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    Direito Processual Civil

    Professor Giuliano Tamagno

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA FUNO JURISDICIONAL

    DA JURISDIO E DA AO

    Art. 16. A jurisdio civil exercida pelos juzes e pelos tribunais em todo o territrio nacional, conforme as disposies deste Cdigo.

    Art. 17. Para postular em juzo necessrio ter interesse e legitimidade.

    Art. 18. Ningum poder pleitear direito alheio em nome prprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurdico.

    Pargrafo nico. Havendo substituio pro-cessual, o substitudo poder intervir como assistente litisconsorcial.

    Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se declarao:

    I da existncia, da inexistncia ou do modo de ser de uma relao jurdica;

    II da autenticidade ou da falsidade de do-cumento.

    Art. 20. admissvel a ao meramente decla-ratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DAS PARTES E DOS PROCURADORES

    DA CAPACIDADE PROCESSUAL

    Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exerc-cio de seus direitos tem capacidade para estar em juzo.

    Art. 71. O incapaz ser representado ou assis-tido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.

    Art. 72. O juiz nomear curador especial ao:

    I incapaz, se no tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;

    II ru preso revel, bem como ao ru revel citado por edital ou com hora certa, en-quanto no for constitudo advogado.

    Pargrafo nico. A curatela especial ser exercida pela Defensoria Pblica, nos ter-mos da lei.

    Art. 73. O cnjuge necessitar do consentimen-to do outro para propor ao que verse sobre direito real imobilirio, salvo quando casados sob o regime de separao absoluta de bens.

    1 Ambos os cnjuges sero necessaria-mente citados para a ao:

    I que verse sobre direito real imobilirio, salvo quando casados sob o regime de se-parao absoluta de bens;

    II resultante de fato que diga respeito a ambos os cnjuges ou de ato praticado por eles;

    III fundada em dvida contrada por um dos cnjuges a bem da famlia;

    IV que tenha por objeto o reconhecimen-to, a constituio ou a extino de nus so-bre imvel de um ou de ambos os cnjuges.

    2 Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru somente indispensvel nas hipteses de composse ou de ato por ambos praticado.

    3 Aplica-se o disposto neste artigo unio estvel comprovada nos autos.

    Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for ne-gado por um dos cnjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossvel conced-lo.

    Pargrafo nico. A falta de consentimento, quando necessrio e no suprido pelo juiz, invalida o processo.

    Art. 75. Sero representados em juzo, ativa e passivamente:

    I a Unio, pela Advocacia-Geral da Unio, diretamente ou mediante rgo vinculado;

    II o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

    III o Municpio, por seu prefeito ou procu-rador;

    IV a autarquia e a fundao de direito p-blico, por quem a lei do ente federado de-signar;

    V a massa falida, pelo administrador judi-cial;

    VI a herana jacente ou vacante, por seu curador;

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    VII o esplio, pelo inventariante;

    VIII a pessoa jurdica, por quem os respec-tivos atos constitutivos designarem ou, no havendo essa designao, por seus direto-res;

    IX a sociedade e a associao irregulares e outros entes organizados sem personali-dade jurdica, pela pessoa a quem couber a administrao de seus bens;

    X a pessoa jurdica estrangeira, pelo ge-rente, representante ou administrador de sua filial, agncia ou sucursal aberta ou ins-talada no Brasil;

    XI o condomnio, pelo administrador ou sndico.

    1 Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido sero intimados no processo no qual o esplio seja parte.

    2 A sociedade ou associao sem per-sonalidade jurdica no poder opor a irre-gularidade de sua constituio quando de-mandada.

    3 O gerente de filial ou agncia presume--se autorizado pela pessoa jurdica estran-geira a receber citao para qualquer pro-cesso.

    4 Os Estados e o Distrito Federal podero ajustar compromisso recproco para prti-ca de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convnio firmado pelas respectivas procu-radorias.

    Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representao da parte, o juiz suspender o processo e designar prazo razovel para que seja sanado o vcio.

    1 Descumprida a determinao, caso o processo esteja na instncia originria:

    I o processo ser extinto, se a providncia couber ao autor;

    II o ru ser considerado revel, se a provi-dncia lhe couber;

    III o terceiro ser considerado revel ou excludo do processo, dependendo do polo em que se encontre.

    2 Descumprida a determinao em fase recursal perante tribunal de justia, tribunal regional federal ou tribunal superior, o rela-tor:

    I no conhecer do recurso, se a providn-cia couber ao recorrente;

    II determinar o desentranhamento das contrarrazes, se a providncia couber ao recorrido.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DOS DEVERES

    Art. 77. Alm de outros previstos neste Cdigo, so deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma partici-pem do processo:

    I expor os fatos em juzo conforme a ver-dade;

    II no formular pretenso ou de apresen-tar defesa quando cientes de que so desti-tudas de fundamento;

    III no produzir provas e no praticar atos inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do direito;

    IV cumprir com exatido as decises juris-dicionais, de natureza provisria ou final, e no criar embaraos sua efetivao;

    V declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereo residen-cial ou profissional onde recebero intima-es, atualizando essa informao sempre que ocorrer qualquer modificao tempor-ria ou definitiva;

    VI no praticar inovao ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

    1 Nas hipteses dos incisos IV e VI, o juiz advertir qualquer das pessoas menciona-das no caput de que sua conduta poder ser punida como ato atentatrio dignidade da justia.

    2 A violao ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatrio dignidade da justia, devendo o juiz, sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais ca-bveis, aplicar ao responsvel multa de at

    vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.

    3 No sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no 2 ser ins-crita como dvida ativa da Unio ou do Es-tado aps o trnsito em julgado da deciso que a fixou, e sua execuo observar o pro-cedimento da execuo fiscal, revertendo--se aos fundos previstos no art. 97.

    4 A multa estabelecida no 2 poder ser fixada independentemente da incidn-cia das previstas nos arts. 523, 1, e 536, 1.

    5 Quando o valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa prevista no 2 poder ser fixada em at 10 (dez) vezes o valor do salrio-mnimo.

    6 Aos advogados pblicos ou privados e aos membros da Defensoria Pblica e do Ministrio Pblico no se aplica o disposto nos 2 a 5, devendo eventual respon-sabilidade disciplinar ser apurada pelo res-pectivo rgo de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiar.

    7 Reconhecida violao ao disposto no inciso VI, o juiz determinar o restabeleci-mento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos at a pur-gao do atentado, sem prejuzo da aplica-o do 2.

    8 O representante judicial da parte no pode ser compelido a cumprir deciso em seu lugar.

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    Art. 78. vedado s partes, a seus procura-dores, aos juzes, aos membros do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica e a qualquer pessoa que participe do processo empregar ex-presses ofensivas nos escritos apresentados.

    1 Quando expresses ou condutas ofen-sivas forem manifestadas oral ou presen-cialmente, o juiz advertir o ofensor de que no as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.

    2 De ofcio ou a requerimento do ofen-dido, o juiz determinar que as expresses ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinar a expedio de certido com inteiro teor das expresses ofensivas e a colocar disposio da parte interessada.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL

    Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de m-f como autor, ru ou interve-niente.

    Art. 80. Considera-se litigante de m-f aquele que:

    I deduzir pretenso ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

    II alterar a verdade dos fatos;

    III usar do processo para conseguir objeti-vo ilegal;

    IV opuser resistncia injustificada ao an-damento do processo;

    V proceder de modo temerrio em qual-quer incidente ou ato do processo;

    VI provocar incidente manifestamente in-fundado;

    VII interpuser recurso com intuito mani-festamente protelatrio.

    Art. 81. De ofcio ou a requerimento, o juiz con-denar o litigante de m-f a pagar multa, que dever ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrria pelos prejuzos que esta sofreu e a arcar com os honorrios advoca-tcios e com todas as despesas que efetuou.

    1 Quando forem 2 (dois) ou mais os liti-gantes de m-f, o juiz condenar cada um na proporo de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se co-ligaram para lesar a parte contrria.

    2 Quando o valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa poder ser fixada em

    at 10 (dez) vezes o valor do salrio-mni-mo.

    3 O valor da indenizao ser fixado pelo juiz ou, caso no seja possvel mensur-lo, liquidado por arbitramento ou pelo proce-dimento comum, nos prprios autos.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DAS DESPESAS, DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS E DAS MULTAS

    Art. 82. Salvo as disposies concernentes gratuidade da justia, incumbe s partes prover as despesas dos atos que realizarem ou reque-rerem no processo, antecipando-lhes o paga-mento, desde o incio at a sentena final ou, na execuo, at a plena satisfao do direito reco-nhecido no ttulo.

    1 Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realizao o juiz determi-nar de ofcio ou a requerimento do Minist-rio Pblico, quando sua interveno ocorrer como fiscal da ordem jurdica.

    2 A sentena condenar o vencido a pa-gar ao vencedor as despesas que antecipou.

    Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no pas ao longo da tramitao de processo prestar cauo suficiente ao pagamento das custas e dos honorrios de advogado da parte contrria nas aes que propuser, se no tiver no Brasil bens imveis que lhes assegurem o pagamento.

    1 No se exigir a cauo de que trata o caput:

    I quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;

    II na execuo fundada em ttulo extraju-dicial e no cumprimento de sentena;

    III na reconveno.

    2 Verificando-se no trmite do proces-so que se desfalcou a garantia, poder o interessado exigir reforo da cauo, jus-tificando seu pedido com a indicao da

    depreciao do bem dado em garantia e a importncia do reforo que pretende obter.

    Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenizao de viagem, a remunerao do assistente tcnico e a diria de testemunha.

    Art. 85. A sentena condenar o vencido a pa-gar honorrios ao advogado do vencedor.

