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PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DO ESPORTE E TREINAMENTO FUNCIONAL DISCIPLINA APLICAÇÃO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA REABILITAÇÃO DAS LESÕES MUSCULARES E ARTICULARES PROFESSORA ESP. JOVELINA DE FÁTIMA PINHEIRO FERRO GUARANTÃ DO NORTE – MT JULHO/2016

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PÓS-GRADUAÇÃO EM

PEDAGOGIA DO ESPORTE E TREINAMENTO FUNCIONAL

DISCIPLINA

APLICAÇÃO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA REABILITAÇÃO DAS LESÕES MUSCULARES E ARTICULARES

PROFESSORA

ESP. JOVELINA DE FÁTIMA PINHEIRO FERRO

GUARANTÃ DO NORTE – MT JULHO/2016

FACULDADE NOROESTE DO MATO GROSSO PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DO ESPORTE E TREINAMENTO FUNCIONAL

Programa vinculado ao Curso de Licenciatura em Educação Física Autorizado pela Portaria nº 179, de 08/05/2013. Publicado no D.O.U. 09/05/2013.

Rua dos Oityz, nº 150, Bairro Jardim Vitória, CEP: 78520-000 - Guarantã do Norte-MT

www.pos.ajes.edu.br – [email protected] Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.

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APLICAÇÃO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA REABILITAÇÃO DAS LESÕES MUSCULARES E ARTICULARES

JOELHO: LESÕES, PRINCIPAIS FORMAS DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO Bruno Fischer 11/10/2002 O joelho é uma das maiores articulações do corpo humano e também uma das que mais sofre lesões. Essa articulação é formada pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia, patela, ligamentos, meniscos e tendões de músculos que o cruzam. O joelho pode ser lesionado de várias formas por ser muito vulnerável ao trauma direto (pancadas) ou indireto (entorse), além de ser lesionado principalmente pelo excesso de uso ou uso inadequado (regiões condrais e tendíneas são as mais acometidas). Nos Estados Unidos e Canadá mais de 4 milhões de pessoas necessitam, anualmente, de tratamento médico para as patologias do joelho. As lesões no joelho são muito comuns no meio esportivo. Atletas das modalidades que possuem corridas e/ou saltos, geralmente se queixam de dores em algum estágio de suas vidas competitivas, muitas vezes tendo que abandonar o esporte. Os atletas recreativos ou mesmo praticantes de academias, também são acometidos a estas lesões. Praticamente todas as estruturas do joelho podem ser lesionadas, neste texto daremos enfoque às lesões mais comuns: Lesões ligamentares (distensões), tendinite patelar, condromalácia patelar e lesões dos meniscos. Lesões ligamentares Existem quatro grandes ligamentos no joelho: Ligamento Cruzado Anterior (LCA), Ligamento Cruzado Posterior (LCP), Ligamento Colateral Medial (LCM) e Ligamento Colateral Lateral (LCL). Dentre os quais a maior incidência de lesões ocorre no LCA e no LCM. O joelho é estável em extensão, passível de rotação axial (quando flexionado), fazendo com que essa articulação seja menos estável na flexão. Quanto às lesões, o estiramento dos ligamentos é uma das mais comuns nos tecidos moles do joelho, podendo ser classificado como: 1oGrau - Leve estiramento, com pequena tumefação e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar. A dor acontece somente no movimento e, em alguns casos, ao toque. 2oGrau - Estiramento de cerca de 50% das fibras, presença de sinais flogísticos, com grande dificuldade de movimentos, sendo a estabilidade preservada na maioria dos casos. 3oGrau - Estiramento de cerca de 75% das fibras, com presença de hematoma acentuado e perda da estabilidade, com diástese de 10mm. 4oGrau - Ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave. Distensão do ligamento cruzado anterior (LCA) A ruptura isolada do LCA pode acontecer, porém geralmente, é mais comum que esse ligamento seja danificado junto com outros ligamentos e/ou cornos posteriores de menisco. O mecanismo básico da lesão do LCA envolve a hiperextensão do joelho, como por exemplo, um golpe direto na parte frontal do fêmur com o pé fixo no chão. O LCA também se distende em atividades que exigem mudanças rápidas de direção como no futebol, handebol e basquete (momento da “finta” ou em freadas rápidas, arrancadas) e em esportes de salto quando não acontece uma aterrissagem firme. Durante a reabilitação deve-se evitar alongamentos agressivos dos isquiotibiais e os exercícios devem ser executados inicialmente com os joelhos ligeiramente flexionados. Os exercícios de

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cadeia cinética fechada são mais indicados. O fortalecimento dos isquiotibias é de suma importância, uma vez que eles ajudam na estabilização do joelho. Atualmente a reabilitação desse tipo de lesão tem sido feita utilizando o agachamento como principal exercício, pois durante sua execução não existe forças tensionais significativas no LCA. Isso se deve em parte pela moderada ativação dos isquiotibiais que ajudam a aliviar a tensão no LCA devido ao mecanismo de co-contração (ESCAMILLA, 2001). O interessante é que à medida que aumenta-se o ângulo de flexão de joelhos aumenta-se a contração dos isquiotibiais, fazendo com que o agachamento profundo possa ser utilizado em estágios mais avançados de recuperação. A frouxidão ligamentar do LCA lesionado pode ser controlado em exercício de cadeia cinética fechada (ECCF) mas, não em exercício de cadeia cinética aberta (ECCA) (KVIST & GILLQUIST, 2001). Durante o agachamento a maior compressão no LCA acorre nos ângulos menores que 50 graus (TOUTOUNGI et al, 2000). Distensão do ligamento colateral medial (LCM) Uma das lesões mais comuns no esporte. Geralmente é resultante de uma força externa direcionada ao aspecto lateral do joelho, ou seja, ocorre muitas vezes por trauma na face lateral (externa), sendo relacionada a esportes como o futebol, judô, karatê, etc. O tratamento consiste em fortalecer todos os músculos que cruzam a articulação dos joelhos (quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores) isso após a interrupção do quadro álgico. Distensão do ligamento cruzado posterior (LCP) Distensões nesse ligamento são pouco comuns no meio esportivo e geralmente outras estruturas são afetadas. A hiperextensão do joelho é o mecanis

Uma das lesões mais comuns no esporte. Geralmente é resultante de uma força externa direcionada ao aspecto lateral do joelho, ou seja, ocorre muitas vezes por trauma na face lateral (externa), sendo relacionada a esportes como o futebol, judô, karatê, etc. O tratamento consiste em fortalecer todos os músculos que cruzam a articulação dos joelhos (quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores) isso após a interrupção do quadro álgico. Distensão do ligamento cruzado posterior (LCP) Distensões nesse ligamento são pouco comuns no meio esportivo e geralmente outras estruturas são afetadas. A hiperextensão do joelho é o mecanismo mais comum dessa lesão, geralmente é ocasionado por trauma direto na região anterior da parte superior da coxa. No tratamento deve-se focalizar o quadríceps, uma vez que esse músculo fortalecido tende a deslocar anteriormente a tíbia, revertendo assim o sinal de gaveta posterior. A força dos músculos posteriores da coxa deve ser estabelecida espontaneamente sem exercícios específicos. É importante o alongamento dos isquiotibiais, mas sempre tendo os devidos cuidados para não hiperextender o joelho lesionado. O fortalecimento do quadríceps deve ser priorizado com exercícios de cadeia cinética aberta (ex: cadeira extensora), mas em fases posteriores da reabilitação os exercícios de cadeia cinética fechada como agachamentos podem ser introduzidos, porém deve-se ter cuidado com a angulação, pois à medida que aumenta-se o ângulo de flexão, aumenta-se à tensão neste ligamento, sendo seguro trabalhar em ângulos menores que 50 / 60º (ESCAMILLA, 2001). Tendinite patelar (“joelho do saltador”) A dor na região infrapatelar é mais comum nesse tipo de lesão, porém outros fatores podem ocasiona-la: - Lesões da patela, como osteocondrite; - Patela com fratura de esforço ou polo inferior alongado e proeminente; - Hipertrofia do corpo adiposo infrapatelar; - Bursite ou doença de Osgood-schlatter. A tendinite patelar está associada com mais freqüência a atividades repetitivas, ela foi primeiramente descrita em atletas de salto em altura (daí o nome de joelho do saltador) mas é quase

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igualmente edêmica em jogadores de basquete e vôlei. Além de atividades que envolvam saltos, atividades de corrida também costumam exacerbar esse quadro. A dor da tendinite patelar normalmente é de fácil localização, e acomete geralmente o polo inferior da patela, ou mais raro, sua borda superior. No tratamento o primeiro passo é a diminuição dos sintomas, e isso deve ser feito interrompendo as atividades que causem dor. Tratamento com gelo, medicamentos, antiinflamatórios e exercícios isométricos do quadríceps são iniciados imediatamente e continuados até que os sintomas desapareçam. Deve-se fortalecer e alongar o quadríceps e os alongamentos deve ser feito pelo menos 4 vezes por dia, ao acordar, antes e depois das atividades físicas e antes de dormir. Durante o alongamento recomenda-se um mínimo de 20 segundos de manutenção da posição por 2 ou 3 séries. Os exercícios isotônicos e com mais cargas podem ser realizados assim que os sintomas de dor tiverem cessado e não causarem dor durante a execução. Condromalácia patelar (“joelho do corredor”) A condromalácia patelar é uma lesão da cartilagem patelar devido a degeneração prematura com amolecimento, fibrilação e aspereza dessa estrutura, nas quais, são semelhantes às relacionadas com a osteoartrite. A condromalácia pode ocorrer devido a trauma direto com conseqüente dano condral, ou resulta de qualquer condição que interfira com os movimentos patelofemorais normais, tais como variações anatômicas anormais. Essas variações podem ser causadas pelo aumento do ângulo Q, patela alta, insuficiência do vasto medial, oblíquo e desequilíbrio articulares. Esta lesão é mais comum em mulheres (devido principalmente ao aumento do ângulo Q) e ocorre prioritariamente em atividades como balé, corridas, ciclismo, voleibol, etc. A dor é descrita como profunda e localizada na região retropatelar e pode ser sentida ao subir e descer escadas, em atividades prolongadas, após ficar muito tempo com os joelhos flexionados e ao agachar-se para pegar um objeto no chão. Em movimentos de flexão dos joelhos a dor é acompanhado de crepitação retropatelar facilmente audível ou sentida com a mão por cima da patela. O principal sinal para um diagnóstico consiste em mover a superfície da patela contra o fêmur. O tratamento é conservador, muito parecido com o utilizado no procedimento da tendinite. Estimular o repouso evitando atividades que provoquem a dor patelar, como correr, saltar, andar em salto alto e exercícios que promovam a flexão do joelho (ex: ciclismo e subir escadas). A base do tratamento é constituída de exercícios que fortaleçam o quadríceps, principalmente o vasto medial oblíquo. Apesar de ser necessário o fortalecimento prioritário do VMO (vasto medial oblíquo), dificilmente essa musculatura pode ser isolada e fortalecida individualmente. Um estudo conduzido por MIRZABEIGI et al, em 1999 comparou a ativação do vasto medial oblíquo com o vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral em 9 exercícios diferentes, os pesquisadores demonstraram não haver diferenças significativas entre os músculos concluindo então que o VMO não pode ser isolado durante os exercícios. É recomendado que se realize exercícios isométricos para o quadríceps, pois não exacerbam a dor, fortalecem e envolvem movimento mínimo da patela. Já os exercícios de flexão de joelhos, tais como agachamento são indicados, mas implicam em uma sobrecarga muito grande sobre a articulação patelofemoral e resultam em exarcebação dos sintomas (CORRIGAN & MAITLAND, 2000). Apesar da tensão patelofemoral aumentar concomitante à flexão do joelho no agachamento, devemos ter em mente que o agachamento profundo mesmo realizado com poucas repetições e muita carga é menos deletério que atividades cíclicas de longa duração, pois na verdade o maior problema da condromalácia está no alto volume dos treinos. Outro fator importante neste tipo de lesão é o fortalecimento e alongamento dos isquiotibiais, flexores do quadril e abdutores. Lesões de meniscos Cada um dos compartimentos laterais e mediais do joelho contém um menisco fibrocartilagíneo em forma de meia-lua e de consistência amolecida. Os meniscos ajudam a aumentar a congruência articular, estabiliza a articulação, absorve choques e limita movimentos anormais, além de ajudar na nutrição articular e na lubrificação da cartilagem. Os atletas de final de

