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Instalações Elétricas III

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Sumário 1 – Instalações de motores ..................................................................................................................................... 3

1.1 – Potência de um motor ................................................................................................................................ 3

1.2 – Fator de potência (cos φ) ........................................................................................................................... 3

1.3 – Circuitos de motores .................................................................................................................................. 3

1.4 – Dimensionamento dos condutores com base na queda de tensão ........................................................... 5

1.5 – Cálculo do ajuste do relé térmico e fusível do ramal de um motor ............................................................ 6

1.5.1 – Relé térmico ....................................................................................................................................... 6

1.5.1 – Fusíveis ou disjuntores ...................................................................................................................... 7

2 - Aterramento – NBR 5419 ................................................................................................................................... 8

OBJETIVOS DO ATERRAMENTO ..................................................................................................................... 9

ESQUEMAS DE ATERRAMENTO ................................................................................................................... 10

APLICAÇÃO DOS ESQUEMAS TT,TN E IT..................................................................................................... 12

CHOQUES ELÉTRICOS .................................................................................................................................. 13

SISTEMAS DE ATERRAMENTO ..................................................................................................................... 13

PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO DO TERRA .......................................................................................... 15

PROCEDIMENTOS PARA CORREÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO ......................................... 15

CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO ...................................................................... 15

3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................. 18

Instalações Elétricas III

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1 – Instalações de motores

1.1 – Potência de um motor

Podemos considerar para um motor as seguintes potências:

Potência nominal (Pn) ou de saída → É a potência mecânica no eixo do motor sendo expressa em CV (736 W), ou kW e eventualmente em HP (746 W);

Potência de entrada (Pe) → Corresponde à potência absorvida da rede elétrica para o seu desempenho.

A relação entre a potência nominal (Pn) e a potência de entrada (Pe) é denominada de rendimento mecânico (η) do motor.

η = Pn Pe

1.2 – Fator de potência (cos φ)

Quando num circuito existe intercalada uma ou mais bobinas, como é o caso dos motores, observa-se que a potência total fornecida, que é denominada pelo produto da corrente lida num amperímetro pela ddp lida num voltímetro (VA), não é igual à potência lida num wattímetro (W) A potência obtida pela multiplicação da tensão pela corrente, chama-se potência total ou potência aparente (S), é a sua unidade é o VA ou kVA, quando passar de 1.000 VA. Já, a potência lida pelo wattímetro, recebe o nome de potência real ou nominal, sendo expressa em W ou kW, quando superior a 1.000 W. O fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem entre a potência aparente e a potência nominal, como já foi visto em Eletricidade II e em Sistema de Potência.

cos φ = P (kW) S (kVA)

1.3 – Circuitos de motores Entende-se por circuito de motor o conjunto formado pelos condutores e dispositivos necessários ao comando, controle e proteção do motor, do ramal e da linha alimentadora.

M

contactora

sobrecargarelé de

QDF

fusível oudisjuntor

ram

al do m

oto

r

M

alimentação geral

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Para calcularmos as correntes dos alimentadores, utilizam-se as seguintes fórmulas:

a) Para apenas um motor, neste caso o alimentador geral é o próprio ramal do motor:

I ≥ 1,25 x In

I = corrente do alimentador In = corrente nominal do motor

b) Para vários motores que não partem simultaneamente:

I ≥ 1,25 x In (maior motor) + ∑ In (motores restantes)

I ≥ 1,25 x In (maior motor) +[ Fd x ∑ In (motores restantes)]

Onde Fd é o fator de demanda.

c) Para dois ou mais motores partindo simultaneamente:

I ≥ 1,25 x In (motores que partem juntos) + ∑ In (motores restantes)

I ≥ 1,25 x In (motores que partem juntos) + [Fd x ∑ In (motores restantes)]

Obs.: Para calcular o ramal do motor deve-se levar em consideração o fator de serviço (Fs) que multiplicado

pela intensidade nominal da corrente, fornece a corrente a considerar no ramal do motor para o dimensionamento dos condutores, isto é, a corrente que pode ser utilizada continuamente. Exemplos:

1 – Calcule a corrente no ramal de um motor trifásico de 7,5 CV em 220 V, considerando cos φ = 0,85 e η = 0,9.

