direito processual penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL Aula 1/14 INQUÉRITO POLICIAL 1) Conceito 2) Natureza Jurídica 3) Destinatários 4) Finalidade 5) Valor Probatório 6) Irregularidades / Vícios Ocorridos no IP 7) IP X Termo Circunstanciados 8) Titularidade 9) Características do IP INQUÉRITO POLICIAL 1)Conceito O IP é um procedimento administrativo que consiste em um conjunto de diligências investigativas destinadas a apurar uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. IP é procedimento persecutório: que se insere na persecução penal poder-dever do Estado de investigar o crime e perseguir em juízo o seu autor. 1ª Fase → Fase Pré - Processual →investigação preliminar. 2ª Fase → Fase Processual → ação penal. Procedimento preparatório → prepara elementos que irão servir de subsidio para a propositura da ação penal.

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Inquérito Policial e Ação Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENALAula 1/14

INQUÉRITO POLICIAL

1) Conceito

2) Natureza Jurídica

3) Destinatários

4) Finalidade

5) Valor Probatório

6) Irregularidades / Vícios Ocorridos no IP

7) IP X Termo Circunstanciados

8) Titularidade

9) Características do IP

INQUÉRITO POLICIAL

1)Conceito

O IP é um procedimento administrativo que consiste em um conjunto de diligências

investigativas destinadas a apurar uma infração penal e sua autoria, a fim de que o

titular da ação penal possa ingressar em juízo.

IP é procedimento persecutório: que se insere na persecução penal poder-dever do

Estado de investigar o crime e perseguir em juízo o seu autor.

1ª Fase → Fase Pré - Processual →investigação preliminar.

2ª Fase → Fase Processual → ação penal.

Procedimento preparatório → prepara elementos que irão servir de subsidio para a

propositura da ação penal.

Art. 12. “O IP irá acompanhar a denuncia ou a queixa sempre que servir de base a

uma ou outra”.

Procedimento preservador → evita uma ação penal leviana. Preservando assim a

imagem do investigado.

Procedimento informativo → porque destina-se a colher elementos de informação

que serão utilizados para auxiliar na formação e a convicção do titular da ação penal

(“opinio delicto”).

2) Natureza Jurídica

Procedimento administrativo.

O IP não é judicial porque é conduzido por uma autoridade administrativa

(autoridade policial).

Não é um processo:

Por que não há relação “partes – juiz imparcial”;

Não resulta na aplicação de uma sanção.

3)Destinatários

Destinatários Imediatos →Titulares da ação penal:

Ação Penal Pública: Ministério Público (denúncia).

Ação Penal Privada: Ofendido (queixa-crime).

Destinatários Mediatos → Juiz.

4) Finalidade

Apuração da infração penal, através da colheita de elementos de informação.

4.1) Prova X Elemento de Informação

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em

contraditório judicial, não podendo fundamentar nos elementos informativos colhidos na

investigação, ressalvada às provas cautelares, não repetíveis ou antecipadas.

PROVAS ELEMENTOS INFORMATIVOS

Em regra, é produzida na fase judicial. Produzido na investigação preliminar

(investigatória)

Produzida na frente do juiz Não são assegurados o contraditório

e a ampla defesa

Exceção: Finalidade:

Provas cautelares a) auxiliar na decretação de medidas

cautelares

Não repetíveis b) auxiliam na formação da “opinio

delictos”

Antecipadas

É obrigatória a observância do

contraditório e da ampla defesa

Finalidade:

Fundamentar a convicção do

juiz

Importante! Via de regra, no IP não há a produção de provas, mas sim de elementos

informativos.

Exceções:

a) provas cautelares

b) provas não repetíveis Provas produzidas na fase do IP.

c) provas antecipadas

5) Valor Probatório

→O IP tem valor probatório relativo.

→Isoladamente, os elementos de informação não podem fundamentar uma

condenação.

→Em conjunto, com as provas produzidas em contraditório judicial é perfeitamente

possível a utilização dos elementos informativos para fundamentar uma condenação.

OBS.: Nada obsta que o juiz absolva o acusado unicamente com base nos

elementos de informação.

6) Irregularidades ou Vícios Ocorridos no IP.

STF As irregularidades ou vícios ocorridos no IP não contaminam a ação

penal.

Atenção! Não são admissíveis provas ilícitas ou derivadas das ilícitas no IP.

7) IP X Termo Circunstanciado

Termo Circunstanciado é o método de investimento próprio das infrações penais de

menor potencial ofensivo (IMPO = Infração de Menor Potencial Ofensivo).

Todas as contravenções penais.

IMPO (9099/95):

Crimes cuja pena máxima em abstrato não seja superior a dois

anos.

→Boletim de ocorrência circunstanciado.

OBS. Diante de uma IMPO a autoridade policial deve lavrar um termo

circunstanciado, não podendo instaurar IP.

INQUÉRITO POLICIAL TERMO CIRCUNSTANCIADO

Destinados às infrações: Destinados às infrações de menor

potencial ofensivo

Médio potencial ofensivo:

Pena mínima não é superior a 1

ano.

De elevado potencial ofensivo

Exceção: No âmbito da Lei Maria da Penha (Lei 11.340 / 06) as infrações de menor

potencial ofensivo são investigados através do IP.

Razão: A Lei 9099 / 95 não se aplica no âmbito, no contexto de violência

doméstica e família contra a mulher (art. 41, LMP).

8) Titularidade do IP.

O IP é presidido pela autoridade policial no exercício de funções da policia

judiciária.

a) Órgãos que exercem a função de policia judiciária:

a.1) Policia Federal: Exercem com exclusividade as funções de policia judiciária

da União.

a.2) Policias Civis: Exercem a função de policia judiciária no âmbito dos Estados e

DF.

a.3) Corporações Militares: Exercem a função de policia judiciária nos crimes

militares.

b) Titularidade do IP de acordo com a natureza do crime:

b.1) Policia Federal

* Infrações penais contra a ordem política e social.

*Infrações penais contra bens, serviços e interesses da União, suas entidades

autárquicas e empresas públicas.

Obs.: S.E.M. não é atribuição da Policia Federal.

*Infrações penais que tenha repercussão interestadual ou internacional e exijam

repressão uniforme.

b.2) TSE: Não havendo delegacia da Polícia Federal na localidade, a polícia civil

pode investigar.

Atenção!

Atribuição investigativa da PF, não atrai a competência da justiça federal.

A competência da justiça federal é taxativamente tratada no art. 109 da

CF.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal

forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de

falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do

Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou

pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro

ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,

serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,

excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça

Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a

execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou

reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,

contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o

constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a

outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade

federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a

competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de

carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as

causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde

tiver domicílio a outra parte.

§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção

judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que

deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos

segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência

social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se

verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também

processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o

Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da

República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de

tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá

suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou

processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Aula 2/14

09) Características do IP

A) Escrito

Art. 9º, cpp.

Art. 405, § 1º, cpp.

→Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a

escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

→ Art. 405, § 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,

indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação

magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter

maior fidelidade das informações. (é possível audiovisual).

B) Sigiloso

Art. 20, cpp.

→Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato

ou exigido pelo interesse da sociedade.

# A quem o sigilo do IP não se estende?

R: ao Juiz / ao MP / ao Advogado do Acusado.

#Súmula Vinculante nº 14: É direito do defensor, no interesse do indiciado, ter amplo

acesso aos elementos de prova que já documentada em procedimento investigatório

realizado por órgão com competência de polícia judiciária digam respeito ao exercício do

direito de defesa.

Obs. A doutrina crítica a súmula nº 14.

*Imprecisão terminológica → competência da parcela de jurisdição

A autoridade policial não é dotada de

competência, mas sim de “atribuição”.

*Elementos de prova → informação produzida na fase judicial. O IP colhe elementos de

informação.

*É necessária a autorização judicial para o acesso do advogado aos autos do IP?

R: Regra: Não.

Exceção: Lei nº 12.860 / 13 (art.23).

Nos inquéritos que apuram crimes praticados por organizações criminosas é

necessária a autorização judicial para acesso do advogado aos autos de IP nos casos

de decretação de sigilo.

*Limites de acesso do advogado aos autos do IP:

O acesso do advogado aos autos não abrange as diligências em trâmite (em

curso).

*Instrumentos jurídicos para impugnação da negativa de acesso aos autos pelo

advogado:

Reclamação STF →art. 103 – A, § 3º, CF/88 →atos que contrariem súmulas

vinculantes.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,

mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre

matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa

oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à

administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem

como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou

que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,

julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial

reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,

conforme o caso.

Habeas Corpus →terá como paciente o investigado.

Mandado de Segurança →desrespeito ao direito líquido e certo do advogado de

acesso aos autos do IP. (Lei 8.906/94, art. 7º, XIV) →sujeito ativo: advogado.

# É possível que a autoridade policial exija a procuração do advogado para

conceder, vistas dos autos? R:

1ª Corrente: Não é possível a exigência de procuração. Estatuto da OAB→art. 2º,

XIV. (ainda que não seja advogado).

2ª Corrente: É necessária a exigência de procuração. Fundamento: aplicação

analógica do art. 7º, § 1º, EOAB. Adotado por Renato Brasileiro.

*Art. 20, §Ú, cpp→Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a

autoridade não poderá mencionar qualquer instauração de inquérito contra o requerente.

Finalidade: dar maior efetividade ao princípio da presunção da inocência. Assegurar

que não ocorra prejuízo ao investigado pela mera instauração do IP.

C) O IP é Dispensável.

O titular da ação penal pode propô-la independente do IP, desde que conte com

um lastro probatório mínimo.

Mínimo de elementos de informação que apontem para materialidade e

autoria.

Obs. Ação penal sem um lastro probatório mínimo é ação penal sem justa causa.

Natureza Jurídica da Justa Causa: Condição da ação.

D) Inquisitivo / Inquisitório

Não são assegurados o contraditório e a ampla defesa.

Assistência de advogado é direito do investigado.

*No curso do IP não é obrigatória a assistência de advogado.

Exceção: O IP instaurado pela polícia federal mediante requisição do Ministro da

Justiça visando a expulsão de estrangeiro admite o contraditório e a ampla defesa.

Entendimento Minoritário há posição minoritária no sentido de que deve ser

assegurado no curso do IP o contraditório e a ampla defesa (Marta Saad).

AMPLA DEFESA NO IP

a) Ampla Defesa Endógena

Exercida nos autos do IP →por requerimentos do investigado à autoridade policial.

b) Ampla Defesa Exógena

É aquela exercida fora dos autos de IP através de peticionamento ao Poder

Judiciário.

E) Oficioso

A autoridade policial deve instaurar o IP de oficio quando tomar conhecimento da

prática de um crime.

Exceção:

1) crimes de ação penal de iniciativa privada→ a instauração de IP depende de

requerimento da vítima ou representante legal.

