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INTRODUÇÃO

Por que resolvemos criar uma apostila e distribuir de graça?

Quando começamos a estudar para concursos públicos nós não sabíamos como estudar, qual o material

que nos levaria até a aprovação de forma mais rápida. Fomos por muitas vezes enganados com apostilas

compradas em bancas de revistas e outras.

Foi então que resolvemos criar nossa própria apostila, para auxiliar o nosso estudo para os concursos que

fomos fazendo. Já tivemos algumas aprovações, então queremos difundir a nossa “técnica” de estudar para

aqueles que estão começando tenham a oportunidade de adiantar os estudos e obter a tão sonhada aprovação.

Esta apostila vem para auxiliar nos seus estudos, sentimos em falar, mas só com ela não é suficiente. Bem

sabemos que para se preparar para concursos precisamos treinar bastante, sendo assim, você concurseiro (a)

deverá procurar resolver o número maior de questões da banca examinadora, que no Caso da Defensória Pública

do Estado de Rondônia será a FGV.

Nossa sugestão:

1) Leia esta apostila de 3 a 5 vezes; e

2) Resolva em torno de 10 a 20 provas da FGV;

Observação: Dê importância para as matérias: Português, informática e História e Geográfia de

Rondônia. Tendo em vista que elas farão a diferença na sua aprovação. Embora, nós, a princípio não vamos

disponibilizar apostilas dessas matérias.

Vocês seguindo a nossa sugestão é certa aprovação. Não tem jeito é INEVITÁVEL! Acredite em

você, mesmo que tudo pareça que não vai dar certo. Caso não tenha concentração em casa, procure

imediatamente uma biblioteca, pois, “biblioteca é o jardim dos sonhos” de um estudante.

Lembrando que viste um concursando diligente nos seus estudos, perante a lista dos aprovados

será posto, não permanecerá entre os reprovados. Sem olvidar, que por mais longe que possa parecer

estar uma data um dia ela chegará e não importará se estará preparado ou não, ela chegará. Então que

você e nós possamos estar preparados para o dia de nossa vitória que já foi decretada.

Visite sempre as nossas páginas, lá tem muita motivação para não deixar você olhar para baixo,

mas, sim para o ALVO.

Seu sucesso é o nosso sucesso.

EQUIPE DOS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA!

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Produzido por:

Equipe Os Concurseiros de Rondônia – OSCR.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL

1. Partes e procuradores: capacidade processual, deveres das partes e dos seus procuradores, procuradores.

2. Atos processuais. 3. Processo e procedimento: disposições gerais. 4. Procedimento ordinário: Petição inicial, resposta do

réu, revelia. 5. Juizados especiais cíveis e criminais.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL

1. PARTES E PROCURADORES: CAPACIDADE PROCESSUAL, DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES, PROCURADORES.

TÍTULO II DAS PARTES E DOS PROCURADORES

CAPÍTULO I DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus

direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos

por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil.

- Absolutamente Incapazes: Menor de 16 anos; os enfermos/deficientes mentais que não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil; e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade (art. 3º, CC/02).

- Relativamente Incapazes: Maior de 16 e menor de 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; e os pródigos (art. 4º, CC/02).

- Índios: Os índios/silvícolas e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeito ao regime

tutelar estabelecido nesta Lei (art. 7º da Lei n. 6.001/73).

Art. 9o O juiz dará curador especial:

I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;

II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.

§Ú. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.

Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários.

§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados

para as ações:

I - que versem sobre direitos reais imobiliários;

II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles;

III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;

IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do

autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.

- Composse: É uma situação excepcional consistente na posse comum e de mais de uma pessoa sobre a mesma coisa, que se encontra em estado de indivisão (art. 1.199, CC/02). Configura-se a compossessão ou posse comum quando presentes dois requisitos: i) pluralidade de sujeito e ii) coisa indivisa/em estado de indivisão. Da mesma forma que a comunhão da propriedade é conhecida como condomínio/compropriedade, a comunhão (várias pessoas ao mesmo tempo) da situação fática da posse (poder de fato sobre a coisa) é a composse. É a situação, e. g., de integrantes do movimento sem-terra que ocupam um terras da União. Na composse, cada co-possuidor detém uma parte abstrata (ideal) da coisa. Extingue-se a composse com a: i) divisão, consensual ou judicial, da coisa em porções identificadas; ou a ii) concentração dos atos possessórios em apenas um dos compossuidores, em parte ou na totalidade do bem – a posse exclusiva e sem oposição dos demais possuidores poderá mesmo ensejar a usucapião daquele que cumpra os requisitos do art. 1.238 do CC/02 (extraordinário: posse sem interrupção ou oposição independentemente de título e boa-fé por 15 anos). [FARIAS-ROSENVALD, Direito Reais, p 63 e 65]

- Ação possessória: A única hipótese em que se exige a participação do outro cônjuge (litisconsórcio necessário ativo/passivo) nas ações possessórias é a da composse, tornando indispensável a participação do cônjuge. Se um dos compossuidores delibera por excluir o outro sobre a atuação em certa área, este poderá se defender pela via dos interditos possessórios (manutenção/reintegração de posse ou interdito proibitório). [idem, p 64]

Art. 11. A autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossível dá-la.

§Ú. A falta, não suprida pelo juiz, da autorização ou da outorga, quando necessária, invalida o processo.

Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I - a U/E/DF/T, por seus procuradores;

II - o M, por seu Prefeito ou procurador;

III - a massa falida, pelo síndico;

- Massa Falida: Universalidade jurídica de bens e interesses (ativos e passivos) deixados pela empresa que teve sua falência decretada. Em juízo, será representada pelo administrador judicial. [GONÇALVES, M. V., Novo Curso de D. Pr. Civil, vol. 1, p 116]

- Administrador Judicial: O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, na falência, representar a massa falida em juízo (arts. 21 e 22, III, “n”, da Lei n. 11.101/05).

IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador;

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V - o espólio, pelo inventariante;

- Espólio: Universalidade de bens e interesses (incluindo débitos) deixados por aquele que morreu. Existe desde o momento do óbito até o trânsito em julgado da sentença que julga a partilha. Só se pode falar em espólio enquanto há uma massa patrimonial indivisa de bens, o que já ocorre desde o falecimento. [idem, p 116]

VI - as PJ, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores;

VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens;

VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, §Ú);

[Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando [comp. concorrente]: §ún. Para o fim do disposto no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.]

IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.

§ 1o Quando o inventariante for dativo, todos os

herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte.

§ 2o - As sociedades sem personalidade jurídica, quando

demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição.

§ 3o O gerente da filial ou agência presume-se autorizado,

pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de execução, cautelar e especial.

Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.

Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:

I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;

II - ao réu, reputar-se-á revel;

III - ao terceiro, será excluído do processo.

CAPÍTULO II DOS DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES

Seção I Dos Deveres

Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

II - proceder com lealdade e boa-fé;

III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;

IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.

V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.

§Ú. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a 20% do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado.

- O STF julgou procedente o pedido formulado na ADIN nº 2.652-6, para, sem redução de texto, emprestar à expressão “ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB”, contida no §ún. deste art. 14, declaração parcial de nulidade sem redução de texto, para abranger advogados do setor privado e do setor público.

Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las.

§Ú. Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado que não as use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra.

Seção II Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.

Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

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II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

Vl - provocar incidentes manifestamente infundados.

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou.

§ 1o Quando forem 2 ou + os litigantes de má-fé, o juiz

condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.

§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo

juiz, em quantia não superior a 20% sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

Seção III Das Despesas e das Multas

Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença.

§ 1o O pagamento de que trata este artigo será feito por

ocasião de cada ato processual.

§ 2o Compete ao autor adiantar as despesas relativas a

atos, cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do MP.

Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.

§ 1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido.

§ 2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a indenização de viagem, diária de testemunha e remuneração do assistente técnico.

§ 3º Os honorários serão fixados entre – 10% e + 20% sobre o valor da condenação, atendidos:

a) o grau de zelo do profissional;

b) o lugar de prestação do serviço;

c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor

inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a FazPú, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do § anterior.

§ 5o Nas ações de indenização por ato ilícito contra

pessoa, o valor da condenação será a soma das prestações vencidas com o capital necessário a produzir a renda correspondente às prestações vincendas (art. 602), podendo estas ser pagas, também mensalmente, na forma do § 2

o do

referido art. 602, inclusive em consignação na folha de pagamentos do devedor. (Vide §2º do art 475-Q)

- A referência ao art. 602 deve ser entendida como ao art. 475-Q, que trata atualmente do assunto: Art. 475-Q. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.

Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas.

§Ú. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários.

Art. 22. O réu que, por não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios.

Art. 23. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e honorários em proporção.

Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados.

Art. 25. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões.

Art. 26. Se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu.

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§ 1o Sendo parcial a desistência ou o reconhecimento, a

responsabilidade pelas despesas e honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou que se reconheceu.

§ 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto

quanto às despesas, estas serão divididas igualmente.

Art. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do MP ou da FazPú, serão pagas a final pelo vencido.

Art. 28. Quando, a requerimento do réu, o juiz declarar extinto o processo sem julgar o mérito (art. 267, § 2

o), o autor

não poderá intentar de novo a ação, sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários, em que foi condenado.

- Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (...) § 2º No caso do § anterior [não suprimento em 48h], quanto ao no II [processo parado por mais de 1 ano por negligencias das partes], as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III [autor abandonar a causa por mais de 30 dias], o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28). Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V [PereLisCo], a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A PI, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.

Art. 29. As despesas dos atos, que forem adiados ou tiverem de repetir-se, ficarão a cargo da parte, do serventuário, do órgão do MP ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição.

Art. 30. Quem receber custas indevidas ou excessivas é obrigado a restituí-las, incorrendo em multa equivalente ao dobro de seu valor.

Art. 31. As despesas dos atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos serão pagas pela parte que os tiver promovido ou praticado, quando impugnados pela outra.

Art. 32. Se o assistido ficar vencido, o assistente será condenado nas custas em proporção à atividade que houver exercido no processo.

Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.

§Ú. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária.

Art. 34. Aplicam-se à reconvenção, à oposição, à ação declaratória incidental e aos procedimentos de jurisdição voluntária, no que couber, as disposições constantes desta seção.

Art. 35. As sanções impostas às partes em conseqüência de má-fé serão contadas como custas e reverterão em benefício da parte contrária; as impostas aos serventuários pertencerão ao Estado.

CAPÍTULO III DOS PROCURADORES

Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver.

§§ 1o e 2

o. [revogados]

Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15d, prorrogável até outros 15d, por despacho do juiz.

- Art. 254. É defeso distribuir a petição não acompanhada do instrumento do mandato, salvo: I – se o requerente postular em causa própria; II – se a procuração estiver junta aos autos principais; III – no caso previsto no artigo 37.

§Ú. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso.

§Ú. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica.

Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:

I - declarar, na PI ou na contestação, o endereço em que receberá intimação;

II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço.

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§Ú. Se o advogado não cumprir o disposto no no I deste

artigo, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48h, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no n

o II,

reputar-se-ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço constante dos autos.

Art. 40. O advogado tem direito de:

I - examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, salvo o disposto no art. 155;

- Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em

segredo de justiça os processos: I – em que o exigir o interesse

público; II – que dizem respeito a casamento, filiação, separação

dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda

de menores. § ún. O direito de consultar os autos e de pedir

certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores.

O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao

juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário

e partilha resultante do desquite.

II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de 5d;

III - retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que Ihe competir falar neles por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.

§ 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga no

livro competente.

§ 2o Sendo comum às partes o prazo, só em conjunto ou

mediante prévio ajuste por petição nos autos, poderão os seus procuradores retirar os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 1h independentemente de ajuste.

CAPÍTULO IV DA SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 41. Só é permitida, no curso do processo, a substituição voluntária das partes nos casos expressos em lei.

Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes.

§ 1o O adquirente ou o cessionário não poderá ingressar

em juízo, substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária.

§ 2o O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto,

intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente.

§ 3o A sentença, proferida entre as partes originárias,

estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário.

Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.

[Art. 265. Suspende-se o processo: I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; § 1o No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspenderá o processo, salvo se já tiver iniciado a audiência de instrução e julgamento; caso em que: a) o advogado continuará no processo até o encerramento da audiência; b) o processo só se suspenderá a partir da publicação da sentença ou do acórdão. § 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20d, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste.]

Art. 44. A parte, que revogar o mandato outorgado ao seu advogado, no mesmo ato constituirá outro que assuma o patrocínio da causa.

Art. 45. O advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os 10d seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para Ihe evitar prejuízo.

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2. ATOS PROCESSUAIS.

TÍTULO V DOS ATOS PROCESSUAIS

CAPÍTULO I DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I Dos Atos em Geral

Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.

§Ú. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

§ 2o Todos os atos e termos do processo podem ser

produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei.

Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:

I - em que o exigir o interesse público;

Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.

§Ú. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.

Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.

Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.

Seção II Dos Atos da Parte

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

§Ú. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

Art. 159. Salvo no DF e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia, datada e assinada por quem os oferecer.

§ 1o Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da

secretaria irá formando autos suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.

§ 2o Os autos suplementares só sairão de cartório para

conclusão ao juiz, na falta dos autos originais.

Art. 160. Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.

Seção III Dos Atos do Juiz

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das

situações previstas nos arts. 267 [Art. 267. Extingue-se o processo,

sem resolução de mérito] e 269 desta Lei [Art. 269. Haverá resolução de

mérito].

- Lei de Cumprimento de Sentença: A novidade da Lei n.

11.232/05 está na existência de sentenças de mérito que não

extinguem o processo. Tal modificação deriva do novo sistema

que a própria lei outorgou à execução da sentença que impõe o

pagamento de quantia certa, dispensando a propositura da ação

de execução e permitindo que este seja feita em uma fase do

processo já instaurado, denominada de ‘cumprimento da

sentença’. Não se pretendeu transformar todos e qualquer ato

judicial que trate do mérito, no interior da fase de conhecimento,

em sentença. A sentença pode não encerrar o processo, porém

colocar fim apenas à fase de conhecimento, mas nenhum ato

que trate do mérito no interior da fase de conhecimento pode ser

admitido como sentença. É preciso interpretar as normas dos

arts. 162, § 1º, e 269, caput, de acordo com a finalidade da

própria lei sem perder a racionalidade do sistema recursal.

Portanto, o ato judicial que implica alguma das situações do art.