In = 736 x 7,5 = 18,9 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9

Corrente no alimentador = I = 1,25 x 18,9 = 23,6 A

2 – Calcular a corrente no alimentador, 220 V, que alimenta os seguintes motores: A – 15 Cv B – 10 CV C – 5 CV Os motores partem individualmente. In (A) = 736 x 15 = 37,92 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 In(B) = 736 x 10 = 25,28 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 In (C) = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 I = (1,25 x 37,92) + 25,28 + 12.65 = 85,33 A

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1.4 – Dimensionamento dos condutores com base na queda de tensão

Os ramais e alimentadores são dimensionados com base na queda de tensão máxima permitida pelas normas.

5% no circuito desde o quadro de distribuição até o motor mais afastado sendo: 4% no alimentador e 1% no ramal do motor.

Podemos calcular a bitola dos condutores utilizando as expressões: - Monofásicos S = 2ρ [(I1 x ℓ1 x cos φ1) + (I2 x ℓ2 x cos φ2) + ...] = 2 x 0,0179 x ∑ I x ℓ x cos φ u u

- Trifásicos S = √3 x 0,0179 x ∑ I x ℓ x cos φ u

Onde : S = bitola do condutor em mm² ρ = resistividade do condutor = 0,0179 Ω mm²/m (cobre) ou 0,031 Ω mm²/m (alumínio) I = corrente em ampère ℓ = distância em metros cos φ = fator de potência u = queda de tensão absoluta em volts. Exemplo:

Calcular a bitola mínima para alimentar um motor trifásico de 5 CV, 220 V, Fs = 1,15, a 30 m do quadro de distribuição considerando 2% de queda de tensão. In = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Ip = 1,25 x 12,65 x 1,15 = 18,18 A 2% de 220 V = 0,02 x 220 = 4,4 V S = 1,73 x 0,0179 x 18,18 x 30 = 3,8 mm², cujo valor comercial é 4 mm². 4,4

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A fim de facilitar o nosso trabalho, transcrevemos a tabela para escolha dos condutores considerando o produto da corrente pela distancia (A x m) Tabela 5.1 – Escolha dos condutores em função dos ampères x metros – sistema trifásico.

Tensões entre

220 V 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%

linhas 380 V 0,57% 1,15% 1,73% 2,30% 2,90% 3,40% 4% 4,60%

Isolamento PVC Ampères x metros

(mm²) condutores singelos de cobre - instalação em eletrodutos

1,5 106 213 320 426 533 639 746 853

2,5 178 355 533 711 888 1066 1244 1421

4 284 568 853 1137 1421 1705 1990 2274

6 426 853 1279 1705 2132 2558 2985 3411

10 711 1421 2132 2842 3553 4264 4974 5685

16 1137 2274 3411 4548 5685 6822 7959 9096

25 1776 3553 5329 7106 8882 10659 12435 14212

35 2487 4974 7461 9948 12435 14923 17410 19987

50 3553 7106 10659 14212 17765 21318 24871 28424

70 4974 9948 14953 19891 24871 29845 34819 39794

95 6751 13501 20252 27003 33753 40504 47255 54006

120 8527 17054 25582 34109 42636 51163 59690 68218

150 10659 21318 31977 42636 53295 63954 74613 85272

185 13146 26292 39438 52584 65730 78877 92023 105169

240 17054 34109 51163 68218 85272 102326 119381 136435

300 21318 42636 63954 85272 106590 127908 149226 170544

400 28424 56848 85272 113696 142120 170544 198968 227392

500 35530 71060 106590 142120 177650 213180 248710 284240

Exemplo:

Um motor de indução trifásico, 220 V, 7,5 CV, acha-se a 28 metros do quadro de distribuição. Admitindo-se uma queda de tensão de 1% neste ramal, qual deverá ser a seção do condutor a empregar? cos φ = 0,85 e η = 0,90. In = 7,5 x 736 = 18,96 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Corrente do ramal será: Ip = 1,25 x 18,96 = 23,70 A Produto I x ℓ = 23,7 x 28 = 663,6 Am Verificamos pela tabela acima que devemos empregar o condutor # 10 mm².

1.5 – Cálculo do ajuste do relé térmico e fusível do ramal de um motor

1.5.1 – Relé térmico

Para calcularmos o ajuste do relé térmico devemos utilizar os seguintes fatores sobre as correntes nominais:

1,15 – quando não há elevação de temperatura;

1,25 – quando há elevação de temperatura. A finalidade do relé térmico é a proteção contra sobrecargas durante o regime de funcionamento.