2) Crimes de ação penal pública condicionada→ a instauração do IP depende de:

Representação do ofendido;

Requisição do Ministro da Justiça.

F)Discricionário

-Conveniência e oportunidade

A autoridade policial irá realizar as diligencias investigatórias que entender

mais convenientes para a elucidação do delito

*O rol de diligências previsto no art. 6º não é obrigatório → a autoridade policial

realiza a diligências investigativas no momento que entender mais oportuno para a

elucidação do fato.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade

policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e

conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos

peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato

e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo

III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas

testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a

quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível,

e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar

e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do

crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação

do seu temperamento e caráter.

*No IP não há uma sequencia pré-estabelecida do ato.

Ex. O interrogatório de investigado não necessariamente será o ultimo ato do IP.

#Art. 14, cpp. “O ofendido, seu representante legal e o indiciado podem requerer

diligencias à autoridade policial”?

R: Cabe à autoridade policial deferir ou não a diligencias requeridas.

Atenção!

Discricionariedade Arbitrariedade

Atuação dentro dos limites da lei Atuação fora dos limites legais

Art. 258, cpp→exige o exame de corpo de

delito nas infrações que deixem vestígios.

#Requisição de diligências pelo MP:

→Obriga a autoridade policial.

Exceção à discricionariedade do IP.

→Fundamento da obrigatoriedade do IP:

A autoridade policial não é hierarquicamente subordinado ao MP, mas é

função constitucional “parquet” a requisição de diligencias (art. 128,VIII, CF/88).

Art. 128. O Ministério Público abrange: VIII - requisitar diligências investigatórias e

a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas

manifestações processuais.

G) Oficialidade

Apenas órgãos oficiais do Estado podem conduzir inquéritos policiais.

H) Indisponível

Art. 17. A autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do IP.

O IP apenas pode ser arquivado pelo juiz a pedido do MP.

I) Temporário

Não pode se estender por prazo desarrazoado. (STF-HC: 96.666) →Trancamento

do IP que se estende por mais de 7 anos.

Aula 2/14.

10) Formas de Instauração do IP.

11) Notitia Criminis.

12) Indiciamento.

13)Incomunicabilidade do indiciado.

14) Prazos do IP.

15)Conclusão do IP.

16) Arquivamento do IP.

17) Trancamento do IP.

18) Investigação IP.

19) Controle externo.

20)Investigação Criminal Defensiva.

10) FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP.

A) Crimes de ação penal pública incondicionada: (Em regra)

I) De Oficio →independente de requerimento.

Ato inaugural →portaria (da autoridade policial)

Habeas Corpus →autoridade coatora →delegado de polícia.

Impetrado perante o juiz de 1ª instância.

II) Mediante Requisição do Juiz ou do MP:

Ato inaugural→requisição (documento lavrado pelo Juiz ou MP).

Habeas Corpus →autoridade coatora →Juiz ou MP.

Impetrado perante o tribunal de 2ª instância.

#A requisição de instauração de IP obriga a autoridade policial?

1ª Corrente: Não obriga a autoridade policial. Pois não há hierarquia entre MP /

JUIZ e AUTORIDADE POLICIAL. (Resposta dada para concurso de delegado).

2ª Corrente: Sim. É função constitucional do MP a requisição de instauração de IP.

(Resposta dada para concurso de juiz). É a corrente que prevalece na doutrina

majoritária.

#Negativa de instauração de IP diante de requisição?R:

→A autoridade policial não responde por desobediência (art. 330,cp):

Fundamento: os crimes de desobediência está inserido no capitulo dos crimes

praticados por particulares contra a Administração Pública.

→Mas poderá responder por prevaricação (art. 319, cp), se deixar de instaurar o IP

por sentimento ou interesse possoal.

#Requisição de IP pelo juiz?

R: Cpp →prevê a possibilidade de o juiz requisitar o IP.

1ª Corrente: entende que é perfeitamente constitucional a requisição do IP pelo

Juiz. (Nestor Távora. Cesp – analista judiciário. É a que prevalece).

2ª Corrente: o dispositivo não foi recepcionado pela CF/88 →o juiz não pode

requisitar instauração de IP: Fundamento: adoção do sistema acusatória pela CF/88. O

juiz não pode interferir na fase preliminar. (Renato Brasileiro).

III) Requerimento da vítima ou de seu representante legal:

Ato inaugural: portaria.

Obs. O requerimento da vítima não obriga a autoridade policial. É possível o

indeferimento do requerimento.

Recurso inominado: dirigido ao chefe de policia (Diretor – Geral da Policia Civil do

DF e ao Superintendente da Polícia Federal).

IV) Noticia Criminis de qualquer do povo:

“Delatio criminis simples”.

Pode ser por escrito ou verbalmente.

Ato inaugural: portaria.

≠Pode notícia anônima e instauração do IP?

R: Pode

R: Somente com base em uma noticia anônima (delatio criminis inqualificada) não

é possível à instauração do IP.

R: Diante de uma noticia anônima, deve à autoridade policial verificar a

procedência das informações. Caso seja verificada que a noticia é verdadeira, a

autoridade policial poderá instaurar o IP.

V) Auto de prisão em flagrante.

Ato inaugural: APDF = Auto de Prisão em Flagrante.

HC e MS = contra o delegado.

B) CRIMES DE AÇAO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇAO

O IP não pode ser instaurado sem a representação do ofendido.

Ex: Estupro.

A representação do ofendido é chamada de Delatio Criminis postulatória.

DELATIO CRIMINIS SIMPLES X DELATIO CRIMINIS POSTULATORIA

Noticia de qualquer do povo Representação do ofendido nos crimes de

ação penal pública condicionada à

representação

Noticia do crime Noticia do crime + Requerimento de

providencias = É condição para o inicio da

prescrição criminal

Não é condição para instauração do IP

Obs: Nos crimes de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da

Justiça o IP não pode sem ela ser iniciada.

Ex: Crimes contra a honra do presidente da república.

C) CRIMES DE AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA

O IP não pode ser iniciado sem o requerimento do ofendido (vítima).

Ex: Crimes contra honra: difamação e injuria.

CRIMES AÇÃO PENAL PÚBLICA

CONDICIONADA

CRIMES AÇÃO PENAL PÚBLICA

PRIVADA

Representação Requerimento

11) NOTITIA CRIMINIS

Notitia Criminis é o conhecimento, espontâneo ou provocado da infração penal pela

autoridade policial.

ESPÉCIES DE NOTITIA CRIMINIS

A) Notitia Criminis de cognição imediata.

Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do ilícito através de

suas atividades de rotina, de jornais, pela descoberta do corpo do delito, por

comunicação da polícia preventiva, por investigações da polícia judiciária etc.

Também chamada de espontânea ou inqualificada, caracteriza-se pela

inexistência de um ato jurídico formal de comunicação da ocorrência do delito.

A) Notitia criminis de cognição mediata ou provocada:

A autoridade policial toma conhecimento da infração penal através de um

documento escrito.

Ex: Requisição do MP.

Ex: Requerimento da vítima do crime.

B) Notitia criminis de cognição coercitiva:

A autoridade policial toma conhecimento da infração através da prisão em flagrante

do agente.

≠Notícia anônima qual é a espécie de noticia criminis?

R:É noticia criminis de cognição imediata.

12) INDICIAMENTO:

É ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a determinada pessoa

a prática da infração penal.

Informativo nº 552, STJ: não pode o juiz ou o MP requisitar o indiciamento à

autoridade policial.

REQUISÍTO DO INDICIAMENTO (Art.2º §6º, Lei 12.830/2013)

1) Ato Formal

2) Ato Fundamentado, mediante analise técnico – jurídico.

3) Deve indicar a materialidade, a autoria e as circunstâncias da infração penal.

→Sujeito passivo do indiciamento:

Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada.

Exceções:

1) Magistrados.

2) Membros do MP.

Indiciamento de autoridades com foro de prerrogativa de função:

Ing. 2411/STF: Para investigação e indiciamento de autoridades com foro por

prerrogativas de função deve haver previa autorização do tribunal competente para

julgamento e indiciamento:

Ex: Senador →autorização do STF.

Ex: Governador →autorização do STJ.

Ex: Prefeito →autorização do TJ.

Momento do Indiciamento:

Pode ser realizada durante toda investigação criminal.

HC 182.455 / SP (STJ): O indiciamento após o recebimento da denuncia

configura constrangimento ilegal.

Espécies de Indiciamento (Doutrinária):

a) Indiciamento Direto

É aquele realizado na presença do indiciado.

É a regra.

b) Indiciamento Indireto:

É realizado sem a presença do indiciado.

c) Indiciamento na Lei de Lavagem de Capitais (Lei nº 9.613 / 98, art. 17 - D):

O indiciamento pelo crime de lavagem de capitais gera como efeito o afastamento

do funcionário público de seu cargo.

Parte da doutrina entende que o dispositivo é inconstitucional.

d) Desindiciamento no IP:

É a desconstituição de prévio indiciamento.

Pode ser realizado pelo poder judiciário ou pela autoridade policial.

Fundamento ocorre quando há ilegalidade no indiciamento.

13)INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO

CPP, art. 21→ permite que o juiz determine a incomunicabilidade do indiciado no IP

(prazo de 3 dias).

A doutrina e a jurisprudência são unanimes em entender que o dispositivo não

foi recepcionado pela CF / 88.

FUNDAMEMTOS

Art.5º, LXIII, CF/88: Direito do preso a assistência da família e de advogado.

A CF/88 não permite a incomunicabilidade do preso nem mesmo no Estado de

defesa.

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer

calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

14) PRAZOS DO IP.

CPP: prazos gerais →aplicam-se quando não houver prazo especifico.

Indiciado preso →10 dias→improrrogável.

Obs: Conta-se do dia em que se executar a ordem de prisão.

Indiciado solto→ 30 dias →improrrogável, (pelo juiz).

Obs: Conta-se da data do ato inaugural do IP.

Obs: Não há limite legal de numero de prorrogações do IP.

A) PRAZOS ESPECIAIS DO IP:

INVESTIGADO PRESO INVESTIGADO SOLTO

Crimes da Justiça Federal

(Lei 5.010/96, art. 62)

15 + 15 dias 30 dias + prorrogaveis

Crimes da Lei de Drogas

(Lei 11.343/06).

30 dias duplicáveis 90 dias duplicáveis

C.P.P.M 20 dias 40 dias (+ 20 dias)

Crimes contra a economia

popular Lei n° 1.521/51

10 dias 10 dias

Prisão Temporária É o mesmo da prisão

temporária:

-Crimes Comuns: 5 + 5 dias

-Crimes Hediondos: 30 + 30

dias

15) Conclusão do IP

Relatório Final

A autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e

enviara os autos ao juiz competente.

