direito processual do trabalho · direito processual do trabalho mÓdulo iii ... –hipótese do...

51
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO MÓDULO III FASE PROBATÓRIA. Prof. Antero Arantes Martins

Upload: ngodang

Post on 09-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO

MÓDULO III

FASE PROBATÓRIA.

Prof. Antero Arantes Martins

DIREITO DO TRABALHO

TEORIA GERAL DA PROVA

Prof. Antero Arantes Martins

VOCÊ ESTÁ AQUI

Fase probatória. Teoria Geral.

• Encerrada a fase postulatória, existe a

possibilidade de não haver fase probatória,

passando-se direto para a fase decisória.

• Não se confunde com a tutela antecipada do art.

303 e 304 do CPC/2015.

• O Julgamento antecipado da lide ocorre quando a

produção de provas é desnecessária.

– Contestação de mera interpretação de direito.

– Contestação de mérito cuja prova seja exclusivamente

documental

Fase probatória. Teoria Geral.

O QUE É PROVA?

• Prova é a soma dos fatores de convicção capazes de

convencer o Julgador da existência de um fato.

• No Direito Brasileiro não existe hierarquia entre as

provas, cabendo ao juiz sua livre convicção. Assim, por

exemplo, não se pode dizer que um documento tenha

maior valor do que o depoimento de uma testemunha.

Fase probatória. Teoria Geral.

O QUE PROVAR?

• Regra geral:

– Fato: Acontecimento do mundo físico;

– Controvertido: Alegado por uma parte e não aceito por outro;

– Não confessado;

– Não seja público e notório;

• Exceção:

– Hipótese do art. 376 do Código de Processo Civil de 2015.Direito Municipal, Estadual ou Estrangeiro, à qual somamosdireito decorrente de norma coletiva.

Fase probatória. Teoria Geral.

• Há que se ter em mente que, em regra geral, a prova tempor finalidade demonstrar um fato ao juiz. De regra nãose faz prova do direito. (“Da mihi factum dabo tibi ius”).

• Exceção se faz apenas à hipótese do art. 376 do Códigode Processo Civil.

• a parte que invocar direito municipal, estadual,estrangeiro ou de norma coletiva (convenção coletiva,acordo coletivo ou sentença normativa), deve provar aojuiz a existência deste direito, juntando aos autos cópiaautenticada da norma que invoca.

• O juiz tem obrigação de conhecer apenas o ordenamentojurídico federal

Fase probatória. Teoria Geral.

FATO CONTROVERTIDO

• Fato controvertido é aquele fato alegado por

uma das partes que não é aceito pela parte

contrária.

• Para o estudo do ônus da prova é fundamental

saber identificar o fato controvertido.

• Vejamos dois exemplos:

Fase probatória. Teoria Geral.

EXEMPLO 1

• O empregado afirma que fazia horas extras e não as recebia.O empregador contesta afirmando que as horas extras forampagas.

– Não resta mais dúvidas que as horas extras foramrealizadas. A dúvida reside no pagamento das mesmas.

EXEMPLO 2

• O empregado afirma que nem todas as horas extras forampagas. O empregador contesta afirmando que todas as horasextras foram pagas.

– Não resta dúvida que houve pagamento. A dúvida residena existência de horas extras além das pagas.

DIREITO DO TRABALHO

ÔNUS DA PROVA

Prof. Antero Arantes Martins

ÔNUS DA PROVA.

• Sabendo então a finalidade da prova e seus

princípios, resta saber

– A quem cabe a incumbência de prová-lo ao juízo?

– Qual a conseqüência de não conseguir realizar tal

prova?

• A segunda pergunta é mais fácil de ser respondida. Se a

parte deveria provar um fato e não o faz, terá uma

decisão desfavorável naquele ponto. A primeira pergunta

está ligada à teoria do ônus da prova, e é respondida com

a análise do art. 818 da CLT combinado com o art. 373

do Código de Processo Civil de 2015.

• Se o fato controvertido for o constitutivo do direito, o

ônus da prova é do reclamante;

• Se o fato controvertido for o modificativo, extintivo ou

impeditivo do direito, o ônus da prova é da reclamada.

Art. 373 do CPC/2015 e Art. 818 da CLT

ÔNUS DA PROVA.

ÔNUS DA PROVA.

