diretrizes metodolÓgicas: elaboração de revisão

134

Upload: vanbao

Post on 11-Jan-2017

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • MINISTRIO DA SADE

    Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos

    Departamento de Cincia e Tecnologia

    Braslia DF2014

    DIRETRIZES METODOLGICAS

  • Impresso no Brasil/Printed in Brazil

    Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos. Departamento de Cincia e Tecnologia.

    Departamento de Cincia e Tecnologia. Braslia : Ministrio da Sade, 2014. 132 p. : il.

    ISBN 978-85-334-2171-4

    1. Avaliao de tecnologias em sade. 2. Diretrizes metodolgicas. 3. Tecnologias em sade. I. Ttulo.

    CDU 001.8:614 Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2014/0529

    Ttulos para indexao

    studies of risk factors and prognosis

    2014 Ministrio da Sade.

    da Sade: .

    Este trabalho foi desenvolvido no mbito do termo de cooperao n 47 entre o Departamento de Cincia e Tecnologia e a Organizao Panamericana da Sade

    Tiragem: 1 edio 2014 1.000 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADESecretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos EstratgicosDepartamento Cincia e Tecnologia Coordenao-Geral de Gesto do ConhecimentoSQN Quadra 2 Projeo C, trreo sala 04CEP: 70712-902 Braslia/DFTel: (61) 3410-4199 Site: www.saude.gov.brE-mail: [email protected]

    Superviso Geral:Carlos Augusto Gabrois Gadelha (SCTIE/MS)Antnio Carlos Campos de Carvalho (Decit/SCTIE/MS)Jorge Otvio Maia Barreto (Decit/SCTIE/MS)

    Organizao:Kathiaja Miranda Souza (Decit/SCTIE/MS)Roberta Moreira Wichmann (Decit/SCTIE/MS)

    Elaborao:rica Aranha Suzumura (IEP-HCor)Anna Maria Buehler (IEP-HCor)Sabrina Bernardez Pereira (IEP-HCor)Mabel Figueir (IEP-HCor)Claudia Oliveira (IEP-HCor)

    Otvio Berwanger (IEP-HCor)

    Reviso Tcnica:Adriano Alves Pereira (Universidade Federal de Uberlndia)Airton Stein (NATS/GHC; UFCSPA; ULBRA)Marina Gonalves de Freitas (Decit/SCTIE/MS)Mrio Henrique Osanai (Decit/SCTIE/MS)

    Roberta Moreira Wichmann (Decit/SCTIE/MS)

    Reviso de Especialista:Rachel Riera (Cochrane/Brasil)

    Editorao:Eliana Carlan (Decit/SCTIE/MS)Jessica Alves Rippel (Decit/SCTIE/MS)

    Normalizao: Amanda Soares Moreira (CGDI/ Editora MS)

    -duo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

  • Lista de siglas e abreviaturasAMI Australasian Medical Index

    CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel SuperiorCMA Comprehensive Meta-AnalysisCBLD Chinese Biomedical Literature Database

    DeCS Descritores em Cincias da SadeEMBASE Base de dados eletrnica da editora ElsevierEmtree Descritores de assunto do Embase

    MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System OnlineMeSH Medical Subject Headings

    Wolkers Kluwer HealthPLOS Medicine Public Library Of Science MedicinePubMed Servio de Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos para acesso gratuito ao Medline

    ReBEC Registro Brasileiro de Ensaios ClnicosRebrats Rede Brasileira de Avaliao de Tecnologias em SadeRevMan Review Manager

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 2 Estratgia PECOQuadro 3 Exemplo de questo de pesquisa de estudos observacionaisQuadro 4 Estrutura de protocolo sugerida pela Cochrane Library

    extrao dos dados

    Quadro 9 Sistema GRADE para avaliao da qualidade das evidnciasQuadro 10 Fatores que diminuem a qualidade da evidnciaQuadro 11 Fatores que aumentam a qualidade da evidncia

    15

    21

    22

    24

    34

    39

    50

    60

    63

    64

    65

  • LISTA DE FIGURASFigura 1 Exemplo de registro de protocolo no ClinicalTrials.gov

    com exposio e com desfecho

    29

    38

    51

  • SUMRIOApresentao

    1.6 Recursos necessrios

    acrnimo PECO

    2.4 Documentao da metodologia: redao do protocolo

    3.1 Busca de potenciais estudos elegveis

    3.1.2 Pesquisa em fontes de dados no publicados, em andamento e literatura cinzenta3.1.3 Elaborao da estratgia de busca nas vrias bases de dados

    3.1.3.1 Seleo dos termos para a busca3.1.3.2 Filtros de busca para estudos observacionais

    3.1.4 Relatando o processo de busca3.2 Avaliao da elegibilidade dos estudos

    3.3 Extrao de dados3.3.1 Processo de extrao de dados

    dos dados3.3.1.3 Avaliao do risco de vis dos estudos includos

    3.4 Resultados

    3.4.2 Sumrio das medidas de associao nos estudos3.4.2.1 Clculo da metanlise de estudos observacionais3.4.2.2 Modelos de anlise

    13

    15

    15

    15

    16

    17

    18

    19

    21

    21

    22

    22

    23

    27

    27

    27

    29

    30

    31

    32

    32

    33

    33

    35

    36

    36

    37

    39

    40

    42

    43

    43

    44

    44

    47

  • 3.4.2.2.2 Modelo de efeitos randmicos

    3.4.2.3.1 Mtodo do inverso da varincia3.4.2.3.2 Mtodo Mantel-Haenszel 3.4.2.3.3 Mtodo de Peto

    3.4.2.4 Programas para clculo de metanlise3.4.3 Apresentao dos resultados das metanlises3.4.4 Risco de vis de publicao

    3.4.4.3 Mtodo trim e 3.4.5 Heterogeneidade

    3.4.5.2 Explorando a heterogeneidade entre os estudos3.4.5.2.1 Meta-regresso

    3.4.6 Anlise de sensibilidade

    4 Relato e aplicabilidade dos resultados

    4.1 Estruturando a discusso e a concluso4.1.1 Estruturando a discusso4.1.2 Estruturando a concluso

    4.1.2.2 Implicaes para pesquisas futuras

    5 Etapas opcionais

    5.1 Avaliao da qualidade da evidncia sistema GRADE5.1.1 O sistema GRADE e a fora da recomendao5.1.2 Como graduar a qualidade da evidncia

    Apndices

    entry terms do termo MeSH para Apndice C Construo da estratgia de busca: smbolos e operadores booleanosApndice D Gerenciadores de referncias: o que so e como

    Apndice F Clculo e interpretao das medidas de associao

    47

    47

    47

    47

    48

    48

    48

    49

    49

    50

    52

    53

    54

    54

    55

    55

    56

    57

    59

    59

    59

    60

    60

    61

    61

    63

    63

    64

    64

    67

    75

    77

    79

    81

    85

    89

    91

    95

  • 97

    99

    103

    105

    111

    127

    Anexos

    Epidemiology (STROBE)

    Anexo D Checklist Downs and Black adaptado para avaliao da qualidade metodolgicaAnexo E Diretriz de redao do manuscrito Meta-analysis of

    2

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    13existentes sobre a associao entre uma exposio e desfechos, por meio de metodologia

    todos os estudos disponveis para uma questo de pesquisa, rea do conhecimento ou fenmeno de interesse. O resultado dessa reviso representa o atual conhecimento sobre

    geralmente empregado (metanlise) sumariza em uma nica medida de associao os

    na elaborao e conduo desses estudos.

    Grupo de Trabalho de Mtodos da Rede Brasileira de Avaliao de Tecnologias em

    fundaes e tcnicos de secretarias e departamentos do Ministrio da Sade.

    A diretriz apresentada neste documento foi baseada em diretrizes prvias, ferramentas de avaliao de qualidade metodolgica e de relato adequado dos resultados1-3.

    Seo 4: Relato e aplicabilidade dos resultados.Seo 5: Etapas opcionais complementares.

    para entender e realizar uma metanlise. O detalhamento de alguns conceitos fundamentais necessrios ao entendimento desse manual pode ser encontrado nos apndices.

    Boa leitura!

    Apresentao

    13

  • 15

    a evidncia disponvel sobre a questo de pesquisa. As principais diferenas entre

    1 Introduo s revises sistemticas

    15

    Reviso Tradicional

    Questo clnicaRaramente reportada. Geralmente so amplas, abrangendo vrios aspectos sobre determinada populao, doena ou exposio.

    da populao, exposio e desfecho de interesse.

    Busca na literatura

    Busca abrangente em diversas bases

    Seleo de estudos

    Raramente reportada. Geralmente com amostra enviesada de estudos. excluso de estudos.

    Avaliao da qualidade

    selecionados

    Avaliao metodolgica criteriosa dos

    Sumrio dos resultados

    4.

    dois ou mais estudos independentes, gerando uma nica medida de associao5. No contexto de metanlise de estudos observacionais, importante destacar que o

    reas de pesquisa clnica no passveis de conduzir ensaios clnicos randomizados. No entanto, a escolha do delineamento observacional em pesquisas para inferir causalidade ainda controversa6.

  • 16

    Ministrio da Sade

    Dada a natureza dos estudos observacionais, a metanlise desses estudos apresenta

    delineamento e nos resultados dos estudos includos (heterogeneidade clnica ou

    mais precisas acerca da associao entre o fator de exposio e o desfecho.

    deve ser considerada apenas quando os estudos so similares, tanto em relao s

    exposio em estudo. Mesmo com esses critrios preenchidos, ainda pode haver heterogeneidade importante entre os estudos, tornando inapropriado sumarizar

    estudos, com uso de estratgia de busca sensvel e bem documentada; c) avaliao dos

    subgrupo ou de sensibilidade, principalmente em metanlise de estudos observacionais 7.

    Com o advento da medicina baseada em evidncias, tm crescido a necessidade de sntese de evidncias e respostas rpidas s questes clnicas antes da sua

    para uma questo de interesse.

    Um ensaio clnico randomizado o delineamento de pesquisa ideal para avaliao dos efeitos de intervenes. No entanto, ensaios clnicos randomizados no so adequados ou viveis para responder determinadas questes de pesquisa, em

    potenciais fatores de riscos; b) alguns desfechos ou doenas podem apenas ocorrer

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    17

    aps a incluso de grande amostra populacional e longos perodos de seguimento, o que pode inviabilizar um ensaio clnico randomizado; c) dependendo da exposio de interesse, muitas pessoas poderiam se recusar a receber a exposio determinada por terceiros, por longo perodo de tempo8. Assim, nas situaes em que no

    nos quais o pesquisador coleta dados, simplesmente observando e comparando os eventos enquanto eles acontecem.

