diretoria confi tem reunião extraordinária em são...

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diretoria 5 Embora as eleições presidenciais na SBC sejam muito transparentes, a Diretoria decidiu aprimorá-las, oferecendo as mesmas condições a todos os candidatos. Para isso, foram colocados à disposição dos cinco concorrentes ao cargo de presidente os meios de divulgação da SBC (Portal Cardiol e Jornal SBC). A todos foram apresentadas as mesmas perguntas, dando aos candidatos a oportunidade de, nesta edição do Jornal, falar sobre o objetivo principal da gestão que cada um se propõe a fazer, sobre suas propostas para Departamentos e Sociedades afiliadas, sobre defesa profissional e sobre sua posição em relação à Fundação de Pesquisa da SBC. Em reunião extraordinária, reuniu-se em São Paulo, no dia 10 de março de 2007, o Conselho Fiscal (CONFI) da atual gestão da Direto- ria da SBC. A reunião contou com a presença dos três membros titula- res: José Carlos Quináglia e Silva (DF), Salvador Manoel Serra (RJ) e Wálmore Pereira de Siqueira Júnior (SC). A reunião foi solicitada pela atual Diretoria, com o objetivo de fortalecer ainda mais a atuação do Conselho Fiscal da SBC como órgão independente e fiscalizador. Par- ticiparam da reunião: José Péricles Esteves, presidente da SBC; Anto- nio Luiz Brasileiro, diretor financeiro da SBC (gestão 2006/07); e Aristóteles Comte de Alencar Filho (AM), membro efetivo do Conse- lho Fiscal da SBC (gestão 2004/05). CONFI tem reunião extraordinária em São Paulo O gerente executivo da SBC, Eduardo Manhães, apresentou aos membros atuais do CONFI um relatório sucinto da situação da SBC. O objetivo principal dessa reunião foi, segundo Péricles Esteves, estabelecer um elo entre as duas gestões do CONFI, evitando so- lução de continuidade nessa importante atividade da SBC. Aristóteles Alencar relatou a experiência que vivenciou com os de- mais membros do CONFI da gestão passada, principalmente no que se refere à criação de seu Regimento Interno, que deverá ser aprimorado pela atual gestão. “O CONFI, além de fiscalizar, pode apresentar propostas que vi- sem a melhorar ou corrigir as diversas ações desenvolvidas pela SBC”, enfatizou José Péricles Esteves. (e/d): Salvador Manoel Serra, José Carlos Quináglia e Silva, Wálmore Pereira de Siqueira Júnior, Aristóteles Comte de Alencar Filho, Antonio Luiz Brasileiro e José Péricles Esteves. (e/d): Salvador Manoel Serra, José Carlos Quináglia e Silva e Wálmore Pereira de Siqueira Júnior Segundo o presidente José Péricles Esteves, a iniciativa de submeter as mesmas perguntas aos vários candidatos teve como principal objetivo democratizar ainda mais as eleições, pois nem todos os concorrentes dispõem dos mesmos recursos para, por exemplo, viajar para difundir suas idéias e sua candidatura, o que poderia desequilibrar a disputa. Desfrutar do mesmo espaço nos meios de divulgação sabidamente eficientes da SBC dá a oportunidade aos concorrentes não só de igualar seus recursos como de levar suas idéias a maior número de associados, os quais passam a ter mais e melhores condições para escolher seu candidato. A seguir, as perguntas submetidas aos candidatos e as respostas de cada um deles. Oportunidade igual para todos os candidatos às eleições eleições JORNAL SBC 81.pmd 23/05/2007, 13:49 5

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diretoria

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Embora as eleições presidenciais na SBC sejam muitotransparentes, a Diretoria decidiu aprimorá-las,oferecendo as mesmas condições a todos os candidatos.Para isso, foram colocados à disposição dos cincoconcorrentes ao cargo de presidente os meios dedivulgação da SBC (Portal Cardiol e Jornal SBC).A todos foram apresentadas as mesmas perguntas,dando aos candidatos a oportunidade de, nesta ediçãodo Jornal, falar sobre o objetivo principal da gestão quecada um se propõe a fazer, sobre suas propostas paraDepartamentos e Sociedades afiliadas, sobre defesaprofissional e sobre sua posição em relação à Fundaçãode Pesquisa da SBC.

