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DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS Centro de Gestão Documental Belo Horizonte 2013 C C o o n n s s e e r r v v a a ç ç ã ã o o p p r r e e v v e e n n t t i i v v a a d d e e d d o o c c u u m m e e n n t t o o s s

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DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS

Centro de Gestão Documental

Belo Horizonte

2013

CCoonnsseerrvvaaççããoo pprreevveennttiivvaa

ddee ddooccuummeennttooss

CCoonnsseerrvvaaççããoo pprreevveennttiivvaa

ddee ddooccuummeennttooss

Belo Horizonte

Polícia Militar de Minas Gerais

Centro de Gestão Documental - CGDoc

Abril/2013

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

GOVERNADOR DO ESTADO

Antônio Augusto Junho Anastasia

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO

Alberto Pinto Coelho

COMANDANTE-GERAL DA PMMG

Coronel PM Márcio Martins Sant'ana

CHEFE DO ESTADO-MAIOR

Coronel PM Divino Pereira de Brito

DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS

Coronel PM Eduardo Cesar Reis

CHEFE DO CENTRO DE GESTÃO DOCUMENTAL

Ten Cel PM Antônio Fernando Munhoz

SUBCHEFE DO CENTRO DE GESTÃO DOCUMENTAL

Maj Joedson Flaviano Gomes

REDAÇÃO

Ten PM Mary Lúcia de Britto Santos

Ten PM Marilene Nascente Ferreira

3º Sgt PM Helder Ferreira Duarte

3º Sgt PM Sandro Ricardo Rocha Ribeiro

FC Vinícius Lopes Faria

REVISÃO FINAL

Ten-Cel PM Jaqueline Rocha

Subdiretora da DRH

REVISÃO DE PORTUGUÊS

Profª Msª Cristina G. F. de Souza Dutra

Mestre em Literatura Brasileira pela UFMG

DIREITOS EXCLUSIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS (PMMG)

Permitida a reprodução parcial ou total desde que indicada à fonte.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Que sua eminência ordene em todas e em cada uma

das províncias que se reserve um prédio público no qual o

magistrado (defensor) guarde os documentos, escolhendo

alguém que os mantenha sob custódia, de forma que não sejam

adulterados e possam ser encontrados rapidamente por quem

os solicite; que entre eles haja arquivos e seja corrigido

tudo que foi negligenciado nas cidades.

Imperador Justiniano (483-565)

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

SumárioIntrodução ................................................................................................................................... 6

Apresentação .............................................................................................................................. 7

Orientações e Cuidados para a Conservação de Documentos .................................................... 8

Vistoria...................................................................................................................................... 17

Características Gerais dos Materiais Empregados para Conservação dos Documentos .......... 17

Glossário ................................................................................................................................... 18

Referências ............................................................................................................................... 20

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Introdução

Com o advento das novas políticas públicas de transparência administrativa e de acesso à

informação, a produção documental assumiu grande importância. Ela está estreitamente vinculada à

organização e à salvaguarda do acervo e a sua visibilidade para os cidadãos. Dar acesso e conservar

documentos é um grande desafio para as instituições públicas.

Para tanto, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais criou o Centro de Gestão Documental

- CGDoc - que, por sua vez, possui, em sua estrutura administrativa, a Seção de Orientações

Técnicas, que é responsável por orientar as ações institucionais e por acompanhar as diretrizes federais

e estaduais relativas à política de gestão documental, com ênfase na organização arquivística.

Ao se partir do princípio de que a conservação e a preservação de documentos são ações

imprescindíveis para a manutenção do acervo documental, percebe-se que seu primeiro fundamento,

ou seja, a preservação e conservação dos documentos, apoia-se na razão pela qual os documentos são

produzidos e acumulados. Segundo SCHELLENBEERG (2006), “para serem considerados arquivos,

os documentos devem ter sido criados e acumulados na consecução de algum objetivo”¹. Numa

instituição pública, como no caso da PMMG, esse objetivo é o cumprimento de sua finalidade oficial.