    Risco refere-se, genericamente, probabilidade de algum evento indesejado.

    probabilidade de que pessoas expostas a certos fatores (fatores de risco) adquiram ou desenvolvam subsequentemente uma doena ou situao de interesse. Os estudos

    Nos estudos de coorte convencionais, inicialmente um grupo similar de pessoas

    dividido em grupos exposto e no exposto a um fator de interesse. Essas pessoas

    da ocorrncia do desfecho pr-determinado. H ainda os estudos de coorte

    dados de registros populacionais de determinado pas ou regio e por isso so mais

    agrupados de acordo com a presena (casos) ou no (controles) da doena ou situao de interesse. Por meio da comparao entre estes grupos, procura-se determinar a

    situao) de interesse.

    estudos de coorte para avaliao de fatores de risco. Inicialmente uma amostra

    situao) dividida em grupos exposto e no exposto a um fator de interesse (fator

  • 18

    Ministrio da Sade

    de tempo para a avaliao da ocorrncia do desfecho pr-determinado (por exemplo, progresso da doena j instalada, melhora clnica, outros eventos subsequentes)8.

    estudos primrios (coortes e caso-controles). Basicamente, a presena de variveis de confuso, ausentes ou controladas em ensaios clnicos randomizados, pode gerar medidas de associao enviesadas nos estudos observacionais. Os estudos primrios

    confuso conhecidas e limitado ao tamanho do estudo. Assim, as variveis de

    Por exemplo, estudos observacionais avaliando a terapia de reposio hormonal em mulheres no climatrio demonstraram reduo no risco de eventos cardiovasculares nessa populao. Posteriormente, ensaios clnicos randomizados avaliando a associao

    a evidncia gerada pelos estudos observacionais e a gerada pelos ensaios clnicos

    ao fator de exposio (terapia de reposio hormonal) nos estudos observacionais. Mulheres climatricas que optararam por fazer reposio hormonal (ou aquelas cujos mdicos indicaram a terapia) apresentaram maior probabilidade de serem expostas tambm a outros fatores (fatores de confuso) que reduziam o risco de eventos

    balanceadas entre os grupos exposto e no exposto. Assim, os grupos gerados no

    diferena a exposio terapia de reposio hormonal9-11.

    Groenwold e cols. demonstraram que a maioria dos estudos observacionais

    controlados nas anlises. No entanto, detalhes sobre o processo de seleo e

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    19

    incluso destes fatores de confuso so pouco relatados. Alm disso, apenas 9% dos estudos observacionais avaliados comentaram sobre o potencial impacto dos fatores de confuso no controlados nas medidas de associao12.

    Adicionalmente, nem todas as informaes necessrias compreenso da

    essenciais que devem ser reportadas e como devem ser relatadas, de modo que

    (Anexo A)3, 13.

    1.6 Recursos necessrios

    dominadas pela equipe; b) tecnologia como

    clnico sobre o tema, sobre epidemiologia e ter habilidades para manuseio dos

    e que ainda no foi respondida?2) H uma equipe com o mnimo de pessoas treinadas?

    forma a cumprir o cronograma estabelecido?

    para anlise de dados?

    gerenciamento do tempo disponvel deve focar nas etapas de planejamento,

    cronograma do tempo para contato e levantamento de dados com autores cujos

    Inicialmente ser necessrio o planejamento do nmero de pessoas que iro

  • 20

    Ministrio da Sade

    compor a equipe e suas atribuies. Um coordenador fundamental para que possa liderar a equipe e reconhecer a necessidade da consultoria de especialistas como

    equipe no domina, alm de ser o responsvel por consolidar cada uma das etapas de conduo da reviso.

    Em relao aos recursos financeiros, altamente recomendvel a elaborao de um oramento detalhado prvio ao incio da reviso, que contemple gastos com consultorias, bens materiais permanentes (computadores) e de consumo (material de escritrio e impresso, programas estatsticos especficos, se aplicvel, programas gerenciadores de referncias, entre outros). Esses recursos financeiros podem ser prprios ou financiados por agncias de fomento pesquisa, instituies envolvidas na avaliao de tecnologias em sade ou na elaborao de diretrizes para prtica clnica.

    qualidade metodolgica. Para tanto, necessrio ter noes bsicas de metodologia

    como os gerenciadores de referncia, programas para clculo da metanlise, as peculiaridades de busca nas vrias bases de dados, alm de habilidades de redao

  • 21

    preciso assegurar que essa questo no tenha sido objeto de pesquisa prvia e com

    O conceito de questo de pesquisa estruturada foi introduzido em 1995 por Richardson e cols.14

    convenciona-se estrutur-la segundo os componentes do acrnimo PECO, onde cada letra representa um componente da questo, como apresentado no Quadro 2:

    A princpio, os autores sugeriram o uso do acrnimo PICO, onde a letra I representa

    para adaptar

    acrnimo PICOS, onde o S refere-se ao desenho de estudo (study design). J, Fineout-Overholt e Johnson15 sugeriram um esquema de cinco componentes para questes

    perodo de seguimento ( ). proposta a seguinte abordagem para cada elemento do acrnimo PECO:

    P

    gnero, entre outros.

    E

    2 Planejamento da reviso sistemtica

    P Populao de interesse Paciente ou problema a ser abordado

    E Exposio

    C Comparador Controle (por ex.: no exposio)

    O Desfecho (outcome) Desfecho de interesse (ou situao de interesse)Fonte: elaborao prpria.

  • 22

    Ministrio da Sade

    C

    com uma populao similar que no teve contato com o fator de exposio. Em estudos de caso-controle, o grupo controle um grupo similar, no entanto, sem a presena do desfecho de interesse.

    O Desfecho (outcomedesfechos clinicamente relevantes como mortalidade, morbidade, qualidade de

    sobre determinada rea do conhecimento.

    que apresentam troponina T elevada no perodo perioperatrio em relao aos que no apresentam?

    E = Troponina T elevadaC = Sem troponina T elevada O = bito em 30 dias

    Fonte: (Devereaux, 2012, baseado)16.

    critrios de elegibilidade para seleo dos estudos primrios. Desenho do estudo, nveis de dose mnima/mxima, o estado de sade inicial, o perodo de seguimento mnimo, entre outros, so exemplos de critrios adicionais de elegibilidade.

    importante que essas decises sejam tomadas em consulta com especialistas da rea

    data mais recente dos estudos, pois pode resultar na perda de dados originais que, devido

    Assim como para incluso e excluso de pacientes nos estudos clnicos primrios,

    com antecedncia e registrados em protocolo (seo 2.4).

    deparar com a situao em que a associao entre fator de exposio e desfecho j tenha sido estabelecida em estudos prvios.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    23

    17, 18, disponvel na

    19.

    Outra fonte essencial o PubMed/MEDLINE por meio do Clinical Queries20 uma ferramenta da base apresentada na parte mdia-inferior da pgina inicial. No Clinical

    Tambm se recomenda a busca no banco de estudos da Rede Brasileira de Avaliao de Tecnologias em Sade (Rebrats), o Sisrebrats21, que contempla em sua base

    atravs de editais com fomento para pesquisas.

    algum diferencial relevante como, por exemplo, a publicao de um novo estudo,

    2.4 Documentao da metodologia: redao do protocolo

    Assim como em qualquer estudo clnico primrio, o protocolo de uma reviso

    O protocolo descreve as etapas realizadas na reviso e pode ser estruturado em

    se registrar os critrios de elegibilidade, as bases de dados a serem pesquisadas,

    as anlises de subgrupo e de sensibilidade de interesse. O relato dos resultados, discusso e concluses fazem parte da redao do manuscrito. Sugere-se que o protocolo da reviso seja elaborado, preferencialmente, por um grupo de revisores com experincia tanto na rea do conhecimento clnico, quanto em metodologia

    alfa.

  • 24

    Ministrio da Sade

    Uma sugesto de modelo de protocolo est disponvel no programa Review Manager,

    da reviso na Cochrane Library. O Review Manager est disponvel para gratuito no seguinte Quadro 4 apresenta a estrutura de protocolo sugerida pela Cochrane Library22.

    Quadro 4 Estrutura de protocolo sugerida pela Cochrane Library

    Ttulo em linguagem simples

    Introduo

    Sugere-se estruturar da seguinte forma:

    Mtodos Sugere-se estruturar da seguinte forma:

    Fonte: (Higgins, 2011, baseado)22.

    o registro do protocolo dos ensaios clnicos em bases de dados pblicas, antes da conduo do estudo23

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    25

    DIRETRIZ: PLANEJAMENTO DA REVISO SISTEMTICA

    2) Buscar revises prvias na literatura

    3) Redigir protocolo

    esse registro ainda no exigido pela maioria dos peridicos. Apesar de no

    24.

    resultados da reviso publicados estavam de acordo com o plano original de trabalho.

  • 273.1 Busca de potenciais estudos elegveis

    assegurar a recuperao de todas as evidncias disponveis para a questo de

    ajuda de um bibliotecrio especialista em elaborar estratgias de busca ou um Trials

    na conduo da reviso.

    elaboradas se guiadas pelos domnios do acrnimo PECO. Conforme mencionado

    Estabelecer os termos de busca para estes delineamentos no tarefa fcil, por conta de inconsistncias e diversidades da terminologia usada tanto no texto da publicao quanto na indexao nas vrias bases de dados.

    A busca por evidncias deve contemplar as bases de dados consideradas essenciais,

    (LILACS)25

    levando perda de estudos relevantes, no indexados na base26. Tambm devem

    mais bem explorados na sequncia. Alm disso, pode-se incluir a busca manual pela leitura de anais e resumos de congressos na rea de interesse, listas de referncias de estudos publicados, demais referncias relevantes, por contato com especialistas, etc. Quanto mais abrangente for a busca por estudos, menor o risco de

    evidncias segue nas prximas sees.

    A busca por potenciais estudos sempre se inicia pelas grandes bases de dados eletrnicas como MEDLINE e EMBASE. Tambm se recomenda pesquisar na LILACS, SCOPUS, Web of Science27(CINHAL)28, Australasian Medical Index, Chinese Biomedical Literature Database, outras bases de dados especializadas nacionais e regionais, anais de congressos, bancos de teses, etc.

    Nem todas as bases de dados eletrnicas so de livre acesso. Algumas bases permitem livre acesso, porm, limitado citao e ao resumo da publicao.

    3 Conduo da reviso sistemtica

  • 28

    Ministrio da Sade

    O MEDLINE uma das mais importantes bases de dados internacional. Contm

    medicina, biomedicina, cincias da vida e reas correlatas. O MEDLINE pode ser acessado via portal do PubMed, um servio da Biblioteca Nacional de Medicina dos

    em alguns casos, links para acesso ao texto completo nos das editoras dos

    O EMBASE focado na publicao da literatura europia, atualmente com mais de 27 milhes de citaes. fundamental que a busca contemple tambm o EMBASE.

