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Disciplina: Metodologia Científica Professor: Adriano Benigno Moreira Aula - 1

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Page 1: Disciplina: Metodologia Científica · Bibliografia Básica 1 - CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; Da Silva, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Makron Books,

Disciplina: Metodologia Científica

Professor: Adriano Benigno Moreira

Aula - 1

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Programa da Unidade

Unidade I – CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

• Apresentação da disciplina

• Objetivos

• Ementa

• Programa

• Bibliografia

• Avaliação

• Introdução à Metodologia Científica

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Apresentação da Disciplina

• Qual sua importância no Curso;

• Onde pode ser aplicada.

– Elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC);

– Elaboração de Artigos;

– Trabalhos de Curso de Pós-graduação (Lato sensu e Stricto sensu);

– Elaboração de Tese de Doutorado;

– Aplicado na elaboração de diversos trabalhos de cunho científico.

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Bibliografia

Básica1 - CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; Da Silva, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Makron Books, 2007.

162p. ISBN 978-85-7605-047-6

2 - FRANÇA, Júnia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina de. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8. ed.

rev. e ampl. Belo Horizonte: UFMG, 2007. 255 p. ISBN 8570415608

3 - LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 5. ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2007. 312 p.

ISBN 9788522447626 . 10ª Edição, Rio de Janeiro, 2007

Complementar1 - GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 176 p.

2 - DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 216 p. ISBN 8522426473

3 - KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções cientificas. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. 260 p. ISBN

8527301113

4 - POPPER, Karl Raimund. A lógica da pesquisa científica. 11. ed. São Paulo: Cultrix, 2004. 567p ISBN 853160236X

5 - SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed.. São Paulo: Cortez, 2002. 335 p.

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Avaliação

1 - Prova 20 pontos

Exercícios 10 pontos Total 30

2 - Prova 20 pontos

Exercícios 10 pontos Total 30

3 - Prova 40 pontos

Total 40

Total Geral 100 pontos

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Metodologia Científica

A Metodologia científica aborda as principais regras para produção

científica de maneira sistemática. Fornece um conjunto técnicas, processos,

instrumentos e objetivos para um melhor desempenho e qualidade de um

trabalho científico.

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Ciência

A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca

verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e

testadas através do método científico. O conhecimento científico depende

muito da lógica.

A ciência, na condição atual, é o resultado de descobertas ocasionais, nas

primeiras etapas, e de pesquisas cada vez mais metódicas, nas etapas

posteriores. O patamar recente de desenvolvimento foi resultante da

evolução de técnicas, fatos empíricos e leis. Estes formam o elemento de

continuidade que, por sua vez, foi sendo aperfeiçoado e ampliado ao longo

da história da humanidade (CARRAHER, 1999).

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A Ciência e sua evolução

• Os egípcios já tinham desenvolvido um saber técnico evoluído,

principalmente nas áreas de matemática, geometria e na medicina;

• Os gregos foram provavelmente os primeiros a buscar o saber que não

tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização prática;

• Na Idade Média, a Igreja Católica serviu de marco referencial para

praticamente todas as ideias discutidas na época. A população não

participava do saber, já que os documentos para consulta estavam presos

nos mosteiros das ordens religiosas;

• Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre o séculos XV e

XVI (anos 1400 e 1500) que a ciência começou a evoluir. Neste período as

artes, de uma forma geral, tomaram um impulso significativo;

• No século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) surgiu o Iluminismo, corrente

filosófica que propôs "a luz da razão sobre as trevas dos dogmas

religiosos".

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A Ciência e sua evolução

• Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno,

entre outros, foram perseguidos pela Igreja, em

função de suas ideias sobre as coisas do mundo, o

século XIX serviu como referência de

desenvolvimento do conhecimento científico em

todas as áreas.

Nossas possibilidades de conhecimento são muito e até, tragicamente,

pequenas. Sabemos pouquíssimo, e aquilo que sabemos sabemo-lo

muitas vezes superficialmente, sem grande certeza. A maior parte de

nosso conhecimento somente é provável. Existem certezas absolutas

incondicionais, mas estas são raras. (BOCHENSKY, 1961, P.42)

Galileu Galilei, 15/02/1564 a 8/01/1642

Galileu Galilei, considerado como o

"pai da ciência moderna”.

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O que é Pesquisa?

