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Disciplina de Mercado Aviso do Banco de Portugal nº10/2007 Exercício 2010 Relatório de divulgação pública de informação, numa óptica predominantemente prudencial conforme Aviso do Banco de Portugal nº 10/2007, referente ao exercício de 2010 do Banco Primus, S.A.

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Disciplina de Mercado

Aviso do Banco de Portugal nº10/2007

Exercício 2010

Relatório de divulgação pública de informação, numa óptica predominantemente prudencial conforme Aviso do Banco de Portugal nº 10/2007, referente ao exercício de 2010 do Banco Primus, S.A.

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ÍNDICE

SECÇÃO I – ENQUADRAMENTO ............................................................................................. 3

1. Introdução ........................................................................................................................... 3

2. Declaração de responsabilidade ......................................................................................... 4

SECÇÃO II – Âmbito de Aplicação e Políticas de Gestão de Risco ............................................ 5

1. Âmbito de Aplicação ............................................................................................................ 5

2. Políticas de Gestão de Risco............................................................................................... 5

SECÇÃO III - Adequação de Capitais ...................................................................................... 21

1. Caracterização dos Fundos Próprios................................................................................. 22

2. Método de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno ............................................ 25

SECÇÃO IV - Risco de Crédito ................................................................................................ 27

1. Risco de Crédito da Contraparte ....................................................................................... 27

2. Risco de Crédito – Aspectos Gerais .................................................................................. 28

SECÇÃO V - Risco de Crédito - Método Padrão ...................................................................... 35

SECÇÃO VI - Técnicas de redução do risco de crédito ............................................................ 36

SECÇÃO VII - Risco Cambial ................................................................................................... 37

SECÇÃO VIII - Risco Operacional ............................................................................................ 37

1. Informação qualitativa ....................................................................................................... 37

2. Informação quantitativa ..................................................................................................... 38

SECÇÃO IX – Análise de Sensibilidade ................................................................................... 39

1. Risco de Taxa de Juro....................................................................................................... 39

2. Testes de Esforço ............................................................................................................. 40

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SECÇÃO I – ENQUADRAMENTO

1. Introdução

Com o objectivo de contribuir para a estabilidade e solidez do sistema financeiro português, e

na sequência do previsto no Aviso nº 10/2007 do Banco de Portugal, procede-se, com o

presente relatório, à actualização da divulgação de informação sobre a situação financeira e de

solvabilidade que o Banco Primus S.A. tem vindo a promover desde o exercício de 2008.

Este documento é produzido enquanto transposição do enquadramento normativo do Pilar III

do Acordo Basileia II, pretendendo-se consagrar um especial enfoque na divulgação pública do

sistema de gestão de risco do Banco Primus, reforçando assim a disciplina de mercado.

O detalhe dos resultados apresentados pretende divulgar de forma fidedigna a actividade e

riscos na globalidade de acção do Banco, destacando-se todos os riscos considerados

materialmente relevantes, de acordo com a dimensão e características actuais da actividade.

A descrição de políticas internas dos diferentes riscos e os respectivos processos de gestão

serão apresentados ao longo do presente documento, da seguinte forma:

Declaração de Responsabilidades;

Âmbito da Aplicação e Políticas de Gestão de Risco;

Adequação de Capitais;

Risco de Crédito;

Risco Cambial;

Risco Operacional;

Risco de Taxa de Juro;

Análise de Sensibilidade

O conteúdo do presente documento foi elaborado numa óptica predominantemente prudencial,

uma vez que se pretende disponibilizar o mais abrangente volume de informação, permitindo

aos agentes económicos interessados uma avaliação eficaz e eficiente, sem colocar em causa

a vantagem concorrencial do Banco nem a perda do valor dos seus investimentos.

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SECÇÃO II – Âmbito de Aplicação e Políticas de Gestão de Risco

1. Âmbito de Aplicação

O presente documento refere-se ao relatório de Disciplina de mercado conforme os objectivos

e normas gerais constantes no Aviso nº 10/2007 do Banco de Portugal, e engloba a actividade

do Banco Primus, S.A. em Portugal bem como a sua actividade nas sucursais Banco Primus

Espanha e Banco Primus Hungria.

O Banco Primus é filial portuguesa do Banco Crédit Foncier de France, doravante também

referido como CFF, líder do mercado de crédito hipotecário Francês e parte integrante do grupo

BPCE, formalmente constituído em 2009 com origem no Grupo Caisse d’ Epargne e Grupo

Banque Populaire, originando um dos maiores grupos bancários comerciais em França.

2. Políticas de Gestão de Risco

2.1. Enquadramento

O Sistema de Gestão de Risco – SGR - constitui no Banco Primus uma matéria de primordial

relevância, contribuindo activamente para difundir uma cultura de prevenção dos riscos pela

organização e para apoiar a estruturação do seu planeamento estratégico.

O SGR tem evoluído, em forma e sofisticação, proporcionalmente à maturidade, à dimensão do

Banco e à complexidade das actividades financeiras exercidas.

O processo de gestão de risco compõe-se pela identificação, avaliação, acompanhamento e

controlo do risco inerente à actividade do Banco, de acordo com o Perfil de Risco, e pretende

assegurar que os objectivos definidos são atingidos, e que são implementadas as medidas

necessárias e adequadas para gerir os riscos tomados como relevantes.

O Perfil de Risco descreve o posicionamento do Banco face aos riscos. É entendido pelas

componentes Apetite ao risco e Tolerância ao risco.

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O Apetite ao risco é compreendido como a estratégia de longo prazo de posicionamento face

ao risco, e é transcrito para linhas de orientação, regulamentos e plano de negócio, que

definem de forma directa ou indirecta o risco que o Banco pretende tomar na procura de valor.

A Tolerância ao risco, que inclui indicadores, orientações ou níveis de risco por classe de risco,

produto financeiro e país, dá a indicação do risco que o Banco aceita tomar em cada momento,

de forma a alcançar os objectivos estratégicos.

As duas componentes anteriores estão presentes nas decisões de negócio. As unidades

operacionais estão aptas a reflectir o Perfil de Risco do Banco nas suas acções de gestão,

sendo transmitido por meio de indicações claras dos órgãos de gestão, na forma de

Procedimentos, Limites e Regras operacionais.

2.2. Estrutura e Organização da função de gestão de risco

A Função de gestão do risco no Banco Primus é assegurada pela Direcção de Risco – DRI -,

que responde organicamente à Administração, sendo exercida com uma visão global da

actividade, mas com autonomia face às restantes direcções e áreas do Banco, conforme

pretendido pelos princípios de governação da sociedade.

A Função de gestão do risco está estruturada de acordo com o modelo de Governance do

Banco, assente em Comités, existindo desta forma um controlo permanente da actividade da

DRI do Banco Primus, pelo Pólo de Riscos e Conformidade do CFF, DRI-CFF.

A DRI secretaria o Comité de Risco, com representação ao mais alto nível da estrutura

directiva do accionista CFF e do Banco Primus. Este representa a reunião formal periódica

entre a área de gestão de risco do Banco Primus e do CFF, com o objectivo de garantir o

processo de gestão de risco, nomeadamente no acompanhando da evolução dos riscos da

instituição no conjunto das suas actividades e sucursais.

Dada a natureza do Core business do Banco, a gestão do risco de crédito, do risco operacional

e dos riscos financeiros são actividades transversais a vários estratos da organização.

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O acompanhamento dos riscos inerentes à actividade é assegurado por um total de 18

comités, e que se dividem em quatro categorias:

Governance Comités Master Comités de Decisão Comités Operacionais

Os Comités* são organizados de acordo o esquema seguinte:

*O esquema de Comités apresentado foi efectivado neste formato no decorrer do ano 2011.

A composição dos comités incorpora, de acordo com as respectivas áreas, membros da

Administração, das Direcções e Departamentos da Instituição, garantindo assim uma tomada

de decisão abrangente e partilhada, reflectindo os princípios do Sistema de Controlo Interno na

gestão corrente e diária da actividade.

Os riscos financeiros a que o Banco se encontra exposto, são acompanhados numa base

mensal no Comité de gestão de activos e passivos – ALCO -, onde estão representadas, para

além dos membros da Direcção Financeira, as Direcções de Risco do Banco Primus e do CFF

de forma a exercer o controlo permanente dos riscos financeiros.

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Como parte integrante do Sistema de Controlo Interno, e revelando a importância com que a

Administração do Banco Primus avalia a Função de gestão de risco, continuou a assistir-se

durante o ano 2010, e já em 2011, a um continuado reforço efectivo de meios humanos,

financeiros e informáticos ao serviço das actividades relacionadas com a área.

Na Direcção de Risco, para além das áreas já existentes foram asseguradas e/ou reforçadas

competências específicas em áreas chave:

Competências:

Modelos de suporte à decisão;

Modelos de imparidade;

Reporte e seguimento de riscos;

Avaliação económico-financeira de clientes empresariais;

Risco operacional;

Regulamentos de financiamento;

Custo do risco – Risk Based Pricing,

Reforço de competências:

Risco de crédito: Seguimento do risco de crédito e actualização de modelos de

imparidade;

Gestão de prevenção da fraude;

Controlo de limites internos de concentração em exposição - LEI;

Seguimento individual da exposição directa e indirecta de listas ou grupos de clientes –

Watch List;

Controlo permanente de processos na área do risco, incluindo a qualidade dos

processos e da informação que suporta os modelos de decisão do Banco;

2.3. Estratégias e Processos de Gestão de Riscos

A estratégia da instituição, de forma a proporcionar a criação do valor adequado aos objectivos

dos accionistas, actuando de acordo com o estrito cumprimento das orientações e normas da

entidade supervisora Banco de Portugal, assenta numa forte gestão do risco como o pilar

basilar a toda a sua actuação.