Em reunião extraordinária, reuniu-se em São Paulo, no dia 10 demarço de 2007, o Conselho Fiscal (CONFI) da atual gestão da Direto-ria da SBC. A reunião contou com a presença dos três membros titula-res: José Carlos Quináglia e Silva (DF), Salvador Manoel Serra (RJ) eWálmore Pereira de Siqueira Júnior (SC). A reunião foi solicitada pelaatual Diretoria, com o objetivo de fortalecer ainda mais a atuação doConselho Fiscal da SBC como órgão independente e fiscalizador. Par-ticiparam da reunião: José Péricles Esteves, presidente da SBC; Anto-nio Luiz Brasileiro, diretor financeiro da SBC (gestão 2006/07); eAristóteles Comte de Alencar Filho (AM), membro efetivo do Conse-lho Fiscal da SBC (gestão 2004/05).

CONFI tem reuniãoextraordinária em São Paulo

O gerente executivo da SBC, Eduardo Manhães, apresentou aosmembros atuais do CONFI um relatório sucinto da situação da SBC.O objetivo principal dessa reunião foi, segundo Péricles Esteves,estabelecer um elo entre as duas gestões do CONFI, evitando so-lução de continuidade nessa importante atividade da SBC.

Aristóteles Alencar relatou a experiência que vivenciou com os de-mais membros do CONFI da gestão passada, principalmente no quese refere à criação de seu Regimento Interno, que deverá ser aprimoradopela atual gestão.

“O CONFI, além de fiscalizar, pode apresentar propostas que vi-sem a melhorar ou corrigir as diversas ações desenvolvidas pela SBC”,enfatizou José Péricles Esteves.

(e/d): Salvador Manoel Serra, José Carlos Quináglia e Silva, WálmorePereira de Siqueira Júnior, Aristóteles Comte de Alencar Filho, AntonioLuiz Brasileiro e José Péricles Esteves.

(e/d): SalvadorManoel Serra, JoséCarlos Quináglia eSilva e WálmorePereira de SiqueiraJúnior

Segundo o presidente José Péricles Esteves, a iniciativade submeter as mesmas perguntas aos vários candidatosteve como principal objetivo democratizar ainda maisas eleições, pois nem todos os concorrentes dispõemdos mesmos recursos para, por exemplo, viajar paradifundir suas idéias e sua candidatura, o que poderiadesequilibrar a disputa. Desfrutar do mesmo espaço nosmeios de divulgação sabidamente eficientes da SBC dáa oportunidade aos concorrentes não só de igualar seusrecursos como de levar suas idéias a maior número deassociados, os quais passam a ter mais e melhorescondições para escolher seu candidato.

A seguir, as perguntas submetidas aos candidatos e asrespostas de cada um deles.

Oportunidade igual para todosos candidatos às eleições

eleições

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souberam se unir. Não dá maispara dividir nossas forças comtantas entidades.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Principalmente porque esta-mos pensando primeiro no cole-ga, no associado, e não apenas emsua relação com a SBC. Temospropostas para efetivamente me-lhorar o dia-a-dia do colega, sejaorientando-o em questões judi-ciais, seja aumentando seus ren-dimentos no final do mês. Paranós não importa só a SBC, masem especial quem faz a Socieda-de, que são os cardiologistas.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesqui-

sa da SBC?

Sou da opinião de que aSBC deverá constituir um ór-gão devidamente aparelhado ecapacitado para desenvolverpesquisa própria. É a oportu-nidade de levar a pesquisacardiológica a todos os Estadose municípios, descentralizandoas oportunidades de participarde estudos multicêntricos edisponibilizando assessoriatécnico-científica para a elabora-ção e o desenvolvimento debons projetos de pesquisa portodo o País.