Logo, será por meio da conservação preventiva de documentos que poderemos garantir o acesso a

informação pública a médio e a longo prazo.

O CGDoc tem como uma de suas missões conscientizar e divulgar ao público interno sobre a

importância de se garantir a preservação dos documentos produzidos pela corporação. Para tanto,

adotará métodos simples e viáveis, os quais permitam a preservação das massas documentais não

avaliadas ou mesmo da documentação que já foi devidamente avaliada e que aguarda transferência

para o arquivo intermediário. Dessa forma, será garantido que o acesso ao acervo documental da

instituição ocorra de forma rápida e eficaz, com a documentação devidamente preservada,

principalmente quando se tratar de documentos cujos prazos de guarda ainda não foram definidos

pelos órgãos competentes.

Por fim, é preciso que se compreenda que os documentos arquivados devem receber cuidados

específicos que visem garantir sua integridade física e a saúde daqueles que os manuseiam. É

primordial que todos os agentes públicos estejam conscientes do valor dos documentos como fonte

informacional e de valor probatório.

(a) Eduardo Cesar Reis, Cel PM

Presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos

________________________________________________________________________ ¹SCHELLENBERG, Theodore R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Fgv, 2006. 388 p.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Apresentação

Esta cartilha, elaborada pelo CGDoc tem como objetivo orientar o público interno sobre a

maneira adequada de manusear, higienizar e acondicionar os documentos produzidos e recebidos nas

diversas atividades institucionais, visando a conservação dos mesmos.

Podemos definir conservação como um conjunto de medidas preventivas necessárias à

manutenção física de documentos. A conservação preventiva é o conjunto de medidas que atuam

contra a deterioração do acervo documental com a finalidade de prevenir danos. Ela abarca o

monitoramento das condições ambientais, a higienização, os procedimentos de manutenção e o

planejamento para evitar a ocorrência de desastres.

Conservar é uma ação que exige conscientização e ações concretas de todos os servidores. É

necessária a mudança na maneira de trabalhar de todos que atuam na instituição, para que novos

modos de pensar e agir sejam instituídos e estes garantam a preservação da documentação produzida e

recebida.

Dessa forma, com o emprego de ações bem simples de conservação preventiva,

conseguiremos minimizar o processo de degradação do acervo documental de nossa instituição,

garantindo o acesso da sociedade a informações relevantes nele contidas.

Antônio Fernando Munhoz, Ten Cel PM

Chefe do Centro de Gestão Documental

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Orientações e Cuidados para a Conservação de Documentos

Acondicionamento

O acondicionamento adequado é um dos principais fatores para uma eficiente

conservação de documentos. É necessária a utilização de materiais de qualidade arquivística,

os quais podem ser encontrados com relativa facilidade no mercado e cujos preços não se

diferem sobremaneira dos demais materiais adquiridos pela Corporação. Trata-se de materiais

que são chamados “inertes”, ou seja, materiais que não prejudicam a vida útil dos

documentos. A longevidade dos documentos será satisfatoriamente estendida se forem

observados os procedimentos adequados de acondicionamento.

O acondicionamento inadequado repercute sobre a vida útil dos documentos. A guarda

sem cuidado, o acondicionamento em caixas superlotadas ou em arquivos superlotados

resulta, em pouco tempo, em danos, muitas vezes irreversíveis, ao acervo.

Quanto ao ambiente

Fatores externos provenientes do meio ambiente, como a temperatura, a umidade, a

luz natural e/ou artificial, fungos, insetos, entre outras pragas, contribuem para a deterioração

do papel, bem como de outros materiais.

A luz do sol e as lâmpadas fluorescentes sem filtro são fontes de raios ultravioletas

que, em contato com os documentos, provocam danos irreversíveis.