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Como estratégia de gestão do risco, a actuação da instituição passa nomeadamente por

desenvolver os seguintes pilares de actuação:

Promover uma cultura transversal de gestão e de prevenção do risco;

Garantir que se identifica e avaliam todos os riscos significativos;

Providenciar uma visão agregada dos riscos identificados;

Orientar a evolução da gestão dos riscos no sentido da adopção das melhores práticas;

Aumentar a eficiência e a eficácia da gestão de riscos, pela interpretação dos factores

de risco monitorizados e introdução da resposta adequada, em novos regulamentos,

regras ou recomendações;

Garantir a mitigação e incorporação dos riscos nos processos de decisão;

Desenvolver, avaliar e controlar os instrumentos e metodologias de gestão dos riscos;

Assegurar o conhecimento dos processos e normativos por toda a instituição;

Transpor e implicar, directa e indirectamente, a noção do risco para a estrutura

comercial do Banco.

A gestão do risco pretende-se adequada à natureza e complexidade da oferta bancária, e

dimensão do Banco em cada momento da sua evolução, como entidade bancária

especializada na concessão e gestão de carteiras de financiamento na área do crédito ao

consumo. O Perfil de risco do Banco é moderado e prudencial e a Tolerância ao risco é

compreendida de acordo com a natureza inerente a cada produto, país onde é comercializado

e maturidade do negócio em cada país.

A Administração do Banco fomenta o aperfeiçoamento de métodos e processos para a

adequação dos preços – pricing – ao conjunto de riscos significativos, e cálculo da cobertura

prudencial de eventuais perdas, tal como a adequação das regras e exclusões a praticar,

dependendo do produto e país e de acordo com o ciclo económico

A estratégia de negócio do Banco Primus assenta na diversificação da oferta de soluções de

financiamento, nomeadamente com e sem colateral e em locais geográficos distintos, como

forma de diminuir a concentração da actividade num só produto e país. Para além de beneficiar

da oportunidade comercial observada nos respectivos países e ofertas financeiras, pretende-se

potenciar sinergias na área do conhecimento e do suporte do negócio.

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Produtos financeiros:

Consolidação de Créditos, com garantia hipotecária;

Crédito à Habitação (lançado em 2011);

Financiamento Automóvel (Crédito, Locação e Leasing);

Financiamento à actividade dos Parceiros Comerciais (Instrumentos de fidelização)

São admitidos como significativos para as operações do Banco as seguintes classes de riscos:

Risco de Crédito;

Risco de Liquidez;

Risco de Taxa de Juro;

Risco Cambial;

Risco Operacional.

Adicionalmente, o risco de Compliance e risco Estratégico serão abordados como

componentes consideradas em conjunto com o Risco Operacional.

Em cada classe de risco, o processo de gestão passa pela identificação, avaliação,

acompanhamento e controlo do risco inerente à actividade do Banco.

a) Risco de Crédito

Dado que o risco de crédito é o mais representativo do Banco, existe o contínuo

desenvolvimento interno de aplicativos e modelos, que sustentam:

Decisões de concessão de financiamento;

Decisões de gestão do crédito em carteira;

Controlo interno associado ao risco de crédito, com o objectivo de assegurar a

fiabilidade das informações que suportam a identificação e acompanhamento do risco

de crédito, as decisões de gestão e a construção de modelos de avaliação do risco;

A segurança dos fluxos monetários envolvidos nos processos de pagamento e

cobrança dos financiamentos;

Cálculo da imparidade das carteiras de crédito.

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O risco de crédito é acompanhado no Comité de Risco entre o Banco Primus e o accionista

CFF, que aborda especificamente entre outros assuntos, os seguintes:

Evolução da qualidade do risco das carteiras financiadas;

Adequação e evolução dos normativos e regulamentos do Banco referentes ao risco de

crédito;

Identificação de oportunidades de melhoria e resposta a ineficiências encontradas;

Adequação dos modelos de classificação de perfil de risco dos clientes e Brokers;

Alertas relativos a operações individualmente significativas e/ou em Watch List;

Alertas relativos aos Limites de Exposição Interna em exposição;

Evolução da imparidade em comparação com orçamento, e adequação da qualidade

dos instrumentos de estimativa de perdas esperadas que estão na base do cálculo da

Imparidade;

No âmbito da gestão do risco de crédito, para além do Comité de Risco com o CFF, têm lugar

regularmente os seguintes comités de decisão e operacionais:

Comité de Risco Portugal: Seguimento da qualidade da carteira de crédito e

instrumentos de avaliação de risco, nomeadamente:

o Evolução da activação de novos Brokers - Parceiros Comerciais;

o Qualidade de operações de financiamento recebidas e concretizadas;

o Evolução da prevenção da fraude;

o Evolução dos índices mensais de cobrança;

o Análise da evolução do incumprimento por ano e mês de produção - Vintage;

o Produção e risco, segmentados por factores da carteira em observação

sistemática ou pontual, nomeadamente classificações de perfil de risco dos

proponentes e dos Brokers.

Comités Sucursais (Branch Reviews): Acompanhamento da evolução da actividade e do

risco nas sucursais em Espanha e na Hungria;

Comité Brokers: Avaliação da qualidade de crédito e mitigação dos factores de risco

associados aos parceiros comerciais do Banco;

Comité de Crédito Stock: Avaliação das activações e renovações de produtos de

fidelização aos parceiros;

Comité de Assuntos sensíveis: Acompanhamento da Watch List e de decisões relativas

à carteira de crédito, avaliadas como tendo impacto relevante.

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O Banco tem uma política de gestão de risco de crédito operacionalmente e culturalmente

disseminada por toda a organização, sendo materializada em regulamentos, incluindo alçadas

de decisão, manuais internos às áreas e normas, que permitem o conhecimento deste

segmento do Perfil de Risco nas áreas operacionais do negócio.

A Actividade comercial do Banco é actualmente condicionada por um esquema de incentivos

que ajusta a tomada de novos riscos ao Perfil de Risco da instituição.

As operações de financiamento são avaliadas pelo conjunto formado pelas três principais

componentes de cada operação: o perfil de risco e capacidade creditícia do(s) proponente(s) e

avalista(s) da operação, a adequação e avaliação do bem objecto do financiamento ou

apresentado como garantia, e a qualidade da origem comercial da operação. Como controlo da

exposição global ao risco, estão definidos limites de concentração e de exposição ao risco de

crédito.

Figura 1. Componentes da avaliação do risco de crédito na concessão.

A competência de análise baseada na experiência e no conjunto de informações não presentes

nos modelos de decisão – análise empírica -, é parte integrante e avaliada como extremamente

relevante no processo de tomada de decisão de crédito.

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As equipas operacionais responsáveis pela análise e decisão de crédito e gestão da carteira

são acompanhadas e informadas relativamente à evolução da qualidade das carteiras de

crédito, de forma a aumentarem a eficácia da intervenção no processo de decisão.

Para suporte das decisões de concessão de financiamento, é aplicado um modelo de

classificação de perfis de risco, que atribui uma classe de risco à operação de financiamento

conforme a qualidade creditícia esperada para a operação.

A qualidade creditícia relativa da operação é suportada através de um conjunto de informações

internas e externas, averiguadas à data de entrada da operação, nomeadamente:

Capacidade de endividamento dos intervenientes;

Manutenção da capacidade de pagamento dos intervenientes;

Situação dos intervenientes em centrais de riscos externas;

Relação entre a avaliação do valor do bem/garantia e o montante do financiamento;

Rating de avaliação do perfil económico-financeiro, para o segmento clientes-empresa.

A mitigação das perdas e da possibilidade da ocorrência de incidentes de crédito, é realizada

com o recurso a garantias reais – nos produtos de base hipotecária -, a garantias pessoais –

avales -, a seguros de vida e seguros de protecção total – que cobrem entre outras, situações

de desemprego - bem como reservas de propriedade no caso dos créditos de base automóvel,

que impedem a livre transacção dos bens pelos proprietários.

O valor das garantias hipotecárias é sustentado em avaliações individuais elaboradas por

entidades externas certificadas, no momento da concessão e a cada revisão de valor, e em

relação aos bens associados ao produto automóvel, por avaliações e reavaliações assentes

em bases estatísticas fornecidas por uma entidade privada, reconhecida e independente.

O risco de crédito é igualmente avaliado em situações extremas, recorrendo-se à metodologia

de Stress Testing. São elaboradas semestralmente análises de sensibilidade e anualmente

cenários baseados em hipóteses excepcionais, cujo objectivo é o de mensurar os embates

resultantes de alterações de factores nos riscos considerados como mais relevantes na

instituição.