FATO CONSTITUTIVO

X

FATO MODIFICATIVO, EXTINTIVO E

IMPEDITIVO

ÔNUS DA PROVA.

• Petição Inicial– Os fatos narrados na inicial são os que constituem o direito

pretendido no pedido. Fatos Constitutivos

• Contestação

• Negar o Fato Constitutivo. O fato constitutivo, neste caso, é o controvertido e, portanto, o ônus da prova é do reclamante. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO DIRETA)

• Aceitar o fato constitutivo e alegar outro, extintivo, impeditivo ou modificativo. Neste caso o fato constitutivo não é mais controvertido e, portanto, não precisa ser provado. Passa a ser do réu o ônus de provar o novo fato que alegou. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO INDIRETA)

ÔNUS DA PROVA.

• Exemplo de contestação de Mérito Direta:

• Inicial

– Trabalhou na Reclamada Sem Registro.

• Contestação

– Não trabalhou na Reclamada

• A contestação nega o fato constitutivo da inicial.

Portanto o ônus da prova é da Reclamante.

• Exemplos de Contestação de Mérito Indireta:

Inicial

Fez horas extras e não recebeu

Contestação

As horas extras foram pagas

A contestação apresenta uma um fato extintivo de

direito do autor. Portanto o ônus da prova é da

Reclamada

ÔNUS DA PROVA.

• Exemplos de Contestação de Mérito

Indireta:

Inicial

Trabalhou na Reclamada sem Registro

Contestação

Trabalhou na Reclamada como

autônomo

A contestação apresenta uma um fato

modificativo de direito do autor. Portanto o ônus

da prova é da Reclamada

ÔNUS DA PROVA.

• Exemplos de Contestação de Mérito

Indireta:

Inicial

Fazia as mesmas funções que o paradigma

e recebia menos Contestação

Quando o autor foi contratado o paradigma

contava com mais de dois anos de função.A contestação apresenta uma um fato impeditivo

de direito do autor. Portanto o ônus da prova é da

Reclamada

ÔNUS DA PROVA.

• A Contestação determina de quem é o ônus da

prova

• Contestação Ônus da Prova

de Mérito Direta do Reclamante

• Contestação Ônus da Prova

de Mérito Indireta da Reclamada

ÔNUS DA PROVA.

ÔNUS DA PROVA.

FATO POSITIVO

X

FATO NEGATIVO

e

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

ÔNUS DA PROVA.

• Aquele que afirma a existência do fato tem que

provar.

• Isto porque obrigar à parte a provar que algo

nunca aconteceu seria imprimir um ônus

excessivo à ela.

• Por isso, via de regra, não se admite ônus da

prova negativa no processo.

ÔNUS DA PROVA.

• Deve-se tomar cuidado ao distinguir um fato negativo de

uma afirmação. Para se caracterizar fato negativo, deve-

se considerar a universalidade do fato. Ex:

• Ao negar a prestação de serviço pelo Reclamante, a

Reclamada nega a existência de qualquer relação de

trabalho com o Reclamante. Assim, o ônus da prova é do

Reclamante

• Ao contrário, quando a Reclamada nega o vínculo de

emprego, ela não alega fato negativo. Na realidade ela

faz uma afirmação: “O Reclamante prestou serviços

para mim, MAS não era de natureza empregatícia”. Por

isso o ônus da prova é da Reclamada.

ÔNUS DA PROVA.

• Algumas vezes, contudo, ocorre a inversão do ônus da

prova.

• Ou seja, o ônus da prova que normalmente seria de uma

parte, respeitando os artigos 373 do CPC/2015 e 818 da CLT,

passa a ser de outra.

• Essa hipótese é uma exceção, admitida no processo do

trabalho em dois casos, as súmulas 338, III e 212 do TST

• Tal inversão não se faz pela hipossuficiência do empregado,

nem pela aplicação do princípio do In Dubio Pro Operario,

mas sim pela existência de alguma presunção.

Súmula 212 do TST Súmula 338, III do TST

ÔNUS DA PROVA.

• Outro caso específico de inversão do ônus da prova no

Processo do Trabalho ocorre com a Súmula 443 do C.

TST, no caso de dispensa de empregado portador de

doença crônica que cause estigma ou preconceito.

• A inversão do ônus da prova ocorre quando existe uma

presunção em favor daquele que normalmente teria a

incumbência de provar a alegação.