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Estou há 15 anos em cargosassociativos da nossa SBC. Fuipresidente da SBC/GO e daSBC/CO, vice-presidente e con-selheiro fiscal da SBC, tendo cria-do sua Central de Eventos. Co-ordenei a Comissão de Valoriza-ção Profissional, bem como par-ticipei como tesoureiro da Dire-toria do Departamento de Ate-rosclerose. Conhecendo tão bema SBC e seu potencial em podermelhor atuar em favor da Cardio-logia brasileira, passei a almejar seucargo máximo. Decorridos algunsanos e alguns pleitos, tendo in-clusive cedido minha vez e apoia-do outros colegas, nesta oportu-nidade cumpri todas as etapas,obtendo a aprovação de meunome como candidato da SBC/GO assim como da SBC/CO, oque muito me honrou e incenti-vou. Quero ressaltar que o Esta-do de Goiás, apesar de exerceruma Cardiologia comparável àdos melhores centros do País, ja-mais conseguiu eleger um goianopara presidir a SBC. É um antigoe justo sonho do Estado, que temo apoio dos demais Estados doCentro-Oeste e Tocantins.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

São várias, e todas pensadaspara o cardiologista, para o pro-fissional e para o ser humano portrás do profissional. Posso citar:diminuir o valor da inscrição noCongresso Brasileiro para o as-sociado; criar um plano de saúdee seguro de vida para todos; pres-tar orientação jurídica gratuita; darassessoria na realização de even-tos para Regionais e Departamen-

tos; isentar os residentes deCardiologia da taxa de inscriçãonos congressos da SBC; criar oClube do Coração; dar assessoriade investimentos para aumentaro rendimento dos colegas; emanter uma campanha perma-nente pelo aumento do valor dosprocedimentos do cardiologistacom a AMB.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

É preciso se aproximar maisdos associados, principalmentedaqueles colegas do interior, le-vando mais benefícios a eles. Emminhas viagens, muitos recla-mam que não têm participaçãomaior na Sociedade.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Levar a SBC para o associado,fazer com que ele tenha benefíci-os reais, que sinta no bolso e nodia-a-dia que a entidade trabalhapara ele.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

O relacionamento deverásempre atender a interesses recí-procos, com relacionamento pro-fissional e ético, permitindo àSBC viabilizar os programas deeducação continuada, seus even-tos científicos e também proje-tos de pesquisa de alta relevância.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Deve atuar com maior preo-cupação, principalmente na acre-ditação de serviços de Cardiologia.A SBC deve lutar para que os exa-mes complementares sigam osrequisitos e as normas de nossas

diretrizes. Vamos criar um selopara aqueles que se enquadrarem.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Aproximar-se do associado,apoiá-lo, e mostrar nossa impor-tância para a comunidade, para aindústria farmacêutica e para asoutras especialidades. Vamos cri-ar um canal direto para recebertodas as propostas e reclamaçõesdos associados, as quais serãoanalisadas por uma comissão paramelhorar o relacionamento entreo colega e a SBC. As ouvidoriasque existiam na SBC eram umaboa idéia que terminou, mas quevamos resgatar.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Ora, isso não é função só doscardiologistas. Que força teremossozinhos? Quem abre cursos é oMinistério da Educação. Qual aação que temos lá dentro? Noplano legislativo, não se ouve fa-lar que os deputados defendemeste ou aquele setor? O que preci-samos fazer é liderar uma lutanacional para criar uma bancadada saúde, que defenda nossosinteresses e mostre que precisa-mos urgentemente regulamentara abertura indiscriminada de fa-culdades de Medicina.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Sou totalmente a favor. Te-mos de nos mirar em exemplosque deram certo. A OAB, sempreouvida nos principais problemasbrasileiros, tem uma força tre-menda, porque os advogados

Abrahão Afiune Neto

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência

da SBC?