    1 So devidos honorrios advocatcios na reconveno, no cumprimento de sen-tena, provisrio ou definitivo, na execuo, resistida ou no, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

    2 Os honorrios sero fixados entre o m-nimo de dez e o mximo de vinte por cento sobre o valor da condenao, do proveito econmico obtido ou, no sendo possvel mensur-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

    I o grau de zelo do profissional;

    II o lugar de prestao do servio;

    III a natureza e a importncia da causa;

    IV o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu servio.

    3 Nas causas em que a Fazenda Pblica for parte, a fixao dos honorrios observa-r os critrios estabelecidos nos incisos I a IV do 2 e os seguintes percentuais:

    I mnimo de dez e mximo de vinte por cento sobre o valor da condenao ou do proveito econmico obtido at 200 (duzen-tos) salrios-mnimos;

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    II mnimo de oito e mximo de dez por cento sobre o valor da condenao ou do proveito econmico obtido acima de 200 (duzentos) salrios-mnimos at 2.000 (dois mil) salrios-mnimos;

    III mnimo de cinco e mximo de oito por cento sobre o valor da condenao ou do proveito econmico obtido acima de 2.000 (dois mil) salrios-mnimos at 20.000 (vin-te mil) salrios-mnimos;

    IV mnimo de trs e mximo de cinco por cento sobre o valor da condenao ou do proveito econmico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salrios-mnimos at 100.000 (cem mil) salrios-mnimos;

    V mnimo de um e mximo de trs por cento sobre o valor da condenao ou do proveito econmico obtido acima de 100.000 (cem mil) salrios-mnimos.

    4 Em qualquer das hipteses do 3:

    I os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for lquida a sentena;

    II no sendo lquida a sentena, a defini-o do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrer quando liqui-dado o julgado;

    III no havendo condenao principal ou no sendo possvel mensurar o proveito econmico obtido, a condenao em hono-rrios dar-se- sobre o valor atualizado da causa;

    IV ser considerado o salrio-mnimo vi-gente quando prolatada sentena lquida ou o que estiver em vigor na data da deciso de liquidao.

    5 Quando, conforme o caso, a condena-o contra a Fazenda Pblica ou o benefcio econmico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do 3, a fixao do percentual de honorrios deve observar a faixa inicial e,

    naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.

    6 Os limites e critrios previstos nos 2 e 3 aplicam-se independentemente de qual seja o contedo da deciso, inclusive aos casos de improcedncia ou de sentena sem resoluo de mrito.

    7 No sero devidos honorrios no cum-primento de sentena contra a Fazenda P-blica que enseje expedio de precatrio, desde que no tenha sido impugnada.

    8 Nas causas em que for inestimvel ou irrisrio o proveito econmico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixar o valor dos honorrios por apre-ciao equitativa, observando o disposto nos incisos do 2.

    9 Na ao de indenizao por ato ilcito contra pessoa, o percentual de honorrios incidir sobre a soma das prestaes venci-das acrescida de 12 (doze) prestaes vin-cendas.

    10. Nos casos de perda do objeto, os ho-norrios sero devidos por quem deu causa ao processo.

    11. O tribunal, ao julgar recurso, majorar os honorrios fixados anteriormente levan-do em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos 2 a 6, sendo ve-dado ao tribunal, no cmputo geral da fixa-o de honorrios devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 2 e 3 para a fase de conhecimento.

    12. Os honorrios referidos no 11 so cumulveis com multas e outras sanes processuais, inclusive as previstas no art. 77.

    13. As verbas de sucumbncia arbitradas em embargos execuo rejeitados ou jul-gados improcedentes e em fase de cumpri-mento de sentena sero acrescidas no va-

  • Direito Processual Civil Das Despesas dos Honorrios Advocatcios e das Multas Prof. Giuliano Tamagno

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    lor do dbito principal, para todos os efeitos legais.

    14. Os honorrios constituem direito do advogado e tm natureza alimentar, com os mesmos privilgios dos crditos oriundos da legislao do trabalho, sendo vedada a compensao em caso de sucumbncia par-cial.

    15. O advogado pode requerer que o pa-gamento dos honorrios que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad-vogados que integra na qualidade de scio, aplicando-se hiptese o disposto no 14.

    16. Quando os honorrios forem fixados em quantia certa, os juros moratrios inci-diro a partir da data do trnsito em julgado da deciso.

    17. Os honorrios sero devidos quando o advogado atuar em causa prpria.

    18. Caso a deciso transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honor-rios ou ao seu valor, cabvel ao autno-ma para sua definio e cobrana.

    19. Os advogados pblicos percebero ho-norrios de sucumbncia, nos termos da lei.

    Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vence-dor e vencido, sero proporcionalmente distri-budas entre eles as despesas.

    Pargrafo nico. Se um litigante sucumbir em parte mnima do pedido, o outro res-ponder, por inteiro, pelas despesas e pelos honorrios.

    Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diver-sos rus, os vencidos respondem proporcional-mente pelas despesas e pelos honorrios.

    1 A sentena dever distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a respon-sabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput.

    2 Se a distribuio de que trata o 1 no for feita, os vencidos respondero solidaria-mente pelas despesas e pelos honorrios.

    Art. 88. Nos procedimentos de jurisdio volun-tria, as despesas sero adiantadas pelo reque-rente e rateadas entre os interessados.

    Art. 89. Nos juzos divisrios, no havendo lit-gio, os interessados pagaro as despesas pro-porcionalmente a seus quinhes.

    Art. 90. Proferida sentena com fundamento em desistncia, em renncia ou em reconheci-mento do pedido, as despesas e os honorrios sero pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.

    1 Sendo parcial a desistncia, a renncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorrios ser pro-porcional parcela reconhecida, qual se renunciou ou da qual se desistiu.

    2 Havendo transao e nada tendo as partes disposto quanto s despesas, estas sero divididas igualmente.

    3 Se a transao ocorrer antes da sen-tena, as partes ficam dispensadas do paga-mento das custas processuais remanescen-tes, se houver.

    4 Se o ru reconhecer a procedncia do pedido e, simultaneamente, cumprir inte-gralmente a prestao reconhecida, os ho-norrios sero reduzidos pela metade.

    Art. 91. As despesas dos atos processuais pra-ticados a requerimento da Fazenda Pblica, do Ministrio Pblico ou da Defensoria Pblica se-ro pagas ao final pelo vencido.

    1 As percias requeridas pela Fazenda Pblica, pelo Ministrio Pblico ou pela De-fensoria Pblica podero ser realizadas por entidade pblica ou, havendo previso or-amentria, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.

    2 No havendo previso oramentria no exerccio financeiro para adiantamento dos honorrios periciais, eles sero pagos no exerccio seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adian-tamento a ser feito pelo ente pblico.

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    Art. 92. Quando, a requerimento do ru, o juiz proferir sentena sem resolver o mrito, o au-tor no poder propor novamente a ao sem pagar ou depositar em cartrio as despesas e os honorrios a que foi condenado.

    Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja re-petio for necessria ficaro a cargo da parte, do auxiliar da justia, do rgo do Ministrio P-blico ou da Defensoria Pblica ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adia-mento ou repetio.

    Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente ser condenado ao pagamento das custas em proporo atividade que houver exercido no processo.

    Art. 95. Cada parte adiantar a remunerao do assistente tcnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver re-querido a percia ou rateada quando a percia for determinada de ofcio ou requerida por am-bas as partes.

    1 O juiz poder determinar que a parte responsvel pelo pagamento dos honor-rios do perito deposite em juzo o valor cor-respondente.

    2 A quantia recolhida em depsito ban-crio ordem do juzo ser corrigida mo-netariamente e paga de acordo com o art. 465, 4.

    3 Quando o pagamento da percia for de responsabilidade de beneficirio de gratui-dade da justia, ela poder ser:

    I custeada com recursos alocados no ora-mento do ente pblico e realizada por servi-dor do Poder Judicirio ou por rgo pbli-co conveniado;

    II paga com recursos alocados no ora-mento da Unio, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por parti-cular, hiptese em que o valor ser fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omisso, do Conselho Na-cional de Justia.

    4 Na hiptese do 3, o juiz, aps o trn-sito em julgado da deciso final, oficiar a Fazenda Pblica para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execuo dos valores gastos com a percia particular ou com a utilizao de servidor pblico ou da estrutura de rgo pblico, observando--se, caso o responsvel pelo pagamento das despesas seja beneficirio de gratuidade da justia, o disposto no art. 98, 2.

    5 Para fins de aplicao do 3, vedada a utilizao de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pblica.

    Art. 96. O valor das sanes impostas ao liti-gante de m-f reverter em benefcio da par-te contrria, e o valor das sanes impostas aos serventurios pertencer ao Estado ou Unio.

    Art. 97. A Unio e os Estados podem criar fun-dos de modernizao do Poder Judicirio, aos quais sero revertidos os valores das sanes pecunirias processuais destinadas Unio e aos Estados, e outras verbas previstas em lei.

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    DA SUCESSO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

    Art. 108. No curso do processo, somente lcita a sucesso voluntria das partes nos casos ex-pressos em lei.

    Art. 109. A alienao da coisa ou do direito liti-gioso por ato entre vivos, a ttulo particular, no altera a legitimidade das partes.

    1 O adquirente ou cessionrio no pode-r ingressar em juzo, sucedendo o alienan-te ou cedente, sem que o consinta a parte contrria.

    2 O adquirente ou cessionrio poder in-tervir no processo como assistente litiscon-sorcial do alienante ou cedente.

    3 Estendem-se os efeitos da sentena proferida entre as partes originrias ao ad-quirente ou cessionrio.

    Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se- a sucesso pelo seu esplio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, 1o e 2o.

    Art. 111. A parte que revogar o mandato outor-gado a seu advogado constituir, no mesmo ato, outro que assuma o patrocnio da causa.

