disney world pronto

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL (NOTURNO) DISCIPLINA DE TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO I PROFESSOR PAULO HENRIQUE SIMON DISNEY WORLD: UM MODELO DE GESTÃO ALEXANDRE SUZZIM CALGAROTO GUSTAVO MAYKOT SERAFIM LUÍS FERNANDO POSSENTI VALQUÍRIA BALVEDI VINICIUS PAULO JACOBSEN PEREIRA FLORIANÓPOLIS 10 DE NOVEMBRO DE 2008

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Page 1: Disney World PRONTO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL (NOTURNO)

DISCIPLINA DE TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO I

PROFESSOR PAULO HENRIQUE SIMON

DISNEY WORLD:

UM MODELO DE GESTÃO

ALEXANDRE SUZZIM CALGAROTO

GUSTAVO MAYKOT SERAFIM

LUÍS FERNANDO POSSENTI

VALQUÍRIA BALVEDI

VINICIUS PAULO JACOBSEN PEREIRA

FLORIANÓPOLIS10 DE NOVEMBRO DE 2008

Page 2: Disney World PRONTO

Sumário

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................11.1. TEMA......................................................................................................................11.2. OBJETIVOS...........................................................................................................11.3. METODOLOGIA.....................................................................................................11.4. RECURSOS...........................................................................................................2

2. BIOGRAFIA..................................................................................................................33. DISNEYLAND PARK – CALIFÓRNIA.........................................................................9

3.1. O PIONEIRO..........................................................................................................93.2. ADVENTURE PARK.............................................................................................10

4. DISNEY WORLD RESORT – FLÓRIDA....................................................................114.1. APRESENTAÇÃO................................................................................................114.2. HISTÓRIA.............................................................................................................114.3. SITUAÇÃO ATUAL...............................................................................................12

4.3.1. Economia.......................................................................................................124.3.2. Empregos.......................................................................................................134.3.3. Manutenção....................................................................................................134.3.4. Ingressos Mais Caros.....................................................................................144.3.5. Ingressos Grátis Para Aniversariantes...........................................................15

5. TOKYO DISNEY RESORT.........................................................................................165.1. HISTÓRIA.............................................................................................................165.2. POR QUE NO JAPÃO?........................................................................................165.3. AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS.....................................................................175.4. ESPERANÇA ATUAL...........................................................................................185.5. POR QUE DEU CERTO?.....................................................................................19

6. EURO DISNEY RESORT...........................................................................................216.1. POR QUE NA EUROPA?.....................................................................................226.2. AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS.....................................................................236.3. INÍCIO CATASTRÓFICO.....................................................................................266.4. O QUE DEU ERRADO?.......................................................................................286.5. TOKYO DISNEY RESORT X EURO DISNEY......................................................29

7. HONG KONG DISNEYLAND.....................................................................................308. MODELO DE GESTÃO DA DISNEY.........................................................................32

8.1. TRADIÇÃO E SÍMBOLOS....................................................................................348.2. MARKETING........................................................................................................358.3. SÍNTESE..............................................................................................................39

9. ANEXOS.....................................................................................................................4010. CONCLUSÃO...........................................................................................................4211. REFERÊNCIAS........................................................................................................44

FLORIANÓPOLIS10 DE NOVEMBRO DE 2008

Page 3: Disney World PRONTO

1. INTRODUÇÃO

1.1. TEMA

Altos e baixos e administração do grupo Disney.

1.2. OBJETIVOS

O presente projeto tem como objetivo identificar, explanar e analisar, de forma

crítica, os conceitos de organização da administração implantada nos parques

temáticos da Disney World. Destacamos aqui o sucesso com o qual o grupo Disney

implantou seu primeiro parque na Califórnia e o segundo, o maior e mais conhecido,

situado na Flórida.

Abrangeremos a análise administrativa e produtiva para a montagem de suas

filiais. Ressaltamos dois dos parques para uma comparação: A Disney Tóquio –

considerada um grande sucesso – e a Euro Disney, vista como um fracasso inicial do

grupo. A abordagem é feita analogamente ao método de escolha das funções

administrativas que ocasionaram esse acerto e esse equívoco.

1.3. METODOLOGIA

Nosso modo de pesquisa se resume a toda e qualquer publicação vinculada com

a forma de administração do grupo Disney. Para tanto, pesquisamos livros, jornais,

periódicos, sites e artigos da área.

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1.4. RECURSOS

Trabalho impresso para entrega ao professor e projeto no Power Point para

apresentação em sala de aula. Disponibilizaremos ambos no grupo de TGA online.

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2. BIOGRAFIA

Em cinco de dezembro de 1901, nasce em Chicago, Walter Elias Disney, quarto

filho do casal protestante Flora e Elias Disney. O pai era um homem sério, devoto,

severo e conservador. Em 1906 muda de Chicago para uma fazenda em Marceline, no

Missouri. A mudança aconteceu pela preocupação de Elias na criação dos seus filhos,

pois a cidade começava a ficar cada vez mais violenta.

Para Walt Disney, Marceline representou os anos mais felizes

de sua vida, marcando-o para sempre. Quando construiu a Main Street

da Disneylândia, a antiga cidade foi sua inspiração.

Na fazenda a família Disney vivia do cultivo de maçãs e

ameixas. Com quatro filhos homens e uma menina, Elias sabia que

não precisaria pagar empregados para o trabalho na fazenda. O irmão

mais velho de Walt, Roy, era o mais apegado a ele. Sempre disposto a

ajudar, acabava fazendo a maior parte de seu trabalho, enquanto Walt desenhava e

conversava com os animais.

Elias Disney, por ter uma educação conservadora, nunca entendeu e muito

menos incentivou o lado artístico do filho Walt; ele teve uma primeira infância muito

dura, apanhando e sendo criticado severamente pelo pai.

Quando ia para o centro da cidade, Walt ficava observando a loja de chapéus

para homens, o empório, a barbearia e, principalmente, o movimento dos trens e das

pessoas que iam e vinham – trem este que passava bem diante da fazenda. Apanhava

sempre que seu pai o pegava observando o trem passar em vez de estar trabalhando.

Os amigos de Walt eram os porcos, as galinhas, os patos. Criava histórias,

conversava com as plantas e registrava tudo que via

através de desenhos (árvores, flores com rostos).

Desenhos estes feitos em papel de embrulho ou higiênico, pois não havia papel

sobrando na sua casa.

2

Figura 1 – Sr. e Sra. Disney

Figura 2 - Alguns dos desenhos de Walt Disney

Page 6: Disney World PRONTO

Walt lia tudo que conseguia. Além do gosto pelos desenhos também tinha uma

curiosidade imensa pela leitura. Aprendeu a ler e escrever com sua mãe, Flora, que era

professora antes de casar. Identificava-se com as histórias criadas por Mark Twain

(pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens), que foi uma grande influência na

primeira parte de sua infância. Era apaixonado pelas aventuras infantis de Tom Sawyer

e Huckleberry Finn.

Passando por uma fase bem difícil na fazenda, Elias resolveu leiloá-la. Depois de

pagar algumas dívidas, reservou parte do dinheiro para abrir um novo negócio:

distribuição do jornal Kansas City Star, em Kansas City. A família se mudou no verão de

1910. Apesar de ter morado em Marceline apenas quatro anos, Walt jamais esqueceria

o lugar, os animais e as pessoas que lá conheceu, sendo bastante influenciado pela

fazenda.

Em Kansas, Walt e o irmão Roy entregavam o jornal de

madrugada e a tarde. Após a entrega dos jornais Walt ainda ia

para escola e durante o recreio fazia a limpeza de uma loja de

doces e entregas para uma farmácia, pois só assim ganharia

algum dinheiro, já que seu pai não lhe pagava salário algum.

Certo dia Walt decidiu ir ao cinema (mudo naquela época). Com o dinheiro que

juntara, foi assistir ao seu primeiro filme: Branca de Neve, estrelado por Marguerite

Clark. No meio da sessão seu pai entra furioso, leva-o pra rua e surra o garoto no meio

de todos. Para Walt a surra valeu a pena, pois jamais esqueceu o primeiro filme a que

assistiu e que seria um de seus maiores sucessos de bilheteria

mais tarde.

Cansado de apanhar e já com 14 anos de idade, certo dia Walt segura seu pai

após este levantar a cinta para repreendê-lo. A partir deste dia, Elias nunca mais tentou

bater no filho novamente.

3

Figura 3 - A Branca de Neve

Page 7: Disney World PRONTO

Elias decide vender a concessão de distribuição de jornal e voltar à Chicago, em

1916 e Walt acompanhou os pais. Desenhava os cartoons para o

jornal da sua escola e fazia curso de desenho na Academia de

Artes de Chicago. Além disso, tinha dois empregos como vigia

noturno e entregador dos correios. Mas como o irmão e muito de

seus amigos fizeram, seu grande desejo era alistar-se nas forças

armadas. Como tinha apenas 17 anos, Walt falsificou seus

documentos e mentiu sobre sua idade com o auxilio de sua mãe, alistando-se na Cruz

Vermelha como motorista de ambulância. Só foi para a Europa após o término da

guerra, ficando lá cerca de um ano dirigindo ambulâncias e caminhões – e é claro,

desenhando.