Acredito firmemente que, seeleito presidente, poderei contri-buir com a SBC. Por conciliar for-mação acadêmica (Professor Ti-tular de Cardiologia da UFPR)com grande dedicação à causaassociativa (10 anos na SBC/PRe Presidente da Associação Médi-ca do Paraná), fui escolhido peloscardiologistas paranaenses pararepresentá-los neste pleito. Essacandidatura não é um projetopessoal, mas a única que repre-senta o consenso de um Estado.

2. Quais são suas prin-

cipais propostas?

1) Valorização do cardiolo-gista: agindo com a AMB, ajustare atualizar a CBHPM, buscandoa extensão de sua aplicação a ou-tros setores (seguradoras, Uni-med, SUS). 2) Medidas de pro-moção científica: descentralizar oconhecimento; expandir o uso daTelemedicina; otimizar o Con-gresso Brasileiro de Cardiologia;reduzir o custo dos cursos deACLS. 3) Estimular a implanta-ção de Cooperativas de Car-diologia. 4) Aumentar a partici-pação da SBC na formação docardiologista. 5) Auxiliar o desen-volvimento da pesquisa. 6) In-vestir na comunicação com os as-sociados: estimular o uso dowebsite da SBC; aumentar o nú-mero de periódicos para consul-ta. 7) Aprimorar os Arquivos

Brasileiros de Cardiologia,com o objetivo de aumentar seuíndice de impacto.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

A SBC tem um desempenhomuito bom. Todavia, ampliariasua participação na defesa profis-

sional, principalmente no aspec-to econômico, e buscaria promo-ver um clima mais harmoniosoentre os associados.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Promover a valorização docardiologista. Nossa Cardiologiaestá entre as melhores em habili-tação científica, mas ao preço daabnegação e do idealismo dosprofissionais. É chegada a horade reverter essa desvalorização.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Entendo como uma via comtrânsito nos dois sentidos, quepode ter bom resultado se as re-gras da ética, da seriedade e dahonestidade forem obedecidas,sob a luz do bom senso. A SBC,em muitas de suas ações, depen-de da indústria, não só farmacêu-tica como também de equipa-mentos e próteses. Da mesmaforma, a indústria também ne-cessita manter bom relaciona-mento com a SBC. Se as regrascitadas forem obedecidas, podehaver ganho para ambas as par-tes, de maneira justa e moral.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Pode contribuir com a melho-ria da qualidade do atendimento,lutando pela valorização profis-sional do cardiologista, colabo-rando com a boa formação mé-dica e facilitando o acesso à infor-mação científica, de maneira a pro-piciar eficiente educação continu-ada. Pode, ainda, apoiar seus as-sociados em questões judiciais etrabalhistas relativas à profissão.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Sua missão é ampla e envol-ve: a) criar meios para o cresci-mento científico do cardiologista;b) buscar condições profissionaisque tragam satisfação pessoal aomédico e reconhecimento da co-munidade; e c) promover a saú-de cardiovascular da população.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Sou frontalmente contrário àabertura descomedida de escolasmédicas, como tem ocorrido. Agi-rei em conjunto com as entidadesmédicas (AMB, CFM, sindicatos),promovendo gestões políticas paraque a classe possa opinar sobre otema, por meio do contato diretocom as autoridades da educação oupor representação parlamentar. OConselho Nacional de Saúde – emque há representação médica – de-veria voltar a ter poder de veto naquestão, como também deveria serefetivada moratória de 10 anos paraa abertura de novos cursos. Em2004, ajudei a elaborar o documen-to “Abertura de Escolas de Medi-cina no Brasil: Relatório de umCenário Sombrio”.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos

do Brasil?

