entre imigrantes e emigrantes. Posteriormente, calculou-se a Taxa Lquidade Migrao 8, para verificar o impacto da migrao na populao total, sendo essa

    uma importante estimativa indireta para as anlises das migraes (RIGOTTI, 1999, p.

    33). E por ltimo foi calculado o ndice de Eficincia Migratria 9, usado por Thomas e

    Shryock, em 1941, quando procuraram verificar se a migrao completamente eficaz

    (NAES UNIDAS, 1970, p. 49). Isto , analisar o quanto uma unidade espacial tem

    poder de reteno de migrantes em seu territrio. Esse ndice dado pela razo entre o

    saldo migratrio e a soma da emigrao e imigrao, o qual;

    o ndice varia entre 1 e +1 e permite comparar as unidades espaciais,independente do volume absoluto de migrantes. Quanto mais prximo de 0 ondice, h semelhana entre as entradas e sadas e quanto mais prximo deum, a migrao se direciona para uma nica direo (-1, maior emigrao; +1,maior imigrao). A classificao das Regies e dos Estados se d de acordocom a diviso desse ndice em sete grupos:-1,00 a -0,51: rea de forte evaso migratria.-0,50 a -0,30: rea de mdia evaso migratria.-0,29 a -0,01: rea de baixa evaso migratria.0,00 a 0,09: rea de rotatividade migratria.0,10 a 0,29: rea de baixa absoro migratria.

    0,30 a 0,50: rea de mdia absoro migratria.0,51 a 1,00: rea de forte absoro migratria, adaptado de Baeninger (2000) eSOUSA, 2012, p. 36.

    Com isso, para analisar a Rede, a Hierarquia e a Migrao de forma conjunta

    foram construdos uma srie de cartogramas para correlacionar os dados de cada tema.

    Para analisar a Rede Hierarquizada foi construdo um conjunto de mapas, por meio do

    o nmero de viagens dirias do transporte coletivo em 2007 e a hierarquia, de acordo

    com Christaller (1966) e o ndice obtido pela tcnica da ACP, em 2000 e 2010. O

    nmero de viagens foi representado por linha e a hierarquia por crculos de tamanhos

    8A Taxa Lquida de Migrao calculada pela seguinte frmula: 100)_

    _( X

    totalPopulao

    migratrioSaldo

    9O ndice de Eficincia Migratria calculado pela seguinte frmula:Emigranteigrante

    MigratrioSaldo

    Im

    _

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    proporcionais ao nvel hierrquico. Posteriormente, para analisar em conjunto, a

    hierarquia urbana e a migrao foi confeccionado um conjunto de mapas com as

    mesmas caractersticas dos descritos acima. Contudo, para analisar a intensidade da

    migrao foram utilizadas duas variveis visuais a espessura da linha e a cor, para2000 e 2010. Por ltimo foram construdos, tambm mapas com a distribuio espacial

    da populao ocupada por setores econmicos, na mesorregio. Isso permitiu

    identificar em qual setor econmico estava a maior parte dos trabalhadores, por

    municpio e relacionar com a Rede, a Hierarquia Urbana e a Migrao.

    Portanto, em relao aos mapas elaborados em toda a pesquisa, foi utilizado o

    programa Arcgis verso 10.1 10. O Datum utilizado foi o SIRGAS-2000. Na estruturao

    das legendas foram aplicados dois mtodos matemticos. O primeiro para definir onmero de classes, foi utilizado tcnica de Sturges 11, com esse o nmero de classes

    obtido foi de sete, mas geograficamente no seria conveniente utilizar esse nmero,

    ento se convencionou em utilizar somente cinco classes nos mapas. No tocante das

    variveis visuais utilizadas, foi predominante a varivel cor, pois os dados so de cunho

    quantitativo. Contudo, nos mapas de fluxo migratrio, da relao entre Rede,

    Hierarquia, Migrao e Nmero de viagens rodovirias foram utilizados, alm da

    varivel cor, tambm o tamanho na espessura da linha do fluxo. E na quantificao da

    hierarquia, crculos de diferentes tamanhos. A diviso de classes foi realizada pelo

    mtodo de Natural Break.

    Por fim, para os clculos, a ordenao dos dados e a construo de tabelas,

    quadros e grficos utilizou-se o software Microsoft Office Excel, verso 2010.

    10Esse programa est disponvel no laboratrio de Estudos Urbano e Regionais do Programa de Ps-graduao em GeografiaTratamento da Informao Espacial da PUCMinas.

