diÁrio acionalimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd20ago1982.pdf · - concede às exportações e...

56
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIÁRIO ACIONAL SEÇÃO I ANO XXXVII - N9 104 CAPITAL FEDERAL SEXTA.FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 1982 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DiA 95. a SESS,AO DA 4. a SESSAO LEGISLATIVA DA 4G.a LEGISLATURA EM 19 DE AGOSTO DE 1982 I- Abertura da Sessão 11 - LeitUra e assinatura da ata da sessão anterior 111 - Leitura do Expediente PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei Complementar n.O 281, de 1982 (Do Sr. Fran- cisco Libardonil - Reduz para 60 anos de idade a aposentadoria do trabalhador rural, imprimindo nova redação ao caput do art. 4. 0 da Lei Complementar n. O 11, de 25 de maio de 1971. Projeto de Lei n. o 6.515, de 1982 (Da Sr. a Lúcia Viveiros) Dispõe sobre beneficio a ex-combatentes. Projeto de Lei n. O 6.&18, de 1982 (Do Sr. Oarlos Santos) Inclui o trabalhador autônomo no regime ela Lei n. O 5.107, de 13 de setembro de 1966, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, 'e outras providências. Projeto de Lei n. O 6.519, de 1982 (Do Sr. Siqueira Campos) - Acrescenta dispositivo à Lei n. O 6.528, de 11 de maio de 1978, que "dispõe sobre as tarifas dos serviços públicos de saneamento básico". ProJeto de Lei n.O 6.521, de 1982 (Do Sr. Ronaldo Ferreira Dias) - Acrescenta § 5. 0 ao art. 3·92 da Consolidação das Leis do Trabalho. Projeto d.e Lei n. O 6.522, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar- doni) - Disciplina o financiamento de caminhões usados e novos, movidos a álcool e a óleo diesel, em 24 e 48 meses, res- ,pectivamente, e determina outras providências. Projeto de Lei n. o 6.523, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar- doni) - Autoriza a Caixa Econômica Federal a criar a Oar- teira para Financiamento de Veiculos de Aluguel, e determina outras providências. Projeto de Lei n.O 6.524, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar- doni) - Determina a elaboração e publicação de uma gramá- tica-padrão da língua portuguesa a cargo do MEC, e outras providências. Projeto de Lei n. O 6.534, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) - Modifica dispositivo do Oódigo de Processo Civil (,Lei n. O 5.869, de 11 de janeiro de 1973). Projeto de Lei n. o 6.,535, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) - Introduz modificação no Código de Proc·esso Civil (Lei n. O 5.869, de 11 de janeiro de 1973), Projeto de Lei n. o 6.536, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) - Modifica dispositivo do Código de Processo Civil (Lei n. O 5.869, 'de 11 de janeiro de 19731. proj eto de Lei n.O 6.;537, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) Acrescenta dispositivo ao Decreto n. O 2.'591, de 7 de agosto de 1912, que regula a emissão e circulação de cheques. Projeto de Lei n. O 6.538, de 1982 (Do sr. Jader Barbalho) - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras providências. Projeto de Lei n.o 6.539, de 19082 (Do Sr. Jader Barbalho) - Estabelece normas sobre transferência de recur,sos para o exterior por -exploração ou uso de marcas, patentes e tecnologia, e determina outras providências. Proj-eto de Lei n.o 6.540, de 1982 (Do Sr. Jader Barbalho) - Revoga o Decreto-lei n. O 866, de 12 doe setembro de 1969, que declarou de interesse da Segurança Nacional o Município de Santarém, no Estado do Pará. . Projeto de Lei n." 6.541, de 1!}82 (Do Sr. Jader Barba1ho) - Acrescenta parágrafo ao art. 530 da Consolidação das Leis do Trabalho, a.provada pelo Decreto-lei n. O 5.452, de 1.0 de maio de 1943. F'rojeto de Lei n. O 6.543, de 198-2 (Do Sr. Siqueira Campos) Alt-era a redação do art. 192 da Consolidação das Leis' do Trabalho. Proj·eto de Lei n. O 6.545, de 1982 (Do Sr. João Menezes) - Determina que as contas de s,erviços públicos sejam entregues ao usuário no máximo até o dia 25 (vinte e cinco) de cada mês, e outras providências. IV - Pequeno Expediente RUY CôDO - Realizacão de exames oftalmológicos nas crianças em idade pré-escolar. HJUMBEJRTO SOUTO - Política de plantio e comercialização de alho. NaSSER ALMEIDA - Nomeação da Prof. a Esther Figuei- redo Ferraz para o Ministério da Educação e Cultura. RUBEN FIGUEmó - Construcão da rodovia BR-262 tre- cho Três Lagoas-água Clara-Rio -Pardo----'Campo Grande, Es- tado de Mato Grosso do Sul. OMAR SABINO - Doação, pelo Estado do Acre, d,e terras agricultáveís para os soldados da borracha. LEORNE BELÉM - Construção de barragem no rio Truçu, Iguatu, Estado do Ceará. . MtLTON BRANDÃO - Asfaltamento da BR-404, trecho Pí- ripiri-Pedro rI/limite com o Estado do Ceará. ANTôNIO DIAS - Apoio ao produtor rural. Necessidade de conclusão do asfaltamento da BR-251, trecho Francisco de Sá- Montes Claros, Estado de Minas Gerais. JERôNIMO SANTANA -N-ecessidade de amparo governa- mental para Guajará-'Mirim, Estado de Rondônia.

Upload: others

Post on 22-Jun-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO ACIONAL

SEÇÃO I

ANO XXXVII - N9 104 CAPITAL FEDERAL SEXTA.FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 1982

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DiA 95.a SESS,AO DA 4.a SESSAO LEGISLATIVADA 4G.a LEGISLATURA EM 19 DE AGOSTO DE 1982

I - Abertura da Sessão

11 - LeitUra e assinatura da ata da sessão anterior

111 - Leitura do Expediente

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei Complementar n.O 281, de 1982 (Do Sr. Fran­cisco Libardonil - Reduz para 60 anos de idade a aposentadoriado trabalhador rural, imprimindo nova redação ao caput do art.4.0 da Lei Complementar n.O 11, de 25 de maio de 1971.

Projeto de Lei n.o 6.515, de 1982 (Da Sr.a Lúcia Viveiros)Dispõe sobre beneficio a ex-combatentes.

Projeto de Lei n.O 6.&18, de 1982 (Do Sr. Oarlos Santos)Inclui o trabalhador autônomo no regime ela Lei n.O 5.107, de13 de setembro de 1966, que criou o Fundo de Garantia doTempo de Serviço, 'e dá outras providências.

Projeto de Lei n.O 6.519, de 1982 (Do Sr. Siqueira Campos)- Acrescenta dispositivo à Lei n.O 6.528, de 11 de maio de 1978,que "dispõe sobre as tarifas dos serviços públicos de saneamentobásico".

ProJeto de Lei n.O 6.521, de 1982 (Do Sr. Ronaldo FerreiraDias) - Acrescenta § 5.0 ao art. 3·92 da Consolidação das Leisdo Trabalho.

Projeto d.e Lei n.O 6.522, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar­doni) - Disciplina o financiamento de caminhões usados enovos, movidos a álcool e a óleo diesel, em 24 e 48 meses, res­,pectivamente, e determina outras providências.

Projeto de Lei n.o 6.523, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar­doni) - Autoriza a Caixa Econômica Federal a criar a Oar­teira para Financiamento de Veiculos de Aluguel, e determinaoutras providências.

Projeto de Lei n.O 6.524, de 1982 (Do Sr. Francisco Libar­doni) - Determina a elaboração e publicação de uma gramá­tica-padrão da língua portuguesa a cargo do MEC, e dá outrasprovidências.

Projeto de Lei n.O 6.534, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) ­Modifica dispositivo do Oódigo de Processo Civil (,Lei n.O 5.869,de 11 de janeiro de 1973).

Projeto de Lei n.o 6.,535, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) ­Introduz modificação no Código de Proc·esso Civil (Lei n.O 5.869,de 11 de janeiro de 1973),

Projeto de Lei n.o 6.536, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre) ­Modifica dispositivo do Código de Processo Civil (Lei n.O 5.869,'de 11 de janeiro de 19731.

proj eto de Lei n.O 6.;537, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre)Acrescenta dispositivo ao Decreto n.O 2.'591, de 7 de agosto de1912, que regula a emissão e circulação de cheques.

Projeto de Lei n.O 6.538, de 1982 (Do sr. Jader Barbalho)- Concede às exportações e importações feitas pela Amazôniae Nordeste isenção fiscal, e determina outras providências.

Projeto de Lei n.o 6.539, de 19082 (Do Sr. Jader Barbalho)- Estabelece normas sobre transferência de recur,sos para oexterior por -exploração ou uso de marcas, patentes e tecnologia,e determina outras providências.

Proj-eto de Lei n.o 6.540, de 1982 (Do Sr. Jader Barbalho) ­Revoga o Decreto-lei n.O 866, de 12 doe setembro de 1969, quedeclarou de interesse da Segurança Nacional o Município deSantarém, no Estado do Pará. .

Projeto de Lei n." 6.541, de 1!}82 (Do Sr. Jader Barba1ho)- Acrescenta parágrafo ao art. 530 da Consolidação das Leisdo Trabalho, a.provada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 demaio de 1943.

F'rojeto de Lei n.O 6.543, de 198-2 (Do Sr. Siqueira Campos)Alt-era a redação do art. 192 da Consolidação das Leis' do

Trabalho.

Proj·eto de Lei n.O 6.545, de 1982 (Do Sr. João Menezes) ­Determina que as contas de s,erviços públicos sejam entreguesao usuário no máximo até o dia 25 (vinte e cinco) de cadamês, e dá outras providências.

IV - Pequeno Expediente

RUY CôDO - Realizacão de exames oftalmológicos nascrianças em idade pré-escolar.

HJUMBEJRTO SOUTO - Política de plantio e comercializaçãode alho.

NaSSER ALMEIDA - Nomeação da Prof.a Esther Figuei­redo Ferraz para o Ministério da Educação e Cultura.

RUBEN FIGUEmó - Construcão da rodovia BR-262 tre­cho Três Lagoas-água Clara-Rio -Pardo----'Campo Grande, Es­tado de Mato Grosso do Sul.

OMAR SABINO - Doação, pelo Estado do Acre, d,e terrasagricultáveís para os soldados da borracha.

LEORNE BELÉM - Construção de barragem no rio Truçu,Iguatu, Estado do Ceará. .

MtLTON BRANDÃO - Asfaltamento da BR-404, trecho Pí­ripiri-Pedro rI/limite com o Estado do Ceará.

ANTôNIO DIAS - Apoio ao produtor rural. Necessidade deconclusão do asfaltamento da BR-251, trecho Francisco de Sá­Montes Claros, Estado de Minas Gerais.

JERôNIMO SANTANA -N-ecessidade de amparo governa­mental para Guajará-'Mirim, Estado de Rondônia.

Page 2: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6704 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secào Il Agosto de 1982

JOSÉ F'REJAT - Trabalho de menores em tempo integral.AMADEU GEARA - Campanha eleitoral no Estado do Pa­

raná.

CARLOS AUGUSTO - Extensão do crédito educativo paraos alunos do 2.° grau.

GILSON DE BARROS - Atividades partidárias de agentesdo DETRAN e do INORA no Estado de Mato Grosso.

OSMAR LETIÁO - Política econômica.FREITAS NOBRE - Reivindicações dos servidores de fá­

brica do Ministério do Exército em Piqui!te, Estado de São Paulo.

PEDRO CORR1!:A - Política pernambucana.HÉLIO DUQUE - Infra-estrutura dos conjuntos habita­

cionais.JORGE CURY - Criacão de Caderneta de Controle do

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.ANTôNIO ZACHARIAS - O hidrogênio como alternativa

energética.ALCIDES FRANCISCATO - Recepção de líderes estudantis

paulistas ao Pr·esidente João Figueiredo.ROSEMBURGO ROMANO - índice de aumento de juros

para financiamentos. Isenção de taxação do lucro imobiliárioaplicado na subscrição de ações de novas empresas privadasnacionais.

JOSÉ CAMARGO - Financiamento para aquisição de mo­tores a álcool. Permissão para fixação de propaganda nos táxis.

SIM1\.O SESSIM - Vida útil do livro didático. Ensino pro­fissionalizante.

FRANCISCO LIBARDONI - PROALCOOL.PEDRO COLIN - Sugestões do Sindicato das Empresas de

Transporte de Passageiros sobre deslocamento de grandes mas­sas nas metrópoles e cidades brasileiras.

V -, Grande ExpedienteRUY CôDO - Escolha da P'rof.a Esther Figueiredo Ferraz

para o Ministério da Educação e Cultura. Educação pré-escolar.GrLSON DE BARROS - Contexto sócio-econômico do País.

Alocação de recursos para o Estado de Mato Grosso.

VI - Ordem do DiaRUY CôDO, HÉLIO DUQUE, JOSÉ FREJAT, JADER BAR­

BALHO - Apres.entação de proposições.AJUDÁLIO DANTAS - Comunicação, como Líder, sobre as

dificuldades dos profissionais da imprensa para fazer a cober­tura da visita do Presidente João Figueiredo a São Paulo. Im­pedimento do acesso ao Presidente de comissão de moradores

ATA DA 96.a SESSÃO,EM 19 DE AGOSTO DE 1982

PRESID.li:NCIA DOS SRS.:FREITAS NOBRE, 2Q-Vice-Presidente; e

JOEL FERREIRA, Suplente de Secretário.

I - Às 13:30 horas comparecem Os Senhores:

Nelson MarchezanHaroldo Sanfol'dFreitas NobreJosé CamargoJoel FerreiraLúcia ViveirosJackson Barreto

Acre

Geraldo Fleming - PMDB; Nabor Júnior - PMDB; Nos'ierAlmeida - PDS; Omar Sabino - PDS; Wildy Vianna - PDS.

Amazonas

Rafael Faraco - PDS.

Rondônia

Jerônimo Santana - PMDB.

Pará

Antônio Amaral - PDS; Sebastião Andrad·e - PDS.

do conjunto Gentreville, do Município de Santo André, Estadode São Paulo.

AIRTON SOARES - Comunicação, como Líder, sobre a pu­blicação do modelo de cédula oficial de votacão aprovado peloTribunal Superior Eleitoral. . .

RICARDO FIUZA - Comunicação, como Líder, sobre a ins­tituição de cédula oficial de votação preconizada pelo Governo.

AUDALIO DANTAS - Comunicação, como Líder, sobre omodelo de cédula oficial de votação para o pl·eito de 15 de no­vembro.

GENIVAL TOURINHO (Como Líder.) - Ações e omissõesdo Ministério Público Federal. Esvaziamento da microeletrônicanacional. Denúncias do livro "Uma Sentença de Morte", de au­toria de Hindemburgo Pereira Diniz.

RUBEN FIGUE·1RÓ (Como Líder.) - Processo político-elei­toral no Estado de Mato Grosso do Sul.

DJALMA BESSA (Como Lider.) - Atuação do MinistérioPúblico F1ederaL Incentivo do Governo à tecnologia nacional.Processo eleitoral brasileiro.

Projeto de Decreto Legislativo n.O 127-A, de 1982, que aprovao texto do Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da Re­pública Federativa do Brasil e o Governo da República Popularde Moçambique, concluído. em .Brasília, a 15 de setembro de1981. (Da Comissão de Relações Exteriores.) - Aprovado.

projeto de Lei n.O 999-A, de 1979, que estabelece limite paraa cobrança de multa pelo atraso do pagamento de obrigações.(Do Sr. Antônio Zacharias.l - Rejeitado.

Projeto de Lei n.O 4.801-A, de 1981, que introduz alinea noart. 49 da Lei n.O 4.375, d·e 17 de agosto de 1964 - Lei do Ser­viço Militar. (Do Sr. Ubaldo Dantas.> - Rejeitado.

Projeto d·e Lei n.O 4.697-A, de 1981, que altera a Lei n.O 1.309,de 3 de julho de IS51, que dispõe sobre o preconceito de raçaou de cor. - Aprovçdo.

Projeto de Lei n.o 4.777-A, de 1981, que dá nova redaçãoaos arts. 796, 806, 807, item I, do art. 808, parágrafo único doart. 811, revoga o art. 809, todos do Código de Processo Civil, edetermina outras providências. (Do Sr. Theodorico Ferraço.lAdiada a discussão por dez sessões.

VII - Designação da Ordem do DiaVIII - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)3 - LIDERES E VICE-LíDERES DtE PARTIDOS (Relação

dos membros)

4 - COMISISõES (Relacão dos membros das Comissões P'er­manenks, Especiais, Mistas e de Inquérito)

Maranhã3

Edison Lobão - PDS; Freitas Diniz - PT; João AlbertoPDS; José Ribamar Machado - PDS; Nagib Haickel - PDS.

Piauí

João Clímaco - PD3; Milton Brandão - PDS.

Ceará

Cesário Barreto - PDS; Evandro Ayres de Moura - PDS;Gomes da Silva - PDS; Leorne Belém - PDS; Marcelo Linhares- PDS; Paulo Studart - PDS.

Rio Grande do Norte

João Faustino - PDS; Ronaldo Ferreira Dias - PDS.

Paraíba

Antônio Gomes - PDS; Arnaldo Lafayette - PMDB; ErnaniSatyro - PDS; JoaciI Pereira - PDS.

Pernambuco

Augusto Lucena - PDS; Geraldo Gued'8S - PDS; InocêncioOliveira - PDS; José Mendonça Bezerra - PDS; Josias LeitePDS; Ricardo Fiúza - PDS; Roberto Fr·eire - PMDB.

Alagoas

Antônio Ferreira PDS; Geraldo Bulhões - PDS; MuriloMendes - PMDB.

Sergipe

Antônio Valadares - PDS; Raymundo Diniz - PDS.

Page 3: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6705

Bahia

Carlos Sant'Ana - PMDB; Djalma Bessa -PDS; FranciscoBenjamim - PDS; Hildérico Oliveira - PMDB; Honorato Vianna- PDS; Horácio Matos - PDS; João Alves - PDS; João Durval- PDS; Manoel Novaes - PDS; Odulfo Domingues - PDS; Pris-co Viana - PDS; Ruy Bacelar - PDS.

Espírito Santo

Christiano Dias Lopes - PDS; Walter de Prá - PDS.

Rio de Janeiro

Alair Ferreira - PDS; Alcir Pimenta - PMDB; Álvaro Valle- PDS; Darcilio Ayr,es - PDS; Daso Coimbra - PMDB; JG deAraújo Jorge - PDT; Jorge Cury - PTB; José Bruno - PTB;José [i'rejat - PDT; José Mauricio - PDT; Luiz Braz - PDS;Lygia Lessa Bastos - PDS; Marcello Cerqueira - PMDB; OsmarLeitão - PDS; Paulo Torres - PMDB; Pedra Faria - PTB; Sa­ramago Pinheiro - PDS.

Minas Gerais

Altair Chagas - PDS; Bonifácio de Andrada - PDS; CarlosCotta - PMDB; Castejon Branco - PDS; Darío Tavares ­PMDB; Fued Dib - PMDB; Genival Tourinho - PMDB; HomeroSantos - PDS; João Herculino - PMDB; Jorge Varg,as - PMDB;Juarez Batista - PMDB; Magalhães Pinto - PDS; Melo Freire- PMDB; Navarro Vieira Filho - PDS; Pimenta da VeigaPMDB; Ronan Tito - PMDB; Sílvio Abreu Jr. - PMDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - PDS; Airton Soares - PT; Alci­des Franciscato - PDS; Antônio Morimoto - PDS; Athiê Coury- PDS; Audálio Dantas - PMDB; Cardoso de Almeida - PDS;Cunha Bueno - PDS; Del Bosco Amaral - PMDB; Diogo No­mura - PDS; Herbert Levy - PDS; João Cunha - PMDB; Octa­cilio Almeida - PMDB; Roberto carvalho - PDS; Ruy Côdo ­PMDB; Ruy Silva - PDS; Salvador Julianelli - PDS; UlyssesGuimarães - PMDB.

Goiás

Adhemgar Santillo - PMDB; Guido Arantes - PDS; IturivalNascimento - PMDB; Paulo Borges - PMDB; Siqueira Campos- PDS.

Mato Grosso

Bento Lobo - PMDB; Louremberg Nunes Rocha - PMDB;Milton Figueiredo - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Antônio Carlos de Oliveira _. PT; Levy Dias - PDS,; RubenFigueiró - PMDB.

ParanáAdolpho Franco PDS; Amadeu Geara - PMDB; Antônio

Mazureck - PDS; Braga Ramos - iPDS; Hélio Duque - PMDiB;Igo Losso - PDS; Lúcio Cioni - PMDB; Mário Stamm - PMDB;Maurício Fruet - PMDB; Paulo Marques - PMDB; Pedro Lauro- PMDB; Roberto Galvani - PDS; Sebastião Rodrigues Júnior- PMDB.

Santa Catarína

Arnaldo Schmitt - PMDB; Evaldo Amaral - PDS; FranciscoLibardoni - PMDB; Juar,ez Furtado - PMDB; Nereu Guidi ­PDS; Pedro Collin - PDS.

Rio Grande da Sul

Alcebíades de Oliveira - PDS; Aldo Fagundes - PMDB; Car­los Santos - PMDB-; Cláudia Strassburger - PDS; Eloy Lenzi ­PDT; Harry Sauer - PMDB; João Gilberto - PMDB; Jorge uequed- PMDB; Odacir Klein - PMDB; Victor Faccioni - PDS.

Amapá

Antônio Pontes - PDS.Roraima

Hélio Campos - PDS.

O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - A lista de pres·ençaacusa o comparecimento de 155 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário precederá à leitura da ata da s·essão anterior.

II - O SR. RUBEN FIGUEIM, servindo como 2.0 -Secretário,procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Jael Ferreira) - Passa-se à leitura doexpediente.

o SR. SIMãO SESSIM, Suplente de Secretário, servindo como1.°-Secretário, procede à leitura do seguinte

lU - EXPEDIENTE

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 281, DE 1982(Do Sr. Francisco Libardoni)

Reduz para 60 anos de idade a aposentadoria do tra­balhador rural, imprimindo nova redação ao caJI)ut do art.4.° da Lei .complementar n.o lI, de 25 de maio de 1971.

(Anexe-se ao Projeto de Lei Complementar n.o 215, de1981, nos termos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O caput do art. 4.0 da Lei Complementar n.o 11, de

25 de maio de 1971, que institui o programa de Assistência ao Tra­balhador Rural, passa a viger na redação infra:

"Art. 4.° A aposentadoria por velhice corresponderáa uma prestação mensal equivalente a cinqüenta por centodo salário mínimo de maior valor vigente no País, e serádevida ao trabalhador rural que houver completado ses­senta anos de idade."

Art. 2.° 'As despesas com a aplicação da presente Lei Com­plementar serão atendidas pelos recursos aludidos no art. 15 daLei Complementar n.o 11/71, elevadas em meio por cento as con­tribuições nele previstas.

Art. 3.° A presente Lei Complementar entrará em vigor àdata de sua publicação.

Justificação

A Lei Complementar n.o 11, de 25-5-71, instituidora do Pro­grama de Assistência ao Trabalhador Rural, prevê textualmentenos arts. 4.° e 15:

"Art. 4.° A aposentadoria por velhice corresponderá'a uma prestaçào mensal equivalente a 50% (cinqüenta porcento) do salário mínimo de maior valor no País e serádevida ao trabalhador rural que tiver completado 65 (ses­sent'a e cinco) anos de idade.

Parágrafo único. Não será d-evida a aposentadoda amais de um componente da unidade familiar, cabendoapenas o benefício ao respectivo chefe ou arrimo.

Art. 15. Os recursos para o custeio do Programa deAssistência ao Trabalhador Rural provirão das s'eguintesfQntes:

r - da contrihuição de 2% (dois por cento) (],evidapelo produtor, sobre o valor comercial dos produtos ru­rais, 'e recolhida:

a) pelo adquirente, consignatáriQ ou cooperativa queficam sub-rogados, para esse fim, em todas as obrigaçõesdo produtor;

b) ;pelo produtor, quando ele ,próprkl industrializarseus produtos ou vendê-los, no VIlI.ejo, diretamente aoconsumidor.

TI - da contribuição de que trata o ar,t. 3.° do De­creto-Lei n.O 1.146, de 31 de dezembro de 1970, a qual ficaelevada para 2,6% (dois e seIs décimos por cento), cabendo2,4% (dois e quatro ,décimos por cento) ao FUNRURAL.

§ 1.0 Entende-se como produtor rural todo[) aqueleque, não tendo sofrido qualquer processo de industrializa­ção, provenha de origem v'egetal ou animal, ainda quandohaja sido submetido a 'Processo de beneficiamento, assimcompreendido um proces.so primário, tal como descaroça­m.ento, pilagem, deseascamento ou limpeza e outros domesmo teor, ·(joastinado à preparação de matéria-primapara posterior industrialização.

§ 2.° O recolhimento da contribuição esta,helecida noitem I dev,erá ser feito até o último dia do mês seguinteàquele em que haja ocorrido a operação de V'enda ou trans­formação industrial.

§ 3.° A falta de recolhimento, na área própria, dacontribuição estabelecida no item I sujeitará, automatíca­mente, ooontrlbuinte à multa de 10% (dez por cento)por s'emestre ou fr.ação de atraso, calc'ulada sobre o mon­tante do déhito, a correçãio monetária deste e aos jurosmoratórios de 1% (um por cento) ao mês sobre o referidomontante.

§ 4.0 A infração de qualquer disp<JSitivo desta LeiComplementar .e de sua regulamentação, para a qual nãohaja penalidade expressamente cominada, conforme a gra-

Page 4: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6706 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)Agosto de 19l12

vidade da infração. sujeitará o infrator à multa de 1 (um)a 10 (dez) salários minimosde maior valor no País. im­posta e cobrada na forma a ser definida no regulamento.

§ 5.° A ·arrecadação da contribuição devida aoFUNRURAL, na forma do artigo anterior, bem a.ssim dascorrespondentes multas ímpostas e demaís cominaçõesleg·ais. será realizada, prefer,encialmen'be, pela rede ban­cária credenciada para efetuar a arrecadação das con­tribuições devidas ao INPS.

§ 6." As contribuições de que tratam os itens I e IIserão devidas a partir de L" de julho de 1971, &em pre­juíw do recolhimento das contribuições devidas ao ....FUNRURAL. até o dia imediatamente anterior àquela data,por força do disposto no Decreto-Lei n.o 276, de 28 defevereiro de 1967."

O advento da Iei alteranda constitui considerável avanço dodireito trabalhista rural.

Muitos outros países vêm apenas pregando sua implantação,e há mais de dez anos o Brasil distribui, nõ campo, os benefíciospor ela assegurados.

Por isso mesmo que lhe reconhecemos a magnanimidade, e oespírito cristão que a inspirou, voltamos a insistir em introduzir­lhe esta breve alteracão: reduzir de 65 para 60 a idade a partir·da qual o trabalhador rural terá direito à aposentadoria por ve­lhice.

Todos conhecemos as .condiçõ,es adversas nas quais são desen­volvidas as atJvidades campesinas, na jornada diária de 'sol a sol.

Be o trabalhador urbano - com muita justiça a seus esforços- se aposenta a08 65 anos de idad~. quando se trata de aposen­tação por velhice, é incriticável o que d·efendemos no presenteprojeto: aposentadoria do trabalhador rural aos 60 anos de idade.

Pelo fato de estarmos a pleit€'ar a extensão de um beneficioprevidenciário, atendendo à imposição inscrita no parágrafo únicodo art. 165 da Constituição, propusemos a elevaçãil - de apenasmeio por cento - das contribuições previstas para o c>usteio totaidas despesas conseqüentes da execução da lei complementar con­secutiva.

Frente. pois, a indiscutibilidade da procedência desta propo­sição. confiamos venham os 8rs. Deputados e Senadores, dos quaisdepender seu acolhimento, a dispensar-lhe o apoi'o que necessitarpara ch2gar à sanção do Pr,esidente da República.

Sala das Sessões, - Francisco Libardoni.

PROJETO DE LEI N.O 6.515, DE 1982

(Da Sr.a Lúcia Viveiros)

Dispõe sobre beneficio a ex-combatentes

(Às Comissões de Constituição e Justiça. de Trabalho eLegislação Social e de Finunçu8.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. l." Os ex-combatentes, no sentido do disposto no art. 1.0da Lei n.o 5.315. de 12 de setembro de 1967, que tiverem completadosessenta anos de idade, serão automaticamente considerados ne­cessitados 'Para fazerem jus ao amparo financeiro de .que tratam oart. 30 da Lei n.O 4.242, de 17 de julho de 1963, e art. 1.0 da Lein." 6.592, de 13 de novembro de 1978.

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A Lei n.O 4.242. de 17 de julho de 1963, no art. 30, instituiuuma pensão e8pecial a ser deferida aos ex-combatentes da FEB,da FAfl, da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, no valorequivalente àquela deixada por um 2.° Sargento.

Esse diploma legal criou condicionantes para a percepção dobenefício, ou seja, que o ex-combatente seja julgado por JuntaMilitar de Saúde sem condiç,(j·es de prover ao próprio sustento eda família. Evidencia-se que, nessa época, a média das idades dosex-combatentes girava em torno de 43 an08; o que justificava ple­namente aquele requisito para a habilitação à pensão especial. Ou­trocondicionamento para deferimento do pedido é a inacumulabi­!idade do benefício com proventos d08 cofres públicos federais. es­taduais ou municipais.

A Lei n." 5.315, de 12 de setembro de 1967, estendeu () conc'eitolegal de ex-combatente. para efeito de aplicação do dispsto noart. 178 da Constituição Federal, a todo aquele que tenha parti­cipado efetivamente, no Exército, de missões de vigilância e segu­rança do litoral, como integrante da guarnição de ilhas oceânicasou unidades que se deslocaram de suas sedes para o cumprimentodaquelas missões.

Finalmen:e, dentro dos objetivos do art. 178 da Constituição,surgiu a Lei n.O 6.592, de 13 de novembro de 1978, concedendo aosex-combatentes, incapacitados para o trabalho, uma pen8ão espe­cial, correspondente ao valor de duas vezes () maior salário mini­mo vigente no Pais, inacumulável com qualquer outro benefícioprevisto na legislação dos ex:combatentes.

Nota-se, então, uma singularidade: a pensão da Lei n.O 4.242,de 1963, é transmissível aos herdeiros e para o implemento datran8missão não há exigência de inspeção de saúde; já a pensãoda Lei n." 6.592, de 1978, é intransferível e inacumulável com ou­tros rendiments dos cofres públicos.

Entendemos ser, hoje, de8cabida a inspeção de saúde do ex­combatente que deseja se habilitar à pensão especial deferido emlei, porque o me8mo já se encontra na faixa de idade entre 61 a65 anos. A inspeção implica nec·essariamente o deslocamento do in­teressado para a capital do Estado. às custas dos cofres da União,com hospedagem, alimentação e os ga8tos com exames médicos,tudo para que uma Junta Militar de Saúde concIua o óbvio: o ex­combatente, da 2.a Grande Guerra, encontra-se inabilitado para otrabalho em razão da saúde.

É em razão dessas incongruências que propomos, através dopresente Projeto de Lei. uma medida legal mais coerente, que viráem benefício dos nOSS08 ·ex-combatent·es desassistid08, dignifican­do-lhes a vida e não lhes infligindo, Ipara poderem fazer jus a umamparo financeiro de lei, a submissão a procedimentos constran­gedores e que 8e lhes assemelham à desconsideração.

É bom que se lembre que o número de desamparados, que se­rão clientela para os benefícios a que alude esta lei proposta, émuito reduzido, não implicando, pois..gastos significativos para oTesouro Nacional, isto porque a maioria de nossos ex-combaten­tes ou já faleceu (e. neste caso. seus herdeiros percebem a devida,pensão dos cofres público.s) ou possui renda préipria ou encontra­se devidamente amparada pelos cofre8 públicos.

Em face ·de todo o expoüo. contamos com a acolhida dos nos­sos par·es no iCongresso Na'cional para a transformação desta pro­posiçãü em lei.

Sala das Sessões, 9 de agosto de 1982. - Lúcia Viveiros.

LEGlSLAClíO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO- DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N." 5.315, DE 12 DE SETEMBRO DE 1967

Regulamenta o art. 178 da Constituição do Brasil, quedispõe sobre os ex-combatentes da 2.a Guerra Mundial.

Art. L" Considera-se ex-combatente, para efeito da aplicaçãodo art. 178, da Gon8tituição do Brasil, todo aquele que t-enha par­ticipado efetivamente de operações bélica8,. na Segunda Guer~aMundial, como integrante da Força do 'ExérCIto, da Força ExpedI­cionária Brasieira, da Força Aérea Brasileiro, da Marinha de Guer­ra e da Marinha Mercante, e que, no caso de militar, haja sido li­cenciado do servico ativo e com isso retornado à vida civil defini-tivamente. -

§ L" A prova da participação efetiva em operaçõ·es bélicasserá fornecida ao interessado pelos Ivri.!llistérios Militares.

§ 2." Além da fornecida pelo.s ·Ministérios Militares, consti­tuem, também, dados ·de informação par·a fazer prova de ter to­mado parte ef·etiva em operações bélicas:

a) no Exército:I - o diploma da Medalha de Campanha ou o certificado de

ter servido no Te.atro d·e Operações da Itália, para o componenteda Força Expedicionária Brasileira;

II - o certificado de que tenha participado efetivamente emmissões de vigilância e segurança do litoral, como integrante daguarnição d·e ilhas oceânicas ou de unidades que se deslocaram desuas sedes vara o cumprimen::o daquelas mi8sões.

b) na Aeronáutica:

I - o diJploma da MedaI:ha de Campanha da Itália, para o seuportador, ou diploma da Cruz de Aviação. para os tripulantes deaeronaves engajados em missões de patrulha;

c) na Marinha de Guerra e Marinha Mercante:

I - o diploma de uma das Medalhas Navais do Mérito deGuerra, para o seu portador, desde que tenha sido tripulante denavio de guerra ou mercante, atacados por inimigos ou destruíd08,por acidente, ou que tenha participado de comboio de transported·e tropas ou de abastecimento, ou de mis8ões de patrulha;

I! - o diploma de Medalha de Campanha da Força Expedi­cionária Brasileira;

In - o certificado de que tenha participado efetivamente emmissões de vigilância e 8egurança como integrante da guarniçãode ilhas oceânica8;

Page 5: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6707

IV - O certificado de ter participado das operaçõesespecifi­cadas nos itens I e TI, alínea c, § 2.°, do pres,ente artigo:

d) certidão fornecida pelo respectivo Minlstério Militar ao ex­combatente ,integrante de tropa transportada em navios escoltados]){lr navios de guerra.

§ 3.0 A prova de ter servido em Zona de Guerra não autorizao gozo das vantagens previstas nesta Lei, ressalvado o preceituadono art. 177, § 1.0, da Constituição do Brasil de 1967, e o disposto no§ 2.0 do art. 1.° desta Lei..................... ; .

LEI N.o 6.592, DE 17 DE NOVEMBRO DE 1978

'Concede amparo aos ex-combatentes julgados incapa­, zes definitivamente para o serviço militar.

O Presidente da República, faço saber que o Congresso Na­cional decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 Ao ex-combatente, assim considerado pela Lei núme­ro 5.315 de 12 de setembro de 1967, julgado, ou que venha a serjulgado, incapacitado definitivamente, por Junta Militar de Saúd~,e necessitado será concedida, mediante decreto do Poder Executl­vo, pensão especial equivalente ao valor d~duas ,:ezes o maior sa­lário minimo vigente no pais, desde que nao faça JUs a outras van­tagens pecuniárias previstas na legislação que ampara ex-com­batentes.

§ 1.0 Considera-se necessitado, para os fins desta Lei, o ex­combatente cuja situação econômica comprometa o atendimento àsnecessidades mínimas de sustento próprio e da família.

§ 2.0 A condição a que se refere o parágrafo anterior seráconstatada mediante sindicância a cargo do 'Ministério Militar aque estiver vinculado o ex-combatente.

Art. 2.0 A pensão especial de que trata esta Lei ~ intransfe­rivel e inacumulável com quaisquer rendimentos recebIdos dos co­fres públicos, inclusive pensão previdenciária, ressalvado o direitode opção.

Art. 3.° Qualquer Organização Militar que tomar conh;eci­mento da existência de 'ex-combatente nas condições estabeleCIdasno art. 1.0, providenciará seja ele submetido a inspeção de saúde.e à sindicância a que se refere o § 2.° do referio.o art. 1.0

Parágrafo único. As providências referidas neste artigo po­derão ser requeridas pelo próprio ex-combatente.

Art. 4.° As despesas deoorr.entes da aplicação da presente Leiserão atendidas à conta da dotação orçamentária de EncargosPrevidenciários da União - Recurws sob a supervisão do Minis­tério da Fazenda, destinada ao pagamento de pensionistas.

Art. 5.0 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazode 60 (sessenta) dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 6.° ·Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica­ção, revogadas as disposições em contrário.

LEI N.o 4.242, DE 17 DE JUI.;HO DE 1963Fixa novos valores para os vencimentos dos servidores

do Poder Executivo, Civis e Militares; institui o emprés­timo compulsório; cria o Fundo Nacional de Investimen-tos, e dá outras providências. -

Art. 30. É concedida aos ex-combatentes da Segunda GuarraMundial, da FEB, da FAB e ·da Marinha, que participaram ativa­mente das operações de guerra e se encontram incrupacitados, sempoder prover os próprios meios de subsistência e não percebamqualquer importância dos cofres públicos, bem como a seus her­deiros, pensão igual à estipulada no art. 26 da Lei n.O 3.765, de 4de maio de 1960.

Parágrafo único. Na concessão da pensão, observar-se-á o dis­posto nos arts. 30 e' 31 da mesma Lei n.O 3.765, de 1960.

PROJE'l10 DE LEI N.O 6.518, DE 1982

(Do Sr. Carlos Santos)

Inclui o trabalhador autônomo no regime da Lein.O 5.107, de U de setembro de 1006, que criou o Fundo deGarantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências.

(As COnUssões de Constituição e Justiça, de Trabalh:;e Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É o trabalhador autônomo incluido no regime da Lei

n.O 5.107, de 13 de setembro de 1966, que criou o Fundo de Ga­rantia do Tempo de S'erviço - FG'I1S.

Art. 2.0 para efeito do que .dispõ~ esta lei, o contrato detrabalho é substituido pelo pagamento do imposto a que está sujeitoo trabalhador autônomO, e a rescisão do contrato de trabalho pelacessação da atividad'B profissional a que se dedica habitualmente° referido trabalhador.

Art. 3.° O r~colhimento de que trata o art. 2.° da Lei n.O 5.107,de 13 de setembro de 1966, será feito diretamente pelo trabalhadorautônomo, em guia especial, a instituição bancária -de sua livreescolha, nas mesmas condições fixad,as pelo referido dispositivolegaL

Art. 4.° Esta lei será regulamentada pelo Po,der Executivono prazo de sessenta dias de sua publicação.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na data de sua pubilc,ação.Art. 6.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A não inclusão do trabalhador autônomo no re-gime da Leique criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço se constituiem discriminação que cumpre, urgentemente, eliminar.

Em nada difere o trabalhador autônomo nos demais traba­lhadores, pois é inegável a sua contribuição ao esforço de desen­volvimento nacional. A única diferença é que ,ele trabalha porconta própria, não possuindo patrão, e tal condição não po,de serinvocada para mantê-lo fora do regime da Lei que instituiu oFGTS.

O presente Projeto de lei em nada inova, quanto a mecanismosde recolhimento de contribuições devida,s pelo trabalhador, eisque a Consolidação das Leis do Trabalho prevê não &ó a obriga­toriedade de o trabalhador autônomo ser segurado ,da PrevIdênciaSocial, como também estipula as condições para o recolhimentode suas contribuições previdenciárias.

São inegáveis os pr,ejuízos a que estão sujeitos os trabalha­dores autônomos por não lhes ser recon'hecido o direito à inclusãono regime da Lei n.o 5.107, podendo, entre outros, serem enume­rados os seguintes:

I - Falta de garantia pelo tempo trabalhado.

II - Impossibilidade de aquisição de moradia própria peloregime do FGTS.

III - Atendimento de necessidade grav.e e premente, pessoalou familiar.

IV - Aquisição de equipamento destinado à sua atividad.e,de natureza autônoma.

V - Casamento do empregado do sexo feminino, em que aconta vinculada pode ser utilizada pelo 'empregado.

VI - Transferência, para os dependentes, no caso de fale­cimento do titular da conta vinculada.

Sala das sessões, 9 de agosto de 1982. - Carlos Santos.

LEGlSLAÇ1W CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.107, DE 13 DE SETEMBRO DE 1966

,Cria a Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dáoutras providências.

O Presidente da República

Faço sa.ber que sanciono a seguinte Lei, aprovada pelo COn­gresso Nacional, nos termos do art. 5.°, do Ato Institucionaln.o 2, de 27 de 'Outubro de 1965:

Art. 1.0 para garantia do tempo de serviço, ficam manti­dos os Capítulos V e VII do Título IV da ConsoUdaçãodas Leis doTrabalho, assegurado, porém, aos empregados o direito de orptarempelo regime instituí.do na presente Lei.

§ 1.0 O prazo para a opção é de 365 (trezentos e seBsentae cinco) dias, contados da vigência desta Lei para os atuais em­pregados, e da data da admissão ao emprego quanto aos admitidosa partir daquela vIgênlca.

§ 2.° A preferência do empregado pelo regime desta Lei deveser manifestada em declaração escrita, e, em seguIda anotada emsua Carteira profissional, bem como no respectivo livro ou fichade registro.

§ 3.° Os que não optarem pelo regime da presente Lei, nosprazos pr·evistos no § 1.°, poderão fazê-lo, a qualquer tempo, ·emdecl'araçáo homologada pela Justiça do Trabalho, observando-se odisposto no art. 16.

§ 4.° O empr,egado que optar pelo regime desta Lei dentro doprazo es:tabelecido no § 1.0 e que não tenha movimentado a sua

Page 6: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

670R Sexta-feira 211 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçào 1I Agosto de 1982

conta vinculada, poderá r'etratar~se de3de que o faça no prazo de365 dias a contar da OIJção, mediant2 declaração homologada pelaJustiça do Trabalho, não se computando para efeito cie cüntagem-do tempo d,s .s,erviço período eomprer:mdj,do entre a op~i'íü e a re­tratação.

§ 5.° Não poderá rostratar-se da opl~ão exercida o ,~mpregado

que transaeionar com o empregadm o direito à indenizaçào cor­rGspcmdente ao tempo de serviço anr,erior à opção.

§ 6:' Na hipõtes,e da retratação, o valor da conta vinculadado empr2gado relativo ao período da opção será transf,erido paraa conta vinculada da empresa ,e individualizada nos termos doart. 2.°

Art. 2.° Para os fins previstos nesta Lei todas as empresassujeitas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obriga­da,g a delJOsitar, até o dia 30 (trinta) de cada mês, em contabancária vinculada, importância correspondente a 8% (oito porcento) da remuneração paga no mês antsTior, a cada empregado.optante {J,U não, excluidas as parcelas mencionada;s nos arts. 457 e458d,a CLT.

Parágrafo único. As contas bancárias vinculadas a que serefere este artigo serão a,boertas em estabele:cimento bancário, esco­lhido pelo empTegador, dentre os para tanto autorizados peloBanco :Central da República do Brasil, em nome do empregadoque houver optado pelo r,egime desta Lei, ou em nome da empresa,mas em conta individualizada, com relação ao empregado não,optante.

PROJETO DE LEI N.O 6.519, DE 1982

(Do Sr. Siqueira Campos)

Acrescenta disllOsiti~ à Lei }LO 6.528, de 11 de maiode 1978, que "dispõe sobre as tarifas' dos serviços públicosde saneamento básico".

CAl; Comissões de Constituição e Justiça, de ServiçoPúblico e de Interior.)

O CongreS\'3D Nacional decreta:

Art. 1.0 É acrescentado ao art. 4.0 da Lei n.O 6.528, de 11 demaio d:e 1978, o seguinte parágrafo únioo:

"Art. 4.° , . , , , , .

[Parágrafo único. Comprovado que a renda familiarido usuário do serviço de saneamento básico não ultra­p.as'sa 2 (duas) vezes o valor do maior salário minimü vi­gente, a companhia ficará obrigada a reduzir a resp,ec­tiva 'tarifa, fixando-a em quantia que não exceda de cin­co por cento do maior valor de 'referência."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua :publicação.Art. 3.° Revogam-se as disvosições em contrário.

Justificaçã.oDisciIPlinar as cobranças de ta'rifas dos serviços ,públicos de

saneamento básico sempre foi preocupação das autoridades fe­d,erais, que viam rubusos por parte de c'Brtas coIIl[lanhias explo­radoras dos serviços, mas que nada podirum fazer a respeito.

Até ,que, em 11 de maio de 1978, ao ser ,editada a Lei n.O 6.528,logrou o Governo encontrar meios eficazes u;Jara atuar nesse &e­'tor até então deixaido ao a1vedrio de municípios, Estados ou suasempresas. [lita lei, embora sem interfe,rir diretalmente na compe­tência estadual ou municipal, conforme o caso, de fixar ditas ta­rifas, 'cuidou, contudo, de baixar diretrizes a respeito que não po­odem s,er desprezadas na referida fixação tarifária,

Uma delas, a do art. 4.°, exige, 'Por ex;emplo, a rpres,ervaçãodos a~ctos sociais dos se,rviços de saneamento básico, de modoa assegurar o adequado atendimento dos usuários de menor con­sumo, vale dizer, dos usuários de baixa r,enda.

Mas, pelü que se sabe, nem todas as companhias que explo­ram tais s'erviços, pelo Pais afora, ·têm cuidado de taxar modera­damente os usuários .das faixas menos faNorecidasda população,de tal maneira que, na1guns lugares, o preço dos serviços deesgoto e de água alcançam v.erdadeira exoI1bitância, ,tornando-se'Proibitivos.

O nosso projeto visa, assim, !\!perfeiçoalr ainda mais o textod.a ref.erida lei, inserindo-lhe uma nova diretriz a ser cumpridana fixação d.e tarifas dos serviços públicos 'de saneamento, quals,eja, a de ser res,peitada e atendida a renda familiar do usuário,do qual, ,se ganhar a1!é dois salários !Il1Ín:iJmos, não podcrá ser co­'brado mais do que o equirvaIente a 5% do maior valor-de-refe­rencia.

O alcance social da proposta é,evident,e, motivo por que contocüm o al]Joio de toda a Casa 'Para a sua aprovação.

Sala ,das Sessõe.s, 10 de ag:os~o de 1982, - Siqueira Campos.

LEGISLAÇÃO CIT.4DA, ANEXADA PELA COORDENAÇiíOD,1S COMISSÕES PERMANENTES

DEI N.o lJ.528, DE 11 DE MAIO DE 1978

Dispõe sobre as tarifas dos serviços públicos de sa~

neamento básico, e dá outras providências.O Pr.esidente da República,

Faço saber que {) Congresso Nacional decreta e <311 s::mciol1o aseguinte Lei:

A,rt. LO O Poder Executivo, atravéS' do Ministério do Interi,or,estabelec,erá as 00ndições de op,eração dns serviços 'públicos desaneamento básIco integrados ao Plano Nacional de SaneamentoBásico - PLkNA,S'A, .

Parágrafo único, Para' cumprimento elo disposto no caputdeste artigo, compete ao Ministério do Interior:

I - estabelecer normas geriüs de tarifação, bem como fisca­lizalr \Sua aplicação;

II -coor,dlenar, orientar e fiscalizar á execução dos serviçosde saneamento básico; .

IH - assegurar a assistência fina,nceira quando necessária.

Art. 4.° A fixação tarifária levará em conta a via'bilidade doequilíbrio ,econômico-financ.eiro das companhias' esta,duais de sa­neamento básico e a pr€.serva.ção dos aspectos sociais dos respec­tivos serviços, de forma a assegurar o adequado atendimento dosl1suá.rios de menor consumo, com' base ,em tarifa minima.

PROJETO DE LEI N.O 6.521, DE 1982

(iDo Sr. Ronaldo Ferreira Dias)

Acrescenta § 5.° ao art. 392, da Oonsolidação das Leisdo Trabalho.

(As Comissões de constituição e Justiça, de Trabalho eLegislação Social e 'de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1,° O art. 392, da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decr,eto-lei 1'1.0 &.4&2, de 1.0 de maio de 1943, passa aviger acrescido do seguinte * 5.°:

"'Art. 39,2 , , , ,., .........................................' .§ 5,° Durante o período a que alude o caput deste ar­

tigo, é vedada a dispensa do emprega-do marido ou 'com­panheiro de mulher grávida, empregada ou não, salvo secometer falta grave, devidamente apurada nos termos des­ta Consolidação."

Art. 2,° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Em conformidade com o preceituado no caput do art. 392, daConsolida.ção das Leis do Trabalho, é proibido o trabalho da mu­lher no periodo de quatro semanas antes do parto e de oito sema­nas depois do parto.

Trata-se de disposição da legisla.ção trabalhista que tem poranelo ;proteger a maternidade, pois, durante o referido período, orecém-nascido tem absoluta necessidade de cuidados que lhe de­vem ser didspensados por sua mãe.

Ocorre, no entanto, que durante esse período o salário percebi­do pelo pai da criança é de vital importância para sua sobrevivên­da, tanto para a aquisição de alimentos como de medicamentos deque necessita. E, no período de crise econômico-financeira que es­tamos a atravessar, não é raro que o trabalhador seja dispensadoem tal oportunidade, c,ausando gravissimos problemas familiares,particularmente à inocente criança que acaba de nascer.

Nesse contexto, afigura-se-nos de justiça que, durante o perío­do em que é proibido o trabalho da mulher grávida, seja igual­mente vedada a dispensa de seu marido ou companheiro, salvo secometer falta grave devidamente apurada.

Tal é a medida que preconizamos e que, para ser dotada demaior abrangência, alcança inclusive os trabalhadores cujas mu­lheres, gestantes, não estejam empregadas.

Por derradeiro, assinale-se que a Consolidação das Leis doTrabalho já contempla casos da denominada estabilidade provi­sória, como em seus arts. 472 e 543, § 3.°, motivo pelo qual a inicia­tiva não configura nenhuma inovação.

Pelas positivas repercussões de caráter social que ensejará,temos convicção de que a propositura merecerá o apoio dos ilus­tres membros desta Casa.

Sala das Sessões, - Ronaldo Ferreira Dias.

Page 7: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6709

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRA!BALHOAlprovada ,pelo Decreto-lei n.O 5.400, de 1.0 de maio

de 1943.

TíTULO IIIDas Normas Especiais de Tutela do Traba.lho

CAPíTULO InDa Proteção do Trahalho da Mulher

•••••••••••••••••••••• ~ ••••••••_ ••• ~ ••••••••_ ••' •••• o- •.••••••' 'o ••

SEÇÃO V

Da proteção à. MaternidadeArt.. 391. :Não constitui justo motivo· para reSClsao ilo con~

trato de trabalho da mulher o fa.to de haver contraído ma.trimôniGou de encontrar-se em estado de gravidez.

IParágrafo único. Não serão permitidos em regulamentos .de .qualquer natureza, contratos coletivos ou individuais de trabalho;restrições ao direito da mulher ao seu emprego; por motivo de ca­samento ou de gravidez,

Art. 392. É proibido o trabalho da mulher grávida no períodode 4 (quatro) semanas antes e 8 (oito) semanas depois do parto.

§ 1.0 !Para os fins previstos neste artigo, o inicio do afasta­mento da empregada de seu trabalho será determinado por ates­tado médi'Co nos termos do art. 375, o qual deverá ser visado pelaempresa.

§ 2.° !Em casos excepcionais, os períodos de repouso antes edepois do parto poderão ser aumentados de mais 2 (duas) sema­nas cada um, mediante atestado médico, na forma do § 1.0

§ 3.° Em caso de parto antecipado, a mulher terá sempre di­reito às 12 (doze) semana:s previstas neste artigo.

§ 4.° Em casos excepcionais, mediante atestado médico, naforma do § 1.0 é permitido à mulher grávida mudar de função.

PROJETO DE LEI N.o 6.522, DE 1982

(Do Sr. Francisco Libardoni)

Disciplina o financiamento de caminhões usados enovos, movidos a álcool e a óleo dies1el, em 24 e 48 meses,respectivamente, e determina outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trans­portes e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O financiamento de caminhões a óleo diesel e a álcool.s-erá efetuado em até vinte e quatro meses, para veículos Usados, eem até quarenta e oito meses para veiculos novos.

Art. 2.° O disposto no artigo anterior vigorará durante cincoanos, a contar da data de .publicação desta Lei.

Art. 3.° A pres,ente Lei entrará em vigor no dia em que pu­blicada.

Justific:a.l)ã.oDesd·e sua implantação, há cerca de vinte anos, a indústria

automobilística nacional vem apl'esentando elevado indice de cres­cimento aliado ao de desenvolvimento tecnológico.

Contudo, as constantes elevações do preço do petróleo e con­seqüentemente o da gasolina têm-se constituído em verdadeirofantasma a ameaçar esse setor, de tanta importância para a vidaeconômico-social do Brasil, não só por sua participação no cres­cimento industrial do País, como principalmente pelo volume deempregos que oferece.

De outra parte, ninguém ignora que a maior parte dos trans­.portes de carga se faz entre nós por via rodoviária. Assim, a ele­vação do preço dos combustíveis aliada à dos próprios veiculos vemcausando sérios transtornos àqueles que são ligados a essa área,com ref1exos negativos no custo de vida.

É duplo, portanto, o objetivo do presente proj eto de lei, ouseja, estimular a produção, através do aumento da venda de ca­minhões a óleo diesel, mediante maiores facilidades para sua aqui­sição e beneficiar seus proprietários, que terão maiores prazos pararesgatá-los e juros mais moderados que r,eduzirão, sem dúvida, opreço final desses veículos.

