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Prefeitura de Uberlândia PORTARIA Nº 39.385, DE 7 DE MARÇO DE 2016 DISPÕE SOBRE A PUBLICAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES AOS AGENTES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA NAS ELEIÇÕES DE 2016. O Procurador Geral do Município de Uberlândia no uso de suas atribuições legais previstas nos arts. 2º, IX e 6º, XXXI da Lei Municipal nº 12.068, de 23 de dezembro de 2014 e com fundamento na Lei Federal nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 e suas alterações, Considerando as eleições no exercício de 2016, Considerando as vedações contidas no art. 73 da Lei Federal nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 e suas alterações, Considerando a importância do princípio da publicidade, um dos princípios basilares da administração pública, RESOLVE: Art. 1º Publicar no Diário Oficial do Município as Orientações aos Agentes Públicos do Município de Uberlândia nas Eleições de 2016, constante do Anexo que a esta se integra. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Uberlândia, 7 de março de 2016. Adir Claudio Campos Procurador Geral do Município AVR/PGMNº 2.629/2016. 1

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Prefeitura de Uberlândia

PORTARIA Nº 39.385, DE 7 DE MARÇO DE 2016

DISPÕE SOBRE A PUBLICAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES AOSAGENTES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIANAS ELEIÇÕES DE 2016. O Procurador Geral do Município de Uberlândia no uso de

suas atribuições legais previstas nos arts. 2º, IX e 6º, XXXI da LeiMunicipal nº 12.068, de 23 de dezembro de 2014 e com fundamento naLei Federal nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 e suas alterações,

Considerando as eleições no exercício de 2016,

Considerando as vedações contidas no art. 73 da Lei Federalnº 9.504, de 30 de setembro de 1997 e suas alterações,

Considerando a importância do princípio da publicidade,um dos princípios basilares da administração pública,

R E S O LV E :

Art. 1º Publicar no Diário Oficial do Município asOrientações aos Agentes Públicos do Município de Uberlândia nasEleições de 2016, constante do Anexo que a esta se integra.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de suapublicação.

Uberlândia, 7 de março de 2016.

Adir Claudio CamposProcurador Geral do Município

AVR/PGMNº 2.629/2016.

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Prefeitura de Uberlândia

ANEXO

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Prefeitura de Uberlândia

ORIENTAÇÕES AOSAGENTES PÚBLICOSDO MUNICÍPIO DEUBERLÂNDIA NASELEIÇÕES DE 2016

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Prefeitura de Uberlândia

Eleições Municipais 2016: Como Proceder

1. Conceitos básicos2. Visão geral do abuso de poder político e de autoridade3. Cronograma – Condutas Vedadas4. Vedações aos Agentes Públicos Municipais nas Eleições de20165. Considerações Finais6. Fontes

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1.Conceitos básicos

Agente Público para fins eleitorais

Aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração poreleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma deinvestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãosou entidades da Administração Pública Municipal Direta, Indireta ouFundacional, conforme dispõe o § 1º, do art. 73, da Lei nº 9.504, de 30 desetembro de 1997 e suas alterações.

Verifica-se que a definição dada pela Lei nº 9.504, de 1997 e suasalterações é a mais ampla possível, estando compreendidos no gêneroagentes públicos, portanto:

a) os agentes políticos: Presidente da República, Governadores, Prefeitoe respectivos Vices, Ministros de Estado, Secretários, Senadores,Deputados Federais e Estaduais, Vereadores, Secretários Municipais,dentre outros;

b) os servidores titulares de cargos, empregos ou funções públicos,sujeitos aos regimes estatutário ou celetista, em órgão ou entidadepública – autarquias e fundações, empresa pública ou sociedade deeconomia mista;

c) as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública, porexemplo, membro da Mesa receptora ou apuradora de votos, membrosde conselhos municipais, recrutados para o serviço militar obrigatório, eoutros;

d) os gestores de negócios públicos;

5

Prefeitura de Uberlândia

e) os estagiários;

f) os que se vinculam contratualmente com o Poder Público(prestadores terceirizados de serviço, concessionários oupermissionários de serviços públicos e delegados de função ou ofíciopúblico).