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Permite-se assim avaliar impactos potenciais na adequação dos fundos próprios e resultados

do Banco. Estes impactos são avaliados de acordo com as rubricas contabilísticas que seriam

afectadas pelos cenários/análises de sensibilidade consideradas.

b) Risco de Liquidez

O risco de liquidez está associado à incapacidade do Banco cumprir com as suas obrigações

em condições aceitáveis para a manutenção da sua rentabilidade e solvabilidade. Este risco é

gerido centralmente pela Direcção Financeira do Banco. No Comité Master de Activos e

Passivos (Asset-Liability Committee, doravante ALCO), órgão responsável pela gestão dos

riscos financeiros de balanço, são discutidas e definidas as estratégias e medidas para

mitigação do risco de liquidez.

Dada a estrutura de funding do Banco Primus, maioritariamente concedido pelo accionista

principal CFF, o risco de liquidez é efectivamente reduzido. No entanto, a gestão da liquidez

assume um papel chave no modelo de rentabilidade do Banco, pelo facto de uma das

principais componentes do seu activo ser a carteira de crédito hipotecário de longa duração.

Deste modo, a gestão do risco de liquidez do Banco Primus tem como principal objectivo

manter níveis adequados de liquidez para fazer face às necessidades de curto e de

médio/longo prazo, assegurando os níveis mínimos de liquidez exigidos pelo Grupo BPCE, do

qual faz parte o CFF, e simultaneamente proporcionar bons níveis de rentabilidade.

No âmbito da actividade de gestão do risco de liquidez são elaborados mapas que permitem a

análise dos prazos residuais dos activos e passivos. Para cada intervalo definido, procede-se

ao cálculo da diferença, em montante, entre cash inflows e cash outflows, ou seja, o Gap de

liquidez. A avaliação do risco de liquidez do Banco Primus é efectuada através desses

indicadores internos para os quais se encontram definidos limites de exposição.

São também efectuados, mensalmente, planos de necessidades de financiamento de curto-

prazo, de acordo com as expectativas de negócio expressas no orçamento de cada exercício.

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c) Risco de Taxa de Juro

O risco de taxa de juro existe sempre que, no desenvolvimento da sua actividade, o Banco

contrata operações com fluxos financeiros futuros sensíveis a variações da taxa de juro. O risco

de taxa de juro implica a perda potencial em activos financeiros, decorrente de evoluções

desfavoráveis de taxas de juro de mercado.

Tal como no risco de liquidez, o ALCO é o órgão responsável por avaliar e controlar este risco,

de acordo com a estratégia definida pelo Conselho de Administração. A gestão deste risco

encontra-se delegada na Direcção Financeira, dentro dos limites propostos pelo ALCO e

aprovados pelo Conselho de Administração, sendo também acompanhado pela Direcção de

Risco.

Tendo presente as principais directrizes estratégicas estabelecidas para a actividade do Banco

Primus, foi definida uma política de reduzida sensibilidade da margem financeira. Na linha de

negócio do crédito hipotecário a maioria dos créditos já concedidos são indexados, com revisão

semestral de taxa. As novas produções têm sido orientadas no sentido de serem realizadas

com taxa fixa (por um período pré-determinado). No caso do negócio de crédito automóvel, a

maioria dos créditos têm taxa fixa em Portugal e taxa variável na Hungria. Os instrumentos de

dívida são contratados consoante as necessidades e características de cada linha de negócio,

de modo a manter uma reduzida exposição do Banco ao risco de taxa de juro.

Em Junho de 2010 foi contratado um instrumento de swap de taxa de juro com o objectivo de

efectuar a cobertura de risco global da taxa de juro do Banco.

O risco de taxa de juro é medido pelo modelo de repricing gap sobre os activos e passivos

sensíveis a variações da taxa de juro, que consiste na distribuição destes activos e passivos

por datas de refixação da taxa de juro - repricing - em intervalos fixos de tempo, a partir dos

quais se pode estimar a sensibilidade do balanço às variações das taxas de juro.

Os limites de risco que o Banco pode assumir nesta classe de risco estão circunscritos por

limites impostos pelo Grupo.

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d) Risco Cambial

O risco cambial do Banco Primus advém da Sucursal na Hungria, Banco Primus Fióktelep

Magyarország, que iniciou a sua actividade em 2008.

Até final de 2009, em linha com as práticas correntes de mercado, a Sucursal húngara

concedeu maioritariamente empréstimos denominados em Francos Suíços, sendo a prestação

mensal e amortizações antecipadas pagas em moeda local (Forint). O risco cambial é

transferido para o cliente, quer seja favorável ou desfavorável.

Para cobertura da exposição em Francos Suíços, o funding foi contratado fundamentalmente

nessa moeda, directamente ou através de Currency Interest Rate Swaps com o accionista CFF.

Deste modo, o negócio não gera risco cambial à excepção das margens líquidas em Francos

Suíços.

Em 2010, como reacção a alterações legislativas locais, a Sucursal deixou de conceder crédito

em Francos Suíços. Actualmente, a produção é composta quase em exclusivo por créditos

concedidos na moeda local e uma parcela residual em Euros. A estratégia de cobertura da

exposição cambial continua a passar por financiar a nova produção com funding contratado na

moeda local.

O risco cambial do Banco Primus é gerido centralmente pela Direcção Financeira. A exposição

cambial do Banco é monitorizada mensalmente, tendo em consideração os limites definidos

pelo Grupo, e as estratégias para mitigação do risco são discutidas e definidas pelo Comité

ALCO e aprovadas pelo Conselho de Administração.

e) Risco Operacional

De acordo com as melhores práticas aceites no mercado, o Banco Primus está a desenvolver

um modelo/ciclo de gestão de risco operacional. Actualmente a instituição aplica o Indicador

Básico para medida dos requisitos de capital.

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Na primeira fase, procedeu-se à identificação e reconhecimento dos principais focos de Risco

Operacional - sejam estes advindos de falhas em processos, pessoas, sistemas de informação

ou de factores externos – com o intuito de se estabelecer uma prioridade na abordagem da

mitigação operacional desses riscos com a criação de controlos e eliminação dos pontos mais

críticos para a actividade.

A Administração do Banco Primus promove e assegura, continuamente, a existência de

ferramentas e processos de controlo dos riscos avaliados como relevantes, adequados e

proporcionais à actividade, dimensão e complexidade das operações da instituição,

nomeadamente nas seguintes áreas:

Mitigação e controlo de todos os riscos de fraude externa, interna ou erros de carácter

operacional relativamente às operações de gestão que envolvam contrapartes e

fornecedores;

Segregação de funções a todos os níveis do Banco, com destaque nas que resultam

em movimentos monetários associados à actividade de concessão de crédito, tomadas

de decisão e escolha de fornecedores de equipamentos e serviços;

Reporte obrigatório da informação financeira prudencial, às autoridades externas de

supervisão e aos accionistas;

Adequação das operações bancárias às normas legais e regulamentares, bem como às

orientações e normativos internos;

Existência do Plano de Continuidade do Negócio e Disaster Recovery Plan, bem como

a qualidade dos aplicativos de gestão e dados armazenados nos sistemas de

informação;

Gestão dos activos do Banco, para que os colaboradores exerçam as suas actividades

de forma coerente com os objectivos traçados, bem com a constituição das provisões

contabilísticas como forma de proporcionar uma adequada substituição ou actualização

dos referidos activos;

A prevenção de actividades de branqueamento de capitais e de financiamento a ilícitos

ou terrorismo.

O controlo dos riscos de base operacional tem sido alvo de especial enfoque por parte de todos

os colaboradores do Banco, tendo já sido desenvolvidos e colocados em prática um conjunto

alargado de controlos que permitem mitigar de forma eficiente os riscos mais relevantes, bem

como se tem continuadamente procedido a acções de formação interna e externa.

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Actualmente, o Banco reporta os eventos de risco ao pólo de risco operacional do seu

accionista CFF, de acordo com as orientações deste, e encontra-se num processo de

adequação dos sistemas de reporte e controlo do Risco Operacional utilizados pelo seu

principal accionista CFF e respectivo grupo BPCE, e continuarão a ser desenvolvidos esforços

no sentido de alcançar, de forma consistente, a Abordagem Standard.

O risco operacional é acompanhado no Comité de Controlo Interno, e reportado no Comité de

Risco e no Comité de Auditoria entre o Banco Primus e o accionista CFF, que aborda

especificamente, entre outros assuntos, os seguintes:

Eventos de Risco Operacional;

Eventos significativos;

Eventos no âmbito da prevenção da Fraude;

Recomendações da Auditoria.

Após a primeira face de mapeamento de um conjunto de procedimentos com vista à

identificação e mitigação de focos de risco operacional mais relevantes, terá lugar a segunda

fase deste projecto, com o mapeamento mais alargado de procedimentos do banco.

O esquema de Responsáveis Locais de Risco Operacional – Operational Risk Officers – que

reportam actualmente os eventos ao responsável de Risco Operacional na Direcção de Risco,

foi revisto, actualizado e aprovado pelo Pólo de Riscos e Conformidade do CFF, tendo sido

proporcionadas novas formações a todos os Correspondentes de Risco Operacional – CRO –.

O Sistema de Gestão de Risco Operacional a implementar tem como objectivo final conferir ao

Banco Primus a capacidade de efectuar de forma eficiente a gestão dos eventos de Risco

Operacional e a implementação de novos controlos mitigadores de risco, bem como responder

aos objectivos do seu accionista, permitindo gerir de forma abrangente o Risco Operacional em

todo o Grupo fomentando, constantemente, uma forte cultura de risco a todos os

colaboradores.

