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REVISÃO Revision Volume 21 Número 4 Páginas 363-368 2017 ISSN 1415-2177 Revista Brasileira de Ciências da Saúde Disfunção Sexual Feminina e Parto Normal: uma revisão integrativa da literatura Sexual Dysfunction and Normal Childbirth: A Systematic Review BRUNA CAMILA ARAUJO DA SILVA 1 DANIELI AMORIM 1 ERICA FEIO CARNEIRO NUNES 2 GUSTAVO FERNANDO SUTTER LATORRE 3 Especializando em Fisioterapia Pélvica da Faculdade Inspirar. Cuiabá. Mato Grosso. Brasil. Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará - UEPA. Belém. Pará. Brasil. Docente do Curso de Especialização em Fisioterapia Pélvica da Faculdade Inspirar. Cuiabá. Mato Grosso. Brasil. 1 2 3 RESUMO Introdução: A vida sexual faz parte do bem-estar do indivíduo e é parte integrante da saúde global.A disfunção sexual pode determinar efeitos nocivos sobre a autoestima da mulher e seus relacionamentos. Objetivo: Verificar a influência do parto vaginal na vida sexual da mulher. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura por intermédio de uma pesquisa eletrônica da literatura, recorrendo as bases de dados PUBMED e LILACS. Foram utilizados os termos “Natural Childbirth”, “Sexual Dysfunction, Physiological”, “Parto” e “disfunção sexual”, filtrado por limite sexo feminino e humano, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. A pesquisa ocorreu de junho a agosto de 2015.Foram incluídos oito artigos da base PUBMED e cinco da LILACS, que explorassem a disfunção sexual em mulheres que tiveram parto normal sem/ou com auxílio de extração, sem diferenciação das mulheres primíparas e multíparas. Resultados: Os problemas sexuais são mais frequentes no pós-parto, especialmente no vaginal instrumentado com episiotomia, fórceps e/ou vácuo extração, embora ainda reste discussão com relação à correlação entre a frequência de lesões e a via de parto. Há ainda alterações significativas na prevalência dos problemas sexuais ao longo dos primeiros seis meses, independentemente da via de parto, mas o percentual vai diminuindo após esse tempo. Conclusão: A prevalência de disfunção sexual é maior em mulheres que passaram pelo parto vaginal, especialmente o instrumentalizado, sendo mais pronunciada nos primeiros meses após o parto, e diminuindo seis meses após. DESCRITORES Disfunção Sexual Fisiológica. Parto Obstétrico. Gestação. Períneo. ABSTRACT Introduction: The sex life is part of the well-being of the individual and is an integral part of overall health. Sexual dysfunction can determine harmful effects on self-esteem of women and their relationships. Objective: To access the influence of vaginal delivery on female sexual health. Material and Methods: An integrative literature review was conducted through an electronic literature search inthe PUBMED and LILACS databases. The terms “Natural Childbirth”, “Sexual Dysfunction, Physiological”, “Childbirth” and “sexual dysfunction”, filtered by female and human sex, were used in the English, Spanish and Portuguese. The survey took place from June to August 2015. Eight articles from PUBMED and five from LILACS were selected addressing sexual dysfunction amongwomen who had normal delivery with or without extraction assistance, with no differentiation of primiparous and multiparous women. Results: Sexual problems are more common in the postpartum period, especially for women who underwent instrumented vaginal delivery, by episiotomy, forceps and/or vacuum extraction. There is no consensus on the association between sexual dysfunction and the delivery approach. Prevalence of sexual dysfunction is higher in the first six months postpartum, but that percentage decreases after that time. Conclusion: The prevalence of sexual dysfunction amongwomen who had vaginal delivery is considerable in the first months after birth, but after six months this index decreases. Assisted vaginal delivery has led to major health problems and sexual dysfunction. DESCRIPTORS Sexual Dysfunction, Physiological. Delivery, Obstetric. Pregnancy. Perineum. http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs DOI:10.4034/RBCS.2017.21.04.11