Sou favorável a sua criação, paraconcretizar a união das entidadesmédicas. Isso permitiria represen-tação médica mais forte. Deve-seaproveitar o bom relacionamentoexistente entre AMB e CFM paraaprofundar os estudos que viabi-lizem essa instituição.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Sou o candidato com maiorexperiência na defesa profissional,fruto da recente gestão como Pre-

sidente da Associação Médica doParaná no período de implanta-ção da CBHPM. Naquela ocasião,participamos do Conselho Deli-berativo da AMB, realizamos atospúblicos, fomos ao CongressoNacional e nos envolvemos emdezenas de reuniões com gestoresdos planos de saúde. Afora a lon-ga vida associativa, tenho forma-ção acadêmica universitária (30anos na UFPR), sendo o únicoProfessor Titular de Cardiologiaentre os candidatos.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

A SBC deve se envolver maisna pesquisa cardiológica. Isso podeser feito com a busca de recursosde origem tanto privada comogovernamental, fornecendo bol-sas, orientando os registros dedoenças cardiovasculares, e com-pondo uma equipe de investiga-dores experientes que orientem aspesquisas a serem desenvolvidas eviabilizem o crescimento de no-vos centros de investigação. A ma-neira de executar essas ações, man-tendo-se a Comissão de Pesquisa,criando-se uma diretoria específicapara a Pesquisa ou uma Fundação,é assunto em discussão e amadu-recimento, que exige cuidado e re-flexão para não se tomar atitudeprecipitada.

Cláudio Pereira da Cunha

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Fui convidado por muitoscolegas, incluindo o presidenteJosé Péricles Esteves. Aceitei oconvite como reconhecimento deminha vida profissional de maisde 30 anos. Atualmente, exerço achefia do Serviço de Cardiologiado Hospital de Clínicas de PortoAlegre, composto por colegascomprometidos com pesquisa eprática de Cardiologia com quali-dade e independência. Orgulho-me de contar com seu apoio unâ-nime, assim como de inúmeroscolegas em todo o País, que com-partilham de minha visão de SBC.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Minha proposta central ba-seia-se na concepção de que a SBCé uma sociedade científica. Preten-do garantir que em seu âmbito oprogresso tanto científico comotecnológico possa ser julgadocriteriosamente. Todo cardiolo-gista vale-se de ciência em sua prá-tica. Se a SBC priorizar a busca e aguarda da verdade, exercerá commuita competência todas suasdemais funções precípuas.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

Ações de apoio e avaliação deciência e tecnologia na SBC têmsido dispersas, duplicadas e pou-co eficientes. É necessário estabe-lecer plano estratégico de avalia-ção, divulgação e fomento doavanço tanto científico comotecnológico no âmbito da SBC.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Com alguns tenho maior afini-dade de concepções. Entendo queposso ser diferente e merecedorde seu voto pelas razões expos-tas ao longo desta entrevista e emminhas exposições no SBC-

News. Colegas candidatos têmapresentado longa lista de pro-postas, mas muitas reproduzemobjetivos institucionais e outrasfogem aos objetivos da SBC.Estou apresentando e defenden-do a concepção de que a Socieda-de deve reforçar seu perfil científi-co, orientando seus destinos alongo prazo. O que fiz na vida(veja em meu minicurrículo nowebsite da SBC) afiança o que pos-so fazer como dirigente máximode nossa querida Sociedade.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesqui-

sa da SBC?

Trata-se de maneira criativa deinstitucionalizar o fomento à pes-quisa, com várias vantagens que nãocabe enumerar aqui. Seu estatuto avinculará indissociavelmente àSBC. A proposta de sua criaçãosofre hoje de dois problemas: serobjeto de disputa política e ser des-conhecida do associado. Garanto-lhe que como presidente desanu-viarei o horizonte, trabalhando porsua implementação, com o apoiode todos os associados.

independência e competência,transferindo esse reconhecimen-to a seus associados. Lobby e açõessemi-sindicalistas têm menor efi-ciência para sustentar pleitos naesfera de gestores públicos e pri-vados. Queixa é anotada, quali-dade é remunerada.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Abrigar efetivamente seu asso-ciado, apoiando-o em suas ações einteresses à luz do bem comum.A principal estratégia, reitero, émanter abrigo reconhecido pelaqualidade e independência.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Trazendo para o centro dadiscussão, em oposição ao inte-resse de lobistas e comerciantes,os aspectos técnicos que determi-nam a oferta de profissionais nomercado. Nenhuma sociedademantém medicina de qualidadebaseando-a no subemprego deseus profissionais.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Se a tivéssemos atuando noBrasil, articulando as múltiplasfacetas das ações médicas, certa-mente estaríamos mais efetiva-mente representados na defesado interesse profissional.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Prezo meus amigos candida-tos, todos eles com bagagem pro-fissional e dedicação associativa.