DESTINATÁRIO IMEDIATO X JUIZ COMPETENTE

Titularidade da Ação penal Juiz Competente

Res. Nº 63, CJF: tramitação direta do IP

entre o Departamento da Polícia Federal.

IMPORTANTE!

O relatório final não é uma peça obrigatória o MP pode oferecer denuncia sem o

relatório final.

A) Procedimento de conclusão de IP nos crimes de Ação Penal Privada:

O IP aguarda no cartório do juízo a iniciativa do ofendido.

B) Procedimento de conclusão de IP nos crimes de Ação Penal Pública:

IP→Juiz Competente

MP (abre vistas) - Oferecer denuncia

(PGR /CCR) - Requisitar diligencia imprescindível

- Pode requerer o arquivamento do IP

- Requerer a declinação de competência

AULA 4/14

REQUERIMENTO DO ARQUIVAMENTO

FUNDAMENTO

Art. 395 e 397

MP: Requerer a declinação de competência, quando entender que o juízo perante

o qual atua é incompetente para a causa.

Suscitar conflito de competência quando discordar da declinação de competência.

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

16) ARQUIVAMENTO DO IP

A) Procedimento (art. 28)

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,

requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o

juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do

inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia,

designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de

arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

MP→Juiz Competente →Concorda →Arquiva.

Discorda

PGJ / CCR

Oferecer Designar Insistir

Denúncia outro MP no arquivamento

O artigo 28 não se aplica:

1) Atribuição originária do PGR. (Ing. 2054, STF).

2) Atribuição originária de membros do MPF que atuam perante o STJ.

Formal →não há julgamento do mérito

B) Coisa Julgada

Material→há julgamento do mérito.

≠ Desarquivamento do IP:

É a reabertura das investigações após o arquivamento do IP.

REQUISITOS

1) O arquivamento do IP não tenha gerado coisa julgada material.

2) Notícias de novas provas.

16) ARQUIVAMENTO DO IP:

É sempre uma decisão judicial a pedido do titular da ação penal.

A) Procedimento (art. 28, cpp.): Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de

apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de

informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do

inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará

outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao

qual só então estará o juiz obrigado a atender:

MP→pede →Juiz competente:

Concorda o IP é arquivado.

Discorda remete os autos ao PGJ:

Ele mesmo oferece a denúncia.

Ou

Designa outro MP para oferecê-la.

Insistir no arquivamento (o juiz é obrigado oferecer o arquivamento)

PRINCÍPIO DA DEVOLUÇÃO

Se o juiz discorda do pedido do arquivamento o IP ele deve devolver os autos ao MP na figura do (PGJ).

Obs1: No âmbito da justiça federal, do MPF e do MPDFT, caso o juiz discorde do pedido de arquivamento deve remeter os autos à câmara de coordenação e revisão do MPU.

Obs2: Nos procedimentos de atribuições originárias do PGR ou do PGJ é inaplicável o art. 28,cpp →o arquivamento do IP nessas hipóteses pode se dá administrativamente.

Inf. 2054, STF.

Obs 3: Informativo 558, STJ: Nos procedimentos de competência originária do STJ é inaplicável o art. 28 do cpp.

*MPF →que atuam perante o STJ são subprocuradores da república.

Fundamento: os membros do MPF que atuam perante o STJ atuam por delegação do PGR.

B) Coisa julgada na decisão de arquivamento.

→Coisa julgada é a imutabilidade da decisão judicial.

Coisa julgada formal:

É a imutabilidade da decisão dentro do processo em que foi proferida. È um fenômeno indo - processual. Não impede novas investigações em relaçao aos mesmos fatos.

Coisa julgada material:

É a imutabilidade da decisão dentro e fora do processo em que foi proferida. Ocorre quando há analise do mérito da causa. Impede novas investigações em relação aos mesmos fatos.

COISA JULGADA NO ARQUIVAMENTO DO IP:

FUNDAMENTO COISA JULGADA MATERIAL

Ausência de condição da ação. Não gera coisa julgada.

Falta de base para a denúncia. Não.

Manifesta atipicidade da conduta. Sim. Impede novas investigações pelo mesmo fato.

Causa excludente da ilicitude. Sim.

Causa excludente da culpabilidade, salvo, a imputabilidade.

Sim.

Presença de causa extinta da punibilidade- morte do agente.

Sim, salvo se fundamentada em documento falso.

STF: Ainda que tomada por juiz absolutamente incompetente a decisão do arquivamento do IP que analise o mérito da causa gera coisa julgada material.

AULA 4/14

DESARQUIVAMENTO DO IP X OFERECIMENTO DA DENÚNCIA

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, à autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Súmula 524, STF: Arquivado o IP por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.

Notícias de novas provas Provas novas

C) ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO

C1) Arquivamento Implícito Subjetivo

Ocorre quando há mais de um investigado no IP e o MP apenas oferece denúncia contra um deles, deixando de se manifestar em relação a algum dos investigados.

IP DENÚNCIATício → TícioMévio

C2) Arquivamento Implícito Objetivo

Ocorre quando há mais de uma conduta investigada no IP e o MP apenas oferece denúncia contra uma delas, deixando de se manifestar em relação a alguma das condutas investigadas.

IP → DENÚNCIAArt. 155 Art.155Art. 157

Obs: O desarquivamento implícito não é permitido em nosso ordenamento jurídico e todas as decisões do MP devem ser fundamentadas.

D) Arquivamento Indireto do IP.

Ocorre quando o juiz discorda do pedido de declinação de competência formulado pelo membro do MP.

Juiz de Direito ↑ DeclinaçãoMPE(IP) Art. 171, cp. + Crime contra o sistema financeiro nacional.Aplica-se por analogia o procedimento de arquivamento do IP (art. 28).

E) Irrecorribilidade de arquivamento da decisão de arquivamento.

Regra: A decisão de arquivamento do IP é irrecorrível.

Exceções:

1)Arquivamento de ofício pelo juiz→correição parcial →erro de procedimento (o juiz não pode arquivar IP de oficio).

2) Crimes contra a economia popular →recurso de oficio →lei nº 1521 / 51. (Reexame necessário).

3) Jogo de bicho, corrida de cavalo fora do hipódromo →Rese →Lei nº 1.508 / 51.

17) Trancamento do IP.

É uma medida que acarreta a imediata paralisação das investigações.

Atenção! O trancamento do IP apenas pode ser determinado pelo poder judiciário.

# Medida Excepcional!

Hipóteses:

1) Manifesta atipicidade da conduta.

2) Presença de causa extintiva da punibilidade.

3) Crimes de ação privada ou de ação penal pública condicionada quando não houver a manifestação de interesse da vítima.

18) INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PELO MP.

É perfeitamente possível que o MP proceda diretamente à colheita de elemento de informação.

Todavia, não pode exercer a titularidade do IP.

Sumula 234, STJ: A participação do MP na fase investigatória não acarreta em impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

RE: 593927, STF (repercussão geral)→14/05/15.

Requisitos para a investigação pelo MP:

1) Respeito aos direitos e garantias fundamentais dos investigados.

2) Controle jurisdicional dos atos investigativos.

3) Respeito à reserva de jurisdição.

4) Respeito aos direitos profissionais dos advogados.

#Não há ordenamento jurídico a autorização expressa para que o MP proceda à investigação criminal.

Fundamento para investigação pelo MP:

Teoria dos poderes implícitos →como a CF/88 atribuiu ao MP o dever de ajuizar a ação penal, entende-se que implicitamente conferiu a ele os poderes para tanto.

19) CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL

É a fiscalização da atividade policial exercida pelo MP.

Abrangência:

- O MP controla a investigação criminal.

- Os direitos dos presos sob custódia policial.

- Cumprimento de determinação judiciais.

Fundamento:

- Não há a hierarquia entre as investigações.

- O fundamento é o sistema de freios e contra pesos (CF/88).

Previsão Legal

- Art. 9º, LC 75/03.

- Resolução nº 20/07 CNMP.

Espécies:

Controle Externo Difuso

É exercido por todos os órgãos do MP com atribuição criminal.

Controle Externo Concentrado

É exercido por órgãos do MP com atribuições exclusivas para o controle externo.

20) INVESTIGAÇAO CRIMINAL DEFENSIVA

Consiste na colheita de elementos de informação pelo investigado, acusado da prática de um delito.

Finalidade:

É produzir informações que irão servir para a defesa do investigado, acusado.

Momento:

Durante toda a persecução criminal.

Forma:

Com ou sem a assistência de investigador particular.

Características:

Não é dotada de coercibilidade.

AÇÃO PENAL

01)Conceito

02) Fundamento Constitucional

03) Natureza Mista

04) Características

05) Lide no Processo Penal

06) Condições da Ação Penal

07) Condições Genéricas da Ação

08) Condições Especificas da Ação

09) Condições da Ação X Condições da Prossequilibilidade da Ação

AÇÃO PENAL

01)CONCEITO

Ação penal é o direito de pedir a aplicação do Direito Penal Objetivo do caso concreto.

02) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

Art. 5º, XXXV, CF/88: A Lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça de direito.

Princípio da Inafastabilidade da jurisdição.

Desdobramento:

01) Atribui ao poder judiciário o monopólio da jurisdição.

02) Criar o direito de ação.

03) NATUREZA MISTA

- CPP →arts. 24 a 62.

- CP →arts. 100 a 106.

Natureza mista das normas sobre ação penal:

Natureza processual.

Natureza penal.

Aplicação da lei penal no tempo:

DIREITO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 5º, XL, CF/88 →Princípio da retroatividade da lei benéfica.

Art. 2º, CPP →Princípio da imediatividade.

(Tempus Reget Actum)

Em consequência da natureza mista →aplica-se o princípio da lei benéfica.

Peça acusatória →Queixa – Crime, ainda que a peça acusatória seja oferecida após a vigência da Lei nº 12.033/09.

EX: Injuria Racial ocorrida antes de 2009.

Antes de 2009 Lei nº 12.033/09 (Lei gravosa)

Ação Penal Privada Ação Penal Pública Condicionada

04) CARACTERÍSTICAS

A)Direito Público

A tutela jurisdicional que a ação penal pretende é de natureza pública.

Obs: Mesmo nos crimes de ação penal privada, a ação penal tem por característica ser um direito público.

B)Direito Subjetivo

Preenchidas as condições da ação, o seu titular jaz jus ao julgamento do mérito da causa.

C)Direito Autônomo

Ação Pena X Direito de Punir

Ação Penal Direito de Punir

Jus persequenio in judicio Jus puniend

D)Direito Abstrato

É atingido com o julgamento do mérito da causa, ainda que a demanda seja julgada improcedente.

05) LIDE NO PROCESSO PENAL

Carnelutti: Conflito de Interesses + Pretensão resistida.

!!!O conceito de lide deve ser evitado no processo penal.

Fundamento:

1) No processo penal não há conflito de interesse: o que pretende o MP é a correta aplicação da Lei Penal.

