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Jovi Barboza Direito Tributário DIREITO TRIBUTÁRIO Conceitos de Tributo Princípios de Direito Tributário Maringá – 2011

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Jovi Barboza R. Riachuelo, 217 – São Paulo – SP – 01007.000 – Fone: 3101-4200 Av. São Paulo, 172 – 14º- s/1.409 – Maringá – PR – 87.013-040 – Fone: 3029-5439 FCV

FACULDADE CIDADE VERDE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Jovi Barboza

Direito Tributário

DIREITO TRIBUTÁRIO

• Conceitos de Tributo

• Princípios de Direito Tributário

Maringá – 2011

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Apostila – Direito Tributário 2/59

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Jovi Barboza Advogado - Professor

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Apostila – Direito Tributário 5/59

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Direito Tributário

Apostila destinada aos Cursos de Pós Graduação nas diversas áreas das Ciências Sociais: Direito, Contabilidade, Auditoria e Perícia e MBA em Gestão, entre outros, versando sobre os principais pontos da Disciplina “Direito Tributário”, compreendendo os Conceitos de Tributo e Suas Espécies, os princípios constitucionais do direito tributário e o Sistema Tributário Nacional, além de aspectos gerais do Direito Tributário, inclusive com menção de alguns atributos do Código Tributário Nacional e da Lei das Execuções Fiscais.

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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio ou processo. A violação dos direitos de autor (Lei nº. 9.610/98) é crime previsto no art. 184, do Código Penal Brasileiro, combinado com as sanções civis dos art.s 101 a 110, da Lei nº. 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais.

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Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributário : Princípios Tributários : Fiscal

Barboza,Jovi.

Direito Tributário / Jovi Barboza -- Maringá, PR : Editora Projus, 2011.

Apostila. Bibliografia. 1. Direito Tributário 2. Princípios Constitucionais

de Direito Tributário Direito) - Brasil 3. Prescrição - Brasil 4. Decadência - Brasil.

Editora Pro-Jus Ltda. - Apostilas

- Livros Didáticos - Cursos de Extensão - Cursos Profissionais

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Direito Tributário

RESUMO Apostila de Direito Tributário, compreendendo as fontes do direito tributário, os princípios constitucionais do Direito Tributário, os conceitos de Tributo e suas espécies e sua classificação, assim como alguns institutos importantes, como é o caso da prescrição e da decadência, além de uma abordagem sobre o Sistema Tributário Nacional, composto, principalmente, pela Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional e pela Lei das Execuções Fiscais, englobando, também, alguns estudos de casos e particularidades da responsabilidade criminal (crimes contra a ordem tributária). O estudo engloba pontos como a limitação do poder de tributar, o princípio da noventena e da anterioridade da lei, crédito tributário e suas conseqüências, além dos impostos federais, estaduais e municipais, além de uma análise superficial sobre o processo legislativo brasileiro. Palavras-Chave: TRIBUTOS. IMPOSTOS. CONTRIBUIÇÕES. PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA. FATO GERADOR. LANÇAMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

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Apostila – Direito Tributário 8/59

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Sumário

1. Introdução...................................................................................................... 092. Sistema legislativo Brasileiro........................................................................ 093. Origens do Direito Tributário...................................................................... 12

3.1. Fontes do Direito Tributário......................................................................................... 12 3.2. Constituição Federal...................................................................................................... 13 3.3. Código Tributário Nacional.......................................................................................... 19 3.4. Lei de Execuções Fiscais................................................................................................ 20

4. Princípios Constitucionais do Direito Tributário....................................... 215. Conceitos........................................................................................................ 23

5.1. Noções e conceitos de Tributos...................................................................................... 23 5.2. Tipologia Tributária – conceitos................................................................................... 23 5.3. Natureza Jurídica do Tributo....................................................................................... 25

6. Aspectos Legais do Direito Tributário........................................................ 276.1. Imunidade Tributária.................................................................................................... 27 6.2. Conceito........................................................................................................................... 27 6.3. Características................................................................................................................ 27 6.4. Lançamento.................................................................................................................... 28 6.5. Exercício com Acórdão sobre Lançamento................................................................. 29

7. Suspensão do Crédito Tributário – CT....................................................... 307.1. Exigibilidade................................................................................................................... 31 7.2. Moratória........................................................................................................................ 31 7.3. Depósito........................................................................................................................... 32

8. Extinção do Crédito Tributário................................................................... 328.1. Pagamento....................................................................................................................... 33 8.2. Compensação.................................................................................................................. 33 8.3. Transação........................................................................................................................ 34 8.4. Remissão.......................................................................................................................... 34 8.5. Prescrição e Decadência................................................................................................ 34 8.6. Conversão de Depósito em Renda................................................................................ 36 8.7. Pagamento antecipado................................................................................................... 36 8.8. Consignação em pagamento.......................................................................................... 36 8.9. Decisão administrativa irreformável............................................................................ 37 8.10. Decisão judicial transitada em julgado..................................................................... 37 8.11. Dação em pagamento................................................................................................. 37

9. Estrutura da Norma Tributária................................................................... 379.1. Hipótese Tributária........................................................................................................ 38 9.2. Fato Gerador.................................................................................................................. 38 9.3. Natureza jurídica do tributo......................................................................................... 38 9.4. Critérios da Norma Tributária..................................................................................... 39

10. Exclusão do Crédito Tributário................................................................... 4011. Impostos Federais.......................................................................................... 4112. Impostos Estaduais........................................................................................ 4613. Impostos Municipais..................................................................................... 4814. Estudos de Casos........................................................................................... 5015. Responsabilidade Tributária........................................................................ 5216. Referências..................................................................................................... 5217. Apêndice......................................................................................................... 53

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Apostila – Direito Tributário 9/59

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1. Introdução A Carga Tributária no Brasil é, hoje, quase o dobro do que foi quando o Brasil vivia a

Era Colonial, quando os Colonos brasileiros eram obrigados a pagar 20% (vinte por cento) do ouro garimpado para o Reino. É! Era equivalente a 1/5 (um quinto) do produto. E por causa dessa contribuição (imposto), nasceu a expressão “o quinto dos infernos”. No Brasil de hoje, já pagamos quase “dois quintos” e ninguém reclama tanto quanto reclamou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes! Por que será?

O Contador é o principal personagem empresarial no mudo dos impostos. É o Contador

quem afere o valor dos impostos pagos sujeitos à recuperação pelo empresário e, também, os impostos que foram gerados nas vendas e que deverão ser recolhidos aos cofres públicos, descontados os recuperados.

Estar preparado, ao menos entendendo os meandros constitucionais do direito tributário,

o instituto da prescrição, o da decadência e alguns aspectos do processo judicial tributário, regido pela Lei das Execuções Fiscais, é uma obrigação do Contador. E é na graduação que o Acadêmico adquire os principais alicerces da profissão, aperfeiçoando-se, posteriormente, em um programa de pós-graduação, para levar ao mercado a base necessária ao bom exercício da profissão que tem por objeto as aziendas.

Esta apostila, apesar de superficial, pretende introduzir o estudante de Contabilidade no

caminho das normas jurídicas atinentes ao sistema arrecadatório de tributos. 2. Sistema Legislativo Brasileiro O nosso país é constituído, por força da Constituição Federal, de três poderes, a saber:

Executivo, Legislativo e Judiciário. A função do primeiro é executar as normas administrativas e orçamentárias, por isto mesmo o nome “executivo”. É, basicamente, o Governo, que faz com que o Estado trilhe o seu árduo caminho de progredir cada vez mais, sem perder sua soberania e sem infringir a Constituição Federal, que é a Carta Magna, ou seja, a Lei Maior, a qual, nenhum dos Poderes pode desobedecer.

O Poder Executivo é representado pelo Presidente da República, no âmbito da União,

pelos Governadores, no âmbito dos Estados e Distrito Federal e pelos Prefeitos, no âmbito municipal. O Judiciário é composto pelos Tribunais, com seus juízes, desembargadores e ministros. E o Poder Legislativo, que é aquele que nos interessa neste estudo, tem a seguinte representação:

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Apostila – Direito Tributário 10/59

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• Âmbito Municipal O Poder Legislativo Municipal é exercido pela Câmara de Vereadores e sua

composição é prevista pelo art. 29, IV, da Constituição Federal, a saber:

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Pós-Graduação• Princípios Constitucionais

• Legislação Tributária

• Tributação

• Estudos de Casos

Processo legislativo

CASAS LEGISLATIVASCASAS LEGISLATIVAS• Câmaras de Vereadores

Art. 29, IV: 9 15.000 hab 33 1.200.000 hab11 30.000 hab 35 1.350.000 hab13 50.000 hab 37 1.500.000 hab15 80.000 hab 39 1.800.000 hab17 120.000 hab 41 1.400.000 hab19 160.000 hab 43 2.000.000 hab21 300.000 hab 45 4.000.000 hab23 450.000 hab 47 5.000.000 hab25 600.000 hab 49 6.000.000 hab27 750.000 hab 51 7.000.000 hab29 900.000 hab 53 8.000.000 hab31 1.050.000 hab 55 >

8.000.00 hab

• Âmbito Estadual

Nos Estados e no Distrito Federal, são as Assembléias Legislativas (Estadual/Distrital), composta por Deputados Estaduais, eleitos pelo povo, com a seguinte composição (art. 27, da Constituição Federal). Vejamos:

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Pós-Graduação• Princípios Constitucionais

• Legislação Tributária

• Tributação

• Estudos de Casos CASAS LEGISLATIVASCASAS LEGISLATIVAS• Assembléias LegislativasArt. 27 - O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da represen-tação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acres-cido de tantos quantos forem os Deputados Fe-derais acima de doze.

Processo legislativo

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Apostila – Direito Tributário 11/59

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• Âmbito Federal

No que se refere ao Poder Legislativo Federal, temos o Congresso Nacional,

que é composto pelas duas casas: Senado Federal e Câmara dos Deputados.

O Senado Federal é composto por 81 senadores, já que, segundo o art. 46, da Constituição Federal, cada Estado e o Distrito Federal deve ser representado na casa por três Senadores, com mandato de 8 anos, substituindo-se a cada quatro anos, um e dois terços, alternadamente.