    29 versus Medline searches, in Family

    que somente 5% das referncias recuperadas foram listadas nas duas bases. Tambm

    30.

    Teses e dissertaes normalmente no esto indexadas nas grandes bases de dados

    auxlio. No Brasil, dispomos de alguns bancos de teses coordenados por grandes

    Catlica (PUC), Portal da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)31Brasileiro de Cincia e Tecnologia (IBICT). Ainda, possvel pesquisar em bases

    Theses Database32.

    O Google Acadmico uma boa ferramenta de busca, pois permite integrar vrias fontes de pesquisa em um s lugar e tem a funo de complementar a busca formal.

    33 tambm uma ferramenta de busca e traz os resultados

    pacientes, captulos de livros.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    29destes estudos no fcil. Uma possvel maneira de rastre-los por meio da busca em bases de dados que registram protocolos de estudos. So exemplos de bases de registros de protocolo: ClinicalTrials.gov34Controlled Trial Number Register (ISRCTN)35, nos EUA, o EU Clinical Trial Register, na Europa e o Registro Brasileiro de Ensaios Clnicos (ReBEC)36. Apesar destas bases terem sido criadas para o registro de ensaios clnicos, estudos observacionais

    limitante dessa estratgia que estudos menores, menos relevantes, podem no estar registrados nessas bases.

    status

    A Figura 1 exibe um exemplo de registro de protocolo no ClinicalTrials.gov.

    Fonte: ClinicalTrials.gov.

  • 30

    Ministrio da Sade

    A literatura cinzenta aquela no indexada em peridicos que publicam Handbook da Cochrane, 2011 (cap. 6,

    busca das evidncias, pois, consiste na fonte de aproximadamente 10% de estudos

    importantes fontes de literatura cinzenta, disponibilizados por algumas revistas de

    pode estar disponvel na mesma base de dados eletrnica onde a edio regular da revista est indexada. Como exemplos tambm temos a Web of Science que indexa abstracts 37, 38.

    O acesso literatura cinzenta pode tambm ser feito por busca manual, pgina-

    cobrem a literatura cinzenta como o OpenGrey (anteriormente chamado de OpenSIGLE)

    Service (NTIS) que oferece acesso aos resultados de pesquisas governamentais e no governamentais dos Estados Unidos e esto disponveis via internet.

    especialistas no assunto da reviso, autores que se destacam em estudos que foram selecionados ou empresas de interesse na rea a ser pesquisada devem ser consultados, como fonte adicional de informao.

    recuperada pela estratgia de busca.

    dos termos apropriados de busca deve priorizar a sensibilidade em detrimento da

    conhecimento dos mecanismos de busca nas vrias bases de dados se faz necessrio,

    Alguns detalhes, se bem observados, ajudaro na construo da estratgia.

    estudos observacionais baseada nos domnios do acrnimo PECO da questo de pesquisa. Para ensaios clnicos randomizados, recomenda-se construir a estrutura considerando termos para o P (populao), I (exposio/interveno), e C (controle), no limitando a busca para os desfechos, sob o risco de no recuperar estudos elegveis. No caso de estudos observacionais, os termos que caracterizem o desfecho so essenciais, principalmente quando o desenho de estudo caso-controle, em

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    31

    que a seleo dos casos parte da presena do desfecho. Por outro lado, termos que caracterizem o controle no so importantes, pois muitas vezes, o controle a situao de no exposio ao fator em estudo.

    3.1.3.1 Seleo dos termos para a busca

    denominado Medical Subject Heading, MeSH, no EMBASE, Emtree; e na LILACS, os Descritores em Cincias da Sade (DeCS).

    Sugerimos que a seleo dos termos sempre se inicie pelos descritores do MeSH

    ao MeSH, j que nem sempre um termo MeSH corresponde ao mesmo termo no Emtree. Entretanto, para a maioria dos termos MeSh, o EMBASE j sugere o termo correspondente ao Emtree. Abaixo, um exemplo de como o mesmo termo descritor de assunto pode variar nas bases:

    Ex.: Termo no MeSH: Ex.: Termo no Emtree:

    a traduo do MeSH. Para aquele revisor que tenha dvida quanto ao termo em ingls, o DeCS uma boa opo, pois oferece a busca nas trs lnguas da base: ingls, portugus e espanhol. Recomenda-se que a estratgia de busca seja elaborada com a soma dos termos nas trs lnguas por meio do operador booleano OR. O Apndice C ilustra um exemplo desta estratgia.

    mais adequada para a questo a ser estudada na reviso.

    Sugere-se que a estratgia seja incrementada com o uso de vocabulrio no controlado que consiste em palavras de texto, sinnimos, siglas, termos relacionados,

    Na base MEDLINE, o vocabulrio no controlado corresponde aos entry terms que se encontram dentro da definio do termo MeSH. Estes termos representam sinnimos, indexaes prvias ou derivaes do assunto, que contribuem para sensibilizao da estratgia. A quantidade destes termos varia de acordo com o termo MeSH. No Apndice B encontra-se um exemplo de estratgia sensibilizada da busca.

  • 32

    Ministrio da Sade

    termos de busca para cada domnio relevante da questo de pesquisa. De forma geral, os domnios relevantes para a busca por estudos observacionais so: P (populao), E (exposio) e O (desfecho).

    Os termos relacionados a um mesmo domnio (por ex.: todos os termos referentes populao) devem ser somados por meio do operador booleano OR. Aps, os domnios (por ex.: termos referentes populao e termos referentes exposio) devem ser relacionados por meio do operador booleano AND. Uma explicao

    booleanos encontra-se no Apndice C.

    3.1.3.2 Filtros de busca para estudos observacionais

    Filtros de busca so estratgias de busca validadas para recuperar determinado tipo de estudo. O uso de filtros para busca por estudos observacionais ainda uma recomendao controversa. Existem inconsistncias no vocabulrio de indexao destes estudos nas diferentes bases de dados e muitas vezes o descritor indexado no corresponde ao delineamento de fato empregado. Assim, o uso de filtros de busca pode acarretar na perda de estudos potencialmente relevantes para a reviso sistemtica.

    busca de estudos com foco no desenho empregado ou rea do conhecimento, como

    O PubMed Clinical Queries39 apresenta os filtros elaborados por Haynes e cols.40 para vrios desenhos de estudos, entre eles estudos de etiologia e prognstico. Caso os revisores optem pela utilizao de algum filtro, o ideal que utilizem filtros j publicados e validados. No entanto, ressaltamos que ainda no existe consenso sobre o uso ou no de filtro para recuperao de estudos observacionais para reviso sistemtica.

    Deve-se descrever em protocolo e relatar na seo de metodologia do manuscrito

    de abrangncia (por exemplo: MEDLINE de 1950 a 31 de janeiro de 2014) e datas de acesso. Demais fontes de busca, como literatura cinzenta, contatos, busca manual, etc., tambm devem ser relatadas.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    33

    3.2 Avaliao da elegibilidade dos estudos

    leitura do texto completo. As etapas esto descritas a seguir:

    A busca de estudos em todas as possveis fontes de dados gera um nmero muito

    Isto ocorre porque a estratgia de busca elaborada preconizando a sensibilidade

    Quando se trata de triagem de ensaios clnicos randomizados para incluso em uma

    nmero de referncias que no se enquadram nos critrios de elegibilidade estabelecidos

    nem sempre possvel descartar o estudo aps leitura do resumo. Isso se deve rotulao inadequada do desenho de estudo e, por isso, frequentemente necessria a

    O grupo de mtodos de estudos no randomizados da Colaborao Cochrane41

    no protocolo ou como apndices do manuscrito da reviso. importante este registro

    da busca.

    DIRETRIZ: ESTRATGIA DE BUSCA

    2. Buscar evidncias provenientes de literatura cinzenta.

    juntamente com os operadores booleanos para as combinaes entre os termos.

  • 34

    Ministrio da Sade

    esse grupo props um checklist

    sugerimos nessa diretriz uma adaptao deste checklistautores da reviso nos casos de dvidas quanto ao desenho do estudo primrio (Tabela

    O uso de um no obrigatrio, no entanto, as facilidades desta ferramenta em relao organizao

    inmeros programas gratuitos e comerciais, nas mais diversas plataformas de acesso. O Apndice D fornece mais informaes sobre essas ferramentas.

    O resultado da soma das citaes recuperadas em todas as bases de dados deve ser

    recuperar referncias duplicadas. O nmero de citaes duplicadas tambm deve ser

    registro do nmero de citaes encontradas pelas estratgias de busca e excluso das citaes duplicadas, as remanescentes devem ser distribudas entre os revisores.

    Coorte Coorte Caso-controle

    Randomizao sigilosa? No No No

    No No No

    Por outra ao dos pesquisadores? No No No

    Possivelmente Possivelmente Possivelmente

    Com base no desfecho? No No Sim

    Sim No No

    da exposio Sim No No

    Avaliao dos desfechos Sim Possivelmente No

    Os grupos foram comparveis para as variveis:

    Potenciais variveis de confuso? Possivelmente Possivelmente Possivelmente

    Avaliao de base das variveis relacionadas ao desfecho? Possivelmente Possivelmente No

    Fonte: (Higgins e cols., 2011, adaptado)41.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    35

    necessrio, no mnimo, uma dupla de revisores para realizar a triagem pela leitura

    triagem das mesmas referncias. Se o nmero de citaes recuperadas pela estratgia de busca for muito amplo, ou o tempo disponvel para a realizao da tarefa for escasso, frequentemente mais de uma dupla de revisores realizam a tarefa. Ou seja, revisores A e B realizam a triagem da primeira metade das referncias, enquanto revisores C e D triam a segunda metade das referncias.

    preencham os critrios de elegibilidade e manter os que so possivelmente elegveis. Assim, nos casos em que houver dvidas sobre a relevncia da citao, por parte de pelo menos um dos revisores, a referncia deve permanecer entre as potencialmente elegveis e passar para a etapa seguinte, de avaliao da elegibilidade pela leitura

    potencialmente elegveis.

    As discordncias entre os revisores devem ser resolvidas preferencialmente por um terceiro, mas em algumas situaes os dois revisores podem chegar a um consenso sem a necessidade do terceiro. Em alguns casos, pequenas divergncias entre os revisores podem ser desconsideradas, visto que estas referncias tero sua elegibilidade

    prximo de um o valor de Kappa encontrado, maior a concordncia entre os revisores. Um valor de Kappa igual ou superior a 0,6 aceitvel. No entanto, a avaliao formal

    pode relatar mais de um estudo. Ateno deve ser dada quanto a estas diferenas para no causar confuso no momento de incluir um estudo na reviso.

