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www.editorajuspodivm.com.br Direito Previdenciário ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E JURISPRUDENCIAL BÁSICA DAS EDIÇÕES 2014 AUTOR: FREDERICO AMADO www.fredericoamado.com.br Página no facebook: Frederico Amado OBRAS ATUALIZADAS: - Curso de Direito e Processo Previdenciário (EDIÇÃO 2014); - Sinopse de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014); - Resumo de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014). Prezados alunos e leitores, Com o objetivo de atualizar as edições 2014 das minhas obras teóricas, apresento aos senhores a atualização básica de legislação e jurisprudência do Direito Previdenciário no citado ano. Cordiais abraços, FREDERICO AMADO

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www.editorajuspodivm.com.br

Direito Previdenciário

ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E JURISPRUDENCIAL BÁSICA DAS EDIÇÕES 2014

AUTOR: FREDERICO AMADO

www.fredericoamado.com.br

Página no facebook: Frederico Amado

OBRAS ATUALIZADAS:

- Curso de Direito e Processo Previdenciário (EDIÇÃO 2014);

- Sinopse de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014);

- Resumo de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014).

Prezados alunos e leitores,

Com o objetivo de atualizar as edições 2014 das minhas obras teóricas, apresento aos senhores a atualização básica de legislação e jurisprudência do Direito Previdenciário no citado ano.

Cordiais abraços,

FREDERICO AMADO

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1- VALORES BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL PARA O EXERCÍCIO DE 2015 – PORTARIA CONJUNTA MPS/MF 13, DE 09/01/2015 (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

Teto do salário de benefício e de contribuição: R$ 4.663,75

Baixa renda (salário-família e auxílio-reclusão): R$ 1.089,72

Alíquotas de contribuição do empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico (art. 20, Lei 8.212/91):

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)

ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO

até 1.399,12 8,00%

de 1.399,13 até 2.331,88 9,00%

de 2.331,89 até 4.663,75 11,00%

Cotas do salário-família:

FAIXA DE RENDA VALOR DO BENEFÍCIO

Até R$ 725,02 R$ 37,18

De R$ 725,03 até R$ 1.089,72

R$ 26,20

Diária (transporte na reabilitação profissional): R$ 77,94

Código Penal (art. 337-A, §3º): R$ 4.117,35

Certidão Negativa de Débito: R$ 48.144,19

Seguro-desemprego:

Faixas de Salário Médio Valor da Parcela

Até R$ 1.222,77 Multiplica-se salário médio por 0.8 (80%)

De R$ 1.222,78 até

R$ 2.038,15

O que exceder a R$ 1.222,77 multiplica-se por 0.5 (50%)

e soma-se a 978,22

Acima de R$ 2.038,15 O valor da parcela será de R$ 1.385,91 invariavelmente

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2- MEDIDA PROVISÓRIA 664, DE 30/12/2014. REFORMA PREVIDENCIÁRIA NO RGPS (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

Esta Medida Provisória, que inaugurou uma nova reforma previdenciária, alterou profundamente as regras de pensão por morte e, por derivação, do auxílio-reclusão do RGPS. Algumas regras do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez também foram modificadas.

Ademais, tivemos uma modificação no artigo 101, da Lei 8.213/91, pela Lei 13.063/2004, além de alguns julgados/súmulas a respeito dos benefícios previdenciários.

2.1. PERÍODO DE CARÊNCIA

Depende de carência a concessão dos seguintes benefícios previdenciários:

I. 10 contribuições mensais - salário-maternidade, para as seguradas contribuinte

individual, especial e facultativa;

II. 12 contribuições mensais - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez (em regra);

III. 24 contribuições mensais – pensão por morte (em regra);

IV. 24 contribuições mensais – auxílio-reclusão (em regra);

V.III. 180 contribuições mensais - aposentadoria por idade, tempo de contribuição e

especial.

Assim, em regra, a concessão dos benefícios por incapacidade laborativa (auxílio-

doença e aposentadoria por invalidez) dependerá da integralização de 12 contribuições mensais

a título de período de carência, salvo nas três exceções que serão vistas.

Em caso de parto antecipado, o período de carência para o salário-maternidade será

reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi

antecipado.

Portanto, se uma segurada especial, contribuinte individual ou facultativa tiver bebê

com apenas 07 meses de gestação, a carência será de 08 contribuições mensais, e não de 10

recolhimentos.

No que concerne à exigência de carência de 24 recolhimentos mensais para a

concessão da pensão por morte como regra geral, salvo nas exceções a serem vistas, cuida-se

de inovação da Medida Provisória 664, de 30 de dezembro de 2014, vez que anteriormente

este benefício dispensava a carência sempre.

Entende-se que, por derivação, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência

de 24 recolhimentos mensais, vez que a MP 664/2014 alterou a redação do artigo 26, I, da Lei

8.213/91, que dispensava a carência do auxílio-reclusão, deixando apenas o salário-família e o

auxílio-acidente como benefícios que dispensam a carência.

Assim, foi revogada a previsão legal expressa que livrava o auxílio-reclusão da

exigência de carência, demonstrando a clara intenção da MP 664/2014 de passar a exigir

carência para este benefício.

Considerando também que as regras da pensão por morte são aplicáveis ao auxílio-

reclusão no que couber, posto que o artigo 80 da Lei 8.213/91 dispõe que “o auxílio-reclusão

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será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado

recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-

doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”, entende-se que o auxílio-

reclusão passou a exigir carência de 24 recolhimentos mensais.

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na

carência da pensão por morte e do auxílio-reclusão somente possuem vigência a partir do

“primeiro dia do terceiro mês subseqüente à data de publicação desta Medida Provisória”, ou

seja, somente se aplica aos óbitos e prisões perpetrados a partir de 01 de março de 2015.

...

No entanto, a atual jurisprudência dominante do STJ passou a adotar um posicionamento mais

favorável ao segurado, no sentido de que, para os inscritos na mudança do regime, mesmo que

tenha havido a perda e a reaquisição da qualidade de segurado após o advento da Lei 8.213/91,

há de se aplicar a tabela do artigo 142 da Lei 8.213/91:

Informativo 539- “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APLICABILIDADE DA REGRA DE

TRANSIÇÃO PREVISTA NO ART. 142 DA LEI 8.213/1991.

O inscrito no RGPS até 24/7/1991, mesmo que nessa data não mais apresente condição de segurado,

caso restabeleça relação jurídica com o INSS e volte a ostentar a condição de segurado após a Lei

8.213/1991, tem direito à aplicação da regra de transição prevista no art. 142 do mencionado diploma,

devendo o requisito da carência, para a concessão de aposentadoria urbana por idade, ser definido de

acordo com o ano em que o segurado implementou apenas o requisito etário – e não conforme o ano

em que ele tenha preenchido, simultaneamente, tanto o requisito da carência quanto o requisito

etário. Com o advento da Lei 10.666/2003, que passou a disciplinar especificamente a questão da

dissociação dos requisitos para obtenção do benefício, a nova sistemática não faz distinção entre o tempo

anterior e o posterior à perda da qualidade de segurado. Nesse sentido, o § 1º do art. 3º dessa mesma lei

estabelece que, para a concessão de aposentadoria por idade,“a perda da qualidade de segurado não será

considerada para a concessão desse benefício”, desde que o segurado preencha o requisito da carência

(recolhimento mínimo de contribuições) exigido para a concessão do benefício. Além disso, sob a

perspectiva da Lei 10.666/2003, o STJ, em sede de incidente de uniformização de jurisprudência (Pet

7.476-PR, Terceira Seção, DJe 25/4/2011), firmou orientação de que a norma contida no § 1º do art. 3º da

Lei 10.666/2003 permitiu a dissociação da comprovação dos requisitos para os benefícios da aposentadoria

por contribuição, da aposentadoria especial e da aposentadoria por idade urbana, os quais pressupõem

contribuição, de modo que não é necessária a manutenção da qualidade de segurado para fins de concessão

do benefício da aposentadoria urbana por idade. Sendo assim, admitindo-se a aplicação do art. 142 da Lei

8.213/1991 combinado com o § 1º do art. 3º da Lei 10.666/2003, deve-se permitir a incidência da regra de

transição do art. 142 da Lei 8.213/1991 ao segurado inscrito no RGPS até 24/7/1991 que tenha

reestabelecido o vínculo com o INSS após a Lei 8.213/1991. Além do mais, no tocante à aplicação da regra

de transição prevista no art. 142 da Lei 8.213/1991, o STJ já afirmou que não é obrigatório o preenchimento

simultâneo dos dois referidos requisitos (idade mínima e carência) para a concessão da aposentadoria

urbana por idade (AgRg no AG 1.364.714-RS, Quinta Turma, DJe 6/5/2011; e REsp 784.145-SC, Quinta

Turma, DJ 28/11/2005). Isso porque a interpretação a ser dada ao aludido dispositivo legal deve ser

finalística, em conformidade com os seus objetivos, que estão voltados à proteção do segurado que se

encontre no período de transição ali especificado. Dessa forma, a implementação dos requisitos para a

aposentadoria urbana por idade poderá ocorrer em momentos diversos (sem simultaneidade) e, uma vez que

o segurado atinja o requisito etário (idade mínima), o prazo de carência será consolidado, de modo que ele

poderá cumpri-la posteriormente à implementação do requisito etário. REsp 1.412.566-RS, Rel. Min.

Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 27/3/2014”.

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA

URBANA POR IDADE. INSCRIÇÃO ANTERIOR À DATA DE 24 DE JULHO DE 1.991. PERDA DA

CONDIÇÃO DE SEGURADA ANTES DA EDIÇÃO DA LEI N.º 8.213/91. POSTERIOR

RESTABELECIMENTO DESSA CONDIÇÃO. APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO

PREVISTA NO ART. 142 DA LEI N.º 8.213/91 CABÍVEL.

1. A jurisprudência desta eg. Corte Superior entende que o segurado inscrito na Previdência Social

Urbana até 24 de julho de 1.991, ainda que nessa data não mais apresente a condição de segurado,

caso restabeleça relação jurídica com o INSS e volte a ostentar tal condição após a Lei n.º 8.213/91,

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tem direito, na concessão de sua aposentadoria, à aplicação da regra de transição prevista no art. 142

da mencionada lei. Precedente da eg. Terceira Seção (6ª Turma, AgRg no REsp 501654, de 07/02/2013).

Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I- salário-família e auxílio-acidente;

I- pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer

natureza;

II - salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e

trabalhadora avulsa;

III - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer

natureza ou causa1, doença profissional ou do trabalho, bem como nas hipóteses de

doenças ou afecções graves especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde

e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,

deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam

tratamento particularizado;

IV – serviço social e reabilitação profissional;.

V – pensão por morte, nos casos em que o segurado falecido estava em gozo de auxílio-

doença ou de aposentadoria por invalidez ou no caso de morte decorrente de acidente do

trabalho e doença profissional ou do trabalho;

VI- auxílio-reclusão, quando a concessão do benefício ao dependente ocorrer após a

cessação do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez do segurado preso de

baixa renda.

Ou seja, os serviços previdenciários nunca exigirão carência, assim como os

seguintes benefícios: pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente.

Desde a reforma dada pela Medida Provisória 664, de 30 de dezembro de 2014, somente

os benefícios do salário-família e auxílio-acidente passaram a sempre dispensar a carência.

Anteriormente, a pensão por morte e o auxílio-reclusão também sempre dispensavam o período

de carência para a sua concessão, passando, desde o advento da MP 664/2014, a exigir 24

contribuições mensais.

Por conseguinte, desde a MP 664/2014, a pensão por morte somente dispensará a

carência em duas situações:

A) Quando o segurado falecido estava em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria

por invalidez;

B) Quando a morte do segurado decorreu de acidente de trabalho (típico, por

equiparação ou no caso das doenças ocupacionais).

Entende-se que destas duas hipóteses de dispensa de carência para a pensão por morte

apenas a primeira poderá se aplicar ao auxílio-reclusão. Se o segurado preso estiver em gozo de

auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez o auxílio-reclusão não será concedido, nos

termos do artigo 80, da Lei 8.213/91.

No entanto, caso o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez do segurado preso

sejam cessados pelo INSS ainda durante a prisão e seja concedido o auxílio-reclusão aos seus

dependentes, neste caso excepcional a carência deverá ser dispensada.

1 De acordo com o artigo 30, parágrafo único, do RPS, entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem

traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional

que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.

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Ademais, como o auxílio-reclusão tem como fato gerador a segregação prisional de

segurado de baixa renda, e não o acidente de trabalho, é incompatível a aplicação da segunda

exceção apresentada.

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na

carência da pensão por morte e do auxílio-reclusão somente possuem vigência a partir do

“primeiro dia do terceiro mês subseqüente à data de publicação desta Medida Provisória”, ou

seja, somente se aplica aos óbitos e prisões perpetrados a partir de 01 de março de 2015.

A aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença terão, em regra, carência de 12

contribuições mensais, salvo as exceções legais.

Dessarte, excepcionalmente, o deferimento da aposentadoria por invalidez e do auxílio-

doença dispensarão a carência quando decorrente de acidente de trabalho (típico, por

equiparação e nos casos das doenças profissionais e do trabalho) ou oriundo de doença grave

listada em Portaria do Ministério da Previdência Social e da Saúde.

Anteriormente, exigia-se que o mencionado ato regulamentar fosse revisto a cada três

anos pelos mencionados Ministérios, mas tal determinação foi revogada pela Medida Provisória

664, de 30 de dezembro de 2014.

...

No entanto, na atualidade, a jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que

é possível a consideração dos períodos em que o segurado esteve em gozo de auxílio-

doença ou de aposentadoria por invalidez como carência para a concessão de

aposentadoria por idade, se intercalados com períodos contributivos:

“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DA APOSENTADORIA POR

INVALIDEZ EM APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITO ETÁRIO PREENCHIDO NA

VIGÊNCIA DA LEI 8.213/1991. DESCABIMENTO. CÔMPUTO DO TEMPO PARA FINS DE

CARÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO EM PERÍODO INTERCALADO.

IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.

1. A Lei 8.213/1991 não contemplou a conversão de aposentadoria por invalidez em aposentadoria por

idade.

2. É possível a consideração dos períodos em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou de

aposentadoria por invalidez como carência para a concessão de aposentadoria por idade, se intercalados

com períodos contributivos.

3. Na hipótese dos autos, como não houve retorno do segurado ao exercício de atividade remunerada, não é

possível a utilização do tempo respectivo” (2ª Turma, REsp 1422081, de 24/04/2014).

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.

CÔMPUTO DO TEMPO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE COMO PERÍODO DE CARÊNCIA.

POSSIBILIDADE, DESDE QUE INTERCALADO COM PERÍODO DE EFETIVO TRABALHO.

PRECEDENTES.

1. Ação civil pública que tem como objetivo obrigar o INSS a computar, como período de carência, o

tempo em que os segurados estão no gozo de benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria

por invalidez).

2. É possível considerar o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade

(auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de carência, desde que intercalados com períodos

contributivos.

3. Se o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade é excepcionalmente

considerado como tempo ficto de contribuição, não se justifica interpretar a norma de maneira distinta para

fins de carência, desde que intercalado com atividade laborativa” (6ª Turma, AgRg no REsp 1271928, de

16/10/2014).

COM CARÊNCIA PRESTAÇÃO

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180 contribuições Aposentadoria por idade, especial e por tempo de

contribuição.

24 contribuições Pensão por morte, em regra.

24 contribuições Auxílio-reclusão, em regra.

12 contribuições Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, em

regra.

10 contribuições Salário-maternidade da contribuinte individual,

segurada especial e facultativa.

SEM CARÊNCIA

Salário-família; auxílio-acidente; pensão por morte

decorrente de acidente do trabalho ou de segurado

em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria

por invalidez; auxílio-reclusão concedido após a

cessação do auxílio-doença ou aposentadoria por

invalidez do segurado preso; serviço social;

reabilitação profissional; salário-maternidade da

empregada, avulsa e doméstica; aposentadoria por

invalidez e auxílio-doença decorrentes de

acidentes de qualquer natureza, moléstia

ocupacional ou doença grave listada pela

Previdência Social e Ministério da Saúde.

Salário-família; auxílio-acidente; pensão por

morte; auxílio-reclusão; serviço social; reabilitação

profissional; salário-maternidade da empregada,

avulsa e doméstica; aposentadoria por invalidez e

auxílio-doença decorrentes de acidentes de

qualquer natureza, moléstia ocupacional ou doença

grave listada pela Previdência Social.

2.2. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

No entanto, a TNU vem afastando a aplicação da Súmula 77 na hipótese de o segurado

ser portador de doença com estigma social. É que, neste caso, é possível que a doença não gere

incapacidade laboral do ponto de vista clínico, mas o mercado de trabalho se feche em

discriminação ao segurados.

Este entendimento vem sendo aplicado em doenças como a AIDS, a hanseníase, a

obesidade mórbida e as doenças de pele graves, sendo necessário nestes casos excepcionais

verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a

incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social das referidas doenças.

Nesse sentido, no que concerne aos portadores do vírus HIV, a TNU aprovou a Súmula

78 na sessão de 12 de setembro de 2014:

“Súmula 78- Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe

ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a

analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da

doença”.

Logo, conforme noticiado no sítio da Justiça Federal, no entendimento já pacificado na

Turma Nacional, no caso dos portadores do HIV, mesmo os assintomáticos, a incapacidade

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transcende a mera limitação física, e repercute na esfera social do requerente, segregando-o do

mercado de trabalho. “Nessas situações – em que a doença por si só gera um estigma social –,

para a caracterização da incapacidade/deficiência, faz-se necessária a avaliação dos aspectos

pessoais, econômicos, sociais e culturais. Por outro lado, importante deixar claro que a doença

por si só não acarreta a incapacidade ou deficiência que a Legislação exige para o gozo do

benefício”, pontuou Kyu Soon Lee.

Outro ponto destacado pela juíza foi o caráter de complementaridade dessa súmula com

relação a de nº 77 (O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando

não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual). “Pode parecer uma

contradição, mas, na verdade, a súmula 78 vem complementar a anterior, posto que, na praxe, a

Jurisprudência já considerava que a ausência de incapacidade clínica ou física nos casos de

doenças de elevada estigma social não era suficiente para a negativa do benefício previdenciário

ou assistencial”, explicou a magistrada2.

...

Com o advento da Lei 13.063, de 30 de dezembro de 2014, que modificou o artigo 101

da Lei 8.213/91, o aposentado por invalidez estará isento do exame pericial a cargo do

INSS após completar 60 anos de idade, salvo nas seguintes hipóteses:

I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão

do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme

dispõe o art. 45 da Lei 8.213/91;

II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do

aposentado que se julgar apto;

III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela.

Logo, com a acertada alteração normativa, pois era irrazoável o cancelamento de uma

aposentadoria por invalidez de um idoso, o benefício deixou de ser precário após o segurado

completar 60 anos de idade, somente podendo ser cancelado se o aposentado por invalidez

requerer expressamente por se julgar apto ao trabalho.

Por outro lado, a perícia poderá ser feita no aposentado maior de 60 anos para fins de

prova no processo judicial de curatela ou para avaliação do auxílio-acompanhante de 25% sobre

a renda da aposentadoria, se o segurado necessitar da assistência permanente de terceira pessoa,

podendo este acréscimo ser cancelado se cessado o pressuposto legal mesmo após o segurado

ter atingido 60 anos de idade.

...

Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial

do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da incapacidade e a data de

entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a

data de entrada do requerimento na Previdência Social.

Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a

obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 30 (trinta) 15

primeiros dias do afastamento (antes eram os primeiros 15 dias).

2 http://www.cjf.jus.br/cjf/noticias-do-cjf/2014/setembro/tnu-aprova-sumula-78

Formatado: Normal (Web), EspaçoAntes: 0 pt, Ajustar espaçamento entretexto latino e asiático, Ajustarespaçamento entre texto e númerosasiáticos

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Cuida-se de novidade da MP 664/2014, que alterou o §2º do artigo 43 da Lei 8.212/91,

que passou a dispor que “durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por

motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral”.

Desta forma, restou alterada a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez para o

empregado.

Logo, para o segurado empregado, a data de início do benefício não será a data da

incapacidade, e sim o 31º (trigésimo primeiro) 16º dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a

data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passarem mais de 45 (quarenta e

cinco) 30 dias, a data de início do benefício também será a data de entrada do requerimento na

Previdência Social.

Vale registrar que este novo regramento sobre a data de início do benefício da

aposentadoria por invalidez e sobre a obrigação da empresa de pagar o salário nos primeiros 30

dias de afastamento do empregado inválido somente possui vigência a partir de 1º de março de

2015.

...

Outrossim, a data de início do pagamento na hipótese de ausência de requerimento

administrativo será a data da juntada do laudo pericial judicial que comprovar a invalidez do

segurado, na forma do entendimento do STJ3.

No entanto, observou-se uma mudança de posicionamento na jurisprudência da Corte

Superior4, dominando, na atualidade, o entendimento de que a data de início da aposentadoria

por invalidez será a data da citação, e não a data da juntada do laudo pericial judicial, quando

não possível retroagir ao requerimento administrativo:

“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TERMO

INICIAL DO BENEFÍCIO. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CITAÇÃO

VÁLIDA. MATÉRIA JÁ DECIDIDA SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. 1. O tema relativo ao

termo inicial de benefício proveniente de incapacidade laborativa já foi exaustivamente debatido nesta

Corte, a qual, após oscilações, passou a rechaçar a fixação da Data de Início do Benefício - DIB a

partir do laudo pericial, porquanto a prova técnica prestar-se-ia unicamente para nortear o

convencimento do juízo quanto à pertinência do novo benefício, mas não para atestar o efetivo

momento em que a moléstia incapacitante se instalou.

2. Atualmente a questão já foi decidida nesta Corte sob o rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC),

restando pacificada a jurisprudência no sentido que "A citação válida informa o litígio, constitui em mora a

autarquia previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a implantação da

aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia postulação". (REsp

1.369.165/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, Primeira Seção, DJe 7/3/2014)”.

...

Impende ressaltar que o auxílio-acompanhante poderá ser cancelado mesmo após o

aposentado por invalidez atingir os 60 anos de idade, sendo possível a realização de perícia

médica para esse fim por força do artigo 103, §2º, inciso I, da Lei 8.213/91, alterada pela Lei

13.063/2014.

2.3. APOSENTADORIA POR IDADE

No entanto, para a 2ª Turma do STJ, a aposentadoria por idade híbrida poderá ser

concedida também a trabalhador urbano que, na época do requerimento administrativo, ostente

3 AGA 1045599, de 17.02.2009. 4 RECURSO ESPECIAL Nº 1.311.665 – SC, 1ª Turma, de 02/09/2014.

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essa qualidade e pretenda computar período pretérito de carência na qualidade de trabalhador

rural:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA. ART. 48, §§ 3º e 4º, DA LEI

8.213/1991. TRABALHO URBANO E RURAL NO PERÍODO DE CARÊNCIA. REQUISITO. LABOR

CAMPESINO NO MOMENTO DO IMPLEMENTO DO REQUISITO ETÁRIO OU DO

REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA AFASTADA. CONTRIBUIÇÕES.

TRABALHO RURAL. CONTRIBUIÇÕES. DESNECESSIDADE. 1. O INSS interpôs Recurso Especial

aduzindo que a parte ora recorrida não se enquadra na aposentadoria por idade prevista no art. 48, §

3º, da Lei 8.213/1991, pois no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento

administrativo era trabalhadora urbana, sendo a citada norma dirigida a trabalhadores rurais. Aduz

ainda que o tempo de serviço rural anterior à Lei 8.213/1991 não pode ser computado como carência. 2. O §

3º do art. 48 da Lei 8.213/1991 (com a redação dada pela Lei 11.718/2008) dispõe: "§ 3o Os trabalhadores

rurais de que trata o § 1o deste artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que satisfaçam

essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus

ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se

mulher." 3. Do contexto da Lei de Benefícios da Previdência Social se constata que a inovação legislativa

trazida pela Lei 11.718/2008 criou forma de aposentação por idade híbrida de regimes de trabalho,

contemplando aqueles trabalhadores rurais que migraram temporária ou definitivamente para o meio urbano

e que não têm período de carência suficiente para a aposentadoria prevista para os trabalhadores urbanos

(caput do art. 48 da Lei 8.213/1991) e para os rurais (§§ 1ºe 2º do art. 48 da Lei 8.213/1991). 4. Como

expressamente previsto em lei, a aposentadoria por idade urbana exige a idade mínima de 65 anos para

homens e 60 anos para mulher, além de contribuição pelo período de carência exigido. Já para os

trabalhadores exclusivamente rurais, as idades são reduzidas em cinco anos e o requisito da carência

restringe-se ao efetivo trabalho rural (art. 39, I, e 143 da Lei 8.213/1991). 5. A Lei 11.718/2008, ao incluir a

previsão dos §§ 3º e 4º no art. 48 da Lei 8.213/1991, abrigou, como já referido, aqueles trabalhadores rurais

que passaram a exercer temporária ou permanentemente períodos em atividade urbana, já que antes da

inovação legislativa o mesmo segurado se encontrava num paradoxo jurídico de desamparo previdenciário:

ao atingir idade avançada, não podia receber a aposentadoria rural porque exerceu trabalho urbano e não

tinha como desfrutar da aposentadoria urbana em razão de o curto período laboral não preencher o período

de carência. 6. Sob o ponto de vista do princípio da dignidade da pessoa humana, a inovação trazida pela

Lei 11.718/2008 consubstancia a correção de distorção da cobertura previdenciária: a situação daqueles

segurados rurais que, com a crescente absorção da força de trabalho campesina pela cidade, passam a

exercer atividade laborais diferentes das lides do campo, especialmente quanto ao tratamento

previdenciário. 7. Assim, a denominada aposentadoria por idade híbrida ou mista (art. 48, §§ 3º e 4º, da Lei

8.213/1991) aponta para um horizonte de equilíbrio entre as evoluções das relações sociais e o Direito, o

que ampara aqueles que efetivamente trabalharam e repercute, por conseguinte, na redução dos conflitos

submetidos ao Poder Judiciário. 8. Essa nova possibilidade de aposentadoria por idade não representa

desequilíbrio atuarial, pois, além de exigir idade mínima equivalente à aposentadoria por idade urbana

(superior em cinco anos à aposentadoria rural), conta com lapsos de contribuição direta do segurado que a

aposentadoria por idade rural não exige. 9. Para o sistema previdenciário, o retorno contributivo é maior na

aposentadoria por idade híbrida do que se o mesmo segurado permanecesse exercendo atividade

exclusivamente rural, em vez de migrar para o meio urbano, o que representará, por certo, expressão

jurídica de amparo das situações de êxodo rural, já que, até então, esse fenômeno culminava em severa

restrição de direitos previdenciários aos trabalhadores rurais. 10. Tal constatação é fortalecida pela

conclusão de que o disposto no art. 48, §§ 3º e 4º, da Lei 8.213/1991 materializa a previsão constitucional

da uniformidade e equivalência entre os benefícios destinados às populações rurais e urbanas (art. 194, II,

da CF), o que torna irrelevante a preponderância de atividade urbana ou rural para definir a aplicabilidade

da inovação legal aqui analisada. 11. Assim, seja qual for a predominância do labor misto no período

de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do requisito etário ou do

requerimento administrativo, o trabalhador tem direito a se aposentar com as idades citadas no § 3º

do art. 48 da Lei 8.213/1991, desde que cumprida a carência com a utilização de labor urbano ou

rural. Por outro lado, se a carência foi cumprida exclusivamente como trabalhador urbano, sob esse regime

o segurado será aposentado (caput do art. 48), o que vale também para o labor exclusivamente rurícola

(§§1º e 2º da Lei 8.213/1991). 12. Na mesma linha do que aqui preceituado: REsp 1.376.479/RS, Rel.

Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, Julgado em 4.9.2014, pendente de publicação. 14.

Observando-se a conjugação de regimes jurídicos de aposentadoria por idade no art. 48, § 3º, da Lei

8.213/1991, denota-se que cada qual deve ser observado de acordo com as respectivas regras. 15. Se os arts.

26, III, e 39, I, da Lei 8.213/1991 dispensam o recolhimento de contribuições para fins de aposentadoria por

idaderural, exigindo apenas a comprovação do labor campesino, tal situação deve ser considerada para fins

do cômputo da carência prevista no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, não sendo, portanto, exigível o

recolhimento das contribuições. 16. Correta a decisão recorrida que concluiu (fl. 162/e-STJ): "somados os

126 meses de reconhecimento de exercício de atividades rurais aos 54 meses de atividades urbanas, chega-

se ao total de 180 meses de carência por ocasião do requerimento administrativo, suficientes à concessão do

benefício, na forma prevista pelo art. 48, § 3º, da Lei nº 8.213/1991". 17. Recurso Especial não provido”

(REsp 1407613, de 14/10/2014).

Formatado: Recuo: À esquerda: 1,25cm

Formatado ...

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Trata-se de uma interpretação extensiva razoável do STJ do artigo 48, §3º, da Lei

8.213/91, inserido pela Lei 11.718/2008, em aplicação ao Princípio da Isonomia e ao Princípio

da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais, a

fim de beneficiar o segurado urbano que queira contar período de carência como trabalhador

rural.

De efeito, permitir a aposentadoria por idade híbrida somente ao segurado que ostente a

qualidade de trabalhador rural no momento do implemento da idade ou do requerimento

administrativo se afigura uma discriminação negativa contra o trabalhador urbano, desprovida

de fator de discrímen dotado de razoabilidade, sendo por demais acertado o posicionamento da

Corte Superior.

Imagine-se um segurado que conte com 10 anos de período de carência como

trabalhador urbano e que, nos últimos 5 anos, tornou-se trabalhador rural na condição de

segurado especial, quando requereu a sua aposentadoria por idade híbrida, possuindo 15 anos de

carência com 65 anos de idade (10 anos urbanos e 05 anos rurais).

Nesta situação, caso se promova uma interpretação estrita do artigo 48, §3º, da Lei

8.213/91, a aposentadoria por idade deve ser negada, pois o segurado se enquadrava como

trabalhador urbano na data do requerimento administrativo. No entanto, na correta concepção

ampliativa e isonômica do STJ, o benefício deve ser deferido.

2.4. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

De acordo com o entendimento do INSS, a aposentadoria do professor é uma espécie de

aposentadoria por tempo de contribuição com redução em 05 anos no tempo de contribuição,

não sendo uma espécie de aposentadoria especial, pois não se trata de exposição a agentes

nocivos à saúde e nem de segurado deficiente (artigo 201, §1º, da Constituição Federal).

Logo, por força do artigo 29, inciso I, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei

9.876/99, a Previdência Social faz incidir obrigatoriamente o fator previdenciário no cálculo do

salário de benefício da aposentadoria do professor.

Isso porque, desde a Emenda Constituição 18/1981, a aposentadoria do professor deixou

de ser especial. Este entendimento do INSS vinha sendo acolhido pela jurisprudência

majoritária:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSOR. REGRA EXCEPCIONAL.

APURAÇÃO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO. INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO.

IMPOSSIBILIDADE. CONVERSÃO PARA TEMPO COMUM. ATÉ A EC 18/81. REVISÃO.

IMPOSSIBILIDADE. 1. É inviável proceder-se ao afastamento do fator previdenciário para o cálculo

da renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de serviço de professor, tendo em conta que a

segurada não possui tempo suficiente para a concessão do amparo anteriormente à edição da Lei

9.876/99. 2. Consoante o disposto no artigo 56 da Lei 8.213/91 e no § 8º do artigo 201 da Constituição

Federal, a atividade de professor deixou de ser considerada especial para ser contemplada com regra

excepcional, em que se exige um tempo de serviço menor em relação a outras atividades, desde que se

comprove o trabalho efetivo nessa condição. 3. Quando se trata da conversão de tempo de serviço especial

em tempo de serviço comum, para o professor, aceita-se essa conversão até o advento da Emenda

Constitucional n.º 18/81. Até ali, na realidade, considera-se especial o tempo de serviço do professor; dali

em diante, considera-se que a Emenda derrogou as normas do Decreto n.º 53.831/64, relativas ao

professor”. (TRF 4ª Região, AC 200771000072277, de 07/10/2009).

“PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO (ART. 557, § 1º, DO CPC). REVISÃO DE

BENEFÍCIO. APOSENTADORIA DE PROFESSOR. MODALIDADE DE APOSENTADORIAPOR

TEMPO DE SERVIÇO EXCEPCIONAL. FATOR PREVIDENCIÁRIO. SUSTENTAÇÃO ORAL.

DESCABIMENTO. PUBLICAÇÃO DE PAUTA. DESNECESSIDADE. I - Conforme o disposto no

artigo 201, § 7º, I e § 8º, da Constituição da República, e artigo 56 da Lei n.º 8.213/91, a atividade de

professor deixou de ser considerada especial para ser contemplada com regra excepcional, em que se

exige um tempo de serviço menor em relação a outras atividades, desde que se comprove o trabalho

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efetivo nessa condição. II - O benefício da autora foi adequadamente apurado, porque de acordo com

as regras da Lei 9.876/99, que prevê a incidência do fator previdenciário no cálculo do salário-de-

benefício. III - O agravo previsto no artigo 557, § 1º, do Código de Processo Civil, por não ter natureza de

recurso ordinário, não comporta sustentação oral (artigo 143 do Regimento Interno desta Corte),

prescindindo também da inclusão em pauta para julgamento. IV - Agravo da parte autora improvido (art.

557, § 1º, do CPC)”. (TRF 3ª Região APELAÇÃO CÍVEL – 1886211, de 05/11/2013).

No entanto, a questão foi revista pelo STJ. Muito embora não tenham sido identificadas

decisões dos Colegiados (1ª Turma ou 2ª Turma, muito menos da 1ª Seção), várias decisões

monocráticas da Corte Superior condenaram o INSS em revisar aposentadorias de professores

para afastar o fator previdenciário. Veja-se um exemplo:

Processo

REsp 1251165

Relator(a)

Ministro JORGE MUSSI

Data da Publicação

06/08/2014

Decisão

RECURSO ESPECIAL Nº 1.251.165 - RS (2011/0095303-2) RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI

RECORRENTE : MARCIA RODRIGUES JULIANO

ADVOGADO : ANTONIO ARI DE BORBA E OUTRO(S)

RECORRIDO : INSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF

DECISÃO

Cuida-se de recurso especial interposto por MARCIA RODRIGUES JULIANO, fundamentado nas alíneas "a" e "c"

do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PELO REGIME GERAL

DEFERIDA, APÓS O ADVENTO DA LEI 9.876/1999. PROFESSOR QUE SEMPRE DESEMPENHOU

ATIVIDADE DE MAGISTÉRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.

INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO.

1. Não sendo a aposentadoria dos professores que tenham desempenhado exclusivamente funções de magistério na

educação infantil e no ensino fundamental e médio uma aposentadoria especial nos termos do artigo 57 da Lei

8.213/91, não incide a regra do inciso II do artigo 29 do mesmo diploma, a qual afasta a utilização do fator

previdenciário no cálculo do salário-de-beneficio.

2. Tanto é aplicável o fator previdenciário no cálculo do salário-de- beneficio do professor ou professora que se

aposentar com cômputo de tempo posterior a 28/11/99, que a Lei 8.213/91 expressamente trata da matéria no §9º de

seu artigo 29.

3. O professor ou professora que tenham desempenhado exclusivamente funções de magistério na educação infantil e

no ensino fundamental e médio, portanto, fazem jus à aposentadoria por tempo de contribuição com redução quanto

ao número de anos exigido (art. 201, §7º, da CF - art. 56 da Lei 8.213/91), e bem assim tratamento diferenciado na

aplicação do fator previdenciário, mediante majoração do tempo de contribuição (§ 9º do art. 29 da Lei 8.213/91).

Não se cogita, contudo, de não-incidência do fator previdenciário na apuração do salário-de-beneficio.

4. O fator previdenciário não constitui multiplicador a será aplicado após a apuração do salário-de-beneficio.

Representa, para os benefícios referidos no inciso I do artigo 29 da Lei 8.213/91, uma variável a ser utilizada para a

própria definição do salário-de-benefício (fl. 117). Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 131/138).

Sustenta a recorrente, em síntese, ter exercido o magistério por 28 (vinte e oito) anos, na educação infantil e no ensino

fundamental, razão pela qual a sua aposentadoria deve corresponder a 100% do salário-de-benefício, sem a incidência

do fator previdenciário.

É o relatório.

Os elementos existentes nos autos dão conta que MARCIA RODRIGUES JULIANO propôs ação revisional

em desfavor do INSS postulando que a renda mensal do seu benefício correspondesse a 100% do salário-de-

benefício, ou seja, sem a incidência do fator previdenciário, por ser a sua aposentadoria especial.

O pedido foi julgado improcedente sob o fundamentado de que a aposentadoria no magistério não seria

especial, mas sim por tempo de contribuição de natureza excepcional, por exigir período de tempo de serviço

menor em relação a outras atividades, razão pela qual deve incidir o fator previdenciário no cálculo do salário

de benefício (fls. 86/96). Mantida a sentença em sede de apelação, foi interposto o presente recurso especial.

Contudo, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de não incidir o fator previdenciário

no cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria do professor.

Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE

SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. ATIVIDADE DE MAGISTÉRIO. CABIMENTO (PRECEDENTES).

1. Nos termos do art. 29, II, da Lei n. 8.213/1991, o salário de benefício da aposentadoria especial deve ser calculado

pela média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período

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contributivo, sem a incidência do fator previdenciário.

2. Conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça, é possível a conversão ponderada do tempo de serviço de

magistério, atividade considerada penosa, por ter o Decreto n. 611/1992 determinado a observância do Decreto n.

53.831/1964.

3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1163028/RS, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA

TURMA, DJe 16/08/2013)

No voto condutor do precedente supracitado, Sua Excelência, se reportando a julgado do Ministro Og

Fernandes, reconhece estar o magistério no rol das atividades cuja a aposentadoria é classificada como

especial.

Veja-se:

A matéria tratada nos autos foi analisada pelo Ministro Og Fernandes no julgamento do REsp n. 1.104.334/PR, DJe

19/9/2012, em decisão monocrática cujos fundamentos seguem transcritos, no que interessa (grifo nosso):

Trata-se de recurso especial à iniciativa de ELCI MORAES KURPEL, com base na alínea "a" do permissivo

constitucional, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal - 4ª Região, assim ementado (e-fl. 67): [...]

Nessa esteira, aduz ter direito à aposentadoria especial, por ser professora, e que não poderia ser aplicado o fator

previdenciário no cálculo da renda mensal. Ressalta, ainda, que o art. 56 da Lei n.º 8.213/91 assegura, como renda

mensal, a integralidade do salário de benefício.

[...]

A jurisprudência desta Corte Superior, por meio das duas Turmas que integram a Col. Terceira Seção, firmou

posicionamento no sentido de que o professor faz jus à contagem do tempo de serviço prestado em condições

perigosas e insalubres na forma da legislação vigente, à época da prestação de serviço, isto é, com o acréscimo

previsto na legislação previdenciária de regência, considerando ter direito à conversão do tempo de serviço

exercido no magistério como atividade especial.

A recorrente, em março de 2009, após 28 (vinte e oito anos) de magistério postulou sua aposentadoria, cujo

pedido foi concedido. Porém, não deve incidir sobre o seu salário de benefício o fator previdenciário.

Dá-se, portanto, provimento ao recurso especial, julgando procedente o pedido inicial, para que seja excluído o

fator previdenciário do cálculo do salário-de-benefício da autora da ação, com incidência de juros de mora,

desde a citação, em 0,5%, até o advento da Lei n. 11.960, de 30/06/2009, que deu nova redação ao art. 1º -F da

Lei n. 9.494/97, na qual se estabeleceu o percentual da caderneta de poupança para o reajuste.

Condena-se o INSS ao pagamento dos ônus sucumbenciais, arbitrados em R$2.000,00 (dois mil) reais, a teor do §4º

do artigo 20 do Código de Processo Civil.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília (DF), 1º de agosto de 2014.

MINISTRO JORGE MUSSI

Relator

No mesmo sentido do afastamento do fator previdenciário da aposentadoria do

professor os seguintes julgamentos monocráticos do STJ: REsp 1163028, Ministro

SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, de 27/02/2013; REsp 1423286, Ministro HUMBERTO

MARTINS, de 19/12/2013.

Inicialmente, considerando que os Colegiados não deliberaram a respeito do tema,

entende-se que o julgamento monocrático de recursos especiais que versem sobre o afastamento

do fator previdenciário na aposentadoria de professor foi equivocado, pois não se cuida de tema

já enfrentado pelas Turmas, que apenas julgaram a conversão de tempo especial em comum.

Na mesma linha o TRF da 5ª Região, seguindo parte do STJ:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. CÁLCULO DA

RMI. PROFESSOR. APOSENTADORIA ESPECIAL. ENTENDIMENTO DO STJ. FATOR

PREVIDENCIÁRIO. AFASTAMENTO. RECURSO IMPROVIDO. 1. Agravo de instrumento interposto

pelo INSS contra decisão proferida pelo Juízo da 3ª Vara Federal de Sergipe que, no bojo de execução de

obrigação de fazer, determinou que o agravante procedesse ao recálculo da RMI da professora agravada

sem a aplicação do fator previdenciário e nos termos da sentença exequenda. 2. Sobre o tema, reformando

decisões do E. Tribunal Regional Federal da 4ª Região, invocadas como fundamento pelo agravante, o C.

STJ decidiu nos mesmos moldes da decisão ora agravada, no sentido de que o professor faz jus à contagem

do tempo de serviço prestado em condições perigosas e insalubres na forma da legislação vigente, à época

da prestação de serviço, isto é, com o acréscimo previsto na legislação previdenciária de regência,

considerando ter direito à conversão do tempo de serviço exercido no magistério como atividade especial

(Resp nº 1.163.028-RS, em 16/8/13). 3. Assim, em casos como o presente, sendo a aposentadoria do

professor que cumpre tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino

fundamental e médio, nos termos do art. 201 , parágrafo 8º, da Constituição da República, equiparada à

aposentadoria especial, não deve sobre ela incidir a aplicação do fator previdenciário no cálculo do

benefício. 4. Não bastasse, estando incluído no pedido inicial o afastamento do fator previdenciário e

havendo o pleito sido julgado totalmente procedente, caberia ao INSS, pelas vias recursais próprias,

insurgir-se contra o seu deferimento, o que não aconteceu na hipótese dos autos, já que a sentença transitou

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em julgado após a confirmação por este TRF da 5ª Região, sendo descabida a reapreciação do assunto em

sede de execução. 5. Não provimento do agravo de instrumento” (TRF 5ª Região, Agravo de Instrumento

– 135083, de 05/12/2013).

Vale frisar que existe julgado da 5ª Turma do STJ pelo afastamento do fator

previdenciário da aposentadoria por tempo de contribuição do professor:

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA.

PROFESSOR. FATOR PREVIDENCIÁRIO. INAPLICABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. 1. Não

incide o fator previdenciário no cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria do professor. Precedentes.

2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AgRg no REsp 1251165, de 07/10/2014).

No entanto, instada a se manifestar a respeito em sede agravo regimental, a 2ª Turma do

STJ não conheceu de recurso interposto contra decisão que aplicou o fator previdenciário em

aposentadoria por tempo de contribuição do professor, ao argumento de que a decisão rechaçada

se encontra fundamentada em tese constitucional:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. PROFESSOR. FATOR PREVIDENCIÁRIO.

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL AUTÔNOMO. SÚMULA 126/STJ. 1. O Tribunal a quo negou

provimento à Apelação, por entender que, "apesar das peculiaridades e regras próprias na legislação,

a aposentadoria de professor não é especial, no sentido de considerar as atividades que a ensejam

como penosas, insalubres ou perigosas, uma vez que desde a Emenda Constitucional nº 18/81 o labor

como professor passou a ser considerado como de tempo comum, ensejando apenas aposentadoria

por tempo de contribuição, ainda que com redução no número mínimo de anos exigido, sendo-lhe

aplicável, portanto, o fator previdenciário, a teor do art. 29, I da Lei 8.213/91" (fls. 100-101,

destaquei). 2. Como se verifica, a conclusão impugnada encontra-se efetivamente amparada, de

forma autônoma, por razões de ordem constitucional, o que impõe a aplicação da Súmula 126/STJ:

"É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional

e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não

manifesta recurso extraordinário". 3. Agravo Regimental não provido” (AgRg no AREsp 477607, de

22/04/2014).

Por tudo isto, nota-se que o tema está em aberto no Superior Tribunal de Justiça,

cabendo à 1ª Seção definir se o fator previdenciário deverá incidir ou não na aposentadoria por

tempo de contribuição do professor.

É certo que o STF já possui precedentes no sentido de que a aposentadoria do professor

deixou de ser especial com o advento da Emenda 18/1981, tanto que apenas admite a conversão

de especial em comum até a citada Emenda (vide, por exemplo, ARE 789638 / RS - RIO

GRANDE DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Relator(a): Min.

ROSA WEBER Julgamento: 07/03/2014).

Mas, por questões de equívoco terminológico, o STF ainda utilizada a expressão

“aposentadoria especial do professor”, muito embora não se enquadre no artigo 201, §1º, da

Constituição Federal, sendo apenas uma aposentadoria por tempo de contribuição com redução

em 05 anos no tempo de contribuição.

Ao que tudo indica até o momento este tema não será apreciado pelo STF, vez que não

se cuida diretamente de matéria constitucional definir o cálculo da renda do benefício do

professor, sendo assunto infraconstitucional. Veja-se um julgado da Suprema Corte nesse

sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PRE

VIDENCIÁRIO. FATOR PREVIDENCIÁRIO. LEI 9.876/1999. CONSTITUCIONALIDADE. ADI 2.1

11-MC/DF. APOSENTADORIA ESPECIAL DOS PROFESSORES. CÁLCULO DO MONTANTE

DEVIDO. A PLICAÇÃO DOFATOR PREVIDENCIÁRIO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.

AGRAVO IMPROVIDO. I – O Plenário desta Corte, no julgamento da ADI 2.111-MC/DF, Rel. Min. Syd

ney Sanches, entendeu constitucional o fator previdenciário previsto no art. 29 , caput, incisos e parágrafos,

da Lei 8.213/1991, com redação dada pelo art. 2º da Lei 9.876/1999. II – Naquela oportunidade, o

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Formatado: Recuo: À esquerda: 1,25cm, Espaço Antes: 0 pt, Padrão:Transparente (Branco), Tabulações: 1,62 cm, À esquerda + 3,23 cm, Àesquerda + 4,85 cm, À esquerda + 6,46 cm, À esquerda + 8,08 cm, Àesquerda + 9,69 cm, À esquerda + 11,31 cm, À esquerda + 12,92 cm, Àesquerda + 14,54 cm, À esquerda + 16,16 cm, À esquerda + 17,77 cm, Àesquerda + 19,39 cm, À esquerda + 21 cm, À esquerda + 22,62 cm, Àesquerda + 24,23 cm, À esquerda + 25,85 cm, À esquerda

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Tribunal afirmou, ainda, que a matéria atinente ao cálculo do montante do benefício previdenciário

já não possui disciplina constitucional. Por essa razão, a utilização do fator previdenciário, previsto n

a Lei 9.876/1999, no cálculo do valor devido à recorrente a título de aposentadoria não implica

2qualquer ofensa à Carta Magna. De fato, por ser matéria remetida à disciplina exclusivamente

infraconstitucional, a suposta violação do Texto Maio r se daria de forma meramente reflexa, circunstância

que torna inviável o recurso extraordinário. III – Agravo regimental improvido” (STF, ARE-AgR 702764,

de 13/11/2012).

2.5. APOSENTADORIA ESPECIAL

Decidiu a Suprema Corte que o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva

exposição do trabalhador a agente nocivo a sua saúde, de modo que se o Equipamento de

Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à

concessão constitucional de aposentadoria especial”. Esta foi a primeira tese aprovada.

No entanto, no caso do agente nocivo ruído, na hipótese de exposição do trabalhador a

ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador no âmbito do Perfil

Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de Proteção

Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para a aposentadoria. Esta

foi a segunda tese aprovada.

Assim sendo, o STF admitiu em abstrato a tese de que o EPI realmente eficaz

afastará a concessão da aposentadoria especial. No entanto, no caso do ruído, por não

admitir a eficácia real do EPI (tema cientificamente controverso), o seu uso não irá

descaracterizar o tempo especial prestado, adotando-se o mesmo entendimento da Súmula

09 da TNU. Trata-se, portanto, de decisão intermediária entre as teses do INSS e dos

segurados que desenvolvem atividades nocivas à saúde.

Nesse sentido, colaciona-se passagem dos Informativos 757 e 770:

“Aposentadoria especial e uso de equipamento de proteção – 1

O Plenário iniciou julgamento de recurso extraordinário com agravo em que se discute eventual

descaracterização do tempo de serviço especial, para fins de aposentadoria, em decorrência do uso de

equipamento de proteção individual (EPI) — informado no perfil profissiográfico previdenciário (PPP) ou

documento equivalente — capaz de eliminar a insalubridade. Questiona-se, ainda, a fonte de custeio para

essa aposentadoria especial. Preliminarmente, o Tribunal converteu o agravo em recurso extraordinário.

Mencionou que o agravo preencheria todos os requisitos, de modo a permitir o imediato julgamento do

extraordinário, porquanto presentes no debate o direito fundamental à previdência social, com reflexos

mediatos nos cânones constitucionais do direito à vida e à saúde. No mérito, o Ministro Luiz Fux

(relator) deu provimento ao recurso do INSS. Esclareceu que o denominado PPP poderia ser conceituado

como documento histórico-laboral do trabalhador, que reuniria, dentre outras informações, dados

administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica durante todo o período em que

este exercera suas atividades, referências sobre as condições e medidas de controle da saúde ocupacional de

todos os trabalhadores, além da comprovação da efetiva exposição dos empregados a agentes nocivos, e

eventual neutralização pela utilização de EPI. Citou a necessidade de se indicar a atividade exercida pelo

trabalhador, o agente nocivo ao qual estaria ele exposto, a intensidade e a concentração do agente, além de

exames médicos clínicos. Frisou que aos trabalhadores seria assegurado o exercício de suas funções em

ambiente saudável e seguro (CF, artigos 193 e 225). Destacou que o anexo IV do Decreto 3.048/1999

(Regulamento da Previdência Social) traria a classificação dos agentes nocivos e, por sua vez, a Lei

9.528/1997, ao modificar a Lei de Benefícios da Previdência Social, teria fixado a obrigatoriedade de as

empresas manterem laudo técnico atualizado, sob pena de multa, bem como de elaborarem e manterem

PPP, a abranger as atividades desenvolvidas pelo trabalhador. Sublinhou que a Lei 9.528/1997 seria norma

de aplicabilidade contida, ante a exigência de regulamentação administrativa, que ocorrera por meio da

Instrução Normativa 95/2003, cujo marco temporal de eficácia fora fixado para 1º.1.2004. Aduziu, também,

que a Instrução Normativa 971/2009, da Receita Federal, ao dispor sobre normas gerais de tributação

previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à previdência social e às outras

entidades ou fundos, teria assentado que referida contribuição não seria devida se houvesse a efetiva

utilização, comprovada pela empresa, de equipamentos de proteção individual que neutralizassem ou

reduzissem o grau de exposição a níveis legais de tolerância.

Aposentadoria especial e uso de equipamento de proteção - 2

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O Ministro Luiz Fux reconheceu que os tribunais estariam a adotar a teoria da proteção extrema, no sentido

de que, ainda que o EPI fosse efetivamente utilizado e hábil a eliminar a insalubridade, não estaria

descaracterizado o tempo de serviço especial prestado (Enunciado 9 da Súmula da Turma Nacional de

Uniformização dos Juizados Especiais Federais). Salientou que a controvérsia interpretativa a respeito da

concessão de aposentadoria especial encerraria situações diversas: a) para o INSS, se o EPI fosse

comprovadamente utilizado e eficaz na neutralização da insalubridade, a aposentadoria especial não deveria

ser concedida; b) para a justiça de 1ª instância, o benefício seria devido; c) para a receita federal, a

contribuição não seria devida e a concessão do benefício, sem fonte de custeio, afrontaria a Constituição

(art. 195, § 5º). Realçou que a melhor interpretação constitucional a ser dada ao instituto seria aquela que

privilegiasse, de um lado, o trabalhador e, de outro, o preceito do art. 201 da CF. Ponderou que, apesar de

constar expressamente na Constituição (art. 201, § 1º) a necessidade de lei complementar para regulamentar

a aposentadoria especial, a EC 20/1998 teria fixado, expressamente, em seu art. 15, como norma de

transição, que “até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1º, da Constituição Federal, seja

publicada, permanece em vigor o disposto nos artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, na

redação vigente à data da publicação desta Emenda”. Registrou que a concessão de aposentadoria especial

dependeria, em todos os casos, de comprovação, pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho

permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudicassem a saúde

ou a integridade física, durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, a depender do agente nocivo.

