discentes : carolina pinto; patrícia ferraz; andré filipe; fernanda amor; miguel mendes

29
POESIA DE CESÁRIO VERDE Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

111 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

POESIA DE

CESÁRIO VERDE

Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Page 2: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

POESIA DE

CESÁRIO VERDEAno letivo 2010/ 2011

Curso Tecnológico de Gestão e Dinamização Desportiva

Português

Docente: Jorge Afonso

Amarante, maio de 2012

Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Page 3: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Biografia de CESÁRIO VERDE

José Joaquim Cesário Verde

Portuguesa

Lisboacasado

José Anastácio Verde; Maria da Piedade dos Santos Verde

Page 4: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Nome: José Joaquim Cesário Verde

Data de nascimento: 25 de Fevereiro de 1855

Local de nascimento: Rua da Padaria, próximo da Sé de Lisboa

Data de falecimento: 19 de Julho de 1886

Local de falecimento: Lumiar

CESÁRIO

VERDE

Page 5: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Ainda jovem, começou por ajudar o pai na sua loja de ferragens da

Baixa lisboeta. Em 1873, com 18 anos, matriculou-se no Curso Superior de

Letras (que frequentou apenas por alguns meses), aqui, conheceu o jornalista

Silva Pinto. Nesse mesmo ano publicou os seus primeiros poemas no Diário de

Notícias, e nos anos seguintes nos jornais:

-Ocidente (de Lisboa),

-Diário da Tarde,

-Renascença,

-Tribuna

-Jornal de Viagens(do Porto)

-Mosaico (Coimbra), entre outros.

Depois de ter publicado "O sentimento dum ocidental", em 1880,

cujas críticas não lhe foram favoráveis, deixou de publicar durante quatro anos,

para se dedicar em exclusivo à vida prática.

CESÁRIO

VERDE

Page 6: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

CESÁRIO

VERDE

Foi sobretudo nessa altura que desenvolveu os negócios

da família, que era proprietária de uma quinta em Linda-a-Pastora,

desde 1869. Começou por isso a frequentar cada vez mais os meios

literários e as tertúlias intelectuais. Fez parte do grupo boémio que

se reúne no Café Martinho, onde se cruzou com nomes como

Guerra Junqueiro, Gomes Leal, João de Deus, Fialho de Almeida etc.

Mais tarde, frequentou a Cervejaria Leão de Ouro, onde se reunia

o Grupo do Leão, com escritores como Abel Botelho, Alberto de

Oliveira, Fialho de Almeida, Gualdino Gomes e pintores como José

Malhoa, Silva Porto, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro.

Page 7: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Em 1877, Cesário Verde sentiu os

primeiros sintomas de tuberculose, doença que o

viria a vitimar anos mais tarde. Em 1884 deixou de

frequentar os meios literários. Tentou recuperar-se

da doença, refugiando-se em Caneças, mas o seu

estado de saúde não deixou de se agravar.

Morreu ,por isso, em 19 de Julho de 1886, com 31

anos de idade, em casa de amigos, no Paço do

Lumiar.

CESÁRIO

VERDE

No ano seguinte, o seu amigo Silva Pinto, com a

colaboração de Jorge Verde, irmão do poeta, reuniu e os

seus trabalhos dispersos e editou O Livro de Cesário

Verde.

Page 8: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Dividindo a poesia com as funções de

ferrageiro/lavrador, a obra de Cesário Verde expressa

uma oposição ao lirismo tradicional, procurando um

tom natural, que valorizasse a linguagem do concreto

e do coloquial, por vezes até com cariz técnico,

abrindo caminho ao modernismo e ao neorrealismo,

e influenciando decisivamente poetas posteriores,

como Fernando Pessoa, António Nobre, Camilo

Pessanha, Roberto de Mesquita, Mário de Sá-

Carneiro.

Na sua época, porém, o carácter prosaico dos seus versos, o seu realismo, não reuniram muitos

admiradores, nem no meio intelectual, nem nas críticas da imprensa, como anteriormente se fez

notar.

CESÁRIO

VERDE

Page 9: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Dizem que tu és pura como um lírio

E mais fria e insensível que o granito,

E que eu que passo aí por favorito

Vivo louco de dor e de martírio.

Contam que tens um modo altivo e

sério,

Que és muito desdenhosa e

presumida,

E que o maior prazer da tua vida,

Seria acompanhar-me ao cemitério.

Chamam-te a bela imperatriz das

fátuas,

A déspota, a fatal, o figurino,

E afirmam que és um molde alabastrino,

E não tens coração como as estátuas.

E narram o cruel martirológio

Dos que são teus, ó corpo sem defeito,

E julgam que é monótono o teu peito

Como o bater cadente dum relógio.