Ilustração 1: ambiente de arquivo_Arquivo

nacional Britanico_CC

9

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

A poluição ambiental contribui para o aumento da acidez do papel, o que o torna frágil

e quebradiço. Altas temperaturas e umidade favorecem a degradação de documentos pelo

ataque de agentes biológicos (insetos e fungos).

Higienização

A higienização aumenta sensivelmente a vida útil dos documentos. A limpeza deve ser

realizada em intervalos regulares. A frequência é determinada pela velocidade com que a

poeira se acumula nos locais de armazenamento, variando de ambiente para ambiente. A

limpeza regular deve ser sempre associada a vistorias para identificação de possíveis focos de

infestação de insetos e a presença de fungos nos documentos.

Ilustração 2: Higienização nos documentos no Serviço de

Arquivos da USP (SAUSP). Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP

Portanto, é imprescindível evitar a incidência de luz solar direta no ambiente

reservado para arquivamento. O mobiliário deve ser disposto no ambiente de modo

a não receber luz direta do sol. A luz solar é um fator de deterioração dos

documentos, causando alterações físico-químicas na estrutura do papel e das tintas.

A sujeira e o pó são os agentes de deterioração

que mais afetam os documentos. Portanto, é

fundamental manter limpo e arejado o local de

trabalho e o mobiliário onde são acondicionados

os documentos.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Figura 3: Livros danificados

Deve-se tomar cuidado para que, ao realizar a limpeza, não ocorra a redistribuição do

pó no ambiente de armazenamento dos documentos. Para a limpeza mecânica, ou seja,

limpeza básica e preventiva, recomenda-se também a utilização de um pano macio e escova

de cerdas macias.

O local reservado para a guarda dos documentos deve ser mantido sempre limpo.

A poeira depositada no ambiente facilita o desenvolvimento e a proliferação de

microorganismos, que são deletérios aos documentos e à saúde das pessoas que trabalham

com esses arquivos. A higienização deve ser frequente e sistemática. A limpeza dos arquivos

deve ser feita com aspirador de pó nas persianas, prateleiras, carpetes, ou em ambientes com

grande concentração de pó ou sujeiras, o pano levemente umedecido deve ser utilizado nas

estantes e prateleiras, caixas de polipropileno onde estão armazenados os documentos, e

principalmente no arquivo propriamente dito.

É importante enfatizar que, não se deve utilizar nenhum produto químico para a

limpeza, eles contêm substâncias prejudiciais aos documentos. É possível, para a limpeza dos

armários e estantes, a utilização de uma solução água e álcool em partes iguais. O álcool, além

de ajudar no combate a microorganismos, facilita a evaporação mais rápida da água.

Visando a segurança dos documentos no ambiente de armazenamento é de suma

importância a proibição da entrada de qualquer espécie de líquidos, para que se evite possíveis

acidentes e a alteração da umidade relativa do ar.

A recolocação das pastas e das caixas arquivísticas de polipropileno ou papelão só

deverão serem feitas após a secagem completa dos armários e prateleiras. Espanadores não

devem ser usados, porque apenas redistribuem a poeira.

A poeira tem capacidade abrasiva, além de conter

elementos químicos e esporos de fungos, que comumente

são chamados de mofos ou bolores e atacam os

documentos quando as condições ambientais são

favoráveis.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Armazenamento

Figura 4: Remodelación del Archivo

Geral de ANSES Por ANSESGOB

Móveis confeccionados em madeira, fórmica ou metal sem tratamento são

inadequados para o arquivamento dos documentos. Os móveis mais adequados são os de

metal esmaltado. A madeira não revestida ou de fórmica não é recomendada, pois em ambos

os materiais há emissão de produtos voláteis ácidos que atacam os documentos. Os móveis de

metal sem tratamento estão sujeitos a enferrujar com o tempo, o que não é desejável.

