dispensaÇÃo de produtos farmacÊuticos i · suas expectativas quanto à qualidade do medicamento...

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES” Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Curso de Habilitação Profissional de Técnico em Farmácia Dispensação de Produtos Farmacêuticos I MÓDULO II Tatuí-SP 2017-2018

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  • FUNDAO EDUCACIONAL MANOEL GUEDES

    Escola Tcnica Dr. Gualter Nunes

    Curso de Habilitao Profissional de Tcnico em Farmcia

    Dispensao de Produtos Farmacuticos I

    MDULO II

    Tatu-SP

    2017-2018

  • 1

    SUMRIO 1. Introduo...................................................................................................................................... 2 2. Definies...................................................................................................................................... 2 3 Denominaes dos Medicamentos................................................................................................ 3 4 Medicamento Homeoptico e Aloptico........................................................................................ 3 5 RDC 44/ 2009............................................................................................................................... 4 6 Organizao dos Medicamentos e Perfumaria............................................................................. 5 7 Os principais servios executados em farmcias e drogarias....................................................... 6 8 Atendimento ao cliente.................................................................................................................. 6 8.1 Vrios tipos de clientes................................................................................................................ 7 8.2 Desenvolvendo habilidades no atendimento............................................................................... 7 8.3 Qualidade no atendimento ao telefone....................................................................................... 8 9 tica na Dispensao de Medicamentos....................................................................................... 9 10 Ciclo da Assistncia Farmacutica............................................................................................ 10 10.1 Seleo de Medicamentos....................................................................................................... 10 10.2 Programao........................................................................................................................... 10 10.3 Aquisio................................................................................................................................. 11 10.4 Recebimento............................................................................................................................ 11 10.5 Armazenamento....................................................................................................................... 12 10.6 Cuidados com a geladeira.......................................................... ............................................ 13 10.7 Prazo de validade......................................................................................... .......................... 13 10.8 Qualidade dos medicamentos................................................................................................. 14 10.9 Reconhecimento de medicamentos deteriorados.................................................................... 14 10.10 Distribuio........................................................................................................................... 15 10.11 Dispensao........................ ................................................................................................. 15 11 Automedicao........................................................................................................................... 22 12 Medicamentos isentos de prescrio mdica............................................................................. 22 13 Medicamentos de marca ou originais ou inovadores.................................................................. 24 14 Medicamentos similares............................................................................................................. 24 15 Medicamentos genricos.......................... ................................................................................ 24 16 Medicamentos fracionveis........................................................................................................ 26 17 Farmcia Popular do Brasil........................................................................................................ 28 19 Situaes especiais na dispensao......................................................................................... 29 20 Tcnicas de aplicao de injetveis.......................................................................................... 30 19.1 Sala de aplicao..................................................................................................................... 30 19.2 Formas de apresentao ........................................................................................................ 30 19.3 Cuidados na administrao de injetveis................................................................................. 31 19.4 Material para o preparo da injeo.......................................................................................... 31 19.5 Cuidados de higiene para preparo e aplicao da injeo...................................................... 32 19.6 Partes da seringa e da agulha................................................................................................. 32 19.7 Preparo.................................................................................................................................... 32 19.8 Injeo intramuscular I.M...................................................................................................... 33 19.9 Injeo Subcutnea....... ......................................................................................................... 34 19.10 Injeo Endovenosa (EV)..................................................................................................... 35 20 Clculo de Medicao............................................................................................................... 36 21 Farmcia no SUS................ ..................................................................................................... 41 21.1 Programa Dose Certa.............................................................................................................. 41 21.2 Programa de Dispensao de Medicamentos Excepcionais................................................... 42 21.3 Programas Nacionais de Pneumologia e Dermatologia Sanitria........................................... 47 21.4 Programa Nacional de AIDS.................................................................................................... 48 21.5 Programa Nacional de DST..................................................................................................... 49 21.6 Programa de Controle de Endemias Focais........................................................................... 50 21.7 Programa de Sade Mental..................................................................................................... 51 21.8 Programa Assistncia Farmacutica-Hipertenso, Diabetes, Asma, Rinite. ......................... 51 21.9 Programa Nacional de Suplementao de Ferro..................................................................... 52 21.10 Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados................................................................. 52 21.11 Programa de Assistncia Integral Sade da Mulher........................................................... 52 21.12 Humanizao e acolhimento no SUS.................................................................................... 53 22 Referncias Bibliogrficas........................................................................................................ 53

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    1. Introduo A dispensao, fornecimento e orientao ao consumidor, longe de ser um simples ato de entregar o que est nas prateleiras, requer uma rigorosa observncia quanto ao que estamos oferecendo ao cliente, levando em conta, entre muitos outros fatores que sero abordados adiante, a qualidade do produto para o efeito teraputico desejado. A legislao sanitria vigente (Lei Federal 5991/73) exige que toda farmcia e drogaria somente possam funcionar com a presena de farmacutico, como responsvel tcnico. Na farmcia, o usurio do medicamento tem o direito de ser atendido pelo farmacutico e seus tcnicos/auxiliares, devidamente qualificados e treinados, de maneira tica, capaz de atender suas expectativas quanto qualidade do medicamento que est adquirindo, bem com ter uma orientao clara sobre todos os aspectos importantes para garantia de sucesso no seu tratamento.

    A misso da prtica farmacutica prover medicamentos e outros produtos e servios para a sade e ajudar as pessoas e a sociedade a utiliz-los da melhor forma possvel. (Relatrio OMS, p.4, 1996)

    2. Definies

    Assistncia Farmacutica so todas as atitudes que se faz para garantir que o paciente recupere sua sade. Exemplo: entrega de um medicamento orientado sob como se uso, orientar como prevenir uma doena; ou ainda ter uma conversa e saber ouvir o paciente de maneira acolhedora e paciente.

    Automedicao Responsvel - uso de medicamento no prescrito sob a orientao e

    acompanhamento do farmacutico. Ex.: orientar o paciente como se usa um hidrxido de alumnio (medicamento no prescrito) para alvio de suas azias.

    Correlatos so produtos ligados sade. Ex.: aparelhos para inalao, termmetro,

    comadres, produtos dietticos, cosmticos, produtos para higiene sabonetes, xampu. Drogaria local onde h a entrega e o comrcio de produtos farmacuticos na embalagem

    original. Farmcia local onde ocorrer a entrega e o comrcio de produtos farmacuticos nas

    embalagens originais e tambm ocorrer a manipulao de frmulas. Frmaco - substncia que o principio ativo do medicamento. Ex.: fluoxetina, tramadol, sinvastatina, fluconazol. Forma farmacutica a forma, o formato como o medicamento se apresenta. Ex.:

    supositrio, suspenso, injetvel, comprimido. Frmula farmacutica a composio do medicamento onde estar descrito o nome do

    princpio ativo e dos no ativos e suas correspondentes dosagens. Exemplos: Secnidazol ........................500 mg Excipientes ........................q.s. Dipirona sdica ..........................500 mg Prometazina.................................5 mg Adifenina ....................................10 mg Veculo ........................................q.s. Fracionamento quando subdividimos um medicamento em quantidades menores. Ex. prednisona 5 mg blister fracionvel contendo 10 comp, subdivido em comprimidos

    separados. Medicamento todo produto qumico j acabado e embalado, que ser utilizado para tratar

    os indivduos. Ex. vacinas, analgsicos, antidepressivos, etc.

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    Receita - prescrio de medicamento, contendo orientao de uso para o paciente, efetuada por profissional legalmente habilitado.

    Remdio tudo o que se faz ou se utiliza para promover a cura. Ex psicoterapia, reza,

    benzedura, massagem, carinho, fisioterapia.

    3 Denominaes dos Medicamentos Um mesmo medicamento pode ser identificado por seu nome comercial (fantasia ou de

    marca), pela denominao genrica do princpio ativo, ou ento pelo respectivo nome qumico. Nome comercial: determinado/escolhido pelo laboratrio que produz o medicamento. registrado e protegido internacionalmente e identifica um medicamento como produto de uma determinada indstria. Um mesmo medicamento pode ser comercializado sob muitos nomes fantasia. Ex.: Candoral - laboratrio Ache e Nizoral - laboratrio Janssen-Cilag = p.a. cetoconazol

    Nome qumico: o nome dos elementos qumicos que compem a frmula farmacutica do

    medicamento. O nome qumico do captopril : L-prolina, 1- (3-mercapto-2metil-1-oxopropil). Nome genrico, ou denominao genrica: a denominao comum brasileira (DCB), a

    denominao do frmaco, usado para identificar o princpio ativo do medicamento, aprovado pela Anvisa (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria). o nome oficial do frmaco, que permite reconhece-lo no pas. E.: cetoconazol, captopril, imipramina etc.

    Mas, ento, qual a diferena entre Denominao/Nome Genrico e Medicamento

    Genrico? Denominao ou Nome Genrico identifica o princpio ativo do medicamento dando-lhe um

    nome conhecido no pas todo e aprovado pela Anvisa. Medicamento Genrico o produto farmacutico j acabado, devidamente registrado,

    idntico ao medicamento inovador, com garantia de ter feito todos os testes de qualidade. Logo todo medicamento tem uma denominao genrica, mas nem todo medicamento tem o

    seu genrico o seu produto farmacutico genrico.

    4 Medicamento Homeoptico e Aloptico

    Hipcrates indicava dois modos de tratar uma doena:

    Pelo contrrio (Lei dos contrrios).

    Pelo semelhante (Lei dos semelhantes). Essas duas leis regem at hoje, os dois mais importantes mtodos teraputicos: Alopatia e

    Homeopatia.

    Alopatia A Alopatia baseia-se na lei dos contrrios: um medicamento deve manifestar efeitos

    contrrios aos sintomas da doena (Seus princpios so atribudos a Galeno). Exemplos:

    A cafena acelera o corao, a insuficincia cardaca torna-o mais lento, portanto a cafena ser o remdio indicado para insuficincias cardacas.

    O pio acalma e adormece, a dor agita e mantm acordado: O pio uma medicao para dor.

    o conceito mais utilizado da teraputica desde a antiguidade. A este mtodo, podem ser associados outros mtodos como a fitoterapia (utilizao exclusiva de plantas como medicamento), aromaterapia (utilizao de essncias) ou ainda a opoterapia (utilizao dos tecidos e rgos de origem animal).