2) Na ação penal é desnecessária a existência de uma pretensão resistida.

AULA 05/14

06) CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

Condições genéricas.

Condições específicas.

Condições genéricas: São aquelas exigidas em toda e qualquer ação penal.

Condições específicas: São aquelas exigidas em algumas ações penais, a depender da natureza do crime e das circunstancias do caso concreto. Ex: Representação do ofendido.

07) CONDIÇÕES GENÉRICAS DA AÇÃO

PLI + JUSTA CAUSA.

P= Possibilidade jurídica do pedido.

L= Legitimidade para agir (“legitimatio ad causam”).

I= Interesse de agir

Justa Causa

Importante!

O CPP não traz as condições da ação penal.

As condições da ação penal não são previstas no cpp →art. 3º cpp admite a aplicação analógica no direito processual penal.

Com a vigência do novo CPC que ocorrerá 17/03/16 a jurídica do pedido deixará de ser condição da ação penal.

#Qual o momento de analise das condições da ação?

R: Início do processo no juízo de admissibilidade da peça acusatória.

Ausência das condições da ação: rejeitar a peça acusatória.

Declara o autor carecedor do direito de ação.

Art. 395, II e III.

Ausência das condições da ação não gera coisa julgada material.

# Ausência de condições da ação percebida no curso do processo?

1ª C: O juiz deve declarar a nulidade absoluta do processo penal. HC 72451/SP, STF. (majoritária).

Fundamento:

Aplicação analógica do art. 564, II, cpp →ilegitimidade →nulidade absoluta.

2ª C: o juiz deve extinguir o processo sem resolução de mérito.

Fundamento:

Aplicação analógica do art. 267, CPC →art. 485, IV, novo CPC.

STJ, REsp: 131880.

#Teoria da Asserção.

Formas de analise das condições da ação.

→A cognição do juiz deve ser sumaria.

O juiz na analise das condições da ação ira levar em conta apenas as informações apresentadas pelo autor, que nesse momento serem tidas como verdadeiras.

A) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

O pedido deve encontrar respaldo no ordenamento jurídico.

O titular da ação deve possuir ao menos em tese, a possibilidade de obter a condenação ou a absolvição imprópria, diante dos fatos imputados.

Ex: Pedido de condenação por dívida de jogo=impossibilidade jurídica do pedido (civil).

Ex: Pedido de condenação por fato atípico. (processo penal).

EX: Pedido de condenação de menor de 18 anos à época dos fatos.

# Formas de aferição da possibilidade jurídica do pedido.

No Direito Processual Civil →é aferida negativamente →é possível tudo que não for vedado.

No Direito Processual Penal → é aferida positivamente →só é possível o pedido expressamente previsto no ordenamento jurídico.

#Pedido de pena não previsto no ordenamento jurídico.

Ex: Ação penal narra um furto e pede condenação á pena de morte.

O juiz não irá rejeitar a peça acusatória.

No Direito Processual Penal o acusado se defende dos fatos que lhe são imputados e não do pedido formulado.

Importante!

Com o novo CPC a possibilidade jurídica do pedido deixa de ser condição da ação. Ausente à possibilidade jurídica o juiz deveram absolver sumariamente (art. 397, cpp), o acusado.

B) Legitimidade “ad causam” para agir.

É a pertinência subjetiva da ação.

É a permissão dada por lei para que alguém ocupa os polos ativos e passivo de uma demanda.

Legitimidade ativa “ad causam”.

Ações penais Públicas →É do MP (art. 129, I)

Denúncia

Ex.1) Ofendido, representante legal e sucessores →no caso da inércia do MP.

Queixa – Crime (queixa substitutiva)

Ex:2) Crimes do código de defesa do consumidor →inércia do MP→órgãos e entidades da Administração Pública que atuem na defesa do consumidor ou ainda associação constituídas a pelo menos 1 ano.

Crimes de ação penal de iniciativa privada:

Peça acusatória queixa – crime.

Crimes de ação penal privada exclusiva:

É a regra geral.

Legitimidade: ofendido, representante legal ou sucessores (CADI).

Ex: Crimes contra a honra.

Crimes de ação penal privada personalíssima: Único caso →art. 236, cp.

Induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento ao casamento.

Ex: Casar com a ex-sogra.

Legitimidade: ofendido apenas.

Obs: Trata-se da única situação em que a morte da vítima leva a extinção da punibilidade.

Certamente irá ocorrer a decadência ou perempção.

Curador Especial (art. 33, cpp):

- Menor de 18 anos Quando não tiver representante legal.

- Deficiente Quando colidirem os interesses da vítima com os do

- Retardado mental representante legal.

→O juiz nomeia curador especial para oferecer queixa crime.

Legitimidade passiva “ad causam” (acusado do crime).

Suposto autor da infração penal, desde que maior de 18 anos.

#A pessoa jurídica tem legitimidade passiva “ad causam”?

R: Sim, nos crimes ambientais (art. 225 § 3º,CF).

Teoria Da Dupla Imputação: Para que a pessoa jurídica figure no polo passivo da ação penal, é imprescindível que a pessoa física que atue em seu nome também figure como acusado na ação penal. É adotada pacífica no STJ.

STF →Há um julgado isolado que não aplicou a teoria da dupla imputação. É possível que pessoa jurídica figure sozinha no polo passivo de uma ação penal.

STF, RE 548.181/PR →julgado isolado do STF.

#Pessoa jurídica tem legitimidade ativa “ad causam”?

R: Sim:

Quando vítima de crime de ação penal privada.

Nos crimes de ação pública em que for vítima, quando o MP permanecer inerte.

# Legitimação Ordinária e Extraordinária?

Legitimação ordinária ocorre quando se postula direito próprio em nome próprio.

No Direito Processual Penal →Nos crimes de ação penal pública quando

O MP oferece a denúncia.

Legitimação Extraordinária ocorre quando se postula direito alheio em nome próprio.

1) Crimes de ação penal privada.

2) Ação civil “ex delict” em favor de vítima pobre (art. 68 cpp). É promovida pelo MP em favor da vítima.

3) Curador Especial.

#Legitimação concorrente?

Ocorre quando há mais de um autorizado a oferecer a ação penal, simultaneamente (MP ou Ofendido).

O ofendido pode oferecer a queixa substitutiva.

1) Inércia do MP

O MP permanece podendo oferecer denúncia.

2) Sumula nº 714, STF: É concorrente a legitimidade entre o MP e o ofendido nos crimes contra a honra de servidor público.

C) Interesse de Agir:

Necessidade: Necessidade da ação para se obter o pedido →No Direito Processual Penal é presumida.

Adequação: A ação deve ser proposta nos moldes procedimentais previstas em lei.

Ação penal pública →denúncia.

Ação penal privada →queixa-crime.

Utilidade do Provimento Jurisdicional: É a eficácia da tutela jurisdicional para se obter o pedido.

Ex: Prescrição da prevenção punitiva.

#Prescrição em perspectiva (Hipotética ou Virtual)→só doutrina.

É o reconhecimento antecipado da prescrição.

Ocorre quando o titular da ação penal prevê que no momento da condenação o fato estará abrangido pela prescrição retroativa.

EX: MP recebe IP →por furto de 21 anos →em 10/10/2010.

10/10/13 →recebimento do IP pelo MP →Pret. Punitiva →4 anos.

Prevê que a pena aplicada será de 1 ano.

Prescrição retroativa: 2 anos.

Obs: A doutrina majoritária admite a prescrição em perspectiva.

Não se trata de hipótese de prescrição, mas sim de causa de ausência do interesse de agir, em face da inutilidade do provimento jurisdicional.

Os tribunais superiores não admitem a prescrição em perspectiva.

Fundamento: falta de previsão legal.

Inf. 788, STF.

Sumula 438, STJ.

AULA 6/14

D) Justa Causa:

É a necessidade da existência de um lastro probatório mínimo para o oferecimento da ação penal.

Consiste em indícios da autoria e da materialidade do delito.

“fumus comisse delict”.

Inq. 2033 STF: A palavra da vítima isoladamente, não configura o lastro probatório mínimo necessário para o oferecimento da ação penal.

“crime sexual”.

#Natureza Jurídica:

1ªC: A justa causa é circunstância integrante do interesse de agir de acordo com Frederico Marques.

Elementos da Ação → Condições da Ação.Partes → Legitimidade “ad causam”.Pedido → Possibilidade Jurídica do Pedido.Causa de Pedir → Interesse de Agir.

2ª C: É condição da ação penal (é a que prevalece).

Fundamento: A ausência da justa causa produz a mesma consequência da

ausência das condições da ação.

3ª C: A justa causa é requisito de admissibilidade da peça acusatória diferente das

condições da ação.

Aderentes dessa corrente: Renato Brasil; Badaró e Nestor Távaro.

Fundamento: art. 396, cpp → Hipóteses de rejeição da peça acusatória:

I- Inércia.

II- Ausência das condições ação.

III- Ausência da justa causa.

#Justa causa duplicada?

R: É uma condição da ação no crime de lavagem de capital →Art. 2º, § 3º, Lei nº

9.613/98.

Exige-se:

a) Indício do crime de lavagem de capitais.

b) Indício da inflação penal antecedente.

08) CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO

São requisitos exigidos pela lei para se dar início à ação penal em alguns casos específicos.

Momento: juízo de admissibilidade.

A ausência gera as mesmas consequências da ausência de uma condição genérica.

Ex: Representação do ofendido. Ex: Crime de estupro.

Ex: Requisição do Ministro da Justiça. EX: Crimes contra a honra do Presidente da República.

Ex: Sumula 542, STF: Novas provas, quando no arquivamento do IP por falta de base para a denúncia.

Ex: Autorização da Câmara dos Deputados (por 2/3 de seus membros) →ação penal contra o Presidente da República, Vice Presidente e os Ministros de Estado.

Ex: Art. 236, cp →Trânsito em julgado da sentença que anulou o casamento.

09) CONDIÇÕES DA AÇÃO X CONDIÇÕES DA PROSSEQUILIBILIDADE DA AÇÃO

Condição da ação é exigida para o início da ação penal.

Condição de procequibilidade da ação →é exigida para se dar continuidade a uma ação penal já iniciada.

Ex1: Art. 152, cpp →restabelecimento do acusado acometido por doença mental após o início da ação.

Ex2: Art. 88, Lei nº 9.099/95→Lesão leve e a Lesão culposa →Passou a exigir a representação do ofendido.

Ex3: Art. 91, Lei nº 9.099/95.

→Em relação aos processos em andamento exigiu que fosse apresentada representação no prazo de 30 dias.

→Condição de procequibilidade da ação.

10) CLASSIFICAÇAO DAS AÇÕES PENAIS CONDENATÓRIAS

Critério subjetivo →legitimado ativo.

Ações Penais Públicas: São aquelas em que o legitimado ativo é o MP →denúncia.