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semana são os principais candidatos às lesões dos meniscos devido ao condicionamento físico inadequado. A cartilagem pode sofrer ruptura na direção horizontal ou longitudinal, sendo esta última mais comum. Quando a lesão é grande suficiente atingindo longitudinalmente desde o corno anterior até o posterior é denominada “alça de balde” e o fragmento interno pode deslocar-se e assim produzir um bloqueio articular. Em pacientes com ampla ruptura de meniscos deve ser realizada a meniscectomia, mas quando ocorrida na inserção vascular periférica, o menisco pode ser recuperado. Geralmente o tratamento visa aumentar a força do quadríceps, dos flexores e abdutores do quadril e deve ser combinado com exercícios para alongar os isquiotibiais e panturrilhas. Existem especulações quanto à sobrecarga causada pelo agachamento a estas estruturas. Estudos demonstram que o pico de força compressiva no agachamento profundo varia de 550 a 7928N, mas nenhum estudo consegue demonstrar o quanto às estruturas articulares e meniscos podem suportar (ESCAMILLA, 2001). A partir de observações empíricas podemos avaliar que provavelmente os meniscos suportam bem mais que isso, basta observarmos que os jogadores de voleibol (ou outros esportes de salto) dificilmente tem lesões nos meniscos mesmo tendo forças (durante os treinamentos / competições) compressivas atuando nessas estruturas bem acima das encontradas no agachamento profundo. Terapia com frio e calor como forma de tratamento e prevenção de Lesões Atualmente as terapias com frio e calor tem sido muito difundidas na reabilitação de lesões, sem contar que, e a terapia com frio ainda pode ser utilizada na prevenção. Crioterapia (aplicação de gelo): Crioterapia (crio = gelo, terapia = tratamento) é o nome que se dá ao tratamento à base de gelo, usado há muitos anos como agente terapêutico. Sua principal aplicação está no tratamento imediato de lesões no esporte, na qual serve para resfriar os tecidos profundos pela vasoconstrição, reduzindo assim as hemorragias. Atualmente a crioterapia tem sido utilizada como meio preventivo para lesões, sendo comumente usada pelos principais clubes e atletas competitivos. A somação do estresse nos tendões e estruturas articulares pode promover uma deficiência nutricional nessas regiões com conseqüente isquemia local, e a aplicação de gelo nessas regiões promove uma hipotermia, reduzindo assim os níveis metabólicos e evitando reações de hipoxia secundária, que com certeza levaria a dor e incapacidade funcional. A hipotermia causada pelo resfriamento articular também favorece a agregação molecular de líquido sinovial aumentando assim a sua viscosidade, na qual é um dos fatores determinantes na proteção da cartilagem articular. Os principais efeitos fisiológicos da crioterapia são: Anestesia, redução da dor, redução do espasmo muscular, estimula o relaxamento, redução do metabolismo local, redução da inflamação, redução da circulação com posterior estimulação, redução do edema e quebra do ciclo dor-espasmo-dor. Dicas para o uso do gelo: 1- Uso imediato nas contusões - reduz o edema e alivia a dor. 2- Aplicar gelo em qualquer traumatismo ou contusão. Ex: Lesões musculares (contraturas, distensões), lesões articulares (entorses, lesões nos ligamentos), tendinites, hematomas, etc. 3- É recomendado que a aplicação dure no máximo 30min, sendo que na maioria das regiões 20 min já são o suficiente. 4- Nas primeiras 24 horas das lesões mais importantes use gelo por meia hora a cada duas horas. LAING, DALLEY E KIRK (1973) relataram que uma aplicação de gelo durante 20 minutos teve um efeito de até duas horas no esfriamento de músculos profundos. 5- Evite pegar no sono enquanto aplica gelo. Contra-indicações: O gelo não deve ser usado em caso de redução do suprimento sanguíneo (ex: Doença vascular periférica), também é contra indicado no caso de artrite pois, aumenta a rigidez articular. Termoterapia (aplicação de calor): O calor terapêutico tem efeito trófico, promovendo a vasodilatação das arteríolas e capilares melhorando o metabolismo da nutrição dos tecidos, liviando a dor e aumentando a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos, além de diminuir a rigidez da

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articulação, melhorar os espasmos musculares e aumentando a velocidade e volume circulatório do sangue. Geralmente a terapia com calor é utilizada em lesões crônicas, ao contrário do frio que é utilizado em lesões agudas. Contra-indicações: Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, inflamadas, feridas com sangramento, áreas com tumores, sobre os testículos, e sobre o abdômen de gestantes. Estalos A articulação pode apresentar estalidos como de vácuo que, geralmente, não tem nenhum significado e são comuns em articulações com hipermobilidade. Estalidos podem ser ouvidos e sentidos em torno das articulações, conforme tendões ou ligamentos deslizam sobre proeminência óssea, mas geralmente ele não tem significado clínico. No caso de dor, os estalidos pode indicar lesão no menisco. Considerações Importantes - Durante o agachamento o estresse na articulação patelofemoral aumenta quando o ângulo de flexão aumenta (WALLACE et al, 2002). - As forças compressivas são maiores no agachamento realizado com as pernas mais afastas (afastamento esse de 2 x a largura da espinha ilíaca) do que com as pernas mais próximas (pés da largura da espinha ilíaca). - O agachamento deve ser feito de forma lenta e controlada na fase excêntrica, uma vez que esse movimento de descida feito de forma rápida e descontrolada aumenta muito as forças nas estruturas do joelho (ESCAMILLA, 2001). - O pico de força e o estresse na articulação patelofemoral foi observada com 90 graus de flexão do joelho (WALLACE et al, 2002). - O agachamento é considerado mais efetivo do que o leg press para o desenvolvimento muscular, porém deve ser usado cautelosamente em indivíduos com disfunções do LCP e patelofemoral, especialmente em ângulos acentuados de flexão (ESCAMILLA et al, 2001). - A maior ativação dos músculos da coxa acontece no agachamento (KVIST & GILLQUIST, 2001). - O vasto medial oblíquo não pode ser isolado de forma significativa durante os exercícios. (MIRZABEIGI et al, 1999). Um estudo feito por Escamilla e seus companheiros em 1998 no Instituto Americano de Medicina esportiva chegaram as seguintes conclusões: - O agachamento gera 2 vezes mais atividade dos isquiotibiais do que o leg press e a cadeira extensora. - A maior atividade do quadríceps acontece na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA. - ECCA produziu maior ativação do reto femoral enquanto o ECCF produz maior ativação dos vastos. - As forças compressivas tibiofemorais foram maiores na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA. - As compressões patelofemorais foram maiores na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima flexão e na metade da extensão em ECCA. Conclusões - A maioria das lesões pode ser evitada apenas utilizando medidas preventivas. - Uma musculatura forte e com boa flexibilidade ajudam na estabilização dos joelhos e outras estruturas em geral. - Aplicação de gelo nas articulações é mais utilizada após a sessão de treino. - A crioterapia é uma medida preventiva de grande valia e tem sido indicada por grandes treinadores e profissionais de saúde. - A partir do entendimento dos conteúdos listados acima, podemos sugerir que a utilização de exercícios de cadeia cinética fechada são os mais indicados, principalmente o agachamento. Além de ter uma maior ativação muscular, ele também é um exercício extremamente funcional pois, utilizamos movimentos parecidos a todo instante, por exemplo no momento de pegar um objeto no chão. Infelizmente esse excelente exercício não é bem visto por muitos “profissionais”, mas isso se deve ao fato de estarem desatualizados ou mesmo não terem domínio dos princípios que norteiam o treinamento desportivo. Com um treinamento bem elaborado, utilizando devidamente a recuperação e principalmente uma boa técnica de execução, o agachamento pode favorecer indivíduos saudáveis ou mesmo com joelhos lesionados. Veja mais em Agachamento e joelhos e Agachamento e coluna

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Referências Bibliográficas BLACKBURN JR, MORRISSEY MC. The relationship between open and closed kinetic chain strength of the lower limb and jumping performance. J Orthop Sports Phys Ther. 1998 Jun;27(6):430-5 ESCAMILLA RF, FLEISIG GS, ZHENG N, BARRENTINE SW, WILK KE, ANDREWS JR Biomechanics of the knee during closed kinetic chain and open kinetic chain exercises. Med Sci Sports Exerc. 1998 Apr;30(4):556-69 ESCAMILLA RF, FLEISIG GS, ZHENG N, LANDER JE, BARRENTINE SW, ANDREWS JR, BERGEMANN BW, MOORMAN CT 3RD. Effects of technique variations on knee biomechanics during the squat and leg press. Med Sci Sports Exerc. 2001 Sep;33(9):1552-66 ESCAMILLA RF. Knee biomechanics of the dynamic squat exercise. Med Sci Sports Exerc. 2001 Jan;33(1):127-41 ISEAR JA JR, ERICKSON JC, WORRELL TW. EMG analysis of lower extremity muscle recruitment patterns during an unloaded squat. Med Sci Sports Exerc. 1997 Apr;29(4):532-9 KVIST J, GILLQUIST J. Sagittal plane knee translation and electromyographic activity during closed and open kinetic chain exercises in anterior cruciate ligament-deficient patients and control subjects. Am J Sports Med. 2001 Jan-Feb;29(1):72-82. MIRZABEIGI E, JORDAN C, GRONLEY JK, ROCKOWITZ NL, PERRY J. Isolation of the vastus medialis oblique muscle during exercise. Am J Sports Med. 1999 Jan-Feb;27(1):50-3 PALMITIER RA, AN KN, SCOTT SG, CHAO EY. Kinetic chain exercise in knee rehabilitation. Sports Med. 1991 Jun;11(6):402-13 TOUTOUNGI DE, LU TW, LEARDINI A, CATANI F, O'CONNOR JJ. Cruciate ligament forces in the human knee during rehabilitation exercises. Clin Biomech (Bristol, Avon). 2000 Mar;15(3):176-87 WALLACE DA, SALEM GJ, SALINAS R, POWERS CM.Patellofemoral joint kinetics while squatting with and without an external load. J Orthop Sports Phys Ther. 2002 Apr;32(4):141-8 YACK HJ, COLLINS CE, WHIELDON TJ Comparison of closed and open kinetic chain exercise in the anterior cruciate ligament-deficient knee. Am J Sports Med. 1993 Jan-Feb;21(1):49-54

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LESÃO MUSCULAR: CONCEITOS E TRATAMENTO

Postado na categoria: Destaque Home, Lesões nos esportes, Tratamentos Os músculos são os únicos geradores de força capazes de produzir movimento articular. Realizam contração convertendo energia química em trabalho mecânico. São 434 músculos, representando 40% do peso corporal; dentre estes, 75 pares de músculos estriados são envolvidos na postura geral e movimentação do corpo. As lesões musculares são comuns nos esportes, com sua frequência variando 10-55% de todas as lesões. Mais de 90% delas relacionadas com são contusões ou distensões musculares. A contusão muscular (figura 1) ocorre quando um músculo é submetido à uma força súbita de compressão como um golpe direto, por exemplo. Já nos estiramentos, o músculo é submetido a uma tração excessiva levando à sobrecarga das miofibras e, conseqüentemente, a sua ruptura perto da junção miotendínea.

Figura 1. Hematoma da coxa após contusão muscular durante atividade esportiva. O que distingue a cura da lesão muscular de um osso fraturado é que o músculo esquelético cicatriza através de um processo chamado “reparação”, na qual há formação de tecido fibroso de cicatriz entre as duas partes de músculo lesionado, enquanto uma fratura cicatriza por “regeneração”, ou seja o osso fraturado cura através da produção de calo ósseo que, posteriormente se remodela em tecido ósseo. Todas as lesões musculares passam por 3 fases no processo de cura: 1) Fase de Destruição: Caracterizado pela ruptura e consequente formação de um hematoma entre os cotos do músculo rompido, e uma reação inflamatória. 2) Fase de Reparação:Composto da produção de uma cicatriz de tecido conectivo assim como revascularização por crescimento de capilares na área lesada. Podemos classificar os estiramentos de acordo com as dimensões da lesão em: Grau I – é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão < 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode ser ausente no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é

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notado no exame físico. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida. Grau II – O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (lesão > 5% e < 50% do músculo). São encontrados os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém, com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. A resolução é mais lenta. Grau III – Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão > 50% do músculo), resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal à lesão devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável e visível. 3) Fase de Remodelação: um período de retração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação do funcional capacidade do músculo. FATORES DE RISCO Tais fatores são: as deficiências de flexibilidade, os desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas), as lesões musculares pregressas (reabilitação incompleta), os distúrbios nutricionais, os distúrbios hormonais, as alterações anatômicas e biomecânicas, as infecções e os fatores relacionados ao treinamento (o aquecimento inadequado, a incoordenação de movimentos, a técnica incorreta, a sobrecarga e a fadiga muscular). O que se sente? A história clínica é marcada por dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalido audível ou de uma sensação de pedrada. Ocorre geralmente durante a explosão muscular na corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do mesmo. A intensidade dos sinais e sintomas podem variar de acordo com a sua gravidade. Ao examinar o paciente lesionado, o médico busca edema localizado, tensão aumentada do tecido ao redor e possibilidade de um defeito (área de depressão local ou “gap”) visível ou palpável. A presença de hematoma tem o significado de uma lesão de maior extensão e gravidade. A contração contra resistência revela dor local e impotência funcional, caracterizada pela incapacidade de se mover a articulação. Os estiramentos musculares geralmente não são precedidos por dor localizada ou tensão muscular aumentada no mesmo local; portanto, prever o surgimento de tais lesões não é uma tarefa simples. TRATAMENTO Os princípios do tratamento das lesões musculares na fase aguda seguem o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido). O repouso do membro afetado mediante a utilização de órteses (tipoias, muletas, estabilizadores articulares) está indicado nos estiramentos de grande magnitude (lesões graus 2 e 3). Durante o processo de reabilitação, há a necessidade de modificar as atividades de risco. Durante as fases iniciais deve-se permitir a mobilização do membro acometido dentro dos parâmetros de segurança, para que não haja ampliação da área de lesão. O ultrassom pulsado auxilia na reparação cicatricial,

