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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
Prof. Marina Frana (voluntria)
Plano de curso:
1. Tutela cautelar
2. Tutela coletiva e aes constitucionais
3. Procedimentos especiais CPC
4. Procedimentos especiais da legislao extravagante
Provas:
1. Prova 30 pts. 27/3
2. Trabalho 30 pts.
3. Prova final 40 pts. 28/6
ESQUEMA: PROCESSO DE CONHECIMENTO
Fase postulatria
1. Petio inicial art. 282
2. Contestao 15 dias (em dobro, se houver procuradores diferentes no mesmo polo; em
qudruplo, se Fazenda Pblica ou MP) ou reconveno ou interveno de terceiros
(Chamamento ao processo: outros coobrigados no foram citados, o ru chama ao
processo os outros. Nomeao autoria: o ru no o autor do ato, no o legtimo ru.
Denunciao da lide: outra pessoa que dever arcar com as consequncias da sentena)
3. Impugnao contestao (ocorre quando o ru alega alguma das hipteses do art. 301;
quando o ru alega fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito)
Fase de saneamento
4. Saneamento / Julgamento conforme o estado do processo
* extingue sem resoluo de mrito, art. 267
* extino com resoluo do mrito (prescrio/decadncia; transao; reconhecimento;
renncia)
* julgamento antecipado da lide (uma das formas de julgamento conforme o estado do
processo), nos casos de revelia (confisso ficta do art. 319); alegaes somente de direito; no
existir necessidade de mais provas (alguma prova j deve ter sido feita antes da fase instrutria)
* audincia preliminar: tentativa de conciliao, se no houver (ou no for possvel)
conciliao, o juiz deve proceder ao saneamento do processo. Aqui comea a fase instrutria,
com a fixao dos pontos controvertidos.
Fase instrutria
5. Audincia de instruo e julgamento
Fase decisria
6. Decisria. Pode ser oral, na AIJ; ou escrita, em 10 dias (prazo imprprio, sem
consequncias) aps a AIJ.
Fase executria
7. Cumprimento de sentena
8. Execuo de ttulo executivo extrajudicial
8.1. Citao
a) Pagar em 3 dias, ou
b) Apresentar embargos em 15 dias (independentemente de garantia), se quiser.
Se pagar em 3 dias, os honorrios so reduzidos pela metade. Se no pagar, penhora-se bens. A
penhora d aos embargos efeito suspensivo. Os embargos so distribudos por dependncia,
ficando em autos apartados.
8.2. Impossibilidade de citao
Primeiro determinado o arresto (satisfativo); depois a citao por edital; depois convertido
automaticamente em penhora.
8.3. fad
a oposio (interveno de terceiro) geralmente apensada ao principal, mas se for oposta
depois da audincia de instruo e julgamento, no haver apensamento.
TRABALHO EM GRUPO PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 30 pts.
Partir de um caso na jurisprudncia. O que deve ter no trabalho: i) pesquisa doutrinria sobre a
ao; ii) pesquisa jurisprudencial; iii) construo de caso concreto (falar sobre o que foi discutido
no processo e mais algumas coisas); iv) elaborao de peas (petio inicial, defesa, sentena de
mrito). 1 parte) trabalho escrito (falar sobre o caso concreto e suas implicaes e as peas) 15
pts.; 2 parte) apresentao 15 pts. individual
1) ao de consignao em pagamento 08/05
2) ao de depsito -
3) ao de prestao de contas
4) ao possessria (qualquer das aes)
5) ao de nunciao de obra nova
6) ao de usucapio
7) ao de inventrio, arrolamento e partilha
8) Embargos de terceiro
9) ao monitria
10) ao de despejo
PROCESSO CAUTELAR
1. NOES GERAIS
1.1. Tempo
Deve ser intentado no tempo correto.
1.2. Finalidade
Assegurar a tutela de um direito em perigo, em razo da demora do processo principal. O
interesse no se esgota na ao cautelar, pois no o pedido principal. Ex.: medida cautelar de
produo antecipada de provas.
O autor prope uma ao cautelar, visando ao provimento de uma medida cautelar.
2. TEORIA GERAL DO PROCESSO CAUTELAR
2.1. Conceito de processo cautelar
Instrumento que tem por finalidade preservar, assegurar, garantir, efetivar outra tutela, a principal.
Protege as condies fticas necessrias para ser possvel se obter a tutela principal, se
procedente o pedido principal. Os processos cognitivos e executivos visam satisfao do direito
material pretendido; o processo cautelar no serve para satisfazer o direito substancial, mas para
permitir futura realizao desse direito (A. F. Cmara).
