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Discurso de Despedida do Governador José Coelho na Transmissão de Tarefas

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Discurso de Despedida do Governador José Coelho

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Discurso de Despedida do Governador José Coelho

na

Transmissão de Tarefas

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Minhas caras companheiras e meus caros companheiros, E eis que chegou ao fim esta maravilhosa jornada. Cansado?. Sim, mas imensamente gratificado e feliz. Feliz em primeiro lugar pelos resultados alcançados e depois por poder “passar a pasta” a um Governador que estou seguro irá continuar a engrandecer o nosso movimento. Há um ano prometi-vos trabalho, dedicação, pensamento estratégico e mudança. Creio, sem vaidade, mas também sem falsa modéstia, que não vos terei desapontado. O Rotary no mundo, em Portugal e no nosso Distrito precisa de centrar o seu foco estratégico, em muitos casos voltar à suas origens e ao mesmo tempo empreender um processo de mudança, renovação e inovação. Não é novidade para ninguém que os tempos são difíceis e que por vezes a nossa tendência é acomodar-nos ao fatalismo e à descrença, encontrando aí um pretexto de consciência para não fazermos aquilo que sabemos tem de ser feito. NÃO!!!. Nós podemos e devemos fazer melhor, fazer mais. Temos essa responsabilidade. Senão porque seríamos rotários?. Almoços, jantares e tertúlias temo-las nós quando quisermos, com os nossos amigos e familiares. Mas nós temos uma responsabilidade maior. “Quando Rotary deixa de ser uma responsabilidade para reduzir-se a uma distracção ou passatempo, então aí acaba a sua utilidade.”, disse Paul Harris em…1917. Vejam bem! A nossa consciência rotária e os nossos princípios e objectivos obrigam-nos a muito mais. Obrigam-nos a mudar o mundo, com atitudes, gestos e acções diárias, em casa, no trabalho e na sociedade. Esses nossos contributos individuais multiplicados por 1.200 mil, acrescidos de muitas centenas de milhar de voluntários, jovens Rotaractistas e Interactistas, constituem uma força extraordinária que muitas vezes nem temos consciência. Por isso, neste ano rotário, fomos convocados pelo Presidente Banerjee para “nos conhecermos a nós mesmos para envolver a humanidade”. E foi isso com isso em mente que parti para esta jornada, começando com a realidade dos clubes e dos seus membros. "Embora o objectivo mundial do Rotary seja o mesmo, cada um dos nossos 72 Clubes desenvolve a sua própria identidade. E embora sejamos fiéis à mesma Missão e Valores, cada clube deve ter liberdade para desfrutar do seu próprio estilo. Devido a factores demográficos, recursos financeiros e tipos de serviços à comunidade, profissionais ou internacionais que prestam, cada clube é único".

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A consciência dessa realidade e a sensibilidade que alguém nesta missão deve desenvolver, permitiu-me ajudar a motivar os clubes para a concretização dos seus objectivos, promovendo a paz, concórdia e o companheirismo, cimento para a acção, despoletando assim o ciclo virtuoso para o serviço. Já o sabia, mas hoje com o privilégio da experiência de dezenas de visitas, oficiais e de amizade, digo-o com mais propriedade: Não vale a pena tentar impor modelos de funcionamento contra a vontade dos clubes. Podemos invocar Projectos grandiosos, realizações internacionais, eventos majestosos. Mas se não tivermos noção daquilo que os clubes querem, se não lhes falarmos a sua própria linguagem, se não os ajudarmos a desenvolver uma estratégia local, nunca poderemos ter a pretensão de os mobilizar para causas maiores e mais globais. Mas também sei outra coisa: quando os clubes percebem uma estratégia clara, objectivos e metas alcançáveis, que os envolvam a participar e não meramente a executar, quando sentem solidariedade e proximidade, transcendem-se. Motivar voluntários, com igual estatuto de quem tem como missão “governar”, exige uma humildade por vezes difícil de gerir por alguns que não entendem a transitoriedade da missão. Mas o mais importante é que os objectivos se concretizem e não os egos de cada um. De entre várias mensagens que o Presidente Kalyan nos tem trazido, lembro aqui uma a este propósito em que nos dizia para evitarmos usar a expressão “o meu ano”. O meu amigo e Governador do Distrito 1960, António Goes Madeira deu um contributo brilhante e acrescentou: “o meu ano têm sido todos, desde que entrei para Rotary”. Este clima de harmonia e mobilização não seria nunca possível sem a extraordinária cooperação e receptividade dos Presidentes dos clubes e demais companheiros. Agradeço-vos por isso minhas caras e caros companheiros. Ao longo do ano visitei todos os clubes, uma boa parte deles, duas e três vezes, quer nas minhas Visitas Oficiais, quer em reuniões de trabalho e de convívio. Foram momentos inesquecíveis de companheirismo e convívio da família rotária, constatando também o formidável trabalho que os rotários desenvolvem na sua comunidade e os projectos que têm para o futuro. A todos tentei levar uma mensagem de esperança de que, em conjunto, poderemos ajudar a mudar o mundo, começando nas nossas comunidades. Os meus incentivos à mudança, ao fortalecimento dos clubes, à divulgação das suas actividades e ao reforço das acções na comunidade, tendo como pano de fundo o nosso lema “Conheça a si mesmo para envolver a humanidade” e suportado pelas 3 ênfases presidenciais (Família, Continuidade e Mudança), tiveram um eco muito animador e reconfortante. Constatei na prática uma realidade: os clubes gostam e precisam de um Governador e de uma Equipa Distrital perto deles, para os apoiar e para, naturalmente orgulhosos, dar conta das suas realizações na comunidade. Creio