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    Homeopatia A Homeopatia um mtodo teraputico baseado nas leis dos semelhantes e que utiliza as

    substncias medicamentosas em dose infinitesimal. O mdico alemo Dr. Samuel Hahnemann considerado o fundador da homeopatia

    (homeo=semelhante, patia=doena).

    Lei dos Semelhantes A prtica homeoptica consiste, portanto, em administrar ao paciente em dose infinitesimal,

    a substncia capaz de produzir perturbaes semelhantes aquelas apresentadas por ele. Exemplos:

    A Ipecacuanha quando administrada a um indivduo provoca nuseas e vmitos. Um paciente que apresenta nuseas e vmitos aliviado por doses infinitesimal de ipecacuanha.

    Um sujeito picado por abelha v aparecer, no ponto da picada, um edema vermelho rosado, ardente, que melhora por aplicaes frias. Um paciente apresentando tal erupo, por causas diferentes, como urticria aps intoxicao alimentar ou insolao, aliviado por doses infinitesimais de veneno de abelha.

    Matrias Primas em Homeopatia

    Existem mais de 2000 medicamentos homeopticos, todos obtidos a partir de matrias primas dos trs reinos da natureza:

    Vegetal: as plantas frescas servem para preparar Tinturas-mes.

    Animal: os produtos opoteraputicos, dos animais inteiros, de partes ou rgos de animais, algumas secrees.

    Mineral: os metais, sais naturais utilizados no seu estado mais puro, etc.

    Preparo do Medicamento Homeoptico As matrias-primas no estado fresco (plantas) so colocadas em macerao em um lcool que extrai todos os princpios ativos. Obtm-se, ento a tinturas-mes que so concentradas.

    Os produtos obtidos so diludos em seguida por desconcentraes sucessivas ao 1/10 (decimais) ou ao 1/100(centesimais). Entre cada operao de diluio, o frasco fortemente agitado para aumentar seu poder teraputico. Esse procedimento chamado de dinamizao. Os produtos insolveis so diludos por triturao em lactose.

    O nmero de diluio que segue o nome do medicamento representa o nmero de diluio ao dcimo (D, DH, X ou XH) ou ao centsimo (C ou CH), que foi necessrio realizar para obt-lo (diluies hahnemanianas). Assim foi necessrio efetuar 9 diluies sucessivas ao centsimo, para obter Ignatia Amara 9 CH a partir da tintura me.

    As diluies mais correntes so: TM, EX, 6X, 4CH, 5CH, 7CH, 9CH, 12CH, 15CH, 30CH. Formas Farmacuticas utilizadas:

    Solues para beber (em gotas ou ampolas).

    Solues injetveis

    Ps

    Grnulos e glbulos preparados por impregnao

    Comprimidos

    Supositrios

    Pomadas Obs: s vezes, determinadas formas so administradas por via perlingual (grnulos,

    glbulos especialmente).

    5 RDC 44/2009. Art. 1 Esta Resoluo estabelece os critrios e condies mnimas para o cumprimento das

    Boas Prticas Farmacuticas para o controle sanitrio do funcionamento, da dispensao e da comercializao de produtos e da prestao de servios farmacuticos em farmcias e drogarias.

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    Art. 2 As farmcias e drogarias devem possuir os seguintes documentos no

    estabelecimento: I-Autorizao de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa; II-Autorizao Especial de Funcionamento (AE) para farmcias, quando aplicvel; III-Licena ou Alvar Sanitrio expedido pelo rgo Estadual ou Municipal de Vigilncia

    Sanitria, segundo legislao vigente; IV-Certido de Regularidade Tcnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmcia da

    respectiva jurisdio; V-Manual de Boas Prticas Farmacuticas, conforme a legislao vigente e as

    especificidades de cada estabelecimento. Do Ambiente Destinado aos Servios Farmacuticos Art. 15. O ambiente destinado aos servios farmacuticos deve ser diverso daquele

    destinado dispensao e circulao de pessoas em geral, devendo o estabelecimento dispor de espao especfico para esse fim.

    Das Responsabilidades e Atribuies Art. 19. As atribuies e responsabilidades individuais devem estar descritas no Manual de

    Boas Prticas Farmacuticas do estabelecimento e ser compreensveis a todos os funcionrios. Art. 22. Os tcnicos auxiliares devem realizar as atividades que no so privativas de

    farmacutico respeitando os Procedimentos Operacionais Padro (POPs) do estabelecimento e o limite de atribuies e competncias estabelecidos pela legislao vigente, sob superviso do farmacutico responsvel tcnico ou do farmacutico substituto.

    Da Capacitao dos Funcionrios Art. 24. Todos os funcionrios devem ser capacitados quanto ao cumprimento da legislao

    sanitria vigente e aplicvel s farmcias e drogarias, bem como dos Procedimentos Operacionais Padro (POPs) do estabelecimento.

    Dos Servios Farmacuticos Art. 61. Alm da dispensao, poder ser permitida s farmcias e drogarias a prestao de

    servios farmacuticos conforme requisitos e condies estabelecidos nesta Resoluo. 1 So considerados servios farmacuticos passveis de serem prestados em farmcias

    ou drogarias a ateno farmacutica e a perfurao de lbulo auricular para colocao de brincos. 2 A prestao de servio de ateno farmacutica compreende a ateno farmacutica

    domiciliar, a aferio de parmetros fisiolgicos e bioqumicos e a administrao de medicamentos.

    3 Somente sero considerados regulares os servios farmacuticos devidamente indicados no licenciamento de cada estabelecimento, sendo vedado utilizar qualquer dependncia da farmcia ou drogaria como consultrio ou outro fim diverso do licenciamento, nos termos da lei.

    6 Organizao dos Medicamentos e Perfumaria Para organizar uma farmcia ou drogaria existem alguns critrios que tornam mais eficientes

    e prticos o trabalho do tcnico em farmcia. Toda farmcia trabalha com milhares de medicamentos, que envolvem diferentes fabricantes

    e diversas apresentaes, o que torna fundamental a organizao de prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada especialidade farmacutica.

    Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmcia que se inicia com a conferncia e separao dos medicamentos recebidos (checando com a nota fiscal) e a separao dos produtos:

    Nas drogarias os medicamentos comercializados esto sempre nas suas embalagens originais. Nas farmcias existem frmulas que so manipuladas em seus prprios laboratrios e so organizadas de acordo com o tipo de frmula e encomenda dos clientes. As farmcias de hospitais adotam critrio diferenciado na sua forma de organizao.

    Os medicamentos so agrupados segundo a sua apresentao, por ordem alfabtica e por tipo de produtos. Deve-se orden-los corretamente. Separar os medicamentos injetveis dos de administrao por via oral e dos de uso tpico.

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    Classific-los por ordem alfabtica de denominao genrica (no SUS) e por ordem alfabtica de nome comercial (na drogaria), da esquerda para a direita.

    Cada medicamento deve ter um lugar estabelecido na estante e identificado.

    Dispor os medicamentos de acordo com a validade, isto os que vencem primeiro devem ser dispostos na frente, para que sejam dispensados em primeiro lugar. Ao recebimento de nova remessa de medicamentos sempre verificar a validade dos mesmos com relao aos que esto nas prateleiras.

    Se os medicamentos forem dispostos em frascos, caixas ou escaninhos (Bin), devemos assegurar de que estejam vazios antes de acrescentar novos medicamentos, para evitar que se acumulem ao fundo medicamentos vencidos ou com prazo de validade prximo do vencimento.

    As caixas de medicamentos que forem abertas devem ser riscadas, indicando a violao, a quantidade existente dever ser anotada, para no haver erros na contagem de estoque.

    Os medicamentos, inclusive os OTC (over-the-counter), encontram-se atrs dos balces e o cliente necessita do auxlio de um funcionrio para alcan-los, por isso o nmero de funcionrios tem de ser adequado para evitar espera por parte dos clientes.

    Os produtos de higiene e beleza encontram-se nas gndolas. Os clientes ficam vontade para decidirem o que comprar. Isso no dispensa a presena do funcionrio de farmcia, pois os funcionrios tero que estar ali para esclarecer eventuais dvidas dos clientes.

    7 Os principais servios a serem executados em farmcias e drogarias

    Dispensao de medicamentos;

    Dispensao de produtos para sade (correlatos);

    Aplicao de injetveis: somente pelo farmacutico ou profissional habilitado, mediante prescrio mdica (Resoluo 239/92 do CFF);

    Pequenos curativos, de acordo com as normas vigentes;

    Colocao de brincos, observadas as condies de assepsias e desinfeco;

    Manipulao de frmulas;

    Fracionamento de medicamentos.

    Manter atualizado escriturao de livros

    8 Atendimento ao cliente Uma das funes primordiais do profissional de sade que trabalha na farmcia o ato da

    dispensao de medicamentos que significa basicamente em orientar o paciente em todos os aspectos do medicamento que ser consumido:

    Conferir com o paciente todo medicamento solicitado, com a respectiva receita;

    Orientar o paciente quanto utilizao correta do medicamento, informando qual a dose a ser administrada, em que horrio, etc.;

    Orientar quanto guarda dos medicamentos em casa. No entanto para que tudo isso ocorra necessrio um processo de comunicao e um

    desenvolvimento de habilidades. O objetivo principal desse processo desenvolver caractersticas de comunicao para que o paciente compreenda a informao transmitida, para isso deve-se:

    Utilizar uma linguagem clara e simples, fazendo perguntas claras e objetivas;

    Perguntar seu nome e cham-lo pelo nome;

    Dar a informao precisa, ou seja, dar a informao que o paciente necessita e no dar orientaes em excesso para evitar que o paciente se confunda;

    Seguir uma ordem na explicao;

    Tentar alcanar uma velocidade adequada na exposio;

    Tentar avaliar o grau de compreenso do paciente;

    Evitar discursos e monlogos, nunca interrompa a fala do paciente;

    Saber o momento de se calar e ouvir, mas tambm identificar o momento de falar e o mais importante saber falar.

    Mantenha um sorriso cordial e sincero durante o atendimento Dentro desse processo de comunicao, em linhas gerais, deve-se prestar um bom

    esclarecimento ao paciente, atendendo-o bem, de forma clara, gil e precisa; satisfazer as necessidades dos clientes para fortalecer a imagem da empresa a qual estamos participando.

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    8.1 Vrios tipos de clientes

    Pessoas apressadas: esse o mundo onde estamos inseridos, os clientes querem tudo para ontem, devemos agir com rapidez e preciso para melhor atend-los. Elimine o hbito de adiar as resolues das coisas, no existe o daqui a pouco e sim o J!