Porém eu sei que tu, que como um ópio

Me matas, me desvairas e adormeces,

És tão loira e doirada como as messes,

E possuis muito amor... muito amor próprio

VAIDOSA

Page 10: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Tema e assunto do poema

O poema “Vaidosa” retrata o seguinte(s) tema(s):

- Caracterização da mulher citadina

- A mulher arrasta para a morte

Page 11: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Análise formal• Classificação do poema

O poema “Vaidosa” é constituído por cinco quartetos.

• Identificação do esquema rimático e dos tipos de rima

Este poema segue o esquema rimático ABBA até ao fim, ou seja as rimas são

interpoladas.

• Análise da métrica

Quanto à métrica (número de sílabas), os versos classificam-se como versos livres.

• Quanto ao valor

A rimas são ricas, pois as palavras que rimam pertencem a classes gramaticais

diferentes.

Page 12: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Estrutura interna

• Estrofe 1 e 2- caracterização da mulher citadina e a sua relação com o

sujeito poético (“E que o maior prazer da tua vida, / seria acompanhar-me

ao cemitério”).

• Estrofe 3 e 4 – Caraterização física e psicológica da mulher

• Estrofe 5 e 6 – Opinião do sujeito poético em relação à mulher e influência

que ela tem na vida dele.

Page 13: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Personagens: Mulher citadina

Caracterização: “pura como um lírio”; “fria e insensível”; “modo altivo e sério”; “desdenhosa e presumida”; “corpo sem defeito”; “loira e doirada”

A Mulher Citadina, é uma senhora

fatal, frígida, calculista, madura, destrutiva,

dominadora, sem sentimentos, erótica,

artificial, predadora, vampírica, formosa, fria,

altiva.

Page 14: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Elementos espaciais: Cidade

Deambulação do poeta; melancolia; monotonia;

“desejo absurdo de viver”; vícios; fantasias

mórbidas; miséria; sofrimento; poluição; cheiro

nauseabundo, seres humanos dúbios e

exploradores; ricos pretenciosos que desprezam

os humildes; incomoda o poeta e os trabalhadores

que nela procuram melhores condições de vida.

Page 15: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Elementos simbólicos: cidade; mulher citadina; morte

CIDADE = CERTEZA PARA A MORTE

MULHER CITADINA = MULHER FATAL (arrasa o

sujeito poético)

Page 16: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

LINGUAGEM E ESTILO• Comparação:

“Dizem que tu és burra como um lírio”

“E não tens coração como uma estátua”

“ Porém eu sei que tu, que como um ópio”

• Animismo:

“ e mais fria e insensível que o granito”

• Antítese:

“Dizem que tu és pura como um lírio

E mais fria e insensível que o granito”

Page 17: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

• Adjetivação:

“ Contam que tens um modo altivo e

sério.

Que és muito desdenhosa e presumida.”

• Eufemismo:

“Seria acompanhado ao cemitério”

• Enumeração :

“a Déspota, a fatal, o figurino”

• Gradação decrescente:

“Me matas, me desvairas e adormeces”

LINGUAGEM E ESTILO

Page 18: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Síntese conclusiva da análise do poema

Nas primeiras quatro estrofes, o poeta descreve a mulher

citadina de um modo irónico e distante. Este modelo de

mulher, sem sentimentos provoca no sujeito – que tem

consciência da personalidade dela - “um desejo absurdo de

sofrer”. O poema "Vaidosa" faz uma interpretação da cidade

de Lisboa, esta personifica a ausência de amor e,

consequentemente, de vida.

Page 19: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Na última estrofe, o poeta, critica e sublinha que o

único amor que esta mulher possui, é o amor a si

própria. Cesário Verde carateriza a mulher citadina

sendo formosa, fria, altiva, muito atraente, resumindo:

uma mulher fatal (que arrasta para a morte) esta

característica tem um efeito negativo no sujeito

poético, provoca-lhe desejo que chega a ser

humilhante.

Síntese conclusiva da análise do poema

Page 20: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Milady, é perigoso contemplá-la,

Quando passa aromática e normal,

Com seu tipo tão nobre e tão de

sala,

Com seus gestos de neve e de

metal.

Sem que nisso a desgoste ou

desenfade,

Quantas vezes, seguindo-lhe as

passadas,

Eu vejo-a, com real solenidade,

Ir impondo toilettes complicadas!…

Em si tudo me atrai como um

tesoiro:

O seu ar pensativo e senhoril,

A sua voz que tem um timbre de

oiro

E o seu nevado e lúcido perfil!