Ação Penal Pública Incondicionada: É aquela em que o MP não depende da manifestação de vontade de quem quer seja para o oferecimento da denúncia. É a regra.

Ação Penal Pública Condicionada: Representação do ofendido. Ex: ameaça. Requisição do MJ.

Ação Penal Pública Subsidiaria da Pública: A inércia do MP leva atribuição do MP para outro MP.

Índice de Deslocamento de Competência (previsto 109, V-A, CF/88): Requisitos:

1) Grave violação a direitos humanos.

2) Inércia do MP Estadual.

O Procurador Geral da República →STJ (Deslocamento da justiça estadual para a justiça federal).

Crimes de Responsabilidade de Prefeitos e Vereadores (Decreto Lei nº 201/67):

Art. 2º, § 2º

Inércia das autoridades policiais ou do MPE.

As providencias sejam requeridas ao PGR.

→É considerada inconstitucional por parte da doutrina.

Fundamento:

1) Leva para Justiça Federal uma competência não prevista no art. 109, CF/88 (rol taxativo).

2) Fere o pacto federativo.

Ações penais de Iniciativa Privada.

Ofendido = queixa – crime.

Ação Penal Privada Exclusiva.

Ofendido, representante legal a sucessores (CADI). Dentre os crimes de ação privada →é a regra. Ex: Injúria.

Ação Penal Privada Personalíssima.

Legitimidade: ofendido, apenas um único exemplo: art. 236, cp.

Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.

Ocorre quando o MP permanece inerte em crime de ação pública.

Também chamada de ação penal acidentalmente privada = queixa – crime substitutiva.

Importante!

Se o MP não oferece denúncia, mas requer o arquivamento não será possível a ação penal privada subsidiária da pública.

11) PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

A) Princípios comuns à ação penal pública e privada

A1) Princípios da Inércia

Conteúdo: Ao juiz não é dado iniciar de ofício uma ação penal condenatória.

Sinônimas:

“Ne procedat índex ex officio”.

Princípio da iniciativa das partes.

Princípio do “Nullum indicio sine actore”.

PREVISÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO

Art. 129, I, cf/88.

Sistema acusatório deve haver uma função de julgar e acusar.

PROCESSO JUDICIALIFORME

É a situação em que o juiz inicia a ação penal de ofício.

Art. 26, cpp: O juiz vai iniciar a ação penal de ofício nas contravenções penais.

Não foi recepcionado pela CF/88. O processo judicialiforme não é compatível com a CF/88.

Exceções:

1) Habeas Corpus →pode ser concedido de oficio pelos juízes e tribunais, nos processos de sua competência.

2) Processo de execução penal.

A.2) Princípio do “Ne bis in idem” processual

Conteúdo: Ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação.

Obs: É perfeitamente possível que alguém seja processado duas vezes pelo mesmo crime.

Previsão Legal: Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional sobre direitos humanos.

Sinônimos:

- Princípio da Inadmissibilidade da persecução criminal mútiplo.

Ne Bis In Indem X Coisa Julgada

Impede novo processo pelos mesmos fatos após a sentença definitiva.

Impede novo processo pelos mesmos fatos após a sentença definitiva.

Impede dois processos simultâneos em razão dos mesmos fatos e contra o mesmo acusado (litispendência).

Coisa julgada

Ne bis in idem +

Litispendência

# Sentença absolutória, declaratória ou extintiva da punibilidade:

Proferida por juiz absolutamente incompetente.

Veda novo processo em razão da mesma imputação →também produz coisa julgada.

Fundamento:

1) Trata-se de sentença nula, porém não inexistente.

2) Não se admite revisão criminal contra o réu.

Exceção:

A sentença declaratória extintiva da punibilidade fundamentada em documento falso não impede novo processo pelos mesmos fatos. EX: Certidão de óbito.

A3) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA

Conteúdo: A peça acusatória apenas pode ser oferecida contra os prováveis autores ou participe do delito.

Previsão no ordenamento jurídico:

CF/88, art. 5º, XLV: Nenhuma pena passara da pessoa do condenado.

Atenção! Os efeitos extrapenais podem ser estendidos aos sucessores →até o limite do valor do patrimônio transferido.

Obs: A pena de multa não pode ser estendida aos sucessores do condenado.

B) PRINCÍPIO DA AÇÃO PENAL PÚBLICA

B.1) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE

Sinônimo: Princípio da legalidade processual.

Conteúdo: Os órgãos ligados a persecução criminal tem o dever de agir diante dos requisitos legais.

→A autoridade policial tem o dever de instaurar o IP diante da notícia de um crime de ação penal pública.

→O MP tem o dever de oferecer a denuncia se estiverem preenchidas as condições da ação.

Previsão Legal: Art. 24, cpp→Nos crimes de ação penal pública, esta será

oferecida por denúncia do MP. (É lei infraconstitucional).

Status infraconstitucional (uma outra lei ordinária pode criar exceções ao

princípio da obrigatoriedade).

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas

dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou

de quem tiver qualidade para representá-lo.

# Quais são os mecanismos de controle do princípio da obrigatoriedade?

1) Art. 28, cpp → procedimento de arquivamento do IP→consubstancia o princípio

da devolução.

2) Art. 29, cpp →Ação penal privada subsidiária da pública→Inércia do MP.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o

arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar

improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-

geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá

no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo

legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em

todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de

negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

#O MP pede absolvição nas alegações finais?

R: Sim. Art. 385, cpp.

R: Mesmo o MP pedindo a absolvição é possível que o juiz condene o acusado.

Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o

Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma

tenha sido alegada.

# Exceções ao princípio da obrigatoriedade.

1) Transação Penal (art.76, Lei nº 9099/95).

Infrações penais de menor potencial ofensivo.

Todas as contravenções penais.

Crimes →pena máxima = ou inferior a 2 anos.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não

sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena

restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na proposta.

2) Colaboração premiada na Lei de Organizações Criminosas (arts. 4º ao 7º, Lei nº

12.850/13).

Colaborador Voluntário que auxiliar nas investigações criminais pode se isentar

da ação penal.

Requisitos:

1) Não ser o líder.

2) Ser o primeiro a colaborar de forma efetiva.

2) Acordo de Leniência (Brandura, Doçura, Suavidade).

Espécie de colaboração premiada.

Lei do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

B2) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE.

Sinônimo: Princípio da Indisistibilidade.

Conteúdo: Art. 42, cpp→O MP não poderá desistir da ação penal.

→Art. 576,cpp →O MP não poderá desistir do recurso interposto.

→Art. 574, cpp→O MP não é obrigado a recorrer de decisões judiciais.

Recursos: Voluntariedade.

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE X PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE

Pré – processual →O MP tem o dever de

iniciar a ação penal.

Processual →O MP não pode desistir de

ação penal já iniciada.

Exceções:

1) Suspensão condicional do processo (sursis processual)→Crimes cuja pena

mínima não seja superior a um ano.

B3) PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE

1ª C: O oferecimento da ação penal contra um dos autores ou partícipes do delito

obriga ao processo de todos. (Minoritária: Aury Lopes Jr.).

2ª C: O MP pode oferecer denúncia contra alguns dos autores ou partícipes

enquanto aguarda investigação dos demais.

A denúncia contra um dos autores não obriga a denuncia contra todos.

STJ:RESP.388.473 / PR.

C) PRINCÍPIO DA AÇÃO PENAL PRIVADA

C.1) PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Sinônimo: Princípio da Conveniência.

Conteúdo: O ofendido pode optar por oferecer ou não a queixa – crime.

Importante! O princípio da oportunidade aplica-se também à representação do

ofendido e a requisição do Ministro da Justiça.

#Formas de deixar de exercer o direito de ação:

1) Renúncia (art. 49, cpp)

Abdicação do direito de exerce a ação penal privada.

Causa de extinção da punibilidade →expressa ou tácita.

Renúncia não depende de aceitação.

2)Decadência

Perda do direito de agir pela inércia (não oferecimento da queixa - crime).

06 meses, contados em regra da ciência da autoria.

Decadência é a causa de extinção da punibilidade.

C.2)PRINCÍPIO DA DISPINIBILIDADE

Sinônimo: Princípio da Disponibilidade.

Conteúdo: O querelante pode desistir da ação penal privada iniciada.

Momento: Desde o oferecimento da queixa até o trânsito em

julgado da sentença.

Formas de desistência da ação penal privada:

1) Perdão

Causa extintiva da punibilidade.

O perdão depende de aceitação. “perdão é bi” →bilateral.

2) Perempção

Causa extintiva da punibilidade de que deriva da desídia do querelante.

Não depende da aceitação do querelado.

3) PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE

Art. 48, cpp: A queixa contra um dos autores obrigará ao processo de todos, e o

Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

O ofendido não pode escolher contra quem oferecerá a peça acusatória:

deverá oferecer a queixa contra todos os envolvidos.

CONSEQUÊNCIAS:

1) A renúncia em relação a um dos autores se estende a todos os demais (art. 49,

cpp).

2) O perdão oferecida a um dos autores a todos se aproveita, não produzindo

afeitos em relação aos que não aceitarem (art. 51, cpp).

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia,

efeito em relação ao que o recusar.

Exceção: Caso o ofendido desconheça um dos autores ou partícipes não

necessários incluí-los na peça acusatória.

# O MP é o fiscal do princípio da indivisibilidade.

Formas:

1ªC: O MP pode aditar a queixa – crime para incluir o autor ou participe omitido

pelo querelante.

Não é aceita pelos tribunais superiores porque o MP não tem legitimidade para

incluir pessoas no polo passivo.

2ª C: O MP deve verificar se a omissão foi voluntária ou involuntária

→Se for voluntaria: o MP irá se manifestar pela renúncia que aproveita a todos.

→Se for involuntária: o MP irá requerer ao juiz que intime o querelante para que ele

adite a queixa crime, sob pena de se não o fizer ocorrer a renúncia ao Direito de queixa.

13) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

Titularidade: MP.

Peça Acusatória: Denúncia.

Característica Essencial: A atuação do MP depende da manifestação de interesse

da vítima ou do Ministro da Justiça.

Razões para definição de um crime como sendo de ação penal pública

condicionada:

1) “Streptus Iudici” →É o escândalo do processo.

2) Há delitos que afetam imediatamente o interesse particular da vítima e apenas

mediatamente o interesse público.

A) Representação do Ofendido:

É a manifestação de interesse da vítima na persecução criminal do fato.

Eficácia objetiva da representação:

Fato: Lesão Leve A e B →Vítima C → Representação só de B.

→O MP pode incluir na denúncia todos os autores ou partícipes, ainda que não

expresso na representação.

→A representação vincula o MP em relação aos fatos, mas não vincula em relação

aos sujeitos.

PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADADE OU CONVENIÊNCIA:

O ofendido pode optar por oferecer ou não a representação.

Natureza Jurídica: Condição especifica da ação penal.