    Todos os estudos que foram selecionados na fase anterior devem ter sua elegibilidade

    da elegibilidade realizada por duplas de revisores, de modo independente.

    a maior parte do tempo previsto para a realizao da reviso. Conforme citado anteriormente, a categorizao do desenho do estudo deve ser realizada com base nas

  • 36

    Ministrio da Sade

    da elegibilidade padronizada elaborada previamente, que contm basicamente os

    acrnimo do estudo, autor e jornal. O Apndice E apresenta um modelo de formulrio de avaliao da elegibilidade.

    Havendo discordncia entre os revisores, estas devem ser resolvidas ou por consenso ou por um terceiro. Aps, obtm-se o total de estudos que so, de fato, elegveis e

    42.

    DIRETRIZ: AVALIAO DA ELEGIBILIDADE DOS ARTIGOS

    1) Somar os resultados de busca de todas as bases.

    elegibilidade.

    independente. As discordncias podem ser resolvidas por consenso ou por meio

    de um terceiro revisor.

    nesta etapa.

    9) Resolver as discordncias por consenso ou por meio de um terceiro revisor.

    entre os revisores.

    3.3 Extrao de dados

    como os revisores julgarem mais adequado e de fcil manuseio. Assim como na etapa

    revisores, de maneira independente.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    37

    Uma vez extrados os dados, as informaes so confrontadas entre os revisores. Havendo discordncias nos dados coletados, estas podem ser resolvidas por consenso entre a dupla ou por consulta a um terceiro revisor.

    Para extrao correta e padronizada dos dados, sugere-se um treinamento prvio

    conceitos sobre o tema abordado na reviso.

    de extrao de dados para cada estudo includo e no para cada publicao/referncia/

    poder conter os dados relatados em mais de uma publicao.

    que forem consideradas importantes para interpretao, clculo e aplicabilidade dos

    informaes de interesse:

    O principal limitante na interpretao dos resultados de estudos observacionais a presena dos fatores de confuso. Devem ser consideradas como fatores de confuso

    que no estejam na via da cadeia causal entre eles (Figura 2). Por exemplo, um estudo realizado para avaliar o risco de infarto do miocrdio em indivduos que consomem cinco ou mais doses de caf por dia deveria considerar como potencial varivel de confuso o fato do paciente ser ou no tabagista. Ser tabagista considerado um fator de confuso, pois esta varivel pode estar associada tanto ao consumo de caf,

    isolar o efeito do tabagismo na ocorrncia do infarto, restando somente a medida de associao da exposio e desfecho (caf e infarto).

  • 38

    Ministrio da Sade

    Exposio Desfecho

    Varivel de confuso

    Fonte: elaborao prpria.

    exposio quanto ao desfecho. importante fazer uma reviso da literatura abrangente

    todos os potenciais fatores de risco e outras variveis que podem contribuir para a ocorrncia do desfecho em questo. Essa instruo prvia tambm auxiliar nas etapas

    de confuso em relao ao desfecho. Complementando, muitas vezes necessrio consultar epidemiologistas ou especialistas na rea relacionada exposio e/ou ao

    de confuso.

    medida de associao entre a exposio e o desfecho, entretanto, sua ausncia no

    exemplo, a combinao de tabagismo e consumo de lcool fator de risco para cncer de esfago (se avalia o efeito do tabagismo em indivduos que no consomem lcool, a associao com a doena ainda permanece (

    medida de associao43. O Quadro 6 resume as principais variveis que devem compor

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    39

    das variveis entre os estudos que podem afetar a magnitude da medida de associao

    aplicabilidade dos resultados. No caso de estudos observacionais, essa importncia ainda maior, considerando que muitas dessas diferenas clnicas podem ser

    Desenho do estudo

    Variveis independentes:

    segundo julgamento do revisor, possam ser variveis de confuso, mesmo que os

    Mtodos

    Fonte: elaborao prpria.

  • 40

    Ministrio da Sade

    primrio considerou a presena desses fatores.

    de heterogeneidade clnica e pode ser fonte de inconsistncia entre os achados, principalmente em metanlises de estudos observacionais.

    Em metanlises de ensaios clnicos randomizados, se a anlise da tabela que

    diferenas clnicas nos pacientes includos nos diferentes estudos, mas as anlises

    clnicos randomizados, tanto os fatores de confuso conhecidos quanto os fatores de confuso desconhecidos so uniformemente distribudos entre os grupos, ou seja, os grupos so verdadeiramente comparveis entre si e a nica diferena entre os grupos pode ser atribuda interveno. No caso dos estudos observacionais, algumas variveis sero consideradas como fatores de confuso e no necessariamente todos os fatores conhecidos sero contemplados nem uniformemente considerados entre os diferentes estudos. Adicionalmente, existem outros inmeros fatores de confuso que no so conhecidos no momento em que o estudo foi conduzido, como por

    Em metanlise de estudos observacionais, os fatores de confuso e de interao considerados podem ter impacto direto na medida de associao.

    3.3.1.3 Avaliao do risco de vis dos estudos includos

    Da mesma forma que para os ensaios clnicos randomizados, diversas ferramentas para avaliao do risco de vis esto disponveis e no h um consenso acerca da

    Diversos estudos tm avaliado as diferentes ferramentas de acesso ao risco de vis 44

    45

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    41

    evidncias, apenas trs ferramentas em comum foram reportadas pelos estudos. Ainda,

    Sanderson e cols.46de vis em estudos observacionais. Assim como nas ferramentas para risco de vis de ensaios clnicos randomizados, essas variaram em relao aos mtodos de

    que propunham pontuaes, em relao aos checklists mais simples, nos quais os principais domnios so avaliados de forma individual.

    Downs and Black47 48. Alm disso, a prpria tabela de risco de vis da Colaborao Cochrane, elaborada para avaliao da qualidade metodolgica e

    caso-controle (Anexo C). Contempla os seguintes domnios de avaliao do risco de vis: seleo dos pacientes (generalizao e aplicabilidade), comparabilidade dos grupos no estudo, mtodos para avaliao dos desfechos (estudos de coorte), comprovao da exposio (caso-controle) e seguimento adequado.

    O checklist de Downs and Black foi desenvolvido e validado para avaliao da qualidade metodolgica de estudos randomizados e observacionais. Assim, algumas

    Colaborao Cochrane sugere que o instrumento seja adaptado para diferentes contextos. A ferramenta composta por 27 questes que avaliam a qualidade metodolgica nos seguintes domnios:

    de vis sobre os resultados do estudo;

  • 42

    Ministrio da Sade

    so generalizveis para a populao com as mesmas condies daquela includa no estudo;

    diferencial que ocorre quando os mtodos de mensurao da exposio ou

    desbalanceada de variveis de confuso;

    atribuda ao acaso.

    As respostas so pontuadas com o valor 1 (quando o critrio que caracteriza

    trs respostas (pontuao de 0 a 2). Assim, estudos de melhor qualidade metodolgica

    Diante da ausncia de consenso sobre a melhor ferramenta para avaliao do risco de vis, recomendamos que os revisores avaliem o risco de vis em cada domnio onde a

    associao. Ademais, importante reportar as informaes que subsidiaram o julgamento para indicar a presena ou ausncia do risco de vis. Por exemplo: em um estudo de coorte

    para vis de seleo alto. Nesse exemplo, mais recomendado indicar que existe alto checklist

    pontuao de cada questo/domnio, de forma que o leitor possa compreender a razo para a tomada de deciso. Os Anexos C e D apresentam as tradues simples (no validada)

    checklistacompanhadas dos instrumentos no idioma original.

    aplicvel, ou a apresentao sumria das medidas de associao entre fator de exposio e o desfecho.

    Em estudos observacionais, duas medidas de associao podem ser apresentadas pelos estudos: a medida de associao no ajustada e a medida de associao

    medida de associao no ajustada anloga medida de efeito relatada nos ensaios

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    43

    clnicos randomizados. Seria a medida bruta da associao. A medida ajustada uma

    considerados no estudo.

    importante coletar essas duas medidas, quando disponveis, pois, conforme ser

    3.4 Resultados

    extrados de cada estudo. Esses dados podem ser compilados em forma de tabelas e,

    resultados tambm devem ser apresentadas.

    metodolgicas relevantes como delineamento, perodos de seguimento e fatores de confuso considerados tenham que ser condensados em uma mesma tabela.

    a que apresenta o risco de vis dos estudos includos, independente da ferramenta

    ideia da abrangncia da estratgia de busca e aumenta a validade interna da reviso.

    DIRETRIZ: EXTRAO DE DADOS

    independente.

    4) Resolver as discordncias por consenso ou por um terceiro revisor.

  • 44

    Ministrio da Sade

    Ao contrrio da metanlise de ensaios clnicos randomizados, o principal propsito da metanlise de estudos observacionais no derivar uma nica medida de associao,

    encontrar padres de associao entre eles.

    dos estudos individuais. Entretanto, a combinao dos resultados no corresponde

    das medidas de associao dos estudos includos para calcular a metanlise. O tamanho da amostra e o nmero de eventos so os determinantes dos pesos dos estudos na metanlise. Assim, a medida sumria da metanlise leva em conta os intervalos de

    realizar a metanlise.

    odds

    3.4.2.1 Clculo da metanlise de estudos observacionais

    o principal limitante. Fatores de confuso so variveis observadas ou no observadas que esto relacionadas com a exposio de interesse e com o desfecho e, dessa forma, podem

    fatores importantes so conhecidos e/ou considerados nas anlises. Essa a principal razo pela qual os ensaios clnicos randomizados so hierarquicamente superiores aos estudos observacionais: a randomizao adequada (considerando um tamanho amostral adequado) permite criar grupos verdadeiramente comparveis, tanto para os fatores conhecidos quanto para os fatores desconhecidos, de modo a atribuir a diferena nos achados exclusivamente interveno.

    No relato dos resultados dos estudos observacionais primrios, se os autores no considerarem ajustar a associao entre o fator de exposio e o desfecho por

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    45

    resultados. Os achados no ajustados representam a relao bivariada entre a varivel independente e a varivel dependente que no foi controlada por fatores de confuso. So anlogos aos resultados gerados por ensaios clnicos randomizados, que atribuem as diferenas entre os achados exclusivamente exposio.

    de confuso inserido no modelo simultaneamente com a varivel independente principal (fator de exposio). Nesses casos, o resultado bruto sofrer um desconto

    interesse. Essa probabilidade ento descontada na anlise para gerar a medida

    de confuso. Existe ainda, o escore de propenso pareado, onde os grupos exposto e no exposto so pareados de acordo com escore de propenso (a probabilidade de apresentar o desfecho com base nas variveis de confuso), gerando assim, grupos comparveis (com distribuio das variveis de confuso balanceadas).

    populao do estudo dividida em estratos, que representam as variveis de confuso ou de interao, e as anlises so conduzidas separadamente por estrato.

    metanlise41. Se os critrios de incluso contemplarem estudos observacionais de

    uma para os estudos de coorte e outra para os estudos de caso-controle, se possvel.

    fatores de confuso nos resultados dos estudos, no h um consenso documentado de

    preciso lembrar que mesmo a metanlise de ensaios clnicos randomizados est

    que essa heterogeneidade no exista dentro de cada estudo individual. No caso de estudos observacionais, as variveis de confuso que foram consideradas nos ajustes

    adicional de heterogeneidade entre os estudos. Por exemplo, um estudo que queira

  • 46

    Ministrio da Sade

    do miocrdio em coortes de pessoas residentes em pases do mediterrneo pode ter corrigido o efeito da ingesto por diferenas na idade, sexo e ndice de massa corporal. Outro estudo, avaliando a mesma questo de pesquisa, pode ter considerado as mesmas

    nos achados, a questo : como a diferena no nmero de variveis e das variveis em si (consideradas nos modelos dos estudos individuais) ponderada na metanlise?