Flávio Danni Fuchs

Será o de articular, com co-legas que compartilham de mi-nha visão de sociedade, pro-postas que cristalizem o perfilcientífico da SBC, garantindo aqualidade de congressos, publi-cações e educação continuada, epropiciando a captação de recur-sos nesse âmbito.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

A indústria farmacêutica éparceira da SBC, pois tem comela alguns objetivos comuns. Asformas de relacionamento po-dem ser melhoradas, de formaque o fomento de atividades daSBC não comprometa, ou pareçacomprometer, sua independên-cia. Para fugir da retórica, enten-do que o relacionamento deva sedar por meio da compra de pro-dutos institucionais da SBC,como espaço para divulgação emCongressos, publicações, apoiosa jornadas e outros. Nos últimosanos, a forma direta de financia-mento de algumas diretrizes, porexemplo, deu às empresas o di-reito de estampar suas marcas emcapas de documentos e determi-nar a forma e os prazos de divul-gação. Corolário da independên-cia que defendo é a questão doconflito de interesses. É impos-sível servir a dois senhores semdar ciência aos leitores de que hávínculo bilateral.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

A melhor maneira de lutarpela qualidade do exercício pro-fissional é garantir que a SBC sejareconhecida por inquestionável

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diretoria

1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Minha história de associati-vismo é longa, sempre trabalhan-do em prol do engrandecimentoda Cardiologia brasileira, de ma-neira aberta, participativa. Fui pre-sidente da Sociedade de Cardio-logia do Rio Grande do Sul e doDepartamento de Ergometria eReabilitação da SBC. Também fuicoordenador de Normatizações eDiretrizes da SBC nos anos de 2002a 2005, quando trabalhei com qua-se dois mil cardiologistas, para efe-tivar o desafio de publicar 58 Dire-trizes em quatro anos. A pressão,principalmente dos grupos comque trabalhei, e os apoios decisi-vos me estimularam a continuar acontribuir para a melhoria e o cres-cimento da SBC.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Minha idéia é trabalhar porprogramas e projetos, dos quaisdestaco: registros das principaisdoenças, incluindo todos os ti-pos de hospitais, em todos osEstados; um grande Programa deAção Social; modernização eagilização do Funcor; amplo pro-grama de apoio à pesquisa naCardiologia brasileira; inclusãodo jovem oriundo de residên-cias, pós-graduações e especia-lizações em programas da SBC;programas para a Cardiologianos Estados menores, visandoà maior participação dos mes-mos no cenário nacional; forta-lecimento da SBC nas relaçõesinternacionais; e foco na melho-ria da remuneração profissio-nal, como continuidade da po-lítica de defesa de classe.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

A SBC tem boa estrutura,bom quadro de funcionários eestá bem organizada. Existe, en-tretanto, muito a ser desenvolvi-do, para que possamos nos com-parar às grandes Sociedades domundo. Nesse sentido, serãoimplantados os programas denossa gestão.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Implantar os projetos elenca-dos acima. Entre eles, entendoque fazer os registros brasileirosserá o maior e mais trabalhoso.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Hoje dependemos muitoda indústria farmacêutica paranossos congressos e outrasatividades. O ideal é atingiruma parceria com autonomia.No Rio Grande do Sul, porexemplo, temos um progra-ma de gestão que nos garanteexcelentes resultados financei-ros, permitindo que a Socie-dade não dependa apenas deverbas da indústria para suasrealizações.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

A SBC deve atuar em todas asfrentes relacionadas ao exercício daCardiologia: na pesquisa, na assis-tência médica, na inserção social, naeducação continuada, na defesa declasse, no desenvolvimento cientí-fico, nos programas governamen-tais que nos atingem.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