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Pós-Graduação• Princípios Constitucionais

• Legislação Tributária

• Tributação

• Estudos de Casos CASAS LEGISLATIVASCASAS LEGISLATIVAS

• Senado FederalArt. 46. O Senado Federal compõe-se de represen-tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. § 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

Processo legislativo

A Câmara dos Deputados é composta por 513 Deputados Federais, já que

sua composição obedece ao que determina o art. 45, § 1º., da Constituição Federal, ou seja:

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Pós-Graduação• Princípios Constitucionais

• Legislação Tributária

• Tributação

• Estudos de Casos CASAS LEGISLATIVASCASAS LEGISLATIVAS• Câmara dos DeputadosArt. 45. …

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, propor-cionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Processo legislativo

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Apostila – Direito Tributário 12/59

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Pós-Graduação• Princípios Constitucionais

• Legislação Tributária

• Tributação

• Estudos de Casos CASAS LEGISLATIVASCASAS LEGISLATIVAS• Câmara dos DeputadosLC 78/93. Art. 1º Proporcional à população dos Estados e do Distrito Federal, o número de deputados federais não ultrapassará quinhentos e treze representantes, fornecida, pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano anterior às eleições, a atualização estatística demográfica das unidades da Federação. Parágrafo único. Feitos os cálculos da representação dos Estados e do Distrito Federal, o Tribunal Superior Eleitoral fornecerá aos Tribunais Regionais Eleitorais e aos partidos políticos o número de vagas a serem disputadas. Art. 2º Nenhum dos Estados membros da Federação terá menos de oito deputados federais. Parágrafo único. Cada Território Federal será representado por quatro deputados federais. Art. 3º O Estado mais populoso será representado por setenta deputados federais.

Processo legislativo

3. Origens Do Direito Tributário

Há que se pensar, antes de tudo, por que motivo os tributos existem. O Estado precisa se “organizar”, isto é, constituir-se de uma maneira que seja possível se executar as operações que suas funções exigem e determinam. Para isto, o Estado necessita de DINHEIRO. Esse dinheiro, tão necessário ao Estado é arrecadado através dos TRIBUTOS. Quando falta dinheiro, isto é, a arrecadação é insuficiente para suportar todas as necessidades do Estado, este pode “tomar empréstimos”, constituir dívidas através de

lançamento de títulos mobiliários etc. O ideal é que o dinheiro que fosse necessário para o Estado, fosse todo arrecadado com os tributos e, também, que o dinheiro arrecadado fosse aplicado corretamente pelo Estado em benefício do povo. Porém, uma patologia social atinge os dois setores e, assim, Estado não aplica corretamente os recursos arrecadados e a sociedade sonega os tributos, gerando um conflito de grande significado para a organização do Estado.

3.1. Fontes do Direito Tributário

O Direito Tributário tem origem nas Leis. A Principal Lei do País é a Constituição Federal. No campo do Direito Tributário, temos, em seguida, o Código Tributário Nacional e, depois, no campo processual tributário, temos a Lei das Execuções Fiscais, que é uma Lei

DIREITO TRIBUTÁRIO

• Conceitos de Tributo

• Princípios de Direito Tributário

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Apostila – Direito Tributário 13/59

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Federal, utilizada por todos os âmbitos da Federal para processamento de cobrança judicial de tributos. Vejamos.

3.2. Constituição Federal

A Constituição Federal é a Lei Maior de nosso país. Assim, é ela a maior fonte do Direito Tributário. Encontramos nos arts. 61, 62 e 154, os seguintes dispositivos tributários:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: … II - disponham sobre: … b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; … Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. … § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) … TÍTULO VI - Da Tributação e do Orçamento CAPÍTULO I - DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Seção I - DOS PRINCÍPIOS GERAIS Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Art. 146. Cabe à lei complementar1: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do

1 Por esse dispositivo da Constituição Federal e, por continuar a viger o Código Tributário Nacional, a Lei n. 5.172/66 adquiriu natureza de Lei Complementar.

DIREITO TRIBUTÁRIO

FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

• A Constituição Federal

• O Código Tributário Nacional

• A Lei de Execuções Fiscais

- Legislação Inferior

- Limitações do Poder de Tributar

Organização do Estado

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Apostila – Direito Tributário 14/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

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Apostila – Direito Tributário 15/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV - utilizar tributo com efeito de confisco; V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

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Apostila – Direito Tributário 16/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Seção III - DOS IMPOSTOS DA UNIÃO Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. § 2º - O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; § 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) § 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II - setenta por cento para o Município de origem. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Seção IV - DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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Apostila – Direito Tributário 17/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; V - é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; IX - incidirá também: a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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Apostila – Direito Tributário 19/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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TIPOS DE TRIBUTOS

Impostos (16)

Taxas (77)

Contribuições de Melhoria (80)

Contribuições Sociais (especiais)

Empréstimos Compulsórios

Seção V - DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 2º - O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do bem. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) § 4º - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

3.3. Código Tributário Nacional O Código Tributário Nacional, que, por força do art. 146, da Constituição Federal, tem status de Lei Complementar, aparece em segundo lugar como FONTE DO DIREITO TRIBUTÁRIO em nosso país, pois é ele o resultado da edição da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966, que, apesar de ter vigência antes da edição da Constituição, foi por esta recepcionado, no entendimento pacífico da doutrina e da jurisprudência. Assim, entende-se e aceita-se sua vigência sem qualquer resistência, fundamentando-se nos

seus dispositivos a operacionalidade jurídica do Sistema Tributário Nacional. Vejamos alguns dispositivos:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. …. Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

DIREITO TRIBUTÁRIO

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moedaou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Conceitos

TRIBUTOCTN Art. 3o.

Art. 5o. Impostos, taxas e contribuições de melhoria

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Apostila – Direito Tributário 20/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

3.4. Lei de Execuções Fiscais

Quando o tributo devido não é pago pelo contribuinte, então o Estado pode fazer a cobrança através da execução fiscal. Essa cobrança, no entanto, é feita através do comando legal estabelecido pela Lei de Execuções Fiscais, Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 1980.

Há um rito especial para que se possa efetuar a cobrança do Tributo, através da

execução Fiscal. É necessário que a execução esteja aparelhada com a CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA, que faz com que a dívida tenha presunção de certeza, exigibilidade e liquidez (art. 3o.).

LEI Nº 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980.

Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. § 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública. § 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato. § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. § 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter: I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros; II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato; III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida; IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo; V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e

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VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da dívida. § 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade competente. § 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão ser preparados e numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico. § 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos. § 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias continua a ser o estabelecido no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960. Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez. Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite. Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra: I - o devedor; II - o fiador; III - o espólio; IV - a massa; V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e VI - os sucessores a qualquer título.

A execução, portanto, admite a defesa através dos embargos à execução e, também, pela

exceção de pré-executividade (somente quando não necessitar provas). 4. Princípios Constitucionais do Direito Tributário A Constituição Federal é repleta de princípios em várias áreas do Direito. No campo do

Direito Tributário, é preciso trazer à tona o estudo dos seguintes princípios constitucionais: (i) princípio da legalidade; (ii) princípio da limitação do poder de tributar; (iii) princípio da anterioridade da lei; (iv) princípio da noventena; (v) princípio da isonomia; e (vi) princípio da imunidade. Vejamos o significado de cada um deles a seguir.

Princípio da Legalidade Pelo princípio da legalidade, é estabelecido que “nenhum tributo” poderá ser criado ou

mesmo cobrado sem que haja uma lei que o estabeleça. Este princípio extrai-se da própria definição de tributo que está estampada no art. 3º., do Código Tributário Nacional.

Assim, nulo é o tributo que não encontra-se estabelecido, definido, tipificado em uma Lei. E o Art. 146, da Constituição Federal estabelece que é a Lei Complementar que deve definir o tributo e suas espécies, motivo pelo qual o CTN é levado pela doutrina à categoria de Lei Complementar, apesar de ter sido editado como Lei Ordinária.

Princípio da Limitação do Poder de Tributar Este princípio encontra-se estabelecido no Art. 150, da Constituição Federal, o qual se

desmembra em outros, derivados, como, por exemplo, o princípio da legalidade, o da anterioridade da lei, da imunidade e o da noventena.

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Por este princípio, fica constitucionalmente estabelecido que o Estado não pode sair por aí tributando a torto e a direito. É preciso que ele, Estado, obedeça algumas regras, entre as quais os princípios estabelecidos na Constituição, os quais não podem, jamais, ser desobedecidos, sob pena de ser o Estado obrigado a devolver o dinheiro arrecadado indevidamente. Esta devolução é possível porque o Estado não está livre da apreciação do Poder Judiciário.

Princípio da Anterioridade da Lei O Estado, seja no nível Federal, Estadual ou Municipal, quando estabelecer a criação ou

majoração de tributos, deve esperar o exercício seguinte àquele em que foi editada a lei para poder cobrar efetivamente o tributo. Portanto, uma vez criado ou majorado o tributo, se não estiver nas exceções do art. 154, da Constituição Federal, somente poderá cobrar efetivamente o mesmo no ano seguinte ao da sua majoração ou criação, sob pena de ter que devolver o dinheiro arrecadado, quando acionado pelo Contribuinte perante o Poder Judiciário.

Princípio da Noventena Além de observar o princípio da anterioridade da lei, que significa que a lei que criou o

tributo ou o majorou deve ter sido editada no ano anterior à cobrança, o Estado deve observar, também, o princípio da noventena, que estabelece o prazo de 90 (noventa) dias para poder entrar em vigor a lei tributária. Portanto, ainda que haja sido criada no exercício anterior, se não houver transcorrido noventa dias da publicação da lei, o tributo não pode ser cobrado.

Princípio da Isonomia Este princípio é baseado no dispositivo constitucional trazido com o inciso II, do Art.

150, da Constituição Federal, que proíbe distinção de qualquer natureza entre contribuintes de mesma classe. Por este princípio, é vedado tratamento desigual entre contribuintes que possuam a mesma situação fiscal. A base deste princípio está estampada no art. 5º., da Constituição Federal, que prevê que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”.