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 19 de 41

Risco de Compliance

A gestão de Risco de Compliance encontra-se centralizada na função de Compliance e

Controlo Permanente, apesar de conceptualmente estar incluído no âmbito do Risco

Operacional. Esta função tem como missão identificar imposições internas, nomeadamente

códigos de conduta e políticas de risco, e imposições externas, como os requisitos

regulamentares do Banco de Portugal e legislação de prevenção de branqueamento de

capitais. Procede também à monitorização do cumprimento destas imposições definindo e

implementando abordagens de controlo que assegurem um nível de cumprimento considerado

aceitável pela Instituição, de modo a evitar prejuízos de ordem financeira reputacional.

A Função Compliance actua de forma independente face às outras áreas do Banco, e

responde directamente à Administração.

A actividade de Compliance é acompanhada no Comité de Controlo Interno entre o Banco

Primus e o accionista CFF, que aborda especificamente, entre outros assuntos, os seguintes:

Plano anual de testes;

Recomendações da Auditoria.

Risco de Estratégia

O Risco de Estratégia é tido em consideração pelo Banco Primus que o incorpora na sua

estratégia de negócio. Tendo presente os princípios de controlo interno – alinhados com as

políticas, directrizes e procedimentos orientados para a confiança da gestão na tomada de

decisão –, e com o intuito de atingir objectivos de controlo aos níveis operacional, de

informação e Compliance, o Banco Primus gere o risco de estratégia na perspectiva de garantir

a definição, monitorização e revisão do seu plano de negócios.

A Instituição mantém actualmente um conjunto de boas práticas de forma a mitigar este risco:

A tomada de decisão ao nível estratégico é formalizada na estrutura de Comités e

validada pelo Conselho de Administração;

Os perfis de negócio, de risco e de controlo estão materializados em directrizes de

operacionalização, comunicadas transversalmente pela Instituição.

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 20 de 41

A gestão do risco estratégico no Banco Primus passa também por desenvolver e apostar nas

seguintes componentes:

Aumentar constantemente o valor do Banco Primus pelo binómio da maximização da

remuneração e da protecção dos capitais investidos pelos accionistas no curto, médio e

longo prazo, de acordo com o seu Perfil de Risco, tendo em conta as linhas de negócio

da actividade e agindo no estrito respeito das orientações da entidade reguladora da

sua actividade;

Garantir o acesso, a partilha e a excelência da utilização da informação disponível,

procurando o aperfeiçoamento dos sistemas de decisão e controlo, baseando-os na

informação adequada a cada processo e procedimento, e assegurando que existem

controlos à priori e a posteriori que permitam avaliar e garantir o rigor e a fiabilidade

dessa informação;

Garantir a velocidade e adequação de resposta das equipas de gestão do Banco face à

evolução e alterações do negócio por via do cliente final, da concorrência, normativos

legais ou alterações nas condições nos mercados geográficos onde se insere;

Assegurar meios operacionais, humanos e financeiros que permitam obter ganhos de

produtividade, garantam capacidade de resposta e sejam flexíveis face aos

concorrentes e sector de negócio.

2.4. Sistemas de informação e medição do risco

O Sistema de medição de Risco do Banco Primus assenta em processos definidos

especificamente para cada classe de risco, onde se adequa a importância relativa de cada

classe de risco na actividade da instituição, medida pela dimensão dos impactos e pela

possibilidade da sua ocorrência, à complexidade dos instrumentos que permitem acompanhar

e controlar esses riscos.

Os riscos são geridos tendo em conta a informação constante no depósito central de dados -

Data Warehouse - nos aplicativos operacionais, nas aplicações informáticas disponíveis a cada

área funcional do Banco e em documentação associada aos processos, contratos e clientes.

O processo de medição e controlo do risco é suportado entre outros, pelos seguintes

instrumentos e/ou metodologias:

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 21 de 41

ICAAP: Avaliação da adequação dos capitais interno aos riscos representativos da

instituição, de acordo com os princípios do Pilar II de Basileia II, assumindo-se o

carácter prospectivo do exercício por inclusão do Plano de negócios/Orçamento;

Capital Regulamentar: Modelo de cálculo dos requisitos mínimos de capital, de acordo

com os princípios do Pilar I de Basileia II. Para apurar as posições em risco na carteira

de retalho e hipotecária, recorre-se ao método padrão para o risco de crédito.

Relativamente ao risco operacional, usa-se o método do indicador básico, cumprindo os

requisitos da entidade supervisora Banco de Portugal;

Reporting de risco: Acompanhamento e evolução dos riscos, nomeadamente da

qualidade do crédito global e por segmentos de risco, de concentração e de exposição

directa e indirecta, em sede de Concelho de Administração do Banco, nos Comités

entre direcções e na gestão corrente do risco da actividade;

IFRS: Metodologia de cálculo da imparidade, constituído pelas estimativas de PD –

Probabilidade de ocorrência de incumprimento - e LGD – Perda dado o incumprimento,

para cada unidade de negócio.

Taxa de Juro: Acompanhamento regular dos mismatches de taxa de juro, através do

método Repricing GAP, de modo a assegurar o cumprimento dos limites de risco

impostos pelo Grupo

Liquidez: O risco de liquidez é medido através da análise mensal dos prazos residuais

dos activos e passivos bem como através da elaboração de mapas de tesouraria a

partir dos quais é possível gerir as necessidades de financiamento de curto prazo.

Câmbio: O apuramento das posições de balanço por moeda permite medir o nível de

exposição do Banco em cada momento, o qual encontra-se limitado a um nível máximo

imposto pelo Grupo.

SECÇÃO III - Adequação de Capitais

Nesta secção serão apresentados os fundos próprios actuais, a sua evolução bem como a

adequação do capital interno.

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 22 de 41

1. Caracterização dos Fundos Próprios

Os fundos próprios do Banco são apurados de acordo com as normas regulamentares

descritas no Aviso n.º 6/2010 do Banco de Portugal, a qual define o conceito de capital

regulamentar.

Conforme o estabelecido neste aviso, os fundos próprios são constituídos pelos fundos

próprios de base (comummente designado como Tier I), sendo estes os elementos com

carácter de maior permanência e pelos fundos próprios complementares (também designado

por Tier II), subtraídos dos elementos relevados no agregado Deduções.

Durante o ano de 2010, o Banco reforçou os seus fundos próprios em 18,5 milhões de Euros

através da conversão em capital de dívida subordinada (7 milhões de Euros, em Janeiro), de

um aumento do seu capital social (3 milhões de Euros, em Agosto) e de prestações acessórias

concedidas pelo Crédit Foncier de France (8,5 milhões de Euros em Dezembro).

Os principais elementos que constituíam os fundos próprios de base do Banco Primus a 31 de

Dezembro de 2010, eram o capital elegível e as prestações acessórias, deduzidos dos

resultados transitados de exercícios anteriores e do resultado líquido do próprio exercício.

Adicionalmente, o Banco Primus detinha 4.220.564€ de fundos próprios complementares

sendo estes relativos às provisões para riscos gerais de crédito.

O nível de Fundos Próprios tem evoluído de acordo com a actividade do Banco Primus e de

modo a permitir:

Repor a um nível adequado os Capitais Próprios do Banco, afectados pelo impacto da

evolução do incumprimento de produções de crédito hipotecário mais antigas;

Garantir o cumprimento dos níveis de rácios de solvabilidade regulamentares;

Dotar o Banco Primus da estrutura financeira adequada ao seu plano de crescimento.

Em 31 de Dezembro de 2010 o nível de Fundos Próprios do Banco encontra-se a um nível que

é considerado adequado. No entanto, considerando os desenvolvimentos macroeconómicos e

as mais recentes emanações do Banco de Portugal, nomeadamente o Aviso 1/2011, está em

análise pela Administração do Banco um reajuste do planeamento de reforço dos seus capitais

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 23 de 41

próprios de modo a assegurar o cumprimento dos mínimos regulamentares de acordo com o

novo enquadramento prudencial.

