discussões sobre medidas arbitrárias da sde · de união e de luta no recente episódio...

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II Fórum da CBHPM acontece no calor das discussões sobre medidas arbitrárias da SDE Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912163762/2007 DRMG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 6 - nº 34 - maio/junho 2011 PÁG PRESTAÇÃO DE CONTAS COMUNICAÇÃO TRABALHO MÉDICO Crescimento do patrimônio, com aquisição de imóvel, é o grande destaque do balanço do Sinmed-MG relativo a 2010 Sindicato participa do seminário "Médico e Mídia" para aprimorar a relação com os veículos de imprensa PÁG 12 PÁG 3 CONGRESSO Sinmed-MG apresenta trabalho no 5º Congresso Nacional de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, em São Paulo LUTAS SINDICAIS PÁGs 7 e 9 PÁG 8 PÁGs 9 e 10 11 Iniciativa das entidades médicas locais, o II Fórum Nacional sobre a Clas-sifi- cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) reuniu cerca de 150 pessoas, no au- ditório da Associação Médica, em Belo Horizonte. O fórum aconteceu no calor dos acontecimentos, com a instauração, pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), de processo administrativo con- tra as entidades médicas nacionais, em consequência do movimento iniciado no dia sete de abril. A atitude da SDE mereceu o re- púdio de todos os presentes e serviu para unir ainda mais a categoria em torno da luta por melhorias na saúde suplementar. O fórum abordou vários temas relevantes para novos avanços no setor, como a remuneração médica na saúde suplementar, a implantação da CBHPM no Sistema Único de Saú- de, aspectos jurídicos da implantação da CBHPM e o papel da Agência Na- cional de Saúde Suplementar co- mo reguladora do setor e responsável por buscar a melhor relação entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços PÁGINA 3 Cid Carvalhaes conversa com médicos no Hospital João XXIII FENAM PÁGINAS 4 e 5 Alexandre Guzanshe Fenam visita hospitais de urgência de Belo Horizonte O objetivo das visitas, realizadas pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes, e diretores da entidade é traçar um retrato dos serviços de urgência e emergência no país Mesa de abertura do fórum reuniu representantes das entidades médicas locais e nacionais

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Page 1: discussões sobre medidas arbitrárias da SDE · de união e de luta no recente episódio envolvendo a saúde suplementar.Depois do grande sucesso da mobilização da categoria no

II Fórum da CBHPM acontece no calor dasdiscussões sobre medidas arbitrárias da SDE

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912163762/2007 DRMG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 6 - nº 34 - maio/junho 2011

PÁG

PRESTAÇÃO DE CONTAS COMUNICAÇÃO

TRABALHO MÉDICO

Crescimento do patrimônio,

com aquisição de imóvel, é o

grande destaque do balanço do

Sinmed-MG relativo a 2010

Sindicato participa do

seminário "Médico e Mídia"

para aprimorar a relação

com os veículos de imprensaPÁG

12PÁG

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CONGRESSO

Sinmed-MG apresenta trabalho

no 5º Congresso Nacional de

Ciências Sociais e Humanas

em Saúde, em São Paulo

LUTAS SINDICAIS

Médicos servidores da PBH aceitam, emvotação apertada, proposta da Prefeitura.Em Contagem, campanha continua

PÁGs 7 e 9

Em Betim, UAI Teresópolis denunciafalta de segurança e outras precariedades.Prefeitura é notificada pelo sindicato

PÁG 8

Serro e Curvelo, no interior de Minas,recorrem ao sindicato para iniciar cam-panha salarial por melhorias

PÁGs 9 e 10

11

Iniciativa das entidades médicas locais,o II Fórum Nacional sobre a Clas-sifi-cação Brasileira Hierarquizada deProcedimentos Médicos (CBHPM)reuniu cerca de 150 pessoas, no au-ditório da Associação Médica, em BeloHorizonte. O fórum aconteceu no calordos acontecimentos, com a instauração,pela Secretaria de Direito Econômico(SDE), de processo administrativo con-tra as entidades médicas nacionais, emconsequência do movimento iniciadono dia sete de abril.

A atitude da SDE mereceu o re-púdio de todos os presentes e serviu

para unir ainda mais a categoria emtorno da luta por melhorias na saúdesuplementar. O fórum abordou váriostemas relevantes para novos avançosno setor, como a remuneração médicana saúde suplementar, a implantaçãoda CBHPM no Sistema Único de Saú-de, aspectos jurídicos da implantaçãoda CBHPM e o papel da Agência Na-cional de Saúde Suplementar co-mo reguladora do setor e responsávelpor buscar a melhor relação entreas operadoras de planos de saúde e osprestadores de serviços

PÁGINA 3

Cid Carvalhaes conversa com médicos no Hospital João XXIII

FENAM

PÁGINAS 4 e 5

Alexandre Guzanshe

Fenam visita hospitais deurgência de Belo Horizonte

O objetivo das visitas, realizadas pelopresidente da Federação Nacional dosMédicos, Cid Carvalhaes, e diretores daentidade é traçar um retrato dos serviçosde urgência e emergência no país

Mesa de abertura do fórum reuniu representantes das entidades médicas locais e nacionais

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ACADÊMICOS

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva:

Amélia Maria Fernandes Pessôa, André Christiano dosSantos, Cristiano Gonzaga da Matta Machado, FernandoLuiz de Mendonça, Jacó Lampert, Maria Madalena dosSantos Souza, Paulo Eustáquio Marra Pinto. Conselho Diretor - Demais Membros:

Adriano Faustino de Figueiredo, Ana Cristina FonsecaEspínola, Ariete do Perpétuo Socorro Domingues de Araújo,Artur Oliveira Mendes, César Miranda dos Santos, Djard Lisboa Moreira Filho (licenciado), Edson Freixo, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Eduardo Vial Faria,Geraldo José Coelho Ribeiro, Leonardo Belga Ottoni Porto,Márcio Costa Bichara, Margarida Constança Sofal Delgado,Milward Antônio de Faria. Conselho Fiscal: Andréa Chaimowicz, Érika Monteiro P.Mourão, José Alvarenga Caldeira, Josemar de Almeida Moura,Maria Luisa Vianna, Raidan de Carvalho Canuto.Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Helena Pinheiro Garrido.Departamento de Comunicação:

Diretor - Fernando Mendonça. Jornalista: RosângelaCosta (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP) e Rosângela Costa (MT 11.320/MG)Projeto gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: LastroTiragem: 24.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONS-ABILIDADE DOS AUTORES

EDITORIAL

Visita de estudantes fortalece consciência de classe

Dando continuidade ao projeto de aproximaçãocom os formandos de Medicina, o Sinmed-MG re-cebeu mais duas turmas. No dia 25 de abril, alunos do3º período da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana(Faseh) conversaram com o diretor Eduardo Filgueirase com Ana Carolina Lott, do departamento deCampanhas; assistiram ao vídeo institucional e re-ceberam o folder do sindicato.

A estudante Valéria Duarte destacou a importânciada iniciativa para uma nova visão sobre o futuro domédico: "Conhecia o sindicato, mas não sabia muitosobre a importância que ele tem na vida profissional domédico. Por outro lado, acho que, nós estudantes,podemos contribuir com novas ideias para as ações dosindicato". Já a universitária Daniela Salgado disse quese sente segura por "saber que existe uma entidade quedefende nossos interesses".

A formanda Amanda de Pinho destacou que "avisita mostrou a realidade do trabalho do médico,que muitas vezes é como um sonho para nósacadêmicos. Vi que precisamos trabalhar para me-lhorar as condições de trabalho e salários. E cabe anós, que ainda estamos na faculdade, fazer partedesta família".

Já no dia 2 de maio, o Sinmed-MG recebeu alunosdo 5º período do curso de Medicina da UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG). Conversaram comeles, o presidente Cristiano da Matta Machado e os dire-tores Eduardo Filgueiras e Margarida Sofal.

O presidente do Sinmed-MG destaca que as portasdo sindicato estão abertas para receber os univer-sitários e que faz parte do compromisso da atualgestão fortalecer desde cedo a consciência da classe ea união da categoria na busca por seus direitos.

As entidades médicas deram um grande exemplode união e de luta no recente episódio envolvendo asaúde suplementar. Depois do grande sucesso damobilização da categoria no dia 7 de abril, umadecisão arbitrária da Secretaria de Direito Eco-nômi-co (SDE) pegou todos de surpresa. A medida tinhaclaramente o objetivo de amordaçar as en-tidades, noseu direito de defender a categoria que representam,mas não conseguiu. Com grande mobilização, asentidades conseguiram que a decisão fosse suspensaem poucos dias.

Durante todo o processo ficou claro que faltacompreensão sobre o movimento médico na saúdesuplementar e a relação desigual que existe entre asoperadoras e os prestadores de serviço. Falar emmelhorias na saúde suplementar, em regulamentaçãodo setor, em honorários médicos mais justos sig-nifi-ca melhorar o sistema como um todo, prin-cipal-mente para seus usuários.