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gerando um aumento do metabolismo local, redução da inflamação e do espasmo muscular, enquanto o ultrassom contínuo estimula a circulação sanguínea. O laser pode ser aplicado na fase de cicatrização, pois estimula o processo cicatricial nos tecidos moles e atua na modulação da dor. O ondas curtas pulsado está indicado na fase de cicatrização tecidual, auxiliando na reabsorção de hematomas, na redução do processo inflamatório, redução do espasmo e na reparação tecidual. A flexibilidade pode ser iniciada de dois a sete dias após a lesão, realizada de forma suave a moderada de acordo com a resistência da dor. O fortalecimento muscular deve ser iniciado tão logo o paciente apresente melhora da dor com leve resistência. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade, aumentando-se a intensidade conforme a tolerância do indivíduo. Os exercícios excêntricos são fundamentais na recuperação da lesão e no retorno gradual aos movimentos específicos do esporte, devido a algumas vantagens biomecânicas, tais como o significativo ganho de força através de um menor recrutamento das unidades motoras quando comparados aos exercícios concêntricos. Os critérios para o retorno ao esporte são: a flexibilidade semelhante ao membro contralateral, amplitude de movimento normal, ausência de dor e critérios de força muscular semelhantes aos valores prévios à lesão ou ao membro contralateral (acima de 80%). O dinamômetro isocinético pode ser utilizado na avaliação da força após o fim do tratamento, assim como na pré-temporada, com o objetivo de prevenção de novas lesões. O tratamento cirúrgico é raramente indicado e prioriza as lesões completas por avulsão, lesões de grande impotência funcional e dissociação importante entre os dois bordos da lesão ou nas avulsões ósseas, embora alguns autores considerem o tratamento conservador nestas situações com bons resultados. RETORNO AO ESPORTE O retorno ao esporte após uma lesão muscular deve sempre ser individualizado e, levando-se em conta que o tecido cicatriza através da formação de cicatriz fibrosa entre os cotos do músculo, o foco princincipal da equipe reabilitadora é a da prevenção da recorrência da lesão, pois, muitas vezes, o indivíduo encontra-se completamente livre da dor e APARENTEMENTE está apto ao esporte e, em um movimento “banal”, ocorre a relesão. Portanto, quanto maior for o grau de sua lesão muscular, maior será o tempo de seu retorno ao esporte. PREVENÇÃO A prevenção da lesão envolve, principalmente o aquecimento muscular, pois: – melhora a velocidade e força de contração muscular. – diminui a viscosidade. – aumenta a temperatura no músculo. – aumenta a velocidade de transmissão nervosa. O alongamento é controverso, pois, segundo alguns autores, causaria: – Diminuição de força e velocidade de contração(?) – Diminuição da sensibilidade do fuso(?) Outros fatores consagrados incluem: – Hidratação adequada – Fortalecimento muscular – Reequilíbrio isocinético muscular.

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NOVOS CONCEITOS: A TERAPIA CELULAR

Novas técnicas e conceitos têm sido estudados nos tratamentos das lesões musculares, como: os fatores de crescimento derivados de plaquetas, a cultura de células-tronco autólogas, as drogas inibidoras da fibrose, a bioengenharia e a estimulação neuromuscular. Os primeiros, conhecidos como PRP tem sido amplamente utilizados no departamento médico em clubes de futebol profissional. Apesar de existirem poucos estudos, acredita-se que a infusão do PRP recrutaria um maior número de células-tronco satélites alterando a biologia da cicatrização muscular, formando menos cicatriz a aumentando o poder da regeneração muscular. Embora ainda em estudos, o que se observa na infusão do concentrado de plaquetas em lesões musculares é o alívio mais rápido e prolongado da dor e redução do tempo de retorno ao esporte. Importante: O conteúdo deste artigo é meramente informativo e não substitui uma consulta médica. Diagnósticos de lesões e opções de tratamento variam de pessoa para pessoa e dependem de fatores como sexo, idade, ocupação, etc, e portanto não devem ser generalizados. Consulte sempre seu médico. As informações deste site não devem ser utilizadas para auto-diagnóstico ou auto-tratamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Aagaard P, Simonsen EB, Magnusson SP et al. A new concept for isokinetic hamstring: quadriceps muscle strength ratio. Am J Sports Med 1998;26:231-237. 2. Agre JC. Hamstring injuries. Proposed aetiological factors, prevention, and treatment. Sports Med 1985;2:21-33. 3. Askling C, Karlsson J, Thorstensswon A. Hamstring injury occurrence in elite soccer players after preseason strength training with eccentric load. Scand J Med Sci Sports 2003;13(4):244-50. 4. Beaulieu JE. Developing a stretching program. Physician Sports Med 1981;9(11):59-65. 5. Best TM, Garrett WE Jr. In: DeLee and Drez. Orthopedic sports medicine. Basic science of soft tissue (muscle and tendon).Philadelphia: W. B. Saunders; 1994. p. 1-45. 6. Bennell K, Wajswelner H, Lew P et al. Isokinetic strength testing does not predict hamstring injury in Australian Rule footballers. Br J Sports Med 1998;32:309-314. 7. Buckwalter J. Current concepts review pharmacological treatment for soft tissue injuries. J Bone Joint Surg 1995;77-A:1902-1914. 8. Carlsson BM, Faunkner JA. The regeneration of skeletal muscle fibers following injury: a review. Med Sci Sports Exerc 1983;15(3):187-196. 9. Chan YS, Li Y, Foster W, Horaguchi T, Somogyi G, Fu FH et al. Antifibrotic effects of suranin in injured skeletal muscle after laceration. J Appl Physiol 2003;95:771

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Tropeçou, bateu, machucou. As lesões esportivas não são exclusividade de atletas profissionais. Qualquer indivíduo que mexa o corpo com certa regularidade está mais sujeito a torções ou estiramentos musculares. Basta forçar o corpo além da conta ou executar alguns movimentos errados durante o treino. Quando esse tipo de acidente ocorre, os cuidados iniciais são imprescindíveis para evitar que um probleminha evolua para um problemão, comprometendo inclusive a própria prática esportiva. Foi pensando nisso que especialistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, elaboraram uma recomendação com cinco passos básicos para tratar esse tipo de lesão na chamada fase aguda, ou seja, nas primeiras 48 horas. O protocolo foi batizado de PRICE, sigla em inglês que, numa tradução livre, resume as estratégias para dar fim às dores: proteger a área, esfriar, comprimir, repousar e elevar o membro dolorido. No entanto, se mesmo com o tratamento imediato o incômodo persistir, o mais recomendável é que você busque o auxílio de um médico ou fisioterapeuta capaz de avaliar o grau da lesão. O tipo e a intensidade das lesões vão depender do preparo do indivíduo e também da modalidade de exercício físico que ele pratica. A contusão é a mais simples das encrencas. Por ela ser decorrente de choques, os praticantes de esportes de contato estão mais sujeitos a sofrê-la. Seus graus - leve, moderada ou grave - estão ligados à topada. Já as entorses acontecem quando o movimento em uma articulação excede os limites do corpo. Em casos mais graves pode ocorrer o deslocamento articular, o que ocasiona rompimento dos ligamentos ou tendões. Joelhos e tornozelos são os alvos prediletos. A distensão muscular, também chamada de estiramento, geralmente é causada por um esforço físico muito grande que leva à ruptura de fibras musculares. Ela é bastante comum em jogadores de futebol, vôlei e em corredores. A tendinite, por outro lado, é uma resposta inflamatória a um pequeno trauma em um tendão. Esportistas que forçam os músculos pulando ou chutando costumam apresentá-la com frequência. Por fim, existem as populares cãibras, que não são necessariamente lesões. Na verdade, trata-se de uma espécie de sinalizador de que algo vai mal. A cãibra surge devido ao acúmulo de ácido lático, substância produzida pela contração dos músculos. Acusa, a bem dizer, um quadro de fadiga muscular. Toda essa novela dolorida pode ser prevenida sem que uma lágrima sequer seja derramada. Basta que você tenha um bom preparo físico e mantenha uma rotina semanal de treinos, intercalando musculação e atividades aeróbicas como corrida e caminhada. Dessa forma, os músculos, acostumados a cargas cada vez mais pesadas, conseguem eliminar o ácido lático rapidinho. "Se o exercício não é praticado com frequência, o corpo demora mais tempo para eliminar essa substância, o que aumenta a fadiga muscular e contribui para a ocorrência de lesões", explica o ortopedista Júlio César Carvalho Nardelli, que é especialista em medicina do esporte no Hospital das Clínicas de São Paulo. Preparo, no entanto, é o que costuma faltar aos chamados atletas de fim de semana. "É por isso que eles geralmente correm mais risco de se lesionar", sentencia Neiva. Alongar e aquecer são verbos que necessitam ser conjugados por qualquer esportista que se preze. O estica e puxa, geralmente preconizado antes e depois da suadeira, prepara a musculatura para uma atividade intensa. "Ao estender os músculos, aumentam-se a flexibilidade e o trabalho muscular, o que fortalece as articulações", explica o professor de educação física César Patt, de São Paulo. No fundo, no fundo, é preciso respeitar os limites do corpo e dar um tempo nos exercícios diante de qualquer contratempo doloroso.

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De uma maneira geral, as lesões resultantes de atividades esportivas podem ser classificadas em dois grupos básicos:1 1 - Lesões intrínsecas: causadas por fatores individuais e biológicos (fatores antropométricos, história pregressa do atleta, nível de condicionamento). 2 - Lesões extrínsecas: causadas por fatores externos e do meio ambiente (piso de corrida, equipamento esportivo, condições climáticas). As corridas de longa distância, esporte considerado sem contato físico, normalmente geram lesões intrínsecas1. As mais comuns incluem tendinopatias, bursites, fasciites, fraturas de stress e lesões musculares. As lesões musculares afetam os corredores principalmente durante os treinos de velocidade, incluindo os tiros e intervalados. Os atletas de elite podem apresentar maior predisposição a este tipo de lesão pela alta intensidade de seus treinamentos. A literatura atual classifica estas lesões em diretas ou indiretas (mecanismo de ação), parciais ou totais (resultado da lesão), e traumáticas ou atraumáticas (presença ou ausência de contato físico)1. Tipos de lesões - O estiramento muscular é uma lesão indireta frequente entre os corredores. É causado por um alongamento das fibras musculares além de sua capacidade normal de trabalho, decorrente de ciclos intensos de contração e relaxamento do músculo envolvido. Ocorre geralmente na junção músculo-tendínea, área de menor resistência do músculo, ou também na inserção do tendão ao osso, em situações em que o músculo não está adequadamente alongado, portanto despreparado para aquele esforço físico. Durante treinamentos que envolvem velocidade, como os intervalados ou tiros, lesões musculares são frequentes. Os treinos intervalados predispõem a estes tipos de lesões, pois a musculatura exerce um esforço forte e contínuo durante os intervalos pré-determinados do treino, o músculo pode contrair excessivamente e perder parte de sua capacidade de se alongar. Dessa forma, o atleta está predisposto a sofrer uma lesão nas sessões seguintes ou ao final do treino. Fatores como fadiga muscular e lesões prévias são importantes considerações a serem feitas na prevenção de estiramentos musculares. A fadiga muscular, característica presente principalmente no final das sessões de treinos de velocidade, provoca uma alteração no automatismo do movimento de corrida do atleta e, portanto, se torna um fator predisponente para a ocorrência de lesões. As lesões prévias induzem à formação de fibrose (tecido cicatricial) nas áreas afetadas que não apresentarão a mesma capacidade de alongamento e força que tecidos não lesados, portanto constituindo um local propício para o surgimento de novas lesões. Prevenção e tratamento - A atividade adequada de toda a musculatura dos membros inferiores, seguida de exercícios de alongamento, são condições que auxiliam na preparação desta musculatura e, consequentemente, reduzem os riscos de estiramentos. No caso de corredores, as regiões mais afetadas são: região posterior (atrás) da coxa, os chamados músculos ísquios-tibiais e a panturrilha (batata da perna). O sintoma clínico característico referido pelo atleta é uma fisgada no músculo, seguida de dor e comprometimento da função muscular a ponto de interromper o treinamento ou a competição. Parada a atividade física, deve-se aplicar gelo na região acometida em ciclos de 10 a 15 minutos, com bolsa envolvida por tecido para proteção da pele e feita uma bandagem para a compressão do local. O membro deve permanecer elevado e em repouso, porém a imobilização deve ser evitada ao máximo a fim de minimizar a perda de força muscular e a propriocepção (sensibilidade do movimento). Medicamentos a serem usados incluem os anti-inflamatórios não-hormonais (ibuprofeno ou meloxicam) e os analgésicos (paracetamol). Estas condutas, que objetivam a diminuição da dor e o controle do processo inflamatório, podem ser seguidas pelas próximas 24-48 horas. Após este período, são introduzidas as medidas fisioterápicas que incluem a utilização de ultra-som pulsado