Em 1979 oferec,emos à douta apreciação de nossos eminentespares iniciativa que tramitou como Projeto n.o 1.557, o qual re­cebeu parecer unânime da Comissão de Constituição e Justiça pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislati"la, e aprova­ção da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, nos termos

do Substitutivo que apres.entou. O texto deste, com ligeiros reto­ques, constitui o projeto em justificação, eis que, em Plenário oanterior foi derrotado, por falta de sensibilidad,e faoe ao preo­cupante probIema, que a proposição intentava solucionar.

O transporte rodoviário de carga, em 1979, já respondía por72,7% do consumo nacional de diesel, segundo estatisticas oficiais.

Como a Caixa Econômica Federal foi reoentemente autorizadaa financiar automóveis de aluguel, quando movidos a álcool, en­tendemos oportuno propor o.~ previstos financiamentos também acaminhões que rodam usando esse combustível.

Face, portanto, à oportunidade e conveniência desta proposi­ção, contamos v,enha a ser aperfeiçoada e aprovada na Câmara eno Senado. para estar em condições de ser elevada em lei.

Sala das sessões, - .FraneisCo Libàrdoni.

-,PROJETO DE LEI N.o 6.523, DE 1982

(Do· Sr. Francisco. Libardoni)Autoriza a ·Caixa Econômica Federal a .criar a Car­

teira para Finaneiamento de Veículos de Aluguel, deter-mina outras providências. .

(Anexe-se ao Projeto de. Lei ri.o 5.911, de 1982, nostermos do artigo'71 do Regimento Interno.)

O Congl'esso Nacional decreta:

Art. 1.0 l!: autorizada a Caixa Econômica F1ederal a instituir aCarteira para Financiamento de Veiculas de Aluguel.

Parágrafo único. A Carteira prevista neste artigo destina-sea financiar a aquisição de v,eículos automotores de aluguel (táxis)a motoristas profissionais autônomos.

Art. 2.° Os financiamentos promovidos pela Carteira paraFinanciamento de Veiculos de Aluguel terão o prazo minimo detrinta e seis meses, com taxa d,e juros de dois por cento ao mês,excluída a cláusula de correção monetária.

Art. 3.° Para habilitar-se ao financiamento de que trata estaLei, o motorista profissional deverá comprovar os seguintes requi-sitos: .

a) ser motorista profissional há, pelo menos, dois anos, e estarno pleno exercício da profissão;

b) não ser proprietário de veículo automotor; e

c) não estar em débito com as obrigações previdenciárias.

Art. 4.° Os veículos adquiridos através de financiamento con­cedido pela Carteira para Financiamento de Veículos de Aluguelterão, obrigatoriamente, cláusula de alienação fiduciária em favorda Caixa Econômica Federal, até sua quitação final.

Art. 5.° >O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazode sessenta dias.

JustificaçãoA situacão dos motoristas profissionais, na hora atual é de

verdadeira penúria, eis que a féria o~tida diariam~nt.e mal dápara cobrir as despesas com gasolina e oleos combustlvelS, ou comestas e álcool.

Em verdade, é preciso que reconheçamos que os constantes ereiterados aumentos nos preços dos derivados do petróleo, sem oimediato e equivalente aumento no valor das tarifas cobradas pelostáxis, vêm desestimulando os motoristas, motivo pelo qual grandenúmero destes estão abandonando a profissão, pref.erindo dedi­car-se a outras atividades mais rentáveis, o que ameaça colocarem colapso o serviço de táxis nas principais cidades brasileiras.

Por outro lado, a situação dos motoristas profissionais em­pregados é ainda maís séria, eis que estes, com o que estão agamhar presenteomente, mal (lonsegu·em sobreviver, ·elltando literal­mente impossibilitados de adquirir um veículo, com o qual possamvir a exercer a profissão em caráter autônomo.

O Poder Executivo vem de reconhecer, em parte, os inconve­nientes de tal situação, :pois autorizou a Caixa a financiar veículosautomotores, destinados a funcionar como táxis, quando são mo­vidos a álcool.

Desde 1979 encontramo-nos empenhados nesta luta, em favordos motoristas autônomos, mas sem haver encontrado respaldo,por parte dos parlamentares situacionistas.

Com o sinal verde que apontamos, e a modalidade de lei au­torizativa, da qual ora lançamos mãos, entremos a esperar que opres,ente projeto venha a receber a acolhida a que faz jus, da Câ­mara e do Senado, a fim de alcançar, ainda neste ano, a sançãopresidencial.

Sala das Sessões, - Francisco Libardoni.

Page 8: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6710 Sexta-felra 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1982

PROJETO DE LEI N.o 6.524, DE 1982

(Do Sr. Francisco Libardoni)Determina a elaboração e publicação de uma gramáti­

ca-padrão da língua portuguesa a cargo do MEC, e dá ou­tras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Educaçãoe Cultura.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O Ministério da Educação e Cultura elaborará e pu­blicará, dentro do prazo máximo de 3 (três) anos a contar dapublicação desta lei, mediante a con.v?cação d~ técnic()s incontras­tadamente qualificados, uma gramatlCa-padrao da lmgua portu­guesa falada no Brasil.

Art. 2.0 A partir da publicação da gramática-padrão a que· serefere o artigo anterior, todos os livros de orientação gramatical,destinados à utilização em cursos escolares, terão que basear-senela, sob pena de apreensão.

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Recente entrevista da profesora Amine Boainain Hauy, publi­cada no jornal Folha de S. Paulo, põe inteiramente a descoberto oproblema da confusão do ensino da língua portuguesa nos cursosescolares do País decorrente tal confusão principalmente das con­tradições gritant~s contempladas nas gramáticas disponiveis.

Tal constatação da prof." Amine Boainain Hauy, que vem deobter os títulos de mestre e doutor pela Universidade de São Pauloe é autora da tese "Da Necessidade de Uma Gramática-Padrão daLingua Portuguesa", fez com que ela mesma in.iciasse verdadei~a

pregação pela necessidade de um ensino ,Pa?romzado nessa l?~té­

ria e, pois, pela indispensabilidade de cl"laçao de uma gramatlCa­padrão.

O aluno - disse a prof." Amine - vai ter que escolher qualgramática seguir. Porque uma é diferente da outra ,e todas con­têm erros muitas vezes crassos. <Portanto, mesmo escolhendo umagramática ele vai ·aprender errado, se aprender, porque 3;s con­tradições :existentes nesse :ipo de livro tornam a aprendlzagemextremamente difíciL

Depois de examinar ou investigar todas as. gramática~ vigen­tes da Lingua portuguesa - conforme e entreVIsta - Amme per­cebeu, por exemplo, que temos ma~s. de c~n~o conceitos diferentesda palavra "aposto", com cinco analIses dIstl.ntas. E ~o~os os con­cursos exigem que ° ·candidato dê seus conceItos e analIses sob!e aquestão. Mas qual será a gramática adotada pela banca exa~lI~a­

dora? As atuais gramáticas - enfatiza - .~ao p~s~am de c~p:as- das mais antigas, mal feitas e sem <> esprrlto cntlco necessano.

A pesquisadora Amine tem inúmeros outro~ exemplos a c~tar.

E sua colocacão - prossegue a "Folha" - contmua sendo apOladapor inúmeros estudiosos do assunto.

"Na verdade. nossas gramáticas normativas atesta!? tal dive:­sidade de conceituação dos fatos gramaticais e consequente ~ultl­

plicidade de análises que, estudadas em confronto, ~evam nao aoconhecimento profundo e objetivo da; est::utura .e !u!1clOnamer:t~ dalíngua. Ao contrário, levam ao partIdarIsmo fanatIco ~ permclOso,por esse ou aquele autor; a um posi'Cionament,o .multlfacetado deopiniões que só têm colaborado para seu descredlto ....E?s COl;­cursados quando reprovados, fazem o escândalo da Naçao, saoapontados como analfabetos, especialmente se s·ão iprofessor·es."

O nosso projeto determinando a elaboração de uma gramáti­ca-padrão a cargo do MEC, segue a esteira do pensament~ ~a pes­quisadora referida e visa a ser um instrumento de beneflclO parao ensino da língua no pais.

Sala das Sessões, - Francisco Libardoni.

PROJETO DE LEI N.o 6.534, DE 1982(Do Sr. Freitas Nobre)

Modifica dispositivo -do Código de Processo Civil (Lein.o 5.869, de 11 de janeiro d'e 1973).

(A Comissão de constit,uição e Justiça.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 465, da Lei n.O 5.869, de 11 de janeiro de 197i3aódigo de <Processo 'Civil, o dr. Galdino Siqueira Neto, autor de

·"Art. 465. Os embargos poderão ser opostos dentroem 5 (cinco) dias, 'Contados da publicação da sentença;conclusos os autos, o juiz, em igual prazo, os decidirá.

'Parágrafo único. Os embargos de declaração não es-tão sujeitos a preparo e suspendem o prazo para interpo­sição de outro recurso por qualquer das partes."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoA matéria versada neste projeto é polêmica, mas vale destacar

a preocupação maior dos profissionais do Direito e sua praticidade.No próprio Instituto dos Advogados Brasileiros, onde se realiza­

ram estudos aprofundados sobre a Reformulação de Textos doCódigo de Processo Civil, o Dr. Galdino,.Sillueira Neto, autor d~indicacão para o seu reexame, queria-a alterada na fo:ç:na aqmpreconizada, com uniformização dos prazos para interposição dosembargos de declaração, quer no primeiro como no segundo grau,mas 'considerado, [lara tanto, o prazo maior de 5 (cinco) dias, queabsorveria o menor, de quarenta e oito horas.

O dr. Heriberto Miranda Jordão Filho, encarregado pelo mesmoIAB de aprecíar a indica~ão do dr. Galdino Siqueira Neto, concor­da com a uniformização do prazo, mas entende que se deva tomarcomo parâmetro o prazo menor, de quarenta e oito horas, já que osembargos de declaração, segundo seu ponto de vista, via de regradestinam-se apenas a procrastinar o andamento do feito.

No presente projeto estamos adotando a idéia original do dI'.Siqueira Neto, que vai sustentada pelos seus próprios argumentos,a saber:

" ... questão que para nós acarreta perplexidade é a duali­dade ainda presente de prazos processuais e dados numé­ricos divergentes para a oposição dos "Embargos de De-claração". .

Em conformidade com o art. 465, "caput", o prazo será de 48(quarenta e oito) horas quando se tratar de embargos à decisãoproferida pelo órgão de primeiro grau. E, de a'Cordo com o art. &36,"caput", tal prazo será de 5 (cinco) dias quando se tratar de em­bargos opostos a acórdão.

'Por certo argumentar-se-á e acertadamente, que o motivo quelevou o legislador à adoção daq1lela qualidade de prazos proces­suais deveu-se ao fa,to de que, quando da entrada em vigor doOódigo de 1973, ao caput do art. 508 acr,escentou-se o parágrafoúnico do teor seguinte:

"No procedimento sumaríssimo, o prazo para interporrecurso, ou para responder a ele, será sempre de 5 (cinco)dias correndo em cartório."

E. nessa conformidade, de todo impossível que se estabelecesseno art. 465 o prazo maior de 5 (cinco) dias para embargar-se dedeclaração decisão prolatada pelo órgão de primeiro grau, como setratava do mesmo prazo para a oposiçãJo. de embargos a acórdão,porque, nesse caso, o prazo de embargos seria igual ao de apelaçãonos procedimentos que obedecesi:lem o rito sumaríssimo, o que seconstituiria em verdadeiro absurdo. Em razão do que, não haveriaoutro remédio que suscitar, senão o de prever-se prazo menor paraa oposição de embargos de declaração quando se tratava de deci­são proferida pelo órgão de primeiro grau, optando-se, dessarte,pelo de 48 (quarenta e oito) horas.

Todavia, com o advento da Lei n.O 6.314, de 16 de dezembro· de1975, foi suprimido o parágrafo único a que nos referimos, e, alémdisso, tendo sido eliminada a parte final do "caput" que dispunha"correndo em cartório".

,E por esse motivo passou a prevalecer, única e exclusivamente,a regra do art. 508, caput, 11'10 sentido de que o prazo para interpore para responder ao recurso será sempre de 15 (quinze) dias, mes­mo para os procedimentos com rito sumarissimo.

Pelo que e com a sanação daquela problemática, e inclusiveporque as reÍlTas dos arts. 464 e 5315, do Código, são idêJ:2.ticos, nosentido de consignar que cabem os embargos de declaraçao, quan­do houver na sentença, ou no acórdão obscur;i<:!ade, dúvida ou con­tradição (l); e, ainda mais, quando f.or omitIdo P?nto s?bre q.uedevia pronunciar-se a sentença ou o tnbunal (lI), nao maIS SUbSIS­te motivo para fazer-se presente a dualidade de. prazos.apon.t;:.da.E, como conseqüência disso, devem-se uniformIzar ~ }dentiflcaros arts. 4615 e 536 no sentido de que o prazo para oposlçao dos em­bargos de declaráção seja de 5 (cin-co) dias, previsto neste últimoartigo, partindo-se do princípio de absorção do prazo menor pelomaior.

Sala das Sessões, 11 de agosto de 19~2. - Freitas Nobre.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.869, DE 11 DE .JANEliRO DE 1973(Com as alterações introduzidas pela Lei n,O 5. !f25, de 1.0 de

outubro de 1973.)Institui o ,Código ,de ,Processo Civil.

LIVRO IDo Processo de Conhecimento

•••••• 0 ••••••••••• 0 • 0 •• 0 < •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Page 9: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DlÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sexta-feira 20 6711

TíTULO VIIIDo Procedimento Ordinário

CAPíTUlJO VIIIDa Sentença e da Coisa Julgada

SEÇÃO I

Dos Requisitos e ,dos Efeitos da Sentença

Art. 464. Cabem embargos de declaração quando:

I - há na sentença obscuridade. dúvida ou contradição;II - for omitido ponto sobre que devia pronunciar-se a sen­

tença.Art. 465. Os embargos poderão ser interpostos. dentro em

48 (quarenta e oito) horas, contadas da publicação da sentença;conclusos os autos, o juiz, em igual prazo, os decidirá.

Parágrafo único. Os embargos de declaração não estão sujei­tos a preparo e suspendem o prazo para a interposição de outrorecurso por qualquer das partes.

PROJETO DE LEI N.O 6.535, DE 1982(Do Sr. Freitas Nobre)

Introduz modificação no Código de Processo Civil (Lein." 5.869, de 11 de janeiro de 1973).

(A Comissão de Constituição e Justiça.)O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 185 da Lei n.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973,(Código de Processo OivilJ, acrescido de parágrafo único passa avigorar com a seguinte redação: '

"Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinaçãopelo Juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática deato processual a cargo da parte; mais que serão sucessivosao autor e ao véu, sempre que o exercício do ato respectivoàs partes, se houver comum.

Parágrafo único. Oferecidas simultaneamente a con­testação e a reconvenção,o prazo para que o autor recon­vindo se manifeste sobre a resposta do réu reconvinte seráa~tomaticamenteprorrogado de 5 (cinco) para 15 (quinze)·dlas a que se refere o art. 316."

Art. 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçã'Ü.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

_O projeto de lei que ora tenho a honra de oferecer à conside­raçao da Casa !e~ulta de debates promovidos pelo Instituto dos~dvogados Brasileiros, sob o enfoque da necessidade de Reformula­çao de Textos do Código de Processo Civil.

O ~tual art. 185, do OPC, seria reprodução e herança do art. 31do antigo estatuto processual, o Código de 1939.

No entant<l, observa o dr. Galdino Siqueira Neto, o dispositivoai consignado, como é usual e corriqueiro ouvir-se, por muitas dasvezes constrange sobremaneira os patronos das partes litigantes,posto que sendo o quinquídio dele íntegrante, não raro, comum àsmesmas partes, os autos não poderão ser por eles ·retirados de car­tório para, em seus escritórios, examinar minuciosa e criteriosa­mente, os termos e argüições constantes de vários atos processuais;e, pois, deles se desincumbir condizentemente e à altura.

Por conseguinte - continua - e com vistas à hipótese aven­tada e para que se fechem em definitiVO as portas a tamanhodesc~labro, entendemos que deverá o quinquídio apontado apre­sentar-se sob a forma sucessiva, a exemplo do que ocorre com aregra inserta na primeira parte do art. 493 do Códí:go (Titulo IX- 'Capítulo IV - Da Ação Rescisória), segundo a qual - "Gon­cluida a instrução, será aberta vista, sucessivamente, ao autor e aoréu, pelo prazo de 10' (dez) dias, para razões finais ... ".

Ainda mais e como ponto que se afigura sumamente importan­te, "é que o art. 29,1} (1.... parte) do Oódigo estatui que: "A contesta­ção e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peçasautônomas ... " e, de seu turno, o art. 316 dispõe taxativamenteque: "Oferecida a re-convenção, o autor reconvindo será intimado,na pessoa do seu procurador, para contestá-la no pra2;o de 15(quinze) dias". Mas, na eonformidade da regra :prescrita pelo art.185, o mesmo autor reconvindo terá tão-somente o praw de 5 (cin­co) dias para se manifestar sobre a resposta do véu reconvinte edocumentos porventura a ela juntos.

Assim sendo, e para extirpar-se COm essa disparatada dualida­de de prazos processuais, consideramos de bom alvitre que o quin­quidio a que se refere o art. 185, com vistas àJquele fim, seja dilata-

do para 15 (quinze) di::s, sempre que oferecida a reconvenção, afim de manter-se em consonância e em conformidade com o mes­míssimo prazo de respostas prescrito pelo art. 316.

Sala das Sessões, 112 de agosto de 1982. - Freitas Nobre.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.O 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

CCom as alterações introduzidas pela Lei n.o 5.825, de 1.0 deoutubro de 1973,)

Institui o CÓodigo Ide Processo Civil.

LIVRO IDo Pl'ocesso de Conhecimento

TíTULO VDos Atos Processuais

CAPÍTULO IIIDos PrazosSEÇ1í!Ü I

Das Disposições Gerais

Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz,será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual acargo da parte,

PROJETO DE LEI N.O 6.536, Dg 1982

(Do Sr. Freitas Nobre)Modifica dispositivo ,do Código de Processo Civil (Lei

n.o S.869, de 111 de janeiro de 1973) .(A Comissão de Constituição e Justiça.)

O Congresso Nacional decreta;

Art. 1.0 O art. 297 da Lei n.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973(Código de Processo Civil), passa á vIgorar com a seguinte redação:

·"Art.2.97. O réu poderá oferécer, no prazo de 15. (quin­ze) dias, em petição escrita dirigida ao juiz da causa, contes­tação, ex-ceção e reconvenção, tanto para os procedimentosespeciais de jurisdição contenciosa, como para os especiaisde jurisdição voluntária, obedecidos os procedimentos espe­cíficos para cada um deles, no que a tanto lhes couber, exce-tuando-se: '

1- os· procedimentos cautelares específicos, cujo prazoe trâmites de resposta serão os constantes do art. 802;

II - os procedimentos sumaríssimos cujo prc-cesso re­gular-se-á na forma do art. 278."

Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A presente propositura tem suas raízes nos debates realizadosno Instituto dos Advogados Brasileiros com importante análise dodr. Galdino Siqueira Neto, recomendada à aprovação pelo dr. Heri­berto Miranda Jordão Filho, ambos do rAB.

Do dr. Galdino Siqueira Neto é, aliás, também, a justificação quea seguir reproduzimos sobre a matéria consubstanciada no projeto:

" . .. questão que para Iiós encerra relevância, e, comotal, reclamando providências ul'gentes a respeito, é que nãoobstante ,estatuir o art. 297, do Código de Processo Civil, oprincípio de que o prazo para o réu oferecer contestação éde Ui (quinze) dias, todavia, no que concerne tanto aos "pro­cedimentos especiais de jurisdição contenciosa" (Livro IV- Titulo I e respectivos capítulos), como nos "'procedimen­tos especiais de jurisdição voluntária" (Livro IV - TítuloII e respectivos capítulos), há manifesta, patente e gri­tante dessemelhança de prazos processuais com vistas aooferecimento de resposta, bastando, para tanto, de umsimples compulsar do Código."

Mas não encontramos motivo legitimo, ou sequer plausível,para que o aódigo ·adote um sem número de prazos processuaispara a prática do ato contestatório.

Isso é, sem sombra de dúvida, uma maneira indisfarçável deburocratizar a mecânica processual, quando, ao contrário, deveriase lançar mão do critério da uniformização ou o de simplificaçãode prazos, desburocratizando-se tanto quanto possível o processo.

Page 10: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6712 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção i) Agosto de 1982

o processo, nos dias de hoje, não comporta mais este ou aqueleprazo para a prática do mesmo ato, inclusive porque à continua­ção de adoção de tal sistemática, o fato acarreta prejuizos irrepa­ráveis às partes postas em litígio, como conseqüência de seus res­pectivos patronos confundirem, não raro, corriqueira e sistematica­mente, prazos processuais para o oferecimento de respostas, levan­do-a a juizo muitas das vezes, seródia e intempestivamente V.g..apresentando contestação no prazo geral adotado pelo Código de15 (quinze) dias, em diversos daqueles procedimentos especiais dejurisdição contenciosa, os quais, para tanto, prescrevem prazo me­nor, como acontece com a "ação de consignação em pagamento"em que pelo art. 896 o prazo para o oferecimento de resposta é de10 (dez) dias, contados da data designada para o recebimento daoferta - na ação de prestação de contas, temos o prazo de 5 (cin­co) dias para que o réu conteste o procedimento quando lhe forexigida por outrem a prestação de contas (art. 916) - nos embar­gos de terceiro, temos o prazo de 10 (dez) dias para serem os mes­mos contestados (art. l.{)53), findo o que se pro-cederá de acordocom o disposto no art. 803 - ou seja, não sendo contestado o pedi­do, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fa­tos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319), caso em que o juizdecidirá dentro de 5 (cinco) dias, e assim por diante. Nos "proce­dimentos especiais de jurisdição voluntária", temos o prazo de Hl('dez) dias para responder, na conformidade do prescrito peloart. 1.106, do Código.

Por sinal, quando do oferecimento de trabalho do dr. GaldinoSiqueira Neto intitulado - "iDa Natureza da Ação de COnsignaçãoem Pagamento" - à Comissão de admissão ao Quadro de Mem­bros Efetivos do rAB, em 1973, sustentava o ilustre jurista:

" ... as demais ações constituiriam sempre em uma ex­cecão, que se encontram expressa e verdadeiramente defi­nidas pela lei, mas que assim mesmo constituem-se emexceções tão-só sob o asp-ecto muito especial, tendo emvista que, entre a ação ordinária e a especial observa-sesempre que há um ponto comum de procedimento de certafase em diante do processo, que é o ordinário para uma epara a outra."

Aliás, e como ressaltado naquele trabalho, insignes juristas pá­trios tiveram o ensejo de manifestar-se no sentido de que '''todo oprocesso tem forma ordinária, embora para certas ações haja ritoespecial somente para a prática de atos iniciais" - cf. de Plácido eSilva - 'Coms. ao Código de Processo Civil - 1.° vaI. 'P. 273 - ou,como bem argüiu o insigne processualista, professor Moacyr Ama­ral Santos - "A especialidade do prO'cesso de consignação - salvoo caso do art. 318, está apenas na fase que antecede ao ato da con­testação. A relação de direito substanCial, com a prática dos atosdessa fase, que lhe são inerentes e próprios não depende mais doprocesso especial, o qual, com a contestação, se transforma emprocesso comum. O rito do processo de consignação - ainda res­salvada a hipótese do art. 318 - uma vez oferecida a contestação éo ordinário (cf. Código 'Cit., art. 317, ~ 2.°)". (cf. "Da Reconvençãono Direito Brasileiro", ed. l!t58, n.o 92, pgs. 253 e 254) .

Dai por que, desde quando da entrada em vigor do antigo ·esta­tuto processual civil de 1939, cujo procedimento ordinário previstoe regulado nos arts. 291 a 297, já preconizava o Ministro FranciscoCampos, constituir-se na "forma geral do processo", a "forma úni­ca", quando de sua "·Exposição de Motivos" àquele Código.

Entendemos não se configurar cabivel a diversidade de prazosprocessuais apontados para a prática do ato de contestação em vir­tude do que, quer para os "procedimentos especiais de jurisdiçãocontenciosa". 'Como para os "procedimentos especiais de jurisdiçãovoluntária", o prazo para o exercício do direito de resposta deveráser sempre o de 15 (quinze) dias a que alude o principio genéricoinserto no art. 297 do Código; excepcionando-se, aqui, o prazopara se contestar o procedimento cautelar que deverá permaneceríntegro. ou seja, o de 5 (cinco) dias, previsto no art. 802 do Código,contando-se o prazo da juntaqa aos autos do processo do mandato:I - de citação devidamente ~umprido; II - de execução qa me­dida cautelar, quando 'Concedida liminarmente ou após justi!icaçãoprévia, tanto mais que, como acertadrumente argüiu o ;professorGaleno Lacerda:

"Não cabe reconvenção em ação cautelar, pelo simplesmotivo de que a reconvenção -é ação principal contráriaa outra principal (art. 315), e a responsabilidade previstano art. 811 dispensa pedido reconvencional, ... " (cf."'Coms. ao GÓd. de Proc. Civil" - Forense, voi. VIII, TomoI, p. 325 - destaques do original).

E, igualmente, excepcionando-se o "procedimento sumaríssi­mo", tendo em vista o rito de que se reveste, uma vez que nele ooferecimento da resposta, quer escrita, quer oral, bem 'Como a pro­dução de prova hão que se fazer presentes em audiência, na con­formidade do prescrito pelo art. 278 e §§; e, outrossim, por não ca­ber reconvenção nesse tipo de procedimento (art. 315. § 2,°, doCódigo) .

Sala das Sessões, 12 de agosto de 1982. - Freitas Nobre.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.869, DE l:1 DE J'AN1ElIRO DE 1973

(Com as alterações introduzidas pela Lei n.O 5.H25, de1.0 de outubro de 1973).

Institui o Código de Processo Civil.

LIV'RO I

Do Processo de Conhecimento

TÍTULO VIII

Do Procedimento Ordinário

CAPí'.IíULO II

Da Resposta do Réu

SECÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias,em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceçãoe reconvenção.

Art. 298. Quando forem citados para ação vários réu, o prazopara responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 19-1.

Parágrafo único. Se o autor desistir da ação quanto a algumréu ainda não citado, o prazo para a resposta correrá da intima­ção do despacho que deferir a desistência.

Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas si­multanea-mente, em peças a·utônomas; a exceção será processadaem apenso aos autos principais.

PROJETO DE LEI N.o 6.537, DE 1982(,Do Sr. Freitas Nobre)

Acrescenta dispositivo 1210 Qeel'c1;o n.O 2.591, de 7 deagosto de 1912, que regula a emissão c circulação de che­ques.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Economia,Indústria e Comércio.)

O Congresso N:;tcional decreta:

Art. 1.0 É acrescentado aO Decreto n.o 2. 5!H, de 7 de agostode 1!H2 (Lei do Cheque), onde couber, o seguinte artigo:

"Art. O Banco será obrigado a pagar todo chequede até um mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00) que lhe for apre­sentado, independentemente de verificação de saldo narespectiva conta."

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A medida aqui preconizada já havia sido oferecida à conside­ração da Câmara, através de emenda ao Projeto de Lei n.o 882-'0,de 1972, de minha própria autoria, que introduz algumas modifi­cações na vigente legislação que regula a emissão e circulação decheques, o Decreto n.o 2 :591, de 7 de agosto de 19'12. Entretanto,por um equívoco, dita emenda não foi devidamente votada.

Tal é o motivo por que volto a apresentá-la, agora em formade projeto autônomo.

Justifica-a a irresponsabilidade dos estabelecimentos bancá­rios nessa questão de emissão de talonários, que é muito grandee que somente poderá ser coibida mediante a adoção da medidaaqui preconizada.

Aliás, o clheque sem fundos beneficia extraordinariamente opróprio estabelecimento bancário, enquanto o Banco Central, noserviço de compensação, lucra milhões de cruzeiros por chequesdevolvidos.

l1; necessário responsabilizar o sistema bancário pela facilida­de com que permite fornecimento de talonários a pessoas com­provadamente 'Contumazes na emissão de cheque sem fundos.

Sala das Sessões, 12 de agosto de 1982. - Freitas Nobre.

Page 11: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de t 982 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta·feira 20 6713

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

DECRETO N.o 2.&91, DE 7 DE AGOSTO DE 1912

Regula a emissão de circulação de cheques.O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil:Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sanciono

a seguinte r,esolução:Art. 1.° A pessoa que tiver fundos disponíveis em bancos ou

em pod,er de comerciantes, sobre eles, na totalidade ou em parte,pode ,emitir 'che'que ou ordem de pagamento à vista, em favor dopróprio ou de terceiro.

§ 1.0 Consideram-se fundos disponíveis:a) as importâncias constantes de conta-corrente bancária;b) o saldo exigível de conta-corrente contratual;c) a soma proveniente de abertura de crédito.§ 2.° Fica, todavia, dependente de anuência do devedor a

emissão da ordem nos casos das letras b e c.Art. 2.° O chec;jue deve conter:a) A denominação - cheque ou outra equivalente, se for escri­

to em lingua estrangeira;b) Indicação, em cifra e por extenso, da soma a pagar;c) Data, compr,eendendo o lugar, dia, mês e ano da emissão,

sendo o dia ,e mês por extenso;d) Assinatura do emitente;e) Nome da firma social ou pessoa que deve pagar;f) Indicação do lugar onde o pagamento deve ser feito.Na falta de indicação do lugaIr da emissão, presume-se que

a ordem foi passada no lugar onde tem de ser paga.Art. 3.° O cheque pode ser ao portador, nominativo e com

ou sem cláusula à ordem. O cheque ao portador transfere-se porsimples tradição e é pagável a quem o apresentar. O nominativo,com a cláusula à ordem é transmissível por via d,e endosso, quepode ser ,em branco, contendo somente a assinatura do endossante.

Se o cheque não indicar o nome da pessoa a quem deve serpago, considerar-se-á ao portador.

Art 4 ° O cheque d,eve ser apresentado dentro d·e cinco dias,quando' p~ssado na praça onde tem de ser pago, e de oito diasquando em outra praça.

Não se conta no prazo o dia da data.

Art. 5.° O portador que não apresentar o cheque nos prazosindicados no artigo antecedente, ou deixar de o protestar por faltade pagamento, p-erderá a ação regressiva contra os endossantes eavalistas.

Perderá também contra o emitente, se este tiver, ao tempo,suficiente provisão de fúndos -e esta deixar de existir, sem fatoqu-e lhe seja imputável.

Art. 3.° Aquele que emitir cheque sem data ou com datafalsa, ou que, por contra-ordem e sem motivo legal, procurarfrustrar o s·eu pagamento ficará sujoeito à multa de 10 por centosobre o respectivo montante.

Art. 7.° A~uele que emitir cheques sem ter suficiente provisãode fundos em poder do sacado ficará sujeito ,à multa de 10 porcento sdbr-e o respectivo montante, além ·de outras penas .em quepossa incorrer (Código penal, ar't. 33B).

Art. B.o O beneficiário adquire direito a ser pago pela provisãode fundos existentes em poder do sacado desde a data do cheque.

O pagamento dos cheques far-s'e-á à medida que for,em apre­E'entado,s.

Apresentando-se, a{) mesmo tempo, dois ou mais cheques emsoma superior aos fundos disponíveis, serão preferidos os maisantigos. Se tiv,erem a mesma data, serão preferidos os de númeroinferior.

Art. 9.° Havendo diferença entre a quantia em alga-rismo e aenunciada por extenso, será paga ,esta.

Art. 10. O cheque é pagáv,el à vista, ainda que o não declare.O sacado, porém, poderá pedir explicações ou garantia para pagaro cheque mutilado ou partido, ou que contiver borrões, emendasou data suspeita.

Art. 11. Se o portadGr consentir que o saca'do marque ocheque para certo dia, ·exonera todos os outros responsáveis.

Art. 12. O chequ-e cruzado, isto é, atravessado ;por dois traçosparalelos, só poderá ser pago a um banco; e se o cruzamento conti­ver o nome de um banco, só a este poderá ser feiro o pagamento.

Art. 13. Os bancos e os comerciantes poderão compensar seuscheques pela forma que julgarem conveniente, respeitadas asdispoSições desta lei.

As câmaras de compensação ("clearing-house"), porém, nãopoderão funcionar s,em autorização do Governo Federal.

Art. 14. O cheque é isento de selo, mas as cadernetas queos bancos e comerciantes emitirem para o movimento de contas­correntes pagarão o selo estabelecido na lei respectiva e pela formanela indicada.

Art. 15. São aplicáveis ao cheque as disposições do Decreton.o 2.044, de 31 de dezembro de 190B, em tudo que lhe for ade~uado,

inclUSive a ação executiva.Art. 16. As cadernetas doe que trata o art. 14 conterão im­

pressos os arts. 6.°, 7.°, 11 e 12.Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.

PROJETO DE LEI N.o 6.538, DE 1982(Do Sr. Jader Barbalho)

Concede às exportações e importações feitas pelaAmazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina. outrasprovidências.

(As Comissões de Constituiçâoe Justiça, de 'Economia,Indústria e Comércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional dem-eta:Art. 1.0 A exportação de mercadorias de origem nacional para

consumo ou industrialização na Amazônia e no Nordeste está,para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor,isenta do Imposto sobre Produtos Industriali:õados.

Parág,rafo único. Os benefícios advindos do disposto nesteartigo visarão somente aos produtos d,estinados à agricultura,pecuária, pesca, inclusive veículos utilitários, máquinas, motoresagrícolas e maritimos; maquinaria agropecuária, fertili:õantes,medicamentos agronômicos e vete:inários, além de materiais parapesca em geral, inclusive barcos, bem assim, a bens e equipamen­tos destinados a p,esquisa científica.

Art. 2.° É proibida a revenda, para fora das regiões previstasnesta Lei, de pl'oduto favorecido pelas isenções, pelo prazo decinco anos.

Art. 3.° Ê v-edada a importação de produtos similares aosfabricados na Amazônia e '110 Nordeste.

Art. 4.° Estão isentas do Imposto sobre Produtos Indust-riali­zados tadas as mercadorias produzidas na Amazônia e no Nordeste,referidas no parágrafo único do art. 1.0 desta Lei, que i;ie destinama seu consumo interno, quer a comercíalização em qualquer pontodo território nacional.

Art. 5.° As isenções previstas nesta Lei vigorarão pelo prazode vinte anos, podendo ser prorrogadas.

Art. 6.° O Poder Executivo regulamentará a presente Lei den­tro do prazo de noventa dias a contar da data de sua publicação.

Art. 7.° A presente Lei entrará em vigor à data de sua publi­cação.

JustificaçãoBastante conhecida é hoje a interpr·etação do eminente so­

ciólogo francês Jacques Lambert sobre a. estrutura social dospaíses latino-americanos e, em especial, a do Brasil.

Em seu trabalho América Latína, onde analisa as estruturassociais e políticas dos países dessa área, r'efere-se ao México,Brasil, Venezuela e Colômbia como "quatro países retalhados pelodualismo social". Posterlonnente em outra obra, Os Dois Brasis,caracteriza nossa estrutura social dualista com riqueza de de­talhes.

Vejamos alguns tópicos desse excelente trabalho:

"Observa-se, assim, dentro do próprio Brasil, a mesmadifel'ença, grandemente acentuada, entre país novo, prós­pero e em constante transformação e sociedade velha,miserável e imóvel, que &e nota no plano internacional.iNo Brasil reproduzem-se os contrastes do mundo: neleseria fácil encontrar aspectos que lembram os de Los An­geles, ou Chicago e outros que, s·em serem tão trágicos,pois no Brasil há lugar para todos, fazem lembrar os daíndia ou do Egito."

"Entre o velho BraJSil e o novo existem séculos dedistância; no correr dos anos a diferença dos ritmosda evolução ocasionou a formação de duas sociedades,diferentes porque não são contemporâneas."

"Entre essas duas épocas da cultura brasileira, a dis­tância vem-se acentuando constantemente, já que umaevolui cada vez mais rapidamente, ao passo qu,e a outra

Page 12: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6714 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClONAl~(Seçào I)Agosto de 1982

PROJETO DE LEI N.O 6.539, DE 1982

(Do Sr. Jader Barbalho)

Estabelece normas sobre transferência de recursos parao exterior por exploração ou uso de marcas, patentes etecnologia, e determina outras providências.

(As Comissões de Constituição e J'-1stiça, de Ciência eTecnologia e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congr,esso Nacional decreta:

Art. 1.0 Toda empresa estrangeira que se instalar no País ficaobrigada a constituir quadro técnico próprio, sem direito a trans­ferir para o ,exterior recursos provenientes de pagamento por as­sistência técnica, >Científica, 'administrativa ou semelhante, pro­cessos de fabricação, proj-etos dé engenharia, exploração de paten­tes industriais, d,esenhos e modelos industriais, uso de marcas deindústria, de comércio e de serviços.

Art. 2.0 No prazo de três anos da publicação desta Lei, cessarátodo e qualquer pagamento feito por .empresas estrangeiras queoperam no território nacional, em obediência a contratos e acordosinternacionais, para as finalidades enumeradas no art. 1.°

Parágrafo único. 'No prazo estipulado neste artigo,cairão no domínio público as patentes industriais estran­geiras ainda 'pend,entes de pagamento de royalties.

Art. 3.0 O Poder Executivo promoverá, no prazo estabelecidono artigo anterior, a denunciação dos atos internacionais que in­fringirem às disposições desta Lei.

Art. 4.0 Casos excepcionais de assistência ou cooperação téc­nica estrang€ira, de real interesse para o desenvolvimento sócio­econômico do País, poderão ser atendidos mediante prévia e ex­pressa autorização do Ministro de Estado sob cuja jurisdição esti­ver o órgão ou entidade contratante.

Art. 5.0 O Poder Executivo regulamentará .esta Lei no prazode noventa dias.

vidade, deixam de fornecer matérias-primas necessárias àindústria do Centro-Sul.

Nessas condições, é legitimo que a pobreza do Nor­deste e a escassez do homem da Amazônia exercem umapl'essão estrutural na alta dos preços no Brasil e que só oequilíbrio de regiões e 'estruturas permitirá a eliminaçãodas forças inflacionárias no Pais.

Seria criminoso supor que se possa r,etardar a soluçãodos problemas amazônicos ,e nordestinos até que o Paisatinja nivel de propriedades em que delas possa cuidar.,Estamos convencidos do contrário, temos de combateragora esses desequilíbrios pois o destino nacional é indi­visív-el.

Em síntes,e: ou cresceremos juntos todos os brasileirosou nos retardal'emos indefinidamente para crescer. E comoa segunda alternativa não é admissivel, o Programa deIntegração Nacional terá de ser, como d,ecidimos que será,um instrumento a serviço do progr,esso de todo o Brasil."

Integrando desse modo as políticas para a Amazônia e oNordeste, anunciava o Presidente adaptaçÕoes essenciais na SUDAMe na SUDENE, com a finalidade de fazer esses dois órgãos aindamais atuantes a serviço da redução dos desniveis inter-regionaise da integração nacional.

Entretanto, passados já alguns anos do lançamento do Planode Integração Nacional - P:I:N (Decreto-lei n.O 1.106, de 16 dejunho de 1970), sentimos que muito pouco ou quase nada se fez,já que continua a se alargar o fosso que s·epara o norte e o nor­d,este da região Centro-Sul do Pais.

Para tanto, estabelecemos a concessão de isenções e incentivosfiscais e financ,eiros às importações feitas à Amazônia e ao Nor­deste, idênticos aos que são concedidos às exportações. O esva­ziamento de recursos oriundos de incentivos fiscais, dessas duasregiões, é, sem dúvida, evidente.

Segundo o economista Nilson Holanda, quando Presidente doBanco do Nordest,e, em 1968 os inc,entivos fiscais r,epresentavam6'0% dos recursos financeiros que alimentavam o Nordeste, en­quanto hoje significam apenas 6%.

Assim justificado o propósito desse proj eto, entrego-o à apre­ciação dos meus nobres pares, conscient-e de que dar-Ihe-ão, como costumeiro espirito público ·e ampla visão dos problemas nacio­nais, a acolhida que merece, dentro dos objetivos que nortearamsua formulação.

se mantém perfeitamente imóvel enquanto não for rom­pido o seu isolamento. Mas, entre as duas culturas dife­rentes, é possível a círculação, poís são brasileiros os que·as possuem; pode-se, pois, esperar que elas s·e reencon­trem um dia e que a sociedade brasileira recupere a uni­dade ameaçada em um período de transição."

"A menos que sobrevenha uma revolução profunda,que, para ser rápida, terá que ser singularmente brutal, a,evolução deverá demorar muito para atingir todo o Brasil;o sentido, porém, dessa evolução pareoeclaro. O grandeproblema para o Brasil é evitar que o desenvolvimentoeconômico do pais se proc,esse muito exclusivamente nar'egião já desenvolvida, fazendo com que, ao contrário, elese difunda por todo o país, a fim de uniformizar a suaestrutura sociaL"

Verifica-se, destarte, a ingente tarefa a realizar para a int-e­gração dos milhões de habitantes do Brasil pobre ao Brasil menossacrificado. Mesmo assim, nesse Brasil mais bem aquinhoado, naspopulaçÕoes urbanas do Centro-Sul e do Sudeste, a distância entreas classes é, a mais das vezes, tão grande que se formam ver­dadeiras ilhas de imensa pobreza incrustadas em núcleos de grandeprosperidade, o que levou outros estudiosos a falarem não de dois,mas de vários brasis.

Integrar uma Nação é fazer dela uma só unidade física. esocial, é segundo Gunnar Myrdal, a supl'essão de todas as bar­reiras sociais e econômicas que se opõem à igualdade das opor­tunidades individuais.

A integração nacional deve ser entendida, portanto, comofenômeno geopolítico, sócio-.econômico e histórico-cultural, tantoem &eus objetivos como em seus processos.

Envolve todas as esferas de ação nacional, SDb o comando dedecisões políticas, dado o papel fundamental que desempenha nodesenvolvimento da coletividade e no aumento do pod,er nacional.

O papel da integração se dimensiona, principalmente, emtermos de segurança, preservação da unidade, enriquecimento cul­tural ,e fortalecimento do poder econômico nacional.

Anunciando em Manaus o Programa de Integração Nacional,dizia o então Presidente Emilio Garrastazu Médici que "o pro­blema inicial da Amazônia é conhecê-la de v,erdade. E que, paraconhecê-la como é preciso: impõe-se torná-la mais próxima emais aberta para se poder prová-la. Assim, a política do Governona Amazônia está voitada prioritariamente para a realização deum gigantesco esforço de integração, no duplo obj.etivo da des­coberta e da huma-nização".

E, mais adiante, explicitando seu conceito de integração na­cional, estabelece a posição relativa das regiões brasileiras face àAmazônia:

"Não posso falar à Amazônia sem pensar no Brasilintegrado. Tenho bem presente o espetáculo de 30 milhõesde nordestinos, que vivem em torno de núcleos esparsos deprodução agricolae industrial, produzindo e consumindomenos de 15 por cento da renda interna. Sei que essapequena produção está nas mãos de um décimo da popu­lação daquela área.

Constato que por falta d,e uma infra-estrutura econô­mica e social adequada, esses brasileiros não se enca­minham para as áreas desocupadas do Pais, que estão à·espera de braços para constituirem novos pólos de pros­peridade ,e riqueza.

Conheço todo o drama de sua migração para o Centro­Sul, agravando as aglomerações marginalizadas das fa­velas.

E no entanto, a Amazônia, mais da metade do terri­tório Nacional, poderia absorver muito mais do que toda apopulação atual do Brasil. E sei que a participação daAmazônia e do Centro-Oeste na renda interna equivalea menos de cinco por cento, .enquanto apenas uma região,'Ü Centro-Sul, fornece quase a totalidade dos meios de quedispõe a União para atender às ne0essidades de investi­mento e de custeio da atuação governamental em todo oPais.

No confronto desses dados, compreende-s'e afinal que,para 'eliminar essas disparidades econômicas e injustiçassociais, teremos de desenvolver da Amazônia solitária aoNordeste, em consonância com o desenvolvimento de todoo Brasil.

O atraso e a pobreza da Amazônia e do Nordeste, alémde social e politicamente inaceitáveis, têm repercussõesnegativas que chegam a prejudicar fortemente a produçãoe a economia do Centro-Sul. Por não constituirem ummercado consumidor com efetivo poder de compra, essasduas regiões não participam substancialmente do mercadointerno brasileiro, não contribuem para a diluição doscustos da produção industrial e, por suas baixa produti-

Sala das Sessões, .- Jader Barbalho.

Page 13: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6715

Art. 6.° A presente Lei ·entrará em vigor à data de sua pu­blicação.

JustificaçãoNa história econômica dos povos verificamos que os que mais

s·e des·envolveram foram aquel-es que se dedicaram - de forma in­tensa e agressiva - ao estudo e :à pesquisa, em busca dos frutosdo conhecimento, para capacitá-los a dirigir suas riquezas, aper­feiçoar sua tecnologia, possuir criatividade, para desdobrar, pl-ena­mente, suas potencia:lidades.

O -estágio ainda infantil do processo de industrialização brasi­leira, em termos de nacionalização, está preocupando vivamentetodos os filhos desta grande Nação, exigindo reformulação de mé­todos e processos capazes d·e maturizar o setor.

Em nossa realidade histórica, quando nos vemos atados porcompromissos feitos em atos internacionais.. altamente negativospara nossa economia, em que qualquer produto, marca, des-enho ouassistência técnica que ingressa em nossas fronteiras chega one­rado com significativa fatia tirada d.c nossas divisas, pesando emnosso débil balanço -de pagamentos} como se não bastassem osextraordinários lucros da comercialização desses produtos, os incen­tivos fiscais of·erecidos, e o excel-entoC mercado -consumidor que oPaís oferec·e àqueles que participam -dos frutos de nossa economia.

O Japão, saindo de uma guerra.. deu exemplo ao mundo. Ja­mais sua economia ficou compromissada com tais tipos de paga­mento,embora carente de matérias-primas. Ess·e extraordináriopaís simpl-esmente comprava os produtos que lhe ínteressavam,desmontava-os, copiava o 'Processo e lançava seu produto no mer­cado. Ess-e modelo.. conhecido ·como 4x1, porque para cada dólarque pagava em importação de tecnologia, inv-estia quatro no de­senvolvimento e aperfeiçoamento daquela técnica. Seus filhos,portanto, foram orientados no sentido de aprender, de estudar, depesquisar e levar adiante as potencialidades da Nação ·em todos ossetores. Hole, sua economia é das mais positivas.

O Brasil, que detém enormes potoCncialidades, não só no fatorhumano, mas em riquezas naturais, em extensão territorial, umverdadeiro continente" que tudo tem, e onde se plantando, tudo dá.não pode continuar detido por acordos que o abrigam a pagarrlXYalties por produtos cuja -engcnharia de processo é sobejamenteconhecida - uma dadivosa e extraordinária mina para quem temas patentes e uma eterna fonte doe dependência para quem é obri­gado a pagá-las.

Este projeto de lei, em realidade, obj.etiva sustar, em prazomédio, essa sangria que o País vem sofrendo, de forma irreversível,em sua economia, pondo na sábia decisão do ·povo brasileiro, atra­vés de seus repr-esentantes no Congresso Nacional, um instrumentohábil capaz de erradicar o mal. No projeto, é concedido um prazode três anos - em respeito à criatividade dos produtos beneficia­dos e dos atos firmados - para o Governo denunciar os acordos.

Por outro lado, objetivamos também com a proposição, alémda minimização de nossa dívida externa.. que o Gov-erno mude suasdiretrizes, a fim de dar oportunidade aos filhos desta grande Na­ção de pesquisar o desenvolvimento de nossas riquezas sem gri­lhões, sem amarrasa de quaisquer espécies, para que não afundemos,com todas as nossas potencialidad·es, num futuro sombrio, comocolônia econômica dos grandes grupos financeiros internacionais- uma forma moderna de escravatura.

Somente assim o Brasil e seu ordeiro povo encontrarão o ca­minho certo para suas grandes realizações.

A longo prazo, a cobrança exagerada de royalties e "AssistênciaTécnica" são táticas que objetivam evitar que as nacões subdesen­volvidas saiam da condição de dependência econômica.

Submetemos, portanto, o assunto, à alta consideração do Con­gr-esso Nacional.

Sgla das Sessões, . - Deputado Jader Barbalho.PROJETO DE LEI N.o 6.549, DE 1982

«Do Sr. Jader Barbalho)RevlIga () Decreto-lei n.o 866, de 12 de setembro d'e

1969, que declarou de interesse da Segurança Nacional oMunicipio ,de Santarém, no Estado do Pará.

(As Comissões de Constítuição e Justiça e de Segu­rança Naci-onal.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica revogado o Decreto-Lei n.O 866, de 12 -de sete,m­bro de 1969, que declarnu de interesse da Segurança Nacional oMunicípio de Santarém, no Estado dn Pará.

Art. 2.° A presente Lei entrará em vigor à data de sua pu­blicação.

Justificação

O Município a·e Santarém, conhecído poeticamente como a"Pérola do Tapajós''', pela qualidade bondosa e ordeira d·e seu

povo e pela esplendorosa paisagem dominante do estuário tapa­jônico lançando-se sobre o Rio Mar - o Amazonas - é o maisdesenvolvido -da região do Baixo Amazonas, onde se congr·egapopulação interiorana das mais politizadas e evoluídas do Estadodo Pará.

Trata-se do município mais populoso do- Estado, depois deBelém, com economia estável e contando com excelente índic·ede urbanização além de duas estações de rádio e varas judiciárias.

Santarém sempre teve seu povo voltado para seu progresso eerolução, cheio de alegria fraterna, social e -esportiva, desconhe­cendo sua história qualquer ato atentatório de seu povo à Se­gurança Nacional.

Seus Prefeitos Municipais sempre foram eleitos pelo· povo es­clarecido de Santarém, que alterou suas escolhas, ora vitoriandoo Partido dominante no Estado, ora elegendo candidato da Opo­sição.

Em 1966, foi eleito Pref-eito o candidato do então MGvimentoDemocrático Brasileiro, para suced.er o anteriormente eleito pelalegenda do Partido Social Democrático e que se filiara à AliançaRenovadora Nacional. Isso contrariou os poderosos detentores dagovernança do Estado que procuraram alijar da Prefeitura o eme­debista, escolhido em memoráv-el pleito eleitoral direto, o que, en­tretanto, foi frustrado pela conc-essão de Mandado de SegurançaaQ perseguido Prefeito.

Com o advento da instituição do Ato n.O 5 teve o Prefeito deSantarém seu mandato cassado e, posteriormente, em setembrode 1966, foi o Município "declarado -de interesse da Segurança Na­cíonal", pelo Decreto-Leí n.O 866, subscrito pelos Senhores Minis­tros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar,no exercício da Presidência da República.

São desconhecidos completamente os motivos que levaram osaltos poderes da República a íncluir Santarém como área de Se­gurança, eis que essa providência foi tomada através de Decreto­Lei no recesso compulsório do congresso Nacíonal.

A conceituação moderna. de Segurança Nacional, na palavraautorizada do General Lyra Tavares, ex-Ministro do Exército, ems-eu livro intitulado "Segurança Nacional":

"é a estabelecida como cobertura integral contra qual­quer tipo de ameaça que ela própria - a Segurança ­torna inoperante e desencoraja. Ela se organiza para ofim de manter livres os movimentos do Estado, nos li­mites do seu poder d·e soberania, em suas relações comos outros Estados ou em face de ação perniciosa de agen­tes, externos ou internos, hostís aos interesses nacionais".(pág. 18 e 19).

Sendo o Município de Santarém tradicionalmente ordeiw eo mais evoluído dos municípios ribeirinhos do Rio Amazonas, afo­ra Belém e Manaus, surpreendeu-nos a sua declaração como deinteresse da Segurança Nacional, sobretudo quando o Ministériodo Exército lá, aquartelou um Batalhão de Engenharia, hoJe en­carregado da construção da estrada Santarém-Cuiabá.

A Constituição preceitua, no parágrafo único do art. 89, que:

"a lei indicará os municipios d·e interesse da SegurançaNacional e as áreas a esta indispensáveis, cuja utilizaçãoregulará, sendo assegurada, nas indústrias nelas situa­das, predominância de capitais ·e tit"abalhadolres btrusi­leiros".

Não entendemos, pois, que soe declare do interesse da Segu­ranca Nacional municípios, para simples nomeação de seus pre­feitós, sem prévia fixação de critérios gerais ou normativos, vistocomo disso resulta, apenas, soluções casuísticas, injustas e con­traditórias.

Assim, não é possível manter o vibrante, pacífí~o e trabalha­dor povo de Santarém impedido de eleger seu Prefeito e dar ~on­tinuidade a seu desenvolvimento social e econômico, persegUindoa plenitude democrática da Nação. Daí o presente projeto de lei,objetivando reintegrar o Município de Santar~m.:r:a autonomiaassegurada pelos itens I e II do art. 15 da constItUlçao.

Sala das Sessões, - Jader Barbalho.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

DECRETO-LEI N.o 866, DE 16 DE SETEMBRO DE 1969Declara dc interesse da Segurança Nacional, nos ter­

mos do artigo 16, § 1.° alinea "b", da Constitui~ão, oMunicípio que ·especifica, e dá outras provídências.

03 Mínistros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáu­tica Militar, usando das atribuições que lhes confer·e o artigo 1.0

Page 14: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6716 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio I) Agosto de 1982

"Art. 750 .

"Art. 7~. Somente será reelegível o terço da direto­ria, e, ainda assi'm, nã,o po-derá o reeleito ocupar o mesmopo:st{) anterior."

