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DIREITOS FUNDAMENTAIS. A “NOVA” LEI DE REGISTROS PÚBLICOS ETAPAS DO desenvolvimento do SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO EMANUEL COSTA SANTOS. REGISTRO E(é) EFETIVIDADE (?). - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: DIREITOS FUNDAMENTAIS
Page 2: DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITOS FUNDAMENTAIS

A “NOVA” LEI DE REGISTROS PÚBLICOSETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO

SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO

EMANUEL COSTA SANTOS

Page 3: DIREITOS FUNDAMENTAIS

REGISTRO E(É) EFETIVIDADE (?)

“O Direito existe para realizar-se e a verificação do cumprimento ou não de

sua função social não pode ser estranha ao seu objeto de interesse e de estudo.”

BARROSO, Luís Roberto. O Direito Constitucional e a Efetividade de suas Normas. 9ª ed. revista e atualizada. Rio de Janeiro: Renovar, 2009, p. 297.

Page 4: DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITO = TEXTO NORMATIVO

Formulação gráfica, escrito produzido pelo poder competente com potência

de produzir efeitos normativos. Objeto de interpretação, não possui por si só

densidade normativa.

Page 5: DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITO = NORMA

Resultado da interpretação do texto normativo; produção efetiva de seu resultado; densificação.

Densificar: ato de dar “corpo” ao texto normativo, conferindo-lhe seu sentido prático-efetivante; desapego

ao sentido literal.

Espécies normativas: princípios (escritos ou não) e normas.

Page 6: DIREITOS FUNDAMENTAIS

PRINCÍPIO = NÚCLEO DO SISTEMA

“Os princípios são ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas, são [como observam Gomes Canotilho

e Vital Moreira] ‘núcleos de condensações’ nos quais confluem valores e bens constitucionais”. Mas, como

disseram os mesmos autores, “os princípios, que começam por ser a base de normas jurídicas, podem estar

positivamente incorporados, transformando-se em normas-princípio e constituindo preceitos básicos da organização

constitucional”

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. revista e atualizada. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 92

Page 7: DIREITOS FUNDAMENTAIS

NORMA = DIREITO DE EXIGIR A AÇÃO PRESTACIONAL

As normas são preceitos que tutelam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, ou seja, reconhecem, por um

lado, a pessoas ou a entidades a faculdade de realizar certos interesses por ato próprio ou exigindo ação ou abstenção de outrem, e, por outro lado, vinculam pessoas ou entidades à

obrigação de submeter-se às exigências de realizar uma prestação, ação ou abstenção em favor de outrem.”

(destaques e grifos nossos)

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. revista e atualizada. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 91

Page 8: DIREITOS FUNDAMENTAIS

ANÁLISE SOB A ÓTICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

“Afirmar os Direitos Fundamentais, portanto, é sublimar o valor do ser humano enquanto tal,

independentemente de qualquer outra configuração, de caráter social, econômico, de

origem etc.”

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 153

Page 9: DIREITOS FUNDAMENTAIS

CARACTERÍSTICAS EXTRÍNSECAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Rigidez constitucional e dever de compatibilidade das normas infraconstitucionais

Imutabilidade dos direitos e garantias individuais (artigo 60, § 4º, IV, da CF) e das instituições-garante desses direitos (destaque nossos)

Aplicabilidade imediata (artigo 5º, § 1º, da CF)

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 158

Page 10: DIREITOS FUNDAMENTAIS

RAZÃO DE SER DESSAS CONSIDERAÇÕES PARA ANÁLISE DO SISTEMA REGISTRAL NO BRASIL

O sistema registral é uma ilha jurídica?

Razão de ser da previsão constitucional do sistema: realização dos valores constitucionais, notadamente os direitos fundamentais.

Ente responsável pela densificação da função registral: o Registrador.

Page 11: DIREITOS FUNDAMENTAIS

ITER DO SISTEMA REGISTRAL NO BRASIL

Para que surge?

Em que fase se encontra?

Para onde caminha?

Relação histórica com os direitos fundamentais.

Page 12: DIREITOS FUNDAMENTAIS

GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOSDIREITOS FUNDAMENTAIS

Traços distintivos entre gerações e dimensões: estanqueidade X processo de acumulação

“…processo expansivo de acumulação de níveis de proteção de esferas da dignidade da

pessoa humana.”

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 147

Page 13: DIREITOS FUNDAMENTAIS

GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E ETAPAS DO SISTEMA REGISTRAL

Possível traçar um paralelo entre as gerações ou dimensões dos direitos fundamentais e o

desenvolvimento do sistema registral?

Em outras palavras, é possível paralelizar o desenvolvimento do sistema e a evolução

histórica dos direitos fundamentais?

Page 14: DIREITOS FUNDAMENTAIS

PRIMEIRA GERAÇÃO OU DIMENSÃOINDIVÍDUO X ESTADO

Atuar negativo do Estado; liberdade.