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REVISÃO

Revision Volume 21 Número 4 Páginas 363-368 2017ISSN 1415-2177

Revista Brasileira de Ciências da Saúde

Disfunção Sexual Feminina e Parto Normal: umarevisão integrativa da literatura

Sexual Dysfunction and Normal Childbirth: A Systematic Review

BRUNA CAMILA ARAUJO DA SILVA1

DANIELI AMORIM1

ERICA FEIO CARNEIRO NUNES2

GUSTAVO FERNANDO SUTTER LATORRE3

Especializando em Fisioterapia Pélvica da Faculdade Inspirar. Cuiabá. Mato Grosso. Brasil.Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará - UEPA. Belém. Pará. Brasil.Docente do Curso de Especialização em Fisioterapia Pélvica da Faculdade Inspirar. Cuiabá. Mato Grosso. Brasil.

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RESUMOIntrodução: A vida sexual faz parte do bem-estar doindivíduo e é parte integrante da saúde global.A disfunçãosexual pode determinar efeitos nocivos sobre a autoestimada mulher e seus relacionamentos. Objetivo: Verificar ainfluência do parto vaginal na vida sexual da mulher.Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa daliteratura por intermédio de uma pesquisa eletrônica daliteratura, recorrendo as bases de dados PUBMED e LILACS.Foram utilizados os termos “Natural Childbirth”, “SexualDysfunction, Physiological”, “Parto” e “disfunção sexual”,filtrado por limite sexo feminino e humano, nas línguas inglesa,espanhola e portuguesa. A pesquisa ocorreu de junho aagosto de 2015.Foram incluídos oito artigos da base PUBMEDe cinco da LILACS, que explorassem a disfunção sexual emmulheres que tiveram parto normal sem/ou com auxílio deextração, sem diferenciação das mulheres primíparas emultíparas. Resultados: Os problemas sexuais são maisfrequentes no pós-parto, especialmente no vaginalinstrumentado com episiotomia, fórceps e/ou vácuo extração,embora ainda reste discussão com relação à correlaçãoentre a frequência de lesões e a via de parto. Há aindaalterações significativas na prevalência dos problemassexuais ao longo dos primeiros seis meses,independentemente da via de parto, mas o percentual vaidiminuindo após esse tempo. Conclusão: A prevalência dedisfunção sexual é maior em mulheres que passaram peloparto vaginal, especialmente o instrumentalizado, sendo maispronunciada nos primeiros meses após o parto, e diminuindoseis meses após.

DESCRITORESDisfunção Sexual Fisiológica. Parto Obstétrico. Gestação.Períneo.

ABSTRACTIntroduction: The sex life is part of the well-being of theindividual and is an integral part of overall health. Sexualdysfunction can determine harmful effects on self-esteemof women and their relationships. Objective: To access theinfluence of vaginal delivery on female sexual health.Material and Methods: An integrative literature review wasconducted through an electronic literature search inthePUBMED and LILACS databases. The terms “NaturalChildbirth”, “Sexual Dysfunction, Physiological”, “Childbirth”and “sexual dysfunction”, filtered by female and human sex,were used in the English, Spanish and Portuguese. Thesurvey took place from June to August 2015. Eight articlesfrom PUBMED and five from LILACS were selected addressingsexual dysfunction amongwomen who had normal deliverywith or without extraction assistance, with no differentiationof primiparous and multiparous women. Results: Sexualproblems are more common in the postpartum period,especially for women who underwent instrumented vaginaldelivery, by episiotomy, forceps and/or vacuum extraction.There is no consensus on the association between sexualdysfunction and the delivery approach. Prevalence of sexualdysfunction is higher in the first six months postpartum, butthat percentage decreases after that time. Conclusion: Theprevalence of sexual dysfunction amongwomen who hadvaginal delivery is considerable in the first months after birth,but after six months this index decreases. Assisted vaginaldelivery has led to major health problems and sexualdysfunction.

DESCRIPTORSSexual Dysfunction, Physiological. Delivery, Obstetric.Pregnancy. Perineum.

http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs

DOI:10.4034/RBCS.2017.21.04.11

SILVA et al.

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A resposta sexual saudável pode sercaracterizada em quatro etapas: desejo,excitação, orgasmo e resolução, mas as

mulheres nem sempre apresentam a respostasexual nessa mesma ordem exposta acima1.Alterações ou a ausência de alguma destas fasescaracterizam a disfunção sexual2, que tambémpode ser definida como a não concreção do atosexual ou a baixa satisfação com o mesmo3.