    11Se d pela seguinte formulao:2log

    Nlog1K . Onde, Nrepresenta o nmero observaes.

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    3. FUNDAMENTAO TERICA

    3.1 Rede Urbana

    A Rede Urbana pode ser compreendida como uma ligao e/ou vnculo, entre

    vrios fluxos, (transporte, mercadorias, pessoas, etc.), que existente entre unidades

    espaciais, por exemplo, cidades e municpios. O estudo das redes de cidades de

    grande valia para a organizao e planejamento urbano e regional. Em vista disso, o

    conceito de Rede Urbana pode ser abordado por vrios prismas.

    Primeiramente, segundo Defontaines (1938, p. 399, traduo nossa) 12, a [...]

    rede urbana no tanto o resultado da evoluo natural e sim a expresso do caprichodo homem e dos Plantadores de Cidades. Ento, quando uma cidade nasce ela no

    um organismo isolado no espao e tende a se articular com outras, e assim formar uma

    rede que congrega ligaes e vnculos e neles fluxos, de ordens diversas. A rede

    urbana tambm pode ser definida com um conjunto de ligaes complexas e fluxos

    vitais (KAYSER (1966) apud SANTOS, 1981, p. 116). A rede urbana ento criada pela

    necessidade de movimento, principalmente de pessoas que necessitam de consumir, ir

    escola, ao parque, etc., isto , engendrar as ligaes e fluxos (NIKOS, 2005, p. 8).

    Pois, segundo Castells (2006, p. 434) so os fluxos que definem a forma e os

    processos espaciais, ou seja, so eles que movimentam toda uma rede, seja de

    mercadorias, transporte, seja de pessoas. Esses movimentos, em centros urbanos,

    funcionam de forma articulada entre si (CORRA, 2010, p. 93). Articulao essa que

    configura um conjunto de cidades, que mantm vnculos de ordem diversa, (ALVIM,

    2009, p. 33). Esses vnculos e/ou ligaes so o canal por onde passam os fluxos na

    rede. Esses fluxos ocorrem devido s conexes que existem entre as cidades, que so

    dadas pelas relaes de natureza socioeconmicas e da troca de fluxos distintos(TRULLN; BOIX, 2003, p. 15).

    Dessa forma, Camagni (2005, p. 124), explana que a rede urbana consiste em

    um conjunto de relaes, [...], que tem em seu horizonte uma hierarquia, entre as

    12The urban network is not so much the result of natural development as it is the expression of the whimof man, of the Plantadores de Cidades.

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    cidades. Porm, na viso, estruturalista-marxista, de Santos (1981, p. 16) a anlise das

    cidades, em rede, no deve contemplar o termo regio e sim as diferentes relaes

    entre as cidades em pases subdesenvolvidos e desenvolvidos. Todavia, devemos

    considerar que existe uma correspondncia entres as cidades, e que devido s ligaese fluxos, forma-se, justamente, uma regio. Da no se deve pensar somente no elo

    entre cidades e sim nas relaes entre elas dentro de uma regio. Na verdade, como

    expe Johnson (1974, p. 127, traduo nossa) 13, a localizao e distribuio das

    cidades depende muito, como evidente, do tipo de vnculo que guarda cada ncleo

    urbano com lugares situados fora de seus prprios limites, ou seja, na sua regio.

    Logo, a Rede Urbana, dentro da Geografia, pode ser vista como uma ligao entre

    vrios fluxos, inclusa a migrao, existentes entre as unidades espaciais, o que leva aformar um sistema de cidades em uma unidade geogrfica maior, isto , a regio.

    A cidade, no pensamento de Beaujieu-Garnier (1997, p. 28 e 29) um conjunto

    intricado que contempla associaes internas e externas, isto , um sistema. O sistema

    um conjunto complexo, formado por componentes distintos, ligados entre si por certo

    nmero de relaes (BEAUJIEU-GARNIER, 1997, p. 26). Na viso de Ablas (1982, p.

    13) [...] a localizao do homem no espao [...], tem com sntese as redes de cidades

    atuais e todo o intrincado sistema de comunicao que se estabelece nela. Nesses

    sistemas de cidades existe uma delimitao de influncia o qual contribui para a

    compreenso da rede urbana (JONHSON, 1974, p. 124). Com isso,

    [...] a cidade em si pode ser considerada um sistema que integra outro sistemaou uma rede de cidades, cujo papel essencial na estruturao e organizaodo espao geogrfico. As aglomeraes urbanas mantm e reforam laos deinterdependncias entre si e entre elas e as regies que elas polarizam dentrode um dado territrio. A expresso de rede urbana mais usada para evocar osfluxos que existem entre os pontos desse territrio (IPEA, 2002, p. 337).