Ah! Como me estonteia e me fascina…

E é, na graça distinta do seu porte,

Como a Moda supérflua e feminina,

E tão alta e serena como a Morte!…

Eu ontem encontrei-a, quando vinha,

Britânica, e fazendo-me assombrar;

Grande dama fatal, sempre sozinha,

E com firmeza e música no andar!

O seu olhar possui, num jogo ardente,

Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;

Como um florete, fere agudamente,

E afaga como o pêlo dum regalo!

Pois bem. Conserve o gelo por esposo,

E mostre, se eu beijar-lhe as brancas

mãos,

O modo diplomático e orgulhoso

Que Ana de Áustria mostrava aos

cortesãos.

E enfim prossiga altiva como a Fama,

Sem sorrisos, dramática, cortante;

Que eu procuro fundir na minha

chama

Seu ermo coração, como a um

brilhante.

Mas cuidado, milady, não se afoite,

Que hão - de acabar os bárbaros reais;

E os povos humilhados, pela noite,

Para a vingança aguçam os punhais.

E um dia, ó flor do Luxo, nas estradas,

Sob o cetim do Azul e as andorinhas,

Eu hei – de ver errar, alucinadas,

E arrastando farrapos - as rainhas!

Deslumbramentos

Page 21: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Tema e assunto do poema

O poema “Deslumbramentos” retrata o seguinte(s) tema(s):

- representação social da mulher citadina

Page 22: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Análise formal• Classificação do poema

O poema “Deslumbramentos” é constituído por dez quartetos.

• Identificação do esquema rimático e dos tipos de rima

Este poema segue o esquema rimático ABAB até ao fim, ou seja as rimas são

cruzadas/alternadas .

• Análise da métrica

Quanto à métrica (número de sílabas), os versos classificam-se como versos livres.

• Quanto ao valor

A rimas são ricas e pobres, pois as palavras que rimam pertencem a classes

gramaticais diferentes e à mesma classe respetivamente.

Page 23: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Estrutura interna

• Estrofe 1 e 2- descrição da mulher citadina por pate do sujeito poético.

• Estrofe 3 à 8 – os aspetos físicos e psicológicos desta mulher que fascinam

o sujeito poético .

• Estrofe 9 e 10 – O sujeito poético assinala que um dia certas pessoas –

“bárbaros reais”,… - vão deixar de existir e gerações futuras irão triunfar.

Page 24: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Personagens: Mulher citadina

Caracterização: “aromática e normal”; “tipo tão nobre”; “ar pensativo e senhoril”; “a sua voz tem um timbre de oiro”; “nevado e lúcido perfil”…

A mulher retratada no poema foi como

contaminada pela civilização urbana.

É uma mulher nórdica, fria, símbolo da eclosão do

desenvolvimento da cidade como fenómeno

urbano, sinédoque da classe social opressora e, por

isso, geradora de um erotismo da humilhação .

Page 25: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Elementos espaciais: Cidade

Deambulação do poeta; melancolia; monotonia;

“desejo absurdo de viver”; vícios; fantasias

mórbidas; miséria; sofrimento; poluição; cheiro

nauseabundo, seres humanos dúbios e

exploradores; ricos pretensiosos que desprezam

os humildes; incomoda o poeta e os trabalhadores

que nela procuram melhores condições de vida.

Page 26: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

Caracterização de elementossignificativos do poema

• Elementos simbólicos: cidade; mulher citadina; morte

CIDADE = CERTEZA PARA A MORTE

MULHER CITADINA = MULHER FATAL (arrasa o

sujeito poético)

Page 27: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

LINGUAGEM E ESTILO• Apostrofe:

“Milady, é perigoso contemplá-la”

• Metáfora:

“com seus gestos de neve e de metal”

“ a sua voz que tem um timbre de oiro”

• Comparação:

“Em si tudo me atrai como um tesoiro”

• Adjetivação:

“ Grande dama fatal, sempre sozinha”

Page 28: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

• Personificação:

“ pois bem. Conserve o gelo por esposo”

• Assindeto:

“ sem sorrisos , dramática, cortante”

• Hipérbato:

“ Eu hei - de ver errar, alucinadas,

E arrastando farrapos – as rainhas!”

LINGUAGEM E ESTILO

Page 29: Discentes : Carolina Pinto; Patrícia Ferraz; André Filipe; Fernanda Amor; Miguel Mendes

O poema “Deslumbramentos” é um poema

representativo da mulher citadina.

O sujeito preocupa-se com as injustiças sociais

existentes na sua época, possui um sentimento anti

burguês e isso reflete-se ao longo de todo o poema.

O sujeito poético descreve a mulher citadina durante

toda a sua escrita, no entanto, é no final, que refere

que o continuo fluir do tempo será um sinal de

esperança para as gerações futuras.

Síntese conclusiva da análise do poema