dismorfobia: o drama de quem tem “medo da feiura”

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 Dismorfofobia  O drama de quem tem “Medo da Feiúra” Por Fernando Vieira Filho (1) Dismorfofobia, Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) ou Síndrome da Distorção da Imagem, é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com algum defeito inexistente ou mínimo, na aparência física. Esta fobia de ter um aspec to anormal (feiúra) é observada com mais frequência nos adolescentes, de ambos os sexos, estando relacionada com as transformações ocorridas na puberdade. Pode ocorrer também em adultos (neste caso é mais comum em mulheres, embora homens também sejam acometidos). Em 1886, o psiquiatra italiano Enrico Morselli (185 2-1929) descreveu em seu livro - Sulla Dismofofobia e Sulla Tafefobia  - uma síndrome que denominou dismorfofobia, caracterizada por uma insatisfação acentuada do paciente com seu corpo, associada a um profundo sentimento de vergonha quando se sentia observado por o utras pessoas, pois se julgava muito feio ou deformado. Essa insatisfação ocorre mesmo na ausência de qualquer justificativa para ela. Contudo, somente um século depois de sua descrição, a dismorfofobia foi incorporada à classificação de diagnósticos psiquiátricos americana, como uma desordem somatoforme atípica. Na terceira edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III- R), de 1987, passou a constar com o status de diagnóstico independente, denominada Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Ainda nos dias atuais, o TDC é uma transtorno pouco reconhecido, caracterizada pela preocupação extrema com a própria aparência e com intensa insatisfação por ela, podendo ou não existir razões estéticas para isso. No Brasil, a primeira referência a esta doença surgiu num trabalho publicado, em 1976, pelo famoso cirurgião plástico Ivo Pitanguy -  Avaliaç ão de aspectos psicológicos e psiquiátricos em cirurgia plástica  - , que teve o mérito de levantar a importância das questões psicológicas e psiquiátricas em cirurgia plástica. Geralmente, seus portadores não se dão conta da doença e, por isso mesmo, não procuram tratamento psicológico ou psiquiátrico, substituindo-os pela cirurgia plástica, uma vez que o seu incômodo é supostamente da aparência física.

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Dismorfofobia, Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) ou Síndrome da Distorção da Imagem, é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com algum defeito inexistente ou mínimo, na aparência física. Esta fobia de ter um aspecto anormal (feiura) é observada com mais frequência nos adolescentes, de ambos os sexos, estando relacionada com as transformações ocorridas na puberdade. Pode ocorrer também em adultos (neste caso é mais comum em mulheres, embora homens também sejam acometidos).

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  • Dismorfofobia O drama de quem tem Medo da Feira

    Por Fernando Vieira Filho (1)

    Dismorfofobia, Transtorno Dismrfico Corporal (TDC) ou Sndrome da Distoro da Imagem,

    um transtorno psicolgico caracterizado pela preocupao obsessiva com algum defeito

    inexistente ou mnimo, na aparncia fsica. Esta fobia de ter um aspecto anormal (feira)

    observada com mais frequncia nos adolescentes, de ambos os sexos, estando relacionada

    com as transformaes ocorridas na puberdade. Pode ocorrer tambm em adultos (neste caso

    mais comum em mulheres, embora homens tambm sejam acometidos).

    Em 1886, o psiquiatra italiano Enrico Morselli (1852-1929) descreveu em seu livro - Sulla

    Dismofofobia e Sulla Tafefobia - uma sndrome que denominou dismorfofobia, caracterizada

    por uma insatisfao acentuada do paciente com seu corpo, associada a um profundo

    sentimento de vergonha quando se sentia observado por outras pessoas, pois se julgava muito

    feio ou deformado. Essa insatisfao ocorre mesmo na ausncia de qualquer justificativa para

    ela. Contudo, somente um sculo depois de sua descrio, a dismorfofobia foi incorporada

    classificao de diagnsticos psiquitricos americana, como uma desordem somatoforme

    atpica. Na terceira edio do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III-

    R), de 1987, passou a constar com o status de diagnstico independente, denominada

    Transtorno Dismrfico Corporal (TDC).

    Ainda nos dias atuais, o TDC uma transtorno pouco reconhecido, caracterizada pela

    preocupao extrema com a prpria aparncia e com intensa insatisfao por ela, podendo ou

    no existir razes estticas para isso. No Brasil, a primeira referncia a esta doena surgiu num

    trabalho publicado, em 1976, pelo famoso cirurgio plstico Ivo Pitanguy - Avaliao de

    aspectos psicolgicos e psiquitricos em cirurgia plstica - , que teve o mrito de levantar a

    importncia das questes psicolgicas e psiquitricas em cirurgia plstica. Geralmente, seus

    portadores no se do conta da doena e, por isso mesmo, no procuram tratamento

    psicolgico ou psiquitrico, substituindo-os pela cirurgia plstica, uma vez que o seu incmodo

    supostamente da aparncia fsica.