    Logo, esse sistema de cidades estruturado e organizado de forma hierarquizada, pelo

    tamanho, a funcionalidade e a extenso da zona de influncia espacial (IPEA, 2002,

    p.337) e essencialmente pela circulao na rede urbana.

    13 [] la localizacin y distribuicin de las ciudades depende mucho, como es evidente, del tipo devinculacin que guarda cada ncleo urbano con lugares situados fuera de sus prprios limites.

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    A rea de influncia de uma cidade est ligada diretamente com a circulao na

    rede, assim como no corpo humano, se o sangue no chega onde deve, a rede

    circulatria corporal intil. De acordo com George (1983, p. 38) o problema

    fundamental da Geografia Urbana e um problema de Geografia da Circulao. E ainda,a cidade dependente das facilidades de deslocamento, principalmente de

    mercadorias e do prprio homem (GEORGE, 1983, p. 38). Consequentemente para

    existncia de uma rede necessrio uma circulao fluda entre as cidades. Por outro

    lado, para outros autores, como Krugman (1996, p. 399), a distribuio das cidades,

    principalmente, as de maior hierarquia, como as metrpoles, so regidas por uma lei do

    poder. Ou melhor, o comando de uma cidade se d pelo poder necessrio para

    construir uma rede e comand-la. Dessa forma, a localizao do homem no espao[...], tem com sntese as redes de cidades atuais (IPEA, 2002, p. 13) e seu complexo

    sistema de circulao e comunicao.

    Com isso, os estudos sobre Rede Urbana remontam ao final do sculo XVIII e

    incio do XIX, com os estudos feitos por Ferdinand Tnnies (1887), Karl Hassert (1907)

    e Raoul Blanchard (1911) (ALVIM, 2009, p. 20 e 21). No entanto, existem dois

    expoentes da geografia, um indiretamente e outro de forma efetiva, que contriburam

    para os estudos de rede urbana, so eles: Paul Vidal de La Blache e Eliss Reclus.

    La Blache foi o idealizador do princpio de conexo, a partir dos elementos

    deixados por Varnius, Humboldt e Ritter (AMORIM FILHO, 2007, p. 17). Segundo La

    Blache (1896, p. 1), esse princpio estabelece que cada rea age imediatamente sobre

    sua vizinha e influenciada por ela. Isso vai de encontro ao conceito de rede urbana,

    isto , os fluxos influenciam, de forma expressiva a articulao da rede. Conforme La

    Blache (1896, p. 5), Humboldt procurava sempre a conectividade entre os fenmenos e

    suas influncias reciprocas que existiam entre os mais variados organismos terrestres.

    J Ritter esforou-se, tambm, para unir as inmeras energias da natureza no seuestudo sobre a conectividade dos elementos naturais (LA BLACHE, 1896, p. 5). Ento,

    a unio dos estudos desses dois gegrafos, feita por La Blache, resultou na elaborao

    do princpio da conectividade. Essa conexo feita por intermdio de ligaes e fluxos

    que ocorrem: entre a cidade e sua regio, num sistema de cidades, entre uma cidade e

    suas reas de influncia com j explanado anteriormente. Esses fluxos so as energias

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    da natureza que do vida a conectividade. Isto , o fluxo exerce influncia na regio,

    pois no h de fato rea em que a fisionomia no dependa de influncias mltiplas e

    longnquas (LA BLACHE, 1896, p. 1). Isso quer dizer que: quando uma cidade da rede

    urbana, principalmente a primaz, abalada, demograficamente, economicamente ousocialmente, toda a rede urbana, particularmente a regional, afetada, principalmente

    se ela for hierarquizada. La Blache (1896, p. 7) ento coloca que quanto mais s

    pginas se multiplicam no estudo da Terra, mais se percebe que elas so as folhas do

    mesmo livro.