O “II Fórum Nacional sobre a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Mé-dicos” (CBHPM), realizado em Belo Horizonte, te-ma principal desta edição, foi uma ótima opor-tunidade de discutir assuntos relacionados à orga-nização e ao futuro da saúde suplementar no país.

Outra matéria de relevância é a visita do presidenteda Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes,ao Pronto Socorro João XXIII e ao Hospital dasClínicas, em Belo Horizonte. As atividades fazem partede um programa maior da Fenam para traçar um perfildos serviços de urgência e emergência no Brasil. Até omomento foram visitados mais de 30 hospitais, com oobjetivo de apresentar ao Ministério da Saúde um pro-jeto para a melhoria dos serviços de urgência eemergência. E, ninguém melhor do que os médicos,para conhecer e opinar sobre essa realidade.

Também abordamos o seminário “Médico eMídia”, realizado no Rio de Janeiro por iniciativa daFenam. Um importante fórum de discussões sobre arelação entre os médicos e a imprensa. No dia a dia do

sindicato sabemos como essa relação, construída deforma correta e ética, é fundamental para as con-quistas no campo da saúde.

Citamos aqui situações que compõem o escopodo jornal, entre muitas outras. Uma coincidênciachama a nossa atenção. Nos três assuntos – saúdesuplementar, proposta de melhoria nos serviços deurgência e emergência e seminário sobre a relaçãocom a mídia – a Fenam está presente, seja como ide-alizadora da iniciativa ou em conjunto com as outrasentidades médicas. Uma rápida passagem de olhospelas edições anteriores do “Trabalho Mé-dico”mostra uma entidade atuante e sempre pre-sente naslutas da categoria.

Por isso, neste momento, o Sinmed-MG manifestaseu total alinhamento com os propósitos e a forma deatuação da Federação, que abriga os sindicatos médi-cos do país, e que tão bem tem cumprido o seu papel.

Diretoria Sinmed-MG

Alunos da Faseh com o diretor do Sinmed-MG, Eduardo Filgueiras (à dir.)

Divulgação Sinmed-MG

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011 3

Presidente da Fenam visita hospitais de urgência e

emergência em Belo Horizonte

DESTAQUES

VISITA

O presidente da Federação Nacio-nal dos Médicos (Fenam), Cid Car-val-haes, visitou, nos dias 12 e 13 de maio,as instalações do Hospital de ProntoSocorro João XXIII e Hospital dasClínicas da UFMG, em Belo Ho-rizonte. Diretores do sindicato acom-panharam as visitas, sendo recebidospelo diretor-geral do João XXIII,Eduardo Liguori, e no HC pela vice-diretora, Luciana Gouvea.

As visitas fazem parte de um projetomais amplo da Fenam para conhecer arealidade dos hospitais de urgência eemergência no país. Cerca de 30 hos-pitais já foram avaliados. A partir dessasvisitas, e com o apoio dos sindicatoslocais, a Federação vai elaborar e ofe-recer ao Ministério da Saúde uma pro-posta da categoria para melhoria doatendimento à população e valorizaçãodos profissionais do setor: "Ninguémmelhor que os médicos, que estão nalinha de frente do atendimento, parafazer esse retrato", diz Cid Carvalhaes.

Segundo o presidente da Federação,alguns problemas são comuns a quasetodos os hospitais visitados, entre eles:condições de trabalho ruins com es-tru-turas precárias, falta de uma políticasalarial capaz de atrair os médicos emanter as equipes completas, falta decapacitação dos gestores dos hospitaisde urgência e emergência ou de suasequipes. Destaca também a necessidadeurgente de se implantar o plano de car-reira dos médicos do serviço público.

Em uma visão mais geral, Car-val-

haes avalia que os hospitais de ur-gência,em sua maioria, têm boa reso-lutibili-dade, mas os problemas muitas vezesestão na porta de entrada ou na porta desaída – "a pessoa vai para lá quando dev-eria ser atendida na atenção básica e, nooutro extremo, fica no hos-pital maistempo do que deveria por falta de leitosde referência, sobrecarregando todo oatendimento", diz.

No João XXIII, Cid Carvalhaes,acompanhado do secretário de Co-municação da Fenam, Waldir Cardoso, edo secretário de Finanças da Federação ediretor do Sinmed-MG, Jacó Lampert,visitou a sala de descanso médico, pa-rabenizando a todos pelo trabalho rea-lizado no hospital.

Jacó Lampert destaca que a iniciativada Fenam contribui para fortalecer asações do sindicato no Estado na buscade melhorias para os médicos que tra-balham na urgência e emergência.

Agenda ampla

Cid Carvalhaes e diretores da Federa-ção cumpriram ampla agenda na capitalmineira. Além de visitar os hospitais,participaram da assembleia dos médicosda PBH, dia 12; do II Fórum Nacionalda CBHPM e realizaram, no Sinmed-MG, a reunião do Núcleo Administra-tivo da Fenam. O encontro contou coma presença também do presidente daFenam Regional Nordeste, Tarcísio Dias, edo presidente do Sindicato dos Médicosdo Ceará, José Maria Arrudas Pontes.

Diretor-geral do João XXIII (à dir.) conversa com os representantes da Fenam

Sinmed-MG no 5º CongressoNacional de Ciências Sociais

e Humanas em Saúde

CONGRESSO

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais participou do V CongressoBrasileiro de Ciências Sociais e Hu-manas em Saúde, iniciativa da Associa-ção Brasileira de Pós-Graduação emSaúde Coletiva (Abrasco), realizadoem São Paulo, de 17 e 21 de abril.

O Sinmed-MG integrou o grupotemático "Humanidades e Humaniza-ção em Saúde", com o trabalho "Hu-manização do trabalho médico e hu-manização da atenção à saúde", apre-sentado no formato poster eletrônicopelo diretor do sindicato e coorde-nador do departamento de Infor-mação e Pesquisa, Geraldo Ribeiro.O trabalho figura, assim, nos anaisdo congresso.

Usando como referência uma pes-quisa realizada pelo Sinmed-MG, noano passado, com os médicos daPrefeitura de Betim, o tema traz umareflexão sobre as más condições detrabalho a que os médicos têm sidosubmetidos e levanta a discussãosobre o efeito dessas condições na hu-manização da atenção à saúde.

A atuação dos profissionais desaúde nas unidades públicas de aten-dimento é influenciada por uma sériede fatores, de âmbitos distintos e in-terconectados, explica Ribeiro. Entreesses fatores estão o processo de tra-balho e a infraestrutura dessas uni-dades, o sistema de saúde em que elaestá inserida e o contexto político,sociodemográfico, ambiental, econô-mico e epidemiológico em questão."Por extensão, tudo isso afetará pro-

fundamente o acolhimento e a atençãoàs pessoas, bem como os resultadosque poderão ser obtidos pelas pro-postas e projetos de humanização emsaúde", diz.

Segundo Ribeiro, os resultados dapesquisa com os médicos de Betimlevantam a hipótese de que o provi-mento de condições de trabalho ade-quadas aos profissionais de saúde écondição sine qua non para que possamser desenvolvidas ações de hu-maniza-ção de atenção aos pacientes. "Comoo atendimento pode ser humanizadose o trabalho médico não está human-izado?" é a pergunta que fica, diz odiretor.

O trabalho "Humanização do tra-balho médico e humanização daatenção à saúde" tem como autores,além do próprio Geraldo Ribeiro e dopresidente do sindicato, Cristiano daMatta Machado, os diretores CésarMiranda dos Santos e Fernando Men-donça; a jornalista Rosângela Fernan-des Costa; e o assessor de projetos es-peciais, Marcus Zatar.

Perspectivas

Segundo Ribeiro, "o Sinmed plane-ja continuar a apresentar trabalhos emfóruns científicos nacionais e in-terna-cionais, visando aprofundar a dis-cussão sobre o trabalho médico". Aíntegra do resumo do trabalho apre-sentado no Congresso Brasileiro deCiências Sociais está disponível no sitedo sindicato - www.sinmedmg.org.br

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na abertura do congresso, em São Paulo

RP Comiunicação

Erasmo Salomão Marra/MS

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011SAÚDE SUPLEMENTAR4

O II Fórum Nacional sobre a Clas-sificação Brasileira Hierarquizada deProcedimentos Médicos (CBHPM), real-izado na Associação Médica de MinasGerais, em Belo Horizonte, dia 13 demaio, ganhou uma motivação inesperadacom os últimos aconteci-mentos. Ainstauração, no dia 8 de maio, pelaSecretaria de Direito Econômico (SDE),de processo administrativo con-tra asentidades médicas nacionais –Associação Médica Brasileira (AMB),Conselho Federal de Medicina (CFM) eFederação Nacional dos Médicos (Fenam)– em consequência do movimento inici-ado no dia sete de abril, pegou a todosde surpresa e foi um tema cons-tante nofórum.