Exceção: Quando Lei nova passa a exigir a representação para se dar

continuidade a uma ação penal já iniciada.

Deve estar demonstrando o interesse na persecução criminal.

Destinatários da Representação:

1) Autoridade Policial (art. 39, § 3º, cpp)→Vai instaurar IP →Caso não tenha

atribuição irá remeter a representação a autoridade com atribuição.

2) Juiz

→Se houver elementos suficientes para ação penal o juiz abre vistas ao MP (art.

40 cpp).

→Se não houver elementos suficientes o juiz remete a representação a autoridade

Policial (art. 39, § 4º).

3) MP

→Se houver elementos →Ação penal.

→Se não houver elementos →Requisitar o IP.

Legitimados a oferecer →Representação →Também são legitimados par queixa –

crime.

Regra →ofendido maior de 18 anos, não mentalmente enfermo nem retardado

mental →a legitimação = próprio ofendido representação: verbal / escrito + procurador

com poderes especiais:

Representação verbalmente e escrito →não precisa ser advogado.

Queixa-Crime →Necessariamente é um advogado.

Exceções:

1) Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente enfermo ou retardado

mental→Representante legal.

2) Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente enfermo ou retardado mental que

não possua representante legal ou havendo conflito de interesse →curador especial

(nomeado pelo juiz de oficio ou a requerimento do MP).

Obs: O curador especial não é obrigado a oferecer a representação ou a queixa –

crime: vigora o princípio da oportunidade e conveniência.

3) Pessoa Jurídica:

Será a pessoa designada no Estatuto, não havendo, será do sócio - administrador.

4) Morte do Ofendido:

Sucessão processual: CADI

C = Cônjuge.

CADI A = Ascendente.

D = Descendente.

I = Irmão.

Obs.1: Deve se observar a ordem de preferência: havendo mais de um interessado

na persecução penal terá prioridade o cônjuge, em seguida os ascendentes e assim

sucessivamente.

Obs.2: Havendo divergência entre os sucessores prevalece o interesse daquele

que deseja a persecução penal.

Obs.3: O - ocorrendo a desistência do sucessor que houver ajuizado a queixa –

crime qualquer dos demais sucessores poderá proceder com a ação penal privada.

Obs.4:O companheiro (União Estável) tem legitimidade para oferecer queixa –

crime ou representação no caso de morte do ofendido?

1ª C: Sim. A união estável é entidade familiar (art. 226, § 3º. CF / 88).

2ª C: Não há previsão legal →entender de forma distinta configuraria analogia “in

malam partem” para o réu – é a posição que prevalece.

# Prazo decadencial para oferecimento da representação ou queixa – crime:

Importante!

A representação do MJ não se submete ao prazo decadencial, pode ser oferecida

até a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva.

Regra: prazo decadencial. 06 meses, contados da ciência da autoria, para

oferecimento da representação ou queixa – crime.

Obs 1: Presume-se que a ciência da autoria se deu na data do fato. Se o

oferecimento da queixa – crime ou da representação se der após 6 meses da data do

fato, cabe ao ofendido →Ônus da prova que a ciência da autoria se deu em momento

distinto. STJ, Apn. 562 / MS.

Exceção 1: Ação penal privada subsidiaria da pública.

→A decadência é de 6 meses, contados da data que escoar o prazo para

oferecimento da denúncia.

Exceção 2: Art. 236, cp →Induzimento a erro essencial ou ocultação do

impedimento ao casamento.

Natureza jurídica do prazo decadencial

Material

Conta-se na forma do art. 10 cp: Inclui-se o dia do inicio e se dispensa o dia do

término.

Fatal

Não se suspende nem se interrompe.

Improrrogável

Não admite prorrogação.

# Retratação da Representação?

→Art. 25, cpp. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

→É possível. Impede a ação penal.

→RIO = A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia.

→A retratação da representação é possível até o oferecimento da denuncia.

#Representação da Representação na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340 / 01):

R: Sim. Art. 16, LMP → É possível. Nos crimes que dependam de representação.

Ex: Estupro, ameaça e injuria racial.

Importante!

A Lei Maria da Penha não altera a natureza da ação penal admitida em nenhum

crime. Em relaça a lesão corporal leve é a lesão corporal culposa deve-se observar que

é a lei nº 9.099 / 95 que existe a representação para tais delitos.

Não se aplica a lei nº 9.099 / 95 no contexto de violência doméstica e familiar

contra a mulher (art.41, LMP).

Conclusão: No âmbito da LMP, a lesão corporal e a lesão corporal culposa são de

ação penal pública incondicionada.

Requisitos:

Só é possível perante o juiz.

*Audiência especialmente designada para tal finalidade.

Até o recebimento da denúncia.

Obs: A audiência de retratação não é obrigatória, só dever ser realizada quando a

vítima manifestar interesse em se retratar.

RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO

CPP (ART.25) LMP (ART. 16)

Perante a autoridade policial, o MP ou o

Juiz.

Perante o Juiz

Não há formalidade. Formalidade: audiência especialmente

designada para retração.

Momento: Até o oferecimento da

denúncia.

Momento: Até o recebimento da

denúncia.

14) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Regra: Ação Penal Pública Incondicionada.

Exceção: Ação Penal Privada.

Legitimação Extraordinária: O ofendido postula em juízo em nome próprio

um direito alheio (jus puniend).

Na execução penal o ofendido não pode atuar como parte.

“Somente se procede mediante queixa”.

Querelante: É o autor da ação penal privada.Partes Querelado: Acusado de praticar crime de ação penal de iniciativa Privada.

Peça Acusatória → Queixa – crime →é indispensável a assistência de advogado.

Espécies de Ação Penal Privada:

Ação Penal Exclusivamente privada.

Ação Penal Privada Personalíssima.

Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.

A) Ação Penal Exclusivamente privada

É a regra dentre os crimes de ação penal privada.

Legitimidade: ofendido, representante legal, procurador especial ou sucessores

(CADI).

B) Ação Penal Privada Personalíssima.

Legitimidade: ofendido apenas.

Única Hipótese: Art. 236, cp.

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe

impedimento que não seja casamento anterior:

C) Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.

Sinônimos:

Ação penal acidentalmente privada.

Ação penal privada supletiva.

→CF / 88, art. 5º, LIX: É direito fundamental do cidadão.

→Cláusula pétrea.

“Admite-se ação privada nos crimes de ação penal pública, se esta não for

intentada no prazo legal”.

Cabimento: Inércia do MP.

Obs: Se o MP não oferece denuncia, mas requer o arquivamento do IP ou de

peças de informação não se admitirá a ação penal privada subsidiaria da pública.

#Não se admite ação penal privada subsidiaria da pública em qualquer crime

de ação penal pública?

R: Apenas se admite nos crimes em que houver vítima determinada.

Crime vago: O sujeito passivo não possui personalidade jurídica.

Não se admite ação privada subsidiaria da pública.

Ex: Tráfico de droga = sujeito passivo é a coletividade.

Peça Acusatória: Queixa – Crime.

Queixa substitutiva.

Queixa subsidiária.

Legitimação Concorrente: após o prazo de oferecimento da denúncia pelo MP,

tanto o ofendido como o próprio MP passa a ser legitimados a iniciar a ação penal.

Princípio da Oportunidade: O ofendido pode optar por oferecer ou não a queixa

substitutiva.

Decadência Imprópria →É a perda do direito de oferecer queixa na ação penal

privada subsidiária da pública.

A decadência imprópria não acarreta a extinção da punibilidade.

#Formas de atuação do MP na ação penal privada subsidiária da pública:

1) O MP pode opinar pela rejeição da peça acusatória.

Rejeição art. 395 cpp:

I- Inépcia.

II- Ausência de pressupostos processual ou condição da ação.

III- Ausência de justa causa.

2) O MP pode aditar a queixa – crime:

Nos crimes de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada

personalíssima: O MP apenas pode aditar os pressupostos formais da queixa. Não

pode:

→Incluir corréu.

→Alterar a descrição fática.

Nos casos de ação privada subsidiária da pública: o MP pode aditar a queixa em

seus aspectos formais e essenciais.

3) O MP deve intervir em todos os atos do processo. O MP atua como interveniente

adesivo obrigatório. O MP deve fornecer elementos de prova.

→O MP pode interpor recurso.

4) Repudiar a queixa – crime →até o momento de seu recebimento.

A queixa – crime →o MP obrigatoriamente deve oferecer denúncia =

denúncia substitutiva.

5) O MP pode retomar a ação como parte principal.

→No caso de negligencia do querelante.

→Ação penal indireta.

AULA 9/14 (10 /07 / 15)

15) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA

Decadência

Renúncia

Perdão

Perempção

Atenção! Tais hipóteses não geram a extinção da punibilidade na ação penal

privada subsidiaria da pública.

A) Decadência

Decadencia é a perda do direito de queixa ou de representação pelo seu não

exercício no prazo legal.

Prazo Decadencial: 6 meses da ciência da autoria.

Importante! Presume-se que a ciência da autoria se deu na data do fato. Cabe ao

ofendido o ônus da prova de que a ciência da autoria se deu em data distinta. Caso a

queixa seja oferecida após 6 meses da data do fato.

Exceções:

1) Ação penal subsidiaria da pública:

Prazo: de 6 meses, contados do fim do prazo para o oferecimento da denúncia.

Decadência Imprópria: é a perda do direito de queixa na ação penal privada

subsidiária da pública, não gera a extinção da punibilidade.

2) Art. 286, cp: induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento ao

casamento.

Prazo decadencial é de 6 meses contados da sentença que anular o

casamento.

Natureza Jurídica do Prazo Decadencial

Material →acarreta consequências no poder punitivo do Estado.

Inclui-se o dia do inicio e se despreza o dia do término.

Ex: Ciência da autoria 10/07/15 →Decadencial 09/01/16.

Material é considerado um prazo fatal →não suspende nem se interrompe.

Importante! O requerimento de instauração de inquérito não suspende e nem

interrompe o prazo decadencial, pois se trata de um prazo fatal.

O prazo decadencial é improrrogável.

EXTINÇÃO DO PRAZO DECADENCIAL

→A extinção do prazo decadencial se da com oferecimento da queixa – crime.

Importante! É irrelevante a data de recebimento da peça acusatória.

Oferecimento da Representação.

→Oferecimento da queixa perante juiz absolutamente incompetente.

Gera a extinção do prazo decadencial.

Fundamento: verifica-se o interesse do ofendido na persecução criminal.

STF, 2ª Turma, RHC 63.665 / RS.

B)Renúncia

É abdicação do direito de queixa pelo legitimado a oferecê-la. (Ofendido abre mão

do seu direito de queixa).

Momento: até o oferecimento da queixa (a renuncia é um ato extraprocessual).

Não há que se falar de renuncia nos crimes de ação penal pública porque vigora o

princípio da obrigatoriedade.