Princípio da Imunidade A Constituição Federal traz em seu art. 150 o princípio da limitação do poder de

tributar. Dentro deste princípio, podemos encontrar um outro muito importante que é o da “imunidade”. Isto quer dizer que determinadas coisas e pessoas não são afetadas pelo tributo, por imposição constitucional, isto é, constitui-se de uma condição que não pode ser modifica por qualquer administrador público, pois, nem mesmo uma alteração na Constituição poderia ser feita para mudar essa condição. É diferente, por exemplo, da isenção, pois esta pode cair a qualquer tempo, segundo a vontade do legislador local. A imunidade é constitucional, ou seja, uma condição maior, que vale, por exemplo, para os templos, o livro, os partidos políticos etc.

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5. Conceitos

Alguns conceitos são importantes para estudo do Direito Tributário. Mas, especifica-mente, o tributo, o imposto e a taxa não podem ser relegados a segundo plano, posto que os demais institutos serão mais à frente estudados.

5.1. Noções e conceitos de Tributos

À lei não cabe a tarefa de definir os objetos da legislação. Contudo, em alguns casos, o legislador2 tem aprofundado a redação legal para esse fim. É o que ocorre, por exemplo, com o Código Tributário Nacional, que define o que é tributo no seu art. 3o., como vimos na página 7, deste trabalho. O art. 5o. traz as espécies de tributos. São elas: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria.

Já a definição de cada espécie encontra-se distribuída através do Código, cabendo ao

art. 16 a definição de impostos, ao art. 77, não propriamente uma definição, um conceito, mas, uma explicação de como se origina a taxa, tendo como base conceitual o fato gerador. E, no art. 81 encontramos a explicação (o fundamento) da instituição das contribuições de melhorias.

5.2. Tipologia Tributária - conceitos Como vimos, os conceitos de tributos estão previstos pela Lei, no caso, o Código Tributário Nacional, por força do dispositivo constitucional estabelecido na alínea “a”, do inciso III, do art. 146 da Carta Magna. Assim, o Código Tributário Nacional traz, somente, os seguintes tipos: IMPOSTOS, TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. Os Tributos, portanto, sob a definição da legislação vigente são somente esses. A dúvida que emerge é quanto às contribuições, tais como PIS e COFINS, que são

contribuições recepcionadas pela Constituição Federal e não são admitidas na definição legal de tributo.

2 Assim quis o legislador constituinte de 1988, ao atribuir à Lei Complementar a função de “definir” tributos (CF art. 146, III, “a”.

DIREITO TRIBUTÁRIO

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Conceitos

IMPOSTOCTN Art. 16

Art. 77-80 Fato gerador: exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos (prestados oupostos…) Contribuição de Melhoria – Art. 80.

TIPOS DE TRIBUTOS

Arts. 149 e 195 da CFNão têm classificaçãoprópria

Contribuições sociais

Art. 148, I e II, da CF.Não tem classificaçãoprópria

Empréstimo Compulsório

Arts. 145, III, da CF e 81 do Cód. Tribut. Nacional

Vinculada, indireta e mediata

Contribuições de melhoria

Arts. 145, II, da CF e 77 do Cód. Tributário Nacional

Vinculadas, diretas e imeditadas

Taxas de serviços

Arts. 145, I, da CF e 16 do Cód. Tributário Nacional

Não-vinculados e indiretosImpostos

FundamentaçãoClassificaçãoEspécies

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Mas, ao interpretar o art. 3º., do Código Tributário Nacional, qualquer contribuição se enquadra naquele conceito, o que pode levar à interpretação de que as contribuições são, também, tributos, pois são cobradas mediante compulsoriedade.

Vejamos o trecho constitucional que regula as contribuições:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a

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aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Neste diapasão, a doutrina já vem definindo como espécie tributária3 esse tipo de

arrecadação adotado pelo Estado.

5.3. Natureza Jurídica do Tributo

A Natureza Jurídica do tributo encontra-se prevista no art. 4º., do Código Tributário Nacional. A intenção do legislador, no entanto, não foi atingida, pois esse dispositivo, apesar de vigente, foi revogado tacitamente pela Constituição Federal, conforme já verificado no item anterior, pois, desconsiderando a tipificação do Código, o legislador constituinte de uma amplitude diferente para incidência de tributos, inclusive com denominação diferente4.

Código Tributário Nacional Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

É no art. 154 que a CF define a circunstância em estudo. Senão vejamos:

3 Vitório Cassone. Direito Tributário, pág. 70-79. 4 Extremamente didático, este dispositivo salienta que o critério determinante para se estabelecer a natureza jurídica de uma espécie tributária é a hipótese de incidência (ou fato gerador in abstracto) do mesmo. Em verdade, é a própria Constituição Federal, ao estabelecer as regras-matrizes de incidência e ao classificar os tributos é quem determina a sua natureza jurídica. Adverte o dispositivo sob comento que o nome ou as características formais que possua, assim como a destinação legal do produto da sua arrecadação, são desinfluentes na sua qualificação. Desse modo, extrai-se da Constituição, pelas regras-matrizes de incidência, cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios. (Vladimir Passos de Freitas, Código Tributário Nacional, Editora RT, pág. 21. (grifamos e negritamos)

DIREITO TRIBUTÁRIO

A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;II – a destinação legal do produto de sua arrecadação.

Natureza jurídica

TRIBUTOCTN Art. 4o.

Revogado tacitamente

pela CF

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Art. 154: “A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

Portanto, a Carta Magna privilegia a “base de cálculo” como fator preponderante na

definição da natureza jurídica do imposto (tributo). O STF definiu (RE 138.284-CE) a natureza jurídica, com a seguinte classificação, considerando o fato gerador:

a) - Impostos (CF, arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156); b) - Taxas (CF, art. 145, II);

c) - Contribuições, que podem ser assim classificadas:

c.1. - de melhoria (CF, art. 145, III); c.2. - parafiscais (CF, art. 149. Estas se classificam em:

c.2.1. - sociais:

c.2.1.1. - de seguridade social (CF, art. 195, I, II e III); c.2.1.2. - outras de seguridade social (CF, art. 195, § 4º.); c.2.1.3. - sociais gerais (FGTS, salário-educação, CF, art. 212, § 5º.,

contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 2405); c.3. - especiais:

c.3.1. - de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149); e c.3.2. - corporativas (CF, art. 149)

d) - empréstimos compulsórios

5 Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

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6. Aspectos Legais do Direito Tributário Como vimos, a Constituição Federal exerce papel importantíssimo na questão tributária,

assim como em qualquer área da vida do cidadão. Já, com o advento da legislação, alguns aspectos devem ser considerados. Vejamos.

6.1. Imunidade tributária Alguém que está imune não está sujeito a algo, isto é, não é afetado, como no caso da

Medicina, em que uma vacina torna uma pessoa IMUNE a certa doença. Então, se alguém está imune à tributação, quer dizer que não está sujeito à tributação. Assim, não importa o que faça, ou o que ocorra com essa pessoa (ou coisa), não estará sujeito ao imposto, portanto, imune. Portanto, ainda que pratique atividade semelhante ao contribuinte (compra e venda, por exemplo), não estará sujeita à cobrança de tributos.

6.2. Conceito Com origem no princípio constitucional da imunidade, como vimos anteriormente, a

IMUNIDADE é a condição atribuída à pessoa (ou coisa) pela Constituição Federal, que PROÍBE o ente público de cobrar tributo dessa pessoa (ou coisa). Essa condição é estabelecida pelo art. 150, VI. Assim, a própria Constituição determina os casos em que haja imunidade de cobrança de impostos. Vale salientar que a imunidade nada tem a ver com a não-incidência, que é o contrário da incidência de tributos, ou com a isenção, que é dada pela lei comum.

Portanto a imunidade provoca uma situação de desafetação daquele que seria o sujeito

passivo do tributo em relação ao sujeito ativo, mesmo quando acontece o fato semelhante ao fato gerador, pois o tributo não é gerado.

6.3. Características Entre as principais características do tributo, podemos destacar as seguintes:

• IMUNIDADE é de natureza constitucional e tem cunho assistencial e cultural, atingindo os templos de qualquer culto, os partidos políticos, sindicatos e entidades educacionais sem fins lucrativos, além dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão6.

• INCIDÊNCIA é de natureza legal, isto é, uma vez prevista determinada

circunstância em lei (hipótese tributária), sobre a qual se encontre estabelecida a cobrança de tributo, em ocorrendo tal circunstância, haverá incidência de tributo, isto é, ocorrerá o FATO GERADOR do tributo.

6 Constituição Federal. Art. 150, VI, “b”, “c” e “d”.

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• NÃO-INCIDÊNCIA é de natureza natural, ou seja, é o fato que não gera o

tributo, encontra-se “fora” do mundo tributário. Neste caso, não existe a hipótese tributária.

• FATO GERADOR7: é o fato (jurídico) que ocasiona o tributo (gera o tributo).

• SUJEITO ATIVO8: é o Estado (o ente público) ou qualquer pessoa jurídica de

direito público, que por ocasião do fato gerador, torna-se titular de crédito tributário.

• SUJEITO PASSIVO9: é o contribuinte ou responsável. Qualquer pessoa física

ou jurídica, que por ocasião do fato gerador, torna-se titular de crédito tributário. 6.4. Lançamento O art. 14210, do Código Tributário Nacional define de quem é a competência para

constituir o crédito tributário. Importante observar que a doutrina tem reconhecido como característica do lançamento11, a obrigação da autoridade administrativa de realizar o procedimento que registra a ocorrência do fato gerador, através do qual nasce o sujeito passivo (o contribuinte) da obrigação tributária e o seu sujeito ativo (o Estado). O parágrafo único do art. 142, do CTN, é o dispositivo que atribui natureza obrigacional para a administração a atividade de lançamento.

7 Código Tributário Nacional. Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 8 Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. 9 Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. 10 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (grifamos). 11 Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. ... Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

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Há casos, entretanto, que não é a atividade administrativa quem faz o procedimento de

lançamento. Esta somente o homologa, sendo a atividade praticada pelo próprio contribuinte, como é o caso, por exemplo, do imposto de renda, cujo lançamento se dá pela entrega da declaração de ajuste anual pelo contribuinte. Esta circunstância é prevista pelo art. 150, do CTN, a saber:

Art. 150. O lançamento por homologação12, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifamos)

Portanto, conclui-se que, ainda que seja o próprio contribuinte que declare o tributo, cabe à autoridade administrativa exercer a atividade relativa ao lançamento, neste caso, por homologação. E o exercerá de toda maneira, ainda que por decadência, compreendendo-se o silencio como “homologação” (homologação tácita).