Mas, nem por isso, outros assuntos degrande relevância deixaram de ser abor-dados com profundidade na busca deavanços no longo caminho da luta dosmédicos da saúde suplementar por valo-rização profissional e melhor atendi-mento à população.

O presidente do Sinmed-MG, Cris-tiano Gonzaga da Matta Machado, coor-denou a mesa “A CBHPM no SUS”, quecontou com a participação do se-cretáriode Atenção à Saúde do Mi-nistério daSaúde e do secretário Mu-nicipal de

No fechamento desta edição,recebemos a notícia da suspensão,pela Justiça Federal, dos efeitos dasmedidas preventivas adotadas pelaSecretaria de Direito Econômico(SDE). A decisão autoriza os médi-cos e suas entidades a retomarem noprocesso de negociação em cursocom as operadoras e o uso de valoresreferenciais para a definição dos ho-norários, balizados pela ClassificaçãoBrasileira Hierarquizada de Proce-dimentos Médicos (CBHPM), quetem sido referendada pelo Poder Ju-diciário. Para o presidente do Sin-dicato dos Médicos de Minas Gerais,a decisão foi uma vitória da categoriae da sociedade.

O fórum é uma realização daComissão Estadual de HonoráriosMédicos de Minas Gerais – formadapor representantes do Sinmed-MG,Associação Médica, Conselho Regionalde Medicina e Federação Nacional dasCooperativas Médicas (Fencom), como apoio da AMB, Fenam e CFM.

Compuseram a mesa de aberturado evento: José Carlos Vianna Colla-

res Filho, presidente da AMMG;Florentino Araujo Cardoso Filho, dire-tor de Saúde da AMB; Manuel Maurí-cio Gonçalves, presidente do CRMMG;Alexandre de Menezes Rodrigues,conselheiro do CFM; Cristiano Gon-zaga da Matta Machado, presidente doSinmed-MG; Cid Célio Jayme Carva-lhaes, presidente da Fenam; José Au-gusto Ferreira, presidente da Fencom.

CBHPM

Fórum Nacional sobre a CBHPM ganha motivação amais com medida da Secretaria de Direito Econômico

Realização das entidades mineiras

Justiça suspende decisão da SDE

Mesa “CBHPM na saúde suplementar”

Cerca de 150 pessoas participaram do evento, em Belo Horizonte

Fotos: Alexandre Guzanshe

Saúde. Helvécio Magalhães lembrou asconquistas do Sistema Único de Saúde,mas também os desafios, entre eles afalta de financiamento e a má gestão dosrecursos, “um desequilíbrio que sereflete em todos os patamares atéchegar ao salário do médico”. Já o rep-resentante da Prefeitura, MarceloTeixeira, falou sobre a adoção, pelaPBH, do “Plano Operativo de Regula-rização das Cirurgias Eletivas”. Pontuouque, mesmo pagando quase 250% a maisque a tabela do SUS para alguns proce-dimentos (a referência é a CBHPM), oprograma tem vários problemas de

gestão. “A lição aprendida é que nãobasta mexer nos honorários, se nãohouver uma mudança de cultura de tra-balho e de gestão”.

Atuação da ANS é questionada

Outro ponto bastante discutido foi aomissão da ANS. Foi consenso geralque a Agência, criada há 10 anos, temuma função importante, mas precisa“sair de cima do muro” e se envolvermais na organização do setor e na bus-ca da melhor relação entre operadoras eprestadores de serviço.

Em seu depoimento, o gerente deRelações com Prestadores de Serviços,Carlos Eduardo Costa Figueiredo, abor-dou a atuação da Agência, destacando anecessidade de avanços na regulamen-tação da adoção da hierarquização, paraque o principal critério seja sempre a com-plexidade do procedimento.

Falou também do programa “Mo-nitoramento da contratualização”, ado-tado pela ANS no ano passado para fis-calizar a implementação dos contratospelas operadoras. “A maioria dos con-tratos não estão adequados, e já abrimosvários processos administrativos. O pro-blema é a morosidade desses processos”.

Sobre a crítica à falta de envol-vimen-to da ANS, informou que a Agên-ciaestá discutindo com o Ministério daFazenda um plano de trabalho paraavançar nas questões regulatórias darelação das operadoras com os médicos.

Outros temas debatidos: “A CBHPMna saúde suplementar”, com coordenaçãode Aloísio Tibiriçá Miranda, da Comissãode Saúde Suplementar (Comsu); “Remu-neração médica na saúde suplementar”com coordenação do secretário de SaúdeSuplementar da Fenam e diretor doSinmed-MG, Márcio Costa Bichara; “As-pectos jurídicos da implantação daCBHPM”, com mesa coordenada por JoséCarlos Vianna Collares Filho, da AMMG;e “Glosas e Auditoria”, com coordenaçãode Manuel Maurício Gonçalves, do CRM.

Cristiano (â dir.) conduziu a mesa “A CBHPM no SUS” Mesa “Glosas e Auditoria”

Page 5: discussões sobre medidas arbitrárias da SDE · de união e de luta no recente episódio envolvendo a saúde suplementar.Depois do grande sucesso da mobilização da categoria no

As consultas particulares represen-tam, em média, 20% do trabalho mé-dico em consultório.

O médico que trabalha com planosou seguros de saúde atribui, em mé-dia, nota 5 para as operadoras, emescala de zero a dez. Ressalta-se que5% dos médicos deram nota zero paraos planos ou seguros saúde brasileirose apenas 1% atribuiu notas 9 ou 10.

92% dos médicos brasileiros queatendem planos ou seguros saúde afir-mam que sofreram pressão ou ocorreuinterferência das operadoras naautonomia técnica do médico.

Entre as interferências no traba-lho médico, glosar procedimentosou medidas terapêuticas e impor aredução de número de exames ouprocedimentos são as práticas maiscomuns das operadoras.

Mais da metade dos hospitais (54,9%)afirmam que os planos de saúde deter-minam a transferência de pacientes parahospitais próprios das operadoras.

Mais da metade dos hospitais(51%) afirma que os planos de saúdedemoram na liberação de guias deautorização para internação, cirurgiae exames, o que prejudica pacientes emédicos.

O setor de planos de saúde liderou,em 2010, o ranking de reclamações doIdec pelo 11º ano consecutivo. Asprincipais queixas foram referentes areajustes de mensalidade, negativas decobertura, manutenção de depen-dentes no plano de saúde após a mor-

te do titular e adaptação e migração decontratos antigos.

Os médicos estimam em R$ 60 ovalor mínimo a ser pago por cada con-sulta. Mas esse número ainda não é oideal: o movimento dos médicos apontacomo meta o honorário de R$ 80 porconsulta, além do reajuste dos demaisprocedimentos. Atualmente, a maioriados planos de saúde paga entre R$ 25 eR$ 40 por consulta. Esses va-loresmudam de região para região e sim-bolizam a indiferença dos planos dasoperadoras para com os profissionaisque respondem pela saúde da população.

Além de um valor mínimo de R$ 60por consulta, os médicos querem queseja garantido o estabelecimento deregras contratuais que assegurem oreajuste dos honorários de forma pro-gressiva – tendo como parâmetro aCBHPM – para evitar o surgimento dedéficits como o atual.

No período de 2000 a 2009, os rea-justes autorizados para os planos desaúde acumularam 133%. Esse dado é23 pontos percentuais maior que os106% registrados no mesmo períodopelo Índice Nacional de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA).

Em sete anos (de 2003 a 2009), osplanos médico-hospitalares tiveram129% de incremento na movimenta-ção financeira, passando de R$ 28 bil-hões para R$ 65,4 bilhões. O valor daconsulta, no mesmo período, subiuapenas 44%. Isso em média apuradapela própria ANS. Em 2011 há ope-radoras que ainda pagam o absurdo deR$ 25 a consulta.

IV Fórum de Cooperativismo Médico em junho

SAÚDE SUPLEMENTAR TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011 5

O IV Fórum de Cooperati-vismo Médico está confirmadopara os dias 14 e 15 de junho, nasede do Conselho Federal emBrasília. O evento reunirá repre-sentantes de todas as regiões dopaís para discutir temas comohonorários médicos no SistemaUnimed, valorização do trabalhomédico, a parceria do coope-rativismo médico Unimed e asentidades médicas, o papel doLegislativo na defesa do coope-rativismo médico e do setor desaúde, cooperativismo e a tercei-rização, a agenda regulatória daANS para o cooperativismo daSaúde e o cooperativismo de tra-balho e o SUS.

Já foram definidos os pales-trantes do evento. Entre eles, oministro da Saúde, AlexandrePadilha, que será convidado paraparticipar da mesa de abertura.Membros da Confederação Bra-sileira das Cooperativas Médicas(Confemed), da Unimed do Bra-sil e parlamentares também serãoconvidados.