Em 1919 volta para Chicago, porém, como o pai impõe alguns empregos, Walt

junta suas economias e vai para Kansas City, onde alguns de seus irmãos ainda vivem.

Walt consegue um emprego temporário, na época das festas de fim de ano, como

aprendiz de desenhista de um pequeno estúdio.

Nesse emprego Walt conhece Ubbe Iwerks, com quem aprendeu bastante. Após

ambos serem dispensados, Walt propõe a Ubbe que montassem seu próprio estúdio,

iniciando assim as atividades da Iwerks-Disney.

Começaram nos escritórios de um restaurante que lhes cedeu espaço em troca

de serviços. Pouco tempo depois Walt conseguiu vários clientes e a empresa muda-se

para um escritório maior. Junto com a empresa que montara, Walt Disney aceitou um

trabalho em um estúdio de desenhos de curta metragem. Neste emprego, aprendeu

muito sobre animação. Algum tempo depois convenceu os diretores da empresa a

contratar Ubbe, já que a Iwerks-Disney não estava indo bem. Na garagem da casa

onde morava possuía um estúdio improvisado, onde trabalhava todas as noites com

Ubbe.

Com 21 anos de idade Walt decide produzir desenhos animados longos. Para

tanto, chama alguns artistas através de anúncios, onde o salário seria o possível lucro

da venda. Convence o amigo Ubbe a juntar-se a Laugh-O-Gram Films. Produziram

alguns filmes até que a distribuidora deixou de pagar o que lhes devia. Ubbe volta para

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Figura 4 - Walt Disney e a ambulância que dirigia

Page 8: Disney World PRONTO

seu antigo emprego e Disney, sem dinheiro, muda-se para seu escritório (onde nem

banheiro há). Seu companheiro no local era um rato que alimentava quando aparecia

em sua mesa.

Ainda tentou produzir um filme onde uma menina circularia pelo mundo dos

cartoons (Alice in Cartoonland), porém, por falta de fundos, não conseguiu terminar.

Desencantado, decide deixar Kansas e ir pra Hollywood. Então, em 1923, compra uma

passagem para Los Angeles, levando apenas duas camisas, uma muda de roupa

íntima, o material filmado de Alice e 40 dólares.

Lá procura emprego como diretor. Morando de favor na

casa do tio, Walt não consegue emprego e nem consegue

encontrar outra grande influência da sua vida, Charles Chaplin.

Sem dinheiro e sem trabalho não poderia continuar vivendo na

casa do tio. Foi quando sua antiga distribuidora encomenda 12

filmes da série de Alice. Estava disposta a pagar bem por cada

uma no ato da entrega. Com 250 dólares do irmão Roy e 500 emprestados do tio, Walt

começa a filmar. A Disney Brothers Productions, após entregar seis filmes, conseguiu

contratos para outros. Com isso Walt chama seu amigo Ubbe para ajudar na empresa,

ganhando 25% do faturamento.

No total foram 57 filmes da série Alice, entretanto, a partir do 16º não houve

lucro, pois Disney buscava sempre a perfeição, gastando o lucro em novos desenhos e

refilmagens. Enquanto Walter sonhava e casava-se em 1923 com Lillian Bounds, uma

de suas funcionárias, Roy corria atrás do dinheiro.

O estúdio foi ampliado e mudou-se novamente, de nome e de lugar. Agora se

chamava The Walt Disney Studio. Daí nasceram os primeiros

desenhos de Mickey Mouse e do longa metragem “Branca de

Neve e os Sete Anões”, além de “Os Três Porquinhos”, “Pluto”,

“Pato Donald”, “Pateta”, entre outros. O primeiro grande

sucesso foi o coelho “Oswald”. Porém, por não ler o contrato,

Walt acabou passando os direitos autorais para a Universal Pictures que ainda levou

grande parte de seus cartunistas. Não sabendo como dar a notícia para o irmão, Walt

5

Figura 5 - Disney e seu amigo Ubbe

Figura 6 - Mickey Mouse

Page 9: Disney World PRONTO

diz: “Não temos mais o coelho Oswald, mas eu trouxe o Mickey Mouse”.

Roy sai em busca de patrocínio enquanto Walt e Ubbe discutiam a personalidade

do Mickey. Anos mais tarde Walt Disney confessou que se inspirou em Charles Chaplin.

O começo é difícil. Os primeiros filmes de Mickey não fazem sucesso, mas Disney ficou

entusiasmado com o primeiro filme lançado com som pela Warner Bros. Depois de

muita procura conseguiu, em 1928, estrear o primeiro desenho sonoro de Mickey

Mouse, que fez um estrondoso sucesso.

A partir daí, com algumas dificuldades, os Estúdios Disney só cresceram. Após

sonorizar os filmes, Walt decidiu inovar nas cores também. Apesar de mais caras, as

produções fizeram sucesso, com o grande sucesso do rato Mickey e o merchandising

em cima do desenho, (bonés, brinquedos, papelaria) o faturamento aumentou

consideravelmente. Não satisfeito em inovar em som e imagem, Walt Disney queria

fazer um longa metragem. Sem ninguém que o financiasse (não acreditavam que daria

certo), hipotecou a casa e pegou um empréstimo. Três anos depois, em 1937, o filme

“A Branca de Neve e os Sete Anões” estréia e traz um lucro de mais de oito milhões de

dólares em sua primeira exibição.

Após alguns fracassos dos Estúdios Disney, em 1940, Roy convence o irmão de

que a única maneira de não entrar em falência é abrindo o capital e vendendo ações da

empresa. Mesmo contrariado, acabou cedendo.

Com a entrada dos EUA na segunda grande guerra, o estúdio fica destinado a

fazer filmes de treinamento e instruções para militares, tudo a preço de custo. Com

isso, no final da guerra os Estúdios Disney voltam endividados. Walt Disney resolve

gravar novos longa metragens, o que conseguiu reerguer o Estúdio. Alguns deles

foram: “Cinderela”, “Alice no País das Maravilhas”, “Peter Pan”, “A Dama e o

Vagabundo”. Além disto, entra no ramo de documentários, começando com o ciclo de

vida das focas em 1949 e fazendo muitos outros após.

Sempre inovando, Walt Disney desejava criar um parque de diversões. Um

parque jamais visto antes, temático, inovador e empolgante. O investimento seria muito

alto, então o irmão Roy logo negou a idéia. Walt foi atrás de outros patrocinadores, e

devido aos altos custos todos recusaram. Nessa época a televisão estava começando a 6

Page 10: Disney World PRONTO

ganhar mercado e Walt Disney já tinha algumas propostas para programas semanais

na TV. Com isso fez uma troca: faria os programas e a empresa de TV ajudaria no

financiamento do sonhado parque.

O programa de TV estreou em 1954 e já fazia alusão ao parque que seria

construído. No dia 17 de julho de 1955 foi aberta a Disneylândia. Era um domingo,

domingo negro como chamou Walt Disney. Houve várias falhas; mais convidados do

que fora pretendido, ingressos falsificados, restaurantes acabaram sem comida, além

de outros erros cometidos. O parque ficou fechado por duas semanas, enquanto

tentava-se resolver todos os problemas.

Até o fim de 1955 mais de 1 milhão de pessoas já haviam

passado por lá. Quando completou um ano de empreendimento, já

estava em condições de pagar os empréstimos assumidos e

comprar as ações que pertenciam a outros. Os dias de

dificuldades financeiras acabaram. Em pouco tempo a

Disneylândia transformou os irmãos Disney em homens ricos e

prósperos. O parque continuou em constante mudança, sempre

aprimorando suas atrações e sempre sob o comando de Walt Elias Disney até o seu

falecimento em 15 de dezembro de 1966 com 65 anos, em Los Angeles, vítima de

câncer.

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Figura 7 - Walter Elias Disney

Page 11: Disney World PRONTO

3. DISNEYLAND PARK – CALIFÓRNIA

3.1. O PIONEIRO

Localiza-se em Anaheim, Califórnia e foi inaugurado em 17 de julho de 1955.

Detém a distinção de ser o único parque temático a ser concebido, construído e aberto

por Walt Disney. Em 1990, o parque expande-se, tendo agora se adaptado

comercialmente aos outros parques; não era somente um parque de diversões, havia

resorts, restaurantes, hotéis. Na mesma época, as ações do parque foram colocadas na

bolsa, o que ocasionou, entre outras coisas, mudanças e cortes; abandono, declínio da

quantidade de clientes e do parque. A equipe de gestores, logo, foi trocada.