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que cumpri essa missão, eu e a minha equipa. Não só por obrigação, mas essencialmente por prazer. O corolário de todo este ambiente empático e mobilizador ficou bem patente na nossa 66ª Conferência Distrital, realizada em Tróia, onde se viveu uma atmosfera de emoção, alegria, optimismo e a crença num futuro melhor, num ambiente de partilha e demonstração do trabalho que os nossos clubes e os seus membros, homens e mulheres que dão de si antes de pensar em si no seu dia a dia, exercem nas suas comunidades. Os próprios palestrantes integraram-se nesse espírito, trazendo uma mensagem de optimismo e que vale a pena acreditar em nós próprios. Foi, na opinião de todos, uma das melhores conferências dos últimos tempos. Minhas caras companheiras e meus caros companheiros. Com o lastro que a empatia entre Governador e clubes nos proporcionava a todos, foi mais fácil levar aos clubes uma consciencialização de cariz estratégico, com um incentivo claramente dirigido aos desafios que se colocam ao Rotary, local e globalmente. E nesse sentido baseei muito as minhas propostas e mensagens nos 3 pilares onde assenta o Plano Estratégico do Rotary: fortalecer e apoiar os nossos clubes, aumentar a projecção do movimento na imagem pública e dar mais enfoque e expansão aos serviços humanitários, complementadas pela ampliação das actividades sustentáveis ao nível dos programas de serviço às Novas Gerações e focando a nossa acção nas 6 áreas de “enfoque” do Plano Estratégico, ou seja, a paz e prevenção/resolução de conflitos, a prevenção e tratamento de doenças, os recursos hídricos e saneamento, a saúde materno-infantil, a educação básica e alfabetização e o desenvolvimento económico e comunitário. Há um provérbio japonês que diz “Visão sem acção é um sonho. Acção sem visão é um pesadelo.” O papel do Governador de Distrito não pode resumir-se à gestão passiva do Distrito ou a discursos de circunstância ou de mera cordialidade. Enquanto Administrador de RI, a sua intervenção deve estar alinhada com o “pensamento estratégico” do nosso movimento. Por isso tentei sempre levar conteúdo às minhas mensagens junto dos clubes, com um claro incentivo ao planeamento e ao estabelecimento de metas e objectivos. O farol de cada ano rotário é o lema e as ênfases presidenciais. O lema deste ano foi como sabem “Conheça a si mesmo para envolver a humanidade”. Dele falámos sobejamente durante o ano e teremos de reconhecer que só a cultura e sabedoria orientais nos convocam a, de vez em quando, pararmos um pouco no nosso frenesim diário de cariz materialista e olharmos bem no fundo de nós mesmos, para sabermos quem somos realmente e qual o nosso papel no mundo. Tivémos por isso a “sorte” de este ano ter um Presidente que resolveu “mexer com o nosso interior”, com a nossa condição de rotários, enfim com a “substância” e contraponto à forma e à aparência.