PRO.TETO DE LEI N.o 6.543, DE 1982

(Do Sr. Siqueira Campos)

Altera a redação do ,art. 192, ,da IConsolidação lIias :Leisdio Trabalho.

- (Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 5.425, de 1981, nostermos do art. 71 do Regimento Interno.)

Parágrafo único. O mandato não poderá ser superiora três anos a contar da data da posse no órgão respectivo,não permitida a reeleição.

Em caso de vacâ!I1cia, o substituto completará o res­tante do mandato."

Trata-se, por conseguinte, de qu.estão há muito posta em evi­dência ,pelos estudiows do !Direito Brasileiro do Trrubalho, cudasolução :se faz necessária, para ü desafogo das entidades sindi­cais e perseguição da moralidad·e administrativa.

Paralelamente, estabelec,e o proje':iO a duração do mandatodos integrantes dos Con.selhüs Nacional e Regionais do SIESI, SESC,SENAI e EiElNAC e dos Conselhos Fiscais do SESC e do SENAC, eproíbe a recondução dos mesmos, inclusive os r,epresenta!I1tes doGov,erno, para o período seguinte.

A segunda providência, complementando a proibição de reelei­çãü dos dirigentes sindicais evitará que, como até agora, os or­ganismos paraestatais de assistência social e trehlamento pro­fissiünal 'sejam dominados por grupo de pessoas que, llJPÓS se des­trucarem -em suas respectivas comunidades - e por isso haveremrec~bido o p.rimeiro mandato no SESi, SESC, SENAI e SiENAC ­pouco fazem em prüvei':o da classe. limitando a buscar, por todosos meios, a permanência nos postos de direção dos- referidos Ser­viços.

>confiamos, :pois, na aprovação do pres,ente proj eto, que sepropõe a sanear ,o meio sindical, criando condições para a reno­vação de lideranças e ada'Ptando a escolha das administraçõesclassistas à sistemática eleitoral brasileira, contrária à r-econdu­ção para os diversos cargos ,executivos (Presidente da República,Governadores etc.)

de 1982. - Jader Barbalho.Sala das Sessões,

O mesmo autor, ao pronunciar-se a respeito da abertura de­terminada pela Lei n.o 2.693, de 1955, formula este comentário:

"Retrncrum os adversários do sis,~ema que ele consti­tui estLmulo ao peleguismoe à manutenção de dirigentesomissos, que se p,el1pe.tuam através de manobras facilita­das pelos postos de comando. opinam, também, que areeLeiçã,o é antidemocrátIca e que contribui para o ma­rasmo d,e muitas agremiações" (Op. cit.)

De fato, a indefinida permanência nos postos de direção our,e,pr·es'entação sindical afasta os respec~dvos titulares dos proble­mas da classe, normalmente sentidos atra.'V'és de sua vivência diá­ria. As conseqüências desse alheamento são desastrosas para osdemais integrantes da categoria.

O pr,oblema ganha ainda maior gravidade nos Sindicatos Fe­,deraçõ-es e 'Confederações patronais, cujos dirigentes recelbem, namaioria dos casos, a incumbência adicional da administração deentidades como o SESI, SESC, SENAI e 8ENAC, nas quais igual­mente se perpetuam, usufruindo vantagens financeiras e valen­dO-se da projeção assegurada pelo cargo em benefício próprio,inclusive para fins eleitoreir,os. Nes~e último caso, com o privi­légio de poder acumular essas funcões com o exercício de man­datos eJ.etivos nas Assembléias Legislativas ,e no Congresso Na­cional, embora sejam essas entidades mantidas por contribuiçãoobrigatória do Governo Federal, e estejllJm vinculadas a.a Ministé­rio do Tr8Jbalho, pelo Decreto-lei n.O 200, de 2,5 de fev,ereiro de1967, e Decl'eto n.O 74.296, de 16 de junho de 1974.

A prü>posição ora oferecida ao ,eX3Jme de nossos pares visa a·eliminar a principal causad.a chamado ",profissionalismo sindi­'cal" ou "peleguismo", como do usufruto de verdadeiras oligar­'quias, proiJbia:ldo a r-eeleição de diretores, membros do ConselhoFiscal e delegados-representantes d'e Sindicatos, Federaçõ.es e Con­f.ederações.

O assunto, aliás, já havia sido tra-~ado no anteprojeto de Có­digo do Trabalho, do Professor Evaristo -de Moraes Filho. Os arts.743 e 750, parágrafo único, do aludido trabafuo, -determinavamque:

(Do Sr. Jader Barbalho)Acrescenta parágra~ ,ao .art. 5311 da Consl')lidação tms

Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de1.0 de maio de 1943.

(As Comissões ,de Cons,tituição e Justiça e de Traba­lho ,e Legi&lação Social.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 530 da Consolidação das Leis do Trabalho,

asprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, d:e 1.0 ,de maio de 1943, passaa vigorar acrescido da seguinte disposição:

"Parálgrafo úni,(:o. É vedada a reeleição, para o pe­ríodo imediato, dos' diT.etores, membros do conselho fiscal,delegados-repr·esentantes e respectivos &uplentes, das en­tidBides sindicais de todos os ,graus', inclusive Federaçãoe Confe-cLeraçõ'es."

Art. 2.0 O mandato dos integrantes dos ConseThoJ> Nacional·e Regionais do SES'I e dos Conselho.'> Fiscais do SESlC e do BENAC,t.erã. a dli'r8Jç,ão de três anos, proibida a recondução 'Para o pe­ríodo imediato.

Parágrafo único. O ,disposto no pres-ente artigo se aplica,inclusi:ve, aos r,epresentantes do Governo nos órgãos nele men­cionados.

Art. 3.° A presente Lei entrará em vigor à ,data doe sua pu­blicação.

Justificação

Dispondo sobre as eleições síndícais a CLT, em EUa redaçãooriginal, estabelecia:

Parágrafo único. É vedada a reeleição, para o perío­do ime-día~oO, de qualquer membro da dir,etoria e do Con­selho Fiscal dos sindicatos de ellllpregados ,e de trabalha­dores autônomos. Igual proibição se observará em .relaçãoao ter-co dos membros da díretoria e do Com,elho Fiscal,nos 'sindicatos de ·empregadores, de agentes autônomos ede profissionais liberais."

iPosteriormente, o dispositivo em ,questão teve sua redaçãomodificada pelo art. 2.° do Decreto-lei n.o 9.675, de 29 de agostode 1946, in verbis:

"O ,parágrafo único do art. 530 da Consolidação dasLeis do Trabalho passa a vigorar com a seguinte redação:

'~Somente será permitida a reeleição, para o períodoimediato, de um terço dos membros da Dir·etoria, do Con­selho Fiscal e do Conselho de re,presentantes de associa­ção sindIcal de qualquer grau, vedada a reeJ:eição dos de­mais. considerando-se s·empre inelegiveis para esse periodoaqueles que ,exerçam seus mandatos em virtude de reelei­ção."

Afinal, o art. 2.° da Lei on.O 2.693, ,de 23 de dezembro de 1955,·revogou o parágrafo único do art. 530 da Consolidação, deixandolivre a recOll1.dução dos dirigentes das entidades sindicais de todosos ,graus.

Conforme declara FrancIsco de Moura iSrandão Filho:

" . " a conveniência dessa nova orientação (total li­berdade ,pa,ra as re·el'eições) tem sido muit,o debatida" (Teo­ria e Prática da Organizacão Sindical do Brasil - Rio -1961 - pág, 50). -

POOJiE'I.10 DE LEI N.o 6.541, DE 1982

"Art. 530.

do Ato Institucional n.o 12, de 31 de agosto de 1969, combinado como § 1.0 do artigo 2.0 do Ato Institucional n.O 5, de 13 de dezembrode 1968, decretam:

"Art. 1.0 11: declarado de interesse da Segurança Na­cional, para os efeitos do disposto no artigo 16, § 1.0, ali­nea "b", da Constituição, o Município de Santarém, noEstado do Pará.

"Art. 2.° Ao Município referido no artigo anterioraplicar-se o disposto nos artigos 2.0 até o 5.° e seus pa­rágrafos da Lei n.O 5.449, d,e 4 de junho de 1968, alteradipelo Decreto-Lei n.O 560, de 29 de abril de 1119.

Art. 3.° Este Decreto-Lei entrará em vigpr na datade sua publicação revogadas as disposições en} contrário.

Brasília, 12 de setembro de 1969; 148.0 da Indepenài~nciae 81.°da República. - Augusto HamiaD...'l &adem:atker Gl.'1lnewald ­Aurélio de Lyra Tavares - Márcio de Souza e Mello 8- Luis An­tônio da Gama e Silva.

Page 15: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sexta-feira 20 6717

o Congre'sso iNa,cional d,ecreta:Art. 1.0 O art. 192, da Consolidação das Leis do Trabalho,

aproevada pelo Decreto-lei nP 5.4!52, de 1.0 de maio de 1943, passaa viger com a seguinte redação:

"Art. 192. O exercício de tr,abalho em condições in­salubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos peloMinistério do TraJbaliho, assegura a .percepção de adicionalre,spectivamente de 60% (sessenta por cento), 40% (qua­renta por cento) e 30% (trinta por cento) do salário mí­nÍlmo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,médio e mínimo."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de su·a publicação.Art. 3.° !Revogam-1S'e as disposições em contrário.

Justificaçãi)

O trabalho realizaJdo em condlções de insalubridade causadanos irreparávei's à saúde do trabalhador, provocando, não rarasvezes, a perda da ·cap·acidade laborativa e até mesmo a morte dotrabalhador.

Assim, o adicional de insalubridade previsto no art. 192, daConsolidação das Leis do Trabalho tem por objetivo apenas com­pensar o empregado pela perda de sua saúde, como também com­pelir a ,empresa a melhorar as condições' amlbientais, atenuandoou eliminando a insalubridade.

Ocorre, todavia que, na forma da legislação em vigor, é ir­risório o adicional devido pela insalubrida:de, configurando umestímulo para que o empregador não adote providências - usual­mente onerosa's - no sentido de torna,r o local de trabalho maissaudável. E o emprE)ga,do não tem. absolutamente, uma contra­prestação razoáv:cl por ser compeUào a exercer suas ativida'cresem local desfavorável.

Por tal motivo, propomo's, neste projetado, nova redação parao art. 192, da Consolidação das Leis do Trabalho, determinandoque os percentuais de a:Jdicional de insalubridade são fixados res­pectivamente em sessenta por c,ento, quarenta por cento e trintapor cento do salário mínimo regional, segundo se classifiquem ­nos graus máximo, médio e mínimo.

Temos plena ,convic.ção de que ,essas providências, além deconsubstanciar uma mais justa compensação dos trabalhadoresque mil~tam ·em locais insalubres, implicará em incentivo paraque 'as empresas melhorem as condições ambientais, o que, evi­dentemente, é o objetivo que perseguimos.

Sala das 8essões, 13 de agosto de 1982. - Siqueira Campos.

LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N;O 6.514, DE 22 DE DEZiEMBRO DE 1977

Altera o 'Capitulli) V Ido Título li da Consolidação dasLeis ,(li) Trabalho, relllitivo à segurança e medicinia dotrabalho, e dá outras providências.

Art. 192. O exercício de trabalho ,em condições insalubres,acima dos limites de tolerância estabelecidos pelCf IMinistério doTrabalho, :J;ssegura a perce:pJ<ão de ailicional respectivamente de40% (lquarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez porcento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nosgraus máximo, médio e mínimo.

PROJETO DE LEI N.o 6.545, DE 1982

(Do Sr. João Menezes)Determina que as contas de serviços públicos sejam

entregues ao usuário no máximo are i) dia 23 (vinte e

cinco) de cada mês, e dá outras providências.(Anexe-se ao projeto de Lei n.o 5,189, de 1981, nos

tarmos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 As contas ref·crentes à prestaçã'o de s'crviços públicos(agua, luz, gás, telefone etc.) serão entregues ao usuário no máxi­mo até o dia 25 (vinte e cinco) de cada mês, ocorrendo o ven­cimento entre o dia 1.0 (primeiro e o dia 5 (cinco) do mês seguinte.

Art. 2.° O Pod,er Executivo regulamentará esta lei dentro deArt. 3.° Esta lai entra em vigor na data de sua public'B..Ção.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoA medida que preconizamos, e que, por intermédio desta pro­

posta legiferante, submetemos ao escrutinio do Congresso Nacio­nal, tem em vista facilitar a vida da numerosa parcela de nossapopulação cuja renda é insuficiente até mesmo para o at,endimen­to das necessidades mais elementares, tais como a quitação dascontas de serviços públicos.

O fato de que, em nusso Pais, a cobrança de tais serviços éefetuada aproximadament-e em meados de cada mês, chegando aconta às mãos do consumidor muitas vel'les às vésperas de seuvencimento, concorre, sobremaneira, para a inadimplência dasfamilias de baixo poder aquisitivo frente a tais compromissos.

Realmente, a esta altura do mês, o salário d·e um chefe defamíUa de baixa renda já se encontra, com freqüência, esgotado.Quando ainda lhe sobra alguma parca quantia, esta é destinada,via de regra, à satisfação de necessidades ,ainda mais urgentes,como alimentac<ão .e condução para o trabalho.

Sem dinheiro para pagar as contas dentro do prazo de ven­cimento, o inadimplente é forçado então a saldá-las, posterior­'mente, ,com multa,quando não sofre o cor,be dos serviços, o queimplica, por sua vez, em novas despesas para a religação. Destarte,quem já não possui dinheiro para os gastos de rotina se vê for­çado a despender quantias ainda maiores.

Acreditamos, portanto, que a solução proposta significará im­portante beneficio para o trabalhador de baixa renda, que passaráa saldar as contas d,e serviços públicos pouco após o pagamentode seu salário.

A medida favorece, ademais, as próprias empresas de serviçospúblic·os, contribuindo para regularizar a percepção de seus ren­dimentos.

Sala das Sessões, 13 de agost{) de 1!f82. - JoiW Menezes.

o SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Está finda a leitura do expedien-te.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o S1'. Ruy Côdo.

O SR. RUY cúno (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, O Estado de S. Paulo, de ontem, trouxe inseri­do o pronunciamento do Médico Oftamologista José Castellani, que há 21anos pesquisa problemas de visão em crianças de idade escolar em nosso País.O apelo conseguiu sensibilizar a opinião pública do País, através da imprensafalada e televisada, conforme declarações no jornal O Estado de S. Paulo, dodia 17 de agosto último, pág. 17, sob o titulo "A Falta de Higiene Apontadacomo causa de problemas visuais".

A falta de higiene é a principal responsável pelos problemas dcvisão registrados entre 50% das crianças brasileiras em idade esco­lar, c apenas o exame oftamológico obrigatório poderia garantir acompleta recuperação da maioria delas, que muitas vezes chegam aser tratadas como deficientes mentais pelos professores, quando seuúnico problema é o de visão."

As pesquisas do ilustre professor José Castellani realizadas em São Pau­lo, Mato Grosso do Sul e Goiás, indicaram que os problemas visuais são maiscomuns nas escolas públicas, onde atinge até 70% da população infantil, en­quanto nas escolas particulares esse indice é de 40 a 50%.

Mais carentes, os alunos das escolas públicas estão mais sujeitos àsdoenças infecciosas da vista, o que contribuem para aumentar o indice.

Segundo o oftamologi$ta Dl'. Castcllani, as deficiências visuais, que le­vantou entre as crianças de até seis anos de idade, 60% correspondem a cata­ratas congênitas, glaucoma, baixa miopia c problemas pouco aparentes, coma falta de coordenação ocular, que impede o acompanhamento de uma linhano quadro. Por exemplo, com esse defeito, a criança fixa com facilidade numdeterminado ponto, mas é incapaz de seguir os movimentos da mão da pro­fessora à medida quc ela escreve.

Dos casos restantes, 15% decorrem de problemas neurológicos, como tu­mores no nervo óptico, c aos demais infecções de traumatismos como aciden­tes e infecções que no interior são muito freqüentes. A tracoma ainda existeem muitas cidades brasileiras, afirma o Dr~ Castellani; a cisticercose tambémé registrada como causa de problemas oculares, enquanto a conjuntivite go­nocácica evitada simplesmente com a aplicação de algumas gotas de nitratode prata após o nascimento, ainda é responsável por grande número decrianças cegas em todo o Brasil.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a declaração do ilustre médico oftalmo­logista, Dr. José Castellani, é muito séria e exige da Nação uma tomada deposição. É preciso realmente que o Ministério da Saúde promova esse comba-

Page 16: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6718 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ão 1) Agosto de 1982

te, como fez com a poliomielite. Coadjuvado com o Ministério da Educação ecom o Ministério da Previdência e Assistência Social, deve oferecer facilida­des junto aos hospitais a fim de que a criança, seis meses antes de ingressar naescola - na pré-escola, no 19 ou no 29 grau - faça um exame oftalmológico.

Gostaria de lembrar, nesta oportunidade, que S. Ex', o saudoso ex­Prefeito Faria Lima determinou, por decreto, que as crianças de todas as es­colas municipais paulistanas com dificuldades visuais tivessem os óculos doa­dos pcla Prefeitura, para que pudessem aprender com maior facilidade.

É preciso que a futura Ministra da Educação leve em conta esse alerta doilustre oftalmologista Dr. José Castellani, publicado ontem pelo jornal O Es­tado de S. Paulo e levado ao ar pelas televisões.

Realmente foi um alerta à Nação. E a esse respeito apresentaremos umprojeto de lei, dando guarida ao pedido do ilustre médico, que, tenho certeza,irá dc cncontro às suas aspirações, porque realmente milhares de criançasbrasileiras são afetadas por esse mal.

É preciso uma tomada de posição, é preciso que a Nação se conscientizedesse problema levantado pelo ilustre médico.

O SR. HUMBERTO SOUTO (PDS - MG. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, vimos à tribuna na tarde de hoje com a finali­dade específica de fazer, ao mesmo tempo, um protesto e um apelo. Um pro­testo contra a política, ou contra a falta de política que sentimos com referên­cia ao plantio e à comercialização do alho em nosso Estado.

Uma parte da nossa região, a que se encontra na área da SUDENE, foiestimulada a se dedicar ao plantio do alho. Como todos sabem, o alho é umacultura própria do pequeno produtor rural. São proprietários de 3, 4, 5 hecta­res que aproveitam a sua potencialidade, o trabalho familiar e, com uma pe­quena irrigação, conseguem fazer um plantio que dá para manter a suafamília e até para ter um pequeno lucro em determinados casos. Ocorre, po­rém, uma séric de distorções na política atualmente adotada para o alho.Estimula-se o plantio do alho para evitar a importação do produto e não seoferece preço de sustentação, que compense esse pequeno produtor rural, queo incentive a continuar na atividade. Está situação é, no momento, extrema­mente agravada pela importação do alho. O Brasil, embora com toda essa po­tencialidade e capacidade para se transformar no maior produtor de alho domundo, infelizmente é, ainda hoje, importador de alho. Importamos o produ­to de diversos países, com grandes prejuízos para o nosso produtor. Aindaagora o Brasil acaba de importar uma grande quantidade de alho. O que émais grave, Sr. Presidente, Srs. Deputados, essa importação se realiza cxata­mente na época da safra brasileira. Então, o produtor, já prejudicado por essapolítica de preços defasada, ou pela falta de política de preços, então sente, narealidade, de forma concreta e de forma psicológica, o seu produto aviltadono mercado nacional pela importação e pelo produto que é injetado no mer­cado. Por se tratar, como já disse antes, de um produto cultivado pelo peque­no produtor, que opera como um fator extraordinário de distribuição de ren­da no campo, seria interessante que os responsáveis do Governo por estapolítica, os homens que deveriam se debruçar sobre o problema, permitissemque desenvolvêssemos essa cultura, principalmente em áreas sofridas como anossa, do Nordeste brasileiro. Assim, ao invés de se importar o alho no mo­mento em que o nosso produtor está colhendo a sua safra, o Governo, pelomenos, deveria estabelecer preços compensatórios, para que o mesmo estímu­lo que lhe foi dado no seu plantio fosse também dado na sua colheita e, dessamaneira, o Brasil não continuasse como eterno importador desse bulbo.

A razão do nosso protesto e da nossa defesa do produtor, principalmentede Municípios como Francisco Sá, Coração de Jesus e Montes Claros, naárea mineira da SUDENE, é porque conhecemos de perto o sofrimento da­quela gente, a sua labuta contra a inclemência da seca, o aproveitamento deágua escassa que ele faz de forma familiar no cultivo de um produto que per­mite a sua subsistência e a criação de seus filhos. Se as áreas responsãveis doGoverno evitassem essa importação, tenho certeza de que, além de evitar saí­da de mais de cinqiienta milhões de dólares de divisas, que representam maisde dez bilhões de cruzeiros, estaríamos colaborando para o equilíbrio do nos­so balanço de pagamentos, bem como estaríamos ajudando o pequeno epobre produtor de alho do Estado de Minas Gerais.

O SR. NOSSER ALMEIDA (PDS - AC. Pronuncia o seguinte discur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho a esta tribuna para me congra­tular com o eminente Presidente João Figueiredo pela feliz escolha do nomeda Prof' Esther Figueiredo Ferraz para substituir no Ministério da Educaçãoe Cultura o General Rubem Ludwig.

Quando foi divulgado a notícia de que o General Rubem Ludwig deixa­ria a direção do Ministério da Educação, onde esse competente oficial doExército brasileiro estava encaminhando soluções válidas para os problemas

do ensino no Brasil, ocorreu em alguns setores a preocupação sobre quem iriasubstituí-lo, embora existam inúmeros nomes capazes de ocupar aquela Pas­ta.

O Presidente Figueiredo, porém, sempre feliz na escolha de seus auxilia­res, e numa política sábia de valorização do elemento feminino, designou aPro!" Esther Figueiredo Ferraz como a primeira mulher na História do Brasila ocupar um Ministério. Com larga experiência no campo do ensino, D.Esther Figueiredo Ferrazjá foi Reitora, além de ser uma competente advoga­da praticante em São Paulo.

O ato do Presidente Figueiredo, além desses aspectos altamente positi­vos, veio atender a uma antiga reivindicação da população feminina brasilei­ra: a nomeação de uma mulher para uma Pasta ministerial.

Com esse simples mas sábio gesto, o Presidente Figueiredo angariou asimpatia da maioria do povo brasileiro. E, em termos político-partidários, anomeação da Prol) Esther Figueiredo Ferraz para o Ministério da Educaçãoe Cultura certamente trará novos eleitores para o PDS, influindo nacional­mente no cômputo do pleito de 15 de novembro próximo.

De parabéns, portanto, o nosso eminente Presidente João Figueiredo.

O SR. RUBEN FIGUEIRÚ (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no dia II de outubro de 1979, o Sr.Presidente João Figueiredo ao inaugurar o V Encontro do Centro-Oeste, pro­movido pela Frente Municipalista do Centro-Oeste, na cidade de Três La­goas, prometeu, na presença de milhares de pessoas entusiasmadas, que de­terminaria ao Ministério dos Transportes os estudos de projeto para cons­trução em seu governo, do trecho da Rodovia BR-262, ligando Três Lagoas­Âgua Clara-Rio Pardo-Campo Grande, dada a importância econômica epolítica dessa rodovia ao Mato Grosso do Sul e a Noroeste do Estado de SãoPaulo.

Decorridos quase dois anos da promessa, o Presidente, tanto quanto eusaiba, não iniciou seu solene compromisso.

Não há nada lá que motive de esperanças aqueles que na primavera de 79aplaudiram o Presidente Figueiredo anunciando a acalentada obra.Desculpe-me, há. O inefável Governador "biônico" de Mato Grosso do Sul,proclamou há quase um ano que construiria a estrada que o Presidente pro­meteu e não estava cumprindo.

Como é de seu estilo, movimentou alguns metros de terra na saída deTrês Lagoas e deu por inaugurado o início das obras da BR-262. E ficou nissoe não vai sair disso.

No Governador não se confia; mas no Presidente, sim, pois ainda hátempo para cumprir a promessa que Três Lagoas, Mato Grosso do Sul e aAlta Noroeste ouviram do Presidente emocionado: faria a BR-262 em seu go­verno.

É o que se espera.

O SR. OMAR SABINO (PDS - AC. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Brasil tem uma dívida a resgatar, e esta écom o soldado da borracha, o nordestino, que, a partir de 1877, quando,principalmente o Ceará foi flagelado por horrorosa seca, emigrou para aAmazônia, dando preferência o Acre, então constando sua parte setentrionalde "ticrras non descubiertas", nos mapas bolivianos.

A corrente migratória se dirigiu, de preferência, para as bacias do Puruse do Juruá.

Daí o surgimento dos seringais, às margens dos rios, no meio das opulen­tas florestas, ricas em "hevea brasiliensis" e, mais do que isso, surgiu naquelagente sofrida e boa, bandeirante do século XX, a idéia de soberania do Brasil.

Nomes como Porto Seguro, São Paulo, de significação na História e naorganização político-administrativa brasileira, eram dados aos núcleos deprodução da borracha.

E esses homens, sob o comando de José Plácido de Castro, promoverama Revolução Aereana, vitoriosa em 1903.

Até o início da guerra de 1939, os extratores da goma-elástica eram co­nhecidos apenas pela denominação de seringueiros, que, entre os anos de1883 a 1893, produziram 120 mil toneladas de borracha.

Durante o último grande conflito mundial, os nordestinos foram recru­tados no Nordeste, como recrutados foram os nossos heróicos pracinhas daFEB, na qualidade de Soldados da Borracha.

Alistados, foram levados ao Acre e às regiões vizinhas, onde muitos en­contrariam ancestrais e outros parentes que ali haviam chegado no limiar doséculo passado ou no início deste.

Ao se disporem, na Região Nordeste, a produzir borracha na Amazônia,na década de 40, nossos patrícios, a maioria jovens, tiveram garantias de am­paro pelo poder púhlico, o que é uma nuance especial, garantias essas consig-

Page 17: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6719

nadas, ao fim da guerra, no Decreto-lei n9 9.882, de 16 de setembro de 1946,que autorizou órgãos do Ministério do Trabalho e da Fazenda a elaborarem"plano para execução de um programa de assistência imediata aos trabalha­dores encaminhados para o Valc Amazônico, durante o período de intensifi­cação da produção da borracha para esforço de guerra", constando do mes­mo instrumento legal que o plano seria elaborado imediatamente e encami­nhado ao Ministro do Trabalho, destacadas para tal fim as disponibilidadesentão existentes e as transferidas à Comissão de Controle dos Acordos deWashington, pelo Decreto-lei n9 8.416, de 21 de novembro de 1945.

Ocorre, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que tal plano, até a presente da­ta, não foi executado, consistindo o fato numa injustiça aos bravos soldadosda borracha, muitos dos quais, decepcionados, com frustração, já faleceram,mas vivos estão suas viúvas ou descendentes.

Em face da situação, três medidas para minorar as dificuldades dos ve­lhos desbravadores da selva amazônica e, em particular da acreana, foramadotadas, a saber:

I - no Governo José Guiomard dos Santos, no ex-Território Federal doAcre, na década de 40, com início de um processo de reforma agrária pionei­ro, em bases democráticas e cristãs, em terras adquiridas pela União e lotea­das por aquele eminente homem público, muitos soldados da borracha recc­beram lotes rurais.

2 - Projeto de Lei n9 122/81, de autoria do Senador Jorge Kalume,aprovado no Senado e ora em apreciação nas Comissões Técnicas desta Casa,com aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça, que dispõe sobre oamparo aos trabalhadores da borracha, no âmbito da Previdência Social.

3 - o INCRA, na regularização fundiária de seringais, vem procurando,em processo de composição amigável com aqueles que reclamam direito dedomínio nas áreas, a reserva de lotes, entre 50 e 100 hectares, para os antigosseringueiros ou seus filhos.

Ocorre, Sr. Presidente, que muitos desses heróis da selva ou seus familia­res não se encontram mais nos seringais. Alguns foram para cidades do Acreou de outros Estados.

A propósito, li recentemente declarações prestadas ao Correio Brazilien­se por um dos ex-soldados da borracha, que hoje voltou a residir no Nordes­te, reclamando da sortc e manifestando esperança no espírito de justiça dospatrícios mais responsáveis pela administração pública.

Entendo, dala venia. que, além das medidas adotadas ou em andamento,entre as quais o Projeto n9 122/81, cuja tramitação e final aprovação nestaCasa peço sejam abreviadas, aos soldados da borracha que não possuírembens imóveis na Amazônia e em particular no Acre, apelo para o ExecutivoFederal, sejam doados, em projetos especiais ou nos de assentamento dirigi­do, implantados pelo INCRA, lotes agrícolas, nos moldes do que já ocorreem Rondônia.

Daí minha proposta, ainda ao INCRA, e que renovarei ao Ministro Ex­traordinário para Assuntos Fundiários, que, nos moldes do que já vem sendofeito no Estado vizinho, seja implantado, no Acre, o Projeto Seringueiro, des­tinado aos soldados da borracha ou a seus dependentes.

Irei além, se necessário, na persegúição do objetivo em pauta, propondodelegação legislativa ao Senhor Presidente da República para elaboração delei ou, noutra alternativa, apresentarei, se for o caso, projeto de lei, o que emprincípio não julgo necessário, à vista da Emenda Constitucional n9 10/64,que somente exige autorização do Senado Federal para alienação ou conces­são de terras públicas com área superior a 3.000 hectares, e o que proponhopara o soldado da borracha é, ao menos, 100 hectares de terras agrícolas.

Isso não constitui, de maneira alguma, um precedente, porque no vizi­nho Estado de Rondônia já existe o Projeto Soldado da Borracha.

Desta tribuna, dirijo apelo às autoridades tão-somente para que seja es­tendido esse benefício ao soldado da borracha do meu Estado, o maior pro­dutor de borracha do País e que tanto contribuiu para o progresso de todo oBrasil.

Era o que tinha a dizer.

O SR. LEORNE BELRM (PDS - CE. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, gostaria de formular apelo ao Sr. Ministro do In­terior, Ce!. Mário Andreazza, objetivando a inclusão do projeto de cons­trução da barragem sobre o rio Truçu, no Município de Iguatu, no Estado doCeará, na programação do DNOCS para o corrente ano.

Esta é uma das obras mais importantes não só para a economia do Mu.nicípio de Iguatu, mas sobretudo para regularizar as cheias periódicas queocorrem nas cercanias da cidade. Sob o ponto de vista econômico, esta obra éde suma importância, porque vai permitir a perenização das imensas lagoasque circundam o Município, onde a fertilidade do solo permite o cultivo, em

larga escala, de arroz. Esta é uma aspiração antiga das autoridades locais, daslideranças políticas e empresariais e do povo iguatuense, e estou convencidode que esta é a época oportuna para a execução daquela obra, que pode per~

feitamente scr enquadrada no programa do Governo Federal de construção,em caráter permanente, de obras voltadas para atenuar os efeitos das estia­gens prolongadas que se abatem sobre o Nordeste.

Mantemos a convicção de que este apelo será atendido pelo MinistroAndreazza, que tem sido muito sensível aos nossos pedidos - devemos decla­rar, a bem da verdade - tem sido um batalhador, um advogado na defesados interesses da região nordestina. A ele o Ceará já deve muito, e queremosinscrever o Município de Iguatu entre aqueles credores da operosidade, do di­namismo e da capacidade de trabalho do Ministro Mário Andreazza. A bar­ragem sobre o rio Truçu é antiga aspiração da gente iguatuense, e contamoscom o apoio do Ministro Andreazza para que a sua execução seja incluída en­tre as obras prioritárias a cargo do Departamento Nacional de Obras Contraas Secas.

O SR. MILTON BRANDÃO (PDS - PI. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, recebemos do Prefeito de Pedro lI, Sr. Fran­cisco Barros, apelo no sentido de nossa atuação junto ao Ministro CloraldinoSevero, dos Transportes, a fim de que o trecho da rodovia BR-404 entrePiripiri-Pedro 11 e os limites com o Ceará receba pavimentação asfáltica.

Sr. Presidente, já havíamos recebido esse pleito de outras autoridades da­quele Município, Vereadores, representantes do comércio e das classes pro­dutoras. Aquela rodovia foi por nós implantada a partir de 1957; em 1960 jáestava com o seu tráfego regular, mas apenas encascalhada. Foi-nos possível,àquela época, vigente a Constituição de 1946, que permitia ao Deputado criardespesas para o Tesouro, consignar dotações, não só pelo DNOCS, comotambém pelo DNER, para que a estrada fosse construída naquele trecho en­tre Piripiri, fedro 11 e o limite com o Ceará. Posteriormente, Sr. Presidente,apclamos para o Ministério dos Transportes para que, no trecho Piripiri­Pedro 11 fosse melhorada aquela estrada, com uma tintura asfáltica, uma co­bertura contra pó. Todavia, o trecho Pedro II-Piripiri e limites com o Cearáestá situado na BR-404; portanto, justifica uma rodovia de porte, de primeiraclasse.

Nestas condições, Sr. Presidente, transmitimos aqui o apelo dos repre­sentantes de Pedro 11 ao Ministro Cloraldino Severo, porquanto aquela tintu­ra asfáltica anteriormente existente entre Piripiri e Pedro 11 está totalmentedestruída, e os veículos que por ali trafegam estão sendo danificados, em vir­tude dos buracos da pista. Ê da maior significação que um esforço, por partedo Ministério dos Transportes, seja levado a efeito.

Sr. Presidente, na semana passada falamos a respeito das rodovias doPiauí, quando dirigimos apelo ao Ministro Cloraldino Severo. Renovamos oapelo agora, não somente em relação as rodovias, a que já nos reportamos,como também, atendendo à solicitação das autoridades de Pedro 11 e de seuPrefeito, no sentido de que seja providenciada a pavimentação asfáltica detodo o trecho Piripiri-Pedro II divisa com o Ceará. É o que esperamos do Mi­nistério dos Transportes, mas, se isso não for possível de imediato, que, pelomenos, sejam consignadas verbas no Orçamento, para que, no futuro, essaobra seja realizada.

O SR. ANTÔNIO DIAS (PDS - MG. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, volto a esta Casa, após longa permanência no in­terior do meu Estado, trazendo o sentimento de inúmeras pessoas com asquais estive. O crédito para a aquisição de matrizes e de garrotes, enfim, oapoio ao produtor rural é o que mais se pede no interior do Estado. Diversasvezes salientei este ponto de vista nesta Casa, na Comissão de Agricultura ejunto aos Srs. Ministros da área econômica. Tem permanecido, no entanto, ainsensibilidade dos Srs. Ministros de Estado, que não querem escutar, quenão querem ouvir os permanentes pedidos dos Congressistas. Daí por que re­tornamos para dizer que, sem o apoio ao produtor rural, para a aquisição dematrizes e a compra de garrotes, a situação fica cada vez pior. Não basta ape­nas o financiamento à agricultura. Ê preciso que os produtores rurais tenhamtambém a oportunidade de buscar créditos nos estabelecimentos bancários.

Por outro lado, a BR-251, asfaltada até a cidade de Francisco de Sá, per­to de Montes Claros, encontra-se paralisada. Há trinta quilômetros de estra­da preparados, compactados, à espera de asfaltamento·. No entanto, o quepercebemos é que as máquinas da companhia empreiteira saíram daquela re·gião e não continuaram o serviço. Meu apelo é no sentido de que o Sr. Minis­tro dos Transportes determine a aprovação de recursos para que esses 30 km,cuja bBse se encontra pronta para receber o asfalto, sejam concluídos. Ê umaobra que não deve parar, pois é da mais alta significação, uma vez que é a li­gação entre o Nordeste e o Sul do País.

Page 18: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6720 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClO"JAL (Seção i) Agosto de 1982

Sr. Presidente, tem-se falado muito, e é assunto nacional, em competên­cia. Nós, os políticos, temos tido competência para ganhar as eleiçõcs, sobre­tudo, nós, do Partido Democrático Social, a temos tido para aprovar, nosmomentos mais necessários, tudo aquilo que o Governo nos pede. Agora, oque estamos pedindo é competência e sensibilidade dos Srs. Ministros de Es­tado, sobretudo daquele que mais insensível tem sido diante da Nação brasi­leira, o Sr. Ministro do Planejamento. Que S. Ex. tenha competência para ou­vir os que foram eleitos pelo povo, em uma eleição direta, consagrada pelovoto popular. De modo que competência nós temos, e exigimos que compe­tência tenham, sobretudo, os' ministros da área econômica, para que possa­mos atender aos anseios do povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR, JERÚNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Guajará-Mirim é o Municípiomais abandonado pclo Govcrno de Rondônia. Esse fato já foi sobejamentedenunciado e ressaltado nesta Casa e na imprensa local. Ainda no dia 12 últi­mo tivemos oportunidade de denunciar aqui a situação de abandono daquelacidade, onde o Governo Estadual achou de construir um estádio esquecendo­se da saúde e da educação da população carente. Transcrevemos naquelaoportunidade as denúncias de Emílio Santiago, em seu jornal "O IMPAR­CIAL", dando conta do abandono da Região, a começar pela falta de conser­vação da rodovia Guarajá-Mirim - Abunã e a sua não inclusão no plano deasfaltamento, como se fez com Porto Velho - Rio Branco.

O jornal "O Imparcial" tem denunciado o abandono do Município porculpa exclusiva do Governo. Em sua edição de 25 de julho o jornal cobrou arealização de obras, como o matadouro e o quartel da PM. Foi denunciado oescândalo do atraso das obras para a obtenção de rel\iustes nos preços doscontratos. É a indústria rendosa dos aditivos contratuais para aumentar, semconcorrência, o preço das obras. Temos hoje obras em Rondônia sendo en­tregue a um preço duas ou dez vezes mais elevado que o do contrato inicial.

Para conhecimento da Nação transcrevo as denúncias do jornal "O Im­parcial", elogiando sua coragem em defesa da causa do povo de Rondônia ecom relevo da brava gente de Guarajá-Mirim. As denúncias feitas por aquelejornal envolvem os escândalos do hospital e aeroporto. Verbis:

"NOSSA CAMPANHANossa campanha é em prol dos dircitos do povo de Rondônia.

A ele é que devemos nossa luta e seu engrandecimento. E. a ele quedevemos nosso ideal de bem servir à coletividade. Somente a ele de­vemos esclarecimentos e nos curvamos para aceitar suas ponde­rações e reclamações.

Não vivemos à custa de ninguém e muito menos à custa do Go­verno. Não temos contratos milionários com o Governo como têmalguns jornais de Rondônia. Não temos do Governo nem EntidadesGovernamentais. Não recebemos publicações bombásticas de Re­portagens de Prefeituras e Governo. Nossos amigos anunciantes sa­bem do sacrifício de nossa luta pelo povo desprezado e humilhadodesta querida terra. Não nos curvaremos diante de ameaças.

Entramos hoje, em grande chuva que irá ser torrencial, repletade tempestades e até mesmo de furacões. Não tememos nem arreda­remos pé de nossa luta pelo povo, mostrando as verdades e o de queprecisamos.

Confiantes em Deus, aguardaremos serenos e confiantes ogrande dia da Bonança que muito cedo há de vir".

"O HOSPITAL É UMA VACA LEITEIRAO Hospital Pérpetuo do Socorro é uma "Vaca leiteira", segun­

do nos informaram.Pessoas de responsabilidade visitaram nosso nosocôniio e nos

trouxeram notícias de que nem daqui a 60 dias os serviços estarãoconcluídos.

Outras pessoas nos informaram que o Contrato de recons­trução que era de 35 milhões agora já está em 70 milhões de cruzei­ros, devido aos reajustes sofridos, e quanto mais o tempo passarmais reajustes irão tendo e o povo sofrendo scm tcr o Hospital ematividade. Falam até quc o primitivo Contrato foi de 3 milhões, oque não acreditamos.

Não sabemos quem é a Construtora, entretanto seja lá quemfor, o tempo já é mais do que suficiente para a entrega da obra. Oque vem acontecendo é justamente isso: retardar o tempo de entregae pcgando novos reajustes, prejudicando a coletividade que muitoprecisa de seu Hospital.

Apelamos para o i1ustrc Governador no sentido de determinarum prazo de 30 ou 60 dias para entrega do Hospital, ou decretar aintervençào.

Seguir como vem é cxplorar o povo que muito sofre pela falta doHospital, enquanto a firma empreiteira somente visa a reajustes elucros fáceis."

"AS OBRAS E SEUS MISTÉRIOS

As obras do Governo nesta cidade precisam ser fiscalizadasduramente e sem dó nem piedade de parte dos políticos.

O Governo contrata uma obra e esta se dilata no prazo paraque haja os reajustes costumeiros. Existem três grandes firmas quetrabalhaIl] somente com este sistcma. Não existe concorrência quedevia ser paga pela verba da obra; nào existe a publicação dos con­tratos que seriam pagos pela firma construtora. Por esse motivo opovo não pode fiscalizar para o Governo essa parte importantíssimapara o bem do progresso. Se tivesse exigência todos saberiam porquanto foi orçada a obra, enquanto tempo ficaria terminado e esta­ria sempre contra os reajustes.

Temos o exemplo marcante do Hospital Pérpetuo do Socorroque se arrasta por dois longos anos canalizando verbas para a firmaconstrutora. Mais além temos o caso da Câmara Municipal que afirma construtora, beneficiada com vários reajustes, após a entrega,já estava caindo e teve o firme e veemente protesto do Presidente daCâmara Quintino Augusto de Oliveira, que resultou somente em re­mendos. Testemunhas disso temos os vereadores Salomão Silva, Sa­lomão Melgar, Abrahào Azulay, Antônio Macedo, Francisco No­gueira e outros. E a firma nada sofreu a não ser fazer os reparos e re­mendos.

É necessário terminar com os reajustes e também exigir que secumpra o prazo de contrato. Por que as pequenas firmas cumprem eas grandes não?"

CAMPO DE AVIAÇÃO E AEROPORTO ESTÃO DESAMPA­RADOS

Nosso Campo de Pouso - Aviação - foi construído por de­terminação do Presidente Geisel. Desejava o nosso Presidente àque­le tempo, conforme declarou cm Porto Velho, em sua visita, que fos­se construido um campo de pouso com três mil metros de pista, comum mil de desmatamento de cada cabeceira para apoio dos aviõesMirage e F-S. Já naquela ocasião o grande Presidente previa osacontecimentos do Atlântico Sul- Ilhas Malvinas - e também osacontecimentos na América Central, abrangendo todo o Caribe quetambém tem reflexo sobre nós, com pedido de Norte América quefoi rechassada, para que mandássemos tropas para lá. Ao pronun­ciar a construção de nosso campo de pouso, o Presidente ficou tãoemocionado que refletiu no seu semblante alegria imensa do seu ato.

Imediatamente deu a ordem de construção. A Câmara tomouconta das obras. Nada demorou. Foi entregue às pressas à coletivi­dade com ato solene e grandes alegrias.

Entretanto o campo de pouso não teve as dimensões que o Pre­sidente Geisel desejou, ficou somente em 1.800 metros de cumpri­mento e as cabeceiras com pouco de desmatamento. O Aeroportofoi tão pequeno que somente para um diminuto movimento podesatisfazcr. Outro grande defeito é quc ficou do lado de lá da rodo­via, aumentando dois quilômetros para lá se chegar. Os aviões so­mcnte são vistos em uma pequena área quando pousam ou chegamali.

Porém o pior de tudo é que não tem água. Os banheiros vivemsujos e imundos a toda hora, conforme constatamos e todos os avia­dores. Não tem luz, se houver uma necessidade, terão que requisitarveículos para iluminar o campo. Todos os dias sobrcvoando a nossacidade, pela noite e madrugada, passam DC-lO e Jumbo, com desti­no aos EEUU e Lima, assim como Caracas; pelo dia temos osBocings da Cruzeiro e VASP com destino ao Acre e que podemosser o ponto de apoio de tudo isso. Vem depois a falta de telefone tãoimportante para uma necessidade. Até agora os aviões sem ser decarrcira sobrevoam para que os taxistas saibam que precisam decondução. Mais além vem o rádio farol tão importantíssimo e quesc acha a muitos quilômetros de distância. Para sacrifício de tudoisso ainda temos a falta de asfaltamento da cidade até o Palheta, quetambém há necessidade de ser feito.

Page 19: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sc~ào I) Sexta-feira 20 6721

Apelamos para o ilustre Governador no sentido de sanar todasestas irregularidades, pois o povo não poderá pagar um s6 centavono asfaltamento, na extensão da linha telefônica, na limpeza dostoaletes nem em rádio farol nem em coisa alguma. Esta parte toda éobrigatoriedade do Governo e entidades, faltando apenas uma de­terminação e pedidos às entidades para sanar estas lacunas.

Do jeito que estamos indo somos eternos sofredores. Temosnossos direitos adquiridos por força de verbas e obrigações que ogoverno e entidades têm para com o povo que paga seus impostos,taxas e tantas outras obrigações."

O Governo é o culpado pelo abandono de Guajará-Mirim. O PMDB há12 anos combate a corrupção eo arbítrio do Governo de Rondônia. A funçãoda Oposição é fiscalizar, denunciar e asccnder ao poder pelo voto do povo.As oposições lutam pela democracia e combate os governadores "biônicos" eos prefeitos nomeados sem o voto do povo. Defendemos o direito de o povoeleger seus prefeitos em todos os Municípios brasileiros. Defendemos o povodas perseguições arbitrárias do governó e sua polícia. Combatemos a cor­rupção desenfreada em Rondônia.

A oposição busca o poder pelo voto do povo para através dele aplicarseus programas e metas. Não é função dos parlamentares da oposição empur­rar caminhões atolados nas estradas abandonadas pelo governo incompeten­te como esse de Rondônia.

A oposição tem a função de mostrar ao povo os erros e desacertos do go­verno e defender o povo da fúria administrativa e fiscal. Estamos combaten­do a chantagem fiscal do governo com finalidades eleitoreiras. Exigimos asprestações de contas dos prcfeitos "biônicos", cujos balancetes nunca forampublicados. Denunciamos os gastos assombrosos das verbas públicas, veícu­los e gasolina na prescnte Campanha Eleitoral.

O SR. JOst FREJAT (PDT - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, cerca de 75 milhões de crianças de países doTerceiro Mundo, de 8 a 15 anos, trabalham em tempo integral. Está aí incluí­do o Brasil. Essas crianças trabalham, não para ter ou guardar dinheiro parasi, mas para ajudar no sustento de suas famílias.

A CPI do Menor apurou a existência, em nosso País, de 25 milhões decrianças carentes. As crianças e os jovens são vítimas do regime capitalista,que elegcu o consumismo e a depredação dos recursos naturais, com o objeti­vo de faturar, de gerar lucros.

O trabalho obriga essas crianças a não freqüentarem a escola. Não rece­bem treinamento profissional que possa melhorar os seus conhecimentos eelevar a sua remuneração. Não têm o lazer e divertimento necessários à saú­de. Nenhuma oportunidade para uma vida melhor.

Seu trabalho destina-se à obtenção de meios para o ganha-pão. Sãocrianças que intcgram a força de trabalho.

Para um país, como o nosso, onde a filosofia da segurança nacional foierigida em dogma oficial, não haveria razão para que fossem as crianças omi­tidas da preocupação do Governo. A dramática situação das crianças revela ofarisaísmo do governo. dos tecnocratas, dos autores da política de segurançanacional.

O lazer, a oportunidade de brincar não são luxo para as crianças. São es­senciais ao desenvolvimento normal de sua saúde. O trabalho prolongado naidade infantil e do adolescente pode causar atraso mental e prejudicar o de­senvolvimento emocional do menor.

Para salvar essas crianças e o prôprio povo brasileiro torna-se urgentemudar o modelo econômico, devolver o governo ao poder Civil, limitar as re·messas de lucros para o exterior, acabar com a corrupção. Para essa jornada,é imprescindível participação do povo na política.

o SR. AMADEU GEARA (PMDB - PRo Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente,. Srs. Deputados, estamos muito próximos das eleições semque, no entanto, tenhamos certeza ainda se essas eleições vão representar efe­tivamente a vontade do povo brasileiro. O próprio General Golbery do Cou­to e Silva, em palestra na Escola Superior de Guerra, há dois anos, já afirma­va que era preciso existir um período de transição, que conduziria a umaabertura políticas que faria com que tivêssemos a retomada dos princípios bá­sicos da democracia para um regime estável, que recuperasse não apenas aconfiança nacional na classe política, mas, principalmente, que pudesse trazerà Nação um projeto econômico exeqüivel e que tentasse, portanto, superar asdificuldades hoje aterradoras ante a situação ca6tica da Nação brasileirafrente à gravidade dos problemas econômicos. Mas parece que o Governonão entendeu a mensagem do seu guru político, até há alguns anos, o General

Golbery, e coloca obstáculos de toda a natureza e de todas as formas, preten­dendo destruir essa manifestação livre do povo.

O PMDB estâ cumprindo seu papel e entende a importância do momen­to histórico: ou faremos a transição do regime autoritário para o regime de­mocrático pela via pacífica, pela via ordeira, pelo voto, ou pela outra maneiraque historicamente conhecemos, a da violência, da bala, do sangue, que abo­minamos até mesmo pela formação cristã que temos e por reconhecermos queum movimento que trouxessc a violência a este País conduziria a um retroces­so de muitos anos, o que seria altamente danoso para o futuro da Nação. Masa realidade é esta: não temos ainda o modelo da cédula única; a vinculação devotos é uma excrescência; a coincidência de mandatos trouxe para a campa­nha política um dimensionamento ao componente financeirto que nos assus­ta.

Esta Casa, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não tenho dúvida, na próxi­ma legislatura será formada pelos grandes milionários ou por grandes deve­dores, que poderão aqui chegar mediante distribuição de recursos financei­ros, ou por aqueles do lado do Governo que estão, de forma criminosa, usan­do os recursos do povo para suas campanhas políticas. No Paraná, por exem­plo, os desmandos são os mais assustadores. Temos conhecimento de que cer­ca de 100 veículos pertencentes ao Poder Público estão trabalhando com cha­pas frias, apenas em Curitiba, para fazer campanha dos candidatos do PDS.Temos conhecimento de que milhares de carteiras de motoristas frias estãosendo distribuídas. Quanto aos empregos, as pequenas prefeituras até da Re­gião Metropolitana de Curitiba estão hoje com um quadro de CLTs que ul­trapassa em dezenas de vezes o necessário.

Até outros fatos criminosamente praticados contra a legislação eleitoralestão acontecendo de forma impune. Ê o caso do Município de Guaratuba,no litoral paranaense, que, com 12 mil habitantes hoje, tem 1I mil eleitores.Trasferiram de Santa Catarina, de Joinville e mesmo de Curitiba e outras ci­dades mais de 4 mil eleitores para o Município de Guaratuba. O mesmo ocor­reu em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, e que hoje tam­bém tcm praticamente o mesmo número de eleitores em relação ao número dehabitantes. Esses elementos estão sendo comprados. O Governo está pagan­do para que aceitem a transferência do título.

Por outro lado, o Governo lá em Curitiba, através de fiscais da prefeitu­ra, está ameaçando de despejo os moradores das favelas, aqueles que têm seusbarracos construídos à beira dos rios, ameaçados de despejo, caso não con­cordem na colocação de plaquinhas de Saul e de Ney. Nem por isso estamosdesanimados.

Fazemos hoje essas denúncias, a exemplo de tantas outras feitas no coti­diano, quer nesta Casa, quer nas Assembléias Legislativas, através da impren­sa livre. Mas parece que há até mesmo uma anestesia na consciência nacional,que ouve falar de tais aberrações sem uma reação mais contundente. EstaNação parece empodrecida por uma política de 18 anos, e tudo que o Gover­no cometer de atrocidade com as instituições e a lei é natural. Há naturalida­de na sem-vergonhice, há naturalidade no manuseio dos recursos públicos emcampanhas políticas.

Pretende agora o Governo concentrar no Paraná o seu esforço básico,para ganhar as eleições, num trabalho que será desenvolvido no dia 15 de no­vembro, mas principalmente após o dia 15 de novembro. Pretendem, por cer­to, fraudar as eleições. Pretendem, por certo, mais uma vez, na calada da noi­te, através do lápis vermelho ou da manipulação dos votos nulos e em brancodar a Saul Raiz e a Ney Braga uma vitória que, por vontade do povo,jamaisterão.

Nôs estamos agora no trabalho de catequese, de ensinar o povo a votar.Nós dançamos, agora, de acordo com essa música, ilegal e imoral que o PDSnos impõe ou teríamos de tomar outro caminho que já citamos e não nos inte­ressa.

Lamentamos, porque estamos transmitindo às gerações futuras exemploque não engradece a consciência desta Nação, e estamos dando a outros paí­ses uma demonstração de republiqueta.

Apesar de tudo, a grandeza do povo brasileiro haverá de superar, comojá superou em outras épocas, esses 18 anos de ditadura e haverá de forjar umaconsciência nacional digna de ser legada aos nossos filhos.

O SR. CARLOS AUGUSTO (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é fato público e notório a dificulda­de que o País enfrenta com a falta de mão-de-obra de nível médico. Criou-se,na mentalidade da nossa juventude, a ídéia de que o diploma universitário se­ria uma espécie de "varinha de condão" para promissoras carreiras especiali­zadas, o que, infelizmente, não é a no.ssa realidade. O que se percebe, ao con­trário, .é a quantidade enorme de frustrados diplomados pelas universidades

Page 20: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6122 Sexta-feira 20 DI.4.RIO DO CONGRESSO NACIONil.LISeção I) Agosto de 1982

brasileiras a bater de porta em porta, com o diploma em baixo do braço, àprocura de um emprego em que possam desenvolver a massa de conhecimen­to adquirido na faculdade. "Jovens que lutam por um diploma, mas não en­contram colocação nesse mercado de trabalho saturado", segundo afirmou,recentemente, o Sr. José Medeiros, Secrctário de Educação do Estado dc Ala­goas.