*Não há que se falar em renúncia ao direito da representação ou de requisição do

MJ →Não há previsão legal.

Exceção: Única exceção que ocorre a renúncia no direito de representação art. 74,

Lei nº 9.099/95 → “A homologação da composição dos danos civis acarreta a renúncia

ao direito de representação”.

Características

Ato unilateral →não depende de aceitação.

Irrecorribilidade.

Forma:

Expressa: é aquela que decorre da declaração inequívoca do ofendido,

representante legal ou procurador com poderes especiais.

Tácita: ato incompatível com a vontade de processar.

EX: O autor convida o réu para ser padrinho de seu filho.

Importante! O recebimento da reparação do dano causado pelo crime não

configura renúncia tácita (art. 104, § Ú, cp).

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a

vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado

pelo crime.

Renúncia e Princípio da Indivisibilidade:

A renúncia em relação a um dos autores a todos aproveita.

C) Perdão

Perdão é um ato voluntario por meio do qual o querelante desiste da ação penal já

iniciada.

Momento: Após o oferecimento da queixa e até o trânsito em julgado da sentença

condenatória.

É desdobramento do principio da disponibilidade.

Forma do Perdão

Expresso: Declaração inequívoca do ofendido, seu representante legal ou

procurador com poderes especiais.

Tácito: Ato incompatível com a vontade de continuar processando.

Importante! O perdão pode ser concedido dentro ou fora do processo (art. 106, cp)

Perdão do ofendido

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o recusa, não produz efeito. § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na

ação. § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória

Características do Perdão

Bilateral: Depende de aceitação para produzir seus efeitos

Perdão do Ofendido e Princípio da Indivisibilidade:

→O perdão oferecido a um dos autores a todos se estendem não produzindo

efeitos aos que não aceitarem.

PERDÃO DO OFENDIDO x PERDÃO JUDICIAL

São causas de extinção da punibilidade (art. 102, cp)

Crimes de ação penal privada. É possível sempre que a lei permite.

É concedido pelo legitimado a oferecer a

queixa crime.

É concedido pelo juiz.

D) Perempção

É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada em virtude da desídia

(negligência) do querelante.

Não confundir: perempção com decadência.

PEREMPÇÃO x DECADÊNCIA.

Perempção é a perda do direito de

prosseguir com uma ação já iniciada.

Decadência é a perda do direito de iniciar

uma ação penal privada.

HIPÓTESES DE PEREMPÇÃO

1) O querelante deixar de promover o andamento do processo, da ação penal

privada por 30 dias seguidos.

2) Falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em

juízo, no prazo de 60 dias, nenhum dos legitimados a prosseguir com o processo.

Atenção! É desnecessária a intimação dos sucessores para reconhecimento da

perempção.

3) O querelante deixar de comparecer sem motivo justificado a um ato em que

deveria estar presente.

4) O querelante deixar de pedir a condenação nas alegações finais.

5) Sendo o querelante PJ, se extinguir sem deixar sucessor.

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TEORIA GERAL DA PROVA

→Art. 155 aos 157, cpp.

1) Sistemas de apreciação da prova.

2) Provas X Elementos de Informação.

3) Provas Cautelares, não repetíveis e antecipadas.

4) Fatos que independem de prova.

5) Prova do Direito.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em

contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos

elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não

repetíveis e antecipadas.

1) Sistemas de apreciação da prova.

Relação: “juiz - prova”.

Forma como o juiz analisa o conjunto probatório que lhe é apresentado.

A) Sistema da íntima convicção do juiz ou certeza moral do juiz.

A lei concede ao juiz ilimitada liberdade para formar a sua convicção.

O juiz não precisa fundamentar sua decisão.

# Sistema da íntima convicção do juiz ou certeza moral do juiz não foi adotado

como regra em nosso Direito Processual Penal.

Exceção: A decisão dos jurados no tribunal do júri obedece ao sistema de

íntima convicção.

B) Sistema da Persuasão Racional (Livre Convencimento Motivado)

A lei concede ao juiz ampla liberdade para formar sua convicção. Nenhuma prova

possui valor definido em lei, nem mesmo a confissão.

Limitações à Formação da Convicção do Juiz.

→Não pode condenar diante da inexistência de provas.

→Dever de valoração: de analisar todas as provas produzidas no processo mesmo

que para rejeitá-las.

O juiz deve fundamentar sua decisão como nas provas produzidas no processo.

Importante! O juiz apenas pode considerar somente as informações do processo. O

juiz não pode considerar informações alheias ao processo para formação de sua

convicção.

#O cpp adotou como regra o sistema da persuasão racional.

C) Sistema Tarifado de Provas (Sistema da Verdade Legal ou Sistema de Certeza

Moral ao Legislador):

→A lei impõe ao juízo o valor de cada prova.

Não há liberdade na formação da convicção do juiz.

#Não foi adotado como regra no cpp.

Exceções:

1) Crimes Não Transeuntes:

São aqueles crimes que deixam vestígios.

Art. 158: Nas infrações que deixam vestígios é indispensável o Exame de Corpo

de Delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a prova testemunhal.

Ex: Falsidade de documento público ou particular.

2) Em relação ao estado das pessoas.

→Art. 155, § Ú →Devem ser observadas as restrições estabelecidas na legislação

civil.

Súmula: 74, STJ: Para fins penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer

prova por documento público.

2) PROVAS X ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO

→Isoladamente, os elementos informativos não podem fundamentar uma

condenação.

Em conjunto com provas, os elementos informativos podem sim fundamentar

uma condenação.

PROVAS X ELEMENTOS INFORMATIVOS

PROVAS ELEMENTOS INFORMATIVOS

É todo meio de percepção empregado

pelas partes ou por terceiros com a

finalidade de se comprovar uma

alegação→fase processual.

São informações produzidas na fase

inquisitorial com a finalidade de subsidiar a

propositura da ação penal.

Há a participação dialética das partes. Não há participações das partes.

Há contraditório e ampla defesa. Não se observa o contraditório e a ampla

defesa.

Princípio da identidade física do juiz (art.

399, § 2º, cpp)→As provas devem ser

produzidas na presença do magistrado.

Em regra, não há participação do poder

judiciário.

Exceção: nas hipóteses

constitucionalmente previstas.

3) PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS.

São informações produzidas na fase inquisitorial que podem por si sós,

Fundamentar uma condenação.

A) PROVAS CAUTELARES

São aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão

do decurso do tempo.

→Em regra dependem de autorização judicial.

Ex: Interceptação telefônica (para os crimes punidos com reclusão).

→Observa-se o contraditório diferido ou postergado.

Diferir = adiar, delongar, procrastinar, demorar.

Postergar = deixar atrás, preterir, pospor, deixar em atraso, desprezar, não fazer

caso de.

PROVAS NÃO REPETÍVEL

São aquelas que não podem ser reproduzidas na fase judicial.

Não dependem de autorização judicial em regra.

Ex: Perícias.

→Observa-se o contraditório diferido (ou postergado).

PROVAS ANTECIPADAS

São aquelas produzidas em momento processual distinto do legalmente.

Requisitos:

Previsão legal.

Relevância da prova.

Urgências.

→É produzida na presença do juiz.

Submete-se ao contraditório real, e não diferido.

EX:1) Art. 366, cpp

Acusado por edital:

Não comparece nem nomeia advogado.

Suspende-se:

O processo.

O curso da prescrição.

→O juiz determina a produção antecipadas de provas.

→Súmula: 485, STJ: O mero decurso de tempo não pode fundamentar a produção

de prova antecipada na situação do art. 366,cpp.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão

suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada

das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no

art. 312.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem

econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando

houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Aula 10/14 (05/08/15)

4) Fatos que independem de prova.

Regra: Todo fato depende de prova.

Exceções:

Fato Axiomático: Fato evidente. Ex: Decapitação.

Fatos Notórios: Aquele que é de conhecimento geral da sociedade.

Presunções Legais Absolutas: Conclusão apresentada pela lei que não admite

prova em contrario. Ex: menor de 18 anos →há presunção absoluta de inimputabilidade.

Presunções Legais Relativas: Conclusão apresentada pela que admite prova

em contrario. Ex: Comprovado o fato típico, presume-se ilícito (Teoria da Indicialidade).

Fatos Inúteis: Não influenciam na verdade da causa.

5) Prova do Direito.

Regra: O Direito não carece de prova.

O juiz conhece o direito.

Exceções: Não precisa o juiz conhecer:

Direito Municipal.

Direito Estadual.

Direito Alienígena.

Direito Consuetudinário.

6) PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ATIVIDADE PROBATÓRIA

a) P. DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. (P. DA NÃO CULPABILIDADE)

O Direito não deve ser considerado culpado senão após o transito em julgado da

sentença condenatória.

a.1) PREVISÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO

CF/88, ART. 5º, LXII CONVENÇÃO AMERICANA DE D.H.

“Ninguém será considerado culpado até o

trânsito em julgado da sentença penal

condenatória.”

“Toda pessoa acusada de um delito tem

direito a que se presuma sua inocência,

enquanto não for legalmente comprovada

sua culpa.”

Limite Temporal: O trânsito em julgado

da certeza.

Limite Temporal: Até a comprovação

legal da culpa.

Assegura o duplo grau de jurisdição

→ julgamento do recurso de apelação.

Atenção!! Deve prevalecer o disposto na CF/88.

Fundamento:

1) Na hierarquia das normas, a CF/88 subordina a C.A.D.H.

2) Princípio do “pro homine”.

(Previsto na própria C.A.D.H.).

Conflito entre normas interna e norma de tratado / convênio internacional sobre

D.H.

Deve prevalecer a norma que mais proteja os D.H.

Atenção!! Prevalece o entendimento de que “presunção de inocência” é sinônimo

de “não culpabilidade”.

Parte da Doutrina entende que:

Presunção de Inocência → CADH.

Não culpabilidade → CF/88.

a.2) Desdobramentos:

Regra Probatória: Cabe à acusação o ônus de comprovar a culpa do acusado.

→ “In dúbio pro reo” = “a favor do réu”.

Havendo duvida o juiz decidira a favor do réu, mantendo sua presunção de

inocência.

P. DA INOCÊNCIA NA REVISÃO CRIMINAL.

Não de aplica a presunção de inocência.

Momento: Após a sentença definitiva.

Regra de Tratamento: Todos devem ser tratados como inocentes até a sentença

definitiva.

Regra: Liberdade no curso da ação penal.

Exceção: Prisão Cautelar (“Ultima Ratio”).

STF / STJ = A vedação genérica à liberdade provisória é inconstitucional.

Leva em conta apenas a gravidade em abstrato do delito.

Relaxar (Ilegalidade).

APF 24 horas JUIZ COMPETENTE Liberdade Provisória.

Converter em preventiva.

Estatuto do Desarmamento → ADI 3112 -1 / DF. (Lei nº 10.806/2003).