    Pargrafo nico. No sendo constitudo novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se- o disposto no art. 76.

    Art. 112. O advogado poder renunciar ao man-dato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Cdigo, que comunicou a renn-cia ao mandante, a fim de que este nomeie su-cessor.

    1 Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuar a representar o man-

    dante, desde que necessrio para lhe evitar prejuzo

    2 Dispensa-se a comunicao referida no caput quando a procurao tiver sido outor-gada a vrios advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renn-cia.

    Direito Processual Civil

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    DO LITISCONSRCIO

    Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou pas-sivamente, quando:

    I entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide;

    II entre as causas houver conexo pelo pe-dido ou pela causa de pedir;

    III ocorrer afinidade de questes por pon-to comum de fato ou de direito.

    1 O juiz poder limitar o litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de litigantes na fase de conhecimento, na liquidao de sentena ou na execuo, quando este com-prometer a rpida soluo do litgio ou difi-cultar a defesa ou o cumprimento da sen-tena.

    2 O requerimento de limitao interrom-pe o prazo para manifestao ou resposta, que recomear da intimao da deciso que o solucionar.

    Art. 114. O litisconsrcio ser necessrio por disposio de lei ou quando, pela natureza da relao jurdica controvertida, a eficcia da sen-tena depender da citao de todos que devam ser litisconsortes.

    Art. 115. A sentena de mrito, quando proferi-da sem a integrao do contraditrio, ser:

    I nula, se a deciso deveria ser uniforme em relao a todos que deveriam ter inte-grado o processo;

    II ineficaz, nos outros casos, apenas para os que no foram citados.

    Pargrafo nico. Nos casos de litisconsrcio passivo necessrio, o juiz determinar ao autor que requeira a citao de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extino do pro-cesso.

    Art. 116. O litisconsrcio ser unitrio quando, pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir o mrito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

    Art. 117. Os litisconsortes sero considerados, em suas relaes com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsrcio uni-trio, caso em que os atos e as omisses de um no prejudicaro os outros, mas os podero be-neficiar.

    Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA INTERVENO DE TERCEIROS

    Interveno de terceiro a oportunidade legalmente concedida s pessoas que no participam de determinada relao jurdica processual para nela atuarem ou serem convocadas a atuar, na defesa de interesses jurdicos prprios.

    No NCPC, a Interveno de Terceiros est contida dentro da parte geral do Cdigo, estando disciplinada a partir do artigo 119.

    Em funo dessa localizao no Diploma, possvel concluir que a partir de agora a Interveno de Terceiros ser aplicvel a todos os procedimentos, diferentemente do que ocorria no CPC/1973, no qual em regra, admitia-se a Interveno apenas no procedimento comum ordinrio.

    Resumidamente, a Interveno de Terceiros a partir do CPC/2015 passar a ter as seguintes modalidades:

    Assistncia;

    Denunciao da Lide;

    Chamamento ao Processo;

    Incidente de Desconsiderao da Personalidade Jurdica;

    Amicus Curiae.

    INTERVENES ESPONTNEAS X INTERVENES PROVOCADAS

    Intervenes espontneas so aquelas de iniciativa de um terceiro que no faz parte da relao processual, sendo o caso da Assistncia e do Amicus Curiae.

    As intervenes provocadas ocorrem quando uma parte do processo chama um terceiro estranho relao para integr-la, sendo, portanto, o que ocorre na Denunciao da Lide, no Chamamento ao Processo, no Incidente de Desconsiderao de Personalidade Jurdica e tambm no Amicus Curiae, sendo este, portanto, uma figura hbrida.

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    DA ASSISTNCIA

    A Assistncia pode ser entendida como a modalidade de Interveno de Terceiros espontnea, cuja finalidade que um terceiro estranho relao processual auxilie a parte em uma causa em que tenha interesse jurdico.

    Tal modalidade poder ser admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdio.

    Feito o pedido de assistncia, as partes tero o prazo de 15 dias para impugn-lo. Havendo a impugnao, o juiz decidir o incidente sem suspender o processo.

    No sendo realizada a impugnao nesse prazo, ou no sendo o caso de rejeio liminar (quando faltar ao terceiro interesse jurdico), o pedido ser deferido e o assistente ingressar no processo, recebendo-o no estado em que se encontra, ou seja, no haver novamente a prtica de atos j realizados quando do seu ingresso na demanda.

    Assistncia pode se dar de duas formas: simples e litisconsorcial.

    DA ASSISTNCIA SIMPLES

    A Assistncia Simples aquela realizada por terceiro que pretende, apenas, auxiliar uma das partes da vitria do feito, estando disciplinada do artigo 121 ao 123 do NCPC.

    O assistente simples exercer os mesmos poderes e estar sujeito aos mesmos nus processuais que o assistido, ou seja, no poder exercer os atos praticados pelo assistido, por exemplo, caso o assistido no recorra de determinada deciso, o assistente no poder recorrer.

    Todavia, ressalta-se que, embora a atuao do assistente esteja adstrita aos atos praticados pelo assistido, poder o assistente ser considerado o substituto processual do assistido caso este seja revel ou omisso.

    Alm disso, ainda que haja a Assistncia Simples, a parte principal poder reconhecer a procedncia do pedido, desistir da ao, renunciar ao direito sobre que se funda a ao ou transigir sobre direitos incontroversos.

    DA ASSISTNCIA LITISCONSORCIAL

    Disposta no artigo 124 do NCPC, a Assistncia Litisconsoricial restar configurada quando o terceiro intervir no processo com a inteno de formar um litisconsrcio ulterior, sempre que a sentena v influir na relao jurdica entre ele e o adversrio do assistido.

    Isso ocorre porque o assistente litisconsorcial tem relao direta com a parte adversa do assistido. Nesse caso, o assistente defende direito seu em juzo, em litisconsrcio com o assistido.

    a clssica situao de uma ao de despejo entre locador e locatrio, em que ainda h um contrato de sublocao.

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    IMPORTANTE

    No cabe nos processos que tramitam sob a Lei n 9.099/95.

    Sendo revel o assistido, o assistente ser seu substituto processual (Art. 121).

    cabvel at o trnsito em julgado (Art. 996).

    Assistncia Litisconsorcial pratica atos sem subordinao ainda que em sentido contrrio ao assistido.

    Assistncia Simples assistente coadjuvante e no pode ir contra as vontades do assistido.

    DA DENUNCIAO DA LIDE

    Denunciao da Lide a modalidade de interveno provocada em que o autor e ru pretendem resolver demanda regressiva contra um terceiro, sendo que aquele que eventualmente perder a demanda j aciona um terceiro para que este o indenize em ao de regresso.

    Em suma, pode-se dizer que a denunciao da lide nada mais do que uma ao autnoma, que, pela economia, tramita incidente a um processo j existente.

    Com o CPC/2015, no mais cabvel a denunciao per saltum, ou seja, quando o adquirente quiser exercer os direitos, poder notificar qualquer componente da cadeia negocial, ou seja, o alienante imediato ou alienantes mediatos, demandando, assim, em face daquele que no possui qualquer relao jurdica de direito material.

    Hiptese de admissibilidade

    Ao alienante imediato, para exercer os direitos que a evico lhe resulta.

    Aquele que estiver obrigado por lei ou pelo contrato a indenizar prejuzo.

    Caractersticas

    Deferida a denunciao, o juiz deve julgar as duas demandas.

    H uma relao de prejudicialidade.

    Contrato de seguro: reconhecido o contrato, a condenao pode ser direta, desde que a ao seja contra ela proposta (537 STJ).

    IMPORTANTE

    Diferentemente do texto do CPC/73, no NCPC deixa claro que a denunciao da lide medida facultativa, no havendo qualquer espcie de repercusso com a omisso.

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    O que dever fazer o sucumbente ingressar com ao regressiva para buscar a indenizao pelo prejuzo sofrido.

    DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

    Tratado do artigo 130 ao 132 do NCPC, trata-se de direito do ru de chamar, para ingressar no polo passivo da demanda, os corresponsveis por determinada obrigao.

    Diferencia-se da denunciao da lide, uma vez que nesta se tem a ao de regresso e deve-se demonstrar que o denunciado que dever responder pela condenao. No chamamento ao processo, a condenao automtica, estando, portanto, ligado ideia de solidariedade.

    No uma modalidade de interveno obrigatria, podendo ser feito apenas pelo ru, tendo por fim a economia processual, visto que no seria necessrio um novo processo de cognio exauriente para regular a corresponsabilidade.

    Admissibilidade

    Afianado, quando o fiador for ru.

    Demais fiadores, quando proposta contra um ou alguns deles.

    Demais devedores, quando exigida de um ou de alguns o pagamento de dvida comum.

    Importante

    S cabvel em processo de conhecimento.

    No se aplica aos coobrigados cambirios.

    No prev a suspenso do processo at a citao do chamado.

    Nas aes de alimentos se aquele que deve em primeiro lugar no tiver condies de suportar integralmente, sero chamados aqueles de grau imediato.

    DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAO DA PERSONALIDADE JURDICA

    A desconsiderao da personalidade jurdica instituto previsto no Cdigo de Defesa do Consumidor (art. 28) e no Cdigo Civil (art. 50), que autoriza imputar ao patrimnio particular dos scios obrigaes assumidas pela sociedade, quando e se a pessoa jurdica houver sido utilizada abusivamente, como no caso de desvio de finalidade, confuso patrimonial, liquidao irregular, entre outros.

    O instituto contempla, tambm, a chamada desconsiderao inversa, em que se imputa ao patrimnio da sociedade o cumprimento de obrigaes pessoais do scio.

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    Requisitos

    Teoria maior: insuficincia patrimonial mais desvio de finalidade ou confuso patrimonial por fraude.