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para o auxílio da regeneração dos tecidos. Na terceira semana, devem ser iniciados os exercícios para o ganho de força desta musculatura e amplitude de movimento das articulações envolvidas. O objetivo do tratamento deve ser o retorno ao esporte em cinco semanas. Persistindo a dor, é necessária uma nova consulta com um médico especialista em medicina esportiva para a correta reavaliação da lesão e condução do tratamento mais adequado. É importante salientar que a reabilitação adequada das lesões musculares depende de um diagnóstico médico preciso, tratamento fisioterápico completo e colaboração total do atleta. Referência Bibliográfica: 1. Cohen, M., Abdalla, R., Lesões nos Esportes – diagnóstico, prevenção, tratamento Revinter, 2003

Dr. José Marques Neto Consultor Webrun da seção Medicina Esportiva. É graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e também em cinesiologia, Magna Cum Laude pela Texas Christian University, nos Estados Unidos. Médico pós-graduado em Fisiologia do Exercício, especialista em Medicina do Esporte pela SBME e em

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As lesões musculares são comuns, principalmente entre pessoas que treinam e fortalecem os músculos. Às vezes, o exagero pode levar a uma ruptura muscular ou torção nos ligamentos. Todo indivíduo que pratica qualquer tipo de esporte (ou tiver filhos esportistas) provavelmente já teve que administrar os primeiros-socorros e decidir se era preciso ir ou não ao pronto-socorro. É muito útil saber quando essas lesões podem ser tratadas em casa e quando é necessária a avaliação por parte de um médico. Após informar-se melhor, você terá a chance de realizar a escolha por contra própria, além de saber quais são os detalhes relevantes e que poderão ser repassados ao convênio, caso precise realmente marcar uma consulta médica. Tratando lesões musculares leves 1 Diagnostique o grau da contusão. Os músculos formam a massa do corpo e são conectados por tendões e articulações, como um sistema de polias. Existem dois tipos de lesões musculares que podem ser tratados sem a necessidade de atenção médica. Contusões de primeiro grau são, na maioria dos casos, apenas por hiperextensão muscular, com pouca ou nenhuma ruptura. Apesar de doer, o membro poderá ser erguido e apoiado normalmente. Não é recomendado o levantamento de peso, mas contra a gravidade a sensação deverá ser apenas de desconforto.[1] Já as lesões de segundo grau apresentam rupturas parciais. O local ficará bem sensível, com alguns hematomas, porém, sem saliências ou inchaços. É uma contusão mais dolorida, que pode ser suportada ao andar, mas o apoio provavelmente terá de ser realizado com a outra perna ou o indivíduo mancará. Se a ruptura parcial for no braço, o desconforto será maior ao fazer força.[2]

2 Descanse o músculo. Lesões musculares de primeiro ou segundo grau geralmente não precisam de cuidado médico; elas podem ser tratadas através do método RICE (Rest, Ice, Compression and Elevation – Descanso, Gelo, Compressão e Elevação, DGCE, em português). O primeiro passo é permitir o repouso do local lesionado.[3]

Não faça exercícios até que o músculo esteja mais fortalecido e sem dores. Evite a prática esportiva até que esteja sentindo mais confiança e força no músculo, o que não deve demorar mais de duas semanas. Se a dor persistir, marque uma consulta com um médico. A movimentação deve ser normal, tanto das pernas quanto dos braços. Se não for possível movimentar o membro lesionado, a ruptura não é de primeiro ou segundo grau, exigindo uma consulta médica.

3 Aplique gelo no local. Pegue um saco, encha-o de gelo e enrole-o em uma toalha, ou aplique um pacote de ervilhas congeladas ao local lesionado. Deixe a compressa sobre o músculo de quinze a vinte minutos, a cada duas horas e no período de dois dias após a contusão.[4]

O gelo diminuirá o sangramento interno (hematoma), o inchaço, a inflamação e o desconfor 4 Comprima o músculo. Utilize uma bandagem elástica para comprimir e proteger o local machucado de 48 a 72 horas. Enrole-a de maneira firme, mas sem apertar demais.[5] Verifique se é possível colocar dois dedos entre a pele e a bandagem. Ao perceber sinais de circulação sanguínea reduzida – como dormência, formigamento ou palidez –, retire a bandagem imediatamente. A compressão também protegerá o local contra uma nova contusão.

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5 Erga o membro machucado. A perna ou braço deve ser erguido sobre o nível do coração, ficando em uma posição confortável. Dessa forma, a circulação sanguínea para a área lesionada diminuirá, reduzindo o inchaço.[6]

Caso não seja possível deixar o membro sobre o nível do coração, tente ao menos posicioná-lo de forma paralela ao chão. Se a lesão ainda estiver latejando muito, tente erguer o membro um pouco mais.

6 tome os remédios adequados. Anti-inflamatórios de venda livra são boas opções para reduzir a dor. Motrin (ibuprofeno) ou Naprosyn (naproxeno sódico) são apenas alguns dos medicamentos dessa categoria.

Há controvérsias em relação a esse assunto. Apesar de aliviarem a dor, os anti-inflamatórios podem interferir em reações químicas importantes na cicatrização a longo prazo.[7] Vários médicos recomendam o uso de tais medicamentos apenas 48 horas após a contusão.Uma alternativa é a administração de Tylenol nas primeiras 48 horas, mas sem exceder o período de sete dias.[8] Logo, é recomendado consumir Tylenol nos dois primeiros dias, e depois Motrin nos sete dias seguintes. Ao consumir o medicamento Motrim, faça-o acompanhado de alimentos e um copo d'água para evitar complicações gástricas, como úlceras. Além disso, pessoas asmáticas devem ter cuidado com anti-inflamatórios, já que eles podem aumentar a chance de um ataque de asma.[9]

Tratando rupturas graves

1. Diagnostique a lesão. Uma ruptura muscular de terceiro grau é total, resultando em uma massa que pode ser sentida sob a pele. Isso acontece quando o músculo se desprende do "sistema de polia", ficando enrolado como uma bola. Essas lesões são doloridas e causam hematomas, dificultando que o indivíduo consiga apoiar o membro ou segurar objetos.[10] Alguns dos tipos mais comuns de rupturas de terceiro grau são:

Ruptura do músculo da panturrilha. Geralmente, ocorre em homens entre 40 e 50 anos – muitas vezes ao praticar tênis, já que o músculo é muito exigido nesse esporte – durante um pulo ou arranque súbito, resultando em dores fortes que se assemelham a um chute ou pancada na "batata da perna". Uma deformação ou protuberância surgirá no local, com muita dor, inchaço e hematomas.[11] Ruptura no tendão de jarrete (músculos isquiotibiais). São comuns em corredores. Ela pode ser identificada através de um grande inchaço no local lesionado, com hematomas e dores fortes. A maioria das pessoas terá bastante dificuldade de ficar apoiada apenas sobre a perna lesionada sem ajuda.[12] Ruptura dos músculos do bíceps. Muito comuns em halterofilistas, ocorrendo durante o levantamento de peso. Na região entre o ombro e o cotovelo, uma dor repentina aparecerá, com deformação muscular ou presença de uma saliência no antebraço. Outros possíveis sintomas são a perda de força no braço contundido e dificuldade em completar todos os movimentos com o cotovelo. Em alguns casos, é até possível ouvir um estalo no momento da ruptura.[13][14]

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Descarte outros problemas. Existem duas condições relacionadas às rupturas musculares que são bem mais graves. Caso acredite que possa ter um desses problemas, procure tratamento médico imediato.

Síndrome compartimental. Ao sentir dores fortes, formigamento, dormência, sensação de tensão e verificar palidez em um membro, vá imediatamente ao pronto-socorro.[15]A síndrome compartimental é uma emergência ortopédica que requer tratamento cirúrgico dentro de algumas horas; do contrário, pode ser necessária a amputação do membro. Quando qualquer um dos sintomas acima surgirem, comunique o médico, pois o sangue resultante da ruptura pode exercer pressão sobre nervos e vasos sanguíneos, cortando a circulação à medida que a pressão aumenta. Ruptura do tendão de aquiles. O tendão de aquiles está localizado no calcanhar e na panturrilha.[16] A ruptura pode ocorrer durante a prática de exercícios intensos, em especial nos homens acima de 30 anos. Ao sentir dor na parte de trás do pé – principalmente ao alongar o calcanhar e o músculo da panturrilha –, pode haver uma contusão nesse músculo. A ruptura do tendão de aquiles requer imobilização completa com gesso.

Procure tratamento médico. Para lesões de terceiro grau, marque uma consulta com um médico recomendado pelo convênio.[17] Como o músculo terá sido totalmente rompido, não será possível mexê-lo.

O procedimento e tempo de recuperação necessários variam de acordo com a gravidade e a localização da lesão. Se houver uma ruptura completa dos músculos do bíceps, a cirurgia é obrigatória, com recuperação de quatro a seis meses. Rupturas parciais devem cicatrizar de três a seis semanas.[18] Dependendo da ruptura, vá a um ortopedista ou outro especialista.Dicas Caso seja um atleta profissional, é importante ir ao médico para realizar tratamento de lesões musculares, mesmo se ela aparenta ser leve. O médico poderá também fornecer dicas para uma recuperação rápida, permitindo que você volte rapidamente às atividades. Anúncio Avisos Se houver alguma razão para suspeitar da síndrome compartimental, procure atenção médica imediata. Há risco de amputação de um braço ou perna se o tratamento não for imediato. Fontes e Citações ↑ http://www.sportsdoctor.com/articles/muscle.html ↑ http://www.sportsdoctor.com/articles/muscle.html ↑ http://www.uhs.wisc.edu/health-topics/muscles-and-bone/rice.shtml Exibir mais... (15) Categorias: Fraturas, Dores Musculares e Problemas nas Articulações

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SAÚDE Saiba como prevenir, tratar e acelerar a recuperação de lesões musculares Comuns dentro do esporte, essas lesões passam por três fases no processo de cura e tem graus de intensidade. A terapia celular aparece como novidade de tratamento Por Adriano LeonardiSão Paulo FACEBOOK TWITTER

Os músculos são os únicos geradores de força capazes de produzir movimento articular. Realizam contração convertendo energia química em trabalho mecânico. São 434 músculos, representando 40% do peso corporal; dentre estes, 75 pares de músculos estriados são envolvidos na postura geral emovimentação do corpo. As lesões musculares são comuns nos esportes, com sua frequência variando 10 a 55% de todas as lesões. Mais de 90% delas são relacionadas com contusões ou distinções musculares. A contusão muscular ocorre quando um músculo é submetido a uma força súbita de compressão como um golpe direto, por exemplo. Já nos estiramentos, o músculo é submetido a uma tração excessiva levando à sobrecarga das miofibras e, consequentemente, a sua ruptura. O que distingue a cura da lesão muscular de um osso fraturado é que o músculo esquelético cicatriza através de um processo chamado “reparação”. Nele, há formação de tecido fibroso de entre as duas partes de músculo lesionado, enquanto uma fratura cicatriza por “regeneração”. Ou seja, o

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osso fraturado é curado através da produção de calo ósseo que, posteriormente, se remodela em tecido ósseo. Todas as lesões musculares passam por 3 fases no processo de cura: 1) Fase de Destruição: Caracterizado pela ruptura e consequente formação de um hematoma entre os cotos do músculo rompido e uma reação inflamatória. 2) Fase de Reparação: Compõe a produção de uma cicatriz de tecido conectivo, assim como a revascularização por crescimento de capilares na área lesada. 3) Fase de Remodelação: um período de retração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação da funcional capacidade do músculo. Grau I – é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão < 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode ser ausente no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos estruturais mínimos, ahemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida. Grau II – O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (lesão > 5% e < 50% do músculo). São encontrados os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém, com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. A resolução é mais lenta. Grau III – Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão > 50% do músculo), resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal (voltada para o extremo dos membros) à lesão devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscularpode ser palpável e visível. FATORES DE RISCO Tais fatores são: as deficiências de flexibilidade, os desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas), as lesões musculares pregressas (reabilitação incompleta), os distúrbios nutricionais, os distúrbios hormonais, as alterações anatômicas e biomecânicas, as infecções e os fatores relacionados ao treinamento (o aquecimento inadequado, a falta de coordenação de movimentos, técnica incorreta, sobrecarga e fadiga muscular). O QUE SE SENTE? A história clínica é marcada por dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalar audível ou de uma sensação de pedrada. Ocorre geralmente durante