Apesar dos dados encontrados em estudosserem escassos e heterogêneos, a prevalência dedisfunção sexual em nível mundial é elevada.Estima-se que 25% a 63% da população apresentaalgum grau do problema3, valores que para asmulheres podem orbitar 40% a 45%2.

A vida sexual faz parte do bem-estar doindivíduo e é parte integrante da saúde global3. Adisfunção sexual pode determinar efeitos nocivossobre a autoestima da mulher, e sobre os seusrelacionamentos4, atingindo, portanto, os níveispessoal, de atividade e participação.Ultimamentea procura por uma solução clínica, por parte dopúblico feminino, tem aumentado2.

As disfunções sexuais femininas (DSF)apresentam etiologia multifatorial5. Situações comoo tipo de relacionamento dessa mulher6,acontecimentos comuns como gestação e parto,sobrepeso, menopausa e envelhecimento podemalterar a função sexual feminina, especialmente aointerferirem sobre a função da musculatura doassoalho pélvico (MAP), fundamental para a funçãosexual em si5.O bem-estar sexual dependediretamente da função da MAP que, quando enfra-quecida, podem resultar em hipoestesia vaginal eanorgasmia4.

A gestação, por si só, pode representaruma incidência de mais de 40% de DSF1. Sabe-seque, durante o estado gestacional, a função sexualda mulher oscila com o avançar do tempo, di-minuindo significativamente do segundo para o ter-ceiro trimestre de gestação, mesmo sem estarassociada ao enfraquecimento da MAP4.

Após o parto a mulher volta às suasatividades sexuais, podendo ou não ter desenvolvidoproblemas sexuais. Apesar das conhecidas vanta-

gens do parto vaginal sobre o parto cesáreo, tantopara a mãe quanto para o bebê7, há evidências deque, especialmente em primíparas, o parto vaginalesteja correlacionado à maior incidência dedisfunção da MAP quando comparado ao partocesáreo, particularmente por neuropatia do nervopudendo que tende a piorar com o tempo8.

Por haver um esforço mundial, totalmentejustificável, para a redução do número de partoscesáreos para, no máximo 15%7, a pesquisacientífica correlacionando a via de parto à DSF éescassa, não havendo um consenso a respeito dotema. Neste sentido o presente estudo objetivouestudar a correlação, particularmente, do partovaginal e da DSF, buscando responder de que formaeste tipo de parto pode influenciar negativamente afunção sexual feminina.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada uma revisão integrativa porintermédio de uma pesquisa eletrônica da literatura,recorrendo às bases de dados PUBMED e LILACS.Utilizaram-se os seguintes descritores de buscano banco de dados PUBMED: “Natural Childbirth”e “Sexual Dysfunction, Physiological”, e no bancode dados do LILACS: “Parto” e “disfunção sexual”,filtrado por limite sexo feminino e humano, naslínguas inglesa, espanhola e portuguesa, limitadoa ensaios clínicos disponíveis na íntegra. A seleçãoinicial foi realizada por dois avaliadores de modoindependente, e as divergências foram resolvidasem reunião de consenso. Foram excluídos estudosonde a via de parto não foi especificada e artigosque não se referissem ao pós-parto ou que não serelacionassem à via de parto.

RESULTADOS

As buscas retornaram um total de 20artigos para a base PUBMED, sendo 8 incluídos e12 excluídos, 15 na LILACS, 5 incluídos e 10excluídos, restando um total de 13 artigos utilizadosno presente estudo, conforme apresentado noQuadro1.

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DISCUSSÃO

Os problemas de saúde físicos e emo-cionais são comuns após o parto11, havendo maiorfrequência de problemas sexuais pós-parto emmulheres que passaram pelo parto vaginal instru-mentado – com episiotomia, fórceps e/ou vácuoextração9,11,12. Entretanto, esta associação não foidescrita em alguns estudos10,18.