    Teoria menor: personalidade jurdica deve apresentar obstculo ao prejuzo causado.

    Hiptese de Cabimento

    Cabvel em todas as fases do processo de conhecimento no cumprimento de sentena e na execuo fundada em ttulo extrajudicial.

    Processo que tramita pela Lei n 9.009/95.

    DESNECESSIDADE DE AO AUTNOMA

    considerada mero incidente e no uma ao prpria.

    LEGITIMIDADE

    A pedido da parte ou do MPO quando couber interveno.

    DESCONSIDERAO INVERSA

    Objetivo atingir bens da sociedade em razo de obrigaes dos scios, desde que preenchidos os requisitos.

    DO AMICUS CURIAE

    Outra inovao trazida pelo CPC/2015, o Amicus Curiae uma modalidade de interveno, tanto espontnea quanto provocada, em que um terceiro, sem interesse jurdico, ir instruir o poder judicirio para que a deciso por este proferida seja mais qualificada, motivada.

    O Amicus Curiae ir qualificar o contraditrio trazendo mais subsdios para a deciso do juiz, apresentando dados proveitosos apreciao da demanda, defendendo, para tanto, uma posio institucional.

    A partir do Novo Cdigo, tal interveno poder ser aplicada em todos os graus de jurisdio.

    Ressalta-se que o Amicus Curiae no pode ter interesse jurdico na causa, apenas institucional, pois, se assim fosse, estaramos diante de outra modalidade de interveno, a Assistncia.

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    Conceito

    Trata-se de interveno judicial que visa democratizar o debate acerca das decises proferidas pelo Poder Judicirio.

    Requisitos

    Relevncia da matria.

    Especificidade do tema.

    Repercusso social da controvrsia.

    Representatividade adequada do postulante.

    Procedimentos

    Espontneo.

    Provocado.

    IMPORTANTE

    O CPC no estabelece o momento da interveno, mas o STF entende que deve ocorrer at a pauta de julgamento.

    INTERPOSIO DE RECURSO

    a) A deciso de que solicita ou admite a interveno do amicus curie irrecorrvel (138).

    b) Deciso que inadmite a interveno recorrvel:

    1. Por agravo de instrumento, se for deciso de juiz de primeiro grau.

    2. Por agravo interno, se deciso monocrtica do relator.

    3. Por REsp se deciso dos colegiados do TJ ou do TRF.

    O amicus curie pode interpor ED e recorrer de deciso que julgar o IRDR.

    Analise as assertivas abaixo sobre interveno de terceiro:

    a) O chamamento ao processo uma modalidade de interveno de terceiro que pode ser feita tanto pelo autor quanto pelo ru.

    b) A interveno de terceiros admitida somente no processo de conhecimento do procedimento ordinrio.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DO MINISTRIO PBLICO

    Art. 176. O Ministrio Pblico atuar na defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos in-teresses e direitos sociais e individuais indisponveis.

    Art. 177. O Ministrio Pblico exercer o direito de ao em conformidade com suas atribuies constitucionais.

    Comentrio

    Ver art. 127, CF. Atribuies constitucionais do MP.

    Atuao como parte. Atuao como fiscal da lei.

    Ao Civil Pblica. Art. 129, III, CF.

    Defesa dos servios pblicos. Art. 129, II, CF.

    Fatos apurados em CPI. Art. 129, IV, CF.

    Outras aes especficas: a) direitos difusos e coletivos na rea da infncia e juventude (ECA, art. 208 a 2240; b) pessoas portadoras de deficincia (Lei n 7853/89); c) proteo dos investi-dores no mercado mobilirio (Lei n 7913/89).

    Ao coletiva. Direitos individuais homogneos (CDC, art. 81, pargrafo nico, III e art. 82, I).

    Aes especficas na LOMP (art. 6).

    A casustica imensa. Ver NN e HTJ.

    Art. 178. O Ministrio Pblico ser intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurdica nas hipteses previstas em lei ou na Constituio Federal e nos processos que envolvam:

    I interesse pblico ou social;

    II interesse de incapaz;

    III litgios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

    Pargrafo nico. A participao da Fazenda Pblica no configura, por si s, hiptese de inter-veno do Ministrio Pblico.

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    Comentrio

    Interveno obrigatria.

    Art. 179. Nos casos de interveno como fiscal da ordem jurdica, o Ministrio Pblico:

    I ter vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;

    II poder produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

    Comentrio

    Poderes processuais do MP.

    Deve ser intimado de todos os atos (art. 179, CPC).

    Manifesta-se depois das partes (art. 179, I, CPC).

    Pode requerer provas e o depoimento pessoal das partes.

    Pode arguir impedimento ou suspeio do juiz ou auxiliar.

    Pode suscitar conflito de competncia (953, II, CPC).

    Prazo em dobro para se manifestar (art. 180, CPC).

    No pode praticar ato prprio da parte como requerer declarao incidente e reconvir (art. 343, CPC), denunciar a lide (art. 125, CPC), chamar ao processo (art. 130, CPC), arguir incompe-tncia (art. 64, CPC), renunciar (art. 487, III, CPC), reconhecer juridicamente o pedido (art. 497, III, a, CPC).

    Art. 180. O Ministrio Pblico gozar de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que ter in-cio a partir de sua intimao pessoal, nos termos do art. 183, 1.

    1 Findo o prazo para manifestao do Ministrio Pblico sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitar os autos e dar andamento ao processo.

    2 No se aplica o benefcio da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma ex-pressa, prazo prprio para o Ministrio Pblico.

    Comentrio

    Quer como parte, quer como fiscal da lei.

    No se aplica quando houver prazo prprio.

    Art. 181. O membro do Ministrio Pblico ser civil e regressivamente responsvel quando agir com dolo ou fraude no exerccio de suas funes.

  • Direito Processual Civil Do Ministrio Pblico Prof. Giuliano Tamagno

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    Comentrio

    Responsabilidade civil do MP. Dolo ou fraude.

    TTULO VI

    Da Advocacia Pblica

    Art. 182. Incumbe Advocacia Pblica, na forma da lei, defender e promover os interesses pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, por meio da representao judicial, em todos os mbitos federativos, das pessoas jurdicas de direito pblico que integram a administrao direta e indireta.

    Comentrio

    Advocacia do Estado. Pessoas jurdicas de direito pblico da administrao direta ou indireta. Art. 131, CF, para a Advocacia Geral da Unio.

    Alm da representao judicial e extrajudicial, a advocacia pblica deve prestar os servios de consultoria e assessoria do rgo pblica a que est vinculada.

    Art. 183. A Unio, os Estados, o Distrito Federal, os Municpios e suas respectivas autarquias e fun-daes de direito pblico gozaro de prazo em dobro para todas as suas manifestaes processuais, cuja contagem ter incio a partir da intimao pessoal.

    1 A intimao pessoal far-se- por carga, remessa ou meio eletrnico.

    2 No se aplica o benefcio da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma ex-pressa, prazo prprio para o ente pblico.

    Comentrio

    No CPC de 73 era apenas para a Fazenda Pblica. No atual, para toda a administrao pblica. Abrange Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, A intimao pessoal.

    Para quaisquer manifestaes processuais. Exceo para prazos prprios.

    Art. 184. O membro da Advocacia Pblica ser civil e regressivamente responsvel quando agir com dolo ou fraude no exerccio de suas funes.

    Comentrio

    Responsabilidade civil por dolo ou fraude.

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    TTULO VII

    Da Defensoria Pblica

    Art. 185. A Defensoria Pblica exercer a orientao jurdica, a promoo dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.

    Comentrio

    Ver art. 134, CF e EC 80/2014, que criou uma seo especfica para a Defensoria Pblica e a des-taca como instituio permanente.

    Ver Lei Complementar n 80/94 e 98/99 que organiza e disciplina a Defensoria Pblica na Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

    Art. 186. A Defensoria Pblica gozar de prazo em dobro para todas as suas manifestaes proces-suais.

    1 O prazo tem incio com a intimao pessoal do defensor pblico, nos termos do art. 183, 1.

    2 A requerimento da Defensoria Pblica, o juiz determinar a intimao pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providncia ou informao que somente por ela possa ser realizada ou prestada.

    3 O disposto no caput aplica-se aos escritrios de prtica jurdica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e s entidades que prestam assistncia jurdica gratuita em razo de convnios firmados com a Defensoria Pblica.

    4 No se aplica o benefcio da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma ex-pressa, prazo prprio para a Defensoria Pblica.

    Comentrio

    Prazo em dobro. Inclui os SAJUs.

    Art. 187. O membro da Defensoria Pblica ser civil e regressivamente responsvel quando agir com dolo ou fraude no exerccio de suas funes.

    Comentrio

    Responsabilidade civil da Defensoria Pblica.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA COMPETNCIA INTERNA

    CAPTULO IDA COMPETNCIA

    Seo IDISPOSIES GERAIS

    Art. 42. As causas cveis sero processadas e de-cididas pelo juiz nos limites de sua competncia, ressalvado s partes o direito de instituir juzo arbitral, na forma da lei.

    Art. 43. Determina-se a competncia no mo-mento do registro ou da distribuio da petio inicial, sendo irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posterior-mente, salvo quando suprimirem rgo judici-rio ou alterarem a competncia absoluta.

    Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituio Federal, a competncia de-terminada pelas normas previstas neste Cdi-go ou em legislao especial, pelas normas de organizao judiciria e, ainda, no que couber, pelas constituies dos Estados.

    Art. 45. Tramitando o processo perante outro juzo, os autos sero remetidos ao juzo federal competente se nele intervier a Unio, suas em-presas pblicas, entidades autrquicas e funda-es, ou conselho de fiscalizao de atividade profissional, na qualidade de parte ou de tercei-ro interveniente, exceto as aes:

    I de recuperao judicial, falncia, insol-vncia civil e acidente de trabalho;

    II sujeitas justia eleitoral e justia do trabalho.