269 somente pode ser definido sentença quando extingue o

processo ou encerra a fase de conhecimento (processo sincrético:

conhecimento + execução [cumprimento de sentença]).

[MARINONI et alii, p 411]

§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no

curso do processo, resolve questão incidente.

§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz

praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

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§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a

vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.

Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

§Ú. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.

Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458 [ Art. 458. São requisitos

essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz

resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.] ; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.

Seção IV Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria

Art. 166. Ao receber a PI de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.

Art. 167. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma quanto aos suplementares.

§Ú. Às partes, aos advogados, aos órgãos do MP, aos peritos e às testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão.

Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.

§ 1o É vedado usar abreviaturas.

§ 2o Quando se tratar de processo total ou parcialmente

eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

§ 3o No caso do § 2

o deste artigo, eventuais contradições

na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.

§Ú. É vedado usar abreviaturas.

Art. 170. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal.

Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.

CAPÍTULO II DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I Do Tempo

Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 às 20 hs.

§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 hs os atos

iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.

§ 2o A citação e a penhora poderão, em casos

excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso Xl, da CF.

- Art. 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém

nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em

caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,

durante o dia, por determinação judicial.

§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em

determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.

Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se:

I - a produção antecipada de provas (art. 846); - Art. 846. A produção antecipada da prova pode consistir em

interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame

pericial.

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II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.

§Ú. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias.

Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:

I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;

II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275;

- Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: I - nas causas cujo valor não exceda a 60x o valor do salário mínimo; II - nas causas, qualquer que seja o valor: a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; g) que versem sobre revogação de doação; h) nos demais casos previstos em lei. §Ú. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.

III - todas as causas que a lei federal determinar.

Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

Seção II Do Lugar

Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

CAPÍTULO III DOS PRAZOS

Seção I Das Disposições Gerais

Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.

Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.

Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.

Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.

- Art. 265. Suspende-se o processo: I - pela morte ou perda da

capacidade processual de qualquer das partes, de seu

representante legal ou de seu procurador; III - quando for oposta

exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal,

bem como de suspeição ou impedimento do juiz;

Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.

§ 1o O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da

prorrogação.

§ 2o As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em

favor de quem foi concedida a prorrogação.

Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60d.

§Ú. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos.

Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa.

§ 1o Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à

vontade da parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.

§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a

prática do ato no prazo que Ihe assinar.

Art. 184. SDC, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia

útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:

I - for determinado o fechamento do fórum;

II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro

dia útil após a intimação (art. 240 e §Ú).

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- Art. 240. SDC, os prazos para as partes, para a FazPú e para o MP contar-se-ão da intimação. §Ú. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.

Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5d o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.

Art. 186. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.

Art. 187. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que este Código Ihe assina.

Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a FazPú ou o MP. [4C e 2R]

Art. 189. O juiz proferirá:

I - os despachos de expediente, no prazo de 2d;

II - as decisões, no prazo de 10d.

Art. 190. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24h e executar os atos processuais no prazo de 48h, contados:

I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;

II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.

§Ú. Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da ordem, referida no n

o Il.

Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. [Procuradores diferentes 2C e 2R]

- Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro. Art.

191 do CPC. Inaplicável ao processo do trabalho (OJ n.

310/SbDI-1). A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao

processo do trabalho, em decorrência da sua incompatibilidade

com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.

Art. 192. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas 24h.

Seção II Da Verificação dos Prazos e das Penalidades

Art. 193. Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que este Código estabelece.

Art. 194. Apurada a falta, o juiz mandará instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de Organização Judiciária.

Art. 195. O advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo, mandará o juiz, de ofício, riscar o que neles houver escrito e desentranhar as alegações e documentos que apresentar.

Art. 196. É lícito a qualquer interessado cobrar os autos ao advogado que exceder o prazo legal. Se, intimado, não os devolver dentro em 24h, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa, correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.

§Ú. Apurada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da OAB, para o procedimento disciplinar e imposição da multa.

Art. 197. Aplicam-se ao órgão do MP e ao representante da FazPú as disposições constantes dos arts. 195 e 196.

Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do MP poderá representar ao presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa.

Art. 199. A disposição do artigo anterior aplicar-se-á aos tribunais superiores na forma que dispuser o seu regimento interno.

CAPÍTULO IV DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS

Seção I Das Disposições Gerais

Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.

Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.

Seção II Das Cartas

Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:

I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

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II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;

III - a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;

IV - o encerramento com a assinatura do juiz.

§ 1o O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras

peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, peritos ou testemunhas.

§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre

documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.

§ 3o A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória

pode ser expedida por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.

Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.

Art. 204. A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de Ihe ser ordenado o cumprimento, poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.

Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama, radiograma ou telefone.

Art. 206. A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em resumo substancial, os requisitos mencionados no art. 202 [ Art. 202. São requisitos

essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória: I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado; III - a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto; IV - o

encerramento com a assinatura do juiz.] , bem como a declaração, pela agência expedidora, de estar reconhecida a assinatura do juiz.

Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca +de1 ofício ou de uma vara, observando, quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.

§ 1o O escrivão, no mesmo dia ou no dia útil imediato,

telefonará ao secretário do tribunal ou ao escrivão do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que Iha confirme.

§ 2o Sendo confirmada, o escrivão submeterá a carta a

despacho.

Art. 208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone. A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.

Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:

I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;

II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;

III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.

Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se o ato.

Art. 211. A concessão de exeqüibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao disposto no Regimento Interno do STF.

- A concessão de exequatur às cartas rogatórias passou a ser da competência do STJ, conforme art. 105, I, “i”, da CF, com a redação dada pela EC nº 45.

Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10d, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

Seção III Das Citações

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.

Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.

§ 1o O comparecimento espontâneo do réu supre,

entretanto, a falta de citação.

§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e

sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.

Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.

§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa

de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

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§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o

locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.

Art. 216 A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.

§Ú. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.

Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I –[revogado]

I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em 2ºg, no dia do falecimento e nos 7d seguintes;

III - aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas;

IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo

minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5d.

§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao

citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.

§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem

incumbirá a defesa do réu.

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

- O dispositivo em questão disciplina os efeitos processuais e

materiais da citação válida (a nula não gera tais efeitos; a

determinada por juiz suspeito é valida; a ordenada por juiz

impedido é nula). Os (i) efeitos processuais são: a prevenção

(entre juízos de foros diferentes – caso sejam do mesmo foro,

será 1º que despachar, segundo o art. 106); a litispendência (a

pendência do processo – art. 301, V); a integração da relação

processual (a citação trona o processo, agora sim, actum trium

personarum – art. 213); a inadmissibilidade de modificação da

causa e do pedido (arts. 264 e 294) e das partes (art. 264). São

(ii) efeitos materiais da citação: a litigiosidade da coisa (arts. 42,

592, V, e 593); a constituição do devedor em mora (se fato

anterior não constitui em mora – arts. 394 a 401 do CC); e a

interrupção da prescrição (arts. 202, I, e 204 do CC). A operação

destes 2 ultimos efeitos se dá ainda que o juiz seja incompetente,

como também diz o art. 202, I, do CC (mesmo de foram absoluta

– art. 113, § 2º) porque a citação que determina é valida e eficaz

para tais fins. [COSTA MACHADO, p 199].