Para o cálculo de requisitos regulamentares de fundos próprios para risco de crédito, o Banco

utiliza o método padrão, de acordo com o Aviso 5/2007 do Banco de Portugal, e o método do

indicador básico, nos termos do Aviso 9/2007 para o risco operacional, assegurando a

cobertura das exigências regulamentares da actividade, nomeadamente no que se refere ao

rácio de solvabilidade, como também as necessidades estratégicas do crescimento. Para o

efeito, existe uma avaliação quantitativa com carácter prospectivo, das necessidades de capital

de acordo com o Orçamento da actividade.

a) Informação Quantitativa para efeitos de fundos próprios

2010 2009

1 Fundos Próprios Totais para Efeitos de Solvabilidade 36.619.645 27.363.825

1.1 Fundos Próprios de Base 32.399.081 23.790.993

1.1.1 Capital Elegível 69.500.000 51.000.000

1.1.1.1 Capital Realizado 61.000.000 51.000.000

1.1.1.2 (-) Acções Próprias - -

1.1.1.3 Prémios de Emissões - -

1.1.1.4 Outros Instrumentos Equiparáveis a Capital 8.500.000 -

1.1.2 Reservas e resultados elegíveis -36.114.808 -25.384.119

1.1.2.1 Reservas -15.211.154 -6.623.812

1.1.2.2 Interesses minoritários elegíveis - -

1.1.2.3 Resultados do último exercício e resultados provisórios do exercício em curso -20.903.654 -18.760.307

1.1.2.4 (-) Lucros líquidos resultantes da capitalização de receitas futuras provenientes de activos titularizados - -

1.1.2.5 Diferenças de reavaliação elegíveis para fundos próprios de base - -

1.1.3 Fundo para riscos bancários gerais - -

1.1.4 Outros elementos elegíveis para fundos próprios de base - -

1.1.4.1 Impacto na trânsição para a NIC/NCA (impacto negativo) - -

1.1.4.2 Outros elementos elegíveis para fundos próprios de base - -

1.1.5 (-) Outros elementos dedutiveis aos fundos próprios de base -986.111 -1.824.889

1.1.5.1 (-) Imobilizações incorpóreas/Activos intangiveis -986.111 -1.824.889

1.1.5.2 (-) Excedente em relação aos limites de elegibilidade de instrumentos incluidos nos fundos prórios de base - -

1.1.5.3 (-) Outros elementos dedutiveis aps fundos próprios de base - -

1.2 Fundos Prórios Complementares - -

1.2.1 Fundos Próprios Complementares - Upper Tier 2 4.220.564 3.572.832

1.2.2 Fundos Próprios Complementares - Lower Tier 2 - -

1.2.3 (-) Deduções de fundos próprios complementares - -

1.3 (-) Deduções aos fundos próprios de base e complementares - -

1.3.a. Das quais: (-) Aos fundos próprios de base - -

1.3.a. Das quais: (-) Aos fundos próprios complementares - -

1.5 (-) Deduções de fundos próprios totais - -

1.4 Fundos próprios suplementares totais disponiveis para cobertura de riscos de mercado - -

1.6 Por memória: - -

- -

1.6.1.1 Montante de correcções de valor e de "provisões" no método de Notações Internas - -

1.6.1.2 (-) Perdas esperadas determinadas pelo método de Notações Internas - -

1.6.2 Valor nominal dos empréstimos sobordinados reconhecidos como elemento positivo dos fundos próprios - -

1.6.3 Requisito mínimo de capital social - -

1.6.4 Fundos próprios de referência para efeitos dos limites relativos aos grandes riscos 36.619.645 27.363.825

Adequação de Capitais

Eur

1.6.1 (+) Excesso/(-) Insuficiência de correcções de valor e de "provisões" nas posições ponderadas pelo risco através

do método de Notações Internas

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 24 de 41

b) Para efeitos de requisitos de fundos próprios

c) Para efeitos da adequação de capitais

2010 2009

2 Requisitos de Fundos Próprios

2.1 Para risco de crédito de contraparte, risco de redução dos valores a receber e risco de entrega 29.795.653 20.850.948

2.1.1 Método Padrão 26.946.917 20.850.948

2.1.1.1 Classes de risco no Método Padrão, excluindo posições de titularização 27.011.610 20.850.948

2.1.1.1.1 Créditos ou créditos condicionais sobre admnistrações centrais ou sobre bancos centrais - -

2.1.1.1.2 Créditos ou créditos condicionais sobre admnistrações regionais ou autoridades locais - -

2.1.1.1.3 Créditos ou créditos condicionais sobre organismos admnistrativos e empresas sem fins lucrativos - -

2.1.1.1.4 Créditos ou créditos condicionais sobre bancos mulitlaterais de desenvolvimento - -

2.1.1.1.5 Créditos ou créditos condicionais sobreorganizações internacionais - -

2.1.1.1.6 Créditos ou créditos condicionais sobre intituições 100.112 66.539

2.1.1.1.7 Créditos ou créditos condicionais sobre empresas - -

2.1.1.1.8 Créditos ou créditos condicionais sobre a carteira de retalho 14.637.909 8.744.157

2.1.1.1.9 Créditos ou créditos condicionais com garantias de bens imóveis 7.061.874 6.572.954

2.1.1.1.10 Elementos Vencidos 3.946.782 4.556.862

2.1.1.1.11 Elementos pertencentes a categorias regulamentares de risco elevado - -

2.1.1.1.12 Créditos sob a forma de obrigações hipotecárias ou obrigações sobre o sector público - -

2.1.1.1.13 Créditos sob a forma de organismos de investimento colectivo (OIC) - -

2.1.1.1.14 Outros Elementos 1.264.933 910.437

2.1.1.2 Posições de titularização no método padrão - -

2.1.1.3 Posições de titularização no método padrãoProvisões para risco gerais de crédito -808.663

2.1.2 Método de Notações Internas - -

2.1.2.1 Quando não são usadas estimativas próprias de LGD e/ou de factores de conversão - -

2.1.2.1.1 Créditos ou créditos condicionais sobre admnistrações centrais ou sobre bancos centrais - -

2.1.2.1.2 Créditos ou créditos condicionais sobre intituições - -

2.1.2.1.3 Créditos ou créditos condicionais sobre empresas - -

2.1.2.2 Quando são usadas estimativas próprias de LGD e/ou de factores de conversão - -

2.1.2.2.1 Créditos ou créditos condicionais sobre admnistrações centrais ou sobre bancos centrais - -

2.1.2.2.2 Créditos ou créditos condicionais sobre intituições - -

2.1.2.2.3 Créditos ou créditos condicionais sobre empresas - -

2.1.2.2.4 Créditos ou créditos condicionais sobre a carteira de retalho - -

2.1.2.3 Créditos sobre acções - -

2.1.2.4 Posições de titularização - -

2.1.2.5 Outros activos que não sejam obrigações de crédito - -

2.2 Risco de líquidação - -

2.3 Requisitos de fundos próprios para riscos de posição, riscos câmbiais e riscos sobre mercadorias 106.267 385.924

2.3.1 Método Padrão 106.267 385.924

2.3.1.1 Instrumentos de dívida - -

2.3.1.2 Titulos de capital - -

2.3.1.3 Riscos câmbiais 106.267 385.924

2.3.1.4 Riscos sobre mercadorias - -

2.3.2 Método de Modelos Internos - -

2.4 Requisitos de fundos próprios para risco operacional 2.742.469 1.500.762

2.3.1 Método do Indicador básico 2.742.469 1.500.762

2.3.1 Método Standard - -

2.4.1 Métodos de Medição avançada - -

2.5 Requisitos de fundos próprios - Despesas gerais fixas - -

2.6 Requisitos transitórios de fundos próprios e outros requisitos de fundos prórpios - -

Eur

Adequação de Capitais

2010 2009

Excesso (+) / Insuficiência (-) de fundos próprios 6.823.992 4.626.190

Rácio de Solvabilidade (%) 9,8% 9,6%

Adequação de fundos próprios ao nível do conglomerado financeiro 6.823.992 4.626.190

Eur

Adequação de Capitais

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 25 de 41

2. Método de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno

A política de gestão de capital interno é da responsabilidade da Administração, que efectua um

acompanhamento mensal destes indicadores, providenciados pela Direcção Financeira e

analisados em sede própria. Pretende-se assegurar que são tomadas as medidas necessárias

para que os capitais internos sejam adequados às necessidades actuais e prospectivas do

Banco e aos níveis regulamentares exigidos pelo supervisor.

A Direcção de Risco é o órgão responsável pela elaboração e reporte do relatório ICAAP anual,

sendo auditado internamente de forma independente pela Direcção de Auditoria do Banco, que

detecta eventuais insuficiências e possibilidades de melhoria do processo.

O Processo de Auto-avaliação da adequação do capital interno integra o sistema de Controlo

Interno do Banco, e tal como o Sistema de Gestão de Riscos, pretende que seja adequado à

crescente dimensão da actividade da instituição.

•Capital regulamentar

•Capital económico

•Análise prospectiva

•Insuficiências

•Implementação

•Monitorização

•Avaliação

•Identificação

•Avaliação

•Acompanhamento

•Controlo

•Stress Testing

•Governação

•Perfil de Risco

•Orçamento

•Plano de Contingência

Planeamento Estratégico

Sistema de Gestão de

Riscos

Avaliação da adequação do Capital

Interno

Planeamento e Controlo do Capital

Interno

Sistema de Controlo Interno

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 26 de 41

O modelo de gestão de capital encontra-se essencialmente assente no exercício de

orçamentação do negócio, onde é projectada a evolução da actividade do Banco no horizonte

temporal pré-definido.

O acompanhamento da evolução da adequabilidade dos fundos próprios e do respectivo rácio

de solvabilidade é efectuado de uma forma regular ao longo do ano, através da identificação

dos desvios face às projecções efectuadas e transcritas no Orçamento, assegurando a

cobertura das exigências regulamentares da actividade - nomeadamente no que se refere ao

rácio de solvabilidade - como também as necessidades estratégicas do crescimento

susceptíveis às alterações do mercado.

Os capitais regulamentares relativos ao risco de crédito e ao risco operacional são a medida

em vigor julgada adequada para avaliar o capital interno da instituição relativamente ao impacto

destes riscos nos fundos próprios. Em relação ao risco de taxa de juro e risco de câmbio, são

usadas as medidas de capital económico resultantes dos testes de esforço – GAP analysis–.