Essa é uma questão muitoimportante, ainda não definida.Esse é um assunto que deve serdiscutido, como prioridade, emreunião de planejamento estraté-gico. Entendo que deveria ser clarae simples, como: “Estimular odesenvolvimento da Cardiologiabrasileira, com foco na ciência, nadefesa do melhor exercício daCardiologia, da assistência médicaà pesquisa, visando ao melhor aten-dimento da população brasileira”.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Usando toda a pressão de quedispomos, devemos estruturar aação em dois momentos. No pri-meiro momento, evitar a abertu-ra de novas escolas. E num se-gundo momento, poderíamosapoiar uma regulamentação mui-to fechada sobre a criação de esco-las em lugares em que fosse mui-to necessário.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

A idéia de uma entidadeconjunta representando os mé-dicos é boa. Mas tenho procu-rado entender como a Ordemdos Médicos se relacionaria coma atividade científica das socie-dades de especialidades médi-cas, e esse assunto não me pa-rece estar claro. Portanto, emprincípio, seria favorável, de-pendendo de uma série de fa-tores ainda não discutidos.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Todos os candidatos pode-rão ser bons presidentes, mas te-nho mais experiência associativana SBC, já tendo exercido dife-rentes cargos e funções, semprecom muito êxito. Também te-nho treinamento de gestor, de-senvolvido ao longo de minhaatividade profissional, como, porexemplo, diretor de hospital, oque, certamente, ajudará na ges-tão da SBC.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

Nossa proposta é resultadode discussões mantidas com osmais diversos centros de Cardio-logia do País: compor um grupodo mais alto nível na pesquisacardiológica brasileira, formadopor pessoas indicadas nas maio-res instituições e por pesquisado-res de reconhecida produção ci-entífica, que fará o estudo e o pla-nejamento das pesquisas ne-cessárias no Brasil, de forma aabranger todas as regiões do Paíse seus vários níveis de desenvol-vimento. Uma Fundação somen-te deve ser criada se for realmentenecessária, após determinado tem-po de experiência da pesquisa,como nova área de atuação da SBC.

Jorge Ilha Guimarães

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1. Por que você decidiu

se candidatar à presidência da

SBC?

Sempre exerci atividadesassociativas, científicas e acadêmi-cas. Adquiri experiência adminis-trativa na Sociedade Goiana deCardiologia (onde exerci todos oscargos), na Sociedade Brasileira deHipertensão (tesoureiro) e naSBC (presidente do Departamen-to de Cardiologia Clínica, tesou-reiro do Departamento de Hiper-tensão, coordenador da CJTEC).Fui vice-diretor e diretor da Fa-culdade de Medicina da UFG. Emtodas essas atividades, pude con-tribuir para o crescimento dessasentidades. Nos últimos anos, fuiquestionado por colegas de todoo Brasil sobre a idéia de concorrerà presidência da SBC. No final de2006, recebi uma lista assinadapor mais de 100 cardiologistasindicando meu nome para a elei-ção. Não se trata, portanto, de umprojeto pessoal, mas de uma in-dicação coletiva, o que muito mehonra.

2. Quais são suas princi-

pais propostas?

Posso resumi-las em umaúnica frase: A Sociedade para oSócio. Isso equivale a: buscar avalorização profissional por meiode uma luta por honorários maisdignos; estimular e facilitar a edu-cação continuada com o menorcusto possível; manter os avan-ços já obtidos pela Sociedade; for-talecer as Sociedades rstaduais,regionais, Departamentos e Gru-pos de Estudo; estimular as de-cisões colegiadas.

3. Em sua opinião, o que

precisa ser mudado na SBC?

Há necessidade de maior par-ticipação de todos nas decisões enas políticas da Sociedade. A SBC

diretoriaPaulo César Jardim

não pode ser administrada demaneira personalista, deve traba-lhar com um planejamento. UmPlano Diretor, que seja executa-do pelas diretorias subseqüentes.A existência de um colegiado par-ticipante, opinativo e com poderde decisão será um grande salto.

4. Qual será o principal

desafio de sua gestão?