2.2. Caractersticas do processo cautelar
a) Autonomia
O processo cautelar tem incio, meio e fim:
petio inicial
produo de provas
sentena cautelar
A autonomia foi abalada. A ao cautelar como processo autnomo tende a desaparecer.
b) Acessoriedade
Apesar de autnomo, acessrio, pois dependente de um processo principal. Pode comear
antes do processo principal (cautelar antecedente ou preparatria) ou durante (incidental).
Consequncias:
extino do processo principal gera a extino do processo cautelar;
competncia de juzo determinada pelo principal;
apensamento
c) Perigo de dano
caracterstica absoluta. O periculum in mora pode gerar um dano, impedindo a satisfao da
demanda principal. Toda cautelar necessita da comprovao do perigo de dano.
d) Instrumentalidade
Instrumentalidade hipottica ou instrumentalidade ao quadrado (Calamandrei): a hiptese a
procedncia do principal. S se o principal for procedente, o cautelar ser de fato um instrumento.
O processo cautelar instrumento de outro processo (que tambm um instrumento); meio do
meio.
Marinoni: no concorda que o cautelar instrumento de outro processo, mas o instrumento de
uma tutela. Na verdade, no se quer proteger o outro processo, e sim a tutela que se objetiva. A
cautelar desvinculada do processo; ela no pode ser extinta ao fim de uma fase do processo
principal ex.: ao de cobrana julgada procedente alterada para fase de cumprimento de
sentena. A cautelar no ser extinta com a mudana da fase no processo principal.
e) Referibilidade
A cautelar deve fazer referncia lide principal. A cautelar se refere a uma situao substancial
que se quer proteger. Est ligada instrumentalidade hipottica. No existe cautelar satisfativa.
f) No-satisfatividade
satisfao a fruio do direito material perseguido. Garantia a proteo do direito, no o deixar
perecer. A cautelar no pode dar a fruio do direito principal. O conceito de cautela (precauo)
afasta o de satisfao. Satisfatividade requisito/caracterstica negativa da tutela cautelar.
At 1994 (art. 273, CPC) s havia antecipao de tutela no processo civil brasileiro em alguns
processos especiais. A cautelar no permitia fruir o direito (ex.: utilizar um remdio que se ganha);
mas nos casos de urgncia, advogados pediam cautelares satisfativas (que permitiam a fruio do
direito).
Pontes de Miranda: a tutela antecipada satisfaz para garantir (permite usar um remdio para
garantir a vida), a tutela cautelar garante para satisfazer impede a venda de um bem para garantir
o crdito).
g) Fungibilidade
Art. 805, CPC. Pode haver a substituio da cautelar por outra medida menos gravosa que
acautelar o direito. Busca-se a menor gravidade da atuao para o ru. Ex.: cauo. Se o autor
pede o arresto, a recomendao do depsito judicial pelo juiz no fere o princpio dispositivo.
Presentes os requisitos o juiz deve deferir a substituio da cautelar pela cauo.
h) Sumariedade da cognio
Atividade do julgador de avaliar fatos e provas e sobre eles emitir um juzo. A cognio pode ser:
Horizontal
* Limitada, quando a cognio feita sobre algumas alegaes (h limitaes de
argumentao. No se pode discutir qualquer coisa, embargos de declarao, e.g.); ou
* Plena, todas as alegaes possveis sero consideradas.
[1] Comentrio: Art. 805. A medida
cautelar poder ser substitu da, de of cio ou a requerimento de qualquer das partes, pela
presta o de cau o ou outra garantia menos gravosa para o
requerido, sempre que adequada e
suficiente para evitar a les o ou repar -la integralmente.
vertical
* Superficial (sumria), quando basta a verossimilhana (e.g., anlise de liminares); ou
* Profunda, quando se busca a certeza do direito (e.g., deciso de mrito)
No processo cautelar, h cognio horizontal plena (qualquer alegao que fundamente o perigo
de dano ser analisada) e vertical superficial (a certeza buscada no processo principal).
Existe diferena entre cognio sumria e sumariedade formal dos procedimentos? O processo
sumrio h cognio profunda, diferentemente das cautelares.
i) Provisoriedade (temporariedade)
A tutela cautelar provisria. assim pois a deciso que confere a tutela ser substituda por
outra que ser definitiva. Outra corrente doutrinria (Cmara, e.g.) diz que a tutela temporria,
pois ela no ser substituda (logo, no provisria). Ela permanece enquanto durarem os
requisitos necessrios, enquanto for preciso. Pode ser que antes da sentena na ao principal
no seja mais necessria a medida cautelar, sendo extinta sem ser substituda.
j) Revogabilidade e modificabilidade
Art. 807, CPC. A cautelar revogvel e mutvel a qualquer tempo. Quando os requisitos
necessrios a sua concesso deixarem de existir ela ser revogada (desaparecimento do fumus
boni iuris ou do periculum in