O método de auto-avaliação da adequação do capital interno referente a 2010 integra o

carácter prospectivo do exercício de acordo com as orientações constantes no Pilar II do

Acordo de Basileia II, ainda com a inclusão da realização de testes de esforço – Stress Testing

– no cenário prospectivo, tendo como objectivo a mensuração do impacto de cenários adversos

sobre o consumo de capital da instituição, reflectindo os vários riscos considerados como

significativos pelo Banco Primus.

Mesmo no cenário mais adverso considerado nos testes de esforço, onde se avaliam os

impactos de possíveis perdas não esperadas nos capitais da instituição, é avaliado que os

Fundos próprios do Banco Primus são suficientes para absorver esses impactos, mantendo-se

acima dos considerados adequados pela entidade de supervisão e pelos accionistas.

Após o apuramento do capital económico são definidas oportunidades de melhoria no âmbito

do ICAAP, sendo comparados os valores apurados e os montantes de fundos próprios

disponíveis.

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Avaliação do Capital Interno, por classe de rico, referente a Dezembro de 2010:

O nível de Capital Interno tem evoluído de acordo com a actividade do Banco Primus, e

encontra-se a um nível que é considerado adequado em Dezembro de 2010.

SECÇÃO IV - Risco de Crédito

1. Risco de Crédito da Contraparte

O risco de crédito da contraparte é definido como o risco de incumprimento das obrigações

contratuais pela contraparte, antes da data de conclusão normal da operação financeira.

Risco País Produto Capital Interno

% importância do

risco face ao risco

total

Portugal Hipotecário 3.504.321,72 €

Portugal Automóvel 12.216.797,47 €

Espanha Hipotecário 6.973.889,10 €

Hungria Automóvel 2.940.225,28 €

Portugal

Espanha

Hungria

Portugal

Espanha

Hungria

Portugal

Espanha

Hungria

Portugal

Espanha

Hungria

Total Capital Regulamentar/Interno 30.136.480,55 €

Fundos próprios Banco Primus 36.619.644,59 €

Excesso face Capital Regulamentar/Capital interno 6.483.164,04 €

Rácio de Solvabilidade 9,7%

89,4%

9,1%

1,1%

0,4%

1.311.683,30 €

2.742.468,56 €

Risco de Taxa de CâmbioHipotecário/

Automóvel118.074,73 €

Risco de Taxa de JuroHipotecário/

Automóvel329.020,41 €

Risco de Crédito/ Carteira

Risco OperacionalHipotecário/

Automóvel

Risco de Crédito/ OutrosHipotecário/

Automóvel

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 28 de 41

A exposição ao risco de crédito da contraparte é especificamente limitada em grandes linhas

pela política de risco transcritas para os regulamentos de crédito, de concentração de risco de

crédito e pela observação dos Limites Internos de Exposição. Os limites são transpostos

operacionalmente pelos regulamentos de crédito, especificamente nas alçadas de decisão,

regras, limites e exclusões, constando nas aplicações informáticas do Banco.

2. Risco de Crédito – Aspectos Gerais

2.1. Definições

Para efeitos de cálculo de posições em risco, são seguidas as definições seguintes:

a) Crédito vencido: São considerados como crédito vencido, todos os

montantes envolvidos em obrigações contratuais com atrasos no

pagamento há mais de 30 dias.

b) Crédito em incumprimento: Definem-se por créditos em incumprimentos

todos os contratos com crédito vencido superior a 90 dias, acrescido do

crédito de cobrança duvidosa.

c) Crédito objecto de imparidade: Crédito com evidência objectiva de

existência de factores de risco posteriores ao reconhecimento inicial da

exposição e que levem à diminuição do valor dos fluxos de

recebimentos futuros;

2.2. Correcções de valor e provisões

O Banco elabora as suas contas de acordo com as NCA, pelo que, conforme definido no nº 2 e

nº 3 do Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, a valorimetria e provisionamento do crédito

concedido mantém o regime definido pelas regras do Banco de Portugal.

Deste modo, a metodologia de provisionamento contabilístico do Banco para o risco de crédito

corresponde à aplicação das regras definidas no Aviso 3/95 do Banco de Portugal aos créditos

vencidos e créditos de cobrança duvidosa.

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Complementarmente, o Banco avalia a imparidade da carteira de crédito, no âmbito da

aplicação das normas internacionais de contabilidade – IAS –.

A imparidade resulta da diferença entre o valor da carteira de crédito vencida reconhecido no

balanço e o valor da perda esperada, actualizando-se os fluxos positivos e negativos após o

incumprimento, usando a taxa de juro implícita nos créditos.

É registado o maior entre o valor de imparidade e o valor apurado de acordo com os mínimos

estabelecidos pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, e outras disposições emitidas pelo

mesmo.

Um cliente é considerado com imparidade, se:

Em qualquer dos financiamentos no Banco Primus, existir pelo menos um contrato com

uma prestação considerada em incumprimento;

O cliente tiver contratos de financiamento em Contencioso;

O cliente tiver contratos de financiamento incluídos no grupo de Fraudes;

São seguidas duas metodologias de análise da estimativa de perda, nomeadamente análise

individual e análise colectiva, de acordo com o produto financeiro.

a) Análise Individual

Crédito Hipotecário

A imparidade na carteira de crédito Hipotecário é avaliada numa base Individual para:

Créditos de montante significativo (exposições de montante de capital e juros em dívida,

à data da análise, superior a € 1 Milhão e exposições superiores a € 0,3 Milhão com

crédito vencido;

Contratos em processo de contencioso e para os quais foi instaurada uma acção

executiva;

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Crédito Automóvel

Para os contratos de crédito automóvel um cliente é alvo de análise individual se:

A exposição de responsabilidade perante o Banco Primus for igual ou superior a

100.000€;

O contrato pertencer à Watch List;

b) Análise Colectiva

Para a finalidade de avaliação colectiva da imparidade, concorrem os créditos não incluídos na

análise individual sendo estes agrupados em segmentos de acordo com características de

risco semelhantes.

Para segmentos de clientes “Sem incumprimento”, considerando o princípio da prudência no

cálculo do valor da imparidade, designado por imparidade IBNR – Incurred But Not Reported -,

aplicar-se-á uma taxa de perda ao crédito vivo de acordo com a probabilidade destes poderem

demonstrar imparidade à data do próximo exercício.

Crédito Hipotecário

O modelo utilizado para estimar a perda por imparidade assenta no método de “discounted

cash flow” (DCF) e em estimativas de valor recuperável.

O montante da perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia registada nos

livros contabilísticos do Banco à data do cálculo e o valor recuperável, sendo este o valor

presente dos “cash-flows” esperados, descontados à taxa efectiva das operações.

Os pressupostos considerados na metodologia aplicada são:

Identificação dos “cash flows esperados” da carteira com imparidade;

Cálculo da taxa de desconto – Taxa de juro efectiva implícita nas respectivas carteiras;

Descontos dos “cash flows” esperados, para cálculo do valor recuperável.

É levado em consideração:

Existência de exposições de clientes em mais que um produto do Banco;

Ainda que não existam créditos vencido no Banco, o cliente consta na Centralização de

Créditos do Banco de Portugal com incidentes de crédito.

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Crédito Automóvel

No modelo de imparidade, cada operação de crédito automóvel é classificada com uma

Notação de Rating interna, com esta notação pretende-se traduzir diferentes níveis de

probabilidade de incumprimento (PD) por parte de um cliente, conforme a situação de crédito

vencido e do prazo residual do financiamento associado.

Foram assim definidas cinco classes de rating de incumprimento, baseadas nas notações entre

AAA a BBB- e uma classe suplementar para os clientes envolvidos na fase de litígio judicial,

também designada como Contencioso.

Os clientes envolvidos em situações classificadas como Fraudes, estando ou não na fase

Contencioso, são classificados num segmento independente.

Tal como no produto hipotecário, é levado em consideração:

Existência de exposições de clientes em mais que um produto do Banco;

Ainda que não existam créditos vencido no Banco, o cliente consta na Centralização de

Créditos do Banco de Portugal com incidentes de crédito.

2.3. Risco de Concentração

À semelhança do que foi referido em secções anteriores, a exposição ao risco de crédito bem

como a sua mensuração é gerida de forma regular, com o objectivo de detectar precocemente

situações de alertas de incumprimento.

Deste modo, para além dos indicadores de alerta comummente usados, tais como níveis de

crédito vencido e de incumprimento por segmento, existem também procedimentos

relacionados com a identificação, medição e gestão de risco de concentração de crédito.

O risco de concentração é gerido pelo regulamento de Limites de Exposição Interna. Este é

parte integrante da estrutura de Perfil de Risco do Banco Primus, na medida em que

descrevem o grau de Tolerância de Risco, relativamente à concentração do risco de crédito, e

permitem gerir exposições máximas em determinadas características de mercado, tipo de

operações e clientes directos ou indirectos.