Todavia, é também um fato inconteste que a universidade se torna, acada dia, mais elitista, pelos altos custos que representa para o aluno, seja naparte que se refere aos livros didáticos mínimos exigidos pelos cursos, cujospreços são astronômicos, seja pelas altíssimas mensalidades cobradas peloscursos particulares, essa acrescida dos preços dos livros, caso sc tratc dc uni­versidade pública ou privada, respectivamente, conforme o caso.

O estudante de classes econômicas menos privilegiadas não tcm outra al­ternativas que não scja a de lançar-se no mercado de trabalho, com a finalida­de de garantir seu sustento e o pagamcnto exigido para freqilentar a universi­dade.

No cntanto, para uma grandc maioria dc brasileiros, nem mesmo o sa­crifício para alcançar cssa utopia se transforma em realidade, uma vez que se­quer tem condiçõcs dc complctar o primciro c, mcnos ainda, o segundo grau.

Soma 20 milhões o total de brasileiros que, embora em idade própria,não recebem educação pré-escolar, fundamcntal e de nível médio.

O prôprio MEC reconhecc que, a faixa dos 7 aos 14 anos, 23 milhões decrianças são atendidas pelo sistema de ensino, ficando 7 milhões sem escola.No 2" grau há 3 milhões de matriculados, estimando-se que existe, potencial­mente, uma clientela de 5 milhões não atendidos pelo ensino médio. Isso semfalar do nível etário da pré-escola.

Para facilitar o acesso do jovem à universidade, foi criado o crédito edu­cativo. No entanto, a doença do diploma tem, no Brasil, longa vida e malefí­cios incalculáveis: não se estuda para aprender, mas para conseguir um diplo­ma.

A taxa de escolarização, a nível de 29 grau, está apenas em 16,8 por cen­to. A rede de escolas é pequena, devido ao fato de que os Estados devem con­centrar seus recursos no 19 grau. Enfim, inúmeras são as causas que tornamimprodutivo o sistema, sem contar com o elevado número de evasão de estu­dantes que, por motivos econômicos, sequer conseguem atingir esse nível in­termediário do ensino, por mais deficiências que o mesmo apresente.

Visando a sanar, ao menos em parte, tão grave mal, e procurando fazercom que um número cada vez maior de brasileiros tenha acesso à formaçãointermediária, de onde sairiam melhor preparado para um mercado de traba-.lho tão carente de profissional de nível médio, de cuja falta tanto se ressente oPaís, julgamos da maior valia a extensão dos benefícios do crédito educativopara os estudantes do 29 grau que, desta forma, teriam condições de comple­tar seus cursos, podendo melhor prepàrados, sair em busca de trabalho.

A comprovação do sucesso da implantação do crédito educativo, nãoobstante tanto movimento em contrário, está naS próprias estatísticas ofi­ciais. Em dezembro de 1980, por exemplo, divulgou-se que, durante os quatroanos de vigência daquela facilidade para o curso universitário, nada menosque 607 mil e 930 contratos já haviam sido firmados com a Caixa EconômicaFederal. Todavia, fica a rcssalva de que, limitado ao ensino superior, o crédi­to educativo, tal como é oferecido hoje, gerou um estímulo maior para o aces­so a faculdades de segunda classe, que, à exceção de um diploma, nada maistêm a oferecer ao aluno desavisado. As múltiplas distorções criadas pela bu­rocracia do nosso sistema educacional foram responsáveis pelo desvirtua­mento do programa.

Já que o MEC anuncia sua intenção de alterar as atuais diretrizes que re­gem o ensino médio, introduzindo a idéia de que a preparação para o traba­lho deve estar presente em toda a escola média, eliminando a atual divisão en­tre a educação geral e a especial, oferecendo preparo aos jovens dos 15 aos 19anos - para viverem na sociedade e compreenderem o mundo do trabalho ea dinâmica das hierarquia, - alterando essencialmente o conteúdo e a men­talidade do ensino atu"l, é mais que oportuno criar também condições fimm­ceiras para que nossa juventude tenha meios de '~nfrentar as despesas quecll.rs;·o acarreta. indu:~ive, e muita::;: \"(;;Z';'=;5, Gon-:I ~~:li~"'c pr,ôpria inPJ.nlJtew~~k;.

Sabedorcs, pois da int"[1\;ão do MEC de estender as bcncsscs do créditoeducativo para os ahJnos do 2° grau. g05t~rüHl105 de {I~~nx[lr de público o nos­so total irrestrito apoio :l tal m~dida" fuzendo votos para que u ~nesma sejaimplantada no mínimo tempo possivel, a fim de permitir à 1'0SS2 juventude oacesso 11 edueaç1l0 e ao trabalho.

O SR. GILSON DE BARROS (PMDB - MT. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, sabemos perfeitamente que é muito difícilpara o PDS vencer as eleições, porque, além de nadar contra a cGrrenteza, c1e

tem que carregar nas costas este peso pesado, que são Antônio Delfim Nettoc alguns outros Ministros do desgoverno que assola e asfixia a Nação. Sabe­mos que não é fácil esta luta para o PDS. É realmente difícil. Até certo ponto,não fôssemos raciocinar sob o aspecto moral e filosófico, acataríamos a utili­zação da máquina administrativa, como os governos estaduais vêm fazendoem todo o País, para garantir o mínimo de candidatos eleitos pelo PDS, tal­vez alguns a Vereador, outros a Prefeito, nas cidades onde a civilização chegacom mais dificuldades, onde a cultura, a politização e a conscientização che­gam de forma mais lenta.

Mas o que nos tem assustado é o excesso. Veja bem, Sr. Presidente, nósestamos preocupados com o excesso de pecados, não apenas com o pecado,como recomendou o General que preside a República. No meu Estado, nomeu querido Mato Grosso, agora é a própria polícia de trânsito, o DE­TRAN, que está sendo utilizada para conseguir alguma coisa na campanhado PDS. Os policiais param os automóveis nas ruas dos bairros mais afasta­dos e exigem dos seus proprietários carteira de habilitação, seguro, enfim,todo aquele material pertinente, que obrigatoriamente deve encontrar-se nointerior do veículo. Depois que encontram alguma irregularidade, chegam al­gumas moças a inocentes senhoras da alta sociedade e exigem que se preguemno automóvel do desditoso motorista adesivos e até pinturas a laquê do can­didato do PDS ao Governo de Mato Grosso.

Mais ao norte do Estado, o INCRA também passou a ser mobilizado.Agentes da Polícia Federal, alguns dos quais- até bem conhecidos pelos seuscrimes de homicídio, de tortura e de espancamento, se fazem passar por fun­cionários do lNCRA. Tivemos o desprazer de assistir recentemente, na glebaGuarantã, nas proximidades da gleba Maicá, a um espetáculo desses. Funcio­nários da Polícia Federal, travestidos de funcionários do INCRA, intimida­vam os colonos, ameaçando-os de que só receberão títulos do INCRA se ade­rirem ao PDS e retirarem das suas casas faixas e cartazes do PMDB.

Sr. Presidente, sabemos que sem fazer isso o PDS não ganha nada, nãoleva nada, pois cstá tão desmoralizado, quão desmoralizado está o Governobrasileiro. Mas o que nos surpreende é esse excesso da Policia Federal, cujosagentes, passando por funcionários do INCRA, coagem inocentes posseirosna região norte do Mato Grosso; é o excesso da ação de policiais do DE­TRAN, que fazem chantagem contra proprietário de veículos em Cuiabá.·t;contra isso que estamos aqui protestando.

Agradecemos a oportunidade que nos foi dada para que denunciássemosà Nação aquilo que acontece em Mato Grosso e que possivelmente vem ocor­rendo em outros Estados brasileiros em f}ice da ânsia que têm alguns Gene­rais de permanecer. no poder, nesta desditosa República brasileira.

o SR. OSMAR LEITÃO (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)~ Sr. Presidente, Srs. Deputados, na crítica às. diretrizes para a economiapraticada no Governo do Presidente Figueiredo, o problema do desemprego,que seria uma das suas mais funestas conseqilências, avulta como o argumen­to de maior escolha para a negação do modelo econômico como um todo.

Essas vozes discordantes - que pretendem exercitar uma oposição semmuita sustentação nos fatos e fenômenos, internos e externos, que influen­ciam o comportamento da economia - diminuem hoje a tonalidade de suasreclamações, ante a realidade atual do quadro de emprego em todo o terri­tôrio nacional.

A taxa média de desemprego, computadas as seis principais regiões me­tropolitanas do Pais, apresentou em maio último uma queda de 0,58 pontopercentual em relação ao mês de abril, correspondendo a 6,37% da populaçãoeconomicamente ativa. Esses números, procedentes de pesquisas do IBGE,confirmam a queda de 1,91 ponto percentual no número de desempregados,em relação ao ano anterior.

Isso significa, sem nenhuma dúvida, que o País conseguiu deter a tendên­cia de aumento progressivo dos índices de desemprego, retomando a linha as­cencional indicadora de maior oferta de ocnpações.

As informw;ões divulgadas durante o último recesso legislativo vêm cor­robor':'F aquela e;cpeetaÜ,\.ra. As taxas d,~ deser..r1prego ~/oltaram a cair. pda ter=G(;jl"[l 'Jex consecUltiv9. 9 no l11E;s de junho. nas re~:erid2.s regiô7~s< sülkHn-crJJldo ~l

opiniàtJ de que o pfJJblenvJ. - a continuar o creschnento da of:::;rtD. dr;; ernprt:=gos - já. não COI1stiltui nHJtivo de tão ~~êria§ preocupw:;õ,e~,

j\la Capital do meu E!~tado~ a~;~jrH ccnno em Bdo Hm:izonLe e 5alvrrdofo

[lS tuxuo de desemprego foram as mais baixas já deiectadas pelo IBGE, desdeo início do ievantamento, em janeiro de 1980. Para o Rio de Janeiro o índicef')Í de 6,4%; para Sào Paulo, 5,25%; para Porto Alegre, 4,79%; Belo Horizon­te, 6.41 %; Recife, 7,45%; e, Salvador, 5,32%.

Esses índices, comparados com os de igual período há um ano, sugeremuma queda do nível de desemprego de 2,51 ponto percentual no Grande Rio.

Page 21: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 OIARIO DO CONGRESSO )\;AC'IONAL(Seção I) Sexta-feira 20 6723

São Paulo acusa 1,9 ponto percentual; Porto Alegre, 1,17; Belo Horizonte,2,57; Recife, 1,07; e, Salvador, 4,33. Em relação ao mês de maio, as quedasapontaram 0,37 ponto percentual para o Rio; 0,15 para São Paulo; 0,43 paraPorto Alegre; 0,46 para Belo Horizonte; 0,54 para Recife; e, 0,43 para Salva­dor.

É indesmentível, portanto, o declínio do desemprego. A taxa média,compreendendo todas as pessoas procurando emprego, tenham ou não traba­lhado antes, era de 9,16% em janeiro do corrente ano. Até 30 de junho, essepercentual desceu a 5,81 %.

O desemprego é, reconhecidamente, flagelo social que preocupa todas asnações. É inaceitável, por isso, a crítica que desconhece esse detalhe, o esforçoe essas últimas vitórias do Presidente Figueiredo, no combate permanente àscausas da queda da oferta global de empregos.

Os estudiosos da economia mundial apontam o desemprego, mais doque a inflação, como o principal problema dos governos ocidentais. Ã ex­ceção do Japão, a maior parte dos países teme o aumento do número de de­sempregados, ante a evidência de que as nações industrializadas terão cresci­mento econômico entre zero a 2% no corrente ano.

Essa perspectiva leva em conta que os Estados Unidos devem suportarum déficit de 10 bilhões de dólares, em 82, contra um superávit de 500 mi­lhões de dólares no ano passado. Dada a repercussão desse fato em todo omundo, ganha substância a previsão de um crescimento do número de desem­pregados, situando-se a estimativa em torno do equivalente a 8,67% da popu­lação ativa, naquela potência ocidental.

Para o Japão, todavia, não se espera mais do que 2%. A Europa, segundoessas previsões, deve contar com 30 milhões de desempregados em 1985, nãose indicando melhoria no quadro da Inglaterra, onde um em cada oito traba­

. lhadores está desempregado. Assinala-se, por fim, que no Canadá o índiceprevisto é de 8,2%, sendo de 8,8% na Itália, e de apenas 0,2% na Suíça.

A política de emprego, inserida no contexto maior do planejamento eco­nômico, está sujeita, como se vê, a eventuais fracassos, em todo o mundo.Não é privilégio brasileiro, portanto, o surgimento de dificuldades na área;privilégio nosso é que esses problemas, que demandam grande empenho dosgovernantes, encontram aqui soluções prontas e efetivas - como assinaladoem princípio - demonstrando que o Presidente da República nunca está de­satento em relação à questão social.

O assunto, dado a sua importáncia, não escapa também dos cuidados daComissão de Trabalho e Legislação Social desta Casa, que constituiu subco­missão para estudar as causas do desemprego e do subemprego no Brásil.Esse órgão regimental, dirigido com invulgar dedicação pelo Deputado Vi­valdo Frota, divulgou há pouco o resultado dos seus trabalhos, concluindopor sugerir uma série de providências destinadas a "aumentar a capacidadede geração de empregos na ecünomia nacional".

Segundo finaliza esse trabalho, não basta "a terapêutica keynesiana(política fiscal e monetária expansionista) para combater o desemprego",sobretudo quando aplicada independentemente de outras providências. As­sim, sugere-se o estabelecimento de mudanças na estrutura fundiária; acriação de programas de colonização para agricultores de média e baixa ren­da (com a finalidade de sua fixação ao campo); a combinação de subsídios aocapital com os respectivos reflexos na utilização do fator trabalho; a difusãode padrões tecnológicos de maior absorção de mão-de-obra; a desestimulaçãode "pacotes" tecnológicos intensivos de capital; o reforço dos programas deformação e especialização da mão-de-obra; a intensificação de apoio finan­ceiro e tecnológico, além de incentivos fiscais, à pequena e média empresa e àpequena e média propriedade rural, como tradicionais grandes ocupadorasde mão-de-obra; e, a reestruturação das funções institucionais do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço - FGTS.

Conforme esclarece o ilustre parlamentar amazonense, recordando ateoria geral de Keynes, "pode haver desemprego insusceptível de ser elimina­do automaticamente, ainda que o mercado de trabalho experimente um regi­me de perfeita competitividade.

O volume global de emprego não guarda correlação com o nível dos sa­lários nominais, mas com a demanda agregada, seja pelo aumento dos gastospúblicos (política fiscal), seja através de uma política monetária expansionis­ta".

A terapêutica heynesiana consistiria, portanto, em que os governos deve­riam manter orçamentos deficitários, para obedecer à regra das economiasem adiantado estágio de desenvolvimento, qual seja: experimentar níveis in­cômodos de desemprego. Os economistas clássicos, como se sabe, defendemao contrário, a situação de pleno emprego.

No Brasil, ainda como ensinado no trabalho em comento, as teorias eco­nômicas esbarram numa dualidade de causas para a ocorrência do desempre­go. Fatores de ordem estrutural centralizam-se no fato de a economia, aindaem torno do ano 50, ter a atividade primária como principal gerador de em­pregos.

Naquele ano, "60% da população economicamente ativa empregada ti­nha como fonte de trabalho as atividades agropastoris. No meio urbano, a in­cipiente indústria tradicional, a despeito de historicamente grande absorvedo­ra de mão-de-obra, dividia com o terciário a condição de fonte complementarno contexto global da geração de empregos, essencialmente por suas limita­das proporções em número e porte. No mesmo ano, a indústria empregavacerca de 14% da força de trabalho, enquanto os serviços ocupavam cerca de26%.

Iniciada a industrialização do País, através do processo de substituiçãode importações, cujo auge se verifica na década de 50, observou-se acentuadataxa de crescimento do emprego no meio urbano. Tal acréscimo, todavia, sedeu com maior intensidade no setor de menor produtividade, qual seja o setorserviço.

O setor industrial não se mostrou capaz de absorver mão-de-obra nemmesmo na proporção do crescimento da força de trabalho empregada. Em1960, os dados do censo demográfico realizado naquele ano revelam ter havi­do um decréscimo no nível de emprego na indústria, comparativamente como que havia sido constatado em 1935.

Apesar da década de 50 coincidir com o período de mais intensa indus­trialização do País, a agricultura ainda constituía a principal fonte de empre­gos da população, com cerca de 54% da força de trabalho.

Essa situação se dá em concomitância com a canalização de elevado con­tingente da força de trabalho para o setor serviço, em face da inaptidão do se­tor industrial para oferecer suficientes oportunidades de emprego, "deixandoclaro que a expansão não criou oportunidades adicionais para ocupação damão-de-obra.

Acrescente-se que "o sucesso da política de substituição de importaçõesnão estaria garantido sem a conceSsão de favores oficiais que tornassem omercado doméstico atraente aos grupos internacionais.

Tal estratégia gerou um padrão de uso intensivo decapitaI e insumos es­cassamente produzidos no mercado interno, acarretando, como conseqüêncianatural, a insuficiente absorção de mão-de-obra.

Malgrado o elevado crescimento do produto industrial, até período bemrecente, a capacidade do setor em absorver mão-de-obra tem sido efetivamen­te inferior às necessidades de geração de emprego".

Some-se a isso um elenco de causas conjunturais, comuns às economiasdo mundo ocidental, resultantes da opção pelo sistema capitalista. De 1964em diante, "o Brasil lançou-se a um estilo de crescimento cuja característicafundamental foi o aprofundamento de suas ligações com o capital internacio­nal, especialmente com o financeiro".

O aporte de capital estrangeiro, destinado a suportar o desenvolvimento,impôs determinado grau de dependência externa, tornando a economia vul­nerável às flutuações cíclicas da economia mundial.

A crise do petróleo agravou o quadro das nossas dificuldades externas,obrigando o País a contrair novos empréstimos internacionais, a fim de hon­rar os encargos da dívida.

Buscando no mercado financeiro internacional os recursos para o finan­ciamento dos investimentos de que carece, o Brasil deparou-se com a escassez

. de recursos no mercado financeiro internacional, o que determinou a con­tração dos investimentos, a desaceleração da economia e a promoção de refle­xos negativos no sistema produtivo e no mercado de trabalho.

Assim, conclui o estudo, "a conjugação de políticas de efeitos deletériosconvergiu em direção ao atual quadro de dificuldades que experimenta a eco­nomia nacional. Numa conjuntura recessiva, o primeiro agregado a refletir osefeitos da crise é o nível de ocupação da força de trabalho".

Registra-se, por fim, a lição de Matthews, no seu "O ciclo econômico",sobre as fases conjunturais características do sistema capitalista de produção,que marcam os períodos de flutuação do emprego e da renda: "Em quase to­dos os países, desde quando começaram a se industrializar ou entrar em con­tato com as nações industriais, o caminho do crcscimento cconómico se mos­trou pontilhado de flutuações da renda e do emprego".

De tudo exposto, pode-se concluir que se nem sempre a alternativa cor­responde ao resultado pretendido, restam-nos esforço e dedicação para perse­guir opções mais válidas para o contorno das momentâneas dificuldades eco­nômicas.

Page 22: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6724 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1982

Mais importante do que criticar cada um dos insucessos da economia,que de resto não constituem saldo de omissões ou de incompetência, é com­preender que o nosso País tem potencial para enfrentar e superar os proble­mas que, como a inflação e o desemprego, afligem a quase totalidade dasnações do Ocidente.

O projeto de Governo, como um bloco maciço, não será condenado por­que, em dado momento, subiu a taxa inflacionária ou caiu a oferta de empre­gos. Essas conseqUências de fatos econômicos de variada origem são compo­nentes de um processo já identificado e - o que é mais importante - com so­luções encaminhadas e positivamente testadas.

Tendo presente os primeiros bons aspectos da reação da economia, sónos cumpre confiar em que o zelo, a dedicação e a capacidade profissionaldos ministros da área econômica levarão a bom termo o projeto de desenvol­vimento, eliminando um a um todos os obstáculos à marcha firme e contínuado nosso País na ascensão ao patamar das grandes potências.

O SR. FREITAS NOBRE (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nosso companheiro Otacílio Rodri­gues da Silva, Vereador à Câmara Municipal de Piquete, faz chegar às nossasmãos as reivindicações dos servidores da fábrica do Ministério do Exércitolocalizada naquele Município e que tem sido objeto constante de reclamaçõese pronunciamentos nossos desta tribuna.

Assim, chamamos a atenção do Governo para a situação dos ocupantesdo cargo de Agente Administrativo SA-80 I, aprovados em concurso em 1979.

Exerciam eles a função de artífices especializados de pirotécnica.Foram aprovados, e a homologação do concurso ocorreu em junho de

1980. Assumiram o cargo de agente administrativo na referência inicial, 24,atualmente denominada NM-17.

Com o reposicionamento da classe agcnte administrativo, já concedidoinclusive aos inativos, a referência inicial dos beneficiados passou a ser 31, ouseja NM-24, e, conseqUentemente, os agentes administrativos concursadosem 1979 ficaram preteridos, isto é, não foram reposicionados, continuaramna referência NM-17.

Não se explica nem se justifica a preterição dos novos agentes adminis­trativos, se na época do reposicionamento elesjá exerciam o cargo. Ora, o be­nefício, segundo o BI nO 129jDGB, de 10-11-80, fora concedido a partir de 11de outubro daquele mesmo ano.

Mesmo o preceito constitucional de salários iguais para funções iguaisestá sendo desrespeitado.

Outro problema que precisa ser examinado com espírito de justiça é o re­lativo aos servidores contratados pela CLT pela Fábrica de Piquete, atravésdo Ministério do Exército.

Em 1970, foi estabelecido pelo Governo Federal o regime celetista deno­minado CLTjM.Ex.

No regime CLT jM .Ex., o trabalhador é classificado indistintamente au­xiliar de artífice, seja ele Operador de Máquinas, Torneíro-mecânico, Ajusta­dor, Carpinteiro, Fresador etc.

Segundo a legislação trabalhista, o período de 2 anos é o máximo previs­to para um auxiliar. O trabalhador com mais de 2 anos tem que ser automati­camente promovido, pois não é mais auxiliar. Tem essa medida o objetivo deevitar que empregados inescrupulosos mantenham por vários anos como au­xiliar o trabalhador já devidamente preparado, pagando-lhe salário irrisório.

Na fábrica do Ministério do Exército de Piquete ocorre o mesmo fato.Trabalhadores com dez, onze e até doze anos de serviços prestados, excelen­tes profissionais, continuam classificados como auxiliares de artífice. Atémesmo a anotação do mesquinho salário em sua Carteira Profissional dificul­ta a procura de um outro emprego. Quando esses profissionais solicitam me­lhorias, recebem como resposta que não há vagas para cargos melhores, po­rém os fatos contestam essas alegações, pois muitas aposentadorias vêm ocor­rendo, durante todo esse período nos quadros de funcionários.

Vale, porém, ainda, destacar os desníveis salariais entre os servidorespúblicos relativamente às mesmas atividades nas empresas privadas ou, atémesmo, nas empresas públicas.

Se é necessário corrigir a injustiça que alcança os servidores celetistas, étambém indispensável uma revisão no quadro de vencimentos do servidor es­tatutário. Com o Plano de Classificação de Cargos, em 1975, houve melhoriasubstancial nos vencimentos porém, com o passar dos anos, os sucessivos rea­justes anuais não acompanharam o nível inflacionário, acarretando, em con­seqUência, um achatamento salarial do servidor. Além disso, é preciso que sediga que há servidores ganhando salário mínimo.

Não se trata simplesmente de um apelo.

O Governo está na necessidade e, por que não dizer, na obrigação de ree­xaminar os problemas expostos e dar-lhes uma solução rápida e eficaz.

O SR. PEDRO CORRftA (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, em sua qualidade de Líder em Exercício doPMDB nesta Casa, a Nobre Deputada Cristina Tavares ocupou esta tribunaem dia da semana passada, para, em discurso eivado de incorreções e aleivo­sias, tentar levar a opinião pública a tirar conclusões errôneas a respeito da si­tuação política em nosso Estado. Trago hoje alguns reparos necessários àque­la fala intempestiva.

Em primeiro lugar, queria lembrar não só àquela Deputada, mas a todaa Oposição, que, a esta altura do ano, só duvidam das boas intenções do Go­verno Federal em honrar sua palavra, realizando as eleições de 15 de no­vembro próximo, os insensatos, os mal-intencionados e os inimigos da demo­cracia e do povo. Já b até desnecessário falar-se mais sobre este assunto. Sãotantos e tão conclusivos, de repetidos e categóricos, os passos que o GovernoFederal tem dado naquela direção - a da plena e cabal realização do calen·dário eleitoral para este ano - que é melhor não se falar mais nisso. Aqui,sim, é que se aplica perfeitamente a máxima usada pela Nobre Líder doPMDB: "Os cães ladram, e a caravana passa".

Outro assunto sobre o qual não se deveria falar mais, Sr. Presidente, é otriste episódio em que se teria envolvido, aqui em Brasília, com pessoas de suafamília, o Senador Marcos Freire, candidato do PMDB a Governador dePernambuco. E não se deveria tocar mais nesse escabroso assunto, porquecada vez que nele se mexe o ar fica um pouco mais empresteado do que devia.A Oposição, entretanto, insiste em querer remover aquelas imundícias, conse­guindo, com isso, apenas e tão-somente, consolidar cada vez mais a suposiçãode que é um assunto que agrada sobremaneira ao PMDB próprio, isto é, en­xovalhar um pouco mais o nome do Senador pernambucano.

Quanto a nós, Srs. Deputados, queremos apenas ressaltar, outra vez, queo ex-Governador Marcos Maciel, ex-Presidente desta Casa e atual candidatoao Senado pela legenda de nosso Partido, bem como o Governador de Per­nambuco, José Muniz Ramos, são homens de bem, ligadas à melhor tradiçãoda família pernambucana, e não pactuam, nem ativa nem passivamente, como tipo sórdido de propaganda eleitoral que está sendo usado em nosso Estadoe que está sendo alimentado quiçá pela própria Oposição, para tentar confun­dir a opinião pública de Pernambuco. O povo, entretanto, como sempre, sa­berá, com a intuição e a sabedoria que lhe são características, separar na horacerta o trigo bom do mau joio. É só esperar, para ver.

A respeito de supostos casos de violência por parte de .autoridades doGoverno de Pernambuco, é muito cômodo para a Nobre Deputada CristinaTavares, Srs. Deputados, valer-se de publicaçÕeS da imprensa.diária e sema­nal, em órgãos notoriamente adversários do Governo, para veicular acu­sações que não estão provadas. Todos sabemos que acusar é muito fácil. É fá­cil e cômodo demais soprar balões que estão passando, sem saber de onde vié­ram e para onde vão e que mensagem estão carregando, contanto que elespermaneçam no ar. Esse expediente, entretanto, não fica bem nas mãos c noslábios de pessoas responsáveis, que trazem para esta Casa a grave responsabi­lidade da representação popular.

O Partido Democrático Social não necessita desse expediente para ven­cer as eleições em meu Estado, porque está escudado fortemente na reali­zação de uma administração eficiente, capaz e honrada, voltada para os inte­resses do povo.

Vale lembrar, ainda outra vez, Sr. Presidnete, que os que hoje são candi­datos a Governador Estadual, em qualquer Estado brasileiro, devem esse"status" ao projeto de eleições diretas de autoria do Governo, projeto esseque, com outras notáveis realizações do Governo dó Presidente Figueiredo,faz parte da famosa "mão estendida" que muitos ainda tentam ridicularizar,mas sem êxito, porque o povo saberá muito bem reconhecer, na hora exata,onde está a verdade e onde está a falácia. O povo do Nordeste, por exemplo, eo de Pernambuco em particular, sabe muito bem, por mais que se queira en­cobrir a verdade com deblaterações inconseqüentes, que os recursos, emmontante sem precedentes, que estão sendo empregados naquela região porparte dos mais diversos órgãos federais, não têm carâter eleitoreiro, mas vi­sam a resolver problemas sérios, alguns deles resistentes de décadas, com oobjetivo único e exclusivo de atender a reivindicações populares inadiâveis.Se a Oposição quiser falar em corrupção leiçoeira, deve ir buscar a inspiraçãonão em Pernambuco, mas sim no Rio de Janeiro ou no Pará, onde o Governodo PMDB, no Rio, e o Governo pró-PMDB no Pará, estão usando e abusan­do, às pamparras, do direito de querer iludir o povo.

Quanto aos mais, Sr. Presidente e Srs. Deputados, vale a pena lembraroutra vez a assertiva histórica, mas sempre atual, de Abraham Lincoln: "É

Page 23: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sexta-feira 20 6725

possível iludir parte do povo, parte do tempo; é possível iludir todo o povo,parte do tempo; é possível iludir parte do povo, todo o tempo; mas não épossível iludir todo o povo o tempo todo".

Em novembro próximo, o povo de Pernambuco vai mostrar ao Brasiltodo quem está falando a verdade e quem está mentindo.

Era o que tinha a dizer.

o SR. HtLIO DUQUE (PMDB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, a realidade habitacional brasileira, como deresto a qualidade de vida do nosso povo, é perversa, desumana, anticristã,portanto, demoníaca. O déficit habitacional supera os 8 milhões de unidadeshabitacionais. Hoje 49 por cento dos brasileiros vivem no nível abaixo'da mi­séria absoluta, e 25 por cento estão na condição de integral indigência. En­quanto isso, a riqueza se concentra, sendo o Brasil o país onde 10 por centoda sua população detém 52 por cento da renda nacional, ficando 50 por centoda população com 13, I por cento da renda nacional. O governo que aí estáconsolida o pacto tecnocrático-militar, servindo aos interesses da elite, quan­do a maioria dos despossuídos e marginalizados são lançados na estrada davida como animais, destituídos dos seus direitos mais elementares.

Entre tantos centros de punição ao nosso povo, o BNH desponta comoum dos mais perversos instrumentos de uma política anti-social. Foi desvir­tuado das suas finalidades iniciais, já que se tirou do trabalhador a estabilida­de do emprego, do tempo de serviço, para gerar recursos para um programahabitacional de envergadura. Hoje consta-se o seu fracasso, porque se trans­formou numa instituição financeira destituída dos compromissos mais ele­mentares com os trabalhadores, vale dizer, os segmentos de baixa renda. E odesvirtuamento dos programas habitacionais encontra-se refletido aqui mes­mo, em Brasília, onde um grande número das suntuosas mansões dos LagosNorte e Sul tem recursos do Sistema Financeiro de Habitação, como matrizde financiamento. A habitação popular institucionalizou um tipo especial decorrupção, que começa na compra dos terrenos supervalorizados, para atin­gir a própria qualidade dos materiais de construção utilizados para a edifi­cação das casas populares.

A isso some-se a falta de critérios sérios de atendimento aos programasde infra-estrutura dos conjuntos habitacionais, onde o trabalhador, adquiren­te da casa própria, vai viver. Em Londrina, esta questão está assumindo con­tornos de calamidade pública.

A quase totalidade dos conjuntos habitacionais edificados pelo BNH co­meça a gerar problemas gravíssimos para os seus residentes e para a comuni­dade, que não pode deixar de ficar solidária com as suas justas reivindicações.O interesse do BNH parece que termina logo após a compra do terrer:o e aedificação das residências.

Atualmente, na área dos chamados "Cinco Conjuntos" do BNH, a falta,'de prioridade aos investimentos sociais é flagrante. Não bastasse a qualidadedo asfalto, de péssima qualidade, alguns trechos feitos há um ano estão re­bentados e até fora das especificações técnicas. E esse crime passa a ser pagopelos milhares de habitantes daquele núcleo. Não se punem, nem se chamamà responsabilidade os maus administradores dos negócios públicos.

A questão educacional, por exemplo, assume foros de calamidade públi­ca e, mais do que isso, de um crime adredemente montado, com perversidadesatânica, contra os filhos dos moradores daqueles conjuntos. Graças à po­sição firme e de liderança indiscutível dos seus moradores, congregados nasua Associação, sob a liderança de jovens idealistas e de firme formação cris­tã, a questão passou a ser amplamente debatida. Na área dos "Cinco Conjun­tos" não existe um ginásio diurno, nem tampouco colegial. E lá vivem maisde 40 mil pessoas. No conjunto Violin, com 1.500 casas, as crianças não po­dem freqüentar a escola, por que não existe um Grupo Escolar. No conjuntoMister Thomas, com 560 casas, nada existe. E por aí vai a irresponsabilidadedo BNH e dos administradores municipais, gestores do programa habitacio­nal. Como pode alguém que tem filhos de 7 até 14 anos de idade viver numacidade como Londrina, onde a educação elementar está impedida? Por quenão se edifica um núcleo destinado ao aprendizado? É como perguntam osseus moradores: "É justo que na área dos "Cinco Conjuntos", área maior doque Rolândia e Cambé em habitantes, não haja um ginásio diurno ou notur­no"?

É por isso que os jovens católicos da área dos "Cinco Conjuntos", setornorte da pastoral da juventude, desde o começo do ano vêm realizando inten­sas pesquisas para diagnosticar a gravidade dessa realidade escolar.

Do Governador do Estado ao Prefeito Municipal d~ Londrina, contatosjá foram mantidos, visafido a corrigir essa realidade cruel que a todos nósagride. Infelizmente, de concreto, até agora, nada foi feito.

É dever do Ministério do Interior, através do Banco Nacional da Habi­tação, atacar de frente essa realidade. É função do Governo Federal agir jun­to às autoridades estaduais do Paraná, bem como junto à Prefcitura de Lon­drina, no sentido de resolver esse problema de enorme gravidade, um verda­deiro genocídio educacional contra jovens que brotam para a vida e quevêem, pela omissão das autoridades, as suas oportunidades educacionais con­tidas. É o apelo que fazemos da tribuna da Câmara, no sentido de que se bus­que uma solução, imediata, para tão ingente e preocupante questão.

O SR. JORGE CURY (PTB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)­Senhor Presidente, Srs. Deputados, o Governo, principalmente através depronunciamentos do Sr. Presidente, da República, sempre tem acusado asoposições de somente criticarem a atual situação política, social e econômicado País, e de não apresentarem soluções alternativas para os graves proble­mas nacionais. Tais acusações certamente não encontram guarida na realida­de dos fatos, pois em 1980 deu entrada, nesta Casa, o Projeto de Lei n~

4.248/80, de minha autoria, "que institui a Caderneta de Controle do Fundode Garantia do Tempo de Serviço e dáoulras providências", já tendo sidoaprovado em todas as comissões técnicas da Casa, apresentado na Ordem doDia para apreciação no dia 29-6-82, quando foi adiada sua discussão por dezsessões.

Através de noticiários da Imprensa, tomei conhecimento, a propósito doassunto, de que várias autoridades têm feito as seguintes declarações:

- "A criação de uma Caderneta para controle do saldo dos de­pósitos do FGTS pelos trabalhadores está sendo examinada peloMinistério do Planejamento, a partir da proposta do Deputado Jor­ge Cury (PTB"RJ). Concretizada a medida, à qual o Ministério doPlanejamento é amplamente favorável, pelo menos 25 milhões detrabalhadores - contingente caleulado dos optantes do FGTS ­teriam acesso ao movimento dos recursos depositados pelas empre­sas em contas bancárias, através de documento gratuitamente forne­cido pelo BNH (...)". (Dr. Akihiro Ikeda, Chefe de Assessoria deEconomia do Ministério do Planejamento - Correio Braziliense.27-5-81.

- "O Ministro Murilo Macedo confirmou ontem que só fal­tam os últimos acertos com a rede bancária para que seja instituídaum Caderneta, através da qual qualquer trabalhador brasileiro po­derá solicitar das agências bancárias um extrato do recolhimento doseu FGTS..." (Murilo Macedo, Min. Trabalho - Jornal do Brasil,7-5-82).

- "A Carteira que o BNH instituir, para que o trabalhadorpossa controlar seu FGTS, deverá ser lançada nos últimos mesesdeste ano, informou ontem o Chefe do Gabinete do Ministério doInterior, Luiz Urquiza Nóbrega". (Correio Braziliense, 15-5-81).

- "Nos dois primeiros meses de 1983, o Governo distribuirácerca de 50 milhões de cadernetas do FGTS a trabalhadores de todoo País, segundo revelou cm Brasília o Ministro Mário Andreazza,do Interior, que discutiu o assunto ontem com o Presidente da Re­pública...". - (Jornal Última Hora, 17-8-82).

Assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados, é com grande satisfação que que­ro registrar nos Anais desta Casa que o poder Executivo está interessado emdar andamento às idéias básicas de projeto de autoria de um líder da Opo­sição, com medidas que - mesmo que não sejam tomadas, mais uma vez,através de aprovação neste Plenário - serão realizadas por aquele Poder, be­neficiando entre 25 e 50 milhões de brasileiros, conforme transcrições acima,os quais agora poderão ser informados, com maior presteza e dentro de cadatrimestre, pelo menos, de seus saldos recolhidos pelas empresas onde traba­lham.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ANTÔNIO ZACHARIAS (PDS - SP. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o desenvolvimento de novas tecno­logias que venham coibir os dramáticos efeitos do problema energético cons­titui a trilha comum, avidamente percorrida por quase todos os países domundo ante a perspectiva de maior agravamento da crise do petróleo e a pre­mente necessidade de serem assumidos novos comportamentos que garan­tam, com efetividade, a independência energética.

Atento à mudança de rumos, o Brasil, entre poucos países, soube corajo­samente responder ao desafio imposto. A alternativa do álcool jã é realidadeconsumada e vitoriosa. Temos, entretanto, a devida consciência de que outrasrespostas mais devem ainda ser oferecidas a tão grave problema, porquanto adefesa estratégica da economia nacional assim o exige.

Page 24: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6726 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção \) Agosto de 1982

o erro de se haver contado, até então, com um tipo preferencial de ener­gia foi suficiente para a severa aprendizagem da lição.

Assim, dentro da linha racional de exploração de novas perspectivas tec­nológicas, defendo, nesta oportunidade, que todo estímulo seja possibilitadoaos estudos ora desenvolvidos em torno da opção do hidrogênio como o com­bustível do futuro.

Acompanho, com otimismo, os progressos alcançados pelo Centro dePesquisa da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que já desen­volveu, com sucesso, equipamento que permite obter hidrogênio da água,através do processo e1etrolítico. O eletrolisador, cujo modelo foi conhecidohá 50 anos, ressurge como alternativa viável para o Brasil, dotado de grandepotencial hidrelétrico.

Tais pesquisas merecem todo apoio governamental, que possibilite suacontinuidade e rápida implementação. Trata-se, sobretudo, de se reconhecere acompanhar a notada tendência internacional nesse rumo. É fato inevitávela futura presença do hidrogênio na estrutura energética do País. Impõe-se,entretanto, que apressemos nossos passos na direção desse ansiado objetivo,uma vez que as possibilidades técnicas de seu uso como combustível já foramsuficientemente comprovadas, inclusive em diversos campos industriais.

Consumindo anualmente cerca de 300 mil toneladas de hidrogênio, dasquais uma parte é importada, urge que se ataque, com seriedade, a propostade total independência de sua produção, investindo-se numa política nacionalde hidrogênio que mobilize o setor, fortaleça os investimentos e assegure con­tinuidade aos estudos e projetos ora em execução.

São as minhas palavras.

O SR. ALCIDES FRANCISCATO (PDS - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a conduta do Presidente da Re­pública, mobilizando o otimismo da Nação, falando com franqueza sobre osaspectos negativos da atual conjuntura econômica e, sobretudo, prestigiandoo seu partido para as eleições de novembro está promovendo uma autênticareversão de expectativas, aconselhando mais realismo às previsões oposicio­nistas, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro, em Pernambuco, em Mi­nas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Quando o Presidente Figueiredo desembarcou ontem, em São Paulo,d~parou-se com uma recepção pouco comum: cerca de setenta líderes estu­dantis de diretórios e centros acadêmicos das universidades paulistasesperavam-no no aeroporto.

Desta vez, não exibiam cartazes hostis nem reivindicatórios; ao con­trário, saudavam o Chefe da Nação e anunciavam seu ingresso no PDS. Al­guns afirmaram ao Presidente ser tamanha sua admiração pelo desempenhodo Chefe da Nação, que gostariam de tê-lo como um pai.

Emocionado, com aquela franqueza que o caracteriza, o Presidente Fi­gueiredo agradeceu a confiança demonstrada e afirmou que sempre tivera es­peranças no sentido de ver entendida sua mensagem pelo idealismo dajuven­tude, principalmente universitária. Afirmou S. Ex':

"Impus-me, para isso, desde o início, jamais mentir ao povo,mesmo que isso fosse uma diminuição, um obstáculo, uma dificul­dade para o meu Governo."

Lamentou o Presidente, perante os universitários, não ter sido possívelobter, no campo econômico, os mesmos êxitos comprovados no campo polí­tico, mas revelou suas esperanças de que, a médio prazo, nossas dificuldadeseconômico-financeiras sejam superadas, graças ao espírito de luta e ao tradi­cional otimismo do povo brasileiro.

Saudando o Presidente, o universitário Alexandre Inojosa, presidente doCentro Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, disseque, no início do Governo Figueiredo, os estudantes foram às ruas, em pas­seata, exigir a anistia, a liberdade de imprensa, partidária e individual. "Ho­je" - completou - "verificamos que tudo aquilo que nós pedimos no passa­do a V. Ex' se realizou".

Falando sobre essas visitas presidenciais e seus pronunciamentos, o Sr.Carlos Átila declarou que a participação política do Chefe da Nação noscomícios é "uma atividade ligada ao exercício da democracia", pois o Presi­dente de um país democrático "não pode deixar de ser o principal impulsio­nador da promoção da participação popular na escolha das lideranças e dosocupantes de cargos eletivos no Pais".

Temos um homem ao leme. E, com Figueiredo, marchamos para as ur­nas ao lado da juventude estudantil e de todas as classes, para, em novembro,complementar a restauração da democracia representativa no País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

o SR. ROSEMBURGO ROMANO (PP - MG. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o povo brasileiro já não suportaos elevados índices de aumento dos juros cobrados pelos estabelecimentosbancários e pelos financeiros. Hoje existe uma "República dos Banqueiros"dentro do Estado brasileiro. Os maiores lucros são auferidos pelos bancos. Eo povo, em sua nunca negada sabdoria, já proclamou que os banqueiros têmalma gelada. Pensam apenas, e tão-somente, nos lucros. Vivem da especu­lação com o dinheiro alheio. E, sobretudo, contam com o benepláscito dasautoridades governamentais.

O custo de vida anda elevado. Os impostos sobem diariamente. Os in­dustriais, os comerciantes e os agricultores já não agílentam os impostos dire­tos e indiretos. Não há capital de giro que chegue. E, então, surge a figura dosempréstimos bancários. E, por mecanismos que não vêm aprovando na práti­ca, a título de estabilizar o mercado devido à lei da oferta e da procura, os es­tabelccimentos de crédito tiveram plena liberdade de taxar os juros pelos em­préstimos que concedessem.

A partir desse momento, Srs. Deputados, a ganância tomou conta do se­tor. Passou-se a exigir saldo médio; os juros, além de elevados, são desconta­dos já quando do empréstimo; a concessão de empréstimos passou a ser umaoperação casada com a de compra de ações do banco ou a realização de segu­ros em associadas desses mesmos bancos.

O resultado, Sr. Presidente, é que hoje a taxa de juros anda pela casa dos10% mensais. Isso em valor nominal, pois, a bico-de-pena, realmente esse per­centual é bem mais elevado.

As forças produtivas desta Nação não podem continuar pagando preçose condições tão elevadas. Os bancos precisam ser detidos nessa desenfreadaganância de lucros. O povo, Srs. Deputados, não pode continuar sofrendoesse esmagamento. Urge que as autoridades, do pouco que ainda lhes resta desensibilidade, tomem providências no sentido de conter essas manobras espe­culativas e gananciosas dos estabelecimentos bancários. O povo, Sr. Presiden­te, não agüenta mais tamanha opressão!

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a inflação de oito por cento em junho úl­timo não assustou o Governo e, durante o recesso de julho, três aumentossubstanciais foram decretados: o litro de gasolina passou de cento e vinte ecinco para cento e trinta e dois cruzeiros; o litro de álcool subiu de setenta etrês para setenta e sete cruzeiros; o açúcar refinado teve o seu preço majoradopara oitenta e cinco cruzeiros, antes custando, sessenta e três cruzeiros.

Assim, conseguiram nossas autoridades financeiras emplacar, novamen­te, os três dígitos da inflação, o que não lhes produz qualquer mossa, nem osfaz pensar, muito menos, nas conseqüências eleitorais dessa orgia aumentista.

Parecendo atender as reivindicações do mercado de capitais, o Governo,também em julho, decidiu isentar de taxação em 1983 o lucro imobiliárioaplicado na subscrição de ações de novas empresas privadas nacionais, quan­do, comentando a medida, declarou o Presidente da Associação dos Dirigen­tes de Empresas do Mercado Imobiliário - ADEMI, José Conde Caldas,que aquele setor ficou perplexo com essa medida, "típica de gabinetes fecha­dos de Brasília, que gerará desemprego, porque a construção, produzindomenos habitação, vai obviamente absorver menos mão-de-obra".

Considera, ademais, injusta a taxação a partir de 1984, porqu~ consideralucro a diferença entre o preço pago pelo imóvel e que exceder esse valor rea­justado com base na correção monetária.

Se, em junho, a correção monetária foi de cinco e meio por cento, a in­flação atingiu oito por cento, sendo aquela inferior principalmente ao custooa construção, já que a mão-de-obra absorvida, em grande parte, tenha sa­lários baixos, e, assim os reajustes pagos aos trabalhadores superam em dezpor cento o Indice Nacional de Preços ao Consumidor.

Os elementos ligados à construção civil consideram aquele ato "umgrande desestímulo, porque as pessoas que compram imóveis como investi­mento vão ter dificuldade para vendê-los, uma vez que ou se sujeitam ao pa­gamento do imposto, ou vão aplicar em ações, ou negociam a habitação, ga­nhando menos.

Esse tributo já existiu no País, no Governo Castello Branco, mas termi­nou por restringir-se aos lucros superiores a sete milhões e seiscentos mil cru­zeiros, porque o custo financeiro do imposto era superior à arrecadação.

A reincidência no erro mostra a desmemória do Governo, até para o ma­logro de experiências ditas "revolucionárias".

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOsf: CAMARGO (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, dentro da política de estímulo ao consumode álcool-combustível, o Governo acaba de instituir um programa de finan­ciamento de carros a álcool para táxis, com isenção do IPI e do ICM. Trata-

Page 25: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçànl) Sexta-feira 20 6727

se de uma medida justa e oportuna, já que favorece a aquisição do veículo eamplia o mercado interno para os carros a álcool.

Entendemos, por outro lado, que há outras reivindicações dos proprie­tários de táxis que merecem especial atenção do Governo: a concessão de fi­nanciamento para aquisição de motores a álcool e a permissão para fixaçãode propaganda nos táxis.

O financiamento de motores é uma alternativa interessante para o profis­siional do táxi e para o próprio Governo. Muitas vezes, um motor recuperadoou readaptado numa carcaça velha, mas conservada, funciona tão bem quan­to um carro novo, cujo preço foge à capacidade aquisitiva da maior parte dosassalariados. Além desse aspecto, temos que considerar que estará ampliada afrota nacional de veículos consumidores de álcool-combustível, o que contri­buirá para o fortalecimento do PROÂLCOOL.

Quanto à permissão para a fixação de propaganda nos táxis, coube-nos ainiciativa de defender a medida há um ano, em pronunciamento feito nestaCasa, quando então reverberamos reivindicação dos motoristas de táxi deSanto André, São Bernardo, São Caetano e Diadema, em São Paulo.

Não entendemos por que a publicidade nos táxis ainda não foi implanta­da no Brasil, pois é uma prática antiga em outros países ocidentais.

As lojas de material esportivo e as empresas fabricantes de cigarros e be­bidas dispõem de autorização para recorrer a todo tipo de artifício publici­tário e até os jogadores de futebol já poderão atuar como agentes publici­tários, depois da autorização dada aos clubes para fazer propaganda em suascamisas.

Os motoristas de táxis, autônomos ou empregados, necessitando de re­forçar sua renda, ficam impossibilitados de utilizar do mesmo expediente queseus colegas de profissão utilizam em outros países, já que o Governo aindanão regulamentou esta matéria. Esperamos que o faça com urgência, e nestesentido apelamos para o Ministério da Indústria e do Comércio e ao Conse­lho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária - CONAR.

O SR. SIMÃO SESSIM (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, entre os problemas que sempre me causaramgrande preocupação, situa-se a questão educacional no País, mormente os as­pectos que se relacionam ao ensino fundamental, porque atingem diretamen­te a formação das crianças e dos jovens.

Realmente, na qualidade de professor, ex-prefeito do importante e popu­loso Município de Nilópolis, e como Dcputado Federal, em permanente vin­culação com os profundos problemas populares, tenho manifestado reitera­damente a apreensão diante das sérias distorções que se verificam no setor,desde a falta de escolas para razoável parcela das nossas crianças, até as defi­ciências do ensino em seus diversos graus e a baixa remuneração dos profes­sores no Brasil.

Ao início do corrente ano letivo, fiz referências, em pronunciamento nes­ta Casa, aos elevados custos para se manter um filho na escola, seja para o pa­gamento das mensalidades na própria escola, seja na aquisição de livros etodo o material solicitado, cujos preços são reajustados consideravelmente acada semestre.

Esse é um fator que tem provocado enorme desestímulo ao ingresso oupermanéncia de crianças na escola, porque, na verdade, Sr. Presidente, para oassalariado, o funcionário público, o trabalhador de um modo geral, está-setornando verdadeiramente impossível adquirir os livros, os cadernos etc. paraseus filhos freqüentarem as aulas, principalmente porque há uma sistemáticaalteração desse material adotado nas escolas, impedindo o aproveitamentopor mais de um ou dois anos.

O sacrifício dos pais aumenta, portanto, cada vez que necessitam fazer amatrícula escolar dos filhos, ainda com o inconveniente, para o ensino em ge­ral, da contínua modificação dos livros apresentados e do inevitável compro­metimento dos níveis de qualidade da aprendizagem.

Por isso o meu apelo, naquela ocasião, para o Ministério da Educação eCultura estudasse uma forma de se uniformizar a adoção dos livros didáticospelas escolas de todo o País, repeitando-se obviamente as implicações de or­dem regional, e de maneira que se possa conceder ao livro vida útil bem maisprolongada da que hoje se observa.

Vejo com satisfação, poucos meses depois, que a primeira providênciadaí resultante é a portaria do MEC fixando em cinco anos a vida útil do livrodidático, fato que, permitirá a curto prazo a implantação e execução do Ban­co do Livro, que deverá distribuir mais de 15 milhões de livros, tão logo sejaimplantado, a alunos carentes de todas as regiões brasileiras.

Além disso, a Fundação Nacional de Material Escolar - FENAME, fir­mou convênio com o Banco Central, no valor de um bilhão de cruzeiros, parao financiamento à produção de material didático.

Outra notícia bastante animadora, Sr. Presidente, é a da existência de an­treprojeto, elaborado pelo MEC, já encaminhado ao Presidente da Repúbli­ca, modificando a Lei nQ56.892, do ensino profissionalizante, sem dúvida al­teração que se impõe, uma vez que a sistemática atual, antes de promover me­lhoria no nível de ensino de lQ e 2Q graus, acabou por determinar imperfeiçõesnesses dois segmentos básicos na formação escolar.

Espero que essas duas indispensáveis providências para melhorar o ensi­no brasileiro se façam acompanhar de uma total reestruturação nos critériosde alocação de recursos para a Educação, cuja carência de verbas constitui omaior entrave a esse setor tão importante e vital para os destinos do País.

Precisamos, Srs. Deputados, de um elenco de medidas que proporcio­nem amplas condições de atendimento a todas as crianças, desde a merendaescolar, inclusive em períodos de férias, até a instalação de muitas outras uni­dades, bem como a diminuição das despesas que os pais são obrigados a efe­tuar, junto às escolas e na compra de livros e outros materiais.

o SR. FRANCISCO LIBARDONI (PMDB - SC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, decorridos quase oito anos dachamada crise do pctróleo, pouco ou nada se fez para inverter a tendênciaconsumista crescente de derivados do petróleo.

É bem verdade que demora um prazo relativamente longo para se alteraro perfil energético de todo o País, e isso deveria ser mais um fator para a ime­diata tomada de decisões, já que seus efeitos virão a ocorrer em oito, dez oumesmo 15 anos.

Na verdade a crise não foi do petróleo e, sim, do sistema capitalista, e oque existe não é a falta do óleo, mas de moeda forte para comprá-lo, pelo me­nos por enquanto.

O Brasil, que não levou a crise a sério, praticamente nada fez paracombatê-la a não ser elevando vultosamente o preço do combustível para oconsumidor final, fazendo com que os automóveis financiassem o óleo com­bustível utilizado na indústria.

Na verdade, após inúmeras reuniões no Palácio do Planalto, o que res­tou foi o PROÂLCOOL, como única resposta brasileira para a crise do pe­tróleo. E assim a cultura de cana com a finalidade de produzir álcool invadiuas terras anteriormente ocupadas com gêneros alimentícios, arroz, feijão,mandioca, milho, e as áreas de pastagem para animais de leite ou corte.

O PROÂLCOOL trazia no seu bojo boas idéias: serviria como instru­mento para minimizar as desigualdades regionais, para desconcentrar a rendae a posse da terra. No entanto, o quevimos foi exatamente o contrário, con­centração dos grandes projetos nos estados mais ricos da Federação, a con­centração de grandes usinas nas mãos dos que já eram grandes, causando aenorme concentração da terra, da renda e, conseqüentemente, do poder. E ti­vemos a honra de presenciar de camarote o caminho inverso da democracia: aautocracia.

Para os detentores do poder é mais importante manter uma numerosafrota de automóveis particulares, manter o crescimento das indústrias auto­mobilísticas, do que investir em projetos de transportes coletivos, distribuirdemocraticamente a renda e a propriedade.