    Pessoas irritadas: Muitas vezes o cliente j vem irritados, e no esto irritados conosco. Lembre-se quanto mais irritado foi o cliente, mais competente, confiantes e seguros temos que ser.

    Pessoas nervosas: eles chegam alterados na farmcia (falam alto, gesticulam ou ainda trmulos, ofegantes), temos que no interromper sua fala, deixe-o liberar o nervosismo e ver que aos poucos ele vai se acalmando. Use frases como imagino como est se sentindo, conte comigo e nunca fale no fique nervoso, tente se acalmar, pois assim voc ir lembra-lo que est nervoso, e isso o tornar ainda mais nervoso.

    Pessoas desconfiadas: Eles pensam: ser que esse profissional confivel?, posso acreditar no que diz?. Aja com sinceridade, transparncia e tica. Faa o cliente ver que voc verdadeiro e confivel em suas aes.

    Pessoas mal-educadas: so pessoas desagradveis e grosseiras, lembre-se no seja mal-educado tambm! No leve o assunto para o campo pessoal, reaja com cortesia e suavidade, ver que o incentivar a agir de forma positiva.

    Pessoas analfabetas: Procure dar-lhe toda a ateno, entenda sua dvida e necessidade, certifique-se de que vai lembrar das recomendaes.

    Pessoas idosas: sempre estimule os idosos com palavras e atitude positiva oua seus problemas, oferea, se possvel, uma cadeira para sentar-se, e certifique-se de ele entendeu suas orientaes.

    Clientes suspeitos de estarem furtando: Saber abordar a forma mais certa de agir, mesmo tendo certeza, nenhum cliente pode ser considerado ladro enquanto no saiu da loja sem pagar, portanto, cuidado com a abordagem. Use a simpatia, oferea cestas para acomodar as compras, pois assim voc poder deix-lo constrangido e ele desista da ao. Mas se ele j tenha sado da loja, aborde-o com cortesia e de forma justificada, para no gerar constrangimento ou prejudicar a imagem da loja, e seja discreto.

    Pessoas alcoolizadas: a ateno deve ser redobrada, e a atitude mais correta encaminhar a pessoa para o pronto-socorro mais prximo. E se caso a pessoa tenha uma receita mdica para aplicao de injetvel, deve-se evitar essa prtica e at mesmo sugere-se que evite tambm a venda de medicamentos, pois o risco de causar problemas mais srios grande. Aja com calma e carinho.

    Em qualquer caso, para lidar bem com os clientes, o profissional deve manter sua auto-

    estima em alta, orgulhando-se de si mesmo e tendo conscincia do valor social do trabalho que faz. Afinal quem acredita em si, certamente inspirar confiana nos outros. E quem confuso, semear confuso.

    8.2 Desenvolvendo habilidades no atendimento O mercado farmacutico atual exige do profissional vrias atitudes positivas envolvendo:

    atitudes comportamentais (transmisso de credibilidade e confiana entre outros); tcnicas de venda com bom atendimento gerando com isso um cliente fiel e satisfeito; qualidade de servios (comprometimento e tica); conhecimento dos produtos (constante atualizaes) e relacionamento com os clientes (satisfao, empatia).

    Ento, estamos nos perguntando com tantas exigncias mercadolgicas como desenvolver

    tais habilidades?

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    Imagem profissional: aparncia saudvel, personalidade, entusiasmo e otimismo, autoconfiana, empatia, crtica e liderana;

    Competncia profissional: conhecimento, confiana, organizao, comunicao, atualizao de mercado; manter a calma em qualquer situao (mesmo que o cliente se descontrole);

    Postura como dispensador/vendedor: cuidados e asseios pessoais( em relao ao uso de barba, unhas, cabelos, higienizao das mos e asseio do uniforme e higiene pessoal em geral), preparao fsica, estar sempre percorrendo a loja, memorizar preos, conhecer bem os produtos.

    Atendimento eficaz visa: atendimento claro e gil, satisfao dos clientes, cordialidade. E lembre-se se afaste de atitudes negativas, pois elas podem afastar os clientes: erro,

    indiferenas, falta de boa vontade, morosidade, desrespeito, falta de educao, descaso. O sucesso no trabalho depende da alta capacidade do profissional e da gentileza

    dispensada ao cliente.

    8.3 Qualidade no atendimento ao telefone

    O telefone a principal porta de entrada das empresas. Um bom atendimento telefnico a chave do sucesso para a conquista e manuteno de clientes.

    Alguns pontos que devem ser observados no atendimento ao telefone: Atendimento: Deve ser sempre comercial, usando-se ao invs do residencial al! ou

    pronto!, o nome da empresa, podendo ser includo o nome da atendente, sem faltar o bom dia! ou boa tarde!, sinal de boa educao.

    Demonstrando segurana: Falar com bom volume e clareza de voz, sempre falando no

    bocal do telefone. Deve-se perguntar voc quer falar com quem ou voc vai falar com quem, ao invs do quem gostaria de falar, pois d idia de que apenas gostaria, mas talvez no v falar. Somente se confirmado que a pessoa no ser atendida, a atendente deve comentar a negativa. Nestes casos, sempre deve ser comentado que o chamado pede desculpas por no poder atender no momento por estar em outro atendimento, que pode ser telefnico ou no. Tendo fineza de mencionar que a ligao ser retornada assim que possvel.

    Pronto retorno: No caso de no poder atender, deve anotar nome e telefone de quem

    chamou, alm do motivo da ligao, caso tenha sido mencionado, sem necessidade de perguntar o clssico de que se trata? e ter instruo para, assim que desocupar, fazer as ligaes, principalmente nos casos em que se tratarem de clientes. Este procedimento, em forma de rotina, elimina os riscos de um chamado no ser respondido em tempo curto, dando ao cliente a sensao de no-importncia da sua ligao.

    Evitando trocas: Todos os chamados devem ser objeto de anotao, com nome e telefone de quem chamou, por mais familiar que tenha sido a ligao. Este procedimento evita esquecimentos ou eventuais trocas de nomes comuns entre clientes.

    Justificando ausncias do Farmacutico: As ausncias motivadas por congressos devem

    ser justificadas pela identificao do nome do congresso e cidade onde o mesmo est acontecendo. As por razo de participao em curso, devem mencionar o curso e local, de forma que os clientes se inteirem do que se est investindo e no pensem serem outras atividades pessoais, como pescarias ou passeios, o motivo. Oferea inclusive outro telefone de contato com o farmacutico para o caso de tratar-se de algo urgente. Trocar o ainda no chegou e ainda no voltou, que do idia de desleixo ou desorganizao, pelo simples no est, ou melhor, pelo: vou anotar seu nome e telefone e assim que possvel volta a chamar.

    Informao rpida: Nunca deixar algum esperando mais de dois minutos, sendo este um

    limite mximo para quando a chamada vai ser atendida. Nunca deixe a pessoa esperando enquanto procura a informao solicitada. No entanto atender com muita pressa, atropelando as palavras na hora da saudao, por exemplo, no sinal de um bom atendimento. Mesmo que seja a centsima ligao que voc atende, faa-a como se fosse primeira vez, utilizando um tom certo e corts.

  • 9

    Tempo certo: Orientar e cuidar para que o telefone no seja atendido ao primeiro toque,

    no dando idia de desocupao, nem mais do que no quarto toque, passando a idia de desleixo ou desateno. O ideal no segundo ou no mximo ao terceiro tilintar da campainha.

    Anotando mensagens: Anotar por extenso as mensagens/recados de clientes,

    fornecedores e amigos, especialmente as que contenham dados, perguntas ou instrues, alm do nome e telefone, imediatamente, de forma a se tornar mais gil no seu atendimento, evitando ter que chamar novamente para conferir ou ao chamar ter que perguntar outra vez o motivo da ligao. Este procedimento d a vantagem de quando retornar a ligao, j ter posio definida acerca do assunto que ir ser tratado no retorno da ligao. O que no se deve fazer no atendimento ao telefone:

    - no fornecer informaes incorretas; - no deixar as pessoas esperando no telefone; - no atender com muita pressa; - no ser grosseiro; - no falar ao telefone com o bocal fora de posio; - no estar mastigando algum alimento na hora de atender; - no mascar chicletes na hora do servio e muito menos ao atender ao telefone; - no falar muito alto ao telefone (h situaes especficas que exigem um aumento do

    volume da voz); - no atender ao telefone e continuar com a conversa com algum a sua frente; - nunca deixar de explicar ao cliente caso tenha que se ausentar por alguns minutos; - algo perigoso no atendimento o uso de palavras chulas, frases no diminutivo, grias e

    termos tcnicos desconhecidos pelo cliente nunca o chame de queridinho, meu irmo ou falas do tipo deu um probleminha, s um minutinho.

    - deve-se estar atento a conversa no profissional ao telefone; - evitar comentrios do tipo: tentei ligar e no consegui. Obs: Seja profissional no trato com as pessoas que liguem para sua empresa. Utilize o

    telefone para agradar, fazendo desse contato um momento mgico, e nunca um momento trgico, que pode fazer toda a diferena.

    9 tica na Dispensao de Medicamentos tica a cincia da moral. Ela trata dos costumes ou dos deveres do homem para com seus

    semelhantes e para consigo. Refere-se aos bons costumes. Ento ser tico para todos os cidados importante e para os que trabalham em farmcia e drogaria ainda mais!

    Com tica se gera vantagens competitivas, j que nesse aspecto tica est ligada imagem do produto, servio ou empresa (e isso leva anos para ser construdo) e ser tico respeitar os limites de ao, reconhecendo o espao do seu semelhante, atuando dentro das regras estabelecidas de mercado, com retido, eficincia e honestidade.

    tica no mercado farmacutico pode ser exemplificada, como a preocupao de seus colaboradores com a legislao por exemplo, o ato de recolhimento de algum lote de um produto porque o controle de qualidade acusou defeito de fabricao; ou com a segurana do paciente recolhimento da prateleira de um lote que est com seu prazo de validade expirado.

    Ento como vimos, a empresa que consegue transmitir uma viso tica aos seus usurios obtm vantagens competitivas.