Higiene

Figura 5: Higiene com as mãos

Figura 6: Equipamento de

Proteção Individual (EPI)

Para a segurança pessoal de quem trabalha nos arquivos

setoriais, é fundamental a utilização rotineira do EPI –

equipamento de proteção individual: óculos protetores,

máscara contra poeiras, luvas (preferencialmente de helanca

branca), avental ou jaleco feitos preferencialmente do

material chamado tyvek.

Lavar as mãos antes do início e após o término do

trabalho com documentos deve ser uma rotina

incorporada para garantir a sua saúde e a preservação

dos documentos.

O armazenamento é o sistema que recebe o

documento para ser guardado. Consiste no mobiliário

das salas destinadas à guarda do acervo. São as

estantes, os arquivos e os armários.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Alimentação

Figura7: Documentos X alimentos

É importante ressaltar que o hábito de alimentar-se próximo aos arquivos ou

manuseando os documentos pode levar ao contato com micro-organismos (fungos e bactérias)

extremamente nocivos para a saúde, podendo inclusive causar graves doenças.

Comportamento

Figura 8: cigarro em ambiente de arquivo

Quanto ao manuseio

Não se deve fumar nos locais de acervo, pois os

resíduos químicos da fumaça causam danos ao papel.

A Lei Estadual nº 18552, de 04 de dezembro de 2009,

proíbe o uso do cigarro em órgãos públicos.

“Art°3 é proibida a prática do tabagismo em

recintos fechados de uso coletivo públicos e

privados localizados no Estado”.

Não se deve consumir alimentos e bebidas nos locais onde

se localiza o acervo ou nas áreas de trabalho e manuseio de

documentos. Dessa forma, evita-se que restos de alimentos

possam atrair insetos e roedores. Não se deve colocar

alimentos e bebidas próximos aos documentos. Eles podem

acidentalmente entrar em contato com o papel causando

danos, desde fragilização do papel até manchas

irreversíveis, como as de café, de gordura etc.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Danos mecânicos, ou seja, os danos físicos, podem ocorrer devido à ausência de

proteção física aos documentos. Devem ser evitadas caixas menores que os documentos; uso

de barbante plástico, “gominhas”; caixas superlotadas, acondicioná-los dobrados e sem

realizar a higienização e a retirada de clips de metal, grampos, adesivos etc. Para retirada de

clips, grampos e demais corpos estranhos ao documento utilizar uma espátula de metal.

Sempre usar ambas as mãos ao manusear os documentos.

Nunca se deve umedecer os dedos com saliva ou qualquer outro tipo de líquido para

virar as páginas do documento, pois, esta ação pode desencadear reações ácidas que degradam

o papel, reduzindo a sua durabilidade e causando machas indesejáveis.

Figura 9: Manuseio de documentos

Figura 10: Uso de caneta em documentos

Podemos citar alguns elementos muito encontrados nos locais de trabalho e que são

fatores de degradação: clipes e grampos de metal, barbantes sintéticos, fitas adesivas,

marcadores de textos, colas plásticas (PVA). O grampo, além de furar o documento, com o

passar do tempo se oxida e mancha o papel.

Não se deve manusear os documentos com as

mãos úmidas, sujas de alimentos, cremes ou

outras substâncias quaisquer.

Nunca se deve fazer anotações nos documentos com uso

de caneta. O documento de arquivo é o registro de uma

ação administrativa, que tem seus aspectos formais, os

quais devem ser respeitados.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Figura 12: Caneta marca texto

Figura 13: Lápis 6B

Documentos devem ser assinados somente com caneta preta ou azul. Os documentos

com informações registradas com canetas de cor vermelha não são reproduzidos com

qualidade no processo de microfilmagem. Logo não é recomendada a sua utilização.

Figura 14: Corretivo liquido

Não se recomenda despachar no verso do documento, com o passar do tempo a tinta

migra para a frente, fragilizando o documento. Isso, muitas vezes, impossibilita a leitura do

seu conteúdo. Ressalta-se que, de acordo com o Decreto Estadual n°40186, de 22 de

dezembro de 1998, documentos de guarda permanente devem manter suas características

preservadas.