- Derrogação do caput. Está derrogado o art. 219, caput, do CPC,

pois lei posterior (art. 202, I, NCC), também de cunho geral,

regulou idêntica matéria (art. 2º, § 1º, da LICC): o que

interrompe a prescrição é o despacho citatório e não mais a

citação válida. ‘Art. 202. A interrupção da prescrição, que

somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I - por despacho do

juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o

interessado a promover no prazo e na forma da lei processual’.

[DIDIER, vol. 1, 471]

- Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes

que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento

aquele que despachou em 1º lugar.

§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da

propositura da ação.

§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10d

subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até

o máximo de 90d.

§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados

nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.

§ 5o

O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o §

anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.

Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.

Art. 221. A citação far-se-á:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - por edital.

IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.

Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:

a) nas ações de estado [de pessoa; e. g., família, sucessão etc.];

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b) quando for ré pessoa incapaz [rel/absol];

c) quando for ré pessoa de direito público [Fazend; Púb.];

d) nos processos de execução [e cumpr. de sentença?];

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da PI e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, 2º parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.

- Art. 285. Estando em termos a PI, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor. §Ú. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.

Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222 [ Art. 222. A citação será feita pelo

correio, para qualquer comarca do País, exceto: a) nas ações de estado; b) quando for ré pessoa incapaz; c) quando for ré pessoa de direito público; d) nos processos de execução; e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; f) quando o autor a requerer de outra

forma.] , ou quando frustrada a citação pelo correio.

Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:

I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;

II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da PI, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte [- Art. 285. Estando em termos a PI, o juiz a

despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu,

como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.], se o litígio versar sobre direitos disponíveis;

III - a cominação, se houver;

IV - o dia, hora e lugar do comparecimento;

V - a cópia do despacho;

VI - o prazo para defesa;

VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.

§Ú. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a PI, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.

Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:

I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.

Art. 227. Quando, por 3x, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.

Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.

§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça

procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.

§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará

contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.

Art. 231. Far-se-á a citação por edital [mod. subsidiária]:

I - quando desconhecido ou incerto o réu;

II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;

III - nos casos expressos em lei.

- Processo de Inventário: Art. 999. Feitas as primeiras

declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e

partilha, o cônjuge, os herdeiros, os legatários, a Fazenda

Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou

ausente e o testamenteiro, se o finado deixou testamento. § 1o

Citar-se-ão, conforme o disposto nos artigos 224 a 230, somente

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as pessoas domiciliadas na comarca por onde corre o inventário

ou que aí foram encontradas; e por edital, com o prazo de vinte a

sessenta dias, todas as demais, residentes, assim no Brasil como

no estrangeiro.

- Art. 654. Compete ao credor, dentro de dez dias, contados da

data em que foi intimado do arresto a que se refere o §ú do

artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o

prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o artigo

652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-

pagamento.

§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por

edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.

§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se

encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.

Art. 232. São requisitos da citação por edital:

I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II [I - quando desconhecido ou

incerto o réu;II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se

encontrar;] do artigo antecedente;

II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;

III - a publicação do edital no prazo máximo de 15d, 1x no órgão oficial e pelo menos 2x em jornal local, onde houver;

IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60d, correndo da data da primeira publicação;

V - a advertência a que se refere o art. 285 [-

Art. 285. Estando em termos a PI, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor. §Ú. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de

administração.], segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis.

§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada

publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste

artigo.

§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão

oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.

Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II [Art. 231. Far-se-á a citação por edital: I - quando desconhecido ou incerto o réu; II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;], incorrerá em multa de 5x o salário mínimo vigente na sede do juízo.

§Ú. A multa reverterá em benefício do citando.

Seção IV Das Intimações

Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, SDC.

Art. 236. No DF e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.

§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da

publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.

§ 2o A intimação do MP, em qualquer caso será feita

pessoalmente.

Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes:

I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;

II - por carta registrada, com AR quando domiciliado fora do juízo.

§Ú. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei própria.

Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.

§Ú. Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.

Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio.

§Ú. A certidão de intimação deve conter:

I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;

II - a declaração de entrega da contrafé;

III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.

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Art. 240. SDC, os prazos para as partes, para a FazPú e para o MP contar-se-ão da intimação.

§Ú. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.

Art. 241. Começa a correr o prazo:

I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do AR;

II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;

III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último AR ou mandado citatório cumprido;

IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;

V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.

Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.

§ 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é

publicada a decisão ou a sentença.

§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício

ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.

CAPÍTULO V DAS NULIDADES

Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.

Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

§Ú. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.

Art. 246. É nulo o processo, quando o MP não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.

§Ú. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do MP, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.

Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.

§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta

quando não prejudicar a parte.

§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a

quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

§Ú. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.

CAPÍTULO VI DE OUTROS ATOS PROCESSUAIS

Seção I Da Distribuição e do Registro

Art. 251. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver +1 juiz ou +1 escrivão.

Art. 252. Será alternada a distribuição entre juízes e escrivães, obedecendo a rigorosa igualdade.

Art. 253. Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza:

I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;

III - quando houver ajuizamento de ações idênticas, ao juízo prevento.

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§ú. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.

Art. 254. É defeso distribuir a petição não acompanhada do instrumento do mandato, salvo:

I - se o requerente postular em causa própria;

II - se a procuração estiver junta aos autos principais;

III - no caso previsto no art. 37.

Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15d, prorrogável até outros 15d, por despacho do juiz. §Ú. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Art. 255. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou a falta de distribuição, compensando-a.

Art. 256. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte ou por seu procurador.

Art. 257. Será cancelada a distribuição do feito que, em 30d, não for preparado no cartório em que deu entrada.

Seção II Do Valor da Causa

Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.

Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;

II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;

III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;

IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;

V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato;

VI - na ação de alimentos, a soma de 12 prestações mensais, pedidas pelo autor;

VII - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto.

Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1a; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo de 5d. Em seguida o juiz, sem suspender o processo, servindo-se, quando necessário, do auxílio de perito, determinará, no prazo de 10d, o valor da causa.

§ú. Não havendo impugnação, presume-se aceito o valor atribuído à causa na petição inicial.

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3. PROCESSO E PROCEDIMENTO: DISPOSIÇÕES GERAIS.

TÍTULO VII DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 270. Este Código regula o processo de conhecimento (Livro I), de execução (Livro II), cautelar (Livro III) e os procedimentos especiais (Livro IV).

Art. 271. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, SDC deste Código ou de lei especial.

Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou sumário.

§Ú. O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que Ihes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.

§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de

modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando

houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.

§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que

couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.

§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou

modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela,

prosseguirá o processo até final julgamento.

§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida

quando 1 ou + dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela,

requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

4. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: PETIÇÃO INICIAL, RESPOSTA DO RÉU, REVELIA.

TÍTULO VIII DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

CAPÍTULO I DA PETIÇÃO INICIAL = PI

Seção I Dos Requisitos da Petição Inicial

Art. 282. A PI indicará:

I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;

II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido, com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 283. A PI será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 284. Verificando o juiz que a PI não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10d.

§Ú. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a PI.

Art. 285. Estando em termos a PI, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.

- Não produção dos efeitos da revelia: I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - se a PI não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (art. 320).

Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

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- Improcedência [julgamento de mérito] prima facie: é o julgamento liminar (inaudita alterar pars, ou seja, sem a oitiva da parte contrária) de mérito quando a causa ser repetitiva e tratar de matéria unicamente de direito, devendo o julgador mostrar que a ratio decidendi (holding) da sentença-paradigma (hard cases) serve à solução do caso analisado. Há, ainda, um pressuposto implícito: a conformidade entre o entendimento do magistrado e o posicionamento do respectivo tribunal sobre a matéria. [DIDIER, p 459]

§ 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no

prazo de 5d, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.

- Contraditório efetivo e juízo de retratação: Para se evitar o direito de influir no processo, garantindo-se, assim, um contraditório efetivo em favor do autor, admite-se, com a apelação, o juízo de retratação, convencendo-se o magistrado do equívoco de sua decisão. [DIDIER, p 458]

§ 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a

citação do réu para responder ao recurso.

Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto obrigações decorrentes de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil, o autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o valor incontroverso.

§ 1º O valor incontroverso deverá continuar sendo pago no tempo e modo contratados.

§ 2o O devedor ou arrendatário não se exime da

obrigação de pagamento dos tributos, multas e taxas incidentes sobre os bens vinculados e de outros encargos previstos em contrato, exceto se a obrigação de pagar não for de sua responsabilidade, conforme contrato, ou for objeto de suspensão em medida liminar, em medida cautelar ou antecipação dos efeitos da tutela.

Seção II Do Pedido

Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;

II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;

III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A).

- Art. 461, §§ 4º e 5º. Trata da imposição de multa diária ao réu pelo juiz em razão de atraso no cumprimento da sentença, podendo também ser determinado busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.

- Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de + de 1 modo.

§Ú. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz Ihe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.

Art. 289. É lícito formular + de 1 pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior.

Art. 290. Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.

Art. 291. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.

Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação:

I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;

II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo

diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário.

Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.

Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.

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Seção III Do Indeferimento da Petição Inicial

Art. 295. A PI será indeferida:

I - quando for inepta;

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III - quando o autor carecer de interesse processual;

IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a

prescrição (art. 219, § 5º);

- Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz

litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada

por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe

a prescrição. § 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

Vl - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, §Ú, primeira parte, e 284.

- Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria: I - declarar, na PI ou na contestação, o endereço em que receberá intimação; II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço. §Ú. Se o advogado não cumprir o disposto no no I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48h, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no no II, reputar-se-ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço constante dos autos.

- Art. 284. Verificando o juiz que a PI não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10d. §Ú. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a PI.

§Ú. Considera-se inepta a PI quando:

I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir;

II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

III - o pedido for juridicamente impossível;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Art. 296. Indeferida a PI, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48h, reformar sua decisão.

§Ú. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.

CAPÍTULO II DA RESPOSTA DO RÉU

Seção I Das Disposições Gerais

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15d, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

- Defesas do Réu: Embora a contestação seja a defesa por excelência, há outros modos de o réu se defender (exceções latu senso): i) Exceção Processual - não se discute o thema decidendum, mas apenas é argüido um defeito processual que inviabiliza o exercício a análise do mérito, e se dividem sem: (i.i) exceção peremptória – que tem condição de por termo ao processo (ex. falta de um pressuposto processual ou condição da ação); (i.ii) exceção dilatória – não extinguem o processo, apenas regularizam a demanda, gerando apenas a dilatação do prazo para a conclusão do processo (ex. exceção de incompetência, de suspeição etc.); ii) Exceção Material – são as defesas por excelência, consistindo em impugnar diretamente o mérito (questão de fundo: o pedido ou a causa de pedir) da causa e divide-se em (tal distinção é importante para a análise do ônus da prova): (ii.i) exceção material direta – o réu apenas nega os fatos constitutivos do direito do autor, não ampliando, em nada, o conteúdo fático da demanda inicial (ex. numa ação de despejo, o réu alega a inexistência de contrato); (ii.ii) exceção material indireta (exceção em sentido próprio, segundo CHIOVENDA) – ao invés de abalar a pretensão do autor, simplesmente negando os fatos, o réu alega fato novo, ampliando o conteúdo fático da demanda (ex. na mesma ação de cobrança, o réu não nega a existência do contrato, mas alega prescrição [fato extintivo], parcelamento do pagamento [fato modificativo], pagamento [fato extintivo], ou, ainda, a exceptio non adimplenti contractus [fato impeditivo]; tais fatos novos trazidos pelo réu operará relevantes distinções no uso do ônus da prova

Art. 298. Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 191.

- Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. [Procuradores diferentes 2C e 2R]

§Ú. Se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para a resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.

Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.

- Exceção Instrumental: É aquela que, para ser apreciada, exige a formação de um instrumento (autos próprios; conjunto de docs.) autônomo e apensado aos autos principais. Trata-se de opção legislativa que se funda em critérios eminentemente operacionais, visando a facilitar o manejo da documentação, evitando mistura desta e eventual tumulto. São exemplos de exceção dilatória instrumental a incompetência relativa, o impedimento e a suspeição (art. 304). Curiosamente, o CPC/73 reservou o vocábulo “exceção” para designar apenas esse tipo de defesa (arts. 304 e ss.), o que é manifesto equívoco, porquanto as exceções podem ter um significado pré-processual, processual e material. [DIDIER, vol. 1, p 488]

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Seção II Da Contestação

Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta;

- Incompetência Absoluta e Relativa: A absoluta constitui uma objeção processual, que pode ser deduzida em qualquer tempo e juízo, jamais precluindo e podendo ser conhecida de ofício pelo juiz; a alegação da incompetência deve der feita em preliminar, não se sujeitando ao regime das exceções (art. 113). Já a incompetência relativa deve ser argüida por meio de exceção (ou seja, instrumento próprio, por via específica), no prazo próprio, sujeitando-se, portanto, à preclusão e à prorrogação de competência (art. 114, CPC). [MARINONI et alii, p 143]

III - inépcia da PI;

IV - perempção;

- Perempção: Se o autor der causa, por 3 vezes, à extinção do processo pelo fundamento previsto no n. III [“quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30d”] do art. anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito (art. 268, §ún.).

V - litispendência;

Vl - coisa julgada;

VII - conexão;

Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

IX - convenção de arbitragem;

X - carência de ação;

Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada,

quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas

partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está

em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.

§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz

conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.

Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na PI. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:

I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;

- Art. 351. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

II - se a PI não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;

III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

- Ônus da Impugnação Específica: Compete ao réu, na contestação, manifestar-se precisamente sobre todos os pontos de fato indicados pelo autor em sua causa de pedir, impugnando-os precisamente. Todos os pontos de fato, que constituem a causa petendi da ação do autor, não impugnados pelo réu serão tidos como verdadeiros (logo, não sujeitos a prova). Vigora, assim, o princípio da eventualidade, segundo o qual toda e qualquer defesa que o réu tiver a opor à pretensão do autor deverá ser deduzida na ocasião da contestação, sob pena de preclusão. [MARINONI-ARENHART, vol. 2, p 137]

§Ú. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do MP.

Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:

I - relativas a direito superveniente;

- Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença.

II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;

- Objeções: São as matérias de defesa que podem ser conhecidas ex officio pelo magistrado e dividem-se em: i) objeções substanciais: v. g., decadência legal, causas de nulidade absoluta do negócio jurídico etc; ii) objeções processuais: condições da ação, pressupostos processuais etc. [DIDIER, vol. 1, p 484]

III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.