O Resort recebeu todos os presidentes dos Estados Unidos desde 1955, além de

chanceleres e pessoas de renome internacional. Em meio a Guerra Fria, até mesmo

Nikita Krushev, premier da antiga URSS, visitou o parque em 1955.

Atualmente, já foi visitado por mais de 515 milhões de pessoas. Em 2007, mais

de 14,8 milhões de pessoas visitaram o parque, sendo o segundo mais visitado do

mundo.

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Figura 8 - Parque da Disney localizado no estado da Califórnia

Page 12: Disney World PRONTO

3.2. ADVENTURE PARK

Também localizado em Anaheim, Califórnia, foi construído em 8 de fevereiro de

2001 e constitui-se em 5 partes: Sunshine Plaza, Hollywood Pictures Backlot, The

Golden State, A Bug's Land e Paradise Pier. A maioria dessas partes assemelham-se

em vários aspectos à cultura, patrimônio e história Califórniana.

O parque teve uma inicial falta de sucesso, pelos seguintes motivos:

Perda do espírito de receber bem os visitants - foi conhecido como o “mau

boca-a-boca”. Isso desencorajou a vinda de futuros visitantes;

Pouca quantidade de restaurantes, lojas e atrações;

Falta de passeios para crianças. Tornou-se um parquet de brinquedos de

aventura, perdendo a descrição de “Disney: parques para toda a família”;

Alto preço dos ingressos, desproporcional comparado com a Disney de Lake

Buena Vista;

Foram gastos apenas 500 milhões de dólares, recebendo críticas por ter sido

construído “on the cheap”.

Atualmente, graças à campanha de melhoramento, recebeu destaque nacional;

havendo grandes projetos de expansão sobre ele.

9

Figura 9 - Adventure Park, também localizado na Califórnia

Page 13: Disney World PRONTO

4. DISNEY WORLD RESORT – FLÓRIDA

4.1. APRESENTAÇÃO

Walt Disney World Resort é o maior e mais visitado conjunto de parques

temáticos do mundo. Localizado no

município de Lake Buena Vista, próximo de

Orlando, ao sul do estado da Flórida, é um

enorme complexo turístico de 122 Km².

O complexo inclui quatro parques

temáticos, dois parques aquáticos, campos

de golfe com mais de 99 buracos, 23 hotéis

recreativos – cada um com uma temática

diferente – assim como uma imensa

quantidade de restaurantes, lojas e lugares de entretenimento em geral.

4.2. HISTÓRIA

Em 1959, a Walt Disney Productions, sob a liderança de Walt Disney, começou a

procurar terrenos para um segundo resort, a fim de complementar a Disneylândia,

aberta em Anaheim, Califórnia, em 1955.

Sua primeira idéia foi construir o parque em Sandford, na Flórida. O conselho da

cidade, no entanto, negou seu pedido porque temiam que a incidência de crimes

aumentasse junto com o turismo. Quando, mais para o leste, viu a bem desenvolvida

rede de estradas, incluindo a Interstate 4 e a Florida's Turnpike, com a antiga Força

Aérea McCoy (hoje o Aeroporto Internacional de Orlando), logo se apaixonou.

Para evitar a curiosidade e especulação, a compra dos primeiros terrenos, que

totalizavam 110km², foi feita no nome de várias pessoas e empresas. Quando começou 10

Figura 10 - Uma das atrações da Disney World localizada no estado da Flórida

Page 14: Disney World PRONTO

a aquisição das terras, o preço de um acre custava, em média, US$ 180,00. Gastou

pouco mais de 5 milhões de dólares na aquisição dos seus 27.443 acres de terra.

Em 15 de novembro de 1965, ele e seu irmão, junto com o governador da

Flórida, decidiram contar à mídia seus planos. Ainda estavam no esboço, mas Walt

descreveu o novo resort da Disneylândia como uma cidade do futuro. O preço do acre

nas proximidades saltou para US$ 80.000,00.

Walt Disney morreu no dia 15 de dezembro de 1966, antes de ver seu projeto ser

realizado. Seu irmão e também companheiro de negócios, Roy O. Disney adiou sua

aposentadoria para supervisionar a construção da primeira fase do resort.

No primeiro dia de outubro de 1971, foi inaugurado o Magic Kingdom, o primeiro

parque temático da Disney Flórida. Os mais otimistas acreditavam que mais de 100.000

pessoas iriam visitar o parque naquele dia; decepcionaram-se. Menos de 10.000

visitantes apareceram. Apesar de todos terem dito que a inauguração foi um fracasso,

os dirigentes do resort acharam que foi um bom começo, pois não houve nenhum

grande problema e todas as operações ocorreram bem. Apenas três meses após a

abertura do Walt Disney World, no dia 20 de dezembro, Roy O. Disney veio a falecer.

Foi acrescentado ao WDW o Epcot Center (1º de outubro de 1982), o Disney's

Hollywood Studios (1º de maio de 1989) e o Animal Kingdom (22 de abril de 1998). No

final, a construção do mais famoso resort de férias do mundo precisou de mais de 9.000

trabalhadores e custou mais de 400 milhões de dólares.

4.3. SITUAÇÃO ATUAL

4.3.1. Economia

Em Maio de 2008 a revista norte-americana Park World publicou o número

estimado de visitas aos parques temáticos de todo o mundo, referente ao ano de 2007.

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Page 15: Disney World PRONTO

O Magic Kingdom ficou em primeiro lugar na lista, com 17 milhões de

visitantes;

O Epcot teve 10,9 milhões, em 6º lugar;

Disney's Hollywood Studios, 9,51 milhões de visitas, em 7º lugar;

Disney's Animal Kingdom, 9,49 milhões de visitas, na 8º colocação.

4.3.2. Empregos

Quando o Magic Kigdom abriu, em 1971, havia cerca de 5,500 cast members,

que vão desde pintores até atores que interpretam seus personagens. Hoje, ele

emprega mais de 63.000 pessoas e gasta por ano mais de 1,1 bilhões de dólares nos

salários, sem contar os 478 milhões de dólares que vão para benefícios. O Walt Disney

World Resort é o maior empregador único dos Estados Unidos e tem mais de 3.000

classificações de trabalho.

O resort também patrocina e opera o Walt Disney World College Program, um

projeto interno no qual estudantes americanos trabalham e moram no resort, que

fornece muito dos cast members de primeira linha.

4.3.3. Manutenção

No dia 30 de março de 2004, o então presidente da Walt Disney World, Al Weiss,

escreveu um artigo no jornal estadunidense The Orlando Sentinal, no qual dava

algumas informações de como os parques eram organizados.

Mais de 5,000 trabalhadores são dedicados às obras de manutenção e

engenharia, incluindo 750 horticultores e 600 pintores;

12

Page 16: Disney World PRONTO

A Disney gasta mais de US$ 100 milhões por ano somente na manutenção do

Magic Kingdom. Em 2003, US$ 6 milhões foram gastos com a reforma do

restaurante Crystal Palace.

90% dos turistas dizem que a manutenção e a limpeza do Magic Kingdom é

excelente ou muito boa.

As ruas dos parques são limpas todas as noites.

Os pintores encarregados do antigo Carrossel de Cavalos usam folhas de ouro

para sua manutenção.

Há um reflorestamento para que quando uma árvore madura precise ser

trocada, uma de trinta anos ocupe seu lugar.

Possui um moderno sistema para recolher o lixo, a coleta pneumática. Através

de túneis subterrâneos, os resíduos de lixo são transportados em alta

velocidade, para um edifício. Lá ele será compactado e selado.

4.3.4. Ingressos Mais Caros

Com a atual crise nos Estados Unidos, os preços para os parques da Disney

também ficaram um pouco mais caros.

A Walt Disney Company está aumentando os preços dos tickets de um dia.

Entradas para maiores de 10 anos para o Walt Disney World em Orlando (Flórida)

passarão de US$ 71,00 (valor em vigor há um ano) para US$ 75,00. Já os ingressos

para crianças de 3 a 9 anos subirão de US$ 60,00 para US$ 63,00.

A Disneylândia, em Anaheim (Califórnia), do outro lado do país, também terá

tickets mais caros. O de um dia, para maiores de 10 anos, passará de US$ 66,00 para

US$ 69,00 enquanto o para crianças de 3 a 9 anos subirá de US$ 56,00 para US$

59,00.

13

Page 17: Disney World PRONTO

A opção park Hopper, tarifa adicional que permite que o visitante utilize mais de

um parque com o mesmo ticket, custará US$ 50,00 – que hoje custa US$ 45,00. A alta

dos preços é variável em outras modalidades de tickets para mais de um dia.