    Nessa perspectiva, outro grande nome da geografia, forneceu ponderaes

    significativas sobre a rede urbana, liss Reclus. Na obra O Homem e a Terra -

    Repartio dos Homens, publicada originalmente em 1905, em Paris, e tambm noartigo Renovao de uma cidade, publicado em 1896 pela revista Socit Nouvelle,

    Reclus relata a relao entre a cidade e sua regio. Segundo Reclus (2010, p. 47), []

    dois centros urbanos prximos influenciam-se mutuamente, seja para desenvolverem-

    se juntos quando seus interesses completam-se [], seja para prejudicar-se quando os

    privilgios so da mesma ordem. E ainda ele acrescenta que cada vantagem que uma

    cidade obtm, ela ganha fora de atrao e cada desvantagem diminui esse poder

    (RECLUS, 2010, p. 46 e 47). Reclus tambm foi um dos pioneiros, antes mesmo de

    Christaller, em estudar a formao e ordenao de uma rede urbana hierarquizada.

    Reclus (2010, p. 38 e 39) evidncia que:

    [...] se a Terra fosse completamente uniforme em seu relevo, na qualidade dosolo e nas condies do clima, as cidades ocupariam uma posio geomtrica,por assim dizer: a atrao mtua, o instinto de sociedade, a facilidade daspermutas as teriam feito nascer a distncias iguais umas das outras.

    Isso semelhante s formulaes, por exemplo, de Christaller quanto ele

    idealizou sua teoria em uma regio hipottica. Em seguida, Reclus coloca que a rede

    segue etapas para sua formao, ou seja, o que ele chama de Rede Urbana por

    Etapas. Preliminarmente entre a capital, seja regional ou nacional, e os centros de

    segunda ordem, formam-se em intervalos iguais, em seguida se verifica as cidades de

    terceira ordem (RECLUS, 2010, p. 41), e assim por diante. Nessa situao, [ ...] a meio

    caminho de cada um desses centros de terceira ordem, formaram-se cidades modestas

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    indicando a etapa mdia (RECLUS, 2010, p. 41). Desse modo, as formulaes feitas

    por La Blache e Reclus contriburam de forma efetiva com os estudos da rede de

    cidades. Entretanto, existem estudiosos que se dedicam aos estudos das redes

    urbanas.Inicialmente pode-se pontuar o trabalho de Boix, que explica as redes urbanas,

    por meio de suas externalidades. Segundo Boix (2003, p. 7, traduo nossa) 14, [...] as

    economias externas descrevem aquela situao em que as empresas desfrutam de

    vantagens que provm de fora da prpria empresa. Por esse ngulo, a interao entre

    as cidades est associada s generalizaes econmicas (BOIX, 2004, p. 9). Em seu

    estudo a estrutura da rede urbana formada por vnculos de natureza socioeconmica,

    intercmbio de fluxos de vrios tipos e pela infraestrutura de transporte e circulao(BOIX, 2004, p. 9).

    Nessa mesma linha, est o trabalho de Trulln e Boix (2003) sobre a regio de

    Barcelona na Espanha. Esses autores consideraram que a cidade de Barcelona uma

    Metrpole Policntrica em Rede. Assim sendo, o crescimento de Barcelona

    direcionado por processos distintos, como a descentralizao e o aumento da interao

    espacial (TRULLN; BOIX, 2003, p. 4). Segundo esses autores,

    [...] o aumento da interao espacial obedece tanto a razes de melhora daoferta de infra-estrutura de transporte e comunicaes como o desenvolvimentode um novo modelo de produo crescente segmentado e flexvel que geraaumentos adicionais na demanda por mobilidade. Na rea metropolitana deBarcelona esse crescimento se estendeu at incorporar municpios cada vezmais longes do ncleo central (TRULLN e BOIX, 2003, p. 4, traduo nossa)15.

    Nessa direo, pode-se destacar tambm o trabalho de Nikos (2005). Segundo

    esse autor, existem princpios que regem a estrutura da rede urbana. O princpio dos

    nodos (ns), nos quais so as bases para as atividades humanas, tendo como

    principais tipos, a habitao, o trabalho, os parques, restaurantes, dentre outros

    14Las economas externas describen aquella situacin en que las empresas disfrutan de ventajas queprovienen de fuera de la propia empresa.15El aumento de la interaccin espacial obedece tanto a razones de mejora en la oferta deinfraestructuras de transporte y comunicaciones como al desarrollo de un nuevo modelo de produccincrecientemente segmentado y flexible que genera aumentos adicionales en la demanda de movilidad. Elrea metropolitana de Barcelona ha crecido en extensin al incorporar municipios cada vez ms alejadosdel ncleo central.