Seção III Das Exceções

Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição (art. 135).

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Art. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de 15d, contado do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição.

§Ú. Na exceção de incompetência (art. 112 desta Lei) [ Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. §Ú. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de

domicílio do réu.], a petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação.

Art. 306. Recebida a exceção, o processo ficará suspenso (art. 265, III) [ Art. 265. Suspende-se o processo: III - quando for oposta

exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de

suspeição ou impedimento do juiz;] , até que seja definitivamente julgada.

- Suspensão do Processo: Uma vez oferecida a exceção, no prazo da defesa – a antes de concluído esse prazo, desde que não oferecidas as demais respostas concomitantemente –, suspende-se o prazo inclusive para o oferecimento de outras respostas (contestação ou reconvenção), ficando-lhe defeso apresentar estas peças. Outras respostas somente poderão ser apresentadas depois de julgadas as exceções, quando então terá curso novamente o feito. Assim, se o réu oferece, no 10º dia, a exceção de impedimento, sem oferecer conjuntamente a contestação ou a reconvenção, essas outras respostas somente poderão ser deduzidas após julgada a exceção, no prazo que restou (5 dias, no exemplo). [MARINONI et alii, p 142]

Subseção I Da Incompetência

Art. 307. O excipiente argüirá a incompetência em petição fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo para o qual declina.

- Princípio da Competência sobre a Competência: Tal princípio, adotado pelo CPC, informa que compete ao próprio juiz perante o qual tramita o feito examinar se tem ou não procedência a argüição de competência relativa sobre a causa – cabendo, após, em não havendo concordância com a decisão, recurso à instância superior. [MARINONI et alii, p 143]

- STJ-33. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandará processar a exceção, ouvindo o excepto dentro em 10d e decidindo em igual prazo.

Art. 309. Havendo necessidade de prova testemunhal, o juiz designará audiência de instrução, decidindo dentro de 10d.

Art. 310. O juiz indeferirá a PI da exceção, quando manifestamente improcedente.

Art. 311. Julgada procedente a exceção, os autos serão remetidos ao juiz competente.

Subseção II Do Impedimento e da Suspeição

Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas.

Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10d, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal.

Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal.

Em relação às exceções de suspeição (de ordem subjetiva) e de impedimento (este, objetiva), não há espaço para ouvir-se a parte contrária ao excipiente, pois a parte adversa, no incidente, é o próprio julgador, se entender de recusar razão ao excipiente. Por isso, pode haver dois órgãos julgadores em relação a tais exceções: o próprio juiz argüido como parcial (em acolhendo a exceção) ou o tribunal ad quem (entendo infundados os motivos de parcialidade). [MARINONO et alii, p 145]

Seção IV Da Reconvenção

Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

- Reconvenção: Espécie de resposta não defensiva, mas de contrata-ataque, em que o réu (reconvinte) deixa a posição passiva que tinha inicialmente e passar a ser titular de ação própria, deduzida em detrimento do autor (reconvindo). Esta ação poderia constituir objeto de processo distinto, mas, por conta da conexão com a causa ou o pedido do autor, admite a lei que a questão seja trazida para decisão nos mesmos autos da ação inicial. Trata-se, portanto, de uma ação [por motivos de conveniência e celeridade processual] proposta pelo réu, no processo já instaurado, não se confundindo, logo, com a figura da defesa. A sua oposição gera uma cumulação objetiva de demandas [MARINONI, com adaptações, p 146]

- Requisitos de Admissibilidade: não se admite reconvenção em procedimento sumário (art. 278, § 1º) ou sumaríssimo (L9099/95, art. 31), pois há a previsão de pedido contraposto (modalidade de contra-ataque com regras próprias: não tem natureza de ação [a reconvenção tem]; é inserido no corpo da contestação [a reconvenção é uma peça autônoma], ou seja: é uma reconvenção simplificada, visando a não prejudicar a ‘celeridade’ dos proceds. sumário e sumaríssimo; tem por base apenas os ‘mesmos fatos referidos na inicial’ [a reconvenção pode ter como elemento de conexão o fundamento de defesa do réu]. [idem, p 148]

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- Reconvenção na Reconvenção: Em regra, não é possível, todavia, há uma exceção: tembém é licito ao autor da 1ª ação deduzir nova reconvenção (não se trata de reconvenção de reconvenção, mas de reconvenção da ação do réu), desde que a primeira reconvenção (oferecida pelo réu) tenha sido baseada no fundamento da defesa, pois, nesse caso (e não no outro – conexão com pedido ou causa de pedir), o réu traz material fático totalmente novo ao processo, podendo surgir, daí, interesse do autor-reconvindo em apresentar, sobre esse novo material, também a sua pretensão.

§Ú. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.

- Princípio da Identidade Bilateral: ou ‘identidade subjetiva do direito’, quer dizer que as partes da reconvenção devem guardar a mesma qualidade que tinham quando da ação primitiva. Ex., se para a ação o autor agir como substituto processual (leg. extraord.), para a reconvenção deve manter essa mesma qualidade jurídica subjetiva.

Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la no prazo de 15d.

Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.

Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção.

- Recurso cabível: Por se tratar de um incidente processual (e não de um processo incidente) que amplia o objeto litigioso do processo, com demanda nova em processo já existente, da decisão que indefere a PI da reconvenção cabe, por ser interlocutória, agravo (retido nos autos ou por instrumento?) [DIDIER, vol. 1, p 483]. Se julgada em conjunto com a 1ª ação: apelação [MARINONI et alii, p 152].

CAPÍTULO III DA REVELIA

Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.

- Revelia: Trata-se da falta de contestação (ou outro instrumento que contrarie a alegação do autor) do réu no prazo que se lhe concede para a defesa (proced. ordinário) ou da ausência injustificada do réu à audiência preliminar (ocorrida no mín. de 10 dias – art. 277) e a não-apresentação de contestação (proced. sumário). A revelia é uma situação processual, mas dái não decorrem necessariamente todos os efeitos que essa situação poderia gerar: o réu pode ser revel, sem que venha a sofrer os efeitos (material/processual) da revelia. Ressalte-se que a constatação de que os fatos afirmados pela parte autora são verdadeiros não acarreta a procedência do pedido do autor, a qual dependerá da avaliação judicial sobre a escolha da norma que deve reger aquele caso (jamais se opera tal efeito em relação às afirmações de direito). São efeitos, em regra, da revelia: i) reputar verdadeiros os fatos alegados pelo autor; ii) realizar o julgamento antecipado da lide; iii) dispensa de intimação do réu acerca dos atos processuais (salvo se atos pessoais, v. g., apelação, depoimento pessoal etc.). [MARINONI et alii, p 125]

Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:

I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - se a PI não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato.

- Reconvenção: É possível que o réu, embora não ofereça contestação (tornando-se revel, portanto), contrarie o aduzido pelo autor em sua inicial somente com a apresentação da reconvenção, não produzindo, em face disso, os efeitos da revelia, já que a defesa do réu deve ser tomada em seu conjunto, e não isolada por peça apresentada. Ex.: ‘Caio’ ajuíza uma ação de responsabilidade civil contra ‘Tício’, o qual reconvém dizendo que o responsável pelo ilícito danoso é ‘Caio’, que, assim, deve indenizá-lo; aqui, conquanto não tenha havido contestação pelo réu (Tício), é certo que a reconvenção configura, indiretamente, resistência ao pedido do autor, motivo pelo qual a aplicação do efeito material da revelia significaria atitude ilógica e desmesurada. Nesse caso, tem aplicação por analogia a regra do art. 302, III, do CPC (que diz respeito à contestação), não sendo aplicável a presunção de veracidade dos fatos, uma vez que esta afronta o ‘conjunto da resposta’ formulada pelo réu. [idem, p 129]

Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15d.