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1.5.1 – Fusíveis ou disjuntores

Serão calculados para suportar a corrente de partida do motor durante um curto intervalo de tempo. Quando, porém, o motor estiver em regime, se houver sobrecarga prolongada ou curto-circuito no ramal, deverão atuar, interrompendo a corrente. Na tabela abaixo vemos a porcentagem do valor da corrente em relação ao valor nominal e que deverá ser usada nos dispositivos de proteção.

Tabela 5.2 –Porcentagem da corrente a considerar na proteção dos ramais.

Motor com

Tipo de Método de Motor sem letra-código

motor partida letra-código Letra %

Mono, tri, de in- A plena A 150

dução em gaiolas tensão 300% B até E 250

e síncronos F até V 300

com tensão até 30A = 250% A 150

reduzida acima de 30 A B até E 200

200% F até V 250

tri em anéis X 150% X

Vamos, agora, dar um exemplo de um projeto completo de alimentação e proteção de vários motores. Exemplo:

Determinar todos os elementos do esquema abaixo, considerando todos os motores trifásicos, em gaiola, 220 V, cos φ = 0,85, η = 0,9, Fs = 1,15, 2% de queda de tensão, e com elevação de temperatura.

5 CV 10 CV7,5 CV

3m

RL2RL1

K1

3m

20mGERAL

Fs1

10 m

RL3

K2 K3

Fs2

3m

10 m

Fs3

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Correntes nominais: M1 = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1.73 x 0,85 x 0,9 M2 = 736 x 7,5 = 18,9 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 M3 = = 736 x 10 = 25,28 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Correntes para determinação das bitolas dos cabos: M1 = 1,25 x 12,65 x 1,15 = 18,18 A x 23m = 418 A x m = # 4 mm² (ver tab. 5.1) Ajuste do relé = 18,7 A M2 = 1,25 x 18,9 x 1,15 = 27,17 A x 33 m = 897 am = # 10 mm² Ajuste do relé = 27,5 A M3 = 1,25 x 25,28 x 1,15 = 36,34 A x 43 m = 1.563 Am = # 16 mm² Ajuste do relé = 36,3 A Correntes da proteção de cada ramal, considerando todas as letras-código = A: M1 = 12,65 x 1,5 (150%) = 18,97 A = 20 A (valor comercial) M2 = 27,17 x 1,5(150%) = 28,35 A = 30 A (valor comercial) M3 = 25,28 x 1,5 (150%) = 37,92 A = 40 A (valor comercial) Proteção e bitola do alimentador geral: I ≥ 1,25 x 25,28 + (12,65 + 27,17) = 71,42 A Por segurança a proteção geral será de 90 A. (valor comercial) Se a distância do PC ao QDF for de 80 m e considerando 2% de queda de tensão teremos: 71,42 A x 80 m = 5714 Am = # 50 mm²

2 - Aterramento – NBR 5419

Aterramento significa acoplamento permanente de partes metálicas com o proteção simultaneamente. O aterramento elétrico tem três funções principais: a) Proteger o usuário do equipamento das Descargas Atmosféricas, através da viabilização de um caminho alternativo para o Terra, de Descarga Atmosférica. b) Descarregar cargas Estáticas acumuladas nas Carcaças das máquinas ou equipamentos para o Terra. Facilitar o funcionamento dos Dispositivos de Proteção (Fusíveis, Disjuntores, etc.), através da corrente desviada para a terra. propósito de formar um caminho condutor de eletricidade tanto quanto assegurar continuidade elétrica e capacitar uma condução segura qualquer que seja o tipo de corrente. c) Há dois tipos básicos de aterramento: o aterramento funcional e o de proteção. O primeiro consiste do aterramento de um condutor do sistema, geralmente o neutro, e objetiva garantir a utilização correta e confiável da instalação. O segundo é constituído pelas medidas destinadas à proteção contra choques elétricos provocados por contatos indiretos. Podemos ainda ter o aterramento funcional e de proteção em um único condutor. As características e a eficácia dos aterramentos devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e funcionais da instalação. O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e de funcionamento da instalação elétrica. Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional) o aterramento deve ser único em cada local da instalação.