• “Pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar respostas para

indagações propostas.” (SILVA E MENEZES, 2001)

• “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação

planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da

metodologia consagradas pela ciência.” (RUIZ, 2002)

• “A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas,

através do emprego de processos científicos.” (CERVO; BERVIAN; DA

SILVA, 2007)

• “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos,

baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções

para os problemas propostos mediante o emprego de métodos

científicos.” (ANDRADE, 2001)

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Conhecimento

• É uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto

conhecido. Pelo conhecimento, o homem penetra nas diversas áreas da

realidade para dela tomar posse. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007)- Ex. Teoria heliocêntrica, defendida por Copérnico e Galileu. E a teoria Geocêntrica, defendida

por Aristóteles e Ptolomeu.

• Existem basicamente quatro níveis diferentes de conhecimento:– Empírico;

– Científico;

– Filosófico;

– Teológico.

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Conhecimento - Empírico

• É também conhecido como:

– Popular,

– Vulgar,

– Espontâneo,

– Ordinário,

– Pré-crítico.

• É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o

conhecimento adquirido através de ações não planejadas. Conhecimento

obtido ao acaso, na vivência do homem na sociedade. Esta vinculado a

percepção e a ação. Não se preocupa com as causas, e sim com a solução

dos fatos.

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Conhecimento - Empírico

• Formas de aquisição do Conhecimento Empírico

– Vivência;

– Quotidiano;

– Trabalho;

– Consumo;

– Relações sociais;

– Prática Religiosa;

– Rádio e TV;

– Muitas vezes é tradicional; (umbigo)

– É descoberto ao acaso; (cimento)

– As vezes é falso; (manga)

– É um conhecimento acumulado; (agricultura)

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Conhecimento - Empírico

• Importância do Conhecimento Empírico

– Abrigo das intempéries e animais selvagens;

– Roda;

– Meios de caça;

– Fogo;

– Descoberta da agricultura;

– Utensílios e ferramentas;

– Domesticação dos animais;

– Cocção;

– Uso da força animal;

– Moinho.

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Conhecimento - Empírico

• Características do Conhecimento Empírico

– Superficial;

– Sensitivo;

– Subjetivo;

– Ametódico;

– Assistemático;

– Fragmentário;

– Ingênuo;

– Espontâneo;

– Instintivo.

(RUIZ, 2002)

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Conhecimento - Empírico

• Características do Conhecimento Empírico

– Superficial;

– Sensitivo;

– Subjetivo;

– Ametódico;

– Assistemático;

– Fragmentário;

– Ingênuo;

– Espontâneo;

– Instintivo.

(RUIZ, 2002)

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Conhecimento - Empírico

Quando você pratica uma determinada atividade ao longo dos anos, e

gerações e gerações ao longo de séculos a tendência é ir formando certas

concepções de como as coisas devem ser feitas e pensadas naquela área.

Veja a milenar prática do comércio.

(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2004)

Senso Comum Ciência

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Conhecimento - Científico

• O conhecimento científico permite conhecer as suas causas e as leis que o

regem, busca sua composição, portanto vai além do conhecimento

empírico. O método que garante a veracidade do conhecimento. Só saber o

fenômeno, sem explica-lo não é ciência.

- É racional e objetivo.

- Atém-se aos fatos.

- Transcende aos fatos.

- É analítico.

- Requer exatidão e clareza.

- É comunicável.

- É verificável.

- Depende de investigação metódica.

- Busca e aplica leis.

- É explicativo.

- Pode fazer predições.

- É aberto.

- É útil

(GALLIANO, 1979).

(RUIZ, 2002).

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Conhecimento - Filosófico

• É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo

sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos

fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. A

filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal.

Porém, a filosofia habilita o ser humano a fazer de suas faculdades para ver

melhor o sentido da vida concreta.

Filosofia

• Matemática, Geometria

• Física

• Química

• ....

• Psiquiatria

Utilizamos a filosofia para a produção de conhecimento.

É na filosofia que encontramos todas as grandes bases

da ciência.

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Conhecimento - Teológico

• Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua

origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das

crenças de cada indivíduo.

– Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em

reencarnação; acreditar em espírito etc..

• O principal argumento é o da autoridade, encontrada nos livros sagrados.

• Características:– É inspiracional;

– É infalível;

– É sistemático;

– Não é verificável.