    1 Os autos no sero remetidos se hou-ver pedido cuja apreciao seja de compe-tncia do juzo perante o qual foi proposta a ao.

    2 Na hiptese do 1, o juiz, ao no ad-mitir a cumulao de pedidos em razo da incompetncia para apreciar qualquer de-les, no examinar o mrito daquele em que exista interesse da Unio, de suas en-tidades autrquicas ou de suas empresas pblicas.

    3 O juzo federal restituir os autos ao ju-zo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presena ensejou a remessa for excludo do processo.

    Art. 46. A ao fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens mveis ser propos-ta, em regra, no foro de domiclio do ru.

    1 Tendo mais de um domiclio, o ru ser demandado no foro de qualquer deles.

    2 Sendo incerto ou desconhecido o do-miclio do ru, ele poder ser demandado onde for encontrado ou no foro de domic-lio do autor.

    3 Quando o ru no tiver domiclio ou re-sidncia no Brasil, a ao ser proposta no foro de domiclio do autor, e, se este tam-bm residir fora do Brasil, a ao ser pro-posta em qualquer foro.

    4 Havendo 2 (dois) ou mais rus com di-ferentes domiclios, sero demandados no foro de qualquer deles, escolha do autor.

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    5 A execuo fiscal ser proposta no foro de domiclio do ru, no de sua residncia ou no do lugar onde for encontrado.

    Art. 47. Para as aes fundadas em direito real sobre imveis competente o foro de situao da coisa.

    1 O autor pode optar pelo foro de domi-clio do ru ou pelo foro de eleio se o lit-gio no recair sobre direito de propriedade, vizinhana, servido, diviso e demarcao de terras e de nunciao de obra nova.

    2 A ao possessria imobiliria ser pro-posta no foro de situao da coisa, cujo ju-zo tem competncia absoluta.

    Art. 48. O foro de domiclio do autor da heran-a, no Brasil, o competente para o inventrio, a partilha, a arrecadao, o cumprimento de disposies de ltima vontade, a impugnao ou anulao de partilha extrajudicial e para to-das as aes em que o esplio for ru, ainda que o bito tenha ocorrido no estrangeiro.

    Pargrafo nico. Se o autor da herana no possua domiclio certo, competente:

    I o foro de situao dos bens imveis;

    II havendo bens imveis em foros diferen-tes, qualquer destes;

    III no havendo bens imveis, o foro do lo-cal de qualquer dos bens do esplio.

    Art. 49. A ao em que o ausente for ru ser proposta no foro de seu ltimo domiclio, tam-bm competente para a arrecadao, o invent-rio, a partilha e o cumprimento de disposies testamentrias.

    Art. 50. A ao em que o incapaz for ru ser proposta no foro de domiclio de seu represen-tante ou assistente.

    Art. 51. competente o foro de domiclio do ru para as causas em que seja autora a Unio.

    Pargrafo nico. Se a Unio for a demanda-da, a ao poder ser proposta no foro de domiclio do autor, no de ocorrncia do ato

    ou fato que originou a demanda, no de situ-ao da coisa ou no Distrito Federal.

    Art. 52. competente o foro de domiclio do ru para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.

    Pargrafo nico. Se Estado ou o Distrito Fe-deral for o demandado, a ao poder ser proposta no foro de domiclio do autor, no de ocorrncia do ato ou fato que originou a demanda, no de situao da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

    Art. 53. competente o foro:

    I para a ao de divrcio, separao, anu-lao de casamento e reconhecimento ou dissoluo de unio estvel:

    a) de domiclio do guardio de filho incapaz;

    b) do ltimo domiclio do casal, caso no haja filho incapaz;

    c) de domiclio do ru, se nenhuma das par-tes residir no antigo domiclio do casal;

    II de domiclio ou residncia do alimen-tando, para a ao em que se pedem ali-mentos;

    III do lugar:

    a) onde est a sede, para a ao em que for r pessoa jurdica;

    b) onde se acha agncia ou sucursal, quan-to s obrigaes que a pessoa jurdica con-traiu;

    c) onde exerce suas atividades, para a ao em que for r sociedade ou associao sem personalidade jurdica;

    d) onde a obrigao deve ser satisfeita, para a ao em que se lhe exigir o cumprimento;

    e) de residncia do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;

  • Direito Processual Civil Da Competncia Interna Prof. Giuliano Tamagno

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    f) da sede da serventia notarial ou de regis-tro, para a ao de reparao de dano por ato praticado em razo do ofcio;

    IV do lugar do ato ou fato para a ao:

    a) de reparao de dano;

    b) em que for ru administrador ou gestor de negcios alheios;

    V de domiclio do autor ou do local do fato, para a ao de reparao de dano so-frido em razo de delito ou acidente de ve-culos, inclusive aeronaves

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA MODIFICAO DA COMPETNCIA

    Art. 54. A competncia relativa poder modifi-car-se pela conexo ou pela continncia, obser-vado o disposto nesta Seo.

    Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais aes quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

    1 Os processos de aes conexas sero reunidos para deciso conjunta, salvo se um deles j houver sido sentenciado.

    2 Aplica-se o disposto no caput:

    I execuo de ttulo extrajudicial e ao de conhecimento relativa ao mesmo ato jurdico;

    II s execues fundadas no mesmo ttulo executivo.

    3 Sero reunidos para julgamento con-junto os processos que possam gerar risco de prolao de decises conflitantes ou con-traditrias caso decididos separadamente, mesmo sem conexo entre eles.

    Art. 56. D-se a continncia entre 2 (duas) ou mais aes quando houver identidade quanto s partes e causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.

    Art. 57. Quando houver continncia e a ao continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo ao contida ser pro-ferida sentena sem resoluo de mrito, caso contrrio, as aes sero necessariamente reu-nidas.

    Art. 58. A reunio das aes propostas em se-parado far-se- no juzo prevento, onde sero decididas simultaneamente.

    Art. 59. O registro ou a distribuio da petio inicial torna prevento o juzo.

    Art. 60. Se o imvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seo ou subseo judici-ria, a competncia territorial do juzo prevento estender-se- sobre a totalidade do imvel.

    Art. 61. A ao acessria ser proposta no juzo competente para a ao principal.

    Art. 62. A competncia determinada em razo da matria, da pessoa ou da funo inderrog-vel por conveno das partes.

    Art. 63. As partes podem modificar a competn-cia em razo do valor e do territrio, elegendo foro onde ser proposta ao oriunda de direi-tos e obrigaes.

    1 A eleio de foro s produz efeito quan-do constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negcio jur-dico.

    2 O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

    3 Antes da citao, a clusula de eleio de foro, se abusiva, pode ser reputada ine-ficaz de ofcio pelo juiz, que determinar a remessa dos autos ao juzo do foro de domi-clio do ru.

    4 Citado, incumbe ao ru alegar a abu-sividade da clusula de eleio de foro na contestao, sob pena de precluso.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DA INCOMPETNCIA

    Art. 64. A incompetncia, absoluta ou relativa, ser alegada como questo preliminar de con-testao.

    1 A incompetncia absoluta pode ser ale-gada em qualquer tempo e grau de jurisdi-o e deve ser declarada de ofcio.

    2 Aps manifestao da parte contrria, o juiz decidir imediatamente a alegao de incompetncia.

    3 Caso a alegao de incompetncia seja acolhida, os autos sero remetidos ao juzo competente.

    4 Salvo deciso judicial em sentido con-trrio, conservar-se-o os efeitos de deciso proferida pelo juzo incompetente at que outra seja proferida, se for o caso, pelo juzo competente.

    Art. 65. Prorrogar-se- a competncia relativa se o ru no alegar a incompetncia em prelimi-nar de contestao.

    Pargrafo nico. A incompetncia relativa pode ser alegada pelo Ministrio Pblico nas causas em que atuar.

    Art. 66. H conflito de competncia quando:

    I 2 (dois) ou mais juzes se declaram com-petentes;

    II 2 (dois) ou mais juzes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competncia;

    III entre 2 (dois) ou mais juzes surge con-trovrsia acerca da reunio ou separao de processos.

    Pargrafo nico. O juiz que no acolher a competncia declinada dever suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juzo.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIA

    CAPTULO IDOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

    Comentrio Geral

    HTJ O Poder Judicirio Brasileiro subdividido em Judicirio Federal (Justia Federal, Justia Militar, Justia Eleitoral e Justia do Trabalho) e Judicirio Estadual (art. 92, CF).

    O CNJ (EC 45/04) no rgo jurisdicional (ART. 103, CF). Trata de matria administrativa e dis-ciplinar.

    A jurisdio extraordinria desempenhada pelo STJ, TST (controle de legalidade e unificao de jurisprudncia) e STF (matria constitucional).

    Os tribunais gozam de autonomia administrativa e financeira. So eles que elaboram suas pro-postas oramentrias, dentro dos limites estipulados com os demais poderes na LDO (art. 99, CF). Tambm devem escolher seus dirigentes, organizar os servios de suas secretarias e dos juzos a eles vinculados e prover os cargos de juiz de carreira e os necessrios administrao da justia (art. 96).

    Requisitos da atuao do Juiz; a) Jurisdicionalidade investido do poder da Jurisdio; b) com-petncia dentro da frao de poder que a lei lhe designa; c) imparcialidade posio de ter-ceiro em relao s partes interessadas; d) independncia sem subordinao jurdica, vincu-lando-se exclusivamente ao ordenamento jurdico; e) processualidade observncia ao devido processo legal.