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Mas o Presidente Kalyan Banerjee não ficou por aqui neste alertar de consciências e pela primeira vez desde que há memória em Rotary, um Presidente assumiu a Mudança como uma das suas Ênfases, explicando que “Precisamos pensar de forma inovadora, explorar novos pontos de vista. Se fizermos o que sempre foi feito, os resultados serão sempre os mesmos. Devemos analisar as coisas que podemos melhorar, coisas que podem ser mudadas e coisas com as quais ainda não começámos a trabalhar”. Havia pois pelo menos que ter a coragem de tentar encetar a mudança. E isso creio que o conseguimos. Pequenos passos é certo, mas o caminho faz-se caminhando. Realizámos pela primeira vez VOG’s conjuntas, com uma receptividade excepcional, precedente que sei irá ter continuidade. Aprendemos a trabalhar mais em parceria, em realizações conjuntas. Disso é exemplo a grande ligação que existiu entre os dois Distritos rotários de Portugal. Realizámos um Guia Distrital conjunto, facto inédito até hoje e que também sei que irá ter continuidade este ano. Fizémos um RYLA interdistrital, apadrinhámos um projecto nacional, a Frente Rotária Anti-Diabetes. E tantas outras coisas em conjunto, tendo a este propósito que prestar a minha homenagem e reconhecimento ao Governador do D1970, António Goes Madeira, por toda a cooperação e visão, para além obviamente da amizade que nos foi unindo ao longo dos tempos. Mas também tentámos que a mudança se produzisse a outros níveis, nomeadamente na realização de seminários com formatos descentralizados e inovadores. Disso foram exemplos os mini-seminários do DQS, onde percorremos o Distrito, com resultados muito interessantes pela participação e ideias que daí resultaram e o workshop sobre os programas internacionais dirigidos às Novas Gerações, um evento destinado não só aos nossos jovens, mas também para os rotários, com a particularidade de ter sido organizado por um clube Interact, no caso o Interact Club de Setúbal. Também os vários seminários dos Serviços Profissionais e à Comunidade tiveram novas abordagens e outros “públicos” que não só os de sempre. A consciência ambiental também não foi esquecida e durante todo o ano na Carta do Governador a compª Isabel Rosmaninho publicou os seus textos, que agora foram compilados na Carta Especial Ambiente já publicada. Outra mensagem de mudança foi a reflexão proposta ao nível do DQS. A consciencialização foi unânime: teremos de tudo tentar fazer para que os clubes se fortaleçam e promovam a sua renovação. E para isso não existem fórmulas milagrosas, antes a reflexão que cada clube terá de fazer consoante a sua cultura e desejo dos seus membros. A experiência disse-me e diz-me hoje que pequenas mudanças nos formatos das reuniões, redução de alguns custos de funcionamento e natureza nas reuniões semanais e maior abertura à comunidade, a uma camada mais jovem e ao convite a ex-profissionais do ano e ex-bolseiros ou participantes em programas do Rotary, podem ser parte da solução.

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E que dizer da Biblioteca Rotária no issuu?. Pela primeira vez temos um arquivo documental centralizado de tudo o que nos pode interessar consultar. É justo que enalteça aqui o trabalho extraordinário e a dedicação da compª PGD Teresa Mayer em tudo o que teve a ver com a Comunicação no Distrito. Incentivámos também o uso das redes sociais e motivámos os clubes a criarem as suas próprias páginas no facebook e divulgarem mais activamente as suas realizações. Editámos as Cartas do Governador em formato exclusivamente electrónico, com a enorme redução de custos que isso representa. Sei que esta medida não é consensual, mas como em tudo na vida, há que fazer opções. Os dias de hoje aconselham-nos a gerir os recursos com parcimónia e mais responsabilidade ambiental. Foram Cartas extensas é certo, mas com conteúdo, creio que farão justiça a isso. Companheiras e companheiros. Todo este envolvimento, mistura de envolvimento e proximidade, companheirismo e tolerância, acrescidos de pensamento estratégico e espírito de missão, com umas pitadas finais de mudança e inovação, só poderiam ter resultados que muito nos devem animar a todos. Não vou obviamente fazer um balanço exaustivo daquilo que se conseguiu, porque isso já foi feito na Conferência por quem mais de direito, ou seja, Clubes e Equipas Distritais. Mas não posso deixar de realçar 3 ou 4 marcos significativos deste nosso percurso. O primeiro diz respeito ao Quadro Social. Conseguimos estancar a sangria que se vinha a verificar nos últimos anos. Foi formado um novo clube rotário, o RC de Lisboa-Parque das Nações. Refundamos o RC VFX, o que equivale por assim dizer à criação de um novo clube. Concretizámos 7 Projectos de Subsídios Equivalentes, embora o nosso orçamento de FDUC tenha sido muito escasso. Nunca será de mais enaltecer o trabalho incansável do compº Vasco Rosa, nos seus esforços de “multiplicação dos pães”. Demos continuidade aos Projectos Disritais em curso e iniciámos um novo projecto – o FRAD (Frente Rotária Anti-Diabetes). E hoje, tenho a grande satisfação de vos anunciar que este ano foi batido o record de contribuições para a campanha de erradicação da poliomielite, nomeadamente ao nível do Desafio dos 200 Milhões de Dólares. Facto