    Uma maneira simplista de resolver essa questo no considerar a heterogeneidade devido ao ajuste por covariveis e incluir na metanlise apenas os resultados no

    randomizao o meio de eliminar o efeito das variveis de confuso e outros vieses, o que no o caso dos estudos observacionais.

    Alguns revisores preferem considerar na metanlise as medidas de associao ajustadas para um conjunto de variveis de confuso pr-determinadas e incluir no clculo apenas os estudos que ajustaram seus modelos para esse conjunto de covariveis49, 50. O limitante dessa abordagem que, conforme descrito anteriormente, nem todos os estudos ajustam seus modelos de anlises considerando as mesmas variveis. Assim, essa abordagem implica em restringir o nmero de evidncias disponveis para responder a questo de pesquisa, contrariando o princpio bsico da

    Outra opo incluir os resultados ajustados e no ajustados na mesma metanlise51. Essa abordagem permite incluir toda a evidncia recuperada, mas no leva em considerao a heterogeneidade devido aos ajustes nas anlises. O limitante dessa abordagem que anlises no ajustadas geralmente produzem medidas de associao

    medida de associao entre exposio e desfecho. Assim, na ausncia de uniformidade

    ajustadas. Muitas vezes elas tendem para a mesma concluso, apresentando diferenas

    e no ajustadas no sustentam a mesma concluso.

    explorao da heterogeneidade uma questo essencial em metanlise de estudos observacionais (seo 3.4.5).

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    47

    3.4.2.2 Modelos de anlise

    conforme descritos a seguir.

    um nico verdadeiro efeito comum entre os estudos e que as diferenas entre as medidas de associao dos estudos so atribudas meramente ao acaso. Neste caso, se todos os estudos

    parmetro. A segunda que no existem variaes nas fontes de populao.

    Assim, como os estudos observacionais so heterogneos por sua natureza, o

    O modelo de efeitos randmicos de metanlise assume que a verdadeira medida de associao pode ser diferente entre os estudos primrios, ou seja, no existe um nico

    quando no h heterogeneidade entre os estudos. Caso exista heterogeneidade entre os estudos, o modelo de efeitos randmicos prover uma medida de associao com

    mais conservadora e mais indicada para os estudos observacionais.

    associao entre os estudos includos na reviso. Assim como em metanlise de

    descritas abaixo.

    O mtodo do inverso da varincia pode ser usado para combinar dados dicotmicos

    pois combina qualquer medida de associao que tenha reportado erro padro ou

  • 48

    Ministrio da Sade

    aleatrio. Estes dois conceitos so intercambiveis em termos de informao, mas com valores numricos diferentes.

    Pelo mtodo do inverso da varincia, se assume que a varincia inversamente proporcional importncia do estudo, ou seja, quanto menor a varincia, mais peso ser atribudo a este estudo.

    randmicos, mas somente quando os dados forem dicotmicos. Este mtodo prefervel ao mtodo do inverso da varincia quando os dados dos estudos so escassos

    diferente de atribuio de pesos que o inverso da varincia. Nas demais situaes, este

    foi

    odds quando a ocorrncia de eventos igual zero em um dos grupos.

    3.4.2.4 Programas para clculo de metanlise

    comandos de cada programa.

    Para o mtodo de Mantel-Haenszel e Peto, so necessrios os dados da tabela de

    atravs de imputao de dados52, 53.

    54, que possui alguns pacotes bsicos instalados e outros que devem ser incorporados separadamente, como o metafor, metacor e metaMA. Outras opes, tambm gratuitas, so o Meta-

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    49

    55 56. Algumas opes de programas comerciais so o Comprehensive Meta-Analysis CMA57, MetaWin58, WEasyMa59, que tambm possuem opes demo gratuitas, o SAS60, STATA61 e o WinBUGS62.

    O Review Manager63

    de estudos de coorte quando os estudos includos reportarem o nmero de eventos no grupo exposto e no exposto pelos mtodos de Mantel-Haenszel ou Peto, neste caso, gera uma medida de associao no ajustada. O Review Manager tambm permite a sumarizao das medidas de associao reportadas pelos estudos, por exemplo, do

    odds transformado em escala logartmica (para que a escala numrica se torne simtrica).

    Portanto, para o clculo da metanlise de uma medida de associao em escala

    genrica. Assim, possvel inserir dados da medida de associao de escolha e seu erro padro. O mtodo de anlise o inverso da varincia, que permite calcular a metanlise

    O Apndice F discorre sobre clculo e interpretao das medidas de associao.

    A(s) medida(s) de associao da(s) metanlise(s) pode(m) ser apresentada(s) em forest plot

    de confuso) que podem afetar as medidas de associao dos estudos observacionais

    risco de vis de publicao. Este vis caracterizado pela no incluso da totalidade da evidncia disponvel, e geralmente introduzido quando o processo de busca no abrangente ou quando os estudos no publicam os resultados de todos os

    vis de publicao pode levar distoro da medida de associao, geralmente na 64. Isto ocorre devido maior probabilidade

  • 50

    Ministrio da Sade

    Quadro 7 Principais vieses de publicao

    Estudos que apresentam uma associao entre exposio e desfecho tendem a ser mais publicados que estudos onde existe ausncia de associao65. H muitos fatores

    acharem que no h interesse nos resultados ou os editores das revistas podem no

    leitores. Por isso a importncia de pesquisar fontes de dados no publicados e reunir a totalidade da evidncia.

    vantagens e limitaes que devem ser consideradas na hora da escolha. Ainda, as evidncias que comparam as diversas tcnicas so limitadas e necessitam ser mais

    acesso ao vis de publicao.

    funnel plot

    vis de publicao e consiste em um plot onde so plotados no eixo horizontal a

    e a preciso dos resultados dos estudos individuais.

    Tipo de vis

    Rpida ou demorada publicao dos resultados da pesquisa, dependendo da natureza e direo dos resultados.

    Resultados da pesquisa publicados em vrias fontes, dependendo da natureza e direo dos resultados, que podem ser computados mais de uma vez na metanlise.

    A publicao dos resultados em revistas de fcil acesso ou nveis de indexao em base de dados padro, dependendo da natureza e direo dos resultados.

    A citao ou no citao dos resultados da pesquisa, dependendo da natureza e direo dos resultados, com

    A publicao dos resultados da pesquisa em uma lngua

    excluso de estudos publicados em outro idioma, no processo de

    desfechoO relato de resultados para alguns desfechos e no de outros, dependendo da natureza e direo dos achados.

    Fonte: elaborao prpria.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    51

    Fonte: (Sterne e cols., 2001, adaptado)66.

    pontos plotados (que representam as medidas de associao dos estudos individuais) so simetricamente distribudos em torno da linha de verdadeira associao formando

    tambm os com maiores amostras. Na base, estariam os estudos menos precisos, que podem apresentar variaes nas tendncias da medida de associao por mero acaso. medida que estudos maiores so publicados, a medida de associao tende a

    Na presena de vis, por exemplo, devido a no publicao de estudos pequenos nos quais a medida de associao foi menor que o verdadeiro efeito (se encontram entre o verdadeiro efeito e a linha de nulidade) ou no houve associao entre exposio de desfecho ou a associao se demonstrou inversa hiptese inicial do estudo, os pontos so assimetricamente distribudos e, neste exemplo, haver ausncia de pontos na base esquerda da pirmide.

    variveis como varincia, inverso da varincia e inverso do erro padro tambm

    determinados por outros fatores alm do tamanho de amostra, como o nmero de

    Assim, estudos com tamanhos de amostras muito diferentes podem apresentar o mesmo erro padro e preciso (e vice-versa)66de funil, em diferentes situaes.

  • 52

    Ministrio da Sade

    padro, maior a preciso do estudo (e geralmente maior tamanho de amostra). No eixo horizontal, est representando a medida de associao de cada estudo. esquerda,

    da esquerda representam os estudos nos quais a medida de associao foi menor que o verdadeiro efeito, nos quais no houve associao entre exposio e desfecho ou a

    com disperso que representa vis de publicao onde esses estudos no foram

    medidas de associao, como odds e diferenas de mdias padronizadas, esto naturalmente correlacionadas com seus erros padro e podem produzir assimetria

    obrigatoriamente que h vis de publicao.

    pelos revisores, incluindo heterogeneidade entre os estudos ou o acaso. Alm disso,

    Isso porque estudos pequenos tendem a ser delineados e conduzidos com menor rigor 67. Esses estudos tendem tambm a produzir

    68. Esse fenmeno pode ser denominado efeito de pequenos estudos. Alm disso, na presena desse fenmeno, alguns estudos que apresentariam

    41.

    69

    encontrada entre a medida de associao e o erro padro (ou outra varivel que

    se a causa da assimetria o efeito de estudos pequenos (estudos menores que, geralmente, so conduzidos com menos rigor metodolgico e tendem a apresentar maiores medidas de associao)41

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    53

    avaliar a assimetria do funil70.

    O teste de regresso de Egger70 uma abordagem que realiza uma regresso linear

    da varincia da medida de associao. Essa ponderao importante, pois assegura

    teste de regresso de Egger deve ser preferido aos outros testes. Entretanto, quando o desfecho dicotmico e a medida de associao da metanlise o odds , a

    na ausncia de efeito de pequenos estudos, o teste de Egger pode indicar que a

    no ocorreu ao acaso (apresentou valor de p muito pequeno). Alguns outros testes diminuem a correlao entre o logaritmo do odds e sua varincia, diminuindo

    71. Entretanto, estes testes aumentam resultados

    estudos, o vis de publicao deve ser considerado como apenas uma dentre outras possveis explicaes. importante salientar que os testes para avaliar a assimetria do

    includos na metanlise. Quanto menos estudos so includos o poder dos testes ainda menor41.