    Garantias da magistratura (art. 95, CF)

    a) vitaliciedade no podem perder o cargo seno por processo judicial; Ver artigos 25, 26 e 27 da LOMAN (Lei Complementar 35/79).

    b) inamovibilidade no podem ser removidos compulsoriamente, a no ser por interesse p-blico, reconhecido por voto da maioria do respectivo tribunal ou do CNJ (95, III e 93, VIII, CF); Ver artigos 30 e 31 da LOMAN.

    c) irredutibilidade de subsdio ( art. 95, CF). Ver art. 32 da LOMAN.

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    Outras prerrogativas do magistrado, ver art 33, da LOMAN.

    Vedaes

    a) Exerccio de outro cargo ou funo, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistrio (art. 95, I, CF);

    b) Receber, a qualquer ttulo ou pretexto, custas ou participao em processo (art. 95, II, CF);

    c) Dedicar-se atividade poltico-partidria (art. 95, III, CF);

    d) Receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoas fsicas, entida-des pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei (art. 95, IV, CF);

    e) Exercer a advocacia no juzo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao (art. 95, V, CF)

    Outros deveres do magistrado, ver artigos 35 e 36 da LOMAN. Penalidades, ver artigos 40 a 48 da LOMAN. Responsabilidade civil do Magistrado, ver art. 49 da LOMAN.

    Na Justia do Trabalho, os deveres do juiz esto nos art. 653 a 659 da CLT.

    Art. 139. O juiz dirigir o processo conforme as disposies deste Cdigo, incumbindo-lhe:

    I assegurar s partes igualdade de tratamento;

    II velar pela durao razovel do processo;

    III prevenir ou reprimir qualquer ato contrrio dignidade da justia e indeferir postulaes meramente protelatrias;

    IV determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatrias ne-cessrias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas aes que tenham por objeto prestao pecuniria;

    V promover, a qualquer tempo, a autocomposio, preferencialmente com auxlio de concilia-dores e mediadores judiciais;

    VI dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produo dos meios de prova, adequan-do-os s necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade tutela do direito;

    VII exercer o poder de polcia, requisitando, quando necessrio, fora policial, alm da segu-rana interna dos fruns e tribunais;

    VIII determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las so-bre os fatos da causa, hiptese em que no incidir a pena de confesso;

    IX determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vcios pro-cessuais;

    X quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministrio P-blico, a Defensoria Pblica e, na medida do possvel, outros legitimados a que se referem o art. 5 da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ao coletiva respectiva.

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    Pargrafo nico. A dilao de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.

    Comentrio

    Direo do processo.

    Fiscalizar e controlar a sequncia dos atos procedimentais e a relao processual entre as par-tes. Sempre com base nas normas jurdicas.

    O tratamento isonmico pode ter modulaes, pois o juiz deve observar certas normas espe-ciais para litigantes hipossuficientes ou em situaes especiais (idosos, curador especial, defen-sor dativo, consumidor, entre outros).

    A durao razovel do processo (inciso II) tem assento constitucional (art. 5, LXXVIII, CF).

    Tem poderes de impor multas (m-f) poderes de polcia (art. 78, CPC), como cassar a palavra e mandar riscar dos autos expresses injuriosas (inciso III).

    Tem poderes para a efetivao de decises judiciais (inciso IV).

    Deve propor a conciliao de forma obrigatria (inciso V). Depois da resposta do ru, a qual-quer tempo. Os conciliadores e mediadores ganharam disciplina expressa nos artigos 165 a 175 do CPC.

    Dilao dos prazos (inciso VI) somente se refere aos prazos dilatrios ou judiciais. Os prazos peremptrios no podem ser dilatados pelo juiz (art. 222, CPC). Os prazos peremptrios no podem ser dilatados, sob pena de insegurana jurdica.

    Com relao alterao da ordem da oitiva de testemunhas (inciso VI) a previso visa dar ao juiz maiores possibilidades de evitar ameaas ou possibilidades de suborno ou fraude. Trata-se de um poder de adequao ao caso concreto. Est dentro de um conceito mais amplo de flexi-bilidade de procedimento, como, por exemplo, o art 190, CPC, que permite s partes estipular o procedimento, em se tratando de direitos disponveis.

    O Poder de polcia (inciso VII) pode ser interno ou externo. Refere-se segurana do servio judicirio, para o exerccio da atividade jurisdicional. Relaciona-se com o art. 360, do CPC, que mais especfico para a audincia.

    O comparecimento das partes sem confisso (inciso VIII) est relacionado com o princpio da cooperao. Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, a no quebra do princ-pio isonmico e a no realizao de procedimentos inteis ou desnecessrios.

    O saneamento (inciso IX) uma responsabilidade do juiz para no deixar que ocorram nulida-des e zelar pelos pressupostos processuais. Relaciona-se com o art. 317 do CPC.

    Diante de demandas repetitivas (inciso X), deve oficiar ao MP, a Defensoria Pblica e outros legitimados em matria de direitos coletivos. Lembrar do veto possibilidade de o prprio juiz converter em demanda coletiva.

    Art. 140. O juiz no se exime de decidir sob a alegao de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurdico.

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    Pargrafo nico. O juiz s decidir por equidade nos casos previstos em lei.

    Comentrio

    Relao com o art. 4 da LINDB. A lei segue sendo a fonte principal do ordenamento jurdico e, por consequncia, a principal fonte do Direito Privado. As demais fontes so utilizadas apenas na falta de lei.

    No Processo do Trabalho, ver art. 8 CLT.

    Este artigo muito interessante, pois conecta o sistema de direito material com o sistema pro-cessual, e mostra a importncia da atuao conjunta e complementar de ambos.

    Para Aristteles, equidade no o legalmente justo, mas a correo da justia legal.

    Tambm est relacionado com o dever de decidir atendendo aos fins sociais da lei, previsto no art. 6 do CPC e art. 5 da LINDB.

    O tema tem muitas aberturas com temas polmicos como o garantismo processual e o ativismo judicial, entre outros. No fundo, tambm se relaciona com a separao de poderes.

    Na Justia do Trabalho, o procedimento sumarssimo apresenta uma norma peculiar, que apre-ce inverter essa ordem (art. 852-I, CLT).

    Art. 141. O juiz decidir o mrito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questes no suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

    Comentrio

    Fixao dos limites da lide. Princpio da congruncia. Do que pedido no se pode extrapolar. Deve haver correlao entre o que pedido e a sentena.

    Sentenas citra petita (aqum), extra petita (fora) ou ultra petita (alm). A primeira, pode ser objeto de embargos de declarao. As duas ltimas devem ser objeto de apelao.

    As questes de interesse pblico devem ser decididas de ofcio, independentemente de reque-rimento da parte. Com o sistema de clusulas gerais no CC de 2002, a possibilidade de declara-o de ofcio cresceu muito, em especial pela redao do art. 166, CC.

    Na Justia do Trabalho h uma importante clusula geral de nulidade, o art. 9 da CLT.

    Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstncias, de que autor e ru se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferir deciso que impea os objeti-vos das partes, aplicando, de ofcio, as penalidades da litigncia de m-f.

    Comentrio

    Coluso (art. 142, CPC) e Simulao (art. 167, CC).

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    A primeira vcio processual, como a lide simulada, por exemplo. A segunda, nulidade de di-reito material (vcio da vontade social).

    A coluso punida processualmente com a litigncia de m-f.

    Art. 143. O juiz responder, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:

    I no exerccio de suas funes, proceder com dolo ou fraude;

    II recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providncia que deva ordenar de ofcio ou a requerimento da parte.

    Pargrafo nico. As hipteses previstas no inciso II somente sero verificadas depois que a par-te requerer ao juiz que determine a providncia e o requerimento no for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

    Comentrio

    Necessidade de dolo ou fraude.

    A responsabilidade do estado objetiva (art. 37, 6, CF). Tem direito de regresso contra o ma-gistrado por dolo ou fraude.

    O CPC de 73 exigia prvia intimao. O novo CPC no traz expressa esta necessidade, o que difi-culta saber quando comea a inconformidade da parte.

    A sentena injusta, mas de boa-f, no proporciona indenizao.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIO

    Comentrio geral

    A Imparcialidade garantia do estado Democrtico de Direito e atributo necessrio para que se possa julgar.

    um dos elementos do princpio do Juiz Natural (art. 5, XXXVII e LIII, CF).

    No podem existir quaisquer dvidas sobre os motivos de ordem pessoal que possam influir no nimo do julgador. No basta que o juiz alegue a imparcialidade na sua conscincia. O CPC fixa causas objetivas de presuno absoluta (impedimentos) e de presuno relativa (suspeio) que impedem que o juiz atue em determinada causa.

    Aplicam-se os motivos legais de impedimentos e suspeies tanto a juzes singulares quanto a tribunais. So motivos interpretados em sentido estrito, no permitindo aplicao analgica ou interpretao extensiva, pois afetam o poder jurisdicional.

    Aplicam-se aos procedimentos de jurisdio contenciosa e voluntria.

    Na Justia do Trabalho, h regra expressa sobre o tema: art. 801, CLT. No se faz distino entre impedimento e suspeio, referindo-se somente ao direito de recusar o Juiz. Os motivos para recusa so: Amizade ntima, inimizade pessoal, parentesco por consanguinidade ou afinidade at o terceiro grau e interesse particular na causa.

    O pargrafo nico, acrescenta que se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, no mais poder alegar a exceo de suspeio, salvo se sobre-vindo novo motivo. A suspeio no ser admitida se do processo constar que o recusante dei-xou de alega-la anteriormente, quando j a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propsito o motivo de que ela se originou.