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NOTA: Para casos específicos de acordo com as prescrições da instalação, podem ser usados separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções. A seleção e instalação dos componentes dos aterramentos devem ser tais que: a) o valor da resistência de aterramento obtida não se modifique consideravelmente ao longo do tempo; b) resistam às solicitações térmicas, termomecânicas e eletromecânicas; c) sejam adequadamente robustos ou possuam proteção mecânica apropriada para fazer face às condições de influências externas. Devem ser tomadas precauções para impedir danos aos eletrodos e a outras partes metálicas por efeitos de eletrólise.

OBJETIVOS DO ATERRAMENTO • Obter uma resistência de aterramento a mais baixa possível, para correntes de falta à terra; • Manter os potenciais produzidos pelas correntes de falta dentro de limites de segurança de modo a não causar fibrilação do coração humano; • Fazer que os equipamentos de proteção sejam mais sensibilizados e isolem rapidamente as falhas à terra; • Proporcionar um caminho de escoamento para terra de descargas atmosféricas; • Usar a terra como retorno de corrente do sistema MRT; • Escoar as cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos. ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE ATERRAMENTO

PE

Condutor de eqüipotencialidade

PE

condutor de aterramaneto

Terminal peincipal elemento condutor de aterramento (canalização de água)

Elemento condutor

Condutor de eqüipotencialidade

massa

PE principal

figura - Elementos de um sistema de aterramento

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ESQUEMAS DE ATERRAMENTO A NBR-5410 classifica os sistemas de distribuição em baixa tensão em função das ligações à terra da fonte de alimentação (geralmente um transformador) e das massas, de acordo com a seguinte simbologia, constituída de 2 ou 3 ou, eventualmente, 4 letras:

A primeira letra representa a situação da alimentação em relação à terra:

T = um ponto diretamente aterrado.

I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de uma impedância.

A segunda letra representa a situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:

T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um ponto da alimentação.

N = massas ligadas diretamente ao ponto da alimentação aterrado ( em CA o ponto aterrada é normalmente o neutro );

outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção

S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos.

C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor.( condutor PEN ) As instalações elétricas de baixa tensão devem ser executadas de acordo com os esquemas TT, TN (podendo ser: TN-S, TN-C ou TN-C-S) e IT.

Esquema TN Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutor de proteção:

TN-S, o condutor neutro e o de proteção são distintos;

TN-C-S, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor em uma parte da instalação;

TN-C, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor ao longo de toda a instalação.

Figura – Esquema TN-C

OBS: NUNCA UTILIZE O NEUTRO DA REDE ELÉTRICA COMO TERRA, A NÃO SER EM CASOS ESPECÍFICOS – CONDUTOR PEN ( ver 5410/97)

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Figura – Esquema TN-S

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Esquema TT (neutro aterrado) Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligado à eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da alimentação.

Esquema IT (neutro isolado ou aterrado por impedância) Este esquema não possui nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado, somente as massas da instalação são aterradas.

Ligações à Terra Os aterramentos podem ser ligados em conjunto ou separadamente, para finalidades de proteção ou funcionais de acordo com as exigências da instalação, no Brasil a maioria das instalações são separadas apesar da terra ser sempre terra, as concessionárias de força e de telefonia sempre exigem seus terras independentes, sem falar das companhias de informática que também querem o seu. Aterramentos separados causam diferença de potencial entre eles o que pode causar problemas na instalação, a NB-3 recomenda que seja instalado um condutor principal de eqüipotencialidade que reúna:

condutor de proteção principal

condutor de aterramento principal

condutor de aterramento dos sistemas

APLICAÇÃO DOS ESQUEMAS TT,TN E IT Quando a instalação possui um transformador ou gerador próprio, como é o caso das indústrias e de certos prédios institucionais e comerciais de porte, via de regra, a opção é pelo esquema TN. Mas, quando o prédio é alimentado por transformador exclusivo de propriedade da concessionária, tem-se que consultara concessionário a respeito da utilização de seu neutro como condutor PEN.

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Para instalações alimentadas por rede pública de baixa tensão, caso das residências e pequenos prédios de todos os tipos, devido ao aterramento recomendado para o neutro, o esquema IT fica eliminado e o TT é o mais indicado. Quando existirem equipamentos com elevado nível de correntes de fuga, o esquema TT não é recomendado, em virtude da possibilidade de disparos intempestivos dos dispositivos DR’s e quando existirem equipamentos com elevada vibração mecânica, o uso de um esquema TN não é indicado, devido à possibilidade de rompimento dos condutores.