Administração Pública Centralizada ou Direta

Administração Pública Centralizada ou Direta “se constitui dos serviçosintegrados na estrutura administrativa da Presidência da República edos Ministérios”, nos termos inc. I, do art. 4º, do Decreto-Lei nº 200, de25 de fevereiro de 1967 e suas alterações. É exercida diretamente pela União, Estados e Municípios que, para talfim, utiliza-se de Ministérios, Secretarias e outros Órgãos,apresentando, assim, uma estrutura eminentemente piramidal.

No Município de Uberlândia são Órgãos da Administração PúblicaMunicipal Direta: Secretarias, Gabinete do Prefeito.

Administração Pública Descentralizada ou Indireta

Administração Pública Descentralizada ou Indireta “compreende asseguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídicaprópria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades deEconomia Mista; e d) Fundações públicas,” nos termos do inciso II, doart. 4º, do Decreto-Lei 200, de 1967 e suas alterações.

É exercida por outras pessoas jurídicas que não se confundem com osEntes Federados, dotadas de personalidade jurídica própria evinculadas ao órgão em cuja área de competência se enquadrar sua

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Prefeitura de Uberlândia

principal atividade, gozando, entretanto, de autonomia administrativa efinanceira.

No Município de Uberlândia são entidades da Administração PúblicaMunicipal Indireta:

1. Departamento Municipal de Água e Esgoto - DMAE2. Empresa Municipal de Apoio e Manutenção - EMAM 3. Fundação de Excelência Rural de Uberlândia – FERUB4. Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer - FUTEL5. Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município

de Uberlândia - IPREMU6. Processamento de Dados de Uberlândia - PRODAUB

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2.Visão geral do abuso de poderpolítico e de autoridade

A disciplina legal contida nos arts. 73 a 78 da Lei Federal nº 9.504, de 30de setembro de 1997 e suas alterações - Lei das Eleições, e na LeiComplementar Federal nº 64, de 18 de maio de 1990 e suas alterações -Lei de Inelegibilidades, mormente em seu art. 22, visa impedir o uso doaparelho burocrático da administração pública de qualquer esfera depoder, federal, estadual, distrital ou municipal em favor decandidatura, para, com isso, manter a igualdade de condições nadisputa eleitoral.

Assim, os agentes públicos da Administração devem ter cautela paraque seus atos não estejam de alguma forma interferindo na isonomianecessária entre os candidatos ou violando a moralidade e alegitimidade das eleições.

Deve-se alertar que, na Lei Federal nº 4.737, de 15 de julho de 1965 esuas alterações – Código Eleitoral Brasileiro, bem como na LeiComplementar Federal nº 64, de 1990 e suas alterações, há vedação decaráter amplo e genérico para a administração pública e seus gestores.Trata-se da responsabilização da autoridade e do candidato na hipótesede “uso indevido ou abuso do poder de autoridade”, em beneficio decandidato ou partido político.

Isso implica que, além das hipóteses expressamente previstas na Lei dasEleições, a Justiça Eleitoral também tem competência para analisar epunir casos que entender possa ter havido abuso do poder deautoridade. Dessa forma, atos de governo, em determinadas hipóteses eformas, também poderão, mesmo que legais, ser entendidos como

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Prefeitura de Uberlândia

abusivos se, de algum modo, puderem ser associados como benefício acerto candidato, partido político ou coligação. Por exemplo, segundo oTribunal Superior Eleitoral – TSE:

“RECURSO ESPECIAL. PLEITO MUNICIPAL.CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS A SERVIDORES PÚBLICOSESTADUAIS. PROXIMIDADE DA ELEIÇÃO.FAVORECIMENTO A CANDIDATO A PREFEITO. ABUSODO PODER POLÍTICO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃOJUDICIAL ELEITORAL. ART. 22 DA LC Nº 64/90.PROCEDÊNCIA. INELEGIBILIDADE. CONDUTAVEDADA. ART. 73 DA LEI Nº 9.504/97. MULTA.INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO E DE NULIDADE DOSACÓRDÃOS DO TRE. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAMEDE PROVA. APLICAÇÃO DE MULTA EMINVESTIGAÇÃO JUDICIAL. FALTA DEPREQUESTIONAMENTO.CANDIDATO NÃO ELEITO. ABUSO DO PODER.RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO EIMPROVIDO.I - Não há o que se falar em afronta aos arts. 275, II, do CE e535, II, do CPC, quando a decisão regional enfrenta todas asmatérias pontuadas no recurso.II - Se as instâncias ordinárias assentaram estar configuradoabuso de poder político, por serem os fatos incontroversos epotencialmente capazes de influir no pleito, não se poderever esta conclusão sem o reexame do quadro fático.Incidência das Súmulas nos 7/STJ e 279/STF.III - A concessão de benefícios a servidores públicosestaduais nas proximidades das eleições municipais podemcaracterizar abuso do poder político, desde queevidenciada, como na hipótese, a possibilidade de haverreflexos na circunscrição do pleito municipal, diante dacoincidência de eleitores.IV - Inexistência de nulidade da decisão proferida eminvestigação judicial que apure, em eleições municipais,abuso do poder e contrariedade a dispositivos da LeiEleitoral, por ser o juiz eleitoral competente para ambas asações e por ser o rito do art. 22 da LC nº 64/90 mais benéfico

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Prefeitura de Uberlândia

para as partes que o procedimento previsto no art. 96 da Leinº 9.504/97.V - Não é fator suficiente para desconfigurar o abuso dopoder político de que cuida o art. 22 da LC nº 64/90, o fato deo candidato por ele beneficiado não ter sido eleito, pois o quese leva em consideração na caracterização do abuso do podersão suas características e as circunstâncias em que ocorrido.VI - Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte,improvido.(RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 26054,Acórdão de 08/08/2006, Relator(a) Min. FRANCISCO CESARASFOR ROCHA, Publicação: DJ - Diário de justiça, Data25/8/2006, Página 169 ). (grifo nosso)

Ressalte-se que, do ponto de vista eleitoral, o ato do agente público éilícito quando sua ação intervier no processo político-eleitoral,beneficiando partido, coligação ou candidato, de maneira a influenciara consciência eleitoral do cidadão e, consequentemente, interferir noequilíbrio do pleito. No entanto, os atos que, mesmo não afetando aigualdade de oportunidades entre os candidatos, desviam da suafinalidade pública podem ser considerados atos de improbidadeadministrativa, implicando em punição aos agentes que os tenhampraticado, bem como ao eventual candidato beneficiário da ação.

Nada obstante, não se deve olvidar o fato de que a participação emcampanhas eleitorais é direito de todos os cidadãos, claro, com asressalvas e limites legais. Portanto, não é vedado ao agente públicoparticipar, fora do horário de trabalho, de eventos de campanhaeleitoral a partir de 02 de julho de 2016, quando por força do art. 36, daLei nº 9.504, de 1997, é permitida a realização de propaganda eleitoral,devendo observar, no entanto, e como já dito, os limites impostos pelalegislação e pelos princípios éticos que regem a Administração Pública.

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3. Cronograma – Condutas Vedadas

ProibiçõesA partir de

1º.01.2016

A partir de

05.04.2016

A partir de

02.07.2016

Não sofre

limitação

temporal

Ceder, permitir ou usar, em

benefício de candidato,

partido ou coligação, bens

móveis ou imóveis

pertencentes à

Administração Direta ou

Indireta do Município,

ressalvada a realização de

convenção partidária.

Art. 73, I, Lei nº 9.504, de

1997 e suas alterações.

Permitir o uso de materiais e

serviços públicos a bem de

candidatos, partidos ou

coligações - Art. 73, II, Lei nº

9.504, de 1997 e suas

alterações.