    Atendimento ao paciente, considerando uma postura tica, na dispensao de medicamentos, pode-se dizer que se refere : fornecimento de informaes devidamente corretas (por isso na dvida sempre pergunte); ter conscincia de que o cliente da farmcia diferente de outros consumidores, pois ele est doente debilitado, sem pacincia e sem condies fsicas para esperar; conhecer Cdigo de defesa do Consumidor, para evitar desrespeito ao cdigo e ao cliente; ter sempre respeito e educao para com todos seus colegas de trabalho, pacientes e cuidadores, supervisores e para consigo mesmo.

    Agir com tica significa no promover conhecida empurro terapia, mas sim ter conscincia de que estamos lidando com vidas humanas, sendo que qualquer descuido pode ser fatal.

  • 10

    10 Ciclo da Assistncia Farmacutica

    I

    N

    F

    O

    R

    M

    A

    O

    APOIAR AS AES DE SADE.

    PROMOVER O ACESSO DA POPULAO AOS

    MEDICAMENTOS ESSENCIAIS E SEU USO RACIONAL.

    UTILIZAO

    SELEO

    PROGRAMA

    O

    AQUISIO

    ARMAZENAMENT

    O

    DISTRIBUIO

    DISPENSAO

    P

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    O

    CICLO DA ASSISTNCIA FARMACUTICA

    G

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    TO

    Em farmcia, realizam-se as etapas de aquisio, armazenamento, conservao,

    dispensao e avaliao do uso dos medicamentos, a obteno e a difuso de informao sobre medicamentos e a educao permanente dos profissionais de sade, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional.

    10.1 Seleo de Medicamentos

    a constituio de uma relao de medicamentos seguros e eficazes que consiga atender a maioria das necessidades de ateno sade voltada quela populao, uniformizando com isso uma conduta teraputica e consequentemente possibilitando maior eficincia no gerenciamento e controle desses medicamentos facilitando o seu planejamento, aquisio, armazenamento, distribuio e dispensao.

    No entanto essa seleo de itens de medicamentos visto em farmcias pblicas (SUS) e farmcia hospitalar. Aps ser feito essa seleo de medicamentos, teremos uma lista de medicamentos que so ditos medicamentos padronizados por quela instituio.

    Nas drogarias e farmcias a seleo na maioria das vezes envolve inmeros itens, pois quanto maior a quantidade de itens oferecidos por aquele estabelecimento farmacutico mais competitivo ele estar em relao aos demais.

    10.2 Programao o passo que ser planejado para se definir como esses itens sero adquiridos, ou seja,

    ser utilizado quanto de movimentao financeira, e o dinheiro ser utilizado de tal lugar para efetuar o pagamento daquela fatura; deve-se tambm definir quando que ser efetuado uma compra e em qual quantidade se adquirir quele determinado produto.

  • 11

    10.3 Aquisio Somente podem ser adquiridos produtos regularizados junto Anvisa, conforme legislao vigente. A regularidade dos produtos consiste no registro, notificao ou cadastro, conforme a exigncia determinada em legislao sanitria especfica para cada categoria de produto. A legislao sanitria pode estabelecer, ainda, a iseno do registro, notificao ou cadastro de determinados produtos junto Anvisa. As farmcias e drogarias devem estabelecer documentar e implementar critrios para garantir a origem e qualidade dos produtos adquiridos. A aquisio de produtos deve ser feita por meio de distribuidores legalmente autorizados e licenciados conforme legislao sanitria vigente. O nome, o nmero do lote e o fabricante dos produtos adquiridos devem estar discriminados na nota fiscal de compra e serem conferidos no momento do recebimento.

    10.4 Recebimento

    O recebimento dos produtos deve ser realizado em rea especfica e por pessoa treinada e em conformidade com Procedimento Operacional Padro (POP) e com as disposies desta Resoluo. Somente permitido o recebimento de produtos que atendam aos critrios definidos para a aquisio e que tenham sido transportados conforme especificaes do fabricante e condies estabelecidas na legislao sanitria especfica. Aps certificar-se que os produtos realmente foram pedidos, examinando a documentao quanto respectiva documentao, confere-se no ato da entrega a nota fiscal quanto razo social, quantidade, preo, data de entrega, condies de pagamento e se a remessa corresponde encomendada, libera-se para o transportador efetuar o descarregamento. As caixas devero ser empilhadas adequadamente em pallets, em local prprio para o recebimento de mercadorias, sem prejudicar o trnsito de pessoas.

    No momento da conferncia, dever ser verificado o estado de conservao, a legibilidade do nmero de lote e prazo de validade e a autenticidade e a origem do produto, alm de outras

  • 12

    especificidades legais e regulamentares sobre rtulo e embalagem, a fim de evitar a exposio dos usurios a produtos falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou imprprios para o uso. Caso haja suspeita de que os produtos sujeitos s normas de vigilncia sanitria tenham sido falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou imprprios para o uso, estes devem ser imediatamente separados dos demais produtos, em ambiente seguro e diverso da rea de dispensao, devendo a sua identificao indicar claramente que no se destinam ao uso ou comercializao. No caso do pargrafo anterior, o farmacutico deve notificar imediatamente a autoridade sanitria competente, informando os dados de identificao do produto, de forma a permitir as aes sanitrias pertinentes. No se deve receber nenhum produto sem documentao. Caso a documentao no seja enviada em duas vias, deve-se tirar cpia para arquivamento. Todos os itens recebidos do fornecedor passam por um processo de inspeo de qualidade antes de dar entrada no armazenamento da drogaria. Nessa inspeo de qualidade observam-se vrios itens:

    Nome do produto farmacutico nome genrico e/ou comercial solicitado X recebido;

    Forma farmacutica e concentrao igual solicitada;

    O prazo de validade esse prazo deve ser no mnimo de um ano para uma maior rotatividade dos produtos;

    A data de fabricao;

    Registro no Ministrio da Sade;

    Nmero do lote;

    Lacre de segurana

    Na embalagem, observar o nome e endereo completo do fabricante, com telefone ou servio de SAC;

    Nome do responsvel tcnico e sua inscrio no Conselho Regional de Farmcia;

    Precauo e cuidados especiais;

    Como estavam as condies de transporte. Os medicamentos termolbeis devem ter prioridade no recebimento/conferncia e no armazenamento, pois podem sofrer alteraes por ao da temperatura. A no conformidade entre o discriminado no documento enviado em relao aos produtos entregues/recebidos, e a no conformidade com relao inspeo de qualidade dos produtos, deve ser registrado em formulrio, anexado ao documento original nota fiscal que ter seu canhoto devidamente assinado e ento devolvido ao entregador que o encaminhar para providncias junto ao fornecedor. No se deve fazer observaes no documento original, tampouco rasura-los. As notas fiscais (notas de distribuio ou guias de remessa) devem ser encaminhadas, aps o recebimento, em no mximo 48 horas ao almoxarifado central ou ao setor responsvel pelo faturamento da nota. O acondicionamento sempre feito em local protegido da ao direta da luz solar, umidade e temperatura.

    10.5 Armazenamento

    A correta armazenagem dos produtos fundamental para garantir sua eficcia e segurana. Ento, quando se fala em armazenamento e conservao de medicamentos devem-se considerar as condies de trabalho para que o profissional possa manter os medicamentos e produtos de interesse sade em bom estado de conservao, de modo a serem fornecidos nas devidas condies de pureza e eficcia.

    Sendo assim, o estabelecimento deve garantir as seguintes condies de armazenamento:

    Local para armazenamento de maiores quantidades ou reserva de produtos: o espao fsico destinado somente aos produtos que no possuem espao nas prateleiras de dispensao. denominado estoque ou central de abastecimento farmacutico ou, ainda, almoxarifado e seu armazenamento devem ser feito de forma ordenada. O local deve ter monitoramento dirio quanto s condies climticas (isso vale para a rea de dispensao, tambm) registrando diariamente a temperatura e umidade e, caso necessrio, deve-se acionar ventiladores ou exaustores ou ainda outro sistema para quando a umidade e temperatura do ar no estiverem ideais. O espao fsico

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    deve ser apropriado para o fluxo racional de pessoas e materiais, visando reduzir ao mnimo os riscos de avarias (contaminaes e quebras);

    Prateleiras afastadas do piso, paredes e teto: As caixas dos medicamentos no deverem ser colocadas diretamente no cho e nem devem estar encostadas nas paredes ou teto;

    Todos os locais de trabalho devem ser mantidos limpos, isentos de ps e contaminaes. No deve haver rachaduras nas paredes e nem focos de umidade. Os locais devem ser isentos de ralos, estes devem estar devidamente lacrados. Deve haver um programa de sanitizao e desinfestao quanto a insetos, roedores.

    O lixo coletados nas dependncias devem ser eliminados atravs de sistemas seguros e higinicos, sendo depositados em recipientes especiais com tampa e removidos o mais rpido possvel, dando ateno especial ao descarte do lixo da sala de injetveis.

    O Acondicionamento sempre feito em local protegido da ao direta da luz solar.

    Medicamentos violados, danificados, vencidos ou com suspeita de contaminao devem ser retirados dos estoques comercializveis, segregados em espao destinados a esse fim, sob chaves, fora da rea de estoque/dispensao ou de aplicao, permanecendo identificados at a incinerao (ou outro tipo de descarte apropriado) ou devoluo ao fornecedor (atravs de nota fiscal de devoluo). Esse um procedimento que evita que tais produtos sejam vendidos por engano e tambm para que eles no contaminem as outras mercadorias.

    Saneantes domissanitrios, aparelhos e acessrios (correlatos) devem estar em local especfico, separados dos demais produtos e medicamentos para evitar contaminao cruzada.

    Todos os produtos termolbeis so mantidos sob refrigerao entre 2.C e 8.C, com registro dirio de temperatura observar que esse produtos no so permitidos o congelamento pois perdem suas atividades farmacolgicas

    Medicamentos sujeitos a controle especial merecem armazenamento diferenciado, ou seja, devido as caractersticas legislativas desses medicamentos, sua rea de estocagem deve ser considerada de segurana mxima. So acondicionados em armrios fechados e a chave dever permanecer exclusivamente com o farmacutico. Esses produtos devem estar em reas isoladas dos demais, somente podendo ter acesso a ela pessoas autorizadas e o farmacutico responsvel.

    Nas reas de estocagem no permitido fumar, realizar refeies ou manter substncias ou objetos pessoais, que possam contaminar os produtos dentro das reas.

    10.6 Quanto aos cuidados com a geladeira

    Deve-se mant-la limpa e arrumada.

    Utiliz-la somente para acondicionamento de medicamentos, nunca para guardar gua, refrescos ou alimentos.