4.3.5. Ingressos Grátis Para Aniversariantes

A Walt Disney Company informou que seus parques nos EUA oferecerão

ingressos grátis para aniversariantes em 2009, com o objetivo de capitalizar a tendência

de consumidores que costumam marcar eventos importantes de sua vida com diversão.

A Disneylândia e a Walt Disney World Resorts também oferecerão novas experiências

voltadas à celebração, incluindo festas de rua, festas dançantes e churrascos, disse a

empresa.

Os detentores de passes anuais podem receber outros incentivos, como os

bilhetes 'fura-fila' e um cartão para aniversariantes, de valor equivalente ao da entrada

do parque.

14

Figura 11 – Cotação das ações da Disney Flórida

Page 18: Disney World PRONTO

5. TOKYO DISNEY RESORT

5.1. HISTÓRIA

A Tokyo Disney Resort foi fundada em

15 de abril de 1983 e foi o primeiro parque que a

Disney abriu fora dos Estados Unidos. É uma

réplica do primeiro parque, construído na

Califórnia. Devido ao grande interesse do

público japonês e também de outras etnias, a

Tokyo Disney Resort chega a receber tantos

visitantes quanto a original americana.

5.2. POR QUE NO JAPÃO?

Tecnologia de ponta;

Grande Mercado consumidor com alto

poder aquisitivo em um curto espaço

(Japão, China, Tigres Asiáticos);

Indústria de Entretenimento valorizada;

Cultura receptiva;

Expansão da cultura Disney.

15

Figura 12 - Evento no Tokyo Disney Resort

Figura 13 - Empreendedor do Tokyo Disney Resort ao lado do primeiro-ministro japonês e

de dois dos mais famosos personagens do mundo Disney

Page 19: Disney World PRONTO

5.3. AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Planejamento

O principal objetivo era a valorização da cultura da Disney no oriente. Antes do

que nunca, o investimento no marketing (principalmente na publicidade e propaganda)

teve que se sobressair. A empresa tinha uma visão em longo prazo; ou seja: a Disney

esperaria a próxima geração de crianças que tiveram sua infância com essa cultura

americana para ver se seu objetivo de expansão cultural teria êxito. Para atrair o

publico da Terceira idade, o parque tem tomado medidas a fim de atrair esse publico

sênior para a Disney;

Controle

O Controle na administração japonesa é caracterizado pela motivação de seus

colaboradores.

Não há funcionários, há membros de um “elenco”. Todos se sentem

integrados, porque todos estão comprometidos com a ideologia da empresa. Não

há clientes, há convidados.

Os japoneses defendem a seguinte a seguinte afirmação: “É preciso ter o

melhor atendimento do universo.”, visando à satisfação de seus clientes.

A organização precisa gerar para assegurar a manutenção no seu ambiente.

Por outro lado, uma empresa necessita gerar valores superiores aos insumos

que utilizam, agregando tecnologia através de seus processos. Estes são outros

ensinamentos da Disney, estratégias que fazem dela uma das empresas mais

poderosas e rentáveis do mundo.

Organização

Nível hierárquico praticamente horizontal;

16

Page 20: Disney World PRONTO

Independência quase total da matriz norte-americana;

Grande disciplina dos trabalhadores;

Prioridade do Marketing e Qualidade de Serviço.

Direção

A administração japonesa tem como característica reunir pouco recurso materiais

e humanos para chegar aos objetivos. Isso foi essencial para o planejamento tivesse

sucesso muito antes do esperado. Ao contrário da Euro Disney, a administração aderiu

ao sistema de organização e controle do próprio país, o que veremos posteriormente.

5.4. ESPERANÇA ATUAL

A Tokyo Disney Resort possui três complexos principais: o original parque

Disneyland Tokyo, a Tokyo Sea – o mais novo parque temático Disney, que teve início

em 4 de setembro de 2001, é um parque originalmente japonês, voltado mais para o

público juvenil-adulto, mas com todas as qualidades e novidades do logotipo Disney – e

Ikspiari, que é uma variação dos resorts Disney Village. A Tokyo Disney Resort é um

parque temático e resort de férias de propriedade da Companhia Oriental Land com

uma licença da Walt Disney Company localizada em Urayasu – Japão, a única fora de

Tóquio.

Pouco tempo depois da abertura do parque, a popularidade da Disney e de seus

personagens passou a ser tão poderosa entre os orientais que há projetos de

desenvolvimento de novos parques para o continente asiático. Mesmo diante de uma

forte concorrência com a indústria de animação japonesa constata-se que 90% dos

visitantes acabam repetindo o programa.

Enquanto a animação americana tende a ser um entretenimento para crianças,

com histórias de justiça poética simples, a animação japonesa não possui maus

elementos, impressiona os adultos profundamente, e é considerada também, uma obra

de arte porque retrata o mundo real que não pode ser simplesmente dividido entre bom

17

Page 21: Disney World PRONTO

e mau, características que são predominantes na cultura japonesa.

5.5. POR QUE DEU CERTO?

Além de suas animações, o Japão destaca-se nos campos da pesquisa

científica, tecnológica e maquinária. Algumas das mais importantes contribuições

tecnológicas do Japão são encontrados nos campos da eletrônica, maquinaria, robótica

industrial. É líder no mundo dos robôs industriais, sendo que mais da metade dos robôs

existentes no mundo, são usados nas suas atividades econômicas;

A adaptação a cultura japonesa. Com esse obstáculo a vista, o estúdio Walt

Disney passou a produzir filmes de animação com traços japoneses, em colaboração

com estúdios locais, em uma iniciativa freqüente com o objetivo de se adaptar às

preferências regionais com o intuito de fornecer produtos que se ajustem à preferência

do mercado local;

Marketing forte: Num mercado cada vez mais competitivo e diversificado,

destacar as preferências do seu público alvo se torna o diferencial para cativar e

satisfazer o cliente;

Talento administrativo local e de computação gráfica tecnológica . Com toda

essa desenvoltura do país no aspecto tecnológico formou-se uma parceria com a

Disney que combinou os talentos locais e a computação gráfica tecnológica para

produzir produtos inovadores que atendessem ou até mesmo superassem aos

interesses e às espctativas dos japoneses e de todo o resto o mundo;

Uma cultura relativamente receptiva, tornando as personagens Disney bem

aceitas no oriente;

Catalisação da aceitação e fidelização com a intensa conquista sentimental

feita publicitariamente pelo grupo. A tecnologia agrega e facilita, sem dúvida, mas não

substitui a necessidade fundamental do ser humano de se sentir amado e prestigiado.

18

Page 22: Disney World PRONTO

Apenas facilitar a vida do cliente não gera fidelidade. A fidelidade está diretamente

ligada à segurança, a confiança, ao sentir-se especial. Tudo isso são adquiridos através

do relacionamento emocional, pessoas lidando com pessoas, otimizando tempo e

esforços em trocas de necessidade e valores. Ou seja, 90% dos que uma vez foram,

voltam.

19

Page 23: Disney World PRONTO

6. EURO DISNEY RESORT

Na seqüência do sucesso da Disneylândia da Califórnia e da Flórida, planos para

construir parques semelhantes pelo mundo começaram a surgir em 1971. Sobre

liderança de Cardon E. Walker foi aberta em 1983 a Tokyo Disney Resort: um

catalisador para a expansão internacional.

Como o próximo roteiro de crescimento do Grupo Disney, a Europa foi foco de

crescente interesse pela empresa americana. Decidiu-se, em 1987, que o quarto

parque do Grupo Disney seria na cidade rural de Marne-la-Vallée, a trinta e dois

quilômetros a leste de Paris. A construção iniciou-se em agosto de 1988, com uma

ajuda do Estado Francês por 30 anos, como assinado em tratados.

O montante de investimento inicial foi a previsão de 15 milhões de francos (2,3

milhões de euros, 5,5 milhões de reais), mais 5 milhões de francos para as infra-

estruturas (estradas, transportes públicos). De acordo com as previsões mais otimistas

de peritos, na construção foram criados quase cem mil postos de trabalho.

Para entender a grandiosidade do local, criaram-se junto hotéis, resorts,

restaurantes e pátios, todos com influência da empresa americana. Ao contrário dos

parques americanos, era prevista a contratação da maioria dos trabalhadores não

20

Figura 14 - Disneyland na Europa

Page 24: Disney World PRONTO

temporários. Fundações Disney foram criadas em Paris, Londres, Amsterdã, Frankfurt,

para refletir a multinacionalização dos visitantes do Euro Disney. Com a necessidade de

mão de obra qualificada, criou-se a sua própria Universidade Disney para treinar

trabalhadores: Um total de 24.000. Disneyland Resort Paris abrange 4800 (19 km ²),

incluindo parques temáticos, hotéis resort, boates, um campo de golfe, uma estação

ferroviária e muito mais.