6.5. Exercício com Acórdão sobre Lançamento

EXERCÍCIO13: • “TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE PARCELAMENTO DE DÉBITOS.

INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA. CONSTITUIÇÃO REGULAR. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE DAS MAJORAÇÕES. 1. Nos tributos sujeitos ao chamado autolançamento ou lançamento por homologação (IPI, ICMS, PIS, Finsocial e, atualmente, o próprio IR, entre outros), é o próprio sujeito passivo quem, com sua declaração, torna clara a situação impositiva, apura o quantum devido e faz o pagamento, sem qualquer interferência do Fisco. A atividade administrativa é posterior, limitando-se à homologação expressa ou tácita. 2. Contudo, se não há pagamento, não há o que se homologar e não se pode falar, efetivamente, que houve o lançamento por homologação. Neste caso, podem acontecer duas situações: ou o Fisco acolhe, como absolutamente correto, tudo que foi declarado como devido pelo próprio contribuinte ou faz revisão e chega a um quantum

12 Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello: ato vinculado pelo qual a Administração concorda com ato jurídico já praticado, uma vez verificada a consonância dele com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão. (Curso de Direito Administrativo, 9. ed. São Paulo : Malheiros, 1997, p. 273). 13 Reunidos em grupos de três pessoas, façam uma análise do acórdão e dissertem explicando o que entenderam do caso, respondendo algumas perguntas chaves. Por exemplo: Qual foi o Recurso interposto? Quem interpôs o recurso? Qual era o objetivo do recurso? Qual foi a decisão do Tribunal? Que impostos não podem ser majorados? Por que? Havia cobrança a maior por parte do Estado? Explique. Como o Estado ficou sabendo que tinha direito de cobrar a dívida?

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devido superior. Em ambos os casos haverá lançamento de ofício, mas com uma diferença significativa: na primeira hipótese, a constituição do crédito, em sua totalidade, poderá ser feita pela imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de qualquer procedimento administrativo prévio ou notificação; na segunda hipótese, haverá necessidade de se instaurar o procedimento administrativo para o lançamento, mas tão-somente da parte que exceder ao débito já reconhecido. 3. A possibilidade de se constituir regularmente o crédito tributário, com a direta inscrição em dívida ativa exsurge do fato de que o próprio sujeito passivo foi quem apurou o quantum devido e já se auto-notificou quando da entrega da declaração (DCTF, GIA etc) ao Fisco. Não teria sentido a instauração de um procedimento administrativo para se apurar uma situação impositiva que já foi tornada clara e indubitável pelo próprio contribuinte. Estar-se-ia criando um monstrengo processual-administrativo, no qual o contribuinte iria se defender de uma ‘acusação’ por ele mesmo formulada... 4. Desnecessária qualquer discussão acerca da inconstitucionalidade das majorações da alíquota do Finsocial (Decreto-lei 1.940/82) em face da decisão do STF (RE 150.764-1) e do expresso reconhecimento do pedido manifesto pelo Decreto 1.601, de 23.08.1995. 5. Apelação parcialmente provida” (TRF14, 3ª. Região, Apelação Cível 284313, Proc. 95.03.088225-7, rel. Juiz Manoel Álvares, j. 26.08.1998, DJU 15.12.1998, p. 447).

7. Suspensão do Crédito Tributário Já se viu que o direito que surge para o sujeito ativo, em razão da ocorrência do fato

gerador da obrigação principal, ganha exigibilidade com o lançamento e, a partir de então, adota a designação formal de crédito tributário.

A exigibilidade, entretanto, é formal, conforme tópico a seguir. E pode a mesma ser

suspensa, segundo algumas circunstâncias, previstas pelo Código Tributário. É no art. 151, que encontramos a norma reguladora dessa circunstância.

Vejamos:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

Resta, então, compreendermos porque se admite a suspensão. Esta circunstância ocorre

administrativamente em três formas. Na primeira, pela moratória, requerida diretamente à administração e a segunda com o depósito para discussão do crédito. A terceira, que é o

14 Site: www.trf3.gov.br.

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parcelamento, é uma espécie de moratória, pois, antes da Lei Complementar n. 104/2001, a doutrina vinha denominando o parcelamento como uma forma de moratória.

7.1. Exigibilidade A exigibilidade é um dos pressupostos do título executivo, segundo o Código de

Processo Civil15. No tocante ao crédito tributário, nasce com o lançamento, isto é, bem antes do Título Executivo, que é a CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA16. Tal característica tem fundamento nos ditames do Direito Tributário, como um sistema. Assim, a obrigação nasce com o fato gerador e, com ela a exigibilidade, diferentemente do que se aplica à dívida civil, que está atrelada ao vencimento da obrigação, representada no título executivo.

A suspensão da exigibilidade, conforme o tópico acima é circunstância de privilégio,

somente concedida em casos previstos em lei, não podendo ser concedida pela autoridade administrativa, sem previsão legal.

7.2. Moratória O art. 151, antes da Lei Complementar n. 104/2001, trazia a moratória como um dos

itens que proporcionam a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A doutrina vinha entendendo que o PARCELAMENTO, que refletia a dilação de prazo para o pagamento do tributo, intrínseco ao instrumento da moratória.

O Código Tributário Nacional regula a moratória em seus arts. 152 a 15517.

15 CPC. Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. 16 Lei n. 6.830/80. Art. 2º. ... § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. (grifamos). 17 Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: I - em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: I - o prazo de duração do favor; II - as condições da concessão do favor em caráter individual; III - sendo caso: a) os tributos a que se aplica; b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. (Incluído

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7.3. Depósito Finalmente, o depósito, que é uma das formas de suspensão da exigibilidade do crédito

tributário (CTN 151, II), é feito para discussão da dívida. É, na verdade, uma caução. Através dele, o sujeito passivo assume a condição especial de contestar e discutir o crédito tributário, antes de pagar e sem correr o risco da execução fiscal.

8. Extinção do Crédito Tributário Dá-se o nome de “crédito tributário” à dívida tributária que o contribuinte tenha com o

erário. Portanto, a expressão refere-se, principalmente, ao ente público, pois é ele quem tem o crédito, enquanto o contribuinte (o devedor) tem um débito para com o Estado.

A partir do lançamento, como vimos, conforme o art. 14218, do Código Tributário

Nacional, estará constituído o crédito tributário. Este, porém, restará extinto em algum momento. A extinção do crédito tributário é prevista pelo art. 156, do CTN. Vejamos:

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) § 1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) § 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) § 3º Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) § 4º A inexistência da lei específica a que se refere o § 3º deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005). 18 Não é demais lembrar que existe o lançamento por “homologação” previsto no art. 150, do CTN, como vimos.

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8.1. Pagamento Previsto no inciso primeiro do art. 156, do CTN, quando o tributo é pago (em sua

integralidade) restará extinto o crédito tributário. Portanto, o pagamento parcial não é causa de extinção do crédito, conforme prevê o art. 15819.

8.2. Compensação Uma das formas prevista para a extinção do crédito tributário é a compensação.

Chamada popularmente de “encontro de contas”, a compensação não opera automaticamente no direito tributário, como ocorre no direito civil20.

O sistema tributário somente admite a compensação se houver uma expressa autorização

legal para que se possa operá-la. É o que se deduz do art. 17021, do CTN, pelo qual, se infere que há necessidade de previsão legal22 (lei federal, estadual ou municipal), que estipule as condições em que é possível à autoridade administrativa fazer a compensação de tributos. Essa compensação somente pode ser operada com dívidas vencidas. Sendo vincenda a dívida, a compensação somente pode operar-se em parcelas, limitada a 1% (um por cento) do valor devido23.

O instituto em tela é previsto na esfera federal, pelo art. 6624, da Lei n. 8.383, de 30 de

dezembro de 1991, a Lei que instituiu a UFIR (Unidade Fiscal de Referência25).

19 Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 20 Código Civil. Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se até onde se compensarem. (grifo nosso). 21 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001). 22 A compensação, pois, em material tributária, depende sempre de autorização da lei ordinária da respectiva pessoa jurídica de direito público. A lei pode autorizar a compensação; não o fazendo, não pode o contribuinte compensar tributos com outros créditos que possua contra a Fazenda respectiva. E se há lei autorizadora, a compensação só pode ser feita nas condições e limites autorizados por ela. (Luiz Felipe Silveira Difini, Manual de Direito Tributário, Saraiva, 2006, p. 299). 23 Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. 24 Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.199). § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.199). § 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.199). § 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido monetariamente com base na variação da UFIR. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.199) 25 A UFIR foi extinta pela Medida Provisória n. 1.973-67, de 26/10/2000, quando seu valor era de R$ 1,0641.

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8.3. Transação O instituto da transação é previsto na seara do direito civil pelo art. 84026, do codex.

Qualificada como uma das formas de extinção do crédito tributário, a transação vem disciplinada no art. 17127, do CTN, pelo qual, também, é necessária a existência de uma Lei que estabeleça as condições para a realização da transação.

Através do instituto da transação, as partes fazem concessões mútuas, isto é, cada uma

delas cede um pouco do seu direito para terminar o litígio (CC 840). Mas, para o direito tributário, além de ser necessária a existência de uma lei que autorize a transação, o parágrafo único do art. 171, do CTN, ainda exige que a referida lei indique a autoridade que terá competência para autorizar a transação.

8.4. Remissão28 Qualquer pessoa, assim como podem fazer doação de seus bens, pode “perdoar” a

outrem quanto às suas dívidas, isto é, abre mão do seu direito de receber “créditos” de seus devedores. Em matéria tributária, essa condição é submetida, também, ao princípio da legalidade, pois o crédito tributário é bem indisponível, isto é, o “Estado”, representado pelo ente público, ainda que queira, não pode “perdoar” a dívida do contribuinte, exceto se houver uma lei que o permita. É o que prevê o art. 17229, do Código Tributário Nacional.