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    (NIKOS, 2005, p. 2). O prximo o princpio da conexiones(conexes), nos quais um

    par de conexes se forma entre os ns (NIKOS, 2005, p. 2). E o ltimo o princpio da

    jerarquia (hierarquia), esse propem que a rede urbana se auto-organiza em uma

    hierarquia ordenada, por conexes de diferentes ns (NIKOS, 2005, p. 5). Portanto,segundo Nikos (2005, p. 1), a rede urbana formada pelo seu exterior e pelos

    elementos conectivos que vo desde uma ciclovia at uma estrada. Dessa maneira,

    Amorim Filho (1990, p. 26) coloca que [...] a primeira caracterstica de uma rede urbana

    sua base espacial geogrfica, formando alguns tipos especficos de Redes Urbanas.

    3.1.1 Tipos d e redes urb anas

    Dessa maneira, neste trabalho optou-se por explorar quatro tipologias de redes:

    a de Haggett (1974), Santos (1981), Corra (2010), e a de Trulln e Boix (2003).

    Segundo Haggett (1974, p. 157), existem vrias tipologias de redes, todavia as

    mais importantes, para geografia, so as de Itinerrio, rvore, Circuito e de Clula

    (quadro 3). As Redes de Itinerrio so baseadas na busca por itinerrios timos. Elas

    podem ser subdivididas em itinerrios com estradas mais curtas, itinerrios de fluxo

    mximo e itinerrios de custo mnimo. (HAGGETT, 174, p. 167). Sua anlise, a princpio

    pode parecer simples, quando se leva em considerao a ligao entre dois pontos.

    No obstante, quando esse nmero de pontos a serem ligados paulatinamente

    aumenta, e se agrega ponderaes, como maior atendimento, menor distncia, dentre

    outros, as analises se tornam complexas. (HAGGETT, 1974, p. 158). A Rede de

    rvores o conjunto de linhas ligadas [...] sem quaisquer voltas completas [...]

    conhecidas simplesmente como rvores (HAGGETT, 1974, p. 171), tendo forma

    semelhante hidrografia (HAGGETT, 1974, p. 171). As Redes de Circuito so redes

    estruturadas com contornos fechados, isto , circuitos (HAGGETT, 1974, p. 171). Porfinal, temos as Redes de Clulas que consistem em linhas de barreiras que atravessam

    o fluxo em contornos isolados ou contnuos.

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    Quadro 3Tipos Redes

    Rede de Itinerrio

    Rede de rvore

    Rede de Circuito

    Rede de Clula

    Fonte: HAGGETT, 1974, p. 157 e 158.

    J para Santos (1981, 140 e 141), existem trs tipos de redes: as Redes Pouco

    Desenvolvidas, as Redes Heterognease as Redes Vulnerveis. As Redes Pouco

    Desenvolvidas tm ligaes precrias, devido, singularmente as ligaes rodovirias

    entre as cidades, que afeta o fluxo entre elas. As Heterogneas no tm ligaes com

    outras redes. Dessa forma, as redes urbanas encontram-se mal ligadas entre si [...], e

    entre elas aparecem desertos urbanos que nem sempre correspondem s zonas menos

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    densamente povoadas (SANTOS, 1981, p. 141). Por ltimo, as Redes Vulnerveis,

    que surgem devido s mutaes que elas so submetidas, e tendem a ser vulnerveis,

    (SANTOS, 1981, p. 140 e 141), por exemplo, com o aparecimento de uma nova

    rodovia, que desarranja completamente a organizao do comrcio, por causa dagrande debilidade do equipamento. (SANTOS, 1981, p. 142).

    No obstante, existe outro tipo de rede que Corra (2010) chama de Rede

    Dendrtica, onde uma cidade, geralmente, construda prximo ao mar ou oceano, serve

    como porta de entrada e sada de um territrio (CORRA, 2010, p. 43). De acordo com

    Corra (2010, p. 43), a partir dessa cidade, inicia-se a explorao do territrio em

    direo ao interior, isto , a construo de sua 43interlndias . Essa cidade primaz

    concentra a maior parte do comrcio atacadista , exportando e importando produtos, ese caracteriza pelo grande nmero de pequenos centos e a ausncia de centros

    intermedirios (CORRA, 2010, p. 44).