Em 12 de abril de 1992, a Euro Disney Resort e o seu parque temático, Euro

Disneyland, foram abertos oficialmente. Os visitantes foram avisados do caos nas

estradas e o governo Frances fez um levantamento que indicou que meio milhão de

pessoas poderiam tentar entrar no complexo. Ao meio dia, o estacionamento do parque

não estava nem com sua metade de vagas em uso.

6.1. POR QUE NA EUROPA?

O avanço dos parques temáticos Disney pelo mundo se concretizou após o

sucesso que se tornou o Tokyo Disneyland. Os investidores do Grupo e seus

stakeholders resolveram investir no mercado europeu, pelos seguintes motivos:

Localização especialmente alocada pelo governo da França, demonstrando o

seu total apoio; a intenção inclusive era usar o novo parque para nuclear a cidade de

Marne-la-Vallée e a região.

Localização acessível distante apenas duas horas de 17 milhões de europeus,

quatro horas de carro de 68 milhões de pessoas, e não mais de duas horas de um vôo

por mais 300 milhões de europeus com alto poder aquisitivo.

Além da população residente, há ainda o fluxo enorme de população flutuante,

turistas estrangeiros em visita a Paris que poderiam ampliar o público alvo do parque

temático.

21

Page 25: Disney World PRONTO

A excelente infra-estrutura de transporte público ferroviário de Paris conecta-se

com a estrutura local na qual o parque se localiza, significando isso que do centro de

Paris levam-se apenas 20 minutos ao local escolhido

O local é bem servido por uma estrutura de estradas que permite alcançar toda

Europa facilmente.

Os planos para a Disneylândia Paris (mais tarde conhecida como Euro Disney)

eram atrair 11 milhões de turistas no primeiro ano, sendo 50% da França, 40% da

Europa e 10% do resto do mundo.

Incentivos Fiscais que o Grupo recebeu do governo francês, como doação de

terra, abates fiscais e ajuda na construção.

Quantidade de mão-de-obra barata, principalmente de africanos imigrados

para a Europa.

6.2. AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Segundo a definição administrativa mais aceita atualmente, de Peter Druker

(Abordagem Neoclássica da Administração), as quatro funções administrativas são:

Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. Na EuroDisney ela está assim analisada:

Planejamento

22

Figura 15 - Visão aérea da EuroDisney

Page 26: Disney World PRONTO

Tinha-se como objetivo atingir 11 milhões de pessoas no primeiro ano de

funcionamento, movimentando mais de 300 milhões de euros no trimestre, além de

incorporar os outros produtos Disney (como HQ`s, Desenhos, marca) na cultura

Européia.

Para alcançar esses objetivos, o Grupo Disney, como nos outros parques,

investiu na intensa propaganda perante mídia. Houve também, após o começo do

declínio empresarial, uma tentativa de ligação com a Disney Americana e

paradoxalmente, uma tentativa de valorização da cultura européia.

Controle

Um erro marcante na Estrutura da Disney Européia foi a introdução de uma

equipe de controle majoritariamente americana: O sistema organizacional norte-

americano teve que ser adquirido a força pela sub-sede Francesa. Como sabemos

cada país tem suas características de administração que está ligado à cultura de seu

povo. Logo, os franceses estavam submetidos a uma visão anglo-saxão de uma

empresa que deveria ser tipicamente latina. Em exemplos, gestores exigiram o inglês

como a língua a ser falada em todas as reuniões e Disney, criaram um código de

aparência código para os membros do pessoal, restringindo o uso de muito dos

costumes adquiridos pela sociedade francesa, como alguns tipos de jóias e “make up”.

Sindicatos franceses viram isso como “um atentado à liberdade individual”. Criticaram a

insensibilidade com a cultura Francesa, tendo alguns atos dos matriciais exaltados a

individualidade e a privacidade (muitos em controvérsia ao direito francês). "Para nós, o

código tem uma ótima aparência e efeitos”, disse Thor Degelmann, diretor do pessoal

do Euro Disney e um nativo da Califórnia. "Sem ela não poderíamos estar apresentando

o produto Disney séria que as pessoas esperam."

Como resultado, o que era para ser a solução perante o desemprego francês,

transformou-se no símbolo da gestão pública americana, muitas vezes sinônima de

difíceis condições de trabalho, a precariedade, baixos salários e de diálogo social que

não é satisfatória. Em 1998, o parque tem tido suas primeiras grandes greves.

23

Page 27: Disney World PRONTO

Com os fatores que citamos, a avaliação do público é considerada baixa: 78% de

aprovação, segundo a União Federal Francesa dos Consumidores, ficando somente na

sexta posição entre os parques europeus.

Organização

Análise de objetivos: definir qual o principal objetivo da organização, o que se

pretender fazer, ou seja, qual a sua missão em termos organizacionais;

Divisão do trabalho: Processo voltado ao entretenimento; Valoriza-se a

prestação dos serviços da empresa e manutenção dos brinquedos.

Definição de responsabilidades: obrigações ou deveres pré-definidos das

pessoas na realização de tarefas ou atividades.

Definição dos níveis de autoridade: Pouca hierarquização ao molde das

grandes empresas atuais.

Desenho da estrutura organizacional: todas as decisões sobre divisão do

trabalho, responsabilidades e autoridade resumem-se na estrutura

organizacional. Organograma com as partes mais elevadas com grande

relacionamento com a matriz americana. Pouca divisão hierárquica.

Direção

Guia as atividades dos membros da organização nos rumos adequados para o

alcance dos objetivos organizacionais e pessoais de seus membros. A direção tem

como objetivo reunir recursos materiais e humanos para o alcance do que se é

pretendido pela organização.

Baseado na pesquisa de preferência feita pela União Federal dos consumidores,

os setores de estacionamento, espera, restaurantes, lojas e qualidade são os que

menos satisfizeram os clientes. A função marketing foi vital para a determinação e para

uma futura melhora nas condições do parque.

24

Page 28: Disney World PRONTO

6.3. INÍCIO CATASTRÓFICO

"[…] Um horror feito de papelão, plástico e terríveis cores, uma construção de

pastilhas elásticas e endurecido e idiota folclore levado fora de livros escritos para

obesos quadrinhos americanos”; Essa frase foi dita por um colunista do Jornal francês

Le Monde demonstra como foi a oposição dos intelectuais e boa parte da população

francesa.

“Esta é a extrema expressão de uma multifacetada crítica expressa e transmitida

por diversos filósofos e ensaístas como Umberto Eco, Jean Baudrillard e Denis

Lacorne.“

"Desejo com todo meu coração que os rebeldes iriam pôr fogo na Disneylândia."

Para Ariane Mnouchkine, jornalista do Le Figaro, que batizou o parque como:

Chernobyl Cultural;

"Disneylândia é o mundo hoje, em que era melhor e o pior: a experiência da

vacuidade e da liberdade" Para Marc Augé;

Em 12 de abril de 1992, a Euro Disney Resort e seu parque temático, Euro

Disneylândia, foram inauguradas oficialmente. Os visitantes foram advertidos de caos

nas estradas e o governo levantou que meio milhão de pessoas seriam transportadas

por 90.000 automóveis que entrariam no complexo. Pelo meio-dia, a presença no

parque estava meio cheia, sugerindo um nível inferior a 25000 presenças.

Em maio de 1992, a revista Hollywood Reporter informou que cerca de 25% da

Euro Disney-de-obra – cerca de 3000 homens e mulheres – se demitiu do seu emprego

por causa das condições de trabalho inaceitáveis. Ela também relatou que o

atendimento do parque foi muito atrás das expectativas. Euro Disney S.C.A. respondeu

em uma entrevista com o The Wall Street Journal, na qual Robert Fitzpatrick alegou que

apenas 1000 pessoas tinham abandonado os seus postos de trabalho. Em resposta à

situação financeira, Fitzpatrick ordenou que a construção da Disney-MGM Studios

Europa fosse colocada em espera. Os preços praticados nos hotéis foram reduzidos.

Apesar destes esforços, em maio de 1992, a assiduidade do parque era de 25000

25

Page 29: Disney World PRONTO

visitas (alguns relatórios dão um valor de 30000) em vez do previsto 60000. As ações

da Euro Disney Company caem drasticamente em 23 de julho de 1992. Anunciou-se

um prejuízo líquido esperado em seu primeiro ano de funcionamento de cerca de 300

milhões de francos franceses. Durante o primeiro inverno, a ocupação do hotel era de

tal ordem que foi decidido encerrar o seu funcionamento durante essa temporada.

Foram esperados inicialmente que cada visitante gastaria cerca de EU$ 33,00 por dia,

mas perto do final de 1992, os analistas constaram gastos de cerca de 12% mais

baixos.