8.5. Prescrição e Decadência Os instituto da “prescrição” e da “decadência” existem no direito brasileiro para

proteção do ordenamento jurídico, isto é, a lei (o direito) não pode favorecer àquele que vive na inércia, não praticando os atos que lhe cabem praticar. Assim, quando alguém deve praticar um determinado ato e não o pratica no tempo previsto pela lei, perde o direito de fazê-lo. É a chamada decadência (perda do direito de constituir o direito). Já quando uma pessoa possua o direito constituído e a ele não obtém a contra-prestação esperada, cabe-lhe buscar a tutela

26 Código Civil. Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação. Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos. 27 Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. 28 “REMISSÃO”, do verbo remitir, é perdão, indulgência, indulto, diferente de “REMIÇÃO”, do verbo remir, e que significa resgate. (Paulo de Barros Carvalho, Curso de direito tributário, 8. Ed. São Paulo, Saraiva, p. 313). 29 Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.

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Apostila – Direito Tributário 35/59

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jurisdicional para que a outra parte o cumpra. Quando extrapola o prazo previsto em lei para esse “direito de ação”, perde-o pelo instituto da “prescrição”.

Para o direito civil, a prescrição geral é de 1030 anos e os casos específicos têm

previsões legais, a partir do art. 20631 do codex. Para o direito tributário, no entanto, as definições mais precisas vêm da doutrina de Luiz Felipe Silveira Difini32. Vejamos:

• Decadência – extinção do direito de crédito não constituído, em

decorrência da inércia da Fazenda Pública, pelo período de cinco anos33;

• Prescrição – extinção do direito de crédito definitivamente constituído, em decorrência da inatividade da Fazenda Pública, pelo período de cinco anos34.

Resumindo:

FATO GERADOR (fato jurídico que gera o tributo) 1º. Dia últil do ano seguinte.

DECADÊNCIA: 5 ANOS PARA LANÇAMENTO (pode ser menor, se constituído)

PRESCRIÇÃO: 5 ANOS PARA AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL (a citação é determinante35)

30 Código Civil. Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 31 Art. 206. Prescreve: § 1º Em um ano: I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. § 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. § 3º Em três anos: I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil; VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. § 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. § 5º Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 32 Manual de Direito Tributário, pág. 305. 33 Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 34 Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005). II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 35 Às vezes o contribuinte é citado da ação executiva após os cinco anos prescricionais. Porém, a citação, sendo válida, retroage o processo à data do ajuizamento. Se este estiver dentro do período prescricional, então o processo executivo é válido e a prescrição começa a ser contada novamente, a partir da nova inércia da Fazenda Pública).

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8.6. Conversão de depósito em renda Como já vimos anteriormente, o depósito é causa de suspensão da exigibilidade do

crédito tributário. Essa hipótese ocorre quando o sujeito passivo (contribuinte) deseja “questionar” (discutir) a dívida judicialmente. Ao término da demanda, sendo esta desfavorável ao sujeito passivo, esse depósito é convertido em renda, isto é, passa para o erário e, assim, extingue o crédito tributário.

8.7. Pagamento antecipado Como já vimos anteriormente, ocorrendo a hipótese de “lançamento” por homologação,

uma vez efetuado o pagamento pelo sujeito passivo, e não havendo qualquer manifestação em contrário pela Fazenda, o lançamento restará homologado e, assim, extinto, em razão do pagamento. Nada implica que a Fazenda se manifeste a favor, tanto do lançamento, quanto do pagamento, homologando-os.

8.8. Consignação em Pagamento A consignação em pagamento é prevista no art. 156, do CTN, como uma das hipóteses

de extinção do crédito tributário, desde que esteja em acordo com o § 2º., do art. 16436. Esse dispositivo prevê os casos em que o valor do crédito tributário pode ser consignado judicialmente, isto é, depositado em juízo com a destinação para pagamento do débito. Vejamos:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Quanto a sentença proferida pelo Juízo é favorável ao consignante, o valor depositado é

considerado pagamento e, portanto, extingue o crédito tributário. 36 VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º., do artigo 164.

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8.9. Decisão administrativa irreformável Quando o crédito tributário é constituído, o sujeito passivo pode opor-se ao mesmo.

Essa oposição é, inicialmente feita na esfera administrativa, isto é, perante a autoridade estatal que cobra o tributo. Havendo concordância da administração com as alegações do contribuinte, uma vez que não haja mais possibilidade de reforma da decisão (recurso administrativo), neste caso, restará extinto o crédito tributário.

8.10. Decisão judicial transitada em julgado Se o questionamento administrativo não é suficiente para alcance dos anseios do

contribuinte, este pode valer-se da tutela jurisdicional, isto é, pode ajuizar uma ação judicial para questionamento do débito (crédito tributário). Sendo-lhe favorável a sentença e contra esta não cabendo mais nenhum recurso, significa que a sentença transitou em julgado. Essa expressão é substituída pelo CTN pela expressão passada em julgado.

Nesse caso, o crédito tributário restará extinto pela incidência do inciso X, do art. 156,

do Código Tributário Nacional. 8.1. Dação em pagamento Esta é uma nova proposta tributária. Pode-se afirmar que a reforma tributária é uma

necessidade no cenário político e econômico-financeiro nacional. Mas, à margem dessa certeza, muitas mudanças vêm sendo introduzidas no Código Tributário Nacional. A Lei Complementar n. 104, de 10 de janeiro de 2001, entre outras, trouxe a mudança em comento, isto é, introduziu o inciso XI, no art. 156, do CTN, que trata justamente da possibilidade de dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

Mais uma vez, observa-se a presença, como sempre, do princípio da legalidade, pois que

estabelece a necessidade de uma lei que crie as condições para que se possa operar a dação. Assim, pode-se afirmar, certamente, que esta não é uma norma auto-aplicável, pois depende de uma nova lei, isto é, uma lei reguladora da “dação em pagamento” de bens imóveis.

9. Estrutura da norma tributária. A norma tributária nasce para o nosso ordenamento jurídico para criar ou majorar

tributos. Contudo, há uma limitação constitucional para esse fenômeno jurídico. É o que estabelece o art. 150, I, da Constituição Federal. A norma tributária traz consigo uma estrutura, que a doutrina resolver assim interpretar:

• Norma em sentido estrito

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• Norma em sentido amplo

Através da norma em sentido estrito é que se identifica o tributo, ou seja, ela contém os critérios ou elementos relevantes ou imprescindíveis para que possamos identificar o tributo, isto é, ela constitui a natureza jurídica do tributo, através da qual é possível aplicar o art. 154, I, da Constituição, que venda a criação de impostos que tenham mesma base de cálculo e fato gerador próprias de impostos já discriminados na Constituição.

9.1. Hipótese Tributária Qualquer acontecimento pode ser interpretado como uma hipótese a ser analisada. No

caso específico do direito tributário, o que nos interessa para estudo são as hipóteses tributárias. Assim, devemos entender como hipótese tributária, o comportamento tributário descrito na lei e acontecido como fato jurídico. A partir de sua ocorrência, tem-se o conseqüente tributário, que se pode dizer é a segunda parte da “regra matriz” de incidência tributária, fazendo nascer a relação jurídico tributária, pela ocorrência do fato jurídico (jurídico porque está previsto na lei tributária como fato tributável).

9.2. Fato gerador A expressão fato gerador é dada pelo Código Tributário Nacional, em seu art. 114, que

diz: “fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei37 como necessária e suficiente à sua ocorrência”.

Observe-se que o Código estabelece que essa situação definida em lei é necessária e

suficiente para a ocorrência da obrigação tributária, quer dizer, uma vez que ocorra tal situação, gera-se o imposto e não há o que contestar. Porém, alguns doutrinadores têm defendido que a expressão não é correta porque não basta a publicação da lei para gerar-se a obrigação tributária: é necessário que o fato previsto ocorra. Ora, então, como fato previsto, ele é, apenas, HIPÓTESE TRIBUTÁRIA e não fato gerador. Após a prática do fato gerado pelo contribuinte, tem-se, então, o conseqüente tributário, ou seja, a obrigação.

9.3. Natureza jurídica do tributo. Por isto, mais uma vez lembramos o tópico estudado anteriormente no tocante à

NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO. O art. 4º., do CTN estabelece, apenas, o fato gerador como determinante da natureza jurídica do tributo. Mas, a Constituição Federal, ao estipular, no art. 154, I, que o novo imposto não pode ter fato gerador e nem base de cálculo de outro já existente, revoga tacitamente o dispositivo do art. 4º., do CTN, pois estabelece outro requisito para determinar a natureza jurídica do tributo.

37 Grifamos.

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9.4. Critérios da Norma Tributária Tanto a hipótese tributária quanto o conseqüente tributário trazem consigo elementos

de suma importância para a interpretação da natureza jurídica do tributo. A hipótese tributária é aquela que descreve o comportamento tributário vinculado a

um tempo e espaço. A hipótese tributária é composta pelos seguintes critérios ou elementos:

• Material; • Espacial; e • Temporal.

O critério material é aquele cuja função é descrever o comportamento tributário (ação

ou estado). Esse critério leva em relevância um verbo que indica a ação ou estado, como, por exemplo, ser proprietário, ou circular mercadorias etc.

O critério espacial é aquele cuja função é indicar o local da ocorrência do fato gerador.

Através desse critério se estabelece o ente político que tem competência para tributar e arrecadar o tributo, isto é, exercer a atividade financeira, nascida da tributação.

O critério temporal indica o momento da ocorrência do fato gerador. É importante para

vincular o comportamento dos sujeitos da relação jurídica, segundo a vigência da lei que regula a tributação.

O conseqüente tributário traz consigo dois critérios, apenas: pessoal e quantitativo. Pelo critério pessoal são designados os sujeitos da relação passiva, o ativo e o passivo.

O sujeito ativo é o credor da obrigação tributária, é o ente político, ou seja o Estado ou o terceiro indicado pela lei para exigir o crédito tributário. Já o sujeito passivo é aquele previsto no art. 121, do CTN, que é desdobrado em:

• Contribuinte; e • Responsável.