Ceder servidor público ou

empregado da

Administração Direta ou

Indireta Municipal do Poder

Executivo, ou usar os seus

serviços para comitês de

campanha eleitoral de

candidato, partido ou

coligação, durante o horário11

Prefeitura de Uberlândia

de expediente normal,

SALVO se o servidor ou

empregado estiver – Art. 73,

III, Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

Fazer ou permitir uso

promocional em favor de

candidato, partido ou

coligação, de distribuição

gratuita de bens e serviços

de caráter social custeados

ou subvencionados pelo

Poder Público - Art. 73, IV,

Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

Nomear, contratar, admitir,

demitir sem justa causa,

suprimir ou readaptar

vantagens ou por outros

meios dificultar ou impedir

o exercício funcional e,

ainda, ex officio, remover,

transferir ou exonerar

servidor público,

ressalvados:

a) a nomeação ou

exoneração de cargos em

comissão;

b) a designação ou dispensa

de funções de confiança;

c) a nomeação dos

aprovados em concursos12

Prefeitura de Uberlândia

públicos homologados até 02

de julho de 2016;

d) a nomeação ou

contratação necessária à

instalação ou ao

funcionamento inadiável de

serviços públicos essenciais,

com prévia e expressa

autorização do Prefeito - Art.

73, V, Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

O Município não poderá

receber recursos advindos

de transferência voluntária

do Estado e da União,

exceto:

a) se houver obrigação

formal preexistente para a

execução de obra ou serviço

em andamento (aqueles que

já foram fisicamente

iniciados), com cronograma

prefixado (os três requisitos

devem estar presentes); ou

b) para atender situações de

emergência e calamidade

pública. - Art. 73, VI, “a”, Lei

nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

Em regra, a legislação proíbe

a publicidade institucional

no âmbito municipal13

Prefeitura de Uberlândia

(Administrações Pública

Municipal Direta e Indireta)

no período indicado. Tal

somente poderá ocorrer

após o envio de petição à

Justiça Eleitoral, para que ela

reconheça grave e urgente

necessidade pública,

autorizando a sua veiculação

- Art. 73, VI, “b”, Lei nº

9.504, de 1997 e suas

alterações.

Fazer pronunciamento em

cadeia de rádio e televisão,

fora do horário eleitoral

gratuito, salvo quando, a

critério da Justiça Eleitoral,

tratar-se de matéria urgente,

relevante e característica das

funções de governo - Art. 73,

VI, “c”, Lei nº 9.504, de 1997

e suas alterações.

Realizar, no primeiro

semestre do ano de eleição,

despesas com publicidade

que excedam a média dos

gastos no primeiro semestre

dos três últimos anos que

antecedem o pleito - Art. 73,

VII, Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

14

Prefeitura de Uberlândia

Fazer revisão geral da

remuneração dos servidores

públicos que exceda a

recomposição da perda de

seu poder aquisitivo ao

longo do ano da eleição -

Art. 73, VIII, Lei nº 9.504, de

1997 e suas alterações.

Fica proibida a distribuição

gratuita de bens, valores ou

benefícios por parte da

Administração Pública

Municipal, exceto nos casos

de calamidade pública, de

estado de emergência ou de

programas sociais

autorizados por lei e já em

execução orçamentária no

exercício anterior. - Art. 73, §

10, Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

Os programas sociais

referidos acima não poderão

ser executados por entidade

nominalmente vinculada a

candidato ou por este

mantida - Art. 73, § 11 Lei nº

9.504, de 1997 e suas

alterações.

Contratar shows artísticos

com recursos públicos na

15

Prefeitura de Uberlândia

realização de inaugurações -

Art. 75, Lei nº 9.504, de 1997

e suas alterações.

O Município não pode

permitir que candidato

participe, a partir de 2 de

julho de 2016, de

inaugurações de obras

públicas - Art. 77, Lei nº

9.504, de 1997 e suas

alterações.

Configura abuso de

autoridade, para os fins do

disposto no art. 22 da Lei

Complementar nº 064, de 18

de maio de 1990 e suas

alterações, a infringência ao

disposto no § 1º do art. 37 da

Constituição da República,

in verbis: "A publicidade dos

atos, programas, obras,

serviços e campanhas dos

órgãos públicos deverá ter

caráter educativo,

informativo ou de orientação

social, dela não podendo

constar nomes, símbolos ou

imagens que caracterizem

promoção pessoal de

autoridades ou servidores

públicos" - Art. 74, Lei nº

9.504, de 1997 e suas16

Prefeitura de Uberlândia

alterações.