Em 28 de fevereiro de 1994, Litvack (chefe do setor europeu) fez uma oferta para

dividir as dívidas entre os credores da Euro Disney e a Disney. Os bancos credores

compraram EU$ 500 milhões em Euro Disney ações, perdoando 18 meses de juros e

adiando pagamentos de juros por três anos. A Disney investiu EU$ 750 milhões na

Euro Disney e concedeu uma suspensão de cinco anos de royalties. Em junho do

mesmo ano, o príncipe saudita Al-Waleed bin Talal Bin Abdulaziz Al Saud fez um

acordo pelo qual o comprou 51% do Grupo Euro Disney, desembolsando EU$ 1,1

bilhões.

Em 2002, a Euro Disney S.C.A. e a Walt Disney Company anunciou um lucro

anual para a Disneyland Resort Paris. No entanto, ocorreu uma perda líquida nos três

anos seguintes e o parque está com aproximadamente EU$ 2 bilhões em dívidas a

partir de 2007.

A perspectiva de um parque Disney na França foi um assunto de debate e

controvérsia. Os críticos, que incluiu proeminentes intelectuais franceses, denunciaram

aquilo que era considerado ser um exemplo do imperialismo cultural, ou

'neoprovincialismo' da Euro Disney e incentivar e encorajar a França a um modelo de

consumismo americano insalubres. Para outros, Euro Disney se tornou um símbolo da

América dentro de França.

O filósofo francês Michel Serres observou: "Não é que a América está nos invadindo;

Nós é que adoramos eles, que aprovamos as suas modas e, acima de tudo, as suas

palavras.”

26

Page 30: Disney World PRONTO

6.4. O QUE DEU ERRADO?

O clima de Paris com altos índices de pluviosidade e temperaturas frias por

boa parte do ano não se mostrou adequado para uma diversão como parque temático

da Disney;

Houve certa resistência cultural da população européia aos valores americanos

expressos pela Disneylândia (“se temos castelos verdadeiros, porque passearmos em

castelos falsos?”);

Muitas pessoas da Europa ainda preferiam visitar os parques da Disney nos

Estados Unidos por causa das tarifas aéreas baixas, hospedagem barata e melhor

clima;

Os funcionários dos parques temáticos da Disney nos Estados Unidos são, em

geral, americanos que assumiram os valores Disney desde crianças e, portanto, lhes

parece natural executar suas rotinas de se vestir e personificarem uma personagem o

dia todo e de forma animada; no caso da Disneylândia Paris, os trabalhadores, em

muitos casos, eram imigrantes argelinos que nada tinham a ver com a cultura Disney,

tendo tido muita dificuldade de adaptação.

6.5. TOKYO DISNEY RESORT X EURO DISNEY

27

Page 31: Disney World PRONTO

Tóquio Paris

Modelo de Gestão Japonês Americano

Comportamento dos Trabalhadores

Disciplinados Sindicalistas

Perante a Cultura Americana Receptível Resistência Cultural

Colaboração Externa

Apoio das indústrias de

entretenimento locais

Rejeição pública na grande mídia

PrioridadesMarketing e Publicidade

Publicidade e Lucro Sustentável

EmpregadosValorização de Talentos locais

Levas de imigrantes africanos

Relação com a Matriz Americana Independência Dependência

28

Page 32: Disney World PRONTO

7. HONG KONG DISNEYLAND

Em agosto de 1998 foi divulgada a parceria entre a Walt Disney Company e o

Governo de Hong Kong. A construção do parque temático teve início em janeiro de

2003 e precisou que se criasse um lago artificial com cerca de doze hectares para

servir as necessidades de irrigação do resort. Às 13 horas do dia doze de setembro de

2005, o parque foi inaugurado. Nos seus 1,3 Km² estão situados o parque temático

(Hong Kong Disneyland), dois hotéis (Hotel Disneyland e Disney's Hollywood Hotel),

além do comércio interno, restaurantes e outras opções de lazer. Localiza-se na

valorizada ponta nordeste da ilha de Lantau, cerca de dois quilômetros da Discovery

Bay, em Hong Kong.

Atualmente o resort é

supervisionado pelo vice-

presidente executivo, Bill Ernest. É

o segundo investimento da Disney

na Ásia, depois do parque

localizado em Tóquio. Uma

companhia joint-venture, a Hong

Kong International Theme Parks

Limited (HKITP), foi criada em

1999 junto com a Disney,

investindo US$ 316 milhões para

uma participação de 43% no

capital do projeto. O governo de Hong Kong espera que agora, nos anos iniciais,

dezoito mil e quatrocentos novos empregos sejam criados e que esse número ascenda

para trinta e cinco mil e oitocentos nos próximos vinte anos. Os lucros estimados são de

HK$ 148 bilhões (equivalente a US$19 bilhões), ou cerca de 6% do PIB em quarenta

anos de operação.

Para evitar o choque cultural, como aconteceu nos parques de Paris, a Disney

tomou algumas medidas para que esse novo resort refletisse a cultura local. O The New 29

Figura 16 – Uma das grandes construções da Hong Kong Disneyland

Page 33: Disney World PRONTO

York Times relatou que foi contratada uma consultoria de Feng Shui para ajudar na

construção do parque. Incensos foram queimados quando cada construção foi

completada e um dos principais salões tem 888m² (o oito, na cultura chinesa,

representa prosperidade, sorte e poder). Os andares dos hotéis pulam o número quatro,

pois este é sinônimo de má sorte. Os cast-members falam inglês, cantonês e

mandarim. Foram treinados em outros resorts da Disney enquanto o parque chinês

ainda não havia sido inaugurado.

O parque foi construído para atrair de cinco a seis milhões de visitantes no seu

ano de abertura, sendo a maioria dos visitantes habitantes locais da China Continental

e de outros países asiáticos próximos.

Apesar de o parque ter vendido mais de sessenta mil passes de verão em 2006,

ele não atingiu a sua meta, que era alcançar 5,6 milhões de visitantes no primeiro ano.

As catracas giraram pouco mais de 5,2 milhões de vezes.

Os conjuntos Disney Company juntamente com o governo de Hong Kong

superestimaram a atratividade do parque. O numero de visitantes não é tão grande

quanto esperavam e em 2007 tiveram um declínio no quadro de visitantes. Para 2008 já

anunciaram a construção de novas atrações, além de retomarem o evento de

Halloween, que foi considerado um sucesso em 2007.

30

Page 34: Disney World PRONTO

8. MODELO DE GESTÃO DA DISNEY

O sucesso da Disney é incontestável. Por isso, não há quem não deseje saber

seu segredo. Mas nem todos os executivos brasileiros precisaram ir aos Estados

Unidos para conhecer os segredos de gestão da Walt Disney, verdadeira fábrica dos

sonhos que se tornou referência em entretenimento e uma das marcas mais

conhecidas do mundo.

Os instrutores do Disney Institute, que há mais de 20 anos treinam líderes

corporativos de dezenas de empresas em todo o mundo, David Mulvey e Ben Reed,

estiveram em Porto Alegre no dia 25 de setembro e apresentaram a mais de 350

executivos das maiores empresas do país o workshop "A chave da Disney para a

Excelência nos Negócios". A instituição promete voltar em 2009, para novos encontros,

em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

Segundo os facilitadores, a Disney criou uma cadeia de excelência baseada

numa fórmula bastante simples: Liderança Excelente + Equipe Excelente + Cliente

Satisfeito = Resultados Financeiros (Lealdade). O líder pode ser o gerente, o diretor

ou o dono da empresa, não importa. O importante não é o que ele diz, mas sim seus

comportamentos. "Nós julgamos nós mesmos baseados nas nossas intenções, mas os

outros nos julgam baseados no nosso comportamento", diz Reed.

Para a Disney, a liderança alcança as suas metas não com palavras, com atos.

"A resposta está baseada não no que você diz, mas no seu comportamento", diz

Mulvey. "Cada líder conta uma história sobre o que ele valoriza para influenciar e

motivar os outros", prossegue. Reed, que começou a carreira em um restaurante da

Disney, complementa: "Isso transmite valores, inspira paixão nas outras pessoas".

Para ilustrar, Mulvey e Reed lembraram a criação do desenho animado "Branca

de Neve". Para passar o que sentia aos seus ilustradores, o criador da organização,

Walt Disney, incorporou os personagens na frente de cada um deles, o que inspirou e

motivou a equipe. Resultado: o desenho, lançado em 1937, bateu recordes de bilheteria

no cinema e faturou US$ 8,5 milhões, em uma época em que a entrada custava em

31

Page 35: Disney World PRONTO

média US$ 0,17. Ganhou ainda um Oscar honorário pela inovação, por ter sido o

primeiro longa-metragem de animação da história do cinema.

Mas a motivação, sozinha, não basta. É também primordial disponibilizar uma

estrutura que permita a execução engajada e prazerosa das tarefas pelos liderados,

que, assim, criam envolvimento com os valores da empresa e acabam perpetuando a

sua cultura. Outros pontos importantes, ressalta o manual da Disney, são saber

transferir certo nível de poder de decisão às camadas hierárquicas inferiores,

proporcionando-as oportunidades de crescimento e formação.