Contribuinte é a pessoa física ou jurídica que tem relação pessoal direta com a situação

jurídico fática, isto é o fato gerador; e Responsável é aquele que passa a responder pela obrigação tributária por força de lei,

independentemente de haver se envolvido na relação jurídico tributária. E, finalmente, o critério quantitativo é aquele que traduz i quantum debeatur, isto é o

valor que deve ser recolhido aos cofres públicos como tributo. Através desse critério,

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estabelece-se a base de cálculo e a alíquota. A base de cálculo é o valor da operação (do comportamento tributável). A alíquota é um valor “fixo” ou “proporcional”, atribuído pela lei tributária. Pela alíquota fixa, cobra-se um valor “certo” por unidade (litro, metro) do produto. E pela alíquota proporcional, estabelece-se um percentual (%) que é aplicado sobre a base de cálculo, encontrando-se o valor do tributo a ser pago.

RESUMO DA REGRA-MATRIZ TRIBUTÁRIA DO IPTU:

1. critério material

Exemplo: ser proprietário de bem imóvel – IPTU. HIPÓTESE TRIBUTÁRIA

2. critério espacial

No exemplo acima: dentro do município.

3. critério temporal

No exemplo acima: 1º. de janeiro de cada ano civil.

a) sujeito ativo: ESTADO (no exemplo acima).

CRITÉRIOS

1. critério pessoal

b) sujeito passivo: o PROPRIETÁRIO.

2. critério quantitativo a) base de cálculo: o valor venal do imóvel. b) alíquota: percentual estipulado pelo Estado em que reside o proprietário

10. Exclusão do Crédito Tributário A exclusão do crédito tributário é uma circunstância afeta de forma negativa ao direito

tributário, isto é, quando ocorre tal circunstância, o crédito é excluído, negado, não pode ser exigido. São duas as hipóteses de exclusão do crédito tributário:

a) – isenção; e b) – anistia. A isenção é uma forma de exclusão da obrigação principal. Assim, se alguém está

isento de determinado tributo, mesmo praticando o fato gerador, não pagará o tributo. Para que haja essa hipótese (isenção), é necessária a pré-existência de uma lei, não podendo, portanto, haver isenção de qualquer tributo, sem que haja uma lei assim determinando.

A isenção não pode ser confundida com a imunidade, pois esta é uma circunstância na

qual não se vislumbra a possibilidade de o Estado regular a atividade do contribuinte, ou seja, ele está imune, a força tributativa do Estado não lhe pode atingir. E, na isenção, a atividade, o comportamento do contribuinte é normalmente regulamentado, porém, a legislação o livra do pagamento do imposto, apesar de haver o contribuinte praticado a atividade entendida como hipótese tributária.

Já para a anistia, devemos considerar a situação em que o contribuinte pratica uma

“falta”, incorrendo em uma situação de “punição” e, quando anistiado, tem essa falta

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perdoada, ficando desobrigado de efetuar o pagamento (“punição”). Porém, deve existir, da mesma forma, uma lei para instituí-la.

11. Impostos Federais A Constituição Federal, em seu art. 15338, dispõe sobre o elenco de tributos federais, a

saber: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; e VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Assim, cada tributo acima pode ser analisado segundo os critérios que compõe a

estrutura da norma tributária, quais sejam:

• Critério material • Critério espacial • Critério temporal • Critério pessoal – sujeito ativo e sujeito passivo • Critério quantitativo

Portanto, vejamos o que Código Tributário Nacional, a partir de seu art. 19, dispõe sobre

os impostos federais: Impostos sobre a Importação Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. Art. 20. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Art. 22. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

38 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

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SEÇÃO II Imposto sobre a Exportação Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional. Art. 24. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financiamento. Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar. Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei. CAPÍTULO III Impostos sobre o Patrimônio e a Renda SEÇÃO I Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. SEÇÃO II Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

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§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. Imposto sobre Produtos Industrializados Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas. Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar39; III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

39 Transformação é o processo mecanizado ou semimecanizado, automatizado ou semiautomatizado sobre matéria-prima ou produto intermedoiário que perde a sua característica original e se transforma num novo produto (algodão transformado em tecido, por exemplo); Beneficiamento é o processo através do qual um produto já existente pode ser modificado, aperfeiçoado ou alterado o seu embelezamento ou funcionamento (polimento, por exemplo); Montagem é o processo pelo qual se cria um novo produto, a partir da junção de vários outros (automóvel, por exemplo).

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Apostila – Direito Tributário 44/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito. Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço. Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária. Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na forma da lei.

Vejamos os critérios, no tocante a cada um desses impostos federais: Imposto sobre importação de produtos estrangeiros;

• Material: CTN art. 19 • Espacial: repartição aduaneira • Temporal: entrada da mercadoria estrangeira • Pessoal: CTN art. 119 e 121 (respectivamente, o União e o Importador) • Quantitativo: CTN art. 20 base de cálculo e alíquota

Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou

nacionalizados;

• Material: CTN art. 23 • Espacial: repartição aduaneira • Temporal: desembaraço para a exportação • Pessoal: União (SA) e Exportador (SP) • Quantitativo: CTN art. 24

Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza;

• Material: CTN art. 43 • Espacial: todo o território nacional • Temporal: ano civil

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Apostila – Direito Tributário 45/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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• Pessoal: União e todas as pessoas físicas e jurídicas • Quantitativo: CTN art. 44

Imposto sobre produtos industrializados;

• Material: CTN art. 46 • Espacial: locais onde ocorre o fato gerador (aduana, fábrica etc) • Temporal: momento da ocorrência do fato gerador • Pessoal: União e importador, industrial, comerciante, arrematante etc • Quantitativo: base de cálculo e alíquota

Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou

valores mobiliários;

• Material: CTN art. 63 • Espacial: todo o território nacional • Temporal: momento da realização do crédito, câmbio, seguro etc. • Pessoal: União e pessoas que adquirirem crédito, câmbio, seguro etc. • Quantitativo: base de calculo e alíquota

Imposto sobre a propriedade territorial rural;

• Material: CTN art. 29 • Espacial: imóvel localizado fora da zona urbana – cnf. def. no art. 32 • Temporal: 1º. de janeiro de cada ano • Pessoal: União e proprietário do imóvel • Quantitativo: CTN art. 30 – base de cálculo e alíquota

Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

• Material: ? • Espacial: ? • Temporal: ? • Pessoal: ? • Quantitativo: ?

O imposto sobre grandes fortunas depende de aprovação pelo Congresso Nacional de

Lei Complementar e, portanto, no momento, não pode ser cobrado, pois, ainda não instituído.

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Apostila – Direito Tributário 46/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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12. Impostos Estaduais A Constituição Federal prevê os seguintes impostos estaduais40:

40 DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); § 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; V - é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; IX - incidirá também: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II - nas

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Apostila – Direito Tributário 47/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993);

Vejamos pelo Código Tributário Nacional, a previsão dos impostos estaduais:

Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários. Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior: I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra. Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição. § 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.

operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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Apostila – Direito Tributário 48/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição. § 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. § 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante. Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação. Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à União, a título do imposto de que trata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma transmissão. Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro. Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias Lei Estadual n. ?41 Imposto sobre a propriedade de veículos automotores Lei Estadual n. ? (Pesquisa a ser feita pelos alunos)

13. Impostos Municipais A Constituição Federal, em seu art. 15642, prevê os impostos de competência dos

Municípios, assim como o Código Tributário Nacional que prevê, a partir do art. 32, essa competência tributária municipal.

I – Imposto sobre a propriedade predial e Territorial urbana

41 Pesquisa a ser feita pelos alunos 42 Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). Código Tributário Nacional. … Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

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Apostila – Direito Tributário 49/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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• Material: CTN art. 32, do CTN e art. 156, I, da Constituição Federal • Espacial: imóvel localizado na zona urbana (domínio do bem) • Temporal: 1º. de janeiro de cada ano • Pessoal: Município (e Distrito Federal) e proprietário do imóvel • Quantitativo43: CTN art. 33 – base de cálculo é o valor venal do imóvel

II – Imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de

bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.

• Material: art. 156, II, da Constituição Federal44; • Espacial: município onde localiza-se o bem transmitido45; • Temporal: momento da transmissão e ou cessão; • Pessoal: Município (e Distrito Federal), como sujeito ativo e qualquer das partes,

conforme a lei municipal, como sujeito passivo; • Quantitativo46: base de cálculo e alíquota, conforme a lei dispuser.

III – Imposto sobre serviço de qualquer natureza

• Material47: Lei Complementar Federal n. 11648, de 31.7.2003; • Espacial: imóvel localizado na zona urbana (domínio do bem); • Temporal: momento da prestação do serviço; • Pessoal: Município (e Distrito Federal) e prestador do serviço (LC,art. 5º.); • Quantitativo49: base de cálculo e alíquota (LC, art. 7º.)

43 Observe-se as alterações trazidas pela Emenda Constitucional n. 29: “Art. 156, (já reproduzido acima)... I § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.” (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000). 44 Fato gerador: transmissão da propriedade ou do domínio útil; transmissão de direitos reais sobre imóveis; cessão de direitos relativos a transmissões da propriedade ou do domínio útil e de direitos reais sobre imóveis. 45 CF. Art. 156, ... § 2º - O imposto previsto no inciso II: ... II - compete ao Município da situação do bem. 46 Observe-se as alterações trazidas pela Emenda Constitucional n. 29: “Art. 156, (já reproduzido acima)... I § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.” (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 47 CF, art. 156, III. 48 LC n. 116/2003. Art. 1º. O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. 49 Observe-se as alterações trazidas pela Emenda Constitucional n. 29: “Art. 156, (já reproduzido acima)... I § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.” (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).