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Teologia X Filosofia X Ciência

• São Tomás de Aquino, que viveu no século XIII, foi o maior teólogo de todos

os tempos propôs o seguinte:

– Tanto o teólogo como o filósofo ou cientista podem tomar os mesmos problemas como objeto

de estudo.

– A teologia distingue-se da filosofia ou da ciência pela diversidade dos princípios subjetivos

operativos e pela diversidade de fontes objetivas.

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Trinômio: Verdade - Evidência - Certeza

O ser humano é cheio de limitações, e a realidade que pretende conhecer

e dominar é múltipla e complexa. Diante disso, surgem inúmeras questões: o

ser humano pode conhecer a verdade? O que é verdade? Quais são as

evidências que temos de que as verdades reveladas são realmente verdade?

Como podemos ter certeza de que o ser humano e a humanidade estão no

caminho certo?

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Verdade

É o encontro da pessoa com o desvelamento, com o desocultamento e

com a manifestação do ser. A essência das coisas se manifesta, torna-se

translúcida, visível ao olhar, à compreensão humana. Há uma certa

conformidade entre o que julgamos e dizemos e aquilo que do objeto se

manifesta.

Porém o objeto nunca se manifesta totalmente, nunca é inteiramente

transparente, quando muito, podemos conhecer os objetos por suas

representações e imagens. Por isso nunca conhecemos toda a verdade, a

verdade absoluta e total (CERVO 2007).

Pode-se dizer que a verdade é um posicionamento teórico momentâneo.

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Erro

Ocorre situações que levados por certas aparências e sem o auxilio de

instrumentos adequados, emitimos conclusões precipitadas que não

correspondem aos fatos e à realidade: temos, então, o erro. E os erros são

frequentes ao longo da história, como por exemplo, as afirmações do

geocentrismo, da geração espontânea, etc.

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Evidência

A evidência é uma manifestação clara, é transparência, é desocultamento

e desvelamento da natureza e da essência das coisas. A respeito daquilo que

se manifesta das coisas, pode-se dizer uma verdade (CERVO 2007).

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Certeza

É o estado de espírito que consiste na adesão firme e uma verdade, sem

temor de engano. Esse estado de espírito fundamenta-se na evidência, no

desvelamento da natureza e da essência das coisas. Relacionado o trinômio,

pode-se concluir dizendo que, havendo evidência, isto é, se o objeto, fato ou

fenômeno se desvela ou se manifesta com suficiente clareza, é possível afirmar

com certeza, sem temor de engano, uma verdade. A única certeza é que todo

conhecimento científico é precário e pode ser reformulado e reinterpretado a

qualquer tempo (CERVO 2007).

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Certeza

- Duvida: É um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação. A dúvida é

espontânea quando o equilíbrio entre a afirmação e a negação resulta da falta

do exame dos prós e dos contras. A dúvida refletida é um estado de equilíbrio

que permanece após o exame das razões prós e contra.

- Opnião: Caracteriza-se pelo estado de espírito que afirma com temor de se

enganar. O valor da opinião depende da maior ou menor probabilidade das

razões que fundamentam a afirmação.

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Formação da postura científica

Fazer ciência não é privilégio de um tipo em particular de pessoa, nem

privilégio de povos, raças e culturas.

A adoção de uma postura científica pode se dar em qualquer idade e em

qualquer circunstância.

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Características da postura científica

A postura científica é antes de tudo, uma atitude ou disposição subjetiva

do pesquisador que busca soluções sérias, com métodos adequados para o

problema que enfrenta. A postura científica, na prática, é expressão de uma

consciência crítica e racional.

CERVO, BERVIAN, SILVA ; 2007

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Características da postura científica

Consciência Critica: É a capacidade de julgar e a separar o essencial do

superficial, o principal do secundário. É uma tomada de posição, no sentido de

impedir a aceitação do que é fácil e superficial.

A objetividade: É a condição básica da ciência. O que vale não é o que

algum cientista imagina ou pensa, mas aquilo que realmente é. Qualquer um

pode repetir a mesma experiência o resultado será sempre o mesmo.

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Qualidades da postura científica

Imparcialidade: Não torce os fatos e respeitar escrupulosamente a

verdade.

Cultiva a honestidade: Não colhe como seu o que outros plantaram.