É proibida a veiculação de

propaganda eleitoral nos

bens cujo uso dependa de

cessão ou permissão do

Poder Público, ou que a ele

pertençam, e nos bens de

uso comum, inclusive postes

de iluminação pública,

sinalização de tráfego,

viadutos, passarelas, pontes,

paradas de ônibus e outros

equipamentos urbanos - Art.

37, Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

17

Prefeitura de Uberlândia

4. Vedações aos Agentes PúblicosMunicipais nas Eleições de 2016

CONDUTAS VEDADAS EXCEÇÃO

Nos bens cujo uso dependa de cessão ou

permissão do poder público, ou que a ele

pertençam, e nos bens de uso comum,

inclusive postes de iluminação pública,

sinalização de tráfego, viadutos,

passarelas, pontes, paradas de ônibus e

outros equipamentos urbanos, é vedada a

veiculação de propaganda de qualquer

natureza, inclusive pichação, inscrição a

tinta e exposição de placas, estandartes,

faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados –

art. 37 da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

Nas dependências do Poder Legislativo,

cabe à respectiva Mesa Diretora decidir

sobre sua autorização.

Ceder ou usar, em prol de candidato, bens

móveis ou imóveis públicos empregados

na realização ou prestação de serviço

público, inclusive os pertencentes a

concessionárias de serviço público, ainda

que sejam empresas privadas.

Ex.: empresas de transporte coletivo, inciso

I, do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

Excluem-se da proibição:

- os bens de uso comum, como ruas,

praças e parques.

- o uso de transporte oficial pelo

Presidente da República, Governadores

e Prefeitos que disputam a reeleição.

Nesse caso, entretanto, as despesas terão

de ser ressarcidas aos cofres públicos

pelo partido ou coligação – Art. 76,

caput, §§ 1º e 2º Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

- as residências oficiais desses agentes

políticos, desde que não sirvam como

comitês políticos.

Utilizar bens ou serviços públicos em prol O TSE decidiu que só é proibida a

18

Prefeitura de Uberlândia

de determinada candidatura - inciso II, do

art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

utilização que exceder a quota de

material e serviços prevista nos

regimentos internos dos órgãos e desde

que esse material apenas divulgue a

atividade parlamentar, sem fazer

propaganda eleitoral.

Ceder ou utilizar servidor público para

comitê de campanha eleitoral - inciso III,

do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

- O servidor pode trabalhar por vontade

própria, fora do horário do expediente.

- O servidor pode trabalhar no horário

do expediente se estiver licenciado.

Distribuir gratuitamente bens, valores ou

benefícios de caráter social para promover

determinado candidato - inciso IV, do art.

73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

A distribuição pode ser feita:

- quando for destinada a socorrer

pessoas por calamidade pública, ou

estado de emergência;

- quando se tratar de programas sociais

autorizados por lei e que já estavam

sendo executados financeiramente

desde o ano anterior.

§ 10, art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações.

Nomear, contratar, admitir, demitir sem

justa causa, suprimir ou readaptar

vantagens ou por outros meios dificultar

ou impedir o exercício funcional e, ainda,

ex officio, remover, transferir ou exonerar

servidor público nos três meses antes da

eleição até a posse dos eleitos – inciso V,

art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações – 02 de julho de 2016.

É permitida:

- a nomeação ou exoneração de cargos

em comissão ou designação ou a

dispensa de funções de confiança;

- a nomeação para cargos do Poder

Judiciário, do Ministério Público, dos

Tribunais ou Conselhos de Contas e dos

órgãos da Presidência da República;

- a nomeação dos aprovados em

concursos públicos homologados até

essa data (03 meses antes da eleição) –

02 de julho de 2016;

- a nomeação ou contratação necessária

19

Prefeitura de Uberlândia

à instalação ou ao funcionamento

inadiável de serviços públicos

essenciais;

- a transferência ou remoção ex officio de

militares, policiais civis e de agentes

penitenciários.