    Isso posto, ainda existem as formulaes de Trulln e Boix (2003) que

    identificam cinco tipos de redes urbanas. O primeiro caso a Rede Vertical

    Hierarquizada, que se estabelece entre as cidades de diferentes tamanhos, quando

    alguma cidade domina as demais e o seus fluxos (TRULLN; BOIX, 2003, p. 17). A

    segunda a Rede Horizontal Heterrquica, na qual nasce entre cidades de mesmo

    tamanho, no havendo relao de dominao; mas os autores alertam que essa

    relao tambm pode ocorrer entre cidades de tamanhos diferentes (TRULLN; BOIX,

    2003, p. 17). A terceira a Rede Policntrica em que algumas cidades do sistema

    urbano tm a capacidade de exercer influncia sobre a estrutura urbana (TRULLN;

    BOIX, 2003, p, 11). Em seguida tem-se aRede de Sinergiaque se forma entre cidades

    com orientaes produtivas e com funcionamento similar (TRULLN; BOIX, 2003, p.

    20). E por ltimo a Rede de Complementariedade que o contrrio da Rede de

    Sinergia, pois nela as orientaes produtivas so diferentes (TRULLN; BOIX, 2003, p,20).

    Portanto, h vrios conceitos de Rede Urbana, mas em todos se percebe que em

    essncia ela formada por cidades de nveis hierrquicos diferenciados, de modo a

    permitir que seu funcionamento seja dinmico e ordenado (AMORIM FILHO, 1990, p.

    26). Logo, necessrio e fundamental, para os estudos urbanos e regionais, que se

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    verifique a estrutura da rede urbana e a hierarquia existente entre as cidades e suas

    reas de influncia (CAPEL, 1968, p. 60). Por isso, segue agora a anlise de outro

    tema relevante da Geografia Urbana e Regional, a Hierarquia Urbana.

    3.2 Hierarquia Urbana

    A Hierarquia Urbana pode ser definida como o nvel e/ou posio que uma

    unidade espacial possui, em determinada rede regional. A partir disso, para Santos

    (1981, p. 143) a hierarquia urbana, nos pases subdesenvolvidos flutuante e instvel,

    e reflete a luta entre a economia nacional e estrangeira. Com base nisso, Chapoulie,

    citado por Santos (1981), informa que uma forma de hierarquizao pelo nmero deseus habitantes, por exemplo,

    1. Centros locais: menos de 10.000 mil habitantes.2. Centros Sub-regionais: 10.000 a 20.000 mil habitantes.3. Centros Regionais: 20.000 a 80.000 mil habitantes.4. Metrpoles regionais: distante da capital, forte comrcio, servios e indstria,5. Metrpoles nacionais. (CHAPOULIE, 1967 apud SANTOS, 1981, p. 163).

    Aliando a isso, Santos (1981, p. 145) indica que em alguns casos especficos a

    noo de redes hierarquizadas no se encaixa. Isso ocorre quando uma cidadepolariza quase todo um pas, essas cidades so responsveis por abrigar grande parte

    da populao urbana desses pases (SANTOS, 1981, p. 145 e 146), o que ele

    denomina de macrocefalia e d como exemplos, Santiago no Chile e Buenos Aires na

    Argentina.

    Desse modo, as grandes cidades tendem a organizar as reas prximas tanto

    social como economicamente (JONHSON, 1974, p. 136). Contudo, ser que somente

    a grande cidade que desempenha esse papel de organizadora? No contexto expostopor Johnson (1974, p. 136), tambm as cidades mdias podem realizar essa

    organizao, na sua regio. Pois, segundo George (1983, p. 225 e 226), a cidade

    mdia assume uma posio importante na hierarquia urbana, pelo nmero de seus

    habitantes [...], pela presena de uma mquina administrativa j mais importante,

    centros culturais, educao superior, teatros, comrcio e indstria. Porm, esse

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    mesmo autor evidncia que na estrutura da rede urbana, a cidade mdia no ocupa,

    geralmente, lugar significativo, do que a pequena cidade, exceto quando ela se destaca

    em um setor especfico, por exemplo, os setores de moda, tecnologia ou agronegcio

    (GEORGE, 1983, p. 225 e 226).Por outro lado, Beaujeu-Garnier (1997, p. 468) explana que as Hierarquias

    Urbanas pressupem uma classificao que [...] pode ser pensada em termos

    quantitativos e qualitativos. George (1983, p. 225 e 229), prope uma hierarquia de

    cidade, onde a cidade principal a Cidade Mundial, em seguida a Cidade Capital, a

    Metrpole, a Metrpole Regional, a Cidade Mdia, a Pequena Cidade, o Burgo e a

    Aldeia Centro. A partir disso, consoante com Capel (1968, p. 57, 58 e 59), existiram

    quadro fatores que influenciam, tanto na rede como na hierarquia urbana, o primeiro orecurso mineral, o segundo a indstria, em seguida os servios, principalmente o

    turismo e o quarto a comunicao.