    3.4.4.3 Mtodo e

    O mtodo trim e 72

    A base do mtodo excluir (cortar, do ingls trim) os estudos pequenos e

    lado, ao redor do centro, preenchendo (completar, do ingls ) o funil. Desta forma,

    ajustada, que derivada do clculo de uma nova metanlise que inclui as medidas de associao destes estudos no publicados.

    As limitaes inerentes a esta abordagem esto pautadas na suposio do modelo, que assume que a assimetria do funil representa o vis de publicao. Se a assimetria for

  • 54

    Ministrio da Sade

    estudos com mesma magnitude, mas tendncias opostas de efeito para contribuir com

    Dada a natureza dos estudos observacionais, esperada a presena de heterogeneidade. Mais importante que derivar uma medida nica de associao,

    realizada73.

    A heterogeneidade pode ocorrer devido aos critrios de elegibilidade da amostra

    desfechos, etc.74 Os estudos tambm podem ser heterogneos em relao s suas

    Assim como em metanlises de ensaios clnicos randomizados, quando a heterogeneidade muito elevada e no pode ser explicada por nenhuma anlise ou de subgrupo, no se recomenda a realizao da metanlise, e as medidas de associao entre exposio e desfecho dos estudos no podem ser apresentados de forma agregada.

    os estudos. O teste do chi-quadrado (Chi2 2) mensura o quanto a diferena de magnitude entre as medidas de associao so atribudas somente ao acaso. Porm,

    de amostra. Alm disso, o teste de Chi2 p pequeno para o teste de Chi2 (geralmente convencionado em

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    55

    impacta na medida de associao. A interpretao do I2 deve levar em conta as

    pode-se interpretar o I2 da seguinte forma:

    3.4.5.2 Explorando a heterogeneidade entre os estudos

    possvel explorar as causas de heterogeneidade da metanlise por meio de meta-

    so responsveis pela presena da associao (varivel de confuso).

    Em metanlise de estudos observacionais, considerando o delineamento de estudo observacional e suas limitaes, a meta-regresso a abordagem mais adequada para explorar as fontes de heterogeneidade entre os estudos.

    A meta-regresso , em essncia, uma anlise de regresso onde um desfecho pode ser predito com base em uma ou mais variveis explanatrias. Na meta-regresso a

    odds )

    na magnitude e/ou direo da medida de associao. Essas variveis explanatrias

    potenciais variveis de confuso ou interao.

    o logaritmo da razo da medida de associao no modelo de meta-regresso. O

    varivel explanatria.

    ser considerada na meta-regresso o nmero de fatores de confuso ajustados nos

    estudos. Por exemplo, Horta e col.76

  • 56

    Ministrio da Sade

    regresso, incluram, ento, a covarivel categrica modelo no ajustado, modelo parcialmente ajustado ou modelo totalmente ajustado baseado nessas variveis. Eles concluram que o ajuste para essas variveis de confuso respondiam por 14,4% da heterogeneidade da medida de associao da metanlise.

    regresso, onde um valor de corte, que representaria o nmero de fatores de confuso

    77, 78.

    Assim como nas anlises de regresso, o nmero de variveis que podem ser controladas simultaneamente na meta-regresso depende do nmero de estudos includos, sendo necessrios 10 estudos para cada varivel ajustada41. Essa a principal limitao dessa abordagem, j que o nmero de estudos includos em metanlises moderado, na maioria das vezes, o que inviabiliza a explorao da heterogeneidade por todas as covariveis necessrias.

    Essa anlise consiste na conduo das anlises em subgrupos (estratos) de forma a comparar o comportamento da medida de associao nesses estratos. As anlises

    doena grave versus pacientes com doena leve) ou para subgrupos de estudos (por

    risco de vis versus baixo risco de vis).

    As anlises de subgrupo so conduzidas como forma de explorar a heterogeneidade

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    57As anlises de subgrupos apresentam limitaes. A principal considerar apenas uma varivel, quando na verdade, pela natureza do estudo, diversas outras variveis

    grupos responsvel por toda a heterogeneidade. Como os subgrupos contm

    Anlises de subgrupo e meta-regresso devem ser interpretadas com bastante cautela e servem apenas para gerar especulaes. Portanto, no devem ser consideradas

    dos subgrupos ou das anlises de meta-regresso.

    por ausncia de consenso na literatura para embasar a deciso. Por exemplo, durante

    ou determinado critrio de elegibilidade sem se ter certeza de qual a maneira ideal.

    demonstrar que os resultados das anlises primrias so independentes dessas decises arbitrrias.

    levantadas. Quando as anlises de sensibilidade demonstram que os resultados da

    Uma anlise de sensibilidade comumente realizada aquela que exclui o estudo que apresenta uma medida de associao que diverge muito das demais (denominados outliers

  • 58

    Ministrio da Sade

    outliers

    Tambm importante realizar anlise de sensibilidade considerando o risco de vis

    As anlises de sensibilidade so, s vezes, confundidas com as anlises de subgrupo. Embora algumas anlises de sensibilidade consistam em restringir a anlise para um subconjunto de estudos, esta anlise no determina a medida de associao no conjunto de estudos excludos da anlise. Alm disso, anlises de sensibilidade propiciam comparaes informais sobre diferentes maneiras para se determinar a mesma medida de associao enquanto as anlises de subgrupos geram comparaes formais sobre as diferentes medidas de associao entre os subgrupos selecionados.

    DIRETRIZ: RESULTADOS

  • 594.1 Estruturando a discusso e a concluso

    Aps obteno dos resultados, necessrio discuti-los no contexto da prpria reviso sistemtica e em relao literatura prvia. O mais importante interpretar os achados e discutir as fontes de heterogeneidade. Quando a heterogeneidade dos estudos impede a metanlise, os autores da reviso sistemtica precisam resumir os resultados e, com base na fora de estudos individuais, fazer recomendaes na concluso.

    Uma discusso estruturada ajuda no relato das consideraes e implicaes da 41

    e na literatura79 auxiliam nessa estruturao.

    luz das evidncias atuais e como os novos conhecimentos trazidos com o estudo

    Embora a discusso esteja conectada introduo por meio da hiptese ou questo

    verdade, a discusso um conjunto de ideias que foram construdas desde sua

    base os alicerces j construdos por outros estudos e adicionando s evidncias os ganhos, concordncias ou contradies com seus achados.

    De uma forma estruturada, inicia-se a discusso com um resumo dos pontos relevantes e fortes dos achados, procurando no repetir os principais resultados de forma quantitativa e limitando-se ao primeiro pargrafo. importante salientar que na seo dos resultados so apresentados os achados e na discusso so explicados esses achados.

    subjacentes constatao, enriquecendo com os achados concordantes e/

    previamente.

    Nesta seo, dever ser avaliada a qualidade dos estudos ou validade interna, a direo e a magnitude dos efeitos. A presena de heterogeneidade esperada em metanlise de estudos observacionais e sempre ser uma limitao inerente. Outra

    4 Relato e aplicabilidade dos resultados

  • 60

    Ministrio da Sade

    limitao ausncia de recursos para explorar a heterogeneidade. Por exemplo,

    ausncia do relato dos dados desses subgrupos nos estudos primrios. Os revisores devem se esforar para obter os dados no disponveis, mas nem sempre fcil

    estudos. Tambm podem ser limitaes os potenciais vieses nos estudos primrios. Pode ser ressaltada como ponto forte a busca abrangente e baixa probabilidade de vis de publicao (caso os revisores tenham elaborado uma estratgia em todas as potenciais fontes de evidncias e no tenham detectado indcios de vis de publicao) ou ainda uma medida de associao robusta e precisa (por exemplo, magnitude do de causalidade entre a exposio e desfecho.

    No quadro abaixo seguem, resumidamente, as sugestes de estrutura para discusso:

    A concluso pode sumarizar as ideias principais desenvolvidas na discusso e deve

    2. A Cochrane Library sugere que a concluso seja estruturada em duas sees:

    inequvoco quanto possvel. No devem ir alm da evidncia que foi revisada e

    sexuais via vaginal80.

    1 Resumir os principais resultados.

    3 Concordncias e discordncias com outros estudos e revises.

    4 Destacar os pontos fortes da reviso.

    5 Potenciais vieses e limitaes da reviso.

    Fonte: (Balshem e cols., 2011, adaptado)81.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    61Se a metanlise foi julgada como conclusiva, isto deve ser relatado na concluso.

    Metanlises que no demonstram haver diferenas entre os grupos, no

    adequado para evidenciar tais diferenas. Nesses casos, importante explorar essa

    Um grupo de 27 especialistas props um checklist metodolgico para a redao de

    denominado (MOOSE)2.

    O checklist MOOSE contm especificaes para redao da introduo, estratgia de busca, mtodos, resultados, discusso e concluso. Este checklist objetiva a melhora da utilidade e do relato de revises sistemticas e meta-anlises de estudos observacionais para autores, revisores, editores, leitores e tomadores de deciso clnica.

    dos estudos disponveis na literatura. O Anexo E apresenta a traduo simples (no validada) seguida do instrumento original.

  • 63

    O sistema GRADE inclui avaliao da qualidade da evidncia, com posterior

    qualidade e a fora da recomendao uma das vantagens do sistema GRADE em relao aos outros sistemas de graduao da qualidade das evidncias. Nem todos

    evidncia ou a fora de recomendaes. Evidncia de alta qualidade no implica necessariamente em recomendaes fortes, e fortes recomendaes podem surgir

    O sistema GRADE gradua a qualidade da evidncia em quatro nveis: alta,

    amplamente por conceituadas organizaes como a Organizao Mundial da Sade,

    81

    5 Etapas opcionais

    Qualidade Metodologia

    Alta verdadeiro efeito est prximo da medida de efeito encontrada.

    ECRs bem delineados e executados, produzindo resultados consistentes e aplicveis e/ou estudos observacionais muito bem delineados e com grandes

    Moderadamedida de associao: provvel que o verdadeiro efeito esteja prximo da medida de efeito encontrada, mas h possibilidade de que seja substancialmente diferente.

    ECRs com grandes limitaes ou estudos observacionais bem delineados com grandes

    Baixa limitada: o verdadeiro efeito pode ser substancialmente diferente da medida de efeito.

    Estudos observacionais bem delineados e, ocasionalmente, ECRs* com limitaes importantes.

    Muito Baixa verdadeiro efeito seja substancialmente

    diferente da medida de efeito encontrada.

    Estudos observacionais mal controlados e

    ou relatos de casos).