Não se deve utilizar marcadores de texto. Eles favorecem a

degradação dos documentos e prejudicam no processo da

microfilmagem, impedindo a leitura das partes marcadas,

impossibilitando, assim, o acesso à informação.

Caso seja necessário fazer anotações nos

documentos, elas devem ser feitas a lápis 6B. Esse é

recomendado por ter um traço mais escuro e macio,

além de possibilitar a microfilmagem também da

informação registrada à lápis.

A utilização de corretivo também não é adequada. Seu uso

rasura o documento, o que compromete a sua

autenticidade.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Figura 15: Marca de dobra

Figura 16: Uso de fita adesiva

Além disto, a fita perde seu poder de adesão e o papel fica manchado. Não é

recomendado o uso de colas plásticas (PVA), em razão ao seu teor de acidez. Recomenda-se a

utilização da cola de metilcelulose que é reversível e neutra.

Figura 17: Materiais de escritório

Jamais se deve dobrar os documentos. Essa ação acarreta o

rompimento das fibras tornando o documento frágil, o que

favorece que se rasgue facilmente.

O uso de fitas adesivas é desaconselhável, em

razão da composição química da cola. Com o

passar do tempo, a cola que penetra no papel

desencadeia uma ação ácida que ataca todo o

documento. Tal ação é irreversível.

Como regra geral, não se recomenda a utilização

de clipes de metal, elástico de escritório, alfinetes

e grampos metálicos (especialmente nos

documentos de guarda permanente). Esses

causam danos, fragilizando os documentos e

reduzindo a sua durabilidade, interferindo em

sua preservação.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Figura 18: Grampos de metal

É recomendável adquirir e utilizar papel de qualidade arquivística (papel alcalino) para

a produção de documentos que são de guarda permanente e os de temporalidade longa, como

por exemplo os documentos que serão incorporados à pasta funcional que deve ser preservada

por um prazo de cem anos. Em geral, a diferença de preços entre um papel comum e um de

qualidade arquivística não é tão grande.

É importante acondicionar os documentos abertos, ou seja, colocá-los nas pastas e nas

caixas sem dobrá-los e respeitando o limite da caixa arquivo, não acondicionando além de sua

capacidade.

As estantes e os armários devem ser de metal com revestimento à base de esmalte e

tratados por fosfatização para prevenção da oxidação.

Os documentos que serão arquivados nas caixas arquivo devem sofrer a eliminação

mecânica de todas as sujidades e dos agentes considerados agressores, tais como os grampos

metálicos, clipes oxidados ou não, excrementos de insetos, poeiras, partículas sólidas

presentes.

Os grampos de metal, com o passar do tempo,

oxidam manchando o papel. Esses também

produzem perfurações indesejáveis. Assim como

os grampos, os clipes e os alfinetes, além de

marcarem o documento, também oxidam e os

mancham. Os barbantes plásticos, como os

elásticos, cortam e danificam os documentos, além

de não serem inertes.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Vistoria

Consiste em vistoriar o acervo, identificando se ocorreu algum ataque de insetos ou

micro-organismos. Avalia-se o estado geral dos documentos, para que sejam tomadas as

providências para sanar algum problema encontrado.

Características Gerais dos Materiais Empregados para

Conservação dos Documentos

Utilizar materiais de qualidade arquivística, ou seja, aqueles livres de qualquer

impureza, quimicamente estáveis, resistentes, duráveis.

Recomendações para acondicionamento

É recomendável a utilização de caixa arquivo revestida de papelões alcalinos ou a

caixa arquivo de polipropileno sem aditivos, ou seja, cor branca ou transparente. A caixa

arquivo com cor não é recomendada por não ser inerte e liberar substâncias químicas que

degradam os documentos.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Glossário

ACIDEZ - Condição do suporte em que a concentração de íons de hidrogênio excede a de

íons de hidroxila numa solução aquosa. Intensidade do caráter ácido de uma substância ou

solução, podendo ser medida pelo pH (potencial hidrogênico) em solução aquosa diluída. Ver

pH e valor do Ph.