    Controlar e anotar a temperatura (com termmetro de mxima e mnima) pelo menos duas vezes ao dia.

    Abrir a geladeira o mnimo possvel.

    Guardar apenas os medicamentos que necessitam de baixa temperatura de armazenagem, como vacina e insulina. Quando armazenar a insulina no deix-la na prateleira prxima ao congelador, pois poder congelar perdendo a atividade. Deix-la prxima gaveta das verduras.

    Ter procedimento para limpeza e descongelamento da geladeira bem como procedimento para manuteno da mesma.

    10.7 Quanto ao prazo de validade A data de vencimento a data at a qual o laboratrio fabricante garante que o

    medicamento preserva a sua eficcia e qualidade inicial, quando devidamente armazenado e manuseado. Nesse caso, necessrio observar os itens:

    Todos os medicamentos devem trazer na sua embalagem as datas de fabricao e de vencimento, escritas de modo legvel.

    O servio de farmcia deve ter o controle sistemtico das validades dos medicamentos que esto armazenados.

    Sempre certificar-se que os medicamentos que iro vencer primeiro sero distribudos/dispensados primeiro e quando o produto ou acessrio no possuir data de validade

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    certificar-se que quele produto que chegou primeiro ser o primeiro a ser distribudo e/ou dispensado.

    Ficar atento de que a quantidade do medicamento que o paciente levou ser consumida dentro do prazo de validade do mesmo.

    No permitir que os medicamentos venam nas prateleiras, quando um determinado produto no tem sada devemos remanej-lo para outra unidade de maior consumo com um prazo mnimo de 3 meses antes do seu vencimento ou adotar outro procedimento pr-estabelecido.

    10.8 Quanto preservao da qualidade dos medicamentos

    Manter o local da farmcia sempre ventilado, pois quanto mais quente o local, mais mido ser o ar.

    Fechar bem os frascos de medicamentos (peculiar em farmcia hospitalar).

    A luz solar ou ainda luz artificial forte e incidida diretamente sob os medicamentos pode deteriorar os medicamentos, por isso deve-se resguard-los da ao direta do sol e luzes artificiais e tambm de altas temperaturas.

    Conservar os medicamentos em sua embalagem original, sempre que for possvel.

    recomendado que no se encoste medicamentos nas paredes, tetos, janelas ou em contato direto com o cho, no se deve dispor prximos a banheiros o junto de reas com muitas infiltraes.

    No armazenar materiais prximos s caixas de fora

    Verificar os extintores de incndio quanto ao prazo de validade e deixar acesso aos mesmos sempre desobstrudos.

    Fazer o correto empilhamento das caixas.

    10.9 Quanto ao reconhecimento de medicamentos apresentando deteriorao

    Observam-se os medicamentos deteriorados atravs das seguintes caractersticas:

    Odor: alguns medicamentos quando expostos ao calor e umidade apresentam um odor diferente do habitual, para isso importante os profissionais estarem sempre atentos quanto ao odor caractersticos de cada medicamento, pois assim saber identificar quando o cheiro est diferente do habitual. Ex.: o AAS pode apresentar cheiro de vinagre;

    Cor: alguns medicamentos mudam de cor ou ficam manchados. Ex.: vitamina C;

    Fragmentao: quando os comprimidos esto midos, aderem um ao outro, ou quebram com facilidade;

    Ressecamento: alguns medicamentos ficam ressecados assemelhando-se terra seca. Ex. os anticidos como o hidrxido de alumnio

    Umedecimento: reconhecermos que um medicamento est umedecido porque sua forma e consistncia se alteram. Ex.: no se deve usar sais de reidratao oral quando apresentarem colorao escura, estiver pegajoso ou no se dissolver. Isto pode significar que no foi fechado hermeticamente, tendo sido alterado pela luz, umidade ou calor.

    Transparncia: nos medicamentos injetveis, se observa presena de partculas, turvao ou alterao na colorao do lquido, no devemos utiliz-lo.

    Assim devemos aprender a reconhecer o aspecto e o odor normal dos medicamentos, pois poderemos detectar mudanas que indiquem que o medicamento est deteriorado.

    Os indicativos de possveis alteraes na estabilidade das formas farmacuticas so:

    Comprimidos: Quantidade excessiva de p; quebras, lascas, rachaduras na superfcie, manchas, descolorao, aderncia entre os comprimidos ou formao de depsitos de cristais sobre o produto;

    Drgeas: fissuras, rachaduras, e manchas na superfcie;

    Cpsulas: mudana na consistncia ou aparncia (amolecimento ou endurecimento);

    Ps e grnulos: presena de aglomerados, mudana na cor ou endurecimento;

    Ps efervescentes: crescimento da massa e presso gasosa;

    Cremes e pomadas: diminuio do volume por perda de gua, mudana na consistncia, presena de lquido ao apertar a bisnaga, formao de grnulos e textura arenosa;

    Supositrios: amolecimento, enrugamento ou machas de leo;

    Solues/xaropes/elixires: precipitao, formao de gases;

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    Solues injetveis: turbidez, presena de partculas, vazamento, formao de cristais e mudana na colorao;

    Emulses: quebra da emulso, mudana na colorao e no odor;

    Suspenses: precipitao, presena de partculas, grumos, cheiro forte, mudana na colorao, intumescimento e liberao de gases;

    Tinturas e extratos: mudana na colorao, turbidez e formao de gazes.

    10.10 Distribuio Consiste no suprimento de medicamentos s unidades de sade, por exemplo, em quantidade, qualidade e tempo oportuno. A distribuio de medicamentos deve garantir rapidez e segurana na entrega, eficincia no controle e informao. Logo, o ato do fornecimento de produtos que sair de uma central de abastecimento para outras unidades de dispensao de medicamentos, por exemplo numa farmcia hospitalar existe normalmente uma farmcia central, que controle os estoques, e ento encaminha as especialidades farmacuticas para as farmcias satlites localizadas nas alas de internao ou ainda na UTI, centro cirrgico, pronto socorro. Numa drogaria tambm pode haver uma central de abastecimento farmacutico que ir distribuir medicamentos para todas as suas unidades filiais. Esse processo chama-se distribuio de medicamentos, e na separao dos produtos deve-se tomar muita ateno para evitar a troca de medicamentos. Observar sempre os prazos de validade, a fim de que os lotes mais antigos sejam dispensados antes dos mais novos.

    10.11 Dispensao

    Dispensao o ato profissional farmacutico, que consiste em proporcionar um ou mais

    medicamentos, em resposta apresentao de uma receita elaborada por um profissional autorizado.

    Neste ato ocorre o momento em que h o contato humano entre o profissional e o usurio; deve-se assegurar o medicamento certo, seguro e eficaz, na hora certa e ao paciente certo, informando e orientando sobre o uso adequado do medicamento.

    na dispensao que se objetiva garantir o cumprimento da prescrio e o uso correto dos medicamentos; contribui-se para a adeso ao tratamento e cumprimento da prescrio mdica. E uma boa dispensao minimiza-se erros de prescries.

    Temos que considerar que no permitido a dispensao de amostras grtis, medicamentos do SUS e medicamentos de uso exclusivo hospitalar nas drogarias e farmcias.

    Prescrio Mdica A prescrio o instrumento no qual se apia a dispensao. Deve cumprir os aspectos

    legais contidos na Lei 5991/73. O artigo 35 da Lei 5991/73 estabelece que a prescrio deva ser aviada se:

    - escrita tinta, sem rasuras ou emendas, por extenso e de modo legvel, observada a nomenclatura e sistema de pesos e medidas;

    - apresentar o nome e o endereo residencial do paciente; - apresentar data, assinatura, carimbo e nmero de inscrio do profissional prescritor no

    respectivo conselho regional, bem como o endereo do consultrio ou residencial; - apresentar o modo de usar o medicamento, compreendendo a forma farmacutica,

    posologia, apresentao, mtodo de administrao e durao do tratamento.

    Procedimentos na Dispensao

    Abordagem ao paciente busca da confiana;

    Recepo da prescrio verificam-se aspectos legais, na busca de evitar riscos aos pacientes, ler e entender a receita, na dvida esclarea antes- nunca adivinhe o nome do medicamento, perigoso, pois se corre o risco de entregar a medicao errada;

    Nome do paciente, prescritor, medicamento, forma farmacutica, posologia, via de administrao, durao do tratamento;

    Interpretao e anlise da prescrio com base nos aspectos teraputicos e farmacolgicos (adequao, indicao, interao, etc), verificar posologias estranhas, quantidades

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    exageradas de itens, sempre se reportando ao farmacutico, pois em caso de dvida ou incompatibilidades ser necessrio conversar com o profissional prescritor;

    Separar o medicamento, confrontando-o com a receita, no ato da entrega;

    Orientao ao paciente possibilitar o cumprimento da prescrio, avaliar o grau de entendimento das informaes prestadas. importante que se pea para repetir pontos fundamentais da orientao, assegurando-se de que o usurio entendeu;

    Esclarecer os pontos mais importantes e as dvidas existentes;

    Explicar com clareza e pacincia, seguindo a prescrio a quantidade de medicamentos a ser tomada, quantas vezes ao dia, em que momentos do dia, e para quantos dias;

    Prestar adicionais esclarecimentos de acordo com o medicamento dispensado tais como cuidados de armazenamento, conservao, no deixar ao alcance de crianas, etc;

    Ao dispensar medicamentos para pacientes com dificuldade de leitura devemos lanar mo de desenhos ou de formulrios com desenhos que auxiliam o entendimento quanto ao horrio, quantidade e tipo de medicamento a ser tomado

    Registro da prescrio e acompanhar e avaliar o uso quando for possvel.

    Se for medicamento injetvel, todo receiturio dispensado e aplicado dever ser registrado no livro para este fim;

    Se for dispensado medicamentos sujeitos a controle especial deve observar o receiturio especfico atendendo a normatizao legal preconizada pela Portaria 344/98 e efetuar todos os procedimentos de controle e registro desses medicamentos.

    Conhecendo a bula Aps a prescrio emitida pelo prescritor, os pacientes muitas vezes querem saber informaes mais detalhadas sobre os medicamentos que iro tomar, para isso vo farmcia. Antigamente, os medicamentos no eram obrigatoriamente lacrados e era habitual os profissionais de farmcia permitirem que os clientes lessem a bula do prprio produto. Hoje, no balco, h dicionrios teraputicos impressos ou informatizados que contm todas as bulas dos medicamentos e que os clientes podem consultar.