• Assim, já se presume verdadeiro aquilo que a parte

alega, cabendo a outra parte realizar a prova.

ÔNUS DA PROVA.

• O CPC de 2015 concedeu ao Juiz, explicitamente, a

possibilidade de inverter o ônus da prova conforme as

circunstâncias do caso concreto, acolhendo o Princípio

da aptidão da prova.

• Anteriormente a hipótese mais próxima era encontrada

no CDC em favor do consumidor.

• A Lei 13.467/2017 transpoôs tal previsão legal para a

CLT no parágrafo 1º do art. 818.

• Vamos verificar o dispositivo:

ÔNUS DA PROVA.

• Art. 818. O ônus da prova incumbe:

• I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

• II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou

extintivo do direito do reclamante.

• § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa

relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o

encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova

do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso,

desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte

a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

• § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da

abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da

audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito

admitido.

• § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que

a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente

difícil.” (NR)

ÔNUS DA PROVA. Princípio da aptidão.

• Inversão do ônus da prova. Situação em que, pela regra anterior, seria deuma parte, passa à outra.– § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à

impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos desteartigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízoatribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisãofundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir doônus que lhe foi atribuído.

• De regra será aplicado em favor do trabalhador, por ter o empregadormaior facilidade na produção da prova.– § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura

da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência epossibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.

• Questão: A decisão do Juiz instrutor em não inverter o ônus da prova oJuiz julgador está vinculado a esta decisão? E o Tribunal? Caso nãoesteja, qual a solução.– § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a

desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”(NR)

• Além das duas regras anteriores (constitutivo x

modificativo, impeditivo ou extintivo e não se admitir

ônus da prova negativo), há também uma terceira regra.

• O magistrado se utilizará de seus conhecimentos comuns

e técnicos, na ausência de regras particulares, para

determinar o que deverá ser provado, conforme diz o

artigo 375 do CPC/2015.

• É o dispositivo que traduz a máxima do direito: “o

ordinário se presume, o extraordinário se prova e o

absurdo se rejeita de plano”

Art. 375 do CPC

ÔNUS DA PROVA.

DIREITO DO TRABALHO

MEIOS DE PROVA(Prova oral)

Prof. Antero Arantes Martins

MEIOS DE PROVA ADMTIDOS EM DIREITO

• PROVA ORAL:

– Depoimento pessoal das partes

– Oitiva de testemunhas

• PROVA DOCUMENTAL:

– Juntada de documentos pelas partes.

– Exibição de documentos em posse de terceiros.

• PROVA PERICIAL:

– Perícia

– Prova técnica simplificada.

Meios de Prova.

• É o meio de prova destinado a realizar ointerrogatório das partes, no curso do processo.

• Sua finalidade é dupla: provocar a confissão eesclarecer os fatos.

• Na audiência os depoimentos serão tomados antes daoitiva das testemunhas, primeiro o autor, depois oréu.

• Por fim, considerando que o objetivo do depoimentopessoal é a obtenção da confissão, é vedado aoadvogado pedir em Juízo o depoimento pessoal dopróprio cliente como meio de prova, bem como évedado ao mesmo inquirir seu cliente quando esteestá depondo.

Prova oral. Depoimento pessoal.

• Se a parte não comparecer, ou, comparecendo, se recusar

a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão que

consiste em admitir como verdadeiros os fatos alegados

pela outra parte e contrários ao interesse da parte

faltosa.

• O ônus não é apenas o de depor, mas o de responder a

todas às perguntas com clareza e lealdade. Assim, o juiz

pode, conforme as circunstancias, considerar como

recusa de depoimento, o depoimento prestado com

omissões ou evasivas. E a conseqüência será a aplicação

da pena de confesso.

Prova oral. Depoimento pessoal.

Prova oral. Oitiva de testemunhas.

PROVA TESTEMUNHAL

• É aquela que se obtém através do relato prestado, em juízo,

por terceiro não envolvido no processo, desinteressado,

que tem conhecimento do fato litigioso e sob compromisso.

• A inquirição da testemunha só não terá cabimento naqueles

casos em que o próprio Código de Processo Civil veda esse

tipo de prova (arts. 443 e 448)

• O depoimento testemunhal não é uma faculdade, mas um

dever (art.380-I do CPC/2015.) vez que é dever de todo o

cidadão colaborar com o Poder Judiciário na apuração da

verdade.