CHOQUES ELÉTRICOS Chamamos de choque elétrico a sensação desagradável provocada pela circulação de corrente no corpo humano. As conseqüências de um choque elétrico podem variar de um simples susto até a morte, dependendo da intensidade de corrente e da duração desta. Os choques podem ser por contatos: Diretos: quando a pessoa toca diretamente um condutor energizado. Indiretos: quando a pessoa toca a massa de um equipamento que normalmente não está energizada, mas que, por falha da isolação principal, ficou energizada.

Causas dos contatos diretos: Ignorância, imprudência ou negligência. Características dos contatos indiretos: imprevisíveis e freqüentes, representam maior perigo e recebem uma importância maior na Norma.

SISTEMAS DE ATERRAMENTO A resistividade do solo varia com o tipo de solo, mistura de diversos tipos de solo, teor de umidade, temperatura, compactação e pressão, composição química dos sais dissolvidos na água retida e concentração dos sais dissolvidos na água retida. Os sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a garantir a melhor ligação com a terra. Os principais são: 1. Uma haste simples cravada no solo; 2. Hastes alinhadas; 3. Hastes em triângulo; 4. Hastes em quadrado; 5. Hastes em círculos; 6. Placas de material condutor enterrado no solo (exceto o alumínio); 7. Fios ou cabos enterrados no solo. O sistema mais eficiente de aterramento é o sistema de malha de terra.

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DEFINIÇÕES Terra – massa condutora da terra, cujo potencial elétrico em qualquer ponto é considerado, por convenção, igual a zero; Eletrodo de aterramento – condutor ou conjunto de condutores em contato íntimo com o solo e que garante(m) uma ligação elétrica com ele. O tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser de acordo com as condições do solo, a eficiência de qualquer eletrodo depende das condições do local, o projeto deve considerar o desgaste do eletrodo devido a corrosão, aqui no Brasil os eletrodos mais usados são os do tipo Copperwel. Na instalação dos eletrodos deve tomar o cuidado do tipo de fechamento da malha se em triangulo ou linear, todos sabem que para efeito de curto - circuito o fechamento linear é mais eficiente, para correntes de descarga atmosféricas o fechamento mais indicado é o triangulo. Mas como atender aos 2 casos se deve haver eqüipotencialidade entre os aterramentos? É simples o que interessa a corrente de fuga é como ela vê o aterramento antes de sua chegada a malha, ou seja, os cabos de descida dos sistemas de pára-raios devem ser interligados em eletrodos que inicialmente possam propiciar fácil escoamento, ou seja, as primeiras hastes devem estar interligadas na forma de triangulo, o restante da malha não interessa. Condutor de proteção (PE) - condutor prescrito em certas medidas de proteção contra choques elétricos e destinados a ligar diretamente: a) Massas, b) Elementos condutores estranhos à instalação, c) Terminal de aterramento principal, d) Eletrodos de aterramento, e/ou e) Pontos de alimentação ligados à terra ou ao ponto neutro artificial. Condutor PEN - condutor ligado à terra, garantindo ao mesmo tempo as funções de condutor de proteção e de condutor neutro; é uma combinação PE (condutor de proteção) + N (neutro) e não é considerado um condutor vivo. Condutor de aterramento – condutor de proteção que liga o terminal (ou barra) de aterramento principal ao eletrodo de aterramento. Ligação equipotencial – ligação elétrica destinada a colocar no mesmo potencial ou em potenciais vizinhos as massas e os elementos condutores estranhos à instalação; podendo ter uma instalação três tipos de ligação equipotencial: a) A ligação equipotencial principal; b) Ligações equipotenciais suplementares; c) Ligações eqüipotenciais locais não ligadas à terra. Condutor de equipotencialidade – condutor de proteção que garante uma ligação equipotencial. Condutor de proteção principal – condutor de proteção que liga os diversos condutores de proteção da instalação ao terminal de aterramento principal. Malhas de aterramento - A malha de aterramento é indicada para locais cujo solo seja extremamente seco. Esse tipo de eletrodo de aterramento, normalmente, é instalado antes da montagem do contra-piso do prédio, e se estende por quase toda a área da construção. A malha de aterramento é feita de cobre, e sua ―janela‖ interna pode variar de tamanho dependendo da aplicação, porém a mais comum está mostrada na figura abaixo.