O conceito de gestão trabalhado pelo instituto também concentra grande atenção

às pessoas – seja aos visitantes, que preferem chamar de "hóspedes", seja aos

funcionários (a quem chamam de elenco, porque, em vez de uniformes, vestem

figurinos). Na hora de contratar, mais do que aptidão, a Disney prefere avaliar a atitude

do candidato ao emprego. "Em 99% das vezes podemos treiná-los para aquilo que

queremos", explica Mulvey.

Para dar aos visitantes um serviço além do esperado, segundo os ex-executivos,

também não basta somente um gênio afável. "A empresa precisa dar aos funcionários

um nível de satisfação semelhante à satisfação que dá aos clientes", diz Mulvey. Assim,

um "puxão de orelhas" deve ser feito de modo que não contamine o ambiente. "Se

instrui em particular", ensina Mulvey, para quem o elogio, ao contrário, deve ser feito

em público. "Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o mais fantástico lugar do

mundo, mas isso requer pessoas para fazer o sonho se tornar realidade", disse Walt

Disney certa vez.

Na filosofia da Disney o comportamento do elenco é estimulado a alcançar a

excelência e a paixão no atendimento. "Nós gostamos de mostrar que os nossos

colaboradores são fundamentais para o crescimento da organização. Estimulamos

desde os que trabalham na linha de frente, com o público, até quem está no coração da

empresa, como faxineiros, lavadores de pratos, cozinheiros, camareiras etc."

Como fazer isso? Eles exemplificam: se você tem um restaurante, quem está na

linha de frente levará os elogios diretamente dos clientes. Para estimular os lavadores

de pratos e assistentes, antes de abrir o negócio, leve-os para o salão principal e 32

Page 36: Disney World PRONTO

mostre que a beleza das mesas e da comida que será servida depende deles. Eles são

o coração da empresa, sem eles, os clientes não serão bem atendidos.

A estrutura e a cultura devem estar alinhadas, criando uma matriz de

responsabilidade. O ideal são líderes motivados que alcançam os resultados

esperados. Como conseguir isso? Os americanos explicam que é preciso fazer duas

perguntas importantes para os funcionários: eu confio neste líder? Eu trabalharia

novamente com este líder? Respeito com todos dentro do negócio, motivação para

atender da melhor forma possível.

8.1. TRADIÇÃO E SÍMBOLOS

A cultura dentro de uma empresa é fundamental para a consolidação da marca,

apoiada pela estrutura. Os facilitadores perguntam aos executivos: que história pode

ajudar a perpetuar a herança e a tradição dentro da sua empresa? Segundo eles,

mesmo que uma empresa esteja começando, seu proprietário já tem uma história para

contar. Essa história é que deve ser contada a todos os funcionários.

Segundo os americanos, estudos mostram que as pessoas processam histórias

de maneira diferente. Por isso, todos os integrantes da empresa devem conhecer a

história, a herança, a tradição e compartilhar com clientes e fornecedores, das mais

diferentes formas.

Outro ponto importante é a linguagem e os símbolos. Na Disney, os clientes são

chamados de hóspedes porque são tratados não apenas como visitantes, mas como

pessoas que encontrarão tudo limpo, bem arrumado. Terão a melhor comida e mesmo

que estejam equivocados serão respeitados porque são "hóspedes" e devem voltar

sempre que quiserem.

O mesmo vale para os funcionários e os uniformes. O elenco veste figurinos.

"Nós queremos que eles realmente representem um papel no show", diz Reed. Para

que o show não pare, a Disney criou um 'backstage', ou seja, uma área de apoio na

33

Page 37: Disney World PRONTO

qual o funcionário pode parar para almoçar, fumar um cigarro ou apenas descansar.

"Não queremos que ele faça isso no meio do show", diz Mulvey.

Os símbolos da Disney são verdadeiros cartões de visita da empresa. O Castelo

da Cinderela ou a cabeça Mickey Mouse. Reed conta uma história: depois do colapso

da extinta União Soviética, um americano viajou à Rússia para negociar satélites. O

negociador era um ex-integrante da KGB muito hostil. Depois de dois dias de intensa

negociação, sem sucesso, o americano decidiu ir a uma reunião com uma gravata do

Mickey. A gravata causou comoção nos russos e "quebrou o gelo."

"Os símbolos podem ser muito significativos", explica Reed. Segundo ele, têm

relação com os valores que a empresa quer compartilhar. Na Disney, eles são sete:

respeito, abertura, coragem, integridade, diversidade, equilíbrio e honestidade. "Todos

devem imaginar. Mas ele não falou inovação e criatividade. Nós acreditamos que esses

valores são conseqüência natural dos outros sete."

Com isso, os objetivos da corporação, seus líderes e colaboradores se traduzem

na excelência dos serviços e na satisfação do público. Se a empresa entrega o que

prometeu e até excede a expectativa, isso redunda em lealdade. A marca ganha

credibilidade e, às vezes se transforma numa forma de auto-expressão das pessoas,

como exemplifica uma simples camiseta estampada com o Mickey Mouse. E assim se

fecha acorrente, materializada em retorno financeiro e criação de valor para os

acionistas.

8.2. MARKETING

O Walt Disney World especializa-se em aproximar o seu relacionamento com os

seus clientes, ou melhor, seus convidados. Reconhecido e admirado em todo o mundo,

seu visível sucesso está em sua capacidade de fazer com que seus clientes sempre

retornem. Quase setenta por cento dos freqüentadores dos parques já o visitaram

antes.

34

Page 38: Disney World PRONTO

Através da realização de pesquisas em agências de turismo, foi possível notar

que o pacote de viagem para o

exterior mais procurado pelas

pessoas atualmente é o com

destino ao Walt Disney World.

Entendam-se pessoas não apenas

adolescentes, mas também

adultos com toda a sua família.

Estes pacotes garantem 30% da

rentabilidade da empresa. Os

agentes de turismo, que muitas vezes participam das excursões, afirmam que a

satisfação do cliente é garantida. Todos os turistas já saem do Brasil acreditando que

viverão os melhores momentos de sua vida.

O marketing de relacionamento é um processo contínuo de identificação e

criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus

benefícios durante uma vida toda de parceria. Apoiando-se nas ferramentas deste

marketing e em conjunto com as do marketing de serviço, a empresa de entretenimento

desenvolveu alguns métodos para garantir a excelência em seu atendimento e a

fidelização de clientes.

A apreensão com o bem-estar do funcionário, seu preparo para atuar no “palco”

(área comum aos visitantes) e sua motivação são fatores de extrema importância para

as organizações Disney. Todos os membros do elenco, desde o faxineiro até o diretor

geral, passaram por um treinamento denominado “Tradições”, que explica a cultura (a

maneira como a empresa funciona) desenvolvida pela Disney, a forma correta de tratar

os visitantes, de se vestir e de se comportar. Participam de outros cursos específicos

para cada setor de atuação dentro da empresa e recebem reciclagens anualmente.

Afinal, segundo a doutrina Disney, as pessoas tratam os clientes do mesmo modo como

são tratadas.

Todos os membros do elenco recebem constantemente um feedback de seu

superior e a empresa usa métodos poderosos como a distribuição de cartões - Guest

35

Figura 17 – As personagens mais famosas: Minnie, Pateta, Mickey e Pato Donald

Page 39: Disney World PRONTO

Service Fanatic (funcionários fanáticos pelo serviço ao cliente) e Spirit of Disney Award

(Prêmio do Espírito Disney), para reconhecer, celebrar e recompensar o trabalho eficaz.

Quanto mais cartões o funcionário receber através de indicações de outros

funcionários, mais chances ele tem de ganhar os prêmios, que divergem desde

eletroeletrônicos a viagens inteiramente grátis com direito a acompanhante.

Todos da organização mostram entusiasmo em relação ao trabalho exercido,

bem como tudo o que compõe a Disney. A cultura diz que todo o “elenco” deve ser

“agressivamente gentil”, parar o que estiver fazendo para ajudar um convidado ou

simplesmente utilizarem o “pozinho mágico da Sininho” para tornar aquele momento

inesquecível. Pequenas ações fazem o momento perfeito.

O “hóspede” (guest) recebe tratamento exclusivo. Um ponto de informação

dentro da empresa transmite para outro, através de mensagem radiofônica, o nome e a

descrição física de um visitante, o que possibilita um contato mais amigável e direto por

parte do membro do elenco. Por ser chamado pelo nome sem nem ao menos ter se

apresentado, há enormes chances dele se sentir realizado e se entusiasmar com sua

importância e o seu reconhecimento. É uma forma de aproximar a relação empresa-

visitante.