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a explosão muscular na corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do mesmo. A intensidade dos sinais e sintomas pode variar de acordo com a sua gravidade. Ao examinar o paciente lesionado, o medico busca edema localizado, tensão aumentada do tecido ao redor e possibilidade de um defeito (área de depressão local ou “gap”) visível ou palpável. A presença de hematoma tem o significado de uma lesão de maior extensão e gravidade. A contração revela dor local e impotência funcional, caracterizada pela incapacidade de se mover a articulação. Os estiramentos musculares geralmente não são precedidos por dor localizada ou tensão muscular aumentada no mesmo local; portanto, prever o surgimento de tais lesões não é uma tarefa simples. TRATAMENTO Os princípios do tratamento das lesões musculares na fase aguda seguem o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido). O repouso do membro afetado mediante a utilização de órteses (tipoias, muletas, estabilizadores articulares) está indicado nos estiramentos de grande magnitude (lesões graus 2 e 3). Durante o processo de reabilitação, há a necessidade de modificar as atividades de risco. Durante as fases iniciais deve-se permitir a mobilização do membro acometido dentro dos parâmetros de segurança, para que não haja ampliação da área de lesão. O ultrassom pulsado auxilia na reparação, gerando um aumento do metabolismo local, redução da inflamação e do espasmo muscular, enquanto o ultrassom contínuo estimula a circulação sanguínea. O laser pode ser aplicado na fase de cicatrização, pois estimula o processo nos tecidos moles e atua na modulação da dor. O ondas curtas pulsado está indicado na fase de cicatrização tecidual, auxiliando na reabsorção de hematomas, redução do processo inflamatório e do espasmo e na reparação tecidual. A flexibilidade pode ser iniciada de dois a sete dias após a lesão, realizada de forma suave a moderada de acordo com a resistência da dor. O fortalecimento muscular deve começar tão logo o paciente apresente melhora da dor com leve resistência. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade, aumentando-se a intensidade conforme a tolerância do indivíduo. RETORNO AO ESPORTE O foco principal da equipe reabilitadora é a da prevenção da recorrência da lesão, pois, muitas vezes, o indivíduo encontra-se completamente livre da dor e aparentemente está apto ao esporte e, em um movimento “banal”, ocorre a relesão. Portanto, quanto maior for o grau dela, maior será o tempo de sua volta. Os exercícios excêntricos são fundamentais na recuperação da lesão e no retorno gradual aos movimentos específicos do esporte, devido a algumas vantagens biomecânicas, tais como o significativo ganho de força através de um menor recrutamento das unidades motoras quando comparados aos exercícios concêntricos. Os critérios para o retorno ao esporte são: a flexibilidade semelhante ao membro contralateral, amplitude de movimento normal, ausência de dor e critérios de força muscular semelhantes aos valores prévios à lesão ou ao membro contralateral (acima de 80%). O <b>tratamento cirúrgico</b>

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é raramente indicado e prioriza as lesões completas, de grande impotência funcional e dissociação importante entre os dois bordos da lesão. PREVENÇÃO A prevenção da lesão envolve, principalmente o aquecimento muscular, pois: - melhora a velocidade e força de contração muscular. - diminui a viscosidade. - aumenta a temperatura no músculo. - aumenta a velocidade de transmissão nervosa. O alongamento é controverso, pois, segundo alguns autores, causaria: - Diminuição de força e velocidade de contração - Diminuição da sensibilidade do fuso Outros fatores consagrados incluem: - Hidratação adequada - Fortalecimento muscular - Reequilibrio isocinético muscular NOVOS CONCEITOS: A TERAPIA CELULAR Novas técnicas e conceitos têm sido estudados nos tratamentos das lesões musculares, como: os fatores de crescimento derivados de plaquetas, a cultura de células-troncoautólogas, as drogas inibidoras da fibrose, a bioengenharia e a estimulação neuromuscular. Os primeiros, conhecidos como PRP tem sido amplamente utilizados no departamento medico em clubes de futebol profissional. Apesar de existirem poucos estudos, acredita-se que a infusão do PRP recrutaria um maior numero de células-tronco satélites. Isso alteraria a biologia da cicatrização muscular, aumentando o poder da regeneração muscular. O que se observa na infusão do concentrado de plaquetas em lesões musculares é o alivio mais rápido e prolongado da dor e redução do tempo de retorno ao esporte. O que é Treinamento Funcional?

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O Treinamento Funcional resgata através de um programa de treinamento individualizado e específico, a capacidade funcional de um homem moderno, independente do seu nível de condição física e das atividades que ele desenvolva. Usando exercícios que se relacionam com a atividade específica do indivíduo e que transferem seus ganhos de

forma efetiva para o seu dia-a-dia. O Treinamento Funcional torna a performance (fator até então restrito ao treinamento de atletas), acessível a todos. Todas as capacidades físicas – equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência – são trabalhadas de forma integrada através de movimentos multi-articulares e multi-planares do envolvimento da propriocepção. Propriocepção – Sensação mediada por mecanoreceptores localizados na pele, músculos, tendões, ligamentos, cápsulas articulares. Provê informação relacionada ao posicionamento, movimento, velocidade e aceleração articular e tensão musculotendínea. Mediadora do controle neuromuscular & melhora estabilidade dinâmica articular. O Treinamento Funcional foi elaborado a partir das experiências e do trabalho desenvolvido nos últimos 38 anos na área de atividade física, onde a criação das instalações para atendimento de aproximadamente 110.000 usuários deu subsídio para que, a partir do ano de 2000 o Funcional fosse lançado no Brasil quase simultaneamente com os grandes centros do exterior. Hoje o Treinamento Funcional representa uma nova forma de condicionamento físico, guiada pelas leis básicas do treinamento, sustentada cientificamente através de pesquisas e referências bibliográficas em todos os seus pontos principais e principalmente, testada extensivamente na sala de treinamento, onde foi possível determinar suas linhas básicas. O Treinamento Funcional leva à todos os indivíduos praticantes de atividade física o que a ciência e os preparadores físicos há muito sabem sobre a fisiologia, biomecânica e treinamento. O Treinamento Funcional vê seus usuários como atletas. Já foi dito que atletas normais preparam-se com métodos de treinamento convencionais; enquanto atletas excepcionais preparam-se com métodos de treinamento excepcionais. É exatamente isso que o Treinamento Funcional pretende: dar a todos os usuários, atletas ou não, a condição de atingir seus objetivos. Quando se fala em treinamento, alguns princípios devem ser considerados para que sua aplicação traga os benefícios desejados. Dentre esses princípios estão: - Princípio da individualidade; - Princípio da sobrecarga progressiva; - Princípio da periodização; - Princípio do fácil/difícil - Princípio da especificidade. Leis Básicas: Idade / experiência (vivência) / individualidade biológica / apresenta restrições / detectar qualidade técnica através dos treinos conforme o objetivo / atividade específica são ferramentas para serem utilizadas ao aluno. Benefícios: - Melhora da postura; - Melhora do equilíbrio muscular; - Melhora do desempenho nos esportes; - Controle do peso corporal; - Diminuição de ocorrências de lesões; - Melhora na eficiência dos movimentos; - Maior estabilidade da coluna vertebral;

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- Melhora do equilíbrio estático e dinâmico; - Desenvolvimento da consciência sinestésica (sensação do movimento). - Melhora das qualidades físicas com equilíbrio, força, coordenação motora, resistência central e periférica (cardiovascular e muscular), lateralidade, flexibilidade e propriocepção. Exercícios em cadeia cinética aberta – Segmento distal livre para se mover. Resulta em movimentos de uma única articulação. Movimento produzido pela contração do músculo agonista.Reabilitação funcional com atividades com suporte de peso. Ex. cadeira extensora. Exercícios em cadeia cinética fechada – Segmento distal está fixo. Aumenta compressão articular. Movimento de múltiplos ângulos. Movimento produzido pela contração dos músculos agonistas e antagonistas. Reabilitação funcional com atividades com suporte de peso. Ex. mesa flexora / Agachamento. As Principais Características do Treinamento Funcional Transferência – Quanto maior a especificidade e a semelhança do treino com a atividade, maior será a transferência dos ganhos do treino para essa mesma atividade. O Treinamento Funcional busca ambiente que tenham elementos da atividade-alvo para que o treino tenha maior transferência. Estabilização – A instabilidade “recruta” os músculos estabilizadores do joelho, tornozelo, quadril e, principalmente, da coluna (core). O Treinamento Funcional usa quantidades controladas de instabilidade para estimular o sistema proprioceptivo e a capacidade de reação. Desenvolvimento dos Padrões de Movimentos Primários: O cérebro guarda alguns movimentos-chave que podem ser facilmente “acessados” e modificados quando executamos com a mesma velocidade e amplitude. O Treinamento Funcional tem em movimentos como agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar, girar e levantar sua matéria-prima buscando adapta-los, à sua especificidade da atividade-alvo. Desenvolvimento dos Fundamentos dos Movimentos Básicos: O Treinamento Funcional trabalha os quatro tipos básicos de habilidades: locomotora, estabilização, manipulação e a de consciência de movimento. Qualquer movimento complexo executado nos esportes ou nas atividades diárias é uma combinação desses movimentos básicos. Desenvolvimento da Sinergia Muscular: Ao envolver todo o corpo na execução de um exercício, o Treinamento Funcional faz com que vários músculos e articulações trabalhem juntos, de forma coordenada e sinérgica. Músculos Sinergistas – os quais podem ser conceituados como sendo os músculos que se contraem ao mesmo tempo dos agonistas, porém não são considerados os principais responsáveis pelo movimento ou manutenção da postura. Normalmente os músculos sinergistas sempre estão em número maior do que um. Por exemplo: os músculos sinergistas no movimento de abdução da coxa são o reto femural, o glúteo máximo, o tensor da fáscia lata, o glúteo mínimo, sartório e piriforme. Desenvolvimento das Habilidades Biomotoras Fundamentais: O Treinamento Funcional desenvolve habilidades biomotoras: Força, equilíbrio, resistência, coordenação, flexibilidade e velocidade – de acordo com o grau de participação de cada uma delas no esporte ou atividade específica e de acordo com a fase de treinamento. Aprimoramento da Postura: O Treinamento Funcional trabalha tanto a postura estática (posição em que o movimento começa e termina) quanto a postura dinâmica (capacidade do corpo de manter o eixo de rotação durante todo o movimento). Atividades em “Ground Base” (com os pés no chão): Os exercícios “ground base” utilizados no Treinamento Funcional são mais parecidos que os movimentos que executamos nos esportes e nas atividades diárias, possibilitam aplicação de uma força maior do que nos exercícios de cadeia aberta e trabalham todo o sistema neuromuscular e a habilidade do corpo estabilizar as articulações

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durante o movimento. Exercícios Multiarticulares e Multiplanares: O Treinamento Funcional usa exercícios multi-articulares (que desenvolvam tanto a capacidade de estabilização quanto a coordenação intramuscular) e multiplanares (que envolvem movimentos das articulações nos três planos). Exercícios que utilizam apoios dos pés ou das mãos. Conceito de cada Capacidade Física citada: Equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência. Core: Estrutura é a palavra-chave. São os músculos que rodeiam e estabilizam o tronco (MMII / MMSS). Musculatura envolvida reto abdominal, oblíquos, transverso e quadril. Muitos programas de exercício concentram-se em desenvolver a força de outros músculos através de treinos com pesos, exercícios na bicicleta, etc, porém o pilates, especificamente, desenvolve todo o corpo, dando-lhe um aspecto mais alongado, alinhado e forte em toda essa região. É preciso compreender que o corpo tem um centro gravitacional, onde se originam todos os movimentos, chamado POWERHOUSE (Casa de Força). Os músculos associados ao POWERHOUSE sustentam a coluna, os órgãos internos e a postura, formando um cilindro da estabilidade ao redor da cintura, também chamado de CORE. O controle destes músculos resulta em uma cintura e um abdômen mais definidos, em uma melhora considerável do funcionamento dos órgãos internos e em uma postura mais correta e forte, pois quanto mais forte os músculos do CORE, mais eficientes são os seus movimentos. Atualmente, há uma grande diversidade de programas com o objetivo de proporcionar o fortalecimento do CORE, através de exercícios para POWERHOUSE. Esse treinamento reduz a reincidência da lombalgia para 35%. (Hides, 2001). Existem 3 princípios importantes que devem ser aplicados nesse treinamento, que são: alinhamento, respiração e o centrando (ativação do CORE). • Alinhamento: Consciência do posicionamento do corpo, onde a coluna parte de uma zona de neutralidade (lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar); • Respiração: Coordenação entre o CORE e o diafragma (principal músculo da respiração); • Ativando o CORE: A partir da respiração e alinhamento corretos, podemos ativar o CORE através da contração do Assoalho Pélvico ou Períneo, onde a manobra seria prender levemente o fluxo urinário. Esta manobra ativa o músculo Transverso do Abdômen que é a camada mais profunda dos músculos abdominais e também ativa o Multífido, que é o músculo situado ao lado das vértebras, formando o cilindro da estabilidade e tornando a coluna estável e protegida para movimentos sujeitos à força, impactos e torções. Se os músculos do CORE estiverem ativados e fortes, a musculatura mais superficial do abdômen, como o reto abdominal e os oblíquos, fortalecem com maior facilidade, pois recebem um suporte maior do CORE. Então, conclui-se que o fortalecimento dos pequenos músculos que compõem o POWERHOUSE não apenas curam ou previnem dores lombares, mas também potencializam os músculos superficiais, facilitando o fortalecimento do abdômen de todas as maneiras. Fonte: edupersonal