Estabelecer um Plano Dire-tor com a colaboração de umgrande fórum, composto portodos os sócios interessados, porrepresentantes das regiões, porex-presidentes, etc.

5. Como você vê o rela-

cionamento da SBC com a in-

dústria farmacêutica?

Vejo com absoluta tranqüili-dade. É necessário e pode ser cadavez mais profícuo, desde que exis-ta respeito mútuo, ética e que aSociedade seja soberana nas defi-nições científicas. Não tenho qual-quer tipo de temor com relação aesse aspecto. As grandes socieda-des científicas de todo o mundotrabalham muito bem em parce-ria com os diversos setores dasociedade, em que se insere tam-bém a indústria farmacêutica.

6. De que forma a SBC

pode atuar no exercício da

Cardiologia?

Deve haver cada vez mais aten-ção com a qualidade do especia-lista em Cardiologia. Somos re-conhecidos e temos de manter oalto padrão atual. Para isso, é im-portante: o estímulo à educaçãocontinuada e com baixo custo; aatenção com o Título de Especia-lista (tanto na obtenção como narevalidação); a fiscalização de resi-dências médicas, cursos de espe-cialização e estágios, para que hajacontrole de qualidade e avaliaçãoda necessidade da abertura ou fe-

chamento de novas vagas; buscada valorização profissional, pormeio de remuneração mais justaem todas as instâncias.

7. Em sua visão, qual é a

missão da SBC?

É uma missão associativa,portanto multifacetada, como jáexposto anteriormente. Temosde atuar primariamente em be-nefício do sócio, motivo da Soci-edade, e em conseqüência estare-mos atuando em prol de toda acomunidade.

8. Em sua gestão, como

você pretende atuar na esfera

governamental para regula-

mentar a abertura de novas es-

colas de Medicina?

Essa é uma ação política. Te-mos de atuar juntamente com oConselho Federal de Medicina, oConselho Nacional de Saúde, oConselho Nacional de Educação,a Associação Médica Brasileira, aAssociação Brasileira de EducaçãoMédica, todas as sociedades mé-dicas, a Federação Nacional dosMédicos. Enfim, há necessidadede uma atuação conjunta. Nãopodemos sequer pensar em umaatuação isolada num assunto tãocomplexo, em que há interessesenormes. Seria pretensioso e ima-turo tentar uma atuação isolada.

9. Como você vê a cria-

ção da Ordem dos Médicos do

Brasil?

Sou completamente contra.Não se justifica corrigir uma falhade princípio por meio de umaação no final da cadeia. Temos queexigir uma educação médica dequalidade. Temos de atuar paraque haja, inclusive, o fechamen-to de escolas de qualidade du-vidosa. O argumento que res-palda minha posição é a Ordemdos Advogados. Desde sua cri-

ação, não foi promovida ne-nhuma melhoria na qualidadedas faculdades de Direito. Aocontrário, milhares de novasfaculdades de Direito foram cri-adas, e sua qualidade é cada vezmais questionada.

10. Em que sua candi-

datura difere das demais?

Conheço todos os candidatos,são meus amigos pessoais. Todostêm pretensões que se justificam.Não farei comparações. Venhoapresentando minhas propostas ea decisão cabe aos sócios.

11. É favorável à cria-

ção da Fundação de Pesquisa

da SBC?

Quando fomos chamadospara estudar a criação da Funda-ção, pareceu uma idéia interessan-te. Um grupo de pessoas traba-lhou no anteprojeto, que seriaposteriormente discutido. O as-sunto gerou polêmica, passou aser visto como questão pessoal.As opiniões apaixonadas nãoagregam valor a nenhuma discus-são. Neste momento, cabe umfórum mais amplo para clarear otema. É necessário o aconselha-mento de juristas e tributaristaspara, efetivamente, saber das van-tagens ou desvantagens de suacriação. Eu diria que a decisão fi-nal deve ser “baseada em evidên-cias”, que é o que sempre procu-ramos fazer.

JORNAL SBC 81.pmd 23/05/2007, 13:4910