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SIMPLEX NAS SOCIEDADES COMERCIAIS NEWSLETTER RVR 1 Abril de 2007 DISPENSA DE APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO COMPROVATIVA DE SITUAÇÃO FISCAL Paulo de Faria Ramos Foi publicado o Decreto-Lei nº 114/07, de 19 de Abril, que consagra novas medidas de desburocratização e desmaterialização no relacionamento entre os cidadãos e entidades com os serviços públicos. Assim, o diploma em causa prevê a faculdade de dispensa da apresentação, perante os serviços públicos, de certidão comprovativa de situação tributária ou contributiva regularizada dos cidadãos e das entidades (art. 1º). A dispensa pode ser concedida a pessoas e entidades que participem em procedimentos administrativos, nos quais as entidades competentes para a sua instrução ou para proferir a decisão final do mesmo sejam os serviços da administração directa do estado, os organismos da administração indirecta do estado, as autarquias locais, suas associações ou federações e seus serviços, bem como as áreas metropolitanas (art. 2º, nº 1). Esta faculdade é concedida no âmbito de todos os procedimentos administrativos em que, até agora, era exigida, para a respectiva instrução ou decisão final, a apresentação de certidão comprovativa de situação tributária ou contributiva regularizada (art. 2º, nº2). A dispensa da apresentação da certidão em causa está condicionada ao consentimento do interessado para consulta da sua situação tributária ou contributiva, a prestar de forma expressa e inequívoca nos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social (art. 4º, 1). O consentimento poderá ser revogado, a todo o tempo, pelo titular dos dados, através dos meios disponibilizados nos sítios referidos (art. 5º). O consentimento prestado pelo titular dos dados autoriza o serviço público identificado naquele a aceder à informação constante dos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social, com o único objectivo de comprovar a existência de situação tributária ou contributiva regularizada, sendo que, depois de prestado o consentimento, a informação em causa ficará disponível no prazo de dez dias úteis após cada pedido de consulta efectuado pelas entidades autorizadas (art. 4º). A informação disponibilizada nos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social é apenas a respeitante à situação tributária e contributiva dos titulares que tenham prestado o consentimento, e cada informação obtida pelas entidades autorizadas a aceder às mesmas é válida por um prazo de seis meses (art. 6º, nºs 2 e 3). Ao titular dos dados é conferido o direito de acesso aos registos das consultas efectuadas no âmbito do consentimento por si prestado (art. 6º, nº 7), e os serviços autorizados a fazer a consulta e as entidades

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SIMPLEX NAS SOCIEDADES COMERCIAIS NEWSLETTER RVR 1

Abril de 2007

DISPENSA DE APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO COMPROVATIVA DE SITUAÇÃO FISCAL Paulo de Faria Ramos

Foi publicado o Decreto-Lei nº 114/07, de 19 de Abril, que consagra novas medidas de desburocratização e desmaterialização no relacionamento entre os cidadãos e entidades com os serviços públicos. Assim, o diploma em causa prevê a faculdade de dispensa da apresentação, perante os serviços públicos, de certidão comprovativa de situação tributária ou contributiva regularizada dos cidadãos e das entidades (art. 1º). A dispensa pode ser concedida a pessoas e entidades que participem em procedimentos administrativos, nos quais as entidades competentes para a sua instrução ou para proferir a decisão final do mesmo sejam os serviços da administração directa do estado, os organismos da administração indirecta do estado, as autarquias locais, suas associações ou federações e seus serviços, bem como as áreas metropolitanas (art. 2º, nº 1). Esta faculdade é concedida no âmbito de todos os procedimentos administrativos em que, até agora, era exigida, para a respectiva instrução ou decisão final, a apresentação de certidão comprovativa de situação tributária ou contributiva regularizada (art. 2º, nº2). A dispensa da apresentação da certidão em causa está condicionada ao consentimento do interessado para consulta da sua situação tributária ou contributiva, a prestar de forma expressa e inequívoca nos sítios da Internet

das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social (art. 4º, nº 1). O consentimento poderá ser revogado, a todo o tempo, pelo titular dos dados, através dos meios disponibilizados nos sítios referidos (art. 5º). O consentimento prestado pelo titular dos dados autoriza o serviço público identificado naquele a aceder à informação constante dos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social, com o único objectivo de comprovar a existência de situação tributária ou contributiva regularizada, sendo que, depois de prestado o consentimento, a informação em causa ficará disponível no prazo de dez dias úteis após cada pedido de consulta efectuado pelas entidades autorizadas (art. 4º). A informação disponibilizada nos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social é apenas a respeitante à situação tributária e contributiva dos titulares que tenham prestado o consentimento, e cada informação obtida pelas entidades autorizadas a aceder às mesmas é válida por um prazo de seis meses (art. 6º, nºs 2 e 3). Ao titular dos dados é conferido o direito de acesso aos registos das consultas efectuadas no âmbito do consentimento por si prestado (art. 6º, nº 7), e os serviços autorizados a fazer a consulta e as entidades

administradoras dos sítios da Internet das declarações electrónicas e do Serviço da Segurança Social – respectivamente a Direcção-Geral da Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros e o Instituto de Informática e Estatística da Segurança

Social, I. P. - , estão obrigadas a respeitar as normas legais vigentes sobre a protecção, tratamento e circulação de dados pessoais, bem como a assegurarem a salvaguarda da confidencialidade das informações obtidas (art. 7º, nº1).

© Regal, Varela, Ramos & Associados – Sociedade de Advogados RL // 2007

Esta informação tem apenas carácter genérico, não constituindo uma forma de publicidade, de solicitação de clientes ou de aconselhamento jurídico. Caso necessite de aconselhamento jurídico sobre estas ou outras matérias sugerimos que contacte um advogado.