- Somente até o Saneamento: Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei. §ún. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo (art. 264).

Art. 322. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório.

- Intimação obrigatória: Mesmo que o réu não tenha comparecido (revel), e ainda que não seja intimado da prática dos atos processuais (efeito da revelia), deverá ser sempre intimado para a prática de atos pessoais (ex. depoimento testemunhal, interposição de apelação). O STJ já decidiu que ‘o revel que intervém nos autos tem o direito de ser intimado da sentença, correndo essa intimação o prazo para a apelação’ (4ª T, REsp 226.292). [MARINONI et alii, p 131]

§Ú O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.

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5. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS.

LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá

outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da

Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal

e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo,

julgamento e execução, nas causas de sua competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da

oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e

celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a

transação.

Mnemônico: SICEPO

Capítulo II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para

conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor

complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não +40x S.m;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de

Processo Civil;

Art. 275. CPC Observar-se-á o procedimento sumário: II - nas

causas, qualquer que seja o valor: a) de arrendamento rural e de

parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer

quantias devidas ao condomínio; c) de ressarcimento por danos em

prédio urbano ou rústico; d) de ressarcimento por danos causados

em acidente de veículo de via terrestre; e) de cobrança de seguro,

relativamente aos danos causados em acidente de veículo,

ressalvados os casos de processo de execução; - Art. 475-A [Da

Liquidação de Sentença], § 3º. Nos processos sob procedimento

comum sumário, referidos no art. 275, inc. II, alíneas ‘d’ e ‘e’ desta

Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso,

fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido. f) de

cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o

disposto em legislação especial; g) que versem sobre revogação de

doação; h) nos demais casos previstos em lei.

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não

excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até

40x S.m, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei,

o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as

empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado

Especial: I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários

de direito de pessoas jurídicas; II - as microempresas, assim

definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; III - as

pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil

de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de

1999; IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos

termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial

as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de

interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a

acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade

das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei

importará em renúncia ao crédito excedente ao limite

estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de

conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,

o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local

onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou

mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou

escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas

ações para reparação de dano de qualquer natureza.

§ú. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no

foro previsto no inciso I deste artigo.

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Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para

determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e

para dar especial valor às regras de experiência comum ou

técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar

mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às

exigências do bem comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da

Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os

bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com

+5a de experiência.

§ú. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a

advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no

desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por

esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito

público, as empresas públicas da União, a massa falida e o

insolvente civil.

§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o

Juizado Especial:

I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários

de direito de pessoas jurídicas;

II - as pessoas enquadradas como

microempreendedores individuais, microempresas e

empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar

no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela

Lei Complementar nº 147, de 2014)

III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no

9.790, de 23 de março de 1999;

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,

nos termos do art. 1o da Lei n

o 10.194, de 14 de fevereiro de

2001.

§ 2º O +18a poderá ser autor, independentemente de

assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até 20 S.m, as partes

comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por

advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes

comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa

jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,

assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao

Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do

patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo

quanto aos poderes especiais.

§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma

individual, poderá ser representado por preposto

credenciado, munido de carta de preposição com poderes

para transigir, sem haver necessidade de vínculo

empregatício.

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de

intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o

litisconsórcio.

Art. 11. O MP intervirá nos casos previstos em lei.

seção IV

dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão

realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as

normas de organização judiciária.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que

preencherem as finalidades para as quais forem realizados,

atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,

simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,

buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que

tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas

poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de

comunicação.

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§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão

registrados resumidamente, em notas manuscritas,

datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais

atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,

que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das

peças do processo e demais documentos que o instruem.

seção v

do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do

pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em

linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for

possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria

do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou

formulários impressos.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei

poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese,

desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado

naquele dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de

distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a

sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de 15d.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes,

instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,

dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

§ú. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser

dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados

na mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em

mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,

mediante entrega ao encarregado da recepção, que será

obrigatoriamente identificado;

III - sendo necessário, por oficial de justiça,

independentemente de mandado ou carta precatória.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora

para comparecimento do citando e advertência de que, não

comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as

alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º Não se fará citação por edital.

§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou

nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para

citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.

§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão

desde logo cientes as partes.

§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de

endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se

eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente

indicado, na ausência da comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de

conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-

se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se

o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo

esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da

conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do

litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º

desta Lei.

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Art. 3º . § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei

importará em renúncia ao crédito excedente ao limite

estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou

leigo ou por conciliador sob sua orientação.

§ú. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com

eficácia de título executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado

proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão

optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma

prevista nesta Lei.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,

independentemente de termo de compromisso, com a escolha

do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz

convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência

de instrução.

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos

critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo

decidir por eqüidade.

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as

provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial

valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais

justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências

do bem comum.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos 5d

subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado

para homologação por sentença irrecorrível.

Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á

imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde

que não resulte prejuízo para a defesa.

§ú. Não sendo possível a sua realização imediata, será a

audiência designada para 1 dos 15d subseqüentes, cientes,

desde logo, as partes e testemunhas eventualmente

presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão

ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a

sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que

possam interferir no regular prosseguimento da audiência. As

demais questões serão decididas na sentença.

§ú. Sobre os documentos apresentados por uma das

partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem

interrupção da audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá

toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou

impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação

em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na

contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art.

3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que

constituem objeto da controvérsia.

§ú. O autor poderá responder ao pedido do réu na

própria audiência ou requerer a designação da nova data, que

será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,

ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a

veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de

instrução e julgamento, ainda que não requeridas

previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que

considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o +3 para cada parte,

comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas

pela parte que as tenha arrolado, independentemente de

intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas

será apresentado à Secretaria no -5d antes da audiência de

instrução e julgamento.

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz

poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se

necessário, do concurso da força pública.

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Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá

inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a

apresentação de parecer técnico.

§ú. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a

requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou

coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que

lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo

a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos

depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob

a supervisão de Juiz togado.

Seção XII

Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de

convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes

ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

§ú. Não se admitirá sentença condenatória por quantia

ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que

exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá

sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que

poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes

de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios

indispensáveis.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de

conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio

Juizado.

§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por

3 Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,

reunidos na sede do Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente

representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de 10d,

contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual

constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1º O preparo será feito, independentemente de

intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de

deserção.

§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido

para oferecer resposta escrita no prazo de 10d.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,

podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano

irreparável para a parte.

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta

Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.

Art. 13. § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão

registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas,

taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser

gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada

após o trânsito em julgado da decisão.

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de

julgamento.

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará

apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,

fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for

confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do

julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na

sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,

omissão ou dúvida.

§ú. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por

escrito ou oralmente, no prazo de 5d, contados da ciência da

decisão.

Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os

embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.

Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos

em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das

audiências do processo;

II - quando inadmissível o procedimento instituído por

esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;

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III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos

previstos no art. 8º desta Lei;

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei,

o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as

empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de

sentença ou não se der no prazo de 30d;

VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a

citação dos sucessores no prazo de 30d da ciência do fato.

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer

hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.

§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar

que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser

isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no

próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no

CPC, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo

a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice

equivalente;

II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de

juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor

judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que

possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa

intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão

logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos

do seu descumprimento (inciso V);

IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada

em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que

poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução,

dispensada nova citação;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de

não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução,

cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições

econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento.

Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a

elevação da multa ou a transformação da condenação em

perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se

a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de

obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na

execução do julgado;

VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o

cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve

depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá

autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a

tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará

em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o

preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o

pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos

casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,

quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;

IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da

execução, versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu

à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da

obrigação, superveniente à sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no

valor de até 40 S.m, obedecerá ao disposto no CPC, com as

modificações introduzidas por esta Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a

comparecer à audiência de conciliação, quando poderá

oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e

eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da

alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras

medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a

prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação

do bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou

julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer

ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo

anterior.

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§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens

penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,

devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em

primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas

ou despesas.

§ú. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42

desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais,

inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição,

ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art. 42. § 1º O preparo será feito, independentemente de

intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de

deserção.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o

vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os

casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,

vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que

serão fixados entre 10 e 20% do valor de condenação ou, não

havendo condenação, do valor corrigido da causa.

§ú. Na execução não serão contadas custas, salvo

quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido

objeto de recurso improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as

curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou

valor, poderá ser homologado, no juízo competente,

independentemente de termo, valendo a sentença como

título executivo judicial.

§ú. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado

pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão

competente do MP.

Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão

estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não

abrangidas por esta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou

por conciliador sob sua orientação. §ú. Obtida a conciliação, esta

será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante

sentença com eficácia de título executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá

sentença.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas

sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.

Capítulo III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por

juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a

conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de

menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e

continência.

§ú. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o

tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de

conexão e continência, observar-se-ão os institutos da

transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor

potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções

penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não +2a,

cumulada ou não com multa.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-

á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia

processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a

reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de

pena não privativa de liberdade.

Mnemônico: ICEPO

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo

lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão

realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana,

conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

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Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que

preencherem as finalidades para as quais foram realizados,

atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que

tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas

poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de

comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os

atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência

de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita

magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio

Juizado, sempre que possível, ou por mandado.

§ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção

do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com

aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa

jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado

da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou,

sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de

mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio

idôneo de comunicação.

§ú. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão

desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do

mandado de citação do acusado, constará a necessidade de

seu comparecimento acompanhado de advogado, com a

advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor

público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da

ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará

imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,

providenciando-se as requisições dos exames periciais

necessários.

§ú. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for

imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o

compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em

flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência

doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de

cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de

convivência com a vítima.

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não

sendo possível a realização imediata da audiência preliminar,

será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos

envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for

o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta

Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o

representante do MP, o autor do fato e a vítima e, se possível,

o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz

esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e

da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não

privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por

conciliador sob sua orientação.

§ú. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados,

na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em

Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da

Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a

escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença

irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil

competente.

§ú. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de

ação penal pública condicionada à representação, o acordo

homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou

representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será

dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o

direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

§ú. O não oferecimento da representação na audiência

preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser

exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime

de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de

arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de

pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na

proposta.

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§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única

aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de

crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo

de 5a, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos

deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a

personalidade do agente, bem como os motivos e as

circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da

medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu

defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da

infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa,

que não importará em reincidência, sendo registrada apenas

para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de 5a.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a

apelação referida no art. 82 desta Lei.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da

sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma

composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de

jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste

artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,

salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá

efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no

juízo cível.

Seção III

Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não

houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou

pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei,

o MP oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não

houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada

com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei,

com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame

do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver

aferida por boletim médico ou prova equivalente.

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da

ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará

imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,

providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não

permitirem a formulação da denúncia, o MP poderá requerer

ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do

§ú do art. 66 desta Lei.

Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do

procedimento previsto em lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser

oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a

complexidade e as circunstâncias do caso determinam a

adoção das providências previstas no §ú do art. 66 desta Lei.

Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do

procedimento previsto em lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a

termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará

citado e imediatamente cientificado da designação de dia e

hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual

também tomarão ciência o MP, o ofendido, o responsável civil

e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na

forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da

audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer

suas testemunhas ou apresentar requerimento para

intimação, no -5d antes de sua realização.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado,

sempre que possível, ou por mandado. §ú. Não encontrado o

acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao

Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de

citação do acusado, constará a necessidade de seu

comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência

de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável

civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para

comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de

recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma

individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será

obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de

justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou

ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

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§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma

prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de

recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma

individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será

obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de

justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou

ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de

instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido

possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de

proposta pelo MP, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73,

74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,

quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva

comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao

defensor para responder à acusação, após o que o Juiz

receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo

recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de

acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se

presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à

prolação da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de

instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as

que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo,

assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos

fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os

elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e

da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por

turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau

de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de 10d,

contados da ciência da sentença pelo MP, pelo réu e seu

defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o

pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta

escrita no prazo de 10d.

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta

Lei.

Art. 65. § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os

atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de

instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou

equivalente.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de

julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios

fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em

sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,

omissão ou dúvida.

§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito

ou oralmente, no prazo de 5d, contados da ciência da decisão.

§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de

declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu

cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do

Juizado.

§ú. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique

constando dos registros criminais, exceto para fins de

requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a

conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de

direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e

restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será

processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e

aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76,

§ 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme

dispuser lei estadual.

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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,

homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia

de título a ser executado no juízo civil competente

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação

penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o

MP poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de

direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 4º Acolhendo

a proposta do MP aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a

pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em

reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o

mesmo benefício no prazo de 5a.

Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da

legislação especial, dependerá de representação a ação penal

relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for

igual ou -1a, abrangidas ou não por esta Lei, o MP, ao

oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo,

por 2 a 4a, desde que o acusado não esteja sendo processado

ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os

demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional

da pena (art. 77 do Código Penal).

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver

aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não

ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o MP

oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver

necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na

presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá

suspender o processo, submetendo o acusado a período de

prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,

sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,

mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica

subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à

situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o

beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não

efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a

ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou

descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará

extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de

suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste

artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos

processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN

nº 1.719-9)

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no

âmbito da Justiça Militar.

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir

representação para a propositura da ação penal pública, o

ofendido ou seu representante legal será intimado para

oferecê-la no prazo de 30d, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos

Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem

incompatíveis com esta Lei.

Capítulo IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados

Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e

competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e

as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros

ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de

prédios públicos, de acordo com audiências previamente

anunciadas.

Art. 95. Os E/D.F/T criarão e instalarão os Juizados

Especiais no prazo de 6m, a contar da vigência desta Lei.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de 60d após a

sua publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de

1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência

e 107º da República.

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“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

Filipenses 3:14