Para o presidente do sindi-cato, Cristiano da Matta Macha-do, o fórum, que já está em suaquarta edição, é importante por-que permite que as entidadesmédicas possam, em conjunto,debater o sistema cooperativistae fortalecer esse modelo de or-ganização como forma de valo-rizar o trabalho médico: " Que-remos garantir que as coope-rativas médicas defendam defato as melhorias nas ques-tões do trabalho médico", as-sinalou o dirigente.

As cooperativas médicas re-presentam 33% do mercado mé-dico. A Comissão de Cooperati-vismo Médico organizadora doevento é formada pela FederaçãoNacional dos Médicos (Fenam),Conselho Federal de Medicina(CFM) e Associação Médica Bra-sileira (AMB).

O Brasil tem 347 mil médicos ematividade, registrados no ConselhoFederal de Medicina.

Aproximadamente, 160 mil médi-cos atuam na saúde suplementar,atendem usuários de planos e deseguros de saúde.

No Brasil, atuam 1.044 operadorasde planos de saúde médico-hospitalares,que movimentaram R$ 64,2 bilhões, em2009. Projeções indicam que, em 2010,esse volume chegou a R$ 70 bilhões.

45,5 milhões (24% da população)é o número de usuários de planos deassistência médica no Brasil. O dadoé de dezembro de 2010.

74% dos usuários de planos deassistência médica estão em planoscoletivos (quase 33 milhões de pes-soas). O restante, 26%, têm plano in-dividual ou familiar.

Por ano, os médicos realizam,por meio dos planos de saúde, emtorno de 223 milhões de con-sul-tas e acompanham 4,8 milhões deinternações.

Os médicos atendem, em média,em seus consultórios, oito planos ouseguros saúde.

Cada hospital privado atende, emmédia, convênio com 42 planos desaúde.

Cada usuário de plano de saúde vaiao médico (consulta) em média 5vezes por ano.

80% das consultas, em um mêstípico de consultório médico, são rea-lizadas por meio de plano de saúde.

RAIO X DO SETORCOOPERATIVISMO

Veja os dados levantados pelaComissão de Saúde Suplementar,que reúne representantes da As-sociação Médica Brasileira (AMB),do Conselho Federal de Medicina(CFM) e da Federação Nacionaldos Médicos (Fenam).

Números da saúde suplementar mostram gigantismo do setor

Page 6: discussões sobre medidas arbitrárias da SDE · de união e de luta no recente episódio envolvendo a saúde suplementar.Depois do grande sucesso da mobilização da categoria no

O Tesouro Municipal deve ser oresponsável pelo pagamento das apo-sen-tadorias e pensões, caso o fundo pre-videnciário venha a ter problemas finan-ceiros. Em nenhuma hipótese o ser-vidorpode ser co-responsabilizado por proble-mas, seja com redução na apo-sentadoria,seja com aumento da alíquota de con-tribuição.

Desde 2000, a Prefeitura já deveria terconstituído o fundo previdenciário a par-tir das alíquotas descontadas dos servi-dores. A Prefeitura deve apresentar qual omontante que esse fundo já deveria ter,bem como os valores que pretende ter

incorporados ao mesmo para que as enti-dades representativas dos servidores pos-sam chegar a alguma conclusão sobre asaúde financeira do que se propõe.

O PL 1410/2010 aponta como basedo aporte inicial para a sustentabilidade dofundo o emprego do patrimônio daBeprem, sem discriminar qual é essepatrimônio, o que torna qualquer debatesobre essa sustentabilidade inócuo.

O patrimônio da Beprem foi cons-tituído com a contribuição dos servidoresmunicipais. Qual contrapartida será dada aesses servidores, se o patrimônio for

usado para sanar uma dívida que é daadministração municipal para formaçãodo fundo previdenciário?

O PL 1410/2010 não apresenta comoprincípio a paridade entre servidores, porexemplo, não propondo mecanismo decorreção das aposentadorias e pensõesdaqueles que ingressaram no serviço apósjaneiro de 2004.

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011LUTAS SINDICAIS6

Seminário discute as fragilidades do projeto da PBH para Previdência dos Servidores Públicos

Os médicos estão muito preocu-pados com o projeto de lei da PBHque dispõe sobre a reforma da Previ-dência dos Servidores Municipais(PL 1410/2010). As dúvidas são cons-tantes em todas as assembleias dacategoria, realizadas no sindicato.

As entidades representativas dosservidores, incluindo o Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, estãoacompanhando de perto o assunto. Aprimeira providência foi solicitar asuspensão do projeto, enviado, em 22de dezembro, para a Câmara Mu-nic-ipal, sem nenhuma consulta aosservidores. Pressionada, a Prefeiturapediu a retirada do projeto, no dia 3de fevereiro, "para aprofundamentodas questões suscitadas".

Um segundo resultado da movi-mentação das entidades foi a reali-zação, dia 28 de abril, do seminário"Previdência dos Servidores Públi-cos Municipais", promovido pelaComissão de Orçamento e Finan-ças Públicas, da Câmara Municipal.O presidente do Sinmed-MG, Cris-tiano da Matta Machado, partici-pou do seminário, juntamente coma diretora Ana Cristina Fonseca.

CÂMARA MUNICIPAL

Entidades elaboram documento com questionamentos e novas propostas

Seminário lotou o plenário e levantou as fragilidades do projeto

Durante o seminário na Câmara Municipal, foi distribuído um documento construído em conjunto pelas entidadesrepresentativas dos servidores, entre elas o Sinmed-MG. Além de apresentar várias propostas para o projeto de reformada Previdência Municipal, o documento levanta questões importantes relacionadas ao financiamento do fundo:

Observação: o documento redigi-do pela entidades representativasdos servidores está disponibi-liza-do na íntegra no site do sin-dicatowww.sinmedmg.org.br

Divulgação CMBH

feitura encaminhou, mas suspen-deu, a votação do projeto na Câma-ra", justificou.

Durante o seminário, o secretárioGeral do Instituto Brasileiro de Di-reito Previdenciário, autor do livroRegime Próprio de Previdência dosServidores Públicos e Procurador doEstado, Marcelo Barroso Lima Britode Campos, apontou 38 itens a seremrevistos e concluiu que o projeto"peca no aspecto social". Na suaavaliação, "o ganho financeiro temque andar passo a passo com aquestão social".

Substitutivo com novo texto

Além dos especialistas, repre-sentantes de várias categorias pro-fissionais de servidores da PBHapresentaram questionamentos ecriticaram o PL 1410. A diretora doSind-Rede/BH, Vanessa Portugal,foi contundente em sua crítica: "Aproposta do Executivo responsabi-liza o servidor por qualquer debi-lidade financeira do novo fundoprevidenciário. Não podemos cor-rer o risco de ter que cobrir even-tuais perdas do sistema. Nossos direi-tos sociais precisam ser preservados".

Diante das evidências da neces-sidade de aperfeiçoar o projeto, osecretário Paulo Bretas afirmou queas contribuições apresentadas à pro-posta original serão consideradaspela Prefeitura para se chegar a umasolução técnica.

O secretário Adjunto de GestãoPrevidenciária, Márcio Dutra, admi-tiu a possibilidade de o Executivoencaminhar à Câmara Municipal umsubstitutivo: "Podemos chegar a umnovo texto a partir das discussõestravadas, das observações feitas porentidades sindicais".

Um dos resultados do semi-nário foi a formação de uma co-missão com representantes dossindicatos, da Prefeitura e da Câ-mara dos Vereadores para darcontinuidade às discussões. Vá-rias reuniões já foram realizadas.

Segundo ele, foi uma discussãomuito importante e esclarecedora,em que ficaram evidentes as fra-gilidades do projeto atual da Pre-feitura e também a necessidade deaprofundar o assunto. "Trata-se dofuturo do servidor e o projeto apre-senta vários pontos falhos em re-lação principalmente ao financia-mento e supressão de benefíciossociais importantes para os servi-dores e seus dependentes".

Na abertura do seminário, o se-

cretário de Planejamento, Orça-mento e Informação da Prefeitura,Paulo Roberto Paixão Bretas, disseque o objetivo do encontro era bus-car a melhor solução técnica para acriação do regime próprio de prev-idência dos servidores: "A ma-tériaé de extrema complexidade técnicae de ideias. A questão pre-cisa sertratada com cautela, não podemoscorrer o risco de começar umfundo que em pouco tempo setorne deficitário. Por isso, a Pre-

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011 7LUTAS SINDICAIS

PBH

Em votação apertada, médicos aceitam proposta da PBH

Com diferença de apenas doisvotos, os médicos da PBH decidiram,em assembleia no dia 12 de maio,aceitar a proposta da Prefeitura de rea-juste salarial de 20% a ser pago emquatro parcelas até novembro/2012.