Malha de aterramento

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PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO DO TERRA Medida através do ―Medidor de Resistência de Terra‖ tipo ―Megger‖ ou similar: Este processo consiste, basicamente, em aplicarmos uma tensão entre terra a ser medido e o terra auxiliar (eletrodos fixos ou eletrodos de corrente) e medirmos a resistência do terreno até o ponto desejado (eletrodo móvel ou eletrodo de tensão). O esquema de ligações é mostrado na figura abaixo:

PROCEDIMENTOS PARA CORREÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO Todo sistema de aterramento depende da sua integração com o solo e da resistividade aparente. Se o sistema já está fisicamente definido e instalado, a única maneira de diminuir sua resistência elétrica é alterar as características do solo, usando um tratamento químico. O tratamento químico dever ser empregado somente quando: • Existe o aterramento no solo, com uma resistência fora da desejada, e não se pretende altera-lo por algum motivo; • Não existe outra alternativa possível, dentro das condições do sistema, por impossibilidade de trocar o local, e o terreno tem resistividade elevada.

CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO

Um aterramento elétrico é considerado satisfatório quando sua resistência encontra-se abaixo dos 10 . Quando não conseguimos esse valor, podemos mudar o número ou o tipo de eletrodo de aterramento. No caso de haste, podemos mudá-la para canaleta (onde a área de contato com o solo é maior), ou ainda agruparmos mais de uma barra para o mesmo terra.Caso isso não seja suficiente, podemos pensar em uma malha de aterramento. Mas imaginem um solo tão seco que,

mesmo com todas essas técnicas, ainda não seja possível chegar-se aos 10 . Nesse caso a única alternativa é o tratamento químico do solo. O tratamento do solo tem como objetivo alterar sua constituição química, aumentando o teor de água e sal e, conseqüentemente, melhorando sua condutividade. O tratamento químico deve ser o último recurso, visto que sua durabilidade não é indeterminada. O produto mais utilizado para esse tratamento é o Erico – ge.l Os materiais a serem utilizados para um bom tratamento químico do solo devem ter as seguintes características: Boa higroscopia; Não ser corrosivo; Baixa resistividade elétrica; Quimicamente estável no solo; Não ser tóxico; Não causar danos a natureza. O tipo mais recomendado de tratamento químico, é o uso do Gel químico, que é constituído de uma mistura de diversos sais que, em presença da água, formam o agente ativo do tratamento. Suas propriedades são: Quimicamente estável; Não solúvel em água; Higroscópico; Não é corrosivo; Não é atacado pelos ácidos contidos no solo; Seu efeito é de longa duração.

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EXERCÍCIOS 1. (Tec_Jud_Elet_Telec - 2003 )

As instalações de baixa tensão, de acordo com a NBR 5410, devem obedecer a esquemas de aterramento básicos, os quais são classificados de acordo com o aterramento da fonte de alimentação da instalação — o transformador sendo o caso mais comum — e das massas. Tais esquemas são designados por uma simbologia em que são utilizadas algumas letras. No caso das duas letras iniciais, a primeira indica a situação da alimentação em relação à terra, enquanto a segunda fornece as características do aterramento das massas. Com relação a esse assunto, e considerando a figura acima, que mostra um esquema de aterramento, julgue os itens que se seguem. a) O esquema de aterramento apresentado na figura é do tipo IT.Errado

b) Faltas diretas do tipo fase-massa em um mesmo equipamento normalmente resultam em correntes inferiores a uma corrente de curto-circuito fase-neutro. Certo

c) Se o condutor PE, ao invés de ser ligado à terra, fosse ligado ao condutor N (neutro), o esquema resultante passaria a ser do tipo TN-C. Certo

d) O esquema de aterramento mostrado é adequado somente em caso de redes subterrâneas de distribuição. Errado

e) Se ocorrer uma falta entre um condutor fase e a massa, a corrente de falta circulará também pelo secundário do transformador. Certo

2 . (Casa da Moeda-2005) Considere as afirmações a respeito de esquemas de aterramento. I - Os dispositivos de proteção diferencial residual (DR) podem ser empregados quando a instalação tem esquema de aterramento do tipo TN-C. II - Quando a instalação tem como esquema de aterramento o do tipo TN, é possível proteger o usuário somente com o uso do disjuntor. III - Quando a instalação tem como esquema de aterramento o do tipo TT, é impossível proteger o usuário somente com o uso do disjuntor. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.