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Apostila – Direito Tributário 50/59

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14. Estudos de Casos

1 – CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO – RECUSA NA EXPEDIÇÃO – CRÉDITO DECLARADO EM DCTF – CONSTITUIÇÃO DO DÉBITO – CARACTERIZAÇÃO. Tributário, Certidão Negativa de Débito (CND). Constituição do débito. 1. A Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente a exigência do referido crédito, ex vi do art 5º, Parágrafo 1º, do DL nº 2.124/84. 2. O reconhecimento do débito tributário pelo contribuinte, mediante a DCTF, com a indicação precisa do sujeito passivo e a quantificação do montante devido, equivale ao próprio lançamento, restando o Fisco autorizado a proceder à inscrição do respectivo crédito em dívida ativa. Assim, não pago o débito no vencimento, torna-se imediatamente exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de modificação ao contribuinte, sendo indevida a expedição de certidão negativa de sua existência. 3. Recurso Especial desprovido “ (Ac. Um. Da 1ª t do STJ, REsp. 416.701/SC, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 16.09.03, Recte.: Transportes Marvel Ltda; Recda.: Fazenda Nacional, DJU-I 06.10.03, p. 207, ementa oficial. 2 – COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA – APRESENTAÇÃO DE MERCADORIAS – AUTORIDADE COATORA. Para a fixação do juízo competente em mandado de segurança, não interessa a natureza do ato impugnado: o que importa é a sede de autoridade coatora e a sua categoria funcional. Sendo a apreensão das mercadorias determinada pelo Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes e executada por Delegado da Polícia Federal, a competência para o julgamento do mandamus é da Justiça Federal. Competência do suscitado (STJ – 1º s; Conflito de Competência nº 797 – SP,; rel. Min. Américo Luz; 20.02.90; v.u; DJU-I, 26.03.90, p. 2168, ementa) BAASP, 1636/107, de 02.05.90. 3 – TRIBUTÁRIO E CIVIL – APREENSÃO DE MERCADORIAS COMO MEIO COERCITIVO AO PAGAMENTO DE TRIBUTO – AÇÃO DEMINDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS –PRESCRIÇÃO – TERMO INICIAL – INTERRUPÇÃO. 1. A prescrição configura sanção processual imposta àqueles que, ante o direito violado, quedam-se inertes, não se socorrendo da via judicial para obter o cumprimento específico da obrigação ou a reparação devida. O transcurso do tempo, aliado à inação do titular do direito ofendido levam à consumação da prescrição. 2. Nos termos do Código Civil Brasileiro, a prescrição interrompe-se por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor, e, igualmente, por ato inequívoco que importe o reconhecimento do direito pelo devedor (art. 202, V e VI). 3. Recurso Especial desprovido, (STJ, REsp 526.461/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª T., j. 04.11.03, DJ 24.11.03, p.226).

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4 – PIS – COFINS – BASE DE CÁLCURO – LEI Nº 9.718/98 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – OBSERVÂNCIA. Tributário. Recurso Especial. PIS. COFINS. Base de cálculo. Lei nº 9.718/98. 1. Ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 146; 148; 154, I, e 195, § 4º, todos da Constituição Federal, a instituição ou a fixação da base de cálculo de tributo, a que se refere o art. 97 do Código Tributário, que explicita o princípio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituição, se faz mediante a edição de lei ordinária. 2. A Lei nº 9.718/98, art. 3º, quando estabeleceu que faturamento “corresponde à receita bruta da pessoa jurídica”, não alterou a definição e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, para definir ou limitar competência tributária, mas apenas definiu a base de cálculo da contribuição social instituída pela Lei Complementar nº 70/91 – COFINS. 3. Recurso Especial a que se nega provimento. (Ac. Um. Da 2ª T. do STJ, REsp 379.826/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 01.04.03, Recte.: Icotron Indústria de Componentes Eletrônicos Ltda.; Recda.: Fazenda Nacional, DJU-I 28.04.03, p. 191, ementa oficial) 5 – AFRMM – CONSTITUCIONAL – TRIBUTÁRIO – ISENÇÃO DO ADICIONAL DE FRETE PARA MARINHA MERCANTE – AFRMM – EQUIVALÊNCIA COM O SISTEMA DRAWBACK – IMPOSSIBILIDADE. I – A isenção, no sistema jurídico-tributário vigorante, só é de ser reconhecida pelo judiciário em benefício do contribuinte, quando concedida, de forma expressa e clara pela lei, devendo a esta se emprestar compreensão estrita, vedada a interpretação ampliativa. II - Para efeito da isenção do AFRMM, o regime BEFIEX não se equipara, juridicamente, ao sistema denominado DRAWBACK. Enquanto, naquele (BEFIEX), o beneficiário do incentivo obriga-se a efetivar, em determinado prazo, um programa especial de exportação de produtos manufaturados, devendo, na dilação, apresentar saldo positivo de divisas (seja qual for o bem exportado), no regime aduaneiro do DRAWBACK, o que se verifica é o vínculo físico (e não financeiro\\0 entre a mercadoria importante e exportada; aquele deverá ser usada na fabricação (complementação ou acondicionamento) do produto exportado. III – A lei instituidora do sistema BEFIEX (Decreto-lei nº 1.219/72) veda, de forma expressa, a cumulação do referido benefício fiscal com outros previstos na legislação tributária. IV – O BEFIEX, segundo a jurisprudência predominante, é coberto, apenas, pelos benefícios fiscais consignados no Decreto-Lei nº 1.219/72, que o institui, gozando, tão-só, da isenção do IPI e do imposto de exportação. V – Recurso improvido. Decisão unânime. (STJ – 1º T.; RESsp 31.215-6; SP; rel. Min. Demócrito Reinaldo; j. 23.06.93; v.u.) . BAASP, 1819/459-j, de 03.11.93. 6 – TRIBUTÁRIO – IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS-FALSIDADE DOCUMENTAL-IRREGULARIDADEPUNIDA COM PENA DE PERDIMENTO-APREENSÃO-POSSIBILIDADE. 1. A falsificação ou adulteração de documento necessário ao embarque ou desembaraço de mercadorias importadas autoriza a aplicação da pena de perdimento, a teor do que dispões o art. 514, VI, Do Regulamento Aduaneiro. 2. Havendo instauração de procedimento administrativo para averiguar a existência da suposta irregularidade, mostra-se legítima a retenção cautelar das mercadorias. Precedente (REsp 529.614/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 19.12.03). 3. Recurso especial a que se nega seguimento (CPC, art. 557, caput). (STJ, REsp 500.286/rs, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1 ª T., j,. em 15.03.05, DJ 04.04.05, p. 170).

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15. Responsabilidade Tributária

- Código Penal;

- Leis que Alteram o CP;

- Leis Autônomas

Crimes Contra a Ordem Tributária

CÓDIGO PENAL

• Lei n.º 8.137/90;• Lei n.º 8.212/91;• Lei n.º 9.983/00.

- Sonegação Fiscal;- Omissão de Informações;- Falsa Informação;- Fraude;- Notas Frias;- Falsificação de Guias;- Apropriação Indébita;

Advocacia BARBOZA www.jovi.adv.br Os Crimes contra a ordem tributária encontram-se previstos nas Leis n. 8.137/90,

8.212/91 e 9.983/00, as quais alteram o Código Penal, introduzindo “tipificação” e penas para as práticas de “sonegação” de tributos.

8.137, de 27.12.90 Publicada no DOU de 28.12.90

Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.

8.212, de 24.7.91 Publicada no DOU de 25.7.91 e Republicada em 11.4.96 e 14.8.98

Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências.

9.983, de 14.7.2000 Publicada no DOU de 17.7.2000

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal e dá outras providências. Mensagem de Veto nº 961

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16. Referências

ALVES, Jones Figueirêdo ... Código Civil – Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo : Editora Método, 2002.

BOTTESINI, Maury Ângelo ... Lei de Execução fiscal comentada e anotada. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2000.

DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de direito tributário. São Paulo : Saraiva, 2006.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 1ª. ed. 14ª. impressão. Rio de Janeiro : Editora Nova Fronteira, ?

FREITAS, Vladimir Passos de (Coord.). Código Tributário Nacional comentado. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 1999.

———————. Execução fiscal – doutrina e jurisprudência. São Paulo : Saraiva, 1998.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo : Malheiros Editores, 1998.

MARTINS, Ives Gandra da Silva. Questões atuais de direito tributário. Belo Horizonte : Del Rey, 1998.

17. Apêndice

Termos Técnicos50: ALÍQUOTA (%) – Percentual, geralmente estabelecido em lei, que deve ser aplicado sobre a base de cálculo do tributo e de cujo resultado resulta o montante a ser recolhido aos cofres públicos. BASE DE CÁLCULO – Valor, estabelecido em lei, sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia de tributo a recolher (ex.: a base de cálculo do IR é a renda do contribuinte). ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA – Total de tributos arrecadados junto aos contribuintes, pessoas físicas ou jurídicas, nas esferas municipal, estadual e federal, incluindo-se juros, multas e SELIC.

CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE O PIB – Somatório das arrecadações federais, estaduais e municipais, dividido pelo PIB de um determinado período de tempo (trimestral, semestral ou anual). Sua evolução é a seguinte:

EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA ANUAL BRASILEIRA.