Para o presidente do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, Cristiano daMatta Machado, o prefeito MárcioLacerda continua não cumprindo oque falou no primeiro encontro comos médicos, antes de eleito: uma políti-ca de valorização da categoria.

"O resultado da votação foi um ter-mômetro do sentimento dos médicos.Na realidade, ninguém ficou satisfeito,mas ponderando alguns fatores a as-sembleia deliberou por aceitar a pro-posta. A decisão foi também um exemp-lo do peso de cada voto para sim ou paranão. Essa diferença mínima de doisvotos mostrou que a presença de cadaum é importante e pode mudar o rumodos movimentos", disse.

A pressão do governo foi muitogrande. Na última reunião, os gestoresdeixaram claro que, em não con-cor-dando com a proposta já aceita pe-losoutros sindicatos, os médicos te-riamque começar do zero.

O diretor do sindicato e tambémmédico do PSF, André Christiano dosSantos, que acompanhou de perto todoo movimento, faz coro aos médicos quenão se sentiram contemplados com oreajuste oferecido, mas destaca, comouma conquista, o fato da Prefeitura ter

Abono de especialista da redecomplementar subiu de R$150para R$300.

Valor pago em datas especiaissubiu de R$150 para R$300.

Cersam: equiparação do valor doplantão fim de semana ao das UPAs,passando de R$700 para R$900.

Vale-refeição: o valor atual de R$10

sobe para R$12,50 em julho e R$15em novembro e o desconto no salá-rio do servidor cai de 20% para 10%.

Manutenção da progressão decarreira para os profissionais ce-didos dentro da rede da PBH. Aavaliação de desempenho seráfeita no órgão de lotação da oca-sião. Se houver necessidade de

Veja a proposta da Prefeitura, na íntegra

RP Comunicação

Os médicos da Materni-dade Odete Valadares (MOV)estão unidos na busca desoluções para os graves pro-blemas que afetam a unidade eaguardam uma resposta emrelação às suas reivindicações.Em AGE realizada dia 14 deabril no auditório da mater-nidade, os médicos delibe-raram por redigir um docu-mento para circular nas trêsclínicas da MOV – pediatria,obstetrícia e anestesia.

O intuito é levantar o nú-mero de médicos, entre con-tratados e efetivos, que vãoaderir ao movimento paranão cumprir a carga horáriaextra, uma das propostas daassembleia.

Os médicos se queixam decondições de trabalho, advin-das principalmente das equi-pes incompletas. Pedem, ain-da, equiparação dos abonosde urgência e emergênciacom o João XXIII; paga-mento de adicional noturnoapós às 19h; pagamento deadicional de fim de semana eferiado de R$500 para cada12 horas proporcional àshoras trabalhadas; garantiaaos diaristas dos adicionaisproporcionais às horas tra-balhadas nos finais de se-mana e feriados; pagamentodo abono ou gratificaçãopelo exercício da preceptoriapara quem assiste médicosresidentes e acadêmicos; ga-rantia de que os recursos ge-rados por procedimentos es-peciais na MOV sejam rever-tidos exclusivamente para amaternidade; garantia de cum-primento da Lei 18.885/2009para os profissionais médicosadmitidos mediante contra-tos administrativos.

Médicos da MOVcontinuam em movimento

Manifestação da categoria, em frente à Secretaria Municipal de Saúde

atendido alguns ítens da pauta. Citou,como exemplo, o pagamento do adi-cional de urgência em caso de licençamédica e maternidade. Também desta-cou a questão dos plantões extras dosmédicos dos Centros de Referênciaem Saúde Mental (Cersam) enfim re-solvida, embora sem a retroatividade.

Uma campanha de lutas e união não pára

A campanha reivindicatória 2011dos médicos da PBH começou emdezembro passado, com o envio dapauta de reivindicações. Nos cincomeses de mobilização, foram realiza-das sete assembleias e quatro pa-ral-isações de 24 horas.

A união e a força foram caracte-rís-ticas do movimento da PBH. Os médi-cos foram às ruas com faixas e camise-tas com a frase que se tornou o símbo-lo da campanha: "Respeito - Você merece eseu médico também".

Em todas as paralisações, a reper-cussão na mídia foi ampla e a adesão dacategoria sempre superou os 90%. Naúltima, em 6 de maio, 98% dos centrosde saúde fecharam as portas.

"A luta vai continuar. Outros gran-des problemas do município como aquestão das Parcerias Público-Pri-vadas, a previdência municipal dosservidores e a ausência de concursopúblico ainda são questionados peloSinmed-MG e médicos da PBH", dizCristiano da Matta Machado.

ODETE VALADARES

ajuste legal, esse será feito. O vín-culo e a carreira se manterão noórgão onde o servidor foi lotadooriginalmente, onde também ocor-rerá a progressão.

Adicional de urgência: garantiade recebimento em casos delicença médica e de maternidade(6 meses).

Publicação da opção do cargode 40 horas após construção detabela de proporcionalidade doabono de fixação para que não hajaperda salarial do servidor.

Reajuste de 20% no salário-base, em quatro parcelas (referência: salário-base junho/2011)

Julho 2011 Novembro 2011 Julho 2012 Novembro 2012

3,235% 6,755% 5% 5%

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 20118 LUTAS SINDICAIS

Prefeitura de Betim desrespeita servidores e aprova Lei à reveliaA Câmara dos Vereadores apro-

vou, no dia 14 de abril, o projeto delei de autoria da Prefeitura de Betimque concede ao servidor municipalo reajuste de 5%, dividido em duasparcelas: a primeira de 2% retroa-tiva a fevereiro e a segunda, de 3%,em janeiro de 2012.

Segundo nota publicada no“Portal da Prefeitura”, os cálculospara o aumento consideraram oslimites estabelecidos na Lei deResponsabilidade Fiscal e o rea-juste deverá impactar em R$13,5milhões na folha de pagamento

do município em 2011.O envio do projeto à Câmara e

sua aprovação aconteceram total-mente à revelia dos servidores,que, desde o início do ano, vêmmantendo campanhas em buscade melhorias salariais e de con-dições de trabalho. A pauta dosmédicos foi enviada ainda no finaldo ano passado.

A estratégia da Prefeitura du-rante todo o processo foi tratar deassuntos relacionados a reajustesnuma mesa geral de negociações,com os vários sindicatos. "De que

adiantou a mesa, se no fim aPrefeitura fez o que quis?", dizum dos médicos do município ediretor do sindicato, César Mi-randa dos Santos.

Segundo informou César Mi-randa, pressionada pelos médicos,a Prefeitura resolveu suspendertemporariamente a instalação doponto biométrico e mudanças jáanunciadas nas escalas de plantãodas unidades de urgência e emer-gência e unidades hospitalares domunicípio: "Da mesma forma queo projeto foi votado sem a

aprovação dos médicos, não sa-bemos até quando essa suspensãovai valer e por isso a categoriaprecisa se manter mobilizada".

Para o presidente do Sindi-cato dos Médicos, Cristiano daMatta Machado, "a Prefeiturade Betim deu um exemplo clarode autoritarismo ao não valo-rizar o servidor público e quemsofre com isso é a própria po-pulação, que assiste, a cada dia,a deterioração de serviços es-senciais como a educação e asaúde".

BETIM

Falta de segurança aterroriza médicos na UAI Teresópolis

Fotos enviadas pelos médicos mostram exemplos de precariedade na UAI

Um exemplo do descaso daPrefeitura de Betim com a saúdese encontra na Unidade de Aten-dimento Imediato (UAI) Teresó-polis. Após receber várias denún-cias sobre a falta de segurança naunidade, e diante da inércia daadministração pública, o Sindica-to dos Médicos de Minas Geraisenviou, no dia 2 de maio, umanotificação judicial para o muni-cípio e para o governo do Estado.No documento, o sindicato pedeprovidências urgentes em relaçãoaos problemas que colocam emrisco a segurança do local, comoameaças, agressões, furtos e faltade respeito com os profissionais.

Desde o ano passado, os mé-dicos têm denunciado o verda-deiro campo de guerra que setornou a UAI. Em novembro, oSinmed-MG recebeu um manifes-to solicitando melhoria da segu-rança. No documento, os funcio-nários comunicaram a ocorrênciade troca de tiros dentro da unida-de e criticaram a inércia da Guar-da Municipal no local, que nãoatuou para garantir a segurança dequem estava presente.

Na confluência de três zonas detráfico de drogas, a violência já setornou rotina no local. Entre outrasbarbaridades, é comum pessoas ar-

madas, brigas entre gangues, amea-ças diversas aos médicos e inter-ferências dos acompanhantes dospacientes nos atendimentos e pro-cedimentos de urgência.

“Os médicos vivem em constantesituação de risco, temos medo de irtrabalhar e não voltar para a casa”,diz um dos profissionais da UAI.