O cuidado com os detalhes faz parte da cultura da empresa. Afinal, uma

empresa que se preocupa com os detalhes presta a mesma atenção a qualquer coisa

que envolva seus convidados. Diariamente, grande parte dos objetos dos parques

recebe retoques de tinta para que os visitantes sempre tenham a sensação de que tudo

está novo, bem cuidado e preservado; como se o complexo de 35 anos de idade

tivesse sido recém inaugurado. O tom de voz dos membros do elenco modifica-se no

decorrer do dia. Na parte da manhã, quando os convidados estão chegando cheios de

expectativas, os funcionários os recebem com um tom de voz elevado, excitado,

empolgante e cheio de vida. No início da noite, quando se encontram cansados da

diversão diurna e rumam sentido ao hotel ou aos seus lares, o tom é mais suave e

relaxante.

O convidado sempre tem razão. Walt Disney já dizia que "se é possível imaginar,

é possível realizar". Através de um serviço baseado em segurança, cortesia, eficiência

36

Page 40: Disney World PRONTO

e espetáculo, os convidados sempre conseguem o que desejam.

O posicionamento no mercado é vital ao sucesso da corporação. Todos os

componentes do marketing – estratégias competitivas, preço, serviço, comunicação –

estão inter-relacionados na

estratégia de posicionamento, que

passou a ser determinado pelas

percepções das pessoas em relação

ao que lhe foi oferecido. Para

analisar a satisfação do público,

conferir o seu posicionamento e

descobrir o que cada um dos

convidados aprovou ou não sobre

sua experiência, o Walt Disney World

adota múltiplos postos de escuta. Alguns membros do elenco, denominados super-

anfitriões, munidos de laptop, percorrem os parques em diferentes momentos do dia

realizando pesquisas com os convidados. Para não entediá-los e nem atrapalhar a sua

diversão, quem realiza a entrevista é uma Sininho virtual, que torna aquele momento

bastante divertido. Ao todo, os super-anfitriões chegam a entrevistar de 700 a 1400

pessoas semanalmente. Os resultados são somados, analisados e repassados também

semanalmente ao elenco com o único objetivo de alcançar 100% de satisfação dos

futuros visitantes. Outros postos de escuta são os próprios funcionários, que estão

sempre atentos a todos os movimentos dos turistas, bem como à suas reclamações,

sugestões ou elogios.

Para Bruce Jones, responsável pelo Disney Institute “a fórmula do sucesso do

Walt Disney World é a soma da excelência de qualidade para o elenco (funcionários),

excelência de qualidade para os convidados (clientes) e práticas de negócio de

qualidade. Isto assegura o futuro da empresa”.

8.3. SÍNTESE

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Figura 18 – Spaceship Earth no Epcot Center (Disney Flórida)

Page 41: Disney World PRONTO

Fantástica atenção aos detalhes;

Todos mostram entusiasmo;

Tudo mostra entusiasmo;

Múltiplos postos de escuta;

Recompensa, reconhecimento e comemoração;

Todas as pessoas são importantes.

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Page 42: Disney World PRONTO

9. ANEXOS

Notícias

Tóquio:

Disney de Tóquio comemora 25 anos com festa para 15 mil pessoas:

<http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL401315-5602,00.html>

Um comunista na Disney:

<http://www.2communication.com/index.php?

option=com_content&task=view&id=123&Itemid=34>

Reino Disney Tóquio:

<http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?

res=990CEFDD1F30F934A1575BC0A963958260&sec=travel&spon=&pagewanted=1>

Tudo sobre Tokyo Disney Resort:

<http://brasiliavirtual.info/tudo-sobre/tokyo-disney-resort>

Euro Disney:

Perdas da Euro Disney caíram 45,8% no primeiro semestre fiscal:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u399265.shtml>

Disney na Europa reduz prejuízo quase pela metade:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u343870.shtml>

Euro Disney tem prejuízo líquido de EU$ 101,8 milhões:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u59947.shtml>

Euro Disney tem perdas de 56 milhões de euros:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u76779.shtml>

39

Page 43: Disney World PRONTO

Ação da Euro Disney cai 23% na Bolsa de Paris:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u71235.shtml>

Euro Disney pede ajuda a bancos para se segurar:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u71194.shtml>

Links diversos:

<http://pt.keegy.com/tag/walt-disney-world/>

40

Page 44: Disney World PRONTO

10. CONCLUSÃO

Os parques da Disney implantados nos Estados Unidos da América são,

incontestavelmente, um grande sucesso. Isso se deve não apenas ao modo de gestão

(explorados anteriormente) responsável pelos dois parques no país, mas também ao

modo de vida norte-americano. O nacionalismo e patriotismo dos nossos vizinhos do

norte manterão vivo o sonho de um americano de vida simples que levou alegria ao

resto do mundo.

A Tokyo Disney Resort, por sua vez, além de ser um pouco maior que os

parques da Disney na Califórnia e na Flórida, também obtêm mais de 15 milhões de

visitantes todos os anos, que por algumas estimativas da indústria torna o mais visitado

parque temático do mundo, ultrapassando os outros parques temáticos da própria

Disney.

Ainda que não tenha empreendido uma campanha agressiva para atrair turistas

vindos do estrangeiro, o parque temático, que abriu em 1983, subiu para cerca de 10%

do total de 8,6 milhões de visitantes no ano financeiro de 2006-2007, passando de

cerca de 3% em 2004. No ano passado o parque gerou US$ 3,2 bilhões, com cerca de

25,8 milhões de visitantes ao longo do ano (mais de 96% provenientes do Japão).

Já a abertura do parque da Europa, teve um começo difícil, com um atendimento

que não foi até as expectativas. Ao longo dos anos, apesar de uma recuperação lenta

da multidão, as dívidas acumuladas pelo grupo geraram temor para a sustentabilidade

do parque. No entanto, a solidez financeira da empresa-mãe conseguiu convencer os

bancos a emprestar o seu apoio em 2004. Nos últimos anos (em um contexto

econômico difícil, é verdade), o número de visitantes manteve-se abaixo das

expectativas dos seus promotores – especialmente no que se refere a recentes

aberturas que estão lutando para encontrar uma platéia. Em 1998, o parque teve suas

primeiras grandes greves. O resort se mantém, apesar dos reveses, o primeiro destino

turístico na Europa, com uma média de 12 milhões de visitantes nos últimos anos.

A Hong Kong Disneyland tem tudo para ser um sucesso. O mais novo parque do

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Page 45: Disney World PRONTO

grupo Disney pôde espelhar-se nos antigos projetos para evitar erros no mais novo

empreendimento. Embora os anos iniciais de funcionamento não tenham sido como o

esperado, as expectativas quanto à lucratividade do parque são positivas.

Mesmo após ter apresentado aqui alguns dos motivos pelos quais os parques

Disney são um sucesso, não podemos esquecer do poder das idéias, da capacidade de

sonhar.

As idéias que Walt tinha em mente eram, por muitos, consideradas impossíveis

de realizar. "Eu queria fazer um parque de diversões com tudo o que um parque tem,

mas de um jeito novo", dizia ele. "Era difícil para as pessoas visualizarem o que eu tinha

na cabeça".

Disney, porém, não se abalou. Acreditou em seu sonho e, ao final, conseguiu

concretizá-lo. Anos mais tarde, quando lhe perguntaram qual era sua recomendação

para alcançar o sucesso, ele respondeu: "Tenha uma boa idéia e persiga-a até que ela

se realize do melhor modo".

O sonho, mesmo que ambicioso, não pode ser fruto de devaneios. Deve ser

factível e bem definido. Sonhos "sonhados" com os olhos bem abertos representam o

primeiro passo no caminho do sucesso. Procure compartilhar o seu sonho com

funcionários, clientes e fornecedores. Quando ninguém sabe que ele existe fica mais

difícil de se comprometer com a sua execução.

Se você é um sonhador, procure cercar-se de pessoas práticas, que tenham os

pés no chão. O equilíbrio facilita o acesso à vitória.

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11. REFERÊNCIAS

CONNELLAN, Tom. Nos Bastidores da Disney – Os segredos do sucesso da mais

poderosa empresa de diversões do mundo. 8 ed. São Paulo: Futura, 2001.

Disneyland Resort Paris. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Euro_Disney >.

Acesso em: 20 setembro 2008.

EASA, Said. Building A Future: The Canadian Society for Civil Engineering annual

conference - June 2000. Disponível em:

<http://www.capsu.org/library/documents/0022.html>. Acesso em: 27 setembro 2008.

FAVA, Rubens. O exemplo da Disney. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/o_exemplo_da_disney/665/>. Acesso em:

13 setembro 2008.

Walt Disney World History. Disponível em:

<http://www.wdwmagic.com/wdwhistory.htm>. Acesso em: 22 setembro 2008.

Walt Disney World Resort. Disponível em:

<http://en.wikipedia.org/wiki/Disney_Florida#cite_ref-3>. Acesso em: 22 setembro 2008.

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