Asseverou que não se poderia exigir dos trabalhadores expostos a agentes prejudiciais à saúde e com

maior desgaste, o cumprimento do mesmo tempo de contribuição daqueles empregados que não

estivessem expostos a qualquer agente nocivo. Ressaltou, outrossim, não ser possível considerar que

todos os agentes químicos, físicos e biológicos seriam capazes de prejudicar os trabalhadores de igual

forma e grau, do que resultaria a necessidade de se determinar diferentes tempos de serviço mínimo

para aposentadoria, de acordo com cada espécie de agente nocivo. Assentou que a verificação da

nocividade laboral para caracterizar o direito à aposentadoria especial conferiria maior eficácia ao

instituto à luz da Constituição. Discordou do entendimento segundo o qual o benefício previdenciário

seria devido em qualquer hipótese, desde que o ambiente fosse insalubre (risco potencial do dano). No

caso concreto, assinalou que, a tratar especificamente do agente nocivo ruído, o aresto recorrido se

baseara na tese jurídica de que a utilização de equipamento de proteção individual que neutralizasse,

eliminasse ou reduzisse a nocividade dos agentes não excluiria a aposentadoria especial. Não indicara,

contudo, se o equipamento seria eficiente para gerar aposentadoria especial. Nesse aspecto, consignou

que a tese escorreita a ser firmada seria no sentido de que a utilização de equipamento de proteção

individual, comprovada mediante formulário (PPP ou documento equivalente) na forma estabelecida

pela legislação previdenciária, não caracterizaria tempo de serviço especial e, via de consequência,

não permitiria que o trabalhador tivesse direito à aposentadoria especial. Enfatizou que a autoridade

competente poderia, no exercício da fiscalização, aferir as informações prestadas pela empresa e constantes

no laudo técnico de condições ambientais do trabalho, sem prejuízo do controle judicial. Consignou que as

atividades laborais nocivas e sua respectiva eliminação deveriam ser meta da sociedade, do Estado, do

empresariado e dos trabalhadores como princípios basilares da Constituição. Em seguida, pediu vista dos

autos o Ministro Roberto Barroso.

Aposentadoria especial e uso de equipamento de proteção - 3

O direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua

saúde, de modo que, se o Equipamento de Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de

neutralizar a nocividade, não haverá respaldo constitucional à concessão de aposentadoria especial.

Ademais — no que se refere a EPI destinado a proteção contra ruído —, na hipótese de exposição do

trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador, no âmbito do

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do EPI, não descaracteriza o

tempo de serviço especial para a aposentadoria. Esse o entendimento do Plenário que, em conclusão de

julgamento, desproveu recurso extraordinário com agravo em que discutida eventual descaracterização do

tempo de serviço especial, para fins de aposentadoria, em decorrência do uso de EPI — informado no PPP

ou documento equivalente — capaz de eliminar a insalubridade. Questionava-se, ainda, a fonte de custeio

para essa aposentadoria especial — v. Informativo 757. O Colegiado afirmou que o denominado PPP

poderia ser conceituado como documento histórico-laboral do trabalhador, que reuniria, dentre outras

informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica durante

todo o período em que ele exercera suas atividades, referências sobre as condições e medidas de controle da

saúde ocupacional de todos os trabalhadores, além da comprovação da efetiva exposição dos empregados a

agentes nocivos, e eventual neutralização pela utilização de EPI. Seria necessário indicar a atividade

exercida pelo trabalhador, o agente nocivo ao qual estaria ele exposto, a intensidade e a concentração do

agente, além de exames médicos clínicos. Não obstante, aos trabalhadores seria assegurado o exercício de

suas funções em ambiente saudável e seguro (CF, artigos 193 e 225). A respeito, o anexo IV do Decreto

3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social) traz a classificação dos agentes nocivos e, por sua vez, a

Lei 9.528/1997, ao modificar a Lei de Benefícios da Previdência Social, fixa a obrigatoriedade de as

empresas manterem laudo técnico atualizado, sob pena de multa, bem como de elaborarem e manterem

PPP, a abranger as atividades desenvolvidas pelo trabalhador. A referida Lei 9.528/1997 seria norma de

aplicabilidade contida, ante a exigência de regulamentação administrativa, que ocorrera por meio da

Instrução Normativa 95/2003, cujo marco temporal de eficácia fora fixado para 1º.1.2004. Ademais, a

Instrução Normativa 971/2009, da Receita Federal, ao dispor sobre normas gerais de tributação

previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à previdência social e às outras

entidades ou fundos, assenta que referida contribuição não é devida se houver a efetiva utilização,

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comprovada pela empresa, de equipamentos de proteção individual que neutralizem ou reduzam o grau de

exposição a níveis legais de tolerância.

Aposentadoria especial e uso de equipamento de proteção - 4

O Colegiado reconheceu que os tribunais estariam a adotar a teoria da proteção extrema, no sentido de que,

ainda que o EPI fosse efetivamente utilizado e hábil a eliminar a insalubridade, não estaria descaracterizado

o tempo de serviço especial prestado (Enunciado 9 da Súmula da Turma Nacional de Uniformização dos

Juizados Especiais Federais). Destacou, entretanto, que o uso de EPI com o intuito de evitar danos

sonoros — como no caso — não seria capaz de inibir os efeitos do ruído. Salientou que a controvérsia

interpretativa a respeito da concessão de aposentadoria especial encerraria situações diversas: a) para o

INSS, se o EPI fosse comprovadamente utilizado e eficaz na neutralização da insalubridade, a

aposentadoria especial não deveria ser concedida; b) para a justiça de 1ª instância, o benefício seria devido;

e c) para a Receita Federal, a contribuição não seria devida e a concessão do benefício, sem fonte de

custeio, afrontaria a Constituição (art. 195, § 5º). Realçou que a melhor interpretação constitucional a ser

dada ao instituto seria aquela que privilegiasse, de um lado, o trabalhador e, de outro, o preceito do art. 201

da CF. Ponderou que, apesar de constar expressamente na Constituição (art. 201, § 1º) a necessidade de lei

complementar para regulamentar a aposentadoria especial, a EC 20/1998 fixa, expressamente, em seu art.

15, como norma de transição, que “até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1º, da

Constituição Federal, seja publicada, permanece em vigor o disposto nos artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213, de

24 de julho de 1991, na redação vigente à data da publicação desta Emenda”. A concessão de aposentadoria

especial dependeria, em todos os casos, de comprovação, pelo segurado, perante o INSS, do tempo de

trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudicassem a

saúde ou a integridade física, durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, a depender do agente nocivo.

Não se poderia exigir dos trabalhadores expostos a agentes prejudiciais à saúde e com maior desgaste, o

cumprimento do mesmo tempo de contribuição daqueles empregados que não estivessem expostos a

qualquer agente nocivo. Outrossim, não seria possível considerar que todos os agentes químicos, físicos e

biológicos seriam capazes de prejudicar os trabalhadores de igual forma e grau, do que resultaria a

necessidade de se determinar diferentes tempos de serviço mínimo para aposentadoria, de acordo com cada

espécie de agente nocivo. A verificação da nocividade laboral para caracterizar o direito à aposentadoria

especial conferiria maior eficácia ao instituto à luz da Constituição. O Plenário discordou do

entendimento segundo o qual o benefício previdenciário seria devido em qualquer hipótese, desde que

o ambiente fosse insalubre (risco potencial do dano). A autoridade competente poderia, no exercício da

fiscalização, aferir as informações prestadas pela empresa e constantes no laudo técnico de condições

ambientais do trabalho, sem prejuízo do controle judicial. As atividades laborais nocivas e sua respectiva

eliminação deveriam ser meta da sociedade, do Estado, do empresariado e dos trabalhadores como

princípios basilares da Constituição. O Ministro Marco Aurélio, ao acompanhar o dispositivo da decisão

colegiada, limitou-se a desprover o recurso, sem acompanhar as teses fixadas. O Ministro Teori Zavascki,

por sua vez, endossou apenas a primeira tese, tendo em vista reputar que a segunda — alusiva a ruído acima

dos limites de tolerância — não teria conteúdo constitucional. O Ministro Luiz Fux (relator) reajustou seu

voto relativamente ao EPI destinado à proteção contra ruído. ARE 664335/SC, rel. Min. Luiz Fux,

4.12.2014. (ARE-664335)”.

2.6. AUXÍLIO-DOENÇA

Com o advento da Medida Provisória 664, de 30 de dezembro de 2014, algumas regras

do auxílio-doença foram alteradas, tendo o artigo 59 da Lei 8.213/91 sido expressamente

revogado pelo artigo 6º, inciso II, letra B, da citada MP, que também alterou a redação do artigo

60 da Lei 8.213/91.

O artigo 59 da Lei 8.213/91, revogado expressamente pela MP 664/2014 (artigo 6º,

inciso II, letra B), previa como hipótese de incidência do auxílio-doença o segurado “ficar

incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias

consecutivos”.

Na atualidade, o tema é disciplinado pelo artigo 60 da Lei 8.213/91, alterado pela MP

664/2014, ao dispor que “o auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado

para seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o

período de carência exigido nesta Lei”.

Desta forma, certamente por erro de redação ou descuido, pois o auxílio-doença não

deveria ser concedido para curtos afastamentos laborativos, a MP 664/2014 não mais exige que

a incapacidade laboral para o trabalho habitual supere a 15 dias consecutivos.

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No caso do empregado não há problema, pois a nova legislação incumbiu a empresa de

pagar o salário do segurado incapacitado pelos primeiros 30 dias, passando a ser devido o

auxílio-doença ao empregado a contar do 31º do afastamento, se requerido em até 45 dias deste.

Mas a brecha beneficia os demais segurados (empregado doméstico, trabalhador avulso,

segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo), posto que com a revogação

expressa do artigo 59 e a nova redação do artigo 60 da Lei 8.213/91 não há regra que impeça a

concessão do auxílio-doença para esses segurados para um curto afastamento laboral, mesmo

que seja de um dia, desde que o requerimento administrativo seja ofertado em até 30 dias. Veja-

se o texto dado ao mencionado artigo pela MP 664/2014:

“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua

atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei:

I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade ou a partir da

data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem

mais de quarenta e cinco dias; e

II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento,

se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias”.

Espera-se que esse erro de redação seja corrigido com a devida urgência, haja vista não

ter sido o objetivo de a novel legislação conceder o auxílio-doença para os demais segurados

para curtos afastamentos, lotando a perícia médica e gerando pagamentos de auxílios-doença

para mínimos afastamentos.

...

Apenas no caso do segurado empregado, durante os primeiros 30 (trinta) 15 dias

consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa

pagar o seu salário integral. Esse prazo era de 15 e foi elevado para 30 dias pela MP

664/2014, vigorando, neste ponto, a partir de 01 de março de 2015.

Contudo, se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias

contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo

aos trinta quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e

descontando-se os dias trabalhados, se for o caso, nos termos do artigo 75 do Decreto 3.048/99,

que se atualizou pela MP 664/2014.

Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 30 15

dias, retornando à atividade no trigésimo primeiro décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar

dentro de 60 dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio-doença a

partir da data do novo afastamento.

...

O auxílio-doença é um benefício previsto para todos os segurados, tendo a renda mensal

inicial de 91% do salário de benefício, não podendo ser inferior a um salário mínimo, pois visa

substituir a remuneração do beneficiário5.

5 Antes da Lei 9.032/95, o auxílio-doença por acidente de trabalho era de 92% do salário de benefício, ou então no valor do salário

de contribuição do dia do acidente, se mais benéfico . Já o auxílio-doença comum era de 80% do salário de benefício, acrescido de

1% por cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 100%.

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No entanto, a MP 664/2014 instituiu um novo teto para o valor do auxílio-doença, ao

inserir o §10 no artigo 29 da Lei 8.213/91, que determina que “o auxílio-doença não poderá

exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no

caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética

simples dos salários-de-contribuição existentes”.

Isto posto, o auxílio-doença não poderá superar a média aritmética simples dos 12

últimos salários de contribuição do segurado ou, se inexistentes 12 salários de contribuição no

período básico de cálculo (a partir de julho de 1994), deverá ser feita a média aritmética simples

de todos os salários de contribuição existentes, sempre com a óbvia incidência da correção

monetária.

Certamente o motivo desta nova regra é aproximar o valor do auxílio-doença da

remuneração percebida pelo segurado nos 12 últimos meses, a fim de evitar que o benefício

fique com renda superior se o segurado possuir altos salários de contribuição no passado, o que

poderá gerar a acomodação do segurado, se o auxílio-doença superar a sua remuneração mensal

habitual.

Eis os argumentos trazidos pela Exposição de Motivos da MP 664/2014 para justificar

este novo dispositivo:

“12. Além dos ajustes nas regras de pensões, outras espécies de benefícios também vem apresentado um

ritmo crescente das despesas. No caso do auxílio-doença, a despesa bruta cresceu de R$ 14,2 bilhões, em

2006, para cerca de R$ 22,9 bilhões, que representou uma alta relativa de 60,6% no período. O estoque de

benefício passou de cerca de 1,2 milhão, no final de 2009, para o patamar de 1,7 milhão em outubro de

2014, reflexo, entre outros fatores, do incremento de contribuintes ou segurados que vem sendo observado

desde 2004. Este benefício também possui distorções. Em primeiro lugar, o cálculo do valor deste benefício

temporário é feita da mesma forma que aqueles de caráter permanente como, por exemplo, as

aposentadorias, ou seja, se utilizando da média dos 80% maiores salários-de-contribuição desde julho de

1994 até o momento atual. Contudo, essa regra vem criando situações em que o valor do benefício fica

acima do último salário do segurado, gerando um desincentivo para volta ao trabalho. Nesse sentido, torna-

se recomendável o estabelecimento de um teto para o valor de benefício, mais especificamente, a média dos

12 últimos salários-de-contribuição”.

...

Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial

do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da incapacidade e a data de

entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a

data de entrada do requerimento na Previdência Social.

Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a

obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 30 (trinta) 15

primeiros dias do afastamento.

Logo, para o segurado empregado, desde a MP 664/2014, a data de início do benefício

não será a data da incapacidade, e sim o 31º (trigésimo primeiro) 16º dia seguinte.

Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar

mais de 45 (quarenta e cinco) 30 dias, a data de início do benefício será a data de entrada do

requerimento na Previdência Social.

A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o

exame médico e o abono das faltas correspondentes ao período de 30 de afastamento do seu

empregado e somente deverá encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social

quando a incapacidade ultrapassar trinta dias.

Até o advento da MP 664/2014, as perícias do INSS eram realizadas exclusivamente por

servidores efetivos concursados, os Peritos-Médicos Previdenciários dos quadros da autarquia.

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Todavia, abriu-se a porta perigosa da antiga terceirização no novel §5º do artigo 60 da Lei

8.213/91:

“§5º. O INSS a seu critério e sob sua supervisão, poderá, na forma do regulamento, realizar perícias

médicas:

I - por convênio ou acordo de cooperação técnica com empresas; e

II - por termo de cooperação técnica firmado com órgãos e entidades públicos, especialmente onde não houver serviço de perícia médica do INSS”.

Ora, no passado existiam os médicos particulares credenciados que realizavam as

perícias do INSS e esta delegação de serviço público ao particular apresentou inúmeros

problemas e havia sido banida.

Logo, trata-se de flagrante retrocesso, pois a solução seria a União investir na carreira

dos peritos-médicos previdenciários abrindo novas vagas, ao invés de abrir as portas para a

terceirização que tantos riscos oferece ao INSS e aos beneficiários.

2.7. AUXÍLIO-ACIDENTE

E finalmente a Advocacia-Geral da União alterou a redação da Súmula 44, através

da Súmula 65, de 05 de julho de 2012:

“Súmula 44 da AGU: Para a acumulação do auxílio-acidente com proventos de

aposentadoria, a lesão incapacitante e a concessão da aposentadoria devem ser

anteriores as alterações inseridas no art. 86 § 2º, da Lei 8.213/91, pela Medida

Provisória nº 1.596-14, convertida na Lei nº 9.528/97”.

Posteriormente, esta súmula teve a redação aperfeiçoada pela Súmula AGU 75, de 02 de

abril de 2014:

Súmula 44 - "Para a acumulação do auxílio-acidente com proventos de

aposentadoria, a consolidação das lesões decorrentes de acidentes de qualquer

natureza, que resulte sequelas definitivas, nos termos do art. 86 da Lei nº 8.213/91, e

a concessão da aposentadoria devem ser anteriores às alterações inseridas no art.

86, § 2º da Lei nº 8.213/91, pela Medida Provisória nº 1.596-14, convertida na Lei nº

9.528/97" (redação dada pela Súmula AGU 75/2014).

A redação foi ajustada porque não é a lesão incapacitante que dá direito ao auxílio-

acidente, e sim a consolidação de lesão por acidente de qualquer natureza ou causa que gere

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sequela que repercuta na capacidade laboral para o trabalho habitual, sendo pertinente a

alteração promovida pela Advocacia-Geral da União.

Evidentemente, o novo entendimento da AGU não deverá ter eficácia retroativa, em

respeito ao Princípio da Segurança Jurídica e da regra do artigo 2º, inciso XIII, da Lei 9.784/99

(Lei do Processo Administrativo Federal), que aponta como critério de atuação da

Administração Pública federal a “interpretação da norma administrativa da forma que melhor

garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova

interpretação”, conservando-se as acumulações já deferidas.

Em apenas um ponto não se concorda nesta obra com a posição do STJ e da AGU. Isso

porque, mesmo que a aposentadoria seja concedida após a Lei 9.528/97, caso o direito adquirido

se aperfeiçoe antes da referida norma é de se permitir a acumulação.

Isto porque é no dia em que o segurado preenche os requisitos para o auxílio-acidente e

qualquer aposentadoria que se há de definir o regime jurídico aplicável, e não o dia da

concessão.

Valeu frisar que a jurisprudência do STJ foi cristalizada na Súmula 507, aprovada pela

1ª Seção em 26 de março de 2014:

“Súmula 507 - A acumulação de auxílio-acidente com aposentadoria pressupõe que

a lesão incapacitante e a aposentadoria sejam anteriores a 11/11/1997, observado o

critério do artigo 23 da Lei 8.213/91 para definição do momento da lesão nos casos

de doença profissional ou do trabalho”.

2.8. PENSÃO POR MORTE

Todos os segurados poderão instituir pensão por morte se deixarem dependentes, sendo

que o benefício independia de carência até o advento da Medida Provisória 664, de

30/12/2014.independe de carência.

Desde então, o artigo 25 da Lei 8.213/91 passou a exigir carência de 24 recolhimentos

mensais para a concessão da pensão por morte como regra geral, salvo nas exceções a

serem vistas.

Excepcionalmente, a pensão por morte somente dispensará a carência apenas em

duas situações:

A) Quando o segurado falecido estava em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por

invalidez;

B) Quando a morte do segurado decorreu de acidente de trabalho (típico, por

equiparação ou no caso das doenças ocupacionais).

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na

carência da pensão por morte somente possuem vigência a partir do “primeiro dia do terceiro

mês subseqüente à data de publicação desta Medida Provisória”, ou seja, somente se aplica aos

óbitos perpetrados a partir de 01 de março de 2015.

A exigência de carência para a pensão por morte como regra geral (24 contribuições

mensais) busca reduzir os enormes impactos deste benefício na Previdência Social brasileira,

assim como impedir filiações à beira da morte apenas com o objetivo de gerar a pensão por

morte.

...

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É obrigatório que o pensionista inválido se submeta a exame médico a cargo da

previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e

tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são

facultativos, independentemente de sua idade, sob pena de suspensão do benefício.

No entanto, desde o advento da Lei 13.063, de 30 de dezembro de 2014, que alterou o

artigo 101 da Lei 8.213/91, o pensionista inválido estará isento do exame pericial após

completar 60 (sessenta) anos de idade, salvo se o próprio pensionista solicitar a realização do

exame para verificar a recuperação da sua capacidade de trabalho, caso se julgue apto.

...

No entanto, desde o advento da MP 664/2014, nos termos da atual redação do artigo 74,

§2º, da Lei 8.213/91, “o cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da

pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois

anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que:

I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início

da união estável; ou

II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível

de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência,

mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após

o casamento ou início da união estável e anterior ao óbito.”

O objetivo deste novo dispositivo é prevenir a ocorrência de fraudes contra a

Previdência Social, pois, não raro, existiam casamentos e uniões estáveis (reais ou não)

firmados de última hora para a concessão de pensão por morte de segurados idosos ou

gravemente enfermos.

De agora em diante, como regra geral, se entre a celebração do casamento ou termo

inicial da união estável (e homoafetiva, por analogia) e o falecimento do segurado não se

alcançou ao menos o prazo de dois anos, a pensão por morte será indevida, salvo se o segurado

morreu de acidente após o enlace matrimonial (infortúnio) ou o cônjuge, o companheiro ou a

companheira seja permanentemente inválido para o trabalho com causa posterior ao casamento

ou união estável e até o dia da morte do segurado.

Vale frisar que a vigência do novo §2º do artigo 74 da Lei 8.213/91 não se deu em

30/12/2014, data da publicação da MP 664/2014, e sim quinze dias após, em 14 de janeiro de

2015, somente se aplicando aos óbitos verificados a contar desta data.

A situação do ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira que conserva a

qualidade de dependente ao perceber pensão alimentícia ou sustento de fato do segurado não foi

tratada literalmente pela MP 664/2014.

Suponha-se que um segurado tenha sido casado por um ano e tenha se divorciado com

direito a alimentos para a sua ex-esposa. Após seis meses, o segurado falece de causa não

acidentária.

Nesta situação, terremos um ano de casamento e seis meses pensão alimentícia, o que

poderia gerar a conclusão de que a pensão por morte deveria ser negada pelo INSS, pois o

matrimônio não alcançou a dois anos.

No entanto, o artigo 74, §2º, da Lei 8.213/91, por se tratar de norma restritiva de direito,

não pode ser interpretada de maneira ampliativa, pois apenas se refere ao cônjuge, companheiro

ou companheira, e não ao ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, sendo uma brecha

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legal que deve permitir a concessão da pensão por morte no caso, mesmo sendo uma situação

esdrúxula, pois o “ex” terá tratamento mais favorável.

...

Por tudo isto, a MP 664/2014 alterou a redação do artigo 75 da Lei 8.213/91, que

passou a prever que “o valor mensal da pensão por morte corresponde a 50% do valor da

aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse

aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais

de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até

o máximo de cinco”, assegurado o valor de um salário mínimo no total, vez que se cuida de

benefício previdenciário que substitui a remuneração do segurado.

Trata-se de um retrocesso na proteção previdenciária, mas que era necessário pelos

enormes gastos gerados pela pensão por morte que iriam prejudicar as gerações futuras, vez que

os recursos seriam retirados de outras áreas sociais.

Há, no entanto, um caso especial de acréscimo de 10% no valor da pensão por

morte a ser rateado entre todos os dependentes. Isso no caso de haver filho do segurado ou

pessoa a ele equiparada, que seja órfão de pai e mãe na data da concessão da pensão ou durante

o período de manutenção desta, observado o limite máximo de 100% do valor da aposentadoria

que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na

data de seu falecimento e a maioridade previdenciária do órfão, quando a cota extra cessará.

Contudo, a aludida cota extra de 10% na pensão por morte em que haja pensionista

órgão de pai e de mãe não será aplicada quando for devida mais de uma pensão aos dependentes

do segurado, a exemplo da concessão de duas pensões deixadas pelo pai e mãe segurados

falecidos.

A cota individual de 10% da pensão por morte irá cessar com a perda da

qualidade de dependente, revertendo-se em favor dos demais a parte daquele cujo direito

à pensão cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento.

Suponha-se que um segurado faleceu deixando uma esposa e dois filhos menores de 21

anos não emancipados. Neste caso, será concedida pensão por morte de 80% do salário de

benefício (se o segurado estava na ativa) ou de 80% da sua aposentadoria (se morreu já

aposentado), pois se aplica o valor básico de 50% acrescido de 3 cotas de 10%.

Quando o filho mais velho completar 21 anos de idade (se não inválido ou não

interditado por problemas mentais), a pensão por morte será reduzida para 70% para os dois

dependentes remanescentes.

Por sua vez, quando o segundo filho também deixar de ser dependente ao alcançar a

maioridade previdenciária, a pensão por morte percebida exclusivamente pela viúva será de

60%.

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na renda

da pensão por morte somente possuem vigência a partir do “primeiro dia do terceiro mês

subseqüente à data de publicação desta Medida Provisória”, ou seja, somente se aplica aos

óbitos perpetrados a partir de 01 de março de 2015.

...

Após a publicação da Medida Provisória 664/2014, a pensão por morte no Regime

Geral de Previdência Social para cônjuges, companheiros e companheiras passou a ser

temporária ou vitalícia, a depender da expectativa de sobrevida do dependente aferida no

momento do óbito do instituidor segurado.

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Anteriormente, para os citados dependentes, a pensão por morte era vitalícia, vedada a

acumulação de mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvada a opção

pela mais vantajosa.

A expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade -

ambos os sexos - construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

IBGE, vigente no momento do óbito do segurado instituidor, que é publicada anualmente no dia

1º de dezembro.

Para que seja definitiva a pensão por morte, é necessário que o dependente, no dia

do óbito do segurado, possua uma expectativa de sobrevida de até 35 anos. Caso a

expectativa de sobrevida do dependente no dia do óbito do segurado supere a 35 anos, será

concedida a pensão por morte temporária, observada a seguinte tabela:

EXPECTATIVA DE SOBREVIDA DO DEPENDENTE NO

DIA DO ÓBITO DO SEGURADO/TABELA IBGE

ANOS DE DURAÇÃO DA PENSÃO POR

MORTE

Maior que 35 e até 40 anos 15 anos

Maior que 40 e até 45 anos 12 anos

Maior que 45 e até 50 anos 09 anos

Maior que 50 e até 55 anos 06 anos

Maior que 55 anos 03 anos

Considerando que a tábua do IBGE em vigor a partir de 01/12/2014 previu que a pessoa

com 44 anos de idade possui uma expectativa de sobrevida de 35,0 anos, conclui-se que para os

óbitos ocorridos até 30/11/2015, o dependente cônjuge, companheiro ou companheira com 44

anos ou mais de idade no dia da morte terá direito à pensão por morte vitalícia, devendo-se

adotar uma nova tabela após a citada data, vez que em 01/12/2015 será publicada uma nova

tábua de expectativa de sobrevida pelo IBGE.