50 Legenda criada pelo Site IMPOSTÔMETRO (http://www.impostometro.com.br/).

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CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. CIDE-COMBUSTÍVEIS - A Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, instituiu a Cide-Combustíveis, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina e suas correntes, diesel e suas correntes, querosene de aviação e outros querosenes, óleos combustíveis (fuel-oil), gás liquefeito de petróleo (GLP), inclusive o derivado de gás natural e de nafta, e álcool etílico combustível. COFINS - é uma contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta das empresas em geral, destinada a financiar a seguridade social. Foi instituída pela Lei Complementar nº 70/91. Tem alíquotas de 7,6% (regime não-cumulativo) e 3% (regime cumulativo). CONTRIBUINTE - pessoa física ou jurídica sujeita à tributação; diz-se de ou aquele sobre quem recai a obrigação de pagar tributos. CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É uma contribuição social provisória, cujos recursos devem ser destinados à saúde, previdência social e fundo de combate à pobreza. Tem alíquota de 0,38%. COFRES PÚBLICOS – São os cofres dos Tesouros Nacional, Estaduais e Municipais para onde se destinam as receitas públicas arrecadadas. CONTRIBUIÇÃO PARA O INSS – Contribuição devida para o financiamento da seguridade social, tendo como contribuintes tanto o empregador – que deve calculá-la a uma alíquota de 20% sobre o salário ou remuneração dos prestadores de serviços –, quanto os profissionais liberais – alíquota de 20% sobre as remunerações recebidas – e os empregados –

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alíquota variável entre 7,65% e 11%, que deve ser retida na fonte pelo empregador. CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Incide sobre o lucro das pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de Renda e se destina ao financiamento da seguridade social. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Contribuição compulsória do empregador sobre a folha de pagamento, a uma alíquota de 8%, depositada na Caixa Econômica Federal em conta específica do empregado. O resgate da conta é admissível apenas em determinadas situações, como, por exemplo, a despedida sem justa causa. FUNDAF – Fundo de Desenvolvimento e Administração da Arrecadação e Fiscalização. É o fundo para o qual é recolhida uma parcela das multas aplicadas aos Contribuintes em decorrência de infrações tributárias relativas aos tributos administrados pela SRF. Seus recursos são destinados, primordialmente, à manutenção e desenvolvimento da máquina arrecadadora/fiscalizadora da referida Secretaria, incluindo o pagamento da Retribuição Adicional Variável aos Auditores Fiscais e Técnicos do Tesouro Nacional, a título de estímulo aos serviços públicos por eles prestados. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. É um imposto que incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações se iniciem no exterior. É de competência dos Estados e do Distrito Federal (art. 155, II da Constituição Federal). IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, de competência dos municípios e cobrado sobre a posse e domínio dos imóveis urbanos. A alíquota é variável de município para município, sendo em regra, aplicada progressivamente em função do valor venal do imóvel. IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, de competência dos estados e cobrado em alíquota fixa, definida por cada estado, sobre o valor de venda do veículo. ISS – Imposto sobre Serviços, de competência dos municípios e cobrado em alíquota fixa, definida por cada município e limitada a 5%, sobre a contraprestação pelo serviço prestado. ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, de competência dos municípios e devido quando haja transmissão ou cessão onerosa e entre pessoas vivas de bens imóveis. As alíquotas são definidas por cada município, girando em torno de 2% sobre o valor da transação de venda ou cessão. ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis ou Doação, de competência dos estados e devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos como herança, como diferença de partilha ou em doação. As alíquotas são variáveis em função do valor da transmissão ou doação e definidas por cada um dos estados.

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Apostila – Direito Tributário 56/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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IMPOSTO – É um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal (art. 16 CTN) . IMPOSTOS FEDERAIS – Impostos de competência arrecadatória da União Federal: II, IE, IR, IPI, IOF e ITR. IMPOSTOS ESTADUAIS – Impostos de competência arrecadatória dos Estados: ITCMD, ICMS e IPVA. IMPOSTOS MUNICIPAIS – Impostos de competência arrecadatória dos municípios: IPTU, ITBI e ISS. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) – Imposto de competência federal, devido sobre a exportação de produtos para o exterior do país e calculado sobre o preço normal de exportação do produto, respeitando-se as condições de livre concorrência. Suas alíquotas são variáveis em função da necessidade de exportação do produto, sendo muitos os produtos com alíquotas mínimas a até mesmo alíquota zero. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) – Imposto também de competência da União Federal, devido sobre a importação de produtos estrangeiros para o Brasil, no momento da sua entrada ao solo nacional. É calculado sobre o preço normal do produto ou de seu similar, respeitando-se as condições de livre concorrência, acrescido das tarifas de transporte e entrega. Suas alíquotas são variáveis em função da essencialidade do produto. IOF – Imposto sobre as operações financeiras (de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários), de competência federal, é devido pelas pessoas que realizam as ditas operações, quando da sua execução, mesmo que sejam destinadas ao exterior. É calculado sobre o montante da operação, acrescido de juros ou ganhos de capital. Suas alíquotas são variáveis de acordo com o tipo de operação. IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. É de competência da União (art. 153, IV da Constituição Federal) e devido pelas empresas que fazem industrialização ou importação de produtos. IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. É de competência da União (art. 153, III da Constituição Federal). ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, também chamado de Imposto Territorial Rural. Equivalente ao IPTU (municipal), mas devido pelos proprietários de imóveis rurais, possui alíquotas variáveis progressivas em função da área total e do grau de utilização do imóvel. MULTA – Pena pecuniária, estabelecida em lei, devida quando do descumprimento de alguma obrigação tributária (ex.: não pagamento do tributo ou pagamento em atraso; não apresentação de qualquer declaração exigida em lei; não emissão de nota fiscal; etc.) pelo contribuinte.

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Apostila – Direito Tributário 57/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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PIB – Produto Interno Bruto, ou conjunto de riquezas produzidas pelo país num determinado período de tempo (trimestral, semestral, anual). PREVIDÊNCIA ESTADUAL – Contribuições previdenciárias, instituídas legalmente por cada um dos estados, e destinadas a custear a previdência social dos servidores estaduais. PREVIDÊNCIA MUNICIPAL – Contribuições previdenciárias, instituídas legalmente por cada município, e destinadas a custear a previdência social dos servidores municipais. PIS/PASEP – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Para mantê-los, as pessoas jurídicas são obrigadas a recolher uma contribuição com uma alíquota variável (de 0,65% a 1,65%) sobre o total das suas receitas. PIS/PASEP SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO – Contribuição social, de competência federal, com alíquota de 1,0% sobre a folha de pagamento e devida pelas entidades sem fins lucrativos. RETENÇÃO NA FONTE – Nome dado ao recolhimento antecipado de determinados tributos e realizado, não diretamente pelo contribuinte, mas pelo responsável tributário, ou seja, pessoa definida constitucional ou legalmente como encarregada pelo cálculo e recolhimento do tributo. RFB – Sigla da Secretaria da Receita Federal do Brasil, instituída pela Lei 11.457/2007. Incumbe-lhe planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento dos tributos federais. SRF – Secretaria da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda encarregado pela administração e arrecadação de tributos federais. Foi unificada com a Secretaria da Receita Previdenciária pela Lei 11.457/2007, passando a se chamar RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil. TAXA – É um tributo cuja obrigação tem por fato gerador alguma atividade estatal específica, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 77 CTN). TRIBUTO – É uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3º CTN).

METODOLOGIA DO ESTUDO E BASE DE DADOS Veja a seguir a metodologia utilizada pelo site Impostômetro51 para calcular a carga tributária do país:

51 www.impostometro.com.br

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Apostila – Direito Tributário 58/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

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METODOLOGIA DO ESTUDO E BASE DE DADOS

O Sistema Permanente de Acompanhamento das Receitas Tributárias

– Impostômetro – considera todos os valores arrecadados pelas três esferas degoverno a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo asmultas, juros e correção monetária.

Para o levantamento das arrecadações federais a base de dados

utilizada é a Receita Federal Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, CaixaEconômica Federal, Tribunal de Contas da União, e IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As receitas dos estados e do Distrito Federal são apuradas com base nos dados do CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária, das Secretarias Estaduais de Fazenda, Tribunais deContas dos Estados e Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério daFazenda. As arrecadações municipais são obtidas através dos dados daSecretaria do Tesouro Nacional, dos municípios que divulgam seus númerosem atenção à Lei de Responsabilidade Fiscal, dos Tribunais de Contas dosEstados.

Para fins de estimativa dos valores ainda não divulgados pelos órgãos

acima, o Sistema Permanente de Acompanhamento das Receitas Tributárias –Impostômetro utiliza os dados de arrecadação do igual período do anoanterior, atualizados com o índice de crescimento médio de cada tributo dostrês anos imediatamente anteriores.

As projeções das arrecadações futuras são também feitas com base no

crescimento médio dos tributos, nos três anos imediatamente anteriores, comajustes de acordo com as sazonalidades.

No Brasil: somatório das arrecadações de tributos federais, estaduais e

municipais. Na União: somatório das arrecadações de tributos federais. Por Estado: somatório das arrecadações dos tributos estaduais

(ICMS, IPVA, ITCMD, Taxas, Previdências Estaduais). Por Município: somatório das Receitas Correntes dos municípios,

incluindo além das arrecadações de tributos municipais (IPTU, ISS, ITBI,Taxas e Previdências Municipais), o montante das transferênciasconstitucionais realizadas pela União e pelo Estado a que pertença omunicípio, bem como outras receitas não-tributárias (receitas patrimoniais, industriais, etc).

Por Capital: somatório das Receitas Correntes das capitais, incluindo além das arrecadações de tributos municipais (IPTU, ISS, ITBI,Taxas e Previdências Municipais), o montante das transferências constitucionais realizadas pela União e pelo Estado a que pertença a Capital,bem como outras receitas não-tributárias (receitas patrimoniais, industriais, etc).

Page 59: DIREITO TRIBUTÁRIO - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/1740006.pdf · Apostila – Direito Tributário 2/59 R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar –

Apostila – Direito Tributário 59/59

R. Riachuelo, 217 – 7º. Andar – Cj. 72 – São Paulo – SP –CEP 01007.000 – Fone: 3101-4200 Rua Silva Jardim, 386 – 2º. Andar – Cj. 04-A – Maringá – PR – 87.013-010 – Fone: 3029-5439

Jovi Barboza Advogado - Professor

População: número divulgado pelo IBGE e no Finbra – da Secretaria do Tesouro Nacional.

Aquisições: os valores unitários de cada aquisição foram obtidosatravés de pesquisa na Internet junto às entidades que congregam os diversossetores, utilizando-se uma média nacional. O valor da Cesta Básica foi obtidopela média dos valores divulgados pelo DIEESE.

ESTUDO E PESQUISA DE RESPONSABILIDADE

IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário)

- Entidade criada em 11/12/92, cujo objetivo é a difusão de sistemas deeconomia legal de impostos; divulgação científica do tema; estudo deinformações técnicas para a apuração e comparação da carga tributáriaindividual e dos diversos setores da economia; e, análise dos dados oficiaissobre os tributos cobrados no Brasil. http://www.ibpt.com.br

COORDENAÇÃO

Dr. GILBERTO LUIZ DO AMARAL, advogado tributarista, auditor,consultor de empresas, professor de pós-graduação em direito, gestão e planejamento tributário; e-mail: [email protected] Prof. JOÃO ELOI OLENIKE, tributarista, contador, auditor, professor decontabilidade e planejamento tributário. e-mail: [email protected]