    Fonte: (Balshem e cols., 2011, adaptado)81.*ECR = ensaio clnico randomizado

  • 64

    Ministrio da Sade

    desejveis e indesejveis de uma exposio. Se os efeitos desejveis claramente excedem os efeitos indesejveis ou vice-versa, a recomendao considerada forte. De outro lado, se os efeitos desejveis e indesejveis esto em estreito equilbrio,

    Alm do equilbrio entre efeitos desejveis e indesejveis, outros fatores que

    medida de associao. De acordo com o GRADE, a qualidade da evidncia pode ser

    Ensaios clnicos randomizados so inicialmente categorizados como evidncia de

    incluindo: limitaes metodolgicas do estudo, inconsistncia dos resultados, evidncias indiretas, impreciso, suspeita de vis de publicao (Quadro 10).

    provenientes de estudos observacionais, a qualidade da evidncia se inicia como de

    magnitude do efeito, se existe evidncia de uma relao dose-resposta, ou se todos

    aparente efeito de tratamento (Quadro 11).

    82

    Qualidade

    Limitao Metodolgica

    Inconsistncia Heterogeneidade entre os estudos, evidenciada principalmente pelo teste de inconsistncia de Higgins.

    Evidncia Indireta

    A questo abordada no respondida diretamente pelos estudos disponveis devido a diferenas na populao, nas exposies, comparadores ou desfechos.

    Impreciso

    Publicao ingls, em revistas indexadas no MEDLINE. Disponibilidade exclusivamente de estudos pequenos indcio de maior risco de vis de publicao.82

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    65

    71

    Qualidade

    Grande magnitude do efeito Quando a magnitude do efeito muito grande, o efeito observado

    Potenciais variveis de confuso H situaes em que as variveis de confuso e outros vieses esto

    Gradiente dose-resposta

    82.

  • 671. BRASIL. Ministrio da sade. Diretrizes Metodolgicas. Elaborao de reviso

    . Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2012.

    , Chicago, v. 283, n. 15, p. 2008-2012, 2000.

    Journal, London, v. 355, n. 7624, p. 806-808, 2007.

    Users guides to

    the medical literature

    evidence for clinical decisions. , Philadelphia, v. 126, n. 5, p. 376-380, 1997.

    journal. In: . 1997.

    , Lyndhurst, v.75, n. 6, p. 431-439, 2008.

    8. FLETCHER, R.; FLETCHER, S. Clinical Epidemiology

    , Chicago, v.280, n. 7, p. 605-613, 1998.

    outcomes: a meta-analysis of randomized controlled trials. PLoS One, San Francisco, v. 8, n. 5, p. e62329, 2013.

    11. AZIZ, F. Coronary Artery Disease in Women: An Unsolved Dilemma. Clinical Medicine Research, Quebec, v. 6, n. 2, p. 86-90, 2014.

    Referncias

  • 68

    Ministrio da Sade

    , Philadelphia, v. 18, n. 10, p. 746-751, 2008.

    observacionais. Revista de Sade Pblica, So Paulo, v. 44, n. 3, p. 559-565, 2010.

    based decisions. ACP Journal Club, Philadelphia, v. 123, n. 3, p. A12-A13, 1995.

    Worldviews on Evidence-Based Nursing, Malden, v. 2, n. 3, p. 157-160, 2005.

    , Chicago, v. 307, n. 21, p. 2295-2304, 2012.

    17. THE COCHRANE COLLABORATION. Cochrane Librarywww.thecochranelibrary.com/view/0/index.html>. Acesso em: 10 out. 2013.

    Biblioteca Cochrane. Disponvel em:

    . CRD . Disponvel

    20. PUBMED. Clinical Queriespubmed/clinical>. Acesso em: 22 out. 2013.

    SISREBRATS.

    Acesso em: 23 out. 2013.

    22. HIGGINS, J. P. T.; GREEN, S. (Ed.).

    and Ageing, Austrlia [revisado em 2011; citado em 2013 Out 10]. The Cochrane Collaboration. Disponvel em: . Acesso em: 23 out. 2013.

    23. MEDICAL Journal editors take hard line on drug research. The Washington Post

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    69

    Reviews

    internet>. Acesso em: 15 out. 2013.

    Lilacs

    bvsalud.org/>. Acesso em: 10 out. 2013.

    , Malden, v. 23, n. 1, p. 3-12, 2006.

    27. THOMSON REUTERS SCIENTIFIC. Web Sciencethomsonreuters.com/thomson-reuters-web-of-science/>. Acesso em: 15 out. 2013.

    28. EBSCO. Cinhal. .

    database>. Acesso em: 17 out. 2013.

    Canadian Family

    Physian, Ontario, v. 51, p. 848-849, 2005.

    (SciELO).

    31. CAPES. Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior.

    32. PROQUEST. Dissertations & Theses Database. Disponvel em: . Acesso em: 26 out. 2013.

    33. TRIP DATABASE. Trip Database clinical search enginewww.tripdatabase.com/>. Acesso em: 20 set. 2013.

    34.NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH. Clinical Trialsclinicaltrials.gov/>. Acesso em: 20 set. 2013.

    35. ISRCTN. .

    36. BRASIL. Ministrio da Sade. Registro Brasileiro de Ensaios Clnicos (ReBEC).

  • 70

    Ministrio da Sade

    BMC Central Proceedings.

    2013. p. 23.

    39. PUBMED. Clinical Queriesbooks/NBK3827/#pubmedhelp.Clinical_Queries_Filters>. Acesso em: 10 out. 2013.

    clinically sound studies in MEDLINE., London, v. 1, n. 6, p. 447-458, 1994.

    41. HIGGINS, J. P. T.; GREEN, S. (Ed.). . New York: Wiley-Blackwell, Cap. 10, p. 295-333. 2011.

    42. COHEN, J. Weighted kappa: nominal scale agreement with provision for scaled Psychological , Washington DC, v. 70, n. 4, p.

    213-220, 1998.

    European

    , Philadelphia, v. 43, n. 7, p. 1188-1199, 2007.

    44. WEST, S. et al. . Evidence report technology assessment (Summary), v. 47, p. 1-11, 2002.

    Technology Assessment, Havant, v. 7, n. 27, p.iii-173, 2003.

    bibliography. , Oxford, v. 36, n. 3, p. 666-676, 2007.

    assessment of the methodological quality both of randomised and non-randomised

    , London, v. 52, n. 6, p. 377-384, 1998.

    studies in meta-analyses

    epidemiology/oxford.asp 2013>. Acesso em: 10 out. 2013.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    71

    London, v. 28, n. 10, p. 1247-1256, 2004.

    50. HORTA, B. L. Maternal smoking and the risk of early weaning: a meta-analysis. , Birmingham, v. 91, n. 2, p. 304-307, 2001.

    , Oxford, v. 162, n. 5, p. 397-403, 2005.

    Medicine, Malden, v. 25, n. 13, p. 2299- 2322, 2006.

    results. Research Systhesis Methods, Malden, v. 4, n. 1, p. 78-94, 2012.

    54. INSTITUTE FOR STATISTICS AND MATHEMATICS. .

    Meta-Analysis Version 5.3

    56. META-ANALYSIS MADE EASY. .

    Meta-Analysis

    meta-analysis.com/index.php>. Acesso em: 10 out. 2013.

    58. ROSENBERG, M. S. MetaWinAcesso em: 20 set. 2013.

    59. SOFT32. Weasyma20 set. 2013.

    60. SAS.

    61. STATA.stata.com/>. Acesso em: 20 set. 2013.

    62. WINBUGS.www.mrc-bsu.cam.ac.uk/bugs/winbugs/contents.shtml>. Acesso em: 20 set. 2013.

  • 72

    Ministrio da Sade

    63. The COCRHANE COLLABORATION. Review Managerwww.cochrane.org/editorial-and-publishing-policy-resource/review-manager-revman>. Acesso em: 20 set. 2013.

    occurrence. , Chicago, v. 263, n. 10, p. 1385-1389, 1990.

    Controlled Clinical Trials, Maryland Heights, v. 8, n. 4, p. 343-353, 1987.

    choice of axis. , Maryland Heights, v. 54, n. 10, p. 1046-1055, 2001.

    67. EGGER, M. et al. How important are comprehensive literature searches and

    Technology Assessment, Wincherster, v. 7, n. 1, p. 1-76, 2003.

    68. SCHULZ, K. F. et al. Empirical evidence of bias. Dimensions of methodological Journal

    , Chicago, v. 273, n. 5, p. 408-412, 1995.

    , Maryland Heights, v. 58, n. 9, p. 894-901, 2005.

    70. EGGER, M. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. Medical Journal, London, v. 315, n. 7109, p. 629-634, 1997.

    analysis. , Chicago, v. 295, n. 6, p. 676-680, 2006.

    , Arlington, v. 56, n. 2, p. 455-463, 2000.

    in Medicine, Malden, v. 17, n. 8, p. 841-856, 1998.

    74. THOMPSON, S. G. Why sources of heterogeneity in meta-analysis should be , London, v. 309, n. 6965, p.1351-1355, 1994.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    73

    Medicine, Malden, v. 21, n. 11, p. 1539-1558, 2002.

    76. HORTA, B. L. Maternal smoking and the risk of early weaning: a meta-analysis. , Birmingham, 2001.

    , London, v. 28, n. 10, p. 1247-1256, 2004.

    Cardiology, Amsterdam, v. 54, n. 17, p.1599-1606, 2009.

    , London, v. 318, n. 7193, p. 1224-1225,1999.

    Acesso em: 10 out. 2013.

    Journal , Maryland Heights, v. 64, n. 4, p. 401-406, 2011.

    Medical Journal, London, v. 336, n. 7650, p. 924-926, 2008.

    reduced incidence of colorectal cancer: a colonoscopy-controlled case-control study. BMC Gastroenterology, London, v. 24, n.12, p. 36, 2012.

    World

    , Hong Kong, v. 20, n. 7, p. 1858-1870, 2014.

    American Journal

    , Bethesda, v. 91, n. 2, p. 487-493, 2010.

  • 74

    Ministrio da Sade

    Nutrients, Basel, v. 6, n. 3, p. 931-949, 2014.

    87. SCHULZ, K. F. et al. Empirical evidence of bias. Dimensions of methodological The

    , Chicago, v. 273, n. 5, p. 408-412, 1995.

    meta-analyses of the published literature for survival endpoints. Medicine, Malden, v. 17, n. 24, p. 2815-2834, 1998.

    Cardiology, San Diego, v. 54, n. 17, p.1599-1606, 2009.

    10 out. 2013.

    91. ANNALS OF INTERNAL MEDICINE. Epidemiologyorg/ internet>. Acesso em: 10 out. 2013.

    Epidemiology

    pages/default.aspx>. Acesso em: 10 out. 2013.

    in Epidemiology

    Acesso em: 20 set. 2013.

  • APNDICES

  • 77

    Apndice A Principais tipos de estudos observacionais para avaliao de risco e prognstico

    Estudos caso-controle

    Etapas Desvantagens

    um estudo observacional no qual os indivduos so selecionados de acordo com a presena (casos) ou no (controles) da doena. Da comparao dos grupos, procura-

    e atributos que os diferenciem (possivelmente relacionados com a causa da doena).