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Lesões musculares e tendões O tecido muscular esquelético corresponde à maior massa no corpo humano, representando cerca de 45% do total do seu peso. As lesões musculares podem ser causadas por pancadas diretas, estiramentos ou lacerações. Estas lesões podem ser ligeiras (grau I), com presença de inchaço e desconforto, moderadas (grau II), com perda de função e formação de hematoma ou equimose, ou graves (grau III), com rotura completa, dor intensa e hematoma de grandes dimensões. As lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física no desporto, correspondendo a cerca de 30-50% das lesões. Embora o tratamento permita uma boa recuperação na maioria dos casos, as consequências destas lesões podem, em alguns casos, ser dramáticas impedindo o retorno à actividade durante semanas ou meses. Cerca de 90% das lesões musculares no desporto são equimoses ou estiramentos. As lacerações são muito mais raras. De um modo geral, as lesões causadas pelo desporto devem-se a métodos de treino incorretos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões. A maior parte das lesões musculares e articulares deve-se a métodos de treino incorretos, nos quais não se permite uma recuperação adequada ao fim de um período de treino, ou não se interrompe o exercício quando aparece a dor. Sempre que se forçam os músculos num treino intensivo, algumas fibras musculares lesionam-se e outras consomem a energia disponível que foi armazenada. Exigem-se mais de dois dias para que as fibras sarem e, como só as fibras não lesionadas e adequadamente alimentadas funcionam de modo

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apropriado, os períodos de treino intensivo muito seguidos exigem um maior trabalho a uma menor quantidade de fibras sãs, aumentando a probabilidade de lesões. Como tal, podem prevenir-se as lesões crónicas deixando um intervalo de pelo menos 2 dias entre os períodos de treino intensivo ou alternando os que forçam diferentes partes do corpo. Existem anomalias estruturais que podem aumentar o risco de lesão muscular ao causarem uma distribuição desigual do esforço pelas várias partes do corpo. Por exemplo, quando as pernas são desiguais em comprimento, exerce-se uma força maior sobre a anca e o joelho da perna mais comprida. Correr em superfícies irregulares tem o mesmo efeito. Um dos factores biomecânicos que causa a maioria das lesões do pé, da perna e da anca é a excessiva rotação dos pés para dentro depois de entrarem em contacto com o solo. Os músculos, os tendões e os ligamentos rompem-se quando são submetidos a esforços superiores à sua força intrínseca. Por exemplo, podem lesionar-se se forem demasiado fracos ou rígidos para o exercício que se está a tentar praticar. As articulações são mais propensas às lesões quando os músculos e os ligamentos que as sustentam são fracos, como acontece depois de uma entorse. Os ossos enfraquecidos pela osteoporose podem fracturar-se mais facilmente. Os exercícios de fortalecimento ajudam a prevenir as lesões. O exercício regular não aumenta nem reforça a musculatura de forma significativa. O único modo de fortalecer os músculos é exercitá-los contra uma maior resistência de forma progressiva, como praticar um desporto cada vez mais intenso, levantar pesos cada vez maiores, ou usar máquinas especiais de fortalecimento. A dor que precede muitas lesões por desgaste apresenta-se pela primeira vez quando um número limitado de fibras do músculo ou do tendão se rompe. Interromper o exercício ao primeiro sinal de dor limita a lesão a essas fibras, permitindo uma recuperação mais rápida. A manutenção do exercício enquanto se sente dor provoca a laceração de uma maior quantidade de fibras, agravando a lesão e atrasando a recuperação. O diagnóstico é essencialmente clínico e a ecografia, ressonância magnética e tomografia complementam bem essa avaliação. Destes três, a ecografia é considerada como o método ideal. Os princípios do tratamento das lesões musculares repousam no clássico conjunto: protecção, repouso, gelo, compressão e elevação. Um bom equilíbrio entre imobilização inicial e mobilização precoce é difícil e cada uma destas fases tem vantagens e desvantagens que importa avaliar numa perspectiva individual. Os anti-inflamatórios não esteróides ajudam a controlar a dor e a inflamação e a fisioterapia possibilita a recuperação da força e flexibilidade. O uso de ultra-sons é recomendado no tratamento das lesões musculares. As injecções de corticóides na área lesionada ou nos tecidos circundantes aliviam a dor e reduzem o inchaço. Contudo, estas injecções podem atrasar o processo de cura, aumentando o risco de lesão do tendão ou da cartilagem.

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A fisioterapia, com aplicação de calor, frio, electricidade ou ultra-sons contribui para o processo de reabilitação. A sua duração dependerá do grau de gravidade e complexidade da lesão. A actividade ou o desporto que causou a lesão devem ser evitados até à cura. A substituição por actividades que não forcem a zona lesionada é preferível à abstenção de toda a actividade física, dado que a inactividade completa causa a perda da massa muscular, da força e da resistência. Como regra, uma semana de repouso requer pelo menos duas semanas de exercício para se voltar ao nível de estado físico anterior à lesão. A cirurgia tem indicações muito específicas e deve ser considerada para doentes com dor persistente há mais de 4 a 6 meses. O aquecimento antes de se iniciar qualquer exercício é essencial para prevenção de lesões. O aquecimento prepara os músculos para exercícios enérgicos. O arrefecimento significa uma redução gradual da velocidade antes de se interromper o exercício e evita as tonturas ao manter a circulação sanguínea. Quando se interrompe bruscamente um exercício enérgico, o sangue pode acumular-se nas veias das pernas, reduzindo momentaneamente a irrigação cerebral e causando tonturas ou desmaio. O arrefecimento também ajuda a eliminar resíduos como o ácido láctico dos músculos. Os exercícios de alongamento não parecem prevenir as lesões, mas alongam os músculos de tal forma que se podem contrair mais eficazmente e funcionar melhor. O uso de equipamento adequado é parte integrante da prevenção de lesões musculares e dos tendões. Para efetuar uma marcação de consulta, selecione o separador “corpo clínico” e escolha o médico de uma unidade mais próxima de si. Uma mar

longo período voltado para a correção das insuficiências do LCA, a lesão de maior incidência no futebol, a comunidade ortopédica concluiu que o comportamento da biomecânica articular dos

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indivíduos difere muito e, portanto, começou a pesquisar fatores antropomórficos que pudessem contribuir com os eventos traumáticos do joelho, especialmente, aqueles originados por fatores intrínsecos. Entre estes, destaca-se a restrição articular rotacional do quadril, que pode ser oriunda de compensações musculoesqueléticas adquiridas com treinamento continuado do futebol desde a infância. Assim, a investigação de tais alterações deveria figurar como elemento fundamental na promoção de saúde de jovens atletas. Objetivo: o objetivo deste estudo foi verificar a restrição articular rotacional do quadril e a influência do alongamento no comportamento desta articulação, em jogadores de futebol de categorias de base do Sport Club Internacional de Porto Alegre, RS, Brasil. Materiais e Métodos: foram avaliados os graus de RI e RE do quadril de 262 jogadores do sexo masculino, com idades entre 9 e 19 anos. O grupo foi randomizado em dois subgrupos: controle e alongamento específico, e reavaliados após doze semanas. A Análise de Variância (ANOVA) one-way e two-way para medidas repetidas foi aplicada para analisar as diferenças intra e intergrupos, complementada por testes t-student, considerando p0,05 para significância estatística. Resultados: os resultados mostraram redução na ADM rotacional do quadril destes atletas, com o passar dos anos de prática frequente do futebol. Foi possível também verificar que houve melhora da ADM de rotação externa do quadril no grupo alongamento, no membro não dominante. Conclusão: constatou-se que a prática do futebol pode ser um fator desencadeante da restrição articular rotacional do quadril, e que a prática de alongamentos específicos pode amenizar a situação retrátil, Embora considerada uma modalidade de exercício físico segura a execução do exercício resistido (ER) de alta intensidade pode levar a períodos de isquemiareperfusão e conseqüentemente ao aumento de radicais livres (RL). O uso de agentes antioxidantes naturais pode reduzir os danos oxidativos em resposta ao ER de alta intensidade. O objetivo do presente estudo foi investigar o potencial antioxidante in vitro e o efeito protetor do extrato hidroetanólico de Bowdichia virgilioides (BV) sobre lesão muscular e parâmetros de estresse oxidativo em ratos submetidos a exercício resistido de alta intensidade. Ratos machos da linhagem Wistar com 200-250 gramas foram divididos em 4 grupos: 1) Grupo sedentário (GC) tratado com veículo (tween 80, via oral, vo) e eletroestimulação; 2) Grupo treinado (GT) - tratado com veículo (tween 80, a 3% vo) e treinamento resistido; 3) Grupo BV sedentário (GBV) - tratado com extrato EHE de BV (200 mg.kg-1, vo); 4) Grupo BV treinado (GBVT) - tratado com EHE de BV a (200 mg.kg-1, vo). A peroxidação lipídica no plasma e tecido foi diminuído em 55,68% (p <0,0001) e 66,61% (p <0,0012), respectivamente, a partir de TBVG em comparação com TG. Além disso, o stress oxidativo foi diminuído em 62,83% (p <0,0005), e 54,97% (p <0,0197) no plasma e no músculo esquelético, respectivamente, a partir de TBVG comparando a TG. Nossos estudos demonstram que o EHE da BV foi capaz de reduzir alguns marcadores de estresse oxidativo frente ao exercicio resistido de alta intensidade, e reduziu o conteúdo de algumas enzimas marcadoras de lesão tecidual.nociva, do quadril nos jogadores de futebol. Resumo Lesões parciais do ligamento cruzado anterior (LCA) são comuns e representam 10%‐27% das totais. As principais razões para atenção ao feixe não rompido são biomecânicas, vasculares e proprioceptivas. A permanência do feixe serve ainda de proteção durante o processo cicatricial. A definição dessa lesão é controversa, baseada na anatomia, no exame clínico, na medida da translação, nos exames de imagem e na artroscopia. Seu tratamento vai depender da frouxidão e da instabilidade existentes. O tratamento conservador é opcional para casos sem instabilidade, com enfoque na reabilitação motora. O tratamento cirúrgico é desafiador, pois exige correto posicionamento dos túneis ósseos e conservação dos remanescentes do feixe rompido. O teste do pivot‐shift sob anestesia, os achados à ressonância magnética, o nível e o tipo de atividade esportiva prévia e o aspecto artroscópico dos remanescentes e suas propriedades mecânicas

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auxiliarão o ortopedista no processo decisório entre o tratamento conservador, o tratamento cirúrgico com reforço do LCA nativo (reconstrução seletiva) ou a reconstrução clássica (anatômica). Lesão parcial do ligamento cruzado anterior: diagnóstico e tratamento Resumo Lesões parciais do ligamento cruzado anterior (LCA) são comuns e representam 10%‐27% das totais. As principais razões para atenção ao feixe não rompido são biomecânicas, vasculares e proprioceptivas. A permanência do feixe serve ainda de proteção durante o processo cicatricial. A definição dessa lesão é controversa, baseada na anatomia, no exame clínico, na medida da translação, nos exames de imagem e na artroscopia. Seu tratamento vai depender da frouxidão e da instabilidade existentes. O tratamento conservador é opcional para casos sem instabilidade, com enfoque na reabilitação motora. O tratamento cirúrgico é desafiador, pois exige correto posicionamento dos túneis ósseos e conservação dos remanescentes do feixe rompido. O teste do pivot‐shift sob anestesia, os achados à ressonância magnética, o nível e o tipo de atividade esportiva prévia e o aspecto artroscópico dos remanescentes e suas propriedades mecânicas auxiliarão o ortopedista no processo decisório entre o tratamento conservador, o tratamento cirúrgico com reforço do LCA nativo (reconstrução seletiva) ou a reconstrução clássica (anatômica) Palavras‐chave