ACONDICIONAMENTO - Ato ou efeito de acondicionar documentos por meio de

materiais apropriados para a sua conservação, evitando danos causados pelo homem,

infestação de insetos e microrganismos. Guarda de documentos em embalagens apropriadas,

visando à proteção de manuseio e acesso.

AGENTES BIOLÓGICOS - Os danos aos acervos documentais, como mofo, roedores e

insetos. São também assim classificados cães, gatos, pássaros e a ação antrópica.

ARMAZENAMENTO - Retenção ou guarda específica planejada para estender ou

maximizar o tempo de vida dos documentos. Operação que consiste na colocação de

documentos em depósitos. Conjuntos de operações relativas ao arranjo físico e à conservação

dos documentos nas áreas de guarda.

BACTÉRIA - Microrganismo unicelular procarioto, de vida livre ou parasita, sob diversas

formas, como cocos, bacilos, espirilos. Multiplica-se rapidamente. É necessário ao processo

de decomposição de matéria orgânica. Sua forma esporulada lhe permite sobreviver até em

condições ambientais desfavoráveis. Há bactéria aeróbica e anaeróbica. Esta última, por sua

atividade enzimática, aproveita-se de processos de fermentação. O gênero mais abundante é o

dos bacilos (bacillus cereus, circulans, subtilis).

CONSERVAÇÃO - Políticas e métodos específicos utilizados para proteger os documentos

da deterioração e estabilizar alterações em curso. Função do setor de documentação, que

consiste em assegurar a preservação do acervo. Ações para conter o processo de degradação

de um documento ou promover sua preservação/restauração. Tratamento específico e

tecnologias aplicadas na proteção de acervos documentais para evitar a deterioração.

Conjunto de medidas de intervenção sistemática e direta nos documentos com o objetivo de

impedir a sua degradação, sem alterar as características físicas dos suportes. Conjunto de

medidas preventivas necessárias à manutenção física documento.

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA - Conjunto de medidas que atuam contra a

deterioração do acervo com o objetivo de prevenir danos. Comporta práticas iniciais de

proteção e intervenção na estrutura dos materiais, inclui a monitorização das condições

ambientais, higienização, procedimentos de manutenção e planejamento para evitar a

ocorrência de desastres e conter deteriorações.

DETERIORAÇÃO BIOLÓGICA - Processo que afeta primeiramente materiais

orgânicos. Pode ser dividido em três categorias principais, relacionadas a bactérias, fungos e

insetos.

DETERIORAÇÃO FÍSICA - Efeito que se apresenta por meio de causas ambientais

primárias, principalmente pelas variações (oscilações) e valores extremos de UR.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

DETERIORAÇÃO QUÍMICA - Efeito químico que provoca nos documentos reações de

decadência, como alteração (esmaecimento) de cor e fragilidade do papel. Longo processo de

alteração química, no nível molecular, especificamente através da ruptura de cadeias em

moléculas de celulose.

FUNGO - Derivado do latim fungus, significa cogumelo. Os fungos são microrganismos

que se instalam em matérias orgânicas como agentes microbiológicos de degradação. Estão

dispersos no ar ou depositados sobre superfícies. A condição favorável para o seu

desenvolvimento é o alto ter de umidade e temperaturas descontroladas. Reproduzem-se por

esporos.

HIGIENIZAÇÃO - Retirada de poeira e de outros resíduos estranhos aos documentos,

com a utilização de técnicas apropriadas, que não promovam abrasões e nenhum outro

estrago. Limpeza efetuada, numa escala regular, para a eliminação de fontes de alimentos e

abrigo dos insetos e de outras pragas e para amenizar os efeitos da poeira e de partículas mais

grossas, que pode manchar a arranhar superfícies. Objetiva a conservação preventiva dos

documentos.