  • CARACTERSTICAS:

    A caracterstica principal da dismorfofobia que a opinio do paciente a respeito de sua

    prpria aparncia no compartilhada pela opinio geral do meio em que vive. No entanto, o

    paciente no enxerga que ele absolutamente normal, e insiste em sua ideia fixa de

    inadequao fsica, resistente a argumentaes. O portador de TDC, geralmente, apresenta-se:

    Depressivo, com baixa produtividade nas atividades do dia-a-dia e no trabalho;

    Apresentam fobia social e transtornos psicticos;

    Com grave ideia de suicdio, que segundo alguns pesquisadores pode ser encontrada

    em 78 a 81% desses pacientes. E entre estes, de 22 a 28% j apresentaram tentativas

    de suicdio. Por isso, diante de um doente que faz qualquer referncia vontade de se

    matar, o profissional jamais dever menosprezar esta afirmao, pois ela poder ser

    concretizada.

    A violncia tambm est presente nos portadores deste transtorno e existem

    referncias na literatura ao assassinato de cirurgies plsticos e dermatologistas, em

    conseqncia insatisfao de pacientes com o resultado do tratamento a que se

    submeteram.

    Por uma anorexia, bastante comum em modelos que nunca se sentem satisfeitas com

    o corpo que possuem, sempre se julgando gordas e necessitadas de grandes

    emagrecimentos;

    A valorizao excessiva de cicatrizes e marcas mnimas e praticamente imperceptveis

    (a pessoa se sente deformada, sente que a leso vista por todos e que ela atrapalha

    sua vida, como consequencia evitando sair de casa, ou abusando de maquiagens

    corretivas);

    Por uma ideia irreal de envelhecimento (uma mulher de 40 anos, por exemplo, que se

    considera to enrugada e envelhecida como uma de 70).

    ETIOLOGIA

    A causa deste distrbio ainda no bem conhecida. Alguns psiquiatras o consideram como um

    subtipo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Isso porque seus portadores apresentam

    uma obsessiva necessidade de avaliar seus defeitos, reais ou imaginrios, gerando um

    comportamento que caracterstico dos portadores de TOC. Enfim, sua causa bastante

    discutvel. Acredito que ela pode ser gerada por uma baixa autoestima, que pode ser

    decorrente de uma infncia deficiente de carinho e de aprovao levando a uma autocrtica

    destrutiva (reflexo de crtica excessiva dos pais), de sentimentos de abandono, ou mesmo por

    causas orgnicas (como conseqncias de doenas e alteraes funcionais da serotonina e da

    dopamina), agravados pela grande massificao de figuras humanas padronizadas pelos meios

    de comunicao (revistas, TVs, cinemas, redes sociais da internet etc).

    DIAGNSTICO

    O diagnstico pode ser um desafio, pois na sociedade atual os sintomas so semelhantes a

    uma vaidade excessiva. Com uso exagerado de maquiagem para disfarar imperfeies,

    cuidados exagerados com os cabelos, dietas inconsequentes e malucas, bulimia, anorexia,

  • exerccios exagerados, uso de roupas que escondem o corpo so algumas das caractersticas

    destes pacientes.

    TRATAMENTO

    O tratamento consiste na psicoterapia bem feita, e muitas vezes necessrio o uso de

    medicamentos para colocar a casa interna da pessoa, em ordem, devido aos sintomas

    depressivos que acompanham este quadro. E tambm, para ajud-la modificar

    comportamentos e pensamentos obsessivos, auxiliando na recuperao da sua autoestima e

    seus relacionamentos. Podendo associar homeopatia, florais de Bach e terapias ocupacionais.

    Sempre observo bons resultados, quando o paciente se envolve com trabalhos voluntrios de

    carter caritativo e assistencial, junto a sua comunidade ou instituio religiosa de sua

    preferncia.

    A associao de todos tratamentos, quando bem conduzida, pode proporcionar resultados

    bastante gratificantes aos portadores deste sofrimento psquico.

    Uma forma de voc "trabalhar" este problema atravs do fortalecimento de sua

    AUTOESTIMA. Quer aprender COMO se amar melhor, se respeitar, se posicionar diante da

    vida? Ento, CLIQUE AQUI:http://bit.ly/1w5Zayg

    (1)Fernando Vieira Filho - Psicoterapeuta/clnico, palestrante e escritor. Autor do livro CURE

    SUAS MGOAS E SEJA FELIZ! - Barany Editora - 2012. E coautor do livro DIETA DOS

    SMBOLOS - Melhoramentos - 2004.

    E-mail de contato: [email protected]

    Conhea seus blogs e sites:

    www.harmoniacomflorais.com

    http://harmonize-se-com-florais-de-bach.blogspot.com.br/

    http://curesuasmagoasesejafeliz.blogspot.com.br/