Lei de Drogas (Lei nº 11.340 /2006).

Inf. 665, STF.

Art. 44 → Viola a liberdade provisória.

STF (Exceção Penal provisória)→ É a imposição da pena antes do transito em

julgado a sentença.

AÇÃO PENAL

Juiz Criminal → Condenação. Recurso de Apelação.

TJ → Condenação mantida →REsp / RE → STJ / STF → Não possuem efeitos

suspensivos.

Até 2009 → A jurisprudência admitia a execução pena provisória.

Fundamento: Art. 637, cpp. RE / REsp. Não possuem efeitos suspensivos.

Em 2009 → STF, HC 84.078-7 / MG.

A execução penal provisória viola o princípio da presunção de inocência.

Apenas se admite a privação de liberdade no curso do processo nas hipóteses

de prisão cautelar.

DIFERENÇA ENTRE EXUCUÇÃO PENAL PROVISORIA

X

ANTECIPAÇAO DOS BENEFÍCIOS PRISIONAIS.

EXUCUÇÃO PENAL PROVISORIA ANTECIPAÇAO DOS BENEFÍCIOS

PRISIONAIS.

Imposição da pena antes da sentença

definitiva.

Aplicação da LEP ao preso provisório.

Não é admitida. Perfeitamente admissível.

→Progressão do regime.

→ Liberdade condicional.

→Súmula: 716 / STF.

b) P. DA NÃO AUTOINCRIMINAÇAO (Memo tenetur se delegere)

Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

b.2) PREVISÃO NO ORDENAMENTO

CF/88, art. 5º LXIII → “O prezo será informado de seus direitos, dentre os quais o

direito de permanecer calado”.

→Também é previsto na C.A.D.H.

b2) DESDOBRAMENTOS:

I – Direito ao silencio → art. 186, cpp: O silencio do acusado não importara em

confissão e não poderá ser utilizado em prejuízo da defesa.

II- inexigibilidade de dizer a verdade. O Direito Brasileiro não previu meios de

exigir do acusado a verdade.

CUIDADO!! Não abrange o direito de mentir. Ex: Súmula: 522, STJ → A conduta

de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que se alegada

autodefesa.

III- Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa

incriminá-lo.

Ex: Etilômetro; Exame Grafotécnico e Reprodução Simulada dos Fatos.

Atenção!! Não abrange o Direito de não praticar um comportamento passivo.

Ex: Reconhecimento de pessoas.

IV- Direito de não permitir produção de provas evasiva.

Pressupõe penetração no organismo humano.

Ex:Coleta de Sangue. Coleta de saliva no interior da boca.

Atenção!! Não abrange o direito de no permitir prova não invasiva.

Ex: Raios-X (Mula do Tráfico) _ (STJ HC 149/66).

b.3) Titular:

Redação do art. 5º, LXIII, CF/88 →Preso.

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,

sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

Doutrina / Jurisprudência: É qualquer pessoa para qual seja feita uma pergunta na

qual possa resultar em uma auto incriminação.

Investigado e o acusado.

# É direito exclusivo do investigado ou do acusado?

R: Em regra a testemunha não pode se calar, sob pena de responder por falso

testemunho (art. 342, cp).

→Julgado, RHC 122.279 / RJ: Se for feita à testemunha pergunta da qual possa

resultar a autoincriminação, poderá ser alegado o direito ao silêncio.

b.4) Advertência quanto ao direito ao silêncio:

CF/88, art. 5º, LXIII→Determina que seja feita a advertência ao acusado /

investigado.

A ausência da advertência conduz à nulidade de eventual confissão.

Ex: STF, HC: 80949.

Para o CESP →Falta da advertência não gera a nulidade de diligencia. (TJDFT /

2013 – Técnico Judiciário).

C) P. DA COMUNHÃO DAS PROVAS:

A prova uma vez produzida pertence ao processo e poder ser utilizada por

qualquer das partes.

D) P. DA AUTORESPONSABILIDADE DAS PARTES:

Ônus da prova → é encargo de se comprovar uma alegação.

Art. 156n →A prova da alegação incube a quem a fizer.

ÔNUS DA PROVA

ACUSAÇÃO DEFESA

Fato típico. Comprovar a ausência da ilicitude.

Autoral participação. Comprovar ausência da culpabilidade.

Dolo e culpa. Defesa – álibe.

Ônus da prova imperfeito → ônus da defesa.

Basta que produza no juiz razoável dúvida.

Ônus da prova perfeito → ônus da acusação.

Deve formar a plena convicção do juiz para obter a condenação.

E) P. DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA:

As provas devem ser produzidas com a participação dialética das partes.

F) P. DA VERDADE MATERIAL (REAL):

O juiz não pode ser contentar com suposições. Deve buscar formar seu

convencimento de forma a se aproximar o Maximo possível das verdades dos fatos.

Iniciativa probatória do juiz.

O juiz pode de oficio determinar q produção de provas.

REQUÍSITOS

- Subsidiariedade: O juiz apenas pode determinar a produção de provas no caso

da inércia das partes em produzi-las.

- Momento: No curso da ação penal.

Exceção: Provas antecipadas. (Art. 225, p.ex.).

AULA 11/ 14 (10/08/2015).

07) PROVAS ILÍCITAS

A) Previsão no ordenamento jurídico.

Cpp, art. 152.

CF/88, art. 5º, LVI →São inadmissíveis, no processo, as provas ilícitas.

A inadmissibilidade das provas ilícitas é direito individual do cidadão.

Cláusula pétrea (Art. 60, § 4º, CF/88).

B) Conceito de prova ilícita.

Art. 157, cpp: Provas ilícitas são aquelas obtidas com violação a normas

constitucionais ou legais.

Doutrina / Jurisprudência:

Provas Ilícitas: É aquela que viola normas de direito material.

Ex: Confissão obtida por tortura.

Provas Ilegítimas: São aquelas que violam normas de direito processual.

Ex: Confissão obtida sem advertência quanto ao direito do silêncio.

O art. 157, cpp não faz essa distinção.

Atenção!!Tanto as provas ilícitas como as provas ilegítimas são igualmente

inadmissíveis.

C) Destino das provas ilícitas:

Art. 157, cpp → As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo →Direito

de exclusão. (Retiradas do processo).

A inadmissibilidade das provas ilícitas para uma limitação ao princípio da

verdade real.

Art. 157, § 2º, cpp → Com a preclusão da decisão de desentranhamento a prova

desentranhada será inutilizada. (O cpp determina a destruição).

Exceções:

1) Quando a prova ilícita pertencer licitamente a alguém.

Restituição ao legitimo proprietário.

2) Quando a prova for licita em outro processo.

D) Relativização da inadmissibilidade das provas ilícitas.

Não é um direito absoluto.

Admitem-se provas ilícitas o processo quando forem o único meio de se

demonstrar a inocência do acusado.

Fundamentos:

1) No conflito entre o direito à inadmissibilidade das provas ilícitas e o direito de

liberdade do inocente prevalece o direito à liberdade do inocente. (Proporcionalidade).

2) Inadmissibilidade das provas ilícitas é um direito individual do cidadão, que tem

por finalidade proteger o cidadão do poder punitivo do Estado.

08) PROVAS DERIVADAS DAS ILÍCITAS

A) Previsão no ordenamento jurídico.

Art. 157, cpp: “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas...”.

B) Conceito:

Provas derivadas das ilícitas são provas obtidas sem qualquer violação a normas

jurídicas, mas que possuem como causa de sua produção uma prova ilícita.

C) Destino

As provas derivadas das ilícitas são também inadmissíveis.

Teoria dos frutos da árvore envenenada: Todas as provas que derivam da

prova ilícita serão inadmissíveis no processo.

Demonstrado o nexo de causalidade entre uma prova e a prova ilícita, aquela

deve ser declarada ilícita por derivação.

D) Exceções à inadmissibilidade das provas derivadas das ilícitas:

Art. 157, § 1º. “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo

quando não evidenciado o nexo de causalidade, ou quando as derivadas puderem ser

obtidas por fontes independentes das primeiras”.

D.1) Quando não evidenciado o nexo causal.

Teoria da fonte independente.

As provas obtidas legitimamente a partir de uma fonte autônoma (independente) são

admissíveis no processo.

ILÍCITA FONTE INDEPENDENTE

↓ ↓

PROVAS PROVA → ADMISSÍVEL

A teoria da fonte independente não se trata propriamente de uma exceção, já que a

prova admitida não derivou da prova ilícita (não há nexo causal).

D.2) Quando as derivadas puderem ser obtidas por fonte independente das

primeiras.

Teoria da descoberta inevitável.

A prova derivada da ilícita será admitida quando restar demonstrado que

seria possível produzi-la através das diligencias ordinárias da investigação. STJ = HC

52.995 / AL.

TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL

A prova será admitida quando

efetivamente for obtida por fonte

independente da prova ilícita.

A prova será admitida quando for

demonstrado que seria possível obtê-la

por fonte independente.

Não há nexo causal entre as fontes. Há nexo causal.

STJ = HC 52995 / AL.

09) TEORIA SERENDIPIDADE

Encontro fortuito de provas.

Serendipity → Encontrar algo ao acaso (fortuitamente).

Situação: Ocorre quando no curso de uma diligencia investigativa relacionada a

um investigado ou prova relacionada a outro delito ou a outro investigado.

# Espécies:

1) Serendipidade de 1º grau:

A prova encontrada fortuitamente é de crime conexo ao crime investigado.

Inquérito Policial Diligência

↓ ↓

Homicídio Porte Ilegal

Conexo

2) Serendipidade de 2º grau:

A prova encontrada fortuitamente não é de crime conexo ao crime investigado.

STF → A prova encontrada na serendipidade de 1º grau é admissível na ação

penal.

A prova encontrada fortuitamente será admissível quando for de crime conexo.

(STF, HC – 83.515 / RS).

# A prova encontrada fortuitamente, quando for de crime não conexo, é

admitida na ação pena?

1ª Corrente: (LFG) →Não. Deve ser considerada prova ilícita.

2ª Corrente: Não. Será utilizada como “notícia crime”, apta a ensejar o início das

investigações. (Renato Brasileiro) →STJ = HC 282.096 / SP.

10) DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO

Art. 107, § 4º → Redação Original.

“O juiz que tivesse contato com a prova ilícita não poderia julgar o processo”.

Vetado.

Atualmente não há impedimento legal para que o juiz tenha contato

com a prova ilícita julgue a causa.

11) PROVA EMPRESTADA

Prova emprestada é a utilização da prova produzida em um processo em outro.

O transporte da prova é sempre feito através na forma documental.

→ O valor da prova é o mesmo do processo em que foi produzido.

REQUÍSITOS:

01) Sejam as mesmas partes.

02) Que seja observado o contraditório em ambos os processos.

→É perfeitamente possível a utilização de prova produzida em ação penal em um

Processo Administrativo Disciplinar.