“A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, apresenta exemplos caricatos, como o direito de propriedade, sem qualquer limitação (ainda não havia a concepção do cumprimento da função social da propriedade).”

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 148

Page 15: DIREITOS FUNDAMENTAIS

FUNÇÃO ECONÔMICA INDIVIDUALISTA:PRIMÓRDIOS DO SISTEMA

Lei Orçamentária 317/1843

Registro Hipotecário destinado a garantizar o crédito

Lei 601/1850

Lei de Terras

Separação entre bens privados e públicos

Código Civil de 1916

transcrição da propriedade privada

Page 16: DIREITOS FUNDAMENTAIS

SEGUNDA GERAÇÃO OU DIMENSÃONECESSIDADES HUMANAS X ESTADO

Atuar positivo do Estado; igualdade.

“…os direitos fundamentais de segunda geração são aqueles que exigem uma atividade prestacional do Estado, no sentido de buscar a superação das carências individuais e sociais.”

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 149

Page 17: DIREITOS FUNDAMENTAIS

FUNÇÕES URBANISTÍCA, AMBIENTAL, TRIBUTÁRIA E PROTETIVA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Organização social e urbana Fiscalização tributária

Decreto-lei 58/1937 ITCMD

Lei 4.591/1964 ITBI

Decreto-Lei 271/1967 ITR

Lei 6.766/1979

Lei 10.267/2001 Proteção ambiental

Lei 4.771/1965

Proteção histórica Lei 12.651/2012

Tombamento Áreas contaminadas

Page 18: DIREITOS FUNDAMENTAIS

TERCEIRA GERAÇÃO OU DIMENSÃOHUMANIDADE

Proteção ao gênero humano; fraternidade, solidariedade.

“O direito à paz no mundo, ao desenvolvimento econômico dos países, à preservação do ambiente, do patrimônio comum da humanidade e à comunicação integram o rol desses novos direitos.” (grifo nosso)

ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 149

Page 19: DIREITOS FUNDAMENTAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Decretos-lei 167/1967 e 413/1969

Incentivos à produção agrícola e industrial

Lei 9.514/1997

Recuperação extrajudicial de crédito imobiliário

Lei 6.015/1973

Retificação de área e regularização fundiária

Lei 11.977/2009

Regularização fundiária, fomento a construção civil, moradia, acessibilidade, mobilidade econômica, meio-ambiente em

perspectiva urbanística

Page 20: DIREITOS FUNDAMENTAIS

QUARTA GERAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

Entre outros, Paulo Bonavides, que defende “direitos como à democracia, à informação e ao pluralismo.” (destaque nosso)ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 15ª ed. São Paulo: Verbatim, 2011, p. 150

Concentração

registro eletrônico.

Direito intergeracional: meio-ambiente (artigo 225 da CF)

Page 21: DIREITOS FUNDAMENTAIS

O SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Para que surge?

Necessidade econômica, visando a garantia creditícia, sem preocupações sistematizadas

com o desenvolvimento do Império ou a justiça social e, na sequência, separação dos bens de

domínio público do privado

Plano da eficácia estritamente formal e limitada no espaço.

Page 22: DIREITOS FUNDAMENTAIS

O SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Em que fase se encontra?

Publicidade formal qualificada

Eficácia formal e eficácia material: juízo de qualificação que, de quando em vez, faz

incursões visando realizar normas cogentes e evitar que terceiros estranhos à formação do título sejam prejudicados com a publicidade

registral

Page 23: DIREITOS FUNDAMENTAIS

O SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Para onde caminha?

Efetividade dos direitos fundamentais à moradia, à propriedade e à informação, com mobilidade econômica, planejamento social,

sustentabilidade ambiental e eficiência (redução do custo Brasil)

Efetividade real

Page 24: DIREITOS FUNDAMENTAIS

RETOMA-SE A PERGUNTA: REGISTRO É EFETIVIDADE, QUANDO SE MIRA A REALIDADE?

Na capacidade do agente “administrativo” competente (Registrador) interpretar o texto

normativo com vistas a efetivá-lo, a dizer, densificando-o, corporificando-o no caso em

concreto.

Risco da inércia: frustação dos desígnios legais, com prejuízo da valoração dada pelo

legislador à função registral dinâmica

Page 25: DIREITOS FUNDAMENTAIS

EM QUE CONSISTE A EFETIVIDADE REAL?

Na capacidade do agente “administrativo” competente (Registrador) interpretar o texto

normativo com vistas a densificá-lo, corporificando-o na análise do caso em

concreto, com eficiência e eficácia, tendo em mira a correspondência entre a realidade

formal e realidade factual.

Page 26: DIREITOS FUNDAMENTAIS

RISCO DA INÉRCIA?