    A partir disso, existem outras contribuies sobre essa temtica, principalmente

    aqueles que procuram classificar as cidades. Segundo Johnson (2007, p. 138) um dos

    primeiros foi de R.E. Dickinson que levou em conta quatro critrios para classificar as

    cidades: giro de mercado, a presena de servios bancrios, de escolas secundrias e

    cinemas. J A. E. Smailes considerou tambm, um armazm (hipermercado), um

    hospital e um seminrio (JONHSON, 2007, p. 138). E finalmente, B. Berry dividiu em

    trs grupos os ncleos urbanos, sendo encontrados por meio de anlise fatorial (p.

    139). No obstante, existem outras formas de obter uma hierarquia urbana, por

    exemplo, aquela proposta por Yves Leulop (1970); IBGE (2007) e por meio da Anlise

    Multivariada.

    3.2.1 As variaes nos tipos de Hierarquias Urbanas e os Tipos de Cidades

    Para obter uma hierarquia urbana existem diferentes metodologias a serem

    seguidas. Nesse arsenal pode-se destacar trs, a primeira feita por Yves Leulop como

    tese de doutorado da Universidade de Paris, publicada em 1970 com o ttulo de Les

    villes du Minas Gerais em traduo livre As cidade de Minas Gerais; a segunda a

    hierarquia obtida pelo IBGE em 2007 por meio da pesquisa sobre As Regies de

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    Influncia das Cidades REGIC; e por fim, a hierarquia obtida por meio dos mtodos

    quantitativos em especfico os realizados pela Anlise Multivariada.

    Em 1970 foi publicada a tese de Leulop sobre as cidades de Minas Gerais.

    Nessa tese o autor, com dados de 1950 a 1964, realiza uma descrio de vriosaspectos do estado, onde ele contempla todos os aspectos geogrficos. Na terceira

    parte no captulo dois Leulop (1970) dedica-se a analisar a hierarquia urbana e a

    influncia das cidades de Minas Gerais. Para isso Leulop (1970, p. 164) elenca duas

    maneiras de alcanar uma hierarquia urbana, uma abstrata e esttica e a outra

    concreta e dinmica (LEULOP, 1970, p. 164). Na primeira simplesmente realizar uma

    hierarquia pelo nmero de equipamentos urbanos que uma cidade possui. J a

    segunda, alm de elencar o nmero de equipamento verifica-se tambm a finalidade doequipamento, a quem ele destinando, se ele exclusivamente da cidade onde reside

    e se ele tem influncia regional (LEULOP, 1970, p. 164). Segundo Leulop (1970, p. 164)

    a segunda opo mais interessante, pois permite uma comparao de resultados e

    assim delimitar uma hierarquia concreta. Entretanto, ele expe que os dados so

    difceis de obter e que em algumas cidades esses dados so limitados e fragmentados,

    contudo so eles que iro verificar a velocidades das mudanas urbanas facilitando,

    portanto, o trabalho do pesquisador (LEULOP, 1970, p. 164).

    Dessa forma, Leloupe (1970, p. 164) coloca que os equipamentos urbanos, em

    seu nmero e diversidade so a base para a hierarquia urbana. Na sua tese Leulop

    (1970, p. 164) elencou certos equipamentos que representam a diversidade de cada

    cidade, so eles: grandes equipamentos de comrcio, grandes firmas de distribuio de

    produtos industrializados e que tenham um raio de ao nacional, nmero de agncias

    bancrias, determinados servios administrativos, escolas de ensino mdio e superior,

    meios de comunicao, como jornais e emissoras de rdio e televiso e os meio de

    transporte, sendo esses dados de 1958 a 1964. Com isso, Leulop (1970, p. 167)determinou cinco nveis de hierarquias em Minas Gerais:

    a) O primeiro a Metrpole Regional, no caso Belo Horizonte;

    b) No segundo nveis esto Centros Superequipados;

    c) No terceiro esto os Centros Equipados;

    d) No quarto esto os Centros Subequipados;

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    e) E no quinto nvel esto os Centros com Equipamentos Irregulares.