Para os pensionistas na condição de cônjuges, companheiros ou companheiras mais

jovens, será adotada a seguinte tabela para os óbitos ocorridos até 30/11/2015:

FAIXA ETÁRIA DURAÇÃO DA PENSÃO POR

MORTE

De 39 até antes de completar 44 anos de idade 15 anos

De 33 até antes de completar 39 anos de idade 12 anos

De 28 até antes de completar 33 anos de idade 9 anos

De 22 até antes de completar 28 anos de idade 6 anos

Até antes de completar 22 anos de idade 3 anos

No entanto, existe uma segunda possibilidade de concessão de pensão por morte

vitalícia. Isso se, independentemente da sua expectativa de sobrevida, o cônjuge, o

companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para

o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame

médico-pericial a cargo do INSS, por acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou

início da união estável e a cessação do pagamento do benefício.

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, a concessão da pensão por morte

temporária somente possui vigência a partir do “primeiro dia do terceiro mês subseqüente à data

de publicação desta Medida Provisória”, ou seja, somente se aplica aos óbitos perpetrados a

partir de 01 de março de 2015.

Eis passagem da Exposição de Motivos da MP 664/2014 para justificar a alteração das

regras da pensão por morte:

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Tabela formatada

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“2. Cabe salientar que, em função do processo de envelhecimento populacional, decorrente da combinação

de queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida, haverá um aumento da participação dos idosos

na população total e uma piora da relação entre contribuintes e beneficiários. A participação dos idosos na

população total deverá crescer de 11,3%, em 2014, para 33,7% em 2060, conforme dados da projeção

demográfica do IBGE. Como resultado, o relatório de avaliação atuarial e financeira do RGPS, que faz

parte dos anexos do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), estima o crescimento da despesa,

em % do PIB, do atual patamar de 7% para cerca de 13% em 2050. O artigo 201 da Constituição estabelece

que a Previdência Social deverá ser organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de

filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

3. Como é do conhecimento de Vossa Excelência, a pensão por morte no âmbito do RGPS é um benefício

concedido aos dependentes do segurado falecido, visando preservar a dignidade daqueles que dele

dependiam. Ocorre, entretanto, que as regras de acesso a tal benefício têm permitido distorções que

necessitam de ajuste, tendo em vista estarem desalinhadas com os padrões internacionais e com as boas

práticas previdenciárias, possibilitando a concessão a pessoas que pouco contribuíram para o regime ou, o

que é pior, até mesmo com apenas uma contribuição. Entre os principais desalinhamentos podem ser

citados: a) ausência de carência para pensão por morte previdenciária, apenas a qualidade de segurado; b)

ausência de tempo mínimo de casamento ou união estável; c) beneficio vitalício para cônjuges,

companheiros ou companheiras independentemente da idade. A maioria dos países exige carência, tempo

mínimo de casamento e tem tratamento diferenciado dependendo da idade do cônjuge.

4. Torna-se ainda mais evidente a relevância e urgência das medidas ora propostas quando se analisa a

evolução das despesas com o benefício de pensão por morte.

5. A despesa bruta com pensão por morte no âmbito do RGPS cresceu do patamar de R$ 39 bilhões,

em 2006, para R$ 86,5 bilhões em 2013 e, portanto, mais que dobrou em valores nominais no período

(alta de 121,5%), com um crescimento médio anual de cerca de 12% a.a.. Em termos da despesa em

% do PIB, os pagamentos com pensão passaram de 1,6% do PIB, em 2006, para cerca de 1,8% em

2013, apenas considerado o RGPS, sem levar em consideração os Regimes Próprios de Previdência

dos servidores públicos. A quantidade de pensões emitidas e a duração média do benefício também têm

crescido ao longo do tempo. O total de pensões no âmbito do RGPS passou de 5,9 milhões, em dezembro

de 2005, para cerca de 7,4 milhões em outubro de 2014, um incremento de cerca de 1,5 milhão no período.

A duração média dos benefícios cessados passou do patamar de 13 anos, em 1999, para 16 anos em 2012,

reflexo, entre outros fatores, do aumento da expectativa de vida e sobrevida e das atuais regras de

concessão. Considerando as pensões por morte cessadas em 2013, cerca de 20,3 mil tiveram duração de 35

anos ou mais. Esse impacto na duração afeta, conseqüentemente, a despesa total com esses benefícios, na

medida em que essa despesa é resultado do produto do valor do benefício pelo tempo em que são pagos. O

incremento da despesa por si só não é um problema, quando representa maior nível de proteção, mas

certamente não é recomendável quando decorre de regras inadequadas de concessão e também pressiona a

carga tributária.

6. Nesse sentido, o primeiro ponto de destaque é a inclusão de carência de 24 (vinte e quatro) meses para

gozo do benefício da pensão por morte, ressalvadas, obviamente, algumas hipóteses, como a morte

decorrente de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho e nos casos em que o segurado já

estava em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Hoje o benefício não possui carência, o

que tem permitido que o recolhimento da contribuição, pelos dependentes, em nome do segurado, possa

ocorrer, até mesmo, após a morte do segurado, pois o prazo de pagamento da contribuição previdenciária

ocorre somente no mês seguinte à competência que deu origem ao fato gerador tributário. O auxílio-

reclusão, que atualmente não tem carência, também passaria a exigir dois anos de carência, pois sua

regra de cálculo é idêntica ao cálculo do benefício da pensão por morte.

7. De igual maneira, é possível a formalização de relações afetivas, seja pelo casamento ou pela união

estável, de pessoas mais idosas ou mesmo acometidas de doenças terminais, com o objetivo exclusivo

de que o benefício previdenciário recebido pelo segurado em vida seja transferido a outra pessoa.

Ocorre que a pensão por morte não tem a natureza de verba transmissível por herança e tais uniões

desvirtuam a natureza da previdência social e a cobertura dos riscos determinados pela Constituição

Federal, uma vez que a sua única finalidade é de garantir a perpetuação do benefício recebido em vida para

outra pessoa, ainda que os laços afetivos não existissem em vida com intensidade de, se não fosse a questão

previdenciária, justificar a formação de tal relação. Para corrigir tais distorções se propõe que formalização

de casamento ou união estável só gerem o direito a pensão caso tais eventos tenham ocorrido 2 anos antes

da morte do segurado, ressalvados o caso de invalidez do cônjuge, companheiro ou companheira após o

início do casamento ou união estável, e a morte do segurado decorrente de acidente.

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8. Também propomos, Senhora Presidenta, ajustes na forma de cálculo do benefício, pois o núcleo familiar

foi diminuído com o falecimento do segurado. Dessa forma, sugere-se que o benefício seja constituído de

uma parcela de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou que teria direito se estivesse

aposentado por invalidez na data do falecimento, reversível aos segurados remanescentes, e uma parcela

individual de 10% por cada dependente, não reversível no caso de perda da condição de dependente.

9. Propõe-se, entretanto, uma diferenciação na regra de cálculo para o caso dos filhos que se tornem órfãos

de ambos os pais, garantindo um acréscimo de 10% no valor da pensão por morte, rateado entre todos os

filhos, com vistas a uma maior proteção em decorrência da situação de desamparo provocada pela morte de

ambos os genitores.

10. Submetemos, também, à apreciação de Vossa Excelência, que prazo de duração da pensão por morte

varie em função da idade do dependente, sendo vitalícia somente para cônjuge, companheiro ou

companheira que tenha expectativa de sobrevida de até 35 anos, sendo reduzida a duração do benefício

quanto maior seja a expectativa de sobrevida, após esse limite Assim, Senhora Presidenta, a medida visa

estimular que o dependente jovem busque seu ingresso no mercado de trabalho, evitando a geração de

despesa a conta do RGPS para pessoas em plena capacidade produtiva, permitindo, ao mesmo tempo, o

recebimento de renda por certo período para que crie as condições necessárias ao desenvolvimento de

atividade produtiva.

11. Também foi inserido dispositivo – a exemplo do que ocorre na seara civil que exclui da sucessão os

herdeiros ou legatários que houverem de alguma forma tentado contra a vida da pessoa de cuja

sucessão se referir, nos termos do artigo 1.814 do Código Civil – para prever que não faz jus à pensão por

morte o dependente condenado pela prática de homicídio doloso que tenha resultado na morte do

segurado”.

...

Questão curiosa e que desperta a atenção dos alunos em sala de aula é a possibilidade do

deferimento de pensão por morte a dependente que praticou delito de homicídio contra o

instituidor.

Talvez o caso mais comum seja o da popular “viúva negra”. Vale registrar que

expressamente a Lei 8.213/91 não vedava veda o pagamento de pensão por morte nesta

hipótese, pois era é omissa a respeito.

Contudo, entendia-se entende-se que em se tratando de homicídio doloso há fundamento

no ordenamento jurídico para impedir a concessão do benefício, pois ninguém poderá se

locupletar da própria torpeza, expressão consagrada como princípio geral do Direito.

De efeito, era é possível tomar de empréstimo o artigo 220, da Lei 8.112/90, que prevê

que “não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que tenha

resultado a morte do servidor”.

Da mesma forma, poder-se-iaá invocar por analogia as disposições do Código Civil, que

no seu artigo 1.814, inciso I, excluiu da sucessão os herdeiros ou legatários que houverem sido

autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja

sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.

Posteriormente, a MP 664/2014 inseriu vedação no §1º do artigo 74 da Lei 8.213/91, ao

estatuir que “não terá direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime doloso

de que tenha resultado a morte do segurado”.

2.9. AUXÍLIO-RECLUSÃO

Conforme atualização feita para o ano de 2015, será instituidor do auxílio-reclusão o

segurado que receber remuneração mensal de até R$ 1.089,72, na forma do artigo 13, da

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Emenda 20/19986, sendo considerado o seu último salário de contribuição antes do

encarceramento.

No entanto, o STJ já flexibilizou o limite constitucional de baixa renda no julgamento do

Recurso Especial 1479564 pela 1ª Turma, julgado em 06/11/2014. No caso concreto, a segurada

reclusa teve como último salário de contribuição uma remuneração de R$ 10, 82 acima do limite da

baixa renda. Argumentou o STJ que a semelhança do caso com a jurisprudência firmada pelo STJ

em relação ao Benefício de Prestação Continuada permite ao julgador flexibilizar também o critério

econômico para deferimento do auxílio-reclusão, ainda que o salário de contribuição do segurado

supere o valor legalmente fixado para configurar baixa renda:

“RECURSO ESPECIAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. POSSIBILIDADE DE

FLEXIBILIZAÇÃO DO CRITÉRIO ECONÔMICO ABSOLUTO PREVISTO NA LEGISLAÇÃO

PREVIDENCIÁRIA. PREVALÊNCIA DA FINALIDADE DE PROTEÇÃO SOCIAL DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL. RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. O benefício de auxílio-reclusão destina-se diretamente aos dependentes de segurado que contribuía para a

Previdência Social no momento de sua reclusão, equiparável à pensão por morte; visa a prover o sustento

dos dependentes, protegendo-os nesse estado de necessidade.

2. À semelhança do entendimento firmado por esta Corte, no julgamento do Recurso Especial

1.112.557/MG, Representativo da Controvérsia, onde se reconheceu a possibilidade de flexibilização

do critério econômico definido legalmente para a concessão do Benefício Assistencial de Prestação

Continuada, previsto na LOAS, é possível a concessão do auxílio-reclusão quando o caso concreto

revela a necessidade de proteção social, permitindo ao Julgador a flexiblização do critério econômico

para deferimento do benefício, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor

legalmente fixado como critério de baixa renda.

3. No caso dos autos, o limite de renda fixado pela Portaria Interministerial, vigente no momento de

reclusão da segurada, para definir o Segurado de baixa-renda era de R$ 710,08, ao passo que, de

acordo com os registros do CNIS, a renda mensal da segurada era de R$ 720,90, superior aquele

limite 4. Nestas condições, é possível a flexibilização da análise do requisito de renda do instituidor

do benefício, devendo ser mantida a procedência do pedido, reconhecida nas instâncias ordinárias”

(REsp 1.479.564-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 6/11/2014).

Na hipótese de inexistir salário de contribuição na data do recolhimento à prisão, será

considerado o último salário de contribuição do segurado, conforme o entendimento do INSS

.7que adota o texto do Regulamento da Previdência Social:

“Art. 116. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do

segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-

doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que o seu último salário-de-

contribuição seja inferior ou igual a R$ 360,00” (valor originário quando do advento da Emenda

20/1998).

Ressalvado o posicionamento contrário da autarquia previdenciária, entende-se que se

no momento da segregação prisional o segurado se encontrava no período de graça por ter

deixado de exercer labor remunerado, deverá ser deferido o auxílio-reclusão, mesmo que o

último salário de contribuição seja superior ao valor máximo de baixa renda.

Suponha-se que Manoel é segurado empregado que percebia salário mensal de R$

3.000,00. Em janeiro de 2011, ele perdeu o emprego e consequentemente deixou de ter renda,

mantendo a condição de segurado durante o período de graça. Se em junho de 2011 ele for

preso, deverá ser instituído o auxílio-reclusão aos seus dependentes, pois Manoel não mais

percebia renda alguma no momento do fato gerador do benefício.

Este também é o entendimento de parcela da jurisprudência:

6 Art. 13 - Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus dependentes,

esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta

reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência

social. 7 Artigo 334, §2º, II, da Instrução Normativa INSS PRES 45/2010.

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“PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. REMESSA TIDA POR INTERPOSTA. AUXÍLIO-

RECLUSÃO. ART. 201, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REMUNERAÇÃO DE ATÉ R$

360,00. EC 20/98, ART. 13. SEGURADO DESEMPREGADO QUANDO DA PRISÃO. REMESSA TIDA

POR INTERPOSTA E APELAÇÃO DESPROVIDAS. 1. Tenho como interposta a remessa oficial. Nos

termos do que dispunha o art. 12 § único, da Lei 1.533, de 31/12/51, preceito reproduzido pelo art. 14, § 1º,

da Lei 12.016, de 07/08/2009, é assegurado duplo grau obrigatório de jurisdição às sentenças concessivas

de mandado de segurança. 2. Os seguintes requisitos são necessários para a concessão do benefício de

auxílio-reclusão: a) que o preso seja segurado da Previdência Social, independentemente de carência; b) que

o segurado seja recolhido à prisão e não perceba qualquer remuneração e nem esteja em gozo de auxílio-

doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço; c) que os dependentes sejam aqueles

assim considerados pelo art. 16 da Lei 8213/91, sendo que, para os indicados no inciso I do referido artigo

legal a dependência econômica é presumida, devendo ser comprovada, em relação aos demais; d) por fim, o

requisito relativo à baixa-renda. 3. Torna-se necessário contextualizar o ato coator em face de outras

premissas igualmente relevantes, tais como a data em que adquirido o direito ao benefício, a

legislação a ele aplicável e sua interpretação. 4. A prisão do segurado, conforme noticiam os autos,

ocorreu em 21/08/2002 (fl. 23), data em que efetivou o fator determinante para o auxílio-reclusão.

Nesta data, apesar de ainda ostentar a condição de segurado por força de disposição legal ao

consagrar o período de graça (fl. 17), é fato incontroverso que o pai da Impetrante não percebia

remuneração alguma desde 19/01/2001 (fl. 25), por estar desempregado. 5. Estando o pai da

impetrante, no momento em que foi recolhido à prisão, na condição de segurado, bem como

desempregado, é notório o direito da impetrante ao benefício de auxílio reclusão, à luz dos

dispositivos legais supracitados, em especial o parágrafo primeiro do artigo 116 do Decreto n.º

3.048/99. 6. Apelação e remessa oficial, tida por interposta, desprovidas” (TRF da 1ª Região, AMS

2004.38.01.004047-1, de 06.07.2011).

Da mesma forma, ressalvado o entendimento contrário do INSS, entende-se que o

segurado facultativo sempre irá instituir auxílio-reclusão aos seus dependentes, pois não exerce

atividade laborativa remunerada e consequentemente não possui renda, mesmo que o seu último

salário de contribuição supere o limite de baixa renda.

Mas vale frisar que este tema é polêmico na jurisprudência. A própria TNU possui

precedente que referenda a posição do INSS, a exemplo do julgamento do processo

2007.70.59.003764-7, de 24 de novembro de 2011, cuja principal passagem se transcreve:

“5 – Verifica-se, assim, que o conceito de salário-de-contribuição está associado à remuneração

efetivamente percebida pelo segurado, destinada à retribuição do seu trabalho. Logo, se segurado não

aufere renda em um determinado período, não há falar em salário-de-contribuição correspondente a

esse interregno, tampouco em “salário-de-contribuição zero”, consoante a tese adotada pelo acórdão

recorrido.

6 – O último salário-de-contribuição do segurado – a ser considerado para efeito de enquadramento

no conceito de baixa renda – corresponde, portanto, à última remuneração efetivamente auferida

antes do encarceramento, por interpretação literal do art. 116 do Decreto nº. 3.048/99.

7 – Ademais, dada a natureza contributiva do Regime Geral da Previdência Social, deve-se afastar

interpretações que resultem em tempo ficto de contribuição, conforme decidiu, recentemente, o STF (RE

583.834/SC, Relator Min. Ayres Britto, julgado em 21.9.2011, Informativo 641). Pela mesma razão, não se

pode considerar, na ausência de renda – decorrente de desemprego – salário-de-contribuição equivalente a

zero, por tratar-se de salário-de-contribuição ficto”.

Finalmente, em 23 de setembro de 2014, o entendimento sustentado nesta obra foi

acolhido pelo Superior Tribunal de Justiça em aplicação ao Princípio do Tempus Regit Actum:

“PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA.

CRITÉRIO ECONÔMICO. MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE

CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em

situação de desemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS

defendem que deve ser considerado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que

a ausência de renda indica o atendimento ao critério econômico.

2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão

consiste na prestação pecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que

se encontra em regime de reclusão prisional.

3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que

dependem do segurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda".

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4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão,

pois nele é que os dependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.

5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à

prisão "não receber remuneração da empresa".

6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos

dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à

prisão, desde que mantida a qualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma

que a ausência de renda deve ser considerada para o segurado que está em período de graça pela falta do

exercício de atividade remunerada abrangida pela Previdência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).

7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a

jurisprudência do STJ assentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser

verificados no momento do recolhimento à prisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no Resp 831.251/RS, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador convocado do

TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ

24.10.2005, p. 377; e Resp 395.816/SP,

Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p. 260. 8. Recursos Especiais providos”.

(REsp 1.480.461-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/9/2014).

...

Considerando que o regramento da pensão por morte se aplica ao auxílio-reclusão no

que couber, entende-se que se o dependente for absolutamente incapaz o pagamento deverá

retroagir à data da prisão, mesmo que requerido após 30 dias desta, aplicando-se por analogia a

regra de que a prescrição não corre contra os absolutamente incapazes.

Nesse sentido, já decidiu acertadamente o Tribunal Regional Federal da 3ª Região que

“o termo inicial do benefício deve ser fixado na data da prisão (06.06.2006), vez que o autor era

absolutamente incapaz, à época, contra quem não fluía o trintídio previsto pelo art. 116, §4º, do

Decreto nº3.048/99”8.

O mesmo entendimento foi perfilhado pela TNU:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. AUXÍLIO-RECLUSÃO. BENEFICIÁRIO MENOR IMPÚBERE À DATA

DA ENTRADA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. EFEITOS FINANCEIROS A CONTAR

DA DATA DE ENCARCERAMENTO E NÃO DA DATA DE ENTRADA DO REQUERIMENTO.

INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO INCISO II DO ARTIGO 74 DA LEI 8.213/1991 AOS

MENORES ABSOLUTAMENTE INCAPAZES. REPRESENTATIVO DA TNU NO PEDILEF 0508581-

62.2007.4.05.8200/PB. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. O requerente pediu, em 15/09/2008, a

concessão de auxílio-reclusão pelo encarceramento de seu pai, em 28/05/2005, sendo-lhe deferido da data

do requerimento e não da data do fato gerador, aplicando-se ao caso o disposto no artigo 74, II, da Lei

8.213/1991, dada a sistemática aplicável do quanto disposto em questão de pensão por morte ao caso desta

espécie de benefício. Acórdão da Turma Recursal paraense por maioria de votos. A TNU consolidou seu

entendimento no julgamento do representativo pedido de uniformização 0508581-

62.2007.4.05.8200/PB, da lavra do Juiz Federal Antônio Fernando Schenkel do Amaral e Silva, em

Sessão de 16/08/2012, determinando que não se aplica o dispositivo aos absolutamente incapazes,dada

a sua natureza prescricional. São devidas as prestações desde o encarceramento, em 28/05/2005. Ante

o exposto, voto por conhecer do Pedido de Uniformização da Interpretação de Lei Federal e dar-lhe

provimento para reafirmar a tese exposta no Pedilef 0508581-62.2007.4.05.8200/PB, aplicado aos casos de

auxílio-reclusão, para julgar procedente a pretensão do jovem autor da demanda, devendo ser pagas as

diferenças de 28/05/2005 a 15/09/2008, conforme apurado em liquidação” (PEDILEF

00241832920084013900, de 04/06/2014).

...

A renda mensal inicial do auxílio-reclusão será a mesma da pensão por morte. Isso

porque as regras da pensão por morte aplicam-se ao auxílio-reclusão, no que couber, vez que o

artigo 80 da Lei 8.213/91 dispõe que o auxílio-reclusão será pago nas mesmas condições da

pensão por morte.Logo, considerando que se o recluso estiver aposentado não será devido o

8 APELAÇÃO CÍVEL 1748506, de 28/07/2014.

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benefício, conclui-se que o valor do auxílio-reclusão será de 100% do salário de benefício,

equivalente à renda da aposentadoria por invalidez.

Este benefício independe de carência, sendo possível o seu pagamento na hipótese de

recolhimento prisional logo após a filiação.

Desta forma, desde a MP 664/2014, que neste ponto possui vigência para as prisões

perpetradas a partir de 1 de março de 2015, o valor mensal do auxílio-reclusão

corresponderá a 50% do valor da aposentadoria por invalidez que o segurado teria direito

na data da segregação prisional, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da

mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco,

assegurado o valor de um salário mínimo no total, vez que se cuida de benefício

previdenciário que substitui a remuneração do segurado.

Isso porque, se o segurado preso estiver aposentado, o auxílio-reclusão não será

concedido, de modo que sempre a renda mensal do auxílio-reclusão tomará como base a renda

de potencial aposentadoria por invalidez devida ao segurado do dia da segregação prisional

(50% do salário de benefício, sem a incidência do fator previdenciário, acrescido de 10% do

salário de benefício por dependente, até o máximo de 100% do salário de benefício).

A cota individual de 10% da do auxílio-reclusão irá cessar com a perda da qualidade de

dependente, revertendo-se em favor dos demais a parte daquele cujo direito o auxílio-reclusão

cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento.

Entende-se que, por derivação, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência

de 24 recolhimentos mensais, vez que a MP 664/2014 alterou a redação do artigo 26, I, da Lei

8.213/91, que dispensava a carência do auxílio-reclusão, deixando apenas o salário-família e o

auxílio-acidente como benefícios que dispensam a carência.

Assim, foi revogada a previsão legal expressa que livrava o auxílio-reclusão da

exigência de carência, demonstrando a clara intenção da MP 664/2014 de passar a exigir

carência para este benefício.

Considerando também que as regras da pensão por morte são aplicáveis ao auxílio-

reclusão no que couber, posto que o artigo 80 da Lei 8.213/91 dispõe que “o auxílio-reclusão

será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado

recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-

doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”, entende-se que o auxílio-

reclusão passou a exigir carência de 24 recolhimentos mensais.

Sustenta-se que das duas hipóteses de dispensa de carência para a pensão por morte

apenas a primeira poderá se aplicar ao auxílio-reclusão. Com propriedade, se o segurado preso

estiver em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez o auxílio-reclusão não será

concedido, nos termos do artigo 80, da Lei 8.213/91.

No entanto, caso o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez do segurado preso

sejam cessados pelo INSS ainda durante a prisão e seja concedido o auxílio-reclusão aos seus

dependentes, neste caso excepcional a carência deverá ser dispensada.

Ademais, como o auxílio-reclusão tem como fato gerador a segregação prisional de

segurado de baixa renda, e não o acidente de trabalho, é incompatível a aplicação da segunda

exceção apresentada para a dispensa de carência.

Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na

carência do auxílio-reclusão somente possuem vigência a partir do “primeiro dia do terceiro mês

subseqüente à data de publicação desta Medida Provisória”, ou seja, somente se aplica às

prisões perpetrados a partir de 01 de março de 2015.

Por sua vez, ainda em aplicação ao novo regramento dado à pensão por morte pela MP

664/2014, entende-se que o cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício

do auxílio-reclusão se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois

anos da prisão do segurado, salvo no caso em que o cônjuge, o companheiro ou a

companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade

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remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por

doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior à prisão.

Após a publicação da Medida Provisória 664/2014 a pensão por morte no Regime Geral

de Previdência Social para cônjuges, companheiros e companheiras passou a ser temporária

ou vitalícia, a depender da expectativa de sobrevida do dependente aferida no momento do

óbito do instituidor segurado. Entende-se que este regramento é extensível ao auxílio-

reclusão, apenas com a ressalva de que não se trata de auxílio-reclusão vitalício, e sim de

auxílio-reclusão sem limite máximo de prazo, haja vista que o benefício cessará com o

livramento do segurado, mesmo que depois de décadas preso.

A expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade -

ambos os sexos - construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

IBGE, vigente no momento da prisão do segurado instituidor, que é publicada anualmente no

dia 1º de dezembro.