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 32 de 41

Os limites de exposição interna estão divididos em 4 grandes grupos:

Limites de Exposição Interna que derivam de decretos-lei emitidos pelo Banco de

Portugal ou da Políticas de Risco do grupo BPCE, onde se insere o accionista CFF;

Limites de Exposição Interna associados a factores externos de caracterização das

operações:

o Localização geográfica, Sector de actividade, Dependência comercial,

Características intrínsecas relativas aos bens objecto de financiamento;

Limites de Exposição Interna associados ao montante em exposição directa ou indirecta

a parceiros comerciais do Banco Primus:

o Financiamentos pessoais, de acordo com a definição interna constante em

regulamento de crédito, ou associados a produtos de fidelização comercial;

Limites de Exposição Interna associados a factores internos de caracterização das

operações:

o Perfil de risco de concessão, no produto automóvel.

Numa óptica de vigilância individual são estudados, com uma periodicidade mensal, os créditos

com características consideradas mais problemáticas, sendo criadas listas de contratos -

Watch List-.

.

A Watch List está dividida em 4 grandes grupos:

Exposição individual directa ou indirecta por montante de crédito;

Factores internos de seguimento:

o Contratos de crédito considerados como grandes montantes;

o Entidades com responsabilidade directa e indirecta em mais do que um número

pré-estabelecido de contratos em simultâneo;

o Contratos de crédito hipotecário, conforme particularidades pré-estabelecidas,

relativas à situação actual da garantia associada;

Factores externos de seguimento:

o Informações públicas de mercado relativas a empresas em dificuldades;

o Insolvência de Parceiros Comerciais;

Ad-Hoc de clientes/contratos/parceiros, formalmente designados pelo BPCE, CFF,

Direcção de Risco, Auditoria ou Compliance;

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2.4. Informação Quantitativa

a) Posições em risco original por classe de risco:

b) Distribuição Geográfica

c) Distribuição Sectorial

2010 2009 2010 2009

620.865 - 310.432 -

6.257.008 4.158.681 5.207.845 7.349.438

242.975.856 146.570.407 194.773.131 97.809.741

244.824.773 219.856.760 232.340.766 213.565.620

89.608.644 78.790.064 84.199.354 52.496.371

21.401.102 11.383.468 16.392.285 9.957.831

Total 605.688.249 460.759.379 533.223.814 381.179.001

Unidade de Referência: Eur

Posição em risco originalPosição em risco original

(média ao longo do período)

Administrações centrais ou bancos centrais

Elementos Vencidos

Posições em Risco

Classes de Risco

Instituições

Carteira de Retalho

Posições garantidas por bens imóveis

Outros Elementos

2010 2009 2010 2009 2009

100% - - - -

27% 40% 37% 53% 7%

81% 79% - - 21%

21% 28% 79% 72% -

68% 64% 29% 36% 0%

100% 100% - - -

55% 52% 37% 41% 7%

36%

19%

-

-

Carteira de Retalho

Posições garantidas por bens imóveis

Instituições

Administrações centrais ou bancos centrais

EspanhaPortugal

Distribuição Geográfica das Posições em Risco

(em % da posição em risco original)

2010

Hungria

-

Classes de Risco

3%Elementos Vencidos

9%% do total de posição em risco original

Outros Elementos

2010 2009 2010 2009 2009

- - - - -

- - - - 4.158.681

- - 242.975.856 146.570.407

244.824.773 219.856.760 - - -

75.939.053 72.418.372 13.669.591 6.371.692

- - - - 11.383.468

53% 63% 42% 33% 3%

Administrações centrais ou bancos centrais 620.865

Instituições 6.257.008

Carteira de Retalho

Distribuição Sectorial das Posições em Risco

Classes de RiscoCrédito Hipotecário Crédito ao Consumo Outros

2010

Outros Elementos 21.401.102

% do total de posição em risco original 5%

Posições garantidas por bens imóveis -

Elementos vencidos

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d) Repartição das Posições Vencidas e Objecto de Imparidade

e) Correcções de Valor

f) Prazo de Vencimento Residual

2010 2009 2010 2009 2009

57.884.543 41.396.896 119.614.219 95.983.652 11.026.386

10.935.456 4.382.597 26.622.567 12.497.600 6.499.342

Portugal 52.156.974 27.263.337 82.416.485 59.645.705 12.569.197

Espanha 13.860.363 17.230.893 53.022.996 46.054.097 3.832.482

Hungria 2.802.661 1.285.263 10.797.306 2.781.453 1.124.048

Unidade: Eur

Decomposição pelas principais sectores

11.931.432

Repartição das Posições em Risco Vencidas e Objecto de Imparidade

Classes de RiscoPosições em Risco Vencidas

Posições em Risco Objecto de

ImparidadeCorrecções de valor e Provisões

2010

Crédito hipotecário

2.032.518

Decomposição pelas principais Zonas Geográficas

18.977.615

2.952.685

12.031.386

1. Consideram-se "Posições em risco vencidas" os valores vencidos há mais de 30 dias;

2. Consideram-se "Posições em Risco Objecto de Imparidade" as posições originais vencidas e vincendas associadas às posições

vencidas;

3. Consideram-se "Correcções de Valor e Provisões" o valor total das imparidades para as posições em risco e as consideradas com o

IBNR.

Crédito ao Consumo

2010 2009 2010 2009

3.572.832 2.008.184 19.703.442 5.346.441

1.669.802 1.729.165 27.077.667 15.469.995

Utilizações - - Utilizações - -

-196.469 -175.310 -4.637.953 -1.137.777

- - - -

-16.644 10.793 -21.459 24.783

Saldo Final5.029.521 3.572.832

Saldo Final42.121.697 19.703.442

Unidade: Eur Unidade: Eur

Correcções de Valor e Provisões

Saldo Inicial

Dotações

Correcções de Valor e Provisões - Gerais

Reposições/Anulações

Outros Ajustamentos:

- Ajustamentos por

diferenças câmbiais

Correcções de Valor e Provisões

- Ajustamentos por

diferenças câmbiais

Outros Ajustamentos:

Reposições/Anulações

Dotações

Saldo Inicial

Correcções de Valor e Provisões - Especificas

2010 2009 2010 2009 2009 2010 2009 2010 2009

100% - - - - - - - - -

100% 100% - - - - - - - -

18% 21% 62% 52% 20% 27% 0% 1% - -

9% 10% 37% 27% 39% 41% 16% 22% - -

13% 14% 43% 35% 14% 18% 0% 0% 30% 33%

100% 100% - - - - - - - -

17% 17% 46% 35% 31% 6% 11% 4% 6%

1. Consideram-se com prazo de vencimento residual "Indeterminado" o crédito em incumprimento contido nos "Elementos Vencidos"

Elementos Vencidos

2010

Prazo de vencimento Residual

(em % da posição em risco original)

VR > 10 anos

Administrações centrais ou bancos centrais

Classes de RiscoVR< 1ano 1 ano<VR<5 anos

% do total de posição em risco original 26%

Indeterminado

Carteira de Retalho

Posições garantidas por bens imóveis

Instituições

Outros Elementos

5 ano<VR<10 anos

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SECÇÃO V - Risco de Crédito - Método Padrão

Conforme descrito no Decreto-lei nº 104/2007 de 3 de Abril, para efeitos de determinação dos

requisitos de fundos próprios destinados ao apuramento do rácio de solvabilidade prudencial, o

Banco Primus utiliza o Método Padrão para o risco de crédito, nos termos do aviso 5/2007 do

Banco de Portugal.

O Banco Primus não utiliza nenhuma avaliação de crédito de agências de notação externa ou

de agências de crédito à exportação.

0% 20% 35% 50% 75% 100% 150%Outros

Ponderadores

620.865 - - - - - - - 620.865

- 6.257.008 - - - - - - 6.257.008

- - - - 239.991.541 2.984.315 - - 242.975.856

- - 238.780.660 2.616.018 - 3.428.095 - - 244.824.773

85.910.324 3.698.321 89.608.644

727.081 1.555.566 - - - 19.118.456 - - 21.401.102

1.347.946 7.812.574 238.780.660 2.616.018 239.991.541 111.441.190 3.698.321 - 605.688.249

620.865 - - - - - - - 620.865

- 6.257.008 - - - - - - 6.257.008

- - - - 239.986.059 2.984.315 - - 242.970.374

- - 238.780.660 2.616.018 - 3.392.184 - - 244.788.862

43.915.470 3.612.870 47.528.340

727.081 1.555.566 - - - 15.500.551 - - 17.783.197

1.347.946 7.812.574 238.780.660 2.616.018 239.986.059 65.792.520 3.612.870 - 559.948.647

- - - - - 986.111 - - 986.111

- - - - - 986.111 - - 986.111

Unidade: Euros

Data de referência: 31/12/2010

Total de posição em risco deduzidas de

fundos próprios

Outros Elementos

3. Posição em risco deduzida aos fundos próprios por classe

de risco:

Outros Elementos

Total de posição em risco

Elementos Vencidos

Posições garantidas por bens imóveis

Instituições

Carteira de Retalho

Total de posição em risco original

2. Posição em risco por classe de risco (base de incidência

dos ponderadores):

Administrações centrais ou bancos centrais

Outros Elementos

Posições garantidas por bens imóveis

Elementos Vencidos

Carteira de Retalho

Instituições

1. Posição em risco original por classe de risco:

Administrações centrais ou bancos centrais

TOTAL

Método Padrão

Classes de Risco

Ponderadores de Risco

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 36 de 41

SECÇÃO VI - Técnicas de redução do risco de crédito

O Banco Primus não recorre a técnicas de compensação patrimonial e extrapatrimonial para

redução do risco de crédito, de acordo com o disposto no artigo 2º do Decreto-Lei nº 104/2007.