Transferir recursos da União aos Estados e

Municípios, e dos Estados aos Municípios

– inciso VI, art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997

e suas alterações.

- Não se proíbe os repasses

constitucionais, como os relativos aos

Fundos de Participação ou os do SUS.

- Também são permitidos os repasses de

recursos destinados a cumprir obrigação

formal preexistente para a execução de

obra ou serviço em andamento, com

cronograma fixo e os destinados a

atender situações de emergência e

calamidade pública.

- São permitidos os repasses a entidades

privadas, como associações e fundações.

Realizar propaganda institucional, nos 03

(três) meses que antecedem a eleição, de

atos, programas, obras, serviços e

campanhas de órgãos públicos, ou

entidades da administração indireta –

alínea b, do inciso VI, do art. 73, da Lei nº

9.504, de 1997 e suas alterações – 02 de

julho de 2016.

- Em caso de grave e urgente

necessidade pública, com autorização

expressa da Justiça Eleitoral.

- Quando se tratar de propaganda de

produtos e serviços que tenham

concorrência no mercado.

Fazer pronunciamento em cadeia de rádio

e televisão, fora do horário eleitoral

gratuito, nos 03 (três) meses que

antecedem a eleição - alínea c, do inciso VI

e § 3º do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações – 02 de julho de 2016.

O pronunciamento é permitido quando

se tratar de matéria urgente e relevante e

devidamente autorizado pela Justiça

Eleitoral.

Realizar, durante o período eleitoral, Não há exceções.

20

Prefeitura de Uberlândia

propaganda institucional com nomes,

símbolos ou imagens que caracterizem

promoção pessoal, art. 74, da Lei nº 9.504,

de 1997 e suas alterações.

Realizar, no primeiro semestre de 2016,

propaganda institucional que exceda a

média de gastos no primeiro semestre dos

03 (três) últimos anos que antecedem a

eleição - inciso VII, do art. 73, da Lei nº

9.504, de 1997 e suas alterações.

A propaganda poderá ser feita em caso

de grave e urgente necessidade pública,

assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

A partir do dia 05 de abril de 2016, não se

pode conceder aumento salarial a

servidores públicos, se esses aumentos

forem superiores à recomposição das

perdas ocorridas durante o ano - inciso

VIII, do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e

suas alterações e Resolução TSE nº 22.252,

de 20 de junho de 2006.

São permitidos reajustes salariais para

recomposição do poder aquisitivo.

Nos anos eleitorais, os programas sociais

do Município não poderão ser executados

por entidade nominalmente vinculada a

candidato ou por este mantida - § 11 do art.

73 da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

Não há exceções.

Contratar, nos (03) três meses que

antecedem as eleições, shows artísticos

pagos com recursos públicos para

inaugurações - art. 75, da Lei nº 9.504, de

1997 e suas alterações – 02 de julho de

2016.

Não há exceções.

Qualquer candidato comparecer a

inaugurações de obras públicas nos 03

(três) meses que antecedem as eleições -

A simples presença física do candidato,

sem nenhuma manifestação de caráter

eleitoral é o bastante para caracterizar a

21

Prefeitura de Uberlândia

art. 77, da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações – 02 de julho de 2016.

conduta vedada.

O Tribunal Superior Eleitoral entretanto,

vem mudando o entendimento:

“Representação. Conduta vedada.

Inauguração de obra pública. Art. 77 da

Lei nº 9.504/97. 1. A mera presença do

candidato na inauguração de obra

pública, como qualquer pessoa do

povo, sem destaque e sem fazer uso da

palavra ou dela ser destinatário, não

configura o ilícito previsto no art. 77 da

Lei nº 9.504/97. 2. Entendimento do

acórdão regional em consonância com a

interpretação do TSE sobre o art. 77 da

Lei nº 9.504/97, conforme precedentes

[...]” (grifo nosso)

(Ac. de 5.11.2013 no AgR-AI nº 178190,

rel. Min. Henrique Neves;no mesmo

sentido oAc. de 14.6.2012 no AgR-RO nº

890235, rel. Min. Arnaldo Versiani, o Ac.

de 7.6.2011 no REspe nº 646984, rel. Min.