Para que seja concedido o auxílio-reclusão sem prazo máximo de pagamento, é

necessário que o dependente, no dia da prisão do segurado, possua uma expectativa de

sobrevida de até 35 anos. Caso a expectativa de sobrevida do dependente no dia da prisão

do segurado supere a 35 anos, será concedido o auxílio-reclusão temporário, observada a

seguinte tabela:

EXPECTATIVA DE SOBREVIDA DO DEPENDENTE NO

DIA DA PRISÃO DO SEGURADO/TABELA IBGE

ANOS DE DURAÇÃO DO AUXÍLIO-

RECLUSÃO

Maior que 35 e até 40 anos 15 anos

Maior que 40 e até 45 anos 12 anos

Maior que 45 e até 50 anos 09 anos

Maior que 50 e até 55 anos 06 anos

Maior que 55 anos 03 anos

Considerando que a tábua do IBGE em vigor a partir de 01/12/2014 previu que a pessoa

com 44 anos de idade possui uma expectativa de sobrevida de 35,0 anos, conclui-se que para as

prisões ocorridas até 30/11/2015, o dependente cônjuge, companheiro ou companheira com 44

anos ou mais de idade no dia da morte terá direito ao auxílio-reclusão por prazo

indefinido, devendo-se adotar uma nova tabela após a citada data, vez que em 01/12/2015 será

publicada uma nova tábua de expectativa de sobrevida pelo IBGE.

Para os dependentes na condição de cônjuges, companheiros ou companheiras mais

jovens, será adotada a seguinte tabela para as prisões ocorridas até 30/11/2015:

FAIXA ETÁRIA DURAÇÃO DO AUXÍLIO-

RECLUSÃO

De 39 até antes de completar 44 anos de idade 15 anos

De 33 até antes de completar 39 anos de idade 12 anos

De 28 até antes de completar 33 anos de idade 9 anos

De 22 até antes de completar 28 anos de idade 6 anos

Até antes de completar 22 anos de idade 3 anos

No entanto, existe uma segunda possibilidade de concessão do auxílio-reclusão por

prazo indefinido. Isso se, independentemente da sua expectativa de sobrevida, o cônjuge, o

companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o

exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-

pericial a cargo do INSS, por acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou início da união

estável e a cessação do pagamento do benefício.

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3- MEDIDA PROVISÓRIA 665, DE 30/12/2014. ALTERAÇÕES NO SEGURO-DESEMPREGO. SEGURO-DEFESO PASSANDO PARA A COMPETÊNCIA DO INSS (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário)

De acordo com o artigo 7º, inciso II, da Constituição Federal de 1988, é direito social do

trabalhador o seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário, sendo ainda previsto no

artigo 201, inciso III, da Constituição Federal, a proteção ao trabalhador em situação de

desemprego involuntário como risco social a ser coberto pelo Regime Geral de Previdência

Social.

Entrementes, o legislador ordinário trilhou outro caminho ao excluir expressamente a

cobertura do desemprego involuntário do RGPS, a teor do artigo 9º, §1º, da Lei 8.213/919.

Deveras, o seguro-desemprego deveria ser, mas não é benefício previdenciário, pois

não previsto no Plano de Benefícios da Previdência Social10

, sendo pago pelo Ministério do

Trabalho e Emprego, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

Conquanto se trate de tema polêmico, entende-se que o seguro-desemprego deve ser

enquadrado como benefício assistencial, tendo em conta inexistir contribuição direta dos seus

beneficiários.

Ademais, não poderá ser enquadrado como benefício previdenciário por não ter

previsão na Lei 8.213/91, bem como não ser custeado pelas contribuições previdenciárias,

tendo em conta o caráter contributivo que marca a previdência social no Brasil.

Por outro lado, conquanto divergente do posicionamento sustentado nesta obra, deve ser

registrada a posição da Consultoria Jurídica do Ministério do Trabalho e Emprego, através do

Parecer CONJUR/MTE 256/2010, que reconheceu a natureza previdenciária do seguro-

desemprego.

Abaixo se colaciona uma passagem do referido ato consultivo do mencionado órgão da

AGU:

“II. C) Natureza Jurídica do Seguro-Desemprego

15. Há quem entenda que o Seguro-Desemprego tenha caráter assistencial, especialmente quando se analisa

a hipótese do Seguro-Desemprego do pescador artesanal.

16. Tais posicionamentos, contudo, não são suficientes para descaracterizar o entendimento majoritário de

que o Seguro-Desemprego tem natureza jurídica de benefício previdenciário, como será a seguir enfrentado.

17. Por primeiro, deve-se considerar que o benefício do Seguro-Desemprego foi criado com o objetivo de

conceder assistência financeira temporária ao trabalhador demitido sem justa-causa, de forma a possibilitar

o sustento do trabalhador e de sua família. É, assim, um benefício que visa a proteger a situação de

desemprego involuntário, um infortúnio na vida de um cidadão que pode causar graves desequilíbrios

sociais.

18. Assim, por essas características, não se pode negar a natureza previdenciária do benefício. Não por

outra razão o próprio poder constituinte em homenagem ao princípio da eletividade (art.194, parágrafo

único, inc.III,, CF) elegeu o desemprego involuntário como hipótese de proteção previdenciária (art.201,

III. CF). Portanto, somente pela análise de sua tipologia constitucional, poder-se-ia afirmar que se trata de

um benefício previdenciário.

19. Observa-se que também no campo infra-constitucional, o Seguro-Desemprego é tratado como benefício

previdenciário.

9 § 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a cobertura de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, exceto

as de desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador de que

trata o § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. 10 (TRF 5ª Região/Juiz Federal/2006) Marcelo trabalha para a pessoa jurídica Alfa, exercendo o cargo de auxiliar administrativo.

Em 10/2/2006, Marcelo teve seu contrato individual de trabalho com a empresa Alfa rescindido. Nessa situação, por sua condição de

segurado obrigatório da previdência social, Marcelo terá direito ao benefício previdenciário denominado seguro desemprego.

Gabarito: Errada.

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20. Assim, a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência

Social e dá outras providências, em seu art1º, expressamente prevê a instituição de benefício que ampare o

beneficiário da situação de desemprego involuntário.

21.Não se quer aqui afirmar que o Seguro-Desemprego integra o Regime Geral da previdência Social, até

porque o art.9º, § 1º da Lei nº 8.213/917 expressamente o exclui desse regime. Contudo, esse aspecto, por si

só, não afasta a natureza previdenciária do benefício.

22. Como já dito, o Seguro-Desemprego é tratado em legislação própria, que apenas confirma a natureza

previdenciária do benefício. Assim, a Lei nº 7.998/90, em seus arts.10 e 22, expressamente prevê a criação

do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT que custeará o benefício do Seguro-Desemprego,

estabelecendo que seus recursos integrarão o orçamento da seguridade social.

23. Portanto, embora custeado por recursos do FAT, vinculado ao Ministério do Trabalho e

Emprego, o Seguro-Desemprego não perde sua natureza previdenciária.

24. Por certo, a questão administrativo-financeira do benefício apenas confirma que ele não pertence ao

Regime Geral de Previdência Social, mas não é determinante para a fixação de sua natureza”.

Com propriedade, a Lei 7.998/90 aprovou o Programa do Seguro-Desemprego, alterada

pela Medida Provisória 2.164-41/01 e pela Lei 10.608/02, que objetiva prover assistência

financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa,

inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado

ou da condição análoga à de escravo, assim como auxiliar os trabalhadores na busca ou

preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e

qualificação profissional.

De seu turno, a Lei 8.900/94 aumentou o número de parcelas a serem pagas, enquanto a

Lei 10.208/2001 estendeu o benefício aos empregados domésticos e a Lei 10.779/03 aos

pescadores artesanais.

No entanto, outra norma alterou de maneira substancial o seguro-desemprego. Trata-se

da Medida Provisória 665, de 30 de dezembro de 2014, que produziu modificações na Lei

7.998/90 e 10.779/03.

Assim, são beneficiários do seguro-desemprego:

Trabalhador despedido sem justa causa ou indiretamente (é a que ocorre quando o

empregado solicita judicialmente a dispensa do trabalho, alegando que o empregador

não está cumprindo as disposições do contrato);

Trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de

participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo

empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo

celebrado para este fim (seguro-desemprego como bolsa de qualificação);

Pescador profissional que exerça sua atividade de forma artesanal, individualmente

ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de parceiros, que

teve suas atividades paralisadas no período de defeso (seguro-defeso);

O empregado doméstico dispensado sem justa causa, a partir de maior de 2001,

inscrito no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;

Trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da

condição análoga à de escravo, a partir de 20 de dezembro de 2002.

Por força da Lei 12.513/2011, a União poderá condicionar o recebimento da assistência

financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do

trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional,

com carga horária mínima de 160 horas.

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A partir de 1º de julho de 1994, entrou em vigor a Lei n.º 8.900, de 30 de junho de

1994, que estabeleceu novos critérios diferenciados para a concessão de parcelas do

benefício, que foram alterados pela MP 665/2014 para restringi-lo, quais sejam:

I - para a primeira solicitação:

a) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física

a ela equiparada, de no mínimo dezoito e no máximo vinte e três meses, no período de referência; ou

b) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo vinte e quatro meses, no período de referência;

II - para a segunda solicitação:

a) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo doze meses e no máximo vinte e três meses, no período de referência; ou

b) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo vinte e quatro meses, no período de referência; e

III - a partir da terceira solicitação:

a) três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, no período de referência;

b) quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo doze meses e no máximo vinte e três meses, no período de referência; ou

c) cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo vinte e quatro meses, no período de referência.

I - três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica

ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 06 meses e no máximo 11 meses, nos 36

meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-

Desemprego;

II - quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa

jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 12 meses e no máximo 23

meses, nos 36 meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao

requerimento do Seguro-Desemprego;

III - cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa

jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 24 meses, nos 36 meses que

antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-

Desemprego.

O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado por um

período máximo variável de três a cinco meses, de forma contínua ou alternada, a cada período

aquisitivo, cuja duração, a partir da terceira solicitação, será definida pelo Codefat.

O período máximo referido poderá ser excepcionalmente prolongado por até dois

meses, para grupos específicos de segurados, a critério do Codefat, desde que o gasto adicional

representado por este prolongamento não ultrapasse, em cada semestre, dez por cento do

montante da Reserva Mínima de Liquidez de que trata o § 2o do art. 9

o da Lei n

o 8.019, de 11 de

abril de 1990.

Frise-se que, em caráter excepcional, o CODEFAT - Conselho Deliberativo do Fundo

de Amparo ao Trabalhador poderá deliberar pelo prolongamento do período máximo de

concessão, em até dois meses, para grupos específicos de segurados.

Entretanto, há um regramento específico para os seguintes beneficiários:

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Empregado doméstico: serão, no máximo, 03 parcelas;

Pescador artesanal: a quantidade de parcelas dependerá do período anual do defeso,

que é variável, sendo fixado pelos órgãos ambientais;

Trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da

condição análoga à de escravo: serão até 03 parcelas mensais.

O período aquisitivo do seguro-desemprego será de 16 meses, assim considerado o

limite de tempo que estabelece a carência para o recebimento do benefício, sendo contado a

partir da data da última dispensa que habilitar o trabalhador a receber o seguro-desemprego.

No caso do resgatado, o período aquisitivo será de 12 meses, a contar da última parcela

recebida e do pescador artesanal será preciso ter registro na Secretaria de Pesca da Presidência

da República há, pelo menos, 01 ano antes do início do defeso.

O trabalhador dispensado sem justa causa terá direito ao seguro-desemprego se

preencher os seguintes requisitos legais (art. 3º, da Lei 7.998/90, aletrada pela MP 665/2014)::

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a cada um dos 6

(seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa;

II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido atividade

legalmente reconhecida como autônoma, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e

quatro) meses;

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos:

a) a pelo menos dezoito meses nos últimos vinte e quatro meses imediatamente anteriores à data da dispensa, quando da primeira solicitação;

b) a pelo menos doze meses nos últimos dezesseis meses imediatamente anteriores à data da dispensa, quando da segunda solicitação; e

c) a cada um dos seis meses imediatamente anteriores à data da dispensa quando das demais solicitações;

II – revogado pela MP 665/2014.

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, exceto pensão por

morte a auxílio-acidente;

IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e

V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

O pescador profissional que exerça sua atividade exclusiva e ininterruptamente, de

forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, fará jus ao benefício de

seguro-desemprego, no valor de um salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de

atividade pesqueira para a preservação da espécie, não podendo exceder a 05 meses.

Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o período compreendido entre

o defeso anterior e o em curso, ou nos doze meses imediatamente anteriores ao do defeso em

curso, o que for menor.

O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de um benefício de seguro-

desemprego no mesmo ano decorrente de defesos relativos a espécies distintas, sendo o

benefício do seguro-desemprego pessoal e intransferível.

A concessão do benefício não será extensível às atividades de apoio à pesca e nem aos

familiares do pescador profissional que não satisfaçam os requisitos e as condições

estabelecidas na Lei 10.779/2003.

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A competência administrativa para processar e deferir o seguro-defeso passou a

ser do INSS com o advento da MP 665/2014, devendo o pescador deverá apresentar à autarquia

previdenciária os seguintes documentos:

I - registro como Pescador Profissional, categoria artesanal, devidamente atualizado no

Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, emitido pelo Ministério da Pesca e

Aquicultura, com antecedência mínima de três anos, contados da data do

requerimento do benefício;

II - cópia do documento fiscal de venda do pescado a empresa adquirente, consumidora

ou consignatária da produção, em que conste, além do registro da operação realizada, o

valor da respectiva contribuição previdenciária, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei

nº 8.212, de 24 de julho de 1991, ou comprovante do recolhimento da contribuição

previdenciária, caso tenha comercializado sua produção a pessoa física; e

III - outros estabelecidos em ato do Ministério Previdência Social que comprovem:

a) o exercício da profissão;

b) que se dedicou à pesca, em caráter ininterrupto, assim considerada a atividade

exercida durante o período compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos

doze meses imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor;

c) que não dispõe de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.

A MP 665/2014 determina que o INSS, no ato da habilitação ao benefício, deverá

verificar a condição de segurado pescador artesanal e o pagamento da contribuição

previdenciária, nos termos da Lei nº 8.212, de 1991, nos últimos doze meses imediatamente

anteriores ao requerimento do benefício ou desde o último período de defeso até o

requerimento do benefício, o que for menor.

O pecador artesanal terá direito nas seguintes hipóteses:

I - Ter registro como Pescador Profissional devidamente atualizado no Registro Geral da Pesca - RGP

como pescador profissional, classificado na categoria artesanal, emitido pela Secretaria Especial de

Aquicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR, com antecedência mínima de 1 (um) ano

da data do início do defeso;

II - Possuir inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS como segurado especial;

III - Possuir comprovação de venda do pescado a adquirente pessoa jurídica ou cooperativa, no

período correspondente aos últimos doze meses que antecederam ao início do defeso;

IV - Na hipótese de não atender ao inciso III e ter vendido sua produção à pessoa física, possuir

comprovante de, pelo menos, dois recolhimentos ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS em sua

própria matrícula no Cadastro Específico - CEI, no período correspondente aos últimos doze meses que

antecederam ao início do defeso;

V - Não estar em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social, ou da

Assistência Social exceto auxílio-acidente e pensão por morte;

VI - Comprovar o exercício profissional da atividade de pesca artesanal objeto do defeso e que se dedicou à

pesca, em caráter ininterrupto, durante o período compreendido entre o defeso anterior e o em curso; e

VII - Não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho, tampouco outra fonte de renda diversa da

decorrente da atividade pesqueira.

O empregado doméstico deverá atender aos seguintes pressupostos:

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I- Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão constar a anotação do contrato de trabalho

doméstico e a data da dispensa, de modo a comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos quinze meses nos últimos vinte e quatro meses;

II- Termo de rescisão do contrato de trabalho atestando a dispensa sem justa causa;

III- Comprovantes do recolhimento da contribuição previdenciária e do FGTS, durante o período referido no inciso I, na condição de empregado doméstico;

IV- Declaração de que não está em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e

V- Declaração de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua

família."

O trabalhador resgatado deverá comprovar:

I) Ter sido comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de

escravo;

II) Não estar recebendo nenhum benefício da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por

morte;

III) Não possui renda própria para seu sustento e de sua família.

Para o empregado doméstico, o pescador artesanal e o resgatado o valor de cada parcela

será de um salário mínimo. Já para o segurado empregado deverá ser calculado o salário médio

dos ultimos três meses e aplicada a tabela abaixo11

:

Faixas de Salário Médio Valor da Parcela

Até R$ 1.222,77 Multiplica-se salário médio por 0.8 (80%)

De R$ 1.222,78 até

R$ 2.038,15

O que exceder a R$ 1.222,77 multiplica-se por 0.5 (50%)

e soma-se a 978,22

Acima de R$ 2.038,15 O valor da parcela será de R$ 1.385,91 invariavelmente

O seguro-desemprego deverá ser requerido nos seguintes prazos:

Trabalhador desempregado sem justa causa: de 07 a 120 dias, a contar da dispensa;

Pescador artesanal: o beneficio será requerido a partir do trigésimo dia que anteceder

o início do defeso até o seu final, não podendo ultrapassar o prazo de 180 (cento e

oitenta) dias;

Empregado doméstico: de 7 a 90 dias, contado do dia seguinte à data de sua dispensa;

Resgatado: até o nonagésimo dia subsequente à data do resgate (data da dispensa).

11 Tabela de 2015.

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O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses: admissão do trabalhador em novo

emprego; início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social,

exceto o auxílio-acidente e pensão por morte; início de percepção de auxílio-desemprego.

Será cancelado o seguro-desemprego caso haja recusa, por parte do trabalhador

desempregado, de outro emprego condizente com sua qualificação e remuneração anterior12

; por

comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação; por

comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego13

; por

morte do segurado.

4- REVOGAÇÃO E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. POSIÇÃO DO STJ (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

A 3ª Seção do STJ Atualmente, o STJ (3ª Seção) entende que as parcelas recebidas em

processo judicial, a título de benefício previdenciário, em decorrência de antecipação de tutela

posteriormente revogada, são irrepetíveis, em nome do Princípio da Segurança Jurídica e da

Boa-fé:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO

ESPECIAL. POSTULAÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. PENSÃO POR MORTE. VALORES

RECEBIDOS POR FORÇA DE TUTELA ANTECIPADA POSTERIORMENTE REVOGADA.

DEVOLUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO DA TERCEIRA SEÇÃO. DISPOSITIVOS DA

LEI DE BENEFÍCIOS QUE REGEM HIPÓTESES DIVERSAS. PRECEDENTES DA QUINTA E

SEXTA TURMAS. ALEGADA OFENSA À CLÁSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97).

NÃO-OCORRÊNCIA. PRECEDENTES DO STF E STJ. EMBARGOS ACOLHIDOS. 1. A Terceira

Seção do Superior Tribunal de Justiça, à unanimidade, sedimentou o entendimento sobre o tema

para assentar que, em se tratando de verba alimentar percebida por força de tutela antecipada,

posteriormente revogada, aplicável a jurisprudência consagrada por este Tribunal, pautado pelo

princípio da irrepetibilidade dos alimentos. 2. O "art. 115 da Lei nº 8.213/91 regulamenta a hipótese de

desconto administrativo, sem necessária autorização judicial, nos casos em que a concessão a maior se deu

por ato administrativo do Instituto agravante, não agraciando os casos majorados por força de decisão

judicial" (AgRg no REsp 1.054.163/RS, Sexta Turma, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,

DJe 30/6/08). 3. Não caracteriza ofensa à reserva de plenário a interpretação dispensada por órgão

fracionário de Tribunal a dispositivo de lei que, mediante legítimo processo hermenêutico, tem sua

incidência limitada a determinadas hipóteses. 4. Embargos de declaração acolhidos, com excepcionais

efeitos infringentes, para negar provimento ao recurso especial (EDREsp 996.850, de 04.11.2008)”.

Nesse sentido, a TNU:

“Súmula 51- Os valores recebidos por força de antecipação dos efeitos de tutela,

posteriormente revogada em demanda previdenciária, são irrepetíveis em razão da

natureza alimentar e da boa-fé no seu recebimento”.

Em julgados monocráticos, o Ministro Teori Albino Zavascki já vinha se manifestando

pela necessidade da restituição das parcelas pagas pelo INSS, como na decisão tomada no

AREsp 176.900, de 01/06/2012:

12 Neste caso será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do

seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência. 13 Neste caso será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do

seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.

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“PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL.

ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. LIMINAR REVOGADA. RESTITUIÇÃO DE VALORES

INDEVIDAMENTE RECEBIDOS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO CONHECIDO

PARA, DESDE LOGO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO

1. Trata-se de agravo de decisão que deixou de admitir recurso special interposto contra acórdão do

Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que deu provimento à apelação do recorrente para "reformar a

sentença recorrida e julgar improcedente o pedido formulado na inicial, revogada, de imediato, a tutela

antecipada concedida, dispensando a autora da repetição das parcelas recebidas até a cessação dos seus

efeitos." (fl. 128). No recurso especial, o recorrente aponta, além do dissídio jurisprudencial, violação aos

arts. 273, § 3º e 811, I e II, do CPC, sustentando que (a) "no caso das tutelas antecipadas, a lei processual

impõe, com toda a clareza, a reversibilidade do provimento antecipado como pré-requisito à sua concessão"

(fl. 136) e (b) "é impossível falar-se em boa-fé quando a parte autora tinha pleno conhecimento de que

estava recebendo em razão de provimento jurisdicional precário." (fl. 138) 2. Tem razão o recurso. As

medidas antecipatórias, quando concedidas, o são com a sua natureza própria de precariedade,

provisoriedade e revogabilidade, se for o caso, sendo que, em caso de revogação, devem as partes

retornar ao status quo ante, cabendo ao requerente repor os danos causados pela execução da medida

revogada. É o que se extrai dos arts. 273, § 4º e 811, I e II, do CPC, invocados nas razões recursais.

Por isso mesmo, em caso análogo, assim decidiu a 1ª Turma do STJ: PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR

PÚBLICO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. LIMINAR REVOGADA. RESTITUIÇÃO DE VALORES

INDEVIDAMENTE RECEBIDOS. POSSIBILIDADE.

1. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que os valores indevidamente pagos por força de decisão

judicial liminar posteriormente revogada são passíveis de devolução. 2. Agravo regimental a que se nega

provimento. (AgReg no AREsp 40.007/SC, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 16/04/2012) No voto, foram

invocados vários precedentes do STJ no mesmo sentido, que reproduzo: ADMINISTRATIVO.

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORES PÚBLICOS. RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS

EM VIRTUDE DE LIMINAR. POSSIBILIDADE. PAGAMENTO INDEVIDO POR ERRO DA

ADMINISTRAÇÃO. RECEBIMENTO DE BOA-FÉ. VERBA DE CARÁTER ALIMENTAR.

DEVOLUÇÃO. NÃO CABIMENTO. AMBOS OS EMBARGOS REJEITADOS. 1. Nos termos do art. 535

do CPC, os embargos de declaração são cabíveis para modificar o julgado que se apresentar omisso,

contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente na decisão, o que não ocorre

no presente caso. 2. "Valores pagos pela Administração Pública em virtude de decisão judicial provisória,

posteriormente cassada, devem ser restituídos, sob pena de enriquecimento ilícito por parte dos servidores

beneficiados (REsp 725.118/RJ, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, Sexta Turma, DJ 24/4/06). 3. Descabe

restituição de valores recebidos de boa-fé pelo servidor em decorrência de errônea interpretação ou má

aplicação da lei pela Administração Pública. Precedentes. 4. Ambos os embargos de declaração rejeitados.

(EDcl no RMS 32.706/SP, Min, Arnaldo Esteves Lima, 1ª T., DJe de 09/11/2011)

ADMINISTRATIVO – SERVIDOR PÚBLICO – VALORES RECEBIDOS EM VIRTUDE DE LIMINAR

POSTERIORMENTE CASSADA – RESTITUIÇÃO – DEVIDA. 1. Este Tribunal tem entendido que é

devida a restituição à Administração Pública de valores recebidos em virtude de decisão judicial provisória,

posteriormente cassada, sob pena de enriquecimento ilícito dos beneficiados. 2. A agravante não trouxe

argumento novo capaz de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a

negativa do provimento ao agravo regimental. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1191879/RJ,

Min. Humberto Martins, 2ª T., DJe de 08/09/2010) Por estar em dissonância com esta jurisprudência, o

acórdão recorrido merece reforma no ponto.

3. Diante do exposto, conheço do agravo para, desde logo, dar provimento ao recurso especial. Intime-se”.

Este entendimento foi confirmado pela 1ª Seção do STJ em 12 de junho de 2013,

tendo sido determinada a devolução de parcelas ao INSS de benefício previdenciário cuja

antecipação de tutela foi posteriormente revogada.

Isso porque a antecipação de tutela é precária, correndo à custa e risco do autor, assim

como com arrimo no Princípio da Boa-fé Objetiva:

“INFORMATIVO 524- DIREITO PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DEVOLUÇÃO

DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO EM RAZÃO DE ANTECIPAÇÃO DOS

EFEITOS DA TUTELA POSTERIORMENTE REVOGADA.

O segurado da Previdência Social tem o dever de devolver o valor de benefício previdenciário

recebido em antecipação dos efeitos da tutela (art. 273 do CPC) a qual tenha sido posteriormente

revogada. Historicamente, a jurisprudência do STJ, com fundamento no princípio da irrepetibilidade dos

alimentos, tem isentado os segurados do RGPS da obrigação de restituir valores obtidos por antecipação de

tutela que posteriormente tenha sido revogada. Já os julgados que cuidam da devolução de valores

percebidos indevidamente por servidores públicos evoluíram para considerar não apenas o caráter alimentar

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da verba, mas também a boa-fé objetiva envolvida na situação. Nestes casos, o elemento que evidencia a

boa-fé objetiva consiste na legítima confiança ou justificada expectativa de que os valores recebidos sejam

legais e de que passem a integrar definitivamente o seu patrimônio. Nas hipóteses de benefícios

previdenciários oriundos de antecipação de tutela, não há dúvida de que existe boa-fé subjetiva, pois,

enquanto o segurado recebe os benefícios, há legitimidade jurídica, apesar de precária. Do ponto de

vista objetivo, todavia, não há expectativa de definitividade do pagamento recebido via tutela

antecipatória, não podendo o titular do direito precário pressupor a incorporação irreversível da

verba ao seu patrimônio. Efetivamente, não há legitimidade jurídica para o segurado presumir que

não terá de devolver os valores recebidos, até porque, invariavelmente, está o jurisdicionado assistido

por advogado e, conforme o disposto no art. 3º da LINDB — segundo o qual ninguém se escusa de

cumprir a lei, alegando que não a conhece —, deve estar ciente da precariedade do provimento

judicial que lhe é favorável e da contraposição da autarquia previdenciária quanto ao mérito.