Existem mitigantes usados para o risco de crédito, que não constituindo técnicas elegíveis para

redução do capital interno, são extremamente relevantes no processo de avaliação de risco de

crédito. Neste grupo são incluídas imóveis sujeitos a hipoteca, as garantias pessoais,

maioritariamente constituídas por avales de particulares, e ainda as reservas de propriedade

relativas aos veículos alvo de financiamento, que não sendo efectivamente consideradas como

garantias reais, são usadas como forma de avaliação do risco de crédito incorrido e sua

mitigação no processo cálculo da imparidade.

O Banco Primus promove ainda a aquisição, por partes dos clientes, de seguros de vida, e

seguros de protecção de pagamentos que asseguram o pagamento das suas obrigações

creditícias durante um período de tempo determinado e de acordo com pressupostos pré-

estabelecidos.

As garantias reais, hipotecas sobre imóveis, são usadas nos cálculos necessários ao

apuramento da exposição ajustada, não por redução da exposição, mas na redução do

ponderador da exposição.

As operações de crédito hipotecário são constituídas por créditos à habitação/consolidação de

dívidas tendo sempre associadas a hipoteca de bens imóveis como forma de mitigação do

risco. O Banco Primus recorre a entidades independentes e especializadas na avaliação dos

colaterais no momento da análise do financiamento, e posteriormente, de acordo com as

regras estabelecidas pelas entidades de supervisão ou sempre que existir uma alteração

significativa da envolvente de mercado ou do cliente relacionado com a garantia.

O Banco Primus construiu e gere um aplicativo onde regista informação relativa às garantias

hipotecárias, à sua avaliação inicial e posteriores reavaliações, relacionando cada garantia com

a operação de financiamento em causa.

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 37 de 41

SECÇÃO VII - Risco Cambial

O Banco Primus efectua o cálculo dos requisitos mínimos de fundos próprios para cobertura do

risco cambial de acordo com o Método Padrão, conforme o disposto no anexo V do Aviso

nº8/2007 do Banco de Portugal.

SECÇÃO VIII - Risco Operacional

1. Informação qualitativa

1.1. Metodologia

O Risco operacional é o risco de perdas resultantes da inadequação ou deficiência de

procedimentos, do pessoal ou dos sistemas internos ou de acontecimentos externos, incluindo

os riscos jurídicos.

O Banco Primus calcula os requisitos de fundos próprios para efeitos de capital prudencial para

cobertura de risco operacional de acordo com o método do indicador básico, nos termos do

Aviso 9/2007 do Banco de Portugal.

No Banco Primus, o capital regulamentar relativo ao risco operacional, referido na alínea e) do

ponto 2.3, é dado por uma percentagem fixa de 15% da média dos últimos 3 anos de resultado

operacional, deduzido de outros custos de exploração.

Decorrente da evolução positiva do crescimento da actividade do Banco Primus, verifica-se um

normal aumento dos fundos próprios relacionados com a cobertura deste risco.

2010 2009

1. Risco Cambial

1.1 Método Padrão 106.267 385.924

Eur

Riscos Cambial e de MercadoriasRequisitos de fundos próprios

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 38 de 41

1.2. Elementos contabilísticos considerados no Indicador básico

O Banco Primus considera as seguintes rubricas contabilísticas, no âmbito do cálculo do

indicador no método do indicador básico:

2. Informação quantitativa

+ Juros e rendimentos similares

- Juros e encargos similares

+ Rendimentos de instrumentos de capital

+ Rendimentos de serviços e comissões

+ Encargos com serviços e comissões

+Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor

através de resultados (líquido)

+Resultados de activos financeiros disponíveis para venda

(líquido)

+ Resultados de reavaliação cambial (líquido)

+ Resultados de alienação de outros activos

+ Outros proveitos de exploração

Elementos Contabilísticos - Método Indicador Básico

2008 2009 2010

1. Método do Indicador Básico 8.069.081 18.178.707 28.601.583

Eur

2.742.469

ActividadesIndicador Relevante Requisitos de fundos próprios para

cobertura de Risco Operacional

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Disciplina de Mercado 2010 Banco Primus, S.A. Página 39 de 41

SECÇÃO IX – Análise de Sensibilidade

1. Risco de Taxa de Juro

1.1. Informação Qualitativa

A tomada de risco de taxa de juro ocorre sempre que, no desenvolvimento da sua actividade, o

Banco Primus contrata operações com fluxos financeiros futuros sensíveis a variações da taxa

de juro. O risco de taxa de juro implica uma potencial perda sempre que exista um gap, entre

activos e passivos sensíveis à taxa de juro, em termos de montante e prazo de refixação.

1.2. Metodologia de Avaliação

No Banco Primus o risco de taxa de juro é mensurado mensalmente pelo modelo de repricing

gap e pela realização semestral de análises de sensibilidade, no âmbito da Instrução 19/2005

do Banco de Portugal.

O modelo utilizado - repricing gap - consiste numa abordagem estática, de acordo com a qual

são analisadas as posições de balanço existentes à data de realização da análise. Não são

actualmente considerados no cálculo dos gaps as produções futuras. Para os elementos com

maturidades e datas de repricing conhecidas são considerados os fluxos e datas contratuais,

utilizando pressupostos de antecipação para a carteira de crédito. Em relação ao funding, não

são relevadas na análise eventuais cláusulas de reembolso antecipado. Aos demais elementos

são aplicadas as convenções estabelecidas pelo Grupo.

2010 2009

+ -4.112.755 -2.089.090

- 4.112.755 2.089.090

+ -11% -8%

- 11% 8%

Eur

Risco de Taxa de Juro (Carteira Bancária)Impacto

Efeito na situação Líquida

de um choque de 200 p.b.

na taxa de juro:

Valor

% Situação Líquida

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2. Testes de Esforço

2.1. Âmbito da aplicação, incidência e objectivos

A realização de testes de esforço – Stress Testing – tem o objectivo de mensuração do impacto

de choques em condições extremas ou adversas, mas plausíveis, nos riscos considerados

relevantes no Banco e que influenciam a condição financeira do Banco.

Esta técnica, incluída na gestão de risco do Banco e elaborada no âmbito do reporte obrigatório

para o Banco de Portugal, desenvolve-se num conjunto de análises de sensibilidade e a

construção de cenários extremos hipotéticos, de forma a efectuar uma avaliação dos impactos

potenciais sobre a adequação de fundos próprios do Banco. A condução de testes de esforço

ocorre semestralmente.

Os testes efectuados incluíram o cenário desenhado pelo Banco de Portugal, com a

incorporação das hipóteses subjacentes ao enquadramento macroeconómico e indicadores

financeiros enviados pelo Bando de Portugal no que respeita à Inst.32/2009, e um conjunto de

choques e cenários suplementares que o Banco julgou pertinente avaliar.

Os riscos cujos testes de esforço incidem regularmente são:

Risco de Crédito;

Taxa de Câmbio;

Taxa de Juro.

2.2. Descrição dos testes e das hipóteses

Descrição sintética das hipóteses e choques introduzidos:

Aumento da probabilidade de incumprimento da carteira de crédito do Banco Primus,

por diminuição do rendimento disponível das famílias;

Deterioração dos valores do mercado imobiliário;

Aumento da deterioração na avaliação dos veículos automóveis no mercado;

Aumento da taxas de juro por deslocamento paralelo;

Alteração da inclinação da curva da estrutura temporal das taxas de juro de mercado;

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Depreciação e apreciação de moedas, incluídas em produtos do Banco, face ao Euro;

Diminuição taxa de variação do crédito líquido, por quebra da produção estimada.

Os objectivos que se pretendem alcançar com os testes de esforço são os seguintes:

Avaliação do impacto dos choques nos activos;

Avaliação do impacto dos choques nos resultados operacionais;

Avaliação do impacto dos choques nos requisitos de capital;

Medição do impacto de eventuais alterações na taxa de juro de mercado na margem

financeira;

Identificação do grau de exposição ao risco de taxa de juro;

Medir o impacto de eventuais flutuações na taxa de câmbio;

Identificar o grau de exposição do Banco ao risco cambial;

Identificação de instrumentos/medidas a implementar para mitigar o risco de taxa de

juro e risco cambial.

2.3. Conclusões

Os fundos próprios absorvem de forma adequada os choques resultantes das análises de

sensibilidade e cenários testados em ambiente de testes de esforço.

a) Vulnerabilidades verificadas

No decurso dos testes efectuados verificou-se a possibilidade de uma excessiva concentração

por origem comercial no negócio hipotecário em Portugal, em ambiente de esforço.

De acordo com a estratégia de desenvolvimento contida no Orçamento, mas também como

resposta à vulnerabilidade encontrada, existiu já em 2011 a um reforço da equipa comercial,

lançamento de novos produtos hipotecários e de novos canais de distribuição.

b) Conclusão dos testes

Pode concluir-se que o Banco apresenta as condições necessárias para continuar o seu

desenvolvimento, tendo traçado um plano de acção ao nível do seu orçamento para que o seu

rácio de solvabilidade absorva os riscos esperados e não esperados.