    Todos devem saber que uma bula composta de vrios tpicos, como:

    Identificao do medicamento: o nome comercial ou fantasia (marca) do medicamento, dado pelo fabricante.

    Apresentao: descreve as formas, frmulas farmacuticas, dose do produto.

    Composio: indica a composio de cada forma farmacutica os princpios ativos que a compem e o excipiente ou veculo utilizado.

    Uso: indica a quem se destina o medicamento, isto , se adulto, peditrico, etc.

    Informaes ao paciente: orientaes dadas ao usurio como: prazo de ao, efeitos adversos, etc. Devem estar escritas em linguagem acessvel.

    Informaes tcnicas: indicam a ao que o medicamento causar no organismo, grupo farmacolgico, etc.

    Indicaes: para que serve e em quais casos usar

    Contra-indicaes: indicam problemas que impedem o uso do medicamento

    Precaues ou advertncias: os cuidados que se deve tomar durante o uso

    Reaes adversas: os efeitos que podem ocorrer aps o uso do medicamento

    Interaes medicamentosas ou outras interaes: problemas que podem ocorrer na utilizao de mais de um medicamento ao mesmo tempo.

    Posologia e administrao: indica qual a dose a ser administrada ou a dose mxima diria, que no deve ser ultrapassada

    Superdosagem: indica o que fazer no caso de uso em excesso

    Identificao do fabricante: consta o nome, endereo, CGC, registro no Ministrio da Sade e o nome do farmacutico responsvel tcnico pelo produto

    Nmero do telefone do SAC: consta o nmero do telefone para que o cliente possa esclarecer suas dvidas.

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    Ento, conhecer bem os tpicos de uma bula importante para poder auxiliar os clientes. A sua habilidade em consult-la que vai mostrar o quanto sua ajuda confivel, para isso tambm importante conhecer os formulrios teraputicos. O formulrio mais utilizado o Dicionrio de Especialidades Farmacuticas (DEF), que editado anualmente. Veja a seguir como utilizar o dicionrio:

    Seo 1 a rea para consultar endereos e produtos de cada laboratrio; Seo 2 esto descritos os grupos farmacolgicos, ou seja os medicamentos esto

    agrupados segundo a ao que exercem no organismo; Seo 3 os medicamentos esto classificados de acordo com os nomes oficiais ou

    genricos das substncias que os compem, ou ainda os nomes qumicos Seo 4 a rea destinada para as indicaes teraputicas, os medicamentos so

    agrupados de acordo com as situaes clnicas em que so indicados Seo 5 Informaes sobre os produtos o bulrio propriamente dito Seo 6 esto contidas informaes cientficas tabelas, informaes prticas e dados

    teis para o mdico.

    Dispensao

    Os Medicamentos sujeitos a prescrio mdica so a maioria das especialidades farmacuticas. Devem ser colocados atrs do balco, pois o usurio no ter acesso a eles, j que devem ser dispensados apenas aps apresentao de receiturio mdico. Nas embalagens desses medicamentos h uma tarja vermelha e no centro dela est descrito venda sob prescrio mdica ou ainda uso sob prescrio mdica. Nessa dispensao no h necessidade de se reter a receita na farmcia, ela ser devolvida ao paciente. E os produtos so entregues ao cliente na sua embalagem original

    Os medicamentos de controle especial so regulamentados pela Portaria 344/98. So medicamentos que exigem um rigoroso controle: so os entorpecentes, psicotrpicos, retinicos, imunossupressores, anabolizantes, anti-retrovirais e outras substncias sujeitas a controle especial. Essas substncias so controladas porque se usada indiscriminadamente podem vir a causar dependncia qumica ou fsica em seus usurios. Somente os estabelecimentos farmacuticos que possuem uma autorizao especial emitida pela vigilncia sanitria podero efetuar a compra e a dispensao de produtos controlados. Esto descritos abaixo:

    Medicamentos de controle especial

    A portaria 344/98 subdivide os medicamentos controlados de acordo com listas, alm de orientar a guarda, controle, etc:

    Lista de substncias sujeita a controle especial Lista A1 - Substncias Entorpecentes Lista A2 - Substncias Entorpecentes de uso permitido somente em concentraes especiais. Lista A3 - Substncias Psicotrpicas Lista B1 - Substncias Psicotrpicas Lista B2- Substncias Psicotrpicas Anorexgenas Lista C1 - Outras Substncias sujeitas a Controle Especial Lista C2 - Substncias Retinicas Lista C3 - Substncias Imunossupressoras Lista C4 - Substncias Anti-retrovirais Lista C5 - Substncias Anabolizantes Lista D1 - Substncias precursoras de entorpecentes e/ou psicotrpicas Lista D2 - Insumos e sntese de envelopes e/ou psicotrpicos Lista E - Plantas que podem originar substncias Lista F - Substncias proscritas no Brasil Guarda: Os medicamentos e substncias constantes da Portaria SVS/MS n344/98 e suas

    atualizaes, devero ser obrigatoriamente guardados sob chave ou outro dispositivo que oferea segurana, em local exclusivo para este fim, sob a responsabilidade do farmacutico.

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    Receiturio de controle especial: Vlido em todo territrio nacional dever ser preenchido em 2 (duas) vias, manuscrito, datilografado ou informatizado, apresentando, obrigatoriamente em destaque em cada uma das vias os dizeres: 1 via Reteno da Farmcia ou Drogaria e 2 via Orientao ao Paciente.

    As receitas que incluam medicamentos a base de substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial), C5 (anabolizantes) e os adendos das listas A1 (entorpecentes), A2 e B1 (psicotrpicos) do Regulamento Tcnico e de suas atualizaes, somente podero ser aviadas quando prescritas por profissionais devidamente habilitados e com os campos descritos abaixo devidamente preenchidos:

    a) Identificao do emitente: impresso em formulrio do profissional ou da instituio, contendo o nome e endereo do consultrio e/ ou da residncia do profissional, n. da inscrio no Conselho Regional e no caso da instituio, nome e endereo da mesma;

    b) Identificao do usurio: nome e endereo completo do paciente, e no caso de uso veterinrio, nome e endereo completo do proprietrio e identificao do animal;

    c) Nome do medicamento ou da substncia prescrita sob a forma de Denominao Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentrao, forma farmacutica, quantidade (em algarismos arbicos e por extenso) e posologia;

    d) Data da emisso; e) Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente

    impressos no cabealho da receita, este poder apenas assin-la. No caso de o profissional pertencer a uma instituio ou estabelecimento hospitalar, dever identificar sua assinatura, manualmente de forma legvel ou com carimbo, constando a inscrio no Conselho Regional;

    f) Identificao do registro: na receita retida, dever ser anotado no verso, a quantidade aviada e, quando tratar-se de formulaes magistrais, tambm o nmero do registro da receita no livro correspondente.

    A Receita de Controle Especial dever estar escrita de forma legvel, a quantidade em algarismos arbicos por extenso, sem emenda ou rasura e ter validade de 30 dias, dias contados a partir da data de sua emisso contendo medicamentos a base de substncias constantes das listas C1 e C5.

    A farmcia ou drogaria somente poder aviar ou dispensar quando todos os itens da receita e da respectiva Notificao de Receita estiverem devidamente preenchidos.

    Notificao de Receita: A Notificao de Receita (NR) o documento que, acompanhado da receita, autoriza a dispensao de medicamentos das listas A1 e A2 (Entorpecentes), A3, B1 (Psicotrpicas), B2 (Psicotrpicas Anorexgenas), C2 (Retinica para uso sistmico) e C3 (imunossupressoras).

    A Notificao de Receita dever estar preenchida de forma legvel, sendo a quantidade em algarismos arbicos por extenso, sem emenda ou rasura. Deve conter somente uma substncia e ficar retida pela farmcia ou drogaria no momento da compra do medicamento.

    A receita deve ser devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovante do aviamento ou da dispensao.

    Art. 35/Port344/98: A Notificao NO Substitui a receita. As Notificaes de Receita devero conter todos os itens devidamente impressos e

    apresentando as seguintes caractersticas e para aquisio do medicamento todos os campos devero estar preenchidos corretamente:

    a- Sigla da Unidade da Federao; b- Identificao numrica: A seqncia numrica ser fornecida pela Autoridade Sanitria

    competente dos Estados, Distrito Federal e Municpios. c- Identificao do Emitente: Nome do profissional com sua inscrio no Conselho Regional

    com a sigla da respectiva unidade da Federao; ou nome da Instituio, endereo completo e telefone;

    d- Identificao do usurio: Nome e endereo completo do paciente e, no caso de uso veterinrio, nome e endereo completo do proprietrio e identificao do animal;

    e- Nome do medicamento ou substncia: prescritos sob a forma de denominao comum brasileira (DCB), dosagem ou concentrao, forma farmacutica, quantidade (em algarismo arbico e por extenso) e posologia;

    f- Smbolo indicativo: no caso da prescrio de retinides dever conter um smbolo de uma mulher grvida, recortado ao meio, com a seguinte indicao: Risco de graves defeitos na face, nas orelhas, no corao e nos sistema nervoso do feto.

    g- Data de emisso;

  • 19

    h- Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no campo emitente, este poder apenas assinar a Notificao de Receita. No caso de o profissional pertencer a uma instituio ou estabelecimento hospitalar, dever identificar a assinatura com carimbo, contando-se a inscrio no Conselho Regional, ou manualmente, de forma legvel;

    i- Identificao do comprador: Nome completo, nmero de documento de identificao, endereo completo e telefone;

    j- Identificao do fornecedor: Nome e endereos completos, nome do responsvel pela dispensao e data do atendimento;

    k- Identificao da Grfica: Nome, endereo e CNPJ. Impressos no rodap da cada folha do talonrio. Dever constar tambm, a numerao inicial e final concedida ao profissional ou instituio e o nmero da Autorizao para confeco dos talonrios emitida pela Vigilncia Sanitria local;

    l- Identificao do Registro: Anotao da quantidade do medicamento aviada, no verso, e quando tratar-se de frmulas magistrais, o nmero de registro da receita no livro de receiturio.

    As farmcias e drogarias credenciadas junto ao Sistema Nacional de Gerenciamento de

    Produtos Controlados - SNGPC devem realizar o controle da movimentao e do estoque de substncias ou medicamentos sujeitos a controle especial por meio de sistema informatizado compatvel com as especificaes e padres de transmisso estabelecidos pela Anvisa, de modo a garantir a interoperabilidade entre os sistemas.