Ademais, em uma escala axiológica, evidencia-se a desproporcionalidade da hipótese analisada em

relação aos casos em que o próprio segurado pode tomar empréstimos de instituição financeira e

consignar descontos em folha, isto é, o erário "empresta" — via antecipação de tutela posteriormente

cassada — ao segurado e não pode cobrar sequer o principal. Já as instituições financeiras

emprestam e recebem, mediante desconto em folha, não somente o principal como também os juros

remuneratórios. REsp 1.384.418-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/6/2013”.

No que concerne ao modus operandi da devolução, a 1ª Seção do STJ estabeleceu como

regras a declaração judicial da dívida e o desconto do débito mensalmente sobre o benefício

previdenciário em até 10% do seu valor:

“INFORMATIVO 524- DIREITO PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. FORMA DE

DEVOLUÇÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO EM ANTECIPAÇÃO DOS

EFEITOS DE TUTELA POSTERIORMENTE REVOGADA.

Na devolução de benefício previdenciário recebido em antecipação dos efeitos da tutela (art. 273 do

CPC) a qual tenha sido posteriormente revogada, devem ser observados os seguintes parâmetros: a) a

execução de sentença declaratória do direito deverá ser promovida; e b) liquidado e incontroverso o

crédito executado, o INSS poderá fazer o desconto em folha de até 10% da remuneração dos

benefícios previdenciários em manutenção até a satisfação do crédito. Isso porque o caráter alimentar

dos benefícios previdenciários está ligado ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, de

forma que as imposições obrigacionais sobre os respectivos proventos não podem comprometer o sustento

do segurado”. REsp 1.384.418-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/6/2013.

Contudo, nota-se que na grande maioria dos casos em que a antecipação de tutela é

cassada, inexiste benefício previdenciário ativo para a efetivação dos descontos, o que vai tornar

necessária a execução judicial da dívida.

Por tudo isto, nota-se que existia existe uma divergência interna ainda não superada

no STJ, vez que a 1ª Seção entende pela devolução, ao passo que a 3ª Seção pela não devolução

das parcelas percebidas de benefício previdenciário com antecipação de tutela revogada.

O tema foi apreciado pela Corte Especial do STJ em 20 de novembro de 2013,

tendo se adotado uma posição intermediária entre os entendimentos da 1ª e da 3ª Seção do

Superior Tribunal de Justiça.

Nesse diapasão, se a reversão da antecipação de tutela se der nas instâncias ordinárias

(em sede sentença ou acórdão proferido em sede de julgamento de recurso de apelação ou

recurso inominado do JEF pelo Tribunal ou Turma Recursal), dever-se-á devolver à Previdência

Social as parcelas já percebidas.

Por outro lado, se a revogação da tutela antecipada se operar nas instâncias

extraordinárias (STF e STJ, em sede de recurso extraordinário ou especial) não haverá a

restituição ao INSS, ao argumento de que já havia se criado a legítima expectativa de vitória ao

segurado ou dependente, em razão de se tratar de recurso julgado em via não ordinária.

Veja-se o decisivo julgado:

Formatado: Fonte: Negrito

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“PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. SENTENÇA QUE

DETERMINA O RESTABELECIMENTO DE PENSÃO POR MORTE. CONFIRMAÇÃO PELO

TRIBUNAL DE ORIGEM. DECISÃO REFORMADA NO JULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL.

DEVOLUÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS DE BOA-FÉ. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO

STJ.

1. A dupla conformidade entre a sentença e o acórdão gera a estabilização da decisão de primeira instância,

de sorte que, de um lado, limita a possibilidade de recurso do vencido, tornando estável a relação jurídica

submetida a julgamento; e, de outro, cria no vencedor a legítima expectativa de que é titular do direito

reconhecido na sentença e confirmado pelo Tribunal de segunda instância.

2. Essa expectativa legítima de titularidade do direito, advinda de ordem judicial com força definitiva, é

suficiente para caracterizar a boa-fé exigida de quem recebe a verba de natureza alimentar posteriormente

cassada, porque, no mínimo, confia - e, de fato, deve confiar - no acerto do duplo julgamento.

3. Por meio da edição da súm. 34/AGU, a própria União reconhece a irrepetibilidade da verba recebida de

boa-fé, por servidor público, em virtude de interpretação errônea ou inadequada da Lei pela Administração.

Desse modo, e com maior razão, assim também deve ser entendido na hipótese em que o restabelecimento

do benefício previdenciário dá-se por ordem judicial posteriormente reformada.

4. Na hipótese, impor ao embargado a obrigação de devolver a verba que por anos recebeu de boa-fé, em

virtude de ordem judicial com força definitiva, não se mostra razoável, na medida em que, justamente pela

natureza alimentar do benefício então restabelecido,

pressupõe-se que os valores correspondentes foram por ele utilizados para a manutenção da própria

subsistência e de sua família. Assim, a ordem de restituição de tudo o que foi recebido, seguida à perda do

respectivo benefício, fere a dignidade da pessoa humana e abala a confiança que se espera haver dos

jurisdicionados nas decisões judiciais.

5. Embargos de divergência no recurso especial conhecidos e desprovidos” (EREsp 1086154, Corte

Especial, de 20/11/2013).

5- PRÉVIO REQUERIMENTO DE BENEFÍCIO NO INSS COMO CONDIÇÃO DA AÇÃO JUDICIAL. POSIÇÃO DO STF (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

Finalmente a questão foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal no dia 27 de

abril de 2014, quando o Plenário julgou o Recurso Extraordinário 631.240. Adotou-se a

mesma linha de raciocínio sustentada nesta obra a fim de exigir, em regra, o prévio

requerimento administrativo como condição de procedibilidade da ação judicial, sob pena

de carência de interesse de agir e extinção do processo sem o julgamento do mérito.

Veja-se notícia publicada no site do STF:

“Quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ação judicial sobre concessão de benefício deve ser precedida de requerimento ao INSS

O Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão plenária nesta quarta-feira (27), deu parcial provimento ao

Recurso Extraordinário (RE) 631240, com repercussão geral reconhecida, em que o Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS) defendia a exigência de prévio requerimento administrativo antes de o segurado

recorrer à Justiça para a concessão de benefício previdenciário. Por maioria de votos, o Plenário

acompanhou o relator, ministro Luís Roberto Barroso, no entendimento de que a exigência não fere a

garantia de livre acesso ao Judiciário, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, pois

sem pedido administrativo anterior, não fica caracterizada lesão ou ameaça de direito.

Em seu voto, o ministro Barroso considerou não haver interesse de agir do segurado que não tenha

inicialmente protocolado seu requerimento junto ao INSS, pois a obtenção de um benefício depende de uma

postulação ativa. Segundo ele, nos casos em que o pedido for negado, total ou parcialmente, ou em que não

houver resposta no prazo legal de 45 dias, fica caracterizada ameaça a direito.

‘Não há como caracterizar lesão ou ameaça de direito sem que tenha havido um prévio requerimento do

segurado. O INSS não tem o dever de conceder o benefício de ofício. Para que a parte possa alegar que seu

direito foi desrespeitado é preciso que o segurado vá ao INSS e apresente seu pedido’, afirmou o ministro.

Formatado: Fonte: (Padrão) TimesNew Roman, 9 pt

Formatado: Justificado, Recuo: Àesquerda: 1,25 cm

Formatado: Recuo: À esquerda: 1,25cm, Espaço Antes: 0 pt, Padrão:Transparente (Branco), Tabulações: 1,62 cm, À esquerda + 3,23 cm, Àesquerda + 4,85 cm, À esquerda + 6,46 cm, À esquerda + 8,08 cm, Àesquerda + 9,69 cm, À esquerda + 11,31 cm, À esquerda + 12,92 cm, Àesquerda + 14,54 cm, À esquerda + 16,16 cm, À esquerda + 17,77 cm, Àesquerda + 19,39 cm, À esquerda + 21 cm, À esquerda + 22,62 cm, Àesquerda + 24,23 cm, À esquerda + 25,85 cm, À esquerda

Formatado: Fonte: 9 pt

Formatado: Fonte: (Padrão) TimesNew Roman, 9 pt

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O relator observou que prévio requerimento administrativo não significa o exaurimento de todas as

instâncias administrativas. Negado o benefício, não há impedimento ao segurado para que ingresse no

Judiciário antes que eventual recurso seja examinado pela autarquia. Contudo, ressaltou não haver

necessidade de formulação de pedido administrativo prévio para que o segurado ingresse judicialmente com

pedidos de revisão de benefícios, a não ser nos casos em que seja necessária a apreciação de matéria de

fato. Acrescentou ainda que a exigência de requerimento prévio também não se aplica nos casos em que a

posição do INSS seja notoriamente contrária ao direito postulado.

No caso concreto, uma trabalhadora ingressou na Justiça pedindo a concessão de aposentadoria rural por

invalidez alegando preencher os requisitos legais exigidos para se obter a concessão do benefício. O

processo foi extinto, sem exame do mérito, porque o juiz entendeu que havia necessidade de requerimento

inicial junto ao INSS. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reformou a decisão, o que

motivou a interposição do recurso extraordinário pelo INSS.

Ficaram vencidos o ministro Marco Aurélio, que abriu a divergência, e a ministra Cármem Lúcia, que

entenderam que a exigência de prévio requerimento junto ao INSS para o ajuizamento de ação representa

restrição à garantia de acesso universal à Justiça.

Na tribuna, representante da Procuradoria-Geral Federal apresentou sustentação em nome do INSS e

argumentou haver ofensa aos artigos 2º e 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, porque no caso teria

sido garantido o acesso ao Judiciário, independentemente de ter sido demonstrado o indeferimento da

pretensão no âmbito administrativo. Representantes da Defensoria Pública Geral da União e do Instituto

Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), admitidos no processo como amici curiae, bem como o

advogado da recorrida manifestaram-se pelo desprovimento do recurso e enfatizaram, entre outros pontos,

que as dificuldades de acesso ao INSS para uma parcela dos trabalhadores, especialmente os rurais, tornam

desnecessário o prévio requerimento administrativo do benefício para o ajuizamento de ação previdenciária.

Propostas

Na sessão desta quinta-feira (28), o Plenário deverá discutir uma proposta de transição para os processos

que estão sobrestadas, pelo menos 8.600 segundo as informações enviadas pelas instâncias inferiores, em

decorrência do reconhecimento da repercussão geral. O ministro Barroso considera importante formular

uma proposta que resguarde o momento de ingresso em juízo como o marco de início do benefício, nos

casos em que houver o direito, e desobrigue o segurado de propor nova ação se seu direito não for

reconhecido pelo INSS.

Segundo a proposta apresentada pelo relator para discussão em Plenário, a parte autora da ação deverá ser

intimada para dar entrada em pedido administrativo junto ao INSS em 30 dias e a autarquia, por sua vez,

deverá ter 90 dias para se pronunciar.

PR/AD

De efeito, excluiu-se da exigência do prévio requerimento administrativo pedidos em

que seja notório o indeferimento pelo INSS (tese jurídica), pois nestes casos é certo que a

autarquia previdenciária vai indeferir o pedido.

Outrossim, as ações de revisão de benefício previdenciário também dispensam o prévio

requerimento, pois cabe ao INSS promover a revisão de ofício no exercício do dever-poder de

autotutela, salvo quando haja a necessidade de alguma apreciação fática que seja ônus do

segurado ou do seu dependente, a exemplo de revisão com base em decisão da Justiça do

Trabalho.

Por sua vez, na sessão do dia 03 de setembro de 2014, definiu-se uma regra de transição

para as ações judiciais já ajuizadas sem o prévio requerimento administrativo até o dia deste

julgamento, fruto de acordo entre a Defensoria Pública da União e a Procuradoria Geral Federal:

“Quarta-feira, 03 de setembro de 2014

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Plenário define regras de transição no julgamento de recurso sobre benefícios do INSS

Foram definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) as regras de transição a serem aplicadas aos

processos judiciais sobrestados que envolvem pedidos de concessão de benefício ao Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS) nos quais não houve requerimento administrativo prévio. A definição foi tomada na

conclusão do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 631240, com repercussão geral reconhecida, ao

qual foi dado parcial provimento ao pedido do INSS na semana passada.

Na sessão desta quarta-feira (3), foi acolhida a proposta apresentada pelo relator do recurso, ministro Luís

Roberto Barroso, relativa ao destino das ações judiciais atualmente em trâmite, sem a precedência de

processo administrativo junto à autarquia federal. O ministro ressaltou que os critérios são resultado de

proposta de consenso apresentada em conjunto pela Defensoria Pública da União e pela Procuradoria Geral

Federal.

Regras de transição

A proposta aprovada divide-se em três partes. Em primeiro lugar, ficou definido que, para aquelas ações

ajuizadas em juizados itinerantes, a ausência do pedido administrativo não implicará a extinção do feito.

Isso se dá porque os juizados se direcionam, basicamente, para onde não há agência do INSS.

Em segundo lugar, nos casos em que o INSS já apresentou contestação de mérito no curso do processo

judicial fica mantido seu trâmite. Isso porque a contestação caracteriza o interesse em agir do INSS, uma

vez que há resistência ao pedido.

Em terceiro lugar, ficou definido que as demais ações judiciais deverão ficar sobrestadas. Nesses casos, o

requerente do benefício deve ser intimado pelo juízo para dar entrada no pedido junto ao INSS, no prazo de

30 dias, sob pena de extinção do processo. Uma vez comprovada a postulação administrativa, a autarquia

também será intimada a se manifestar, no prazo de 90 dias.

Uma vez acolhido administrativamente o pedido, ou nos casos em que ele não puder ser analisado por

motivo atribuível ao próprio requerente, a ação é extinta. Do contrário, fica caracterizado o interesse em

agir, devendo ter seguimento o pedido judicial da parte. A data do início da aquisição do benefício,

salientou o ministro Roberto Barroso, é computada do início do processo judicial”.

Deveras, dispensou-se o prévio requerimento nas ações intentadas em Juizados

Itinerantes, justamente porque buscam segurados e dependentes em localidades mais distantes e

que não possuem agência do INSS.

Ademais, nas hipóteses em que o INSS apresentou contestação resistindo à pretensão

posta em juízo, negando o direito do autor, dispensou-se o prévio requerimento administrativo,

devendo as ações judiciais tramitar normalmente.

Nos demais casos, à exceção de teses notoriamente negadas pelo INSS e ações

revisionais, o processo judicial será suspenso, sendo intimado o segurado (ou dependente) para

requerer na via administrativa no prazo de 30 dias, sob pena de extinção do processo judicial

sem julgamento do mérito.

Uma vez formulado o pedido administrativo em 30 dias, o INSS terá 90 dias para julgá-

lo, devendo este prazo ser suspenso se o segurado for notificado para juntar documentação

(carta de exigências). Se negado o pleito pela autarquia previdenciária, a ação judicial voltará a

correr. Caso concedido o benefício, a ação judicial será extinta sem a análise do mérito.

Na hipótese de o INSS, administrativamente, conceder parcialmente a prestação

previdenciária, a ação judicial voltará a correr apenas no que concerne ao pedido controverso,

devendo ser extinta sem o julgamento do mérito da parte incontroversa.

Vale frisar que será considerada como data de início do benefício à data do processo

judicial, existindo controvérsia não apreciada pelo STF se será a data do ajuizamento da ação ou

a data da citação.

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Eis o Acórdão do STF publicado:

“RE N. 631.240-MG

RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO

Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO

ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR.

1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV,

da Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a

juízo.

2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se

caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se

excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio

requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas.

3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da

Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado.

4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente

concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa

possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender da análise de

matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, a

conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão.

5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal

Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos termos a

seguir expostos.

6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido

prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a

ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não

deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está

caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem

nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir.

7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena

de extinção do processo. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar

acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas

eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder

ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do

contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir.

8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão

levar em conta a data do início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais.

9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido para

determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a autora – que alega ser

trabalhadora rural informal – a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção.

Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas

necessárias e profira decisão administrativa, considerando como data de entrada do requerimento a data do

início da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a

subsistência ou não do interesse em agir”.

Com a pacificação do tema pelo STF, o STJ unificou o seu entendimento para se alinhar

à Suprema Corte:

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“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.

DESNECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO COMO REQUISITO PARA

O AJUIZAMENTO DE AÇÃO EM QUE SE PLEITEIA REVISÃO, MANUTENÇÃO E/OU

RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ORIENTAÇÃO EM CONSONÂNCIA

COM O ENTENDIMENTO DO STF (RE 631.240/MG). AGRAVO REGIMENTAL DO INSS

DESPROVIDO.

1. A análise de matéria de cunho constitucional é, por força do art. 102, III da Carta Maior, exclusiva da

Suprema Corte, sendo, portanto, vedado a este Superior Tribunal de Justiça conhecer da suposta

infringência, ainda que para fins de prequestionamento.

2. Esta Corte Superior já manifestou em diversos julgados o entendimento de que a ausência de prévio

requerimento administrativo não constitui óbice para que o segurado pleiteie judicialmente a manutenção,

revisão ou restabelecimento de seu benefício previdenciário.

4. Orientação confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, ao analisar o RE 631.240/MG, da relatoria do

douto Ministro ROBERTO BARROSO (DJe de 10.11.2014), reconheceu a repercussão geral da questão

constitucional nele suscitada e, no mérito, fixou o entendimento de que o acesso à justiça depende de prévio

requerimento administrativo, tão somente, nas ações de concessão de benefício previdenciário, ressalvadas

as hipóteses de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente

concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o

pedido poderá ser formulado diretamente em juízo.

5. Destaque-se que nas hipóteses de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício

anteriormente concedido,

o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo, salvo se depender da análise de matéria de fato ainda

não levada ao conhecimento da Administração.

6. No caso dos autos, como depreende-se da leitura da peça inaugural, o segurado propôs ação ordinária

requerendo o restabelecimento de benefício assistencial, o que torna desnecessária a prévia postulação

administrativa, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos

tácito da pretensão, uma vez que determinou a suspensão do pagamento de benefício já concedido.

7. Agravo Regimental do INSS desprovido” (1ª Turma, AgRg no AREsp 299351, de 18/11/2014).

“PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. PROCESSUAL CIVIL. CONDIÇÕES

DA AÇÃO. INTERESSE DE AGIR (ARTS. 3º E 267, VI, DO CPC). PRÉVIO REQUERIMENTO

ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO EXARADO PELO PLENO DO STF NO RE

631.240/MG.

1. Hipótese em que, na origem, o segurado postulou ação com escopo de obter benefício previdenciário sem

ter requerido administrativamente o objeto de sua pretensão.

2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou, em 3.9.2014, o Recurso Extraordinário 631.240/MG -

relativo à mesma controvérsia verificada no presente caso -, sob o regime da Repercussão Geral (Relator

Ministro Roberto Barroso).

3. A ementa do citado acórdão, publicado em 10.11.2014, assim dispõe quanto ao prévio requerimento

administrativo como condição da ação de concessão de benefício previdenciário: "1. A instituição de

condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição.

Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. A

concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando

ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal

para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o

exaurimento das vias administrativas. 3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve

prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do

segurado. 4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício

anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais

vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo - salvo se depender da análise de

matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração -, uma vez que, nesses casos, a

conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão." (documento disponível em

http://www.stf.jus.br/portal/antenticacao/ sob o número 6696286)

4. Em seguida, a Corte Suprema entendeu por modular os efeitos da decisão com relação aos processos

ajuizados até a data do julgamento (3.9.2014). Cito trecho da ementa relacionado ao tema: "5. Tendo em

vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se

estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 6.

Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido

prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a

ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não

deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está

caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem

nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o

autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo.

Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90

dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir

decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a

razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse

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em agir e o feito deverá prosseguir. 8. Em todos os casos acima - itens (i), (ii) e (iii) -, tanto a análise

administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do

requerimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento,

reformando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual

deverá intimar a autora - que alega ser trabalhadora rural informal - a dar entrada no pedido administrativo

em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que,

em 90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão administrativa, considerando como data de entrada

do requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz,

que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir." (documento disponível em

http://www.stf.jus.br/portal/antenticacao/ sob o número 6696286)

5. O interesse de agir ou processual configura-se com a existência do binômio necessidade-utilidade da

pretensão submetida ao Juiz. A prestação jurisdicional exige demonstração de resistência por parte do

devedor da obrigação, já que o Poder Judiciário é via destinada à resolução de conflitos.

6. A adoção da tese irrestrita de prescindibilidade do prévio requerimento administrativo impõe grave ônus

ao Poder Judiciário, que passa a figurar como órgão administrativo previdenciário, ao INSS, que arcará com

os custos inerentes da sucumbência processual, e aos próprios segurados, que terão parte de seus ganhos

reduzidos pela remuneração contratual de advogado.

7. Imprescindível solução jurídica que prestigie a técnica e, ao mesmo tempo, resguarde o direito de ação

dos segurados da Previdência Social em hipóteses em que a lesão se configura independentemente de

requerimento administrativo.

8. Em regra, portanto, não se materializa a resistência do INSS à pretensão de concessão de benefício

previdenciário não requerido previamente na esfera administrativa.

9. O interesse processual do segurado e a utilidade da prestação jurisdicional concretizam-se, por sua vez,

nas hipóteses de a) recusa de recebimento do requerimento ou b) negativa de concessão do benefício

previdenciário pelo concreto indeferimento do pedido, pela notória resistência da autarquia à tese jurídica

esposada ou pela extravasão da razoável duração do processo administrativo, em consonância com a

retrorreferida decisão da Corte Suprema.

10. A aplicação dos critérios acima deve observar a prescindibilidade do exaurimento da via administrativa

para ingresso com ação previdenciária, conforme as Súmulas 89/STJ e 213/ex-TFR.

11. No caso dos autos, a ora recorrida deixou de requerer administrativamente a concessão do benefício

previdenciário e não há demonstração de resistência, conforme os parâmetros acima.

12. O entendimento aqui exarado está em consonância com a decisão proferida pelo STF em Repercussão

Geral, devendo ser observadas, no caso, as regras de modulação de efeitos instituídos naquela decisão, pois

a presente ação foi ajuizada antes da data do julgamento na Corte Suprema (3.9.2014).

13. Recurso Especial do INSS parcialmente provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro

grau para que aplique as regras de modulação estipuladas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do

RE 631.240/MG” (2ª Turma, REsp 1488940, de 18/11/2014).

Por todo o exposto, pacificou-se o tema no sentido de exigir, em regra, o prévio

requerimento administrativo como condição para a propositura da ação judicial contra o INSS,

sob pena de extinção do processo sem o julgamento do mérito por carência de interesse-

necessidade de agir.

De outro giro, dispensou-se o prévio requerimento administrativo nas seguintes

hipóteses:

A) Tese jurídica notoriamente rejeitada pelo INSS;

B) Negativa comprovada de protocolo do pedido administrativo;

C) Nas ações de revisão de benefício previdenciário, salvo se depender de dilação

probatória a cargo do segurado ou de seu dependente;

D) Apresentação de contestação de mérito pelo INSS resistindo à pretensão deduzida

em Juízo;

E) Extrapolação do prazo para tomada da decisão administrativa na Agência do INSS

(45 dias);

F) Ações judiciais propostas nos Juizados Itinerantes.

6- SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

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Vale registrar que o adicional noturno, o adicional de insalubridade e de

periculosidade pagos pela empresa são verbas que possuem natureza remuneratória em

decorrência do trabalho à noite, nocivo à saúde e periculoso, devendo, destarte, incidir

contribuição previdenciária.

Nesse sentido, o STJ:

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OMISSÃO. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA. BASE DE CÁLCULO. TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS, HORAS-

EXTRAS E ADICIONAIS PERMANENTES.

1. Não se conhece de recurso especial por suposta violação do art. 535 do CPC se a parte não especifica o

vício que inquina o aresto recorrido, limitando-se a alegações genéricas de omissão no julgado, sob pena de

tornar-se insuficiente a tutela jurisdicional.

2. Integram o conceito de remuneração, sujeitando-se, portanto, à contribuição previdenciária o

adicional de horas-extras, adicional noturno, salário-maternidade, adicionais de insalubridade e de

periculosidade. Precedentes (AgRg no AREsp 69958, de 12/06/2012).

A verba prevista no artigo 2º, §2º, da Lei 5.811/72, conhecida como Hora Repouso

Alimentação (HRA), integra a composição do salário de contribuição do segurado empregado

pelo tempo que ficar à disposição da empresa.

É paga aos empregados que prestam serviços em atividades de exploração, perfuração,

produção e refinação de petróleo, bem como na industrialização do xisto, na indústria

petroquímica e no transporte de petróleo e seus derivados por meio de dutos, quando, para

garantir a normalidade das operações ou para atender aos imperativos de segurança industrial,

exige-se a disponibilidade do empregado no local de trabalho ou nas suas proximidades, durante

o intervalo destinado a repouso e alimentação possui natureza remuneratória.

Este, inclusive, é o posicionamento do STJ:

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO ESPECIAL. EFEITO

INFRINGENTE AOS ACLARATÓRIOS. CONHECIMENTO DO MÉRITO RECURSAL.

PAGAMENTO POR HORA A TRABALHADOR QUE FICA À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA,

DURANTE O DESCANSO DIÁRIO. SITUAÇÃO ANÁLOGA À DA INDENIZAÇÃO POR HORA

TRABALHADA - IHT. NATUREZA REMUNERATÓRIA. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. INCIDÊNCIA.

...

7. No mérito, discute-se a incidência da contribuição previdenciária sobre os valores pagos por indústria

química e petroquímica pela disponibilidade do empregado no local de trabalho ou nas suas proximidades

durante o intervalo destinado a repouso e alimentação, conforme o art. 2º, § 2º, da Lei 5.811/1972,

conhecida por "Hora Repouso Alimentação - HRA".

8. O TRF acolheu o pleito da contribuinte e afastou a tributação, aplicando, por analogia, o entendimento

referente às férias indenizadas.

9. Ocorre que não há similitude com as férias acima citadas, em que inexiste relação direta entre o

pagamento feito e o trabalho realizado pelo empregado.

10. Nas férias indenizadas (totalmente diferente do caso dos autos), o funcionário recebe duas vezes: 1

salário normal pelo mês que trabalhou (quando deveria estar de férias) + 1 "salário indenização" pelas férias

que perdeu. A tributação incide sobre o primeiro salário, normalmente (porque é retribuição pelo trabalho),

mas não sobre o segundo "salário", cuja natureza é indenizatória, exatamente porque não é retribuição por

trabalho ou tempo à disposição da empresa.