Art. 443 do CPC Art. 448 do CPC Art. 380-I do CPC

Prova oral. Oitiva de testemunhas.

• Até as impedidas ou suspeitas poderão ser ouvidas pelojuiz " sendo estritamente necessário". Mas, seusdepoimentos serão prestados independentemente decompromisso e o juiz lhe atribuirá o valor que possammerecer.

• O compromisso é o ato judicial em que o juiz cientifica atestemunha que deve dizer a verdade, sob pena de incidirno crime de falso testemunho (art.342 do Código Penal)

• Cada parte poderá arrolar no máximo 03 testemunhas noprocedimento ordinário, no máximo 02 no procedimentosumaríssimo e no máximo 06 no inquérito judicial paraapuração de falta grave.

Art. 342 do CP

Prova oral. Oitiva de testemunhas.

• A substituição de testemunhas depois de arroladas só é permitidapor falecimento desta, enfermidade ou tiver mudado de residênciae não foi localizada pelo Oficial de justiça.

• Antes de depor a testemunha será qualificada. Nessa fase é licito àparte contrária contraditar a testemunha. Sobre a contradita o juizouvirá a testemunha e a parte que a arrolou. Se reconhecida aprocedência da argüição, a testemunha será ouvida comoinformante.

• Depois de compromissada a testemunha não mais pode sercontraditada, justamente porque o objetivo da contradita é impediro compromisso. Se no curso do depoimento surgir fato que torne atestemunha impedida ou suspeita, o Juízo atribuirá ao depoimentoo valor que este merecer.

Prova oral. Oitiva de testemunhas.

• No Processo do Trabalho as testemunhas não são

arroladas a priori, como ocorre no Processo Civil. Cabe

à parte a incumbência de convidar a testemunha a

comparecer à audiência.

• Apenas se a testemunha não atender ao convite é que

deve o juiz interromper a audiência, abrir prazo para a

parte apresentar o rol de testemunhas e intimar as

testemunhas arroladas. No procedimento ordinário basta

a parte alegar que convidou a testemunha para obter a

suspensão da audiência. No procedimento sumaríssimo a

parte deve provar que convidou a testemunha.

Prova oral. Oitiva de testemunhas.

• Entretanto, a jurisprudência já tem admitido, e bem a

meu ver, a validade da determinação para que o rol seja

apresentado antes da audiência. Não porque se substitui

a CLT pelo CPC, mas, sim, em prestígio aos Princípios:

• Da celeridade: As audiências não são marcadas com a

brevidade que a CLT desejava;

• Da concentação: Evita-se o adiamento da audiência;

• Da boa-fé: Evita-se atuação de má-fé da parte autora que

deseja ter acesso à contestação antes de produzir a prova

e da parte ré que deseja adiar e procrastinar a solução do

processo.

DIREITO DO TRABALHO

AULA 17

MEIOS DE PROVA(Prova documental)

Prof. Antero Arantes Martins

Prova Documental.

PROVA DOCUMENTAL

• O documento é um instrumento capaz de representar um fatoem sentido amplo. Documento compreende não apenas osescritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamenteum registro físico a respeito de algum fato: desenhos, fotos,filmes, gravações, etc.

• Há determinadas matérias em que se exige a provadocumental, com a exclusão de qualquer outra. Comoexemplo podemos citar o pagamento de salários, que deveser feito mediante recibo ou depósito em conta. Logo, oempregador não pode pretender provar tal pagamento poroutro modo que não seja o documento (recibo ou depósitoem conta).

Prova Documental. Momento de produção.

• De regra a prova documental é produzida na fase

postulatória, consoante art. 434 do CPC/2015.

– Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição

inicial ou a contestação com os documentos

destinados a provar suas alegações.

• Entretanto, existem três exceções:

– Documentos novos;

• Documento cronologicamente novo;

• Documento cronologicamente velho;

– Contraprova;

– Exibição;

Prova Documental. Exibição pela parte contrária.

• Há poder do juiz em determinar a exibição de

documento ou coisa que se ache na posse das

partes, sempre que o exame desses bens for útil

ou necessário para a instrução do processo.

• A parte contrária terá que se manifestar. E neste

momento poderá:

– A) Exibir o documento ou coisa;

– B) Ficar silente e não exibir o documento ou coisa;

– C) Negar que possua documento ou coisa;

– D) Apresentar recusa na exibição do documento ou

coisa. Art. 400 do CPC

Prova Documental. Exibição pela parte contrária.