Portaria é o principal problema

Para discutir a situação da UAITeresópolis, o sindicato já realizouduas assembleias – dias 26 de abrile 17 de maio. Na última AGE, con-

duzida pelo diretor do depar-tamento Jurídico do Sinmed-MG,Paulo Marra, os médicos infor-maram que representantes da Se-cretaria Municipal de Saúde, entreeles o secretário adjunto de Saúde,Márcio Melo Franco, estiveram naunidade para conversar com osservidores sobre segurança.

Algumas promessas foram fei-tas, como a substituição da cercapor um muro e colocação de umportão eletrônico, mas neste mo-mento disseram que não é possívelalocar policiais para a vigilância.Também não deram os prazos.

Os médicos insistem que aprincipal questão é a portaria.Além de um controle de entradae saída eficiente 24 horas pordia, pedem crachás para os fa-miliares e visitas com horáriosdeterminados.

A categoria também denuncia aprecariedade das instalações quevão desde caixa de esgoto com atampa rachada; sujeira interna e nospátios; vidros quebrados; falta dearmários até fiação elétrica exposta.

Na AGE do dia 17, os médicosdeliberaram por aguardar o prazolegal de 15 dias (após o recebimen-to da notificação) para que aPrefeitura se pronuncie.

“A UAI Teresópolis é referênciade atendimento para um grandenúmero de bairros em Betim, alémde outros municípios, mas se a si-tuação continuar como está os pro-fissionais vão acabar abandonandoa unidade. Não podemos ficar pa-rados esperando o pior acontecer”,diz o diretor Paulo Marra.

A situação não é “privilégio” daUAI Teresópolis, alerta o sindica-to. As UAIs Alterosas, Guanabarae Sete de Setembro também vêmenfrentando problemas relaciona-dos à segurança e funcionandocom estrutura precária e buracosnas escalas.

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Depois de procurado por médicosque atuam na Prefeitura da cidade doSerro, na região do Alto Jequitinhonha,o Sinmed-MG realizou no municípiouma Assembleia Geral Extraordináriapara conhecer melhor a realidade dasaúde local. A AGE aconteceu no dia 28de abril, no auditório do Hospital Casade Caridade Santa Tereza, com a pre-sença do diretor Jurídico do sindicato,Paulo Marra, acompanhado da advo-gada Nilma Pereira.

Durante a AGE, os médicos rela-taram que, no início de março desteano, solicitaram uma reunião com oprefeito do município, Guilherme Si-mões Neves, para discutir reajuste sa-larial e a questão da redução do per-

centual do adicional de insalubridade,mas só obtiveram promessas.

Segundo eles, o adicional de insa-lubridade era pago até o mês de janeirode 2011 no percentual de 20% sobre osalário e, a partir de fevereiro de 2011, ovalor foi reduzido a 15%.

Em ofício, a Secretaria Municipalde Administração, Fazenda e Econo-mia do Serro justifica que "a reduçãoocorreu em razão das disposições doartigo 37, inciso XI, da Constituiçãoda Republica Federativa do Brasil,bem como em observância aos Prin-cípios da Administração Municipal,sobretudo o da Legalidade".

Já os médicos que prestam servi-çono PSF relataram que recebem

R$8.300, enquanto a média de saláriopago na região chega a R$12.120, razãopela qual pleiteiam reajuste salarial.

Outro ponto levantado pelos mé-dicos foi quanto ao valor pago peloplantão de sobreaviso praticado noHospital Casa de Caridade Santa Tereza.Informaram que é pago R$600 porplantão presencial de 12 horas e pelosobreaviso de 12 horas é pago aproxi-madamente R$80.

Entre outras decisões, o Sinmed-MG vai pedir ao Conselho Regional deMedicina o resultado de uma vistoriarealizada no hospital há quatro anos.Também ficou acertado que o sin-dicato encaminhará um ofício ao hos-pital solicitando adequação do paga-

mento do plantão de sobreaviso àrecomendação do CRM.

O Sinmed-MG elaborou a pauta dereivindicações dos médicos do Serro,que já foi enviada para a Prefeitura, ondeconstam, entre outros itens: reajustesalarial de 46% para os médicos do PSFe médicos que prestam serviço aomunicípio; restabelecimento do per-cen-tual de 20% para pagamento do adi-cional de insalubridade, bem como opagamento da diferença retroativa doadicional de insalubridade decorrente daredução no percentual.

Uma nova AGE foi agendadapara o dia 2 de junho, às 11h, noauditório do Hospital Casa de Ca-ridade de Santa Tereza.

Médicos do Serro fazem a primeira assembleia por melhorias

SERRO

LUTAS SINDICAIS TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011 9

Em Contagem, médicos não aceitam proposta e mantêm a pauta

CONTAGEM

Reunidos em Assembleia GeralExtraordinária, dia 11 de maio, noHospital Municipal de Contagem, osmédicos da rede pública de saúdenão aceitaram, por unanimidade, aproposta salarial enviada, na mesmadata, pelo secretário de Saúde,Eduardo Penna.

Além de oferecer apenas a re-posição do índice inflacionário noperíodo – abril de 2009 a abril de2010, o secretário não atendeu a nen-huma outra reivindicação cons-tanteda pauta. O documento en-viado aoSinmed-MG diz que os demais pon-tos serão discutidos em reuniões, aserem agendadas confor-me adisponibilidade do sindicato e daPrefeitura.

Segundo os médicos, a Prefeiturade Contagem não tem demonstradoo menor interesse em resolver a situ-ação e apresentar uma propostadigna para os profissionais. Um dosmédicos presentes à AGE declarouque o Hospital Municipal está traba-lhando com o quadro reduzido pelametade e que a situação só piora:"Hoje mesmo, outro colega pediudemissão", informou. "Sem nenhumestímulo, os médicos estão deixandoContagem ou fazendo dali apenasum local de passagem”, afirmou.

Além de insistirem no piso salari-al da Federação Nacional dosMédicos (Fenam) de R$9.188,22, osmédicos estão revoltados com as ati-tudes arbitrárias da Prefeitura, comoo corte das Gratificações deUrgência e PSF, para os profissionaisque tiverem, em dois meses, mais de10% de faltas, mesmo que justifi-

cadas. A categoria pede a revogaçãodo art. 5º da Lei Complementar nº96, de 3 de dezembro de 2010, queinstituiu a punição, e a criação de umserviço de perícia médica no municí-pio que realmente funcione e nãosirva ape-nas para troca de atestados.

Outro ponto relevante da pau-ta é a reincorporação das gratifi-

cações ao salário. Desde maio de2006, a Prefeitura, sem explica-ção, transformou parte do salá-rio em gratificação.

Um novo ofício foi enviado à Secre-taria de Saúde dizendo da decisão dosmédicos em não aceitar a proposta esolicitando uma reunião. A próximaassembleia foi marcada para 1º de junho.

Durante as assembleias, os médi-cos de Contagem têm demonstradogrande preocupação em relação aodesconto previdenciário, que é feitosobre o total de rendimentos e nãoem cima do salário-base. Eles tememque, ao aposentar, o valor não sejapago integralmente.

O Sindicato dos Médicos de Mi-nas Gerais pede aos médicos que sesintam lesados no pagamento dosadicionais e em relação ao descontoprevidenciário que procurem odepartamento Jurídico, munidos decópia dos três contracheques ante-riores ao desconto e do contrache-que com os descontos realizados.Segundo os advogados, os casosserão avaliados individualmente.

Quem se sente lesado deve procurar o Jurídico do sindicatoRP Comunicação

Reunião do Jurídico com médicos de Contagem para avaliação de documentos

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A história de Alcindo AmadoHenriques é um exemplo de vida ede dedicação: são 100 anos de idadee 64 anos ininterruptos de pro-fis-são, o que lhe confere, pro-vavel-mente, o título de médico maisvelho do mundo em atividade.

O centenário, completado dia 10de abril, mereceu dos colegas daColônia Santa Izabel, onde foi di-retor-geral, e da comunidade justas

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 201110 LUTAS SINDICAIS

HOMENAGEM

CURVELO

O departamento Jurídico doSinmed-MG informa que os mé-dicos contratados para o exercíciode função pública agora podem terdireito a adicional de insalubridade.A decisão aconteceu após o Su-peri-or Tribunal de Justiça (STJ) recon-hecer o direito de receber gra-tifi-cação de insalubridade a profes-sores que foram admitidos emcaráter temporário e trabalharamem instituição psiquiátrica de San-ta Catarina.

Os advogados do sindicato es-clarecem que, com base nessa deci-são, os médicos contratados tempora-riamente para o exercício de funçãopública terão também o direito a rece-ber o adicional de insalubridade desdeque comprovem o exercício de ativi-dades em condições insalubres, ondeo trabalhador fica exposto a agentesnocivos à saúde.