MICRORGANISMO - Organismo vivo, visível unicamente por lente microscópica, como

bactéria, fungo, levedura, vírus, protista. Os dois grupos cardeais: fungos e bactéria.

MIGRAÇÃO ÀCIDA - Transferência de acidez de substância ácida para outra não-ácida

ou com menor grau de acidez, quando ambas se juntam.

MOFO - Designação genérica da a fungos de vários gêneros, que causam a decomposição de

alimentos, frutas e produtos de origem vegetal. Mesmo que o bolor. Cogumelo, de

pequeníssima dimensão, que constitui uma microscópica massa veludosa de filamentos, na

qual os elementos reprodutores aparecem disseminados.

OXIDAÇÃO - Processo em que uma substância se combina com oxigênio, ou em que ela

perde hidrogênio. Processo em que aumenta o número de agentes oxidantes de um dado

elemento.

PAPEL NEUTRO - Papel de PH neutro, produzido em fibras têxteis selecionados sob

condições controladas. Papel não-ácido ou ligeiramente alcalino e que, portanto, não se

deteriora com facilidade.

QUALIDADE ARQUIVÍSTICA - Propriedades físico-químicas dos suportes que

permitem a conservação indefinida dos documentos, observadas as condições adequadas de

acondicionamento, armazenamento e climatização.

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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Conservação preventiva de documentos

Referências

ASSOCIAÇÃO DE ARQUIVISTAS DE SÃO PAULO (São Paulo). Conservação Preventiva em Bibliotecas e

Arquivos – CPBA. Disponível em: <http://www.arqsp.org.br/cpba/>. Acesso em: 27 dez. 2012.

BRASIL. Arquivo Nacional. Ministério da Justiça. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de

Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. 232 p. Publicações Técnicas; nº 51. Disponível em:

<http://www.portalan.arquivonacional.gov.br/Media/Dicion%20Term%20Arquiv.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Coordenadoria de Guarda e Conservação de Documentos. Laboratório de

Conservação e Restauração de Documentos. Noções sobre biodeterioração em acervos bibliográficos e

documentais. Brasília: STJ, 2003. 12 p. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/6725>.

Acesso em: 13 jan. 2013.

CASSARES, Norma Cianflone. COMO FAZER CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS E

BIBLIOTECAS. São Paulo: Arquivo do Estado e Imprensa Oficial, 2000. 5 v. (COMO FAZER). Colaboração:

Cláudia Moi. Disponível em:

<http://www.arquivoestado.sp.gov.br/saesp/texto_pdf_14_Como%20fazer%20conservacao%20preventiva%20e

m%20arquivos%20e%20bibliotecas.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2012.

DUARTE, Zeny. Preservação de documentos: métodos e práticas de salvaguarda. 2. ed. Bahia: Edufba, 2009.

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GERAIS, Assembleia Legislativa de Minas. DECRETO 40186, DE 22/12/1998. Dispõe sobre a gestão de

Documentos Públicos.. Disponível em:

<http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=DEC&num=40186&comp=&ano=1

998>. Acesso em: 17 abr. 2013.

GERAIS, Assembleia Legislativa de Minas. LEI 18552, DE 04/12/2009. Define medidas para combater o

tabagismo no Estado e proíbe o uso do cigarro e similares nos locais que menciona.. Disponível em:

<http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=LEI&num=18552&comp=&ano=20

09>. Acesso em: 17 abr. 2013.

INGRID BECK (Rio de Janeiro). Arquivo Nacional. Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos.

Disponível em: <http://www.arqsp.org.br/cpba/>. Acesso em: 16 abr. 2013.

SPINELLI, Jayme. RECOMENDAÇÕES PARA A HIGIENIZAÇÃO DE ACERVOS BIBLIOGRÁFICOS

& DOCUMENTAIS. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2010. 7 p. Disponível em:

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