Não era necessário que os mesmos donos das indústrias que produzem oálcool fossem os donos da propriedade agrícola que produz a matéria-prima.A produção de cana-de-açúcar poderia ser dada aos pequenos agricultores,que a entregariam à unidade industrial como num sistema de cotas quejá nãoexiste mais.

Atualmente, 60% da cana moída pertence à própria usina e essa tendên­cia cresce rapidamente, se bem que mascarada por contratos de arrendamen­to e parceria que as usinas fazem com muitos proprietários agrícolas.

A justificativa para tal fato é descabida e serve apenas para acalmar osmais desinformados, não representando resposta honesta e coerente às ob­jeções da comunidade científica.

O dito é que a cultura da cana-de-açúcar só se presta para grandes pro­priedades, pois depende de grandes investimentos em maquinaria e demais in­sumos para se conseguir boas produtividades e ainda que os canavieiros jápossuem tradição e experiência na cultura.

Apesar de plantarmos cana-de-açúcar há mais de 400 anos, utilizando asmais modernas técnicas, nas grandes propriedades, com todo o maquinismopossível, o que a FAO nos conta é justamente o contrário, ou seja, nós somosos piores em açúcar do mundo canavieiro. A nossa produtividade por hectareé inferior à da India, Indonésia e Bangladesh, países reconhecidamentepobres e subdesenvolvidos.

Justamente no resto do mundo acontece o contrário, a cana-de-açúcar éproduzida em pequenas propriedades, às vezes menores que três hectares, e osresultados são bastante superiores aos nossos.

Page 26: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6728 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1982

Do que sobra disso tudo é que, mal planejadas as usinas, as grandesplantações de cana se concentram nas áreas cada vez mais restritas, empur­rando a produção de alimentos para as fronteiras agrícolas. Parece mesmoque é mais importante a produção de energia combustível que alimentos paraa população.

O que se coloca, contudo, é que somos um país muito grande e que te­mos área suficiente para produzir alimentos mais combustíveis.

Mas será isto verdade, Sr. Presidente?Se pensarmos que o Brasil possui mais de 8 milhões de quilômetros qua­

drados, naturalmente concluiremos que haverá espaço de sobra para isso.Contudo, o dilema não é quanto ao espaço (área agricultável), mas, sim,quanto ao tempo.

Aliás, comenta o professor Fernando Homem de Melo, da Faculdade deEconomia da USP:

"Admita-se até 1985 um aumento da população de 3% ao ano eleve-se em conta um conjunto de seis produtos básicos (arroz, feijão,mandioca, batata, cebola e milho), que deverão crescer de 4 a 5% aoano. Isso significa uma demanda por área cultivada de 13 milhõesde hectares para que a oferta cresça aos índices considerados. Deoutra parte, dado o problema da balança comercial brasileira e atendência de expandir a agricultura de exportação, essa deverá cres­cer em área cultivada de 12 milhões de hectares, totalizando 25 mi­lhões de hectares entre alimentos e gêneros exportáveis. A área exi­gida pelo PROÂLCOOL adicionará um total de 3 a 4 milhões dehectares até 1985, a fim de que sejam atendidas as metas da pro­dução do combustível. Assim, a demanda global de área deverá serda ordem de 28 milhões ou mesmo 30 milhões de hectares. Ocorreque, nesta última década, considerada razoavelmente boa em ter­mos de crescimento agrícola, a taxa anual deve ter sido de 3,2% e setal índice persistir, até 1985 isso representará uma disponibilidadede 11 milhões de hectares, em flagrante contraste com a necessidadede 30 milhões de hectares."

Considera-se necessário cultivar um hectare por pessoa para prover asnecessidades alimentares da população. Naturalmente grande parte da popu­lação brasileira não conhece tal situação, pois são excessivamente carentes emalimentos. Apesar de haver recursos naturais disponíveis, não haverá temposuficiente para explorá-los nas mesmas necessidades e à mesma velocidadeque cresce a demanda de alimentos, combustíveis e gêneros de exportação.

Os parâmetros da política atual nos levam a crer que entre os três ali­mentos, combustíveis ou gêneros para exportação - o primeiro é que faltará.

Os banqueiros internacionais já estão preocupados com o crescimentoda dívida externa brasileira; vide viagens do Sr. Delfim. Dessa forma há pre­mente necessidade de se exportar mais para equilibrar o balanço de pagamen­tos e conter as importações. Se exportar ê necessário para importar, e se o pe­tróleo é o que mais pesa nas nossas importações, ou importamos menos pe­tróleo (em volume, evidentemente), ou a primeira política (exportar) não darácerto.

Nesta linha de raciocínio, não podemos parar com o PROÂLCOOL,pois cada litro de álcool anidro adicionado à gasolina, ou ao álcool hidratadonos motores adaptados, representa menor importação no volume de petróleo,sem se considerar o aumento da frota de automóveis.

Ou expandimos a nossa agricultura acima dos parâmetros estatísticos,ou corremos sério risco de mais urna vez apertar o cinto do consumidor,corno se este já não estivesse bastante apertado.

Para nós, o povo, que não somos consultados nas políticas do País, epara os agrônomos, que também não são consultados nas decisões de políti­cas agrícolas, só resta aguardar o desfecho dos acontecimentos e esperar omelhor, pois o País de amanhã, o Brasil de nossos filhos, corre o risco de setornar inviável.

O SR. PEDRO COLLIN (PDS - Se. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, constitui, sem dúvida, em desafio de nossostempos a solução técnica e econômica do problema do deslocamento de gran­des massas nas metrópoles e cidades brasileiras e cujo sustentáculo de trans­porte urbano é de origem rodoviária.

No sentido de permitir um melhor exame do tema, o Sindicato das Em­presas de Transporte de Passageiros no Estado de Santa Catarina elaborou,no início do ano, urna série de oportunas sugestões, cujo registro e comen­tário objetiva divulgar esta proposta junto ao Governo Federal e ao Congres­so Nacional.

A tarifa do sistema de ônibus resulta em mero efeito. Qualquer ação paraser eficaz deve dirigir-se às causas dos aumentos. Em verdade, numa econo­mia inflacionária, as empresas não poderiam sustentar-se e sustentar a per­manência dos próprios serviços, sem os reajustes de suas tarifas. Apenas re­passam aos usuários os aumentos de seus custos e muitos deles podem sercontidos através de uma legislação de intervenção no domínio econômico, in­dispensável para compatibilizar a prestação desses serviços, pela iniciativaprivada, com as responsabilidades sociais que esses serviços envolvem.

A classe empresarial, premida pela explosão de seus custos operacionais,sugeriu, entre outras medidas, urna série de proposições, que constituem umanexo deste discurso que permitirão uma ação sobre as causas dos aumentosdas tarifas.

Tais medidas poderão assegurar o equilíbrio econômico-financeiro doesquema empresarial, o bom nível de seus serviços ao povo c provocarão tari­fas compatíveis com o poder aquisitivo dos usuários. O êxito depende da for­mação de uma corrente de opinião política favorável à aprovação das medi­das propostas, e ela deve provir de suas fontes mais autênticas, os executivos elegislativos minicipais, que vivem mais próximos desses angustiantes proble­mas da comunidade brasileira.

Teor das Sugestões

I - Congelamento provisório do preço do óleo diesel, com o diferencialde custos coberto pelo preço dos demais derivados. Tal proposição não podegerar qualquer distorção em face do total controle que o Conselho Nacionalde Petróleo exerce sobre o consumo das empresas, através de cotas estabeleci­das há cerca de 3 (três) anos.

2 - Criação da legislação do "vale-transporte", à semelhança da legis­lação do "vale-alimentação", para permitir aos empregadores o fornecimentode transporte aos empregados, por custos acessíveis.

3 - Adotar como conteúdo da Lei Orgânica dos Transportes Urbanos eSuburbanos, entre outros, as seguintes sugestões:

a) a previsão da Constituição de cooperativas de transportadores, isentade todos os impostos, com direito de adquirir, diretamente dos fabricantes,veículos, pneus e autopeças;

b) a criação de linhas especiais de financiamentos, para aquisição de veí­culos novos, reduzindo os elevados encargos financeiros pagos atualmentepelos transportadores e eliminando-se definitivamente o Imposto Sobre Ope­rações Financeiras desses financiamentos;

c) limitação dos aumentos dos principais insumos ao teto do INPC(Indice Nacional de Preços ao Consumidor) corno condição essencial paraque as tarifas se mantenham abaixo do referido índice;

d) eliminação de todos os impostos e taxas, a exceção do Imposto deRenda, incidentes sobre a atividade de transportes coletivos;

e) redução da taxa de seguro de acidentes de trabalho de 2,5% para 0,4%,em concordância com o baixo índice de sinistralidade do transporte urbano.

v- O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Passa-se ao Grande Expe­diente.

Tem a palavra o Sr. Ruy Côdo.

O SR. RUY CÓDO (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, tomará posse na próxima semana o terceiroMinistro da Educação do atual Presidente.

S. Ex', o Sr. João Figueiredo, em sua primeira tentativa optou por umintelectual, o acadêmico Eduardo Portella.

Com a exoneração do Ministro Eduardo Portella, S. Ex' tentou resolvero grave problema brasileiro, designando para sucedê-lo o General RubemLudwig, que à época já estava nomeado para dirigir a Academia Militar deAgulhas Negras.

Com o retorno do General Rubem Ludwig ao serviço ativo do Exércitopara ocupar o posto de Chefe da Casa Militar da Presidência, S. Ex' optou fi­nalmente por urna educadora, a ilustre Mestre de Direito do Largo de SãoFrancisco e ex-Secretária de Educação do Meu Estado de São paulo, Dr'Esther Figueiredo Ferraz.

Corno se pode depreender, somente na terceira escolha o Sr. Presidenteda República viu por bem que o problema educacional brasileiro só pode sertratado por quem dele participa, convivendo diariamente com suas dificulda­des e suas reais exigências.

Poder-se-ia dizer que o atual Governo perdeu três longos anos na buscada pessoa certa para o cargo certo,embora não queiramos minimizar os es­forços desenvolvidos pelos dois ex-Ministros, da mesma forma que não assi­narei em branco um aval à sua terceira tentativa.

Page 27: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6729

"O principal objetivo da educação é criar homens capazes defazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras ge­rações fizeram - homens criativos inventivos e descobridores" JeanPiaget - in Piaget Discovered

Mas ninguém no mundo faz nada de novo ou cria algo a não ser a partirdo que existe. O que estamos a observar é que cada vez mais pessoas que seintitulam educadoras derrubam certas estruturas para nelas colocar aquiloque lhes vem à cabeça, sem medir as conseqüências que advirão. Não noscabe aqui analisar ou mostrar a pessoas tão lúcidas como os senhores as ver­dades que estão aí para serem vistas, colocando numa situação de insuficiên­cia o futuro de nossos filhos. Que Brasil estamos legando a gerações futuras?E aqui estamos falando do Brasil com homens capazes, com seres humanoscom perspectivas de futuro, enfim de um Brasil assumido pela sua gente.

Infelizmente, a situação de nosso ensino é calamitosa, e volto a citar Pia­get: "O maior perigo hoje é o dos slogans. opiniões coletivas, tendências dopensamento ready-mades. Para onde está caminhando, não mais a nossa ju­ventude, mas a nossa criança?

Vou aqui fazer uma pequena digressão: em 20-12-61 foi assinada a Lei n94.024, de Diretrizes e Bases, e os senhores que se formaram por ela têm diantedos olhos a inocuidade da mesma, haja vista a carência de lideranças efetivas.Em 11-08-71 assinou-se a Lei n95.692, quefixa as Diretrizes e Bases para umaeducação nacional. Lei muito bonita, mas que em verdade retardou um pro­cesso que deveria cada vez mais ser acelerado.

O grave, no entanto e que mais uma vez o problema dessa magnitudevem sendo renegado pelos diversos governos desde 1964, redundando no pre­juízo do próprio desenvolvimento nacional, pois enquanto em outros paísesrecursos substanciais são aplicados na Educação, no Brasil ocorre o con­trário.

Os países hoje desenvolvidos atinjiram seu desenvolvimento porque asua prioridade foi a educação dos seus povos, princípio basilar para se al­cançar o progresso.

A futura Ministra assume o cargo com uma grande responsabilidade, ade tentar recuperar o tempo perdido, haja vista o descontentamento da classeestudantil pela má qualidade do nosso ensino em todos os seus graus; inde­pende dos professores, porque a situação do ensino está a exigir profundas re­formas.

Tanto é verdade que os estudantes que pretendem ingressar nas faculda­des são obrigados a arcar com elevados gastos para se reprepararem em cursi­nhos, verdadeiras indústrias do ensino.

Não bastasse isso, o sistema adotado de não simultaneidade dos vestibu­lares, na mesma hora e no mesmo dia para todas as universidades e faculda­des brasileiras, vem provocando um verdadeiro êxodo da mocidade estudan­til, que além de onerar mais ainda seus familiares com transporte, hotéis, etc.Torna-se cada vez mais odioso, porque alunos de outros Estados tomam va­gas, como por exemplo alunos de Pernambuco procurando participar de ves­tibular de Brasília, Rio ou São Paulo, ou paulistas, cariocas e gaúchos queacorrem a Pernambuco para participar do vestibular. Isto porque a atual sis­temática permite que se inscrevam em todas as faculdades. Diga-se de passa­gem que o único beneficiado é sempre a escola, que cobra taxa de inscrição dovestibulando.

Esperamos, pois, que a nova Ministra se dedique ao exame da questãotendo em vista a proximidade do novo vestibular, inclusive extinguindo osvestibulares no meio do ano letivo.

É preciso ainda que S. Ex~ tome providência no sentido de unificar oscurrículos escolares, pois não se justifica que dentro do processo educacionalhaja disparidade regionais, que oneram mais ainda o estudante quando força­do a transferir-se de uma faculdade para outra.

Acentua-se ainda a grave situação criada com os reajustes das mensali­dades no meio do ano letivo, que força o aluno a abandonar os estudos emconseqüência da não-previsão no seu orçamento. Tanto isto é verdade que osalunos de Sorocaba têm dia de protesto hoje, conforme informações jornalís­ticas da Folha de S. Paulo de ontem, 18/8, que passo a ler como justificativado que e~tamos afirmando alhures.

"ALUNOS DE SOROCABA TEM "DIA DE PROTESTO"HOJE

SOROCABA - O recente aumento de 44,3% nas mensalidadesdos estabelecimentos particulares de ensino, autorizado pelo Mis­tério de Educação e Cultura, gerou o descontentamento dos univer­sitários sorocabanos. Na Faculdade de Engenharia, os estudantesmarcaram um "Dia de Protesto", que será promovido hoje, quando

os alunos participarão de atividades esportivas e culturais, além derealizarem assembléias para análise dos sucessivos aumentos de suasmensalidades desde 1977, ano do início do funcionamento da esco­la.

Os estudantes reivindicam que a taxa atual compreenda todosos crêditos de seu curso, inclusive as dependências.

Segundo afirmam ao manifestar-se contra a medida, o alto cus­to das mensalidades têm levado alunos a não efetuar os pagamentose até mesmo a trancar a matrícula, quando não desistem do curso,por falta de recursos.HISTÕRIA DE SOROCABA

Um curso sobre a história de Sorocaba, enfocando desde a pré­história da cidade e sua fundação até os aspectos atuais de sua in­dústria e comércio está sendo promovido pela Faculdade de Enge­nharia de Sorocaba e será realizado, a partir da próxima segunda­feira, nas dependência do Gabinete de Leitura Sorocabano. O cursoanalisará também a história da imprensa em Sorocaba e estudará asprincipais datas da história do município.

Intitulado "Sorocaba, da Pré-História às Indústrias", o curso éinteiramente gratuito, devendo estender-se até o dia 27. Será forne­cido um certificado de participação, pela Faculdade, a todos os quecomparecerem a pclo menos 75% das aulas.

Com a iniciativa, a Faculdade de Engenharia, de Sorocaba,pretende registrar o transcurso do 3289 anivçrsário de fundação domunicípio, comemorado neste mês. As inscrições podem ser efetua­das na própria faculdade, à Rodovia Senador José Ermirio de Mo­raes, Km 1,5 ou através do telefone 32-6500."

De outra parte, SI. Presidente e Srs. Deputados, quero ressaltar a minhapreocupação com o ensino pré-escolar, base da pirâmide educacional, priori- .dade fundamental a ensejar ao estudante caminhos amplos e seguros na buscade sua formação, que, além disso, evitaria a repetência de45% de alunos do 19e 29 ano do I" grau. E quem o disse foi justamente a Prof~ Ana Bernardes, di­retora do ensino fundamental do MEC, na CPI do Menor Abandonado,quando fez essa exposição, em 1976.

Sr. Presidente c Srs. Deputados, para que S. Ex~, a futura Ministra,acompanhe de perto a nossa luta sobre a pré-escola - que não é de hoje, esim de 1.925, quando levantamos todos os problemas do menor abandonadonaquela CPI, - permitimos encaminhar cópias dos nossos discursos e pro­postas de emendas criando neste País a pré-escola, municipalizando-a, dei­xando o ensino de 19e 29 graus a cargo dos Estados e o ensino superior sob atotal responsabilidade do Governo Federal.

Quero ressaltar nesta oportunidade a Conferência que pronunciei sobrea matéria no 19 Fórum de Debates sobre a Interligação Municipal, porque sóo Município conhece de perto sua criança, e a transferência dos 20% da recei­ta municipal que os prefeitos são obrigados a aplicar no ensino primário con­forme determina o § 39 da letra "F" do art. 15 da Constituição, transferindoesses recursos para a pré-escola.

Sr. Presidente c Srs. Deputados, a educação pré-escolar, constituindo-seem sistema de ensino regular como intenta o Projeto de emenda constitucio­nal que apresentei à consideração do Congresso Nacional, exsurge, assim,como um meio de proporcionar às crianças condições de desenvolvimentomelhores do que elas normalmente têm no ámbito familiar. Lamentavelmen­te o projeto não foi acolhido; teria sido a salvação nacional; teria muito maisimportância do que o processo político em marcha preconizado pelo Gover­no para reformular a Lei Eleitoral, o sistema eleitoral e a escolha de novas cé­dulas. O Governo aí está pronto para mandar a Câmara avalizar este vergo­nhoso sistema de eleições que está deixando todos os Deputados Federais eEstaduais desesperados. O povo não sabe como votar. O Governo assim o de­seja. Mas tenho certeza, Sr. Presidente, de que na consciência de cada um dosSrs. Deputados reside o desejo de atender a estas crianças - Razão por quevamos reapresentar esta emenda para que ela possa realmente atender às as­pirações de todo povo brasileiro.

A educação pré-escolar tem sido compreendida como um esforço para seoferecer às crianças as melhores oportunidades ao seu desenvolvimento inte­gral - mental, social, fisico, emocional e psicomotor, a partir do reconheci­mento da importância fundamental que os primeiros anos de vida represen­tam para o desdobramento das possibilidades de realização da pessoa huma­na, por ser a fase mais suscetível a todo tipo de influência e capaz de marcarindelevelmente as etapas posteriores.

Segundo o magistério da Prof' Maria Lins Alves da Cunha (in "Diretri­zes e Bases da Educação" - Seminário Nacional para Avaliar os Resultados

Page 28: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6730 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1982

da Implantação da Lei n9 5.692/71), muito embora os especialistas na área dasaúde considerem pré-escolar a criança de 2 a 6 anos, os educadores e psicólo­gos preferem denominar pré- escolar a criança desde o seu nascimento até aentrada na escola de \9 grau, denominando-se pré-primária a educação pro­porcionada à criança com idade inferior a 7 anos.

Bem lembrou Vital Didonet (in "A Pré-Escola como Escola" - ProjetoEducação" - Tomo lIl), que "o problema educacional brasileiro nunca serábem colocado enquanto não se considerar como variável inerente a situaçãode vida e educação das crianças menores de 7 anos".

Sobretudo em relaçào aos segmentos populacionais de niveis sócio­econômicos infcriores, que reúnem condições manifestamente desfavoráveisao crescimento das crianças e as predispõem à marginalização, redobra a res­ponsabilidade dos poderes públicos de buscar os melhores caminhos paramodificar, sem tardança, o panorama deveras lamentável que se delineia nageneralidade do território nacional, com o testemunho alarmante da CPI doMenor, que estimou em 25 milhões a população de menores carenciados eabandonados.

Por isso que o atendimento pré-escolar deve ser ofertado prioritariamen­te às crianças com carências sócio-econômicas, tanto as de ordem alimentarcomo as de saúde e educação, à luz inclusive do correto diagnóstico da edu­cação, pré-escolar no Brasil e da advertência de que 70% dos pré-escolaresnão recebem as atenções mínimas de saúde, assistência e estimulação ao de­senvolvimento normal equilibrado de que necessitam.

De fato, são devastadoras as conieüências da fome e desnutrição nos pri­meiros anos de vida da criança, afirmando-se que da carência séria e prolon­gada de nutrientes básicos, a partir da gestação até o fim da idade pré-escolar,principalmente até o terceiro ano de vida, resultem lesões cerebrais irreversí­veis. Ora, o aspectro sinistro da subalimentação afeta numerosíssimasfamílias brasileiras com renda mensal inferior ao salário mínimo, e em algu­mas áreas-problema os estudos apontaram índices entre 70 e 80% de criançaspré-escolares em estado de desnutrição.

Sabendo-se que a subnutrição e a mortalidade infantil andam juntas, nãohá de se estranhar que alcance 37,97% o índice de óbito das crianças menoresde 5 anos no Brasil (dados de 1975), com acentuada incidência no Nordeste,Centro-Oeste e Norte do País, sem referir os dados relativos a doenças e defi­ciências orgânicas de vários matizes.

Outra evidência significativa diz respeito ao rctrato decorrente da escas­sez de estímulos educacionais positivos que experimentam as crianças que vi­vem em ambientes pobres, em condições de baixa renda, habitação precária,alimentação deficiente, pouca ou nenhuma instrução, etc., as quais demons­tram atraso no desenvolvimento cognitivo, sócio-emocional e desordens naestruturação da personalidade e na formação da consciência em comparaçãoa outras da mesma idade, porém de ambientes propícios a uma boa for­mação.

Uma última seqüela da problemática infantil no País diz respeito aos in­contáveis contigentes de menores abandonados ou com desvios de conduta,oriundos, em grande maioria, das populações marginalizadas e hipossuficien­tes, que constituem; mormente nos grandes aglomerados urbanos, desafioque os poderes públicos dificilmente conseguem sequcr equacionar.

A educação pré-escolar, constituindo-se em sistema de ensino regular,como intenta o Projeto de Emenda Constitucional que apresentei à conside­ração do Congresso Nacional, cxsurge, assim, como um meio de proporcio­nar às crianças condições de desenvolvimento melhores do que elas normal­mente têm no âmbito familiar.

Em rápidos traços, pode-se dizcr que a ação do Ministério da Educaçãoe Cultura no que diz respeito à educação pré-escolar se desenvolveu a nívelnacional apenas a partir de 1975, quando o Governo Federal passou a sepreocupar com a baixa produtividade da I' série do IQ grau e se conscientizoude que a educação se traduz por uma ação de permanência ou preventiva,aliás, preconizada pela Política Nacional Integrada de Educação.

Data daquele ano, por iniciativa do então Ministro Ney Braga, a criaçãoda Coordenação da Educação Pré-Escolar no âmbito do Departamento deEnsino Fundamental, que implementou a programação setorial do Governo,secundado por iniciativas paralelas das administrações estaduais, uma e ou­tras voltadas precipuamente para o atendimento integrado à infância, nasáreas de educação, saúde, nutrição e assistência social.

A análise das características da população pré-escolar no Brasil revelouque, em grande maioria, as crianças provêm de lares carenciados. Tornou-selogo evidente que a atenção às crianças carentes, na faixa etária de quatro aseis anos, deveria assumir caráter prioritârio no planejamento educacional

brasileiro, mormente nas áreas periféricas urbanas, e pertencentes a um baixonível sócio-econômico, onde os problemas das crianças se agudizam e multi­plicam nos chamados cinturões da miséria.

Como resultado desses esforços incipientes, observou-se o aumento, acada ano, das matrículas ou vagas ofertadas a pré-escolares e de alunos aten­didos, alêm de outros benefícios quanto à redução da distorção idade/sérieno 19 grau, e diminuição das taxas de repetência e evasão na I' série.

É imperativo enfatizar o peso numérico dos contingentes de pré­escolares na composição demográfica c etária brasileira. Nossa realidade jáconfirmava a existência, em 1978, de mais de 25 milhões de crianças com ida­de de O- 6 anos, ou 17.665.000 de 2 - 6 anos, das quais apenas 674.027 fo­ram atendidas no projeto desenvolvido tanto pela União como pelos Estados.

Conclui-se, pois, que o País se encontra longe do mínimo satisfatório deatendimento às necessidades básicas da população pré-escolar, quer em ter­mos qualitativos, quer quantitativos, fazendo-se inadiável uma decidida polí­tica setorial para melboria e expansão do sistema.

Verifica-se, por exemplo, que a tônica dos projetos governamentais sedestina ás zonas suburbanas das grandes metrópoles, muito embora o proble­ma se encontre disseminado na imensidão do território nacional. O desafio ci­clópico leva essa luta à quase totalidade das pequenas e médias cidades, semolvidar a situação das comunidades rurais, onde persistem os denominadosbolsões de pobreza.

Outras distorções são apontadas no trabalho "Atendimento ao Pré­Escolar" (MEC/DEF - 1977, vaI. I, pág. 14) reportando-se à situação brasi­leira em anos recentes:

"Há no Brasil cerca de 21 milhões de crianças pré-escolares!Isso significa que 20% das populações brasileira é pré-escolar. Den­tro de 2 a 3 décadas, esses 21 milhões de crianças serão adultos par­ticipando do processo social e econômico. Serão responsáveis poruma parcela significativa da produção dos bens econômicos, dacriação de soluções para os problemas que hoje nos perturbam epara os novos problemas que surgirão.

Apenas cerca de 600 mil crianças são atendidas atualmente emalguma instituição pré-escolar. E a grande maioria delas não perten­ce ao grupo dos mais carentes. Até agora a procura da educaçãopré-escolar tem sido das classes médias e alta. Cerca de 44% dasmatrículas pertencem a instituições particulares. Excluindo-se aspoucas instituições particulares beneficentes ou sem fins lucrativos,religiosas ou leigas, que atendem as crianças carecidas, as demais sedestinam às classes mais abastadas. As crianças mais necessitadas,sob o ponto de vista sócio-econômico e cultural, são as que têm me­nos oportunidade de freqüentar um centro de educação pré-escolar.

A razão de nossa preocupação pela quantidade é a seguinte: sea educação pré-escolar oferece um bom ambiente para o desenvolvi­mento das crianças, se ela é eficaz para as que a freqüentam, a ofertade educação para um número limitado de crianças ao invés de corri­gir irá aumentar as diferenças entre as que têm acesso a elas e as quenão o têm. Não se deseja formar uma pequena elite entre as criançasdc classes desprivilegiadas, mas dar a todas as crianças condições deefetivo desenvolvimento pessoal".

Ao fecho de seu trabalho monográfico, Vital Didonet (op. cit) alinhauma série de conclusões de ordem prática que devem orientar uma política se­torial à educação pré-escolar. Sobressai do elenco a necessidade de identifi­cação ou criação de uma fonte de recursos para a educação pré-escolar, queviabilize o custeio de um programa nacional para uma clientela de milhões decrianças provenientes das classes desprivilegiadas, muito embora a ênfasedessa política não resida na aplicação de recursos em construções onde elasnào sejam absolutamente necessárias.

Para enriquecer o elenco de medidas propostas pelo eminente estudiosoda educação pré-escolar, eu me permito enfeixar mais uma, a extinção doMOBRAL, hoje com sua atuação diversificada, desviada completamente dosobjetivos para os quais foi criado.

É necessário e urgente que o vultosos recursos colocados à disposição doMOBRAL sejam carreados para as atividades atinentes à educação pré­escolar, ainda praticamente abandonadas, apesar de serem altamente neces­sárias para o adequado aproveitamento escolar de nossas crianças e para aconsolidação do ensino de 19 grau.

Sr. Presidente, solicito a V. Ex' autorizar a inserção em meu discurso deprojeto de lei de minha autoria, que "estabelece a extinção do MOBRAL. OMOBRAL tinha a função de ensinar, de preparar aqueles que não tiveram a

Page 29: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6731

sorte de estudar. Posteriormente, passou a fazer a educação pré-escolar. Hojetemos o MOBRAL e a LBA fazendo a pré-escola, o que é lamentável, porquenada fazem, porque fazem pela metade. Ora, Sr. Presidente, quem tem a res­ponsabilidade de fazer a pré-escola é o Município. Por isso, estamos nestaluta para transferir tal função para o Município, conforme estabelece a Pro­posta de Emenda à Constituição n9 46, que dá nova redação ao art. 15, § 39,alínea "P' da Constituição.

"As verbas hoje alocadas ao MOBRAL, cujo retorno não satis­faz aos interesses prioritários do País no setor educacional, sendoentregues a um real e efetivo projeto de educação pré-escolar seriammelhor aproveitadas. Assim entendemos, como assim também umadas mais respeitáveis autoridades educacionais deste País; o ex­Ministro da Educação e Cultura Prof. Eduardo PorteIJa, que enfati­za que "havendo o pré-escolar, com todas as suas dimensões, seja deintegração social, grupal, familiar, até alimentação e saúde e até ainiciação escolar, eu acredito que a criança que chegue à primeirasérie do 19 grau já não registre esta taxa crônica de evasão e repetên·cia. Precisamos ganhar o primeiro grau."

Imprescindível se faz, ainda, que um tal programa possa agre­gar atividades educativas e recreativas, ações de saúde e suplemen­tação alimentar às crianças, além de assistência social a suasfamílias, porque "desnutrição, fome e condições ambientaos pre­cárias de habitação, saneamento, carências e desorganização de estí­mulos ocorrem paralelamente e complementares de um mesmo fe­nômeno social de pobreza."

Por outro lado, os pré-escolares deverão ser divididos em dois gruposetários: Oa 3 e 4 a 6 anos, para um atendimento diferenciado, segundo as exi­gências das respectivas características etárias e a experiência educacional, asprimeiras através de creches e similares e as segundas em jardins de infânciaou centros de educação pré-escolar, todas mantidas pelos Municlpios.

Com a aprovação, pelo Congresso Nacional, da emenda que apresenta­mos à Constituição Federal dando nova redação ao art. 15, § 30, alínea "f',cujo texto me permito ler: "No ensino pré-escolar, em cada ano, de 20% (vin­te por cento) pelo menos da receita tributária municipal e, no ensino pri­mário, de acordo com as possibilidades da administração local", se tornaráviável a alocação de recursos, além da ampla assistência técnica e financeirapor parte da União em favor de nossas municipalidades que serão dotadasdos meios indispensáveis à implementação de uma autêntica política de edu­cação pré-escolar - sem quaisquer prejuízos aos sistemas de ensino regularesde 19 e 29 graus - através da construção ou manutenção de estabelecimentosde ensino que são, concomitantemente, órgãos assistenciais em benefício domais numeroso e certamente valioso segmento de nossa população.

Chamo a atenção dos presentes para a gravidade das declarações da Pro­fessora Anna Bernardes, do Ensino Fundamental do MEC, segundo as quaisa repetência no primeiro e segundo anos do curso primário é causada justa­mente pela carência física do aluno, alcançando o índice de 40% a repetênciadevida à falta de alimentação, à má nutrição da criança brasileira. Hácrianças que vão à escola somente em razão da Merenda Escolar. Isso não ésuficiente. É preciso preparar a criança e transformá-la em gente, cedo, por­que quando ela estiver com sete anos, com o físico totalmente desenvolvido,então jamais deixará de ir à escola, porque começou a viver nela desde zeroano de idade. Vamos então preparar um Brasil diferente, fechando a maioriadas cadeias, ampliando as verbas para a educação e nutrição infantil. Comtristeza vemos a FEBEM se desenvolver cada vez mais. É preciso modificaressa mentalidade. Com educação é que se constrói um povo.

Se não olharmos para a criança, jamais construiremos este País.Urge que cada um assuma sua responsabilidade neste amplo programa

de forjar hoje o ser humano responsável de amanhã.Com educação pré-escolar, real e efetiva para um Brasil melhor, amanhã

e sempre.Sr. Presidente, se houvesse pré-escola no País, a criança não ficaria des­

nutrida no período de zero ao sétimo ano de vida. Lamentavelmente, o Go­verno só acolhe a criança após os sete anos. É preciso cuidar também dacriança no período inicial de sua vida, pois é aí que está a defasagem. Acriança desenvolve o seu cérebro até os cinco anos. Depois disso, não adiantamais alimentar. Temos assistido até aqui ao constante aumento das filas doINPS, mães levando seus filhos no colo para obterem medicamentos, comisso engordando as muItinacionais do remêdio. É preciso a pré-escola, dandoà criança alimentação, saúde, recreação e educação, pois, além de se fortale­cer, ela se preparará desde cedo para a escola, começará a ter amor pela esco-

la, e o índice de repetência diminuirá sensivelmente. Esses 45% a que se refe­riu a Diretora do Ensino Fundamental do MEC, Professora Anna Bernardes,serão naturalmente eliminados, desde que o Congresso Nacional acolha nos­sa emenda. Por isso, dirigimos nosso apelo à futura Ministra da Educação,que tomará posse na próxima semana, no sentido de que esteja alerta para to­dos os problemas educacionais. Não há país que consiga desenvolver-se senão cuidar de suas ciranças, principalmente do pré-escolar. Somente assim,Sr. Presiente, teremos um País rico. Estamos assistindo a uma defasagem to­tal, um descontentamento violento na educação. Çonforme citei no início domeu discurso, a escola encarece cada vez mais. No meio do ano, as anuidadesaumentaram cerca de 40, 50%. Além disso, os jovens têm de inscrever-se emtodas as faculdades, porque não há coincidência de vestibulares, o que criaum ônus violento para as famílias. O pai que quer ver o filho formado temque pagar fábulas de dinheiro, porque o sistema educacional brasileiro estáfalido.

Ora. Esther Figueiredo Ferraz, espero que V. Ex', que foi Secretária deEducação do Estado de São Paulo, que saiu do Conselho Federal de Edu­cação, que, ao longo de todos esses anos, prestou serviços no Conselho Fede­ral de Educação, reformule imediatamente o sistema educacional brasileiro;espero que V. Ex. apele ao Presidente da República e ao Ministro do Planeja­mento, no sentido de que déem recursos à educação, porque o Brasil, lamen­tavelmente, é o País que menos aplica nesse setor, o mais importante para avida de uma nação. (Palmas.)

PROJETO A QUE SE REFERE O DEPUTADO RUY cO­DO

PRO.TETO DE LEI N0 , DE 1981

Extingue o Movimento Brasileiro de AlfabetizaçãoMOBRAL. e dá outras providências.

Do Deputado Ruy Côdo

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 Fica extinto o Movimento Brasileiro de Alfabetização ­

MOBRAL, criado pelo Decreto n9 62.455, de 22 de março de 1968.Art. 29 Os recursos a ele destinados serão transferidos para os municí­

pios, para aplicação em programas de Educação Pré-Escolar.Art. 39 O Poder Executivo, ouvido o Ministério da Educação e Cultu­

ra, regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias, a partir de sua vigên­cia.

Art. 49 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 5? Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Segundo estudiosos existem distorções gritantes na educação brasileira,uma delas extremamente vergonhosa. Enquanto falta verba para o ensinoobrigatório de primeiro grau, sobra e se esbanja dinheiro no MOBRAL.

O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi criado peloDecreto n9 62.455, de 22 de março de 1968.

Ao iniciar as suas atividades, em 1970, o MOBRAL estabelecia as se­guintes metas prioritárias:

"a) ataque imediato à população urbana analfabeta, pelo querepresenta como elemento na produtividade do sistema económico;

b) atendimento da faixa etária de 15 a 35 anos que representamaior probabilidade de desenvolver, em termos de acréscimo deprodutividade, os recursos investidos na sua formação;

c) priodidade da alfabetização sobre a educação continuada deadultos."

Os objetivos do MOBRAL são: erradicar o analfabetismo. integrar o al­fabetizado na força de trabalho, possibilitar sua educação continuada, ofere­cer oportunidade para a promoção humana, possibilitar treinamento para apreparaçào de mão-de-obra necessária nos setores de trabalho e incentivar odesenvolvimento comunitario.

Pelos dados estatísticos e levantamentos feitos vemos que nenhum dessesobjetivos foi alcançado, vez que o número de analfabetos continua em taxaselevadas.

A alfabetização é um elemento essencial para a valorização do .indivíduona sociedade, contribuindo para a melhoria de seu nível de vida e propiciandosua participação no processo de desenvolvimento econômico e social.

As estatísticas apresentadas pelo MOBRAL não são verdadeiras e a maisfreqüente crítica a ele, refere-se ao fato de que, apenas escrever o nome não éo suficiente para atender os interesses humanísticos e econômicos do País. O

Page 30: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6732 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào [) Agosto de 1982

que temo, visto é o aluno aprender a escrever o nome e, em seguida, pela faltade uso voltar ao seu estado primitivo de analfabetismo pela descontinuidade.

Assim, acreditamos ser melhor utilizar os recursos destinados aoMOBRAL para a aplicação em programas de Educação Pré-Escolar, que se­rão transferidos para a esfera municipal.

A preocupação com a educação pré-escolar, é recente em nosso País, em­bora a Constituição brasileira assegure, em seu art. 175, § 49, que "'lei especialdisporá sobre a assistência à maternidade, à infância e à adolescência e sobrea educação de excepcionais".

jl"las foi a Lei n',' 5.692, de 1971, que ditou normas de atendimento conve­niente às crianças em idade pré-escolar.

Nos países desenvolvidos as atençôes educacionais concentram-se na fai­xa etária de O a 6 anos. Alguns educadores chegam a considerar a educaçàopré-primária como a etapa mais importante da escolarização.

A educaç,ão pré-~scolar constitui pré-requisito indispensável para a alfa­betizaçào e está reservada à missão de preparar a infância brasileira, desen­volvendo vasta parcela da população para ajustá-Ia a exigências do ensino delo grau.

Por estas razões, certos da conveniência e oportunidade da medida, e desua boa acolhida por parte de nossos ilustres Pares, submetemo-Ia à apre­ciação desta Casa.

Sala das Sessões, de de 1981. - Ruy Côdo.

o SR. GILSON DE BARROS (PMDB - MT. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a revista Veja, em sua edição de4 de agosto último, reporta fatos alusivos à campanha do partido da Situaçãoem Mato Grosso, referindo-se à estranheza de seu candidato ao Senado antepedidos do eleitorado e às promessas de liberação de recursos a diversa~ Pre­feituras de Municípios interioranos, como as de Nova Xavantina, Canarana eTorixoréq~ que reeeberam a promessa de 5,25 milhões a título de auxílio.Confirmando o que temos presenciado em nossas andanças pelo Estado,aquela revista dá idéia da influência que terá o poder econômico na definiçãodos resultados que a democracia exige de um pleito legítimo.

O PDS, Senhores, não utiliza nem mcsmo a sua sigla nos materiais publi­cit.ários dos seus candidatos. E isto juntamente porque tem vergonha do pró­pno nome.

Essa é bem a imagem do declínio de uma sigla, declínio esse promovidopela incompetência governamental, pela escolha errada de prioridades, quebeneficia obras de grande porte e resultados duvidosos em lugar de reali­zações mais modestas mais beneficiadoras de consideráveis parcelas da popu­lação.

Os homens que governam o Brasil desde 1964 não souberam usar de sa­bedoria ao selecionar prioridades de governo, levando o País à triste e preo­cupante situação em que se encontra, com uma das mais volumosas dívidasexternas do mundo, com gravíssima carência de serviços públicos essenciais,como o saneamento, a educação e a saúde, com uma inflação que permaneceem índices insuportáveis e, pior que tudo isso, sem perspectivas de melhoria acurto prazo e assombrado permanentemente por fantasmas eomo o de umamais efetiva recessão, a ser adotada para que se tente controlar o caudal dedesilusões que nos aflige.

Causa espanto, Sr. Presidente, verificar a desfaçatez com que os candida­tos do PDS apregoam os benefícios auferidos pelo País quando governadopor Generais da Revolução. E nós, da Oposição, em nossos contatos com oeleitorado, perguntamos se vale a pena manter no Poder um grupo de pessoasquc é responsável direto pela triste situação que vivemos. As empresas esta­tais, responsáveis por mais da metade de nossa dívida externa, apresentaramno exercício anterior gastos de 10,5 trilhões de cruzeiros, cerca de 25% a maisdo que o inicialmente previsto; em 1982 seus gastos deverão situar-se em cer­ca de 20 trilhões de cruzeiros, com um imenso déficit a ser coberto através daemissão de moeda, do repasse de receitas tributárias e de empréstimos inter­nos e externos; esse custo recai direta ou indiretamente sobre a populaçãobrasileira, que deixa de ter à sua disposição bens e serviços que poderiam es­tar disponíveis se a fome de recursos das estatais fosse mais moderada. Essasempresas tiveram em 1981 uma receita da ordem de 6,7 trilhões de cruzeiros,e uma despesa paralela de 10,5 trilhões, o que bem demonstra que todas estãodando passos maiores que as próprias pernas, endividando-se até limites insu­portáveis, que as próprias autoridades federais lutam por reduzir, sem suces­so, infelizmente, No mês de junho último o déficit dessas empresas para comfornecedores somava cerca de 150 bilhões de cruzeiros, o que leva empreitei­ras e demais fornecedores a reduzirem o número de empregados, mantendoelevada a estatística de desemprego.

O que o Ministro Delfim Netto apregoa hoje, a necessidade de se reduzi­rem os gastos governamentais, seu antecessor, Mário Henrique Simonsen,jádeclarava necessário no início do Governo Figueiredo. Ou seja: mudam-se ostempos, mudam-se os Ministros, mas as soluções parecem ser as mesmas, semque tenham sido adotadas e sem quc se tenha resolvido o problema maior,que é a intlação.

Lembre-se, a propósito, que quando o Presidente Figueiredo tomou pos­se, uma dúzia de bananas custava Cr$ 12,00 (hoje custa Cr$ 130,00), e meiadúzia de abacates cra vendida por Cr$ 35,00 (hoje um só abacate custa cercade Cr$ 160,00). Na mesma época, a gasolina era vendida ao preço de Cr$ 9,60por litro, custando hoje, três anos e meio depois, Cr$ 135,00. A inflação demaio de 1979 foi de 2,5%, e a de junho de 1982 foi de 8%. Entre janeiro emarço de 1979, houve na produção industrial os seguintes incrementos: 44%na produção de bebidas, 36% na de matérias plásticas, 27% na indústria detransportes, 9,6% nO,setor de calçados, vestuário e artefatos de tecidos, 6,5%na produção de têxteis e 4% na de alimentos. Em fevereiro de 1979, segundo oIBGE, houve um acréscimo de 2,7% no número de pessoas empregadas naprodução industrial, com relação aos 12 meses anteriores: em março do mes­mo ano, o nível de emprego industrial cresceu 4,2%, comparativamente amarço de 1978.

Hoje, a cerca de 40 meses daquela data, a situaçào é nitidamente pior,com uma recessào grave penalizando o operariado, elevados índices de de­semprego, violenta queda no poder aquisitivo dos salários, gêneros de primei­ra necessidade vendidos a preços extorsivos, juros bancários escorchantes,serviços públicos essenciais como água, luz, telefone, sendo majorados emíndices superiores aos da inflação oficial, e outras mazelas e desealabros in­compreensíveis. Esse modelo econômico é falho. Ou o Governo é falho. Ouos governantes são corruptos e erram intencionalmente para beneficiar gru­pos econômicos poderosos, inclusive multinacionais.

Se a situação geral melhorou, tal fato ocorreu para as clites, para aquele1% da população que detém a maior parcela da riqueza, pois a concentraçãode renda tem-se agravado favorecendo os detentores do capital: mesmo seconsiderarmos os efeitos da política salarial, vemos que as classes inferioresestão ganhando um pouco mais, mas não podem comprar sequer aquela cestabásica de alimentos essenciais, além do que enfrentam o fantasma do desem­prego como assídua presença.

Ouço, com muito prazer, o Líder da minha bancada.

O Sr. Audálio Dantas - Nobre Deputado Gilson de Barros, o nosso par­tido se congratula com V. Ex~ pelo trabalho que apresenta hoje à Casa, prin­cipalmente quando coloca a questão no seu ângulo principal, ou seja, o custode vida, que atinge de maneira dramática ·a maioria do povo brasileiro, diga­se de passagem, a maioria esmagadora, que não tem acesso ao mínimo neces­sário para a sobrevivência. Mas, nobre Deputado, V, Ex~ faz algumas compa­rações de preços que demonstram como a política econômica deste Governo~ perversa, não se compadecendo dessa maioria a que V. Ex~ se refere e quesofre na carne suas conseqüências. A Oposição é sempre acusada de fazercríticas e não apresentar soluções, o que é uma mentira, porque nós, da Opo­sição, o nosso Partido, o PMDB, temos, freqüentemente - através de traba­lhos individuais dos seus representantes no Congresso Nacional, ou atravésde trabalhos coletivos da maior importância e da maior profundidade, comoé aquele resultante dos esforços de um grupo de professores, de especialistasda universidade brasileira, intitulado "Esperança e Mudança" - colocado asnossas posiçõcs, as nossas alternativas para o estado de miséria em que vive­mos. O Sr. General Figueiredo é especializado em dizer que a Oposição nãooferece soluções. Na verdade não nos caberia oferecer soluções a um Gover­no de usurpação como este. Mas eles invocam, como se fosse uma mágica, opetróleo. Tudo é culpa do petróleo.

O SR. GILSON DE BARROS - É uma questão de preconceito de cor.

O Sr. Audálio Dantas - Mais ou menos. Ainda ontem, em São Paulo, oGeneral Figueiredo compareceu a um comício promovido pelo Sr. José PapaJúnior, que é um dos que fazem derrame de dinheiro na campanha eleitoralem meu Estado, utilizando o SESC, em razão de sua ligação com aquela enti­dade mantida por contribuições públicas. De repente lá está o Sr. Presidentefazendo comício eleitoral, e mais uma vez disse que o problema econômiconão depende dele. Imagine, não depende dele. Não depende dele a adoção demedidas capazes...

O SR. GILSON DE BARROS - Não depende porque ele não governao Pais e por isso não sabe o que ocorre.

O Sr. Audálio Dalltas - ... de fazer com que o petróleo do Oriente Mé­dio baixe de preço. Imagine V. Ex~, há pretensão inclusive de interferência

Page 31: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6733

nos países produtores de petróleo. Mas sabemos que isso não é verdade. Obode expiatório responsável pela crise econômica brasileira não é o petróleo.V. Ex", em seu discurso, indica, e muito bem, como fator responsável por estacrise a entrega da economia nacional a interesses não nacionais.

O SR. GILSON DE BARROS - Agradeço, sensibilizado, o apoio aonobre Deputado Audálio Dantas, Líder do PMDB nesta sessão. Realmente,o Governo culpa o petróleo por todos os nossos problemas, mas até hoje nãoconseguiu explicar à Nação as nuanças da sua política energética. Na verda­de, custa ao povo brasileiro entender o porquê da extraordinária diferença depreços entre o combustível vendido no Brasil e aquele que se vende na totali­dade das nações sul-americanas. Não consegue também o Governo explicarpor que o litro da gasolina no Brasil custa mais de 130 cruzeiros e por quevendemos essa gasolina para países como o Uruguai e a Argentina por cercade um terço desse preço. São mistérios assim que a Nação gostaria de ver ex­plicados. Queira Deus que o SNI, quando vier a trabalhar para a Nação, nãopara o Governo, possa apurar esses tipos de mistério.

Sr. Presidente, por tudo isso, justifica-se que os políticos pedessistas sin­tam vergonha de sua sigla e a escondam do eleitorado. Por tudo isso, senti­mos que a Oposição sairá sobranceira das eleições de novembro, já que opovo não quer saber de declarações hipócritas acerca da situação geral, massabe computar, ao final do mês, o quanto deixou de ganhar, o quanto preci­sou deixar dc comprar.

Diante dessas perspectivas, as eleições de novembro representam umconcorrido vestibular para os candidatos do PDS, os quais, apavorados, jo­gam tudo em campanha, usando de todos os métodos para arrebanhar algunsvotos a mais. Vale prometer tudo a todos, vale mentir, vale espezinhar atémesmo as qualidades morais dos candidatos oposicionistas; vale "cometerpecados". conforme teria deelarado o próprio Presidentc da República, paramanter o poder em mãos confiáveis, em mãos que façam perd mar a situaçãoatual.

E é precisamente isso que não interessa à Oposição, pois dcsejamos versoluções para os graves problemas que afligem este País enfermo e combali­do. Tenho dito sempre que, como o PDS é o Governo, nós, do PMDB, somospovo brasileiro.

A demagogia é a tónica dos pronunciamentos de candidatos do Gover­no, pois somente ela pode confcrir algum conteúdo a suas esquálidas mensa­gens. Alardeiam, por exemplo, que nunca o Brasil progrediu tanto como de1964 para cá, sem declararem que os demais países do mundo progrediramtanto ou mais no mesmo período; bem ou maio Brasil teria que acompanharesse crescimento, que em muitos setores foi um crescimento vegetativo, oupouco mais que isso. Apregoam a elevação da renda per capita, sem explica­rem que cresceu, ao mesmo tempo, a concentração da renda, tornando ospobres ainda mais pobres e mais numerosos. Entoam loas à democratizaçãodo ensino, esquecendo-se de dizer que a qualidade desse ensino caiu vertigi­nosamente.

É elaro que houve progresso sensível em determinadas áreas - o quenão poderia mesmo deixar de acontecer - mas, ao pesarmos os prós e oscontras desse vasto período, percebemos que o custo social desse pequenoprogresso foi extremamente elevado. E é sempre o povo quem paga por todosos erros.

Na verdade, nesses anos que nos separam de 1964, Estados e Municípiosse viram alijados do processo de participação política, foram levados a si­tuações insuportáveis de empobrecimento, que trouxeram conseqüências asmais nefastas. A elasse média teve seus salários tributados em níveis elevadís­simos, chegando a um ponto em que é impossível ao Governo aumentar im­postos sem os riscos de uma rebelião. Os salários, em que pese à política im­plantada, têm sido achatados, e reduziu-se seu poder de compra, o que senota com mais vigor nos últimos três ou quatro anos. O funcionalismo públi­co está hoje ainda mais abandonado que em épocas anteriores, preso ainda areajustamentos anuais de salário, com seus parcos vencimentos sendo corroí­dos mês a mês e sem perspectivas dc melhora.

As dívidas do Governo para com as empreiteiras, as grandes construto­ras quc levam adiante obras como Itaipu, Tucuruí e Angra dos Reis, somambilhões e bilhões de cruzeiros, e, ao que parece, o Poder Central não temcomo saldá-Ias sem contrair novos empréstimos.

A imprensa noticia, jubilosa, cada novo ingresso de dólares, como acon­teceu há cerca de duas semanas, em que se anunciou a liberação de 300 mi­lhões de dólares americanos para o Projcto Carajás. É claro que, com isso, sepoderá agilizar o aproveitamento daquelas jazidas, mas ao mesmo tempo

cresce a nossajá enorme dívida externa. O Ministro do Planejamento diz queela está sob controle e que o período de pico dos investimentos governamen­tais em grandes obras estará ultrapassado até 1983, sendo que, a partir de en­tão, a redução desses investimentos possibilitará maior folga orçamentáriapara outra modalidade de obras; no entanto,o Professor Delfim Netto se es­quece de declarar que esses investimentos estão sendo custeados por emprés­timos externos que ainda se encontram em período de carência e que, por vol­ta de 1983, dcverão começar a ser pagos, onerando qualquer resultado quevenhamos a ter no balanço de pagamentos. Parece-nos, pois, que estamos nolimiar dc um pcríodo de vacas ainda mais magras, de dificuldades mais sériase preocupantes, pois talvez tenhamos que tomar novos empréstimos para sal­dar dívidas já contraídas.

Os candidatos do PDS, é claro, não abordam tais assuntos, omitem a ad­miração que sentem pelas autoridadés do Governo, escondem-se atrás de um"anonimato partidário" e não deixam o eleitorado perceber que são eles, ospolíticos da Situação, os verdadeiros avalizadores da atividade predatória doGoverno central. Pecam por omissão, mentem e deturpam fatos, acreditandoque o eleitorado é ignorante e desinteressado; mas perguntem ao eleitorado seestá correto o preço do pão e do leite, perguntem-lhe se tem comido carnecom freqüência, se suas famílias se encontram em boas condições de saúde, setêm remédios baratos à disposição sempre que precisam. Perguntem ao ho­mem do campo se estão corretos os preços mínimos determinados pelo Go­verno, se os insumos básicos são acessíveis, se o crédito é conseguido com fa­cilidade e sem que seja necessário subordinar o gerente do banco para queseja liberado o auxílio governamental. E o Governo ainda tem a coragem dedizer: "Plante que o Governo garante..." Na verdade, só garante a angústia, afalência e o desespero de ponderável parcela de produtores brasileiros.

Tais perguntas somente a Oposição podc fazer, pois o candidato do PDSé também culpado por tudo o que tem ocorrido em desfavor da população.

A conivência com o desgoverno será penalizada nas urnas, e não haverádemagogia capaz de livrar o partido situacionista de fragorosas derrotas. Ha­verá vitórias, é claro, os casuísmos asseguram ao Governo certa tranqüilidadeem determinadas regiões; mas a população saberá responder aos desmandos.aos grosseiros erros na seleção de prioridades cometidos pelos Governos daRevolução.