    - Seleo de casos incidentes;- Seleo de controles na mesma base populacional que os casos;- Pareamento;- Informao sobre a exposio;- A medida de associao entre a causa (exposio) e o efeito (doena) dada pelo odds .

    - Geralmente de baixo custo e menor tempo quando comparado com os estudos de coorte;- Pode ser ideal para estudo de doenas raras ou com longo perodo de latncia;- Permitem o estudo de

    - A escolha e o recrutamento da populao-controle

    de seleo/vis de memria);

    maneira indireta pelo odds .

    pertenciam ao grupo caso e 68 ao grupo controle. O odds ajustado (para covariveis idade, gnero,

    83

    controle (alm de outros desenhos de estudos). A metanlise dos estudos de caso-controle demonstrou um odds 84.

    Estudo de Caso-Controle

    Tempo

    Presente

    Populao com doena

    Amostra de controles

    Amostra de casos

    Populao sem doena

    Passado

    Exposio

    No Exposio

    ExposioNo Exposio

  • 78

    Ministrio da Sade

    Estudos de coorte

    Etapas Desvantagens

    Compara a experincia de um grupo exposto e outro no exposto ao longo do tempo,

    efeitos da exposio na incidncia do evento de interesse.

    indivduosexpostos e no expostos;- Observar cada coorte ao longo do tempo para a avaliao do desenvolvimento da doena nos grupos estudados;- Comparar os riscos de surgimento da doena entre os grupos de expostos e no-expostos.

    - Relao temporal;- Clculo direto da taxa de incidncia;

    - Minimiza vis de seleo;

    doenas;- Pode acessar a exposio em diferentes pontos no tempo.

    - Custo e tempo;

    reteno de pacientes em estudos de longo perodo de seguimento, sendo que a perda pode comprometer a validade dos resultados.

    suplementos polivitamnicos contendo vitamina C e a incidncia de catarata em 24.593 mulheres com

    hazard de

    relao s no usurias85conduzida por Zhao e cols. que tambm no encontraram associao entre suplementos polivitamnicos e catarata86.

  • 79Ex.: Termo MeSH + entry terms

    Apndice B Exemplo de sensibilizao de busca utilizando os entry terms do termo MeSH para brain natriuretic peptide

  • 81Os operadores booleanos AND, OR e NOT so responsveis por fazer a ligao dos termos de busca e representam as seguintes aes:

    AND:

    em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. A ordem dos termos no

    operador booleano AND:

    Figura C.1 Operador booleano AND

    OR:

    Units e tambm com ambos. A ordem dos termos no altera os resultados, assim

    operador booleano OR:

    Apndice C Construo da estratgia de busca: smbolos e operadores booleanos

    Fonte: elaborao prpria.

  • 82

    Ministrio da Sade

    Figura C.2 Operador booleano OR

    NOT: O NOT o operador booleano que exclui o termo subsequente. Pelo exemplo

    termos. Neste caso, a ordem dos termos altera os resultados. A Figura C.3 abaixo

    Figura C.3 Operador booleano NOT

    Fonte: elaborao prpria.

    Fonte: elaborao prpria.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    83

    representa a contruo da estratgia de busca e realizao da pesquisa por evidncias para a questo de pesquisa a seguir:

    Questo de pesquisa:

    Exemplo de construo de estratgia de busca no MEDLINE:

    Quadro C.1 Exemplo de construo de estratgia de busca no Medline/Pubmed

    MEDLINE/PUBMED:

    Populao/condio: Pacientes de unidade de terapia intensivaIntensive Care Units[Mesh] OR (Care Unit, Intensive) OR (Care Units, Intensive) OR (Intensive Care Unit) OR (Unit, Intensive Care) OR (Units, Intensive Care) OR Intensive Care[Mesh] OR (Care, Intensive) OR (Surgical Intensive Care) OR (Care, Surgical Intensive)

    AND

    Interveno:

    AND

    Controle: no incluir termos para o comparador.

    AND

    heart failure OR (Cardiac Failure) OR (Myocardial Failure) OR (Heart Failure,

    Heart Failure) OR (Heart Failure, Right-Sided) OR (Heart Failure, Right Sided) OR (Right-

  • 84

    Ministrio da Sade

    Elaborar uma nica verso de uma estratgia de busca geralmente no possvel.

    linha, ou seja, que para cada termo explorado se realize uma pesquisa individual.

    booleanos. Os termos podem ser copiados em arquivo Word para que, sempre que necessrio rodar uma nova estratgia, possam ser colados na caixa de pesquisa da

    Algumas ferramentas adicionais para construo da busca merecem ser destacadas. O uso de smbolos como * (asterisco), $(cifro), ? (ponto de interrogao), vai

    random, randomised, randomized e randomly.

    No EMBASE, o uso do ? (ponto de interrogao) representa a recuperao de mais

    woman e women.

    Exemplo na LILACS:

    (Unidades de Terapia Intensiva OR Unidades de Cuidados Intensivos OR Intensive Care Units OR Centro de Terapia Intensiva OR Centros de Terapia Intensiva OR CTI OR Unidade

  • 85Um gerenciador de referncias apresenta inmeras funes, inclusive, gerenciar as

    de todas as bases eletrnicas pesquisadas em um nico arquivo, bem como adicionar referncias manualmente gerando uma biblioteca pesquisvel. Ainda,

    A tabela D.1 fornece as principais opes comerciais ou gratuitas, bem como a disponibilidade para os sistemas operacionais. Nessa tabela, segue a relao dos gerenciadores de referncias mais comuns.

    Apndice D Gerenciadores de referncias: o que so e como utiliz-los

    Acesso Windows Linux

    Aigaion Gratuito Sim Sim Sim

    Bebop Gratuito Sim Sim Sim

    BibDesk Gratuito No Sim No

    Biblioscape Comercial Sim No No

    Bibus Gratuito Sim Em teste Sim

    Bookends Comercial No Sim No

    Citavi Comercial Sim No No

    Connotea Gratuito Sim Sim Sim

    Docear Gratuito Sim Sim Sim

    EndNote Comercial Sim Sim No

    EndNote Web Gratuito Sim Sim No

    JabRef Gratuito Sim Sim Sim

    Jumper 2.0 Gratuito Sim Sim Sim

    Gratuito Em teste Em teste Sim

    Mendeley Gratuito verso bsica Sim Sim Sim

    Papers Comercial Sim Sim No

    Pybliographer Gratuito Parcial Parcial Sim

    Qiqqa Gratuito Sim No No

    Gratuito Sim Sim Sim

    RefDB Gratuito Sim Sim Sim

  • 86

    Ministrio da Sade

    Reference Manager Comercial Sim No No

    Referencer Gratuito No No Sim

    RefWorks Comercial Sim Sim N/A

    Scholar's Aid Gratuito verso bsica Sim No No

    Sente Comercial No Sim No

    Wikindx Gratuito Sim Sim Sim

    WizFolio Gratuito verso bsica Sim Sim Sim

    Zotero Gratuito verso bsica Sim Sim Sim

    Concluso

    Cada gerenciador de referncias tem sua peculiaridade que deve ser explorada

    biblioteca nica requer poucas etapas.

    comando exportar das bases eletrnicas. Para o Medline, exportam-se os resultados da busca clicando em send to (localizado no canto superior direito da tela de resultados) e, aps, seleciona-se a opo e formato MEDLINE. Ento, clica-se no boto Create

    Figura D.1 Tela do Pubmed

    Fonte: PUBMED, 2013.

  • DIRETRIZES METODOLGICAS: Elaborao de reviso sistemtica e metanlise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognstico

    87

    Para exportar os resultados da busca no EMBASE, clicar em export localizado na barra azul superior da tela de resultados. Ento, escolhe-se o formato de exportao Plain text Full record e clicar em export, conforme Figuras D.2 e D.3.

    Figura D.2 Tela do EMBASE

    O resultado da busca em cada base de dados deve ser exportado para um arquivo de

    de referncias, estes arquivos de texto podem ser somados por meio do comando

    Fonte: EMBASE, 2013.

    Fonte: EMBASE, 2013.

  • 89FORMULRIO DE ELEGIBILIDADE

    unidade de terapia intensiva

    NOME DO REVISOR___________________________________________

    IDENTIFICAO DO ARTIGO

    Sobrenome do autor (se o autor pertencer a um grupo de pesquisa, indicar o nome do grupo)___________________________________

    completo do Jornal)__________________________________________________

    Nmero da 1 pgina___________

    CRITRIOS DE ELEGIBILIDADE

    Tipo de estudo

    ( )Sim ( ) No ( ) No est claro

    Excluir

    cuidados cardiolgicos/coronrios exclusivos) ( )Sim ( ) No ( ) No est claro

    Excluir

    ( )Sim ( ) No ( ) No est claro

    Excluir

    ExposioFoi realizada dosagem de BNP na admisso dos pacientes na unidade de terapia intensiva? ( )Sim ( ) No ( ) No est claro

    Excluir

    Desfecho

    entre BNP e mortalidade? ( )Sim ( ) No ( ) No est claro

    Excluir

    DECISO FINAL

    ( ) Incluir ( ) Excluir ( ) No est claro Entrar em contato com autores

  • 91

    APNDICE F Clculo e interpretao das medidas de associao

    dicotmicos, estes dados podem ser apresentados segundo uma tabela 2 x 2:

    a probabilidade de desenvolver o desfecho em cada grupo.

    a diferena de risco absoluto entre o grupo

    RAR = c/(c+d) a/(a+b).

    o risco de eventos em indivduos expostos, em relao ao risco em indivduos no expostos, ou seja, RR = [a/(a+b)] / [c/(c+d)].

    que removida ou aumentada pela exposio. Pode ser calculado de duas maneiras: RRR= 1- RR ou RRR = RRA/RA (no grupo controle).

    5) (a/b) / (c/d) = ad / bc. O uma razo de chances. Por sua vez, chance a probabilidade de um evento ocorrer sobre a probabilidade do evento no ocorrer.

    DESFECHOTOTAL

    Sim No

    Sim a b a + b

    No c d c + d

    a + c b + d

    IAM No IAM Total

    Tabagista 80 20 100No Tabagista 20 80 100

    Total 100 100 200

  • 92

    Ministrio da Sade

    Risco Absoluto dos expostos: 80/100 = 0,8Risco Absoluto dos no expostos: 20/100 = 0,2

    Interpretao: o risco de IAM dos expostos ao tabagismo 4x o risco dos no expostos

    Chance e :

    Chance dos expostos: 80/20 = 4Chance dos no expostos: 20/80 = 0,25

    = 4/0,25 = 16In