• Consequências:

– A) A prova veio aos autos e será analisada com os demais elementosprobatórios;

– B) O Juiz presume verdadeiro o fato que a parte pretendia provar com aexibição do documento ou coisa (art. 400, CPC);

– C) Abre-se dilação probatória a fim de que o requerente prove que a partecontrária detém o documento ou coisa. Se provar, aplica-se letra “B” supra.Se não provar a existência do documento ou coisa, nenhuma consequênciaprocessual;

– D) O Juiz julgará a recusa. Se a recusa for aceita, então nenhumaconsequencia processual. Se a recusa não foi aceita, então aplica letra “B”supra.

• O Juiz não admitirá recusa:

– Se a parte tem a obrigação legal de manter o documento;

– Se a parte aludiu o documento ou coisa para fazer prova noprocesso;

– Se for documento comum às partes.

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• O pedido de exibição formulado contra quem

não é parte do processo principal provoca a

instauração de um novo processo, em que são

partes o pretendente à exibição e o possuidor

do documento ou coisa. Pode ser preparatória

ou incidental.

• O art. 378 do CPC/2015 tem a previsão de um

dever cívico de qualquer cidadão em colaborar

com o Poder Judiciário. Já o art. 380, II do

CPC/2015 firma um dever legal.

Art. 380, II do CPC/2015 Art. 378 do CPC/2015

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• Esse feito incidental deverá ser processado emautos próprios, em apenso ao processo principal eserá julgado por sentença. Entretanto, e na praxe,tem sido processado com os autos principais,dado o Princípio da Simplicidade do Processo doTrabalho.

• Se o terceiro destruir a coisa ou documento quedeveria exibir, ficará responsável civilmentepelas perdas e danos que acarretar à parte, asquais serão demandados em ação ordinária deindenização.

Prova Documental. Exibição por terceiros.

• Em caso de recusa injustificada do terceiro, o Juiz fixarácominação para entrega da obrigação de fazer (art. 500 e 536, § 1ºCPC/2015) e o terceiro estará sujeito às penalidades do art. 77, 1ºe 2º do CPC/2015:

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveresdas partes, de seus procuradores e de todos aqueles que dequalquer forma participem do processo: ...

§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertiráqualquer das pessoas mencionadas no caput de que suaconduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade dajustiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui atoatentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízodas sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar aoresponsável multa de até vinte por cento do valor da causa, deacordo com a gravidade da conduta.

Prova Documental. Falsidade.

• Contudo, os documentos podem ser falsificados,ou na sua forma, ou no seu conteúdo.

• A parte contra quem foi produzido o documentopoderá suscitar incidente de falsidade documental.

• Não existe previsão na CLT, devendo ser aplicadoo art. 430 do CPC.

Art. 430 do CPC

Prova Documental. Falsidade.

• Com a declaração de falsidade,cessa a fé que pudesse ter odocumento (Art. 427 CPC/2015). Dadecisão que decide pela falsidadeou pela autenticidade do documentonão cabe recurso, pois consiste emuma decisão interlocutória.

Art. 427 do CPC

Prova Documental. Falsidade.

• O Documento pode ser falsificado de duasmaneiras:

– Material: Quanto à forma do documento

– Ideológico: quanto ao conteúdo do documento

Blá blá

blá blá

blá blá

blá blá

blá

CONTEÚDOFORMA

Prova Documental. Falsidade.

• Falsidade Material: Aquelas previstasnos incisos I e II do Art. 427 do CPC.Quando há vício nos aspectos exterioresdo documento.

• A Falsidade Material poderá serpercebida por meio de perícia.

Prova Documental. Falsidade.

• Falsidade Ideológica: Ocorre quando odocumento é verdadeiro, mas o seuconteúdo não é.

• A Falsidade Ideológica não pode seraveriguada por perícia, pois a falsidadereside na idéia que o documento traz, enão na sua forma

Prova Documental. Falsidade.

• Art. 436. A parte, intimada a falar sobre

documento constante dos autos, poderá:

• I - impugnar a admissibilidade da prova

documental;

• II - impugnar sua autenticidade;

• III - suscitar sua falsidade, com ou sem

deflagração do incidente de arguição de

falsidade;

• IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.