    A escriturao de todas as operaes relacionadas com substncias ou medicamentos sujeitos a controle especial deve ser realizada e transmitidas eletronicamente em arquivos no formato especificado pelo Padro de Transmisso do sistema, em intervalos de no mnimo um e no mximo sete dias consecutivos, contados inicialmente a partir da data de efetivo credenciamento do estabelecimento junto ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados - SNGPC.

    A transmisso deve ser realizada nos intervalos estabelecidos, ainda que nenhuma movimentao no estoque do estabelecimento tenha ocorrido no respectivo perodo.

    O sistema obter dados detalhados sobre a movimentao de medicamentos e produtos controlados (como o nome do mdico prescritor e do estabelecimento distribuidor, a concentrao do medicamento, a quantidade na embalagem, o lote, a classe teraputica, o estado fsico e a unidade de medida dos produtos).

  • 20

    Prescrio de Substncias Psicotrpicas Anorexgenas

    Conforme RDC 58, de 5 de Setembro de 2007/ ANVISA: Cada Notificao de Receita B2 deve ser utilizada para tratamento igual ou inferior a trinta

    dias. Fica vedada a prescrio, ou seja proibido, a dispensao e o aviamento de

    medicamentos ou frmulas medicamentosas que contenham substncias psicotrpicas anorexgenas com finalidade exclusiva de tratamento da obesidade acima das Doses Dirias Recomendadas (DDR). Fica vedada a prescrio, a dispensao e o aviamento de frmulas de dois ou mais medicamentos, seja em preparao separada ou em uma mesma preparao, com finalidade exclusiva de tratamento da obesidade, que contenham substncias psicotrpicas anorexgenas associadas entre si ou com as seguintes substncias:

    I - Ansiolticas, antidepressivas, diurticas, hormnios ou extratos hormonais e laxantes; II - Simpatolticas ou parassimpatolticas. Adriana, na farmacia ns s podemos aceitar esse tipo de receiturio com uma

    autorizao especial dada pelo prprio mdico, contm todas as informaes referente ao medicamento e todos os riscos e danos causados. No final dessa autorizao o paciente se diz ciente de tudo o que leu, preenche com seus dados e assina. Essa autorizao ns temos que mandar para a vigilncia junto com o receiturio. Ex.: Clorid. de Sibutramina

  • 21

    O artigo 44 da portaria 344/98 menciona quando, por qualquer motivo, for

    interrompida a administrao de medicamentos das listas da portaria, a Autoridade Sanitria local dever orientar o paciente sobre a destinao do medicamento restante. Isso significa que a DROGARIA e/ou FARMACIA no poder aceitar devolues desses medicamentos nas farmcias.

    RDC 44/2010.

    Dispe sobre o controle de medicamentos base de substncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrio mdica, isoladas ou em associao e d outras providncias. Art. 1 Esta resoluo estabelece os critrios para a embalagem, rotulagem, dispensao e controle de medicamentos base de substncias classificadas como antimicrobianos, conforme lista constante do Anexo a esta Resoluo, de uso sob prescrio, isoladas ou em associao. Pargrafo nico. A dispensao de medicamentos contendo as substncias listadas no Anexo a esta resoluo, isoladas ou em associao, fica sujeita reteno de receita e escriturao em farmcias e drogarias, nos termos desta resoluo.

  • 22

    Art. 2 A dispensao de medicamentos a base de antimicrobianos de venda sob prescrio somente poder ser efetuada mediante receita de controle especial, sendo a 1 via - Retida no estabelecimento farmacutico e a 2 via - Devolvida ao Paciente, atestada, como comprovante do atendimento. Art. 6 Na embalagem e rotulagem dos medicamentos contendo substncias antimicrobianas constante da lista Anexa de que trata esta resoluo deve constar, obrigatoriamente, na tarja vermelha, em destaque a expresso: Venda Sob Prescrio Mdica - S Pode ser Vendido com Reteno da Receita.

    Pargrafo nico. As receitas de antimicrobianos tero validade de 10 (dez) dias a contar da data de sua emisso.

    11 Automedicao

    Automedicao - a escolha e o uso de medicamentos, feitos pelos indivduos, para tratar distrbios e sintomas auto-reconhecveis. A automedicao um elemento do autocuidado.

    Automedicao no autoprescrio, que significa utilizar medicamentos tarjados sem a orientao de um mdico. A Automedicao responsvel trata-se da prtica em que os indivduos tratam os prprios distrbios e sintomas com medicamentos que so aprovados para serem adquiridos sem prescrio (MIPs) e que so seguros e eficazes quando usados segundo instrues apropriadas.

    A Automedicao responsvel pede que os medicamentos tenham segurana, qualidade e eficcia comprovada e os medicamentos usados sejam os que so indicados para condies facilmente autodiagnosticveis e para algumas doenas crnicas (aps diagnstico mdico inicial). As quatro regras principais da automedicao consciente so:

    Cuidar - Cuidar sozinho apenas de pequenos males ou sintomas menores, j diagnosticados ou conhecidos.

    Escolher - Escolher somente medicamentos isentos de prescrio mdica, de preferncia com a ajuda de um Farmacutico.

    Ler - Ler sempre as informaes da embalagem do produto antes de tom-lo. Parar - Parar de tomar o medicamento se os sintomas persistirem. Neste caso, o Mdico

    dever ser consultado. Assim, as instrues do mdico para o uso de um medicamento vendido com receita no

    devem ser ignoradas, bem como, no se deve ignorar o que est escrito nas embalagens do medicamento vendido sem prescrio mdica.

    12 Medicamentos isentos de prescrio mdica

    OTC: Over-the-counter (sobre o balco) em ingls MIPs: Medicamentos isentos de prescrio (Atualmente denominados). O Ministrio da Sade determina quais medicamentos devem ter uma faixa (vermelha ou

    preta) em sua embalagem, o que significa a necessidade da apresentao de uma receita mdica para a dispensao ao consumidor. Medicamentos com embalagens com faixa (vermelha ou preta) somente devem ser vendidos sob prescrio e usados sob orientao mdica, j que se destinam a quadros clnicos que exigem maior cuidado e controle.

    Medicamentos sem faixa na embalagem (OTC) podem ser tomados e adquiridos sem prescrio mdica. Destinam-se a situaes corriqueiras, onde sintomas leves podem incomodar, e, em geral, praticamente so destitudos de efeitos adversos importantes. No entanto a dispensao de OTC dever contar com a assistncia do farmacutico.

    Os sintomas de menor gravidade que podem ser tratados por meio de Medicamentos Isentos de Prescrio (MIPs) so: dores de cabea, acidez estomacal, azia, febre, tosse, priso de ventre, aftas, dores de garganta assaduras, hemorridas, congesto nasal, etc. Mas, o uso dos MIPs deve ser sucedido por uma consulta mdica quando:

    Os sintomas persistirem, piorarem ou se o paciente tiver uma recada;

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingua_inglesa

  • 23

    O paciente tiver dores agudas; O paciente tiver tentado um ou mais remdios sem sucesso; Surgirem efeitos no desejados; O paciente estiver convencido da gravidade dos seus sintomas; O paciente tiver problemas psicolgicos, como: ansiedade, inquietao, depresso,

    letargia, agitao ou hiper-excitabilidade; Estiver presente um caso de gravidez e aleitamento; Paciente beb, criana ou idoso.

    As embalagens dos medicamentos de venda livre (sem prescrio mdica) atuais contm vrias observaes quanto s suas eventuais interaes com outras substncias.

    As interaes so reaes que podem ocorrer quando voc mistura certos medicamentos com alimentos, bebidas ou outros medicamentos. Algumas interaes podem produzir reaes indesejveis, tornar um medicamento menos eficiente ou mesmo ineficaz. Alguns anticidos, por exemplo, podem reduzir a ao de antibiticos. Misturar lcool a certos medicamentos, por exemplo, antialrgicos e sedativos, pode deix-lo sonolento ou diminuir os reflexos. Outras interaes podem ocorrer quando voc tem problemas nos rins, diabetes ou presso alta.

    Informaes que devem estar presentes nas embalagens dos medicamentos isentos de

    prescrio. Observa-se que no h nenhuma tarja na embalagem:

    Os medicamentos comercializados devem conter as seguintes informaes:

    Modo de usar; Efeitos e possveis efeitos colaterais; Como os efeitos do medicamento podem ser monitorados; Possveis interaes medicamentosas; Precaues e advertncias; Durao do tratamento; E quando o profissional de sade dever ser procurado.

    13 Medicamentos de marca ou originais ou inovadores So medicamentos desenvolvidos, produzidos, patenteados e registrados no Ministrio da Sade pelos seus produtores, aps comprovarem no rgo Sanitrio Federal, atravs de pesquisas cientficas, a eficcia teraputica, a qualidade e a segurana do medicamento. Os medicamentos de marca ou originais so tambm chamados de medicamentos de referncia. Atualmente esses medicamentos trazem na embalagem apenas o nome fantasia ou de marca que os tornaram conhecidos.

  • 24

    A partir da entrada em vigor da Lei n 9.787/99, os medicamentos de marca que chegarem ao comrcio apresentaro, obrigatoriamente no rtulo, tambm o nome do princpio ativo do produto, que dever ser impresso logo abaixo do nome de fantasia.

    14 Medicamentos similares

    So aqueles que contm o mesmo ou os mesmos princpios ativos, devendo apresentar concentrao, forma farmacutica, via de administrao, posologia e indicao teraputica idnticas ao medicamento de referncia. Devem ser registrados no Ministrio da Sade, podendo diferir somente em caractersticas relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veculos, devendo ser sempre identificados por nome comercial, estando sujeitos a todas as demais regras de controle sanitrio que os outros produtos. Os medicamentos similares no so intercambiveis, ou seja, no podem, substituir os remdios de marca ou originais nas receitas. Para ser dispensados nos balces da farmcias, o mdico dever receit-los pelo seu nome comercial.