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3. (Casa da Moeda-2005) De acordo com a NBR 5410, no esquema TN-S de proteção contra contatos indiretos, deve ser previsto, nos quadros de distribuição parciais, um terminal (ou barra) de aterramento, onde NÃO devem ser ligados os condutores de: (A) aterramento. (B) aterramento funcional. (C) ligação equipotencial. (D) proteção. (E) neutro. 4. (Casa da Moeda-2005)

As ligações dos condutores fase, neutro e de proteção, mostradas na figura acima, estão de acordo com as prescrições da norma brasileira NBR 5410 e caracterizam o esquema de aterramento de sistemas elétricos trifásicos do tipo: (A) TN-S (B) TN-C-S (C) TN-C (D) TT (E) IT 5. (Casa da Moeda-2005) Um técnico, ao realizar a manutenção de uma instalação elétrica de baixa tensão, não se preocupou em verificar se os circuitos dessa instalação estavam adequadamente distribuídos entre as fases. Após algum tempo de uso da instalação, ocorreu o rompimento do fio neutro do alimentador do quadro de onde saem os circuitos terminais, provocando a queima de um equipamento. Uma possível causa desta queima é o surgimento de: (A) impulso de corrente no equipamento danificado. (B) impulso de tensão no equipamento danificado. (C) variação na freqüência da instalação. (D) sobretensão na fase onde o circuito que alimenta o equipamento estava ligado. (E) harmônicos devido ao desequilíbrio e posterior rompimento do fio neutro. 6. (Casa da Moeda-2005) Após o dimensionamento dos circuitos de uma instalação elétrica no esquema de aterramento TN, o projetista verificou que, em um determinado circuito, a proteção contra contatos indiretos não se verificou. A medida que NÃO soluciona o problema apresentado é a(o): (A) troca do disjuntor de proteção por outro com desarme mais rápido. (B) diminuição das cargas neste circuito. (C) diminuição do comprimento do circuito. (D) utilização de dispositivos de proteção diferencial residual - DR. (E) aumento da bitola do fio do circuito.

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7. Qual é a diferença entre Terra e Neutro? R: NEUTRO é um condutor fornecido pela concessionária de energia elétrica, pelo qual há o retorno da corrente elétrica e TERRA é um condutor construído através de uma haste metálica e que, em situações normais, não deve possuir corrente elétrica circulante. ATENÇÃO: A grande diferença entre Terra e Neutro é que, pelo neutro há corrente circulando, e pelo terra não. Quando houver alguma corrente circulando pelo terra, normalmente ela deverá ser transitória, isto é, desviar uma descarga atmosférica para o Terra por exemplo. O Fio Terra, por norma, vem identificado pelas letras PE, e deve ser de cor VERDE e AMARELA. 8. (Petrobrás-2004) A respeito de aterramento elétrico, julgue os itens subseqüentes. A. A seleção, a instalação e a manutenção dos componentes do aterramento devem ser tais que o valor da resistência do aterramento varie bastante ao longo do tempo, para atender às necessidades da instalação elétrica e em função das condições externas. ERRADO

B. Segundo as normas brasileiras, os possíveis eletrodos de aterramento incluem condutores nus, hastes, tubos e armações metálicas do concreto. CERTO C. Os eletrodos de aterramento embutidos nas fundações dos prédios devem, preferencialmente, ser constituídos por um anel no fundo da escavação, executado quando da construção das fundações. Além disso, as armações de concreto armado devem ser interconectadas a esse anel, na medida do possível, assegurando, assim, a eqüipotencialidade do conjunto. CERTO

D. No caso de haver antena externa de televisão em uma edificação que não possua sistema de proteção contra descargas atmosféricas, o mastro metálico da antena não deverá ser aterrado. ERRADO

E.A existência do condutor PEN é a característica principal do esquema de aterramento conhecido por TN-S, em que as funções de neutro e de proteção são exercidas por condutores diferentes. ERRADO

F. Em algumas circunstâncias, o tratamento químico do solo pode ser um procedimento útil na manutenção do valor da resistência de um aterramento em patamar aceitável. CERTO

3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CREADER – Hélio – Instalações Elétricas Recon – Light S.A. NISKIER – Júlio e A C Mancytrini – Instalações Elétricas http://paginas.terra.com.br/servicos/AdvancedRF/at4.htm http://www.fisica-potierj.pro.br/Sobre_Raios_%20e_Outros/Aterramento.pdf http://www.inforede.net/Technical/Layer_1/Theory/Grounding_2_(POR).pdf www.sabereletronica.com.br