O homem do interior de Mato Grosso não quer saber de usinas nuclea­res, de'centrais elétricas gigantescas e desnecessárias, de uma Ferrovia de Açoque não transportará quase nada, de uma Ferrovia da Soja. ociosa, de umaAçominas errada, que produzirá aço de que o Brasil não necessita prioritaria­mente e de que o mundo não precisa, já que a oferta de aço tem sido maiorque a procura.

O interiorano quer saber se na sua cidade poderá contar com educação,comida e saúde; estes, sim, os bens mais valorizados pelas populações. E essesbrasileiros sabem que as obras gigantescas, antes mencionadas, são responsá­veis pelo abandono a que se relegou o setor de saúde, a área da educação e aatividade de produção primária. Graças aos gastos desenfreados com obrasde utilidade discutível, não se póde investir naquilo de que o brasileiro maisprecisa.

O PDS chega aos comícios de Mato Grosso prometendo recursos do Go­verno Federal como um favor aos Municipios, quando tais transferências, naverdade, são resultado da própria arrecadação federal no Estado, transferên­cias que a lei obriga o Poder Central a realizar e que, não concretizadas, dãomargem a processos judiciais do Estado ou Município contra a União e aprocessos políticos de "impeachment" contra a autoridade que tiver descum­prido a Lei. Tais recursos, pois, não são prémio ou auxílio, mas, sim, a min­guada participação das unidades estaduais ou municipais no produto da arre­cadação que a União promove.

Ressalte-se que a própria Constituição Federal estabelece as bases daparticipação na receita tributária, cabendo ao Fundo de Participação dos Es­tados e Municípios 10,5% da arrecadação do Imposto sobre a Renda e 10,5%sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados; cabem ainda aos Estados eMunicípios 90% do Imposto Único sobre Minerais, 40% do Imposto Únicosobre Lubrificantes e Combustíveis Líquidos e Gasosos e 60% do Imposto Ú­nico sobre Energia Elétrica. Tais repasses não são favores, mas recursos que aprópria Constituição indica serem de propriedade das unidades federadas esuas cidades.

Tais transferências têm sido repassadas com sistemático atraso, o que pe­naliza ainda mais as células menores da Federação, aquelas que dispõem dereduzido poder de pressão sobre os órgãos da administração central e que

Page 32: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6734 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1982

precisam conformar-se em receber com atraso e em pequenas parcelas os re­cursos de que tanto necessitam para a realização de alguma benfeitoria em fa­vor de seus governados. Ora, os recursos federais são dados aos Estados e aosMunicípios por obrigação e não por concessão ou favor. Mato Grosso não émendigo da Nação.

Mas é claro que tudo isso são tabus que os candidatos do PDS não abor­dam, passando bem ao largo de tais peculiaridades. Interessa-lhes, isto sim,escolher uma ótica avessa que possa beneficiar o partido nas eleições de no­vembro, e por isso se arvoram em mensageiros de boas novas, alardeando quetrazem favores do Poder Central, que podem influir sobre as autoridades fe­derais, obtendo recursos que, de outra forma, não seriam destinados ao Esta­do. Houve até um certo Deputado do PDS que, julgando o povo mato­grossense imbecil, disse ter sido ele o "responsável" pela liberação do paga­mento do fundo de participação a alguns Municípios do Estado. Vejam queabsurdo!

E cabe aqui considerarmos outro aspecto da importante questão, qualseja o da verdadeira necessidade de recursos por parte de Mato Grosso. Sabe­dores da terrível situação por que passa o País - tenho certeza - todos osbrasilciros poderiam contentar-se com obras de menor vulto e maior necessi­dade. Se o Governo Federal tomasse a decisão política de desacelerar as gran­des obras que empreende às custas da miséria social, reorientando os investi­mentos para setores que apresentam maior carência, todos poderíamos ficarpor um certo tempo sem exigir estradas de ferro, trens-bala, torres repetido­ras de televisão, fontes luminosas e outros luxos em cidades que sequer postode saúde têm; poderíamos todos contribuir, aceitando uma determinada par­cela de sacrifício, mas desde que a distribuição desse ônus fosse equitativa econtrabalançada pela implantação de serviços básicos de grande necessidadee baixo custo, como postos médicos, hortas comunitári~s,escolas de primeirograu etc. Tais realizações se coadunam melhor com a capacidade de investi­mento de nosso País, e não precisamos afirmar-nos perante o mundo comorealizadores de grandes obras, se tivermos que abandonar por completo esseramo básico da atividade governamental nos pequenos centros comunitáriosdo interior.

É claro que Mato Grosso precisa do Brasil; porém o Brasil precisa muitomais de Mato Grosso. Hoje, Sr. Presidente, o gigantesco crescimento da nos­sa economia estadual, graças ao incremento dos setores primários, principal­mente, nos assegura uma razoável margem 'de independência financeira, des­de que possamos erradicar a corrupção reinante. O Padre Pombo pode gover­nar Mato Grosso apenas com o dinheiro desviado pela corrupção e pelas ir­responsáveis mordomias.

Cínica e despudoradamente, Srs. Deputados, alguns homens do partidosituacionista costumam ameaçar o povo mato-grossense, dizendo que, nocaso de uma eventual vitória da Oposição, o nosso Estado ficaria sem receberquaisquer recursos federais. Como se vê, continuam pensando que o povo éidiota. Ora, neste caso, o Sr. Presidente da República terja que retirar os re­cursos dados a todos os Estados brasileiros, pois, como é público e notório, oPM DB vencerá as eleições em todos eles. Ademais - e isto é bom que se rea­firme aqui - o Sr. General Figueiredo só permanecerá no Governo Federaldurante os governos oposicionistas nos Estados, pelo espaço de dois anos,após o que haveremos de ter, pela vontade livre e soberana do povo, um Go­verno eleito, se não pelo povo, pelo menos pelo novo Congresso Nacional,que será formado, indiscutivelmente, por uma imensa maioria parlamentarda Oposição. Neste caso. portanto, a preocupação que poderia existir seriajustamente a inversa daquela apregoada pelos nossos adversários. isto é, pe­los adversários do povo mato-grossense.

No que diz respeito às, verbas que são encaminhadas ao meu Estado, emdecorrência do nosso seceionamento territorial, elas, forçosamente, continua­rão a ser remetidas, quer o General Figueiredo queira, quer não queira, por­quanto esta medida decorre de norma legal, estribada na Lei Complementarn" 31 e na legislação pertinente. Isto é como açào cível de alimentos: o pai sus­tenta o filho porque quer ou porque não quer. E qualquer analfabeto sabemuilo hem disso, senhores, menos alguns líderes do PDS, lá no meu Estado,analfabetos por ignorância ou por conveniência.

Precisamos assumir nossa pequena capacidade de investimento. agir deacordo com nossas possibilidades, deixando para mais tarde a conclusão dasobras gigantescas que somente no futuro se farão necessárias; com isso po­deríamos dispensar o ingresso de novos recursos destinados a saldar dívidasanteriores. Talvez essa mudança de diretriz acarretasse a possibilidade de to­dos respirarmos com mais calma, por vislumbrarmos as soluções dos graves

problemas da dívida externa e do balanço de pagamentos, que tanto nos ate­morizam.

Decisões de estadista, como estas, somente estadistas as adotam, e o Bra­sil, ao que parece, sofre de uma certa carência de homens públicos esclareci­dos, sensíveis e corajosos o suficiente para agirem de acordo com os ditamesde sua sensibilidade. Infelizmente para todos nós. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Gilson de Barros. o Sr. Joel Ferreira.Suplente de Secretário. deixa a cadeira da presidência. que é ocupadapelo Sr. Freitas Nobre. 29- Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Está findo o tempo destinadoao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

COMPARECEM MAIS OS SRS.:

Furtado LeiteCarlos WilsonPaes de AndradeSimão Sessim

Acre

Aluizio Bezerra - PMDB.

Amazonas

José Fernandes - PDS; Josué de Souza - PDS; Mário Frota ­PMDB; Vivaldo Frota - PDS.

Rondônia

Isaac Newton - PDS.

Pará

Brabo de Carvalho - PMDB; Jader Barbalho - PMDB; João Menezes- PMDB; Jorge Arbage - PDS; Manoel Ribeiro - PDS; Nélio Lobato ­PDS; Osvaldo Melo - PDS.

Maranhão

Edson Vidigal - PMDB; Epitácio Cafeteira - PMDB; Luiz Rocha ­PDS; Magno Bacelar - PDS; Temistocles Teixeira - PDS; Victor Trovão- PDS; Vieira da Silva - PDS.

Piauí

Carlos Augusto - PMDB; Correia Lima - PDS; Hugo Napoleão ­PDS; Joel Ribeiro - PDS; Ludgero Raulino - PDS; Pinheiro Machado ­PMDB.

Ceará

Adauto Bezerra - PDS; Alfredo Marques - PMDB; Antônio Morais- PMDB; Claudio Philomeno - PDS; Flávio Mareílio - PDS; Iranildo Pe­reira - PMDB; Januário Feitosa - PDS; Manoel Gonçalves - PDS; Mau­ro Sampaio - PDS; Ossian Araripe - PDS; Paulo Lustosa - PDS.

Rio Grande do Norte

Antônio Florêncio - PDS; Carlos Alberto - PDS; Henrique EduardoAlves - PMDB; Pedro Lucena - PMDB; Vingt Rosado - PDS; WanderleyMariz - PDS.

Paraíba

Adernar Pereira - PDS; Álvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Mariz ­PMDB; Carneiro Arnaud - PMDB; Marcondes Gadelha - PDS; OetacílioQueiroz - PMDB; Wilson Braga - PDS.

Pernambuco

Airon Rios - PDS; Cristina Tavares - PMDB; Fernando Coelho ­PMDB; Fernando Lyra - PMDB; Gonzaga Vasconcelos - PDS; João Car­los de Carli - PDS; Joaquim Guerra - PDS; José Carlos Vasconcelos ­PMDB; Marcus Cunha - PMDB; Nilson Gibson - PDS; Oswaldo Coelho- PDS; Pedro Corréa - PDS; Sérgio Murilo - PMDB; Thales Ramalho­PDS.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PDS; Divaldo Suruagy - PDS; José Costa ­PMDB; Mendonça Neto - PMDB.

Page 33: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sexta-feira 20 6735

Sergipe

Celso Carvalho - PDS; Francisco Rollemberg - PDS; Tertuliano Aze­vedo - PMDB.

Bahia

Afrísio Vieira Lima - PDS; Ângelo Magalhães - PDS; Elquisson Soa­res - PMDB; Fernando Magalhães - PDS; Francisco Pinto - PMDB;Henrique Brito - PDS; Jorge Vianna - PMDB; José Amorim - PDS; JoséPenedo - PDS; Leur Lomanto - PDS; Marcelo Cordeiro - PMDB; Me­nandro Minahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; Raymundo Urbano ­PMDB; Rog~rio Rego - PDS; Rômulo Galvão - PDS; Roque Aras ­PMDB; Stoessel Dourado - PDS; Ubaldo Dantas - PMDB; Wilson Falcão- PDS.

Espírito Santo

Gerson Camata - PMDB; Luiz Baptista - PMDB; Mário Moreira ­PMDB; Max Mauro - PMDB; Parente Frota - PDS; Theodorico Ferraço- PDS.

Rio de Janeiro

Célio Borja - PDS; Celso Peçanha - PTB; Daniel Silva - PMDB;Délio dos Santos - PDT; Edson Khair - PTB; Felippe Penna - PTB; Flo­rim Coutinho - PTB; Joel Lima - PMDB; Joel Vivas - PMDB; JorgeGama - PMDB; Jorge Moura - PMDB; José Maria de Carvalho - PTB;José Torres - PDS; Lázaro Carvalho - PDS; Léo Simões - PDS; LeônidasSampaio - PMDB; Mae Dowell Leite de Castro - PMDB; Marcelo Medei­ros - PMDB; Márcio Macedo - PMDB; Miro Teixeira - PMDB; Modes­to da Silveira - PMDB; Oswaldo Lima - PMDB; Paulo Rattes - PMDB;Peixoto Filho - PTB; Péricles Gonçalves - PTB; Rubem Dourado - PTB;Rubem Medina - PDS; Walter Silva - PMDB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Antônio Dias - PDS; Batista Miranda - PDS;Bento Gonçalves - PMDB; Bias Fortes - PDS; Carlos Eloy - PDS; Chris­tóvam Chiaradia - PDS; Delson Scarano - PDS; Edgard Amorim ­PMDB; Gerardo Renault - PDS; Hélio Garcia - PMDB; Humberto Souto- PDS; Jairo Magalhães - PDS; Jorge Ferraz - PMDB; José Carlos Fa­gundes - PDS; José Machado - PDS; Júnia Marise - PMDB; LeopoldoBessone - PMDB; Luiz Baccarini - PMDB; Luiz Leal- PMDB; MaurícioCampos - PDS; Newton Cardoso - PMDB; Paulino Cícero de Vasconcelos- PDS; Raul Bernardo - PDS; Renato Azeredo - PMDB; RosemburgoRomano - PMDB; Sérgio Ferrara - PMDB; Tarcísio Delgado - PMDB;Telêmaco Pompei - PDS; Vicente Guabiroba - PDS.

Sào Paulo

Adalberto Camargo - PDS; Airton Sandoval- PMDB; Alberto Gold­man - PMDB; Antônio Russo - PMDB; Antônio Zacharias - PDS; Au­rélio Peres - PMDB; Baldacci Filho - PTB; Benedito Marcílio - PT; Be­zerra de Melo - PDS; Caio Pompeu - PMDB; Cantídio Sampaio - PDS;Cardoso Alves - PMDB; Carlos Nelson - PMDB; Erasmo Dias - PDS;Flávio Chaves - PMDB; Francisco Leão - PDS; Francisco Rossi - PDS;Gióia Júnior - PDS; Horácio Ortiz - PMDB; Israel Dias-Novaes ­PMDB; Jayro Maltoni - PDS; João Arruda - PDS; Jorge Paulo - PDS;José de Castro Coimbra - PDS; Maluly Netto - PDS; Mário Hato ­PMDB; Natal Gale - PDS; Octávio Torrecilla - PDS; Pacheco Chaves­PMDB; Ralph Biasi - PMDB; Samir Achôa - PMDB; Santilli Sobrinho­PMDB; Silvio Lopes - PDS; Tidei de Lima - PMDB; Valter Garcia ­PMDB.

Goiás

Anísio de Souza - PDS; Brasílio Caiado - PDS; Fernando Cunha ­PMDB; Francisco Castro - PMDB; Genésio de Barros - PMDB; HélioLevy - PDS; Iram Saraiva - PMDB; José Freire - PMDB; Rezende Mon­teiro - PDS.

Mato Grosso

Afro Stefanini - PDS; Carlos Bezerra - PMDB; Cristino Cortes ­PDS; Gilson de Barros - PMDB; Júlio Campos - PDS.

Mato Grosso do Sul

Leite Sehimidt - PMDB; Ubaldo Barém - PDS; Walter de Castro­PDS.

Paraná

Adriano Valente - PDS; Álvaro Dias - PMDB; Alípio Carvalho ­PDS; Antônio Annibelli - PMDB; Antônio Ueno - PDS; Ary Kffuri ­PDS; Borges da Silveira - PMDB; Carlos Scarpelini - PMDB; ErnestoDall'Oglio - PMDB; Euclides Scalco - PMDB; Hermes Macedo - PDS;!talo Conti - PDS; Norton Macedo - PDS; Olivir Gabardo - PMDB; Os­valdo Macedo - PMDB; Paulo Pimentel- PTB; Pedro Sampaio - PMDB;Reinhold Stcphanes - PDS; Vilcla de Magalhães - PTB; Walber Guima­rães - PMDB; Waldmir Belinati - PDS.

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - PDS; Ernesto de Marco - PMDB; Esperidião Amin- PDS; João Linhares - PMDB; Luiz Cechinel - PT; Mendes de Melo ­PDS; Nelson Morro - PDS; Pedro Ivo - PMDB; Victor Fontana - PDS;Walmor de Luca - PMDB.

Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - PDS; Alceu Collares - PDT; Aluízio Paraguassu- PDT; Augusto Trein - PDS; Cardoso Fregapani - PMDB; Carlos Chia­relli - PDS; Darcy Pozza - PDS; Eloar Guazelli - PMDB; Emídio Peron­di - PDS; Getúlio Dias - PDT; Hugo Mardini - PDS; Jair Soares - PDS;Jairo Brum - PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Lidovino Fanton­PDT; Magnus Guimarães - PDT; Pedro Germano - PDS; Rosa Flores ­PMDB; Telmo Kirst - PDS; Túlio Barcellos - PDS; Waldir Walter ­PMDB.

Amapá

Paulo Guerra - PDS.

Roraima

Júlio Martins - PDS.

VI - ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - A lista de presença acusa ocomparecimento de 226 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar poderãofazê-lo.

O SR. RUY CODO - Projeto de lei que torna obrigatório o exame of­talmológico dos alunos do pré-escolar, do 1º e do 2º graus, nas condições queespecifica.

O SR. HÉLIO DUQUE - Requerimento de convocação do Sr. Minis­tro Leitão de Abreu, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, paracomparecer ao Plenário da Câmara, a fim de prestar esclarecimentos sobre asmilhares de nomeações políticas feitas nesses dias que antecedem o pleito elei­toral de 15 de novembro, nos níveis estaduais e federais.

O SR. JOSÉ FREJAT - Projeto de lei que dispõe sobre a aplicaçãoobrigatória e exclusiva da Tabela Price aos contratos de financiamentos reali­zados no Sistema Financeiro de habitação.

O SR. JADER BARBALHO - Projeto de lei que introduz alteraçõesno Decreto-Lei nº 1.164, de lº de abril de 1971, que declara indispensáveis àsegurança c ao desenvolvimento nacionais terras devolutas situadas na faixade cem quilômetros de largura em cada lado do eixo de rodovias na Amazô­nia Legal, e dá outras providências.

- Projeto de lei que imprime nova redação ao art. 457 da CLT, insti­tuindo o adicional por tempo de trabalho do empregado.

- Projeto de lei que acrescenta § ao art. 6º da Lei nº 5.890, de 8 de junhode 1973, que altera a legislação de Previdência Social, e dá outras providên­cias.

O Sr. Audálio Dantas - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comu­nicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Tem a palavra o nobre Depu­tado.

O SR. AUDÃLIO DANTAS (PMDB - SP. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem, mais uma vez, o Presidente da Re­pública, Sr. General Figueiredo, se deslocou para mais um comício de seupartido, evidentemente à custa das contribuições do povo brasileiro. Destavez, o comício foi no SESC, em São Paulo, promovido pelo Sr. José Papa Jú­nior, um dos candidatos do PDS ao Senado.

Page 34: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6736 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1982

Mas o que nos chamou a atenção de maneira particular em mais essecomício foi o modo como a chamada Segurança agiu, impedindo praticamen­te o trabalho dos jornalistas. Diz O Estado de S. Paulo de hoje que:

no recinto visitado por S. Ex'., cada passo da imprensa eraorientado aos gritos pelos assessores da Presidência da República,dificultando ainda mais o trabalho de cobertura da visita.,"

Mas não foi só a imprensa que teve dificultados os seus passos em maisessa festa pedessista capitaneada pelo General Figueiredo. Trezentos e dozefamílias, que ocupam casas abandonadas do conjunto residencial chamadoCentreville, no município de Santo André, na Grande São Paulo, resolveramenviar uma comissão de moradores a fim de tentar um contato com o Sr. Pre­sidente da República. Pretendiam essas famílias, através de seus representan­tes, que se encontrasse uma solução para a aquisição dos imóveis a preço decusto, im·óveis abandonados por uma empresa falida e que para sua cons­trução utilizou recursos públicos da Caixa Econômica Estadual de São Paulo.Essa comissão, composta por cerca de 90 pessoas, entre adultos e crianças, foiinterceptada logo à saída do Centreville por agentes do Departamento de Or­dem Política e Social, ou seja, a polícia neste caso age com uma rapidez im­pressionante, inclusive atentando contra a Constituição, aliás, o que nos restade Constituição, que ainda garante o díreito de ir c vir.

Admite-se, Sr. Presidente, que os zelosos policiais do DOPS de São Pau­lo tentassem impedir essas famílias de ter um contato com o General Figuei­redo no local. Mas absolutamente não tinham o direito de impedir sua saídadas casas que ocupam. Verificamos, Sr. Presidente, que essas pessoas, quenão têm onde morar e pretendem, legitimamente, fazer uma proposta deaquisição dessas casas que ocupam - que não pertencem a ninguém senão aopovo, pois foi o povo quem as financiou - essas pessoas têm o direito de seaproximar do Presidente da República para pleitear uma solução para seu ca­so. Com elas estava também o advogado Marco Rogério de Paula, que defen­de essas famílias na ação movida pela Caixa Econômica Estadual paraexpulsá-las do conjunto, a mesma Caixa Econômica Estadual que facilita em­préstimos e cuja diretoria anterior está sendo condenada pela Justiça por faci­litação de empréstimos ilegais. Essa mesma Caixa Econômica Estadual ­que nada fez contra a empresa irresponsável, contra os picarctas que nãocumpriram seus compromissos - agora aciona os moradores do Ccntrcville,tentando impedir, corno conseguiram fazer ontem, que as pessoas sequersaiam dc suas casas. Denunciamos esse abuso, esse atentado contra a própriaConstituição.

o Sr. Airton Soares - Líder do PT - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre)- Tem a palavra o nobre Depu­tado.

O SR. AIRTON SOARES (PT - SP.Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, o Diário da Justiça de hoje, quinta-feira, 19 de agosto, publica aResolução nÇ 11.369, de 5 de agosto de 82, que estabelece modelo da cédulaoficial e diz respeito ao voto secreto, o sigilo do voto, entre outras providên­cias, adoção da cédula oficial, aliús, de acordo com o modelo aprovado peloTribunal Superior Eleitoral.

Sr. Presidente. temos diante dos nossos olhos - e pedimos a inserçào domodelo nos Anais da Câmara - o projeto já aprovado e o modelo já con­substanciado da cédula oficial, inclusive seu ta1T\anho, seu formato, suasdobras, seu verso. Estamos diante de uma situação consumada à luz e aosolhos da Justiça, e, portanto, da lei.

Nesta Casa. a Liderança do Partido Democrático Social procura contur­bar o andamento das eleições na medida em que investe contra as instituiçõesenviando para cá um projeto de última hora, para modificar aquilo que já foierigido em lei e publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Sr. Presidente, este é um momento difícil porque acena o partido oficialcom a possibilidade de uma aprovação por decurso de prazo deste projeto, oque faria com que, às vésperas das eleições, tivêssemos outras regras de jogoestabelecidas. Quero dizer com isto que o risco que o PDS propõe às insti­tuições, através do seu projeto, acarreta urna configuração de verdadeira sub­versào à ordem estabelecida no que diz respeito às eleições.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, denunciamos desta tribuna essecomportamento subvcrsivo, irregular do PDS, que quer, obedecendo orien­tação do Ministro Leitão de Abreu, e só dele, modificar as eleições a'o adotaruma cédula que scja mais compatível com os interesses do Governo.

Dessa forma, Sr. Presidente, requeiro a V. Ex' sejam integrados aosAnais desta Casa os modelos de cédulas, o voto do Ministro Pedro Gordilho,proferido na resolução, como também a própria resolução, para que estaCasa registre, concomitantemente ao Diário da Justiça. esta publicação feitapelo Tribunal Superior Eleitoral, para que mais tarde os Deputados e Sena­dores do Governo possam, numa análise dos fatos perante a História,envergonhar-se do procedimento a que se submetem, na medida em que, amenos de 3 meses das eleições, articulam alterações no modelo da cédula ofi­cial.

Quero dizer, Sr. Presidente, que existe um risco se estc modelo dc cédulaoficial for modificado, de o Tribunal vir a adotar uma posição que é sua, queé constitucional: que o Tribunal tenha que fazer, com relação a este fato, emfunção de uma lei apressada, emergencial, que, no tempo, não terá condiçõesde ser aplicada, no que diz respeito à sua eficácia;. então, o Tribunal poderáentender que não há tempo de aprovar a regulamentação dessa lei de últimahora do PDS. E, com isso, °Tribunal poderá realizar as eleições com base naoutra lei.

Quero dizer que nós, cumprindo a absoluta decisão legal, estamos nosorganizando em função dessa lei que o Tribunal aprovou. Sabemos que oPartido do Governo, no Mato Grosso, já adotou também o número dos ve­readores, de acordo com as resoluções do Tribunal. Sabemos que, no Mara­nhão, também o PDS agiu de igual maneira. Está havendo uma vcrdadeirasubversão interna dentro do partido que, desta forma, procura ajustar-se àlei, contrariamente aos delinqüentes políticos que compõem a direção daque­le partido, que visam a subverter o processo e intimidar a Oposição.

Vamos, Sr. Presidente, oportunamente, denunciar todas as manobras deconstrangimento, coação e chantagem, que estão sendo feitas nos bastidores,pelos integrantes do Partido Democrútico Social, nesta Casa, a serviço doMinistro Leitão de Abreu, que responde aos interesses dos militares, que que­rem eleições cerceadas e para as elites neste País.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Vai-se passar à votação da ma­téria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia.

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos a seguinte redação final:

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N9 70, DE 1980

Aprova as Contas do Presidente da República, relativas aoexercício financeiro de 1979.

O Congresso Naciona! decreta:Art. 19 São aprovadas as contas prestadas pelo Senhor Presidente da

República, relativas ao exercício financeiro de 1979, conforme disposto nosarts. 44, inciso VIII, e 81, inciso XX, da Constituição Federa!, com as ressal­vas aos valores lançados à conta "Despesas Impugnadas", pendentes de ulte­rior verificação do Tribunal de Contas da União.

Art. 29 Os diversos responsáveis da Administração Direta e Indireta,que não apresentaram ao Tribunal de Contas da União os balanços anuais re­ferentes ao exercício financeiro de 1979, no prazo estabelecido pelo DecretonÇ 80.421, de 28 de setembro de 1977, ficam sujeitos às sanções previstas noart. 53 do Decreto-lei nÇ 199, de 25 de fevereiro de 1967, e Resoluções daquele

Tribunal.

Art. 39 O Tribunal de Contas da União tomará as providéncias para aaplicação das penalidades a que se refere o artigo anterior.

Art. 49 Este Decreto Legislativo entrará em vigor na data de sua publi­

caçào.

Sala das Sessões da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada deContas. - Humberto Souto. Presidente - Amilcar Queiroz. Relator.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que a aprovam quei­ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

Page 35: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6737

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos a seguinte Redação Final:

PROJETO DE LEI N9 362-B, DE 1979

Altera a redação do art. 189 da Consolidação das Leis do Traba­lho, aprovada pelo Decreto-lei n9 5.452, de 19 de maio de 1943, e de­termina outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O art. [89 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada

pelo Decreto-lei n95.452, dc 19 dc maio de 1943, passa a vigorar com a seguin­te redação:

"Ar!. 189. Serão consideradas atividades ou operações insa­lubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de tra­balho, afetem a saúde mental dos empregados ou os exponham aagentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados emrazão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de expo­sição aos seus efeitos."

Art. 29 Esta lei entra en vigor na data de sua publicação.Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário.Comissão de Redação, 19 de agosto de 1982. - Epitácio Cafeteira, Presi­

dente - Alcir Pimenta. Relator - Djalma Bessa - Murillo Mendes.

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que a aprovam quei-ram permanecer como estão (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado FederaL

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos a seguinte Redação Final:

PROJETO DE LEI N9 4.596-E, DE 1981

Dispõe sobre normas referentes aos tabelionatos e dá outras pro­vidências.

O Congresso Nacional decreta:Art. Iº As serventias da Justiça dos Estados e do Distrito Federal e

Territórios classificam-se em judiciais e extrajudiciais.Art. 29 A cada Juízo corresponderá, pelo menos, uma serventia judi­

cial, com denominação própria e, se for o caso, com a numeração correspon­dente.

Art. 39 As serventias extrajudiciais dividem-se em Notas, Protestos deTítulos, Registros Públicos e Registros de Distribuição.

§ 19 As leis de organização judiciária poderão criar novas serventiasquando o aumento da população e da renda pública exceder à prorrogaçãocorrespondente ao número de serventias extrajudiciais existentes à data da úl­tima lei de organização judiciária local, mantendo-se idêntico percentual.

§ 2º As serventias deverão ser distribuídas no território da respectivaComarca de modo a atender aos interesses das partes, vedada a criação de su­cursais, qualquer 'que seja sua denominação, com exceção das serventias doRegistro Civil de Pessoas Naturais, que poderão ter agências distritais comfunções específicas.

§ 39 As atuais sucursais serão extintas no prazo de I (um) ano, a contarda vigência desta lei.

Art. 49 Caberá ao Poder Executivo no Distrito Federal e Territórios,através do Ministério da Justiça, a fiscalização das serventias extrajudiciais.

Parágrafo único. Caberá ao Ministério da Justiça a expedição de nor­mas disciplinares e a apreciação, em grau superior, de recursos relativos àssanções aplicadas.

Art. 59 Compete ao Corregedor da Justiça a fiscalização das serventiasjudiciais, sem prejuízo das atividades censórias dos demais magistrados, naforma das leis de organização judiciária.

Art. 69 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 79 Revogam-se as disposições em contrário.Comissão de Redação, 19 de agosto de 1982. - Epitácio Cafeteira. Presi­

dente - Francisco Rollemberg. Relator - Murilo Mendes - Alcir Pimenta- Djalma Bessa.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que a aprovam quei­ram permanecer como estão (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

O Sr. Ricardo Fiúza - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comuni­cação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Tem a palavra o nobre Depu-tado. '

O SR. RICARDO FIÚZA (PDS - PE. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, ainda tentei chamar o Deputado Airton Soares, que ocupou a tri­buna antes de mim, para que S. Ex~ ouvisse as considerações que a Maioriatem a fazer a respeito da cédula descrita na mensagem presidencial enviada aoCongresso Nacional. Pelo que acaba de dizer, S. Ex~ mantém uma posturaabsoluta, intransigente, no tocante àquela cédula. Deseja S. Ex' que a cédulaaprovada seja aquela que o Tribunal Superior Eleitoral preparou. Entretanto,para que a Nação não seja confundida pela palavra do Líder do Partido dosTrabalhadores, desejo deixar bem claro que S. Ex" o Líder Deputado AirtonSoares, está incorrendo em erros extremamente primários. Acabou de dizer S.Ex~ que a aprovação da cédula não será possível em prazo hábil, ou seja,quando vier a ser aprovada fi cédula, porque certamente o Tribunal não terácondições de regulamentá-la e adotará aquela que propôs~ Todos sabemosque o instituto do decurso de prazo nos permitirá aprovar essa cédula muitoantes do que pensa S. Ex., o Líder do PT. Pensa S. Exª que conseguirá obs­truir a votação. Não se lembra que o Partido dos Trabalhadores não tem se­quer 20 deputados nesta Casa e que, como Líder, não poderia pedir verifi­cação, porque não representa sequer 20 Deputados. Além do mais, lavra numterrível equivoco e até violenta o conceito que temos a respeito de S. Exª Dei­xa transparecer nas entrelinhas que o Tribunal teria formas de não cumprir adeterminação de uma lei, aliás, aprovada nesta Casa. Propõe o Líder do PTque o Tribunal desrespeite uma lei emanada deste Poder. Diz S. Exª que oTribunal criará óbices e, além do mais, diz também que a cédula não compor­ta adaptações, como, por exemplo, no caso do Estado de Rondônia, onde ha­veria 3 candidatos. Desconhece S. Ex~ que essa matéria é de competência doTribunal e que, certamente, a regulamentará para adaptar a cédula a esses ca­sos. Além do mais, desconhece S..Exªq)le ainda somos Maioria nesta Casa,que colocamos em votação a cédula, que, convocaremos nossa bancada, comou sem o PT, que é um partido inexpressivo. Graças à Deus, este País tem,seja na Oposição, seja na Situação, partidos integrados por homens sensatos,que não se perdem no varejo, que têm as eleições como coroamento de umadas etapas importantes do processo democrático; h& partidos de Oposição,Sr. Presidente, compostos por homens que sabem que isso é prestar um des­serviço a est~ País, que sabem que toda essaprocrastinação terá um resultadomaléfico, qual seja o de a cédula sair em prazo assaz curto antes das eleições.E isto ensejará dificuldades para que os eleitores possam familizar-se com oprocesso das eleições, ou seja, para que a vontade popularnão seja expressada forma fiel como deveria sê-lo. Mas o Partido dos Trabalha'dores, Sr. Presi­dente, que não tem possibilidade de ganhar as eleições nos estados, que ape­nas quer marcar a sua presença, a este partido não interessa. que essa demo­cracia se consolide, porque a maioria do~ seus membros, inclusive, discordado nosso sistema de vida, do nossoregime, da nossa forma dever as coisas.Pouco estão-se incomodando de que esta eleição seja prorrQgllcla, porque sãohomens absolutamente despreparados para o exercício da democracia. Eles seacostumaram ao longo período de arbítrio, de autoritarismo,' do qual esta­mos saindo agora, despreparadosparao exercício democrâtico.Por isso, nãoentendem que devemos consolidar esta abertura, ampliá-Ia., dando a este Paísinstituições fortes, capazes de manter essa democracia plenà que todos deseja­mos estável, alicerçada em instituições e partidos sólidos. Isto é:um profundodesserviço; chama-se "perder-se no varejo", quando as questõés mais impor­tantes são as eleições, pelas quais todos lutamos, e o coroamento desse pro­cesso de abertura do Presidente Figueiredo, com sua verdadeira obstinação,conforme disse em discurso: "profunda obstinação de dar a este País uma de­mocracia."

Admiro-me, com profunda tristeza, de ver um líder de um partido vir aesta Casa propor medidas que não são essenciais, e que, em última análise, is­to, sim. viriam prejudicar a realização das eleições pelas quais tanto lutamos.

Era o que tínhamos a dizer.

O Sr. Audálio Dantas - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comu­nicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Tem a palavra o nobre Depu­tado.

O SR. AUDÁLlO DANTAS (PMDB - SP. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, o' nobre Deputado Airton Soares, Líder do Partido dos Traba-

Page 36: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6738 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1982

Ihadores, está ausente e nos sentimos no dever, como representante da Opo­sição, de tecer algumas considerações às colocações feitas pelo nobre Líder doPDS, Deputado Ricardo Fiúza.

S. Ex? investe com muita fúria contra as colocações aqui feitas pelo De­putado Airton Soares a respeito da questão da cédula única para as próximaseleições. S. Ex' acusa o Deputado Airton Soares, do qual não tenho procu­ração para defendé-Io, de intransigente. Alude a uma Nação que pode serconfundida pelas palavras do Deputado Airton Soares. Alude, ainda, a umfato que não devia ser trazido aqui como exemplo mas, sim, como causa devergonha, que é o chamado instituto do decurso de prazo, que permitirá, se­gundo S. Ex', que tranqüilamente se aprove essa imoral proposta do Gover­no.

Diz ainda S. Ex' que o Deputado Airton Soares ignora que o PDS aindaé Maioria nesta Casa. Felizmente S. Ex' o Líder do PDS usa a expressão"ainda", porque acreditamos que, mesmo com todas essas leis de ocasião queo Governo faz aprovar, as Oposições terão a Maioria no próximo Congresso.

Finalmente S. Ex' acusa o Deputado Airton Soares de prestar um desser­viço ao tentar com sua colocação - segundo S. Ex' o Deputado Ricardo Fiú­za - procrastinar o processo de aprovação dessa cédula.

Finalmente perguntaria, Sr. Presidente: quem é que está tentando tumul­tuar o processo eleitoral, ao ponto de chegarmos a trés meses das eleições semtermos definidas as regras do jogo? Quem é que conspira contra as eleições,senão o Palácio do Planalto? Ficou caracterizado, Sr. Presidente, com essaatitudc do Governo, o seu desrespeito à Justiça. O Governo mandando esseprojeto para cá, caracterizou que a conspiração contra o processo eleitoralparte do próprio Palácio do Governo.

o SR. PRESlDENTE (Freitas Nobre) -

Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n" 127-A,de 1982, que aprova o texto do Acordo Geral de Cooperação entre oGoverno da República Federativa do Brasil e o Governo da Re­pública Popular de Moçambique, concluído em Brasília, a 15 de se­tembro de 1981; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legíslativa;e, da Comissão de Ciência e Tecnologia, pela aprovação. (Da Co­missão de Relações Exteriores) - Relatores: Srs. Adalberto Camar­go, Gomes da Silva e Pedro Faria.

O SR. PRESlDENTE (Freitas Nobre) - Não havendo oradores inscri-tos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Vou submeter a votos o

PROJETO DE DECRETO IJEGISLATlVO N9 127-A, DE 1982

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 É aprovado o texto do Acordo Geral de Cooperação entre o

Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popu­lar de Moçambique, concluído em Brasília, a 15 de setembro de 1981.

Art. 29 Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publi­cação.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que o aprovam quei­ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Redação Final.

ACORDO GERAL DE COOPERAÇÃO ENTRE A REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL E A REPÚBLICA POPULAR

DE MOÇAMBIQUE

A República Federativa do BrasileA República Popular de Moçambique,a seguir designadas Partes Contratantes,CONSIDERANDO o interesse em reforçar os laços de amizade, solida­

riedade e cooperação entre os seus respectivos povos,REAFIRMANDO a sua firme adesão aos objetivos e princípios da Car­

ta das Nações Unidas,DESEJANDO promover, desenvolver e reforçar a cooperação entre os

dois povos e países, com base nos princípios internacionalmente reconhecidosde igualdade, benefício recíproco, respeito mútuo pela soberania e integrida­de territorial, não ingerência nos assuntos internos, e de autodeterminação

dos povos na livre escolha de seu sistema político-social e de seu processo dedesenvolvimento,

ACORDAM o seguinte:

Artigo I

1. As Partes Contratantes estabelecerão entre si, numa base de igualda­de, relações de cooperação econômica, científica, técnica e cultural.

2. As formas e condições de cooperação prevista no número anteriorserão objeto de acordos ou programas especiais que concretizarão o presenteAcordo.

Artigo 11

As Partes Contratantes convêm em que a cooperação se concretize noscampos econômico, científico, técnico, tecnológico, cultural, de formação depessoal, e em outros que eventualmente venham a ser acordados.

Artigo III

As Partes Contratantes concordam em estabelecer uma Comissão MistaPermanente para a Cooperação Econômica, Técnica e Científica, compostapor delegações das duas Partes, dirigidas por membros a serem designadospor cada uma das Partes Contratantes.

Artigo IV

I. Ã Comissão Mista Permanente compete, em especial:a) acompanhar e dinamizar a execução do presente Acordo e de outros

acordos concluídos ou a serem concluídos entre os dois países, analisar e pro­por medidas para ultrapassar as dificuldades resultantes da sua aplicação;

b) submeter propostas aos Governos dos dois países referentes ao desen-volvimento das relações econômicas, comerciais, científicas e técnicas entreos dois países.

2. A Comissão Mista Permanente adotará, na primeira sessão, o seuRegulamento Interno.

Artigo V

Quaisquer divergências de interpretação que possam surgir na aplicaçãodo presente Acordo ou dos acordos que venham a ser concluídos em seu de­senvolvimento, serão resolvidos por mútuo consentimento, dentro do espíritode amizade e cooperação, no âmbito da Comissão Mista Permanente, semprejuízo de outras disposições especiais a serem incluídas nos respectivosacordos.

Artigo VI

As modificações ao presente Acordo Geral podem ser efetuadas por mú­tuo consentímento. Entrarão em vigor na forma da legislação íntcrna de cadaParte. A intenção para tal modificação deverá ser comunicada, por escrito, àoutra Parte Contratante, com pré-aviso de seis meses.

Artigo VII

1. O presente Acordo será submetido a ratificação, de conformidadecom os procedimentos constitucionais de cada uma das Partes Contratantes.

2. Entrará em vigor a partir da data da troca dos instrumentos de ratifi­cação, a ter lugar em Maputo, Capital da República Popular de Moçambi­que.

3. Poderá ser denunciado por qualquer das Partes Contratantes, me­diante notificação com antecedência de seis meses.

Feito em Brasília, aos 15 dias do mês de setembro de 1981, em dois origi-nais, na língua portuguesa, igualmente autênticos.

Pela República Federativa do Brasil: Ramiro Saraiva Guerreiro.Pela República Popular de Moçambique: Joaquim Alberto Chissano.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) -

Discussão única do Projeto de Lei n" 999-A, de 1979, que esta­belece limite para a cobrança de multa pelo atraso do pagamento deobrigações, tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, técnica legislativa e, no mérito, pela apro­vação, com emenda; e, das Comissões de Economia, Indústria e Co­mércio e de Finanças, pela aprovação, com adoção da emenda daComissào de Constituição e Justiça. (Do Sr. Antônio Zacharias)­Relatores: Srs. Jorge Arbage, João Alberto e Luiz Bacearini.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Não havendo oradores inscri­tos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matêria.

Page 37: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO C'O!'íGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6739

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - A Comissão de Constituição eJustiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter a votos aseguinte

Emenda:

Dê-se ao art. 1" do Projeto, a seguinte redação:

"Art. 19 A multa pelo atraso no pagamento de obrigação denatureza pecuniária, com exceção da relativa a tributos. não podeser superior a 1% (um por cento), ao mês, do dêbito vencido."

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que a aprovam quei­ram permanecer como estào. (Pausa.)

Rejeitada.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Vou submeter a votos o

PROJETO N9 999-A, DE ]979

O Congresso Nacional decreta:Art. lo A multa pelo atraso no pagamento de contribuições, tarifas,

prestações, alugueres, mensalidades, anuidades e quaisquer outras obrigaçõescongêneres não pode ser superior a 4% (quatro por cento) do valor do débitovencido.

Art. 20 O Poder Executivo regulamentará esta lei, no prazo de 60 (ses­senta) dias contados da sua publicação, dispondo, inclusive, sobre a fiscali­zação do cumprimento da medida estabelecida e sobre as penalidades aplicá­veis aos eventuais infratores.

Art. 39 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 40 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estào (Pausa.)

Rejeitado.Vai ao Arquivo.

Estão prejudicados os Projetos n9s 1.741/79 e 5.655/81, auexados.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) _

Discussão únicado Projeto de Lei n94.801-A, de 1981, que in­troduz alínea no art. 49 da Lei no 4.375, de 17 de agosto de 1964 _

.Lei do Serviço Militar; tendo pareceres da Comissão de Consti­tuição e Justiça; pela constitucionalidade, juridicidade etécnica le­gislativa; e, da Comissão de Seguran~a Nacional, pela aprovação.(Do Sr. Ubaldo Dantas) - Relatores:Srs. Christiano Dias Lopes eAntônio Pontes.

O SR. 1>RESIDENTE(Frcitas Nobre) - Não havendo oradores inscri­tos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Vou submeter a votos o

PROJETO No 4.801-A, DE 1981

O Congresso Nacional decreta:Art. l~ O caput do art. 49 da Lei n9 4.375, de 17 de agosto de 1964, é

acrescido da seguinte alínea:"Art. 49. . .a) .

d) como empregador, seja do Poder Público ou da iniciativaprivada. recusar, para o efeito de admissão ao trabalho, o Certifica­do de Alistamento, nos limites de sua validade, como prova de estaro brasileiro em dia com as suas obrigações militares."

Art. 2(' Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. Y Revogam-se as disposiçóes em contrário.

SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que o aprovam quei­ram permanecer como estáo ! f'al/sa.)

Rcj~itado.

Vai ao Arquivo.

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) -

Primeira discussão do Projeto de Lei n" 4.697-.'1., de 198 l, qUi;:

altera a Lei n9 1.390. de J dejulho de 1951, que dispõe sobre o pre­conceito de raça ou de cor; tendo parecer. da Comissào de Consti­tuição e Justiça, pela conotitucionalidade, juridicidade, técnica legis­lativa e, no mérito, pela aprovação. - Relator: Sr. Antônio Russo.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Não havendo oradores inscri­tos. declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar li votação da matéria.

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Vou submeter a votos o

PROJETO No 4.697-A, DE 1981

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 A Lei no 1.390, de 3 dejulho de 1951, passa a vigorar com as se­

guintes alterações:

"Ar!. 29 .Pena - prisão simples de seis meses a dois anos e milita de Cr$

20.000,00 (vinte mil cruzeiros) a Cr$ 80.000,00 (oitenta mil cruzei­ros).

Art. 39 .Pena - prisão simples de três mescs a um ano, ou milita de

Cr$ 2.000.00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000.00 (vinte mil cruzei­ros).

Art. 40 .Pena - prisão simples de três meses a um ano, ou multa de

Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzei­ros).

Art. 50 .Pena - prisão simples de seis meses a dois anos ou multa de

Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzei­ros).

Art. 79 .Pena - prisão simples de seis meses a dois anos e multa de Cr$

2.000,00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros).

Art. 29 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Ar!. 39 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Sr.s. que o aprovam quei­ram permanecer como estão (Pausa.)

Aprovado.Passa à 29 discussão .

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre)-

. Primeira discussão do Projeto de Lei n94.777-A, de 1981, quedá nova redaçâo aos arts. 796,806,807, item I do art.8Ó8, pàrágrafoúnico do art. 811, revoga o ar!. 809, todos do Código de ProcessoCivil e determina outras providências; tendo parecer, da Comissàode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade,técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. (Do Sr. TheodoricoFerraço) - Relator: Sr. Tarcísio Delgado.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente;

Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão doProjeto nQ 4.777-A/81 por 10 Sessões.

Sala das Sessões, 19 de agosto de 1981. - Nasse!' Alllleida

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência. o projeto sai da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Concedo a palavraao SI'. Ge­nival Tourinho, na qualidade de Líder do Partido do Movimento) Democráti­co Bra;c,ikiro.

I[) §[L r;iEf'ZEV",,!L TDVRíM-10 (Pl\1DB - íV1G. Corno Líder. Sem revi­são do orador.) - Sr. i'ri,sidente. Srs. Deputados. na semana passada tive ()prazer de ouvir a entrevista concedida ú Rede Globo de Te]evi~;úo pelo Prol'.Cândido Mendes. Diante daquela explanação de um homem de cultura, depeso, ob~ervei as referências quc ek fazia àquela instituição, tipicamente dos

,países n6rdicos. do Ombusman. Isso despertou-se a curiosidade a ponto depegar uma velha monografia de Pontes de Miranda para sentir o qlle é o Olll­budslllan. e pude verificar que as normas que regulamentam sua funçào nadamais são do que uma repetição das regras que vigiam na Roma antiga. O Om-

Page 38: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6740 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL {Seção n Agosto de 1982

budsman nada mais é do que o fiscal do povo perante as elites, porque as eli­tes, cada dia mais, têm necessidade de ser fiscalizadas e vigiadas.

Razão tem Cândido Mendes naquela sua colocação de que o povo brasi­leiro, como povo, é infinitamente superior às elitcs brasileiras.

Mas no dia seguinte, Sr. Presidente, era um dia tranqüilo, não tinhacompromissos políticos nem sociais, e pude deter-me mais aprofundadamen­te na comparação das regras que norteiam o Ombudsman dos países nórdicoscom as regras que norteiam o Minístério Público Fcderal, e estarrecido verifi­quei que, por exemplo, na constituição sueca há uma breve referência ao Om­budsman. Ele é regulamentado apenas por 23 artigos e funciona com aquelaeficiência extraordinária de realmente servir de físcal da plebe junto às elites.E comparando a legislação do Ombudsman com a legislação do MinistérioPúblico brasileiro, observei que a nossa legislação outorga todas as prerroga­tivas do Ombudsman ao Ministério Publico deste País. Apenas este não éexercido com caráter. O Ministério Público, neste País, longe de servir comoguardião da Constituição, como fiscal do povo junto às elites, é algo muitofrágil, não tem consciência da sua fortaleza, a ponto de, no manual do Ceri­monial do Itamarati, o Procurador-Geral da República ser colocado no mes­mo nível que o Presidcnte da CEME. Em qualquer solenidade púbiica, oProcurador-Geral da República tem direito ao mesmo tratamento do Presi­dente da CEME. Mas, Sr. Presidente, estas observações me ocorreram aoespírito verificando, por exemplo, as muitas omissões do Ministério PúblicoFederal.

O Ministério Público Federal é altamente dócil quando se trata, porexemplo, de processar e levar à condenação do Deputado Genival Tourinho.Ele é muito dócil ao comando quando se trata de processar o Deputado JoãoCunha, o Deputado Gérson Camata, e quando se trata de levar a penas exa­geradas os treze humildes posseiros do Araguaia e os dois padres franceses,que nada mais faziam do que abrir a cabeça dos homens que lutam e têm di­reito à terra.

Mas o Ministério Público não tem essa mesma docilidade. Faz ouvidosde mercador, por exemplo, com relação a um fato ocorrido em Belo Horizon­te, no mês passado, que traumatizou profudamente a opinião pública minei­ra: durante o culto de uma missa, um oficial general a interrompeu e exigiuque determinada oração não fosse proferida. Aquilo escandalizou profunda­mente a opinião pública do meu Estado.

São três as conotações daquela interferência indébita do militar: a pri­meira, do nosso ponto de vista de católicos, foi a profanação da Santa Missa.A segunda falta grave foi o atentado ao princípio hierárquico, porque a Igrejatambém norteia o seu desenvolvimento e a sua ação pela mesma linha verticalque serve de sustentação às Forças Armadas. Então, naquele dia, o PadreHaddad, ao pedir aquela oração pelos padres franceses, o fazia por comandodo Bispo, dentro do princípio hierárquico que norteia também o funciona­mento das Forças Armadas, sendo que o princípio hierárquico da Igreja êbem mais antigo, porque tem mais de dois mil anos. Por último, outro aspec­to que deveria ser ressaltado, e que não poderia ter escapado à Procuradoria­Geral, diz respeito ao fato de que o militar, ao fazer aquela interferência, vio­lou a Constituição, que garante o direito de culto. Esse aspecto não poderiapassar desapercebido da Procuradoria-Geral da República. E se não tivésse­mos realmente Ministério Público Federal certamente que aquele militar seriaprocessado, denunciado por ter vulnerado um princípio da Constituição, queé exatamente o direito de culto. Então, dócil também ficou o MinistérioPúblico ante aquela declaração, há pouco menos de um mês, do ex-PresidenteJânio Quadros. No seu manifesto, Jânio Quadros praticamente incitou a re­belião popular pelas armas. Não queremos, Sr. Presidente, recomendar quese processe alguém pela Lei de Segurança Nacional, mas percebcmos que, apar com a docilidade e a maleabilidade do Ministério Público Federal brasi­leiro, até a Lei de Segurança Nacional é exercitada ao talente dos poderosos epara atender única e exclusivamente à vontade do Governo.

Mas não param aí as muitas comissões do Ministério Público. Há quatroanos, houve o escândalo do cheque administrativo do Banco Econômico daBahia. Quem, neste País, não tomou conhecimento daquele escândalo? E oMinistério Público Federal continuou inerme, absolutamente inerme, e o Sr.Calmon de Sá não foi por ele denunciado; Essas observações me ocorriam noexato momento em que eu acabava de ler este livro, que contém talvez a de­núncia mais dramática de toda a História republicana. Sobre este livrodeitou-se verdadeira cortina de silêncio. Até a Oposição se calou. Pois bem,deixei trabalhos, a campanha e tudo O mais, em favro de meus companheiros,para dizer que não, a Oposição não se calou, ainda que fale através de um De-

putado que não pode sequer pleitear ser o que é. A Oposição vai manife,star­se, vai dizer ao Ministério Público da União que deste livro tem quc sair 'umadenúncia; deste livro tem que sair uma denúncia contra pelo menos um dosdois Ministros de Estado, profusamente citado, porque um deles declara ser ooutro corrupto, que o outro levou propina, que o outro, na expressão do livro"contou horrores de seu companheiro". E, no entanto, tudo fica como se nãohouvesse nada. Até a própria imprensa silencia, Sr. Presidente. Afinal de con­tas, qual a razão da existência da imprensa, se não o dever que ela tem de beminformar o povo? Mas vamos ler alguns trechos deste livro. Vamos ver o queera, inicialmente, a transít no Brasil, antes da intervenção da TELEBRÃS.

Sr. Presidente, não estou cndossando acusações. Não quero, não possonem devo externar qualquer tipo de acusação, mesmo porque "gato escalda­do tem medo de água fria", e eu não sou nenhum herói. Quero apenas dizeraqui o que está escrito no livro.

No dia 14, as primeiras lâminas (wafers) difundidas saíam dosfornos para a fase de testes. O resultado ultrapassou o que se espera­va. Foi uma festa geral. Na manhã seguinte, boa parte da imprensanoticiou, sem faltarem os maiores jornais do País. O dispositivo, de­pois, foi montado sob encapsulamento TO-9241 e vendido para usoem seletores eletrônicos de canais de televisão.

Naquele momento, ultrapassávamos os limites do nosso objeti­vo inicial: fabricar diodos retificadores e transistores de pequeno si­nal. A complexidade do avanço que, antes de 1984, não deverá seralcançado por outra indústria nativa - quanto desperdício de tem­po e dinheiro! - se esclarece no fato de cada lâmina de silício, comduas polegadas de diâmetro, milimetricamente delgada, conter dozemil circuitos integrados com vinte componentes - transistores, dio­dos, resistorcs - cada um, no total, por lâmina, de duzentos e qua­renta mil componentes.

Podia estar longe dos recordes americanos. Pode parecer muitopouco, para quem sabe o que se passa nos Estados Unidos e no Ja­pão de hoje; insignificante, para os devaneios incongruentes da bu­rocracia que se instalou no comando da disciplina de uma das ativi­dades industriais mais sérias para0 futuro desta nação e, agora,traça rumos com prepotência imprudente e desconhecimento práti­co afetado.

Quanta dependência da necessidade de refazer, por capricho!Quanto abuso com dinheiros públicos!. ..

Na verdade, em meados de 1978, constituiu fato sem preceden­tes. Nas condições em que se realizou, sem protcções oficializadas,sem apoio de uma consciência governamental contemporânea desua importância, pode registrar-se entre feitos notáveis da engenha­ria privada brasileira.