11. A "Hora Repouso Alimentação - HRA", diversamente, é paga como única e direta retribuição pela hora

em que o empregado fica à disposição do empregador.

12. Não há simplesmente supressão da hora de descanso, hipótese em que o trabalhador ficaria disponível 8

horas contínuas para a empresa e receberia por 9 horas (haveria uma "indenização" pela hora suprimida). O

empregado fica efetivamente 9 horas ininterruptas trabalhando ou disponível para a empresa e recebe

exatamente por este período, embora uma destas horas seja paga em dobro, a título de HRA.

13. A analogia possível é com a hora extra, a remuneração pelo tempo efetivamente trabalhado ou à

disposição do empregador e sujeita à contribuição previdenciária.

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Formatado: Justificado, Recuo: Àesquerda: 1,25 cm

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14. É precisamente essa a orientação fixada pela Primeira Seção, em recurso repetitivo, ao julgar o caso da

"Indenização por Horas Trabalhadas - IHT" paga pela Petrobras e decidir pela natureza remuneratória da

verba para fins de aplicação do Imposto de Renda.

15. A "Hora Repouso Alimentação - HRA" é, portanto, retribuição pelo trabalho ou pelo tempo à

disposição da empresa e se submete à contribuição previdenciária, nos termos do art. 28 da Lei

8.212/1991.

16. Em seus memoriais, a empresa insiste na indevida analogia com as férias e licença-prêmio indenizadas,

que, diferentemente da HRA e do IHT, não são remuneração por trabalho realizado, nem por tempo à

disposição do empregador.

17. A indenização por férias não gozadas é excepcional, decorrente do descumprimento da norma que

garante ao trabalhador o descanso anual. A HRA é remuneração ordinária, prevista em lei, que não tem

origem no descumprimento de norma legal. Inexiste semelhança que autorize a interpretação analógica

pretendida pela empresa.

18. Embargos de Declaração acolhidos com efeito infringente para dar provimento ao Recurso Especial”

(STJ, EDcl no REsp 1157849, de 01/03/2011).

No que concerne à verba trabalhista popularmente conhecida como “salário-

paternidade”, que não ostenta a natureza jurídica de benefício previdenciário, sendo na verdade

o salário pago ao empregado pela empresa durante cinco dias após o nascimento de seu filho

(artigo 10, §1º, do ADCT da Constituição de 1988), esta integra o salário de contribuição,

devendo incidir contribuição previdenciária nos termos da jurisprudência do STJ (passagem do

julgamento do Recurso Especial 1.230.957, de 26/02/2014):

“1.4 Salário paternidade.

O salário paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado durante os cinco dias de afastamento em

razão do nascimento de filho (art. 7º, XIX, da CF/88, c/c o art. 473, III, da CLT e o art. 10, § 1º, do ADCT).

Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade constitui ônus da empresa, ou

seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de natureza salarial, é

legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade. Ressalte-se que "o salário-

paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença remunerada prevista constitucionalmente, não se

incluindo no rol dos benefícios previdenciários" (AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel.

Min. Herman Benjamin, DJe de 9.11.2009).

Após rever o seu posicionamento firmado em 2013, no ano de 2014 o STJ voltou a

entender que a parcela recebida a título de férias gozadas integra o salário de contribuição:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. LC

118/2005. APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO EM RELAÇÃO ÀS AÇÕES AJUIZADAS A PARTIR

DE 9 DE JUNHO DE 2005. ENTENDIMENTO DO STF FIRMADO EM SEDE DE REPERCUSSÃO

GERAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL. INCIDÊNCIA SOBRE A VERBA PAGA A TÍTULO DE SALÁRIO

MATERNIDADE. ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DO ACÓRDÃO PROFERIDO NO RESP

1.230.957/RS. FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES.

1. O Supremo Tribunal Federal ao apreciar o RE 566.621/RS, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe

de 11.10.2011), no regime dos arts. 543-A e 543-B do CPC (repercussão geral), pacificou entendimento no

sentido de que, "reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se

válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis

de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005". Cumpre registrar que, no âmbito desta Corte, a questão

em comento foi apreciada no REsp 1.269.570/MG (1ª Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de

4.6.2012), submetido ao regime do art. 543-C do CPC.

2. A Primeira Seção/STJ, ao apreciar o REsp 1.230.957/RS (Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de

18.3.2014), aplicando a sistemática prevista no art. 543-C do CPC, pacificou orientação no sentido de que

incide contribuição previdenciária (RGPS) sobre o salário maternidade.

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Formatado: Justificado, Recuo: Àesquerda: 1,25 cm

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3. O pagamento de férias gozadas possui natureza remuneratória e salarial, nos termos do art. 148 da

CLT, e integra o salário de contribuição” (STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1205592, de 12/08/2014).

Ainda de acordo com o STJ, a verba para pela empresa a título de licença-casamento e

de licença para prestação de serviços eleitorais irão integrar o salário de contribuição por

possuírem natureza remuneratória, sendo irrelevante o afastamento do empregado neste período:

Informativo 548 – “DIREITO PREVIDENCIÁRIO E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA SOBRE LICENÇA CASAMENTO E LICENÇA PARA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO ELEITORAL.

Incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de licença

casamento (art. 473, II, da CLT) e de licença para prestação de serviço eleitoral (art. 98 da Lei

9.504/1997). Consoante a jurisprudência do STJ, o parâmetro para incidência da contribuição

previdenciária é o caráter salarial da verba, já a não incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória.

Posto isso, cumpre esclarecer que a licença para prestação do serviço eleitoral e a licença casamento não

ostentam caráter indenizatório. Sua natureza estrutural remete ao inafastável caráter remuneratório,

integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo irrelevante a inexistência da efetiva prestação

laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as

indigitadas verbas. Ademais, não se sustenta, e não encontra albergue na jurisprudência do STJ o parâmetro

de que qualquer afastamento ao serviço justificaria o não pagamento de contribuição previdenciária. Assim,

há hipóteses em que ocorre o efetivo afastamento do empregado, ou seja, não há a efetiva prestação do

serviço ou o efetivo tempo à disposição do empregador, mas ainda assim é devida a incidência tributária, tal

como ocorre quanto ao salário-maternidade, situação na qual a mãe se ausenta para cuidar do filho e nem

por isso a contribuição é indevida. No mesmo caminho estão as férias gozadas, situação em que o

empregado se ausenta por, em regra, 30 dias – período muito maior do que as vinculadas à licença TRE

eleição e à licença casamento –, e ainda assim a incidência da contribuição previdenciária se faz presente.

REsp 1.455.089-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/9/2014”.

...

Revendo posicionamento de 2013, em 26 de fevereiro de 2014 a 1ª Seção do STJ no

julgamento em Recurso Especial 1.230.957 restaurou a sua tradicional jurisprudência no sentido

de que o salário-maternidade integra o salário de contribuição:

“1.3 Salário maternidade.

O salário maternidade tem natureza salarial e a transferência do encargo à Previdência Social (pela Lei

6.136/74) não tem o condão de mudar sua natureza. Nos termos do art. 3º da Lei 8.212/91, "a Previdência

Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de

incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão

ou morte daqueles de quem dependiam economicamente".

O fato de não haver prestação de trabalho durante o período de afastamento da segurada empregada,

associado à circunstância de a maternidade ser amparada por um benefício previdenciário, não autoriza

conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizatória ou compensatória, ou seja, em

razão de uma contingência (maternidade), paga-se à segurada empregada benefício previdenciário

correspondente ao seu salário, possuindo a verba evidente natureza salarial. Não é por outra razão que,

atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 dispõe expressamente que o salário maternidade é considerado

salário de contribuição. Nesse contexto, a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário

maternidade, no Regime Geral da Previdência Social, decorre de expressa previsão legal.

Sem embargo das posições em sentido contrário, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da

contribuição previdenciária sobre o salário maternidade e a Constituição Federal. A Constituição Federal,

em seus termos, assegura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, I). O art.

7º, XX, da CF/88 assegura proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,

nos termos da lei. No que se refere ao salário maternidade, por opção do legislador infraconstitucional, a

transferência do ônus referente ao pagamento dos salários, durante o período de afastamento, constitui

incentivo suficiente para assegurar a proteção ao mercado de trabalho da mulher.

Não é dado ao Poder Judiciário, a título de interpretação, atuar como legislador positivo, a fim estabelecer

política protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição

previdenciária incidente sobre o salário maternidade, quando não foi esta a política legislativa.

A incidência de contribuição previdenciária sobre salário maternidade encontra sólido amparo na

jurisprudência deste Tribunal, sendo oportuna a citação dos seguintes precedentes: REsp 572.626/BA, 1ª

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Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 641.227/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de

29.11.2004; REsp 803.708/CE, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1ª

Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg no REsp 901.398/SC, 2ª Turma, Rel. Min.

Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008; REsp 891.602/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe

de 21.8.2008; AgRg no REsp 1.115.172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009;

AgRg no Ag 1.424.039/DF, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no

REsp 1.040.653/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg no REsp

1.107.898/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 17.3.2010”.

...

Em 26 de fevereiro de 2014, a 1ª Seção do STJ no julgamento em Recurso Especial

1.230.957 confirmou o entendimento de que o aviso prévio indenizado não integra o salário

de contribuição:

“2.2 Aviso prévio indenizado.

A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto 6.727/2009), as importâncias pagas a título

de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador, não

ensejam a incidência de contribuição previdenciária.

A CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem

justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra a sua intenção com a devida antecedência.

Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito aos salários

correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço

(art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto é, o aviso prévio

indenizado, visa a reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre a futura rescisão

contratual com a antecedência mínima estipulada na Constituição Federal (atualmente regulamentada pela

Lei 12.506/2011).

Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter remuneratório pretendido pela Fazenda

Nacional, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, "se o aviso prévio é

indenizado, no período que lhe corresponderia o empregado não presta trabalho algum, nem fica à

disposição do empregador. Assim, por ser ela estranha à hipótese de incidência, é irrelevante a

circunstância de não haver previsão legal de isenção em relação a tal verba" (REsp 1.221.665/PR, 1ª Turma,

Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 23.2.2011).

A corroborar a tese sobre a natureza indenizatória do aviso prévio indenizado, destacam-se, na doutrina, as

lições de Maurício Godinho Delgado e Amauri Mascaro Nascimento. Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2ª

Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2ª Turma, Rel. Min.

Castro Meira, DJe de 1º.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin,

DJe de 4.2.2011; AgRg no REsp 1.218.883/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de

22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011.”

...

Por fim, de acordo com o STJ, a parcela prevista no artigo 60, §3º14

, da Lei 8.213/91,

que determina que a empresa arque com os primeiros 30 dias de “salário” do empregado

incapaz para o exercício do seu trabalho habitual possui natureza indenizatória (eram 15 dias,

tendo sido ampliados para 30 dias pela MP 664/2014), não devendo incidir contribuição

previdenciária (passagem do julgamento do Recurso Especial 1.230.957, de 26/02/2014):

“2.3 Importância paga nos quinze dias que antecedem o auxílio- doença.

No que se refere ao segurado empregado, durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento

da atividade por motivo de doença, incumbe ao empregador efetuar o pagamento do seu salário integral

(art. 60, § 3º, da Lei 8.213/91 com redação dada pela Lei 9.876/99). Não obstante nesse período haja o

pagamento efetuado pelo empregador, a importância paga não é destinada a retribuir o trabalho, sobretudo

14 § 3º Durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.

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porque no intervalo dos quinze dias consecutivos ocorre a interrupção do contrato de trabalho, ou seja,

nenhum serviço é prestado pelo empregado. Nesse contexto, a orientação das Turmas que integram a

Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que sobre a importância paga pelo empregador ao empregado

durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença não incide a contribuição

previdenciária, por não se enquadrar na hipótese de incidência da exação, que exige verba de natureza

remuneratória. Nesse sentido: AgRg no REsp 1.100.424/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe

18.3.2010; AgRg no REsp 1074103/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe 16.4.2009; AgRg no REsp

957.719/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 2.12.2009; REsp 836.531/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Teori

Albino Zavascki, DJ de 17.8.2006”.

7- INSCRIÇÃO DE DEPENDENTE DE CONTRIBUIÇÃO (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

No caso do dependente, apenas ocorrerá a sua inscrição quando houver

requerimento administrativo de benefício previdenciário15

, mediante a apresentação dos

documentos comprobatórios, a exemplo da certidão de casamento para demonstrar o

matrimônio16

, não cabendo mais ao segurado inscrever o dependente desde o Decreto 4.079, de

10.01.2002, que regulamentou a Lei 10.403/2002.

De acordo com o artigo 17, §2º, da Lei 8.213/91, o cancelamento da inscrição do

cônjuge se processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão

de anulação de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado.

No entanto, este parágrafo foi expressamente revogado pela MP 664/2014, vez que

desde a Lei 10.403/2002 não mais existia a inscrição prévia do dependente feita pelo

segurado, estando o §2º desatualizado, pois não mais havia inscrição prévia a cancelar,

incumbindo ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento do benefício a

que estiver habilitado.

8- CONTRIBUIÇÕES DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE PRONUNCIADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

No caso das empresas que contratem trabalhadores cooperados por intermédio de

cooperativa de trabalho, a contribuição previdenciária patronal será de 15% sobre o valor

bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, na forma do artigo 22, IV, da Lei

8.212/91, disposição que afasta a regra geral dos 20% sobre o total das remunerações pagas ou

creditadas17

.

Entende-se como cooperativa de trabalho, espécie de cooperativa também

denominada cooperativa de mão-de-obra, a sociedade formada por operários, artífices, ou

pessoas da mesma profissão ou ofício ou de vários ofícios de uma mesma classe, que, na

qualidade de associados, prestam serviços a terceiros por seu intermédio18

.

A empresa tomadora dos serviços será contribuinte e responsável tributária pelo seu

recolhimento até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou até o dia útil

imediatamente anterior, se não houver expediente bancário naquele dia.

Note-se que a base de cálculo desta contribuição previdenciária das empresas é o valor

bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, mas decorre da remuneração paga aos

15 Artigo 17, §1º, da Lei 8.213/91 e artigo 22, do RPS. 16 Desde o advento da Lei 10.403/02 inexiste a inscrição prévia do dependente a ser promovida pelo segurado. 17 Artigo 201, §19, do RPS. 18 Artigo 209, da Instrução Normativa RFB 971/2009.

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trabalhadores cooperados, e não às cooperativas, sendo fonte de custeio prevista no artigo 195,

I, “a”, da CRFB, razão pela qual a jurisprudência vinha vem validando esta previsão que não

demandaria lei complementar19

:

“AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. RETENÇÃO DE 15%

INCIDENTE SOBRE O VALOR BRUTO DA NOTA FISCAL OU FATURA, DOS SERVIÇOS

PRESTADOS POR COOPERATIVAS. LEI 8.212/91, ART. 22, IV, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº

9.876/99. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE.

1 – Não há ofensa à Constituição Federal, consubstanciada na exigência de retenção de 15% do valor

bruto da fatura ou nota fiscal, a título de contribuição social, a cargo das empresas que contratam

serviços de entidades cooperativas, porquanto não se trata de nova contribuição, mas simples

transferência do encargo de seu recolhimento para os tomadores do serviço.

2 - A participação da cooperativa de trabalho (que distingue-se da tomadora de serviços, ora

agravante na causa) na relação de prestação de serviços é apenas de intermediação entre os pólos da

empresa tomadora dos serviços e o cooperado contratado, razão pela qual a contribuição em tela

possui fundamento no art. 195, I, “a”, da Constituição, afastada a necessidade de lei complementar,

que é prescindível, no caso de contribuições instituídas com base nos incisos do art. 195 da

Constituição.

3 - A interpretação jurisprudencial que tem sido dada ao art. 146, III, “c” da Constituição Federal, rejeita a

concepção de que as cooperativas gozem de isenção ampla e irrestrita ou de imunidade tributária. Tal

entendimento decorre, dentre outras circunstâncias, dos princípios da universalidade e da solidariedade

social (nos quais se fundamentam os artigos 194 e 195 da Constituição), que estabelecem que a seguridade

social será financiada por toda a sociedade, direta ou indiretamente.

4- Tendo em vista autorização expressa do § 9º, do art. 195 da CF, o art. 22 da Lei nº 8.212/91 definiu

alíquotas e base de cálculo diferenciada para determinadas empresas, sendo certo que a alíquota da

contribuição foi fixada em 15%, para as tomadoras de serviços prestados por profissionais reunidos em

cooperativa, enquanto que aquela incidente sobre o trabalho de empregado, avulsos que lhe prestam serviço

ou contribuinte individual é de 20%, não havendo que se falar em isenção, mas em tratamento diferenciado

como forma de incentiva esse espécie de regime.

5- Agravo regimental improvido” (g.n.).

No entanto, a posição se inverteu em 2014. É que o Supremo Tribunal Federal, em

23 de abril, no julgamento do RE 595.838, pronunciou a inconstitucionalidade do inciso IV

do artigo 22 da Lei 8.212/91, com base em quatro fundamentos:

Desconsideração inconstitucional da personalidade jurídica das cooperativas de

trabalho, que deveriam ser as responsáveis tributárias pelo recolhimento da

contribuição, e não o terceiro (tomador de serviços);

Ausência de lei complementar, pois a base de cálculo desta contribuição não é prevista

no artigo 195, da Constituição Federal;

Afronta ao Princípio da Capacidade Contributiva, vez que os pagamentos efetuados por

terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus associados,

não se confundiriam com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados;

Ocorrência de bis in idem na tributação do faturamento da cooperativa de trabalho.

Nesse sentido, colaciona-se passagem do Informativo 743:

“REPERCUSSÃO GERAL

Contribuição sobre serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas

É inconstitucional a contribuição a cargo de empresa, destinada à seguridade social, no montante de “quinze

por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que

lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho”, prevista no art. 22, IV, da

Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 9.876/1999. Com base nessa orientação, o Plenário deu

provimento a recurso extraordinário no qual se discutia a obrigação de recolhimento da exação. Na espécie,

19 TRF 2ª Região, AMS 2000.51.01.011.264-7, de 13.07.2008.

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o tribunal “a quo” entendera ser possível a fixação da mencionada alíquota via lei ordinária. Decidira,

ainda, pela validade da equiparação da cooperativa à empresa mercantil, que ampliara o rol dos sujeitos

passivos das contribuições sociais. A Corte, de início, salientou que a Lei 9.876/1999 transferira a sujeição

passiva da obrigação tributária para as empresas tomadoras dos serviços. Em seguida, assentou que, embora

os sócios/usuários pudessem prestar seus serviços no âmbito dos respectivos locais de trabalho, com seus

equipamentos e técnicas próprios, a prestação dos serviços não seria dos sócios/usuários, mas da sociedade

cooperativa. Apontou que os terceiros interessados nesses serviços efetuariam os pagamentos diretamente à

cooperativa, que se ocuparia, posteriormente, de repassar aos sócios/usuários as parcelas relativas às

respectivas remunerações. O colegiado aduziu que a tributação de empresas, na forma delineada na Lei

9.876/1999, mediante desconsideração legal da personalidade jurídica das sociedades cooperativas,

subverteria os conceitos de pessoa física e de pessoa jurídica estabelecidos pelo direito privado.

Reconheceu que a norma teria extrapolado a base econômica delineada no art. 195, I, a, da CF, ou seja, a

regra sobre a competência para se instituir contribuição sobre a folha de salários ou sobre outros

rendimentos do trabalho. Reputou afrontado o princípio da capacidade contributiva (CF, art. 145, § 1º),

porque os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados

por seus associados, não se confundiriam com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados.

Sublinhou que o legislador ordinário, ao tributar o faturamento da cooperativa, descaracterizara a

contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, com evidente “bis

in idem”. Assim, o Tribunal concluiu que contribuição destinada a financiar a seguridade social, que tivesse

base econômica estranha àquelas indicadas no art. 195 da CF, somente poderia ser legitimamente instituída

por lei complementar, nos termos do art. 195, § 4º, da CF. RE 595838/SP, rel. Min. Dias Toffoli,

23.4.2014. (RE-595838)”.

Esta contribuição poderá ainda sofrer um acréscimo de 5, 7 ou 9% para o custeio da

aposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos, respectivamente, no caso de cooperado exposto a

agentes nocivos à sua saúde, cuja atividade se enquadrar como especial, a cargo da empresa

tomadora de serviços20

.

Este dispositivo não foi apreciado expressamente pelo STF no julgamento do RE

595.838, mas contém os mesmos vícios apontados pela Suprema Corte constantes do inciso IV

do artigo 22 da Lei 8.212/91.

9- SUBSTITUIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE AS REMUNERAÇÕES PELA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA OU FATURAMENTO DAS EMPRESAS (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

A do artigo 195, §13, da Constituição, é possível que haja a substituição gradativa da

contribuição previdenciária patronal pela COFINS, total ou parcialmente, observada a

não cumulatividade, com o propósito de desonerar as folhas de salários das empresas.

Esta disposição constitucional, fruto da Emenda 42/2003, já foi parcialmente

regulamentada em alguns segmentos por normas especiais, muito embora não tenha alterado as

regras da Lei 8.212/91.

Na atualidade os artigos 7º e 8º da Lei 12.546/2011, alterada pela Lei 13.043/2014

tratam do tema, cabendo à Instrução Normativa 1.436, da lavra da Secretaria da Receita Federal

do Brasil, de 30 de dezembro de 2013, alterada em 05 de dezembro de 2014, regulamentá-la.

Foram beneficiadas empresas que prestam Serviços de Tecnologia da Informação (TI) e

de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), de teleatendimento, do setor hoteleiro, do

setor de transportes, da construção civil, do comércio varejista, de jornalismo e outras.

Houve a redução a zero das contribuições de 20% previstas nos incisos I e III do artigo

22 da Lei 8.212/91, compensada pela majoração da contribuição sobre a receita ou faturamento

em 2% ou 1%, a depender do segmento.

20 Artigo 1º, §1º, da Lei 10.666/2003.

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As empresas que se enquadram no Anexo I do citado ato regulamentar (atualizado pela

IN RFB 1.523, de 05/12/2014) terão substituídas as contribuições previdenciárias previstas nos

incisos I e III do artigo 22 da Lei 8.212/91

10- DESAPOSENTAÇÃO E NOVOS VOTOS NO STF. PROCESSOS SUSPENSOS (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

Outros processos que correm no STF em que se discute a desaposentação são os

Recursos Extraordinários 661.256 e 827.833, que já tiveram o seu julgamento iniciado em

09/10/2014, prosseguindo no dia 29/10/2014, quando foi suspenso por pedido de vista da

Ministra Rosa Weber.

De efeito, foi proferido voto do Relator, Ministro Roberto Barroso, pela concessão da

desaposentação sem a devolução das parcelas já percebidas, mas com adoção de fórmula sui

generis no cálculo do fator previdenciário (obrigatório na aposentadoria por tempo de

contribuição), devendo considerar a idade e a expectativa de vida da primeira aposentadoria.

Por outro lado, os Ministros Dias Toffoli e Teori Zavascki proferiram votos contrários à

desaposentação. Deste modo, o placar é de 2 x 2, aguardando-se que em 2015 finalmente a

Suprema Corte conclua o julgamento dos citados processos.

Colaciona-se passagem dos Informativos 762 e 765 do STF a respeito:

“Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 1

O Plenário iniciou julgamento de recursos extraordinários em que se discute a possibilidade de

reconhecimento da “desaposentação”, consistente na renúncia a benefício de aposentadoria, com a

utilização do tempo de serviço ou contribuição que fundamentara a prestação previdenciária originária, para

a obtenção de benefício mais vantajoso em nova aposentadoria. Na espécie, beneficiários do Regime Geral

de Previdência Social - RGPS obtiveram êxito em ações judiciais ajuizadas em face do INSS para que lhes

fosse concedido novo benefício previdenciário, em detrimento de outro anteriormente auferido, em razão da

permanência dos segurados em atividade e do consequente preenchimento dos requisitos legais para uma

nova modalidade de aposentação. O Tribunal, de início, rejeitou questão preliminar relativa à alegada

nulidade do acórdão recorrido por suposta ofensa à cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97), no ponto

em que teria sido declarada, implicitamente, a inconstitucionalidade do § 2º do art. 18 da Lei 8.213/1991

(“O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que permanecer em atividade sujeita a este

Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do

exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”).

Asseverou não ter havido, no caso, declaração de inconstitucionalidade, visto que, ao afirmar a validade da

“desaposentação”, o acórdão recorrido teria entendido, simplesmente, não haver na legislação brasileira

norma específica que cuidasse do instituto e, portanto, não lhe seria aplicável a referida norma. Assinalou

ter ocorrido interpretação do próprio sistema que disciplinaria o regime de previdência social. Reiterou, por

fim, o quanto disposto no parágrafo único do art. 481 do CPC (“Os órgãos fracionários dos tribunais não

submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver

pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão”), porquanto já haveria

pronunciamento da Corte Especial do STJ sobre a matéria.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 2

No mérito, o Ministro Roberto Barroso (relator), deu parcial provimento aos recursos para assentar

o direito dos recorridos à “desaposentação”, observados, para o cálculo do novo benefício, os fatores

relativos à idade e à expectativa de vida — elementos do fator previdenciário — aferidos no momento

da aquisição da primeira aposentadoria. Consignou que a Constituição instituiria para o RGPS duplo

fundamento: contributividade e solidariedade. O caráter contributivo adviria do fato de os próprios

trabalhadores arcarem com parte da contribuição social destinada à previdência social, nos termos dos

artigos 195, II, e 201 da CF. Já o caráter solidário teria como base o princípio da dignidade humana e o fato

de toda a sociedade participar, em alguma medida, do custeio da previdência. Afirmou que, por conta disso,

e por se tratar de sistema de repartição simples, não haveria, no sistema brasileiro, comutatividade estrita

entre contribuição e benefício. Aduziu que, dentro dessas balizas — solidariedade e caráter contributivo —,

o legislador ordinário teria amplo poder de conformação normativa do sistema previdenciário. Entretanto,

haveria dois limites ao mencionado poder: a) a correspondência mínima entre contribuição e benefício —

embora não houvesse comutatividade rígida entre ambos —, sob pena de se anular o caráter contributivo do

sistema; e b) o dever de observância ao princípio da isonomia, que seria objetivo da República, direito

fundamental e princípio específico do RGPS (CF, art. 201, § 1º). Consignou serem estes dois limites os

parâmetros da solução proposta no caso dos autos. Registrou que os aposentados do regime geral,

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Page 55: Direito Previdenciário ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E ... · - Resumo de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014). Prezados alunos e leitores, Com o objetivo de atualizar as edições

diferentemente dos aposentados do regime próprio dos servidores públicos, seriam imunes à cobrança de

contribuição previdenciária, nos termos do art. 195, II, da CF, porém, se voltassem a trabalhar, estariam

sujeitos aos deveres impostos a todos os trabalhadores ativos, inclusive a contribuição social incidente sobre

os salários percebidos na nova atividade. Frisou que a simetria de deveres, no entanto, não se repetiria no

tocante aos seus direitos — na interpretação que se pretenderia conferir ao § 2º do art. 18 da Lei 8.213/1991

—, tendo em conta que a norma disporia que o trabalhador que voltasse à ativa, após ter sido aposentado,

receberia apenas salário-família e reabilitação profissional. Asseverou que violaria o sistema constitucional

contributivo e solidário impor-se ao trabalhador, que voltasse à atividade, apenas o dever de contribuir, sem

poder aspirar a nenhum tipo de benefício em troca, exceto os mencionados salário-família e reabilitação.