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extraordinário que revela bem o nível de consciencialização e motivação dos nossos clubes. O meu reconhecimento e homenagem a todos os clubes e companheiros que tornaram possível este feito e em especial ao compº Armando Barreira, Presidente da Sub-Comissão da Polio e ao compº PGD José Manuel Cordeiro pelo seu incansável trabalho à frente da CD da RF. Os números ainda não estão consolidados na base de dados e RI uma vez que boa parte das doações foram efectuadas esta semana. Uma palavra final para as Novas Novas Gerações. Este será um ano inesquecível na actividade dos nossos clubes de jovens. Foram formados 5 novos Clubes Rotaract e mais uns quantos estão em formação. Isto se deve em grande medida ao trabalho da Equipa Distrital, presidida pelo compº João Cotralha, mas em especial à minha Representante Distrital do Rotaract e Interact a quem presto o meu reconhecimento por toda a sua dedicação e colaboração que mantivemos este ano. Mais detalhes sobre o balanço do ano rotário constarão da minha última Carta Mensal que irá ser editada nos primeiros dias de Julho, em articulação, obviamente, com o Governador entrante Luis Miguel, que já concordou. Companheiras e companheiros, Este ano para mim foi um ano de dedicação exclusiva ao Rotary. Foi assumido. Nos tempos que correm onde por vezes o desânimo e o desalento se tentam instalar, os nossos clubes precisam de um Governador próximo dos clubes do Distrito, que os acompanhe e os ajude a atingir os seus objectivos. Sinto-me muito gratificado por ter conseguido motivar os meus companheiros e promover a união entre todos. Com a maravilhosa sensação de dever cumprido, sinto que deixo um Distrito mais forte, mais consciencializado, mais motivado, mais mobilizado e pronto para receber a Convenção Internacional de Lisboa 2013, cuja promoção e incentivo constituíram também uma das nossas prioridades nas nossas mensagens. Começámos a fazer a Mudança, trabalhámos, inovámos, motivámos, trouxemos alegria, esperança, enfim promovemos a paz através do servir, porque aprendemos a conhecermo-nos melhor para envolver a humanidade. Sou portanto um homem imensamente feliz! E pronto para continuar a servir!! Lugar agora para os necessários agradecimentos, não da praxe, mas sentidos. Ao meu clube, o RC Setúbal, por me ter proposto e sempre me ter apoiado. À minha equipa mais chegada – Eduardo, Vitor , Germana, Maria do Rosário. Ao meu Protocolo. Aos meus e minhas Governadores e Governadoras Assistentes. Aos Presidentes e Responsáveis integrantes das Comissões Distritais. À minha Representante Distrital para o Rotaract e Interact e a todos os nossos clubes de jovens. Aos companheiros Past-Governadores e Governadores Indicados. Ao meu Conselheiro Distrital.

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Ao meu Instrutor Distrital. E por último à minha família por toda a dedicação e paciência, mas também pelo amor, apoio e companheirismo. Mas essencialmente aos clubes e os seus Presidentes e Dirigentes. Eles são os verdadeiros heróis e protagonistas desta história tão bonita que fizémos este ano. E a todos as Rotárias e rotários do meu Distrito que me deram a honra de poder servir como seu Governador. Bem hajam. Levá-los-ei para sempre no meu coração. Ao nosso próximo Governador, Luis Miguel Duarte e à sua Equipa, desejo tudo o que desejei para mim próprio há um ano atrás: toda a felicidade do mundo e muita saúde para empreenderem com sucesso a missão que estão prestes a iniciar. Sei das suas ideias e da sua competência e dedicação. Por isso estamos todos descansados e muito confiantes de que irão continuar a engrandecer o nosso movimento. Os desafios que têm pela frente são extraordinários e a Convenção de Lisboa vai ser um enorme sucesso. Deixo pois nas suas mãos um Distrito de homens e mulheres dispostos a mudar o mundo e a ajudá-los na jornada que se avizinha. Agradeço do fundo do coração a todos os companheiras e companheiros do nosso Distrito, a extraordinária honra e privilégio que me deram por me permitirem ter servido como vosso Governador neste ano rotário. “Mudar Para Melhor Servir: É Preciso Acreditar!”. Viva o Rotary! Um abraço fraterno José Coelho Governador 2011-2012 Distrito 1960 de R.I.