A gratificação pleiteada é umaforma de compensar os riscos dedanos à saúde do servidor, constan-temente expostos aos males daatividade exercida. E, conformeconcluiu a ministra do STJ, MariaThereza de Assis Moura, “consi-derando o princípio da isonomia,

não há motivo para somente con-ceder o benefício aos servidoresefetivos, se também os temporáriosestão expostos aos mesmos riscos”.

Em busca de melhorias salariais,médicos do PSF e plantonistas deCurvelo buscaram o apoio do Sin-med-MG. Uma assembleia, dia 17 demaio, no Rotary Club local, com apresença do presidente do sindicato,Cristiano da Matta Machado, daadvogada Nilma Pereira e de cerca de20 profissionais da cidade, marcou oinício da campanha.

Na manhã do mesmo dia, MattaMachado teve uma reunião com oprefeito José Maria Pena Silva quan-do o gestor alegou que as despesasda Prefeitura com pessoal já estão nolimite. Durante a AGE, o prefeito com-pareceu, a convite do Sinmed-MG,para conversar com os médicos epropôs fazer negociações individuais,o que foi rechaçado pela categoria.

Um dos médicos presentes in-formou que atua no ProgramaSaúde da Família, na Prefeitura,há oito anos e que durante essetempo só houve pequenos au-mentos. Trabalham hoje no mu-nicípio 14 equipes ESF (AtençãoBásica em Serviço na EstratégiaSaúde da Família), atingindo umpercentual de cobertura de 70%.O ideal, segundo um dos médi-cos, seriam 21 equipes.

Os médicos que trabalham no

hospital filantrópico ImaculadaConceição, que recebe repasses daPrefeitura, se queixaram das condi-ções de trabalho, devido princi-pal-mente às equipes incompletas. Afalta de incentivo financeiro, alémde não atrair novos médicos, temafastado os que estão em atividade.

A pauta de reivindicações dosmédicos, construída após a assem-bleia, para encaminhamento à Pre-feitura, Secretaria de Saúde e dire-ção do hospital, contempla: equipa-ração de vencimentos ao que é pra-ticado na região para pagamentodos médicos do PSF (R$12.000),reajuste do plantão do PA e áreaobstétrica para R$1.000 por 12horas; melhores condições de tra-balho; preenchimento da escala deplantão do bloco obstétrico; rea-juste do valor pago pelo plantão noCAPS; estipulação de valor fixopara o plantão de sobreaviso dobloco obstétrico do hospital; for-malização de contratos administra-tivos, em se tratando de médicos daPrefeitura, até realização de con-curso público; formalização decontratação dos médicos que pres-tam serviço ao hospital. Uma novaAGE foi marcada para o dia 15 dejunho, também em Curvelo.

Médico faz 100 anos e é exemplo de dedi-cação à profissão

Alcildo, 64 anos exercendo a profissão

Médicos de Curvelo buscam melhoriassalariais com o apoio do sindicato

Direito ao adicional de insalu-bridade para médicos contrata-

dos na função pública

SEUS DIREITOS

Foto: Arquivo Pessoal

homenagens. Celso Campos, presi-dente da Associação dos Médicos daColônia Santa Izabel (Asmecol), conta

que, como reconhecimento, o Cen-tro de Estudos da Asmecol e oBloco Cirúrgico têm agora o nomede Alcindo.

Apesar da idade, Alcindo trabalhaaté hoje como voluntário. Uma vezpor semana, ele segue de ônibus paraBetim, ainda de madrugada, paraatender a pacientes egressos da Co-lônia. Atencioso, percorre as casasdos moradores aferindo pressão, pre-screvendo medicação e orien-tandoseus pacientes que têm, em média, 70e 80 anos.

Engajado na luta contra o pre-conceito que envolve a hanseníase,Alcindo foi responsável pela reti-

rada das correntes que limitavam oCitrolândia da Colônia Santa Iza-bel. Sempre lutou pelo bem-estardos pacientes. Na época, tambémfoi quem desativou o pavilhão dascrianças recém-nascidas com han-seníase que eram separadas dosseus pais.

De índole simples, Alcindo dizque só vai parar de trabalhar quan-do não puder mais andar porquegosta de ajudar ao próximo. Suahistória foi inclusive contada no“Bom Dia Minas”, da TV Globo.Como disse um de seus pacientesna reportagem: “Ele não é um mé-dico, ele é um amigo”.

O sindicato está oferecendoorientação jurídica gratuita paraos médicos sindicalizados que seencontram nessas condições eque ainda não recebem adicionalde insalubridade/periculosidade.

Para requerer o beneficio, bas-ta acessar o site do Sinmed-MG –www.sinmedmg.org.br e im-primir a solicitação de parecertécnico. Após preenchida, o mé-dico deve protocolar o documen-to no local apontado e, com acópia, agendar atendimentocom a equipe do departamentoJurídico, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, pelo te-lefone 31-3241-2811.

Orientações aos médicossindicalizados

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TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011 11

No balanço de 2010, o destaque é a evolução do patrimônio do sindicato

O Sindicato dos Médicos deMinas Gerais oferece uma no-va oportunidade aos médicossindicalizados e não sindicali-zados de pagarem as contribui-ções sindicais em atraso noperíodo de 2006 a 2010.

O médico poderá realizar opagamento de uma só vez ouse quiser em até 10 parcelas,com vencimento da primeiraem 15/7/2011. Quem quitaras contribuições sindicais até15 de abril de 2012 estará con-correndo ao sorteio de prê-mios que serão divulgados, embreve, pelo Sinmed-MG. Osmédicos receberão o boletono endereço que consta do ca-dastro do sindicato

É importante lembrar que acontribuição sindical é um tri-buto federal. Todo médico,sindicalizado ou não, celetista,estatutário, autônomo exclu-sivo ou de convênio, tem de re-colher, anualmente, o valor equi-valente a um dia de trabalho.

Ao pagar a contribuição sin-dical o profissional, além deficar quite com o fisco, reco-nhece o sindicato como seulegítimo representante e delegaà entidade a defesa de seus di-reitos trabalhistas.

BALANÇO

CAMPANHA

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais realizou, no dia 28 de abril, As-sembleia Geral Ordinária (AGO), paraaprovação das contas referentes ao exer-cício de 2010. O edital da AGO foi divul-gado dia 21 de abril, no jornal "O Tempo".

O balanço apresentado foi auditadopor auditores independentes da BauerAuditores Associados, com recomenda-ção do Conselho Fiscal do Sinmed-MGpara sua aprovação. Assinaram o do-cumento os seguintes conselheiros fis-cais do sindicato: Josemar de AlmeidaMoura, José Alvarenga Caldeira, ErikaMonteiro Pinheiro Mourão, MariaLuisa Vianna, Andréa Chaimowicz eRaidan de Carvalho Canuto.

Os relatórios mostraram que o sindi-cato continua trabalhando com plane-jamento, e voltado para os interesses dacategoria. Jacó Lampert, diretor do de-partamento Administrativo-Financeiro,chama a atenção para a valorização dopatrimônio imobilizado do sindicato,que cresceu de R$607.681,19, em 2009,para R$3.236.413,72, em 2010.

O aumento é resultado de duas impor-tantes iniciativas no ano passado: a aqui-sição de uma nova sede e a reavaliação doterreno onde fica a atual sede, na RuaPadre Rolim, 120, em Santa Efigênia.

Jacó explica que a aquisição da sedeera um sonho antigo da categoria. Oimóvel, situado no Edifício Residencial eComercial Contorno de Minas na Av. do

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Recobrança da contribuição

sindical 2006 a 2010

BALANÇO PATRIMONIAL 2010

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MÉDICOS

2008 2009 2010

16.000

12.000

8.000

4.000

0

ANO 2008 2009 2010

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

13.444

4.600

14.165

5.497

14.805

5.990

10%

30%

CIRCULANTE 3 1.927,00 7 50.131,40 3 68.279,00 PASSIVO CIRCULANTE 982.064,51 2 22.599,06 722.109,05Disponibilidades 4 .947,66 7 42.921,11 3 68.279,00 Obrigações com fornecedores 62.864,07 66.491,01 35.116,06Direitos realizáveis a Curto Prazo 2 6.979,34 7 .210,29 - Obrigações sociais/fiscais 195.410,71 1 56.108,05 39.938,90

Obrigações com entidades/instituições 723.789,73 - 647.054,09ATIVO NÃO CIRCULANTE 3 .074.905,27 507.707,19 2.992.996,08

REALIZAVEL A LONGO PRAZO - - 2 .467.038,33 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 247.661,41 1 60.962,92 -Contribuições a receber 9 .096.905,32 7 .107.457,82 3 .984.555,69 Processos trabalhistas a repassar 247.661,41 1 60.962,92(-) Provisão créditos liquidação duvidosa (9.096.905,32) (7.107.457,82) (1.517.517,36)