Concluiu que a vedação pura e simples da “desaposentação” — que, ademais, não constaria expressamente

de nenhuma norma legal —, produziria resultado incompatível com a Constituição, ou seja, obrigar o

trabalhador a contribuir sem ter perspectiva de benefício posterior.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 3

O relator destacou que a “desaposentação” seria possível, visto que o § 2º do art. 18 da Lei 8.213/1991,

diferentemente do que alegado pelos recorrentes, não impossibilitaria a renúncia ao vínculo previdenciário

original, com a aquisição de novo vínculo. Ressaltou, porém, que, para a concessão do novo benefício,

deveriam ser levados em conta os proventos já recebidos pelo segurado — a despeito de serem válidos e de

terem sido recebidos de boa-fé —, e as contribuições pagas após a aposentadoria original. Advertiu que

essas condições levariam em conta a necessidade de que a fórmula atuarial que se aplicasse aos segurados

fosse uma fórmula universalizável e que produzisse o mesmo resultado para todos os que se encontrassem

em igual situação dentro do sistema. Observou que, nos termos do art. 29, I, da Lei 8.213/1991, o cálculo

do benefício previdenciário se daria ao multiplicar-se a média aritmética das contribuições pelo fator

previdenciário, este último composto por quatro variáveis: tempo de contribuição, alíquota de contribuição,

idade e expectativa de vida. Indicou que, quanto às duas primeiras — tempo e alíquota de contribuição —

dever-se-ia computar todo o período que antecedesse a “desaposentação”, isto é, tanto o período anterior,

como o posterior ao estabelecimento do primeiro vínculo previdenciário. Já quanto às duas outras variáveis

relativas ao fator previdenciário — idade e expectativa de vida —, que teriam como finalidade graduar o

benefício em função do tempo que o segurado ainda viria a permanecer no sistema, asseverou que, para a

efetivação da “desaposentação”, deveria ser considerado, como marco temporal, o momento em que o

primeiro vínculo fora estabelecido. Ressaltou que a aplicação da fórmula descrita faria com que o segundo

benefício, resultante da “desaposentação”, fosse intermediário em relação a duas situações extremas

também aventadas: proibir a “desaposentação” ou permiti-la sem a restituição de qualquer parcela dos

proventos anteriormente recebidos. Registrou que a mencionada forma de cálculo produziria, ao redundar

num aumento médio de 24,7% no valor da aposentadoria, custo fiscal totalmente assimilável. Aduziu,

portanto, que, quem se aposentasse pela segunda vez, já tendo desfrutado dos benefícios do sistema por

certo período, não iria se aposentar novamente, em condições iguais às daqueles que se aposentassem pela

primeira vez e nunca tivessem sido beneficiários do sistema. A razão da diferença seria objetiva e não

haveria legitimidade constitucional em se equiparar as duas situações, sob pena de se tratar igualmente

desiguais. Afirmou que a solução proposta se afiguraria justa, porquanto o segurado não contribuiria para o

sistema previdenciário em vão, mas também não se locupletaria deste último, além de preservar seu

equilíbrio atuarial. Propôs que a decisão da Corte começasse a produzir efeitos somente a partir de 180 dias

da publicação, o que permitiria ao INSS e à União que se organizassem para atender a demanda dos

potenciais beneficiários, tanto sob o ponto de vista operacional, quanto do custeio. Além disso, prestigiaria,

na maior medida legítima, a liberdade de conformação do legislador, que poderia instituir regime

alternativo ao apresentado e que atendesse às diretrizes constitucionais delineadas.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 4

Em síntese, o Ministro Roberto Barroso assentou as seguintes diretrizes: a) inexistência de fundamentos

legais válidos que impediriam a renúncia a uma aposentadoria concedida pelo RGPS para o fim de

requerimento de um novo benefício mais vantajoso, tendo em conta as contribuições obrigatórias efetuadas

em razão de atividade laboral realizada após o primeiro vínculo; b) exigência de que fossem levados em

consideração os proventos já recebidos pelo interessado, com o objetivo de preservar a uniformidade

atuarial, relacionada à isonomia e à justiça entre gerações; c) utilização, no cálculo dos novos proventos,

dos fatores idade e expectativa de vida com referência ao momento de aquisição da primeira aposentadoria,

de modo a impedir a deturpação da finalidade desses fatores como instrumentos de graduação dos

benefícios segundo o tempo estimado de sua fruição pelo segurado; e d) produção dos efeitos da decisão a

partir de 180 dias contados da publicação do acórdão, salvo edição de ato normativo para disciplinar a

matéria de modo diferente. Em seguida, o julgamento foi suspenso.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” – 5

O Plenário retomou julgamento de recursos extraordinários em que se discute a possibilidade de

reconhecimento da “desaposentação”, consistente na renúncia a benefício de aposentadoria, com a

utilização do tempo de serviço ou contribuição que fundamentara a prestação previdenciária originária, para

a obtenção de benefício mais vantajoso em nova aposentadoria — v. Informativo 762. Na presente

assentada, a Corte apreciou também o RE 381.367/RS, que aborda a referida controvérsia — v. Informativo

600. O Ministro Dias Toffoli, de início, afirmou não vislumbrar inconstitucionalidade no § 2º do art. 18 da

Lei 8.213/1991 (“O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que permanecer em

atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em

decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando

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Page 56: Direito Previdenciário ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E ... · - Resumo de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014). Prezados alunos e leitores, Com o objetivo de atualizar as edições

empregado”). Além disso, não seria o caso de lhe conferir interpretação conforme o texto constitucional, a

permitir, como pretendido, o recálculo dos proventos de quem, já aposentado, voltasse a trabalhar. Seria

clara a interpretação que a União e o INSS dariam ao citado dispositivo, no sentido de que este, combinado

com o art. 181-B do Decreto 3.048/1999 (“As aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial

concedidas pela previdência social, na forma deste Regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis”),

impediriam a “desaposentação”. Por outro lado, apesar de a Constituição não o vedar expressamente, o

texto constitucional não preveria especificamente o direito que se pretende ver reconhecido, qual seja, a

“desaposentação”. A Constituição disporia, de forma clara e específica, que ficariam remetidas à legislação

ordinária as hipóteses em que as contribuições vertidas ao sistema previdenciário repercutissem, de forma

direta, na concessão dos benefícios, nos termos dos artigos 194 e 195. A “desaposentação”, entretanto, não

possuiria previsão legal. Assim, esse instituto não poderia ter natureza jurídica de ato administrativo,

que pressuporia o atendimento ao princípio da legalidade administrativa. Nada obstante, se a

aposentadoria tivesse sido declarada e se fizesse por meio de ato administrativo lícito, não haveria

que se falar em desconstituição deste por meio da “desaposentação”, mesmo porque, sendo lícita a

concessão do direito previdenciário, sua retirada do mundo jurídico não poderia ser admitida com

efeitos “ex tunc”.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 6

O Ministro Dias Toffoli asseverou, ademais, que o fator previdenciário, instituído pela Lei 9.876/1999,

também deveria ser levado em consideração. Esse instituto, num primeiro momento, poderia até ser visto

como um ônus para o trabalhador. Entretanto, o fator previdenciário permitiria que o contribuinte gozasse

do benefício antes da idade mínima, com a possibilidade, inclusive, de escolher uma data para a

aposentadoria, em especial quando entendesse que dali para a frente não conseguiria manter sua média

contributiva. Portanto, a ideia de que o fator previdenciário imporia um ônus escorchante seria falsa. Sua

instituição no sistema previdenciário brasileiro, na medida em que representaria, no formato em que

instituído, instrumento típico do sistema de repartição, afastaria a tese de que a correlação entre as

remunerações auferidas durante o período laboral e o benefício concedido implicaria a adoção do regime de

capitalização. Por outro lado, a “desaposentação” tornaria imprevisíveis e flexíveis os parâmetros utilizados

a título de “expectativa de sobrevida” — elemento do fator previdenciário —, mesmo porque passaria esse

elemento a ser manipulado pelo beneficiário da maneira que melhor o atendesse. O objetivo de estimular a

aposentadoria tardia, estabelecido na lei que instituíra o citado fator, cairia por terra, pois a

“desaposentação” ampliaria o problema das aposentadorias precoces. Igualmente, não haveria violação ao

sistema atuarial ao se vedar a “desaposentação”. Isso porque, ao contrário do que sustentado nos autos, as

estimativas de receita deveriam ser calculadas considerados os dados estatísticos, os elementos atuariais e a

população economicamente ativa como um todo. O equilíbrio exigido pela lei não seria, portanto, entre a

contribuição do segurado e o financiamento do benefício a ser por ele percebido. Além do mais, o regime

previdenciário nacional possuiria, já há algum tempo, feição nitidamente solidária e contributiva, a

preponderar o caráter solidário. Por fim, ainda que existisse dúvida quanto à vinculação e ao real sentido do

enunciado normativo previsto no art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991, o qual impediria que se reconhecesse a

possibilidade da “desaposentação”, na espécie caberia a aplicação da máxima jurídica “in dubio pro

legislatore”. Se houvesse, no futuro, efetivas e reais razões fáticas e políticas para a revogação da referida

norma, ou mesmo para a instituição e a regulamentação do instituto em comento, o espaço democrático

para esses debates haveria de ser o Congresso Nacional.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 7

Por sua vez, o Ministro Teori Zavascki, ao acompanhar o Ministro Dias Toffoli, destacou, inicialmente,

que o RGPS, como definido no art. 201 da CF e nas Leis 8.212/1991 e 8.213/1991, teria natureza estatutária

ou institucional, e não contratual, ou seja, seria inteiramente regrado por lei, sem qualquer espaço para

intervenção da vontade individual. A natureza estatutária desse regime acarretaria, então, consequências

importantes em relação à formação, à aquisição, à modificação e ao exercício dos correspondentes direitos

subjetivos. No caso, os direitos subjetivos somente nasceriam, ou seja, somente se tornariam adquiridos,

quando inteiramente aperfeiçoados os requisitos próprios previstos na lei — o ato-condição —,

diferentemente do que ocorreria com os direitos subjetivos oriundos de situações individuais, que nasceriam

e se aperfeiçoariam imediatamente, segundo cláusulas legitimamente estabelecidas pela manifestação de

vontade. Em razão disso, a jurisprudência do STF enfatizaria, sistematicamente, que não haveria direito

adquirido a determinado regime jurídico. Portanto, no âmbito do RGPS, que seria estatutário, os direitos

subjetivos estariam integralmente disciplinados pelo ordenamento jurídico. Esses direitos seriam apenas

aqueles legalmente previstos — segundo a configuração jurídica que lhes tivesse sido atribuída — no

momento em que implementados os requisitos necessários à sua aquisição. Isso significaria que a ausência

de proibição à obtenção ou ao usufruto de certa vantagem não poderia ser tida como afirmação do direito

subjetivo de exercê-la. Na verdade, dada a natureza institucional do regime, a simples ausência de previsão

estatutária do direito equivaleria à inexistência do dever de prestação por parte da previdência social.

Consideradas as premissas expostas, verificou que as Leis 8.870/1994 e 9.032/1995 teriam extinguido a

disciplina legal que previa a existência de pecúlios (Lei 8.212/1991, art. 18, § 2º, e Lei 8.213/1991, artigos

81, II, e 82, todos na redação originária). Aqueles seriam devidos, por exemplo, ao segurado aposentado por

idade ou por tempo de serviço pelo RGPS que voltasse à atividade, quando dela se afastasse. O pecúlio,

nesse caso, consistiria em pagamento único de valor correspondente à soma das importâncias relativas às

contribuições do segurado, remuneradas de acordo com o índice de remuneração básica dos depósitos de

poupança. No período em que vigente essa disciplina legal, a contribuição dos segurados do regime geral

seria destinada à formação dos citados benefícios — os pecúlios —, ainda que não existissem formalmente

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Page 57: Direito Previdenciário ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E ... · - Resumo de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2014). Prezados alunos e leitores, Com o objetivo de atualizar as edições

fundos individuais. Ou seja, a contribuição do aposentado teria, na época, característica típica de regime

previdenciário de capitalização e não de repartição.

Art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 e “desaposentação” - 8

O Ministro Teori Zavascki ressaltou que a Lei 9.032/1995, ao ultimar o processo de extinção dos pecúlios,

incluíra o parágrafo 4º ao art. 12 da Lei 8.212/1991 (“O aposentado pelo Regime Geral de Previdência

Social-RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado

obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de

custeio da Seguridade Social”), e o parágrafo 3º ao art. 11 da Lei 8.213/1991 (“O aposentado pelo Regime

Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por

este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que

trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social”). Com isso, teria

sido dada às contribuições vertidas pelo aposentado trabalhador finalidade diferente da que até então teria,

típica de capitalização, e teriam passado a ser devidas para fins de custeio da seguridade social, e, portanto,

um regime de repartição. Ficaria claro, então, que, a partir da extinção dos pecúlios, as contribuições pagas

destinar-se-iam ao custeio atual do sistema geral de seguridade, e não ao pagamento, ou eventual

incremento ou melhoria de futuro benefício específico para o próprio segurado ou para seus dependentes.

Assim, presente o estatuto jurídico delineado, não haveria como supor a existência do direito

subjetivo à “desaposentação”. Esse benefício não teria previsão no sistema previdenciário estabelecido

atualmente, o que, considerada a natureza estatutária da situação jurídica em que se inseriria, seria

indispensável para que gerasse um correspondente dever de prestação. Ademais, para se reconhecer o

direito à “desaposentação” seria necessário declarar previamente a inconstitucionalidade — inexistente,

visto que compatíveis com o caráter solidário do sistema — do parágrafo 2º do art. 18, e do parágrafo 3º do

art. 11, ambos da Lei 8.213/1991, bem como do parágrafo 4º do art. 12 da Lei 8.212/1991. Declarada a

inconstitucionalidade, porém, isso não geraria outra coisa senão o retorno ao “status quo” anterior, ou seja,

o retorno aos pecúlios ou a restituição das contribuições vertidas. Não haveria como se criar, sob o pretexto

dessa inconstitucionalidade, um terceiro benefício jamais previsto na legislação, o que iria contra a natureza

estatutária antes aludida. Outrossim, a solidariedade, a respaldar, como dito, a constitucionalidade do

sistema atual, justificaria a cobrança de contribuições pelo aposentado que voltasse a trabalhar. Este deveria

adimplir seu recolhimento mensal como qualquer trabalhador, mesmo que não obtivesse nova

aposentadoria. A razão de solidariedade seria essa, a contribuição de um não seria exclusiva desse, mas sua

para a manutenção de toda a rede protetiva. O Ministro Roberto Barroso, relator do RE 661.256/SC e do RE

827.833/SC, confirmou o voto proferido na assentada anterior. Asseverou que as duas soluções extremas —

proibir a “desaposentação”, o que levaria à funcionalização plena do contribuinte; ou permiti-la sem levar

em conta os proventos já recebidos, o que, além de anti-isonômico, estimularia as aposentadorias precoces

—, seriam incompatíveis com a Constituição. Em razão disso, seria cabível a “desaposentação”, desde que

considerados os saques já feitos no sistema. Em seguida, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber.

RE 661256/SC, rel. Min. Roberto Barroso, 29.10.2014.(RE-661256). RE 827833/SC, rel. Min. Roberto

Barroso, 29.10.2014.(RE-827833). RE 381367/RS, rel. Min. Marco Aurélio, 29.10.2014.(RE-381367)”.

11- NOVA PRAZO PARA O INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA PARA A TRU E TNU (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário)

O incidente de uniformização dirigido à Turma Nacional será submetido ao Presidente

da Turma Recursal ou ao Presidente da Turma Regional, adotando-se anteriormente o prazo de

dez dias, a contar da publicação, com cópia dos julgados divergentes e a demonstração do

dissídio.

No entanto, em 29 de setembro de 2014 o Regimento Interno da TNU foi alterado

(art. 13), passando-se a adotar o prazo de 15 dias para a interposição do incidente de

uniformização de jurisprudência, prazo extensível aos incidentes para as turmas regionais

de uniformização.

O objetivo foi tornar mais fácil o controle dos prazos pelas turmas recursais e pelas

turmas regionais, já que os prazos do pedido de uniformização e do recurso extraordinário

poderão ser contados conjuntamente nos 15 dias.

12-SÚMULA VINCULANTE 33 E APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR SUSPENSOS (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário, Sinopse e Resumo)

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Para dar eficácia vinculante ao seu entendimento, independentemente da interposição e

determinação em sede de mandado de injunção, na sessão plenária de 09 de abril de 2014 o STF

aprovou a súmula vinculante 33:

Súmula Vinculante 33 - “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras

do Regime Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o

artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei

complementar específica”.

Entende-se que a Suprema Corte poderia ter ido além. Isso porque a súmula vinculante

33 apenas determina a aplicação das regras do RGPS, no que couber, em favor dos servidores

efetivos cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a

integridade física (artigo 40, §1º, inciso III, da Constituição).

Logo, ficaram de fora do espectro jurídico da súmula vinculante 33 os servidores

portadores de deficiência (inciso I) e os que exercem atividade de risco (inciso II), razão pela

qual nestas duas situações continua sendo necessário o ajuizamento de ação judicial para

compelir à Administração Pública a aplicar, no que couber, as regras de aposentadoria especial

no RGPS.

13-REFORMA NA PENSÃO POR MORTE DO SERVIDOR FEDERAL. ALTERAÇÃO DA LEI 8.112/90 PELA MP 664/2014 (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário)

Agora as regras foram reformadas pela MP 664/2014. Assim como ocorreu no

Regime Geral de Previdência Social, criou-se a pensão por morte provisória para

cônjuges, companheiros e companheiras com expectativa de sobrevida acima dos 35 anos

na data do óbito do servidor federal.

Ademais, excluiu-se do rol de dependentes o menor sob guarda, à semelhança do que

já havia ocorrido no Regime Geral de Previdência Social no ano de 1996, assim como a pessoa

designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a

dependência econômica do servidor; a pessoa designada que viva na dependência econômica do

servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

Outrossim, foi instituída como regra geral a carência de 24 contribuições mensais

para o deferimento de pensão por morte do servidor deferal, ressalvada a morte por

acidente do trabalho, doença profissional ou do trabalho.

Pelo novo artigo 217, da Lei 8.112/90, são beneficiários da pensão por morte do

servidor federal:

I - o cônjuge;

II - o cônjuge divorciado, separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão

alimentícia estabelecida judicialmente;

III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade

familiar;

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IV - os filhos até vinte e um anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;

V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e

VI - o irmão, até vinte e um anos de idade, ou o inválido ou que tenha deficiência

intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, enquanto durar a

invalidez ou a deficiência que estabeleça a dependência econômica do servidor.

Os dependentes previstos nos incisos I a IV são preferenciais, afastando os dependentes

arrolados nos incisos V e VI. Por sua vez, os dependentes do inciso V preferem aos dependentes

do inciso VI.

Por sua vez, o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do

segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no

Regulamento.

No entanto, desde o advento da MP 664/2014, nos termos da atual redação do artigo

217, §3º, II, da Lei 8.112/90, o cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao

benefício da pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há

menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que:

I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início

da união estável; ou

II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível

de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência,

mediante exame médico-pericial, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou

início da união estável e anterior ao óbito.

O objetivo deste novo dispositivo é prevenir a ocorrência de fraudes contra a

Previdência Social, pois, não raro, existiam casamentos e uniões estáveis (reais ou não)

firmados de última hora para a concessão de pensão por morte de segurados idosos ou

gravemente enfermos.

De agora em diante, como regra geral, se entre a celebração do casamento ou termo

inicial da união estável (e homoafetiva, por analogia) e o falecimento do segurado não se

alcançou ao menos o prazo de dois anos, a pensão por morte será indevida, salvo se o segurado

morreu de acidente após o enlace matrimonial (infortúnio) ou o cônjuge, o companheiro ou a

companheira seja permanentemente inválido para o trabalho com causa posterior ao casamento

ou união estável e até o dia da morte do segurado.

Após a publicação da Medida Provisória 664/2014, a pensão por morte no RPPS federal

para cônjuges, companheiros e companheiras passou a ser temporária ou vitalícia, a

depender da expectativa de sobrevida do dependente aferida no momento do óbito do instituidor

segurado.

Anteriormente, para os citados dependentes, a pensão por morte era vitalícia. A

expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os

sexos - construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, vigente

no momento do óbito do segurado instituidor, que é publicada anualmente no dia 1º de

dezembro.

Para que seja definitiva a pensão por morte, é necessário que o dependente, no dia

do óbito do segurado, possua uma expectativa de sobrevida de até 35 anos. Caso a

expectativa de sobrevida do dependente no dia do óbito do segurado supere a 35 anos, será

concedida a pensão por morte temporária, observada a seguinte tabela:

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EXPECTATIVA DE SOBREVIDA DO DEPENDENTE NO

DIA DO ÓBITO DO SEGURADO/TABELA IBGE

ANOS DE DURAÇÃO DA PENSÃO POR

MORTE

Maior que 35 e até 40 anos 15 anos

Maior que 40 e até 45 anos 12 anos

Maior que 45 e até 50 anos 09 anos

Maior que 50 e até 55 anos 06 anos

Maior que 55 anos 03 anos

No entanto, existe uma segunda possibilidade de concessão de pensão por morte

vitalícia. Isso se, independentemente da sua expectativa de sobrevida, o cônjuge, o

companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para

o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame

médico-pericial, por acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou início da união

estável e a cessação do pagamento do benefício.

Estas novas regras possuem vigência a partir de 1 de março de 2015 (art. 5º, III, da MP

664/2014), somente sendo aplicáveis aos óbitos verificados a partir desta data à luz do Princípio

do Tempus Regit Actum.

De acordo com o STJ, “não se exige prova de dependência econômica para a

concessão de pensão por morte a filho inválido de servidor público federal. Isso porque, nos

termos do art. 217 da Lei 8.112/1990, não há exigência de prova da dependência econômica

para o filho inválido, ainda que maior de 21 anos de idade. Conforme se infere do texto

expresso da lei, a prova da dependência econômica somente é exigível, nas pensões vitalícias,

da mãe, do pai e da pessoa designada maior de 60 anos ou portadora de deficiência. Quanto às

pensões temporárias, a prova da dependência é exigida restritivamente do irmão órfão ou da

pessoa designada, em qualquer caso até 21 anos ou, se inválido, enquanto perdurar eventual

invalidez” (REsp 1.440.855-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 3/4/2014).

Pelas novas regras, ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão o seu valor será

distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. Por morte ou perda da qualidade

de beneficiário, a respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.

São hipóteses de perda da qualidade de beneficiário da pensão por morte no RPPS da

União:

I - o seu falecimento;

II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao

cônjuge;

III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário inválido;

IV - o atingimento da idade de vinte e um anos pelo filho ou irmão, e equiparados a

filho;

V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;

VI - a renúncia expressa; e

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VII - o decurso do prazo de recebimento de pensão dos beneficiários cônjuges,

companheiros ou companheiras.

De acordo com a nova redação do artigo 225 da Lei 8.112/90, ressalvado o direito de

opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge,

companheiro ou companheira, e de mais de duas pensões.

14-APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DO SERVIDOR. ROL TAXATIVO DE DOENÇAS GRAVES, CONTAGIOSAS OU INCURÁVEIS. DECISÃO DO STF (atualizar Curso de Direito e Processo Previdenciário e Sinopse)

Infelizmente, mesmo sabendo que a lista legal de doenças graves, contagiosas ou

incuráveis normalmente não as exaure, decidiu o STF que a lei do RPPS que previr o seu rol

é taxativa.

Logo, mesmo que o servidor senha portador de doença notoriamente grave, contagiosa

ou incurável, se a enfermidade não estiver listada pela lei da respectiva entidade política, os

proventos da aposentadoria por invalidez serão proporcionais ao tempo de contribuição do

servidor:

Informativo 755-Aposentadoria por invalidez com proventos integrais: doença incurável e rol

taxativo - A concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais exige que a doença

incapacitante esteja prevista em rol taxativo da legislação de regência. Com base nessa orientação, o

Plenário deu provimento a recurso extraordinário para reformar acórdão que deferira à recorrida

aposentadoria com proventos integrais por invalidez decorrente de doença grave e incurável, embora a

enfermidade da qual portadora não estivesse incluída em lei, tendo em conta que norma não poderia

alcançar todas as hipóteses consideradas pela medicina como graves, contagiosas e incuráveis. Discutia-se a

possibilidade de concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais nos casos em que a

moléstia incurável não estivesse especificada em lei. O Tribunal aduziu que o art. 40, § 1º, I, da CF

assegura aos servidores públicos abrangidos pelo regime de previdência nele estabelecido o direito à

aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Registrou, no entanto,

que esse benefício seria devido com proventos integrais quando a invalidez fosse decorrente de acidente em

serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, “na forma da lei”. Asseverou,

desse modo, pertencer ao domínio normativo ordinário a definição das doenças e moléstias que ensejariam

aposentadoria por invalidez com proventos integrais, cujo rol, segundo a jurisprudência do STF, teria

natureza taxativa.RE 656860/MT, rel. Min. Teori Zavascki, 21.8.2014. (RE-656860).

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