    Art. 144. H impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funes no processo:

    I em que interveio como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministrio Pblico ou prestou depoimento como testemunha;

    II de que conheceu em outro grau de jurisdio, tendo proferido deciso;

    III quando nele estiver postulando, como defensor pblico, advogado ou membro do Minist-rio Pblico, seu cnjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive;

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    IV quando for parte no processo ele prprio, seu cnjuge ou companheiro, ou parente, con-sanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive;

    V quando for scio ou membro de direo ou de administrao de pessoa jurdica parte no processo;

    VI quando for herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador de qualquer das partes;

    VII em que figure como parte instituio de ensino com a qual tenha relao de emprego ou decorrente de contrato de prestao de servios;

    VIII em que figure como parte cliente do escritrio de advocacia de seu cnjuge, companheiro ou parente, consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritrio;

    IX quando promover ao contra a parte ou seu advogado.

    1 Na hiptese do inciso III, o impedimento s se verifica quando o defensor pblico, o advo-gado ou o membro do Ministrio Pblico j integrava o processo antes do incio da atividade judicante do juiz.

    2 vedada a criao de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

    3 O impedimento previsto no inciso III tambm se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritrio de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condio nele prevista, mesmo que no intervenha diretamente no processo.

    Comentrio

    Os casos de impedimento so objetivos. No se indaga sobre a causa ou o motivo da atuao. No h necessidade de poderes especiais para o advogado arguir o impedimento.

    Atos proferidos por juiz impedido levam nulidade e podem ser atacados por ao rescisria (art. 966, II, CPC).

    O juiz deve pronunciar o impedimento de ofcio. Pode ser alegado o impedimento por petio simples (art. 146, CPC). Houve extino do procedimento do CPC de 73, que tratava o caso como de exceo. No h precluso.

    H jurisprudncia no sentido de que o juiz que apenas ordena a citao na primeira instncia no est impedido de julgar a apelao. Se proferiu a deciso de saneamento, no pode julgar o processo em apelao.

    Interveno anterior (inciso I). Se fazia parte do MP, somente est impedido se participou de ato e exteriorizou sua opinio (em matria penal, no mesmo sentido, Smula 234, STJ).

    Conhecimento em grau anterior de jurisdio (inciso II). No se aplica se for no mesmo grau. Um juiz pode julgar causas semelhantes, desde que no mesmo grau. Tambm no se aplica este raciocnio para o cumprimento da sentena que julgou.

    Este motivo no se aplica s aes anulatrias e aes rescisrias (art. 966, 4 e art. 966, CPC) porque so aes autnomas de impugnao. Ver Smula 252 do STF. Somente estar impedi-do para julgar a ao rescisria, se a ao rescindenda se baseou em impedimento do prprio juiz (art. 966, II, CPC).

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    Parentesco com defensor pblico, advogado ou membro do MP (inciso III). Aplica-se a cnjuge, companheiro ou parente, consanguneo ou afim, na linha reta, at o terceiro grau.

    Parentes consanguneos: pais, avs, bisavs, trisavs, filhos, netos, bisnetos, trinetos. Inclui-se a adoo para esta finalidade (art. 1626, CC). Parentesco por consanguinidade em linha reta no sofre limitao de graus. Parentesco em linha reta por afinidade limita-se aos filhos e pais do cnjuge ou companheiro (art. 1595, 1, CC).

    Os graus contam-se na forma do art. 1594 do CC.

    Parentes afins: sogro, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado.

    Juiz como parte (inciso IV). No conceito de parte incluem-se os terceiros.

    Juiz como scio ou membro de pessoa jurdica em cargo de administrao ou direo (inciso V). Ver art. 36 da LOMAN. Para associaes e fundaes, tem de ser membro da direo. Para sociedades, basta ser scio.

    Herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador (inciso VI). Era causa de suspeio e tornou-se causa de impedimento. Herdeiro pode ser necessrio, legatrio, testamentrio ou beneficirio de encargo.

    Relao de emprego com instituio de ensino (inciso VII). Novidade do CPC, motivada pela grande quantidade de juzes envolvidos com o magistrio.

    Cliente de escritrio de advocacia de seu cnjuge ou parente (inciso VIII).

    Quando mover ao contra a parte ou advogado (inciso X).

    A manipulao dos motivos de impedimento leva litigncia de m-f.

    Sobre os ministros do STF e TSE, ver smula 72 do STF. No h impedimento.

    Art. 145. H suspeio do juiz:

    I amigo ntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

    II que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de inicia-do o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subminis-trar meios para atender s despesas do litgio;

    III quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cnjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta at o terceiro grau, inclusive;

    IV interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

    1 Poder o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro ntimo, sem necessidade de declarar suas razes.

    2 Ser ilegtima a alegao de suspeio quando:

    I houver sido provocada por quem a alega;

    II a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitao do arguido.

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    Comentrio

    A suspeio gera nulidade relativa do processo. Por essa razo, preclui. O prazo conta-se do art. 146 (15 dias do conhecimento do fato), o que pode ser bem complicado de aferir no caso concreto.

    Sentena prolatada por juiz suspeito no impugnado vlida e no cabe ao rescisria. A sus-peio no pressuposto processual.

    Partes e MP podem arguir a suspeio. O polo passivo a pessoa do juiz.

    No admitida a assistncia em suspeio, pois a questo restrita parte.

    No necessria procurao com poderes especiais para arguir a suspeio do juiz.

    Amigo ntimo ou inimigo das partes ou de seu advogado (inciso I). So conceitos jurdicos inde-terminados que devem ser demonstrados no processo. O Juiz pode declarar sua suspeio por motivo de foro ntimo, sem necessidade de expor suas razes (art. 145, 1, CPC). A antipatia no gera inimizade. Nem o fato do pai do juiz ser inimigo de um das partes e vice-versa.

    Presentes ou aconselhamento (inciso II). Devem ter valor significativo. Doao tem carga patri-monial. Os conselhos devem ser dados de forma particular e direcionada. No se confundem com esclarecimentos de dvidas em meios de comunicao ou no exerccio do magistrio. Re-ferir a questo de doaes para o foro da comarca, com autorizao do Tribunal.

    Parte credora ou devedora (inciso III). O juiz no pode julgar a causa tendo interesse no paga-mento de sua dvida.

    Interessado na causa (inciso IV). O interesse deve ser prprio e direto, que possa transform-lo em verdadeira parte processual. Pode ser de natureza econmica ou jurdica em sentido estri-to.

    No fundo, a questo de interesse transforma este inciso em um conceito jurdico indetermina-do, que deve ser demonstrado no caso concreto. Uma questo relacionada o prejulgamento. Evidentemente que o juiz pode fazer consideraes sobre o processo, principalmente quando ele no novidade e j tem algum posicionamento na jurisprudncia. Isso no o torna suspei-to. Tampouco o juzo de opinio emitido na tutela de urgncia ou de evidncia, porque da prpria natureza da cognio sumria.

    Tambm a questo das opinies doutrinrias expressas em publicaes, teses acadmicas, li-vros de doutrina e de comentrios jurisprudncia, palestras, conferncias e entrevistas aos meios de comunicao no constituem motivo de suspeio, desde que formuladas em abstra-to. Est dentro do espao de cidadania do juiz.

    Na suspeio por foro ntimo, o juiz no precisa declinar os motivos.

    Ao idntica movida pelo prprio juiz caso de suspeio por interesse.

    Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegar o impe-dimento ou a suspeio, em petio especfica dirigida ao juiz do processo, na qual indicar o fun-damento da recusa, podendo instru-la com documentos em que se fundar a alegao e com rol de testemunhas.

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    1 Se reconhecer o impedimento ou a suspeio ao receber a petio, o juiz ordenar imedia-tamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrrio, determinar a autuao em apartado da petio e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar suas razes, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribu-nal.

    2 Distribudo o incidente, o relator dever declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:

    I sem efeito suspensivo, o processo voltar a correr;

    II com efeito suspensivo, o processo permanecer suspenso at o julgamento do incidente.

    3 Enquanto no for declarado o efeito em que recebido o incidente ou quando este for rece-bido com efeito suspensivo, a tutela de urgncia ser requerida ao substituto legal.

    4 Verificando que a alegao de impedimento ou de suspeio improcedente, o tribunal rejeit-la-.

    5 Acolhida a alegao, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeio, o tribunal condenar o juiz nas custas e remeter os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da deciso.

    6 Reconhecido o impedimento ou a suspeio, o tribunal fixar o momento a partir do qual o juiz no poderia ter atuado.

    7 O tribunal decretar a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando j presente o motivo de impedimento ou de suspeio.

    Comentrio

    Este o caso de capacidade postulatria do juiz, que apresentar suas razes. Quem julga o incidente o tribunal, no caso de o juiz no acolher as razes de impedimento ou suspeio.

    Na Justia do Trabalho, o art. 801 da CLT disciplina a exceo de suspeio. Entretanto, no pri-meiro grau, guardava a sistemtica de julgamento pelos demais membros da Junta, o que no existe mais desde a EC 28. Assim, a exceo dever ser encaminhada Corregedoria, que desig-nar um juiz para instruir e julgar a exceo. No procedimento sumarssimo, todas as excees so julgadas de plano (art. 852 G, CLT). Se o juiz recusar a exceo, a parte dever lanar o protesto antipreclusivo para poder renovar as questes em Recurso Ordinrio.

    Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juzes forem parentes, consanguneos ou afins, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusar, remetendo os autos ao seu substituto legal.

    Comentrio

    Caso especial de impedimento nos tribunais

    Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeio:

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    I ao membro do Ministrio Pblico;

    II aos auxiliares da justia;

    III aos demais sujeitos imparciais do processo.

    1 A parte interessada dever arguir o impedimento ou a suspeio, em petio fundamenta-da e devidamente instruda, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.

    2 O juiz mandar processar o incidente em separado e sem suspenso do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produo de prova, quando necessria.