Nancy Andrighi e o Ac. de 15.9.2009 no

AgR-AI nº 11173, rel. Min. Marcelo

Ribeiro.)

É vedada na campanha eleitoral a

confecção, utilização, distribuição por

comitê, candidato, ou com a sua

autorização, de camisetas, chaveiros,

bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou

quaisquer outros bens ou materiais que

possam proporcionar vantagem ao eleitor -

§ 6º, art. 39 da Lei nº 9.504, de 1997 e suas

alterações.

O TSE tem entendimento de que são

permitidas a confecção, distribuição e a

utilização de displays, bandeirolas e

flâmulas em veículos automotores

particulares, pois não proporcionam

vantagem ao eleitor.

22

Prefeitura de Uberlândia

5.Considerações Finais

- A mera previsão em Lei Orçamentária Anual dos recursos destinadosa programas sociais, não tem o condão de legitimar sua criação.

- A regra disposta no art. 73, VI, "b", Lei nº 9.504, de 1997 e suasalterações que proíbe a publicidade institucional no âmbito municipal apartir de 2 de julho de 2016 abrange a permanência da logomarca emobras, projetos e serviços realizado pelo Município, inclusive nas obras,projetos e parcerias realizadas com a União e o Estado de Minas Gerais.

23

Prefeitura de Uberlândia

- A norma constante do § 10, do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997 e suasalterações é obstáculo a ter-se, no ano das eleições, o implemento debenefício fiscal referente à dívida ativa do Município bem como oencaminhamento à Câmara de Vereadores de projeto de lei, no aludidoperíodo, objetivando a previsão normativa voltada a favorecerinadimplentes.

- É permitido o custeio de despesas com viagens e hospedagens dosservidores, agentes públicos e convidados, em interesse do Município,por verbas provenientes de recursos vinculados, vez que tal condutanão se enquadra no rol das proibições previstas na legislação eleitoral.

- É possível o uso de bens públicos municipais em ano eleitoral pormeio de concessões, permissões, cessões e autorizações de uso, bemcomo a renovação desses instrumentos, desde que não se desvirtue embenefício de qualquer candidato, partido político ou coligação, e ainda,desde que não possua o condão de desequilibrar o pleito.

- A Resolução TSE nº 23.396, de 17 de dezembro de 2013 dispõe quequalquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penaleleitoral deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao JuizEleitoral. Outra disposição importante da referida Resolução é a ordemde prioridade que a Polícia Federal deverá dar às atribuições eleitorais.

- A Resolução TRE/MG nº 974, de 18 de junho de 2014 e suas alteraçõesdispõe que qualquer eleitor em todo o Estado de Minas Gerais que tiverconhecimento da existência de irregularidades relativas à propagandaeleitoral poderá utilizar o canal de denúncia, por meio do site do TRE-MG, em que o denunciante deverá se identificar, mas sua identidadeficará restrita à administração da Justiça Eleitoral, não constando emeventual apuração ou representação que vier a ser intentada. O“Denúncia On Line”, como foi chamado, não responderá a consultas e

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não receberá denúncias de propagandas eleitorais relativas a rádio, TVe imprensa escrita — que têm um tipo de tramitação específica.

Eram estas as considerações que julgamos importantes e procedentesserem divulgadas a todos os servidores e gestores públicos e demaisinteressados.

6.Fontes

Constituição da República de 1988; Lei Federal nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 e suas alterações; Lei Complementar Federal nº 64, de 18 de maio de 1990 e suasalterações; Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967 e suas alterações; Lei Federal nº 4.737, de 15 de julho de 1965 e suas alterações –Código Eleitoral Brasileiro; RESOLUÇÃO TSE nº 22.252, DE 20 DE JUNHO DE 2006;

Resolução TSE nº 23.457, de 15 de dezembro de 2015; Resolução TSE nº 23.450, de 3 de dezembro de 2015;

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Resolução TSE nº 23.396, de 17 de dezembro de 2013 e suasalterações; Resolução TRE/MG nº 974, de 18 de junho de 2014 e suasalterações.

GCMM/PGMNº 2.629/2016.

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