    Ento Leulop, classificou as cidades de Minas Gerais nesses nveis hierrquicos,

    contudo em 2007 o IBGE, por meio do REGIC, tambm analisou a hierarquia, mas

    desta feita das principais cidades do Brasil.O IBGE vem realizando desde 1966 uma serie de estudos sobre a hierarquia

    urbana das principais cidades do Brasil, mas foi o de 2007 que esse rgo analisou a

    hierarquia urbana e suas influncias na gesto do territrio. Em 1966 o IBGE iniciou o

    projeto Diviso Regional do Brasil, no qual resultou na diviso do Brasil em

    microrregies homogneas e que foi publicado em 1970 (REGIC, 2007, p. 129). Esse

    estudo teve como metodologia e base terica as propostas Rochefort de 1961 e 1965

    alm de Rochefort e Hautreux de 1963 (REGIC, 2007, p. 129). Nesse estudo foiaplicado um questionrio, construdo pelo Escritrio de Pesquisa Econmica Aplicada,

    onde foi aplicado em todos os municpios com populao superior a 10.000 habitantes.

    Esse tinha como objetivo verificar os

    [...] lugares onde a populao do municpio buscava bens e servios noofertados naquele municpio e apresentava-se dividido em 135 itens agrupadosem quatro captulos: IAtividade agrcola e extrativa vegetal; IIPecuria; III

    Atividade comercial; e IV Sade, educao, estabelecimentos bancrios,transporte e comunicaes (REGIC, 2007, p. 129).

    Posteriormente o IBGE promoveu outros estudos da mesma temtica em 1978 e

    1993. Contudo o estudo de 2007 privilegiou a funo de gesto do territrio. O estudo

    de 2007 teve como referncia norteadora Corra (1995), na qual evidncias que para

    ser um centro de gesto do territrio a cidade deve possuir s rgos de gesto pblica,

    estadual, assim como sedes de grandes empresas cujas suas deliberaes influenciam

    direta ou indiretamente um dado espao (REGIC, 2007, p. 129). Para isso, portanto,

    coletadas informaes em fontes secundrias, principalmente em registros

    administrativos, de rgos governamentais e empresas privadas, para analisar os

    diferentes nveis de centralidades, administrativa, jurdica e econmica (REGIC, 2007,

    p. 129). Alm dessas informaes foram coletados, para auxiliar nas anlises, dados do

    nmero de equipamentos urbanos que atuam em: atividades de comrcio e servios,

    atividades financeiras, ensino superior, servios de sade, Internet, redes de televiso

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    aberta, e transporte areo (REGIC, 2007, p. 129). Entretanto, hoje existem trabalhos

    importantes que abordam a temtica hierarquia urbana, por meio de tcnicas de anlise

    multivariada.

    Dentro dos mtodos de anlise multivariada existe uma tcnica que permite umasumarizao de dados, a Anlise de Componentes Principais. Essa tcnica utilizada

    na Geografia, em vrios trabalhos, com resultados positivos, principalmente para a

    hierarquizao de cidades e/ou municpios. A ACP faz parte da Anlise Multivariada, na

    qual para Mingoti (2005, p. 21) consiste em um conjunto de mtodos estatsticos

    utilizados em situaes nas quais as variveis so medidas simultaneamente, em cada

    elemento amostral. Segundo Pla (1986, p. 15) a ACP se trata de uma tcnica

    matemtica que representa um modelo estatstico para explicar a estruturaprobabilstica. Consonante com Ceron (1977, p. 39 e 40) a operao fundamental da

    ACP determinar dimenses bsicas de maneira a reduzir a variao dos dados. Para

    Griffith e Amrhein a ACP uma tcnica em que os fatores so baseados na varincia

    total (1997, p. 158). Dentro dessa perspectiva podemos evidenciar vrias pesquisas

    que usaram essa tcnica.

    Um dos principais trabalhos que utilizaram a tcnica da ACP, tendo em vista uma

    hierarquizao de municpios, para o estado de Minas Gerais foi Os nveis

    Hierrquicos das cidades mdias de Minas Gerais de Amorim Filho, Rigotti e Campos

    (2007). Podemos pontuar tambm o trabalho feito por Castro (2000), Caracterizao

    espacial do Sul de Minas e entorno utilizando-se o modelo potencial e a anlise de

    fluxos em sistemas digitais: uma proposta metodolgica. E ainda, Carvalho (2007) com

    o trabalho O Modelo Potencial e a Anlise de Componentes Principais como

    metodologias para estudo da interao espacial, hierarquizao e agrupamento de

    municpioso caso da Microrregio de Divinpolis MG. E a pesquisa de Apolinrio,

    Barroso e Diniz (2012) com o ttulo Hierarquia da Rede Urbana do Vale do Mucuriutilizando tcnicas de Anlise Multivariada. Dessarte, essa tcnica expressa resultados

    importantes, quand