Afastamento do sistema jurídico (ilha jurídica)

Frustração dos desígnios constitucionais e legais

Prejuízo da valoração dada pelo legislador à função registral dinâmica

Ausência de realização das funções registrais acumuladas ao longo do tempo

Page 27: DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAMPOS DE ATUAÇÃO DO REGISTRADORNA EFETIVAÇÃO DO DIREITO

Instrumentos atuais: execução fiduciária, georreferenciamento, retificação e regularização

fundiária

Instrumentos potenciais: estudos voltados para a extrajudicialização da execução hipotecária, da

usucapião e da demarcatória, concentração (PLC 23/2010)

Qual o mecanismo à disposição do Registrador para a efetivação do Direito?

Page 28: DIREITOS FUNDAMENTAIS

INSTRUMENTO DA EFETIVIDADE REAL

Decisão registral: ato administrativo marcado pela existência de um juízo (decisão) fundamentado, formulado no cotejo do caso em concreto com o texto normativo, densificando-o, com observância dos procedimentos e

parâmetros legalmente impostos.

“Com efeito, a partir de uma perspectiva dinâmica, o ato administrativo nada mais é que um estágio no processo de criação do Direito, cujo fluxo

segue do geral e abstrato para o individual e concreto. O Direito existe paraser aplicado, projetando-se sobre o mundo dos fatos através de

progressiva individualização e concretização das normas que o compõem.”

VALIM, Rafael. O Princípio da Segurança Jurídica no Direito Administrativo Brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 73.

Limites objetivos no decidir: procedimento e fins normativos e responsabilidade legal.

Page 29: DIREITOS FUNDAMENTAIS

VANTAGENS DA DECISÃO REGISTRAL

Encurtamento (quando não, supressão) da distância entre a tomada de decisão, a

formação do título e a prática do ato registral.

Presunção de legitimidade do ato administrativo, donde decorre sua estabilidade

imediata, salvo nulidade absoluta.

Page 30: DIREITOS FUNDAMENTAIS

MECANISMOS DE PROTEÇÃO PARA SEGURA DECISÃO REGISTRAL

Compreensão da natureza jurídica da função registral e sua inserção no contexto jurídico

Afastamento da ideia de ilha jurídica

Investimento em tecnologia e registro eletrônico

Compartilhamento de informações

Page 31: DIREITOS FUNDAMENTAIS

ISTO É UMA INOVAÇÃO?Lei de Terras 601, de 18 de setembro de 1850

Registro do Vigário

“Art. 11. Os posseiros serão obrigados a tirar títulos dos terrenos que lhes ficarem pertencendo por effeito desta Lei, e sem elles não poderão hypothecar os mesmos terrenos, nem aliená-los por qualquer modo.”

“Art. 13. O mesmo Governo fará organizar por freguezias o registro das terras possuídas, sobre as declarações feitas pelos respectivos possuidores, impondo multas e penas áquelles que deixarem de fazer nos prazos marcados as ditas declarações, ou as fizerem inexactas.”

Page 32: DIREITOS FUNDAMENTAIS

ISTO É UMA INOVAÇÃO?

Lei 11.977, de 07 de julho de 2009

Registro do Registrador

“Art. 46. A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas,

ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à

moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado.” (destaque nosso)

Page 33: DIREITOS FUNDAMENTAIS

É POSSÍVEL CONCEBER QUE A LEI DE REGISTROS PÚBLICOS É A MESMA?

Formalmente sim, porém...

...partindo da ideia de acumulação de funções, hoje é melhor se falar em Conjunto Normativo

dos Registros Públicos, cuja leitura da sua execução prática deve ser urgentemente

ressignificada, sobremaneira pelos Registradores.

Page 34: DIREITOS FUNDAMENTAIS

NA IDEIA DE EFETIVAÇÃO, APENAS SE ALMEJA O REGISTRO?

A TITULARIDADE NÃO FINDA EM SI MESMA.

Serve para cumprir a função econômica individual do sistema, mas também destina-se a proporcionar a

satisfação das necessidades mínimas sociais, de uma moradia digna, de uma urbe organizada e

ecologicamente equilibrada, de um campo com real delimitação do espaço territorial ocupado, que permita

ao titular retirar de seu direito regularizado as potencialidades econômicas para a realização dos

anseios e projetos individuais e familiares, viabilizando o desenvolvimento do país e a paz social.

Page 35: DIREITOS FUNDAMENTAIS

O QUE DIRIAM OS TITÃS?

A gente não querSó dinheiro

A gente quer dinheiroE felicidade

A gente não querSó dinheiro

A gente quer inteiroE não pela metade...

Comida, de Arnaldo Antunes, Sergio Brito e Marcelo Fromer

Page 36: DIREITOS FUNDAMENTAIS

MUITO OBRIGADO!

ATÉ O XL ENCONTRO NACIONAL DO IRIB