PERMANENTE 3 .074.905,27 5 07.707,19 525.957,75INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.877.106,35 8 74.276,61 2.639.166,03Custo corrigido 1 20.153,61 1 14.618,68 1 14.618,68 Fundo Patrimonial 1.121.117,53 1 .121.117,53 1.121.117,53

Reserva de Reavaliação 307.091,24 3 07.091,24 307.091,24IMOBILIZADO Ajuste de Avaliação Patrimonial 1.386.000,00 - -Custo corrigido 3 .236.413,72 6 07.681,86 5 98.908,91 Superavit/Deficit acumulados (553.932,16) 1 .212.959,78 1.045.368,26(-) Depreciação (289.208,60) (217.030,44) (195.380,92) Superavit/Deficit no exercício (383.170,26) (1.766.891,94) 165.589,00

INTANGÍVELSoftware 4 7.527,19 3 4.397,66 3 3.922,66(-) Amortização (39.980,65) (31.960,57) (26.111,58)

TOTAL DO ATIVO 3 .106.832,27 1 .257.838,59 3 .361.275,08 TOTAL DO PASSIVO 3.106.832,27 1 .257.838,59 3.361.275,08

ATIVO 2010 2009 2008 PASSIVO 2010 2009 2008

Contorno, nº 4.999, foi adquirido por R$1.237.800. Com 500 m2, o dobro da se-de atual, o espaço já tinha utilização co-mercial – ali funcionava a sede da OCEMG(Organização das Cooperativas do Esta-do de Minas Gerais) – e vai proporcio-nar um maior conforto para os médicose uma melhor divisão das áreas de aten-dimento. Já o terreno onde fica a sedeatual foi reavaliado em abril de 2010, poriniciativa do sindicato, sendo atribuídoao imóvel o valor de R$ 1.670.000.

Evolução no número de sindicalizados

O balanço também revelou uma sig-nificativa evolução da arrecadação nosúltimos três anos. O valor aferido comas contribuições sindicais saltou deR$1.532.719, em 2008, para R$1.705.517,em 2010. Já o valor proveniente dascontribuições sociais, aquela que é pagaespontaneamente pelos médicos, tam-bém subiu: de R$745.306, em 2008,para R$1.090.253,23, em 2010.

Para o diretor Jacó Lampert, "os nú-meros são sinais de que os médicosestão cada vez mais confiantes na en-tidade que os representa na luta porcondições salariais, de trabalho, respei-to e valorização profissional".

Jacó informa que o Sinmed-MGacompanha hoje cerca de 20 cam-panhas salariais na capital e nointerior, além de investir em áreasde atendimento prioritárias paraque o sindicato cumpra seu papelde defesa do trabalho médico co-mo os departamentos Jurídico e deComunicação.

Relatórios mostram planejamentoe transparência nas ações queenvolvem recursos financeiros

Genin

Page 12: discussões sobre medidas arbitrárias da SDE · de união e de luta no recente episódio envolvendo a saúde suplementar.Depois do grande sucesso da mobilização da categoria no

TRABALHO MÉDICO MAIO/JUNHO 2011

ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas - CEP: 30130 090 - BH - MG

COMUNICAÇÃO12

"Médico e Mídia" aprimora relação entre médicos e jornalistas FÓRUM NACIONAL

Discutir temas para aprimorar arelação entre os médicos e a imprensa.Esse foi o principal objetivo da 6ªedição do Seminário Nacional Médicoe Mídia, realizado pela FederaçãoNacional dos Médicos (Fenam), dias28 e 29 de abril, no Rio de Janeiro.

O evento reuniu cerca de 100 jor-nalistas, diretores e médicos de en-tidades de 17 estados brasileiros. Como objetivo de melhorar, cada vez mais,a comunicação da entidade com seuspúblicos, o Sinmed-MG esteve lá, re-presentado pelo diretor de Comu-nicação, Fernando Mendonça, e a jor-nalista Rosângela Costa.

Na avaliação de Fernando Men-donça, o seminário permitiu ampliaros conhecimentos sobre as diferentesdinâmicas de trabalho de médicos ejornalistas. "A troca de experiênciatambém faz com que as ações dasassessorias de comunicação se aperfei-çoem cada vez mais, melhorando apostura ética, o relacionamento e acredibilidade do nosso sindicato juntoà imprensa", destaca.

Linguagem clara e objetiva

A jornalista Marion Monteiro,repórter de rádio e assessora de co-municação na área da saúde no Rio deJaneiro, falou sobre o relacionamentoentre médicos e jornalistas, destacandoque é preciso evitar os jargões médicose tornar a linguagem mais clara para amídia e o público alvo. "É preciso evi-tar o mediquês durante as entrevistas,pois o repórter não entende a lin-guagem técnica dos especialistas.Somos todos leigos", explicou.

"Quem não se comunica se trum-bica" foi o tema da palestra do jornalistada TV Globo, Vandrei Pereira, quetrouxe experiências sobre a veiculação dematérias na emissora. Segundo ele, exis-tem critérios de noticiabilidade que são

O médico e diretor da Fenam,Eduardo Santana, abriu sua palestra"Certificação de sites médicos nainternet" tratando da necessidadede criar um selo médico para asinformações que são verdadeira-mente confiáveis. "Hoje, tudo estádisponível com muita rapidez e aoalcance de todos, o que incorre emerros", explicou.

A internet é hoje a maior biblio-teca do planeta e o Dr. Google – mé-dico mais consultado atualmente – é,segundo Santana, acessado não ape-nas por leigos, mas por um grande

número de médicos e acadêmicosque buscam informações e tiramdúvidas no navegador. "Em meio aessa realidade virtual, torna-se ur-gente a criação do selo de certificaçãopara evitar dados equivocados. Vamoslevantar juntos essa bandeira em de-fesa do bom exercício da medicina".

Ao final da palestra, veio a boanotícia: o presidente do ConselhoFederal de Medicina (CFM), Robertod'Avila, presente no evento, se com-prometeu a firmar com a Fenam umaparceria para validar o selo médico omais breve possível.

Waldir Cardoso, da Fenam, com Rosângela Costa e Fernando Mendonça, do Sinmed-MG

respeitados pela linha editorial e valempara qualquer outro veículo de comuni-cação. "Priorizamos as notícias que sãode interesse público e pautadas porentidades e instituições com re-presen-tatividade oficial que na editoria desaúde são os sindicatos, conselhos desaúde e associações médicas", des-tacou o palestrante.

O repórter também abordou a im-portância de não omitir informações

durante uma entrevista. "Isso é cruel epode comprometer a notícia. É me-lhor dizer sempre a verdade para nãoperder a credibilidade na mídia".

Marcelo Ahmed, também jornalista eprodutor da TV Globo, falou sobre aconfiabilidade das entidades médicas pe-rante a mídia. Ele elencou os assuntosque causam mais impacto nas editoriasde saúde: matérias sobre mobilizaçõespara campanhas e serviços, pesquisas

Criação de selo médico na internet

cientificas e novas tecnologias.Outros temas como obesidade,

hipertensão, epidemias, estética edoenças incuráveis também fazemparte do rol de pautas de uma re-dação. Para Ahmed, ser uma enti-dade confiável para a imprensa sig-nifica: ter representatividade, boasfontes, disponibilidade e priorizara veracidade das informações.

Media Training e tecnologia

O Media Training – treinamento aoentrevistado para que ele saiba se com-portar perante a mídia – foi o tema abor-dado pela jornalista e produtora ElzaGimenez. "Essa é uma das mais impor-tantes ferramentas de comuni-cação.Não existe mais essa história de 'eu nãogosto de falar'. A partir do mo-mentoque determinado médico assume umposto de diretoria, ele recebe a incum-bência de falar em nome da en-tidade eisso inclui o papel de lidar com a impren-sa", afirma.

Em seguida, a palestrante simuloualgumas entrevistas com os partici-pantes e destacou o que o entrevistadodeve evitar para não desviar o foco danotícia: roupas extravagantes, acessó-rios exagerados, frases longas e termostécnicos e omissão de informações.

O professor Marcos Cavalcanti,doutor em Informática pela Universitéde Paris, encerrou o seminário com otema "A mídia e as novas tecnologias".De acordo com o especialista, vivemosa era do conhecimento, que é hoje aprincipal matéria-prima das novasmídias sociais. "Nessa sociedade não sepode negar a relevância do saber cole-tivo e compartilhado, e aqueles que seorganizarem em rede vão sair nafrente", disse.

O palestrante dá uma dica para omédico e o jornalista: saber apro-veitar as novas tecnologias para atroca de experiências. "Ambos pre-cisam interagir, comunicar em rede enenhum profissional pode deixar departicipar desse processo, onde ainteligência competitiva é o segredodas grandes descobertas".

Divulgação Sinmed-MG

Sinmed-MG participa do seminárioque traz, em sua sexta edição,importantes debates para estre-

itar o relacionamento entre esses profissionais