Não é acomodado: Enfrenta obstáculos e os perigos que a pesquisa

possam oferecer

Não reconhece Fronteiras: Não admite nenhuma intromissão de

autoridades estranhas ou limitações em seu campo de investigação (CERVO

2007).

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O método científico como instrumento

de produção e pensamento

Método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com

maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos

válidos e verdadeiros – trançando o caminho a ser seguido, detectando, erros e

auxiliando as decisões do cientista (MARCONI, LAKATOS; 2010).

Muitas vezes, um trabalho “simples” guiado por um bom método faz mais

progresso nas ciências que outro mais brilhante que segue ao acaso (CERVO

2007). Fontenelle (apud Lahr, 1958) Exalta o método “Arte de descobrir a

verdade é mais preciosa que a maioria das verdades que se descobre”.

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Método Racional e Método Científico

Método Científico: serve-se das técnicas de observação, descrição,

comparação, experimentação, análise e síntese para chegar ao conhecimento

por indução, dedução ou inferência.

Método Racional: aplica-se a realidades abstratas (não suscetíveis de

experimentação),ou a partir de proposições admitidas a priori como evidentes

por si, procede por dedução ou indução, como, por exemplo, as questões da

filosofia.

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Métodos

Método Indutivo: É um processo mental por intermédio do

qual, partindo de dados particulares, suficientemente

contatados, infere-se uma verdade geral do universo.

Método Dedutivo: A dedução é o processo mental contrário à

indução. Através da indução, não produzimos conhecimentos

novos, porém explicitamos conhecimentos que antes estavam

implícitos. (MARCONI, LAKATOS; 2010).

Dedutivo Indutivo

Todo mamífero tem um coração.

Ora, todos os cães são mamíferos.

Logo, todos os cães têm um coração.

Todos os cães que foram observados

tinham um coração.

Logo, todos os cães têm um coração.

https://www.youtube.com/watch?v=H2cR4ewT8_0

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Outros Métodos

Método Dialético,

Métodos específicos das Ciências Sociais,

– O método e os métodos,

– Método histórico,

– Método comparativo,

– Método monográfico,

– Método estatístico,

– Método tipológico,

– Método funcionalista,

– Método estruturalista,

– Métodos e quadro de referência,

Método das coincidências constantes – tábuas de Bacon

Métodos de exclusão de Stuart Mill

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É importante lembrar

Toda investigação nasce de algum problema observado ou sentido, de tal

modo que não pode prosseguir a menos que se faça uma seleção da matéria a

ser tratada. Essa seleção requer alguma hipótese ou pressuposição que vai

orientar e, ao mesmo tempo, delimitar o assunto a ser investigado. Daí o

conjunto de processos ou etapas de que serve o método científico, tais como a

observação e a coleta de todos os dados possíveis, a hipótese que procura

explicar provisoriamente todas as observações de maneira simples e viável, a

experimentação que dá ao método científico também o nome de método

experimental, a indução da lei que fornece a explicação ou o resultado de todo

trabalho de investigação e a teoria que insere o assunto tratado em um contexto

mais amplo.

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Técnicas

O método concretiza-se como o conjunto das diversas etapas ou passo

que devem ser seguidos para a realização da pesquisa e que configuram as

técnicas. As técnicas em uma ciência são os meios corretos de executar as

operações de interesse de tal ciência. Assim, há técnicas associadas ao uso de

certos testes em laboratório, ao levantamento de opiniões de massa, à coleta de

dados estatísticos; há técnicas para conduzir uma entrevista, para determinar a

idade por medições de carbono, para decifrar inscrições desconhecidas dentre

outras. Portanto métodos são técnicas suficientemente gerais para se tornarem

procedimentos comuns a uma área das ciências ou a todas as ciências.

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Observação

A observação é de fundamental importância nas ciências. Dela depende o

valor de todos os outros processos. É um elemento básico de investigação que

ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre

os quais os indivíduos não tem consciência, mas que orientam seu

comportamento.

Tjora (2006) afirma que o método de observação faz demandas

substanciais sobre o pesquisador e pode ser uma das formas mais difíceis de

pesquisa para aplicar em seu próprio ambiente. A vida cotidiana, que

aceitamos sem questionar, pode tornar invisíveis coisas que seriam

relevantes para o observador. As dificuldades do método incluem, ainda,

situações que implicam em como fazer anotações de campo, o que anotar e,

implicitamente, o que observar.