Durante o parto vaginal a maioria dasmulheres sofre algum tipo de lesão do assoalhopélvico em razão de lacerações espontâneas oucomo consequência da incisão cirúrgica – episio-tomia22. Lesões perineais ocorridas em mulheresdurante o parto vaginal foram frequentes em umaamostra de 279 prontuários de uma maternidade,apenas 11,82% destes não relatavam nenhumaocorrência de lesões, e que a episiotomia foirealizada em86,99% dos casos22. Essas episio-tomias não foram justificadas nos prontuários, esuas realizações ocorreram sem qualquer enfoqueseletivo, sendo praticada rotineiramente nainstituição. Estes dados levam à reflexão acercadas rotinas de atendimento às mulheres que dese-jam parto normal, considerando as evidênciascientíficas e condutas individualizadas para que sepossa preservar o assoalho pélvico23, num modelobaseado em evidência.

O parto vaginal sem assistência estárelacionado com a dor perineal (p<0,001) em oito,16 e 24 semanas pós-parto14 quando comparado àcesária eletiva. Assim também há maior prevalênciade dispareunia e disfunção sexual entre primí-paras14. Contudo, parece não haver associaçãoentre o tipo de parto e problemas sexuais13,17,19,21.

Ademais, seis meses pós-parto há umamelhora significativa na sua função sexual16,21.Acesariana eletiva não parece ser vantajosa emcomparação com o parto vaginal quanto à funçãosexual de 6-24 semanas pós-parto, pois a mulhervolta a atividade sexual normal independente da viade parto24. Por outro lado, a dispareunia nos três

primeiros meses foi associada significativamentecom partos vaginais, mas o percentual diminui apósseis meses10.

Apesar ter sido evidenciado a nãoassociação do parto vaginal com uma futura dis-função sexual, sabemos que um MAP enfraquecidopode interferir diretamente na função sexualfeminina4. Um estudo prospectivo25 de cinco anos,avaliando 24 mulheres que passaram pelo partovaginal sem assistência,relatam que após os cincoanos houve evidencia manométrica e neurofisio-lógica de fraqueza da MAP, por causa da desener-vação parcial do pavimento estriado dessa muscu-latura, e a neuropatia associada tende a piorar como tempo. Especialmente em primíparas, o partovaginal está correlacionado à maior incidência dedisfunção da MAP quando comparado ao partocesáreo, particularmente por neuropatia do nervopudendo que tende a piorar com o tempo8.Estasmulheres podem vir a desenvolver disfunção sexualem um futuro mais tardio, principalmente quandoassociado com o fator de envelhecimento5.

Essas mulheres expressam o desejo deque, após o parto o corpo volte a ser como eraantes e que volte a sentir prazer, desejo sexual esatisfazer-se, assim como também seu parceiro26.Por este motivo faz-se necessário um acom-panhamento dessas gestantes tanto no período pré-natal, quanto no pós-natal, para que elas possamter uma vida sexual satisfatória durante a gravideze voltem às suas funções sexuais normais após oparto.

De acordo com a metodologia utilizadapercebemos não haver um consenso na literatura arespeito da correlação entre a via ou tipo de parto ea disfunção sexual feminina. Mais estudo faz-senecessário a este respeito, despindo-se de partidopassional seja por esta ou aquela via de parto, umavez que o esclarecimento desta questão pode guiaruma conduta terapêutica mais eficiente e maispreventiva, evitando sofrimento a milhões demulheres pelo mundo.

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Independentemente, quando a MAP forlesionada, está comprovado que o treinamento daMAP pode ser uma excelente opção para a pre-venção e também tratamento da disfunção sexual,diminuindo assim as queixas sexuais em geral27.

CONCLUSÃO

Embora pareça não haver um consenso

claro a este respeito na literatura, constatou-se quea prevalência de disfunção sexual em mulheres quetiveram parto normal é considerável nos primeirosmeses pós-parto, mas após esse tempo, o índicediminui, e também o parto vaginal assistidotem levado a maiores problemas de saúde eproblemas sexuais. No entanto, faz-se ne-cessária a continuação de estudos acerca doassunto.

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CORRESPONDÊNCIANome completo: Erica Feio Carneiro NunesEndereço:Tvangustura 2134, ap 1206CEP: 66087710Belém- Pará- BrasilE-mail: [email protected]