Ligamento cruzado anterior/lesões; Ligamento cruzado anterior/cirurgia; Joellho

Introdução Ao longo dos últimos 15 anos o conhecimento a respeito da lesão e da reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) tem evoluído consideravelmente. Estudos anatômicos permitiram identificação precisa das inserções ósseas,1 and 2 enquanto estudos biomecânicos propiciaram melhor entendimento da função de cada um dos seus feixes.2O melhor conhecimento anatômico e o interesse biológico na preservação dos remanescentes do LCA rompido levaram a modificações das técnicas clássicas de reconstrução: com dupla banda, anatômica e seletiva para as lesões parciais.3, 4, 5, 6 and 7 A lesão completa do LCA pode ser diagnosticada pelo exame clínico,8 enquanto a lesão parcial muitas vezes não. Nesses casos, estudos complementares são necessários para sua confirmação. O diagnóstico definitivo da lesão parcial do LCA se dá pelo somatório de achados clínicos, exames de imagem e, quando necessário, achados artroscópicos. Na lesão parcial do LCA é fundamental a avaliação da competência e da funcionalidade das fibras remanescentes na estabilização do joelho. Discute‐se ainda se o evento em questão seria uma lesão parcial ou mesmo uma lesão completa em processo cicatricial.7, 8 and 9 Procura‐se consenso para definição, diagnóstico e tratamento das lesões parciais do LCA. Motivada pela discussão ainda existente na literatura e pela necessidade de melhor entendimento, esta revisão tem como objetivo discutir a lesão parcial do LCA. Definição Norwood e Cross apud Colombet et al. 9 descreveram a existência de três bandas para o LCA com importância anatômica e funcional: anteromedial (AM), posterolateral (PL) e intermediária. Outros descreveram a existência de duas bandas cuja funcionalidade é conhecida e aceita. 8, 9, 10 and 11 Cada banda contribuiria separadamente para a estabilização do joelho e poderia ser lesada separadamente nas lesões parciais. Para Hong et al.10 as lesões parciais seriam aquelas em que menos de 50% do ligamento estariam lesados. Já para Noyes et al.11 a definição de lesão parcial

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estaria relacionada à porcentagem das fibras do LCA lesadas, considerando que a ruptura de 50% a 75% do diâmetro teria grande associação com insuficiência clínica. A Associação Médica Americana, que divide as lesões em três graus de gravidade, define como grau II as lesões traumáticas do LCA quando da existência de lesões parciais: entorse moderada causada por trauma direto ou indireto.9 A apresentação clínica nesses casos seria caracterizada por dor e limitação funcional parcial, hemartrose e possibilidade de episódios de instabilidade. DeFranco e Bach6propuseram definição multifatorial que leva em consideração a combinação de fatores clínicos e artroscópicos, com a qual os autores concordam. Nas lesões parciais do LCA o objetivo mais importante é determinar a existência de fibras remanescentes e a estabilidade clínica com a permanência dessas. Embora a avaliação artroscópica permita observação dos remanescentes, o uso de portais tradicionais pode gerar confusão em sua avaliação. Sonnery‐Cottet e Chambat12sugerem a posição de figura de 4 (Cabot) para melhor avaliação dos remanescentes da banda PL. Crain et al.,7 Colombet et al.9 e Sonnery‐Cottet et al.13 descreveram padrões de lesões parciais. Foram considerados de boa qualidade clínica 17% e de má qualidade 83% dos casos avaliados. Os tecidos de melhor qualidade, com propriedades mecânicas preservadas, foram mais frequentes quando da existência da banda PL (70%) em detrimento da cicatrização no intercôndilo (27%) ou de remanescente aderido ao ligamento cruzado posterior (13%). Embora existam estudos que demonstram estabilidade clínica associada à lesão parcial, Maeda et al.14 não encontraram maior estabilidade nesses casos. Diagnóstico O diagnóstico das lesões parciais do LCA permanece desafiador. Deve ser baseado na combinação do exame clínico e dos exames de imagem (radiografia e ressonância magnética), com diagnóstico definitivo feito na avaliação artroscópica, quando indicado. Exame clínico Em estudo da Sociedade Francesa de Artroscopia,15 a frouxidão detectada clinicamente foi significativa (p < 0,05) quando comparada com a população com lesão completa do LCA (98% dos pacientes com teste de Lachman [TL] positivo e 80% com teste pivot‐shift[TPS] positivo – + 2 ou + 3) com aqueles com lesão parcial (30% a 64% de TL «parada dura» ou «retardada» e com TPS negativos – 0 ou + 1). Neste estudo, o TL «parada mole» foi considerado forte preditor de lesão completa do LCA, enquanto o TPS com menor ressalto (0 e + 1) corresponderia, em 94% dos casos, a lesão parcial ou mesmo cicatrização incompleta. Estudos em cadáver comprovam a dificuldade de se relacionar a magnitude da lesão e seus tipos com as alterações dos testes clínicos.16 Diversos autores relatam possibilidade de encontrarmos TL «parada dura» diante de uma lesão parcial.9, 16 and 17O TL é mais sensível para o diagnóstico das lesões completas do LCA, embora o TPS e o teste de Jerk sejam mais específicos.16, 17 and 18 Outro ponto a ser considerado é que a sensibilidade do TPS aumenta de 24% para 92% quando o paciente é avaliado anestesiado, a melhor situação para avaliar o estado funcional das fibras remanescentes.9, 19, 20 and 21 Quando positivo, indicaria instabilidade rotacional, não avaliada pelos testes de translação anterior diferencial (TAD). Em casos negativos, a avaliação artroscópica permitiria avaliação das lesões associadas que poderiam dificultar o teste: lesões meniscais, lesões condrais desviadas e interposição dos próprios remanescentes do LCA. Mensuração da translação anterior diferencial Diversos aparelhos estão disponíveis para medir a TAD. Os mais conhecidos e usados na prática clínica são KT 1000®, KT 2000®, Rolimeter® e Telos®. O seu uso para diagnóstico é mais acurado nos casos de lesões subagudas e crônicas quando do melhor controle álgico e da inexistência de contraturas musculares. A TAD é menor do que 3 mm em 95% dos joelhos normais. Na avaliação comparativa, quando essa translação é superior a 3 mm em relação ao lado assintomático, em 90% dos casos há lesão do LCA. Medidas entre 3 e 5 mm podem representar lesões

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parciais.17, 20 and 21Dejour et al. 17 descreveram diferença entre medidas de translação em pacientes com lesões completas e parciais. O primeiro grupo apresentou média de 9,1 ± 3,4 mm versus 5,2 ± 2,9 mm (p < 0,05) das lesões parciais. Observaram ainda que 67% dos pacientes com preservação da banda PL apresentavam adequada função clínica dos remanescentes, contra 17% daqueles em que a banda AM estava presente. Considerou‐se remanescente funcional quando o TPS era 0 ou + 1 e quando a TAD era inferior a 4 mm. Atenção deve ser dada para o fato de que esses aparelhos avaliam apenas a TAD sem qualquer avaliação rotacional. Seu uso, associado aos demais testes e exames de imagem, é fundamental para o diagnóstico e a definição terapêutica. Exames de imagem Radiologia A avaliação radiológica juntamente com a medida da TAD mostrou‐se importante para o diagnóstico de lesão do LCA. Nos indivíduos com lesão completa, na radiografia em perfil com anteriorização da tíbia, pode‐se perceber significativa translação dos compartimentos medial e lateral, enquanto que naqueles com lesões parciais perceber‐se‐ia pequena translação quando comparado ao lado normal.9 and 22 Ressonância magnética Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, ainda é difícil fazer o diagnóstico da lesão parcial do LCA. A RM sugere a lesão sem poder confirmá‐la ou fazer a avaliação funcional das porções remanescentes.21, 22 and 23 Cortes específicos são necessários para fazer a distinção entre lesão completa e lesão parcial. Van Dyck et al. 22propuseram que determinadas visões axiais e perpendiculares seriam mais acuradas no diagnóstico à RM. Junto ao exame clínico e à TAD, a RM é importante para definição e orientação do melhor tratamento (fig. 1).

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Figura 1. Imagem por ressonância magnética de lesões parciais do ligamento cruzado anterior do joelho. A, lesão da banda posterolateral e preservação anteromedial; B, lesão da banda anteromedial e preservação posterolateral. Figure options Avaliação artroscópica Foi proposta por alguns autores para o diagnóstico das lesões parciais.9, 12, 13, 16 and 17Contudo, à luz dos conhecimentos atuais, não há indicação para avaliação artroscópica sistemática para

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diagnóstico dessa lesão. A artroscopia permite diagnosticar o tipo de lesão parcial e, junto com os exames clínico e de imagem, determinar o melhor tipo de reconstrução naqueles casos em que estiver indicado o tratamento cirúrgico (fig. 2).

Figura 2. Visão artroscópica de lesões parciais do ligamento cruzado anterior do joelho. A, lesão da banda AM e preservação PL; B, lesão da banda PL e preservação AM. Figure options Teoria multifatorial As lesões parciais são comuns e representam 10%‐27% das lesões do LCA.9 A preservação das bandas AM e PL é vista em 11% e 16% dos casos, respectivamente. A frequência de lesões meniscais é semelhante e a TAD média é de 4,49 e 4,97 mm respectivamente. O tempo entre a lesão e o tratamento cirúrgico é mais curto (cinco meses).3 DeFranco e Bach6 propuseram melhor abordagem com uma definição multifatorial que leva em consideração TL assimétrico, TPS negativo, TAD igual a três e inferior a 5 mm e avaliação complementar com RM e artroscópica positivas.6, 21 and 23 Tratamento O tratamento deve ser individualizado e adequado à necessidade de cada paciente. A identificação de pacientes com baixo e alto risco de progressão da deficiência clínica do LCA é fundamental para orientação terapêutica. Pacientes de baixo risco são aqueles de baixa demanda física, sem lesões associadas, sem queixas de instabilidade e com testes clínicos negativos. Os sinais e sintomas geralmente não tendem a progredir e tais pacientes podem ser tratados de forma conservadora.9, 21 and 23 Pacientes de alto risco são aqueles com instabilidade clínica comprovada e estilo de vida de alto risco para novas torções. Nesses, a melhor opção seria a reconstrução cirúrgica seletiva do LCA.21 and 23 A estratégia de tratamento deve levar sempre em consideração os sintomas, o exame clínico, a porcentagem de fibras remanescentes, as lesões associadas, o tempo de lesão e a demanda laboral, física e cotidiana. Tratamento conservador O tratamento conservador inclui imobilização enquanto sintomático e, após a fase aguda, estimulo à movimentação completa e apoio progressivo.9, 21 and 23 Os princípios da reabilitação para pacientes com lesão parcial são os mesmos usados para pacientes com lesão completa. Consistem de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular, treino cardiovascular, proprioceptivo e

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adaptativo.24, 25 and 26 Pujol et al. 27demonstraram que lesões parciais do LCA podem ter capacidade de cicatrização, ao contrário do que se pensava. O tratamento conservador, quando bem indicado, tem bons resultados, com mínima redução no nível de atividade e sem prejuízo da estabilidade.21, 23 and 24 Outros autores têm sugerido que lesões parciais seriam funcionalmente equivalentes às lesões completas e que o tratamento conservador implicaria piores resultados clínicos e funcionais.26 and 27 Pujol et al.27 descreveram série com 25% dos pacientes com lesão parcial do LCA que evoluiu com instabilidade funcional a médio e longo prazo. Avaliações seriadas seriam necessárias para monitorar a reabilitação e a frouxidão residual, o que permitiria a avaliação da manutenção do tratamento conservador ou a mudança para abordagem cirúrgica.17, 21, 26, 27 and 28 Tratamento cirúrgico Indicação O tratamento com reconstrução seletiva do LCA, quando de lesões parciais, pode ser justificado por diferentes fatores. O primeiro deles é clínico: grande número de lesões parciais progride para lesões completas com aumento da TAD e consequente possibilidade de lesões meniscais e condrais.9, 16, 17 and 28 O segundo é biológico: as fibras centes do LCA proporcionam adequado suprimento vascular e nervoso ao novo ligamento. Mecanoceptores presentes nos remanescentes são responsáveis pela preservação e restauração da estabilidade e do equilíbrio articular.3, 4, 7 and 27 Avaliação histológica dos remanescentes do LCA demonstrou que eles têm capacidade de acelerar a proliferação celular, a revascularização e,consequentemente, a integração do enxerto em reconstruções seletivas.27, 28, 29, 30 and 31 O terceiro é epidemiológico: o risco de lesões degenerativas após lesões parciais ainda não é estabelecido, apesar de Kannus e Jarvinen25 terem relatado 15% de lesões degenerativas após oito anos de seguimento em lesões parciais. O tratamento A reconstrução seletiva tem pontos semelhantes com a reconstrução anatômica do LCA: opções de enxerto, programa de reabilitação e tempo de retorno às práticas físicas. A diferença primordial reside no conceito biológico existente. Outras, no posicionamento e na fresagem dos túneis, bem como no diâmetro e na passagem dos enxertos. As opções para o tratamento cirúrgico das lesões parciais do LCA incluem medidas térmicas, reconstrução clássica e reconstruções seletivas. As medidas térmicas e a reconstrução clássica não serão abordadas nesta revisão. A avaliação artroscópica é iniciada pelos portais clássicos: anteromedial e anterolateral. Alguns autores propõem a criação do portal acessório anteromedial, o que facilitaria a visualização do enxerto e dos footprints. Sonnery‐Cottet et al. 29 propõem a confecção discretamente proximal do portal anterolateral para melhor visualização e menor necessidade de desbridamento da gordura de Hoffa. Após inventário de todos os compartimentos o tratamento das lesões associadas é feito e, no fim, avaliam‐se as fibras remanescentes do LCA. Essa avaliação é visual (com confirmação da presença de fibras contínuas ligando footprints) e mecânica, feita tanto na posição de semiflexão quanto na posição de figura de 4, quando a tensão é avaliada por meio da palpação e de testes clínicos sob visão artroscópica. 32 and 33 Seleção do enxerto A escolha do enxerto deve seguir a rotina do cirurgião. Diversos autores têm descrito cada vez mais o uso dos tendões flexores, que poderiam ser triplos ou quádruplos, livres ou mantidos na sua inserção tibial.3, 4, 9 and 13 A presença de blocos ósseos poderia dificultar a passagem pelos túneis feitos. O espaço existente no intercôndilo associado à preservação do maior número dos remanescentes faz com que enxertos de 8 mm de diâmetro sejam os mais adequados.5, 9, 12 and 13 O conceito de que quanto maior o diâmetro do enxerto melhor ele seria conflita com conceitos