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Observação

A observação pode assumir diferentes configurações conforme descrito

por Lakatos e Marconi (2010).

a) Segundo os meios utilizados:

– Observação não estruturada (assistemática).

– Observação estruturada (sistemática).

b) Segundo a participação do observador:

– Observação não participante.

– Observação participativa.

c) Segundo o número de observações:

– Observação individual.

– Observação em equipe.

d) Segundo o lugar onde se realiza:

– Observação efetuada na vida real (trabalho de campo).

– Observação efetuada em laboratório.

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Observação

Observação não estruturada (assistemática).

– Espontânea, informal, ocasional. Consiste em recolher e registrar os fatos da realidade

sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas

diretas. Não tem planejamento ou controle previamente elaborado. É mais empregada

em estudos exploratórios.

– Êxito: vai depender do observador, de ele estar atento aos fenômenos que ocorrem ao

seu redor.

– O que não deve ser feito:

a) O pesquisador não deve pensar que sabe mais do que o realmente presenciado;

b) Não deve se deixar envolver emocionalmente;

c) Infidelidade no registro de dados.

Observação estruturada (sistemática).

– É realizada em condições controladas para se responder a propósitos, que foram

anteriormente definidos. Requer planejamento e necessita de operações específicas para

o seu desenvolvimento. Podem ser utilizados quadros, anotações, escalas, dispositivos

mecânicos.

– É mais empregada em estudos exploratórios e descritivo.

– O que não deve ser feito:

a) Influenciar sobre o que vê ou recolhe;

b) Camuflar os erros.

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Observação

Observação não participante.

– O pesquisador tem contato com a comunidade, grupo ou realidade estudado, mas sem

integrar-se a ela: permanece de fora. Executa um papel de espectador. É muito utilizada

– quando se pretende fazer uma observação naturalista, tendo em vista o fato do

observador não interferir no fenômeno investigado.

Observação participativa.

– Consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se

incorpora ao grupo confunde-se com ele. Com este tipo de observação, o observador

conquista mais facilmente a confiança de quem observa. Apresenta uma grande

desvantagem visto que perde, consideravelmente, a sua objetividade, pois apesar de ambos

vivenciarem as mesmas situações, o modo como o fazem é, de certo, bastante distinto.

– Em geral são apontados duas formas:

a) Natural o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga.

b) Artificial o observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações.

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Observação

Observação individual.

– Como o próprio nome indica, é técnica de observação realizada por um pesquisador. Nesse

caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou

distorções, pela limitada possibilidade de controles. Por outro lado, pode intensificar a

objetividade de suas informações, indicando, ao anotar os dados, quais são os eventos reais

e quais são as interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível. Em alguns aspectos,

a observação só pode ser feita individualmente.

Observação em equipe.

– A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual, pois o grupo pode observar

a ocorrência por vários ângulos. Quando uma equipe está vigilante, registrando o problema na

mesma área, surge a. oportunidade de confrontar seus dados posteriormente, para verificar

as predisposições. A observação em equipe, segundo Ander-Egg (1978:100), pode realizar-se

de diferentes formas:

a) todos observam o mesmo, com o qual se procura corrigir as distorções que podem advir de cada investigador em

particular;

b) cada um observa um aspecto diferente;

c) a equipe recorre à observação, mas alguns membros empregam outros procedimentos;

d) constitui-se uma rede de observadores, distribuídos em uma cidade, região ou país; trata-se da técnica

denominada de observação maciça ou observação em massa.

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Observação

Observação efetuada na vida real (trabalho de campo).

– A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Os acontecimentos são

registrados à medida que vão ocorrendo. Pretende analisar o comportamento humano no seu

ambiente natural. Isto reduz as tendências seletivas e a depuração

Observação efetuada em laboratório.

– A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta, que teve lugar

em condições cuidadosamente dispostas e controladas. Entretanto, muitos aspectos

importantes da vida humana não podem ser observados sob condições idealizadas no

laboratório. A observação em laboratório tem, até certo ponto, um caráter artificial, mas é

importante estabelecer condições o mais próximo do natural, que não sofram influências

indevidas, pela presença do observador ou por seus aparelhos de medição e registro. O uso

de instrumentos adequados possibilita a realização de observações mais refinadas do que

aquelas proporcionadas apenas pelos sentidos.

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