Interessado em saber o que, de fato, se passava em Montes Cla­ros, Ethevaldo Siqueira, de O Estado de S. Pau/o, resolveu visitarnossas instalações. Correu tudo, cnversou com todo mundo, per­guntou o que precisava saber, recebeu as explicações e notícias quedesejava. Saiu impactado. Disse a mím que não esperava ver o queencontrou. Na semana seguinte, uma das edições do tradicional dia­rio paulista - 27-07-78 - publicou matêria de página inteira sob otítulo, em manchete, nasce em Minas a microeletrônica brasileira".

"A indústria surpreendeu todo o setor, atraindo o interesse deespecialistas pelo salto que poderá proporcionar à tecnologia eletrô­nica brasileira, nos próxímos três anos. Sem despertar a atenção dosconcorrentes, especíalmente as multinacionais que abastecem omercado brasileiro, a TRANSIT venceu a maior etapa do desafio damicroeletrônica que é a produção do próprio material semicondu­tor".

Em outra parte registra que "na fábrica e nos laboratórios,operários baianos e mineiros, vestidos com roupas semelhantes àsdos astronautas, surpreenderam a quantos visitam a indústria. Elesfalam em chips, wafers, transistores, diodos, resistores, silício, foto­máscaras ou difusão de arsênico - com a familiaridade das coisascotidianas". Acentua, ainda em lugar diverso, que "os resultados al­cançados nos últimos meses pela TRANSIT trazem confiança e en­tusiasmo não só aos engenheiros como aos especialistas brasileirosque começam a visitar a fábrica de Montes Claros. "Ver para crer"- é a frase de técnicos e cientistas que começam a viajar para lá".

O sucesso foi enorme. Só a vibração do pessoal era maior. Che­gando o apoio em negociação, ninguém duvidava de aceleração em

Page 39: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6741

nossa caminhada. O processo básico de difusão gasosa, na tecnolo­gia planar, estava bem assimilado. Shib Narayan Ghosh Dastidar esua equipe estavam de parabéns.

Naquela hora, afastávamos dúvidas remanescentes sobre nos­sa capacidade de evoluir e destruíamos afirmações precipitadas apropósito das condições locacionais da iniciativa, hoje repetidas, le­viamente, por pessoas que confundem seu próprio juízo com a ver­dade ou não sabem o que se fez em Montes Claros.

Nossa produção aproximava-se dos limites máximos que al­cançamos: Em abril, maio e junho, havíamos fabricado 1.050.000,1.122.000 e I. I92.000 transistores, respectivamente, trabalhando umsó turno por dia."

Na mesma época, o n9 40 da rcvista "Eletricidade Moderna" dizia:

A TRANSIT passou a representar, hoje, o símbolo de uma es­tratégia: a do Brasil que mergulhado num inquietante atraso tecno­lógico, luta por uma posição mais honrosa no cenário econômicomundial. Uma estratégia que, bem vista por alguns setores influen­tes, não conta com a simpatia de outros, igualmente poderosos. Poisnão é segredo algum o fato de que houve tentativas no sentido dedesligar a estufa em que os mencionados setores governamentais co­locaram a TRANSIT, na singular metâfora de um conceituado pes­quisador brasileiro: "E como todo bebê prematuro, a TRANSIT vaiprecisar dessa estufa, pelo menos por algum tempo. Ligada, é cla­ro"...

Mas logo, Sr. Presidente, Srs. Deputados, iriam tratar de desligar a estu­fa em que era montado o germe, o primeiro passo de avanço da tecnologiabrasileira no campo da microeletrônica, que irá marcar, de maneira insofis­mável, todo progresso da humanidade, no resto deste século e no albor do sé­culo vindouro.

Dificuldades de capital de giro foram as primeiras equacionadas na reu­nião da Secretaria do Planejamento em julho de 1978.

Estabeleceram-se 3 itens na ocasião:

"I. O Governo iria continuar garantindo suporte à TRAN­SIT, mas ~om a participação da DIGIBRÁS e, possivelmente, daTELEBRAS, no seu capital e na sua administração;

2. Essa participação seria precedida da assinatura de um"Protocolo de Entendimentos" entre as entidades públicas e aTRANSIT;

3. Todo o processo deveria estar concluído no prazo máximode um mês.

Hélio KesteIrnan e Jair dos Santos Lapa foram encarregadosdos provimentos processuais preliminares.

Toda a dificuldade estava localizada. Marcos Vianna era a origem. Fuiinformado de que estava fazendo restrições ao Secretário Geral da SEPLANpela reunião do dia 4. Exigia o apoio de Reis VeIloso visando sustar eventuaissuportes financeiros à TRANSIT, até que a solução definitiva fosse oficializa­da. Como conseqUência, o projeto do laboratório foi suspenso, apesar deaprovado pela diretoria da FINEP, da mesma forma que uma operaçãoPROTECjRH, contratada com o CNPq, para formação de recursos huma­nos.

Quando nos decidimos pelo desafio da TRANSIT brasileira,pelo aproveitamento de know-how nascido do esforço interno, sabiaque iríamos enfrentar inúmeros embaraços: Obstáculos tecnológi­cos; dificuldades financeiras; criticas apressadas dos que gostam decondenar sem coragem de fazer; lobby do monopólio estrangeiro;neutralidade dos imparciais. Mas não poderia passar pela minha ca­beça o que estava acontecendo. Depois de vencermos o problema­desafio de produzir semicondutores brasileiros, termos de lutar pararesistir a pressões políticas promovidas pelo nosso principal patroci­nador.

Onde já se viu aplicarem-se dinheiros públicos para obtençãode tecnologia de ponta, visando dar condições a grupos nativos depoderem participar de segmentos indústriais estratégicos e, depois,quando os resultados começam a aparecer, abandonar-se todo otrabalho à sanha de predadores descompromissados com os interes­ses da vida nacional? Onde já se viu agente do Governo desaprovei­tar anos de pesquisas e desenvolvimentos inéditos, do laboratóriouniversitário à fábrica, principiados por iniciativa estatal com a par­ticipação do próprio órgão que dirige?

Só em países onde não se exigem prestações de contas, para va­ler, dos governantes... A decisão não poderia ser tão drástica e irres­ponsável. Tinha dç haver solução."

Logo em seguida, na fase de dificuldade e de apoio governamental na in­dústria de tccnologia de ponta, necessária inclusive em termos de segurançanacional para acabarmos com a nossa eterna dependência, houve duas insi­nuações a Hindemburgo Pereira Diniz, feitas pelo General Alencastro, entãoPresidente da TELEBRÁS, e pelo Dr. Rômulo Furtado, uma das grandes au­toridades em matéria do mesmo campo da TELEBRÁS, para que fosse con­vidado para Presidente da TRANSIT, como medida de resolver as suas difi­culdades e fazer com que melhor fosse recebido no seio do Governo brasilei­ro, o Ministro Quandt de Oliveira, que, prazerosamente, aceitou.

O livro de Hindemburgo, perfeitamente documentado, diz exatamente oseguinte:

"Quando a TELEBRÁS assumiu o comando da área operacio­nal, a TRANSIT era vaidosa; existia autoconfiança e entusiasmogeneralizado pclas conquistas que se renovavam. Havia alegria nosolhos daqueles rapazes, ciosos do que aprenderam vencendo dificul­dades ou na convivência com o dia-a-dia de operação de fábrica es­trangeira, onde se praticava a mais avançada tecnologia européia;todos acreditavam no futuro. Nenhuma das multinacionais implan­tadas no Brasil tinha os mesmos padrões de instalação .industrial ede agregação tecnológica à engenharia brasileira.

Poucos meses depois sua presidência era desejada por Ministrode Estado que se afastava da administração pública."

O Sr. Hélio Duque - Sabe V. Ex' da profunda admiração que este seucolega nutre pela sua pessoa, pela dignidade, pela correção, pela competênciaque, ao longo de dois mandatos nesta Casa, sempre soube emprestar. Comolastimo: neste País autoritário, ver um Deputado do porte de V. Ex' cassadopor aqueles que, ilegitimamente, chegaram ao poder e que não podem supor­tar vozes como a sua V. Ex', hoje, traz ao nosso conhecimento um fato estar­recedor, um crime de lesa-pátria no jogo de interesse, em que o autoritarismose caracteriza, envolvendo diretamente a empresa TRANSIT, conforme o li­vro de Hindemburgo Pereira Diniz tão bem deixa claro. O meu aparte é paraaduzir ao seu discurso que os crimes .de lesa-pátria se multiplicam. Este é ocaso de uma empresa privada que foi estrangulada, liquidada pela ação, pelatutela daqueles que emprestam a sua passagem na administração pública bra­sileira aos grandes interesses multinacionais. A denúncia que trago hoje a estaCasa, Sr. Presidente, Srs. Deputados, meu nobre colega, Deputado GenivalTourinho, é estarrecedora: no meu Estado, o Paraná, em São Mateus do Sul,a PETROBRÁS desenvolve há 16 anos, na usina protótipa daquele Munici­pio, a pesquisa do xisto betuminoso. Hoje já se produzem 800 barris por diade petróleo, advindos do xisto do Irati. E ao longo de 16 anos, quinhentos mi­lhões de dólares foi o montante destes investimentos. A PETROBRÁS gerouuma tecnologia própria de nome PETROSIX, e hoje a atual direção da em­presa, o Ministério das Minas e Energia e o Governo João Figueiredo estão avender toda essa tecnologia a um consórcio norte-americano, tendo à frente aEmpresa Scoth and Braders, pelo preço de 200 mil dólares. Vejam bem, qui­nhentos milhões de dólares foi o investimento feito ao longo de 16 anos; 200mil dólares é a transação que deverá ocorrer nestas próximas semanas. Comovêem V. Ex's, esta é uma conspiração e um crime de lesa-pátria. Quando faloem crime de lesa-pátria, recordo as palavras de um ilustre conterrâneo de v..Ex', Deputado Genival Tourinho, o General Andrada Serpa, pois é dele a ex­pressão "lesa-pátria". V. Ex' aborda neste instante o fato de uma empresa na­cional, empresa mineira, pioneira na área eletroeletrônica, que foi trucidada eliquidada. Aduzo esse outro caso em que a vítima também é a nacionalidade,porque é a PETROBRÁS que se curva aos que no poder servem muito maisaos interesses multinacionais do que aos interesses nacionais. Congratulo-mecom V. Ex' pelo seu pronunciamento e lastimo não poder vê-lo mais nessa tri­buna no próximo ano, pois a vontade do autoritarismo não permite que V.Ex9 possa disputar para voltar na próxima legislatura como o Deputado valo­roso que sempre foi dos povos das Minas Gerais.

O SR. GENIVAL TOURINHO - Agradeço ao Deputado Hélio Du­que as palavras elogiosas a meu respeito, palavras que acredito relativas àamizade existente entre nós.

Prossigo, Sr. Presidente.As incompreensões, o esquema armado para se liquidar o núcleo da mi­

croeletrónica brasileira é dos mais diabólicos possíveis. A própria SUDENEentrou nesse jogo para aprovar, mediante pressão política do Governador dePernambuco, a Philips do Nordeste. Daí partiu toda a manobra de esvazia-

Page 40: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6742 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secão l) Agosto de 1982

mento da microeletrônica tipicamente brasileira, nascida do esforço e da au­dácia extraordinária de um homem que pode ter muitos defeitos, mas talvez omais grave dos defeitos de Hindemburgo Pereira Diniz seja o de enxergar lOanos à frente. Vamos ver como ele relata o problema da SUDENE. A gênesedo conflito com a SUDENE não era de ordem pessoal, mas em virtude doprojeto da Philips do Nordeste, a restrição, em última análise, era contra aTRANSIT, que se transformava em obstáculo à expansão da indústria holan­desa, nascida no sentido do mercado interno, considerado empreendimentode grande importância para Pernambuco. O resto não passava de camufla­gem. Evidentemente, quem defendia a TRANSIT não poderia ser personagrata.

"Por conta da fiscalização de novembro, "fizemos jus" a 19 emeio milhões de cruzeiros!!...

Ficamos chocados, Ricardo Ede, eu e Emílio Salgado, comquem conversei por telefone.

Praticamente dois anos atrás, quando se dizia que não dispú­nhamos de créditos, conseguimos 20 milhões do FINOR. Não eraadmissível que 21 meses depois, sem qualquer liberação de permeio,contando com novos investimentos realizados de 70 milhões de cru­zeiros, viessem falar em 19.5 milhões de contrapartida".

Sabcm os senhores que a contrapartida da SUDENE se dá na proporçãode três por um. Se o investidor coloca um, a SUDENE, pela responsabilidadede aprovar o projeto, tem que colocar três.

"Esse processo de retaliação tão acintoso, contra empresa quea SUDENE devia legalmente amparar, contra projeto que por seusméritos contava com expressiva participação de capitais públicos,teria de ser levado ao conhecimento do Ministro do Interior paraque fossem apuradas suas razões, ouvindo-se a parte interessada".

Mas vamos chegar ao climax da coisa quando o embuste todo é desfeitopor esse livro - e novamente, Sr. Presidente, não estou endossando, estoulendo apenas o que está no livro, nas bancas de jornais, e de que o MinistérioPúblico ainda não tomou conhecimento, mas agora vai ter que tomar. Nãoadianta fazer ouvidos de mercador e ter olhos e não querer enxergar, porque,afinal, um representante do povo, um Congressista, está, do alto desta tribu­na, pedindo ao Ministério Público do País que saiba exercer a sua função cque procure saber qual dos dois Ministros é culpado, porque se um não fordifamador, o outro é corrupto. Não podemos sair dessa colocação. Mas va­mos ver o primeiro diálogo do Ministro Dalfim Netto, quando ainda não ha­via sido iniciada a negociação com a Sharp do Brasil.

Delfim Netto, amistosamente, sugeriu a substituição do BNDEpelo BDMG. O baneo mineiro repassaria recurso que lhe seriamtransferido pelo Banco Central. O vice-presidente da TRANSIT es­clareceu que indicara o BNDE porque todas nossas garantias lhehaviam sido entregues, mas o Ministro, demonstrando seu estado deespírito favorável, afirmou que máquinas paradas não seriam ga­rantias.

- Garantia é o projeto funcionando.

Atendem bem, esse foi o primeiro encontro do Ministro Delfim Nettocom o Comandante Quandt de Oliveira e com o então Vice-Presidente daTRANSIT, Sr. Ricardo Ede. Atentem os Srs. Deputados como as coisas mu­dam. No imediato encontro, cinco ou seis dias depois, Delfim Netto os rece·beu sem a receptividade anterior. Antes de discutir o assunto principal, o Co­mandante Quandt comentou nossas negociações eom a SHARP. Na hora decobrar as medidas para a composição das necessidades imediatas da empresa,o Ministro do Planejamento obstruiu o caminho do BNDE eom argumentode que Ricardo Ede esqueceu-se.

- E o BDMG? - perguntou o Presidente da TRANSIT, con-siderando a sugestão anterior do Ministro..

- O BDMG tem dinheiro? - atalhou Delfim Netto.- Não. O BDMG não tem dinheiro.- Então, o BDMG não vale nada...ConcIuam a negociação

com Mathias que nós resolveremos o problema.A audiência foi sumária. Logo que entraram no elevador, o Co­

mandante Quandt virou-se para Ricardo Ede c disse:- Delfim abriu o jogo!..."

Mas vamos ver mais alguns desses diálogos, principalmente aqueles re­produzidos através de gravação na fita. No dia seguinte, quarta-feira, Quandtde Oliveira e Ricardo Ede voltaram a se encontrar. Vamos ver o diálogo gra­vado do Sr. Mathias Machline e o Ministro da Fazenda.

"O diálogo com Machline foi traumatizante, nem tanto pelafrustração de expectativas, que ainda permaneceram, mas pelas re­velações de intimidades que não podem admitir-se nas relações deinteresses entre empresários e o Governo.

O Decreto que deveria disciplinar a política nacional de mi­croeletrônica estava na ordem do dia. Havia grande expectativa nocosmos das muItinacionais, entre os comerciantes importadores e nomeio dos poucos grupos brasileiros interessados em analisar a possibi­lidade de produzir semicondutorcs. Viriam diversos benefícios em fa­vor da empresa nacional e a TRANSIT era a única. Não iríamos valer­nos de eventual valorização para modificar as condições que aceitára­mos. Deixamos esse ângulo bem claro para evitar protelações da mávontade

Durante o telefonema, esqueci-me de que Ricardo Ede estavagravando, talvez pela indignação, e falei mais do que meu interlocu­tor; muitas vezes sobrepondo observações às suas.

Machline negou o que Abi-Ackel dissera. Delfim Netto nãoajustara nada com ele, apenas o convidou para reunião a realizar-seem Brasília, na segunda-feira, quando o problema seria tratado. Suaconversaçã(l com o Ministro do Planejamento, no vôo de retorno aSão Paulo, tem trechos de assustar, pela ingerência direta de interes­ses privados singulares na elaboração de ordenamentos legais, con­tornando os meios próprios de comunicação geral por via das asso­ciações de classe.

Certa hora, pede interrupção.- Espera um pouquinho que tenho de mandar o Cardoso para

Brasília. Espera ai - pouco depois retoma.- É, eu fui atender rapidamente o Cardoso que eu estou man­

dando ir lá para ver esta ... de decreto de semicondutores antes que elesaia.

Em seguida, faz alguns comentários e narra seu diálogo comDelfim Netto, que lhe teria dito:

- Olha Mathias, esse negócio eu acho que você tem de fazercom todas as garantias e eu sugiro, se você estiver de acordo, quevocê venha segunda-feira para uma reunião comigo, Golbery e Ven­turini.

- Mas Delfim, esta é uma reunião muito alta para eu partici­par, Delfim. Eujá conversei com todas essas pessoas, isoladamente.Eu acho que vocês têm de encontrar a solução. Não eu ficar partici­pando de uma reunião tão alta neste Governo. Eu posso, com todoprazer, mas quem sou eu para participar de uma reunião deste tipo.

- Não, mas você tem de vir e nós temos de solucionar de umamaneira ou de outra e você falar o que ouviu no BNDE.

Mathias fez uma pausa para confidenciar-me que, realmente,ouvira barbaridades no BNDE e continuou narrando a conversacom Delfim Netto.

- Você está querendo derrubar o presidente do BNDE?- Não estou querendo derrubar ninguém, mas você tem de vir.Mais à frente, teria afirmado:- Escuta Delfim, está para sair um Decreto sobre semicondu­

tores, que eu sei que a SEI mandou para lá.- Não Mathias, você tem de ver esse negócio para ver se é

realmente o que necessita!

"Contou-me, em seguida, que o Ministro do Planejamento lhesugeriu procurar o General Golbery a fim de que o Chefe da CasaCivil o colocasse em contato com um "tal" Dr. Rui, a quem foi atri­buído o estudo da minuta. Adiantou que não fora porque não pode­ria pedir ao Ministro Golbery para ver o Decreto.

- Conversei agora com o Octávio - devia estar-se referindo aOctavio GennarJ Netto - estou mandando o Cardoso para lá paraver a proposta que eles fizeram de Decreto, a que veio do Rui, acontraproposta deles, para a gente saber se tem de dar algum subsí­dio para eles, ou engolir esta droga... Ou não, ou engolir a proposta.

Repetiu que ele e Delfim Netto conversaram "exatamente"sobre seu retorno a Brasília para a reunião de segunda-feira, voltan­do a assinalar a insistência do Ministro."

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, a página 154, finalmente, traduzalgo de estarreeer. E posso assegurar que o livro não contém tudo o que existede gravado nas duas fitas.

Page 41: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sexta-feira 20 6743

Conversavam, discutiam, ele e o Ministro mineiro, quando o MinistroCamilo Penna interrompe a conversa c afirma:

"O Delfim é amigo íntimo, dos mais íntimos, de MáthiasMachline. Deixe eU lhe contar uma coisa. Deixe eU lhe contar umacoisa. Eu vou-lhe contar tudo - e me disse horrores!"

Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, a opinião pública brasileira tem desaber que horrores foram esses. A Procuradoria-Geral tem de requisitar essasfitas, mandar apurar essa história toda, porque temos o direito de saber quaisforam os horrores que Camilo Penna falou do Ministro Delfim Netto.

"Não me contive em interferir permanentemete, prejudicandoa gravação..."

O Sr. Audálio Dantas - V. Ex' me permite um aparte?

O SR. GENIVAL TOURINHO - Só para terminar isto aqui. Estou su­primindo trechos, mas, só para terminar, prossigo a leitura:

"No meio da conversa, o Ministro Camilo Penna disse-me,quase irritado, que Delfim Netto combinara com ele uma providên­cia no setor da exportação de açúcar que iria provocar alta do pro­duto no mercado internacional e, pouco depois, antes que a decisãofosse conhecida, Mathias Machline estava fechando operação, nabolsa de Londres, no valor de 50 milhões de dólares.

- Só eU e Delfim sabíamos. Eu sei, eU sei, eu sei, porque eu te­nho ... Dez minutos depois, Mathias Machline fechou uma operaçãoem Londres de 50 milhões de dólares. Dez minutos depois. Só eu eDelfim sabíamos."

Sr. Presidente, algo de profundamente podre vem ocorrendo no Reinoda Dinamarca, e o Reino da Dinamarca está situado aqui no Brasil, em queum Ministro de Estado, inclusive, apela para um proconceito - para mimprofundamente imbecil, esse de que foi gravada a sua conversa - e diz queisso não é ético. Será ético o Governo devassar a intimidade da minha casa,do meu escritório de advocacia e gravar sistematicamente as minhas conver­sas durante oito anos, não respeitando inclusive conversas de família, conver­sas, algumas vezes, penosas? Será ético o Governo gravar conversas e utilizaressas gravações para tantas punições políticas que surgiram? Quando o feitiçovira contra o feiticeiro, nós, da Oposição, devemos ficar cheios de melindres enão vamos aproveitar? Quero reptar desta tribuna S. Ex' o ilustreProcurador-Geral da República, esse mesmo que, no Cerimonial do Itamara­ty, é equiparado ao Presidente da CEME, a que dê demonstração de que háum Ministério Público neste País, há um fiscal da plebe junto aos poderosos,há um fiscal do povo junto ao próprio Estado, agindo pelo restabelecimentoda moralidade no Rcino da Dinamarca.

Com muito prazer concedo o aparte a V. Ex'.

O Sr. Audálio Dantas - Nobre Deputado, quero trazer o apoio incondi­cional do nosso partido a V. Ex', que muito bem se comporta, com extraordi­nária honradez, como representante do povo. Estranhamos que não sejamapurados fatos como esses, não se dê a devida atenção a gravações como es­sas. Ao mesmo tempo, aqueles que invocam a Lei de Segurança Nacionalpara processar V. Ex', digno Parlamentar, por que não fazem uso dessa mes­ma lei para apurar escândalo dessa natureza?

O SR. GENIVAL TOURINHO - Sr. Presidente, concluo, informandoau douto Procurador-Geral da República, caso S, Ex' não o saiba, que o art.393 do Código de Processo Civil admite a gravação como meio de prova. Por­tanto, a Procuradoria-Geral da República só não agirá se quiser passar real­mente um atestado da mais profunda torpeza, se quiser passar um atestadodo mais profundo desinteresse por sua grande atribuição, que é exatamente ade guardiã da Constituição brasileira. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Concedo a palavra ao Sr. Ru­ben Figueiró, na qualidade de Líder do Partido do Movimento DemocráticoBrasi lei ro.

o SR. RUBEN FIGUEIRÓ (PMDB - MS. Como Líder. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a esta altura do cam­peonato eleitoral, as forças principais já se despontaram na dianteira: oPMDB e o PDS, não obstante o hercúleo esforço das outras agrcmiaçõespolítico-partidárias.

E não há dúvida também de que o PMDB terá grande vantagem naseleições obtendo, talvez 40% dos votos dos eleitores brasileiros, não qucrendoisto dizer que fará a grande maioria dos votos políticos; estes, por serem votosde cabresto, em sua maioria, deverão caber em boa parte ao PDS, o pártidodos currais eleitorais.

O PMDB fará a maioria dos Governadores dos Estados, entre eles os demaior expressão política, econômica e social.

"Isto está na cara" - diz o próprio povo, e só contestam este resultadoos cegos pelas mordomias e os coxos que recebem as muletas acolchoadas dosque têm o poder oficial.

O Palácio do Planalto, bem informado, já sabe da preferência popular.Daí o extraordinário esforço do Presidente Figueiredo em jogar lenha na fo­gueira do PDS. Mas as chamas não produzem o calor popular necessário; éuma chama pálida, que não aquece nem os candidatos a Governador, osquais, chorosos, amedrontados, incompetentes e impopulares, atribuem aresponsabilidade pelo desaquecimento do fogo à água fria que todo dia sobreeles joga o palinódico Ministro Delfim Netto.

Aliás, este, na sua agudeza de raciocínio, já lhes deu contundente respos­ta, chamando-os de incompetentes e fazendo-os botar a viola no saco, o raboentre as pernas, e regressar, espavoridos, aos seus respectivos Estados, onde asábia ironia popular já os espera para o gozo e os apupos...

Isso tudo o inteligente Presidente Figueiredo está percebendo de formaadamantina e já sabe que seu esforço será em vão: seus 22 jogadores, à honro­sa exeessão de alguns, são uns grandes pernas-de-pau sem garra e sem técnica.De política eleitoral e eleição entendem tanto quanto o Pedro Malazartes dadecência.

Daí minha dúvida: será que o Presidente, não obstante a sua reiteradaobsessão de assegurar, pelo poder que tem, a vontade popular emanada dasurnas de 15 de novembro, conseguirá sobrepor-se aos caprichos de seus áuli­cos, já acostumados com as delíeias do mundo, de que gozam há mais de 18anos?

Quero crer na palavra do Presidente Figueiredo, pois ela encerra, pelacoragem com que a pronunciou, uma manifestação de estadista. E, segundoDe Gaule, "um estadista é alguém capaz de correr o risco da derrota, e a pró­pria derrota, para servir ao seu país". Um estadista não é um equilibrista.

Espero que o Presidente seja o que tem afirmado, mesmo diante das nu­vens turbulentas da sua derrota eleitoral, que se aproxima inexoravelmente!

Sr. Presidente e Srs. Deputados, eu creio que o quadro eleitoral nos Esta­dos é idêntico; podem mudar o ambiente, as pessoas e a topografia, mas osmétodos político-eleitorais, não.

Assim, creio que o que acontece em Mato Grosso do Sul deve repetir-secom as mesmas nuanças na Bahia, no Paraná, em Goiás etc.

Lá em Mato Grosso do Sul o Governador biônico, nascido Pedrossian, éuma autêntica orca negra, o cetáceo alvinegro que almoça baleia e janta tuba­rão!

O homem não tem medidas. De uma situação pessoal pré-falimentar, em1980, antes de assumir o Governo, 18 meses depois passou a ser um abastadofazendeiro, almoçando os empreiteiros de obras públicas e jantando homensde negócios pouco confessáveis.

É também um Mefistófeles, capaz de todas as artimanhas que a mentehumana pode conceber. Compra a alma das pessoas!

Milhões de cruzeiros, cuja origem não se sabe bem identificar-se dos co­fres públicos ou das malas dos negócios ilícitos - têm comprado a dignidadee a honra de políticos sobre os quais até pouco tempo não havia pecha de dú­vidas quanto à sua fidelidade aos princípios da êtica política e até pessoal.

Pedro e seus adjacentes compraram apoio de Prefeitos, Vereadores elíderes políticos em quase todos os Municípios do Estado.

Os que conspurcaram a sua dignidade com dinheiro sujo já estão identi­ficados e devidamente estigmatizados pelo povol

Venderam suas consciências, mas não conseguem alienar a vontade dopovo de seus Municípios, que é incorruptível.

Do curral, onde se encerram os vendidos, não sairão votos, porque estesestão nas praças públicas, a incentivar a austeridade, a honra, a dignidade, aaltivez e o civismo daqueles que enfrentam o Orca Negra e o Mefistófeles!

Mas o Sr. Pedro não comprou apenas políticos; fez pior: investiu sobre ajuventude, criou uma tal JDS, dando-lhe uma conotação de sua personalida­de hitlerista, onde o culto à sua pessoa é a suástica representada por uma es­trela de 5 pontas, e seu narcisismo desponta sobre os jovens anestesiados,como uma verdadeira festança nazista do Fuhrer da Bodoquena.

Para conhecimento de V. Ex~s, Sr. Presidente e Srs. Deputados, Bodo­quena é a região onde o Governador adquiriu, de forma duvidosa, grandesáreas de terra depois que assumiu o Governo.

Maculando o idealismo dos jovens com vantagens empregatícias, comempregos bem remunerados e de pouco trabalho, ou nenhum, fez apodrecer

Page 42: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6744 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ão I) Agosto de 1982

as instituições no que elas têm de potencialmente mais valioso: o civismo dojovem!

Estuprou a dignidade de alguns políticos, venalizando-os; conspurcou aconsciência da juventude pedessista, alienando-a do verdadeiro e sadio pro­cesso político. E agora, na sua megalomania juramentada e no desespero defazer seu despreparado candidato a Governador popularizar-se, vai pessoal­mente coagir os funcionários do Estado, nas repartições e nas sedes das autar­quias, obrigando-os a colocar propagandas eleitorais do PDS e a sua próprianos seus veículos, e, o que é vexatório, ameaçando-os com punições se o deso­bedecerem.

Além disso, montou com os seus puxa-sacos uma KGB em cada repar­tição, para identificar os oposicionistas, isto com objetivos óbvios.

Ao invês de ameaças, o Governador deveria pagar em dia o funcionalis­mo; reajustar condignamente seus vencimentos, já tão defasados pela pátimado tempo e de inflação.

Seria uma proposta, embora eleitoreira - dada a ocasião - mas que ge­raria simpatias ao Governador e, talvez voto ao seu desapctrcchado candida­to ao Governo Estadual.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, o quadro que pintei do Governador queinfelicita meu Estado, por certo, é o mesmo que se vê em muitos Estados des­te País.

Sorte nossa é que isto durará pouco. Dentro de alguns meses, a cor­rupção, nepotismo, o compadrio, os favores especialíssimos construídos nes­tes 18 anos ruirão ao sopro popular das ilusões de 15 de novembro!

Só desejo, ardentemente desejo, que o Presidente João Figueiredo,lembrando seu pai, o udenista Euclídes Figueiredo, se mantenha fiel ao seucompromisso de estadista e não se curve aos propósitos daqueles que desejamtransformá-lo num equilibrista!. ..

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Conccdo a palavra ao Sr. Djal­ma Bessa, na qualidade de Líder do Partido Democrático Social.

O SR. DJALMA BESSA (PDS - BA. Como Líder. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Casa ouviu o pronunciamento de S.Ex~, o Deputado Genival Tourinho, que, louvado em um livro - sublinhe-se- fez acusações a autoridades do Governo, dois ministros de Estado. AtenteV. Ex~ que o livro traz no seu bojo uma acusação. É uma denúncia. Mas umaacusação e uma denúncia podem levar a uma sentença, a uma conclusão, semmais nem menos? Ê possível que uma denúncia envolva, de imediato, um jul·gamcnto? Evidentemente que não. Mesmo no processo judiciário uma denún­cia firmada pelo Ministério Público não é - nada mais, nada menos - doque uma peça introdutória, uma peça vestibular. No curso do processo, essadenúncia podc cair, pode ser julgada improcedente e o denunciante, no caso,o Ministério Público, há de se render e chegar à conclusão de que o réu é ino­cente. Isto pode ocorrer num processo judiciário. Quanto ao caso em tela,trata-se mais de uma notícia transmitida por intermédio de um livro em queos acusados não falam e não se defendem e, sem mais nem menos, o ilustreDeputado chega à conclusão de que os ministros são acusados, cometerampecado e incorreram em crime. Evidentemente, um raciocínio destes pecapela base, não tem sentido, procedência, é vazio. Ora, é necessário que seacentue que a denúncia do livro está em suspenso; ela não é para ser considc­rada verdade, nem para ser tida como já encerrando uma condenação às au­toridades mencionadas no livro. Ademais, S. Ex~ chega a fazer restrições aoMinistério Público. Ora, nós sabemos quc há determinados fatos delituososque são de ação pública, compctindo ao Ministério Público agir independen­temente de requerimento de advogado. Mas ainda assim é preciso que chegueao conhecimento do Ministério Público o fato delituoso, é preciso que chegueao seu conhecimento o crime, porque, muitas vezes, dele não sabendo, nãopode requerer a apuração. É pois de se lamentar também essa acusação aoMinistério Público por não ter partido para apurar as denúncias contidas nolivro. Sào denúncias subjetivas, são fatos interpretados pelo próprio autor dolivro em que a validade é relativissíssima, é pequena, é diminuta. Não tcmospor que chegar à conclusão a que chegou S. Ex~ Ademais, S. Ex~, o DeputadoHélio Duque, trouxe ao conhecimento um fato que é de merecer preliminar­mente elogio e grande elogio. A PETROBRÁS descobriu a tecnologia do xis­to para fabricação da gasolina e por ter encontrado comprador, só este fatoem si já é um fato auspicioso, merecendo louvor a PETROBRÁS. Quanto aoquantitativo da venda, evidentemente não tenho condições para analisá-la.Não temos como, sem mais nem menos, achar que a PETROBRÁS vai ven­der a sua tecnologia por um preço aquém do merecido. Ê sabido que será porum preço aquém do merecido. Não somos técnicos no assunto, mas é sabido,

é público e notório que essa tecnologia não chegou ainda ao seu ideal; pode­se fabricar a gasolina do xisto, mas por um preço elevado. Daí o fato de o pe­tróleo estar levando ainda uma grande vantagem sobre o xisto. Desta manei­ra, é de se sublinhar que fica ainda em suspenso essa acusação de S. Ex~, ouseja, a venda de tecnologia por preço irrisório. Em princípio, não temos porque partir da preliminar de que a PETROBRÁS, ao invés de vender, deu, porum preço ínfimo, a tecnologia de seu produto.

o Sr. Audálio Dantas - Nobre Deputado Djalma Bessa, julgava que V.Ex~ estivesse usando a palavra em Comunicação de Liderança e por isso nãolhe havia ainda pedido um aparte. V. Ex~ confessa não conhecer o problemadenunciado pelo Deputado Hélio Duque, ou seja, a venda de tecnologia daPETROBRÁS por um preço considerado ridículo, mas vem com muita pres­sa, defender essa venda. V. Ex~ não conhece o problema, mas confessa tam­bém saber que essa tecnologia não resolve o problema, porque a extração dagasolina do xisto é muito dispendiosa. O que V. Ex' defende, como represen­tante do Governo, é a venda, quando temos tecnologia, a preço aviltado. Se­gundo publicação nos jornais desta semana, a PETROBRÁS teria gasto, nassuas pesquisas, cerca de 500 milhões de dólares para obter essa tecnologia,vendendo-a para os Estados Unidos por apenas 200 mil dólares. Parece-meque quando se trata, principalmente do País que mais exporta tecnologia paranós - por exemplo, pagamos royalties pela fabricação de sorvete - V. Ex~

sabe muito bem disso - bem como de remédios condenados nos EstadosUnidos ctc. - o Governo de V. Ex~ não protesta. Creio que V. Ex~ está come­tendo um grave equívoco ao defender que se entregue a preço vil essa tecnolo­gia que nos custou tão caro, enquanto nós, quando precisamos de qualquertecnologia, temos que pagar tão caro.

O SR. DJALMA BESSA - V. Ex~ por certo não me entendeu ou eu nãosoube me expressar adequadamente. Nào defendi a venda de tecnologia, ape­nas estou em dúvida quanto ao preço. Aliás, nem sei se a operação foi ou nãorealizada.

O Sr. Audáliu Dantas - Os jornais publicaram.

O SR. DJALMA BESSA - Mas sabe V. Ex~ que essa tecnologia não éprivilégio da PETROBRÁS. Diversos países estão realizando a transfor­mação do xisto em gasolina e ainda nào passaram à fabricação em escala,jus­tamente porque o custo não compensa: sai por um preço alto, enquanto a ga­solina do petróleo sai por um preço muito mais baixo.

O Sr. Audálio Dantas - Por que teriam os Estados Unidos compradoessa tecnologia por 200 mil dólares'!

O SR. DJALMA BESSA - Sou claro a V. Ex~: não sei da transação,não tenho condiçõcs para dizer se c1a foi ou não feita. Por isso afirmo que nãotenho por que julgar mal a PETROBRÁS, nem porque admitir que ela vaivender um produto por um preço ínfimo, baixo, barato. Quem compra pedeum preço, e quem vende oferece outro. O preço não é de quem compra, comotambém não é de quem vende. Uma transação dessas envolve acordo. A PE­TROBRÁS pode querer um preço alto e quem pretende comprar pode nãoaceitá-lo. Nesse caso, o normal, o comum é a adoção do preço internacional.Mas não estou advogando a venda da tecnologia por baixo preço. Se a tecno­logia da PETROBRÁS proporcionasse uma concorréncia com a do petróleo,ou seja, se a PETROBRÁS fabricasse o xisto por um preço indéntico ou umpouco mais elevado do que o do petróleo, aí, sim, não seria nem o caso devender. Mas há, ainda, um processo de pesquisa que ainda não chegou a umaconclusão ideal. Esta é a observação que me competia fazer.

Ademais, quero ser breve e dizer que as previsões do Deputado RubemFigueiró são fruto de seu pensamento c do seu desejo. Até agora o Governotem ganho eleição, c a perspectiva é a de continuar ganhando. Vamos esten­der a mão ao Presidente Figueiredo por haver proporcionado essa aberturademocrática. Realmente o País vive em liberdade. Há debates nas televisões,os jornais são livres nas manifestações do pensamento dos candidatos, dospolíticos. A praça pública está cheia de gente nos comícios. É um espetáculomagnífico, e devemos prestar a nossa homenagem ao Presidente João Figuei­redo por haver proporcionado esse clima de liberdade e de democracia emque estamos vivendo. Quanto à previsão, divirjo de S. Ex~. porque o PDS,ainda uma vez, vai ganhar, e muito bem, as eleições no País.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

Page 43: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6745

o SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Nada mais havendo a tratar,vou levantar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa e, nomérito, pela aprovação. (Do senado Federal) - Relator: Sr. Gomesda Silva.

Rondônia

Isaac Newton - PDS.

Alagoas

José Costa - PMDB.

ORDINÁRIA

Discussão3

Rio de Janeiro

Délio dos Santos - PDT.

Minas Gerais

Gerardo Renault - PDS.

São Paulo

Israel Dias-Novaes - PMDB.

Goiás

PROJETO DE LEI N.o 4.971-A, DE 1981

~~scus~ão ~n.ica do Projeto de Le! n.o 4.971-A, de 1981, quemodIfica dIsposItIvos da Lei n.O 4.215, de 27 de abril de 1963 que"dispõe sobl'e o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brásil";tendo par·eceres: da Comlssão de Constituição e Justiça pela cons­tttucionalidade, juridicidade, técnica Jeglslativa e, no mérito, pelaaprovaç~; e, das Comlssões de Serviço Público e de Finanças, pelaaprovaçao. (Do Sr. E1ernando Coelho) - Relator,es: Srs. NilsonGiboo!1, Augusto Lucena e Christóvam Chiaradia.

Francisco Castro - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Leite Schimidt - PMDB.

Paraná

Olivir Gabardo - PMDB.

VII- O SR. PRESIDENTE (Freitas Nobre) - Levanto a sessão desig­

nando para amanhã a seguinte:

4

PROJETO DE LEI N.o 4.030-A, DE 1980

Primeira dlscussão do Projoeto de Lei n.o 4. 030-A, de 1980, quel1estringe ~ aplicação do art. 2.° da Lei n.O 4.729, de 14 de julhode 1965, e do art. 18, parágrafo segundo, do Decl'eto-lei n.o 157, delO de fever,eiro de 1967; tendo parecer, da Comissão de Constitui­ção e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legis­lativa c, no mérito, pela aprovação. (Do Sr. Jorge Arbage) - Re­lator: Sr. Luiz Leal.

ORDEM DO DIA

TRAMITAÇÃO

EM URGÊNCIA

Discussão

5

PROJETO DE LEI N.o 4.9;>l-A, DE 1981

Primeir.a dlscussão do Proj.eto de Lei n.O 4.997-A, de 1981, quealtera a LeI n.o 6.690, de 25 de setembro de 1979, que disciplina oc~nc~lamento de protestos de títulos cambiais, e dá outras provi­denCIas; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiçapela consti.tucionalidade, juridicidade, técnica legislat.Jva e no mé~rito, pela aprovação. (Do Sr. Ronan Tito) - Relator: Sr. AltairChagas.

DATA, DIA DA SEMANA· NOME

Para recebimento de Emendas em Plenário (art. 203 ·do Regi­mento Interno).

Projeto de Lei n.O 6.550/82 - Cria -cargos em comissão e efe­tivos no Quadro 'Permanente da Secretaria do Tribunal Regionaldo Trahalho da 4.a Região e dá outras providências. (Do PoderExecutivo __ Mens. n.o 337/82). .

AvisosCAMARA DOS DEPUTADOS

SEORETARIA-GERAL DA MESA

Relação dos Deputad',os Inscritos no Grande E~dienteAgostol1982

20 sexta-feira Mário HatoAdhemar Ghisi

23 Segunda-feira Jorge À1'bageWa1ter ,de Prâ

24 Terça-feira Florim 'CoutinhoAdhemar Santillo

25 Quarta-feira Siqueira 'CamposEdson Khair

26 Quinta-feira Nil&on GibsonTarcísio Delgado

27 Sexta-feira Q'ivir GabardoHildér1co OU\'eira

30 S~gt:nda-feira Francisco Benj amimChristiano Dias Lopes

31 Terça-feira Paulo StudartAdhemar de Barros Filho

4.° dia - 23-8-825.° dia - 24-8-82

1.° dia - 18-8-822.° dia - 19-8-823.° (lia - 20-8-82

GRANDE EXPEIDIENTE

Oradores:

1 - Mário Hato

2 - Adhemar Ghisi

1

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO iN.o 1M-A, DE 1982

Dlscussão única do Projeto de Decl'eto Legislativo n.o 1M-A, de1982, que aprova o texto do Acordo Básico de Cooperação C~entífica

e 'I1ecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasile o Governo da República Cooperativista da Guiana, concluído emGeorgletown, a 29 de janeiro de 1982; tendo pareceres: da Comis­são de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica J.egislativa; e, da Comissão de Ciência e Tecnologia, pelaaprovação. (Da Comissão de Relações Exteriores) - Relatores:Srs. Marcelo Linhares, Gomes da Silva e Mário Frota.

PRIORIDADE

Votação2

PROJETO DE LEI N.o 4.964-A, DE 1981

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.o 4.964-A,de 1981, que dispõe sobre o direito de ação das Associações Am­bientais; tendo .parecer, da Comissão de Constituição e Justiça,

Page 44: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6746 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClO:'\AI.ISeçào 1I Agosto de 1982

Inscrições automáticas llara o mês de setembro, nos termosda Resolução TI.O 37, de 1979

DAII'A DIA DA SEMANA NOME

2

3

6

Lider

Quarta-feira

Quinta-feira

Bexta-feira

Segunda-feira

HomenagemHomenagem à memória do ex-Depu­tado Antônio Pereira LimaOctacílio QueirozJG de Araújo JorgeJosé Frejll;tPedro LauroJosé Carlos VasconcelosAudáilio Dantas

PDS

Cantídio Sampaio

VICE-LíDERES

Carlos Sant'AnaOsvaldo MacedoJoão LlnharesPimenta da VeigaJorge Vianna

Walber GuimarãesWalter SilvaIsrael Dias-NovaesAntôIÚO MarizRalph Biasi

Louremberg Nunes RochaBrabo de CarvalhoIraIÚ1do PereiraJoão Menezes

Hugo Mard1IÚ

Bonifácio de AndradaClaudino SalesEdison LobãoHugo NapoleãoJorge ArbageRicardo Fiuza

Djalma BessaSiqueira CamIX>SCarlos AlbbwCarlos Chiarelli

Gi6ia Júnior

Vice-Líderes

a.a·felra.

5."-feira

6.a-feira

Jairo Magalhães

Josias LeiteJoacil PereiraAlcides FranciscatoÁlvaro ValleJúlio MartinsNelson Morro

Ruy BacelarSaramago PinheiroPaulino Cícero de VasconcellosNey FerreiraAdolpho FrancoNosser Almeida

(escala em Plenário)

Cláudino SalesJúlio MartinsSiqueira Campos

Carlos AlbertoGi6ia JúniorNelson MOrrO

BOIÚfácio de AndradaCarlos ChiarelliEdison LobãoNey Ferreira

Álvaro ValleDjalma BessaRicardo Fiuza

Hugo NapoleãoJorge ArbageJoacil Pereira

Pl\IDB

Líder

Vice-Líderes

6.&·feira

Líder

Vice-Lideres

4.a ·feira

5.a -felra

6.a -feira

Líder

Vice-Líderes

2.a -felra

4.a -feira

6.a -feira

PTB

Jorge Cury

(escala em Plenário)

Peixoto Filho

Peixoto Filho

Peixoto Filho

Peixoto Filho

Peixoto Filho

PDT

Alceu CoUares

(escala em Plenário)

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

PT

Airton Soares

(escala em Plenário)

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

Líder

Vice-Liderell

2.a-felra

3.a-feira

Odacir Klein

(escala em Plenário)

Carlos CottaAdhemar SantilloPedro Ivo

Marcello CerqueiraAlvaro DiasAudállo DantasCristina Tavares

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTA DE EMEND...l\. A CONSTITUIÇãO N.o 19/82

"iDá nova re.dação ao ·art. 195 da Constituição Federal." Autor:Deputado Nilson Gibson. (Parecer favorável, n.O 46/ON/82)

2

PiROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.O 20/82

"Dá nova redação ao art. 176, § 3.0 , item VI, da ConstituiçãoFederal." (S/provimentos dos cargos de carreiras do mll;gistériolAutor: Deputado Túlio Barcelos. (Parecer favorável, n.O 58-CN/82)

Page 45: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6747

3

PiROPOSTA iDE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 22/82

'~Acrescenta parágrafos ao art. 21 da Con.stituição Federal."(Fundo COmpensatóriQ, criado pela União, destinado a ress'arciros Estados em suas perdas na Balanç,a C'omereIal com o exterior.)Autor: Senador Pedro Simon. (Parecer favorável, n.O 76/CN182)

'"PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 23/82

"Altera dispositivos da Constituição Federal." (MaiO! autono­mia para o TeU exercer as suas prerrogativas.) Autor: DeputadoJuarez Furtado.

Comissão Mista

Presidente: Senadill' Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Helvídio NunesRelator: Deputado Rafael Faraco

5

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 24/82

"Acrescenta parágrafo ao art. 38 da Constituição FederaL"(SI comparecimento de Ministros de Estado ao Congresso Nacio­nal.) Autor: Deputado Airton Sandoval. (Parecer !fa'i'Orável,n." 71/0N/82)

6

PIROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 28/82

"Revoga a alínea e do § 2.° do art. 156 e o art. 162, altera osarts. 165 e 166, e acrescenta artigo às Dis]XJsições Gerais e Transi­tórias da Constituição Federal." Autor: Deputado Edgard Amorim.

Comissão Mista

Presidente: Senador Henrique SantilloVice-!Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado futlo Conti

7

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 29/82

"Assegura aos professores em geral - inclusive os ruraisdos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e Municípios ven­cimentos não inferiores ao .salárIo mínimo regional." Autor: Depu­tado Antônio Morais. (Parecer favorável, n.O 77-CN/82)

8

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 31182

"Rev<J,ga a alínea "d" do item VIII do art. 8.° e da nova reda­ção ao § 8.° do art. 153 da Constituição Federal, extingüindo acensura de diversões ·públicas." Autor: Dep. Antônio Carlos deOliveira.

Comissão Mista

Presidente: Senador Gastão MüllerVice-Presidente: Senador Gabriel HermesRelator: Deputado Manoel Gonçalves

9

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 32/82

"Altera a redação do § 35 do art. 153 da Constituição Federal."Autor: Deputado Hélio Duque.

Comissão Mista

Presidente: Deputada Cristina TavaresVice-Presidente: Deputado Evaldo AmaralRelwtor: Senador MoacY1" Da11a

10

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.O 34/82

"Dá nova redação ao § 2.0 do art. 113 da Oonstituição Fe­deral". Autor: Deputado Octacílio Almeida.

Comissão Mista

Presidente: senadora Laélia de AlcântaraVice-Presidente: Senador Moacyr DallaRelator: Deputado Adolpho Franco

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 35/82

"Institui a Justiça Comercial". Autor: Deputado Juarez Fur­tado.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Adhemar SantilloVice-Presidente: Deputado Antônio PontesRel!lJtoT: Senador Aloysio Chaves

12

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 36/82

"Altera a redação do § 2.° do aN. 99 da Constituição Federal".(Acumulação remunerada de Cargos,) Autor: Deputado JuarezFurtado.

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor MariaVice~Presidente: 8enador Almir !PintoRelator: Deputado Antonio Gomes

Prazo

Até dia 20-8-82 - na Comissão.

13

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 37/82

"Altera dispositivos da Constituição F,ederal, referentes aoOrçamento da União, e dá outras :providências." - Autor: Depu­tado Paulo Lustosa.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Flávio ChavesVice-Presidente: Deputado Osvaldo MeloRelator: Senador José Lins

Prazo

Até dia 28-8-82 - na Comissão.

14

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTlTUlÇAO N.o 38/82

"Acrescenta parãgrafos ao art. 152 da Constituição". (Organi­zação e funcionamento dos partidos políticos) - Autor: senadorHugo Ramos.

Comissão Mista

Presidente: Senador Paulo BrossardVice-Presidente: 8enador João CalmonRelator: Deputado Adalberto Camargo

Prazo

Até dia 27-8-82 - na Comissão.

15

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.O 39/82

"Altera a seção do ,texto constitucional referente ao MinlstérioPúblico." - Autor: Deputado Walter de Prá.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Tarcísio DelgadoVice-Presidente: Deputad<J, Osvaldo MeloRelator: 8enador Lenoir Vargas

Page 46: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6748 Sexta·feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1982

Prazo

Até dia 27-8-82 - na Comissão.

16

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 4Q/82

"Determin91 que um terço dos membros dos Tribunais deContas sejam nomeados mediante prévia aprovação em concursopúblico". Autor: Deputado Ruy Côdo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Juta>hy Ma.~esRelator: Deputado Nereu Guidi

Prazo

Até dia 27-8-82 - na COmissão;

17

PROPOSTAS DE EMENDA A CONS'IlITUIÇAON.os 41/82 E 42/82

"Acrescenta disposições trM18itórias p9lra introduzir o regimede Governo parlamentar". Autor: Deputado Herbert Levy.

Comissão Mista.

Presidente: Deputado Júlio Costam1J.llinVice-Presidente: Deputado José PenedoRelator: Senador Adel'bal Jurema

Prazo

Até dia 27-8-82 - na comissão;

18

PlROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO iN',o 43/82

"Altera a redação do art. 142 da Constituição Federal". Autor:Deputado Ca1"los Bezerra

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senadora Dulce BragaRelator: Deputa-do Ubaldo Barém

Calendário

Dias 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24-8-82 - Apresentação dasemendas, perante a Comi.ssão;

Até dia 14-9-82 - Apresentação do par,ecer, pela Comissão;

U

BROPOSTA DE EMENDA À CONSTI.TUIÇAO N.o 44/82

"Altera o art. 184 da Constituição". Autor: Deputado Hen­rique Brito.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Ronan TitoVice-Presidente: Deputado Igo 'LossoRelator: Senador Passos Pârto

Calendário

Dias: 17 a 24-8-82 - Apresentação das emendas, perante aComissão;

Até dia 14-9-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;

20

PROPOSTA DE ElV.IEJNDA À CONSTITUIÇ~O N.o 45/82

"Determina que as modificações introduzidas durante umal~gislatura, na legi.slação elei,toral, _.somente possam' vigorar a par­tIr da legislatura subSeqüente", Autor: Deputado Airton Sandoval.

Comissão Mista

Presidente: Senador Henrique SantilloVice-Pvesidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Januário Feitosa

Calendário

Dias: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25-8~82 - Apresentação dasemendas, perante a Comissão;

Até dia: 14-9-82 - Apvesentação do parecer, pela Comissão;

nPROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 4li/82

"Acrescenta § 5.° do art. 15 da Constituição Federal". Autor:Deputado José de Castro COimbra.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Carlos SantosVice-Presidente: Deputado Rezende Monteiro'Relator: Senador Almir Pinto

Calendário

Dias: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25-8-82 - Apresentação dasemendas, perante a Comissão;

Até dia: 14-9-82 _ Ap1"esentação do parecer, pela Comissão;

22

PROJETO DE RESOLUÇAO N.o 1, DE 1981-CN

Delega poderes ao Presidente da República, criando um parquealcoolquímico no litoral do Estado do Piauí. (Oriundo da [Propostade Delegação Legislativa n.o 1/80,)

23

!PROJETO DE RESOLUÇAO N.o 1, DE 1982-CN

Delega poderes ao Presidente da República para elaboração delei criando a Secretaria Especial para Assuntos da Re-gião Amazô­nica - SEARA. (Oriundo da Proposta de Delegação Legislativan,o 7, de 1980, que tramitou em conjunto com as de n.OS 4 e 5, de1980. - Parecer n.O 7/82-CN, publicado no DCN de 23-3-82.)

H

PROJETO DE RESOLUÇAO N.O 2, DE 1982-0N

Delega poderes ao Presidente da República para el!1Jboração delei criando em cada Unidade da Federação um "centro de Trei­namento e Educação de Trânsito". <Oriundo da proposta de Dele­gação Legislativa n.o 2, de 1982. - Parecer n.o 2'5/82-CN, publicadono DCN de 8-5-82.