    15 Medicamentos genricos So medicamentos que sero produzidos de forma idntica aos produtos de marca ou originais, geralmente aps ter havido a expirao ou renncia da proteo patentria ou de outros direitos de exclusividade destes (Lei n 9.787/99). Os produtores devem comprovar, atravs de testes especficos, que os medicamentos genricos tero a mesma eficcia teraputica dos medicamentos originais, ou seja, dever ter o mesmo frmaco, na mesma dose, forma farmacutica e via de administrao, alm de serem absorvidos da mesma forma e no mesmo tempo que o medicamento de referncia. Os testes a serem apresentados pelos produtores para solicitao de concesso de registro junto ao Ministrio da Sade so os de Bioequivalncia e Biodisponibilidade. Uma das grandes vantagens dos medicamentos genricos que so intercambiveis com os produtos de marca ou originais, isto , podem ser trocados por estes nas farmcias, pois tm rigorosamente as mesmas caractersticas e efeitos.

    Porque o nome genrico? Porque a aprovao da Lei n 9.787/99 tornou obrigatria a incluso da denominao genrica (nome do princpio ativo ou principal substncia que compe a frmula do medicamento) em todas as embalagens, rtulos, bulas e no material de divulgao de medicamentos, possibilitando ao consumidor maiores opes na hora de adquirir os produtos a eles prescritos.

    A partir da colocao no mercado dos genricos registrados de acordo com a Lei n

    9.787/99, os fabricantes devero estampar no rtulo dos produtos a frase: "medicamento genrico de acordo com a lei n 9.787/99".

    Importante: a embalagem comercial do medicamento genrico no pode apresentar marca-

    fantasia, devendo na caixa estar escrito to somente a denominao qumica do produto, tambm conhecida como princpio ativo.

  • 25

    O que so testes de biodisponibilidade? So testes executados com a finalidade de verificar a capacidade que um medicamento tem em atingir determinado stio no organismo, em uma concentrao capaz de produzir o efeito farmacolgico esperado. Por exemplo, em uma otite mdia, o medicamento utilizado deve necessariamente atingir o ouvido mdio em uma concentrao suficiente para combater a infeco ali instalada.

    O que so testes de bioequivalncia?

    So testes executados com a finalidade de comprovar se um medicamento genrico capaz de produzir exatamente o mesmo efeito farmacolgico que o medicamento de referncia.

    Os medicamentos genricos, dessa forma, devero ter a mesma composio qualitativa e quantitativa de princpio ou princpios ativos dos medicamentos originais ou de referncia. 100 mg de cido Acetilsaliclico Genrico, por exemplo, deve produzir o mesmo efeito farmacolgico que se espera obter com 100 mg do cido Acetilsaliclico original.

    Como ser feita a prescrio dos medicamentos? Os mdicos sero obrigados a prescrever genrico? Nos consultrios, clnicas e hospitais particulares os mdicos podero continuar prescrevendo os medicamentos pela marca comercial sempre que acharem necessrio. Esto livres para receitarem o medicamento pelo nome do princpio ativo se assim o desejarem, deixando a opo da troca do medicamento indicado, por um genrico, a cargo do farmacutico. A regulamentao da lei permite que os farmacuticos possam trocar os medicamentos no balco, usando o princpio da Intercambialidade, sempre que o receiturio assim o permitir. Se o mdico no desejar que ocorra troca em nenhuma hiptese, dever deixar isso bem claro na prescrio, por meio de uma frase do tipo: "troca no autorizada" ou "no autorizo a substituio", escritas de prprio punho, no sendo aceitos qualquer tipo de etiquetas adesivas, carimbos, impresso, colagens ou qualquer outra forma. No existe frase padronizada ou normalizada para expressar a vontade do profissional prescritor, apenas a idia da proibio da troca de medicamentos que deve ficar clara. Os mdicos ligados ao SUS receberam orientaes para prescreverem aos seus pacientes o nome do princpio ativo dos medicamentos.

    Como ser feita a dispensao dos medicamentos? A dispensao se realizar de acordo com o disposto no item 6.2 da RDC 10/2001,

    observando-se os seguintes critrios:

    Ser permitida ao profissional farmacutico a substituio do medicamento prescrito, exclusivamente pelo medicamento Genrico correspondente, salvo se houverem restries expressas por parte do profissional prescritor.

    Nestes casos, o profissional farmacutico deve indicar a substituio realizada na prescrio, apor seu carimbo onde conste seu nome e nmero de inscrio do Conselho Regional de Farmcia, datar e assinar.

    Nos casos de prescrio utilizando nome Genrico, somente ser permitida a dispensao do medicamento de referncia ou de outro Genrico correspondente.

    dever do profissional farmacutico explicar detalhadamente a dispensao realizada ao paciente ou usurio, bem como fornecer toda a orientao necessria ao consumo racional do medicamento Genrico.

    A substituio genrica dever ser baseada na relao de medicamentos genricos aprovados pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria e cujos registros tenham sido publicados no Dirio Oficial da Unio. A relao de medicamentos genricos ser sempre divulgada e atualizada pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria.

  • 26

    Lembre-se: Os medicamentos similares no so intercambiveis. Sendo assim, em hiptese

    alguma podero substituir os medicamentos originais ou genricos prescritos pelos mdicos.

    Como o consumidor poder reconhecer os medicamentos originais, os similares e os genricos?

    Para evitar que o consumidor encontre dificuldades para identificar as categorias de

    medicamentos, o Decreto n 3.181 determina que aqueles medicamentos similares que antes eram vendidos somente pelo nome do princpio ativo passem a ter tambm um nome fantasia ou marca.

    Dessa forma, aps ter acontecido a rotatividade dos estoques, a tendncia ser de que o consumidor encontre no mercado somente dois tipos de embalagens: As embalagens dos remdios inovadores e similares, que tero marca e nome do princpio ativo; e as embalagens dos medicamentos genricos, que tero somente o nome do princpio ativo e a frase "Medicamento Genrico, de acordo com a Lei n 9.787/99".

    Somente os genricos iro para as prateleiras ostentando unicamente o nome do princpio ativo.

    16 Medicamentos fracionveis

    O que fracionamento? Medicamentos fracionados so fabricados em embalagens especiais e vendidos na quantidade exata prescrita. Por exemplo, se voc tem que tomar 4 comprimidos, no precisa mais comprar a caixa com 7.

    Quais so os benefcios de comprar medicamentos fracionados?

    Voc compra medicamento apenas na quantidade que precisa.

    Voc economiza no tratamento.

    Voc evita os riscos de intoxicao pelo consumo das sobras de medicamentos estocados em casa.

    Todos reduzem o desperdcio. O medicamento fracionado tem a mesma qualidade e segurana daqueles que voc compra hoje em dia. A diferena que vir em uma embalagem especialmente desenvolvida para ele, com todas as informaes e orientaes necessrias.

    Quem poder realizar o fracionamento e a dispensao de medicamentos fracionados? O fracionamento responsabilidade do farmacutico e deve ser realizado de acordo com as Boas Prticas para Fracionamento institudas pela RDC n80/06.

    Quais os benefcios do fracionamento? O fracionamento tem um importante papel para a promoo do uso racional de medicamentos, pois permite disponibilizar o produto em quantidade e dosagens suficientes para o tratamento. Isso evita que se mantenham sobras de medicamentos em casa, diminuindo a possibilidade de efeitos adversos e intoxicaes, derivados da automedicao.

    Esse tipo de dispensao amplia o acesso da populao aos medicamentos, pois ao comprar a exata quantidade prescrita, cai o preo e ento barateia o custo do tratamento.

    Os medicamentos fracionados mantm suas caractersticas de qualidade e de segurana?

  • 27

    Sim. Os medicamentos fracionveis vm em embalagens especialmente desenvolvidas para esse fim, que no permitem o contato do medicamento com o meio externo at a sua utilizao pelo usurio final. Alm disso, os dados de identificao (nome do produto, concentrao do princpio ativo, n de registro, lote, prazo de validade etc.) devero constar na unidade individualizada do medicamento.

    Quais so os medicamentos que podem ser fracionados? Os medicamentos nas apresentaes de frasco-ampola, ampola, seringa preenchida, flaconete, sach, envelope, blister podem ser fracionados e dispensados de forma fracionada. Tambm so passveis de fracionamento os que se apresentam nas formas farmacuticas de comprimidos, cpsulas, vulos vaginais, drgeas, adesivos transdrmicos e supositrios. preciso ainda que estejam acondicionados em embalagens especialmente desenvolvidas pelo fabricante para essa finalidade, com mecanismos que permitam a subdiviso em fraes individualizadas. Essas embalagens so facilmente identificadas pela inscrio EMBALAGEM FRACIONVEL no rtulo da embalagem secundria. Os medicamentos sujeitos ao controle especial de que trata a Portaria n 344, de 12 de maio de 1998, e suas posteriores atualizaes, no podem ser fracionados

    Quais os principais passos para realizar o fracionamento e a dispensao de medicamentos fracionados?

    O fracionamento se inicia com a avaliao da prescrio e termina com a dispensao, percorrendo os seguintes passos:

    Avaliao da prescrio pelo farmacutico.

    Subdiviso da embalagem do medicamento em fraes menores, realizada na rea de fracionamento, para atender quantidade prescrita.

    Acondicionamento das unidades fracionadas na embalagem da prpria farmcia, contendo uma bula do medicamento correspondente.

    Retorno das unidades remanescentes embalagem original para fracionveis, quando for o caso.

    Rotulagem da embalagem destinada dispensao direta ao usurio, contendo as informaes exigidas pela RDC n 80/06

    Nmero(s) do(s) lote(s) ou partida(s) com a(s) data(s) de fabricao e data(s) de validade (ms/ano) do medicamento.

    Registro das operaes no livro correspondente ou no seu equivalente eletrnico.

    Restituio da receita ao usurio, devidamente carimbada em cada item dispensado e assinada pelo farmacutico.

    Dispensao dos medicamentos fracionados.

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    17 Farmcia Popular do Brasil Em 1 de Fevereiro de 2011 o anncio foi realizado pela presidenta da Repblica, Dilma

    Rousseff, e o ministro da Sade, Alexandre Padilha (Portaria GM 491/2006). As farmcias e drogarias da rede privada espalhadas por todo o pas podero funcionar

    tambm como postos da Farmcia Popular. Nelas, o usurio encontra os principais medicamentos para hipertenso e diabetes at dez vezes mais baratos. Os descontos vo de 50% a 90% e valem inclusive para os remdios genricos.

    J existe uma lista de medicamentos que so vendidos na farmcia popular, e inclusive comercializado anticoncepcionais. Para adquirir os medicamentos nas farmcias participantes do Programa Farmcia Popular, o usurio s precisa levar a receita assinada por um mdico e o seu CPF.

    A Farmcia Popular do Brasil um programa do Govern