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anatômicos de preservação dos remanescentes e com a biologia da cicatrização entre remanescentes e enxerto.32 and 33 Detalhes técnicos Reconstrução da banda AM O procedimento artroscópico se inicia pelo desbridamento comedido dos remanescentes da banda AM com preservação da banda PL. Siebold e Fu34recomendam uso do guia tibial em 60° de angulação e entrada a cerca de 1,5 cm medial à tuberosidade anterior da tíbia. A posição do túnel femoral deve seguir a presença dos remanescentes no fêmur em posição anatômica. Para sua confecção podem ser usados guias inside‐out ou outside‐in. Quando da fresagem, a perfuração em baixa velocidade ou de forma manual deve ser usada para evitar lesão dos remanescentes do LCA. Reconstrução da banda PL A posição do túnel tibial é mais medial e inicia‐se cerca de 3,5 cm medial à tuberosidade anterior da tíbia. A porção intra‐articular é localizada na parte posterior da inserção tibial e 5 mm medial à eminência intercondilar lateral. O uso dos remanescentes femorais é a forma mais confiável de achar o local do túnel femoral. A confecção do túnel femoral é feita pelo portal anteromedial ou outside‐in. Para túneis confeccionados pelo portal medial, atenção deve ser dada para o risco de lesões iatrogênicas no côndilo femoral medial no momento da fresagem. Fixação do enxerto A fixação vai depender da técnica usada. Para aqueles que usam a técnica inside‐out preconiza‐se o uso de parafusos de interferência ou Endobutton® para a porção femoral e parafusos de interferência para a porção tibial. Para aqueles que usam a técnica outside‐ino uso de parafusos de interferência se dá em ambos os túneis. É discutido se a fixacão deveria ser feita sem ou após o pré‐tensionamento, o que teoricamente garantiria melhor adaptação do enxerto.28, 29 and 34 Para a reconstrução seletiva da banda PL a fixação se dá com flexão entre 0° e 10°, enquanto para a reconstrução da banda AM o ângulo de fixação é mais variável. Alguns autores descrevem fixação entre 50°‐60°, enquanto outros preconizam 20° de flexão.9, 21, 23 and 34 Após a fixação, todo o arco de movimento deve ser testado, com atenção especial à extensão, que, quando não atingida, pode ser fonte de dor e/ou perda de movimento. Avaliação clínica Mott foi o primeiro autor a propor com resultados clínicos satisfatórios reconstrução seletiva após lesão aguda do LCA.9, 21 and 23 Adachi et al.3 and 35 e Ochi et al.4 and 36publicaram série de pacientes e compararam reconstrução seletiva e clássica do LCA com menores TAD encontradas no primeiro grupo. Tal observação talvez se deva à melhor vascularização e reinervação quando da reconstrução seletiva. Em 2009, Ochi et al. 36 publicaram nova série de 45 pacientes submetidos à reconstrução seletiva com seguimento de dois anos. Demonstraram TAD inferior a 0,5 mm, melhor propriocepção e cicatrização efetiva demonstrada no pós‐operatório por RM. Tais achados corroboram estudo de 2002 que demonstrou associação entre presença de mecanoceptores nas fibras remanescentes e melhor propriocepção. 4 and 36 Buda et al. 5 avaliaram 47 pacientes submetidos à reconstrução seletiva. Resultados clínicos bons ou excelentes foram vistos em 95,7% dos casos. Bons resultados clínicos foram correlacionados à integração do enxerto aos remanescentes e ao sinal à ressonância magnética. Chamam atenção para o fato de que em procedimentos de reconstrução seletiva o enxerto deve ter entre 7 e 8 mm, o que evita o excesso de fibras entre remanescentes e enxerto. 5 and 32 Sonnery‐Cottet et al.37 avaliaram 36 pacientes submetidos a reconstrução da banda AM e observaram TAD inferior a 0,8 mm. Chouteau et al., 38 em seguimento de pacientes tratados com reconstrução seletiva de lesões parciais, demonstraram similaridade da estabilidade e da propriocepção em relação ao joelho normal.

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Existem poucas publicações que comparam reconstruções clássicas do LCA e procedimentos de reconstrução seletiva com remanescentes funcionais e não funcionais. Maior número de estudos seria útil para avaliar o ambiente criado pelos remanescentes e seus efeitos na cicatrização do enxerto. A reconstrução seletiva é encorajadora, embora ainda careça de evidências que comprovem seu real benefício.39 Considerações finais Lesões parciais do LCA são cada vez mais diagnosticadas. Representam 10% a 27% de todas as lesões. Sua definição na literatura não é única. O diagnóstico pode ser feito com associação do exame clínico ao exame de imagem e confirmado pelo exame artroscópico. O teste do pivot‐shift sob anestesia, o teste de Lachman parada dura, achados à ressonância magnética, o nível e o tipo de atividade esportiva, o aspecto artroscópico dos remanescentes e suas propriedades mecânicas são elementos usados pelo ortopedista para decidir entre o tratamento conservador, o tratamento cirúrgico com reforço do LCA nativo (reconstrução seletiva) ou a reconstrução clássica (anatômica) do LCA. Quando da indicação cirúrgica, a preservação das fibras remanescentes é parte fundamental, a fim de preservar a capacidade mecânica, vascular e proprioceptiva do joelho. Conflitos de interesse Os autores declaram não haver conflitos de interesse. Agradecimentos Ao Grupo do Joelho/Ortopedia e Traumatologia do Hospital Madre Teresa/Belo Horizonte/Brasil, ao Centre Orthopédique Santy/Lyon/França. Referências M.L. Purnell, A.I. Larson, W. Clancy Anterior cruciate ligament insertions on the tibia and femur and their relationships to critical bony landmarks using high‐resolution volume‐rendering computed tomography T. Zantop, M. Herbort, M.J. Raschke, F.H. Fu, W. Petersen The role of the anteromedial and posterolateral bundles of the anterior cruciate ligament in anterior tibial translation and internal rotation Am J Sports Med., 35 (2) (2007), pp. 22 N. Adachi, M. Ochi, Y. Uchio, Y. Sumen Anterior cruciate ligament augmentation under arthroscopy. A minimum 2‐year follow‐up in 40 patients Arch Orthop Trauma Surg., 120 (3–4) (2000), pp. 128 M. Ochi, N. Adachi, M. Deie, A. Kanaya Anterior cruciate ligament augmentation procedure with a 1‐incision technique: anteromedial bundle or posterolateral bundle reconstruction Arthroscopy., 22 (4) (2006) 463.e1‐5 R. Buda, A. Ferruzzi, F. Vannini, L. Zambelli, F. Di Caprio Augmentation technique with semitendinosus and gracilis tendons in chronic partial lesions of the ACL:clinical and arthrometric analysis Knee Surg Sports TraumatolArthrosc., 14 (11) (2006), pp. 1101– M.J. DeFranco, B.R. Bach Jr. A comprehensive review of partial anterior cruciate ligament tears E.H. Crain, D.C. Fithian, E.W. Paxton, W.F. Luetzow Variation in anterior cruciate ligament scar pattern: does the scar pattern affect anterior laxity in anterior cruciate ligament‐deficient knees?

FACULDADE NOROESTE DO MATO GROSSO PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DO ESPORTE E TREINAMENTO FUNCIONAL

Programa vinculado ao Curso de Licenciatura em Educação Física Autorizado pela Portaria nº 179, de 08/05/2013. Publicado no D.O.U. 09/05/2013.

Rua dos Oityz, nº 150, Bairro Jardim Vitória, CEP: 78520-000 - Guarantã do Norte-MT

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Autor para correspondência. Recommended articles

1. Comparação dos enxertos para reconstrução anatômica do LCA: patelar versus semitendíneo/grácil 2015, Revista Brasileira de Ortopedia More Correlação entre o resultado da reconstrução artroscópica do ligamento cruzado anterior do joelho e o retorno à atividade esportiva 2014, Revista Brasileira de Ortopedia more Eficiência neuromuscular dos músculos vasto lateral e bíceps femoral em indivíduos com lesão de ligamento cruzado anterior 2015, Revista Brasileira de Orto

A recuperação de um atleta lesionado deve passar por todas as etapas com objetivo pré-definidos.

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Quando se pensa num programa de treinamento funcional voltado para a recuperação, é necessário analisar e avaliar todos os segmentos musculares (ou partes corporais) e os desequilíbrios corporais que poderão estar envolvidos na lesão e assim, dentro da especificidade e do período de treinamento em que o trauma aconteceu conseguir montar um programa recuperativo para restabelecer a normalidade da musculatura da articulação envolvida. A avaliação do atleta é feita com os dados dos exames clínicos da parte lesionada, bem como o histórico músculoesquelético e articular. É importante saber se a lesão é crônica ou aguda ou se foi causada por mecanismo traumático ou não-traumático, de modo a identificar os diferentes grupamentos musculares e articulações atingidas. Vale ressaltar que, um processo lesivo nunca deve ser analisado somente no local exato da lesão, mas tratado como um segmento corporal global, uma vez que um músculo pode interagir com várias articulações e outros grupamentos musculares. Pensando assim e considerando a individualidade biológica de cada atleta, percebe-se que diferentes músculos corporais de um mesmo indivíduo tendem a se recuperar em maior ou menor tempo, conforme o tipo de tratamento. Por esta razão, diferentes lesões exigem tratamentos diferenciados. A vulnerabilidade da articulação à lesão pode estar diretamente ligada à diferença na força entre alguma musculatura intrínseca que a envolve. Por isso é necessário qualificar e classificar a musculatura que engloba uma articulação e assim prescrever exercícios para que o programa de recuperação possa ser efetivo e o erro de uma recuperação inadequada possa ser minimizado. No que diz respeito ao tratamento inicial do atleta lesionado, uma maior importância aos músculos estabilizadores primários deve ser dada, devido à sua incidência ao sistema nervoso (proprioceptiva) elevada e por possuírem seus tendões (inserções) mais profundos e mais próximas ao eixo de rotação das articulações. Portanto, ao iniciar o treinamento funcional recuperativo é interessante dar maior ênfase aos exercícios de cadeia cinética fechada que visam os músculos estabilizadores primários. Lembrando que, diferentemente dos exercícios de cadeia cinética aberta, o tratamento por exercícios citado anteriormente demanda menor esforço por centímetro cúbico de músculo, pois envolvem mais articulações (exercícios multiarticulares) na execução do movimento e, devido também, as partes do corpo que realizam o movimento estarem fixas e com isso exigirem apenas uma considerável resistência. Já os exercícios de cadeia cinética aberta geralmente são monoarticulares (envolvendo uma articulação), no entanto, as partes do corpo não estão fixas e com isso geram maior resistência. Quando a lesão acontece, existem alguns músculos que devem ser trabalhados primeiramente e outros inseridos no processo de tratamento mais adiante. Além do mais, vários outros aspectos funcionais de um tratamento que seja de fato eficiente não devem jamais ser desconsiderados. Um exemplo disso é a adequação da musculatura lesada ou enfraquecida ao tipo de exercício proposto. O exercicio proposto, obedecendo a mecânica do gesto motor da modalidade do atleta facillitará a volta a prática do desportiva