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Aula 05: Fontes do Direito Tributário
Objetivo: Estudar as fontes das normas do Direito Tributário.
Fontes do Direito Tributário
O termo “fonte” representa o nascimento, a origem do Direito, isto é, a forma
como ele surge e se insere no mundo jurídico. No Direito Tributário podem ser
mencionadas duas grandes fontes: as materiais e as formais.
As fontes materiais são os fatos ou valores da vida que exprimem situações
ou hipóteses tributárias levadas em consideração pelo legislador na elaboração das
normas jurídico-tributárias e na fixação do próprio sistema tributário. São as normas
que, de forma hierárquica e integrada, traçam e delimitam as regras a serem
observadas pelos sujeitos da obrigação tributária. As fontes formais, por sua vez,
são o resultado prático e efetivo da conversão da fonte material em norma jurídica.
Constituição Federal
A Constituição Federal, como norma fundamental de todo o ordenamento
jurídico nacional, determina a estruturação básica do Sistema Tributário Nacional,
definindo a matriz tributária, as competências dos entes federados, os princípios e
os limites atinentes ao poder de tributar, servindo como base de sustentação e
direcionamento de todas as demais normas tributárias.
Emenda Constitucional
As Emendas Constitucionais servem para modificar a Constituição e, após
ultrapassada a barreira de sua aprovação, inclusive quanto à própria
constitucionalidade, transformam-se em normas constitucionais.
Em termos de Sistema Tributário Nacional, as Emendas são o instrumento
próprio para modificá-lo, tanto no que diz respeito à ampliação, à supressão ou
simples alteração. A proposição de Emenda Constitucional, ou seja, a competência
iniciadora ao processo legislativo visa modificar a Constituição Federal em razão do
caráter de que se reveste.
Quanto a sua aprovação, uma Emenda Constitucional somente será
considerada aprovada com a votação em dois turnos e nas duas Casas Legislativas
e no mínimo com 3/5 dos votos dos integrantes de cada uma das respectivas Casas.
Lei Complementar
A Lei complementar é o ato legislativo qualificado que serve para integrar as
normas constitucionais, embora excepcionalmente também seja usada como norma
criadora de tributo. Ela é sujeita à aprovação por quorum de maioria absoluta, ou
seja, depende de votos favoráveis de mais da metade dos integrantes da Casa
Legislativa.
Lei Ordinária
Lei Ordinária é o ato normativo tributário por excelência dessa matéria, cujo
processo passa por aprovação do poder Legislativo e por sancionamento do poder
Executivo ou promulgação do próprio poder Legislativo, dependendo de maioria
simples para sua aprovação, ou seja, de metade mais um dos parlamentares
presentes. Por meio delas são instituídos os tributos e contribuições e demais
obrigações tributárias atinentes a sua cobrança e administração.
As leis ordinárias (a Lei Ordinária é a fonte formal básica do Direito Tributário,
o instrumento de materialização do Princípio da Legalidade, ou seja, todas as vezes
que a Constituição se refere ao termo “lei”, está se referindo a esta espécie
normativa.) servem para criar, extinguir ou modificar o tributo; para definir o nome, o
fato gerador, o contribuinte, a alíquota, a base de cálculo, as penalidades, os
benefícios fiscais e delinear as obrigações acessórias e submetem-se aos limites da
Constituição Federal.
Medida Provisória
De adoção privativa do Presidente da República, o artigo 62 da Constituição
Federal prevê este ato legislativo que tem força de Lei Ordinária pelo prazo inicial de
60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60, acaso não tenha sido apreciada neste
prazo.
Imediatamente após sua edição e publicação, a Medida Provisória deverá ser
remetida para apreciação no Congresso Nacional, iniciando-se pela Câmara dos
Deputados, sendo posteriormente, se aprovada por esta Casa Legislativa, enviada
ao Senado Federal. O Congresso Nacional tem um prazo inicial de 45 dias para
apreciar a matéria, sob pena de esta tornar-se preferencial, trancando a pauta de
votação enquanto não for deliberado sobre a mesma.
Apreciada e aprovada pelo Congresso Nacional sem modificação, a Medida
Provisória será convertida em lei por promulgação do presidente do Senado Federal.
Se, entretanto, a aprovação contemplar modificações feitas pelo Legislativo, ela é
convertida em projeto de lei e encaminhada ao presidente da República para fins de
sanção ou veto. Rejeitada a matéria em qualquer das casas do Legislativo, ela será
arquivada.
Em matéria tributária, além da limitação geral (relevância e urgência), é de ser
ressalvado que sempre que por este ato legislativo for criado ou majorado um
tributo, na sua vigência deverá ser observado o princípio da anterioridade, não da
Medida Provisória e sim da Lei decorrente de sua conversão.
Lei Delegada
Prevista no artigo 68 da CF esta espécie normativa representa a inversão do
trâmite do processo legislativo, visto que, ao invés de o Congresso Nacional
deliberar sobre o projeto de lei, ele o faz previamente delegando competência ao
presidente da República para elaborar o texto legal, que será ou não apreciado
posteriormente pelo Legislativo.
Decreto Legislativo
É norma que não se submete à sanção do presidente da República, posto o
ato o qual decorre da competência própria do poder de legislar. Em matéria
tributária, este ato normativo serve basicamente para aprovação de Tratados e
Convenções Internacionais, conforme determina o artigo 49, I da CF.
Resolução
A Resolução pode ser uma norma de qualquer uma das Casas Legislativas,
como também do Congresso Nacional. Em matéria tributária, é apropriada para que
o Senado Federal estabeleça as alíquotas interestaduais do ICMS, as alíquotas
mínimas e máximas deste imposto nas operações internas e a fixação das alíquotas
máximas do ITCD, conforme dispõem os artigos 155, §§1º e 2º da CF.
Decretos Regulamentadores
Denominados também de Decretos Regulamentares, Decretos do Executivo
ou simplesmente de Decretos, são atos normativos destinados à regulamentação ou
especificação da Lei. São editados pelo chefe do poder Executivo competente, não
podendo extrapolar o que determina a lei. O Decreto está para a lei assim como a lei
está para a Constituição.
Em regra, o Decreto prevê as obrigações positivas ou negativas, as
obrigações acessórias, os prazos de recolhimento, os documentos fiscais a serem
emitidos e as informações a serem prestadas.
Normas Complementares
São atos normativos expedidos com a finalidade de complementar e melhor
explicitar as regras contidas na legislação tributária. Estão previstos no artigo 100 do
CTN e podem ser apresentados como atos normativos emanados da autoridade
administrativa correspondente, bem como de atos representativos de decisões
reiteradas da autoridade administrativa editada pelos julgadores habilitados a que a
lei atribua eficácia de ato normativo.
Agora que chegamos ao fim desta aula, acesse o AVA e faça os exercícios
propostos para conferir o que aprendeu. Se houver dúvidas, não deixe de questionar
seu professor.
Vale a pena conferir
1. O sistema tributário brasileiro. Disponível em: <http://youtu.be/R0ul-U1D1D8>.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, P. de B. Curso de direito tributário. Rio de Janeiro: Saraiva, 2005.
CASSONE, V. Direito Tributário. São Paulo: Atlas, 1999.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2008.