25

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 4, DE 1979

"Propõe dele,gação de poderes ao Presidente da República paraelaboraçao de lei, criando o Ministério da Produção Animal e de­terminando outras providências." Autor: Deputado Ruben Fi~eir6.

Co:mislião Mista

Presidente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado Genésio de BarrosRelator: Senador Benedito Canelas

26

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 5, DE 1979

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República !paraelaboração de lei, dispondo sobre o desdobramento do Ministériodas Minas e Energia, em Ministério das Minas e Ministério deEnergia." Autor: Deputado Horácio Ortiz.

Comissão Mista

Presidente: senador Itamar FrancoVice..[>residente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Carlos Sant'Ana

Page 47: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 20 6749

27

PROPOSTAS DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.OI! 6, 7 E 8, DE 1979

''Propõem delegação de poderes ao Pr~igente d~ ~p~p1icapara elaboração de lei dispo~d? s?~re a cnaç.3.? do Mmlstén~ daMulher e da Cl"iança e do Mllllsteno da Fromlla e do Menor . ­Autores: Deputada Lúcia Viveiros, Senador Lázaro Barboza eDepu1Jada Júnia Marisc, respe~tivamente.

Comissão Mista

Presidente:Deputada Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Leur IJomantoRelator: Senador Almir Pinto

%8

BRaPOSTA DE DELEGAÇãO lJEGISLATIVA N.o 3, DE 1980''Propõe delegai}âo de poderes ao Presidente da República para

criai}áo do Ministério do Desenvolvimento do Nordeste, e dá outrasprovidências." - Autor: Deputado Sérgio Murilo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: senador Bernardino VianaRelator: Deputado Nelson Morro

29

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N.O 6, DE 1980"Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da ~epú­

blica para a elaboração de lei dispondo sobre a reestruturaçao dosMinistérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social."Autor: Deputado Carlos Sant'Ana.

Comissão MistaPresidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: senador Almir PintoRelator: Deputado Túlio Barcelos

30PROPOSTA DE DEIm:GAÇÃO LEGISLATIVA N.o 1, DE 1982propõe delegação de poderes ao Senhor presid~nte da ~pú­

blica para elaboração de lei dispondo. sobre a criaçao do Mimsté­rio do Abastecimento.

Comissão MistaPresidente: Deputado Francisco LibardoniVice-Presidente: Deputado Júlio MartinsRelator: senador Lenoir Vargas

31

PROJE':I'ü DE LEI N.o 15/82-CN"Altera o efetivo de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais fi­

xado pela Lei n.O 6.836, de 27 de outubro de 1980; altera o art'. 3.0da Lei n.o 2.391, de 7 de janeiro de 1955, e revoga o arl. 2.0 da Lein.O 6.469, de 18 de novembro de 1977, que declarou em extlnçãoo Quadro de Oficiais Fannacêuticos do Corpo de Saúde da Ma­rinha." - 1\.utor: Poder Executivo (Mensagem n.o 243/82 _ N.o65/82-0N). - Parecer favorável, n.O 81JiCN/82

Comissão MiStaPresidente: Senador A!l'enor MariaVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Hélio Campos

Prazo - (Const., art. 51, § 2.0 ) - 31-8-82

32

PROJETO DE LEI N.o 16fCN/82

''Dispõe sobre o funcionamento de Curso de Formação ou Adap­tação de Oficiais MédIcos, Dentista<; e Farmacêuticos das ForçasArmadas e revoga o Decreto-lei n.O 9'58, de 13 de outubro de 1969".Autor: Poder Executivo (Mens. n.os 246/82 e 70/CN/821.

Comissão MistaPresid,ente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado Nilson G~bson

Relator: Senado,r Jutahy M3Jga:lhãesPrazo: (Const. art..51, § 2.°) -8~9-82

33

PROJETO DE LEI N.o 17/CN/82

"Fixa os valo,res de retribuição da OaJtegoria Funciona! deTécnico de Atividades Tributárias, do Grupo-Tributação, Arreea­dação e Fiscalização, código TAF-600, e dá outra:s providências'.Autor: Poder Executivo (Mens. n.os 249/82-PE e 71/82-00)

Comissão Mista.

p,residen'lie: senador Henrique santilloVice-Plresidente: Senador Bernardino VianaRela:tor: Deputado IBaac Newton

Prazo - (Const. art. 51, § 2.°) - 8-9-82

34

PROJ'E!'O DE LEI N.o 18/0N/82

"Autor121a o Poder Executivo a abrir, à Justiça do TrabaLho,o c,réõ,ito especial de Cr$ 12'5.576.000,00 (cento e vinte e cincomilhões, quinhentos e setenta e seis mil cruzeiros), para o fimque especifica". Autor: Poder Executivo (Men. n.o 'l3/82-cN280/82- PE.)

Comissão Mista

Presidente: Deput.ado Roberto Cardoso AlvesVice-Presidente: Deputado Francisco RollembergRel3Jtor: Senador Lourival Baptista

Até dia 23-8-82 - apresentação do parecer pela Comissão.

Prazo: (Consto art. 51, § 2.0) - 13-9-82

35

PROJETO DE LEI N.O 19-0N/82

"Dispõe sobre o transporte dutoviário de álcool e dá outrasprovidências". Autor: Poder Executivo CMilnsagens n.os 297/82 e74-CN/82) .

Comissão l\'Iista

Presidente: senador Affonso CamargoVice-Presidente: Senador José LinsRelator: Deputado Raul Bernardo

Até dia 23-8-82 - apl'esentação do parecer pela Comissão.

Prazo: (Const. art. 51, § 2.0 ) _ 13-9-82

36PROJETO DE LEI N.o 20-0N/82

"Cria a Seção Judiciária da Justiça Fed-eral no Estado deRondônia e dá outras providências". Autor: Poder Executivo (Mens.n.OB 319/82 e 75-00/82) . .

Comissão Mista

Presidente: Deputado Jerônimo SantanaVice-Presidente: Deputàdo Isaac NewtonRelator: Senador Aloysio Ohaves

Até dia - 24-8-82, apresentação do parecer pela Comissão.

Prazo: (Const., art. 51, § 2.0 ) - 13-9-82

37

PROJETO DE LEI N.o 211/0N/82 .

"ExtingUe o cargo de Auditor-Corregedor; transforma a atualAUldltoria de Correição em Corregedoria-GemI da Justiça Militar,atribuindo as funções de Corregedor ao Ministro Vice-Presidente.do SUJ)crior Tribunal Militar, com a denomin.ação cumulativa deMinistro Corregedor-Geral, e dá outras providências". Autor:Poder Exe·cuüvo (Mens. n.O 82/CN/82l.

Page 48: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

(,750 Sexta-feira 20 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1982

Comissão Mista

Presidente: Senador Gastão Mü1IerVice-Presidente: Senador Moacyr Dana.Relator: Deputado Odulio Domíngue&

Até dia 30-8-S2 - apresentação do parecer para Comissão.

Prazo: (Const., art. 51, § 2.0) - 20-9-182

38

PROJETO DE LEI N.o 22/0N/82

"Autoriza o Poder Executivo a a;brir créditos suplementaresaté o limite de Cr$ 519.190.000.000,00, e dá outras pro\iidências".Autor: Poder Executivo (Mens. n.os 322/82 - PE e 83/0N/82).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Fernando CunhaVice-Presidente: Deputado Vieira da SilvaRelator: Senador Jutahy Magalhães

Até dia 30-S-S2 - apresentação do parecer pela Comissão.

Prazo: (Const., art. 51, § 2.°) - 20-9-82

39

PROJETO DE LEI N.o 23/0N/82"Estabelece o modelo da cédula oficial única a ser usada nas

eleições de 15 de novembro de 1982, e dá outras providências"..A,utor: Poder Executivo (Mens. n.os 329/82 - 86/CN/82).

Comissão MistaPresidente: Senador Lourival BaptistaVice-Presidente: Deputado Nilson Gibson!Relator: Deputado Jorge Arbage

Até dia 31~S-82 - apresentação do pareoorpela comissão.Pra,,:o: (Con;st., art. 51, § 2.°) - 20-9-82

40MENSAGEM N.o 63/S2-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­cr.eto-Iei n.O 1.927, de 17 de fevereiro de 1982, que "altera a reda­'ç.áo do § 3.° do &rt. 1.° do Decreto-lei n.o 1.798, de 24 de julho de1980, introduzido pelo Decreto-lei n.O 1.880, de 27 de agosto de198'1." - Autor: Poder Executivo (Mensagem n.O 72/82). Proj. Dea.Leg. n.O 44/CN/82

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 20-9-82

41

MENSAGEM N.o 64/82-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 1.928, de 18 de fevereiro de 1982, que "dispõe sobre opagamento prioritário de débitos decorrentes de compromissos emmoeda estrangeira, assumidos pela Administração Pública, e dáoutras providências." - Autor: Poder Executivo (Mensagem n,o80/82>. proL Dec. Leg. n.O 42/CN/82

Prazo: (COnst., art. 55, § 1.0) - 20-9-82

4Z

MENSAGEM N.o 66/CN/82"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

creto-lei n.Q 1.9<29, de 8 de março de 1982, que "isenta de lmpo&tode renda os ganhos auferidos em oPerações a termo em bOlsa demercadorias". Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 81/82)

Comissão Mista

Presidente: SenadOr Gilvan iEWchaVice-Presidente: SenadO'l' Gabriel Hermes,Relator: Deputado Wildy Vianna

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 27-9-82

43

MENSAGEM iN.o 67/ON/82

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­,creto-Iei n.O 1.930, de 18 de março de 1982. que "altera. os limites

do beneficio fiscal instituído pelo Decreto-Ie! n.o 1.3J58, de 12 denovembro de 1974, e dá. outras providências". Autor: Poder Exe­cutivo (Mens. n.O 90/82)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Luiz LealVice-Pl'esicl!ente: Deputado AdTíano ValenteRelator: Senador Jutaili.y Magalhães

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 27-9-82

44

MENSAGEM N.o 68/ON/82

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.93,1, de 19 de marÇo de 1982, que "modifica. oDecreto-lei n.o 1.893, de 1981, que dispõe sobre a. adoção de me­didas de iÍlcentí'vo à arrecadação federal". Autor: Pod.a' Exe­cutivo (Mens. n.O 92/82>.

Comissão Mista

Presidente: 8enllidor Gastão MüllerVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado OsvaldO Melo

Prazo: (ICOnst., art. 55, § 1.0) - 27-9-82

45

MENSAGEM N.o 69/CN/S2"Submete à deliberação do congresso Ne.clonaJ o texto do

Decreto-iei n,o 1.932, de 3{) de ma:rÇ{) de 1982, que "institui in­centivo fiscal a projetos de interesse para o comérc1o exterior dopaís, situados em áreas ,dRi Amazônia Oriental". Autor: PoderEXecutivo (Mens. n.o 128/82).

Comissão MJstaPresidente: Deputllido NalJO[' JúniorVice-Presidente: Deputado Januário hitosaiRelator: senador :Aloysio Chaves

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 27-9-82

46

MEN~ N.o 84/ON/82"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do

Decreto-Iei n.O 1.933, de 19 d-e abril de 1982, que "acrescenta pa­rágrafos ao aTtigO 4.0 do Decreto-lei n.o 1.219, de 15 de maio de1972, que dispõe sobre a concessão de estimulos à exportação demanufaturados". Autor: Poder Executivo (Mens. n.o 160/82).

Comissão Mista

Presidente: SenaooT Gastão MüllerVke-Presidente: Senllidor Gabriel Herm81SRelator: Deputado Roberto Galvani

Até dia 30-8-82 - apresentação do pal'ecer pela Comissão.

Prazo: ('Const., art. 55, § 1.0) - 11-10-82

47

MENSAGEM N.o 8'S/ClN/82

"Submete à deUberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 1. 934, de 20 de abril de 1982, que "dispõe sobre a re­tribuição dos professores civis do magistério da Aeronáutica, e dáoutras providêneias". Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 161/82>.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alcir PimentaVice-Presidente: Deputllido Erasmo DiasRelator: Senador Aderbal Jurema

Até dia 30-8-82 - apresentação do parecer pela Comissão.

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 11-10-82

Até dia 11-10-82 - no Congresso Nacional.

Page 49: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Agosto de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secão n Sexta-feira 20 6751

48

MENSAGEM 'N.0 87/GN/82

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.935, de 20 de abril de 1982, que "revigora até 31de d~zembro de 1982, as disposições do Decreto-lei n.o 1.'627, de2 de Junho de 1978". Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 162/82)

Comissão Mista

Presidente: SenadDr Gastão MüllerVice-Presidente: Senador Moacyr DallaRelator: Deputado Hélio Campos

Até dia 6-9-82 - Apresentação dD parecer, pela COmissão.

Prazo: (!const.., art. 55, § 1.0) - 15-lfr-82

49

MENSAGEM N.o 88/CN/82

"Submete à deliberação do Congresso NaciDnal o texto do De­creto-lei n.O 1.936, de 26 de abril de 1982, que "dispõe sobre o em­préstimo compulsório em favor da Centrais Elétricas BrasileirasS.A. - ELETROBRáS". Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 163/82- PE e 88-CN/82)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Francisco LibardoniVice-PI1esidente: Deputado Francisco RollembergRelator: Senador Jutahy Magalhães

Até dia 6-9-82 -I apresentação do parecer, pela Comissão;

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 15-10-82

50

MENSAGEM N.o 89/CiN/82

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­cr.eto-lei n.O 1.937, de 27 de abril de 1982, que "acrescenta pará­grafOS ao art. 1.0 do Decreto-lei n.O 1.866, de 9 de março de 1981,que dispõe sob])e a nomeação de prefeito em Municipio declarado deinteresse da Segurança Nacional". Autor: Poder E~ecutivo (Mens.n.O 170/82)

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Ade:r:bal Ju:r:emaRelator: Deputado Antônio Mazurek

Até dia. 6-9-82 - Apresentação do par·ecer, 1>8la comissão.

Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 18-10-82

51

MENSAGEM N.o 90/CN/82

"Su~mete à deliberação do Congresso Nacional o texto d De­~reto-Iel n.o. 1.938, d~ 10 de maio de 1982, que "concede isen ão do~po.st~,de lmtoportaçao nos casos que especifica e dá outras ~rovi­

enelas . Au r: Poder Executivo (Mens. n.O 19-5/82)

Comissão Mista ­

Presidente: Deputado Samir AchôaVice-Presidente: Deputado Milton BrandãoRelator: Sena<lor Moacyr Dalla

Até dia. 6-9-82 - apresentação do parecer, pela Comissão.Prazo: (Const., art. 55, § 1.0) - 18-10-82

52VEI'O PARCIAL - PROJEI'O N.o 5.350/81

(Mensagens n.OO 62/82-ON e 235/82-FE)

"Dispõe sobre a requisição de servidores públicos pela. JustiÇiiEleitoral e dá outras providências." (Relatório n,o 5/0N/82)

Prazo

Congresso - dia 30-8-82.

53

VlETO PAOOIAL - PROJETO N,o 5.49'5/81('Mens. n,o 2&3/82 - PE e 72-ON/82

"Autoriza a criação de municípios no Território Federal deRoraima, e àá óutras -providências".

Comissão Mista

Presidente: Senador Alberto SilvaVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteIRelator: Deputa.-do PaU'lo Guerra

Prazos

Até dia 23-8-82 - na COm1f:;ão;

No Con~esso: Do dia 2-8-82 ao dia 16-9-82.

54

VETO PARCIAL - Projeto 0.0 5.000/82(Mensagens n.OS 2116/82-PE e 75-CN/(l2)

Dispõe sobre criação de cargos na Secretaria do Tri1:Yunal Re­gional E'eitoral do Estado do Maranhãp, e dá outras providências.

Comissão Mista

Presid-ente: Deputado Epitácio CafeteiraVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Senador Aderbal Jurema

Prazos

Até dia 25-8-82 - na Comissão;

No Congresso - do dia. 5-8-82 ao dia 20-9-82.

55

VETO PARCIAL - Projeto D.o 4.998/81(Mensagens n.OS 288/82-PE e 77-CN/82)

,Dispõe s?bre a criação de cargos na Secretaria do TribunalRegIonal EleItoral de Pernambuco, e dá outras providências.

Comissão Mista

Presidente: Senadora L8Jélia de AlcântaraVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Augusto Lucena

Prasos

Até dia 25-8-82 _ na Comissão;

No Congresso - do dia 5-8-82 ao dia 20-9-82.

56

VETO PARCIAL - PROJEI'O N.O 5.645/81(Mens. n.os 289/82 - Pi!: e 78/CN/82)

"Dispõe sobre a criação de cargos na Secretaria dO TribunalRegional Eleitoral do Estado de Goiás, -e determina outras pro-vidências". .

Comissão Mista

Pre.si<lente: Deputado 'Ruy CôdoVice-Presidente: Deputado Francisco Rollemberg-Relator: Senador Lourival Baptista

Prazos

Até dia 30-8-82 - na comissão;

No Congresso: Do dia 6-8-82 ao dia 22-9-82.

57

VEI'D PAR,CIAiL - PROJETO N.o 5.437/81)(iMens. n,os 300/82 - PE e 79/0N/82)

"Dispõe sobre o númerQ dos Deputados Federais e Estaduaiscandidatos à reeleição, introduzindo modificações no Código Elei­to-ral".

Page 50: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

6752 Sexta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào II Agosto de 1982

Comissão Mista

Presidente: Senador Hugo RamosVice-PresidGnte: senador Bernardino VianaRela,tor: Deputado Mrisio Vieira Lima

Prazos

Até dia W-8-82 - na Comissão;

No CODl'resso: Do dia 6-8-Ba ao dia 22-9-82.

58

Wfi'O TOTAL - P8.OJETO N.O 1. 761/79(tMens. Ill.os 304/82 - PEe 8O/CN/82)

"Regulamenta o exercício da profissão de. Supervisor. Educa­cional e dá outras providências".

Comissão Mista

Presidente: Deputado HHdérico de Oliveir·aVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Senadora Eunice Michlles

Prazos

Até dia 30-8-82 - na COmissão;

No Congresso: Do dia 9-8-82 ao dia 23-B-82.

59

VETO TOTAL - PROJETO N.o 5.441/81(Mens. n.os 321/82 - PE e 81/CN/82)

"Dispõe sobre a constituição e o funciQ!l1amento das sociedarlescentralizad<oras de operações das empresas produtoras de açúcarou de álcool, e dá outras providências".

Comissão Mista

Presidente: Senador Bernardino Vi.anaVioo-Presidente: Deputado Gomes da SilvaRelator: Deputado Isaac Newton

prazos

Até dia 30-8-82 - na COmissão;

No Congresso: Do dia 9-8-82 ao dia 23-9-82.

VIII - Levanla-se a sessào às 16 horas e 55 minutos.

ERRATA

No DCN de 13-8-82, pág. 6.443, cal. 2Onde se lê:

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Vou submeter a votos o

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N? 140, DE 1982

O Congresso Nacional resolve:Art. 19 É o Senhor Presidente da República autorizado a ausentar-se

do País na segunda quinzena do mês de setembro de 1982.Art. 29 Este Decreto Legislativo entrará em vigor na data de sua publi­

cação.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que o aprovamqueiram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Redação Final.Leia-se:

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) -

Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n9 140, de1982, que autoriza o Senhor Presidente da República a ausentar-sedo País na segunda quinzena do mês de setembro do corrente ano.Pendente de parecer da Comissão de Constituição e Justiça. (DaComissão de RelaçÕes Exteriores) - Relator: Sr. Rogério Rego.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a palavra ao Sr.Deputado Joacil Pereira, para proferir parecer ao Projeto de Decreto Legisla­tivo n~ 140, de 1982, em substituição à Comissão de Cáristituição eJustiça, naqualidade de Relator designado pela Mesa.

O SR. JOACIL PEREIRA (PDS --cPB) ---'- Sr. Presidente, com a Mensa­gem n9 330, de 1982, S. Ex~ o Presidente João Figueiredo solicitou aosmembros do Congresso Naciorial a necessária autorização para ausentarcsedo País na segunda quinzena do próximo mês de setembro, com embasamen­to nas disposições contidas nos arts. 44, item m, e 80 da Constituição.

Na aludida Mensagem explicitou S. Ex', textualmente:

"Desde a criação da Organização das Nações Unidas, não en­frentamos momento internacional com tão flagrantes ameaças, as­sim à paz e à segurança, como ao desenvolvimento econômico e so­cial dos povos.

Esta grave situação justifica plenamente que o Chefe de Estadobrasileiro se dirija, como primeiro orador, à XXXVII Sessão da As­semblêia Geral da Organização das Nações Unidas-foro o mais ade­quado para que o Brasil, em diálogo direto com as demais nações,manifeste sua preocupação com o quadro crítico que envolve omundo atual."

Nesta Casa a matéria foi distribuída às Comissões de Relações Exterio­res e de Justiça, tendo a primeira se manifestado favoravelmente à autori­zação, nos termos do Projeto de Decreto Legislativo ora pendente do examedeste órgão têcnico.

É o relatório.Voto do Relator

A solicitação presidencial se encontra fundamentada nas disposiçõesconstitucionais sobre-referidas. E o Projeto de Decreto Legislativo que a de­fere não se contrapõe a nenhum texto de nosso Estatuto Supremo, nem aqualquer princípio da ordem jurídica vigente. E, alêm disso, foi redigido aten­to aos preceitos do regramento das leis.

Com esta convicção pertinente ao assunto, opinamos pela constituciona­lidade, juridicidade e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo n9140, de 1982.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Vou submeter a votos o

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N9 140, DE 1982

O Congresso Nacional resolve:Art. I? É o Senhor Presidente da República autorizado a ausentar-se

do País na segunda quinzena do mês de setembro de 1982.Art. 29 Este Decreto Legislativo entrará em vigor na data de sua publi­

cação.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que o aprovamqueiram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Redação Final.

Page 51: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

PMDB

Lider:

Odacir Klein

Vice-Líderes:

PDTLider:

Alceu Collarcs

Vice-Líderes:

PDS

I.ât10r:

L1DERftlNÇASCristina Tava.resIranildo Pereira

Israel Dias-NovaesJoão LinharesJoão MenezesJorge Vianna,

Louremberg NunesRocha

Marcello C81'CjueiraOsvaldo Macedo

Pedro IvoRalph Biasi

Walber GuimarãesWalter Silva

Magnus GuimarãesJG de Araújo Jorge

PT

Líder:

Airton Soares

Vice-Líder:

Freitas Diniz

.PTB

Líder:

JOJ:ge Cury

Vice-Líderes:

Pedro Faria

Vilela de Magalhães

Antônio MarizAudálio Dantas

Brabo de CarvalhoCarlos Cotta

Josias LeiteJoaci! Pereira

Alcides FranciscatoAlvaro ValleJúlio MartinsNelson MorroRuy Bacelar

Saramago PinheiroPaulino Cicerode Vasconcellos

Ney FerreiraAdolpho FrancoNosser Almeida

Cantídio Sampaio

Vice-Lideres:

Carlos Sant'AnaPimenta da VeigaAdhemar Santmo

Alvaro Dias

Hugo MarcliniBonifácio de Andrada

Clauclino SalesEdison Lobão

Hugo NapoleãoJorge ArbageRicardo FiuzaDjaLma Bessa

Siqueira CamposCarlos Alberto

Carlos ChiarelliGióia Júnior

Jairo Magalhães

3.0-Secretário:

José Camargo - PDS

4.0-Secretárío:

Paes de Andrade - PMDB

2.°_Vice-Presidente:

Freitas Nobre - PMDB

SUPLEJNTES

Simão Sessim - PDS

Joel Ferreira - PDSLúcia Viveiros - PDSJackson Barreto - PMDB

Presidente:Nelson Marchezan - PDS

1.0_Vice-Presidente:

Haroldo Sanford - PDS

2.0-Secretário:

Carlos Wilson - PMDB

MESA

l.°-Secretário:Furtado Leite - PDS

Suplentes

PDS

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo li - Sala 3 - Ramal 6295secretária: Maria Inita Pessoa César

DEPARTAMENTO DE COMISSÕESDiretor: Jolimar Corrêa Pinto

Local: Anexo rI - Telefones: 224-2848 e213-6278 - Ramal 6278

Coordenação de Comissões Permanentes

Diretora: Sílvia Barroso Martins

Local: Anexo rI - Telefones: 224-5179 ePref. 213 - Ramais 6285 e 6289

COMISSOES PERMANENTES

1) COMISSÃO DE AGRICULTURA EPOLfTICA RURAL

Presidente: Pacheco Chaves - PMDBVice-Presidente: Bento Lobo - PMDBVice-Presidente: Pedro Germano - PDS

Títulares

PDS

Afro StefaniniAlbérico CordeiroAlexandre MachadoAntonio DiasAntonio UenoArtenir WernerCorreia LimaDarcy PozzaEvaldo AmaralFrancisco Leão

Adhema;r SantilloArnaldo SchimidtErnesto de MarcoFrancisco CastroIsrael Dias-NovaesJorge VargasJorge ViannaLouremberg Nunes

Henrique BritoHumberto SoutoJúlio MartinsOswaldo CoelhoPaulo Lustosa.Pedro CorrêaPrisco VianaStoesse1 DouradoWildy ViannaVago

PMDB

RochaMário HatoPedro LucenaPimenta da VeigaRosemburgo RomanoSantílli SobrinhoUbaldo Dantas4 vagas

PDT

Bento GonçalvesFernando CunhaMário Frota

Francisco RossiJosé de Castro

CoimbraNelson Morro

Horácio OrtizJorge UequedOctacílio Queiroz

PMDB

Mário MoreiraVago

Suplentes

PDS

Prisco VianaVingt Rosado2 vagas

PMDB

Paulo Torres2 vagas

REUNIOES

Adolpho FrancoAntonio GomesAntonio MazurekCardoso de AlmeidaDelson ScaranoEmílio PerondiGeraldo BulhõesGerardo RenaultJoão Carlos de CarliJoaquim Guerra

2) COMISSÃO DE CI~NCIA E TECNO­LOGIA

Presidente: Pedro Faria - PMDBVice-Presidente: Antônio FIorêncio - PDSVice-Presidente: Freitas Diniz - PT

REUNIÕES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo II - Sala n.O 11 - R. 6293e 6294

Secretário: José Maria de Andrade Córdoba

Júlio MartinsMagno BacelarVieira da Silva

Samir AchôaMilton Figueiredo

PTB

PMDB

Paulo Pimentel

Antônio MoraisCristina Tavares

Presidente: Edson vidigal - PMDBVice-Presidente: Gerson Camata - PMDB

Vice-Presidente: Roberto Galvani - PDS

Titulares

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇAO

PDS

AlcebíllJdes de OliveiraCarlos AlbertoGióia JúniorJorge Paulo

José PenedoMaurício CamposWalter de Prá

Títulares

PDS

Getúlio Dias

Brasílio CaiadoCarlos EloyEspiridião Amin

José AmorimJúlio CamposLevy DiasLuiz RochaReinhold StephanesSaramago Pinheirosebastião AndradeTelêmaco PompeiVictor Fontana

PMDB

Nivaldo KrügerLeite SChimidtMelo FreireMarcus CunhaPaulo RattesRenato AzeredoRonan TitoWalber GUimarães

PDT

EIoy Lenzi

Antônio AnibeIliCardoso AlvesCarlos BezerraCarlos ScarpeliniErnesto Dall'OglioFrancisco LibardoniGeraldo FlemingIturival Nascimento

Page 52: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

4} COMISSAO DE CONSTITUIÇAO EJUSTiÇA

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramal 630~

e 6300Secretário: Ivan Roqu'e Alves

Presidente: Francisco Benjamin - PDSVice-Presidente: Nilson Gibson - PDSVice-Presidente: Elquisson SC?ares - PMDB

Titulares

PDS

5) COMISSÃO DE DEFESA DO CON­SUMIDOR

Divaldo SuruagyHonorato ViannaNagib HaickelNereu GuidiRogério RegoVictor TrovãoVago

Pedro SampaioPinheiro MachadoSebastião Rodrigues

Júnior2 vagas

PTB

PDT

PMDB

Euclides ScalcoHarry SauerJoão CunhaJuarez BatistaMac DoweIl Leite

de CastroPacheco Chaves

Jorge Cury

Lidovino Fanton

Airon RiosAlcides l!'ranciscatoAdolpho FrancoAntonio MazurekBatista MirandaCardoso de AlmeidaDiogo Nomura

REUNIõES

SUlllentes

PDS

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 4 - Ramal 63H.Secretária: Delzuite Macedo de Avelar

PDS

Rubem MedinaSalvador JulianemSiqueira CamposStoessel DouradoTúlio Barcelos

PMDB

Samir AchôaSebastião Rodrigues

JúniorUbaldo DantasWalber Guimarães

Daso CoimbraElquisson SoaresGérson CamataJOrge VargasModesto da SilveiraNabor Júnior

Aécio CunhaFrancisco RossiB:umberto SoutoJoão ArrudaMendes de MelO'Ronaldo Ferreira Dias

Presidente: Paulo Lustosa - PDSVice-Presidente: Albérico Cordeiro - PDSVice-Presidente: Jorge Uequed - PMDB

Titulares

REUNIõES

Terças, quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 6308Secretário: Ruy Omar Prudêncio da Silva

João ArrudaManoel RibeiroRômulo GalvãoVago

PMDB

João GilbertoMarcello Cerqueira2 vagas

PTB

Suplentes

PDS

Fernando LyraCarlos AugustoAudálio Dantas

Baldacci Filho

Alair FerreiraAntônio FerreiraAntonio ZachariasEdison Lobão

Lidovino FantonPDT

PTBPeixoto Filho

Norton MacedoNosser AlmeidaPedro GermanoRafael FaracoSimão SessimVieira da Silva

Leur LomantoMendes de MeloRômulo GalvãoSalvador JulianelliVago

PMDB

Luiz BaptistaPaulo MarquesRaymundo UrbanoRosemburgo Romano

PDT

PDT

PTB

PMDB

Murilo MendesOctacflio Almeida3 vagas

Alvaro ValleBezerra de MeloBraga RamosDarcllio AyresJosé Torres

Antonio ValadaresBonifácio de AndradaBrasilio CaiadoCunha BuenoEvandro Ayres de

MouraJairo Magalhães

7} COMISSAO DE EDUCAÇAO E CUL­TURA

JG de Araújo Jorge

Suplentes

PDS

Alcir PimentaCaio ·PompeuDaniel SilvaFrancisco CastroJoãO Herculino

Presidente: Lygia Lessa Bastos - PDSVice-Presidente: João Faustino - PDSVice-Presidente: José Maria de Carvalho ­

PMDB

Titulares

PDS

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - (224-0769)

Ramal 6318Secretária:Tasmânia Maria de Brito Guerra

Magnus Guimarã.es

Celso Peçanha

Álvaro DiasCarlos Sant'AnaIram SaraivaJackson BarretoMário Moreira

José Mendonça BezerraNosser AlmeidaPaulo GuerraPedro Corrêa

Rezende MonteiroWalter de Prá

PDT

PMDB

Ralph BiasiSantilli SobrinhoSflvio Abreu Jr.Vago

PT

PDT

PMDB

Mendonça NetoGeraldo FlemingRoberto FreireRoque ArasJosé Bruno

PDT

Antonio Carlos deOliveira

Presidente: Hélio Duque - PMDBVice-Presidente: Celso Peçanha - PTBVice-Presidente: Alberto Hoffmann - PDS

Titulares

PDS

Manoel GonçalvesMarcondes GadelhaPaulo LustosaRicardo FiuzaRonaldo Ferreira Dias

Rubem Medina

Getúlio Dias

Álvaro ValleCesário BarretoCláudio PhilomenoDjaIma BessaFrancisco RollembergHonorato ViannaJorge Arbage

José Frejat

Alberto GoldmanAldo FagundesarnaldO SchmittCarlos AugustoFlávio Chaves

Cesário BarretoEvaldo AmaralHerbert LevYIgo LossoJoão AlbertoJoão ArrudaJoão Clímaco

JG de Araújo Jorge

Suplentes

PDS

Antônio AnnibelliAurélio PeresCardoso FregapaniCarneiro ArnaudJúnia MaríseLeopoldo Bessone

ReuniõesQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: AneX'O II - Ramais 6378 e 6379Secretária: Maria Júlia Rabello de Moura

6) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOS­TRIA E COMI!RCIO

Gomes da SilvaGonzaga VasconcelosJairo MagalhãesJ oacil PereiraNatal GaleNelson MorroOswaldo MeloTheodorico Ferraço2 vagas

PTB

PDT

Roberto FreireRoque ArasSérgio- FerraraValter GarciaWalber GuimarãesWaldir WalterWalter SilvaVago

PDS

Jorge ArbageJosé PenedoJosé Mendonça BezerraJúlio MartinsLeorne BelémLuiz BrazMaluly NettoNey FerreiraOsmar LeitãoRaimundo DinizRicardo FiuzaVago

PMDB

JG de Araújo Jorge

Adhemar de BarrosFilho

Cantídio SampaioCarlos ChiarelliCélio BorjaChristiano Dias

LopesDarcflio AyresGeraldo GuedesHugo NapoleãoIgo LossoIsaac Newton

Amadeu GearaCaio PompeuCardoso AlvesDélio dos SantosEdgard AmorimJorge MouraJuarez FurtadoLeite SchmidtMarcelo Medeiros

Péricles Gonçalves

Suplentes

PMDB

Adhemar Bantillo MarcelIo CerqueiraAntônio Mariz Miro TeixeiraAntônio Russo Márcio MacedoBrabo de Carvalho Osvaldo MacedoHarry Sauer Pimenta da VeigaHenrique Eduardo Alves Tarcísio DelgadoJoão Gilberto 2 vagasLouremberg Nunes

RochaLuiz Leal

Afrísio Vieira LimaAltair ChagasAntônio DiasAntÔnio MorimotoAntonio ValadaresBonifácio de AndradaCIll.udino SalesDjalma BessaErnani satyroFrancisco Rossi

Page 53: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

PDS

8) COMISSÃO DE FINANÇAS

Presidente: Jorge Ferraz - PMDBVice-Presidente: Hildérico Oliveira - PMDBVice-Presidente: Christóvam Chiaradia - PDS

Titulares

Airon RiosAthiê CouryFernando MagalhãesHonorato ViannaJosé Carlos Fagundes

José Mendonça Bezerra1.eorne BelémNélio 1.obatoVicente Guabiroba

Helio DuqueJairo BrumJoão MenezesJorge UequedJosé Carlos

Vasconcelos

Alceu Collares

Freitas Diniz

PMDB

Melo FreireMilton FigueiredoNivaldo KrügerPaulo BorgesRosa Flores

PDT

PTB

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasJJocal: Anexo II - Sala 8 - Ramal 6333Secretário: Edson Nogueira da Gama

11) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Presidente: Horácio Matos - PDSVice-Presidente: Guido Arantes - PDSVice-Presidente: Marcelo Cordeiro - PMDB

Titulares

Hélio GarciaJader BarbalhoLuiz Baccarini

PMDB

Joáo CunhaOlivir GabardoRuy Côdo

PDT

Vilela de Magalhães

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 6325Secretário: Geraldo da Silva

Antônio FerreiraAntônio ZachariasCláudio StrassburgerDivaldo SuruagyHugo Mardini

PDS

Léo SimõesPrisco VianaPaulino Cícero de

VasconcellosSiqueira Campos

Titulares

PDS

9) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FI·NANCEIRA E TOMADA DE CONTAS

Presidente: Humberto Souto - PDSVice-Presidente: Victor Faccioni - PDSVice-Presidente: Daso Coimbra - PMDB

REUNIõES

Quartas e t,:uintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 16 Ramal 6322

e 6323(Direto 226-8117)

Secretário: Jarbas Leal Viana

PMDB

Jorge VargasMaurício FruetOswaldo LimaWalmor de Luca

PDT

PMDB

Pedro LauroMário FrotaNewton CardosoRalph BiasiTidei de Limú

PDT

Suplentes

PDS

João Carlos de CarliJ oel RibeiroJosé FernandesJosé PenedoOdulfo Domingues

José Mauricio

Dario TavaresFued DibGenésio de BarrosHorácio Ortiz

Antônio MoraisCarlos NelsonHeitor Alencar

FurtadoJerônimo SantanaLeônidas Sampaio

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 6336Secretária: Allia FeUcio Tobias

Augusto TreinAltair ChagasDelson ScaranoGomes da SilvaHélio LevyJoão Alberto

José Frejat

PTB

Henriquê BritoInocêncio OliveiraJosué de SouzaLúcia ViveirosMilton BrandãoNagib HaickelOswaldo CoelhoPaulo GuerraVictor TrovãoVingt RosadoWanderley Mariz

PDS

PDT

PMDB

José Costa.José FreireModesto da SilveiraOctacllio QueirozRoberto FreireRuben Figueiró3 vagas

Vago

Baldacci Filho

Adauto BezerraAfro StefaniniAlbérico CordeiroAlexandre MachadoAlvaro GaudêncioAngelo MagalhãesCorreia LimaCristino CortesEdison LobãoEvandro Ayres de

Moura

Presidente: Manoel Novaes - PDSVice-Presidente: Isaac Newton - PDSVice-Presidente: Newton Cardoso - PMDB

Alvaro DiasCarlos NelsonDélio dos SantosJackson BarretoJerônimo SantanaJorge MouraLúcio CioniJosé Carlos Vascon­

celos

10) COMISSÃO DO INTERIOR

Titulares

Paulo MarquesSílvio Abreu Jr.2 vagas

PDT

Suplentes

PDS

Antônio PontesRuy SilvaSebastião AndradeSílvio LopesVictor' Fontana

PMDB

Alceu Collares

Adhemar GhisiAdriano ValenteAécio CunhaAntônio FlorêncioAngelo Magalhães

Antônio RussoJoão HerculinoLeopoldo BessoneMaurício Fruet

Vago

Suplentes

PDS

Suplentes

Antônio AmaralAntônio MorimotoChristóvam ChiaradiaHerbert LevyHugo MardiniHumberto SoutoJoão DurvalJosé AmorimJosias LeiteJúlio Martins1.udgero Raulino

PMDB

Vago

João AlvesPrisco Viana

Suplentes

PDS

12) COMISSÃO DE REDAÇÃO

Alcir PimentaOswaldo Lima

Presidente: Epitácio Cafeteira - PMDBVice-Presidente: Júnia Marise - PMDBVice-Presidente: Airon Rios - PDS

Titulares

PDS

Claudino Sales Djalma BessaFrancisco Rollemberg

PMDB

Murilo Mendes

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - 14 - R. 6342. 6340 e 6341Secretária: Laura Perrela Parisi

Ernani SatyroHugo Napoleão

Magno BacelarManoel GonçalvesMauro SampaioMenandro MinahimNélio LobatoOssian AraripeOmar SabinoRuy BacelarVivaldo Frota3 vagas

PMDB

Iranildo PereiraIturival NascimentoMário stammJulio CostamilanNabor JúniorOsvaldo MacedoPedro Ivo2 vagas

PTB

PDT

Aluizio BezerraArnaldo LafayetteAurélio PeresBento GonçalvesBento Lobo'Borges da SilveiraCardoso FregapaniCarlos RezerraHenrique Eduardo

Alves

José Frejat

Jorge Cury

Lázaro CarvalhoNereu GuidiNosser AlmeidaOrnar SabinoRafael FaracoTemistocles Teixeira

Hélio CamposJ 081 FerreiraMarcelo LinharesTelmo KirstUbaldo BarémWanderley MarizWilson Falcão

PTB

PDS

PDT

PMDB

Jorge ViannaMarcelo Medeirosmysses GuimarãesWalter SilvaJoel Lima

Alberto HoffmannAlvaro GaudêncioAlvaro VaJleBias FortesCarlos ScarpeliniErasmo DiasFernando GonçalvesJosué de Souza

Vago

Vago

Airton SandovalAlfredo MarquesErnesto de MarcoFernando CoelhoIranildo Pereira

Adhemar de BarrosFilho

Castejon BrancoClaudio PhilomenoJoão DurvalJorge ArbageJosias Leite

Page 54: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

Titulares

Suplentes

PDS

13) COMISSAO DE RELAÇOES EXTE·RIORES

Presidente: Raymundo Diniz - PDSVice-Presidente: Adalberto CamargG- PDSVice-Presidente: Pinheiro Machado - PMDB

PDT

PMDB

Marcelo CordeiroMax MauroRuben FigueiróTarcisio DelgadoUbaldo Dantas

PTB

PMDBJorge UequedJúlio CostamilanMendonça NetoVago

PDT

PT

Ossian AraripeJanuário FeitosaParente Frota

PMDBJuarez FurtadoPedro Lauro

Suplentes

PDSLygia Lessa BastosNatal GaleNilson GibsonPedro CorrêaRezende Monteiro2 vagas

Suplentes

PDSJoão ClímacoOsvaldo Melo2 vagas

..PMDBPedro Ivo4 vagas

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 63ilOsecretário: Oclair de Mattos Rezende

Antônio MarizAudálio DantasDel Bosco AmaralEloar GuazzelliFernando CunhaJoel Lima

Magnus Guimarães

Antonio GomesBezerra de MeloGióia JúniorJayro MaltoniJoacil PereiraJosé Carlos FagundesJulio Campos

17) COMISSAO DE TRABALHO E LE­GISLAÇAO SOCIALPresidente: Adhemar Ghisi - PDS

Vice-Presidente: Wilson Braga - PDSVice-Presidente: Amadeu Geara - P.MDB

TitularesPDS

Osmar LeitãoOctávio TorrecillaPedro CaroloSilvio LopesTúlio BarcelosVivaldo Frota

Benedito Marcilio

Florim Coutinho

Carneiro ArnaudEdgard AmorimGenival TourinhoJoel Vivas

Artenir WernerAntônio AmaralCarlos ChiarelliFrancisco RollembergJoão AlvesMaluly Netto

16) COMISSAO DE SERViÇO PúBLICOPresidente: Jorge Gama - PMDB

Vice-Presidente: Pedro Sampaio - PMDBVice-Presidente: Wildy Vianna - PDS

TitularesPDS

Carlos santosFernando Coelho

Adauto BezerraAdernar PereiraClaudino SalesHorácio Matos

Alceu Collares

Epitácio CafeteiraFrancisco PintoGilson de Barros

• Anisio de Souzaàugusto LucenaAugusto TreinJair Soares

Luiz Baccarini4 vagas

PTB

PDS

João AlvesMarcondes GadelhaSalvador JulianelliWilson Falcão

PMDB

Pedro Ivo2 vagas

PTB

Hélio CamposOdulfo DominguesPaulo Studart

PMDB

PDT

PMDB

Joel VivasJorge Vianna;Luiz Baptista

Suplentes

PDS

Paulo GuerraTelêmaco PompeiTúlio BarcelosVicente GuabirobaWalter de Prá

Edson VidigalMo"esto da Silveira

Florim COlJtinho

Péricles Gonçalves

ítalo ContiJosé Ribamar

MachadoMilton BrandãoOctávio Torrecilla

Carlos CottaEloar GuazzelliPaulo Torres

Carlos CottaCarneira ArnaudCristina TavaresErnesto DaU'Oglio

Vago

14) COMISSAO DE SAúDE

A:ry KffuriErasmo DiasJ oel FerreiraNey Ferreira

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo TI - Sala 10 - Ramal 6352e 6350

Secretária: Iná Fernandes Costa

Presidente: Ubaldo Dantas - PMDBVice-Presidente: Pedro Corrêa - PDSVice-Presidente: José Frejat - PDT

Titulares

PDS

Presidente: Alípio de Carvalho - PDSVice-Presidente: Antônio Pontes - PDSVice-Presidente: Roque Aras - PMDB

PDS

Mauro SampaioMenandro MinahimNavarro Vieira FilhoWalter de CastroWaldmir Belinati

PMDB

Borges da Silveira Mário HatoEuclides Scalco Max MauroLeônidas Sampaio Pedro Lucena

Suplentes

15) COMISSAO DE SEGURANÇA NA·CIONAl

Ademar PereiraJosê de Castro

CoimbraLudgero Raulino

Athiê CouryBraga RamosCastejon BrancoFrancisco RollembergInocêncio Oliveira

Mendes de MeloPaulo StudartPedro ColinRonaldo Ferr.dra DiasRaul BernardoRoberto GalvaniSiqueira Campos >

Theodorieo FerraçoVictor FaccioniWaldmir Belinati5 vagas

José MachadoJosé Ribamar MachadoMagalhães PintoMarcelo LinharesNorton MacedoRoberto CarvalhoRogério RegoRuy SilvaStoessel DouradoThales RamalhoUbaldo BaremWilson Falcão

Júnia MariseLeopoldo BessoneMac Dowell Leite

de CastroRosa FloresSebastião Rodrigues

JúniorSérgio MuriloWaldir WalterVago

PT

PTB

Miro TeixeiraOlivir GabardoPaulo RattesPedro SampaioRenato AzeredoRonan TitoSamir AchôaUlysses GuimarãesWalber GuimarãesVago

PDT

PDS

PDT

PTB

PMDB

PMDB

Aldo FagundcsDaniel SilvaElquisson SoaresFrancisco PintoFelippe PennaHildérico OliveiraJosé FreireMárcio MacedoMarcus CunhaMendonç.a Neto

José Mauricio

Augusto LucenaBonifácio de AndradaCláudio PhilomenoErnani SatyroFernando MagalhãesGuido ArantesHermes MacedoJOsé TorresLeorne BelémLeur LomantoLúcia Viveiros

Magnus Guimarães

Adriano ValenteAntonio UenoBatista MirandaBias FortesCélio BorjaCunha BuenoChristiano Dias

LopesFlávio MarcílioDiogo NomuraGeraldo GuedesHugo Napoleãoítalo Conti

Jorge Cury

Luiz Cechinel

Aluízio BezerraArnaldo LafayetteCardoso FregapaniCarlos Sant'AnaCarlos SantosDel Bosco AmaralIsrael Dias-NovaesIram SaraivaJairo BrumJoão LinharesJoão Menezes

Vilela de Magalhães

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: - Anexo II - Sala 7 - Ramal 6347Secretária: Edna Medeiros Barreto

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo II - Sala 13 - Ramais 6355 e6358

Secretário: Walter Flores Figueira

PTBJorge Cury

REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 15 - Ramal 6367Secretário: Agassis Nylander Brito

Page 55: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

PTB

PDTAluizio Paraguassu

18) COMISSÃO DE TRANSPORTES

PDS

Wildy Vianna2 vagas

José Alves

PDS

PMDB

Valter Garcia

PMDB

João Herculino

Suplentes

REUNlóES

Amadeu GearaDélio dos Santos

Júlio CostamilanMaurício Fruet

4) COMISSAO PARLAMENTAR DE IN­QUéRITO DESTINADA A AVALIAROS RESULTADOS DA REFORMA DOENSINO DE 19 E 29 GRAUS

REQUERIMENTO N.a 138/81Prazo: 12-8-81 a 26-4-82

Presidente: - PDSVice-Presidente: - PDS

Relator: Mário Stamm - PMDB

Angelo MagalhãesAntônio Zacarias

Terças-feiras, às 10 horasLocal: Plenário das CPIs -- Anexo IISecretária: Lourdinete Honório Paiva

Anexo II - Ramal 6406

Titulares

RESOLUÇãO NQ 18/81

Prazo: 13-8-81 a 3-9-82

Presidente: Braga Ramos - PDSVice-Presidente: Francisco Leão - PDS

Relator: Nivaldo KrUger - P.MDB

Altair ChagasAntônio AmaralJoel Ribeiro

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QUéRITO DESTINADA A APURARAS RAZOES DETERMINANTES DASCONSTANTES E CRESCENTES MA­JORAÇOES DAS TARIFAS DE AGUA,ESGOTO, LUZ, TELEFONE E TRANS­PORTE COLETIVO URBANO

VagoVagoVago

Geraldo GuedesRaymundo Diniz

PMDB

Roberto Freire

Titulares

PDS

Navarro VieiraOdulfo Domingues

Adriano ValenteAdolpho Franco

Brabo de CarvalhoFlávio Chaves

VagoVagoVago

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QUÉRITO DESTINADA A APURARAS DISTORÇOES EXISTENTES NACOMERCIALIZAÇÃO DO CAFÉ BRA­SILEIRO

Local: Anexo IIRamais: 6408 e 6409Secretário: Antônio Fernando Borges Manzam

Geraldo Guedes (PDS) - Livro II - Parte Es­pecial - Atividade NegociaI.

Afrisio Vieira Lima (PDS) - Livro lI! - ParteEspecial - CoiSaS.

Igo Losso (PDS) - Livro IV - Parte Especial- Família.

Tarcísio Delgado (PMDB) - Livro V - ParteEspecial - Sucessões.

REQUERIMENTO N.a 139/81Prazo: 16-6-81 a 10-8-82

Presidente: Cardoso de Almeida - PDSVice-Presidente: Delson Scarano - PDS

Relator: Cardoso Alves - PMDB

Titulares

PDS

PMDBElquisson Soares Tarcisio DelgadoIsrael Dias-Novaes

Suplentes

PDS

Afrisio Vieira LimaFrancisco BenjamimErnani Satyro

José Maria de CarvalhoLúcio CioniLuiz LealOdacir KleinRuy CôdoVago

PDT

PTB

PMDB

PMDBPaulo BorgesSérgio FerraraTidei de LimaValter GarciaVago

Aírton SandovalFrancisco LibardoniFued DibGeraldo FlemingGilson de BarrosJoão Linhares

Eloy Lenzi

Paulo Pimentel

Vilela de Magalhães

SuplentesPDS

Emidio PerondiFrancisco BenjaminJoaquim GuerraJorge PauloLéo SimõesNavarro Vieira FilhoVago

Adalberto CamargoAlcebíades de OliveiraAlipio CarvalhoCarlos EloyCesário BarretoCláudio StrassburgerCristino cortesDarcílío Ayres

Presidente: Homero Santos - PDSVice-Presidente: Manoel Ribeiro - PDSVice-Presidente: Juarez Batista - PMDB

TitularesPDS

Joel RibeiroLuiz BrazRaul BernardoRezende MonteiroRuy BacelarSimão sessim

COORDENAÇÃO DE COMiSSÕESTEMPORÁRIAS

REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 5 - R. 6372 e 6373Secretário: Carlos Brasil de Araújo

Audálio DantasAurélio PeresFernando LyraMário StammNabor JúniorOctacílio de Almeida

Alair FerreiraAlcides FranciscatoDarcy PozzaFrancisco LeãoHélio LevyHermes MacedoJayro Maltoni

REUNIõES

Terças-feiras, às 10 :00 horas

Local: Plenário das CPIs - Anexo II

Ramal: 6404

Secretária: Myrthes Hooper Silva

Quintas-feiras, às 10 horas

Local: Plenário das CPIs - Anexo II

Secretaria: Anexo II - Ramal 6410

Secretária: Nelma Cavalcanti Bonifácio

Antônio FerreiraAugusto LucenaChristóvam Chiaradia

Cláudio StrassburgerPedro Carolo

José Maria deCarvalho

PMDB

PDS

TitularesPDS

Diogo NomuraTheodoricO Ferraço

PMDB

Olivir Gabal'do

Suplentes

REUNIõES

João HerculinoMurilo Mendes

Jorge Uequed

Cesário BarretoDarcy Pozza

Gerson CamataHélio Duque

Elquisson SoaresRonan Tito

Octávio TorrecillaRonaldo l'erreira DiasVictor Fontana

PMDB

PMDB

Suplentes

PDS

Antônio MorimotoAntonio UenoAthiê CouryHugo Rodrigues

da Cunha

Airton SandovalCristina Tavares

Alvaro DiasCastejon Branco

Diretor: Walter Gouvêa CostaLocal: Anexo TI - Tel.: 226-2912 (direto)

Ramal 6400 e 6401

Seção de Comissões Especia.isChefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo TI - Tel: 223-8289

(direto) Ramais 6408 e 11409Seção de Comissões Parlamentares

de InquéritoChefe: Lucy Stumpf Alves de SouzaLocal. Anexo II - Tp.I.: 223-7280 (direto)

Ramal 6403

1) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADAA DAR PARECER AO PROJETO DELEI N9 634175, DO PODER EXECUTI­VO, QUE INSTITUI O CóDIGO CIVIL

Presidente: João Linhares - PMDBVice-Bresidente: Igo Losso - PDSVice-Presidente: Elquisson Soares - PMDB

Relator-Geral: Ernani satyro - PDSRelatores Parciais:

Israel Dias-Novaes (PMDB) - Parte Geral ­Pessoas, Bens e Fatos Jurídicos.

Raymundo Diniz (PDS) - Livro I - Parte Es­pecial - Obrigações.

Page 56: DIÁRIO ACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD20AGO1982.pdf · - Concede às exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e determina outras

SuplentesPDS

PMDBJorge Gama Octacilio QueirozMário Frota Waldir Walter

REUNIõESQuintas-feiras, às 10 horasLocal: Plenário das CPls - Anexo IISecretária: Maria Teresa de Barros Pereira

Anexo II - Ramal 6404

5) COMISSAO PARLAMENTAR DE IN­QUÉRITO DESTINADA A APURARAS CAUSAS E CONSEQÜ~NCIAS DAFOME, DESNUTRIÇAO E FALTA DESAúDE NA POPULAÇAO DE BAIXARENDA NO BRASIL

REQUERIMENTO N.O 140/81

Prl:lzo: 29-9-81 a 21-10-82

Presidente: Castejon Branco - PDS

Vice-Presidente: Sebastião Andrade - PDS

Relator: Adhemar Santillo - PMDB

Antônio MazurekHenrique TurnerJayro Maltoni

Cristina TavaresMax Mauro

Alceu Collares

Titulares

PDS

Júlio MartinsPedro Corrêa

PMDB

Fued Dib

PDT

Fernando MagalhãesJoão AlbertoJúlio CamposLeorne Belém

Lúcio CioniManoel GonçalvesMilvernes Lima

EDIÇÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS I PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 50,00 I