    3 Nos tribunais, a arguio a que se refere o 1 ser disciplinada pelo regimento interno.

    4 O disposto nos 1 e 2 no se aplica arguio de impedimento ou de suspeio de testemunha.

    Comentrio

    Adota-se, no que couber, o mesmo procedimento adotado para o Juiz. Quem julga o incidente o Juiz.

    No suspende o processo.

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    Direito Processual CivilDireito Processual Civil

    DOS AUXILIARES DA JUSTIA

    Art. 149. So auxiliares da Justia, alm de ou-tros cujas atribuies sejam determinadas pelas normas de organizao judiciria, o escrivo, o chefe de secretaria, o oficial de justia, o peri-to, o depositrio, o administrador, o intrprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regula-dor de avarias.

    Seo IDO ESCRIVO, DO CHEFE DE SECRETARIA E DO OFICIAL DE

    JUSTIA

    Art. 150. Em cada juzo haver um ou mais of-cios de justia, cujas atribuies sero determi-nadas pelas normas de organizao judiciria.

    Art. 151. Em cada comarca, seo ou subseo judiciria haver, no mnimo, tantos oficiais de justia quantos sejam os juzos.

    Art. 152. Incumbe ao escrivo ou ao chefe de secretaria:

    I redigir, na forma legal, os ofcios, os man-dados, as cartas precatrias e os demais atos que pertenam ao seu ofcio;

    II efetivar as ordens judiciais, realizar cita-es e intimaes, bem como praticar todos os demais atos que lhe forem atribudos pe-las normas de organizao judiciria;

    III comparecer s audincias ou, no po-dendo faz-lo, designar servidor para subs-titu-lo;

    IV manter sob sua guarda e responsabili-dade os autos, no permitindo que saiam do cartrio, exceto:

    a) quando tenham de seguir concluso do juiz;

    b) com vista a procurador, Defensoria P-blica, ao Ministrio Pblico ou Fazenda Pblica;

    c) quando devam ser remetidos ao contabi-lista ou ao partidor;

    d) quando forem remetidos a outro juzo em razo da modificao da competncia;

    V fornecer certido de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho, observadas as disposies refe-rentes ao segredo de justia;

    VI praticar, de ofcio, os atos meramente ordinatrios.

    1 O juiz titular editar ato a fim de regu-lamentar a atribuio prevista no inciso VI.

    2 No impedimento do escrivo ou che-fe de secretaria, o juiz convocar substituto e, no o havendo, nomear pessoa idnea para o ato.

    Art. 153. O escrivo ou chefe de secretaria de-ver obedecer ordem cronolgica de recebi-mento para publicao e efetivao dos pronun-ciamentos judiciais.

    Art. 153. O escrivo ou o chefe de secretaria atender, preferencialmente, ordem crono-lgica de recebimento para publicao e efeti-vao dos pronunciamentos judiciais. (Redao dada pela Lei n 13.256, de 2016) (Vigncia)

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    1 A lista de processos recebidos dever ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pblica.

    2 Esto excludos da regra do caput:

    I os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;

    II as preferncias legais.

    3 Aps elaborao de lista prpria, res-peitar-se-o a ordem cronolgica de recebi-mento entre os atos urgentes e as prefern-cias legais.

    4 A parte que se considerar preterida na ordem cronolgica poder reclamar, nos prprios autos, ao juiz do processo, que re-quisitar informaes ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.

    5 Constatada a preterio, o juiz deter-minar o imediato cumprimento do ato e a instaurao de processo administrativo dis-ciplinar contra o servidor.

    Art. 154. Incumbe ao oficial de justia:

    I fazer pessoalmente citaes, prises, penhoras, arrestos e demais diligncias pr-prias do seu ofcio, sempre que possvel na presena de 2 (duas) testemunhas, certifi-cando no mandado o ocorrido, com men-o ao lugar, ao dia e hora;

    II executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

    III entregar o mandado em cartrio aps seu cumprimento;

    IV auxiliar o juiz na manuteno da or-dem;

    V efetuar avaliaes, quando for o caso;

    VI certificar, em mandado, proposta de autocomposio apresentada por qualquer das partes, na ocasio de realizao de ato de comunicao que lhe couber.

    Pargrafo nico. Certificada a proposta de autocomposio prevista no inciso VI, o juiz ordenar a intimao da parte contr-ria para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuzo do andamento regular do processo, entendendo-se o silncio como recusa.

    Art. 155. O escrivo, o chefe de secretaria e o oficial de justia so responsveis, civil e regres-sivamente, quando:

    I sem justo motivo, se recusarem a cum-prir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que esto subordinados;

    II praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

    Seo IIDO PERITO

    Art. 156. O juiz ser assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento tc-nico ou cientfico.

    1 Os peritos sero nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os rgos tcnicos ou cientficos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz est vinculado.

    2 Para formao do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pblica, por meio de divulgao na rede mundial de compu-tadores ou em jornais de grande circulao, alm de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministrio Pblico, Defensoria Pblica e Ordem dos Advo-gados do Brasil, para a indicao de profis-sionais ou de rgos tcnicos interessados.

    3 Os tribunais realizaro avaliaes e re-avaliaes peridicas para manuteno do cadastro, considerando a formao profis-sional, a atualizao do conhecimento e a experincia dos peritos interessados.

    4 Para verificao de eventual impedi-mento ou motivo de suspeio, nos termos dos arts. 148 e 467, o rgo tcnico ou cien-tfico nomeado para realizao da percia

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    informar ao juiz os nomes e os dados de qualificao dos profissionais que participa-ro da atividade.

    5 Na localidade onde no houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeao do perito de livre escolha pelo juiz e dever recair sobre profissional ou r-go tcnico ou cientfico comprovadamente detentor do conhecimento necessrio re-alizao da percia.

    Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o of-cio no prazo que lhe designar o juiz, empregan-do toda sua diligncia, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legtimo.

    1 A escusa ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimao, da suspeio ou do impedimento supervenien-tes, sob pena de renncia ao direito a aleg--la.

    2 Ser organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilizao dos documentos exigidos para habilitao consulta de interessados, para que a nome-ao seja distribuda de modo equitativo, observadas a capacidade tcnica e a rea de conhecimento.

    Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, pres-tar informaes inverdicas responder pelos prejuzos que causar parte e ficar inabilita-do para atuar em outras percias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanes previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo rgo de classe para adoo das medidas que entender cab-veis.

    Seo IIIDO DEPOSITRIO E DO

    ADMINISTRADOR

    Art. 159. A guarda e a conservao de bens pe-nhorados, arrestados, sequestrados ou arreca-dados sero confiadas a depositrio ou a admi-nistrador, no dispondo a lei de outro modo.

    Art. 160. Por seu trabalho o depositrio ou o ad-ministrador perceber remunerao que o juiz fixar levando em conta a situao dos bens, ao tempo do servio e s dificuldades de sua exe-cuo.

    Pargrafo nico. O juiz poder nomear um ou mais prepostos por indicao do deposi-trio ou do administrador.

    Art. 161. O depositrio ou o administrador res-ponde pelos prejuzos que, por dolo ou culpa, causar parte, perdendo a remunerao que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exerccio do encargo.

    Pargrafo nico. O depositrio infiel res-ponde civilmente pelos prejuzos causados, sem prejuzo de sua responsabilidade penal e da imposio de sano por ato atentat-rio dignidade da justia.

    Seo IVDO INTRPRETE E DO TRADUTOR

    Art. 162. O juiz nomear intrprete ou tradutor quando necessrio para:

    I traduzir documento redigido em lngua estrangeira;

    II verter para o portugus as declaraes das partes e das testemunhas que no co-nhecerem o idioma nacional;

    III realizar a interpretao simultnea dos depoimentos das partes e testemunhas com deficincia auditiva que se comuniquem por meio da Lngua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado.

    Art. 163. No pode ser intrprete ou tradutor quem:

    I no tiver a livre administrao de seus bens;

    II for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;

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    III estiver inabilitado para o exerccio da profisso por sentena penal condenatria, enquanto durarem seus efeitos.

    Art. 164. O intrprete ou tradutor, oficial ou no, obrigado a desempenhar seu ofcio, apli-cando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158.

    Seo VDOS CONCILIADORES

    E MEDIADORES JUDICIAIS

    Art. 165. Os tribunais criaro centros judicirios de soluo consensual de conflitos, respons-veis pela realizao de sesses e audincias de conciliao e mediao e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposio.

    1 A composio e a organizao dos cen-tros sero definidas pelo respectivo tribu-nal, observadas as normas do Conselho Na-cional de Justia.

    2 O conciliador, que atuar preferencial-mente nos casos em que no houver vncu-lo anterior entre as partes, poder sugerir solues para o litgio, sendo vedada a uti-lizao de qualquer tipo de constrangimen-to ou intimidao para que as partes conci-liem.

    3 O mediador, que atuar preferencial-mente nos casos em que houver vnculo anterior entre as partes, auxiliar aos inte-ressados a compreender as questes e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comuni-cao, identificar, por si prprios, solues consensuais que gerem benefcios mtuos.

    Art. 166. A conciliao e a mediao so infor-madas pelos princpios da independncia, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalida-de e da deciso informada.

    1 A confidencialidade estende-se a todas as informaes produzidas no curso do pro-cedimento, cujo teor no poder ser utili-

    zado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberao das partes.

    2 Em razo do dever de sigilo, inerente s suas funes, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, no podero divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliao ou da mediao.

    3 Admite-se a aplicao de tcnicas ne-gociais, com o objetivo de proporcionar am-biente favorvel autocomposio.

    4 A mediao e a conciliao sero regi-das conforme a livre autonomia dos interes-sados, inclusive no que diz respeito defini-o das regras procedimentais.

    Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as cmaras privadas de concili